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Verde Escola & Instituto Albert Einstein | pág
Paulo Queiroz com o filho e no cultivo que deixou há cerca de três meses para trabalhar como motorista de ônibus
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De produtor rural a De produtor rural a motorista de ônibus motorista de ônibus
“Sou Paulo Queiroz, trabalhei como produtor rural por 10 anos, hoje sou empregado de uma empresa de ônibus, trabalho numa linha escolar, em Paraibuna. As coisas ficaram muito difíceis na roça. O leite, lá quando comecei, custava R$ 1,20. Hoje está a R$ 2,00. Mas a ração que eu comprava a R$60,00, hoje custa R$ 120,00. Cada vaca consome pelo menos 3 quilos de ração por dia, se ela dá 10 litros de leite por dia. E assim foi, hoje o produtor está com tudo defasado, se ele vender ao atacado ou varejo, o produto dele não tem preço. Um pé de tomate hoje para o produtor custa R$ 12,00, se ele tiver mil pés são R$ 12 mil. Vai vender o tomate em qualquer mercado não consegue nem sequer R$ 3,00 o quilo. A dúzia do ovo caipira, há 15 anos, custava R$ 10,00 a dúzia, isto quando o quilo do milho era até R$ 50,00. Hoje, R$18,00 é valor máximo que se consegue vender a dúzia de ovo orgânico caipira, e não fecha a conta, o quilo do milho como ração está R$120,00, energia elétrica para manter as galinhas a noite, o combustível para transporte de tudo, as despesas são muito altas.
Então, há produtor vendendo ou loteando sua terra, tem gente vendendo a vaca de leite para o corte porque está falido, mandando embora os funcionários. Está cheio de produtores com trator guardado na garagem, caminhões nos fundos das roças. Você não acha um frango pra comprar porque o povo deixa a criação por causa da saca de milho custar R$ 120,00 e o Brasil exporta a R$ 60,00. Os produtores rurais estão se tornando empregados, como eu e minha esposa - a gente empregava duas a três pessoas. Ainda tenho na minha roça alguma coisinha que chamo de esperança, mas agora vivemos de nosso salário. Não podemos incentivar nosso filho a ser um produtor rural. O futuro é incerto para todos nós, sem o alimento orgânico da roça, ficaremos sem opção.
Educação & Saúde Verdescola & Albert Einstein
3º Mutirão da Saúde em parceria com Hospital Albert Einstein
A equipe do Verdescola prepara a 3ª edição do Mutirão da Saúde que ocorrerá entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro, na sede do Instituto, na Vila Sahy. A ação de saúde e cidadania, com objetivo melhorar a qualidade de vida dos alunos e famílias atendidas pelo Verdescola, será em parceria com o Hospital Albert Einstein e apoio da Secretaria Municipal de Saúde de São Sebastião.
Médicos e residentes do Hospital Albert Einstein, coordenados pelos médicos Eduardo Troster e Felipe Rossi, parceiros do Verdescola desde o início do projeto, atuam voluntariamente no mutirão levando aos alunos, familiares e comunidade acesso à saúde de qualidade.
Para esta edição, além da participação de 28 médicos e residentes em pediatria, o Verdescola convidou equipe especialista em desenvolvimento infantil coordenada pela médica Mariana Mercadante, que irá atender os alunos com dificuldades no desenvolvimento pedagógico ao longo ano. Também estão previstos mais de 1.000 atendimentos de oftalmologistas em parceria com a ONG Renovatio a alunos e moradores da região.
Neste ano, a novidade será a oferta de consultas clínicas em ginecologia e urologia para mães e pais de alunos. Mulheres com 40 anos ou mais também terão acesso a mamografia, na carreta da ong Américas Amigas.
Ao longo da semana serão ofertadas mais de 2 mil vagas para atendimentos nas diferentes especialidades. Este trabalho inédito articulado pelo Instituto Verdescola, em parceria com a Prefeitura Municipal de São Sebastião, Hospital Albert Einstein e demais médicos voluntários, será o maior mutirão de saúde da história de São Sebastião.
