Revista Sintonia Social - edição 13

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Campanha Cuide Melhor de seu Bairro

Frank Constancio/NS Comunicação

R$ 5,00


Frank Constancio/NS Comunicação

O Coreto da Praça da Matriz existe neste lugar há mais de 100 anos. O fotógrafo Edivaldo Nascimento, de São Sebastião, conta que o então jornal local, O Continente, publicou: “Hoje a Banda vai se apresentar no Coreto”, era 6 de janeiro de 1916. Já a charmosa Igreja Matriz remonta ao século XVII, quando construída com pedra, cal de conchas e óleo de baleia, estilo jesuítico. Em amplo projeto de restauro, início dos anos 2000, foram reveladas ossadas de pessoas sepultadas no século XVIII sob o piso da igreja e valiosas imagens sacras do século XVII dentro de janelas reabertas.

Centro de São Sebastião Primavera | 2021


Olá Leitor Após este longo tempo pandêmico - que possamos mesmo nos livrar dele em breve, retomo minha Sintonia Social com ajuda de queridos amigos. Nesta edição Cuide melhor do seu Bairro - traz o centro comercial e histórico de São Sebastião. A intensão é incentivar a sociedade a manter seu bairro bem tratado e belo, o que proporciona saúde, bem-estar, prazer e tudo de bom. Também trazemos uma entrevista com um agricultor de Salesópolis que conseguiu certificação de produto orgânico e luta para vencer os desafios do cotidiano, e um jovem produtor rural de Paraibuna que deixou a roça para ser motorista de ônibus. Veja mais. Nivia Alencar Expediente * Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais | pág 4 * Transplantes de Árvores | pág 5 * Segurança Alimentar - Sítio Luminosa | pág 6

Frank Constancio/NS Comunicação

* Paulo Queiroz, da roça a motorista de ônibus | pág 7 * Verde Escola & Instituto Albert Einstein | pág 08 * Dependência Química e Alcoolismo | pág 14 * Lixeiras para recicláveis em Caraguá | pág 16 * Plantio contra voçorocas em Ilhabela | pág 16 * Fundação Florestal e APA Marinha LN | pág 17 Praça Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar (Centro - São Sebastião)

* Novo CCZ em São Sebastião | pág 18

SINTONIA SOCIAL é uma revista da Alencar e Constancio Agência de Jornalismo LTDA/ME NS Comunicação (12) 2103-6150 (12) 99144-2749 Editoração - diagramação - imagens Nívia Alencar - MTb 21.218 Frank Constancio - MTb 28.786 Foto de Capa - Frank Constâncio nscomunicacao.agencia@gmail.com Edição 13 NOV-2021 • Litoral Norte (SP) SINTONIA SOCIAL | NOVEMBRO- 2021

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XII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais O XII Congresso Brasileiro de SAF será realizado de 13 a 17 de dezembro de 2021 e pela primeira vez será 100% online em respeito a normas preventivas frente a pandemia Covid-19. Esta edição do evento tem o tema: “Conciliando pessoas e evoluindo paradigmas” e visa proporcionar um espaço de diálogo e de entendimento das pessoas e dos temas mais importantes sobre os Sistemas Agroflorestais (SAF). Neste evento serão apresentados e discutidos os principais avanços científicos, iniciativas e experiências exitosas, as oportunidades e dificuldades enfrentadas por agricultores e profissionais que atuam com esses sistemas de produção no país e no exterior. Serão abordados os mais diferentes aspectos destes importantes sistemas de uso da terra que apresentam potencial de melhoria em diversos campos – social, econômico e ecológico. O XII CBSAF conta com a participação de diferentes instituições na organização que disponibilizaram suas plataformas para executar e viabilizar: inscrições no evento, processo de submissão de trabalhos e conferências online.

Inscrições abertas até 30 de novembro Data limite para submissão de trabalhos: 15/11 Acesse: https://www.sbsaf.org.br/xiicbsaf

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Biólogo destaca transplantes de árvores como opção a cortes Cortar uma frondosa árvore dói no seu coração? Bem, então você fortalece o time dos que respeitam a natureza e nossa vida. O mal pode ser evitado com transplante para lugar escolhido ou possível. É o que explica o biólogo Guilherme Moraes, protetor de árvores do Litoral Norte e outras regiões. O trabalho não é simples, demanda equipamentos e técnica para não danificar sobremaneira raízes e gerar o mínimo de impacto às arbóreas pequenas ou adultas. Guilherme Moraes tem logística, conhecimento, experiência e resiliência. Ele executa todo o processo para o transplante. “Quem tem uma árvore muito grande em sua casa, sob situação de incômodo, não precisa matála. Fazemos o resgate. Analisamos o vegetal e fazemos o transplante para o lugar desejado do cliente ou a levamos para um recanto, geralmente, público autorizado ou áreas particulares. Também costumo replantar em minha casa”. Conforme o biólogo, estas árvores permanecem sob garantia de sobrevivência, acompanhamento para que se restabeleça. “Em 90% dos casos elas vivem, por vezes, não suportam. Mas todas as árvores podem ser transplantadas. Quando é muito grande, preciso de guindaste de precisão, o que dificulta quando o acesso é restrito. Neste caso precisamos remover muitos galhos, proceder à redução drástica da raiz e manter a árvore no mesmo local por algum tempo para que se adapte à nova condição, antes da remoção”.

