revista aup! #1

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arquitetura

urbanismo

#1

paisagismo

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editorial

SELENA LAGE E LAGE

¶ William Morris, artista e escritor britânico, escreveu em 1881:

A ARQUITETURA COMPREENDE A OBSERVAÇÃO DE TODO O MEIO FÍSICO QUE RODEIA A VIDA HUMANA; NÃO PODEMOS FURTAR-NOS A ELA, ENQUANTO FIZERMOS PARTE DA CIVILIZAÇÃO, DADO QUE A ARQUITETURA É O CONJUNTO DAS MODIFICAÇÕES E DAS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS NA SUPERFÍCIE

TERRESTRE,

TENDO

EM

VISTA

AS

NECESSIDA-

DES HUMANAS, COM EXCEÇÃO APENAS DO PURO DESERTO

Naquela época encontrava-se no

têm feito surgir uma nova abordagem nas

do homem/sociedade com o meio em que

auge o ideal iluminista de especialização e

ciências e nas artes: o consenso de espe-

vive. Nesse sentido, é impossível pensar a

segmentação do conhecimento, enquanto

cialização e segmentação do conhecimento

paisagem sem pensar no ambiente e, nos

o artista de vanguarda reconhecia na ar-

(paradigma iluminista) vem sendo substituí-

dias atuais, é impossível pensar no ambien-

quitetura a disciplina responsável pela re-

do pela busca do entendimento dos fenôme-

te sem pensar em sustentabilidade (ou na

formulação dos ambientes habitados pelo

nos em sua totalidade (paradigma holístico),

insustentabilidade das nossas ações sobre

homem, incluindo, então, não apenas proje-

a partir de uma concepção sistêmica na qual

o meio).

tos e construções de edifícios, mas de todo

entende-se que elementos e eventos são in-

o cenário físico em que se desenrola a vida

ter-relacionados e interdependentes.

sozinho na busca pela qualidade ambien-

humana. No contexto moderno disciplinar, a

Neste novo paradigma, não faz

tal (e que esta seja sustentável!), visto que

“disciplina-mãe” Arquitetura teria várias “fi-

sentido desmembrar a Arquitetura em inú-

cada um se encontra necessariamente en-

lhas”: arquitetura de edifícios, arquitetura de

meras “disciplinas-filhas”, nem faz sentido

volvido no contínuo trabalho de construção

interiores, arquitetura paisagística, urbanis-

discutirmos na Arquitetura apenas a ques-

do ambiente em que vive e é responsável,

mo, planejamento urbano...

tão espacial. O conceito de espaço pode ser

naquilo que lhe diz respeito, pelo cenário da

Entretanto, o arquiteto não está

As inúmeras e radicais transforma-

trocado pelo de ambiente, e a arquitetura de

vida social. Assim, convido a todos a pensar

ções socioculturais vivenciadas pelo mundo

edifícios, urbanismo e paisagismo fundem-

em como estão contribuindo na construção

no século XX, em especial o despertar da

se num único objetivo: a busca pela qualida-

da paisagem cotidiana e espero que a leitu-

consciência de que os recursos naturais do

de ambiental, levando em conta não apenas

ra desta e demais edições da AUP! colabore

planeta não são inesgotáveis e a difusão da

as questões estético-funcionais, mas tam-

para a reflexão.

teoria dos sistemas inspirada pela ecologia1,

bém as questões socioculturais e a relação

Boa leitura!

1 “Nas últimas décadas e em especial a partir do final da Segunda Guerra Mundial a teoria dos sis-

referências bibliográficas

temas, formulada por matemáticos e inspirada pela ecologia, vem assumindo lugar de destaque em

¶ BENEVOLO, Leonardo. Introdução à Arquitec-

todas as áreas do conhecimento, tanto nas exatas quanto nas humanas. A ciência se apropriou da

tura. Lisboa: Edições 70, 1991 ¶ FRANCO, Maria

palavra grega systema, que significa reunião ou grupo, para designar um conjunto de elementos inter-

Assunção R. Desenho Ambiental: Uma Introdu-

ligados de um todo, coordenados entre si de forma a que funcionem como uma estrutura organizada.”

ção à Arquitetura da Paisagem com o Paradigma

(FRANCO, 1997, p. 91)

Ecológico. São Paulo: Annablume, 1997.

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E D I TO R E S profª. ms. Selena Duarte Lage e Lage profª. ms. Ana Flávia Ferreira de Castro Paula discente Moisés Beserra discente Guilherme Clemente da Silva Neto

CO L A B O RAD O R E S CON S E L H O E D I TO R I AL profª. ms. Doralice Parreira da Nóbrega Vaz PROF. DR. Adailson Pinheiro Mesquita PROF. ESP. Clayton F. Carili PROFª. MS. Ana Flávia Ferreira de Castro Paula PROF. ESP. Hélio Ferreira Vaz Filho

issn 2 3 5 8 - 9 2 4 8

PROFª. MS. Selena Duarte Lage e Lage PROFª. DRA. Cynthia de Souza Santos

Aline Martins Queiroz |

Ana Carolina Souza Silva | Carolliny Brunniê Garcia Pereira | Eduarda Alves Siqueira | Gabriela Seabra Santos | Guilherme Clemente da Silva Neto | Guilherme Rodrigues Franco | Isabelle Araújo Neiva | Jeffeson Silva Ramos | Kamyla Lima Da Mata | Luciane Gomes Carvalho Almeira | Luís Carlos Alves Junior | Maria Eliza F. Otoni | Raul José Costa | Rogério Ribeiro de Sant’ana e Rumayana Junqueira | Thays Alves Carneiro | Thays Pereira Silva

PROF. MS. Sérgio Augusto P. Peixoto PROFª. MS. Greiceana Marques Dias de Morais PROFª. MS. Paula Rodrigues de Melo PROFª. ESP. Valeika Carminati

FOTO L I TO S E I M P R E S S Ã O Gráfica e Editora Côrtes

PROFª. Iara Helena Guimarães

REVISÃO Isabella Peixoto

CON S E L H O F I S CAL discente Guilherme Clemente da Silva Neto

PROFª. DRª. SANDRA MARIA DA COSTA FERREIRA

prof. esp. Clayton F. Carili discente Rogério Ribeiro de Sant’ana

CAPA

profª. ms. Ana Flávia Ferreira de Castro

Ilha Pura (Rio de Janeiro/RJ) Projeto do escritório Benedito Abbud

J O RNAL I S TA R E S P ON S Á V E L Isabella Beatriz Peixoto

0018897/MG

ENDEREÇO escritório modelo de arquitetura

ART E E D I AG RAM A Ç Ã O foliadosreis.com

Curso de Arquitetura e Urbanismo | Centro Universitário do Triângulo | Av. Nicomedes Alves dos Santos, 4.545 | Bloco E, sala 261 | técnico responsável Vitor Hugo Cardoso Martins GESTORA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO profª. ms. Doralice Parreira da Nóbrega Vaz

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O PA ! E R RAM O S : ¶ Prezados editores, ¶ Primeiramente quero parabenizá-los pela qua-

edição zero ¶ A página com os trabalhos de Luciane Gomes

lidade dos artigos e da diagramação da revista, e agradecer pelo envio

Carvalho Almeira e Iracilda Araújo Marques Gouveia estava sem os

do primeiro exemplar. Temos interesse, sem dúvida, em continuar re-

nomes das respectivas alunas. ¶ A aluna do 2º período se chama

cebendo os exemplares, e também em participar enviando artigos para

Isabela Silva, e não Isbela Silva como escrito na edição. ¶ A creche

publicação. Nosso curso está no início, temos apenas a primeira turma,

das alunas Adrielly Reiter Moraes e Isabella Fernanda Silva Oliveira

já na segunda etapa, e o nosso corpo docente está sendo construído

Pena veio com a imagem errada. As ilustrações corretas são estas:

a cada semestre. Creio que em breve teremos a possibilidade de contribuir com publicações, especialmente sobre práticas pedagógicas. ¶ Saudações universitárias! arq.to profª. Dra. Ruth C. Montanheiro Paolino coordenadora do curso de arquitetura e urbanismo unaerp - rp

¶ Prezados professores Adaílson e Clayton, ¶ Fiquei muito feliz por receber o exemplar da revista AUP! Há muito esperava uma iniciativa como esta. É claro que o curso de Arquitetura e Urbanismo da FAJ tem interesse em receber os exemplares. prof. Caio Barbato Maroso assessor de coordenação - arquitetura jaguariúna/sp responsável pela escola: coordenador prof. joaquim caetano de lima filho

¶ Prezados editores, ¶ Gostaria de agradecer o envio da revista, que consideremos interessante por se tratar primeiramente de uma instituição privada, e depois os assuntos de ensino, que quase sempre não são veiculados por revistas comercializadas. Desde de já, gostaria também de dizer que temos interesse em fazer intercâmbio com a UNITRI, no sentido de promover oficinas, workshop e outra atividade de extensão, com os nossos alunos. ¶ Somos uma escola muito jovem, estamos no 3º semestre, e caso possamos em outra oportunidade conversar sobre a proposta estarei a inteira disposição. Augusto N B Capibaribe coordenador fauinta sobral/ce

¶ Prezados Senhores, ¶ Recebemos e agradecemos a doação das Revistas AUP! feitas a esta biblioteca, as mesmas serão de extrema importância para o enriquecimento do acervo e aprimoramento dos segmentos discentes e docentes dessa instituição. Aproveitamos a oportunidade para consignar nossos agradecimentos de consideração e apreço. biblioteca reitor joão herculino

PARTICIPE! revistaaup@gmail.com

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mosaico

Quando me inscrevi no Programa

e a do desencantamento e a última, de não

vou viajar bastante e conhecer lugares que

Ciências sem Fronteiras não imaginava a

querer voltar pro Brasil. Quando entrei na

sempre sonhei, porque para uma arquiteta

experiência pessoal que teria. É tão surreal

segunda fase liguei chorando para a profes-

a prática também é muito importante. An-

que, depois de quatro meses em Paris, ainda

sora Clotilde e desabafei todos os “proble-

tes de começarem as aulas fui a Barcelona e

não me acostumei. São tantos lugares para

mas” que tive depois que cheguei. O choque

conheci as grandes obras de Gaudí - Sagrada

visitar, pessoas para conhecer e tanta teoria

cultural é inesperado e chega como um fu-

Família, a Casa Batiló, Casa Milà e o Parque

nas aulas para absorver que quando chego

racão em sua vida, e até então eu não tinha

Güell. Foi um final de semana de iluminação

em casa estou exausta. Quando falo “casa”

experiência nenhuma. Hoje consigo perceber

para novas ideias Gaudí é único, irreverente

me lembro dos apuros que passei para con-

que cada raiva, má resposta, indelicadeza ou

e visionário. No próximo feriado, em novem-

segui-la. O programa é espetacular, mas

perda de tempo que tive com documentos e

bro, irei em Amsterdã e, nas férias, farei um

ainda tem muitas falhas, o que para pes-

burocracia me tornou mais forte e prepara-

pequeno tour pela Europa.

soas que nunca saíram do país se tornam

da para novos problemas. Acredito que este

um obstáculo. Existe uma falta de comuni-

ano será um divisor de águas na minha vida

rios problemas e revoltas, mas espero car-

cação gigante entre os órgãos brasileiros e

e gostaria que todos tivessem essa visão.

regar todos os fatos como um aprendizado

as universidades francesas, a burocracia é

No decorrer destes quatro meses

para mim e todos que estarão a minha vol-

incomum e os franceses não são tão acolhe-

de intercâmbio, escutei várias críticas sobre

ta. Porque não é fácil entender que existem

dores quanto os brasileiros. Características

alunos do Ciências que vem para Europa e fa-

pessoas no mundo que são simplesmente

estas que no início de outubro me fizeram

zem um “Turismo sem Fronteias” e não vão

diferentes de você, com outra cultura, outra

questionar: “Meu Deus... Por que estou

as aulas, mas na minha Universidade a rea-

criação e valores. É o mundo é bem maior

aqui?!?”.

lidade é diferente. Tenho uma carga horária

do que eu imaginava, e isso me deixa cada

Existem várias fases dentro de um

bem pesada e todas as aulas são de extrema

dia ainda mais entusiasmada com a procura

intercâmbio: a do entusiasmo, a da revolta

importância. Mas acredito que nos feriados

do conhecimento. carolina de souza

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Eu sei que ainda passarei por vá-


Depois de muito tempo esperando

Fora o lado turísticos e as novas

respostas e trabalhando com uma enorme

relações interpessoais, a vida aqui também

quantidade de papéis e documentos, aqui

tem seus problemas. Assim como o Brasil,

estou eu, no país e na cidade na qual eu

a França tem muita burocracia, o que é um

gostaria de fazer meu intercâmbio, Lille, na

saco. A Europa não é isso tudo que a gente

França. Após a chegada, e passado o tempo

pensa e o Brasil não é assim tão ruim quan-

de deslumbramento com tudo aqui, a reali-

to a gente imagina. É apenas um país que

dade foi mandando e a ficha começou a cair.

está em desenvolvimento e que precisa de

Além da mudança drástica de temperatura e

pessoas com experiências como estas que

fusos horários, o choque cultural se fez pre-

estamos passando para tentar fazê-lo um

sente e nos obrigou a nos adaptar com uma

lugar melhor. Vou aproveitando as boas ex-

nova forma de ver a vida fora de casa. Obvia-

periências e evitando repetir os erros come-

mente nem tudo são flores e houveram al-

tidos anteriormente aqui.

gumas coisas às quais foi difícil me adaptar,

mas, é claro, com o tempo tudo se ajeita.

gagem acadêmica, nos faz aprender de uma

Os estudos aqui até agora foram

forma ou de outra a nós virar, e a saber o

ótimos, levando em consideração que eu

quão precioso é nosso país. Por isso, temos

só fiz o curso de aperfeiçoamento da língua

que aproveitar todas as experiências possí-

francesa. Minhas aulas ainda demoram um

veis aqui: para compartilhar com os amigos

pouquinho para começar. Enquanto espero,

aí e, assim, construir um país melhor e com

fui aproveitar o verão e o que havia sobrado

mais qualidade de vida! matheus pires

O programa, além da grande ba-

do dinheiro da bolsa que ganhamos.

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mosaico

O lançamento da edição #0 da Revista AUP! foi realizado no dia 10 de julho em um coquetel na Casa da Cultura. Nosso Conselho Editorial recebeu, além dos alunos e professores envolvidos no projeto, a Coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo Doralice Nóbrega, o Vice-Reitor José Maria Mina, professores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e arquitetos de vários escritórios da região. O evento contou com grandes parceiros, dentre os quais destacamos: a Diretora da Casa da Cultura, Iara Helena Guimarães, que ajudou a conseguir o espaço, o Palácio de Cristal que nos presenteou com o buffet, e a banda Doctor Love que animou a noite com clássicos do rock. fotos Isabella Peixoto (Royale Comunicação) 10


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mosaico XI CONGRESSO INTERNA-

Clayton França Carili com a orientação da

nos orientados fazem parte de projetos de

CIONAL DE REABILITAÇÃO

Profª. Dra. Marília Maria Brasileiro Teixeira

extensão aprovados pelo Centro Universi-

Vale intitulado “As estações ferroviárias na

tário do Triângulo (UNITRI) e contam com o

região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba:

apoio da Fundação de Amparo para Pesqui-

desafios e perspectivas”.

sa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

O próximo congresso será em Marrocos.

DO

PATRIMÔNIO

ARQUI-

TETÔNICO E EDIFICADO

Foram apresentados também mais

dois artigos orientados pelo prof. Clayton

O XI Congresso Internacional de

França Carili, estes com os alunos da ini-

Reabilitação do Patrimônio Arquitetônico e

ciação científica. O primeiro com os alunos

Edificado foi realizado em Bauru/SP, de 21

Carolina de Souza Beserra, Rumayana Jun-

a 24 de outubro. Nos três dias de evento, fo-

queira e Rogério Ribeiro de Sant´ana, inti-

ram apresentadas 220 comunicações – ar-

tulado “A Ferrovia no Triângulo Mineiro e

tigos com a participação de pesquisadores,

suas Interfaces – patrimônio, preservação

professores, alunos de diversas partes do

e restauro: Companhia Mogiana de Estrada

país, da América Latina, Portugal, Espanha e

de Ferro, Estrada de Ferro Goiás, Estrada de

Itália. Participamos das mesas dos debates

Ferro Oeste de Minas”, e o segundo com a

Patrimônio dos Transportes, com os artigos

aluna Luciana Libânio com o tema Gestão

referentes às estações ferroviárias do Tri-

e Preservação do Patrimônio Cultural inti-

ângulo Mineiro e Alto Paranaíba, e apresen-

tulado “O patrimônio cultural de Estrela do

tamos um artigo em conjunto com o Prof.

Sul/MG: desafios e perspectivas”. Os alu-

C E N T E N Á R I O D E L I N A B O BAR D I

ta, entre os dias 7 de novembro e 5 de dezembro. O evento teve a

Em comemoração ao centenário da arquiteta Lina Bo Bardi em Uber-

colaboradores da arquiteta Lina Bo Bardi, entre outros convidados. O

lândia/MG aconteceu o evento “Lina Bo Bardi e o Triângulo Mineiro”

evento foi promovido pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

na Igreja Divino Espirito Santo do Cerrado, obra singular da arquite-

através da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design (FAUeD).

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participação dos arquitetos André Vainer e Marcelo Ferraz, ambos


ções do terreno, sendo três à direita e dois à esquerda deste eixo. Eles se conectam por passarelas, permitindo a passagem de moradores e convidados entre os mesmos.

Dentre os equipamentos urbanos

disponíveis para a utilização dos moradores do conjunto e a população local, estão: quadra poliesportiva, quadras de peteca, academia ao ar livre, pistas de skate, playground e bicicletários. poder público para viabilizar a aplicação do

conjunto habitacional e em troca, recebe ao

tos em mais de um patamar, nesses casos, o

final das obras uma parte das unidades imo-

pavimento térreo é feito sobre pilotis, crian-

concentrado em uma região já habitada da

biliárias já edificadas.

do variações entre volumes construídos e

cidade, o terreno escolhido deveria se inte-

São 180 unidades habitacionais

vãos abertos, quebrando com a monotonia

grar ao contexto local como um instrumento

distribuídas em cinco edifícios residenciais,

espacial, além de prover espaços de sombra

de conexão entre os espaços, as pessoas e

dois edifícios de uso misto (comércio, servi-

para o conforto dos transeuntes.

os usos.

conexões

Por se tratar de um vazio urbano

Alguns dos prédios estão dispos-

ços e residências) e uma creche que atende-

Uma das principais vantagens do

ria não apenas aos moradores do conjunto,

dispostos linearmente na fachada norte, que

terreno de aproximadamente 3 ha é a sua

mas também à população local. A implanta-

é voltada para a Av. João Naves de Ávila, e

alta conectividade, possuindo opções de fácil

ção contaria com um total de 180 vagas de

são alimentados por acessos laterais com

acesso à região central (Av. João Naves de

estacionamento em quatro bolsões abertos,

função de carga e descarga. Esses prédios,

Ávila) e opções próximas de escola, facul-

pensados de forma a exteriorizar o acesso

que são formados por duas lâminas linea-

dade e hospital (estando a escola de ensi-

de veículos, priorizando no interior do con-

res, possuem um total de quatro pavimen-

no fundamental a menos de 100 metros e

junto o fluxo de pedestres. Para facilitar o

tos, sendo o térreo para uso comercial (oito

o hospital e faculdade a aproximadamente

acesso ao conjunto, foi sugerida a criação de

lojas), o primeiro pavimento para uso de ser-

1 km); destaca-se ainda a facilidade da im-

uma via no limite oeste da implantação.

viços e os demais andares de uso restrita-

plantação do conjunto, se tratando de uma

O terreno possui um caminho cen-

mente residencial. A área residencial conta

área que já possui infraestrutura urbana

tral que conecta as fachadas norte e sul for-

com um acesso exclusivo, evitando que os

pronta, sem a necessidade de intervenções

necendo um espaço amplo repleto de mobi-

moradores necessitem transitar pelas lojas.

urbanísticas de custo elevado.

liários e canteiros, e funciona como um eixo

Os dois prédios de uso misto estão

Dos cinco prédios de uso exclusi-

O projeto parte do princípio da

de ramificação por onde partem outros ca-

vamente residencial, três possuem terra-

utilização do Consórcio Imobiliário como

minhos que permitem a conexão entre todos

ços-jardim com pergolados que conferem

um instrumento de intervenção urbanísti-

os elementos dispostos na implantação. Os

sombra para os mobiliários ali dispostos e

ca, previsto pelo estatuto da cidade, onde o

prédios de uso exclusivamente residencial

caminhos pelos quais os moradores podem

proprietário do terreno transfere o imóvel ao

se dispõem de forma irregular nas duas por-

socializar e aproveitar a vista.