“O Mutirão da Saúde é uma grande ação de cidadania promovida pelo Instituto Verdescola, com o apoio de parceiros e neste ano irá beneficiar também os moradores das comunidades do entorno com a ampliação do atendimento médico”, afirma Fernanda Carbonelli, que integra a direção executiva do Verdescola.
Com o objetivo de contribuir para melhor qualidade de vida onde passamos a maior parte de nossas vidas, a Revista Sintonia Social lançou a campanha “Cuide melhor de seu Bairro”, em março de 2020, tratando da Vila Amélia, vizinha a este centro, na edição anterior de Sintonia Social, momentos antes da pandemia que velozmente atacaria o mundo. Esperamos que estes dias difíceis estejam mesmo no fim e que possamos de fato consertar o planeta dos maus tratos das pessoas e de maus governos. A começar por onde moramos. O centro histórico e comercial de São Sebastião carece sim de cuidados, como apontam os elegantes colaboradores destas páginas. Entre problemas principais, proposta de solução, as vantagens de viver e trabalhar no centro histórico, eles elegem o lugar mais bonito aos olhos e que confere boas sensações, o único critério: não escolher a Rua da Praia.
Nivia Alencar
Sacerdote católico, formado em filosofia e teologia, Alessandro Henrique Coelho passou a residir e atuar como pároco da Igreja Matriz de São Sebastião, no centro, em julho de 2019. “Precisamos cuidar das questões de congestionamentos de veículos no horário de pico. Pessoas em situação de rua também precisam de olhar mais humanizado. A revitalização do centro histórico demanda alguma lei de incentivo para sua valorização. Este lugar nos coloca na memória e identidade da cidade, o acesso a muitos serviços favorece bastante aqui viver e trabalhar. Quanto ao local mais bonito, sou encantado com a Igreja Matriz, sua origem, o padroeiro, nome da cidade. Uma igreja que servia de fortaleza para a população nos momentos de perigo, que possa continuar assim, um ambiente de alento e bem viver a fé. A Igreja Matriz imponente, revela tudo e marca verdadeiramente o Centro Histórico. Olivo, Ramirez Balut, comerciante, atua no centro da cidade, desde 1981. É formado em contabilidade. Também tem formação em cursos de economia e matemática financeira. “O que me incomoda são o congestionamento de veículos e a falta de vagas de estacionamento. São necessários mecanismos para o melhor fluxo de veículos, como estacionamento rotativo. Nossa vantagem de estarmos aqui se deve a vivermos em um pedacinho do paraíso. Ter a natureza exuberante como parte de nosso dia a dia é essencial à qualidade de vida. O que me encanta no centro é a Praça da Matriz, com a igreja e arredores. Amo esta cidade, o lugar que escolhi para trabalhar, morar com minha família e criar meus filhos.
CUIDE MELHOR DE SEU BAIRRO CUIDE MELHOR DE SEU BAIRRO
Praça do Coreto - São Sebastião Praça do Coreto - São Sebastião
Adriana Egydio de Carvalho, formada em administração, e dona de loja de cosméticos, no centro da cidade, há 3 anos, e reside neste local há 2 anos. “Entre problemas, há muitas pessoas em situação de rua, gosto delas e de seus cães, mas são muitas pessoas. Sinto-me insegura no centro, no início da noite, e aos domingos porque aqui fica meio desabitado. Espero que chuvas não provoquem mais aquelas graves enchentes. São problemas governamentais. As vantagens de trabalhar e morar aqui são muitas porque tudo se torna próximo. A praça da Igreja Matriz, com as palmeiras imperiais, é lugar onde me sinto bem. André Luiz Flores Tarcha, cirurgião dentista, trabalha no centro há 37 anos, mesmo tempo de residência na cidade. “O que nos deixa um tanto aborrecidos são congestionamentos de veículos e falta de área de estacionamento. Mas só de sair de casa para trabalhar me sinto leve, feliz e abençoado de morar nesta cidade. A resolução dos problemas deve passar por profissionais preparados para repensar todas as estratégias de trânsito, estudar um projeto novo, com novas alternativas. O crescimento do comércio nos beneficia a evitar centros distantes. Um lugar que gosto é a Praça da Matriz”.
