revista aup!

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lina bo bardi



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A CIDADE PODE SER ENTENDIDA

produção. O Curso de Arquitetura e Urbanismo

como um corpo em constante mu-

do Centro Universitário do Triângulo (UNITRI)

tação. Pode-se dizer que a sua alma

completa 20 anos empenhados neste sentido. O

mora nos espaços públicos, consti-

caminho para formação de futuros profissionais

tuídos pelas ruas e outras estrutu-

passa por processos pedagógicos que procu-

ras, como um conjunto de artérias,

ram levar o estudante a refletir e propor alter-

veias e órgãos que conduzem o san-

nativas na busca de espaços de qualidade. Por

gue quente do contato humano e o

isso, nossa primeira edição apresenta reflexões

transforma em vida. A cidade é, de

de profissionais e professores sobre a produção

fato, o acontecimento que tem lugar

do espaço da cidade e os melhores estudos de-

no espaço público, e o deslocamento

senvolvidos pelos estudantes do curso em seu

é a única possibilidade do ser huma-

processo de formação. A revista possui ainda

no perceber e vivenciar o espaço que

uma sessão disponibilizada para os profissionais

habita e garantir a sociabilidade.

apresentarem suas produções no âmbito da ar-

quitetura, urbanismo, paisagismo e áreas afins.

É sabido que os significados

da cidade mudam conforme o tempo,

as pessoas e as funções urbanas, e

tam da formação periódica semestral e foram

esta constatação reitera a importân-

elaborados dentro de uma prática pedagógica

cia de uma busca constante pela sua

que busca a interdisciplinaridade. São apre-

compreensão, tanto do ponto de vista

sentados também alguns projetos oriundos do

físico quanto sociocultural. A Revista

Trabalho Final de Graduação (TFG). Desejamos

AUP! coloca-se neste contexto como

que a Revista AUP! transforme-se em um ve-

um veículo de discussão sobre a cidade

ículo de comunicação capaz de gerar debates

e buscará sua consolidação como tal.

em torno da produção das cidades não somente

Os cursos de Arquitetura e

para Arquitetos e Urbanistas mas também para

Urbanismo, além de formarem pro-

todos aqueles que sobre ela se debruçam no

fissionais da área, possuem grande

afã de conhecê-las e, assim, torná-las melhor.

importância como fórum de discussões sobre a cidade e seu processo de

Os trabalhos dos estudantes resul-

PROF. DR. ADAILSON PINHEIRO MESQUITA

EDITORIAL


UM OLHAR SOBRE A OBRA DE

E A IGREJA ESPÍRITO SANTO DO CERRADO

DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA PRESERVAÇÃO DO

NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO E ALTO PARANAÍBA

/////////////////

/////////////////

trabalhos

trabalhos

INTERDISCIPLINARES

FINAIS DE GRADUAÇÃO


entrevista com

ÉPOCA

ARQUITETURA, URBANISMO, PAISAGISMO E RESTAURO

MOBILIDADE NA ÁREA CENTRAL DE UBERLÂNDIA

////////////

A PRAÇA

E SUAS APROPRIAÇÕES

LIVROS

CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DE MINAS GERAIS

SUSTENTABILIDADE E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

EM BUSCA DA


6

E

X

P

E

/////// edit ores do

NÚM E R 0 #ZER0

CON S EL H O E DIT ORIA L

P ROF. DR. A D A IL SON P . M ESQ UIT A

PR O F ª . M S. DORA L ICE DA N ÓBREGA VA Z

P ROFª . MS. F ER N A N D A R . J ORDÃ O

PR O F. D R . A DA IL S ON P. M ES QUIT A

P ROF. E S P. CL A Y TON F . CA R IL I

PR O F. ESP. CL A YT ON F . CA RIL I

P ROFª . MS. A N A F L Á V IA F E R REIRA

PR O F ª . M S. F ERN A N DA R. JORDÃ O

DIS C E N TE M OISÉ S B E SE R R A

PR O F ª . M S. A N A F L Á VIA F ERREIRA DE CA S T RO PR O F. ESP. HÉL IO F ERREIRA VA Z F IL HO PR O F ª . M S. S EL EN A DUA RT E L A GE E L A GE PR O F ª . D R A . CYN T HIA DE S OUZA S A N T OS PR O F. M S. S ÉRGIO A UGUS T O P. PEIX OT O

GE S TO R A D O CUR S O D E A R Q U I T E T U RA E U RBA N I S M O PR O F ª . M S. DORALICE DA NÓBREGA VAZ

E N D E RE Ç O E SCRI TÓRIO MODE LO DE ARQU ITETU R A / / / / C URS O D E ARQ UI T E T URA E URBANI S MO CENTRO UNIVERS ITÁRIO D O T RI ÂNGUL O / AV. NI C O ME D E S AL VE S D O S S ANT O S , 4 . 5 4 5 BL OCO E // S A L A 261 / / / / TÉC N I C O R E S PO N S ÁVE L VI T O R H UGO C ARD O S O MART I NS

D


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A REVISTA AUP! QUER SABER A SUA OPInião e contar com a sua participação nas nossas próximas edições. Para isso, nos envie um e-mail com seu texto, comentário, crítica, sugestão de pauta, trabalhos artísticos e/ou extracurriculares que você gostaria de compartilhar com os colegas da área. Vale lembrar que prezamos pela qualidade do conteúdo, por isso, seu trabalho será avaliado pelo nosso corpo editorial e, se aprovado, passará pela revisão ortográfica e gramatical de nossa jornalista responsável Isabella Peixoto.

FALE, LEITOR!

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revistaaup @ gmail.com

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C O N S ELHO F I SC A L

FOTOLI TOS E I MP R E SSÃ O

D I s ce nt e MO ISÉ S B ESE R R A

GRÁ F ICA E EDIT ORA CÔRT ES

E

P R OF. E S P. C L A Y TON F . CA R IL I IS A BEL L A BEA T RIZ PEIX OT O

JO R N A L IS T A RE SP O N SÁ V E L I S A B E L L A B EA TR IZ P E IX OTO

R E VI SÃ O

0 0 1 8 8 9 7/ M G

CA P A IG R EJ A DO ES PÍR ITO S A NTO DO CER R A DO ,

R E DA Ç Ã O , A RT E E D I A G RA M A Ç Ã O

DE LINA BO BARDI, EM UBERLÂNDIA/MG.

f o l ia d o s r e i s / EQU IP E A U P !

retrato de folia dos reis

C O LA B O R A D ORE S ALI N E M ARTINS QUEIROZ / A NA CA RO L I NA S O UZA S I L VA / E D UARD A AL VE S S I Q UE I R A / GAB RIEL A S EABRA S A NTOS / GUI L H E RME C L E ME NT E D A S I L VA NE T O / I S ABE L LE AR AÚJO NEIVA / JEFFERS ON S IL VA RAMO S / K AMYL A L I MA D A MAT A / MARI A AMÉLI A M AN GUS S I NOGUEIRA / MA RIA ELI ZA D E FRE I T AS O T O NI / MARI NA GAL VÃO RAMO S / R AU L JOS É DA COS TA / ROGÉRIO RI BE I RO D E S ANT ’ ANA / RUMAYANA J UNQ UE I RA

TI R AGEM 1. 000 E XE M P LARE S

D I s ce nt e ROGÉRIO RIBEIRO DE SANT’ANA

> > AUP ! É U MA PU BLI CA ÇÃO SEM ESTR AL

I

Participe


8

_ O CENTENÁRIO DE LINA BO BARDI Lina Bo Bardi teve uma participação efetiva na afirma-

Anna Carboncini Masini, diretora do Instituto Lina Bo e

ção da cultura brasileira, tendo se envolvido em áre-

P.M. Bardi, cogita-se uma exposição na Galeria Nacional

as como as artes plásticas, o teatro e a arquitetura. A

de Arte Moderna de Roma, que seria uma espécie de vol-

contribuição de Lina transcende a mera atuação profis-

ta à cidade onde ela nasceu. O Sesc Pompéia, instituição

sional na arquitetura, fundamentando-se na certeza de

para a qual Lina fez um dos seus melhores projetos, tam-

que a Arte é elemento vital para a formação de um povo.

bém se envolverá nas comemorações. Parte do acervo da

A artista nasceu em Roma e chegou ao Brasil em 1946

obra de Lina Bo Bardi pode ser vista na Casa de Vidro (an-

em companhia do marido Pietro Maria Bardi, que por

tiga residência dos Bardi, projetada por Lina) que sedia o

muitos anos esteve a frente do Museu de Arte de São

Instituto que leva seu nome, e é aberta à visitação do pú-

Paulo (MASP). Os dois foram responsáveis pela aquisi-

blico mediante agendamento. Lina Bo Bardi projetou para

ção do grande acervo do Museu. Se estivesse viva, Lina

Uberlândia a Igreja Espírito Santo do Cerrado, solicitada

completaria 100 anos no dia 5 de dezembro de 2014. As

a ela pelo amigo Frei Egídio Parisi. A igreja situa-se no

comemorações para o Centenário da arquiteta estão em

Bairro Jaraguá, recebe fiéis regularmente para as celebra-

curso e várias instituições preparam eventos. Segundo

ções, e está aberta a visitação em horários estipulados.


9

_ UFU PROMOVE SEMINÁRIO DE PRESERVAÇÃO FERROVIÁRIA As ferrovias brasileiras tiveram uma importante participação na formação da rede urbana que possuímos atualmente. Embora seja inegável esta importância, nota-se um grande descaso com o patrimônio ferroviário, o que resulta em abandono e, consequentemente, na perda de importantes elementos formadores da memória das cidades e do Brasil. A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) criou um grupo multidisciplinar para elaboração de um congresso internacional de preservação ferroviária na cidade, programado para o segundo semestre de 2015, que reunirá renomados especialistas, lideranças e autoridades de todo o país para apresentação de projetos, realidades locais e discussão de propostas para preservação do patrimônio ferroviário.

De 21 a 24 de outubro de 2014 será realizado em Bau-

_ ARQUITETURA DO UNITRI NO 19º LUGAR DO RANKING DA FOLHA DE SÃO PAULO

ru/SP o XIII Congresso Internacional de Reabilitação do

O Curso de Arquitetura e Urbanismo do UNITRI ficou

Patrimônio Arquitetônico e Edificado. O congresso está

classificado em 19º lugar no ranking da Folha de São

organizado em seis temáticas: patrimônio do trabalho,

Paulo que avalia as instituições de ensino e os cursos

patrimônio dos transportes, patrimônio dos espaços

das 30 carreiras com mais estudantes matriculados no

institucionais, patrimônio residencial, patrimônio do la-

país. Vários quesitos foram avaliados pela Folha, entre

zer, e gestão e preservação do patrimônio cultural. Con-

eles a qualificação do corpo docente. A pesquisa é reali-

fira mais em www.cicop2014.com.br.

zada periodicamente pelo Datafolha.

_ PATRIMÔNIO

N O T A 4 P E L O M E C (MAIO/2014)

_ RESTAURO A cidade de Lisboa, em Portugal, receberá nos dias 20 e 21 de novembro de 2014, o Congresso de Viollet-Le-Duc à Carta de Veneza, Teoria e Prática do Restauro em Espaços Ibero-Americanos. Os temas são variados, porém com eixo central na teoria do restauro, com ênfase nas práticas, evolução dos conceitos e técnicas da preservação dos bens culturais. Mais informações no site do congresso: http://viollet-le-duc.lnec.pt.


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_ PESQUISANDO AS CIDADES O Centro de Estudos Urbanos, Cultura e Paisagem (CEUCP) é um grupo de pesquisa cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e vem desenvolvendo pesquisas na sua área de atuação. O grupo se reúne regulamente no UNITRI para fóruns em que se discute a produção da cidade, a mobilidade, a paisagem urbana e o patrimônio cultural. O CEUCP tem procurado expandir as pesquisas, contando também com o apoio de profissionais de Araguari e demais cidades da região. Para participar das discussões, entre em contato com o grupo através do e-mail ceucp.unitri@gmail.com.

_ MOBILIDADE Nos dias 20 a 24 de outubro de 2014 será realizado em Rosário na Argentina o XVIII Congresso Latino-americano de Transporte Público e Urbano (CLATPU). O evento internacional terá como tema “Transporte Sustentável: o desafio para o século XXI”. Congresso de grande importância para o desenvolvimento dos transportes na América Latina, o CLATPU tem mostrado grande vitalidade nas discussões sobre novas formas de planejamento, gestão, novas tecnologias, entre outros assuntos inerentes ao sistema de transportes.

_ PÓS-GRADUAÇÃO O III Encontro Nacional da Associação de Pesquisa em Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (ENANPARQ), será realizado nos dias 20 a 24 de outubro em São Paulo/SP. O tema este ano é “Arquitetura, cidade e projeto: uma construção coletiva”. Mais informações no site: http://www.cicop2014.com.br.


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_ ARQUITETURA DO UNITRI PROMOVE JOARQ Promovida semestralmente pelo Curso de Arquitetura

1º LUGAR

e Urbanismo do UNITRI, a Jornada de Arquitetura e Ur-

Luciene Almeida, Luciane Machado e Marcella Gon-

banismo (JOARC) deste semestre ocorreu nos dias 14 e

çalves (9º D1)

15 de abril e teve como tema o Centenário de Lina Bo Bardi. O evento contou com a apresentação de 18 tra-

2º LUGAR

balhos de iniciação científica que envolvem temas como

Haniely de Miranda, Layane Menezes, Jessyca Costa,

mobilidade urbana, preservação do patrimônio ferrovi-

Samir Rosa, Ketherlen Cotta, Amanda Carolina Santa-

ário, polos geradores de viagens, e estruturas. A Jorna-

na Araújo e Dayane dos Santos Rocha (3º D2)

da promoveu também um concurso de bolos-maquetes das obras de Lina. As maquetes, confeccionadas pelos

3º LUGAR

próprios alunos, foram avaliadas por uma comissão jul-

Suellen Wunsch, Thaynara Weber, Marina Justino e

gadora formada por professores do curso. A exposição

Laysa Marques (5º D2)

e degustação foram realizadas no saguão de eventos do Bloco E, junto com atividades artísticas coordenadas

pela professora Iara Helena Magalhães. Dos cinco gru-

do centenário de Lina Bo Bardi que terá ainda no se-

pos que concorreram, foram escolhidos três vencedores,

gundo semestre um ciclo de palestras sobre a obra e

que receberam premiações:

a importância da arquiteta.

fonte Clayton França Carili

A atividade marcou o início das comemorações


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13

fonte Clayton Franรงa Carili


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CAMILA MONTEIRO DE CASTRO

A

CASA

DE

EMERENCIANO

CANDIDO

DA

Com o passar dos anos, a casa ficou

Silva, popularmente conhecido como “Capitãozinho”, foi

perdida e sem cuidados, surgindo a neces-

erguida entre 1919 e 1920. O lote foi obtido por meio de

sidade de um projeto que restabelecesse a

uma carta de aforamento em nome de Francisca Mariana

história da edificação e que atendesse à po-

Pereira em 1919, na qual o foreiro se via obrigado a cons-

pulação nos dias atuais. Para isso, foi pen-

truir a residência no prazo de dois anos. Tendo a obra ter-

sado um anexo, que visa a sustentabilidade

minado no ano de 1920, cumpriu-se o acordo especificado

da edificação e a preservação da cultura lo-

no elemento decorativo da platibanda.

cal, também um aspecto sustentável.


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CONCEITO E PROPOSTA PROJETUAL

O conceito “desenvolvimento sustentável” difun-

diu-se à medida que a preocupação com o esgotamento dos recursos naturais tornou-se iminente. Muitos autores e pesquisadores ressaltam o fato de se tratar de um conceito amplo, sem uma definição precisa e, consequentemente, adotada de forma distinta de acordo com o segmento social interessado.

A origem da expressão “desenvolvimento sus-

tentável” remete inquestionavelmente às questões ambientais, entretanto o assunto envereda por muitas frentes de discussão como a busca por formas alternativas de energia em substituição aos recursos não-renováveis, o manejo de florestas para evitar sua extinção, o exercício de uma arquitetura sustentável, a preservação de culturas locais, entre tantos outros.

A proposta projetual é consequente de tal con-

ceito. A intenção do restauro é tornar o espaço um centro de cultura e relembrar o aspecto saudosista daquele local, preservando a cultura e o meio inserido em busca de eficiência energética e qualidade de vida. A intenção é de um espaço convidativo, aberto para que as pessoas possam entrar e se apropriar do lugar, usufruindo de tudo que o projeto tem a proporcionar, sem esquecer de dar valor à vegetação já presente no local e conscientizar os visitantes.

O PROJETO

A árvore passou a ser o teto da edificação, re-

metendo a uma arquitetura colonial, onde os telhados são de poucas águas, e decks que parecem alpendres. Criou-se espaços isolados para relaxamento, muitos bancos para conversação e uma encantadora loja de artesanatos, para a venda dos objetos criados pelas costureiras residentes na cidade de Martinézia, que serão confeccionados nas salas de oficina do centro cultural.

Foi criado um teto verde em função e na busca

por melhor qualidade de vida, reduzindo os ruídos externos, provenientes principalmente das oficinas, aumentando ainda o conforto térmico, também beneficiado pelo uso de espelhos d’água. A ideia era amenizar o clima ao qual estamos submetidos, que é bastante seco.


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Uma horta foi implantada no projeto com o in-

Houve pouca intervenção no terreno exis-

tuito de proporcionar aos visitantes a possibilidade de

tente e o que foi retirado foi utilizado na execução

colher seu próprio alimento tanto para levar para casa,

dos muros de adobe e na escada vegetal.

quanto para ser preparado no bar, criado para aprecia-

ção da leitura e da paisagem.

os aspectos ecológicos. As calçadas foram tratadas

Foram criadas portas basculantes que abrem

com o mesmo cuidado da edificação, sendo arbori-

e fecham conforme horário de funcionamento. Quando

zadas e permeabilizadas, de forma que o edifício se

fechadas não privam a integração do edifício com o meio

comunicasse com o entorno, preservando o prédio

externo e quando abertas, servem de teto para o edifí-

e, consequentemente, nomeando-o sustentável. As

cio, criando uma paginação no piso, devido ao desenho

aberturas priorizaram a luz natural nas horas mais

da tela galvanizada quando recebe a luz solar.

necessárias de utilização do edifício. Os móveis esco-

lhidos foram executados com materiais renováveis,

A fachada é marcada por cobogós, que preservam

Buscou-se respeito com o meio em todos

sem impedir a visão da rua e regulam a passagem de calor

reutilizados ou reciclados.

permitindo a passagem de ar para a ventilação cruzada.

Foram escolhidos os cobogós de madeira do artista plásti-

custo, pois todas as matérias necessárias para sua

co Mineiro José Bento, em referência à cultura regional.

execução são facilmente encontradas no local, mui-

tas vezes reaproveitadas do próprio solo, e a mão de

Na fachada frontal, o anexo possui uma fachada

Vale ressaltar que a construção é de baixo

verde que ajuda no sombreamento e também no padrão

obra também seria local.

estético do edifício. A ventilação foi feita através de bri-

ses de madeira, que permitem a entrada de ar, mas não

no concurso nacional de ideias para estudan-

a de calor. Foram utilizados sistemas de captação de

tes de Arquitetura e Urbanismo “Sustentabili-

água da chuva através de caixas d’água secundárias.

d a d e e m E d i f i c a ç õ e s P ú b l i c a s ” de 2008.

Projeto contemplado com a 3 ° c o l o c a ç ã o


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“ O t r a b a l h o s e d e s ta c a p o r a s s o c i a r ava n ç a d o g r a u d e d e s e n v o lv i m e n t o t é c n i c o à s i n g e l e z a d e u m a p r o p o s ta d e e s c a l a r e d u z i d a n a q u a l c o n t e m p l a- s e a i n d a at i v o u s o d e u m a e d i f i c a ç ã o p r e e x i s t e n t e d e va l o r h i s t ó r i c o, c o m a q u a l a p r o p o s ta d i a l o g a . O s a b u n d a n t e s r e c u r s o s d e economia energética, ventilação passiva e economia de água medeiam a relação entre a nova e d i f i c a ç ã o p r o p o s ta e a c a s a h i s t ó r i c a , a r t i c u l a d a s e m t o r n o d e u m a á r e a v e r d e q u e a m p l i a o e s pa ç o p ú b l i c o. O v i é s s o c i a l d o p r o g r a m a , i n c o r p o r a n d o a va l o r i z a ç ã o d o a r t e s a n at o l o c a l p o r m e i o d e at e l i ê s , c o n t e m p l a a i n d a u m a s p e c t o c o m p l e m e n ta r d e s u s t e n ta b i l i d a d e p o u c a s v e z e s t r ata d o e n t r e o s pa r t i c i pa n t e s d o c o n c u r s o”

fonte Site oficial do concurso (http://goo.gl/7CzYYy)

ORIENTADORES CLAYTON F. CARILLI / ADAILSON P. MESQUITA COLABORADORES MARIANA DE REZENDE ANDRADE

camila castro

Arquiteta e urbanista graduada pelo Centro Universitário

do Triângulo (UNITRI), no ano de 2008. Atua em seu escritório Spazio C+ Arquitetura e Interiores, em Araguari-MG, desenvolvendo projetos para toda a região.


18

UM OLHAR SOBRE A OBRA DE

E A IGREJA ESPÍRITO SANTO DO CERRADO DANIELE FORLANI MASINI

ESCREVER SOBRE LINA BO BARDI NÃO É UMA TA-

Por isso, abro um parêntese para enfa-

refa fácil, e os motivos que me levaram a ter esse pensa-

tizar a importância do olhar enquanto percepção,

mento, tornaram-se uma oportunidade para enfrentar al-

ferramenta de entendimento. Não é aquela pis-

guns desafios. Diante de inúmeros excelentes livros, artigos,

cadela, ou aquela olhada rápida, é ver com aten-

dissertações e teses sobre a arquiteta, como escrever algo

ção. Esse é o sentido do olhar que nos interessa,

que não pareça repetido ou superficial? E já aviso de antemão

enquanto apreensão do conhecimento, criação

que não é a intenção aqui, me igualar a esses pesquisadores.

de um repertório técnico e cultural que mantém

Entendido esse contexto, exponho meu segun-

viva a evolução do pensamento de cada indiví-

do desafio: como honrar o trabalho e acima de tudo a

duo. O olhar possui um apelo individual, podendo

poesia da obra de Lina? Esse receio representar o quan-

ser descrito como uma comunicação ativa que

to admiro e respeito essa personagem que me encanta

viabiliza construções perceptivas ricas de inte-

e surpreende a cada reencontro.

rioridade. Podemos lembrar ainda o depoimento

Experimentar essa arquitetura foi fundamental.

de Oscar Niemeyer que dizia ter “um museu par-

Lembro-me da primeira vez que conheci a obra de Lina,

ticular” e que guardava tudo aquilo que gostou na

no início do curso de arquitetura. Entre as teorias e a

vida. Outra forma de identificar o olhar, é através

história que sempre me encantaram, me surpreendi aos

de uma base fenomenológica, que diz respeito às

pés da escada do Museu de Arte Moderna da Bahia, o

escolhas: “P r i m e i r o e u o l h o , p a r a d e p o i s d e c i d i r

Solar do Unhão, em Salvador. Compreendi o projeto, os

s e f e c h o o s o l h o s o u s e o s a b r o m a i s (…) Certo

detalhes, os encontros dos degraus de madeira, seus

é que, uma vez estabelecido o olhar, o resultado

encaixes perfeitos. Aquele projeto me surpreendeu de

desta ação permanece em algum lugar. Registro

diversas maneiras, parecia que até a aura do local relu-

visível e invisível atado-marcado ao corpo”.

zia. Entenda: esta não foi a primeira obra de Lina que co-

nheci. Mas garanto entretanto que foi a primeira vez que

bre a obra de Lina Bo Bardi, e que ele incentive

meu olhar estava atento a reconhecer aquele espaço.

outros olhares, entre eles, o seu.