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mosaico

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Orientados pelos professores Adaílson Pinheiro Mesquita e Ana Flávia de Castro, o projeto foi desenvolvido para o 7º concurso CBCA – para estudantes de Arquitetura pelos alunos Douglas Pinheiro, Marcelo Lara, Túlio Magalhães e Moisés Beserra.


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Arquiteto e Urbanista formado pela Faculdade de Ar-

quitetura e Urbanismo Mackenzie em 2006, Felipe Abbud, trabalha atualmente no escritório de arquitetura paisagística Benedito Abbud. Sua entrada no escritório se deu no mesmo ano em que se formou, sendo que seu interesse pela área começou ainda no começo da faculdade, com o desenvolvimento de projetos com um viés do paisagismo e da preocupação ambiental: projetos de loteamentos, planos urbanos e novos bairros.

“No início desenvolvíamos somente a parte ligada à vege-

tação dessas áreas, mas com o tempo começaram a surgir trabalhos em que desenvolvíamos o desenho urbano, o traçado de ruas, hierarquia de sistema viário, tamanho, tipologia dos lotes, definição das áreas de doação...”, conta o arquiteto.

Partindo sempre de uma análise da geografia local, Felipe

identifica os pontos de interesse ligados a questões ambientais, como matas existentes, áreas de preservação permanentes, rios, lagos ou mesmo visuais que devem ser mantidos. “Buscamos tirar partido das paisagens existentes de forma a criar projetos mais sustentáveis, menos custosos e com uma proposta mais integrada à natureza. Hoje temos uma proposta muito clara em relação a projetos urbanísticos que exigem cuidados ambientais, culturais e sociais, levando em conta o local e a população que ocupará essas áreas.”, afirma. qual a visão do arquiteto paisagista que o diferencia dos demais profissionais envolvidos em projetos de natureza pública, tais como parques e praças? Creio que o que difere o arquiteto paisagista dos demais profissionais é sua capacidade de projetar e pensar espaços abertos, vazios, que dialogam e se opõe muitas vezes à arquitetura. Isso é facilmente percebido quando imaginamos uma praça com uma construção. Se no edifício o arquiteto utiliza de paredes, lajes e forros para conformar o espaço, na área externa o paisagista utiliza a vegetação, os pisos e seus desníveis, e a luz, propondo espaços mais ou menos iluminados. Praças, parques e as próprias calçadas, são os “vazios” da cidade, áreas livres de edificações que merecem o tratamento adequado. Esses espaços públicos proporcionam encontros, lazer e diversas relações sociais fundamentais à vida na cidade. 17


como é a profissão e o que um

no aspecto projetual, as tipolo-

como o paisagista se insere no

paisagista deve ter como meta em

gias adotadas no escritório são

processo de projeto levando em

sua formação acadêmica para se

divididas em várias escalas dis-

consideração

especializar na área? No Brasil não

tintas? Sim, na verdade dividimos as es-

gias

existem cursos de graduação especializados

calas de projetos pois temos trabalhos que

softwares muito interessantes que auxiliam

em arquitetura paisagística, porém o paisa-

vão desde a escala macro como: consultoria

em decisões projetuais. Usamos desde o

gismo é matéria obrigatória nas faculdades

da paisagem para planos metropolitanos,

Google Earth, para localizar e compreender

de Arquitetura e Urbanismo, em alguns ca-

envolvendo diversos municípios, passando

melhor o terreno, e o Civil 3D para elabora-

sos sendo parte da cadeira de projeto, em

por cidades, bairros, loteamentos, parques,

ção de mapas de declividade, etc., passando

outros da de planejamento. A especialização

praças, áreas industriais e logística, além de

por softwares BIM, como o Autodesk Vasari,

em paisagismo se dá através de cursos de

empreendimentos comerciais e residências.

usado para analisar ventos e diagramas de

pós-graduação, bem como em instituições

Esses trabalhos necessitam de abordagens

insolação. Atualmente estamos testando

de ensino que oferecem ótimos cursos com-

diferentes, principalmente em relação à le-

o Autodesk Infraworks, que pretende levar

plementares. Uma possibilidade é fazer al-

gislação. Porém, todos os trabalhos do es-

a tecnologia BIM para o desenho urbano.

gumas disciplinas de Botânica nas faculda-

critório são elaborados em equipe e contam

Usamos também softwares desenvolvidos

des de Biologia, ou mesmo complementos

com diversos arquitetos no decorrer de seu

exclusivamente para o escritório para es-

em Agronomia e Engenharia Ambiental.

desenvolvimento.

pecificação de vegetação. Acredito que toda

de

as

novas

tecnolo-

computador? Hoje existem

e qualquer ferramenta que possa ajudar o paisagista no processo projetual é válida. Aliando essas ferramentas ao conhecimento e experiência, podemos prever melhor o resultado final em obra. com relação ao trabalho de projeto de paisagismo, qual a importância e que momento é ideal para se pensar no paisagismo? O momento ideal sempre é no começo do projeto arquitetônico. Atualmente trabalhamos em conjunto com a arquitetura para gerarmos espaços externos com mais qualidade. Hoje é muito comum sugerirmos alterações na arquitetura, seja em residências, edifícios ou em bairros, buscando sempre uma melhoria na implantação. Como os projetos são desenvolvidos por times compostos por diversos profissionais, esse processo vem mudando, se tornando cada vez mais colaborativo. Existe no Brasil um mito de que o arquiteto é um gênio, que elabora sozinho, de maneira simplista, com alguns traços, projetos incríveis. Temos realmente arquitetos geniais: Oscar Niemeyer, Paulo Mendes da Rocha... Porém não podemos esquecer que um projeto geralmente é fruto do trabalho de dezenas de pessoas. como você vê o mercado para arquitetura

paisagística

hoje

no

Brasil? Creio que é um mercado em expansão, levando em consideração o número de novas obras, o aumento da consciência ambiental e uma preocupação com o verde. Em cidades cada vez mais áridas, as áreas 18


verdes estão se tornando mais importantes para a população, sejam parques e praças ou até pequenos canteiros. Creio que a arquite-

PARQUE GLOBAL 218.000 m² são paulo-sp. lançado em 2014, em obra

tura paisagística seja uma profissão do fu-

arquitetura Arquitetônica e MCAA

turo, dada a crescente importância do tema

paisagismo Enea e Benedito Abbud

nas últimas décadas. Desenvolvido em parceria com o escritório como você vê o crescimento das

de paisagismo Enea, contém edifícios resi-

cidades hoje em relação aos pro-

denciais de uso misto e shopping center

blemas

ambientais?

Acredito que a

maioria dos problemas ambientais que exis-

www.parqueglobal.com.br

tem hoje nas cidades brasileiras são fruto de uma falta de planejamento adequado. No Brasil é muito comum vermos planos e estratégias urbanas, com um caráter “corretivo”, que buscam “consertar” os problemas existentes. Porém é difícil encontrar estratégias para evitar que problemas possam existir, principalmente no que se refere às questões ambientais: áreas verdes, condições climáticas, manutenção dos mananciais e recursos hídricos, itens vitais para uma boa qualidade urbana. Fale um pouco sobre a visão dos problemas e soluções para as cidades

hoje. Acredito fortemente que

ideias simples e baratas podem resolver problemas extremamente complexos. Em Bogotá, o sistema de ciclovias e ciclofaixas mudou a mobilidade da cidade muito rapidamente, com investimentos relativamente baixos. São Paulo tem um programa de ciclofaixas intermitentes, feito em parceria com o poder privado, que faz com que o serviço exista sem ônus para o município. Existem também as faixas de ônibus que melhoraram a velocidade do transporte público na cidade. Acredito também que a área verde tem um papel fundamental na resolução de problemas urbanos atuais. Desenvolvemos inúmeros projetos de parques praças e calçadas que tem como foco a questão das águas. Parques com bacias de amortecimento que evitam enchentes, mais baratos e com menor manutenção que os piscinões. Pisos de concreto permeáveis, que permitem que a agua infiltre no solo e não acumule nos baixios. Se implantarmos ações coordenadas pontuais, teremos cidades mais inteligentes e um aumento considerável na qualidade de vida, a um preço baixo que pode estar ao alcance de todos os municípios.

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ILHA PURA 755.000 m²

rio de janeiro-rj. lançado em 2014, em obra

paisagismo Burle Marx e Benedito Abbud

Ilha Pura é um bairro ou uma nova minicidade com 31 prédios feita para abrigar a vila dos atletas nas olimpíadas de 2016. Posteriormente, os edifícios serão usados como edifícios residenciais. Projeto onde desenvolvemos o paisagismo de todo o bairro e de alguns condomínios. Tem como centro um parque projetado pelo escritório do Burle Marx www.ilhapura.com.br/meu-lugar

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BRASCAN CENTURY PLAZA são paulo-sp. finalizado em 2006

Projeto extremamente icônico para o escritório onde os espaços privados tem caráter público, conformando uma praça com uso intenso durante o dia e a noite. Um grande exemplo de transformação urbana

21


hélio

ferreira

vaz

filho

arquiteto urbanista, professor especialista do centro universitário do triângulo (unitri) e paisagista

As observações das qualidades

sagismo, é preciso se servir de uma gama de

apresentar alguns aspectos que considero

morfológicas são de grande importância na

possibilidades formais que serão extraídas

relevantes no processo de projeto de paisa-

construção do projeto, porém não podemos

das plantas que definirão o espaço. Esses

gismo e ressaltar uma visão particularizada

deixar de complementar as características

tipos de volumes característicos das plantas

pela experiência docente, apontando ques-

posteriores à forma, tais como, a textura, o

podem ser divididos em grupos que se as-

tões que podem abrir uma discussão sobre

cheiro, o movimento, a cor, etc. Na discussão

semelham, conforme seu contorno ou forma

a importância do projeto de paisagismo sob

sobre o projeto, a definição da volumetria

da massa vegetal; facilitando, assim, o pro-

a perspectiva da volumetria da vegetação.

vegetal é o princípio de configuração espa-

cesso de construção gradativo do projeto.

O texto a seguir tem a intenção de

algumas

cial, e prescinde de ser complementada com

Esclarecendo que a massa vegetal deve ser

condições estabelecidas pelo paisagista na

qualidades da forma que comporá o projeto

entendida como seu volume característico.

construção da arquitetura da paisagem com

de paisagismo, e tem o objetivo de garantir

os volumes da vegetação dispostos ao longo

um número maior de qualidades percebidas

ços delimitados no projeto devem se consti-

de um percurso, para melhor entendimento

na composição das massas vegetais. Como

tuir como na edificação, com a configuração

dos espaços criados ao longo dos caminhos.

na arquitetura do edifício, a definição dos es-

de seus contornos, exatamente como defini-

Como F. Ching (2002) define, a forma é a

paços é dada pelas paredes que são maciços

mos uma sala por suas paredes limítrofes.

primeira manifestação da arquitetura e se

ou espaços que serão preenchidos por tijo-

Portanto, quando falamos de projeto, pode-

apresenta inicialmente na superfície exte-

los, e pelos espaços vazios promovidos por

mos entender como Roberto Burle Marx que

rior do objeto, definindo seu contorno que é

elas, fazendo um jogo de vazios e cheios; no

paisagismo é a adequação das condições do

apreendido pelo desenho ou linha que define

paisagismo deve ocorrer o mesmo entendi-

meio ambiente às necessidades humanas, e

exatamente sua configuração.

mento de cheios e vazios como se a vege-

se utilizar de espécies vegetais com o enten-

Pretende-se

enfatizar

É importante lembrar que os espa-

Ainda em sua aparência exterior, a

tação fossem paredes, a copa das árvores

dimento das condicionantes do lugar, as ca-

forma pode ser definida por suas superfícies,

fosse o teto e a grama fosse o piso. Não de-

racterísticas da espécie à condição desejada.

que se apresentam em planos limítrofes de

vemos cair na armadilha de entender a ve-

seu interior sendo apreendido pelo pintor

getação como o elemento que embeleza, ou

os espaços em que o homem deseja ou ne-

que não retrata o contorno e, sim, as mas-

“povoa” os espaços como seres que ocupam

cessita de um projeto de paisagismo já so-

sas. Pintando, o artista define, sobretudo, as

o espaço livre, e sim entender a vegetação

freram maior ou menor grau de transforma-

superfícies através da qualidade da luz que

como um material de construção ou configu-

ção da sua condição natural, por inúmeros

incide nas superfícies dando à forma a capa-

ração dos espaços livres de edificações. Para

fatores globais ou locais, no passado ou atu-

cidade de se manifestar.

elaborar espaços ou “criar” espaços no pai-

almente. Resumindo ainda mais os espa-

Na atualidade, consideramos que

ços habitáveis a espaços urbanos inchados, isentos de vegetação, as cidades exercem uma enorme pressão em suas áreas livres de edificação, influenciadas pelo pensamento do lucro sobre as áreas possíveis de serem construídas. Os lotes da área urbana se tornam cada vez mais pavimentados e sem vegetação, ou com algumas espécies resumidas a pequenos canteiros ou vasos que “embelezam” o ambiente. 22


O que o projeto de paisagismo deve

ferencia da anterior. A maneira como perce-

considerar, conforme Benedito Abbud (2006)

bemos a realidade pode-se comparar como

tados com a mesma relevância dos espaços

esclarece, é que a condição do ser humano

um filme que se desenvolve à medida que

construídos pela arquitetura. Portanto, os

no espaço é uma relação de troca entre o es-

andamos e temos a compreensão dos volu-

espaços livres de edificação podem e devem

paço e homem, sendo que o espaço estabe-

mes se apresentando como uma sucessão

se tornar a nossa referência com o mundo

lece um estímulo e tem como resposta uma

de imagens significativas da realidade.

exterior e com a natureza, sendo o lugar ide-

sensação, é assim que percebemos os espa-

Na atualidade, a condição de mo-

al para percebermos que a condição humana

ços. É essa sensação de conformidade com

rar torna-se cada vez mais cheia de tarefas

está mais próxima ao ambiente natural do

parâmetros de agradabilidade, grande ou

cotidianas, que necessitam de espaços de

que do ambiente construído. Precisamos do

pequeno, bonito ou feio, harmonioso ou não,

multiuso, com equipamentos específicos,

contado direto com a natureza, pois do con-

que entendemos a noção de um bom proje-

que enchem os interiores de nossas casas

trário estaríamos nos aproximando do ideal

to. Ainda deve configurar os espaços com a

cada vez menores em suas dimensões pro-

de uma cela de prisão.

justa dimensão a que se propõem, ou seja,

porcionais a custos possíveis. Preparados

se é um espaço coletivo, suas dimensões

para várias atividades, os espaços interiores

alizar um projeto que resgate a dimensão

devem ser proporcionais a esse uso. Sendo

das moradias necessitam do complemento

humana e que transforme os espaços de

individual ou mais íntimo, deve o espaço ser

do espaço exterior para respirar ar puro, ver

projeto para estabelecer a condição mínima

configurado pela vegetação como tal, e ainda

o céu, o sol e o verde tão necessário ao rela-

possível de existência em nosso planeta.

tratar da relação entre o pequeno e o grande

xamento proporcionado pela vegetação.

Também ao paisagista recai o compromis-

espaço, devendo ser percebido na passagem

Ocorre que o problema da falta de

so da educação ambiental, a informação e

de um para o outro. O projeto que respon-

espaços verdes, com qualidades naturais da

o exemplo aos usuários de que tipo de am-

de a um número de expectativas ou dá um

vegetação é relevado a um segundo plano ou

biente se deseja. Ao projetar devemos escla-

maior número de respostas a questões que

não prioritário para se morar. Para se mo-

recer certos conhecimentos sobre a questão

devem ser resolvidas na tarefa de projetar,

rar, primeiro é preciso a casa, a edificação

do paisagismo, que o projeto pode ir muito

pode ser considerado um bom projeto mas,

na qualidade de espaços que dão condições

além do jardim para ser admirado, que pode

sobretudo, o bom projeto deve guardar a di-

de habitabilidade ao ser humano, comparti-

ainda ser vivenciado pelo usuário e que dá

mensão do ser humano, deve lembrar sem-

mentada e construída cada vez mais defi-

suporte a atividades semelhantes aos am-

pre a ligação que temos com a natureza e

nindo afazeres que necessitam de espaços

bientes internos da casa.

que precisamos da proximidade dela.

exclusivos para melhor desempenho das

Os espaços livres devem ser proje-

Ao paisagista cabe a tarefa de re-

Com ferramentas de desenho cada

No projeto, a paisagem terá a mes-

atividades e esquecendo-se que o exterior

vez mais sofisticadas, o paisagismo pode

ma dinâmica de um filme, como uma cons-

da habitação se estabelece como casa tam-

ser entendido como uma parte necessária

trução que se apresenta diante de nossos

bém. Não devemos entender os afastamen-

ao cotidiano da casa, o projetista se vale de

olhos, segundo Jacques Lenhardt, com a

tos das construções e os seus quintais como

recursos tecnológicos que antecipam a reali-

intenção de um cineasta, e que o paisagis-

outras áreas que “sobraram” resultantes da

dade pretendida ou o projeto. Cabe ao arqui-

ta deve considerar o movimento do usuário

implantação da arquitetura, afinal de contas

teto paisagista definir qual o tipo de paisa-

no deslocamento pelos espaços do jardim, e

o quintal também é minha casa, assim como

gem estamos desenhando para o futuro.

se movimentando, a paisagem que se revela

no urbanismo as “sobras” das quadras aca-

diante de seus olhos a cada instante se di-

bam virando “pracinhas”.

23


maria

eliza

guerra

arquite-

ta urbanista e professora doutora da faculdade de arquitetura, urbanismo sidade

e

design

federal

de

da

univer-

uberlândia

O presente artigo propõe-se a

radora de Peixoto, UHE e vila operadora de

aos núcleos urbanos, quando existentes. No

relatar parte da pesquisa desenvolvida na

Estreito, UHE de Porto Colômbia e vila re-

caso das hidrelétricas implantadas nas ba-

Tese de Doutorado na qual foram inves-

sidencial de Planura, UHE de Marimbondo

cias do rio Grande e rio Paranaíba, à época

tigadas dez vilas operadoras2 e uma cida-

e vila residencial de Fronteira e vila opera-

com baixa densidade, significou uma contri-

de, construídas a partir da implantação de

dora de Icém e vila residencial de Itumbiara.

buição para uma nova configuração regio-

usinas hidrelétricas/UHE nas bacias do

O objetivo é demonstrar a impor-

nal, com vilas, que atualmente são cidades

Rio Grande e Paranaíba pela Empresa Fur-

tância do ideário paisagístico moderno pre-

sedes de municípios. Chacel, foi discípulo

nas Centrais Elétricas ao longo de trinta

sente nas vilas operadoras de Furnas por

do paisagista Roberto Burle Marx, tendo in-

anos. Tema importante e pertinente, por

suas peculiaridades paisagísticas, em um

clusive iniciado sua carreira profissional em

abordar de forma inédita, a urbanização

contexto em que, a construção de Brasília

seu escritório. Conduziu sua atuação pauta-

da região do Triângulo Mineiro, através da

impulsionou projetos de grande escala nas

do, nos mesmos princípios de intervenção

construção de vilas operadoras, e destacar

cidades brasileiras, e a necessidade de ener-

na paisagem, preconizado por Burle Marx.

a atuação do arquiteto paisagista na cons-

gia elétrica priorizou as grandes obras de

trução de um campo de conhecimento e

hidrelétricas para atender as necessidades

desenvolvidos pelo botânico Luiz Emygdio

práxis, como é o caso de Fernando Chacel.

da nova capital e o desenvolvimento indus-

de Mello Filho que propunha a necessida-

trial que se consolidava no sudeste do Brasil.

de de recriar a paisagem voltada para os

das vilas foram apresentadas em três

A implantação dessas vilas tinha

ecossistemas com sua valorização e con-

momentos: concepção (planos, projetos

como finalidade viabilizar a construção de

servação ou “ecogênese: reinterpretação

e construções), realização (obra cons-

usinas hidrelétricas em locais desprovidos

cultural dos elementos da paisagem, ba-

truída) e utilização (atual, por meio de

de cidades e que, ao longo desse processo

seada prioritariamente nas características

suas características socioespaciais), e

evoluiu para um planejamento integrado

ecológicas e ambientais do ecossistema

1

As reflexões sobre a trajetória

se comparativa, análise urbana e visual.