Guilherme Moraes

Guilherme cita que em muitos casos pessoas lhe chamam em cima da hora de uma obra. “Em transplante de emergência, ocorrem perdas, em torno de 10%”, diz o biólogo que já salvou cerca de 300 árvores ao longo de 17 anos, em média 12 a 17 por ano, além de tantas mudas e sementes que já semeou. Contato: (12) 98121-9079. SINTONIA SOCIAL |NOVEMBRO - 2021

Angico - Março|2020 - Caçapava (SP) Pág 5


Sítio Luminosa - Salesópolis Por Nívia Alencar

O agricultor Flávio de Souza Graça herdou do pai Antonio Santos Garça, a lida com a terra. Sua história começou com eucalipto para a indústria de papel e celulose em Salesópolis. Com a crise da madeira, em 2008, Flávio e seu pai passaram a cultivar alimentos. Flávio percebeu a importância da certificação orgânica e assim o fez. Com a esposa Adriele Graça, trabalha com amor, é fácil notar o resultado nos alimentos bem cuidados, assim como os dois filhos saboreando jabuticaba no pé. Flávio Graça, 36 anos, nasceu em Salesópolis, onde vive e trabalha, tem ensino médio completo e concedeu a seguinte entrevista.

Quanto ao alimento orgânico, a certificação deste processo há quanto desfruta? Há três anos trabalhamos com manejo orgânico. Participamos de vários cursos e recebemos muitas novidades do setor. Enfrentamos muitas dificuldades ao implementar. A terra, no início, não estava pronta para orgânico, o resultado era produção restrita, não havia diversificação. Foi difícil também estudar o assunto, buscar informação, e ao mesmo trabalhar na terra. Temos a Certificação de Orgânicos há dois anos. Valeu a pena por podermos oferecer produto de qualidade.

Fale sobre as dificuldades em manter a produção rural. Os efeitos intensos climáticos afetam este setor, assim como a crise econômica. Quando passou a trabalhar como agricultor? Salesópolis foi a sua opção, por quê? No começo deste ano, sofremos com chuva de granizo. No Trabalhei durante toda minha vida com meu pai Antônio Santos meio do mesmo ano, geada e a crise econômica que gerou e Garça e, mais tarde, também com meu sogro Benedito Leite ainda gera muita perda e outras dificuldades. Silva. Plantávamos eucalipto à indústria de papel e celulose, até sermos afetados pela crise da madeira, ao final de 2008, per- Como você se defende dos fenômenos naturais, agravados pelos maus tratos ao durando anos seguintes. Passamos a vender nossa madeira para planeta? Como enfrenta a crise econômica? carvoaria e serralheria até 2015. Recebi, então, convite de meu Temos de continuar trabalhando e acreditar que possamos primo Irineu Rodolfo de Jesus – produtor rural - para cultivar mudar este cenário. Em relação ao ecossistema, faço minha alimentos à venda ao PNAE (Programa Nacional de Alimenta- parte, com o reflorestamento, e o não uso de agrotóxico. ção Escolar). Eu plantava em um sítio de meu pai, no bairro Morro Azul, em Paraibuna. Devido à longa distância de Salesópolis, transferi a atividade para esta cidade, sítio de meu sogro, e mantenho trabalho em outra propriedade de meu pai, em Paraibuna, mais próxima à Salesópolis. Qual o tamanho de sua propriedade, inclui unidade de conservação? Aqui em Salesópolis, onde eu moro, 1 hectare, Sítio Luminosa, planto legumes e frutíferas nativas, também estou reflorestando parte da área ambiental, e ainda envolve uma represa onde também farei o reflorestamento ainda neste ano. Sítio Santo Antônio, em Paraibuna, são cerca de 4 hectares, dois deles de horta e frutíferas, o restante de eucalipto, também estou reflorestando área de preservação permanente (app).

Quais alimentos em geral você consegue cultivar? Banana nanica e prata, limão, manga, jabuticaba, uvaia, cambuci, araçaboi, tomate, pepino, pimentão, berinjela, alface crespa e americana, mandioca, escarola, lichia, beterraba, rúcula, cenoura, brócolis, couve-flor, cheiro verde, rabanete, etc. Na comercialização dos alimentos, quais os êxitos e as dificuldades? A vantagem é a alimentação de qualidade a nós e aos clientes. A dificuldade é a falta de conhecimento pleno das pessoas sobre a agricultura familiar e orgânica.