Divido nesse breve espaço um olhar so-


19

SITUANDO NO TEMPO E NO ESPAÇO

Achilina Bo nasceu na Itália, em 5 de dezembro

e, em 1943, com Carlo Pagani dirigiu a revista Domus e

de 1914. Graduou-se em Arquitetura pela Universidade

Quaderni di Domus até 1945, quando a cidade é bombar-

de Roma em 1939. Em 1940 mudou-se para Milão, onde

deada durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1946, Lina

dividiu um estúdio com Carlo Pagani e colaborou com Gio

casou-se com Pietro Maria Bardi e, juntos, mudaram-se

Ponti na revista Lo Stile. Atuou ainda em várias revistas,

para o Brasil. Em 1951, torna-se cidadã brasileira:

“Quando a gente nasce, não escolhe nada, nasce por acaso. Eu não nasci aqui, escolhi este lugar para viver. Por isso, o Brasil é meu país duas vez e s , é m i n h a ‘ P át r i a d e E s c o l h a’ , e e u m e s i n t o c i d a d ã d e t o d a s a s c i d a d e s , d e s d e o C a r i r i , a o T r i â n g u l o M i n e i r o , à s c i d a d e s d o i n t e r i o r e à s d a f r o n t e i r a” A arquiteta é responsável por importantes pro-

sença de dois universos: o popular, adquirido pela cultu-

jetos arquitetônicos, urbanos e design de mobiliário,

ra local, pela prática e pelo uso; e o erudito, entendido

além de navegar pelo universo do design de joias e de-

enquanto conhecimento instruído, ligado a academia.

sign de roupas. Fundou e dirigiu a Revista Habitat, or-

Lina demonstra um entendimento profundo da cultura

ganizou diversas exposições culturais e de valorização

brasileira, do homem comum. Suas obras não rompem

da arte. Além disso lecionou nos cursos de Arquitetura

com o passado, com sua história, ela afirma: “A arqu i te t u-

e Urbanismo da Universidade de São Paulo e Univer-

ra moderna é, c om o todas as ati vi dades hu m anas, o p rodut o

sidade da Bahia, e no Curso de Desenho Industrial no

da exp eri ênc i a do homem no tem p o. Não exi s te fratu ra en t re

Instituto de Arte Contemporânea (IAC), juntamente com

o as s i m c hamado ‘ moderno’ e a hi s tóri a, vi s to s er o ‘ modern o’

Pietro Maria Bardi. Entre suas importantes obras, estão:

antes o p rodu to da hi s tóri a”.

Casa de Vidro, São Paulo (1951), Sede do MASP, São Pau-

lo (1957), Casa do Chame-Chame, Salvador (1958), Res-

lidade arquitetônica voltados para a população. É in-

tauro do Solar do Unhão – Sede do MAM-Ba, Salvador

discutível a importância da praça formada pelo vão do

(1959), Igreja do Espírito Santo do Cerrado, Uberlândia

MASP. Um espaço que abre-se num emaranhado de

(1976), Centro de Lazer SESC - Fábrica Pompeia, São

edifícios, um respiro, livre de amarras, muros, cercas

Paulo (1977), Casa do Olodum, Salvador (1988), entre ou-

e gradis. O edifício torna-se mais que um conjunto de

tros. Lina nos deixou em 20 de março de 1992.

tijolos, concreto e vidro, ele tem significado, torna-se

Lina chega ao Brasil, num momento de efer-

marco, um presente para cidade. É onde acontecem fei-

vescência da arquitetura moderna brasileira. Existe

ras livres, manifestações populares, intervenções artís-

uma aproximação dos princípios da arquitetura moder-

tico culturais. Outro exemplo que alia qualidade e uso,

na, ligados às tradições locais de cultura, notadamente

é o conjunto do SESC Pompeia, que convida a conhecer

princípio também utilizado pelo arquiteto Lucio Costa.

seus espaços fabris, sentar nos bancos detalhadamente

Como força do seu processo projetual, notamos a pre-

pensados, enfim apropriar-se do local.

Bardi consegue criar grandes espaços de qua-


20

EM MINAS - OU MELHOR, EM UBERLÂNDIA

sistema de mutirão e doações, construída pelas mãos da população. A Igrejinha foi tombada em 1991 pelo Municí-

Diante de um olhar tão atento a cultura brasi-

pio e em 1997 pelo Instituto Estadual do Patrimônio His-

leira, Lina faz uma arquitetura rica, detalhada, utilizando

tórico e Artístico do Estado de Minas Gerais (IEPHA-MG).

materiais e técnicas locais, entendendo o contexto ur-

bano e social, resultando em projetos de máxima quali-

cada de 70 era bem diferente de hoje. O bairro Jaraguá

dade e poesia. É um presente a cidade contar com uma

não era tão ocupado e ela se destacava no seu contexto.

obra de alguém que possui esse olhar. O único exemplar

A cidade cresceu, o entorno foi ocupado, mas a Igreja

mineiro é a Igreja do Espírito Santo do Cerrado, projeto

mantém-se enquanto referência visual e social impor-

de 1976, em conjunto com os arquitetos André Vainer e

tante para a população.

Marcelo Carvalho Ferraz, foi uma experiência que uniu

fonte folia dos reis

a comunidade e a arquiteta. A obra foi executada pelo

A paisagem do terreno da Igreja no final da dé-


21

A vontade de perceber/entender o projeto, le-

estrutural misto, contendo concreto armado, alvena-

va-nos ao local para olharmos, com atenção, a obra en-

ria estrutural, aço e madeira. O fechamento externo foi

quanto presença não só física, mas psicológica. Ao pri-

feito em concreto armado e tijolos maciços e o telhado

meiro olhar, é interessante notar a implantação da igreja

com telhas de barro e estrutura em madeira da região.

no terreno. O conjunto respeita o desnível da rua, en-

tendendo volumes separadamente em níveis distintos

liçada, está sob um pórtico em concreto. Ela abre-se

– no nível mais alto encontra-se a Igreja; no nível inter-

por completo e dela enxerga-se todo o espaço interior.

mediário os dormitórios dos Padres (hoje a administra-

O altar-mor é banhado por uma luz natural que é feita

ção), abaixo dele o espaço de confraternização, e por fim

pela troca do material das telhas, uma representação

a quadra que estava no nível da rua, hoje substituída

do poder divino. A estrutura do telhado encanta pelos

por um salão paroquial (Projeto dos arquitetos Marcelo

encontros e encaixes, assim como a estrutura de fecha-

Ferraz e André Vainer). A edificação encontra a rua em

mento da área de confraternização.

diferentes níveis, não criando obstáculos ao seu acesso.

Os volumes cilíndricos roubam toda atenção do

e após a última obra de restauração, recém-entregue

observador. Neles se encontram uma forma pura, em

a população, a Igreja mantém a essência da obra de

diversas dimensões, que se tocam ou se unem de for-

Lina Bo Bardi, a produção de uma arquitetura qualita-

ma suave. Sua volumetria quase monolítica é atenuada

tiva, aliada a função comunitária e cada vez mais sendo

pelos desníveis. O sistema construtivo utilizado reforça

apropriada pela comunidade.

A porta de entrada da Igreja, em madeira tre-

Mesmo com modificações ao longo do tempo,

fonte Daniele Forlani Masini

a unidade do conjunto. Ele é composto por um sistema

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS <<< ARAUJO, Anna Rita Ferreira de. Sobre o olhar a percepção fe-

PEREIRA, Juliano Aparecido. A ação cultural de Lina Bo Bardi

nomenológica de Merleau-Ponty. Revista Filosofia ECA-USP.

na Bahia e no Nordeste (1958-1964). Uberlândia: EDUFU, 2007.

Disponível em http://goo.gl/umq4jq (01/04/2014)

RIBEIRO, Patrícia Pimenta Azevedo. O Olhar, a Leitura e o

BARDI, Lina Bo e ALMEIDA, Edmar de. Igreja do Espírito Santo

Projeto de Arquitetura. V Seminário Nacional sobre Ensi-

do Cerrado. Ed. Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, São Paulo, 1999

no e Pesquisa em Projeto de Arquitetura PROJETAR, 2011,

CARNEIRO, Sergio Roberto de França Mendes. A educa-

Belo Horizonte, Minas Gerais. Disponível em http://goo.gl/

ção do Olhar. Revista Integração. http://goo.gl/Gihhr2

rnMLoE (01/04/2014)

(01/04/2014), Ano X, n.36, 2004.

ROSSETTI, Eduardo P. Tensão moderno/popular em Lina Bo Bardi:

FERRAZ, Marcelo Carvalho. Lina Bo Bardi. São Paulo: Empre-

nexos de arquitetura. 2002. vitruvius.com.br (01/04/2014), v. 16,

sa Das Artes, 1993.

n. 10, p. 05


22

PROF. MS. FERNANDA RIBEIRO JORDÃO

O CONCRETO ARMADO É O MATERIAL DE MAIOR

de patologias nas edificações. Os projetos devem não

utilização na construção civil desde tempos primórdios.

apenas definir desenhos com detalhamentos constru-

O material como conhecemos hoje foi utilizado a par-

tivos, mas descrever como os processos e materiais

tir do ano de 1849, porém as construções de concreto

devem ser executados, pois é nesta fase que surgem a

armado encontradas no Brasil são em sua maioria re-

grande maioria das patologias. Diante desse contexto

centes, com idade média inferior a 50 anos. Assim, a ne-

não se pode negar que todos os avanços tecnológicos

cessidade de reabilitar e manter estruturas existentes,

e desenvolvimento da ciência tem sido de fundamental

ditada por razões tão diversas quanto as de fundo eco-

importância para arquitetos e engenheiros na minimi-

nômico, social, histórico ou de segurança está delinean-

zação de erros construtivos. Entretanto, mesmo com

do uma nova área de pesquisa que respeita à concepção

todo esse desenvolvimento tecnológico, tem sido pro-

e o projeto estrutural e estuda as manifestações pato-

duzidas edificações que apresentam problemas em seu

lógicas observadas nas estruturas de concreto.

comportamento estrutural, que afetam sua durabilida-

de e características estéticas a esses problemas dá-se

As patologias possuem diversas origens e resul-

tam de ações sobre essas estruturas, sejam elas de cará-

o nome de patologias (figuras 1 e 2).

ter físico, químico, ambientais ou mecânico, existem várias

patologias que se manifestam nas estruturas de concreto,

de fachadas podem ser consideradas preocupantes

algumas tem maior incidência, como as apresentadas em

para a construção civil e é bastante comum a ocorrência

fachadas de edifícios e devem ser cuidadosamente ava-

desses danos, em vários tipos de edificações. Em es-

liadas para que as mesmas não causem maiores danos à

tudos realizados sobre o tema encontraram registros

estrutura, o que pode resultar em prejuízos econômicos

documentais de que na Mesopotâmia foi instituído no

ou acidentes envolvendo seres humanos.

Código de Hamurabi, regras de conduta para regula-

Embora ainda pouco estudadas, as patologias

Nos últimos anos o avanço dos processos cons-

mentar a relação entre construtor e usuário na questão

trutivos levaram os profissionais a produzir projetos de

relacionada com o aparecimento desses defeitos pato-

arquitetura e engenharia cada vez mais detalhados e

lógicos, isto evidência o quanto é antigo esse problema.

com melhores especificações, viabilizando a racionali-

De acordo com AZEVEDO et.al. (2011) o código dispunha

zação da construção procurando evitar o aparecimento

de cinco regras:

01 Se o construtor faz uma casa para um homem e não a faz firme e seu colapso causa a morte do dono da casa, o construtor deverá morrer 02 Se causa a morte do filho do dono da casa, o filho do construt o r d e v e r á m o r r e r 0 3 S e c a u s a a m o r t e d e u m e s c r av o d o p r o p r i e tá r i o d a c a s a , o c o n s t r u t o r d e v e r á d a r a o p r o p r i e tá r i o u m e s c r av o d e i g u a l va l o r 0 4 S e a p r o p r i e d a d e f o r d e s t r u í d a , e l e d e v e r á r e s ta u r a r o q u e f o i d e s t r u í d o p o r s u a p r ó p r i a c o n ta 0 5 S e o c o n s t r u t o r fa z u m a c a s a pa r a u m h o m e m e n ã o a fa z d e a c o r d o c o m a s e s p e c i f i c a ç õ e s e u m a pa r e d e d e s m o r o n a , o c o n s t r u t o r r e c o n s t r u i r á a pa r e d e p o r s u a c o n ta


23

Figura 1: Patologia por deterioração da pintura aplicada.

Figura 2: Patologia apresentada por tinta sintética sobre arga-

fonte Foto de Fernanda Jordão.

massa de cimento e areia. fonte Foto de Fernanda Jordão.

Embora o tema seja antigo nos dias atuais

tigos, está sendo cada vez mais procurado por edifícios

continuamos tendo problemas dessa natureza e mui-

novos e até em construção, prejudicados pela falta de

tas vezes mal intermediadas pela legislação. Esses da-

planejamento e acompanhamento técnico na execução

nos tornaram-se problemas sérios e podem ocorrer em

das obras.

qualquer tipo de estrutura, tanto na fase de construção

como no período de uso da edificação. Contudo podem

senvolver várias falhas. Elas podem ter origem durante

ser minimizados a partir de melhorias aplicadas ao pro-

o estudo preliminar, na execução do anteprojeto ou du-

cesso construtivo.

rante a elaboração do projeto executivo. Algumas pes-

Na fase de concepção da estrutura podem de-

A aplicação do termo patologia, particularmen-

quisas realizadas em países europeus mostram que a

te no caso das estruturas de concreto, tem origem no

origem de maior incidência dos problemas patológicos

tratamento dos problemas com o sentido de reabilitar

está na fase de projeto. Mesmo considerando as dife-

as estruturas, o que corresponde a um processo tera-

renças do Brasil os problemas patológicos têm maior

pêutico na medicina. Existem manifestações patológi-

incidência na fase de execução, os dados servem para

cas simples, aquelas que podem ser facilmente identifi-

alertar os profissionais no intuito de dar maior atenção

cadas (admitem padronização), e podem ser resolvidos

a essa fase. Um projeto melhor desenvolvido poderá di-

sem grandes conhecimentos especializados. No entan-

minuir futuros problemas patológicos, como por exem-

to, existem problemas patológicos que são mais com-

plo, nas fundações, pois se não forem bem executadas

plexos, esses não são identificados facilmente, pois não

podem ser responsáveis por problemas como recalques

são alvos de mecanismos de fiscalização convencional e

diferenciais, o que leva ao aparecimento das fissuras,

esquemas rotineiros de manutenção, o que obriga a ter

geralmente nas paredes e revestimentos (figura 3).

um maior conhecimento de Patologias das Estruturas.

As manifestações patológicas nas estruturas

junto de atividades a serem realizadas para conservar ou

de concreto podem aparecer tanto na fase de constru-

recuperar a capacidade funcional da edificação e de suas

ção como durante o período de pós-ocupação. Pesqui-

partes constituintes de atender as necessidades e segu-

sas mostram que o mercado de recuperação estrutural,

rança dos seus usuários. Após a entrega da edificação,

que antes era um seguimento voltado para edifícios an-

sendo as fases de projeto e execução realizadas ade-

A fase de manutenção é conhecida como o con-


24

Figura 3: Fissuras resultantes do recalque da fundação.

Figura 4: Fachada externa bolhas e reboco/emboço apresentando

fonte Foto de Fernanda Jordão.

desplacamento e pulverulência. fonte Foto de Fernanda Jordão.

quadamente, cabe ao usuário zelar do seu espaço para

garantir que a estrutura tenha bom desempenho e não

ser evitadas principalmente as de fachadas levando-

perca suas características durante sua vida útil. É ne-

se em consideração todos esses aspectos, mas princi-

cessário também a elaboração de um plano de inspeção

palmente as ocasionadas por agentes agressivos como

e manutenção periódica para corrigir falhas decorrentes

as intempéries, visto que cada fachada estará sujeita a

da utilização, dos agentes agressivos do meio ambiente,

um tipo de exposição, sendo o detalhamento arquite-

que danificam principalmente as fachadas dos edifícios

tônico na fase de projeto de fundamental importância

(figura 4) e de imprevistos impactos acidentais.

e este levará em consideração os diferentes graus de

De acordo com Souza e Ripper (2009), muitos

exposição de cada uma, podendo neste momento serem

problemas ocasionados pelo uso inadequado da obra

especificados os materiais adequados para que se con-

podem ser prevenidos orientando os usuários sobre as

siga uma boa aparência dessas fachadas, durabilidade e

possibilidades e as limitações do uso das edificações.

consequente aumento da vida útil das edificações.

Embora se tenha agregado conhecimento e novas técnicas construtivas ao longo do desenvolvimento da

Muitas manifestações patológicas poderiam

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS <<<

construção civil, muitos fatores ainda contribuem para

AZEVEDO. Minos Trocoli. et al. Concreto: Ciência e Tecnolo-

a degradação da edificação, entre eles podemos citar

gia. São Paulo: Ibracon, 2011. 1902p., v.2.

as falhas involuntárias, utilização de material de baixa

SOUZA. Vicente Custódio e RIPPER. Thomaz. Patologia, Re-

qualidade, utilização errada de materiais, diferentes ti-

cuperação e Reforço de Estruturas de Concreto. São Paulo:

pos de imperícias, envelhecimento natural do empreen-

PINI, 1998. 262p

dimento, erros projetuais. Não podemos deixar de citar ainda, a escassez de mão-de-obra qualificada, a execução de obras em curto prazo, a utilização de materiais impróprios, a falta de acompanhamento de responsáveis técnicos, entre outros fatores.

fernanda jordão

é mestre em Engenharia Civil–

Estruturas, professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do UNITRI, atua no escritório Jordão Arquitetos Associados. Mais informações: ferjordao.blogspot.com.br.



26

DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA PRESERVAÇÃO DO

NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO E ALTO PARANAÍBA

ASSIM COMO ACONTECE NACIONALMENTE, A

da malha, passaram a representar um corte na cidade,

preservação do patrimônio ferroviário da região do Tri-

fazendo com que tanto os trilhos quanto a Estação pas-

ângulo Mineiro e Alto Paranaíba não é boa: bens cultu-

sem a ser vistos como um entrave. Esta situação, asso-

rais abandonados e sem uso, vários edifícios já foram

ciada ao desprestígio e decadência deste meio de trans-

demolidos, e a maior parte dos que restam está em es-

porte, imporia, em inúmeros casos, sua remoção para

tado de arruinamento. Há ainda os que foram adapta-

novas áreas com a total perda do patrimônio original.

dos, sem projetos e ou estudos prévios para sua conser-

vação e utilização, sendo utilizados com outras funções.

Ferroviária Federal (RFFSA), com a concessão à inicia-

Poucos receberam projetos de conservação e restauro,

tiva privada para exploração das ferrovias, ocasionou

preservando tanto o edifício quanto a memória e a his-

o abandono das estações e na falta de conservação e

tória da ferrovia na região.

manutenção deste patrimônio, que não serviam aos in-

A desativação, liquidação e extinção da Rede

O patrimônio cultural ferroviário é constituído

teresses da concessionaria. Em 2007, o acervo de bens

tanto pelo patrimônio imóvel (edificações), como pelo

culturais com interesse de preservação foi reconhecido

patrimônio móvel (material rodante que inclui as má-

pela sua importância para a nação, o que resultou na

quinas a vapor e vagões de passageiros, cargas, correio,

promulgação da Lei Federal nº. 11.483/2007 imprimin-

troles, etc.). Tal patrimônio passou por distintas fases

do uma visão ampla de sua constituição e ações de pre-

de abandono devido a vários fatores, entre os quais po-

servação com a catalogação deste acervo, pelo Instituto

demos citar a desativação do transporte de passageiros,

do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Se

a retirada de trilhos e mudança do leito ferroviário, a

esta ação foi positiva, por outro lado, ao vincular a viabi-

desativação de ramais (que acarretou a obsolescência

lidade de recursos ao Programa Nacional de Apoio a Cul-

dos edifícios), seu abandono e, com isso, a deterioração

tura (PRONAC), através da Lei Rouanet (Lei 8.313/1991),

e a perda de vários exemplares do patrimônio cultural

o governo federal não destina, de fato, nenhum recurso

ferroviário. Outro fator relevante foi a substituição da

para ser aplicado diretamente na proteção da memória

máquina a vapor pela movida a diesel, que não neces-

ferroviária, que passa pelas mesmas dificuldades que a

sitava de um grande número de estações para parada

conservação do patrimônio cultural de modo geral tem

e abastecimento de água, acarretando no abandono de

no Brasil. Isto é, o governo reconhece e assume o com-

inúmeras estações de pequeno e médio porte.

promisso de administrar e promover a conservação e a

Em algumas cidades, com o crescimento e a

difusão deste acervo, mas não disponibilizam, de fato,

expansão urbana, os trilhos, que antes passavam fora

recursos para que o órgão responsável possa agir com


27

a memória da ferroviária se restringe à preservação de um único imóvel, ou seja, a estação ferroviária.

É importante ressaltar que mesmo as interven-

ções feitas em edifícios ferroviários de grande importância, têm recebido críticas de especialistas pela falta de uma reflexão mais profunda, sob o ponto de vista da conservação. Estações que deveriam ser conservadas sofrem processos de intervenções que modificam seu agenciamento interno e não resguardam nem a história e nem a concepção do edifício. As estações apresentam novos usos desvinculados da função original e não valorizam a memória ferroviária e /ou que não se adaptam ao espaço preexistente dos edifícios. As intervenções implicam em alterações de grande impacto na sua estrutura física, preservando-se apenas as fachadas.

É este, por exemplo, o partido adotado nas in-

tervenções de duas estações de São Paulo: no edifício administrativo da Estação da Luz (SP) para a introdução de um novo uso, o Museu da Língua Portuguesa, desconsiderou-se o agenciamento interno, preservando apenas as fachadas e na Estação Júlio Prestes, houve a modificação do edifício para sua adequação a uma sala de conserto, entre outras funções. Mesmo compartilhando estes usos com algumas linhas de trens metropolitanos e/ou metros, estas soluções são chamadas por KÜHL de “fachadismo” que argumenta:

(2008, p.187)

gum tipo de vínculo com seu uso original e, de modo geral,

cando, pois este tipo de ação nunca foi completamente abolida.

arquitetônico. Poucas são as edificações que mantêm al-

pelas deformações e descaracterizações que provocou, e continua provo-

para uma efetiva preservação da memória do patrimônio

na Europa, e um pouco que por todas as partes, que suscitou duras reações

fissional qualificado, com resultados pouco satisfatórios

transporte de passageiros, permanecem em grande ris-

nas as fachadas-, algo que esteve em voga num passado não tão distante

de médio e pequeno porte que perderam sua função de

percussão de uma onda de “fachadismo” – intervenções que conservam ape-

das de modo adequado ou sob a supervisão de um pro-

desconsiderar ostensivamente o interior do edifício configura-se como re-

nestes casos, as intervenções nem sempre são realiza-

de maioria das antigas estações, em especial aquelas

sição do conjunto que, no caso da Luz, atinge grande qualidade. O fato de

tem uma melhor perspectiva de sobrevivência e a gran-

todo um complexo de elementos que se articulam de modo orgânico na po-

ciativa das comunidades locais, o que é positivo, porém,

suas fachadas. Cabe lembrar que um edifício não é um mero contentor, é

co de perda. Muitas delas têm sido mantidas por ini-

apenas as estações de maior importância e visibilidade

A importância e a qualidade de uma obra arquitetônica não se limitam às

a eficácia e urgência necessárias. Como consequência,


28

No caso do Museu da Língua Portuguesa, o edi-

fício preservava integralmente um dos raros exempla-

res de espaços administrativos com origem no final do século XIX, em São Paulo; e que KÜHL conclui:

Uma restauração digna dessa denominação, deveria ter respeitado a configuração das várias fases do conjunto e dos elementos que compunham, oferecendo ao público, atual e do porvir, espaço evocativo das formas de compor do passado, promovendo um novo (ou renovado) uso, no presente, que seria inserido como um novo estrato da história, sem ferir os documentos existentes. Ou seja, valorizar o todo e suas partes, respeitando os elementos caracterizadores, que são verdadeiros documentos que interessam à história em suas várias facetas (e às ciências em geral). No que respeita especificamente à arquitetura, pela relevância de soluções estrutural, pelos materiais empregados, pela forma de compor, pelos seus ornamentos e pela distribuição de seus ambientes. (2008, p.193)

Conforme apontado em diversos documentos

Importante destacar que o novo uso deve respeitar o

internacionais amplamente acatados pela comunidade

agenciamento interno, sendo feito pequenas adaptações

especializada em conservação do patrimônio cultural, o

sempre precedidas de estudos e fundamentações que

que melhor deveria determinar o tipo de intervenção a

justifiquem tais modificações. O programa proposto para

ser realizado em um bem cultural, deveria ser a análise

as estações durante os processos de restauro deverão

do seu estado atual de conservação, no caso das esta-

se adequar ao espaço preexistente e não ao contrário.