Neste recorte consideramos as

vilas pesquisadas, que tiveram um planejamento multidisciplinar para a paisagem construída, tendo como responsável o arquiteto paisagista Fernando Chacel (1931/2011), profissional com reconhecida atuação na área de paisagismo ecológico, juntamente com o botânico Luiz Emygdio de Mello Filho e Almir Machado, que elaboraram entre 1963/76 o tratamento paisagístico e recuperação vegetacional em projetos completos ou parciais para diversos empreendimentos de Furnas centrais Elétricas. Destacam-se: a UHE e vila operadora de Furnas, UHE e vila ope24

figura 1 Usina Hidrelétrica de Furnas (1963): recupera-

histórica com procedimentos de análi-

ção e paisagismo do entorno fonte Guerra, M.E.A, 2008

foi baseada em métodos de abordagem

Os estudos de vegetação urbana


antes existentes”. (FARAH, I., SCHLEE, M.,

outros profissionais, como o botânico Luiz

apertados e muitas obras. Era necessário

TARDIN, T., 2010 p.69) também foram refe-

Emydio de Mello Filho, os arquitetos paisa-

que os profissionais atuantes nas obras

renciais em sua atuação, tendo trabalhado

gistas Almir de Lima Machado e Nina Maria

estivessem conscientes da importância

em conjunto com Mello Filho ao longo de

Jamra Tsukumo, o geógrafo Aziz Ab’ Saber,

da área ambiental, fato que nem sempre

décadas, conforme citado anteriormente.

o arquiteto Ary dos Santos Costa, o enge-

ocorria e tudo dependia da sensibilida-

Para Chacel o objetivo principal

nheiro agrônomo Walter Araújo, o engenhei-

de de quem respondia pela empreitada.

deve ser “recriar” os ecossistemas destru-

ro florestal Luiz Carlos Biela, entre outros.

ídos da paisagem natural atingida. “A Eco-

Inicialmente, o trabalho do pai-

ídas as usinas hidrelétricas e respectivas

gênese, deve ser entendida como uma ação

sagista, que era visto como de pequena

vilas residenciais de Maribondo, Porto Co-

antrópica e parte integrante de uma paisa-

abrangência pelas administrações e en-

lômbia, Itaipu e, também, Usina Nuclear de

gem cultural que utiliza, para recuperação

genheiros de obra, foi limitada a uma atu-

Angra dos Reis e sua vila residencial em

dos seus componentes bióticos, associa-

ação pontual e localizada, como na UHE

Praia Brava, desconsiderando a topogra-

ções e indivíduos próprios que compunham

Furnas, cujo projeto compreendia ape-

fia e a vegetação local. Por outro lado, em

os ecossistemas originais” (CHACEL, 2001,

nas a área próxima à casa de força, a ilha

Porto Colômbia, houve uma preocupação

p.23). Entendia que alguns procedimentos

de pedra, o mirante e a casa de visitas.

dos engenheiros da obra, com a vegetação

proporcionam situações paisagísticas capa-

Ainda no ano de 1963 atuou, nes-

existente ao defenderam a manutenção do

zes de compensar os inevitáveis impactos

te contexto pontual e localizado, no entor-

cerrado o quanto possível, nas cabeceiras da

de qualquer projeto de desenvolvimento.

no da UHE Peixoto que ainda pertencia a

barragem e na vila residencial de Planura.

Naquela década foram constru-

O texto a seguir, é uma transcrição

Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).

livre da entrevista com Fernando Chacel,

Sendo que, nesta mesma época, foi con-

escritórios de arquitetura de empresas,

quando o paisagista conversou com a autora

vidado pela empresa Furnas a desenvol-

como Furnas e CESP, ou da iniciativa pri-

sobre os procedimentos que utilizou ao longo

ver um projeto amplo que incluía além

vada mais elaboraram projetos. Tinham

dos anos de atuação profissional em Furnas.

da UHE de Estreito, a sua vila residencial.

total liberdade de propor novas concepções

urbanísticas

A preocupação de tratar, paisa-

Na vila de Estreito foi responsável

Foi na década de 1970, que os

ou

arquitetônicas,

incluin-

gisticamente, as grandes obras do setor

por todo o tratamento paisagístico, desen-

do novos usos de materiais de construção,

energético no Brasil era pouco usual e repre-

volveu um projeto abrangente, pois, além da

mas não tinham a garantia de execução

sentava uma atitude inovadora. Em relação

recuperação do entorno da barragem, pôde

dos projetos, conforme propostos, pois as

à inclusão do paisagismo em hidrelétricas,

atuar em escala urbana em todo o núcleo,

empreiteiras, que, em muitos casos desen-

citou as iniciativas da CESP – Companhia

já que, como era usual, havia sido retirada

volviam os projetos executivos, ao mes-

toda a vegetação de cerrado. Chacel inseriu

mo tempo em que construíam, também

plantas nativas na arborização urbana, ou

tinham total liberdade de modificá-los e

seja, a vegetação do cerrado, que até então

implantá-los da forma que lhes conviesse.

não despertava grande interesse entre os

envolvidos nas obras de usinas. Hoje, pas-

terra nas áreas de intervenção consistia na

sados 33 anos desta implantação paisa-

retirada de toda a camada superficial, in-

gística, é perceptível a qualidade do projeto

cluindo a vegetação existente, e das cama-

implantado com a consolidação da paisagem

das mais profundas com a estocagem em um

e integração do ambiente como um todo.

mesmo ponto de “bota fora”. Posteriormente

A partir desses trabalhos elabora-

à execução “das obras de engenharia”, com a

dos para Furnas, Chacel viu seu trabalho re-

construção da usina propriamente dita, este

conhecido, quando representantes do Banco

estoque de terra retornava para a execução

Mundial elogiaram sua atuação, passando a

da barragem e rearranjo do entorno. Não

desenvolver trabalhos também para a CESP.

havia uma sistematização no processo de

Energética de São Paulo, que desde as primeiras obras oriundas de projetos básicos, desenvolvidas pelo escritório do engenheiro Ernest Robert Mange, incluíam em seus projetos de paisagismo, a atuação de profissionais consagrados na área, como o arquiteto paisagista Roberto Coelho Cardozo, Waldemar Cordeiro e Nina Maria Jamra Tsukumo.

O primeiro trabalho desenvolvi-

do para a empresa foi em 1963 à convite do engenheiro John Cotrim, com intervenções na UHE Furnas, em um contexto em que o “tratamento paisagístico das usinas hidrelétricas era compreendido como uma ação complementar de recuperação através de tamponamentos de lesões da paisagem, ocasionadas pela obra e implantação de cobertura vegetal de caráter ‘jardinístico’ com a finalidade de acabamento e enquadramento da barragem e seu entorno imediato”.

Como em todos os seus trabalhos

desenvolvidos em grande escala territorial, ou em grandes áreas, considerava fundamental uma equipe multidisciplinar. Em seus vários projetos atuou juntamente com

O processo de movimentação de

Na década de 1970, o discur-

rearranjo do solo, de plantio e manejo nes-

so era “desenvolvimento a qualquer pre-

tas áreas. Por isso, posteriormente, algumas

ço e segurança nacional”, com calendários

áreas apresentaram problemas conhecidos 25


figura 2 UHE Furnas (1963): mirante com tratamento paisagístico fonte Guerra, M.E.A, 2008 como erosões, voçorocas, áreas degrada-

A implantação de hortos em can-

tória profissional, sem dúvida um estímulo

das entre outros problemas ambientais.

teiros de obra, criação de viveiros e herbá-

aos profissionais interessados em atuar

Chacel considerava de grande im-

rios em ambientes apropriados em bordas

nesta área, constatamos a importância de

portância, para a mudança de processo de

de capoeiras e florestas remanescentes,

sua experiência em trabalhos paisagísticos

ensilagem de solos removidos durante as

coleta de espécies nativas, acompanhamen-

de grande escala, através da recuperação

obras, o trabalho em equipe liderado por Aziz

to do desenvolvimento de mudas em cres-

ambiental, tratamento paisagístico e ar-

Ab’Sáber, que segundo ele foi fundamental

cimento com seleção de plantas de rápido

borização com espécies nativas, que pro-

para a mudança de procedimento em áreas

crescimento para compor bosques plane-

porcionaram qualidade e ambiência urbana

de empréstimos de terra. Foi criado um ro-

jados, ligação entre fragmentos de matas e

peculiar, como se constata nas imagens

teiro metodológico que consistia principal-

readensamento de capoeiras são procedi-

que acompanham este artigo e que estão

mente na retirada em postas sucessivas da

mentos corriqueiros atualmente e de grande

presentes nas vilas operadoras/residen-

camada superficial rica em materiais orgâ-

valor ambiental. Na época, junto com Wal-

ciais, resultantes de sua atuação nas cida-

nicos que eram estocadas lateralmente às

ter Araújo idealizou e materializou esses

des de nossa região e destacadas no texto.

terras mais profundas em um sítio protegi-

canteiros, o que demonstra sua preocupa-

do para posterior aproveitamento nas ope-

ção ambiental com o replantio no futuro.

rações de cobertura e proteção do terreno.

Com esse procedimento, os ma-

ambiental mais ampla em relação às gran-

referências bibliográficas

teriais residuais, ricos em humos, esporos

des obras só se tornou uma prioridade a

¶ CHACEL, F. M. Paisagismo e Ecogênese. Rio de

de plantas, raízes cortadas, etc. ao serem

partir de 1986, mas em atuações isoladas

Janeiro, Editora Fraiha, 2001 ¶ GUERRA, Maria

reutilizados como última camada dos ater-

é possível perceber avanços importan-

Eliza A. Vilas Operadoras de Furnas nas Bacias

ros executados em patamares possibilitou

tes no sentido de mudanças em relação

dos rios Grande e Paranaíba – da concepção à atu-

a reintrodução de coberturas vegetais pro-

ao meio ambiente. Enquanto em Estrei-

alidade. Tese (Doutorado em Geografia), IG/UFU,

tetoras, proporcionando um adequado rea-

to foi retirada toda a vegetação de cerrado

Uberlândia, 2008 ¶ FARAH,I., SCHLEE,M., TAR-

feiçoamento paisagístico. O procedimento

para um posterior plantio, em Porto Co-

DIN,R. (org). Arquitetura Paisagística Contempo-

citado e as experiências de paisagismo eco-

lômbia a vegetação nativa foi mantida ou

rânea no Brasil, São Paulo, Editora Senac, 2010.

lógico em reservatórios, hoje, são considera-

utilizada

paisagismo.

TSUKUMO Nina Ma Jamra (coord.). Arqui-

dos exemplares para mudança de postura

Ao término da conversa com Fer-

tetura na CESP. São Paulo:CESP – Com-

em relação às obras de usinas hidrelétricas.

nando Chacel, e ao analisarmos sua traje-

Segundo Chacel, a preocupação

para

replantio

e

panhia

Energética

de

São

Paulo,

1994

1. Vilas Operadoras de Furnas nas Bacias dos rios Grande e Paranaíba – da concepção à atualidade (tese de doutorado em Geografia, IG/UFU 2008); 2. O termo vilas operadoras, no setor elétrico é utilizado exclusivamente para indicar a localização das residências

26

de

funcionários

com

atividade

técnicas

especializadas

e

administrativas

relacionadas

à

operação

de

usinas

hidrelétricas



cynthia

de

arquiteta

urbanista

sora

doutora

sitário

do

souza

do

santos

e

profes-

centro

triângulo

univer-

(unitri)

resumo Este artigo analisa a relação entre polí-

cado imobiliário e sociedade. Tais relações foram

produção do solo, com o advento da Lei Fe-

ticas urbanas e habitacionais e solo urbano. Ve-

brevemente focalizadas na cidade de Uberlândia,

deral Estatuto da Cidade que dispõe de ins-

rifica-se que a propriedade do solo interfere sig-

a partir da década de 50. Constatou-se que as

trumentos urbanísticos com características

nificativamente na produção pública do espaço

apropriações do solo pelas camadas dominantes

redistributivistas e regulatórias (no sentido

urbano. Destacam-se, nessa análise, as relações

comprometem a efetividade dessas políticas.

de controlar a valorização da terra e promover a socialização do uso do solo). Entretan-

estabelecidas entre Estado (poder público), merpalavras-chave Políticas Urbanas e Habitacionais; Solo Urbano; Propriedade Privada; Uberlândia

to, vários desses instrumentos passaram e ainda passam por um moroso processo de regulamentação e detalhamento nas câ-

1.1. introdução

A política urbana e habitacional

limitação, como, por exemplo: o mercado ca-

maras municipais para se evitar os desvios

pitalista da terra, os conflitos de interesses

de suas aplicações, protelando as ações

entre os agentes da produção do espaço ur-

efetivas de socialização do espaço urbano.

dependem do solo urbano para materializar

bano, as leis de uso e ocupação do solo que

Ademais, a lógica do mercado capitalista da

suas ações. Sustenta-se que a propriedade

reproduzem as desigualdades e abrem bre-

terra e da moradia sempre muda as regras

privada está em seus cernes, limitando-as.

cha para privilégios de uma parcela da so-

do jogo para tentar manter o domínio do ca-

Tal nível de relação entre o solo privado e

ciedade. Em conseqüência desses níveis de

pital. Mesmo porque, as cidades estão con-

tais políticas seria o limite fundamental de

relações entre o solo privado e tais políticas,

solidadas, as camadas dominantes detêm

suas eficácias e efetividades; daí o entendi-

tem-se a acumulação e a apropriação dos

a concentração das riquezas necessárias à

mento que a propriedade privada do solo se

recursos públicos pelas camadas dominan-

transformação dos espaços urbanos, ainda

constitui em questão nevrálgica. Além disso,

tes, a impotência do Estado e a segregação

precários, e à diminuição do problema habi-

existem outros níveis secundários de rela-

socioespacial.

tacional. Odiernamente, ainda constata-se

ções entre estas políticas e o solo urbano,

A partir dos anos 2000, observa-

a submissão do Estado às regras do merca-

decorrentes desse primeiro, que contribuí-

ram-se perspectivas positivas em relação à

do capitalista da terra e da moradia. Afirma

ram e contribuem para a perpetuação dessa

aplicação da legislação urbana para fins de

Maricato (1996):

A L E G I S L A Ç Ã O U R BANA N Ã O E M E R G I R Á S E N Ã O QUAN D O S E TO RN E N E C E S S Á R I A PARA A E S T RU T U RA Ç Ã O D O M E RCAD O I M O B I L I Á R I O U R BAN O, D E CO RT E CAP I TAL I S TA . O S C Ó D I G O S M U N I C I PA I S D E P O S T U RA S, E L A B O RAD O S N O F INAL D O S É C U LO PA S S AD O, T I V E RAM O C L ARO PAP E L D E S U B O RD INAR C E RTA S Á R E A S DA C I DAD E AO CAP I TAL I M O B I L I Á R I O, ACAR R E TAN D O A E X P U L S Ã O DA M A S S A T RA BAL H AD O RA P O B R E D O C E N T RO DA C I DAD E . A N OVA N O R M AT I V I DAD E

CON T R I B U I

PARA

A

O RD E NA Ç Ã O

DO

S O LO

DE

PART E

DA

C I DAD E ,

MAS

TAM -

B É M VA I CON T R I B U I R PARA A S E G R E GA Ç Ã O E S PAC I AL . A E S CA S S E Z AL I M E N TA A E X T RA Ç Ã O DA

R E N DA

IMOBILIÁRIA.

A

SUBMISSÃO

DA

T E R RA

AO S

CAP I TA I S

DE

P RO M O Ç Ã O,

CON S -

T RU Ç Ã O E F INAN C I AM E N TO I M O B I L I Á R I O N Ã O S E TO RN O U H O M O G Ê N E A CO M O N O S PA Í S E S AVAN Ç AD O S, CON V I V E N D O CO M FO R M A S ARCA I CA S D E P RO D U Ç Ã O D O E S PA Ç O CO M O A AU TO CON S T RU Ç Ã O E M LOT E AM E N TO S I L E GA I S O U E M Á R E A S O C U PADA S 28

maricato,

1996,

p.58


Os grandes contrastes socioes-

ção e a expansão urbana. (MOTA, 2013, p.1).

empregada na cidade “formal”, se de um lado

paciais nas cidades são decorrentes dessa

De acordo como o Instituto Brasileiro de Ge-

favoreceu a valorização das construções e a

predominância da lei do mercado sobre a

ografia e Estatística (IBGE, CENSOS, 50, 60,

acumulação do mercado imobiliário, de ou-

norma jurídica de ordenamento do solo. Por

70, 80, 91, 2000 e 2010) tem-se o seguinte

tro contribuiu para a exclusão socioespacial

isso, observam-se, nas cidades, áreas habi-

crescimento demográfico:

das camadas de baixa renda. As forças so-

tacionais bem equipadas, valorizadas com

ciais e capitalistas geradas pelas camadas

edifícios de alto luxo e áreas faveladas com

crescimento

dominantes têm sido determinantes na

precária infra-estrutura, barracos e constru-

município de uberlândia-mg

condução das diretrizes das políticas urbana

ções em condições construtivas duvidosas.

e habitacional. E como o solo se tornou um

Então, a política habitacional nas suas ações

meio material de propagação dessa lógica

tímidas de produção do espaço se materia-

de acumulação de riquezas, a ilegalidade e

liza nas áreas periféricas e nas favelas com

autoconstrução, fortemente presentes na

algumas melhorias urbanas.

realidade brasileira, foram as alternativas

A legislação, quase sempre bem

demográfico

Ano

População urbana

População rural

1950

35.799

19.185

1960

71.717

16.565

Tratando-se de Uberlândia, palco

1970

111.466

13.240

de solução para o problema habitacional das

de nossa breve análise quanto a estes fatos,

1980

231.598

9.363

camadas de baixa renda. Tal submissão da

verifica-se claramente esta triste realidade.

1991

358.165

8.896

política habitacional às regras do mercado

Como cidade pólo da região apresentou, nas

2000

487.887

12.208

fez com que os problemas habitacionais se

últimas décadas, extraordinário crescimento

agravassem. A política habitacional, na me-

econômico e com indicadores de qualidade

2010

604.013

16.747

dida em que foi utilizada como instrumento

de vida acima da média nacional como o Ín-

2014

654.681

de acumulação privada dos recursos públi-

dice de Desenvolvimento Humano Munici-

cos, se desviou da finalidade social. Segundo

pal – IDHM de 0,789 (ATLAS BRASIL, 2013),

Maricato (2001):

embora apresente problemas urbanos e

habitacionais relativamente importantes.

vertiginoso e a expansão da ocupação urbana

Estrategicamente localizada, caracterizada

os setores de transportes, habitacional, edu-

por significativos investimentos de capital e

cacional, de saúde e de segurança pública se

por considerável mão de obra, tornou-se um

viram significativamente afetados. Assim, a

território alvo de todas as possibilidades de

cidade passou por um intenso processo de

exploração e consumo do solo.

urbanização nos anos 60 e 70. Estrategica-

A O C U PA Ç Ã O D O S O LO O B E D E C E A U M A E S T RU T U RA IN FO R M AL D E P O D E R : A L E I D E M E RCAD O NORMA

PRECEDE

A

J U R Í D I CA .

LEI/

Com o crescimento populacional

mente, o poder público realizou grandes in-

É

1.1.1 apropriação do solo

vestimentos em infraestrutura urbana em

AR B I -

urbano em uberlândia

direção às áreas de expansão, provocando

Uberândia localizada na região nor-

centro principal, habitados pela população

TO L E RADA P O R QU E É V Á LV U -

deste do Triângulo Mineiro, Estado de Minas

de menor poder aquisitivo. No Brasil, tais

L A D E E S CAP E PARA U M M E R -

Gerais, possui uma população de 604.013

investimentos em urbanização acabam sen-

habitantes (IBGE, 2010), um território de

do, na sua maioria, de origem pública. Em

4.115,206 km². Constitui-se em um impor-

decorrência deste fato, os proprietários da

tante entrocamento rodo-ferroviário que

terra agregam novos valores às suas pro-

permite a ligação com importantes centros

priedades, apropriando-se dos recursos pú-

urbanos das regiões sudeste e centro-oeste.

blicos e, por fim, acumulam mais riquezas

A partir da década de 50, esta ci-

criadas socialmente. (SANTOS, 2006, p.). Os

dade passou por transformações urbanas

agentes capitalistas da terra desde o princí-

significativas decorrentes do processo de

pio perceberam o potencial de ocupação do

industrialização, da diversificação dos seto-

território e foram se apropriando de grandes

res de serviços e comerciais, da construção

propriedades de terra. De acordo com Mota

da cidade de Brasília, da implementação do

(2013, p2.) “[...] a personagem muitíssima

sistema rodoferroviário que a interligou aos

importante neste contexto e quem criou a

AP L I CADA TRÁRIA.

CAD O TE

DE A

FO R M A

I L E GAL I DAD E

FUNDIÁRIO

AR G U M E N TA Ç Ã O QUAN TO

É

ALTAM E N -

E S P E C U L AT I VO.