Qual sua análise sobre o produtor rural em nosso país? Você tem sugestões? Quando se fala em produtor rural se imagina grandes empreendedores, com porte de tecnologia e voltado à exportação. Somos pequenos produtores, buscamos levar à mesa dos braQual o staff do trabalho diário em sua terra? Você integra alguma associação? sileiros produtos de qualidade, apesar da hegemonia da inTrabalho com minha esposa; e conto com apoio relevante de dústria de alimentos, nem sempre saudável. colaboradores. Integro a Camat (Cooperativa Mista do Alto Tiete), que fomentava a venda de eucalipto e agora incentiva O Conselho de Orientação do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – delibeà produção de alimentos. Também faço parte da OCS, orga- rou, em setembro, pelo Projeto de Custeio Emergencial Agro SP, no contexto da nização de produtores de orgânicos, que fiscaliza o cumpri- pandemia Covid-19, condição de seca e frente frias. Abriu financiamento de até R$ mento das regras para cultivo de orgânicos, entre seus asso- 80 mil por produtor, com prazo até 31/12 próximo, pagamento em 72 meses e juros ciados. A Camat ainda nos ajuda para aquisição de cozinha de 1% ao ano. Qual sua opinião sobre esta iniciativa? industrial de beneficiamento de nossos produtos. Muito boa iniciativa. Mas não tenho como assumir por falta de garantia de receita para saldar a dívida. Você participou da Feira do Produtor Rural (Salesópolis (30/10), qual resultado? Esta Feira envolve curso do Senar (Serviço Nacional de Apren- O que o motiva, todas as manhãs, a ser um produtor rural neste país? E o que dizagem Rural) para contato direto entre produtor rural e con- recomenda a quem quer iniciar este desafio? sumidor. Foi bem sucedida como experiência e receita, e para Tenho prazer em plantar e colher, perceber como a terra ressegurança alimentar da comunidade de Salesópolis, próxima ponde ao bom cultivo. Meu conselho a quem pensa em coao cultivo de seus alimentos. meçar esta profissão é estudar, sempre. Pág 6

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Pág 7 Fotos cedidas por Flávio de Souza Graça


Fotos: Arquivo pessoal

De produtor rural a motorista de ônibus “Sou Paulo Queiroz, trabalhei como produtor rural por 10 anos, hoje sou empregado de uma empresa de ônibus, trabalho numa linha escolar, em Paraibuna. As coisas ficaram muito difíceis na roça. O leite, lá quando comecei, custava R$ 1,20. Hoje está a R$ 2,00. Mas a ração que eu comprava a R$60,00, hoje custa R$ 120,00. Cada vaca consome pelo menos 3 quilos de ração por dia, se ela dá 10 litros de leite por dia. E assim foi, hoje o produtor está com tudo defasado, se ele vender ao atacado ou varejo, o produto dele não tem preço. Um pé de tomate hoje para o produtor custa R$ 12,00, se ele tiver mil pés são R$ 12 mil. Vai vender o tomate em qualquer mercado não consegue nem sequer R$ 3,00 o quilo. A dúzia do ovo caipira, há 15 anos, custava R$ 10,00 a dúzia, isto quando o quilo do milho era até R$ 50,00. Hoje, R$18,00 é valor máximo que se consegue vender a dúzia de ovo orgânico caipira, e não fecha a conta, o quilo do milho como ração está R$120,00, energia elétrica para manter as galinhas a noite, o combustível para transporte de tudo, as despesas são muito altas. Então, há produtor vendendo ou loteando sua terra, tem gente vendendo a vaca de leite para o corte porque está falido, mandando embora os funcionários. Está cheio de produtores com trator guardado na garagem, caminhões nos fundos das roças. Você não acha um frango pra comprar porque o povo deixa a criação por causa da saca de milho custar R$ 120,00 e o Brasil exporta a R$ 60,00. Os produtores rurais estão se tornando empregados, como eu e minha esposa - a gente empregava duas a três pessoas. Ainda tenho na minha roça alguma coisinha que chamo de esperança, mas agora vivemos de nosso salário. Não podemos incentivar nosso filho a ser um produtor rural. O futuro é incerto para todos nós, sem o alimento orgânico Paulo Queiroz com o filho e no cultivo que deixou há cerca de três meses para trabalhar como motorista de ônibus

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da roça, ficaremos sem opção.

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Verdescola & Albert Einstein

Fotos: Instituto Verdescola

Educação & Saúde

3º Mutirão da Saúde em parceria com Hospital Albert Einstein A equipe do Verdescola prepara a 3ª edição do Mutirão da Saúde que ocorrerá entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro, na sede do Instituto, na Vila Sahy. A ação de saúde e cidadania, com objetivo melhorar a qualidade de vida dos alunos e famílias atendidas pelo Verdescola, será em parceria com o Hospital Albert Einstein e apoio da Secretaria Municipal de Saúde de São Sebastião. Médicos e residentes do Hospital Albert Einstein, coordenados pelos médicos Eduardo Troster e Felipe Rossi, parceiros do Verdescola desde o início do projeto, atuam voluntariamente no mutirão levando aos alunos, familiares e comunidade acesso à saúde de qualidade. Para esta edição, além da participação de 28 médicos e residentes em pediatria, o Verdescola convidou equipe especialista em desenvolvimento infantil coordenada pela médica Mariana Mercadante, que irá atender os alunos com dificuldades no desenvolvimento pedagógico ao longo ano. Também estão previstos mais de 1.000 atendimentos de oftalmologistas em parceria com a ONG Renovatio a alunos e moradores da região. Neste ano, a novidade será a oferta de consultas clínicas em ginecologia e urologia para mães e pais de alunos. Mulheres com 40 anos ou mais também terão acesso a mamografia, na carreta da ong Américas Amigas. Ao longo da semana serão ofertadas mais de 2 mil vagas para atendimentos nas diferentes especialidades. Este trabalho inédito articulado pelo Instituto Verdescola, em parceria com a Prefeitura Municipal de São Sebastião, Hospital Albert Einstein e demais médicos voluntários, será o maior mutirão de saúde da história de São Sebastião. “O Mutirão da Saúde é uma grande ação de cidadania promovida pelo Instituto Verdescola, com o apoio de parceiros e neste ano irá beneficiar também os moradores das comunidades do entorno com a ampliação do atendimento médico”, afirma Fernanda Carbonelli, que integra a direção executiva do Verdescola. SINTONIA SOCIAL | NOVEMBRO - 2021