ções paulistas citadas o estado de conservação era bom

Caso o uso provoque modificações no agenciamento, in-

sendo que seria possível a conservação do agenciamen-

tervenções que modifiquem drasticamente o documento

to interno e pequenas adequações. No caso das esta-

histórico, este deverá ser repensado e revisto.

ções brasileiras a maioria encontra-se em processos de

arruinamento e não é possível sua conservação e/ou

restauro é a manutenção do caráter simbólico do valor

restauro. Muitas necessitam de processos de restauro,

histórico do objeto como algo ligado a história com a

sendo que o grau de intervenção deverá ser estudado

importância da ferrovia e de seu significado para cada

caso a caso, a partir do seu estado atual, mas atento

localidade onde está presente. VINÃS destaca estes ob-

ao critério de intervenções mínimas e fundamentadas,

jetos com potencial de restauro e descreve o que são os

pois qualquer intervenção implicara em transformações.

objetos históricos:

Outro elemento importante no processo de

Los objetos históricos son aquellos que resultan útiles para la Historia (los objetos historiográficos), pero también aquellos que son útiles para recordar sus momentos más destacados, aunque no sean útiles para la Historia (los objetos rememorativos).

(2010, p.31)


29

Portanto, quando o valor histórico e simbólico

no distrito de mesmo nome do Município de Uberaba,

dos edifícios, no caso das estações, é desconsiderado

Minas Gerais. Ao longo dos anos Peirópolis revelou-se

para sua ocupação e valorização, o restauro não conse-

como um dos mais importantes centros de paleonto-

gue resgatar essa memória e conservá-la. No caso da

logia das Américas e o edifício da pequena estação foi

manutenção da memória e sua transmissão, o novo uso

restaurado para abrigar parte do Museu de Paleontolo-

deve sempre estar atrelado à criação de espaços muse-

gia de Uberaba/MG. O projeto conservou a volumetria

ológicos que revelem a história do edifício e sua signi-

e as fachadas da antiga estação, mas, internamente,

ficância, não esquecendo jamais que o próprio edifício é

houve adequações e modificações para o funcionamen-

um documento histórico e que também deve revelar às

to do “museu dos dinossauros”. Ao adentrar o museu, o

futuras gerações o que aí foi e sua importância cultural

visitante não consegue mais se lembrar de que encon-

através deste espaço de memória.

tra-se em um edifício ferroviário e a história da estação

Como exemplos de ocupação de estações na

é totalmente substituída pela história dos dinossauros.

região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, observe-

Para os visitantes mais distraídos ou os mais jovens, é

mos dois exemplos distintos: O primeiro que desconsi-

possível visitar o museu sem identificar que o edifício,

dera a história do edifício, a intervenção da Estação de

originalmente, era uma estação ferroviária.

Peirópolis. Está estação é de pequeno porte localizada

o novo uso deve sempre estar atrelado à criação de espaços museológicos que revelem a história do edifício e sua significância

Antiga plataforma de embarque e desembarque da estação de Peirópolis. fonte Clayton França Carili


30

O segundo, que considera a história da esta-

premissa do projeto foi que o uso é hospede do prédio e

ção e preserva seu agenciamento interno com pequenas

como tal deve se adequar ao espaço pré-existente sem

adequações para adaptação ao novo uso é o Centro Ad-

descaracterizar o espaço interno, porém com pequenas

ministrativo e Cultural de Araguari, Estação da Estrada

intervenções para seu funcionamento, sendo identifi-

de Ferro Goiás, “Palácio dos Ferroviários”. O edifício per-

cáveis as intervenções e reversíveis. O edifício abriga o

tencente ao Complexo Arquitetônico e Paisagístico da

gabinete do prefeito e seus principais assessores, além

Estrada de Ferro Goiás, constituído de uma estação de

de um museu no térreo que resguarda a memória da es-

grande porte e é uma área tombada pelo município e pelo

tação e da ferrovia. O local era símbolo do transporte fer-

estado. O projeto de restauro foi realizado em 2004 por

roviário em Araguari e ficou abandonado por um grande

equipe multidisciplinar e por arquiteto especialista em

período. Após seu restauro, o prédio em estilo eclético

restauro, sendo este aprovado pelo Instituto do Patrimô-

tornou-se uma referência na cidade e é símbolo do pro-

nio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG. A

cesso de preservação dos bens culturais no município.

O p r o j e t o c o n s e r v o u a v o l u m e t r i a e a s fa c h a d a s d a a n t i g a e s ta ç ã o, m a s, i n t e r n a m e n t e , houve adequações e modificações para o funcionamento do “museu dos dinossauros”

Estação da Goiás (2005) fonte Bruno Vieira


31

Estação da Goiás (1928) fonte Acervo público Dr. Calil Porto

Estação da Goiás (2005) fonte Clayton França Carili

As ações de conservação do patrimônio ferrovi-

atentas a critérios mais respeitosos à sua significação

ário citadas mostram situações diversas de intervenções

simbólica e que a preservação deste acervo cultural seja

e a complexidade da preservação, tanto com relação aos

sempre feita no sentido de valorizar a memória da fer-

edifícios ainda abandonados, quanto às novas interven-

rovia, tornando-a o principal objetivo dos projetos.

ções. Conclui-se que a estas últimas devem se manter

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS <<< KÜHL, Beatriz Mugayar. Preservação do Patrimônio Arquite-

VINÃS, Salvador Muõz. Teória contemporánea de la restaura-

tônico da Industrialização: problemas teóricos de restauro.

ción. Madrid: Editorial Síntesis, S. A., 2003. 205 p.

Cotia/SP: Ateliê Editorial, 2008, 325 p.

clayton frança carili Arquiteto Urbanista formado pelo Centro Universitário do Triângulo (UNITRI) em 1999, Especialista em Revitalização Urbana e Arquitetônica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2000. É autor de diversos projetos de restauro com destaque para o projeto de restauro da Estação da Estrada de Ferro Goiás – “Palácio dos Ferroviários”, que recebeu o primeiro lugar na categoria de obras construídas, conservação, reutilização e valorização do patrimônio construído, na 10° Premiação do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Minas Gerais em 2008. Professor do Curso de Arquitetura do Centro Universitário do Triângulo (UNITRI) desde agosto de 2004. Mestrando do Programa de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), PPGAU, 2013 sob a orientação da Professora Doutora Marília Maria Brasileiro Teixeira do Vale. CONTATO profclayton@ymail.com / claytoncarili@gmail.com www.escolcaculturaepreservacao.blogspot.com


32

/////////////////

trabalhos

INTERDISCIPLINARES

A BUSCA DA MELHORIA DOS PROCESSOS de apren-

dizagem tem sido a tônica da comunidade acadêmica há muitos anos. No entanto, a partir da década de 1980 estes estudos se acentuaram, culminado em um grande número de termos e propostas que incluem temas transversais como interdisciplinaridade, pluridisciplinaridade e multidisciplinaridade. A prática pedagógica nos cursos de Arquitetura e Urbanismo possui nuances que requerem adaptações às especificidades do ensino de projeto, percepção da realidade, formação do aluno crítico, entre outros desafios. O curso de Arquitetura e Urbanismo do UNITRI vem adotando há 12 anos uma prática que envolve a interdisciplinaridade como elemento preponderante na organização do trabalho pedagógico. Entendendo a interdisciplinaridade como uma busca da interatividade entre as disciplinas capaz de gerar processos críticos e entendimento da realidade de uma forma menos fragmentada. Os diferentes saberes são abordados à luz de uma relação professor-aluno menos autoritária e mais integrada. A Revista AUP! selecionou e apresenta os melhores Trabalhos Interdisciplinares semestrais oriundos desta prática pedagógica. Nesta edição apresentamos apenas os trabalhos do turno diurno, programando para a próxima edição também aqueles oriundos do noturno.


2º PERÍODO O PROJETO FUNDAMENTA-SE NA PARTICULA-

4º PERÍODO A INTENÇÃO PRIMORDIAL NA CRIAÇÃO FOI

ridade da edificação – servir de espaço de trabalho para

manter uma composição e integração com a natureza,

uma equipe de arquitetos – e total integração com o seu

buscando estabelecer um conjunto harmônico. A inspi-

entorno. Busca-se o melhor aproveitamento da ventilação

ração partiu da observação de árvores, sobretudo as do

e iluminação naturais, além da utilização de meios artifi-

gênero Tabebuia, conhecidas como Ipê. Estas chamam a

ciais de umidificação, a exemplo da inserção de um espe-

atenção pela estrutura profunda e pela beleza das flo-

lho d’água como elemento de composição com a natureza.

res que dão cor à árvore uma vez ao ano.

Assim, se dispõe um ambiente a um só tempo funcional,

harmônico e que oferece conforto físico e psicológico.

com que a edificação nasça como estrutura do bairro e a

flor tem sua beleza refletida momentaneamente quan-

Nessa concepção, a área de serviço e as salas

A folha torna-se parte da volumetria, fazendo

são ligadas apenas por uma marquise, tornando-as in-

do os visitantes adentram à edificação.

tegradas e, ao mesmo tempo, independentes. Desta for-

ma cria-se o conceito básico estabelecido nas escolhas

sicamente de concreto armado e vigas vierendeel, com

espaciais, com a marquise sendo o ponto de maior des-

cobertura metálica feita por treliças e telhas termoa-

taque, isolando a área de serviço da área de trabalho.

cústicas. Ressalta-se o uso de telhado verde em prol da

sustentabilidade.

As principais cores trabalhadas no projeto con-

O sistema estrutural adotado é composto ba-

trastam entre si, constrói-se então um projeto com for-

te referência visual, aliado a uma arquitetura que busca

e serviços, restaurantes e bares implantados em uma

O Centro Comercial conta com áreas comerciais

unir os pedestres à obra. Assim, tem-se uma obra con-

praça de alimentação, além de recreações e lazer, tor-

temporânea, funcional e atrativa.

nando-o ponto de convívio atrativo.

>> autores

autoras <<

ADRIANO FLAUSINO / NAESSA GOULART

CÍNTHIA BORGES VIEIRA / KAMYLA LIMA DA MATA


2º PERÍODO O ATELIÊ TEVE COMO BASE A NECES-

princípios, tendo um projeto com formas simples, mas com uma

sidade de adequar os projetos de arquitetura ao

estética que oferecesse uma identidade própria ao Ateliê. O uso

lugar do qual eles farão parte. Tivemos assim

de janelas em fitas proporciona iluminação natural, e a priva-

a necessidade de buscar conceitos e ideias que

cidade e tranquilidade são garantidas pelo paisagismo, propor-

proporcionassem algo que atendesse não só às

cionando harmonia e simplicidade ao projeto. Seu interior conta

necessidades de espaço, mas que também tor-

com salas que visam tornar o trabalho agradável e passam aos

nassem o Ateliê um projeto sustentável. A par-

clientes a imagem de uma empresa sólida, capaz de atender

tir dessa contextualização de ideias e necessi-

suas necessidades.

dades que o projeto deveria atender, buscamos ao máximo utilizar de forma adequada esses

>> autores LUCAS DUARTE / DEBORAH OLIVEIRA

2º PERÍODO O PROJETO DESTINA-SE A INSTALAÇÃO DE

um ateliê de arquitetura. Edificação em apenas um pavimento, que possuirá salas de escritório, reunião, recepção, instalações sanitárias, copa e despensa. A obra será implantada no cruzamento entre as ruas Augusto César e Mercedes Brasileiro, no Bairro Fundinho, na cidade de Uberlândia, MG. O terreno possui aproximadamente 415 m², e a área construída é de 50m². A premissa básica foi a de criar uma linguagem funcional e confortável. Visando a otimização dos espaços, criamos um estacionamento com entrada na Rua Mercedes Brasileiro e saída na Av. Augusto César, para facilitar o acesso à edificação, considerando a particularidade das vias, na qual uma delas é uma movimentada avenida e a outra se trata de uma via estreita, no bairro que conta a história do início da cidade. >> autores ELLISA GOSUEN / MARCELA RODRIGUES


4º PERÍODO A ARQUITETURA É UMA JUN-

simétrico e geométrico, a fim de representar a arte da arquitetura. A

ção de formas geométricas, composi-

maneira como uma imagem visível, compreendida pelos usuários. As

ção de volumes cheios e vazios, formas,

formas fazem parte da vida das pessoas, estão por toda a parte e são

tamanhos distintos, linhas sinuosas e

de fácil compressão, criando uma identificação com o natural. Utilizando

atraentes. Desta maneira, ela precisa de

assim formas simples que compõe o entorno.

formas para ser criada. Partindo deste princípio, foi desenvolvido um espaço

>> autores LAYSA MARQUES / MARINA JUSTINO


4º PERÍODO AO ANALISARMOS O NOSSO ENTONO, NOS DEPARAMOS COM A COMPLEXIDADE DESTE BIOMA RICO E RE-

pleto de belas formas. Projetamos um edifício aberto e sem paredes delimitantes, organizado em quatro blocos e com espaçamentos nos quais utilizamos pracinhas para que os clientes desfrutem de um ambiente ao ar livre com espécies do cerrado. As coberturas dos blocos têm formas que mesclam o curvo com o ortogonal, pois a total ortogonalidade negaria a organicidade natural do bioma. Os pilares árvore que compõe a estrutura do prédio, remetem às árvores do nosso cerrado. O sistema construtivo utilizado foi a alvenaria e os pilares são em madeira. O centro comercial está inserido em uma área de 10000 m² (100x100), sendo que possui uma área construída de 4460 m² com 22 lojas, seis lanchonetes e um bar temático, além de possuir estacionamento para 99 vagas.

>> autoras GABRIELA SIPPERT / GABRIELLA KELLY

5º PERÍODO O PROJETO ARQUITETÔNICO DA CRECHE, LOCALIZADA EM UBERLÂNDIA E COM ENTRADA

na Rua Professor José Inácio, tem como conceito o quebra-cabeça, este perceptível nos blocos individuais, que em conjunto formam uma unidade. O fluxograma foi definido de modo que cada bloco atendesse a uma faixa etária ou atividade. São três blocos de salas de atividades e repouso, sendo que um destes possui fraldário, lactário e solário e, portanto, destinado a crianças de 0 a 2 anos de idade. Outro bloco é destinado à secretaria, diretoria, sala dos professores e enfermagem. Tem-se também um bloco com a cozinha e refeitório e outro com espaço para funcionários. Os blocos foram dispostos de modo a receber o máximo de iluminação e ventilação natural, tendo-se os ventos dominantes a nordeste. A cobertura em laje impermeabilizada também forma um grande quebra-cabeça. >> autores LAURA CAROLINA DE LIMA / RODRIGO BARBOSA


4º PERÍODO O CONCEITO DO BAIRRO TEVE COMO BASE A INTEGRAÇÃO,

com o intuito de oferecer através do loteamento uma melhor socialização e atender às diferentes classes sociais presentes na área, localizada no Setor Oeste de Uberlândia/MG. Com a utilização de elementos significativos, como cul de sacs, áreas verdes, praças e um sistema viário amplo e ramificado, planejamos propôr um projeto orgânico que fornecesse também uma boa qualidade de vida e conforto para a população. Com isso, foi projetado um centro comercial que garantisse ao bairro e seu entorno uma área comum para os moradores. Nos inspiramos nas tradições da cidade para compôr o seu conceito, neste caso na tecelagem. Como elementos marcantes do projeto, utilizamos o brise da fachada principal como representação do tear e também uma área verde externa para convivência e identificação com o entorno.

>>

autoras GEOVANA STRONA / MARCELLE ALMEIDA

6º PERÍODO PARTINDO DO CONCEITO “PERMACULTURA, A ESCOLHA DA VOCAÇÃO: ECOTURISMO SUSTENTÁVEL”, O

projeto reúne referências e propostas visando a qualidade de vida e a integração com o meio ambiente, como a ecovila Findhorn, na Escócia. A escolha da área com potencial para o turismo ecológico está cercada de cursos d’água e cachoeiras. Nela, a cidade foi implantada no platô mais alto, como um mirante de vista privilegiada, e de acesso facilitado pela rodovia MG 413. Vias locais amplas, vias coletoras com ciclovia central e vias arteriais com ciclovias e eixo para transporte público, todas com canteiros previstos em toda sua extensão definem o sistema viário. No eixo central foi implantado um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), cercado por um calçadão de movimentação restrita ao pedestre. Os bairros, integrados por este eixo central, são facilmente acessados por pedestres e ciclistas por vias especiais de acesso (calçadões) distribuídos por todo o perímetro, enquanto o fluxo de veículos se restringe para o acesso de veículos aos usuários daquele espaço.

>> autoras ARIANE MACIEL / MARIA GABRIELA ALVES


7º PERÍODO O CONCEITO ADOTADO EM TODO PROJETO FOI

maneira a remeter os anéis olímpicos, onde os cinco aros

o simbolismo, contemplando o parque olímpico e a habi-

interligados representam a união dos cinco continentes

tação de interesse social. O parque olímpico representa as

e que mais tarde representará a união dos moradores. A

diversas etnias através de seus participantes, cada uma

volumetria reta dos blocos residenciais remete aos sím-

com seus símbolos e crenças, tudo em um único lugar.

bolos étnicos indígenas, pelo fato do evento ocorrer no

Conta com ginásios de diversas modalidades e um par-

Brasil. A habitação é implantada em quadra aberta, per-

que ecológico que garante a preservação da mata nativa e

mitindo a utilização das áreas comuns, como playground

integração com o parque já existente. Composto por cin-

e quadras poliesportivas, por todos os moradores.

co torres, o complexo habitacional conta com 990 apartamentos. Nossos edifícios habitacionais se dispõem de

>> autores ANA CAROLINA SILVA / JEFFERSON RAMOS

4º PERÍODO ESTE CENTRO COMERCIAL TEM COMO MODE-

metendo a um grau de dificuldade para ser percorrida a

lo um shopping aberto. Sua inspiração deu-se pelo rio e

pé ou uma área de proteção – a estética da construção

os córregos que cruzam a área de um loteamento. Todo

vem complementar toda a obra. Uma vez que a mes-

rio em sua formação, constitui-se de um vale e seus

ma lembra um pássaro de longas pernas como a garça

córregos possuem veredas: solos hidromórficos. Como a

branca, comum dessas regiões. Dando um movimento

vereda é uma formação vegetal típica do Cerrado, nosso

figurativo a “lama”, o edifício nos dá liberdade para esse

projeto leva o nome de Veredas Center. Em sua estrutu-

espaço proposto, com centro de exposições e uma vasta

ra há uma representação, quando se observa a abertura

entrada de vento e luz natural.

para a captação de água ao centro do prédio, fazendo alusão a tal formação. Consoante à ideia de vereda – re-

>> autores CIBELE KORYANDER / HENRIQUE RODRIGUES


3º PERÍODO CASA CARACOL, UNIFAMILIAR, COMPOSTA POR

cada um representando uma família, e o dimensiona-

uma família convencional, um casal e duas filhas, que

mento é feita a partir da sequência de Fibonacci: 1, 1, 2, 3,

agregaram os avós maternos. De certo modo duas famí-

5, 8, 13, 21, 34, 55… A centralização dos espaços íntimos

lias. O caracol é um crustáceo cuja concha lhe serve de

é a prioridade da casa, visto que está será frequentada

moradia e proteção. Se pudéssemos entrar nela, estaría-

por muitos familiares por ser uma casa de avós também.

mos sempre nos deslocando para o centro, até seu pon-

Logo, a organização espacial da casa será simétrica, hie-

to inicial. O projeto busca uma hierarquização do centro

rarquizada e centralizada.

dos caracóis, da casa, pois estes serão reservados principalmente aos espaços íntimos dos quartos. Percebe-se

>>

uma simetria bilateral na casa, dois caracóis espelhados

autores CAROLLINY BRUNNIÊ


3º PERÍODO O PROJETO A CASA ESPIRAL FOI REALIZADA

através da proposta de habitação unifamiliar, atendendo três gerações. Utilizamos como conceito o “Espiral”, onde tudo gira em torno de um eixo (família). O projeto

6º PERÍODO A CIDADE VERDE HORIZONTE FOI CRIADA

tem como prioridade a organização espacial, buscando a

na tentativa de descentralizar a microrregião de Uber-

amplidão e versatilidade dos ambientes sociais unidas

lândia, tendo o turismo, o setor universitário e polo

a elementos modernos e contemporâneos. O partido

tecnológico como vocação. A ideia é ressaltar o futuro

caracteriza a forma de maneira assimétrica com sim-

movimento trago pelo turismo no rio Paranaíba, crian-

plicidade, através das curvas. A casa foi implantada em

do parques lineares, clubes, pesqueiro, chalés, bondes,

um terreno de topografia irregular, sendo a mesma uti-

ciclovias e passarelas, que auxiliariam no conforto dos

lizada em seu favor. Como tecnologia, foram utilizados

pedestres. O projeto conta ainda com um grande bazar

materiais como telha ecológica, tinta ecológica e piso

cultural com artesanatos e gastronomia, espelhado no

grama. A obra foi idealizada buscando a integração en-

Recanto Sonho Verde de Cascalho Rico e no Grande Ba-

tre trabalho, moradia e lazer, uma vez que foi projetado

zar em Istambul. Para concretizar a descentralização

um ambiente comercial independente. Contudo, a casa

da microrregião, foi idealizada uma Universidade, que

revela suavidade, leveza e funcionalidade.

desafogaria a cidade de Uberlândia. Além da faculdade, Verde Horizonte contaria com vários centros comerciais

>> autores AKAILA ABREU / CAMILA AMADO

e recreativos e um hospital universitário, assim como na cidade de Campo Grande/MS. O conceito foi baseado na cheflera, um arbusto asiático, que possui um desenho inusitado, possibilitando um planejamento amplo com várias malhas hierarquizadas e orgânicas como o desenho da folha e servindo também dos preceitos da Cidade Jardim de Ebenezer. >> autoras CAROLINA DE SOUZA / MARIANA GONTIJO


4º PERÍODO PRIMEIRAMENTE FOI PROPOSTO PELO PROFESSOR DE PROJETO O DESENVOLVIMENTO DE

um centro comercial em um bairro recém-projetado na região oeste da cidade de Uberlândia/MG. A partir disto, iniciamos o programa de necessidades a partir do conceito Fogo, pois este representa o desenvolvimento e a mudança da natureza, bem como o comércio na humanidade, além de que o ser um elemento-chave para o desenvolvimento do ser humano. Pensamos numa forma que se utilizasse do princípio de sobreposição de uma fogueira, assim, as lojas principais foram organizadas em torno de um pátio triangular e logo acima, no segundo pavimento, vem o restante das lojas e o espaço do lazer, que foram colocados com alguns vãos em balanço, criando a sensação de que se está dentro de uma fogueira. Para completar, utilizamos de outros elementos paisagísticos que remetem ao fogo devido a sua natureza ou cor. >> autoras MARÍLIA OIWANE / ULYSSES SANTOS

2º PERÍODO O ESCRITÓRIO É COMPOSTO DE

recepção, ateliê, sala de reunião, dois banheiros acessíveis, copa e jardim de inverno, e nele trabalhariam dois arquitetos e dois estagiários. O conceito geral do projeto é proporcionar equilíbrio entre a obra e o ambiente, harmonizando a união da arquitetura e do paisagismo. Além disso, a disposição dos cômodos varia de acordo com o princípio da funcionalidade, buscando uma maior facilidade ao se deslocar entre eles. A arquitetura clean e moderna da obra chama atenção, e a grande presença do vidro e da cor branca fazem referência à vertente arquitetônica de Le Corbusier. autoras << CAROLINA MIYUKI / RAÍSSA TAVARES