L I B E RAL

E S TA

fonte IBGE, 2010

TAN TO

A

DE

CUNHO

A

E S TAT I -

Z AN T E S Ã O U T I L I Z ADA S PARA A S S E G U RAR

M AN U T E N Ç Ã O

D E P R I V I L É G I O S. R E G U L A Ç Ã O E X AG E RADA CON V I V E CO M TO TAL L A I S S E Z FA I R E E M D I F E -

a valorização de bairros mais afastados do

principais centros econômicos do país e da

primeira empresa imobiliária em Uberlândia,

RENTES ÁREAS DE UMA MES-

instalação da Universidade Federal. Tais fa-

na época denominda “Empresa Imobliária

M A C I DAD E maricato, 2001, p.83

tores provocaram o crescimento da popula-

Uberlandense”, fundada em 1936, foi eleito 29


prefeito em 1951. Trata-se de Tubal Vilela da

e o Programa de Aceleração de Crescimen-

te que a abolição da propriedade privada do

Silva [...]”. É notável a estreita relação entre

to – PAC, mas grandes são os desafios no

solo poderia fazer uma diferença qualitativa

agentes políticos (poder local), empresários

enfrentamento dos problemas urbanos e

para o ambiente das cidades. Entretanto,

do ramo imobiliário e proprietários de terra.

habitacionais. Pois, seu solo urbano encon-

essa proposta, de cunho radical, na atualida-

O potencial econômico e populacional que

tra-se significativamente apropriado pelas

de, não seria bem aceita. Mas a política de

alavancou a expansão urbana e, por sua vez,

empresas construtoras e imobiliárias. Aliás,

habitação para a população de baixa renda

a consequente urbanização e criação de no-

esse processo de apropriação do espaço por

se vê diante desse grande entrave da pro-

vos lotemanentos garantiu a mercantiliza-

tais agentes ocorreu antes da terra ser pro-

priedade privada, de vez que a gestão social

ção do solo por esses agentes. Ademais, o

duzida e garantiu a acumulação de riquezas

do uso e da disponibilidade do solo urbano

discurso ideológico proferido pelos agentes

e reinteirou a desigualdade socioespacial.

se tornam elementos fundamentais para a

políticos em defesa dos menos favorecidos,

Como as políticas urbanas dependem do

efetividade de suas ações.

em relação ao acesso à terra, foi mantido.

solo urbano para materializar suas ações e

Tímidas ações de políticas urbanas e habi-

não dispõem de recursos significativos para

tacionais foram empenhadas na produção

o atendimento das crescentes demandas

bibliográficas

de casas populares, infraestrutura básica e

urbanas, em especial, habitacionais, suas

melhorias urbanas em bairros periféricos.

ações ficaram comprometidas. No caso ana-

1.3 referências

FLORÊNCIO, Beatriz Aparecida Bessa;

Afirma Mota (2013, p.7) que “exis-

lisado o poder público mais do que coniven-

Queiroz, Arlei Teodoro de. Diagnóstico Am-

tem empresas no ramo da construção civil

te com a situação se beneficou com ela, ao

biental Em Área Urbana: bacia hidrogáfica

e administração de imóveis – construtoras

assumir duplos papéis de agente do merca-

do Córrego Cajubá. Universidade Católica de

e imobiliárias; que são proprietárias de gle-

do de terras e, antagonicamente, de agente

Uberlândia, 2011 ¶ IBGE. INSTITUTO BRASI-

bas”. Tais empresas detém a propriedade

promotor de ações tímidas das políticas ur-

LEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTCIA. Censo

de 42% das glebas da cidade. As glebas es-

banas e habitacionais voltadas para a popu-

Demográfico, 2010 ¶ MARICATO, Ermínia.

tão localizadas principalmente nos setores

lação de baixa renda

Metrópole na periferia do capitalismo: ilegalidade, desigualdade e violência. Editora HU-

Sul, Leste e Oeste. O Setor Sul apresenta as maiores áreas não loteadas e por isso tem

1.2 considerações finais

CITEC, São Paulo, 1996 ¶ MARICATO, Ermínia. Brasil, cidades: alternativas para a crise

sido alvo de interesse dos empresários na implementação dos loteamentos da cidade.

Diante do exposto, poucas são as

urbana / Ermínia Maricato. – Petrópolis, RJ:

Nos anos 2000, as políticas urba-

perspectivas de mudanças na socialização

Vozes, 2001 ¶ MOTA, H.M. - Anais: Encon-

nas e habitacionais têm sido mais expressi-

do espaço urbano e habitacional, se não

tros Nacionais da ANPUR, 2013 ¶ SANTOS,

vas na produção do espaço mais socializado

houver um processo de conscientização e

Cynthia de Souza. A política habitacional

de Uberlândia, devido aos novos programas

participação da sociedade , além da mudan-

para a população de baixa renda, em Belo

de governo Minha Casa Minha Vida - MCMV

ça de postura do Estado. Há quem susten-

Horizonte, a partir de 1990. São Paulo, 2006

é o país que apresenta o maior potencial

as diretrizes a serem seguidas no processo

hídrico e, mesmo assim, uma quantia con-

de regularização. Neste caso, o processo de

e u n i r a u g u s t o ge-

ógrafo

especialista

introdução O ano de 2014 será lembrado pela

siderável da população brasileira sofre sua

outorga dos poços artesianos da Universi-

escassez de água no Brasil, principalmente

falta. No presente trabalho, analisou-se a

dade, exemplo abordado neste estudo de

no Sistema Cantareira, que abastece a região

regularização ambiental do uso da água pela

caso, devem ser realizados de acordo com a

metropolitana de São Paulo. Considerando a

comunidade acadêmica da Universidade Fe-

lei, seguindo todos os processos que serão

explosão demográfica das últimas décadas

deral de Uberlândia (UFU).

aqui descritos, levando em conta, além da

e a limitação na oferta desse recurso, sur-

Os profissionais que atuam ou

solicitação de outorga, a cobrança pelo uso

giram diversas oportunidades de trabalho

pretendem atuar prestando consultorias ou

do recurso hídrico, já que este é um bem de

para os profissionais do setor, não apenas

no planejamento e gestão do fornecimento

valor econômico, o enquadramento, já que

na Região Sudeste mas por todo o país.

da água são obrigados a seguir os instru-

são estabelecidos critérios e padrões para

Sendo a água um dos elementos

mentos instituídos pela Política Nacional de

determinados tipos de uso da água, e o sis-

mais importantes existentes no Planeta,

Recursos Hídricos (PNRH), por meio da Lei

tema de informação, referentes ao processo

dentre suas porcentagens globais, o Brasil

n° 9.433 de forma integrada, considerando

para os atores sociais envolvidos.

30


enquadramento

eles falhas na capacitação dos órgãos res-

ponsáveis pela outorga de uso das águas, a

referenciamento

sistema de geor-

Para compreender os procedimen-

dificuldade encontrada na análise ambien-

tos pertinentes à regularização de outorga e

tal da viabilidade do uso requerente, ocor-

enquadramento, a Apostila “Águas Subter-

rências de inverdades nas demandas pelo

instrumentos da PNRH, utiliza-se de técni-

râneas: um recurso a ser conhecido e prote-

solicitante e, por fim, a intervenção de inte-

cas de geoprocessamento e georreferen-

gido” elaborada pelo Ministério do Meio Am-

resses políticos no processo, de forma que

ciamento. Para isso, equipamentos como o

biente (MMA) junto à Associação Brasileira

este se torná-lo menos técnico. Tais fatores

GPS são fundamentais. O Sistema de GPS

de Águas Subterrâneas (Abas) informa que

dificultam o processo e agravam à intensa

foi incialmente desenvolvido em 1973, sen-

mais da metade dos distritos brasileiros são

degradação dos recursos hídricos do país,

do projetado pelo Departamento de Defesa

abastecidos por água subterrânea. Tama-

tecendo um leque de oportunidades de tra-

dos Estados Unidos da América (EUA), com

nha demanda é considerada perigosa para

balho no setor.

o objetivo de disponibilizar a posição ins-

tantânea, a velocidade e o horário de um

o meio ambiente, pois a partir do momento que a extração de água do manancial supera

O sistema de informações, um dos

ponto qualquer sobre a superfície terrestre,

materiais e métodos

reabastecer, corre-se o risco de esgotamen-

Para a realização do levantamen-

dimensional. No entanto, o sistema entrou

to dos reservatórios e diminuição da quanti-

to dos pontos de localização dos poços em

em operação em 1991, sendo relativamente

dade que abastece os demais cursos d’água.

cada Campus da UFU, biólogos, geógrafos e

recente seu uso.

Fatores que unidos a poluição gerada por

engenheiros ambientais utilizaram um sis-

atividades antrópicas, provoca sérios impac-

tema de georreferenciamento. As ferramen-

plano altimétrico, utilizou-se o programa

tos ambientais.

tas utilizadas para a elaboração dos Mapas

Quantum Gis, para atender às demandas de

A determinação dos parâmetros

de Localização foram um aparelho GPS, os

geoprocessamento e georreferenciamen-

para verificar o atendimento aos limites exi-

aplicativos GPS Track Maker, Google Earth

to necessárias. Programas que permitem

gidos deve ser realizada por meio de análises

e Quantum Gis. Os profissionais realizaram

criar, visualizar, consultar e analisar dados

da qualidade da água. Profissionais realizam

também uma pesquisa de campo, com uso

geoespaciais são denominados Sistemas de

testes laboratoriais, avaliando parâmetros

de Hardwares patrimoniados pela Univer-

Informação Geográfica (SIG). As informações

físicos, químicos e biológicos, exigidos pela

sidade e Softwares Livres. Foram utilizados

sobre a localização geográfica dos poços

Resolução Conama n° 396, Sólidos Totais

os seguintes materiais: GPS, máquina foto-

artesianos da UFU referem-se aos dados

Dissolvidos, nitrato e coliformes termotole-

gráfica, PC, softwares para SIG. E o método

geoespaciais. Para estes procedimentos,

rantes, bem como pH, turbidez, condutivi-

adotado foi: Geoprocessamento de imagens

trabalhou-se com coordenadas geográficas,

dade elétrica e medição de nível de água. A

e georreferenciamento da regularização am-

como latitude e longitude em configuração

análise e avaliação desses parâmetros de-

biental dos poços artesianos.

WGS-84.

ou bem próxima a ela em um referencial tri-

a quantia de água que a natureza é capaz de

Na elaboração dos mapas, em

verão ser realizadas pelo órgão competente, necessitando que o laboratório utilizado seja licitado, outra oportunidade de emprego demandada para o processo de regularização.

N Ã O É AP E NA S D O S Ó R G Ã O S P Ú B L I CO S

outorga de uso de

recursos hídricos

A

A outorga deve ser solicitada antes

DAD E D E C U M P R I R O

da intervenção pretendida por qualquer atividade que possa alterar o regime, a quantidade ou a qualidade do corpo d’água. Caso já estejam sendo realizadas as atividades de intervenção, o processo de solicitação de outorga deve ocorrer da mesma maneira, no entanto, o interveniente estará sujeito às sanções previstas em lei, pois está utilizando o recurso hídrico sem autorização prévia, ocasionando multas para os empreendimentos que não atenderem à normativa.

No Brasil, há certa dificuldade na

implantação e regularização do processo de outorga, devido a diversos fatores, dentre

R E S P ON S A B I L I -

QU E A S L E I S C I TA DA S E S TA B E L E C E M , MAS

DE

TO DA S

A S P E S S OA S, F Í S I CA S

E

QU E

DEVEM

BA L H AR

J U R Í D I CA S, T RA -

J U N TA S

considerações finais

Não é apenas dos órgãos públicos

a responsabilidade de cumprir o que as leis citadas estabelecem, mas de todas as pessoas, físicas e jurídicas, que devem trabalhar juntos. Os recursos naturais não podem ser gerenciados de maneira isolada em relação ao meio ambiente. As ações de preservação ou uso intensivo destes recursos afetam a disponibilidade e, por essa razão, é importante que haja a integração da gestão.

Um país como o Brasil, que apre-

senta grande diversidade de recursos geológicos, biológicos e paisagísticos, além de uma heterogeneidade de influências culturais e de apresentar diferenças demográficas, econômicas e sociais, não pode ser tratado de forma única no tocante à gestão dos recursos hídricos. Tais obrigatoriedades exigem profissionais capacitados para suprir demandas tão específicas e prioritárias. 31


A missão do fotógrafo ao retratar a natureza com o pro-

pósito de defendê-la das agressões praticadas pelo homem não é uma missão desesperada como a dos mártires que nessa mesma luta perderam a própria vida, mas é igualmente nobre. Sobretudo se esse fotógrafo é também geógrafo e sabe como ninguém que consequências poderá acarretar a destruição dos recursos naturais do nosso planeta.

É o caso do fotógrafo e geógrafo Frederico Ozanan que,

sensível às agressões sofridas pela natureza, vitimada por uma sociedade excessivamente consumista, decidiu edificar um projeto magnífico que tem como bandeira a educação e conscientização pela arte: a exposição fotográfica “A natureza ainda é bela”.

A exposição vem propor ao homem uma mudança de

postura na sua relação com a natureza a fim de fazer com que os ataques do modelo econômico consumista aos recursos naturais, quando inevitáveis, sejam feitos de forma racional e sustentável.

Dentro dessa proposta o homem deve parar de agir como

motorista irresponsável que acelera em direção ao precipício acreditando que a qualquer momento poderá acionar os freios, mudar o curso do veículo e evitar o desastre, quando na verdade já temos assistido em noticiários fortes sinais de uma tragédia anunciada.

A necessidade de uma tomada de consciência constitui o

pano de fundo dessa iniciativa ímpar, a exposição “A natureza ainda é bela”, cujo criador tem dedicado anos de sua vida ao garimpo das pedras preciosas que compõem magnificamente os quadros.

Pela beleza das fotos e a nobreza de propósito que encer-

ra, a exposição é um convite à maioridade do homem no trato com os recursos naturais e uma apologia à resistência da natureza que, apesar de todos os ataques, insiste em continuar bela. Para preservá-la assim, precisamos apenas de um cadinho de bom senso. márcio paiva Publicitário e admirador do trabalho de Frederico Ozanan

contato fredericogeografo@yahoo.com.br | 34 9123-1083

32


33


34


35


glauco

de

paula

cocozza

arquiteto,

urbanista

e

doutor

faculdade

de

da

professor

arquite-

tura, urbanismo e design da uni-

versidade

federal

de

uberlândia

Nos últimos anos, o interesse em

A diversidade de paisagens e

A discussão sobre paisagem tran-

compreender melhor o papel dos espaços

contextos urbanos enriquece a discussão

sita por múltiplas áreas, com diferentes de-

livres nas cidades brasileiras propiciou um

sobre o atual panorama dos espaços livres

finições, conceitos e métodos de abordagem.

maior entendimento e reflexão da sua im-

públicos nas cidades brasileiras. Desde um

A paisagem não é somente o que observa-

portância para a configuração da paisagem

largo histórico no Rio de Janeiro, ou um

mos, mas o que se revela dessa observação.

urbana. Desde minha formação como arqui-

parque em Curitiba, a uma grande área de

Através dela podemos nos avaliar não como

teto e urbanista, meu início como professor

preservação em Belém ou Natal, os espa-

expectadores, mas como agentes de trans-

de paisagismo e, posteriormente, como pes-

ços livres definem um conjunto espacial

formação, onde os processos urbanos e na-

quisador do grupo Quapá-SEL (FAUUSP), os

que configuram as cidades, inseridos na

turais ganham maior visibilidade, capazes de

espaços livres, principalmente os públicos,

malha urbana em diferentes quantidades,

identificar os padrões de desenvolvimento

me seduzem e fascinam pela forma, pela im-

formas e categorias. Essas tipologias es-

das cidades. Para Serrão (2013), a paisagem

portância na estrutura urbana e, principal-

paciais propiciam variados padrões, que se

é categoria mista, cultural pela forma e na-

mente, por ser onde transformar-se e molda

articulam e definem uma condição estru-

tural pelo conteúdo, e é sempre uma síntese

-se parte da dinâmica urbana e ambiental.

turante e sistêmica da paisagem urbana.

de subjetividade e objetividade, duplicidade de realidade e idealidade, em que Vida e in-

A PAISAGEM É CATEGORIA MISTA, CULTURAL

tuição da Vida são indissociáveis.

PELA FORMA E NATURAL PELO CONTEÚDO

sultado de diferentes tempos, ações, con-

As cidades são heterogêneas, re-

figurações e conformações que se inserem sobre um determinado sítio físico. Essa heterogeneidade pode ser lida e explicada através de diversas unidades espaciais existente no tecido urbano. Essas regiões, que aqui denomino de Unidade de Paisagem, são uma porção territorial que apresenta uma predominância de determinados padrões morfológicos, paisagísticos e construtivos, resultados de diferentes processos. O conceito, muito aplicado pelos geógrafos para a leitura do território, é uma proposta de entendimento das diferentes paisagens urbanas. Através dela podemos observar algumas características que se fazem presentes e que revelam os principais conflitos e potencialidades para uma intervenção nos espaços livres.

Embora existam distintas termi-

figura 1 Praça em Buenos Aires ao lado do Teatro Colón. Novas formas de apropriação do espaço li-

nologias e definições conceituais, os espaços

vre. Clássico e contemporâneo convivendo para um uso público do espaço urbano. fonte Autor, 2014

livres são todos os espaços livres de edifi-

36


figura 2 Tumbalong Park em Sydney, Austrália. O projeto de paisagismo pode suscitar diferentes práticas sociais. fonte Autor, 2013

cação, e são os principais estruturadores da

As gestões das cidades brasileiras

forma urbana, capaz de integrar diferentes

por muitos anos deixaram de qualificar es-

ser identificadas nos tecidos urbanos

elementos físicos com aspectos culturais,

pacialmente as calçadas. Corremos contra o

brasileiros. Praças, parques, unidades de

sociais e naturais, que os caracterizam como

tempo e contra adversidades que impossibi-

conservação, jardins, matas, universida-

objeto de estudo próprio. A conformação do

litam de tornar as ruas e calçadas mais de-

des, calçadões, clubes, orlas marítimas e

tecido urbano não pode ser desconectada

mocráticas e com maior apropriação. Outras

de rios, podem se articular de diferentes

dessa condição sistêmica, e a sua configura-

questões contemporâneas também A cres-

formas, convergindo para uma condição

ção engloba aspectos físicos, históricos, eco-

cente valoração do espaço privado é uma

representativa da paisagem local, das for-

nômicos e sociais, compreendidos e aplica-

das adversidades que vale ressaltar.

mas de apropriação, da cultura e principal-

dos como ferramentas para o planejamento.

mente do processo de urbanização.

Embora nos atenhamos às áre-

edificado e espaço livre prejudica a esfera

as verdes como definidoras de um sistema

pública e a relação sistêmica dos espaços

ências, necessidades e exaltam as forças

de espaços livres, as ruas e calçadas são os

livres. O desenho da cidade é algo que os

de uma sociedade, transmitindo os seus

principais estruturadores desse sistema nas

arquitetos, urbanistas e paisagistas devem

signos e valores. Muitos conflitos econô-

cidades. Definidores dos diferentes traça-

trabalhar com maior intensidade e convic-

micos, sociais e ambientais são manifes-

dos que definem a malha urbana, as ruas

ção, com um projeto comum de cidade onde

tados nos espaços livres, principalmente

e calçadas tecem também a vida cotidiana

haja uma melhor interface entre o edifício e

pela legislação e gestão ambiental, e pelos

em muitos locais das cidades, onde a perma-

o espaço público, integrando-os, construin-

atores responsáveis pelo processo de ur-

nência, ausência e apropriações revelam os

do novas espacialidades que potencializam

banização em determinadas cidades.

diferentes graus de urbanidade.

essa relação.

A falta de interface entre espaço

Outras muitas tipologias podem

Os espaços livres revelam defici-

OS ESPAÇOS LIVRES TÊM UM VALOR SIMBÓLICO, CONFIGURADO NAQUILO QUE É ESPECÍFICO DE UM LUGAR, O QUE, DENTRO DE UMA CULTURA GLOBALIZADA, PODE TRANSFORMÁ-LOS EM ESPAÇOS CAPAZES DE SUBVERTER A SEGREGAÇÃO SOCIAL CRESCENTE. SÃO OS LUGARES POR EXCELÊNCIA DAS INTERVENÇÕES CAPAZES DE CONCILIAR QUESTÕES AMBIENTAIS E SOCIAIS QUE SE APRESENTAM COMO CONTRADITÓRIAS... PRECISAMOS TER EM MENTE A POSSIBILIDADE DE CRIAÇÃO DE UM AMBIENTE QUE ENRIQUEÇA NOSSA VIDA CULTURAL, REDEFINA NOSSA LIGAÇÃO COM A NATUREZA E REPRESENTE OUTRO MODO DE CONCEBER OS ESPAÇOS LIVRES: COMO UM PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DE ESPAÇOS NATURAIS E DE (RE)NATURAÇÃO DOS ESPAÇOS SOCIAIS pellegrino e oseki, 2004 37


A crescente visibilidade e discus-

porém não deveria ser o único. O parque fei-

são sobre o tema incorporará gradualmen-

to nas antigas bordas da cidade precisa ser

to importante quando abordamos os espa-

te uma nova visão aos gestores quanto a

incorporado em uma nova rede de parques

ços livres públicos. A qualidade dos espaços

importância dessa questão, com um rede-

que se distribua de forma mais equilibrada

não se define apenas pelo seu projeto, mas

senho e uma nova forma de gestão desses

no tecido urbano.