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Com o objetivo de contribuir para melhor qualidade de vida onde passamos a maior parte de nossas vidas, a Revista Sintonia Social lançou a campanha “Cuide melhor de seu Bairro”, em março de 2020, tratando da Vila Amélia, vizinha a este centro, na edição anterior de Sintonia Social, momentos antes da pandemia que velozmente atacaria o mundo. Esperamos que estes dias difíceis estejam mesmo no fim e que possamos de fato consertar o planeta dos maus tratos das pessoas e de maus governos. A começar por onde moramos. O centro histórico e comercial de São Sebastião carece sim de cuidados, como apontam os elegantes colaboradores destas páginas. Entre problemas principais, proposta de solução, as vantagens de viver e trabalhar no centro histórico, eles elegem o lugar mais bonito aos olhos e que confere boas sensações, o único critério: não escolher a Rua da Praia. Nivia Alencar

Sacerdote católico, formado em filosofia e teologia, Alessandro Henrique Coelho passou a residir e atuar como pároco da Igreja Matriz de São Sebastião, no centro, em julho de 2019. “Precisamos cuidar das questões de congestionamentos de veículos no horário de pico. Pessoas em situação de rua também precisam de olhar mais humanizado. A revitalização do centro histórico demanda alguma lei de incentivo para sua valorização. Este lugar nos coloca na memória e identidade da cidade, o acesso a muitos serviços favorece bastante aqui viver e trabalhar. Quanto ao local mais bonito, sou encantado com a Igreja Matriz, sua origem, o padroeiro, nome da cidade. Uma igreja que servia de fortaleza para a população nos momentos de perigo, que possa continuar assim, um ambiente de alento e bem viver a fé. A Igreja Matriz imponente, revela tudo e marca verdadeiramente o Centro Histórico. Pág 10

Olivo, Ramirez Balut, comerciante, atua no centro da cidade, desde 1981. É formado em contabilidade. Também tem formação em cursos de economia e matemática financeira. “O que me incomoda são o congestionamento de veículos e a falta de vagas de estacionamento. São necessários mecanismos para o melhor fluxo de veículos, como estacionamento rotativo. Nossa vantagem de estarmos aqui se deve a vivermos em um pedacinho do paraíso. Ter a natureza exuberante como parte de nosso dia a dia é essencial à qualidade de vida. O que me encanta no centro é a Praça da Matriz, com a igreja e arredores. Amo esta cidade, o lugar que escolhi para trabalhar, morar com minha família e criar meus filhos. SINTONIA SOCIAL | NOVEMBRO - 2021


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CUIDE MELHOR DE SEU BAIRRO

Praça do Coreto - São Sebastião

Adriana Egydio de Carvalho, formada em administração, e dona de loja de cosméticos, no centro da cidade, há 3 anos, e reside neste local há 2 anos. “Entre problemas, há muitas pessoas em situação de rua, gosto delas e de seus cães, mas são muitas pessoas. Sinto-me insegura no centro, no início da noite, e aos domingos porque aqui fica meio desabitado. Espero que chuvas não provoquem mais aquelas graves enchentes. São problemas governamentais. As vantagens de trabalhar e morar aqui são muitas porque tudo se torna próximo. A praça da Igreja Matriz, com as palmeiras imperiais, é lugar onde me sinto bem.

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André Luiz Flores Tarcha, cirurgião dentista, trabalha no centro há 37 anos, mesmo tempo de residência na cidade. “O que nos deixa um tanto aborrecidos são congestionamentos de veículos e falta de área de estacionamento. Mas só de sair de casa para trabalhar me sinto leve, feliz e abençoado de morar nesta cidade. A resolução dos problemas deve passar por profissionais preparados para repensar todas as estratégias de trânsito, estudar um projeto novo, com novas alternativas. O crescimento do comércio nos beneficia a evitar centros distantes. Um lugar que gosto é a Praça da Matriz”.