6º PERÍODO O PROJETO DO EDIFÍCIO PARTE DO CONCEI-

to de afunilar os fluxos, formando uma única área de circulação, proporcionando uma setorização imponen6º PERÍODO O PROJETO CONCEITUAL TRATA-SE DE UM

te no mesmo e tendo como referência o Edifício Sesc

edifício comercial no qual foi adotado a Metamorfose

Pompeia em São Paulo, da Arquiteta Lina Bo Bardi. A

com parâmetro principal de desenvolvimento, levando em

modernidade do edifício se revela através das técnicas

conta a liberdade das formas. Por trás de metaformas,

construtivas e materiais de última geração, como spi-

o conceito traz o desenvolvimento de uma vida, desde a

der glass e placas fotovoltaicas que geram energia ao

fase de agrupamento e proteção até a fase de liberdade,

mesmo. O acesso é feito pelas escadas e elevadores lo-

na qual o projeto adquire independência, mesmo em suas

calizados na parte circular, que se conecta as salas co-

formas interligadas em um elo, pois a Metamorfose é uma

merciais através de passarelas verdes proporcionando

passagem continua e finita. Definida de forma orgânica,

conforto ambiental aos que ali transitam. O edifício é

a planta foi inspirada na forma livre do voo da borboleta,

composto por lojas, salas comerciais, praça de alimen-

e em conjunto ao paisagismo as formas se intercalam,

tação, estacionamentos e um auditório independente. A

fazendo com que o observador perceba a transformação

acessibilidade é um ponto primordial no projeto, nota-

enquanto caminha. Revestida em aço e vidro, possui tam-

da nos banheiros acessíveis, pisos táteis, utilização de

bém um sistema de Dryvit Galvanizado em Poliestireno

rampas e elevadores. Na implantação o paisagismo cria

Expansível, com cobertura de manta em fibra de Titanium

uma extensa área sombreada que proporciona um clima

que recicla o ar quente e resfria todo edifício.

ameno, tornando uma área de convívio e integração.

autores <<

autoras <<

IAGO CÉSAR CARVALHO / JÚLIA BERGER

JULLYANA CUNHA / MARIA ELIZA OTONI


6º PERÍODO O OBJETIVO DO TRABALHO ERA A ELABORAÇÃO

praça que permitiam o acesso a todos estes elementos.

de um projeto de um Complexo Empresarial composto de

A estrutura do edifício conta com lajes nervuradas e pi-

uma Torre Comercial, Auditório e Conjunto de Lojas, que

lares de concreto, além de divisórias internas de drywall.

atendesse às necessidades de Uberlândia e da importan-

Para o fechamento externo, além do concreto foram uti-

te via da cidade onde este seria locado, a Avenida João

lizadas amplas janelas pivotantes em vidro temperado,

Naves de Ávila. O conceito do projeto propôs a integração

que além de permitirem iluminação e ventilação natu-

de forma natural do Complexo Empresarial à via através

ral, garantem uma beleza contemporânea ao edifício.

de um ELO, que é o que esta via representa para a cidade. No projeto, os elementos que compõem o Complexo

autoras <<

foram interligados através de um eixo Integrador e uma

EDITH MÁRCIA FIGUEIREDO / GRACIELE GAMA


6º PERÍODO PARA O TRABALHO INTERDISCIPLINAR DO 6º

a seu sentido de união, que caiu perfeitamente ao parti-

período, projetamos o edifício ATN (Aliança Torre de Ne-

do, onde foram criados dois blocos distintos de concreto

gócios), um prédio que atendesse à demanda de espaços

armado – um abrigando a torre de negócios e o segundo

comerciais e escritórios para a cidade Aliança, também

com o auditório – interligados por uma passarela sus-

projetada neste período, que abrigava um polo tecno-

pensa com estrutura de concreto armado e fechamento

lógico de design acadêmico e industrial. Seu programa

em vidro na cor vermelha, sendo este o elemento de des-

de necessidades inclui um auditório, lojas comerciais no

taque e único acesso de um bloco para o outro.

térreo, e pavimentos tipo para salas de escritório. A palavra “aliança” foi tomada como conceito do projeto devido

>> autoras CAMILA ÁVILA SILVA / LAIS ALAMY

6º PERÍODO COMO RESULTADO DE MUITO TRABALHO EM GRUPO, SURGE O PROJETO DO EDIFÍCIO ACHE, CUJO PRO-

JETO se dá pela junção de uma torre mista com 10 andares de escritórios, dois andares comerciais e um auditório. O projeto do conjunto segue uma linha arquitetônica limpa e moderna, com traços rígidos e leves. Sua volumetria lembra um grande arco vazado, possibilitando a transição dos usuários por entre suas colunas e permite a permeabilidade visual dos transeuntes da avenida na qual está locado. Além disso, o projeto conta com design moderno, o conjunto possui técnicas construtivas voltadas à preocupação ambiental, sendo constituído por um sistema estrutural metálico, tendo seu revestimento feito com um tipo específico de cerâmica que, além de não necessitar de muita manutenção, capta e transforma a luz solar em energia. Por fim, seu posicionamento faz com que o edifício possa conter grandes aberturas envidraçadas que emolduram a paisagem local. >> autores KARINA CUNHA PACHECO / MATHEUS PIRES


6º PERÍODO ENTRE ARAGUARI E UBERLÂNDIA, APIÁRIA

6º PERÍODO O TRABALHO APRESENTA O PROJETO DE

surge, com aproximadamente 60 mil hectares, delimitada

uma cidade universitária e alto sustentável. Com um polo

para inserção do novo município com o intuito de descen-

tecnológico instalado dentro dela, pesquisas e trabalhos

tralização de Uberlândia. Inspirado na forma orgânica da

darão oportunidade a vários moradores. O projeto possui

colmeia, o conceito visa trabalho, organização e setoriza-

um eixo com ciclovias e uma faixa de ônibus eletrônico

ção, através de uma estrutura viária partindo do desenho

que para nos principais locais da cidade como prefeitu-

da colmeia formando uma malha perpendicular de ruas

ra, rodoviária, faculdade, escolas, hospitais e etc. Como

cortadas por avenidas em diagonal, quarteirões de di-

a cidade vai ter como principal lucro a tecnologia, pro-

mensões distintas e uma avenida estrutural que contor-

jetamos o edifício comercial Hearth, onde empresários

na a cidade. Com vocação para campo universitário, am-

podem montar seus escritórios e ficar mais próximos

pliação da área de agronegócios através da implantação

de seus investimentos. O edifício tem como conceito o

de uma Embrapa e destaque na parte cultural, a cidade

tripé, pois ele com seus três grandes pilares sustentam

propõe valorização do pedestre e conta com um parque

todo seu peso e todo vasto leque de grandes empresas.

linear, calçadas largas, ruas bem orientadas, ciclovias em

O edifício possui 12 andares sendo os dois primeiros de

uma rede verde, futura proposta de implantação de VLT,

lojas abertas aos moradores. Ambos os projetos se pre-

dentre outros, trazendo a concepção de cidades projeta-

ocupam principalmente com a segurança e conforto de

das que obtiveram sucesso como Maringá e Canberra.

toda uma sociedade que vai se fixar nessa nova cidade.

>> autores NÉVITON MELO / RUI SALVINO

>> autores THIAGO GARCIA / ISABELLA BOAVENTURA


6º PERÍODO O PROJETO TITULADO WIND TOWER, TERMO

das praças lineares que se dispõem de forma alternada

que significa “torre de vento” em inglês, foi desenvolvido

por andar. Nesta área o pé direito é duplo, suportan-

no conceito bumerangue, inspirado na sua aerodinâmica

do assim espécies de plantas de maior porte. Uma das

e formato, resultando em um edifício com grande ventila-

tecnologias utilizadas no projeto é a laje nervurada que

ção, econômico no quesito energia e de aparência inova-

oferece vários pontos positivos como economizar aço e

dora. No exterior do prédio há uma praça, seu estaciona-

concreto, fornecer estrutura segura e otimizar vãos com

mento é subterrâneo e o pavimento térreo foi destinado

maior envergadura. Além desta, utilizou-se o vidro de

às lojas. Os demais 10 pavimentos abrigam escritórios e

proteção solar, assim priorizando o conforto ambiental.

o terraço possui academia e restaurante. Além disso, no edifício há um anfiteatro. Na área interna são encontra-

>> autores DOUGLAS PINHEIRO / MARCELO LARA

8º PERÍODO O PROJETO É UMA PROPOSTA DE RESTAURO

mento. Esta relação se faz presente a partir dos mate-

da Oficina Cultural de Uberlândia, com a criação de um

riais utilizados, como o vidro espelhado, permitindo ver

anexo. Das edificações existentes, dois blocos são tom-

somente de dentro para fora, de forma que só através do

bados pelo Patrimônio Histórico, estes foram restaura-

conhecimento podemos enxergar. Além disso, permite

dos e adequados aos usos e acessibilidade. Um bloco

ver o edifício tombado espelhado no anexo, criando uma

concentra as exposições temporárias e o outro recepção,

conexão entre eles, e é símbolo de autoconhecimento.

administração e exposição fixa sobre a história do local.

Outros materiais remetem à ideia dos pontos de vista,

O anexo concentra salas de oficina, auditório e área de

como os cobogós, despertando mistério e curiosidade.

convivência. O conceito “Despertar para a Cultura” busca incentivar a cultura na sociedade e o desejo do conheci-

>> autores ANA FLÁVIA PRADO / LETÍCIA CONSTANTIN


6º PERÍODO O EDIFÍCIO COMERCIAL VAN GOGH, LOCALIZA-

mente o equilíbrio no meio ambiente. Isto acontece no

do no setor sudeste da cidade de uberlândia, em um lote

projeto através dos materiais escolhidos, na execução

lindeiro à Avenida João Naves de Ávila, foi projetado com

da obra, na preservação e na reutilização de energias

o objetivo de fomentar ainda mais o comércio da região

não renováveis. Embora o conceito seja principalmente

além de tornar-se um marco arquitetônico em um lugar

fundamentalista, podemos também observar na volu-

da cidade que é carente desse tipo de atrativo. O con-

metria, os grandes balanços e pilotis remetem ao con-

ceito do projeto, Equilíbrio, engloba um aspecto impos-

ceito, fazendo com que o projeto se encaixe nele tanto

sível de não citar hoje em dia, a sustentabilidade, que

plástica quanto teoricamente.

nada mais é do que promover a exploração de áreas ou o

uso de recursos naturais de forma a prejudicar minima-

>> autora EDUARDA ALVES SIQUEIRA

6º PERÍODO A PROPOSTA DO EDIFÍCIO HEVEA BUSINESS

baseou-se no Bonsai, que não caracteriza-se apenas como uma técnica e uma representação de árvores em miniatura, mas também é vista como arte e sensibilidade, representada pela luta da natureza para se adaptar ao terreno, ao clima, às rochas e ao vento. A proposta da estrutura surgiu da intenção de criar praças externas nos pavimentos de forma que as pessoas que frequentarem os escritórios terão a possibilidade de ter um contato com a natureza, além de proporcionar uma vista mais agradável para os ambientes através de uma obra de arte que será produzida pelo homem. Os jardins foram planejados e bem elaborados de forma a representar a natureza em uma proporção menor. Na estrutura projetou-se pilares aparentes nas áreas externas, sendo uma estrutura gigante de treliça feita de madeira e reforçada com aço (conhecida como “cogumelo”), para representar a estrutura de uma árvore. >> autores JAINER ROSSETTO / LUCIANA LIBÂNIO



LOCAÇÃO TEATRO MUNICIPAL DE UBERLÂNDIA / OSCAR NIEMEYER MODELO VANESSA MARQUES PRODUÇÃO PRISCILLA PRIX RETRATO ELISA VIANNA


7º PERÍODO ESTE TRABALHO CONSISTE NA PROPOSTA DE

implantação de um Parque Olímpico na cidade de Uberlândia/MG, onde, após a realização das competições, os alojamentos dos atletas serão destinados à habitações de interesse social. O conceito do parque baseia-se na articulação técnico-ambiental entre a prática de esportes, natureza, moradia e tecnologia, associados para uma perfeita integração entre o homem e o ambiente artificial em que vive e a natureza que o cerca. Para as habitações de interesse social, propôs-se a não segregação do público-alvo, adotando-se como conceito a articulação e a circulação. Considerando-se a diversidade do público-alvo desde a concepção do projeto, as habitações foram planejadas para atender jovens solteiros, recémcasados, casais com filhos, casais de meia idade, idosos e portadores de necessidades especiais sem segregação de usuários. Para isso, cada pavimento conta com apartamentos de um, dois e três quartos, além de apartamentos de três quartos com acessibilidade plena. >> autores MARIA AMÉLIA MANGUSSI / ROGÉRIO RIBEIRO


7º PERÍODO A PRIORI, CABE RESSALTAR QUE UBERLÂN-

5º PERÍODO O PROJETO É O DESENVOLVIMENTO DA RE-

dia-MG será palco de um grande evento esportivo, numa

qualificação da Avenida Monsenhor Eduardo, em Uber-

área próxima ao Parque do Sabiá. O alojamento planeja-

lândia/MG. A ideia foi criar diretrizes para a melhoria

do para os atletas terá como legado a Habitação de Inte-

na qualidade de vida dos habitantes da região, uma vez

resse Social, financiada pelo programa Minha Casa Minha

que a via é um dos grandes geradores de problemas so-

Vida. O projeto que desenvolvemos atende 860 famílias

ciais. A revitalização tem como conceito a “folha”, que

e tem como conceito o “movimento” dos atletas, reme-

vem como uma analogia para a criação de um projeto

tendo também ao movimento social em busca de me-

que traz um novo respiro para a cidade. O projeto to-

lhores moradias, maior bem-estar e uma diversidade de

mou como partido a criação de uma praça linear, que

composição de espaços para lazer, estudos e segurança.

se estenderia por toda a extensão da avenida, com a

O sistema construtivo que utilizamos é de estrutura me-

presença de um túnel no subsolo, criando um ambiente

tálica com fechamento em placas cimentícias. O edifício

propício para os pedestres, trazendo aos moradores a

suspenso sobre pilotis integra os jardins ao convívio dos

oportunidade de utilizar a via além do seu caráter de

moradores, e explicita a nossa preocupação com o meio

passagem. Um ambiente bem arbóreo, com um grande

ambiente, expressada também no jardim sobre laje, efi-

espaço destinado inteiramente à feira de domingo, que

ciência energética, aproveitamento das águas pluviais,

é um marco para a região. A mesma área será destinada

etc. Enfim, buscamos propôr uma HIS para demons-

ao lazer e socialização no decorrer dos dias úteis, geran-

trar que é possível morar bem em um programa social.

do um ambiente novo para a cidade.

>> autores

autores <<

RAUL JOSÉ COSTA / RENATA APARECIDA VAZ

CARLOS VINÍCIUS VARALDO / GUILHERME CLEMENTE


8º PERÍODO QUANDO SE TRATA DE UM PROJETO DE RES-

como o edifício existente “germinando” algo novo, con-

tauro, é muito importante ter a sensibilidade de valo-

trastando as duas fases ali expostas. A transição das

rizar as memórias, histórias e impactos do local mes-

fases até chegar ao novo, contemporâneo, é bem apli-

mo ao se propor um novo projeto arquitetônico para

cada e visível, isso porque criamos por meio de painéis

compor o conjunto. Para o “Centro Cultural Jequitibá”,

de drywall um circuito que obriga o visitante a fazer

resolvemos fundamentar o nosso estudo no concei-

um trajeto, retomando a história do prédio até chegar

to de semente, que é refletido no partido arquitetôni-

ao ponto final, que revela o contraste de linhas con-

co por meio da conexão da edificação existente com a

temporâneas com as linhas ecléticas do prédio antigo.

construção do anexo, fazendo a analogia da “semente”

>> autores DIOGO MENDES / KENICHE SANTOS

8º PERÍODO TODA EDIFICAÇÃO AO LONGO DO TEMPO ESTÁ

tombada e anexo proposto, onde a ligação de ambos re-

sujeita a inúmeras intempéries, assim necessitando de

sulta na luz. A volumetria do anexo foi pensada para

constante manutenção. Com a Oficina Cultural de Uber-

remeter a explosão de luminosidade que ocorre ao ligar

lândia, construção do século 20, esta história não é dife-

uma lâmpada, concretizada mediante ao formato não li-

rente. Devido a esta problemática, o presente trabalho

near da fachada e dos ambientes internos. O uso do vi-

visa o restauro do bem tombado em 1985 e a criação de

dro refletivo também intensifica essa similaridade, além

um anexo para o mesmo, baseado no conceito “Trazer

do objetivo do projeto que através da cultura pretende

luz ao que está no escuro”. Para gerar luz é preciso ter

tira a população da escuridão.

uma diferença de potencial elétrico entre dois pontos, sendo estes comparados no projeto como edificação

>> autoras MAÍRA MENDES / MARIANA SOUZA


8º PERÍODO EM NOSSO PROJETO DE RESTAURO DA OFI-

Desta influência, pudemos retirar as últimas tecnolo-

cina Cultural, utilizamos as bases contemporâneas do

gias do setor, combinadas de forma criativa com linhas

restauro, respeitando o bem original e buscando sua

que remetem ao tema, e um bom projeto de iluminação.

valorização por meio da implantação de anexos inte-

Também utilizamos como princípios as sensações hu-

gradores, que remetem ao edifício histórico, tendo como

manas, o que resultou em áreas totalmente novas e, em

referências suas características mais fortes e tradu-

um museu interativo. Em geral, é um projeto inovador,

zindo em uma releitura contemporânea. Ao estudar a

com características que valorizam o edifício histórico e

história do edifício, percebemos que o seu uso sempre

integram população, arte, conhecimentos, tecnologia,

foi ligado à energia elétrica, servindo como sede e su-

história e o contemporâneo.

bestação das primeiras companhias elétricas da cidade, assim, utilizamos a energia como conceito do trabalho.

>> autores MARCO TÚLIO VIOLATTI / SILAS FRANCO

3º PERÍODO A CASA RIO FOI PROJETADA POR MEIO DO

com garagem no mesmo pavimento. Esse foi o maior de-

conceito de movimento, fluidez, como acontece com as

safio, enfrentar a topografia oferecendo acessibilidade.

águas de um rio, que nunca passam duas vezes pelo

A casa está toda voltada para a área de lazer, onde ficam

mesmo lugar. Projetamos a casa de modo que atendes-

a piscina e o paisagismo, fugindo assim do convencional,

se todos os membros da família, que é composta por

já que na maioria dos projetos a piscina se localiza no

duas crianças, os pais e os avós. Preocupados com a

fundo do terreno. O quarto dos pais recebeu uma área

acessibilidade e com a inclinação do terreno, decidimos

íntima, um terraço com cobertura verde e banheira.

posicionar o quarto dos avós no pavimento térreo, dando a estes fácil acesso às áreas de convivência e cozinha, e

>> autores GUSTAVO COELHO / MARIANA ALEXANDRE


6º PERÍODO A PROPOSTA É UM EDIFÍCIO ALTO DE ESCRITÓRIOS COM TÉRREO COMERCIAL, CONTENDO UM AUDITÓRIO

e praça de convivência. O conceito adotado foi “dança”, e ele está implícito onde se encontram os escritórios, com forma de movimento torçor, lembrando o movimento de uma bailarina clássica. No caso do auditório foi pensado no movimento de um casal dançando, e a dança nesse caso é o tango. O movimento torçor da torre foi pensado devido sua estética diferenciada, e para que não haja problemas com a chuva, foram colocadas sacadas em torno de todos os pavimentos, o que também possibilita um ambiente aberto com visão da cidade. A tecnologia adotada na estrutura do edifício foram o bloco de concreto e a laje treliçada, permitindo mais resistência e uma construção extensa sem necessidade de muitos pilares para sustentação, possibilitando escritórios amplamente abertos com visibilidade em 380°, já que não há parede externa, e sim vidro espelhado. >> autoras GREICE KELLE DA SILVA / NATÁLIA DANTAS


8º PERÍODO ESTE PROJETO DE REVITALIZAÇÃO E AMPLIAÇÃO DA

é composto por três anexos: um destinado à co-

oficina Cultural de Uberlândia teve como intuito promover maior

mida, outro à diversão nos prédios antigos e res-

acesso à arte, cultura, história, diversão e gastronomia. Para

taurados, e um terceiro destinado à arte (novo

isso, o projeto contemplou espaços que possibilitem a realização

anexo). Este último revestido propositalmente

de aulas, exposições, confraternizações, entre outras interações

com vidro refletivo para demonstrar que a arte

culturais que saciem a fome de arte e conhecimento, aliados ao

reflete a vida cotidiana do homem que envolve

prazer da comida e socialização. Foram projetados ambientes

também comida e diversão (descanso e lazer).

que casassem com o conceito “Comida, Diversão E Arte”, baseado na música Comida, lançada pela banda Titãs em 1987. O projeto

>> autoras IRACILDA / LUCIANA

8º PERÍODO O ÂMBITO DO RESTAURO CRÍTICO/CRIATIVO

presentes, tais como: a tendência à abstração, a ampla

está inserido na natureza deste trabalho, que se incorpo-

recorrência das formas geométricas puras, assimetria

ra na arquitetura em duas épocas: o presente atrelado ao

e as relações de transparência entre o interno e o ex-

passado. O conceito nasce do Propósito da Arte Cubista

terno se elevam ao rigor técnico da estrutura metálica

que promove a decomposição, fragmentação e geometri-

e a estética apurada do aço corten. As predominâncias

zação das formas. Tal influência contribui imensamente

absolutas da horizontalidade que harmonizam com a

para a evolução da arquitetura mundial e serve de inspira-

paisagem do encontro imediato, conferem uma forte

ção para o nosso projeto. A materialidade da edificação se

noção de unidade ao projeto arquitetônico.

apresenta na exploração de atributos sensíveis dos materiais onde elementos da arquitetura moderna se mostram

>> autoras JÉSSICA JUNIA NUNES / LUCIANE MACHADO


7º PERÍODO COM FOCO NA INTEGRAÇÃO DOS ESPAÇOS

foram posicionados no terreno de acordo com a insolação,

públicos e privados, as tipologias foram acomodadas

de forma a garantir o conforto térmico. Os acessos serão

de forma a potencializar a constituição e identifica-

feitos por ruas locais, ruas de vivência, caminhos e ciclovias,

ção de um núcleo comum, uma unidade de vizinhan-

sendo diferenciados pela pavimentação. A rua local servirá

ça através da visualidade, dos espaços comuns, na

apenas de acesso de transição para casos eventuais como:

sua dimensão vertical, por meio das sacadas e pela

carga e descarga, e deslocamento para uma mobilidade re-

proposta de um boulevard que fica ao centro do con-

duzida. Os estacionamentos representados por 344 vagas

junto habitacional, proporcionando aos moradores

localizam-se próximos às entradas do conjunto habitacio-

encontros, atividades de lazer, comercial e de ser-

nal e dos edifícios.

viços. Foram implantados 896 unidades de apartamentos distribuídos em 14 blocos de edifícios, que

>> autores NATÁLIA QUEIROZ / RUMAYANA JUNQUEIRA

6º PERÍODO A SEQUÊNCIA DE FIBONACCI É UMA SUCESSÃO DE

desse número. Ao transformar esses números em

números, que misteriosamente aparece em muitos fenômenos

quadrados e dispô-los de maneira geométrica, é

da natureza. Descrita no final do século XII, pelo italiano Leo-

possível traçar uma espiral perfeita, que também

nardo Fibonacci, ela é infinita, e começa com 0 e 1. Os números

aparece em diversos organismos vivos. A obra ex-

seguintes são sempre a soma dos dois números anteriores,

pressa seu conceito em vários elementos: um deles

portanto, depois de 0 e 1 vêm 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, e assim por

são os detalhes na fachada leste, cada terraço jar-

diante. Os termos da sequência, também estabelecem a cha-

dim, tem o comprimento igual à soma dos dois ter-

mada “proporção áurea”, muito usada na arte, na arquitetura e

raços jardim acima, e o complexo comercial e audi-

no design, por ser considerada agradável aos olhos. Seu valor é

tório segue a disposição de uma espiral incompleta.

de 1,618 e quanto mais você avança na sequência de Fibonacci, mais a divisão entre um termo e seu antecessor se aproxima

>> autores CRISTIANA OLIVEIRA / JOESLEY MATEUS


7º PERÍODO O PROGRAMA DE HABITAÇÃO FOI PENSA-

quatro tipologias: apartamentos de acessibilidade plena,

do no conceito do jogo Tetris, a volumetria inspirada

três quartos, dois quartos e um quarto, sendo todos os ba-

no formato em que os apartamentos denominados

nheiros acessíveis. Sua estrutura é de alvenaria convencio-

“tetraminós” são encaixados uns aos outros, dando

nal, pilotis e vãos-livres, em que no térreo está localizado o

a impressão do tetris, e nos espaços vazios que se

hall de entrada do prédio e comércios diversos, para aten-

formam entre os apartamentos foram posicionadas

der nesses espaços vazios para a ventilação dos cômodos.