é produto de seus cidadãos, das diferentes

espaços. A qualificação ou requalificação dos

O rápido crescimento de Uberlân-

formas de apropriação, de interação, crian-

espaços livres urbanos propicia novas possi-

dia não foi acompanhado pelo aumento das

do um senso de pertencimento com o lugar.

bilidades de interação entre homem e paisa-

áreas verdes e tampouco pela requalifica-

Os projetos para os espaços livres precisam

gem, conectando-o com as práticas sociais.

ção de áreas já previstas para a instalação

antes de tudo entender os desejos e neces-

Alguns projetos podem ser desta-

de parques urbanos. O potencial da cidade

sidades da população local, criando uma pai-

cados com esse objetivo. Desde pequenas

é enorme. Desde inúmeros fundos de vale,

sagem conectada com o contexto onde está

intervenções a grandes parques, muitas ci-

passando pelas praças de bairro, e aos no-

inserido, permitindo uma coesão social que

dades investiram na requalificação da paisa-

vos loteamentos que não param de surgir

dará maior visibilidade à esfera pública

gem local. O caso das Ilhas das Caieiras em

nas franjas da cidade. Os inúmeros parques

Vitória, comunidade ribeirinha que foi objeto

previstos para serem implantados demoram

de intervenção da prefeitura, é um exemplo

a sair do papel e tampouco são pensados de

de que a coesão social deve se dar pela força

forma sistêmica.

do espaço público. O projeto criou uma es-

trutura de lazer, de mobilidade e deu nova

jeto é essencial, mas a sua constante ma-

visibilidade às práticas sociais e culturais

nutenção e sua gestão. Os projetos devem

locais, descortinando uma nova paisagem, e

proporcionar uma maior diversidade espa-

proporcionando uma maior integração com a

cial e de usos, um maior o envolvimento da

sociedade.

população na sua construção, diversidade

referências bibliográficas

Em Campo Grande/MS, o projeto

de escalas, assim como o entendimento da

¶ PELLEGRINO, P. R. M.; OSEKI, J. H. Paisagem,

Orla Morena deu novo uso e significado ao

dinâmica da paisagem local. Nos últimos

Sociedade e Ambiente. In: Philippi Júnior, Arlin-

antigo leito ferroviário, costurando diversas

anos os espaços livres também são utiliza-

do; Romero, Marcelo de Andrade; Bruna, Gilda

partes da cidade com um projeto de parque

dos como parte da infraestrutura urbana,

Collet (Org.). Curso de Gestão Ambiental. 1a. ed.

urbano. O projeto transformou a dinâmica

capaz de amenizar os danos causados pela

Barueri: Manole, 2004, v. 1, p. 485-52 ¶ SER-

urbana dos bairros por onde passa, cons-

crescente urbanização, com propostas ino-

RÃO, A. V. Paisagem: natureza perdida, nature-

truindo um espaço de cultura, lazer, convívio

vadoras para o manejo das águas urbanas,

za reencontrada? Revista de Filosofia Moderna

e de práticas esportivas, reciclando edifica-

do solo e da vegetação nativa.

e Contemporânea. Brasilia, n°2, ano 1, 2013

Não somente a qualidade do pro-

O sentido de lugar é outro aspec-

PARTE DA INFRAESTRUTURA, ESPAÇOS LIVRES AMENIZAM OS DANOS CAUSADOS PELA CRESCENTE

URBANIZAÇÃO

ções e criando uma nova paisagem urbana.

Os parques urbanos são espaços

essenciais na construção dessa nova paisagem. A qualificação de vazios urbanos, de fundos de vales, de áreas em desuso como parques é uma aposta de muitas cidades para melhorar sua qualidade ambiental. Trata-se de um local de reencontro com a natureza, de práticas sociais e de lazer, e de representação da paisagem e cultura local.

Em Uberlândia há uma corrida con-

tra o tempo. A cidade, reconhecida por sua qualidade de vida, deixou de investir na qualificação dos seus espaços livres, priorizando recursos para outras áreas. É necessário que os diferentes setores da sociedade e da gestão pública promovam um debate continuo sobre a importância dos espaços livres na estrutura urbana. O parque do Sabiá, principal área verde da cidade, é um local fantástico de práticas sociais, de atividades esportivas, de recreação para diferentes classes

figura

sociais. É o verdadeiro “pulmão” da cidade,

to de espacialidade pública que deu nova visibilidade à comunidade. fonte Autor, 2014

38

3

Projeto de requalificação urbana na Ilha das Caieiras, Vitória/ES. Proje-


Os Trabalhos Interdisciplinares são desenvolvidos em todas as turmas do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Triângulo (UNITRI) ao longo dos semestres, abrangendo o conteúdo das disciplinas lecionadas em cada período. Busca-se assim, a compreensão pelos alunos da interação entre as disciplinas e a formação de profissionais com uma compreensão sistêmica da sua atuação. Os resultados têm sido surpreendentes, frutos dos esforços de professores e alunos na busca por uma Arquitetura que traga mais qualidade de vida e outros benefícios à sociedade. Esta edição da Revista AUP! apresenta os melhores trabalhos desenvolvidos no 1º semestre de 2014 nos turnos diurno e noturno do curso.

39


O projeto apresenta linhas contemporâneas em uma proposta de in-

ção Iberê Camargo realiza exposições, cursos e oficinas sobre a obra

tegração arte e arquitetura. Responsável pelo projeto das Fundação

do pintor e também sobre arte contemporânea, promovendo uma

Iberê Camargo, Álvaro Siza é um dos arquitetos com maior produção

reflexão sobre a cultura artística. andressa

mundial, possuindo obras em diversas partes do mundo. A Funda-

& victoria vilela dos reis pinheiro 1º período

alves

matheus

A Casa da Cascata é considerada uma obra

vânia, Estados Unidos e foi projetada em

volumes mostra o porque este edifício pos-

prima da arquitetura contemporânea, seu

1934. Seu apelo de integração com a na-

sui enorme valor para a arquitetura mundial.

autor, o arquiteto americano Frank Lloyd

tureza é um dos destaques do projeto. O

thiago garcia santana, mari-

Wright e uma das principais referências da

extremo cuidado dispensado no conforto

lia santos ribeiro & gabriel

arquitetura orgânica . Situa-se na Pensil-

térmico , na plástica, nas relações entre os

gonçalves corbacho 1º período

40


O museu judaico foi projetado pelo arquiteto Daniel Libeskind de-

sorial extremamente forte e possui um caráter artístico de extre-

dicado as vitimas do holocausto ocorrido na segunda guerra mun-

ma riqueza, ao ponto de ser considerado uma obra de arte em si.

dial. O projeto prima pelas linhas do desconstrutivismo arquitetô-

guilherme

nico e possui linhas segmentadas que possibilitam uma sensação

borges marques & wynner silva santos 1º período

rodrigues

franco,

roberto

oliveira

única ao visitar o espaço cultural. O museu possui um apelo sen-

A Villa Savoye, obra do arquiteto franco-su-

integralmente suas proposições apresen-

trimônio arquitetônico por parte do governo

íço Le Corbusier, é uma residência projetada

tadas nos cinco pontos para uma nova ar-

francês. Foi transformada em museu após

e construída entre 1928-1929 em Poissy, em

quitetura: pilotis, terraço jardim, planta livre,

cuidadosos trabalhos de recuperação e reco-

Paris. Originalmente edificada como resi-

fachada livre e janela em fita. A residência

nhecida pelo governo francês como Monu-

dência de final de semana. O terreno era um

foi relativamente pouco usada por seus

mento Nacional. Atualmente a casa recebe

campo localizado fora da cidade, circundado

proprietários originais, pois foi abandonada

cerca de 20 mil visitantes por ano, sendo que

por árvores e com vista para o norte e para

quando durante a ocupação alemã na Fran-

os visitantes, em sua maioria, são arquite-

o oeste. Representa um momento de sínte-

ça, na II Guerra Mundial. Ao fim da guerra, a

tos, estudantes de arquitetura e designers.

se em sua obra, quando pela primeira vez o

casa permaneceu em um estado de quase

mariana sena de oliveira & naya-

arquiteto teve a possibilidade de concretizar

ruínas, até que em 1963 foi considerada pa-

ra aline de oliveira 1º período 41


Turning Torso é um arranha-céu de 190 metros de altura e 54 andares. Sua construção teve início no dia 14 de fevereiro de 2001 e sua inauguração foi realizada em 27 de agosto de 2005. Esta obra, localizada na cidade de Malmö na Suécia, teve como base a escultura “Twisting Torso” de Santiago Calatrava. Calatrava nasceu no dia 28 de julho de 1951 e hoje é um famoso arquiteto e engenheiro, licenciado e com doutorado. O espanhol possui um estilo único e altamente influente, devido à complexidade e heterodoxia irredutíveis de suas obras, frequentemente inspiradas por formas orgânicas, o que tornou seu trabalho bastante popular nas últimas décadas. Outros exemplos de grandes obras desse arquiteto são o Palácio de Artes Rainha Sofia em Valência (Espanha), o Auditório de Tenerife em Santa Cruz de Tenerife (Espanha), o Puente de La Mujer em Buenos Aires (Argentina) e o Milwaukee Art Museum em Milwaukee (EUA). michele

bernardes

&

odilon

júnior 1º período

Espaços abertos e integrados que parecem conduzir ao infinito, através de paredes envidraçadas. O projeto foi concebido para uma família numerosa composta por integrantes em diversas faixas etárias.

Considerada desconstrutivista, a renomada arquiteta Zaha Hadid

Na concepção do projeto, optou-se por ambientes amplos e interati-

é citada como uma das 100 mulheres mais poderosas do mun-

vos, oferecendo uma sensação de aconchego familiar. A presença do

do e vencedora de competições internacionais. Nascida em Bag-

vidro nas paredes confere aos espaços a ideia de amplitude das áre-

dá, em 1950, ela é um ícone da arquitetura e do design. A obra Ri-

as internas. O lounge no segundo pavimento proporciona uma vista

verside Museum fica às margens do rio Clyde, e foi pensada como

panorâmica, como se a edificação se fundisse à paisagem, sem bar-

uma ligação desse canal fluvial com a cidade. Ao todo, são 11 mil

reira visual. O terreno acidentado levou ao uso de escadas ligando os

m² de construção, 7 mil dos quais relativos a espaços de exposição.

diferentes níveis e conduzindo à área de lazer nos fundos do terreno.

amanda gracielly mariano silva, caroline rezen-

ana maria dos santos & nair maria viana 3º período

de borges & ingrid leonel rezende 1º período

42


O Instituto Lina Bo e P.M. Bardi foi inaugurado em 1990, com o ob-

por Lina para ser a residência do casal, a Casa acolhe hoje parte da

jetivo de incentivar o estudo e a pesquisa da cultura brasileira, prin-

coleção de arte particular adquirida ao longo dos anos por Lina Bo e

cipalmente no campo da arquitetura e da arte. O Instituto oferece

Pietro Maria Bardi. A obra foi escolhida para ser executada no projeto

acesso a informações importantes e pouco conhecidas no meio

interdisciplinar afim de promover o aprendizado da técnica de reali-

cultural e artístico do país. Por meio de exposições, publicações, pa-

zação da maquete e conhecimento de diversas obras espalhadas por

lestras e conferências, tem grande influência na produção cultural

todo o mundo. daniella pereira silva, sabrina rabelo

brasileira, como era o desejo de seus criadores. Projetada em 1950

de paiva & tainara

meirelles scavazza 1º período

43


Escolhemos Frank Lloyd Wright como mestre não apenas por ser um dos arquitetos mais importantes do século XX, mas também, pela maneira como trata seus projetos, de modo a deixá-los marcados pelo seu estilo. Frank Lloyd Wright é caracterizado por sua arquitetura orgânica e não deixa de evidenciar isso em seus projetos. Decidimos trabalhar com o Museu Guggenheim de Nova York pois este nos chamou bastante atenção e nos desafiou com seu nível de complexidade, o que fez com que nos empenhássemos e almejássemos o melhor. Quando projetou o Museu Guggenheim, Wright mencionou que sua intenção era dar para esta obra, um efeito plástico de planos flutuando sobre planos. Infelizmente, Wright não viu tal projeto finalizado, morrendo seis meses antes da obra ser terminada, em 1959, aos 91 anos, deixando belos projetos arquitetônicos como legado. gabriela

de

cristina

martins

dro

alves

araújo borges

parreira,

de

abreu

neto

&

lara pe-

período

O 30 St. Mary Axe, também conhecido como Gherkin, é um arranha-

as janelas espiraladas. O edifício foi feito com materiais totalmente

céu com vista de 360° da cidade de Londres, Reino Unido. Foi pro-

recicláveis, o que faz dele um dos primeiros arranha-céus ecológicos

jetado e construído com um design revolucionário, feito pelo reno-

de seu século. Atualmente pertence à seguradora Suíça Swiss Re. A

mado arquiteto Norman Foster entre 2001 e 2004, e é considerado

escolha da obra se deve à sua superestrutura arrojada, que chama

a sétima maior estrutura de Londres e a segunda de seu distrito. É

atenção pela forma circular e revestimento com vidro, além de ser

uma superestrutura feita de armações de aço, laje de concreto com

uma construção sustentável. guilherme carvalho de paula

perfil metálico e todo revestido de vidro com adaptações de alumínio.

& haiany borges silveira e oliveira 1º período

Seu consumo de energia é 40% menor que os demais edifícios devido 44


A Torre Hearst situada na cidade de Nova Iorque nos EUA, foi projetada pelo arquiteto inglês Norman Foster, conhecido por seu estilo ousado para desenhar prédios. Inicialmente, a torre foi feita para sediar a empresa Hearst Corporation, mas a obra foi parcialmente concluída e paralisada devido a Grande Depressão, em 1929. Em 2004, a nova torre foi construída e finalizada. Escolhemos esta obra porque ela possui uma estrutura diferenciada dos demais prédios e conta com uma estética que chama atenção das pessoas que passam por ela ou veem fotos e vídeos. Ela também foi o primeiro edifício “verde” concluído em Nova Iorque. O trabalho consiste em uma maquete e três pranchas contendo informações e fotos do arquiteto e da obra, além de planta baixa, corte, fachada, cobertura e croqui desenhados pelas autoras. isabella rissa

de

gonçalves sousa

peixoto

freitas

&

la-

período

Quando foi proposto o tema da atividade a ser desenvolvida, por nome

um dos principais cartões-postais da cidade, o museu destaca-se na

de “O Mestre”, Oscar Niemeyer surgiu espontaneamente em nossas

paisagem pelo arrojo de seus traços contemporâneos, símbolo da

mentes, assim como as belas e sinuosas curvas que surgiam em

expressividade e genialidade ne Niemeyer enquanto maior arquiteto

seus projetos em alusão às curvas encontradas nas montanhas, rios

brasileiro, inspirando e ensinando-nos a desenvolver a arquitetura

e mulheres de nosso querido Brasil. Optamos então, por representar

em concilio com a arte, sobrepujando todos os limites da criatividade.

uma de suas mais belas e expressivas obras: o Museu de Arte Con-

diomerthon ribeiro de sousa, publio massmann

temporânea de Niterói. Localizado sobre o Mirante da Boa Viagem,

nunes

&

wisller

pereira

martins

período 45


Frank Lloyd Wright é considerado um dos

deveria transmitir junto a isto felicidade. A

dos elementos naturais ali presentes como

arquitetos mais importantes dos séculos

obra escolhida é considerada uma das mais

pedras, vegetação e a própria água como

XX e figura mestra da arquitetura orgânica.

famosas casas do mundo: a casa da cascata,

constituintes da composição arquitetônica.

Tinha como conceito central em suas obras,

situada na Pensilvânia nos EUA. Feita para

karol isaac gomes, natália yumi

o projeto individual, de acordo com sua lo-

a família Kauffman, foi projetada no ano de

oliveira

calização e finalidade, e acreditava também

1934 e erguida em 1936. Sua principal carac-

ria

que a arquitetura não era só uma questão

terística é ter sido construída sobre rocha

lho laurindo santana 1º período

de habilidade e criatividade, mas que ela

e uma pequena queda de água, usufruindo

46

utumi,

fontão

&

rodrigo

paula

dias

facoe-


O projeto Casa Design partiu do programa proposto para ocupação de um terreno situado no bairro Patrimônio, em Uberlândia -MG. Trata-se de uma residência para uma família composta por sete pessoas. Optouse pelo conceito Geometria Invisível, integrando design, funcionalidade e conforto. Para isso, foi utilizado o vidro como vedação em todo pavimento térreo e a alvenaria no primeiro pavimento, simulando um segundo pavimento flutuante. Os pavimentos foram implantados de forma que interferissem minimamente no terreno natural. A setorização se dá com área social e serviço no térreo, íntimo no primeiro pavimento e lazer no subsolo, proporcionando integração e privacidade aos usuários. A circulação entre os pavimentos é feita através de escadaria única, localizada abaixo da iluminação zenital do primeiro pavimento. Como proteção das aberturas, foi proposto um modelo de brise deslizante que, além de proteger da incidência solar, tem um forte apelo visual, pois permite a constante modificação das fachadas. aline

ribeiro

sousa

&

wever-

ton fernandes aquino 3º período

O conceito utilizado neste projeto residencial

se dão bem e sabem respeitar-se dentro

to da casa, que apresenta muitas transpa-

foi o “fundo do mar”, onde tudo é belo, har-

de suas limitações. Algo raro e, por isso, tão

rências proporcionadas por panos de vidro,

monioso e cheio de mistérios. Isto se aplica

belo. A água do mar, apesar de translúcida,

mas que não revelam por completo como é

ao perfil dos clientes propostos, uma famí-

apresenta tonalidade azulada, verde ou cin-

e o que há dentro dela, gerando curiosidade.

lia composta por pais, filhos e netos, que,

zenta, o que nos remete a algo secreto. Esta

amanda

apesar de seus gostos e estilos diferentes,

ideia também pode ser observada no proje-

ana carla godoy bonolo 3º período

maria

salles

machado

&

47


O projeto fundamenta-se na criação de um

tação. De forma escalonada aproveitou-se

se a utilização de iluminação artificial, assim

ambiente cujo foco seja integração e lazer,

as características do próprio terreno para,

como o uso de ar condicionado, uma vez que

sem, contudo, prejudicar a privacidade de

assim, evitar a necessidade de aterramento.

a luz e a ventilação cruzada se dão natu-

cada morador. O paisagismo é elemento

Cria-se então um pé direito alto à varanda,

ralmente. Compondo o ambiente, insere-se

central do projeto quebrando a solidez e

ao mesmo tempo em que torna possível a

uma piscina que avança sobre a área de la-

imponência do concreto. Assimetria e li-

inserção de um terraço jardim ao segundo

zer, tornando o paisagismo ainda mais sig-

nhas retas tornam o desenho ainda mais

pavimento. A integração é um dos principais

nificativo. Sempre buscando aliar estrutura

robusto e arrojado. Utilizando-se de tecno-

fatores a serem adotados ao programa de

e estética, o projeto traduz harmonia e fun-

logias como o balanço, é possível criar inú-

necessidades. Em qualquer ponto da casa é

cionalidade. Dialoga com a natureza ao seu

meras possibilidades e ainda dar um ar de

possível ter contato visual com o exterior. O

redor sem perder a praticidade exigida pela

equilíbrio e sobriedade ao projeto. Cheios e

vidro foi um grande aliado para tanto: gran-

vida cotidiana. Com inúmeras possibilida-

vazios também fazem parte da arquitetura,

des aberturas de vidro temperado por todas

des, inspira aos moradores conforto, equilí-

tornando-a harmoniosa e atraente ao olhar.

as fachadas permitem a interação exterior

brio e flexibilidade às diversas necessidades.