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CUIDE MELHOR

Praça Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar Eduardo Hipólito do Rego, advogado e professor universitário. É mestre em direito ambiental e trabalha no centro histórico há 26 anos e na Rua Três Bandeirantes, desde 2020. “Precisamos de sistemas rotativos ou bolsões de estacionamento, de recipientes para resíduos em todas as esquinas, varrição urbana constante, educação ambiental, e aterramento da fiação elétrica. O centro histórico é muito agradável, salvo nos casos de descaracterização das fachadas, é sempre gostoso curtir trabalho e lazer em ambiente histórico conservado. O centro proporciona diferentes tipos de comércio em pontos relativamente próximos, o que induz caminhar, contemplar, trabalhar e se divertir. Rua Três Bandeirantes, entre a General Osório e a São Gonçalo (lugar mais agradável). Neste ponto sou suspeito falar porque eu e meu primo Alexandre Rego plantamos todas as árvores deste bloco, como mudas da Mata Atlântica do Viveiro Municipal. Apesar dos cortes da prefeitura (a pedido de comerciantes que não gostam de sombra) e da concessionária (que se importa somente com a passagem de energia), as árvores que resistiram tornam esse trecho o mais arborizado do Centro. Tenho orgulho disto e gostaria de plantar mais, caso a Prefeitura permitisse, na calçada mais larga. Pág 12

Francisco Freirias Neto, dono de salão de beleza, reside e trabalha no centro de São Sebastião há 35 anos. “Vejo calçadas com desníveis e excesso de fezes de pets que seus proprietários não retiram. Usam calçadas e praças como banheiros destes animais, um absurdo. É preciso uma campanha em massa para resolver este problema. O lugar que gosto muito é a praça do Batalhão da Polícia Militar (Praça Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar)”. SINTONIA SOCIAL | NOVEMBRO - 2021


Fotos: Frank Constancio/NS Comunicação

DE SEU BAIRRO

Praça do Coreto São Sebastião Geraldo Gonçalves (de Buta), professor aposentado universitário e poeta. Reside no centro da cidade há 32 anos. “Nesses últimos tempos, a chusma que tomou conta das calçadas com seus cães é um dos problemas deste lugar. Falta política pública adequada para solução deste problema ou amenizá-lo. Afinal, independente deste flagelo social, somos cidade histórica e turística e é pouco admissível a exibição desta má condição como aperitivo. Em termos de vantagens do centro, para idosos, a proximidade de acesso a necessidades essenciais como agência bancárias, farmácias, mercados, lojas de departamento, restaurantes e a oxigenação visual que nos proporciona, o esplendor do Canal de Toque-Toque, exibindo em aquática bandeja, nossa namorada, a Ilhabela. O lugar mais bonito, o visual da serra desde o adro da Matriz aos finais de tarde. (Segundo o professor, Canal de Toque-Toque consta em cartas náuticas, como nome oficial do conhecido Canal de São Sebastião) SINTONIA SOCIAL | NOVEMBRO - 2021

Júlio Buzi, jornalista, reside no centro histórico há 50 anos e trabalha na mesma área desde 1986. “Temos problemas sazonais como excesso de veículos, especialmente, na temporada de verão, um problema de difícil solução. É triste ver diversos prédios históricos desocupados, o ideal seriam programas de incentivo para ocupação e manutenção por bancos e comércio movimentar o centro e gerar renda. Alagamentos em período de chuvas são mais frequentes após série de pavimentações. É necessário desobstruir galerias e córregos e implementar projeto de drenagem. Em termos de vantagens de viver aqui, facilidades de acesso aos principais serviços e comércios, sem precisar de transporte. O local mais bonito para mim é a Igreja Matriz, pela construção e arquitetura colonial do século 17, feita com pedra e cal de conchas e óleo de baleia, um dos mais lindos prédios que se destaca em nosso centro”. Pág 13


Dependência química e alcoolismo Ivan dos Santos Oliveira, médico formado na UniRio, no Rio Janeiro, em 1977, com especialidade em clínica médica e medicina do trabalho, fala sobre a dependência química e alcoólica. Nascido no Rio de Janeiro, vive há 30 anos em São Sebastião. Como e quando o senhor começou a atender pacientes com problemas de drogas e bebidas alcoólicas? Trata-se de doenças em ambos os casos? As pessoas nascem com pré-disposição a estes males? Comecei a trabalhar com estes pacientes em 2006, quando estava na Prefeitura de São Sebastião. Uma assistente social montou a Unidade Municipal de Saúde Ocupacional para abordar o funcionário público, quando foi possível detectar o consumo de álcool dizimando famílias, em termos financeiro, matrimonial, de relação entre pais e filhos. Trabalhei nesta unidade como médico para esses pacientes. Criamos núcleos de ajuda dentro do poder público, entre 2006 a 2012. Quanto à pré-disposição, há estudos com gêmeos de mesmas famílias em que alguns ou todos são usuários de álcool “eventualmente ou recreativamente”, alguns desenvolvem a dependência na mesma família. A ciência ainda não provou se tratar de doença ou não o alcoolismo? O que ocorre muitas vezes nesse indivíduo é a presença do que chamamos de comorbidades, ou seja, são outras doenças da esfera afetiva ou emocional que fazem com essa pessoa se torne mais adicto ao uso da substância. Exemplo: indivíduos depressivos, com nível de ansiedade muito elevado, com pré-disposição ao chamado TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Indivíduos calmos e sociáveis não estão livres de fragilidade emocional. Poderia citar alternativas a medicamentos para tratamento de dependentes químicos e de bebida alcoólica? O tratamento tem que ser mais amplo do que a farmacoterapia. A tendência de muitos é acreditar que com remédio tudo se resolve. Antigamente, inclusive, usava-se medicamentos de efeito antabuse (aversão proposital à bebida alcoólica). Colocava-se o produto na comida do paciente; ao tomar bebida alcoólica ele sofria de náuseas e vômito, reflexo negativo ao uso do álcool. Hoje, esta terapêutica não é mais utilizada por implicar em riscos. Pág 14