a maior parte das janelas. As sacadas são um des-

Na fachada do edifício, os moradores ganham espaços de

taque, com cores fortes e utilização de cobogó nos

convivência, como salão de festas e sala de jogos.

corredores de circulação para melhor estética e maior ventilação. A habitação de interesse social possui

>> autores BÁRBARA BAZAGA / THALES OLIVEIRA


4º PERÍODO POR ANALOGIA, TEVE-SE COMO ESCOLHA

te. A construção conta com grande arborização e áreas

para o conceito do centro comercial o caracol. O caracol

verdes por todo centro comercial, tanto no meio interno

nos remete à natureza, ponto de destaque na realização

quanto externo, tornando o ambiente mais agradável e

do projeto. Este tem como foco principal ser uma cons-

natural. Para concluir, criamos como ponto de encontro

trução sustentável, que atenda às necessidades do ho-

dos corredores a praça de alimentação, local destinado

mem de maneira que o ambiente não sofra tanto com

a eventos culturais, além de suas atividades habituais.

as agressões. A partir da essência das formas de um caracol, foram desenvolvidas linhas sinuosas, que formam

>>

uma construção leve e que se adapta ao meio ambien-

autores JERUSA SIQUEIRA / POLIANA FERREIRA


5º PERÍODO O CONCEITO DA CRECHE SÃO OS QUATRO ELE-

com estes elementos. Além disso, o projeto conta com

mentos da natureza: terra, água, fogo e ar. Estes elemen-

várias propostas bioclimáticas, iluminação natural, ven-

tos são importantes para sobrevivência do ser humano

tilação vertical e horizontal, brises horizontais e verticais,

e fundamentais no desenvolvimento das crianças. Por

pergolado, e parede dupla.

isso, inserimos tais elementos na arquitetura e essência da creche. Formamos quatro blocos que interligados

>>

compõe um pátio aberto, onde as crianças terão contato

autores ISABELLA FERNANDA / ADRIELLY MORAES

4º PERÍODO Centro comercial com conceito casulo de bor-

curva quebrando o uso de traços simples e ortogonais da

boleta, aproveitando as duas fases da borboleta: a gracio-

edificação. Para a pavimentação, optou-se por piso inter

sidade das cores e leveza da forma e, na sua concepção

travado com piso tátil, garantindo mobilidade a todos os

inicial, a rigidez do casulo, utilizando materiais robustos

usuários. As fachadas das lojas são todas em vidro, com

como concreto aparente e estrutura metálica, com uma

marquise de 1 m e com platibanda. Dados técnicos: 29

cobertura leve que parece flutuar sobre a edificação. O

lojas; dois banheiros; um bar; uma praça de alimentação

uso de cores nos pilares da estrutura foi pensado para

coberta e uma descoberta; 150 vagas de estacionamento.

quebrar a sobriedade do concreto e destacar a cobertura, optando por cores vibrantes, assim como sua forma

>> autores HENRIQUE ALVES / ISABELLE NEIVA


8º PERÍODO O PROJETO CANTO DE MINAS, É UM ANEXO

local, tendo como público-alvo os alunos e visitantes do

na Oficina Cultural de Uberlândia que tem como função,

centro cultural. Através do conceito elaborado, pensamos

além de ensinar sobre a gastronomia de Uberlândia e re-

em fazer uma arquitetura que trouxesse à lembrança as

gião, servir os alimentos feitos pelos alunos, através de

características de Minas. Por isso, optamos pelo formato

um centro de convivência ou uma praça de alimentação.

de cúpula, com tijolinhos à vista, remetendo à imagem de

O intuito é ensinar sobre a culinária para não deixar a

um forno de barro, um marco da cultura mineira.

cultura gastronômica uberlandense cair em esquecimento pelas novas gerações e poder servir essas comidas no

>> autores LAYS ALVES / MARCELLA ANDRÉA

2º PERÍODO PARA CRIARMOS O NOSSO PROJETO, UTILIZAMOS OS CONCEITOS DE SIMPLICIDADE, MODERNIDADE E

inovação. Por ser um ateliê de arquitetura, precisava ser bem elaborado pois os clientes tomarão como base o nosso local de trabalho. Aplicamos funcionalidade, mas sem esquecer a beleza. Foram observadas as condições climáticas da região, para que a circulação de ar e a temperatura dos ambientes fosse ótima, e para que tivéssemos uma boa iluminação. A otimização dos espaços, a forma e o conforto dos ambientes, pretendem contribuir com o desenvolvimento intelectual e produtivo dos usuários, usufruindo, para isso, de todos os métodos construtivos atuais. O projeto possui influência da arquitetura contemporânea. Podemos observar nas obras a racionalização dos volumes passando fortemente por representações minimalistas. A funcionalidade pode ser observada atrelada ao conforto ambiental dos espaços internos, e o paisagismo foi planejado de acordo com o clima e tipo de vegetação da região. >> autores BRUNA BASTOS / JÚLIA CAPARELLI


de nome Locus Arquitetura (“locus” do latim “blocos”), teve como ponto inicial a ideia de ser um projeto sustentável, tendo como conceito a natureza e utilizando de muita transparência com o uso de vidro em todas as portas e janelas. O centro do projeto é uma árvore (Ipê Amarelo), jardim externo e interno com gramíneas, arbustos e pequenas árvores. Englobamos todo o projeto em torno da árvore central (Ipê), distribuindo os ambientes em torno da mesma como se fossem blocos colocados de forma precisa, com vista e acesso para o jardim interno e que usasse ao máximo a iluminação natural, fazendo uso de pergolados de vidro sustentados por pilares de madeira. A ideia foi transformar um dia de trabalho árduo em um dia agradável, unindo homem e natureza em um único lugar. >> autores HANIELY DE MIRANDA / ISBELA SILVA

www.epocaarquitetura.blogspot.com 34 3241 4090

LARGO DA MATRIZ. R. MARECHAL DEODORO, 429. CENTRO. ARAGUARI-MG

ARQUITETURA, RESTAURO, DECORAÇÃO E PAISAGISMO

ÉPOCA 2º PERÍODO O ATELIÊ DE ARQUITETURA DESENVOLVIDO,


d a n i s l a u × f o l i a × p o r c a s

//////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

2º PERÍODO O PROJETO FUNDAMENTA-SE NA PARTICU-

independentes. Desta forma, cria-se o conceito básico

laridade da edificação, que é servir de espaço de tra-

estabelecido nas escolhas espaciais, com a marquise

balho para uma equipe de arquitetos, na total integra-

sendo o ponto de maior destaque, isolando a área de

ção com o entorno. Buscou-se o melhor aproveitamento

serviço da área de trabalho. As principais cores traba-

da ventilação e iluminação naturais, além da utilização

lhadas no projeto contrastam entre si, constrói-se en-

de meios artificiais de umidificação, a exemplo da in-

tão um projeto com forte referência visual, aliado a uma

serção de um espelho d’água. Assim, dispõe-se de um

arquitetura que busca unir os pedestres à obra. Assim,

ambiente a um só tempo funcional e harmônico, ofere-

tem-se uma obra contemporânea, funcional e atrativa.

cendo conforto físico e psicológico. Nesta concepção, a área de serviço e as salas são ligadas apenas por uma

>>

marquise, tornando-as integradas e, ao mesmo tempo,

autores ADRIANO FLAUSINO / NAESSA GOULART


5º PERÍODO O CENTRE VILLE É UM CENTRO COMERCIAL PRO-

de existir. Dessa forma, utilizamos a água, presente na

jetado para a cidade de Uberlândia, que teve como inspi-

fachada; a terra, como uma abundante arborização; o

ração os quatro elementos da natureza. Integramos os

fogo, com uma iluminação que remete as chamas, e o

quatro elementos no conceito, como forma de ressaltar

ar, ao projetar o centro comercial com uma abertura ao

o que está por toda parte no nosso planeta: a água, a

centro da edificação. Os quatro elementos combinados

terra, o fogo e o ar. Esses elementos referem-se ao que

no centro comercial vem inovar o estilo de compra e

seria essencial à vida humana no planeta. Cada elemen-

proporcionar um ambiente agradável de lazer.

to é indestrutível, homogêneo e invariável. Pela mistura deles se originam os objetos, pela forma de combinação

>>

surgem suas qualidades, e por sua dissociação deixam

autores ISABELLA MACHADO / CAROLINE CARVALHO

5º PERÍODO IDEIA INSPIRADA EM UMA COLÔNIA DE ABE-

mo isolantes, vegetação para interceptar a luz natural e

lhas, que tem um ritmo de vida baseado em organização

o calor interno, a localização das janelas (dispostas de

e respeito mútuo, onde há uma hierarquia entre a abelha

acordo com os ventos dominantes), piso vinílico, pé di-

rainha, operárias e zangões. Trazendo isso para a educa-

reito para melhor ventilação, e cobogós para barrar a luz

ção infantil, este ritmo de colaboração mútua, trabalho

e favorecer os ventos. O propósito é que a creche seja

e cuidado uns com os outros, se torna interessante num

um ambiente colorido, composto por “colmeias” (setori-

convívio diário. A relação entre abelhas e flores é de ale-

zação), conferindo originalidade e movimento.

gria e reciprocidade, o que precisamos para tornar esse ambiente seguro. Utilizamos na estrutura materiais que

>>

se relacionam com conforto ambiental, como telhas ter-

autores BÁRBARA FERRAZ / DAMONIELLE DE AGUIAR


5º PERÍODO OS RECIFES DE CORAIS SÃO

considerados um grande berçário, onde as espécies marinhas se refugiam e 6º PERÍODO A PROPOSTA DE SE PROJETAR UM EDIFÍCIO

reproduzem, formando um lugar cal-

comercial com aditório anexo foi atendia sob conceito

mo, belo e seguro. foi proposto para o

“tangram”, visivelmente aplicado em seu exterior atra-

projeto características de um recife de

vés de sua forma retangular junto aos triângulos que

corais, trazendo cores vibrantes e for-

são dispostos dando a sensação de quebra cabeça. As

mas orgânicas para a edificação e sua

formas geométricas se repetem através do paisagismo,

estrutura, criando espaços lúdicos e

onde blocos de concreto formam pequenas cascatas es-

amplos, com caráter acolhedor, neces-

palhadas através do pátio e em torno do audirório. Auxi-

sário para este tipo de construção. a

liando na definição da forma, se encontram grandes tri-

utilização de artifícios trouxe diferen-

ângulos formados por brises que atuam na proteção das

ciais no conforto térmico e na segu-

faces mais afetadas pelo sol durante o dia. A proteção

rança dos usuários como telhado verde

dos brises combina com vidro de proteção solar disposto

para isolamento térmico, janelas em

ao redor dos 9 últimos pavimentos, auxiliando na ilumi-

fita para melhor observação das crian-

nação interna e filtrando os raios solares, evitando que

ças, grandes aberturas para aprovei-

raios UVA e UVB sejam transmitidos para o interior do

tamento dos ventos dominantes, po-

prédio. Além do mais, ainda pensando em sustentabili-

sicionamento planejado em relação ao

dade, o edifício conta com placas de aquecimento solar

sol para fins de conforto térmico, piso

em sua cobertura, tal como telhado verde no auditório.

emborrachado nas áreas de recreação para proteção contra quedas e fixa-

>> autores JULIETT ANGELLIS / THIEGO TOLENTINO

ção de esguichos no final da cobertura central com proposta de um chuveirão para as crianças. >> autores

FRANCIELE SILVA GUILHERME MUNDIM


65

/////////////////

trabalhos

FINAIS DE GRADUAÇÃO

O TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO (TFG) TEM

uma dimensão grandiosa no se refere à formação do profissional. No curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Triângulo (UNITRI) é dada uma atenção especial a este momento da vida acadêmica, uma vez que é nele que o estudante conclui a primeira fase de trabalhos acadêmicos e pode exercer seu conhecimento das variáveis espaciais, o exercício da visão crítica, a produção pessoal em um nível elevado e uma posição mais firme sobre suas ideias e a aproximação com realidade.

Vários trabalhos são realizados com enorme

esforço e apresentam contribuições consideráveis ao estudo das cidades, no entanto não são publicados e jazem nas estantes dos cursos, limitados às consultas dos discentes da instituição. Dessa forma, é imperativo que aos mesmos seja dada a devida publicidade e que se garanta o acesso às ideias e sua continuidade.

São apresentados alguns trabalhos seleciona-

dos por apresentarem uma contribuição para a arquitetura, urbanismo e paisagismo em um mundo que requer posturas mais críticas e o avanço no papel do arquiteto como agente da produção do espaço.


_

ECOCENTRO UBERLÂNDIA Ensino de Práticas Sustentáveis

ESTE PROJETO ESTÁ LIGADO AO INTERESSE DO

foi feita a setorização do terreno em seis zonas perma-

autor por aprender sobre sustentabilidade. Notou-se a

culturais, onde as construções estão na zona 0 e afa-

falta de escolas destinadas a este ensino na região de

stando desta as áreas menos visitadas pelos usuários.

Uberlândia, em meio à significativa quantidade de fac-

Com estas delimitações foram criadas as vias que sep-

uldades de arquitetura, design e engenharia. Por isto, a

aram as áreas. Na região central as construções foram

proposta é criar um centro de ensino de permacultura,

distribuídas visando uma organização holística de cada

que tenha aulas ligadas à sustentabilidade. O local es-

componente em relação aos outros, o que garante que

colhido está situado no cerrado mineiro em Uberlândia,

de qualquer uma delas seja visualizado o todo.

em uma área próximo ao córrego Bom Jardim.

O prédio de entrada comporta recepção, restau-

O projeto tem como modelo o EcoCentro IPEC,

rante, banheiros, salas e auditório. O material de alve-

em Pirinópolis/GO, e o Ipema, em Ubatuba/SP, dentre

naria é em tijolos ecológicos e uma barreira para o sol

outras escolas, as quais oferecem cursos de permacul-

da tarde foi criada em solo cimento, com aberturas cir-

tura focados em bioconstrução. O público vai além dos

culares que permitem a ventilação. O piso em madeira

profissionais da área. Crianças e adultos interessados

de reflorestamento se estende por uma passarela que

em aprender práticas sustentáveis também podem uti-

leva à sala de aula aberta, um espelho d’água circun-

lizar o centro, existindo aulas voltadas para cada um, e

da esta área, para tratar o microclima. Na sala aberta,

também podem aprender vivenciando as práticas apli-

temos uma base de concreto queimado, e uma divisão

cadas no próprio local.

para a cantina. A cobertura desta área foi feita com mal-

O programa de necessidade inclui: recepção,

ha tencionada, fabricada com a reciclagem de garrafas

duas salas de aula internas, uma sala de aula ao ar livre,

pet. Os chalés dos estudantes seguem o desenho de

auditório, cantina, restaurante, oito chalés (cada um com

uma catenária invertida, tem estrutura em eucalipto e

acomodação para oito pessoas), casa do administrador,

alvenaria em tijolos de solo cimento. Os caminhos são

casa do caseiro, galpão de equipamentos, horta e pomar.

de terra e cal.

Foi feita uma análise do solo, da vegetação e do

Mais em http://goo.gl/flFK3s.

declive, da insolação e ventos e das áreas úmidas, assim, obteve-se um mapa de sensibilidade, o qual indica

autor BRENO OTTONI FRAGIORGE

as áreas para melhor utilização. Com esta informação,

orientador ADAILSON PINHEIRO MESQUITA

breno ottoni fragiorge é graduado em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário do Triângulo – UNITRI (2012), e pós-graduado em Gestão da Construção Civil pela Faculdade Pitágoras (2014). Trabalha com desenvolvimento de projetos de arquitetura e cursos de curta duração em Maquetaria, Autocad e Scketchup.


_ PARQUE TECNOLÓGICO Catalão-GO

PARQUE TECNOLÓGICO É UM ESPAÇO FÍSI-

contribuir para o desenvolvimento de empresas de base

co único, contendo empresas de base tecnológica e o

tecnológica e instituições de ciência e tecnologia, ex-

apoio técnico-cientifíco de universidades, além da co-

pandir a cultura de conhecimento e inovação de setores

laboração dos poderes municipais, estaduais e federais,

estratégicos de alta tecnologia da região. Os setores es-

dotado de condições e serviços especializados com o

tratégicos do Parque serão especializados na pesquisa

objetivo de aumentar a competitividade das empresas

tecnológica em várias vertentes da indústria de bens

da região, fomentar a criação de novas empresas e dis-

duráveis, como: Fabricação de equipamentos e serviços

seminar a cultura da inovação. O Parque Tecnológico

de Informática; design; laboratórios de ensaios e testes

proposto para a cidade de Catalão/GO é uma junção de

de qualidade; instrumentos de precisão e de automação

um Parque Ambiental (Bosque), um Centro de Pesquisa

industrial e gestão de processo produtivo, entre outros

e Tecnologia e um Loteamento Empresarial. O Parque

segmentos. O Parque irá abrigar os negócios resultantes

Tecnológico visa o crescimento do desenvolvimen-

das inovações geradas na região, para isso disponibili-

to e da tecnologia da cidade e da região, alavancando

za também áreas para as empresas de base tecnológica

o crescimento socioeconômico e ambiental, acompan-

interessadas em implantar suas edificações. O parque

hado da melhoria da qualidade de vida. O objetivo da

também contará com incubadoras de empresas nacio-

implantação do Parque Tecnológico em Catalão – GO é

nais e multinacionais de base tecnológica.

autora AGDA DANIELLA RÊGO VAZ orientador ADAILSON PINHEIRO MESQUITA


_

RENATURALIZAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO DO CÓRREGO TABOCAS Uberlândia-MG

NO PRESENTE TRABALHO REALIZAMOS UM

culo, totalizando 44.339 passageiros por dia. Visto que

estudo em Uberlândia/MG, em um trecho da rodovia

este é um número muito alto, a opção escolhida para

365/452, englobando parte dos bairros Martins, Presi-

a área foi a implantação de um veículo leve sobre tril-

dente Roosevelt e Osvaldo Rezende, visto que é um tre-

hos (VLT), com trajeto definido para ligar duas vias de

cho muito degradado tanto pela rodovia quanto pelos es-

bastante fluxo de veículos e pessoas: a Avenida Marcos

paços mal utilizados.

de Freitas e a Avenida Monsenhor Eduardo. O percurso

Através de entrevistas e da realização de mapas

conta com oito estações, sendo duas de transferência e

e gráficos, foi feito um diagnóstico, que constou a falta

seis convencionais, interligadas com as linhas do siste-

de mobilidade entre os bairros cortados pela rodovia, de

ma integrado de ônibus de Uberlândia e também com o

espaços para lazer e falta de segurança. Uma forma que

cartão de integração temporal que, em vez de usar um

vimos para resgatar a conexão da área com o entorno,

passe para cada trajeto, permite fazer várias viagens

foi renaturalizar o Córrego Tabocas, que atualmente é

em determinado tempo.

canalizado localizado abaixo da BR. O conceito do proje-

to visou a conexão de diferentes formas, interligando a

um metro e meio cada e semáforos exclusivos ligados

cidade, mobilidade, sociedade, bairros e o Córrego Tabo-

no sistema cicloviário já existente. Foi implementado

cas, priorizando sempre os pedestres no trânsito.

um sistema de binários, transformando as vias em sen-

A ciclovia proposta conta com dois sentidos de

Um parque linear ao córrego Tabocas foi criado

tido único melhorando o fluxo e a facilidade de retorno.

tentando solucionar o caso das grandes enchentes no

Ao longo da rodovia as travessias de veículos foram de

local a partir da reabertura do canal e da determinação

três para sete e as travessias de pedestres foram de

de dois tipos de calhas. A calha primária, que é capaz de

seis para dezesseis.

receber toda a chuva e as enchentes naturais próprias

de todo curso d’água, e a secundária, capaz de receber

que possibilita diversas atividades e gera uma ren-

as chuvas torrenciais cujo período de acontecimento é

ovação na área, com uma nova relação da população

mais que cinquenta anos. O parque proporciona diver-

com o meio ambiente. A partir das pesquisas e estudos

sas atividades para a população, com quiosques, novo

de caso, vimos que esta transformação é viável e que

mobiliário, educação ambiental e de trânsito, além de

vale a pena pelas melhorias que proporcionam no es-

cinema ao ar livre.

paço urbano, e há sempre alternativas para a integração

e segurança de pedestres e ciclistas no trânsito, deven-

Para o aspecto da mobilidade, uma análise da

demanda de transporte para a região foi necessária,

A reintegração do córrego na cidade é uma ação

do apenas ser colocadas em prática.

resultando em uma tabela com as linhas de ônibus, a quantidade de veículos e o total de passageiros por veí-

autora EGLE CUSTÓDIO BORGES orientador ADAILSON PINHEIRO MESQUITA


_

ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CPC Uberlândia-MG

A IDEIA DE DESENVOLVER UMA ESCOLA DE

também que em todo o projeto tivesse apenas uma pare-

música e artes surgiu quando em pesquisa de campo

de pilar, sendo todo o restante das divisões em drywall.

notou-se que o conservatório existente na cidade de Uber-

lândia/MG, além de estar em condições e local inapropri-

sações, e a vontade era de expressar essa inconstância no

ados, era insuficiente para a demanda da cidade. Atual-

projeto. Para isso foram feitas linhas aleatórias, e depois,

mente existem 5300 pessoas esperando por uma vaga.

através das interseções, definiu-se a volumetria. A fuga

dos ângulos retos proporciona uma melhor reverberação

O objetivo era propôr um novo conservatório

A música é dinâmica e instável, provoca sen-

que atendesse às necessidades de uma escola, que fosse

do som, consequentemente, uma melhor acústica.

acessível a todos e que pudesse incentivar o crescimento

pessoal, intelectual e profissional do estudante.

termo sinfonia designa um tipo de composição musi-

O projeto de 13.793,24m² foi desenvolvido em

cal que geralmente é composta por vários andamentos

um terreno de 7.208,68m² no bairro Patrimônio e é ca-

ou seções independentes. Podemos considerar que os

paz de atender dez mil alunos. Para a escolha do terre-

andamentos são cada sala de aula destinada ao apren-

no foram levados em consideração ventos dominantes,

dizado de um instrumento ou arte, e que, individual-

insolação, fluxo de pessoas e trânsito, o impacto da

mente, são apenas seções, mas quando em conjunto,

construção no entorno, adequação a zona, facilidade de

formam a sinfonia, o conservatório.

acesso por transporte público, entre outros.

O conceito utilizado foi sinfonia das artes. O

Foi pensado também em uma comunicação

Dispostos em seis pavimentos estão teatro, ca-

da escola com o exterior, que se dá através de grandes

marins, loja de souvenir, espaço para exposições tem-

panos de vidro espelhado para que, durante o dia, quem

porárias, lanchonetes, biblioteca, gabinetes individuais

está dentro do conservatório possa ver o que acontece

para prática de instrumentos, salas de apresentação,

na rua, e durante a noite, quando as luzes se acender-

setor administrativo, 96 salas individuais para aprendiza-

em, a escola revele seus segredos para a população que

do de instrumentos, cinco salas para aprendizado de in-

apenas passa por ele.

strumento em conjunto, seis salas para o aprendizado de

teatro, oito salas de aprendizado teórico, quatro salas para

de cultura, é atrair o público para novos interesses, e uma

desenvolvimento de desenho, três salas de canto/coral,

das formas pensadas, foi envolver todo o edifício por uma

três salas de multimeios e um estúdio de gravação.

praça, trazendo mais um lugar de lazer para a população.