Com um terreno de grande declividade, o

-interior. A partir do conceito de comunica-

adriano flausino cunha & naessa

principal desafio do projeto foi sua implan-

ção entre área externa e interna minimiza-

goulart gomes aguiar 3º período


O projeto foi desenvolvido para uma família de seis pessoas, com-

cia foi implantada em três níveis: o pavimento térreo restringiu-se

posta por um casal de idosos, sua filha viúva e os três filhos dela. O

à sala de TV, à sala de estar e um lavabo; no primeiro pavimento

conceito adotado foi o cubo mágico criado por Ernõ Rubrik em 1974.

encontram-se os quartos; e no pavimento abaixo do térreo, acompa-

Desta forma, a arquitetura foi desenvolvida com a utilização de li-

nhando o declive do terreno, está a área de convivência mais aberta,

nhas retas na composição dos elementos. O processo de criação foi

com espaço lounge, sala de jantar e estar, e também áreas de cozi-

iniciado a partir de um cômodo central, que se tornou a área principal

nha e serviço, além de escritório e varanda voltada para a área exte-

de convivência da casa, estando todos os demais cômodos situados

rior localizada ao fundo do terreno. beatriz sayuri campaner

em seu entorno. Este ambiente central tem pé direito duplo e em um

sakazaki & joão luís teixeira quirino 3° período

mezanino está o corredor de circulação que leva às suítes. A residên-

O projeto apresenta um conceito minima-

aos ambientes sociais, reservando a estes

terligados por escadas projetadas em con-

lista, contrapondo variações cromáticas e

espaços grandes para maior conforto nos

formidade às normas de acessibilidade, pro-

espaciais a partir de formas prismáticas

momentos das reuniões familiares. A to-

movendo assim mais conforto aos usuários.

elementares. Para atender às necessidades

pografia em declive do terreno foi vencida

bruna daniela de oliveira & júlia

da família de seis pessoas, foi dado enfoque

criando-se platôs em diferentes níveis in-

gomes tomaz da silva 3º período 49


No contexto atual, as edificações residenciais

Isso demanda ambientes amplos de convi-

o mesmo ambiente, o que permite maior

tendem a ser cada vez menores por ques-

vência, o que caracteriza o conceito desta

integração e comunicação entre os morado-

tões de praticidade e economia. No entanto,

proposta, que é a amplitude. Partindo das

res. Além disso, a proposta contempla uma

a família proprietária do imóvel é numerosa

necessidades indicadas pela família, o pro-

piscina, uma área verde e horta, o que pos-

e seus membros possuem, individualmen-

jeto prevê cômodos avantajados, arejados e

sibilita um rico espaço de entretenimento.

te, características particulares: cada um

com muita iluminação natural. A cozinha, a

haniely alamino de miranda & jú-

tem uma ocupação e interesses diferentes.

sala de jantar e sala de visitas constituem

lia caparelli zárate 3º período

O conceito proposto para o projeto foi har-

dos avós e da mãe, para que não necessitem

e barulho, por ser uma área mais reservada.

monia. A intenção era criar um ambiente

subir escadas todos os dias, além do hall de

Como revestimento externo, foram utiliza-

espaçoso e confortável para os moradores,

entrada, lavabo, sala de televisão, sala de

dos tons de cinza nas paredes e madeira; in-

onde eles pudessem descansar e aproveitar

jantar, cozinha, lavanderia e área gourmet.

ternamente optou-se pelas cores quentes.

cada área construída. Para isso, os cômodos

Os quartos dos filhos e de visitas estão situ-

ludmila neves nunes & nathalia

foram alocados estrategicamente: no pa-

ados no segundo pavimento, para que pos-

teixeira de rezende 3º período

vimento térreo estão localizadas as suítes

sam ter mais liberdade em relação a horários

50


Da inclinação natural do terreno partiu a ideia de fazer uma resi-

verifica-se a piscina na parte baixa, o pavimento da sala de es-

dência com o pavimento principal em balanço, de modo que a casa

tar, cozinha e área de lazer logo acima, em balanço em relação ao

pareça flutuar. Já a ideia de leveza materializou-se com o uso de

terreno, e um segundo pavimento em balanço em relação ao pa-

estrutura de aço galvanizado e vedação em gesso acartonado,

vimento de baixo, proporcionando um efeito volumétrico que nos

placas drywall e panos de vidro. Nas fachadas predominam a cor

remete a uma cascata. tassio batista silva 3º período

branca, o revestimento de madeira e o vidro. No fundo do terreno,

O projeto da residência unifamiliar foi estru-

patriarca. O projeto foi inserido em um terre-

turado com base no Tangram (jogo chinês

no em declive, portanto foram buscadas so-

formado pelo desmembramento de um qua-

luções que não interferisse muito na topo-

drado maior, que se divide em sete peças,

grafia natural e ao mesmo tempo atendesse

um quadrado menor, um paralelogramo e

às necessidades da família, principalmente o

cinco triângulos, a partir das quais é possível

fácil acesso e mobilidade do casal de idosos.

montar diversas figuras). Assim, faz menção

Junto à área de lazer, foi feito um pomar, que

às formas geométricas das peças que com-

se justifica pelo resgate à cultura chinesa. A

põem o tangram na sua volumetria e busca

utilização de vidros por toda a residência bus-

resgatar a cultura da família chinesa, aco-

ca integrar a natureza ao ambiente interno.

lhendo os sete integrantes da família Mya-

iohana rezende ferreira & iza-

saki e a futura esposa de um dos netos do

bela

mendes

araújo

34 3229-0598 | R. Leblon, 20, Copacabana | Uberlândia/MG

período


A proposta do projeto era criar ambientes que comportassem toda

tável. Na escolha de materiais, foram priorizados aqueles que contri-

a família reunida, porém atendendo às necessidades individuais.

buem para o bem estar tanto da natureza quanto do homem, como

Foram priorizados ambientes de convivência, como salas de estar e

telhas tetra pak, tijolo de solo cimento e bambu. Além disso, “sheds”,

jantar, e a varanda dos fundos. Todos os quartos são suítes, manten-

claraboia, janelas e grandes portas de vidro garantem a iluminação e

do assim a privacidade de cada um dos integrantes da família. Um

ventilação naturais. juliana gonçalves lemes 3º período

dos focos do projeto foi a realização de construção limpa e susten-

O centro comercial foi projetado com o intuito de se integrar à proposta de loteamento, sendo que ambos foram inspirados na filosofia da Permacultura, que significa trabalhar com, e não contra a natureza, de observação prolongada e pensativa em vez de trabalho prolongado e impensado, e de olhar para plantas em todas as suas funções, em vez de tratar qualquer área como um sistema único produto. Analisando essa filosofia percebemos que há três pilares fundamentais: cuidado com a terra, cuidado com as pessoas e repartir os excedentes. Sendo assim, buscamos um partido que integrasse esses três pilares, encontrando uma forma perfeita de ligação entre três pontos, o triângulo. Consequentemente, o projeto do bar não poderia fugir do conceito do Centro Comercial, por isso teve seu tema como Rústico e Contemporâneo, tendo comunicação com o conceito, e sendo um dos principais pontos atrativos do projeto. liliane ferreira da cruz & tassiane freitas salas 4º período 52


Com o conceito voltado para a natureza, o edifício foi pensando visando a integração entre a área de alimentação do centro comercial com o parque, onde os clientes que visitam o local podem relaxar em uma área agradável e atrativa, com bastante iluminação natural. O projeto conta com aproximadamente 1500 m², elaborado em concreto armado com pé direito duplo, vidros nas fachadas das lojas, cobertura com platibanda. A estrutura que sustenta a cobertura da área de convivência é um conjunto de pilares esguios em aço, com formas que remetem aos galhos de uma árvore com material tecnológico (policarbonato) a reforçar o conceito da integração pretendida com a natureza. São 16 lojas oferecendo vários tipos de serviços comerciais entre eles, lanchonete, loja adulto e infantil, salão de beleza e um bar japonês. O objetivo é reunir num mesmo espaço diversas propostas para que os clientes possam realizar as suas compras com maior comodidade. renata de almeida sousa vieira lopes & vanessa porcino de oliveira borges 4° período


O conceito implantado neste bar temático remete ao samba, prin-

todos os clientes a se juntarem à dança ou música do espaço. A co-

cipalmente o carioca, trazendo referências inclusive na escolha do

mida é a típica de mesa de boteco, tendo como principais atrativos

nome, Sapucaí!. O usuário deste espaço não terá duvidas de onde se

o chopp e torresmo. O Arco da Sapucaí é o que reafirma as origens

encontra: o fluxo é guiado pelo calçadão de Copacabana, as bandei-

deste bar convidando principalmente os passantes externos a entra-

ras das escolas estão estampadas na parede, o espaço destinado à

rem para um chopp bem gelado, boa música e gastronomia carioca.

roda de samba recebe posicionamento central para receber a aten-

camila lucas souto amado lepesqueur & carolliny

ção de todos, e o mobiliário, como os bistrôs por exemplo, convida

brunniê garcia pereira 4º período

Não que as barbáries sociais devam ser ne-

to, retratando através da arquitetura e sua

forma geométrica da cobertura, retratando o

gligenciadas. O olhar atento e um senso crí-

geometria espacial o NASCIMENTO DE UMA

desabrochar das espécies; e o contorno do

tico bem fundamentado são, sem dúvidas,

NOVA SOCIEDADE, bem como reconhecendo

edifício por um espelho d’água, simbolizan-

direito e obrigação de qualquer arquiteto

os milhares de indivíduos muitas vezes anô-

do o nascimento através da água em uma

que se proponha a intervir positivamente no

nimos, que fazem do espaço que nos cerca

retrospectiva evolutiva. Contíguo ao edifício

espaço coletivo. Mas disso a cegar-se aos

um local melhor para se viver. Para repre-

foi proposta uma praça para abrigar uma

inúmeros “indivíduos de bem” que colabo-

sentar o conceito aqui descrito foram utili-

feira livre permanente, buscando maior hu-

ram efetivamente para a construção de uma

zadas diversas propostas estruturadas no

manização do setor comercial e celebrando

sociedade melhor, seria no mínimo um pes-

seguinte partido arquitetônico: o formato em

percepções como cores e cheiros. Confira em

simismo irracional. E é exatamente nessas

“Y” do edifício, representando o movimento

www.youtube.com/conexaoarquitetonica.

pessoas que nasce o conceito deste proje-

de bifurcação natural do desenvolvimento; a

rodrigo misael queiroz 4º período

54


A proposta da Creche “Metamorfose” é atender às necessidades das

passa desde sua entrada até a saída da instituição. Sendo assim, a

crianças, auxiliando seu aprendizado através dos espaços bem ela-

criança inicia sua vida educacional, transforma-se, até que adquire co-

borados contidos na edificação, pensados para acolhê-los em seu

nhecimentos e forças suficientes para voar. No partido arquitetônico,

gradual crescimento e formação. O projeto foi desenvolvido ainda

observa-se a impactante cobertura Shed, elemento bioclimático, que

seguindo as diretrizes obrigatórias do Fundo Nacional de Desenvol-

integra a volumetria, representando as asas da borboleta. A distribui-

vimento da Educação (FNDE), e levando em consideração os fatores

ção das crianças por faixa etária é um fator determinante no arranjo

pertinentes à região de implantação. O conceito baseia-se no casu-

espacial das áreas de atividades, locais estes que foram projetados

lo até sua transformação em borboleta, visto que, esse processo se

para instigar imaginação das crianças por meio de cores e formas.

equipara ao desenvolvimento intelectual constante em que a criança

cínthia borges vieira & kamyla lima da mata 5º período

A creche municipal “Florescer” foi baseada no símbolo celta Triskle, uma espécie de estrela de três pontos, geralmente curva. Tal símbolo é associado a várias coisas, sendo que a principal delas é a tríplice da natureza “corpo, mente e Alma”. Para a criação do projeto, buscamos integrar estes aspectos ao espaço, fazendo com que as três partes presentes na escola (professores, alunos e pais) pudessem usufruir totalmente do espaço. Visando suprir o programa de necessidades proposto pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), chegamos a uma forma de três blocos concêntricos, sendo o centro de cada pátio interno uma árvore, todos dispostos no terreno de modo que a ventilação natural prevaleça. Os solários também estão posicionados de maneira orgânica e recebem principalmente o sol da manhã. O projeto ainda conta com inúmeras soluções bioclimáticas, como os brises em formas geométricas que agregam valor arquitetônico à obra. andressa alves de paula & victor hugo rosa da silva 5° período 55


Este projeto teve como conceito o seriado

temos a escola sobre pilotis e sua forma

espaço dinâmico. A rede inaugura um se-

“Vila Sésamo”. O histórico do bairro onde o

muito elevada destaca-se como mágica no

gundo nível no ambiente, a uma altura que

projeto deveria ser inserido contribuiu para

terreno de vegetação predominantemen-

não oferece riscos às crianças, que podem

chegarmos ao conceito, dando à implan-

te baixa e parelha, sobre o qual o céu é um

ler, deitar e descansar enquanto são moni-

tação do mesmo o caráter de uma ex Vila

domo perfeito. Desta forma é possível ter

toradas pelos professores no “andar de bai-

Operária. Vila com sentido de útero, prote-

abrangentes espaços de convivência e cir-

xo”. A Vila Encantada oferece o brincar como

ção. A ideia dessa obra tem como objetivo

culação, onde todos os acessos às entra-

forma natural do desenvolvimento infantil.

integrar as crianças sem estranhamento ou

das se dão por meio de rampas. Nas salas

cibele koryander ferreira

imposição forçada, de maneira lúdica, atra-

das crianças de 4 a 6 anos, a ideia de pilo-

thalita rocha pereira 5º período

ente e divertida, com cenários que aguçam

tis permanece tomando a forma de rede,

o encantamento e imaginação. Por isso,

incentivando o aprendizado através de um

&


“Somos o que vemos”. Temos como premis-

humano, que traz à obra um significado de

na forma de um olho, usamos blocos simé-

sa do projeto de nossa creche a percepção

quem somos e do que fazemos parte. A obra

tricos dispostos de maneira a dar movimen-

que o espaço desperta no usuário. Tendo em

direciona o foco do olhar a pontos significa-

to ao reto. A mistura entre o sinuoso e o reto

vista que o homem faz parte da natureza,

tivos, fazendo da natureza o foco da obra.

representa a visão infantil (divertida) e a vi-

buscamos uma obra que transmita através

O Ver e o Sentir, a influência do espaço são

são adulta (séria e rígida) respectivamente.

dos sentidos um autoconhecimento do ser

pensados de modo a transmitir um legado.

henrique vinícius rodrigues &

-espaço. Para isso nos inspiramos no olho

Para expor nosso conceito, nos inspiramos

isaias da silva pereira 5º período

Neste projeto criamos uma Creche para a rede pública que nomeamos de Creche Passo a Passo. Localizada no bairro Martins em Uberlândia/MG, a instituição proposta abriga 60 crianças de 0 a 6 anos. O conceito foi baseado no jogo Tétris, por ser altamente lúdico e educativo. A forma do mesmo acabou influenciando na disposição dos blocos e o formato das peças influenciou no formato da edificação. As cores existentes no tetraminó também prevaleceram durante todo o projeto, sendo utilizados o azul, o vermelho, o amarelo e o verde. O projeto foi desenvolvido de acordo com as normas estabelecidas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), totalmente acessível e com ícones de conforto ambiental, como o telhado de shed, os pergolados, os cobogós e a ventilação cruzada que foram utilizados para contribuir no bem estar dos usuários da creche. O jardim utilizado foi uma réplica do projeto residencial de Cavanelas, do paisagista Roberto Burle Marx. geovana sousa strona & larissa riza carvalho godoy 5º período 57


Desenvolvemos o projeto de uma Creche Municipal baseada no conceito Cubo de Rubik, também conhecido como Cubo Mágico, em comemoração aos 40 anos do brinquedo. Sua implantação consiste em quatro blocos educacionais distribuídos em forma remetente ao Cubo em processo de montagem. Suas janelas nos blocos e na fachada principal tem cores e tamanhos diferentes feitas também para instigar a criatividade da criança e representar seu desenvolvimento progressivo. Na cobertura, foi feito um telhado invertido para gerar economia de uma calha. Prevendo maior conforto na fachada oeste, foi feito um cobogó colorido e, para melhor aproveitamento do sol da manhã, todos os solários são direcionados para o leste. Nos interiores, janelas ocupam toda a parede que divide sala de atividades de sala de descanso permitindo supervisão das educadoras de um cômodo para outro. Os jardins que circundam a edificação são inspirados no projeto de Burle Marx para o Palácio Capanema no Rio de Janeiro. ivana

aguiar

motta

gomes

&

lucas brasil prado 5º período

Nosso conceito escolhido foi a série britâni-

nomes Tinky Winky, Dipsy, Laa-Laa e Po. A

podem ser esperadas na vida. O cenário que

ca de televisão Teletubbies. Notável por seus

série era conhecida por seu colorido psicodé-

é composto por três elementos: o verde em

valores de produção elevados, a série, volta-

lico, projetado especificamente pelos criado-

abundância, o vento característico do cata-

da para crianças pré-escolares, rapidamente

res para apelar para as capacidades de con-

vento e o sol. Baseando neste cenário prio-

se tornou um sucesso. O programa concen-

centração infantil ou desbloquear diferentes

rizamos o máximo dele em nosso projeto.

tra-se em quatro crianças multicoloridas, de

seções da mente, enquanto educam crian-

izadora

espécie desconhecida, que atendem pelos

ças pequenas e bebês nas transições que

rafael leonel alves 5º período

58

cândida

da

silva

&


A escolha do conceito Safári se dá pelo próprio significado da palavra:

crianças aprendem com a natureza nos seus vários espaços plane-

viagem. A adoção do tema tem como princípio a jornada da crian-

jados para tal interação. As salas de aula têm como tema animais

ça dentro da escola. A creche foi projetada oferecendo aos alunos a

da savana conhecidos como Big Five, que são os cinco mamíferos

mesma segurança que os parques dão aos animais, onde estes se

de grande porte com características mais selvagens e de mais difícil

desenvolvem com liberdade, obedecendo aos seus instintos e curio-

caça pelo homem: Leão, Elefante, Leopardo, Rinoceronte e Búfalo.

sidades, mas com a devida segurança para realizar a exploração do

jerusa siqueira arantes & letícia l. sousa 5º período

ambiente. É uma creche com conscientização ambiental, na qual as

A arquitetura é uma junção de formas ge-

desenvolvido um espaço simétrico e geomé-

parte e são de fácil compressão criando uma

ométricas, composição de volumes cheios e

trico que representa a arte da arquitetura. A

identificação com o natural. Utilizando as-

vazios, formas, tamanhos distintos, linhas

maneira como uma imagem visível é com-

sim formas simples que compõe o entorno.

sinuosas e atraentes. Ela precisa de formas

preendida pelos usuários. As formas fazem

laysa da silva marques & marina

para ser criada. Partindo deste princípio, foi

parte da vida das pessoas, estão por toda a

galvão ramos justino 5º período 59


A Creche foi projetada para atender crianças de 0 a 6 anos e sua área é localizada no Bairro Martins, em Uberlândia/MG. O conceito é Aquarela (tinta), buscando relacionar suas cores com as mesmas presentes no Arco Íris. Suas principais características são fluidez, transparência e secagem rápida, tudo diretamente vinculado com o projeto da creche. As cores são vivas, com ilustrações lúdicas. A fluidez se encontra no fluxo entre os ambientes que facilita o acesso, a transparência nos vários tipos de aberturas proporcionando uma visão panorâmica, a secagem rápida representa a execução da obra que será pré-moldada com um sistema de construção em blocos, divididos por setores (atividades, berçário, serviços e administração), o bloco do berçário é o único situado em um patamar mais elevado, tornando-se um ambiente separado. Na área verde, o projeto usa da declividade natural do ambiente. marcelo

galdi-

no dos santos e raquel pinheiro cardoso pignaton 5º período

O projeto apresenta a proposta de uma cre-

tico, divertido, versátil e lúdico formado por

Além de serem divididos de acordo com sua

che municipal que busca atender às neces-

peças que se unem para formar um único re-

função, eles se distribuem por todo o terre-

sidades das crianças e seus usuários a partir

sultante. Esta análise é imprescindível para

no fazendo com que o mesmo seja melhor

da criação de um ambiente saudável, onde

entender como foi feita a disposição volu-

aproveitado. No pátio central há a utilização

elas possam adquirir novos conhecimen-

métrica. No partido arquitetônico o conceito

de pórticos que representam as peças do

tos e vivenciar experiências imprescindíveis

se projeta na organização da instituição em

quebra-cabeças atuando como elementos

para sua formação moral. O conceito da cre-

blocos separados que, figurativamente, se

decorativos e cercando a área recreativa.

che municipal é o quebra-cabeça: jogo didá-

unem uns aos outros formando um encaixe.

mariana g. martins 5º período

60


A cidade sede de “Viajantes” está localizada aproxima de Araguari, ao Nordeste da microrregião. Uma das diretrizes do projeto é que o local para a implantação do projeto, estivesse próximo a um curso d’agua, e que o local possuísse bastante vegetação natural. A região é bastante rica em elementos naturais, mas precária em desenvolvimento. A cidade de Viajantes será uma miscelânea de vocações: Cidade Universitária, Campus Tecnológico/Pesquisa e Turismo Aquático. A ideia é trazer para região o avanço na capacidade institucional de atender aos cidadãos em suas demandas, sejam de caráter social, ecológico, econômico, político ou cultural, pois o local escolhido é bastante precário neste quesito. A primeira e a segunda vocação estão ligadas a campus universitários em cidades do interior. A premissa é aproveitar o grande lago margeando o município, e criar complexos e formas que atraiam as pessoas a usufruir do turismo aquático. A ideia é gerar uma descentralização de Uberlândia, criando uma cidade Universitária com a utilização do turismo pela população e por visitantes/ turistas. O projeto interdisciplinar envolve o desenvolvimento que englobou duas diretrizes: arquitetura e paisagismo, na concepção de um edifício vertical de caráter executivo, contendo lojas e pavimentos de escritórios mistos. Pensando nisso, desenhamos o projeto com base no bioma cerrado brasileiro, criando uma arquitetura que busca a identidade do local e uma linguagem uniforme. As arvores do cerrado possuem características marcantes, que serviram de ideia norteadora para o desenho projetual. O prédio remete à irregularidade das vegetações do cerrado, criando pavimentos únicos que se interligam de forma harmônica. Por se tratar de um edifício de uso comercial e serviços, evitamos utilizar de alvenaria fechada, dando aos pavimentos uma liberdade na questão do layout. Cada nível possui aberturas de todos os lados, o que auxilia no conforto térmico do prédio. Além disso, optou-se por se utilizar deste artificio, a fim de trazer a interação do exterior com o interior, criando um ambiente melhorar para se trabalhar. carlos vinícius varaldo & guilherme

clemente da silva neto 6º período 61


O projeto para uma nova cidade localiza-se

lhas, as nervuras, em como sua estrutura é

fazenda de energia solar e a locomoção das

as margens da Represa de Emborcação. O

interligada, sendo responsável pela susten-

pessoas se dá através de automóveis elétri-

conceito foi desenvolvido a partir do lema

tação e transporte dos nutrientes, aplican-

cos compartilhados, bicicletas, ônibus elétri-

da cidade de Chicago: Urbs in Horto (A cidade

do-se tal permeabilidade no alcance das vias.

cos e VLT na via arterial. Os automóveis que

no jardim em português), buscando também

A cidade possui vocações para o ecoturismo

chegam a cidade ficam em um pátio de esta-

referências na teoria da Cidade Jardim de

e universitário, contando com um parque

cionamento localizado na entrada da cidade.