CUIDE MELHOR CUIDE MELHOR
Praça Brigadeiro Rafael Praça Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar Tobias de Aguiar
Eduardo Hipólito do Rego, advogado e professor universitário. É mestre em direito ambiental e trabalha no centro histórico há 26 anos e na Rua Três Bandeirantes, desde 2020. “Precisamos de sistemas rotativos ou bolsões de estacionamento, de recipientes para resíduos em todas as esquinas, varrição urbana constante, educação ambiental, e aterramento da fiação elétrica. O centro histórico é muito agradável, salvo nos casos de descaracterização das fachadas, é sempre gostoso curtir trabalho e lazer em ambiente histórico conservado. O centro proporciona diferentes tipos de comércio em pontos relativamente próximos, o que induz caminhar, contemplar, trabalhar e se divertir. Rua Três Bandeirantes, entre a General Osório e a São Gonçalo (lugar mais agradável). Neste ponto sou suspeito falar porque eu e meu primo Alexandre Rego plantamos todas as árvores deste bloco, como mudas da Mata Atlântica do Viveiro Municipal. Apesar dos cortes da prefeitura (a pedido de comerciantes que não gostam de sombra) e da concessionária (que se importa somente com a passagem de energia), as árvores que resistiram tornam esse trecho o mais arborizado do Centro. Tenho orgulho disto e gostaria de plantar mais, caso a Prefeitura permitisse, na calçada mais larga. Francisco Freirias Neto, dono de salão de beleza, reside e trabalha no centro de São Sebastião há 35 anos. “Vejo calçadas com desníveis e excesso de fezes de pets que seus proprietários não retiram. Usam calçadas e praças como banheiros destes animais, um absurdo. É preciso uma campanha em massa para resolver este problema. O lugar que gosto muito é a praça do Batalhão da Polícia Militar (Praça Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar)”.
DE SEU BAIRRO DE SEU BAIRRO
Geraldo Gonçalves (de Buta), professor aposentado universitário e poeta. Reside no centro da cidade há 32 anos. “Nesses últimos tempos, a chusma que tomou conta das calçadas com seus cães é um dos problemas deste lugar. Falta política pública adequada para solução deste problema ou amenizá-lo. Afinal, independente deste flagelo social, somos cidade histórica e turística e é pouco admissível a exibição desta má condição como aperitivo. Em termos de vantagens do centro, para idosos, a proximidade de acesso a necessidades essenciais como agência bancárias, farmácias, mercados, lojas de departamento, restaurantes e a oxigenação visual que nos proporciona, o esplendor do Canal de Toque-Toque, exibindo em aquática bandeja, nossa namorada, a Ilhabela. O lugar mais bonito, o visual da serra desde o adro da Matriz aos finais de tarde. (Segundo o professor, Canal de Toque-Toque consta em cartas náuticas, como nome oficial do conhecido Canal de São Sebastião)
Praça do Coreto Praça do Coreto São Sebastião São Sebastião
Júlio Buzi, jornalista, reside no centro histórico há 50 anos e trabalha na mesma área desde 1986. “Temos problemas sazonais como excesso de veículos, especialmente, na temporada de verão, um problema de difícil solução. É triste ver diversos prédios históricos desocupados, o ideal seriam programas de incentivo para ocupação e manutenção por bancos e comércio movimentar o centro e gerar renda. Alagamentos em período de chuvas são mais frequentes após série de pavimentações. É necessário desobstruir galerias e córregos e implementar projeto de drenagem. Em termos de vantagens de viver aqui, facilidades de acesso aos principais serviços e comércios, sem precisar de transporte. O local mais bonito para mim é a Igreja Matriz, pela construção e arquitetura colonial do século 17, feita com pedra e cal de conchas e óleo de baleia, um dos mais lindos prédios que se destaca em nosso centro”.