O intuito do projeto é pensar um local dispersor

Todos os andares possuem mezaninos com

imenso balanço possível graças à laje de concreto ner-

autora IOLANDA RONE BERNARDINO

vurado protendido. Esse sistema construtivo possibilitou

orientador ANA FLÁVIA FERREIRA DE CASTRO PAULA


_

EDIFÍCIO EXECUTIVO Uberlândia-MG

A CONSTRUÇÃO DE GRANDES EDIFÍCIOS EM

banístico, econômico e social em suas interfaces públicas

Uberlândia iniciou-se na década de 1950, e os mesmos

e privadas. A região onde está inserido o projeto está pas-

foram construídos naquelas que se constituíam nas prin-

sando por alterações de uso e vocação em função de uma

cipais avenidas comerciais, tais como Avenida Afonso

regionalização de serviços e equipamentos urbanos equi-

Pena e Avenida Floriano Peixoto. A proposta deste TFG é a

valentes. O Edifício Executivo visa atender essa demanda,

construção de um Edifício Executivo situado em Uberlân-

viabilizando o negócio e valorizando a região valorizando

dia - MG, Setor Central: Bairro Brasil, na Avenida Rondon

a paisagem e sua dinâmica. As áreas particulares concen-

Pacheco entre as Ruas Paraná, São Paulo e Cesário Alvim.

tram-se nos pisos executivos divididos em duas torres:

O estudo da localização levou em consideração todos os

TORRE A 1º ao 20º pavimentos

aspectos do entorno, usos, clientes, rotina dos bairros vi-

TORRE B 1º ao 15º pavimentos

zinhos, demanda de investimentos imobiliários, acessos a

Os seus acessos são restritos aos proprietários

aeroporto, centro, Prefeitura, rodovias, áreas de entrete-

e convidados com sua entrada controlada por catracas e

nimento, hotéis e principalmente a vocação do local, que

recepção. Os acessos às torres são feitos pelo 1º pavi-

possui no entorno edifícios destinado ao Poder Judiciário

mento no nível da Av. Rondon Pacheco. Por possuir plan-

e outras instituições. O projeto foi ancorado pelo Estatuto

ta livre, cada profissional ou empresa poderá adquirir a

da Cidade que forneceu instrumentos importantíssimos

área que melhor lhe atender, desde 34,50 m² até o pavi-

para que o município tivesse autonomia para a gestão

mento completo com até 535,42 m².

urbana. Propõe-se a utilização de Operações Urbanas Consorciadas que se que articulam um conjunto de intervenções com finalidade de promover uma transformação

autora KARLA MIRANDA SILVA SOARES

estrutural de uma área da cidade a partir do redesenho ur-

orientador CLAYTON FRANÇA CARILLI


_

ESTRUTURA ECOLÓGICA E PROPOSTA DE DESENHO URBANO Estrela do Sul-MG

CIRCULAÇÃO infraestrutura básica nas calça-

das, implantação de calçadão numa hierarquização viária para pedestres, estacionamentos, alem de módulos de lazer e comércios locais (lanchonetes, bares e afins) para atender à infra-estrutura do parque;

PATRIMÔNIO CULTURAL zoneamento de con-

juntos históricos e suas dimensões de caráter principal, secundário e de complementação, alem de preservação paisagística num primeiro plano, projeto cromático das fachadas dos bens culturais, revitalização de jardins históricos, sinalética urbana, novas tipologias, mobiliário urbano, galeria (hall urbano) para locação de exposi

AS INTERVENÇÕES FUNDAMENTAM-SE NAS

fases anteriores onde elaborou-se a caracterização e o diagnostico físico ambiental de Estrela do Sul-MG.

O plano está inserido num contexto metodoló-

gico que busca preservar a característica cultural e ambiental da cidade e que seja capaz de absorver o dinamismo da comunidade envolvida. Como um conjunto de propostas, objetiva ordenar as futuras intervenções de caráter físico-espacial e a elaboração de uma cartilha de desenho urbano com força de lei que possa direcionar a estrutura espacial da cidade, num conceito metodológico classificado em três eixos principais: histórico-ambiental (parque linear), histórico-espacial (conjuntos urbanos e patrimônio cultural) e simbólico. Assim, o manual considera os aspectos principais abordados

ções sobre a história e tradições locais;

RECUPERAÇÃO AMBIENTAL parque linear e co-

nexões com a envolvente paisagística da cidade, praças de contemplação.

O Plano busca aproveitar o espaço urbano de-

gradado e fortalecer as atividades comerciais já existentes através do incentivo à diversificação de outros usos, como o institucional, residencial e o lazer cultural, que atrairá população consumidora, a recuperação do espaço público, através do estabelecimento de normas específicas de uso e ocupação do solo, além da compatibilização das atividades econômicas e institucionais com a preservação do patrimônio, arquitetônico, histórico e cultural, abordando ainda o ordenamento das atividades econômicas consideradas informais.

dentro do plano de intervenção os seguintes itens:

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO gabaritos, afasta-

mentos, taxas de ocupação e coeficientes de aproveita-

autora ANDRÉ LUIZ BORGES DE ÁVILA

mento, usos específicos em zoneamento a determinar;

orientador CLAYTON FRANÇA CARILLI


_

PARQUE TECNOLÓGICO Uberlândia-MG

O PARQUE TECNOLÓGICO DE UBERLÂNDIA BUSCA

o conceito de fractais devido sua relação com três áreas intimamente ligadas ao projeto: ciência, tecnologia e artes. Como vocação, a biotecnologia. Mais em: http://bit.do/tfg

autora PRISCILA MOREIRA orientador CLAYTON FRANÇA CARILI

priscila moreira é formada em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário do Triângulo - UNITRI e atua no escritório Época Arquitetura.


_

CENTRO DAS ARTES MARCIAIS - CAM Uberlândia-MG

O PROJETO SURGIU COM A NECESSIDADE DE

cando trazer as pessoas que caminham na praça para

desenvolver um Centro das artes marciais cujo ensina-

se interagir com o prédio de Artes Marciais como se

mento precede não só o combate físico, mas também, o

ele tivesse uma continuidade da praça, a solução seria

combate espiritual e mental. São dois prédios em um só

aproveitar o espaço e garantir harmonia entre o espaço,

terreno, onde elementos utilizados em um, desse conti-

a cidade, o público e as edificações.

nuidade no outro mas com dois estilos de arquitetura. O

prédio Brutalista foi criado especialmente para a parte

ta se originou da espiritualidade das Artes marciais, e

de treinamento e administração, nele está as salas de

outro ponto específico que idealizou o estilo e formas,

treinamento com os “tatames”. Já o outro prédio onde

foi o encontro das duas pontas para amarrar o “KIMO-

eram instalados os antigos galpões do “boca quente”,

NO”, que tem um significado filosófico, baseado no equi-

foi aproveitado o esqueleto dos galpões mantendo a es-

líbrio, foi a partir dai que surgiu a busca do equilíbrio

trutura e se originou o prédio de uma arquitetura mo-

entre os dois prédios, com estilos diferentes mas pro-

derna, aproveitando do prédio de treinamento algumas

curando não impactar uma arquitetura com a outra.

características como as curvas e a cor vermelho que

compõe a fachada de concreto aparente. Outro ponto

pressões quando nela estamos, intencionalmente, o

de partida foi a “integração” da praça Sergio Pacheco no

CAM , propiciará estas “impressões” como fio condutor

espaço de convivência do prédio, onde está uma bar/

de sua funcionalidade e Integração entre o meio urbano

lanchonete que funcionará durante o dia e a noite,bus-

e a edificação.

Basicamente suas formas orgânicas e brutalis-

E como toda a arquitetura nos desperta im-

autora RAFAELA PONTES orientador A N A F L Á VI A F E R R E I R A D E C A S T R O


74

arquitetos

ÉPOCA EQUIPE AUP!

O ESCRITÓRIO ÉPOCA - ARQUITETURA, URBA-

nismo, Paisagismo e Restauro, tem sua sede na cidade

ARQUITETURA, URBANISMO, PAISAGISMO E RESTAURO

RESIDÊNCIA PALACETE JOVINO DE ARAÚJO

de Araguari/MG (Rua Marechal Deodoro, 429), no largo

da Matriz. O escritório é formado por arquitetos e desig-

a manutenção de elementos originais e a adequação do

ners de interior que atuam em conjunto, prestando ser-

imóvel ao novo uso, que é tombado pelo município. O

viços à comunidade local e regional em prol da melhoria

bem cultural passou a ter o uso misto com a adminis-

da qualidade dos espaços projetados, aliando estética e

tração da clínica médica e espaço cultural. O novo uso

funcionalidade, além da preservação do patrimônio cul-

proposto abriga a administração no pavimento superior

tural e ambiental. Nos seus 12 anos de funcionamento

e, no pavimento térreo, recepção, sala de exposições, área

vários projetos foram desenvolvidos, sendo eles, resi-

multimídia para palestras e projeções, sanitários e copa.

O projeto teve como objetivos a restauração e

denciais unifamilares e multifamiliares, comerciais e de serviços relacionados a saúde. O escritório vem atu-

ADAPTAÇÕES AO NOVO USO

ênfase na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba

No pavimento térreo foram abertos dois vãos

e já desenvolveu os seguintes trabalhos:

para integração das salas e ampliação do espaço de

ando também na preservação dos bens culturais com

EM ARAGUARI Projetos de Manutenção e Res-

exposições com a colocação de perfis metálicos mos-

tauração da Câmara Municipal, Projeto de Restauração

trando a intervenção executada, porém preservando as

da Capela do Fundão, Projeto de Restauração da Ca-

pinturas parietais superiores.

pela de Florestina, Assessoria para o desenvolvimento

de projeto de restauro na Casa de adôbe da Praça da

fachada posterior do imóvel e inserida uma nova cober-

Matriz, Projeto de restauro e acompanhamento na exe-

tura em perfis metálicos e policarbonato cristal possibi-

cução da obra da casa conhecida como Palacete do Sr.

litando a interligação do bem cultural ao anexo existente.

Jovino de Araújo e Projeto de restauro e execução da

obra da casa vernacular da praça da igreja do Rosário.

no anexo existente, propondo a ampliação deste e inte-

Foi retirada a cobertura que descaracterizava a

Inserção de fechamento em vidro temperado

EM UBERLÂNDIA Assessoria no acompanha-

grando-o com a garagem. Com a demolição de algumas

mento das obras de restauro da Casa da Cultura de

alvenarias, inclusão de dois novos espaços - DML e co-

Uberlândia e da Igreja do Rosário.

zinha com platibanda. Dois banheiros existentes foram

EM MONTE CARMELO Assessoria no acompa-

remodelados sendo adaptado um deles para portador

nhamento da obra de restauro da Escola Melo Viana.

de necessidades especiais. O muro lateral foi demolido

Nesta primeira edição da revista AUP! os arquitetos

com a integração de todo o pátio, ampliando assim, a

apresentam dois trabalhos desenvolvidos na área de

área de jardim. O piso foi executado em pedra portugue-

preservação do patrimônio cultural em Araguari/MG: a

sa bege e vermelha. No jardim optou-se pela manuten-

casa conhecida como Palacete do Sr. Jovino de Araújo

ção da linguagem do jardim inglês e na área ampliada foi

tombada pelo Patrimônio Cultural e a casa colonial da

ampliado um jardim tropical com a inserção de espécies

Praça da Igreja do Rosário, inventariada.

da flora brasileira.


75

MANUTENÇÃO DE ELEMENTOS ORIGINAIS

O telhado foi mantido com a substituição de te-

O projeto seguiu os princípios do restauro críti-

lhas quebradas e revisão de calhas e rufos. As esquadrias

co-criativo, onde é valorizada a unidade potencial da obra,

foram restauradas com a troca de partes que estavam

restaurando seus elementos originais e mantendo a fa-

comprometidas, foi executada a limpeza e manutenção

chada e a volumetria, inserindo intervenções reversíveis

dos pisos em ladrilho hidráulico, os tacos foram lixados e

e que destacam o bem cultural existente. Tais princípios

sintecados, revistas todas as instalações elétricas toma-

podem ser notados no palacete com a ampliação do anexo

das e interruptores e realizada a pintura do bem cultural.

e a criação do volume com platibanda, telhas metálicas e a

No jardim da parte histórica foi executada a manutenção

cobertura em que se destacam pelos materiais utilizados.

com a retirada das plantas que estavam comprometidas

fonte Clayton França Carili

e sua substituição por outras de mesma espécie.


76

CASA DA PRAÇA DA IGREJA DO ROSÁRIO

O paisagismo, um dos pontos de maior des-

taque do projeto, foi executado mantendo as espécies do pomar e agregando espécies ornamentais, criando A casa em técnicas tradicionais é inventariada

caminhos com dormentes e um pátio pavimentado. No

pelo patrimônio histórico e cultural de Araguari e é de

passeio foram utilizadas as mesmas pedras existen-

propriedade particular. Ela é um exemplar da arquitetura

tes (laje de pedra), que foram entremeadas por pedras

vernacular do município. Implantada na esquina da Praça

portuguesas na cor bege. A casa integra-se novamente

do Rosário, possui estrutura mista com tijolos de barro e

com a paisagem da cidade tornando-se referência na

pilares e vigas em madeira. Implantada no alinhamento

praça do Rosário.

da rua, com janelas e portas em madeira, resguarda as

características singelas da arquitetura colonial.

bens apresentados foram preservados e restaurados

O projeto teve como principal premissa a exe-

respeitando os elementos existentes e agregando no-

cução de medidas conservativas com o restauro da co-

vos, graças à sensibilidade de seus proprietários que

bertura, esquadrias, assoalho, manutenção do ladrilho

perceberam a importância dos mesmos para a história

hidráulico de alguns espaços e adequação tanto dos ba-

de sua cidade e, consequentemente, para preservação

nheiros quanto da cozinha.

de sua própria história.

fonte Clayton França Carili

É de extrema importância ressaltar que os dois


fonte Clayton França Carili

77

A preservação do patrimônio cultural em nos-

comunidades como testemunho do modo de construir,

sas cidades é fundamental para a perpetuação da me-

pensar e habitar a cidade. Rossi (1982, p.22) descreve:

mória e valorização da arquitetura e história de nossas

O impulso de preservar o passado é parte do impulso de preservar o eu. Sem saber onde estiv e m o s, é d i f í c i l s a b e r pa r a o n d e e s ta m o s i n d o. O pa s s a d o é o f u n d a m e n t o d a i d e n t i d a d e i n dividual e coletiva; objetos do passado são a fonte da significação como símbolo cultural.

Portanto, vamos continuar construindo as nos-

sas cidades, conservando e preservando o patrimônio

cultural, possibilitando assim o entendimento do passado e, de outro lado, projetando o futuro.

clayton frança carili é arquiteto urbanista formado pelo Centro Universitário do Triângulo (UNITRI) em 1999, Especialista em Revitalização Urbana e Arquitetônica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2000. Professor do Curso de Arquitetura do Centro Universitário do Triângulo (UNITRI) desde agosto de 2004. Mestrando do Programa de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Uberlândia.

Siga o escritório: www.epocaarquitetura.blogspot.com

ana beatriz alves oliveira é arquite-

priscila moreira soares silva é arquiteta ur-

ta urbanista formada pelo Centro Universitá-

banista formada pelo Centro Universitário do Triângu-

rio do Triângulo (UNITRI) em 2004, Especialista

lo (UNITRI) em 2012.

em Iluminação e Design de Interiores pela Faculdade Ávila de Ciências Humanas e Exatas.

luciana pessoa borges de carvalho é decoradora, formada pela Universidade Federal de Uberlândia.



79

entrevista com

ISABELLA PEIXOTO

ARQUITETO E URBANISTA HÁ 21 ANOS, PAULO

mais sobre o assunto. “Me empenhei para aprender e

Schaan formou-se pelo Centro Universitário Moura La-

comecei a dar aulas particulares para colegas, até que

cerda em Ribeirão Preto/SP, tendo iniciado seu curso

consegui começar a carreira acadêmica também na

em 1989 e concluído em 1993. Conversando com o ar-

UNITRI (acho que foi em 1995). Daí aconteceram diver-

quiteto, descobrimos que sua carreira teve um início

sas coisas. Projetos comerciais, residenciais, trabalhar

inusitado. “ D e s c o b r i a a r q u i t e t u r a a t r a v é s d e u m d o s

para empresas”.

p r i m e i r o s n a m o r o s f i r m e s q u e e u t i v e n a m i n h a v i d a . Ela

era secretaria de um arquiteto e por um acaso eu fui

mercado de execução de obras. “Foi uma grata surpre-

buscá-la, em um final de semana, e encantei-me com o

sa porque ele complementa todo trabalho do escritório.

lugar, que achei muito bonito, e, como já gostava de de-

Você tem as etapas do início ao fim e, financeiramente

senhar, me interessei pelo assunto. Na época, li um livro

falando, tem como distribuir e equilibrar sua vida pro-

que ele tinha no escritório. Até hoje tenho o livro, agora

fissional durante os períodos do seu ano, porque nem

utilizado pela minha filha, que está fazendo arquitetu-

sempre projetos existem. E projetos são trabalhos de

ra. Fiz um curso por correspondência que se chamava

tempos curtos (três a quatro meses de atividade), en-

Desenho Arquitetônico. Chegavam as ‘tarefinhas’ e eu

quanto obras são trabalhos de um ano a um ano e meio.

fazia”, conta Schaan.

Então você estende mais o recurso que te dá sustenta-

ção para você crescer e alçar novos voos no trabalho”,

O despertar para a arquitetura como trabalho

Há dez anos, o arquiteto iniciou o trabalhar no

e arte veio depois, com o primeiro emprego. “Meu pai

comenta Schaan.

me arrumou emprego com um amigo dele que era En-

genheiro Civil e meu interesse pela arquitetura cresceu

são o p r o j e t o u r b a n í s t i c o e p a i s a g í s t i c o p a r a G o i â n i a ,

ainda mais. Foi aí que fui cursar a faculdade. Nesse pe-

o C e n t r o d e C o n v í v i o e m U b e r l â n d i a – que foi agraciado

ríodo, fiz diversas coisas, trabalhei para outros arquite-

com uma menção honrosa na 6° Bienal de Arquitetura

tos”, afirma.

de São Paulo –, e o p r o j e t o e c o n s t r u ç ã o d e s u a p r ó p r i a

r e s i d ê n c i a , em Uberlândia/MG.

O surgimento da arquitetura informatizada

criou em Schaan a necessidade de descobrir um pouco

Para ele, os principais trabalhos de sua carreira


80

A U P ! Vamos começar com a sua trajetória profissional. Conte-nos mais um pouco. S c h a a n Depois de formado em 1993, fui trabalhar com

para tentar dar aulas, fazia uns dois anos. Eu tentava

um arquiteto na construtora CCO e quando esta fechou,

de tudo. Procurava trabalho, precisava trabalhar! Daí,

eu fui trabalhar com o arquiteto Paulo Carrara. Fiquei

coincidentemente me chamaram para dar aulas na UNI-

com ele uns 4 meses. Depois vieram Schimidt e Finott,

TRI e para montar o escritório ao mesmo tempo. Como

que eram sócios e arquitetos famosos aqui, e me convi-

eu teria pelo menos uma “rendazinha” fixa, que seria da

daram a trabalhar com eles. Na época, eles estavam in-

escola, eu acreditei. Ficamos juntos aqui por uns qua-

formatizando o escritório e eu fui lá pra fazer esse tra-

tro anos. Um desses colegas foi para os Estados Unidos

balho. Fiquei lá dois meses. Aí uns colegas vieram pra cá

fazer curso fora e o outro ficou aqui até que rompemos

e me chamaram pra montar um escritório, naquele mo-

e eu fiquei sozinho. Naquele momento eu vi o abismo.

mento eu já havia mandado um currículo para a UNITRI

A U P ! Por que?

A U P ! Como funciona seu processo criativo?

S c h a a n Porque fiquei sozinho nesta casona e não tinha

S c h a a n Bom, meu processo criativo inicia-se sempre

dinheiro para pagar nada. Não dava conta, já era difícil

com uma entrevista com o cliente que é o mais interes-

dividindo com dois, imagine sozinho? Comecei a chamar

sado, daí nós temos um processo de organização entre

gente, pra tentar juntar. Um deles foi o Sérgio Oliva e

um programa, uma pesquisa, um levantamento de da-

uma outra arquiteta que também tinha se formado com

dos, uma coleta de informações sobre gêneros sobre in-

a gente. Montamos uma espécie de sociedade, só que

formações diversas, preferências. Enfim, nós traçamos

também durou muito pouco, uns seis meses. Depois sa-

uma linha de pensamento e daí iniciamos primeiramen-

íram, vieram outros colegas... Mas resolvi ficar sozinho

te com pequenos sketches feitos a mão e paralelamen-

mesmo. E já estou aqui há doze anos mais ou menos.

te ao computador, que hoje é um recurso fundamental

Hoje eu tenho arquiteto que trabalha para mim, tenho

para você ter desempenho e conseguir também cumprir

estagiários em obra, em desenho. Tenho uma equipe

prazos com qualidade no seu trabalho de apresentação.

grande de obra e sustento o escritório sozinho.


81

A U P ! Você tem a ideia de como será o projeto imaginando a edificação pronta, como um todo, ou inicia por algum elemento específico (um croqui, uma planta baixa, volumetria, corte esquemático, etc.)? S c h a a n Geralmente eu idealizo através de uma volumetria porque e u a c r e d i t o m u i t o e m u m a f i l o s o f i a d e q u e a f o r m a s e g u e a f u n ç ã o . Então eu trabalho muito paralelamente com isso e eu sempre idealizo uma volumetria um tanto quanto assim irresponsável do ponto de vista de liberdade pra depois aplicar a técnica. Porque eu sempre percebo que a técnica acaba tolhendo uma série de elementos que você poderia dar mais liberdade ao projeto. Porém é indispensável a técnica fazer uma integração ideal que harmonize e promova uma execução do ponto de vista custo-benefício próximo ao ideal. A U P ! Defina sua linguagem arquitetônica. S c h a a n Como a gente tem um escritório extremamente comercial, não que nós esqueçamos toda a filosofia e os princípios do trabalho que a faculdade nos ensinou, eu defino minha arquitetura como uma arquitetura contemporânea, ela aplica elementos atuais e com raríssimas

exceções nós temos clientes que nos permitem a liberdade de definir a tipologia, a forma. Nós trabalhamos muito com referência de imagens que nos são trazidas por esses clientes. Então nós seguimos muito uma arquitetura contemporânea. No sentido dessa arquitetura atual do dia.

A U P ! Quem é influência ou referência para o seu trabalho? E de que forma essa influência se dá? S c h a a n Olha, u m a g r a n d e i n f l u ê n c i a q u e e u t i v e n a

malhas de uma organização muito severa. Então isso

faculdade foi um cara chamado Frank Lloyd Wright

me favoreceu muito a ter mais tranquilidade e condição

que tem uma arquitetura orgânica muito bonita, tam-

para desenvolver temas através dessa forma de pensar

bém R i c h a r d M e i e r e depois o nosso querido N i e m e y e r ,

arquitetura. São essas referências e brasileiro também

que nós sempre reverenciamos. Na questão do início

tem, além do Niemeyer, o L e l é que era um cara brilhante

do trabalho, o Richard é um arquiteto que tem uma or-

e na época uma referência.

ganização de início de trabalho através de tramas, de A U P ! Qual foi sua vivência mais marcante como arquiteto e urbanista? S c h a a n Como arquiteto minha vivência mais marcante

além do horizonte. Urbanisticamente falando, eu traba-

acredito que foi no início da carreira onde tive a oportu-

lhei muito pouco na área de urbanismo então não tenho

nidade de trabalhar em uma grande construtora (CCO)

muita referência. Fiz alguns trabalhos na área mas não

onde eu percebi que a a r q u i t e t u r a n ã o s e f a z a p e n a s

é muito a minha área de atuação. Apesar de dois gran-

d e p r o j e t o . A visão e amplitude que nós temos que ter

des projetos que participei com colegas que tem a carac-

é muito maior e infelizmente a faculdade não te dava

terística de intervenção urbana e projeto arquitetônico.

essa noção e essa percepção para que você possa ver A U P ! Como você avalia o mercado de arquitetura em Uberlândia e região? S c h a a n E x c e l e n t e . Sempre vou acreditar que é excelen-

fissional que acorda pra trabalhar se ele pensar que o

te. Nunca vou pensar que é ruim. Eu acho que todo pro-

mercado tá ruim ele fica em casa.


82

A U P ! Como você avalia a relevância da arquitetura na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba no cenário da arquitetura nacional? S c h a a n Eu avalio ela de forma regular dentro do contexto

poucos elementos. Talvez em função do perfil do nosso

de projetos de relevância arquitetônica e conceituados

cliente local de exigir uma arquitetura muito comercial e

e pautados numa arquitetura bem elaborada eu vejo

de uma remuneração não tão ideal para esses trabalhos.