Ebenezer Howard e no masterplan de Milton

tecnológico voltado para pesquisas em tec-

laura carolina de lima 6º período

Keynes. O desenho da nova cidade funda-

nologias sustentáveis e ecológicas. Produz

menta-se também no “esqueleto” das fo-

sua própria energia elétrica por meio de uma

O conceito do projeto foi baseado no jogo Jenga, um jogo de habilidade física e mental, onde os jogadores se revezam para remover blocos de uma torre, equilibrando-os e criando uma estrutura cada vez maior e mais instável a medida que o jogo progride. A palavra “Jenga” é a forma imperativa de esforços em torno de um propósito, a qualidade de um ambiente bem projetado e integrado com o entorno e sua população, envolvendo o bem espiritual, físico mental, psicológico e emocional. O arco horizontal espelhado, representa finalização do jogo onde todo conjunto vem ao chão em uma queda lateral. O partido arquitetônico foi desenvolvido baseado nas necessidades de desenvolvimento da região, levando em conta os aspectos geográficos e climáticos, aliando as características dos ambientes internos e externos, com a criação de locais onde proporcionam o trabalho, alimentação e diversão com qualidade, formando um elo entre o projeto, e a comunidade onde o mesmo esta inserido. paloma

martins

guimarães & vinícius soares muniz almeida almeida 6º período 62


O projeto do bairro tem como con-

ternativas para os ciclistas ), pela existência

presas e edificações institucionais (atrain-

ceito o Magnetismo, que serviu como guia do

do conjunto habitacional ( que é cercado de

do ainda mais pessoas e reduzindo com a

principal princípio do projeto: atratividade.

nichos e equipamentos abertos para toda

dependência local do deslocamento até a

Este princípio é observado em todo desenho

a população local), pela existência do polo

região central da cidade). O bairro possui

do bairro: seja na existência dos parques e

tecnológico (trazendo estudantes e pro-

ainda um parque ecológico que é mais uma

praças no interior das quadras (que se ligam

fissionais da cidade e região), ou pela exis-

opção de lazer a saúde para os moradores

por todo o bairro formando opções confor-

tência do subcentro comercial e executivo

locais. moisés alves beserra e tú-

táveis de lazer para os pedestres e vias al-

que possui um espaço amplo de lojas, em-

lio silva magalhães 7º período

Uberlândia tem expandido rapidamente. Sua localização estratégica atrai cada vez mais centros empresariais, universidades e pessoas de outras regiões em busca de emprego ou capacitação técnica. Surge então a necessidade de implantar um novo Bairro Multifuncional para descentralizar o monopólio da zona central na prestação de serviços, cultura e lazer. A Villa do Cerrado é um projeto urbanístico focado na integração social, onde pedestre e ciclista são convidados a utilizar a rua como espaço de lazer e comunicação, proporcionando espaços urbanos sociáveis, onde as pessoas exercem sua cidadania com direito a cultura, lazer e trabalho próximo a suas casas, criando um sentimento de identidade onde mora. A metodologia aplicada foi o da quadra aberta, para que a população local sirva-se de todo equipamento urbano sem ter que sair do bairro, grandes áreas verdes como parques ecológicos, centros de serviço e comércio, e um polo tecnológico de fácil acesso. carolina de souza beserra & gabriela seabra santos 7º período

63


Visando aproximar e acolher, foi desenvolvido um bairro multifun-

tipos de habitações, dois tipos horizontais e dois verticais, sendo a

cional e habitações de interesse social. Inspirado pelo conceito de

da imagem de 52 m² geminada de um pavimento. Um diferencial do

conexões, o bairro se liga por meio de ciclovias e calçadões, que

projeto foi a utilização da cobertura como área útil. Sua fachada é

cruzam em toda sua extensão. Procurando identidade e funciona-

composta por painéis metálicos que além de representar a união,

lidade, foi proposto na área mais movimentada uma rotatória para

traz identidade à moradia. Com o bairro se comunicando via calça-

pedestres e bicicletas. Além da sua função, ela foi pensada como

dões e ciclovias, a habitação de interesse social está sempre próxi-

um marco para o bairro e a cidade. Nas habitações, além de iden-

ma de tudo o que uma pessoa tem direito. douglas pinheiro

tidade, funcionalidade e sustentabilidade, apresentamos quatro

de moura & marcelo lara mendonça 7º período

O projeto apresentado consiste na implan-

Estes elementos podem ser vistos no mé-

conjunto é composto por edificações térre-

tação de um Conjunto de Habitações de

todo construtivo utilizado (tijolos de solo

as geminadas e multifamiliares de quatro

Interesse Social, o qual foi inserido em um

cimento, nas residências térreas e blocos

pavimentos, em que foram trabalhadas as

Bairro Multifuncional projetado para a re-

estruturais nas edificações multifamilia-

fachadas oferecendo uma identidade a cada

gião oeste da cidade de Uberlândia/MG. O

res), no aproveitamento dos recursos na-

tipo de moradia, fazendo deste um projeto

projeto buscou harmonizar três dos prin-

turais (energia solar e águas pluviais), e na

diferenciado e atendendo de forma ampla às

cipais elementos essenciais para este tipo

disposição das edificações, proporcionando

necessidades dos usuários. edith marcia

de edificação: a sustentabilidade, a econo-

amplas áreas de lazer e convivência, dentre

guimaraes figueiredo & graciele

mia e a qualidade de vida dos moradores.

outros elementos existentes no projeto. O

vieira gama coutinho 7º período

64


O projeto trata de um Bairro Multifuncional. Situado na cidade de

paço zen, praça de alimentação, etc.; e um conjunto de habitações

Uberlândia/MG (ao lado da Morada do Sol), este bairro é sustentá-

de interesse social, com conceito de “identidade pessoal”, pois exis-

vel, com mobilidade eficiente, pensando sempre no meio ambiente

tem várias opções de residências para o morador escolher o que

e diminuindo a necessidade de usos de veículos particulares. Den-

combina mais com seu perfil. São edifícios de quatro pavimentos

tro do bairro há tudo que os moradores necessitam, excluindo a

em forma de flor (conceito do bairro) escalonado ou retangular, e

necessidade de deslocamento ao centro da cidade para trabalhar,

casas podendo ser geminadas ou individuais, e todas opções tem

estudar, fazer compras, etc. Outra vantagem é que, além do centro

acessibilidade universal. greice

empresarial, há indústrias, plataforma logística, comércios, entre

va & natália dantas lúcio de sousa 7º período

kelle

pereira

da

sil-

outros, e um grande parque, com quadras de esporte, museu, es-

O conjunto habitacional de interesse social localizado em um novo bairro do setor noroeste da cidade de Uberlândia/MG, tem como objetivo habitar com qualidade. Desenvolvemos áreas comuns e espaços integrados gerando mutualismo social, diminuindo um problema habitual, a violência. Para isso foram criadas rampas de acessibilidade plena, diferentes opções de habitações, mecanismo para melhorar o conforto ambiental como ventilação cruzadas, brises na fachada e grandes janelas. Ambientes integrados para melhor aproveitamento do espaço, janelas altas para trazer privacidade sem abrir mão do conforto térmico e banheiros acessíveis em todas as moradias. O método construtivo utilizado foi o stell frame, principalmente pela rapidez na obra e o baixo desperdício de material utilizado. Com isso, buscamos no projeto fazer com que as pessoas criem consciência do fato de compartilharem um espaço comum e que podem atuar coletivamente como uma comunidade. eduarda alves siqueira & thays alves

carneiro

período

65


A proposta do projeto de habitação social segue os parâmetros ado-

tempéries. A habitação é constituída por dois quartos, sala, cozinha,

tados pela lei de uso e ocupação do solo de Uberlândia. Seguindo

banheiro social e área de serviços, totalizando 45 m² de área útil, e

linhas de integração com a natureza e o bairro, o conceito ninho de

utiliza de sistemas de reaproveitamento da água da chuva e conforto

João de Barro retrata em formas a projeção e os sistemas constru-

acústico. Os materiais utilizados na alvenaria são ecológicos e pro-

tivos adotados buscando a proteção da família, conforto térmico e

duzidos na região. O conjunto habitacional foi proposto no extremo

tecnologias limpas. Orientado pelo estudo de insolação e ventos, o

oeste da cidade de Uberlândia/MG. iago césar perreira de

partido arquitetônico traz linhas modernistas e é influenciado pelo

carvalho & júlia berger canuto bertoni 7º período

acesso principal isolado e acolhedor, protegendo a fachada de in-

A proposta interdisciplinar foi a criação de um bairro multifuncio-

postas em casas geminadas, casas acessíveis e edifícios de qua-

nal, que engloba diversas funções, como: habitar, trabalhar, circu-

tro pavimentos com unidades de um e dois quartos, com salões

lar e recrear. Junto com o bairro foram projetadas habitações de

de festas e lojas no pavimento térreo. jullyana

interesse social. São 380 unidades de dois ou três quartos, dis-

reira & maria eliza de freitas otoni 7o período

66

cunha

pe-


O projeto do Bairro ECOVILLAGE localizado

tes, sendo um modelo de mecanismo para

para alavancar Uberlândia, em termos cultu-

próximo ao condomínio Morada do Sol, foi

resolver os problemas acarretados em polos

rais, sociais, ambientais e funcionais. Asso-

desenvolvido para atender inicialmente uma

regionais. A ideia é simples e eficaz: projetar

ciando moradia, negócios e lazer em um só

população estimada de 6000 habitantes,

o bairro em diferentes eixos que se comu-

lugar, o bairro irá contar com a implantação

possuindo uma área total aproximadamen-

nicam através de vias importantes, ciclovias,

de 380 habitações de interesse social, sendo

te de 1400000 m², surgindo assim um novo

calçadas e pistas de caminhadas para pe-

30% com acessibilidade plena, Parque Urba-

conceito residencial com a proposta de unir

destres, além de grandes áreas verdes, onde

no, creches, escolas, Polo Tecnológico, áreas

a população, resgatar o convívio, a troca de

um eixo irá depender do outro de maneira

culturais e empresariais, além de uma mo-

conhecimento e o espaço do pedestre. O

que suas funções e usos estarão interligados

bilidade urbana totalmente acessível com

Bairro Multifuncional foi desenvolvido com o

e serão acionadas simultaneamente pelo fa-

transporte público, ciclovias ao longo das

intuito de fornecer energia para um primeiro

tor principal que move qualquer iniciativa de

vias e entre as quadras e bicicletários em

passo para as melhorias da cidade de Uber-

melhoria, as pessoas. As pessoas integradas

pontos estratégicos. jainer

lândia/MG, e a sua implantação implicará em

com a qualidade de vida proporcionada pelo

& luciana libânio 7º período

balancear os pontos fracos e fortes existen-

projeto do bairro serão um ponta-pé inicial

jacson

67


Na busca por acompanhar o veloz desenvolvimento da cidade e interagir com o ar moderno do bairro multifuncional prestes a ser implantado, o prédio, cujo uso é voltado para habitações de interesse social, visa a melhor interação com seu entorno. A utilização de cores em tons mais neutros e intercalados, gera a sensação de movimento, sendo elas acompanhadas por linhas retas e dinâmicas que oferecem a quem passeia pelo bairro a sensação de movimento e dinamismo. Além de sua fachada contemporânea, inspirada em prédios de grandes arquitetos como Lucio Costa, sua repartição interna é voltada para abrigar uma quantidade confortável de moradores que são beneficiados com luz e ventilação adequada, podendo essa divisão ser alterada facilmente pelo fato de que o prédio possui planta livre fechada por paredes de drywall. Por fim, no intuito de gerar o mínimo de gastos e impactos ambientais, seus blocos se adequam ao solo, e são interligados por rampas acessíveis, elevadores e escadas, além de deixar uma de suas unidades sobre pilotis, o que resulta na mistura de público e privado e que ainda assim guarda um local para convívio social, recreação e lazer. karina cunha pacheco & matheus pires silveira 7º período

68


A proposta é um conjunto de Habitações de Interesse Social que

de conforto térmico possibilitando a circulação de ar e entrada de

atenda a diversos tipos de famílias, com rendas variadas. O proje-

luz natural. As áreas de convivência ganharam destaque neste con-

to possui uma composição plástica em diferentes tamanhos e vo-

junto habitacional com terraços verdes e grandes áreas de paisa-

lumes, seguindo assim o conceito proposto, o dominó, um jogo de

gismo, dando vida ao local. Enfim, o projeto é um diferencial no que

peças retangulares que possibilita formas livres. Foi utilizado o ti-

diz respeito a conjuntos de habitação social pela sua espacialidade,

jolo ecológico nas edificações térreas. E nas construções com mais

integração e liberdade. maria virgínia reis 7º período

de um pavimento, as treliças metálicas foram usadas como solução

O projeto desenvolvido foi um bairro multifuncional, onde seriam inseridas habitações de interesse social. O novo bairro, além de possuir dois diferentes perfis de vias locais e vias coletoras, contaria com uma via estrutural que o circundaria por inteiro. Uma grande área verde, além da APP, foi delimitada para a criação de parques. Implantamos também em meio às vias uma rede verde com amplas calçadas e ciclovias integrando todo o bairro. Em seu centro foi delimitado a área mista sendo comercial e residencial, facilitando o acesso dos moradores. As habitações de interesse social totalizam 388 unidades, sendo elas em quatro tipologias, com plantas de um, dois e três quartos em edifícios residenciais, e de uso misto, além de uma tipologia de casa geminada com três quartos e acessibilidade plena. As habitações foram implantadas levando em consideração diversos aspectos, dentre eles destacamos os acessos rápidos e conforto ambiental. Objetivamos garantir no projeto funcionalidade, e uma estética visual e atrativa das edificações. néviton salvino melo & rui salvino de souza araújo 7º período 69


Independente do motivo pelo qual se tem

to Identidade Cultural, e procurando inserir

proposto, busca fazer com que a popula-

certos edifícios ou monumentos arquite-

o anexo no edifício existente, onde não so-

ção não deixe de reconhecer a história das

tônicos, a cidade deve manter e conservar

bressaímos o edifício histórico existente,

suas raízes e da sua cultura. Para isso, fo-

as edificações para demarcar o tempo, tor-

garantindo a preservação do patrimônio

ram propostos três setores, sendo eles,

nando-a herança e testemunho das me-

e a designação de um novo uso ao edifício

administrativo, cultural e de convivência,

mórias coletivas. Assim, foi elaborado um

preservando sua memória. Na percepção

afim de trazer maior dinâmica ao centro.

projeto de restauro transformando o local

individual ou coletiva da identidade, a cul-

ana carolina souza silva & je-

em um centro cultural, adotando o concei-

tura exerce um papel primordial. O edifício

fferson silva ramos 8º período

O projeto tem como tema a criação de um

no edifício. A Luz e a Sombra também fo-

fício anexo. O sistema construtivo utilizado

Centro Cultural na cidade de Araguari/MG,

ram usadas como princípio criativo para os

para as lajes do anexo foi o steel deck, nos

com o restauro de um dos prédios do Con-

visitantes e expositores, onde pudessem

locais onde foram construídos mais de um

junto Arquitetônico e Paisagístico do Colé-

refletir e criar em um ambiente totalmen-

pavimento, e o concreto armado para as de-

gio Regina Pacis tombado pelo município.

te inspirador. No edifício restaurado foram

mais. Houve uma preocupação com a inser-

Foram utilizadas como conceito a Luz e a

feitas pequenas adequações para o novo

ção do novo edifício com relação ao volume

Sombra, através dos vários recursos que

uso, sendo que este abriga em seu interior

e a criação de uma linguagem arquitetônica

expressam sua função tanto esteticamen-

parte do centro cultural, secretaria e ofici-

contemporânea fazendo o contraste en-

te, como elemento construtivo através dos

nas, utilizando o critério de hospitalidade

tre o edifício preservado e o anexo inserido.

vidros e cobogós criando ambientes cla-

onde o uso é hospede do prédio, sendo os

juliana

ros, amplos e bem ventilados, quanto com

maiores espaços necessários para o funcio-

angélica

a implantação de um jardim centralizado

namento do espaço cultural locados no edi-

70

silva

rocha

rodrigues

&

dayane período


Usado a música como conceito, organizou-se os espaços de forma

de pé direito duplo contendo um café e uma loja de presentes no

harmônica, equilibrada e fluída, interligando todo o complexo com

andar inferior. Haverá também um anfiteatro com suporte a 100

a escola existente. A ideia do centro cultural é resgatar o passado

pessoas e uma área externa que servirá para apresentações e au-

musical que o edifício possuiu. Para que houvesse a reversibilida-

las. O andar superior terá um mezanino para exposição temporária

de construtiva seguindo os conceitos da Carta de Atenas, utiliza-

e também uma sala multimídia. Já na parte do edifício a ser res-

mos o concreto, o vidro e o aço, para distinguir os novos materiais

taurado, ficarão as oficinas de arte que servirão para aulas de mú-

dos existentes. Os ambientes internos contam com áreas verdes

sica e serviços de administração e diretoria. luís carlos al-

para integrá-los. Criamos um anexo com uma área de convivência

ves júnior & maria paula spini barata 8º período

Este trabalho consiste na proposta de res-

em vidro, cobertura metálica termo acústi-

O Centro Cultural tem acesso pela praça

tauro de uma das edificações que fazem

ca e de policarbonato translúcido, divisórias

e pelo interior do colégio possibilitando a

parte do conjunto arquitetônico Colégio Sa-

de granito, e steel frame. O projeto conferiu

utilização do espaço, tanto pelos alunos

grado Coração de Jesus, tombado pelo Muni-

novo uso ao bem cultural eclético perten-

quanto pela comunidade araguarina. A

cípio de Araguari/MG e na construção de um

cente ao conjunto onde atualmente funcio-

valorização e preservação do patrimônio

anexo seguindo a metodologia e as teorias

nam algumas salas de aula, com o restauro

cultural se faz necessária para manuten-

de restauro. A proposta desenvolvida teve

do edifício e pequenas adequações, sendo

ção da memória e história das cidades,

como tema um Centro Cultural de Artes e

o uso hóspede do prédio restaurado. Além

como testemunho de uma época e como

Memória da cidade de Araguari. Procurou-se

do restauro do bem tombado foi proposto

algo que as distinguem. maria amélia

adotar como conceito para a obra, a Diversi-

um edifício anexo, ao lado do bem cultural,

mangussi nogueira & rogério ri-

dade Cultural Brasileira, conceito aplicado na

o que permitiu a concepção de um novo

beiro de sant’ ana 8º período

diversidade dos materiais adotados, como

edifício inserido no conjunto, permitindo a

o concreto em tons terrosos, fechamentos

leitura do que é histórico e do projeto atual. 71


O projeto destaca-se pela preservação e valorização da arte e cultura para a sociedade, através do novo uso proposto para o Centro de Artes e Cultura da Cidade de Araguari/ MG, com a preservação de um dos edifícios pertencentes ao Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Colégio Regina Pacis e a inserção de um edifício anexo em arquitetura contemporânea, com a utilização dos materiais atuais com a eficiência do concreto armado, estrutura metálica e o vidro para que possa transmitir ao público a convivência entre o prédio histórico com tendência ao estilo eclético e o novo prédio proposto. O conceito do projeto teve como referência a caixa de joias, citrino, destacando-se a cor avermelhada e tom fogo da cor definida para o bem cultural em contraste com o anexo proposto em tom claro, destacando-se o pórtico criado de entrada ao edifício na cor também vermelha. Este prédio tem grandes pilares circulares externos que criam um espaço semi público coberto, que integra com a calçada, mantendo a mesma altura do edifício histórico. mirielle da silva andrade 8º período