É relevante predisposição genética nos casos de dependentes? Eu, em particular, acredito que quase tudo na vida está integrado ao ambiente social. É muito complexo porque dentro da esfera social esse indivíduo nasce em um ambiente onde pode estar propenso a fatores de risco ou de proteção. Então o uso dessas substâncias também está dentro desse contexto. Fatores de riscos sociais, quais os principais? Um jovem tem um pai usuário contínuo. Alguém na família, avô, avó ou a mãe também são usuários. O consumo de bebida alcóolica começa sob o caráter de prazer nas reuniões familiares, e aos poucos, o jovem vai transformando esse prazer em uso frequente, até o momento em que a substância, agindo sobre o cérebro, cria vínculo de prazer tão intenso que ele começa a abandonar outros setores de sua vida, dependente dessa substância. Portanto, os fatores são o ambiente social, agravado pela permissividade de uso, e o acesso às bebidas alcóolicas. Políticas públicas podem dificultar este acesso. Por majoração de preços e eliminação das campanhas publicitárias pró-bebida de álcool será possível reduzir cada vez mais o consumo, principalmente, entre jovens. Drogas e alcoolismo afetam homens e mulheres sem distinção? O número de mulheres dependentes começou a aumentar bastante a partir do ano 2000. Antes havia maior repressão contra as mulheres. Na medida em que o papel da mulher foi se tornando mais social, mais presente, com decisão dentro da sociedade, ela passou a se integrar aos grupos de consumo. Dentro desses grupos, muitas perderam o controle para o vício. Este drama também afeta muitas crianças como usuárias? A Uniad (Unidade de Pesquisa em Alcoolismo e Drogas, da Unifesp) realizou pesquisas nacionais em 2004 e 2007. Ambas revelaram redução na idade de consumidores destas substâncias, de 13 para 11 anos. O cigarro teve queda no consumo pela campanha muito forte. Mas o álcool veio na contramão. O futebol tem marcas de cerveja como patrocinadores. O Carnaval, até um tempo atrás, trazia a bebida como grande patrocinadora dos desfiles com máxima divulgação, grande estímulo ao consumo. SINTONIA SOCIAL | NOVEMBRO - 2021


Proteja seu corpo, seu patrimônio Beber socialmente, qual o limite? Um questionário foi aplicado por muito tempo no Reino Unido a indivíduos que chegavam acidentados ou agredidos ao pronto-socorro. Apurava-se condições ligadas aos acidentes: bebida alcóolica integrava a rotina. Veja: quanto custa uma lata de cerveja? Quantos empregos gera a produção desta lata? Quem realmente ganha com a venda da cerveja? De certo, não são os consumidores. Daí, qual é a bebida segura? Como se bebe seguramente? Estudos sugerem que o “beber social”, sem grandes riscos, seria 2 doses de bebida alcoólica por dia. Qualquer dose de bebida alcóolica causa impacto ao corpo? É tóxica? Uma lata de cerveja tem 12 gramas de álcool, assim como uma dose de cachaça e uma dose de uísque. Só que o indivíduo, em churrasco de fim de semana, não toma somente duas latas de cerveja - 24 gramas de álcool. E ninguém realiza churrasco sem cerveja. E tem a cerveja gelada na praia, entre amigos (...) o peso social é intenso. Duas doses não são mais suficientes. O indivíduo passa a ser tolerante ao álcool e consome cada vez mais doses. E doenças se instalam. A bebida de álcool é substância estranha ao organismo, assim como a cocaína. O sistema de defesa no início consegue confrontar essas substâncias agressoras, mas depois não mais. Dependência química e alcoólica cerca imaturidade e desconhecimento? Um menino sem coragem pra chegar à gatinha recebe cocaína de um “amigo”. O menino cheira e se dá bem com a garota. Para ele, mudou o mundo porque venceu o ego massacrado. Então, ele já sabe o que consumir antes de ir pra balada. A força deste “negócio” é muito grande. São bilhões de dólares por ano, a terceira maior indústria no mundo. Só perde para indústria bélica e farmacêutica. Há quem defenda liberar a maconha para acabar o tráfico. É preciso mais discussões com a sociedade. Diadema (SP) criou lei seca com fechamento de bares em horários específicos e controle do consumo de álcool, trabalhou também em escolas por 6 anos. Há política em nível nacional para álcool e drogas e que prevê a questão das fronteiras. O Brasil precisa deixar de ser porta de “transferência” da droga produzida na Bolívia e Venezuela.