A U P ! Quais os principais desafios enfrentados pelos arquitetos na nossa região? S c h a a n Eu acho que como todos os desafios de todas as

ao seu cliente e a própria cultura local que ainda pouco

profissões, o desconhecimento da sua área de atuação,

valoriza o trabalho do arquiteto.

como você pode ser presente prestando sua atividade A U P ! Na sua opinião, qual é a principal qualidade de um bom arquiteto? S c h a a n Na minha opinião é v o n t a d e d e t r a b a l h a r e

o mesmo tema é uma novidade. Nos lidamos com o ima-

a c e r t a r . Porque erros nos cometemos sempre mas o

ginário e mesmo que nos consigamos abstrair o todo,

mais importante é a vontade de acertar. Visando todos

nós temos essa capacidade, nós adquirimos isso com o

os recursos que ele conhece e ter humildade pra apren-

tempo, o mais importante é ter essa humildade de sem-

der sempre a cada dia. Porque a cada dia mesmo sendo

pre aprender a cada dia com novas oportunidades.

nós

temos

que

mos

que

nos

pensar

de

apoiar

forma como

coletiva, colegas

nós

e

te-

amigos

A U P ! Como você avaliaria o processo de desenvolvimento do projeto arquitetônico nas escolas? S c h a a n Na minha humilde opinião o projeto de arqui-

veria ser conceituado também pelos seus anos de ex-

tetura é uma disciplina extremamente complexa, pois

periência afinal de contas se um cara está no mercado

ela lida com criação e com tecnologia, duas coisas que

há dez, vinte anos e já com “n” trabalhos executados

se confrontam. E também pela ausência da formação

eu acho que ele deveria ter sua oportunidade para con-

profissional do professor no sentido da pratica profis-

tribuir no processo acadêmico. Eu acho que a discipli-

sional na maioria das escolas. Então eu entendo que

na Projeto Arquitetônico peca pela ausência da pratica

apesar das exigência das universidades, do próprio MEC

que é um elemento que falta para que essa mistura

da qualificação profissional é ainda necessário louvar a

promova uma harmonia e favoreça bons resultados.

qualificação profissional do pratico profissional. Ele deA U P ! Você acredita que a melhoria no processo pedagógico do ensino de projeto auxiliaria na formação de futuros arquitetos? De que forma? S c h a a n Contribui sempre contribui, porque ele te esti-

poder fazer com que essa receita seja eficiente. Isso não

mula a fazer a pesquisa, a leitura a busca e isso é sem-

significa que nós não tenhamos bons arquitetos por falta

pre uma contribuição. Eu acredito nesse ponto de vista.

desse elemento na sua orientação. Mas eu acho que seria

Mas reforço que ainda falta esse elemento pratico pra

mais uma pitada pra poder promover grandes resultados.


83

A U P ! O que você pensa sobre o futuro da profissão de arquiteto e urbanista no Brasil? S c h a a n E u s e m p r e a c r e d i t e i n a a r q u i t e t u r a desde o

ximação maior dos profissionais. Acho que isso é fun-

momento que eu me predispus a fazer o curso e sempre

damental, isso nasce na escola. Isso deveria nascer na

me pautei nos grandes exemplos, tantos nos arquitetos,

escola, mas isso não é fomentado na escola. Não há isso,

nos urbanistas, nos paisagistas e nas outras profissões

sempre há grupos, isso desde a época que eu estudei até

então pra você fazer com que o futuro seja promissor,

na época que você está estudando agora e vai continuar

primeiro nós temos que pensar de forma coletiva, nós

enquanto não mudar o conceito da forma de se pensar.

temos que nos apoiar como colegas e amigos. Acho que

Inclusive está sendo promulgada uma lei que para qual-

esse é o caminho que todos profissionais precisam. Se

quer reforma, intervenção em edificações terá a obriga-

há um descompasso em qualquer área é porque não há

ção da contratação de um arquiteto ou engenheiro civil. E

união. Em qualquer atividade precisa ter união, seja no

com a vinda do CAU que é nosso conselho isso melhorou

campo, lá na obra ou no escritório. Se não houver união,

muito mais para nós arquitetos que teremos mais voz

não há resultado positivo. Se você consegue ter união,

ativa. Claro, o conselho ainda é um recém-nascido ele

essa união vai ser fundamental para seu crescimento da

tá ainda se organizando, conhecendo e nós precisamos

seguinte forma. Você pode contar com seus colegas nos

apoia-los e a reciproca pode ter certeza que será verda-

momentos que você tem dificuldades, te ajudando a ter

deira. Então e u a c r e d i t o m u i t o n a a r q u i t e t u r a . Eu não

trabalhos, te encaminhar. Porque t e m é p o c a s q u e v o c ê

posso falar outra coisa, e u q u e r o m o r r e r p r o j e t a n d o se

e s tá n o e s c r i t ó r i o e q u e v o c ê e s tá c h e i o d e t r a b a l h o

possível, então eu acredito sempre. E u a c r e d i t o n a r a -

e você pode distribuir, você pode convidar parceiros.

p a z i a d a . Entendeu? E acho que vocês também precisam

Mas nem todos fazem isso. Eles preferem ficar abarro-

acreditar. Sempre. Nós temos ótimos exemplos ai saídos

tados de trabalho, atrasar o cliente e deixar o colega à

da Unitri da Ufu, tem colegas ai que estão super bem,

mingua. Eu acho que o primeiro passo seria esse, a apro-

projetando e fazendo “n” projetos, começaram do nada.

A U P ! Fale um pouco mais sobre a sua iniciação no aprendizado do AutoCAD. S c h a a n Sempre fui um apaixonado por desenho e na

Daí me obrigaram a fazer um curso de informática que

época não havia a arquitetura informatizada, então eu

era um princípio do CAD no Brasil. E esse curso foi feito

sempre desenhei a mão, sempre gostei de querer de-

numa escola muito genérica digamos assim, como era

senhar mas nunca consegui acertar desenho algum e

iniciação dessa novidade na cidade. Na época a constru-

o desenho arquitetônico foi o meu sucesso porque eu

tora teve um momento crítico de mercado e ela encer-

adorava e tinha prazer em ficar horas desenhando e de-

rou suas atividades na área de empreendimentos. Ela

senho todos sabem que precisa ter muita paciência e

fechou e eu fui mandado embora. Então o que acontece,

eu sempre tive muita paciência pra desenho. Então ai

nesse momento eu me vi desesperado porque eu já era

eu cresci com isso, fiz faculdade e não existia ainda os

casado, tinha filho, sem recurso pra fazer o que? E o CAD

softeres para auxiliar na minha arquitetura, formei, fui

me salvou naquele momento, porque ninguém sabia e

trabalhar em uma construtora e daí surgiu a necessida-

eu sabia menos ainda, mas o famoso “em terra de cego

de de aprender o CAD. E eu fui muito resistente porque

quem tem um olho é rei”. Eu comprei um “bíblia” e comecei

eu sai de uma situação romântica que era o desenho a

a estudar. Eu trabalhava e estudava dali comecei minha

mão pra uma situação mecânica, fria como é o compu-

carreira no CAD ai eu fui gostando fiz outros cursos e

tador, aquilo criava uma resistência muito grande, uma

fui lendo e estudando. Tive uma ascensão grande até

barreira muito forte pra você poder ingressar naquilo.

depois que mudou um pouco meu ritmo de trabalho, eu

Largar isso e ingressar naquilo, que é a informática.

comecei a ter mais projetos a ter obra e hoje mexo pouco


84

PROF. DR. ADAILSON PINHEIRO MESQUITA

HÁ MUITO TEMPO VEM SE QUESTIONANDO O

entre o ensino, a busca da contextualização e compro-

papel da universidade na sociedade. Nos tempos atuais

missos mais efetivos com a comunidade, e a busca do

muitas perguntas continuam sendo feitas e muitas de-

desenvolvimento científico-tecnológico. As demandas

las ainda permanecem sem respostas. A perspectiva da

sociais, principalmente aquelas referentes à produção

ação tripla e indissociável Ensino-Pesquisa-Extensão no

da cidade, requerem profissionais preparados para res-

entanto continua sendo tão válida quanto em momentos

ponder a elas de forma coerente contribuindo para a

anteriores. A universidade sempre se pautou pela dinâ-

criação de ambientes mais justos e espaços de melhor

mica interna capaz de adequá-la às transformações re-

qualidade. Por outro lado as escolas devem incentivar

queridas pelas mudanças sociais e tecnológicas, contri-

os alunos a desenvolverem senso crítico capaz de en-

buindo como agente efetivo em busca de uma sociedade

xergar os problemas e a partir dai investigá-los para o

melhor. Entretanto, em vários momentos as contribui-

desenvolvimento de proposições.

ções que estas instituições podem dar à comunidade se

resumem puramente à expansão da demanda pelo ensi-

dante deveria dar os primeiros passos para a pesquisa

no superior a partir da reprodução do conhecimento hu-

científica, erroneamente associada somente às carrei-

mano já adquirido e perpassado aos alunos por meio do

ras acadêmicas. Se incentivada durante a graduação, a

ensino, normalmente restrito às salas de aula. É muito

prática da pesquisa científica é facilitada no decorrer da

pouco para instituições nas quais se deposita tamanha

vida profissional. E é por isso que a iniciação científica

esperança na produção e disseminação do conhecimento

cumpre um papel tão importante neste contexto.

científico e protagonista de mudanças sociais.

Bombardeada por grandes demandas científi-

cidos por algumas instituições de ensino e fomentadas

co-tecnológicas, a universidade por vezes se deixa su-

com bolsas oferecidas pelas próprias escolas, agências

cumbir ao engano da priorização deste setor em detri-

governamentais e/ou outras, entre elas o Conselho

mento dos aspectos da formação do aluno cidadão ou

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

de um maior compromisso com a comunidade. O desafio

(CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal

é estabelecer o devido equilíbrio entre tais setores, seja

de Nível Superior (CAPES) e a Fundação de Amparo à

em universidades, centros universitários ou faculdades,

Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). Embora

embora compreendamos as diferenças legais e os obje-

o fomento financeiro auxilie demasiadamente o proces-

tivos de cada um destes segmentos.

so de iniciação científica, a preocupação dos alunos com

É durante o período de graduação que o estu-

Os programas de iniciação científica são ofere-

Abordando especificamente os cursos de Ar-

sua formação têm levado a um crescente voluntariado.

quitetura e Urbanismo pode-se compreender a grande

A prática da pesquisa na iniciação científica dá ao aluno

necessidade da busca do equilíbrio mencionado ante-

uma primeira aproximação com a necessidade do olhar

riormente. A formação de arquitetos e urbanistas re-

sobre os problemas de diversas naturezas e sua formu-

quer intrinsecamente o estabelecimento dos nexos

lação, e a superação dos mesmos.


85

A divulgação das pesquisas na iniciação cientí-

Organizado anualmente por estudantes des-

fica é facilitada pela existência do Congresso de Iniciação

de 2001, o evento constitui hoje um importante mar-

Científica em Arquitetura e Urbanismo (CICAU), evento

co de divulgação dos grupos de pesquisa nos cursos de

que ocorre concomitantemente com o Encontro Nacional

graduação espalhados pelo país. Os eventos ocorrem

de Estudantes de Arquitetura (ENEA) e Encontro Regional

nacionalmente, criando um ambiente de troca de ex-

de Estudantes de Arquitetura (EREA). Dessa forma os es-

periências e informações entre os estudantes das mais

tudantes podem dar evidência nos seus trabalhos, divul-

diversas instituições de ensino superior envolvidos ou

gar os Grupos de Pesquisa e trocar experiências capazes

interessados na área de pesquisa.

de enriquecer a experiência pessoal e contribuir para o desenvolvimento dos trabalhos.

M A T H E U S P I R E S S I L V A A formação acadêmica sem-

pre pode ser preenchida de diversas formas, sendo elas extremamente importantes na formação profissional. No caso de alunos de arquitetura, essa busca se faz mais necessária, pois a criatividade do arquiteto requer não somente a matéria aprendida e debatida em sala de aula, mas também a vivência com o mundo e a busca c a r o l i n a d e s o u s a b e s e r r a O curso de Arquitetu-

por novas e diferentes formas de conhecimento. Sendo

ra e Urbanismo é formado por teoria e principalmente

assim, programas como o “Ciência Sem Fronteiras” o e

por prática, e é essa prática que nos encanta e faz se-

projeto de extensão iniciação científica podem e devem

guir a cada semestre. Num dado momento da faculda-

ser cogitados e desenvolvidos durante a formação.

de senti a necessidade de aprender outra língua, para

poder experimentar tudo que ouvia com tanto entu-

to de extensão (iniciação científica), digo por causa

siasmo em sala de aula. Aí surgiu a ideia de participar

própria o quão importante foi, e ainda é, na minha

do programa “Ciência Sem Fronteiras” que me abriria

forma de pensar e de desenvolver novos projetos, pois

portas e caminhos ímpares.

o mesmo me vez ir muito além dos livros empregados

em sala de aula, me inserindo na realidade do projeto

Dentro da faculdade precisava de um auxílio

Sendo um aluno que participou de um proje-

mais específico para alcançar meus objetivos, é onde

e também no contexto de seu desenvolvimento.

entrou a Iniciação Científica, que me daria embasa-

mento direto para ter experiência nos problemas atu-

qual participarei, surgiu com o apoio da universidade,

ais, reconhecê-los e agir. Foram feitas leituras, viagens

como uma nova oportunidade de aprimorar e adquirir

e artigos que me trouxeram uma vontade ainda maior

conhecimento, além da vivência que me trará ao morar

de conhecer o mundo fora da teoria, uma experiência

em um outro país, e por fim, e não menos importante, a

acadêmica única.

possibilidade da formação em uma língua estrangeira.

E para ressaltar ainda mais a importância da

Já o programa “Ciência Sem Fronteiras”, do

Por fim, gostaria de novamente ressaltar a

Iniciação Científica, conto por vivência própria que a

importância de buscar novas formas de aprendizado,

IN foi pré-requisito para conseguir minha vaga/bolsa

pois como aluno de arquitetura e urbanismo vi e ainda

entre tantos no Brasil no programa federal “Ciências

vejo a grande contribuição que esse tipo de iniciativa

Sem Fronteiras”.

trará para a minha vida acadêmica e profissional.


86

MOBILIDADE NA ÁREA CENTRAL DE UBERLÂNDIA

A ÁREA CENTRAL DE UMA CIDADE É O POLO PRINCIPAL DE ATRAÇÃO DE PESSOAS EM

razão da concentração de uma grande diversidade de atividades comerciais e de serviços, além de também ser lugar do encontro, do lazer, do ócio. A confluência de grupos sociais diversos que possuem desejos e comportamentos distintos faz dessa região um lugar extremamente heterogêneo onde os conflitos pelo uso e apropriação do espaço, quando não mediados, são constantes.

Área Central de Uberlândia-MG (2012) FONTE panoramio.com/photo/55122262 por will7/moreira3

PROF. DR. WILLIAM RODRIGUES FERREIRA


87

Essa centralidade se apresenta em

ro de conflitos diversos e as tentativas de mi-

todas as cidades, indistintamente. Mesmo

nimizá-los demonstram, com poucas exceções,

naquelas que desenvolvem centros comer-

uma preocupação pontual em relação à fluidez

ciais ou de negócios em outras regiões com o

automotiva e ao condicionamento dos lugares às

propósito de promover a descentralização e

prerrogativas do transporte privado, acentuando

dispersão de atividades, a área central “tradi-

a segregação socioespacial e a degradação des-

cional” continua constituindo-se, como afirma

sas áreas, onde os valores que envolvem aspec-

Ferreira (2002, p.88), como sendo o setor mais

tos relativos à humanização e urbanidade são

importante do espaço urbano, o foco maior de

raramente considerados.

atração. Verifica-se nela um crescente núme-

nos ma da

últimos

50

intervenção nas

vias

anos, foi

da

nenhu-

implementa-

região

central

Nas áreas centrais o sistema viário as-

haja uma busca constante e conflituosa por, pelo

sume papel relevante nas intervenções públi-

menos, condições mínimas de fluidez e, por ve-

cas, pois, a rua, além de possibilitar condições

zes, em áreas não destinadas aos mesmos, como

de acesso às atividades comerciais, de serviços

o leito carroçável e as faixas destinadas a esta-

e de lazer, condiciona o nível de conforto, aces-

cionamento veicular, tornando mais grave a situ-

sibilidade, mobilidade e o convívio no espaço

ação de conflito.

público, em especial, do pedestre, pois nos des-

locamentos realizados nessa área, com raras

de regra, apresentam calçadas com dimensões

exceções, o modo a pé se estabelece de manei-

insuficientes, piso irregular e ausência de aces-

ra acentuada. Somos pedestres em algum mo-

sibilidade; precariedade e/ou descontinuidade

mento, com maior ou menor intensidade.

das conexões dos caminhos; obstrução de calça-

As vias públicas em Uberlândia-MG, via

Assim, a necessidade de condições

das por vendedores ambulantes, disposição de

adequadas para a circulação e segurança

lixo, equipamentos urbanos e bancas de expo-

dos pedestres é imprescindível. Na cidade de

sição de mercadorias; excesso de publicidade de

Uberlândia-MG, a situação insatisfatória para

diversos tipos e tamanhos; presença de pedintes

a circulação dos cidadãos em estreitas e ina-

e comércio informal; crescente número de aci-

dequadas calçadas em toda a área urbana,

dentes de trânsito; criminalidade, entre outros,

mas em especial na área central, faz com que

que somados à ausência de conforto ambiental


Cena da vida urbana em Amsterdam, Holanda (2010) FONTE fietsberaad.nl

88

e urbanístico, à poluição visual e à poluição so-

nora e do ar caracterizam esses espaços como

lândia-MG contraria as tendências de requa-

precários, degradados, inseguros e insalubres.

lificação do espaço urbano onde a Mobilidade

O ambiente da área central em Uber-

Pesquisas realizadas na área central

Sustentável e Inclusiva deve ser a tônica. Ci-

(FERREIRA, 1997 e 2002; PMU, 2008) apontam o

dades brasileiras como Maringá, Londrina, São

crescente aumento do fluxo/volume de pedes-

José dos Campos e Curitiba ou de outros paí-

tres e o agravamento dos Níveis de Serviço das

ses como Amsterdam, Berlim, Santiago, Nova

calçadas, a exemplo da Av. Afonso Pena, que

Iorque, Lima, Madri, Valência, Portland, Cope-

apresenta níveis D, E e F. No entanto, exceto

nhagen entre outras, têm apresentado resulta-

a ação de Requalificação da Av. João Pinheiro

dos excelentes nessa perspectiva, priorizando

em 2003, nenhuma outra intervenção foi im-

pedestres, ciclistas e o transporte público em

plementada nas vias da região nos últimos 50

suas vias públicas.

anos, que dirimisse os problemas enfrentados

pelos pedestres, deteriorando de forma acele-

cidades para promover a execução de projetos

rada as relações que se estabelecem neste es-

que garantam a acessibilidade universal com

paço, afetando negativamente a qualidade de

conforto e segurança prevendo a implantação

vida das pessoas.

de calçadas adequadas, sistemas de ciclovias,

Ações se fazem urgente em nossas


89

sinalizações viárias necessárias para a minimização dos

discussões sobre a qualidade dos espaços públicos e as

conflitos e ambiência agradável, que induza o uso des-

ações necessárias para sua melhoria.

ses espaços para o convívio coletivo.

É importante que se realizem contínuas pes-

tornem nossas cidades caminháveis e aprazíveis, com

quisas no intuito de analisar e monitorar as condições

ruas que nos “convidem” a participar com prazer e urba-

de circulação dos pedestres, no intuito de fomentar as

nidade da vida urbana.

Políticas Públicas devem promover ações que

À esquerda, via pública em Amsterdam, Holanda. À direita, cena urbana em Lima, Perú (2009) fonte William Rodrigues Ferreira

A “rua”, com seus diversos papéis, dimensões

dos encontros (mesmo que casuais) e desencontros, da

e conteúdos, muito além de ser apenas local de pas-

manifestação da coletividade, da urbanidade, da cultura,

sagem e de acesso aos lugares, deve ser o lócus das

da diversidade, da criatividade, o espaço público de ex-

interações urbanas, da vida pública, do convívio, o lugar

celência e por excelência.

BIBLIOGRAFIA << FERREIRA, William Rodrigues. O espaço público nas áre-

PMU. Prefeitura Municipal de Uberlândia. Projeto de Requa-

as centrais: a rua como referência – um estudo de caso em

lificação da Área Central e Fundinho – propostas da Mobili-

Uberlândia-MG. São Paulo: FFLCH/DEGEO-USP, 2002. (Tese

dade Urbana. Uberlândia: PMU, 2008.

de Doutorado) Disponível em: http://goo.gl/Nvk1Vf. . Áreas centrais congestionadas: a questão dos pedestres - um estudo de caso. Brasília: MTU-UnB, 1997. (Dissertação, Mestrado)

william rodrigues ferreira

é geógrafo, mestre em Transportes Urbanos (UnB),

doutor em Geografia (USP) e professor da Geografia da UFU (graduação, mestrado e doutorado).


90

////////////

A PRAÇA

E SUAS APROPRIAÇÕES

Relatos de histórias e viagens reais. Relatos de histórias e viagens imaginárias. Narrativas que nos transportam para um espaço, um

cenário, uma paisagem; e para um tempo, passado, presente, eventualmente futuro. Narrativas que recorrem à memória, num esforço de verossimilhança do que é familiar e conhecido, ou que procuram atender à expectativa da novidade, do exótico e do inusitado. Narrativas que visam um público leitor, que pretendem entreter e, também, informar e fazer pensar. Representações do mundo, ficções que o arranjam, dando-lhe sentido e inteligibilidade, sobre diversos pontos de vista 1

Os centros urbanos guardam aspectos impercep-

ocorridos dentro e nos arredores da praça Tubal Vilela –

tíveis de um cotidiano a todos os que transitam por deter-

praça central da cidade de Uberlândia.

minado local. Assim ocorre todas as vezes que passamos

e até mesmo paramos para observar os acontecimentos

povo, conforme Ribeiro:

A praça traz boas recordações à memória do

“A praça é o espaço aberto, externo… é o espaço das conquistas” 2. Onde acontecia o footing, que, nas décadas de 1940/50, ocorria na

Av. Afonso Pena entre as ruas Goiás e Olegário Maciel, os moços geralmente parados frente ao cinema ou em algum bar, as moças passando e paquerando de forma recatada e, como conta um dos entrevistados, “tudo se dava da forma mais saudável… e com o maior respeito” 3

Foi na década de 1950, aproximadamente 1955,

que o footing passou para a praça da República. Algu

mas fotos de época dão-nos o local exato onde o footing acontecia, como nos foi relatado por várias pessoas:

E isso e só no domingo. Isso aqui, acontecia maior intensidade desse passeio aqui, era no domingo. Sábado era, sábado todo mundo ia pros

bailes, a gente ia pros bailes, casamento. Era a coisa mais bonita, cê olhava assim todo mundo de terno e de gravata, não é hoje esse pessoal com essas calças jeans, esses tênis fedorento, que eles usa aí não4

Quando perguntamos se havia tratamento di-

percebidas claramente por quem frequentava o footing.

ferenciado entre as pessoas nos dias do footing, boa parte

dizia, chegando a afirmar, que não. Outros já não se sen-

prática que ocorria somente aqui na cidade ou nas capi-

tem incomodados e revelam que, apesar de ser aberto às

tais, como no Rio de Janeiro, São Paulo, mas, de acordo

diversas camadas sociais, existiam restrições e estas eram

com ela, isso vem desde o século XVIII, quando:

Caldeira esclarece-nos que essa não era uma

A burguesia emergente precisa afirmar sua superioridade social no espaço da cidade. O exibir-se pelos territórios da cidade, o ‘andar

pelas ruas, enquanto uma atividade social’, irá adquirir uma importância jamais observada, particularmente em Paris e Londres, mas também, nas principais cidades europeias. A divulgação destes hábitos e costumes transformou-se num ritual, concretizado na ideia do footing 5


91

À medida que vamos compondo os acontecimen-

Acreditamos na importância que a praça re-

tos na praça, esta vai criando formas, estilos e histórias

presentou em suas vidas, pois, naquele momento, era o

antes ocultas vão surgindo do e no interior da praça.

lugar de sociabilidade de suas mocidades. Pessoas que

Ao conversar com as pessoas idosas da cidade,

criaram uma identidade com o local, e que, frente às fo-

estas nunca sabem como referir-se à praça, pois, para

tografias, não reconhecem a praça de hoje, mas a praça

muitos, ainda é a praça da República (homenagem a um

do passado, de seu tempo.

acontecimento histórico), para outros, a dos Bambus

(apelido dado pela população, já que ali existiam muitas

paço que veio sendo feito, desfeito e refeito, ela ainda é

moitas de bambus) ou Benedito Valadares (homenagem

referência para a cidade, conserva seus significados an-

ao Governador do Estado de Minas Gerais, estratégias

teriores pela memória de seus frequentadores. Ela con-

para conseguir que este voltasse seu olhar para a ci-

tinua sendo um lugar de lazer numa dimensão menor

dade), raramente se referindo a ela como Tubal Vilela

que a de outrora, e hoje, continua como palco, expondo

(homenagem a um homem que, com suas ações, soube

diferentes representações sociais e oferecendo espetá-

elevar o nome da cidade).

culos múltiplos aos vários personagens que ali circulam.