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São necessárias políticas públicas em todas as esferas de governo? Sim. Precisamos de um programa forte de governo envolvendo as três esferas: Município, Estado e Federação. O que acontece com o corpo em coma alcóolico? O coma alcoólico acontece a partir do momento em que esta substância interfere no sistema cerebral. O álcool diminui a capacidade dos neurotransmissores. Antigamente se chamava esses neurotransmissores de endorfina. Exemplo: quando o indivíduo sai da academia ele sai mais energizado, sente-se bonito. É porque ali, após a atividade física, ele produziu endorfina, dopamina principalmente, que é o hormônio da euforia, do bem estar. As substâncias químicas, cada uma delas, tem uma forma de agir. O álcool propicia euforia no início. Aos poucos isso decai e na maioria das vezes se chega à depressão. Existe o alcoolismo agudo ou o “coma” que você pergunta. Existe o alcoolismo crônico em que o consumidor mantém certo “controle”, mas lá na frente ele terá seu fígado lesado, as pernas fragilizadas (má circulação sanguínea), cérebro com alterações, etc. O excesso de álcool causa desnutrição? Sim. A medida que a dependência de álcool se instala o apetite sofre alterações. Quais as consequências da “ressaca” do dia seguinte A ressaca é gerada pela presença de um subproduto do álcool na circulação sanguínea. Dores de cabeça, náuseas, visão e audição alteradas são os sintomas predominantes. Esse subproduto age sobre o sistema nervoso alterando os parâmetros químicos cerebrais, inclusive a chegada de glicose. É possível viver com prazer, sóbrio. Ter saúde plena já é grande desafio, não é? Saúde plena nos dias de hoje é um desafio. Temos a situação genética, ambiental e familiar. Tem ainda o acesso aos serviços de saúde básica. O SUS ainda é muito melhor que sistemas de outros países. Viver bem com sobriedade e equilíbrio, sem álcool e qualquer substância química é fundamental. Quanto ao tabaco também sabemos que destrói.

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Caraguatatuba em parceria para receber 30 lixeiras recicláveis

A Prefeitura de Caraguatatuba, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca (SMAAP), firmou parceria com o Mercado Jovem Agência Heineken para o projeto ‘Verão no Clima 2021’, que inclui diversas atividades de defesa ambiental no litoral do Estado de São Paulo. A cidade aderiu ao projeto e foi contemplada com a doação de 30 lixeiras recicláveis de diversos tamanhos, sendo uma no modelo container, que ficará na Praça do Pontal Santamarina; 15 PEVs (Ponto de Entrega Voluntária), com capacidade de 240 litros e 14 POP 10, capacidade de 10 litros, implantadas em todas as regiões da cidade, em pontos estratégicos. Durante as instalações, concluídas, a equipe da SMAAP fez abordagens de educação ambiental com os moradores para conscientizar sobre o uso correto das lixeiras e, para caso de danos com os equipamentos, entrar em contato com a Secretaria no telefone: (12) 3897-2530. As lixeiras serão usadas para separação dos resíduos e materiais recicláveis que, posteriormente, serão recolhidos pela Coleta Seletiva e encaminhados às cooperativas. Os equipamentos foram distribuídos em pontos turísticos, onde há alta concentração de residentes e público de veraneio, pontos estratégicos em locais demarcados pelos técnicos da SMAAP. Segundo a secretária da SMAAP, Tatiana Soares Scian, a expectativa é que os novos coletores incentivem a população e os turistas para o descarte consciente, a separação dos materiais recicláveis.

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Rotary Club e Prefeitura de Ilhabela em plantio contra voçorocas O Rotary Club de Ilhabela, em parceria com a Prefeitura de Ilhabela, deu início ao projeto Voçoroca Verde, que visa a recuperação ambiental da voçoroca localizada no Alto da Barra Velha. No início de novembro, foi realizado o plantio de mais de 70 espécies pioneiras e nativas na área da voçoroca, para impedir o processo erosivo no local. A expectativa é que em três meses o projeto esteja executado. A ação é realizada pelos jovens do Rotary Club de Ilhabela. com apoio da Prefeitura de Ilhabela, por meio das Secretarias de Meio Ambiente, Serviços Urbanos e do Viveiro Municipal. O que é Voçoroca Você já deve ter percebido um grande buraco no solo. Esse tipo de abertura na terra é chamada de voçoroca e está longe de ser um buraco qualquer. Ela é um dos tipos de erosão pluvial gerada pelo desmatamento da vegetação. Sem a vegetação em volta, a queda das gotículas de água, vindas principalmente da chuva, provoca movimento de massa no solo. Com o tempo, o impacto das águas da chuva desagrega o solo e, assim, os sedimentos são transportados a outro lugar. Dessa forma, durante o período chuvoso, todo o impacto da água recebido pelo solo pode gerar uma corrente de água que, se for sucessiva, se desenvolve ao nível de uma voçoroca. Ela é considerada um grave desequilíbrio no meio ambiente, podendo chegar a metros de comprimento e profundidade, com o perigo de atingir o lençol freático. e gerar graves deslizamentos. SINTONIA SOCIAL | NOVEMBRO - 2021


Fundação Forestal certifica 93 cercos flutuantes de pesca com apoio da APA MARINHA LN Introduzido no Brasil, em Ilhabela (SP), por japoneses, na década de 1920, o cerco flutuante é um petrecho de pesca usado até os dias de hoje por comunidades caiçaras na APA Marinha Litoral Norte (APAMLN). A prática reconhecida e/ou regulamentada permitiria que a pescaria fosse certificada, agregando valor aos produtos. Esta possibilidade, bem como a relevância cultural, social, ambiental e econômica, colocou o cerco flutuante no foco da primeira ação de gestão pesqueira da Câmara Temática de Pesca e Aquicultura da APAMLN, que criou, em 2009, o Grupo de Trabalho Cerco Flutuante. Com a participação de especialistas, pesquisadores, representantes de órgãos públicos, colônias de pescadores, associações de moradores e donos de cerco flutuante, foi elaborada a proposta SMA 78/2016, que regulamenta este petrecho no âmbito da APAMLN. A APA promoveu a regulamentação coletiva dos petrechos junto à Marinha do Brasil em duas campanhas de levantamentos dos pontos de cerco flutuantes, com apoio de vários parceiros. Dos 108 pontos de cercos cadastrados na APAMLN, 93 encontram-se regulamentados pela Marinha do Brasil e Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. Os 15 restantes são acompanhados de perto pela APAMLN para apoio na regulamentação nos próximos meses. O grupo tem dialogado desde o início com o Governo Federal para a regulamentação da arte de pesca no arcabouço legal do ordenamento pesqueiro federal, tanto para reconhecimento do petrecho quanto para publicação de uma instrução normativa específica. Com isso, será possível garantir que os locais onde são instalados os cercos flutuantes não sejam objeto de cessão de águas. Essa modalidade é responsável por uma das formas de pescaria mais sustentáveis ambientalmente em função de seu método passivo, em que o peixe permanece vivo dentro da armadilha até a despesca, permitindo a soltura dos animais sem valor comercial, que estejam em época de defeso ou, ainda, ameaçados de extinção. “Hoje, as pessoas buscam consumir de forma mais consciente e o cerco flutuante tem esta sinergia com a cultura cada vez mais presente nas mesas brasileiras”, cita Marcio José dos Santos, gestor da APA Marinha Litoral Norte. “Os cercos sustentam centenas de famílias há mais de 100 anos. Com o reconhecimento oficial, estaremos garantindo a continuidade da atividade da pesca”, completa. Com o reconhecimento, os proprietários terão possibilidade de acesso a recursos federais, por meio do Plano Nacional de Agricultura Familiar, e vender seus produtos ao setor público, como o projeto de apoio à merenda escolar. SINTONIA SOCIAL | NOVEMBRO - 2021

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NOVO CCZ de SÃO SEBASTIÃO e UBS Obras Retomadas

“As expectativas são enormes para a retomada das obras do novo prédio do Centro de Controle de Zoonoses (CZZ) de São Sebastião, no Jaraguá, a cerca de um quilômetro do atual imóvel onde funciona a unidade, espaço idealizado em 2006, com defasagem estrutural”. Assim teve início texto na edição anterior de Sintonia Social. Era março de 2020. Hoje, cerca de 1 ano e 8 meses depois, a história finalmente é outra. As obras foram retomadas, conforme resposta da assessoria de comunicação da Prefeitura de São Sebastião, e da médica veterinária Alessandra Marinho, do CCZ atual, no Jaraguá. Mais detalhes sobre a obra estão a cargo da Artesp, vinculada à Secretaria de Transportes e Logísticas do Estado. Em 19 de novembro, a NS Comunicação recebeu da Artesp, a seguinte nota: “A Agência de Transporte do Estado de São Paulo informa que a Concessionária Tamoios assumiu, em setembro deste ano, a retomada das obras para a conclusão dos contornos da Rodovia dos Tamoios (SP 099) em Caraguatatuba e São Sebastião. Deste modo, as obras de construção do Centro de Controle de Zoonoses e de Unidade Básica de Saúde (UBS) em São Sebastião estão dentro do cronograma firmado com a nova concessionária. As intervenções já estão em andamento e o prazo previsto de conclusão das obras é março de 2023”. (Março de 2023 é prazo para CCZ e UBS. Os contornos entre Caraguatatuba e São Sebastião, com acessos ao Porto de São Sebastião, tem prrevisão de entrega para o fim de 2023). Conforme divulgado em (2020) nesta Sintonia Social o novo prédio do CCZ prevê salas de cirurgia, triagem, pós-operatório, esterilização, laboratórios para todos os exames, necropsia, imunização para vacinas, atendimenPág 18

Fotos: Irineu Rodofo de Jesus

tos, salas para a equipe da administração, estrutura muito melhor para acolhimento dos munícipes, além de o dobro de canis disponíveis no atual prédio restrito para a demanda. “Então, a estrutura será bem melhor”, disse à época a veterinária Alessandra, que explica que a UBS será instalada ao lado do CCZ. A obra é resultado de medida de compensação pelos impactos da construção e instalação da Estrada de Contorno, do Governo do Estado, no Litoral Norte. Trecho do viaduto está em direção ao prédio do CCZ, no Jaraguá. As obras dos contornos Norte e Sul no Litoral Norte estavam suspensas, e foram retomadas.

SINTONIA SOCIAL | NOVEMBRO - 2021


Apoiadores de Sintonia Social

Nuty Açaí Wizard Guilherme Moraes Francisco Cabeleireiro Casa Esperança Domingos Ramos

João Batista Fernandes Filho Edvaldo Reimberg

Frank Constancio/NS Comunicação

Léo L. Nafalski Terapeuta Holístico

Igreja Matriz - São Sebastião



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