Embora a praça Tubal Vilela tenha sido um es-

2ª Praça da República em meados da década de 50 fonte Acervo Doadas

1 NAXARA, Márcia Regina Capelari. Sobre Campo e Cidade – Olhar, Sensibilidade e Imaginário: em Busca de Um Sentido Explicativo para o Brasil no Séc. XIX. Tese Doutorado. Campinas, S.P [1.n], 1999. p. 242, 243 2 RIBEIRO, Antonieta Jaci Machado. Posição e Oposição: A Praça (Estudos Semiótico da Praça Enquanto Texto da Cultura). Dissertação de Mestrado. PUC. S.P, 1992, p.49 3 Décio Tavares, entrevistado em 30/10/2001

4 Ibidem 5 CALDEIRA, Júnia Marques. Praça: Território de Sociabilidade. Uma Leitura Sobre o Processo de Restauração da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. UNICAMP, 1998. p.41.

josefa aparecida alves

é historiadora e

mestre em História pela Universidade Federal de Uberlândia e integrante do Arquivo Público Municipal.


92

ARQUITETURA E ARTE SÃO DUAS EX-

O significado de artista, na antiguidade clás-

pressões que acompanharam as civilizações

sica, esteve atrelado aos de artifício e artificial (FLUS-

imediatamente quando estas sentiram (e con-

SER:2010). Isso talvez explique porque artistas gregos e

tinuam insistindo na) necessidade de vasculhar

romanos se propunham a investigar a estética das pro-

os desejos sociais e representá-los por meio

porções humanas pelo artifício da escultura. Os esculto-

das diversas técnicas inventadas para dominar

res, aparentemente, não pretendiam solucionar nenhum

a natureza e, assim, se impor no mundo. O ter-

tipo de problema de ordem funcional, ao contrário, bus-

mos gregos téchné (arte) e tékton (carpinteiro)

cavam nos traços refinados da forma humana os moti-

mantinham estreitas relações entre si por meio

vos para esculpir e, sempre esteve presente, o artifício

da madeira. Assim, a extração das formas da

de dar ao mármore o aspecto artificial do homem. Na

arte e da arquitetura partiram da madeira, vin-

atualidade, a presença de outros materiais sofisticados

do depois dela o mármore e o ferro.

permitiram explorar ainda mais esta artificialidade.

À esquerda, Fauno Barberini, artista desconhecido, escultura de mármore, 250 a.C. – 200 a.C, 217 cm. fonte mora.sns.it. À direita, Escorço elaborado por Michelangelo para a criação de Adão, século 16, fonte google.com


93

Já a arquitetura, diferentemente

da arte, traz consigo um conjunto de regras de ordem prática, que pretende solucionar parte dos problemas humanos. E os problemas da fabricação dela, muitas vezes, também foram solucionados pelo desenho. No Quattrocento, Bruneleschi investigou os mecanismos para a construção da cúpula de Santa Maria del Fiori, de modo que a execução dela não parecesse tão difícil. Sendo assim, a cúpula deveria surgir como um ato divino (ARGAN: 1992), livre de todas os artifícios criados para torná-la real; também se apropriando do desenho, pela técnica da perspectiva, para investigar o interior da Igreja do Espírito Santo em Florença. Ou seja, da arquitetura, da pintura e da escultura finalizadas, o desenho desaparecia e desaparecia com ele o desenho-estudo do projeto.

NÃO

PROCUREI

PROCUREI LINA

A BO

A

BELEZA POESIA BARDI Igreja do Espírito Santo, Florença / Esquema de fabricação da cúpula, século XV fonte http://goo.gl/A993H7 / http://goo.gl/zpgEGa

EU


Já no movimento moderno, o desenho se

desprende dos mecanismos da fabricação das coisas e adquire status de arte, torna-se uma linguagem autônoma; desprende-se do traço mecânico e dos estilos históricos e torna-se mais abstrato. No caso da arquitetura, ao notarmos o desenho de Oscar Niemeyer e Norman Foster, vemos que estes guardam as noções de estruturação das ideias, da investigação formal, da escala, do conceito, do partido em arquitetura. Notamos também que antes a perspectiva buscava a referência da pedra e da madeira para materializar a arquitetura e as máquinas enquanto os croquis tinham como premissa os materiais modernos para idealizar palácios e centros de arte.

As noções de profundidade do dese-

REFERÊNCIA <<

nho clássico obtidas pela marcação ritmada

FLUSSER, Vilém. Uma filosofia do design / a for-

do compasso e da régua (perspectiva) cede à

ma das coisas. São Paulo: Relógio d’água, 2010.

liberdade gestual do traço, que exprime outras

ARGAN, Giulio Carlo. História da arte como his-

sensações de profundidade e estruturação da paisagem. Mas, independentemente do dis-

tória da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

tanciamento histórico, os desenhos exigem da mão, do crayon, do papel, dos instrumentos técnicos (ou não) e da imaginação, a experimentação da expressão arquitetônica e artística. Se por um lado o desenho esteve rebaixado como arte porque acusava os mecanismos, no

rodrigo

moretti

é professor dos

movimento moderno e na pós-modernidade,

cursos de Arquitetura e Urbanismo e De-

ele ainda expressa a livre imaginação de artis-

sign da UFU e da UNIUBE. Artista plástico,

tas e arquitetos.

pesquisa sobre crítica social e fotografia.

Desenho de Oscar Niemeyer para o Palácio do Planalto, 1958 / Croqui de Norman Foster para o Centro de Artes Visuais, Inglaterra, 1974 fonte ebc.com.br / apud. Blaser (1992: 84)

94


95


96

CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO

profissionais e empresas requerentes. Além de oferecer orientações sobre a RRT e certidões, o novo posto do Conselho em Uberlândia está apto a realizar a coleta de dados biométricos.

A nova unidade de atendimento do CAU/MG

está localizada em região estratégica, o que facilitará a mobilidade e aumentará o raio de atuação do Conselho. Inicialmente, o espaço será exclusivo para atendimento de profissionais e empresas, mas, posteriormente, o

DE MINAS GERAIS

Conselho pretende agregar outros serviços de interesse

ISABELLA PEIXOTO E EQUIPE AUP!

17h, de segunda a sexta-feira.

da população. O horário de funcionamento é de 12 às

Segundo o arq. urb. Joel Campolina, Presidente

do CAU/MG, a instalação de postos avançados/escritó

CRIADO PARA REGULAMENTAR E PROMOVER

ações para o aperfeiçoamento do exercício da profissão de arquiteto e urbanista no estado, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais (CAU/MG), além de fiscalizar e zelar pela qualidade do exercício da profissão, incentiva reflexões sobre o papel e responsabilidades dos arquitetos e urbanistas na qualificação dos espaços em que moramos, trabalhamos, circulamos e nos diver-

rios regionais torna o CAU/MG mais presente nos municípios mineiros, contribuindo e abrindo espaço para o atendimento de profissionais e empresas. “Em Minas Gerais, em apenas um ano e meio, dos 853 municípios, já estamos presentes em tempo real em 322 cidades. Onde há um arquiteto o Conselho existe! Até o 2014 estaremos com seis escritórios em importantes cidades polo mineiras”, salienta Campolina.

timos. O foco é o desenvolvimento urbano harmônico e sustentável, a valorização do nosso patrimônio histórico e cultural e a contribuição para a formação acadêmica adequada.

É com estes desafios que o CAU/MG chega à

Uberlândia, através de um posto avançado de atendimento, localizado na Av. Governador Rondon Pacheco, trutura física do Conselho na cidade contou com o apoio do Arq. Urb. Rogério C. de Mello Franco e da Arq. Urb. Marilia Maria Brasileiro Teixeira Vale, Conselheiros do CAU/MG e representantes da região.

Com mais esta instalação, o CAU/MG preten-

de otimizar os processos e agilizar o atendimento dos

Arq. Joel Campolina

nº 381, sala 102, Bairro Tabajaras. A instalação da es-


97

O Arq. Urb. Rogério C. de Mello ro

Franco,

do

Conselhei-

CAU/MG,

conce-

deu uma entrevista para a Revista AUP!, falando sobre o novo posto avançado e as expectativas do Conselho

para

a

região.

AUP! O CAU/MG acaba de inaugurar um posto avançado de atendimento em Uberlândia. Como a cidade foi escolhida? Rogério Um dos pilares de trabalho do Conselho de Ar-

Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba congregam cerca

quitetura e Urbanismo de Minas Gerais é estar presente

de 10% dos profissionais arquitetos e urbanistas inscri-

onde existir um Arquiteto e Urbanista. Em Minas Gerais

tos no CAU/MG. Além disso, a região ainda concentra

há 853 municípios e o CAU/MG está presente em pelo

cinco escolas de arquitetura, sendo três em Uberlândia,

menos 2/3 destes municípios. Considerando que o CAU

uma em Patos de Minas e outra em Uberaba. Portan-

existe há pouco mais de dois anos, podemos dizer que

to, o Conselho precisa estar presente em uma cidade

o Conselho está muito bem distribuído e representado

como Uberlândia que é um dos polos da região. Trata-

geograficamente no Estado. Estabelecer uma estrutura

se de uma região com grandes demandas e que precisa

física em uma região como o Triangulo Mineiro e Alto

de uma representatividade e atuação mais agressiva

Paranaíba é extremamente importante e estratégico. Os

do CAU/MG. O Conselho defende o direito do cidadão a

benefícios para os profissionais da classe e para a so-

arquitetura e urbanismo. Isso é um ganho para os pro-

ciedade como um todo são inúmeros. Além de ser uma

fissionais da classe e, principalmente, para a sociedade.

região responsável por cerca de 1/4 do PIB do Estado, o A U P ! Quais as principais ações e conquistas do CAU/MG na região? R o g é r i o As ações têm sido cada vez mais incisivas. Al-

cooperação com as prefeituras de cada um destes mu-

guns projetos ainda são embrionários porque o Conselho

nicípios. Apesar do pouco tempo de trabalho, o CAU/MG

ainda é recente. Mas, já é possível mensurar resultados

em parceria com a Prefeitura de Uberlândia já conquistou

interessantes na região. Atualmente, o CAU/MG possui

importantes vitórias. Atualmente, o CAU/MG faz parte do

convênio de cooperação e colaboração com a Prefeitura de

Conselho Municipal do Plano Diretor da Cidade, instituído

Uberlândia. Também já estabeleceu convênio semelhante

por lei, e também compõe o Conselho de Meio Ambiente

com Associação dos Municípios do Vale do Paranaíba, que

Municipal. Ainda têm várias outras ações que o CAU/MG

representa mais de 20 municípios da região. O Conselho

está executando e desenvolvendo na região, sempre com

já conquistou importante espaço e representatividade na

o foco de estar mais presente e participativo. O Conselho

região e o foco de trabalho agora será o de maior apro-

tem trabalhado em projetos para estar mais presente nos

ximação com os municípios do Triangulo Mineiro e Vale

Conselhos Culturais, Conselhos de Conservação, Conse-

Paranaíba. O desafio atual é estabelecer convênios de

lhos do Patrimônio Histórico da cidade, etc.

A U P ! Quais as expectativas do CAU/MG para a região? O Triângulo Mineiro e o Vale Paranaíba pos-

banismo de boa qualidade e também auxiliar no apri-

suem 66 municípios onde o CAU/MG quer ter uma pre-

moramento do planejamento urbano e regional de boa

sença cada vez mais forte. O Conselho pretende, em

qualidade. Em síntese, os planos do CAU/MG para a re-

ritmo acelerado, oferecer condições cada vez melhores

gião em 2014 é fortalecer a parceria com os 66 municí-

para a população no que diz respeito a arquitetura e ur-

pios que formam a região.

Rogério


98

LIVROS

/////////////

CONVERSA DE ARQUITETO

DESENHO ARQUITETÔNICO – 4ª ED.

oscar niemeyer

gildo a. montenegro /////////////////// editora edgard blucher

editora revan e editora ufrj

Obra constituída por pequenos textos do mestre Oscar

Destinado a estudantes, arquitetos e engenheiros, De-

Niemeyer, Conversa de Arquiteto é um livro para quem

senho Arquitetônico é um livro de consulta para inte-

busca uma aproximação com os métodos e a visão do

ressados em aprender sobre desenho e suas normas. A

autor sobre a essência da arquitetura, abordando temas

obra traz normas técnicas, formas de desenho, conven-

como: espaço arquitetural, leveza na arquitetura e técni-

ções gráficas, instrumentos de desenho, dentre outros

ca. De leitura rápida, o livro utiliza-se de uma linguagem

assuntos pertinentes à área. Bem ilustrado, o livro aju-

sensível, tratando o tema com leveza e autenticidade.

da na visualização na parte teórica sem se tornar chato.

ARQUITETURA DOS ÍNDIOS DA AMAZÔNIA johan van lengen

editora b4 editores

Arquitetura dos Índios da Amazônia é um livro que explora a questão sustentável na arquitetura com base nos métodos indígenas de construção. A publicação mostra o senso aguçado dos índios para a arquitetura, lembrando-nos que é possível utilizar saberes ancestrais – como a relação harmoniosa entre relação entre homem, arquitetura e natureza vivenciada pelos índios – no desenvolvimento de projetos que não prejudiquem o meio ambiente.


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ATLAS DE DETALHES CONSTRUTIVOS peter beinhauer

editora gg

ATLAS DE DETALHES CONSTRUTIVOS REABILITAÇÃO editora gg

/////// peter beinhauer

O livro tem como principal função ser uma ferramenta de

Complemento do primeiro volume, Atlas de Detalhes

apoio para arquitetos, engenheiros e estudantes. Possi-

Construtivos Reabilitação também é um guia para ar-

bilita a análise dos pormenores primordiais para cons-

quitetos e engenheiros interessados no assunto. O

trução de um projeto bem desenvolvido. O guia possui

atlas destina-se a tratar da documentação na fase de

diversas situações que podem ser inseridas nas fases de

execução de um projeto. Nesse contexto relata as pato-

um projeto divididas por temas: paredes externa e inter-

logias e anomalias dos edifícios, a fim de encontrar um

nas, portas, lajes, fundação, escadas, entre tantos outros.

meio de reabilitação para tais problemas.

HISTÓRIA ILUSTRADA DA ARQUITETURA

AS LINHAS DO TECIDO URBANO adailson pinheiro mesquita

editora roma

O livro apresenta uma visão da evolução urbana de Uberlândia a partir do sistema de transportes. É uma contribuição para a pesquisa da história da cidade, contada a partir da mobilidade urbana e seus condicionantes. livraria pro século xxi R$ 25 isabella.royale @ gmail.com

emily cole (edição geral)

editora publifolha

O livro apresenta os diversos estilos arquitetônicos em ordem cronológica, do Egito Antigo ao Pinturesco. Para atrair a atenção do leitor, a obra expõe diversas imagens e gravuras que retratam os principais elementos arquitetônicos de cada época. A publicação traz ainda um glossário abrangente, agradando não apenas estudantes e profissionais da área, mas também interessados e curiosos quanto à história da arquitetura.


100

SUSTENTABILIDADE E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO ARQ. MS. SÉRGIO AUGUSTO PEREIRA PEIXOTO

EM PAÍSES DESENVOLVIDOS A QUESTÃO

da sustentabilidade tem seu foco no aspecto ambiental, já que as questões econômicas e sociais de forma geral se encontram melhores resolvidas. Desta forma, se desenvolvem edifícios protótipos, no qual se emprega a avançada tecnologia para aprimorar o seu desempenho ambiental. Os green -buildings são possíveis nesses países devido ao alto grau de racionalização da construção civil.

01 ECOVATIVE Material isolante a base de fungos que substitui a utilização de espumas plásticas. 02 BELLWETHERMATERIALS Outra opção de isolante feito com lã de ovelha, que utiliza pouca energia na produção e é seguro para pessoas, ambiente e animais. A lã ainda absorve poluentes do ar e é de difícil combustão em caso de incêndio. 03 TINTAS ECODOMUS MATTE Derivadas de minerais naturais, não contém toxinas e são hipoalergênicas, além de

Já nos países de terceiro mundo, temos a

impedir o surgimento de bactérias do mofo e absorver CO2.

defasagem nos aspectos social, ambiental e econô-

04 PAINÉIS STORMWALL Sistema de paredes, piso e forro es-

mico amarrados de maneira sistêmica. Falta qualificação da mão de obra e há inviabilidade econômica da racionalização devido à má remuneração dela, a construção civil é em sua maior parte regida pelo mercado informal, as condições de trabalho são péssimas e a produção de insumos da construção civil

truturais que substituem o uso de drywall. Absorvem mais de três vezes a quantidade de CO2 emitida em produção. 05 COBERTURA GR GREEN Restos de pedra calcária e plástico reciclado (garrafas de leite e sacolinhas plásticas) compõem o produto que custa menos que os concorrentes, tem

geralmente não possui regularização e muito menos

longa duração (pelo menos 50 anos) e pode ser reciclado.

um procedimento ambientalmente correto.

06 BIOBRICK Bactérias produzem materiais de uma espécie

Este panorama vem sendo modificado e,

entre os anos de 2009 e 2012, o número de edifícios brasileiros que obtiveram certificação verde cresceu 412%. Já somos, inclusive, o quarto país com mais empreendimentos certificados pelo LEED

de cimento natural, que possuem custo e desempenho semelhantes à alvenaria tradicional. 07 ECOCOCON Painéis de palha para construções pré-fabricadas de custo acessível e bom isolamento.

(Leadership in Energy and Environmental Design).

08 HAPLOBUILT Materiais biodegradáveis ou recicláveis

Em 2013, o instituto norte-americano Cradleto

também utilizados em construções pré-montadas. Dispen-

(Cradle Products Innovation) lançou um desafio

sam o uso de água e podem ser desmontados e reutilizados

para que as fabricantes de materiais de construção

em uma nova construção.

apresentassem produtos inovadores de menor impacto ambiental. Especialistas do setor analisaram 144 inscrições e selecionaram 10 ideias finalistas, considerando critérios como segurança, salubridade, preço acessível, impactos sociais e reutilização. Conheça as ideias selecionadas:

09 PAINÉIS ECOR Feitos de fibra de celulose, são fabricados em um ciclo que reutiliza 99,5% da água necessária para a produção. 10 DUTCH DESIGN INITIATIVE Painel reforçado de cimento, madeira e lã, é resistente ao fogo, à água, a insetos, não apodrece e ainda por cima é um isolante térmico e acústico.


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EM BUSCA DA

PROF. DR. ADAILSON PINHEIRO MESQUITA

A FORMA DE UMA CIDADE MUDA MAIS

Na cidade moderna o transeunte é desatento e a cidade

rápido, infelizmente, do que um coração mortal.

também a ele não se oferece, sua paisagem é contínua e amorfa.

Assim escreve o poeta francês Charles Baude-

O transeunte é melancólico, cede ao canto de sereia do consumo

laire ao percorrer as ruas de uma Paris cheia de

e se mistura à multidão em um sobe e desce de escadas rolantes

escombros das renovações empreendidas na

de grandes lojas de departamentos, por vezes desafiados por mo-

cidade em meados do século XIX pelo Barão de

ças que vendem cartões de créditos como vales-transportes para

Haussmann. Baudelaire é flâneur, perambula e

o paraíso. Pedestres atônitos esbarram-se em calçadas estreitas

observa a cidade em meio à multidão, a cidade a

e enfrentam veículos motorizados de forma desafiadora em um

ele se oferece, é alimento para os sentidos.

grande “salve-se quem puder”. Sobra um pouco de romantismo

As cidades de Baudelaire e Rimbaud

no cheiro de pequi que exala das bancas dos vendedores destas

são repletas de sentidos, signos e significados

iguarias que se apoderam dos espaços públicos misturados ao

e tudo que a ela ainda poderá ser atribuído. Não

mercado linear de guloseimas de crianças, brinquedos e um sem

falamos de nostalgia, falamos de sensação de

número de artefatos fabricados na China. A cidade é consumida,

pertencimento gerado pelo estabelecimento de

apenas consumida, no máximo torna-se pano de fundo em ins-

conexões espaçotemporais.

tantâneos que envelhecem em menos de um dia.

L a

f o r m e

v i t e ,

d ’ u n e

h é l a s !

v i l l e .

Q u e

O que será da cidade para uma socie-

l e

c o e u r

C h a n g e d ’ u n

p l u s m o r t e l

Ao mesmo tempo em que nos deliciamos em espaços

dade “forever young”? A cidade não pode enve-

patrulhados, em um frenesi de consumo (comprar é antidepres-

lhecer. A cidade de instantâneos não têm lugar

sivo), tornamo-nos agorafóbicos e negamos a essência da vida

na memória, torna-se uma coleção fragmenta-

nas cidades: a convivência nos espaços públicos que estabelece

da em um álbum indecifrável.

princípios de tolerância com o próximo.

No Brasil, estamos repetindo erros no

A busca incessante da cidade perdida nos leva a perguntar

século XXI que já tiveram seus questionamen-

quais são as lógicas e os códigos da formação daquelas que marcam

tos na década de 1960. Espaços fragmentados,

indelevelmente nossas mentes e instalam-se em nossas memórias.

paisagens banais e anacrônicas se fundem em

Estas cidades parecem complexas e indecifráveis para quem as vê

um caldeirão de conflitos sociais mascarados

de longe, somente uma imersão revelará seus códigos. Há também

por uma falsa ideia de fim da história.

pobres cidades oriundas da ganância da multiplicação do capital.


Com outros nomes... Talvez masculinos.

As cidades se reinventam, uma vez que elas

também são produtos de cada tempo e de cada cultura. Qual será o futuro das cidades atuais? Talvez a resposta esteja nas cenas finais do ótimo filme Matrix Reloaded, proferidas pelo arquiteto criador da Matrix:

f r a q u e z a

e

f o n -

f o r ç a m a i o r

m a i o r s u a

desiguais cidades ocuparão seus espaços na memória...

d e

rio? Com certeza mesmo as nossas mais humilhantes e

s u a

Anastácias, Fedoras e tantas outras no nosso imaginá-

d e

lo Calvino, estabelecer incontáveis Dorotéias, Tamaras,

t e

então poderíamos, como em Cidades Invisíveis de Íta-

t e m p o

não é feita de escombros, mas de memórias. Estamos negando a essência materna e feminina da cidade, como

h u m a -

m e s m o

efetivo produto espaçotemporal. A cidade dentro de nós

a o

de é uma obra “humana, demasiadamente humana”, um

n o ,

ou Praga, ou na tatilidade das obras de Gaudi. A cida-

d e l í r i o

uma intrincada obra barroca presente em Ouro Preto

d o

mulam em um aterro sanitário da memória, mas como

s ê n c i a

não entendamos o tempo como resíduos que se acu-

a

essas tantas cidades dentro e fora de nós, é preciso que

E i s

É preciso ter um pouco mais de respeito com

E s p e r a n ç a :

q u i n t e s -

102

adailson mesquita é Eng. Civil, especialista em Trânsito (UFU), mestre em Transportes Urbanos (UnB) e Doutor em Geografia (UFU). É consultor em planejamento urbano e de transportes e professor do Centro Universitário do Triângulo e da Universidade de Uberaba.




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