A palavra Liberté que, em francês, quer di-

habita não só nossa rotina, mas também o

porânea criando um espaço arquitetônico

zer “liberdade”, carrega uma parte subjetiva

meio urbano. A ideia de refúgio pode ser a

que já não mais é utilizado somente em seu

e pessoal em seu significado. Palavra que

felicidade plena ou talvez apenas um local

interior, mas em seu exterior, dialogando

compõe a bandeira mineira, traduzida para

para dialogar com as artes e contemplar o

com a praça com a criação um grande teto

saudar as irmãs belgas que deram início a

contexto em que estamos inseridos. O pro-

jardim com partes escalonadas e em platôs

este projeto em Araguari, tem relação direta

jeto de restauro de um dos edifícios do Con-

onde o espaço privado e público se confun-

com o que chamamos de refúgio. O projeto

junto Arquitetônico e Paisagístico do Colégio

de e presenteiam a cidade preservando o

procura retratar o alcance da liberdade, pro-

Regina Pacis, potencializa a preservação de

bem cultural e não colocando mais limi-

porcionado pelo encontro deste local ideal

um bem cultural importante para a cidade

tes e barreiras no anexo proposto. nico-

em meio aos altos e baixos que vivenciamos,

de Araguari e ao mesmo tempo insere uma

le ledermann cantéli 8º período

composto pelo anexo idealizado juntamen-

nova arquitetura que dialoga com espaço

te com o restauro do edifício ao lado. O caos

urbano, mostra que é arquitetura contem-

72


O projeto de restauro tem como premissa os

afastado do bem tombado, sendo entretan-

o passado e projeta para o futuro, onde es-

conceitos do restauro crítico-criativo, com

to ligado por uma cobertura de transição, em

ses dois edifícios convivem harmonicamen-

a restauração de um edifício pertencente

estrutura metálica e policarbonato translú-

te. A rua que corta os edifícios foi fechada e

ao Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do

cido com a inserção de uma árvore entre os

passou a ser utilizada somente como uma

Colégio Regina Pacis na cidade de Araguari/

dois edifícios. O programa conta com salas

rua de serviços, interligando a praça com as

MG. A intenção foi a preservação do prédio

de música, dança, artes, anfiteatro, admi-

construções em um único nível. Além disso,

com pequenas adequações necessárias ao

nistração, café e serviços. Com um anexo

acima do anfiteatro e de frente para a praça

novo uso, o Centro Cultural de Artes e Memó-

contemporâneo, com volume puro de dois

foi proposto uma arquibancada como gen-

ria, e a proposta de um novo anexo. O projeto

pavimentos e um pátio central fazendo a

tileza urbana para futuras apresentações e

levou em consideração a valorização do pré-

ligação entre o antigo e o atual, o centro cul-

integração do edifício com o espaço público.

dio histórico sendo que o anexo foi projetado

tural se torna uma referência que preserva

raul josé da costa 8º período



O Trabalho Final de Graduação (TFG) tem como propósito explicitar os conteúdos aprendidos pelo aluno durante o curso e sua capacidade de seguir adiante na profissão com seus próprios passos. No Curso de Arquitetura e Urbanismo, o TFG é sempre um trabalho bastante abrangente, visto que o curso perpassa por inúmeros conteúdos – desde os relacionados às ciências exatas àqueles relacionados às ciências humanas – e nele o aluno deve desenvolver, além de pesquisas teóricas de subsídio à proposta, projetos técnicos de viés arquitetônico, urbanístico e/ou paisagístico. Os temas e propostas de projetos partem dos próprios alunos, e muitos deles são bastante inovadores, apresentando contribuições significativas relacionadas ao tema desenvolvido. Assim, é importante que tenham um espaço de publicação e possam ser vistos e apreciados por demais profissionais, além da comunidade acadêmica. A seguir, alguns TFG de alunos dos ursos de arquitetura e urbanismo da UNITRI e da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

75


R E Q UA L I F I C A Ç Ã O DA

PRAÇA

R I S TO

CO S TA

G O I AT U BA ,

E VA -

autora Geovana Pereira de Oliveira

EM

orientador Profº Dr. Adailson Pinheiro Mesquita

GOIÁS

centro universitário do triângulo (unitri)

O tema deste trabalho é a requa-

permanência, de encontros e de expressão

lificação da Praça Evaristo Costa (Quinho da

artística, a “arte na praça”.

Farmácia), mais conhecida pela população

como “Praça da Rodoviária”, em Goiatuba,

risto Costa, propõe-se incentivar a cultura, o

interior de Goiás.

lazer, o entretenimento e o convívio social

Com a requalificação da Praça Eva-

Este trabalho teve como metodo-

para os cidadãos Goiatubenses, valorizando

logia uma pesquisa bibliográfica de onde se

a qualidade de vida, incentivando o esporte e

extraíram os conceitos e a fundamentação

a prática de exercício físico.

teórica. Foi realizada uma pesquisa docu-

mental buscando nos arquivos da prefeitura

nhas de transporte urbano gratuito que

da cidade de Goiatuba os documentos nos

atenderão toda a cidade, passando pelos

quais consta a fundação da praça.

pontos mais importantes, como o hospital

Além disso, o trabalho propõe li-

O trabalho se justifica pelo fato

público, áreas de lazer, indústrias, faculdade

das praças de Goiatuba estarem perdendo o

e a praça, visando maior facilidade no deslo-

seu principal sentido, que é ser um ponto de

camento da população em seu dia-a-dia.

76


B I B L I OT E CA P Ú B L I CA M U N I C I PAL D E U B E R L Â N D I A , M INA S G E RA I S autora Isabela Batista Pires | orientadora Profª. Drª. Patricia Pimenta Azevedo Ribeiro

universidade federal de uberlândia (ufu)

A iniciativa de discorrer e projetar

usos de apoio visando o incentivo e atração

pectivas, ao longo do caminho. O bloco de

uma Biblioteca Pública Municipal para Uber-

de maior número usuários: auditório, cine-

funcionários possui planta retangular com

lândia surgiu no intuito de propor solução às

ma, salas comerciais, salas multiuso, tele-

balanço em todas as extremidades e estru-

deficiências urbanas dessa cidade, resultan-

centro e quadra poliesportiva.

tura de concreto. Nesse ambiente, destaca-

do na proposta de um centro intelectual e de

Estimou-se uma população de

se na vedação, um sistema de resfriamento

incremento social para a população.

800.000 mil habitantes e, considerando 0,35

constituído de calhas que captam as águas

livros/habitante, foi determinado um acervo

pluviais que posteriormente são borrifadas

alidade: a convivência e a introspecção se

de 300.000 mil livros/materiais,.

nas esquadrias das fachadas.

unem formando um único ambiente. Por

isso é preciso oferecer espaços de contato

terreno, cujo desnível chega a 8 metros, o

cações encontra-se o acervo da biblioteca, o

entre pessoas, mas também de quietude,

projeto foi implantado sobre dois platôs en-

edifício sobre pilotis apoiado em seis pontos

com áreas de transição consideradas “en-

tre os níveis 0,00 e +4,00m, conectados por

estratégicos e que protege a praça no centro

tre”, formadas pelo desenho da arquitetura,

uma escada rampa a servir de passagem ou

do terreno. Sua estrutura é em aço compos-

onde os usuários passem a pertencer e ao

ainda de permanência dos usuários.

ta de duas treliças longitudinais conectadas

mesmo tempo a apropriar-se do espaço.

Erguido sobre pilares-paredes o

a vigas transversais. Na vedação das facha-

A biblioteca é um espaço de du-

Tomando partido da topografia do

No centro desse conjunto de edifi-

O projeto foi inserido no Bairro

bloco de esporte é de concreto aparente, fe-

das uma tripla camada ventilada é composta

Brasil, no cruzamento das avenidas João Pi-

chado nas fachadas longitudinais e vedado

internamente por gelosias e recheada pelas

nheiro e Afonso Pena com as ruas José Alves

com chapas metálicas perfuradas nas fa-

treliças da estrutura, à qual se conectam ex-

Garcia e Alagoas. A escolha do local se deve

chadas transversais, permitindo a ventilação

ternamente, telhas metálicas perfuradas e

pela carência de equipamentos urbanos

natural. O volume desse bloco protege da in-

elementos vazados. Engastadas ao esque-

nesse bairro, além de sua ligação estratégica

cidência solar os blocos do comércio e tele-

leto da biblioteca e sobressaindo à fachada,

com centro da cidade, sendo uma zona es-

centro. Um conjunto de rampas, estruturado

destacam-se as salas multiuso.

trutural e importante eixo de transporte.

por vigas e pilares metálicos, circunda a cai-

Os princípios conceituais aliados

Definido o programa da biblioteca

xa estrutural de concreto armado que abriga

aos elementos que deram vida ao complexo

(setores Braille, Infantil, Juvenil, Hemerote-

os cinemas verticais. A vedação externa das

da Biblioteca objetivaram a criação de espa-

ca, Sala Uberlândia, Empréstimo, Referência

rampas é feita por telas metálicas da visão

ços cujas conexões propiciassem à popula-

e Audiovisual) partiu-se para a escolha de

da paisagem urbana, em diferentes pers-

ção o resgate do espaço público da cidade.

sobre a autora Graduou-se em 2011 em Arquitetura e Urbanismo (FAUeD/UFU) e especializou-se em Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística (FAU/UnB). Atualmente, trabalha com projetos de arquitetura e interiores isabelaba@gmail.com

77


M AT E R N I D A D E

autora Lauriane Queiroz

H U M AN I Z ADA

orientadora Profª. Fernanda Ribeiro Jordão

CA S A D E PARTO

centro universitário do triângulo (unitri)

Este projeto propõe a construção

teve sua origem, o útero da mãe. Ele guarda

e ainda os ambientes que transmitam às

da maternidade Humanizada “Casa de Par-

no seu inconsciente as lembranças vivas da

mães sensações de aconchego dos quais ela

to”. Como objetivo, promover humanização e

época inicial de sua vida, quando se encon-

necessita para sentir-se bem e segura para

qualidade No atendimento às mulheres, na

trava seguro no útero materno. Assim, a in-

o grande momento de sua vida: dar à luz.

assistência ao parto natural e normal. Tam-

tenção da arquitetura desenvolvida é trazer

bém visa incrementar o vínculo entre a mãe

o conforto uterino para o meio externo, pro-

didade de acompanhantes e funcionários,

e o bebê, fazendo com que o parto se torne

porcionando através do ambiente o mesmo

incorporando a humanização do ambiente.

um processo natural e fisiológico.

acolhimento e bem-estar do ventre.

Buscando o adequado conforto ambiental

O projeto da Maternidade “Casa do

no projeto também são utilizados princípios

cirúrgicos é mais que o dobro da média na-

Parto” tem seu foco na arquitetura terapêu-

da arquitetura Bioclimática. Para tanto, o

cional. Assim, a construção de uma materni-

tica que é a união entre a arte e a técnica,

eixo longitudinal da edificação fica posicio-

dade direcionada à prática do parto natural

provocando no paciente uma sensação de

nado para o Norte e Sul na implantação.

se constitui avanço no processo de redução

bem-estar através de recursos estéticos,

do grande índice de cesáreas realizadas na

mas sem esquecer-se da funcionalidade,

sempre cruzada, através de aberturas e fe-

cidade. E mais: o projeto proposto poderá se

imprescindível a um ambiente hospita-

chamentos de esquadrias basculantes, con-

constituir num plano piloto, dada a possibili-

lar. Aborda a terapia da ambiência, em que

troladas manualmente. A concepção formal

dade de implantação de Unidades de Partos

quanto mais próximo estiver de um ambien-

do projeto foi desenvolvida para permitir que

Humanizados em cada região da cidade, per-

te familiar, mais confortável se torna. Onde

a edificação possa ser implantada em série,

mitindo o fácil acesso á população.

os ambientes são capazes de gerar respos-

por se tratar de proposta de um modelo para

Em Uberlândia, o índice de partos

Os espaços visam ainda a como-

A ventilação destes espaços será

tas emocionais positivas.

futuras unidades a serem implantadas em

o ser humano sente-se mais confortável no

Uberlândia.

interior de espaços igualmente àquele onde

espaços dedicados às mães e seus bebês,

78

No Conceito “Arquitetura uterina”,

O partido arquitetônico prioriza os


C E N T RO AD M IN I T RAT I VO AN Í S I O M AR QU E S santa helena, goiás autor Vinícius Amado | orientador Clayton França Carilli centro universitário do triângulo (unitri)

Santa Helena de Goiás é uma das cidades do sudoeste

mo ao Centro Administrativo. O terreno possui uma área de aproxi-

goiano que vem se e apresentando um grande potencial de desen-

madamente 30.000m² dos quais apenas 15% foram utilizados para a

volvimento. A economia da cidade já foi destaque em nível nacional

implantação dos quatro prédios: Prefeitura Municipal, Câmara Muni-

com a produção de algodão alcançando seu auge em 1974.

cipal e as duas Galerias do Centro Comercial.

Atualmente a atividade econômica do Município é marcada

Para viabilizar a implantação desses prédios tiramos partido do des-

pela agropecuária e pelas microempresas que fazem girar a econo-

nível do terreno, sem cortes ou aterros, priorizando os espaços públi-

mia da cidade. O projeto de implantação de um trecho da ferrovia

cos através das praças projetadas: Praça Central, Praça Cívica e Praça

Norte-Sul, passando pela cidade, deverá incrementar ainda mais

de Comércio e Serviços; e respondendo às vertentes do entorno do

esse desenvolvimento.

local de projeto.

Com o crescimento da população a administração pública

Garantimos uma ocupação apenas com edifícios, sem com-

tem como desafios acompanhar o crescimento da cidade e ao mes-

prometer o terreno.

mo tempo o dever de prestar serviços com eficácia e qualidade à po-

pulação. Atualmente os serviços públicos estão dispersos na cidade,

po às problemáticas apresentadas e ao caráter da arquitetura que se

fato que, além das dificuldades e transtornos que causa aos contri-

pretende para com o Centro Administrativo Anísio Marques: perme-

buintes, gera prejuízos à administração pública.

abilidade física e visual.

A solução global adotada no projeto responde a um só tem-

Sendo assim, o novo Centro Administrativo Anísio Marques

Para tanto, buscamos proporcionar leveza ao conjunto da edificação

irá centralizar e modernizar o poder administrativo municipal, tor-

com a utilização de determinados materiais que facilitem essas visa-

nando-se um centro de referência no contexto regional.

das, aliados aos vários métodos compositivos que resultaram numa

O

projeto contempla todos os órgãos que compõem o poder executivo

série de efeitos visuais, como por exemplo, a aparência de que o edi-

e o legislativo municipal, o anfiteatro, bicicletário, estacionamento

fício está flutuando e, principalmente, a de que ele não consegue se

público, somados a generosas áreas comuns para descanso e lazer

sustentar sozinho.

da população.

A linha reta dos edifícios se contrapõe aos caminhos sinuosos, aces-

O complexo ainda abriga um Centro Comercial que, além de

síveis e arborizados, cuidadosamente projetados para que os espa-

servir aos usuários e visitantes do Centro Administrativo, atenderá

ços abertos não resultassem meramente em áreas residuais das

também aos pacientes do Hospital Regional, localizado bem próxi-

ocupações dos blocos.

79


joesley mateus estudante de arquitetura e urbanismo do centro universitário

do

triângulo

(unitri)

Historicamente, a mudança de

remos ainda menos alimentos disponíveis.

identidade da raça humana - de nômade

Uma alternativa para esta situação é a edi-

posta do concurso é que os estudantes pro-

para sedentário -ocorreu como consequên-

ficação de fazendas verticais em ambientes

jetem uma fazenda vertical na Av. Paulista,

cia da evolução tecnológica da agricultura.

controlados dentro dos centros urbanos.

centro pulsante de São Paulo, por onde 1,5

Antes, o ser humano era subordinado e de-

milhão de pessoas transitam todos os dias7.

pendente da produtividade do ecossistema

tro urbano, maiores os problemas decorren-

natural; agora é agente responsável pela

tes do cultivo tradicional de alimentos. Um

tado para atender a necessidade da popula-

produtividade de um ecossistema cons-

exemplo notável no Brasil é a grande São

ção em consumir mais produtos orgânicos e

Quanto maior a dimensão do cen-

Com este cenário em vista, a pro-

Com isso, o edifício Vitalis foi proje-

truído . Esta mudança foi o estopim para a

Paulo, o maior centro urbano da América La-

frescos. E com a dificuldade de transporte de

criação de uma relação de identidade entre

tina, que atualmente ocupa a nona posição

alimentos perecíveis, a fazenda vertical tem

homem e local e, por consequência, a gera-

no ranking das regiões metropolitanas mais

a capacidade de abastecer o centro de São

ção das cidades.

populosas do mundo, com aproximados 20

Paulo, sem a necessidade de deslocamento

1

milhões de habitantes .

das fazendas rurais para a grande cidade.

ria uma área de cultivo equivalente ao terri-

Segundo Despommier , é necessá-

tório do Brasil para que se possa alimentar

monumentais, como São Paulo, enfrenta

torres interligadas do prédio simulam o mo-

a população mundial. Mesmo partindo do

muitos problemas de logística para realizar

vimento em direção ao sol (fototropismo),

pressuposto que toda esta área seja usada

a entrega de alimentos com qualidade . Es-

que possibilita um maior uso da energia so-

para a agricultura, esta safra não está to-

tes problemas afetam a qualidade do produ-

lar. Vitalis foi desenvolvido para ser um edi-

talmente garantida, pois ainda está sujeita

to durante o trajeto, fazendo com que gran-

fício auto-sustentável com a instalação de

à ação do clima, solo e agentes externos. Se

de parte dos alimentos não seja aproveitada

dois aerogeradores (energia eólica), vidros

incluirmos nesta equação o percentual de

nas gôndolas dos mercados. Os supermer-

fotovoltaicos, estocagem de água pluvial

alimentos que estragam durante o trans-

cados de São Paulo descartam certa de 13

para abastecimento das culturas e uso da

porte (estudos indicam que nos Estados

milhões de toneladas de alimento por ano, e

aquaponia no cultivo dos vegetais.

Unidos um produto agrícola é manuseado 33

as feiras livres jogam fora mais de mil tone-

vezes antes de chegar ao consumidor3), te-

ladas de frutas, legumes e verduras por dia6.

2

V I TAL I S

FO I

SUSTENTÁVEL: CO S, M E N TO

USO

Um centro urbano com escalas

5

D E S E N VO LV I D O

CO M O

A E RO G E RAD O R E S,

E S TO CAG E M E

4

DE

DE

Á G UA

AQUAP ON I A

UM

EDIFÍCIO

V I D RO S

P L U V I AL NO

Em meio a dois edifícios as duas

FOTOVO LTA I -

PARA

C U LT I VO

AU TO -

DE

A BA S T E C I V E G E TA I S

1 KHATOUNIAN, C. Armenio. A reconstrução ecológica da agricultura (2001), apud NAKANO, Camila e MARCON, Guilherme. Fundamentos Arquitetônicos: Fazenda Vertical. Simpósio de Sustentabilidade e Contemporaneidade nas Ciências Sociais, Cascavel: FAG, 2014 2 DESPOMMIER, Dickson. The Vertical Farm (2010). Disponível em http://goo.gl/bKwzoB 3 SUPERINTERESSANTE. Comida é o que não falta. Disponível em http://goo.gl/cxVwpE 4 WORLDATLAS. Largest Cities of the World (by metro population). Disponível em http://goo.gl/mG5OlM 5 WORLDATLAS. Largest Cities of the World (by metro population). Disponível em http://goo.gl/2PvrtW 6 INSTITUTO AKATU. A nutrição e o consumo consciente. Disponível em http://goo.gl/PKsmRl 7 VEJASP. Avenida Paulista: doze curiosidades. Disponível em http://goo.gl/Rvtiru

80


81


laura

resende

arquiteta ra

mestra

urbanista da

professo-

universidade

de

“ U M A P E S S OA E S T Á CON FO RT Á V E L E M R E L A Ç Ã O A U M

Partindo desta definição seria ló-

ACON T E C I M E N TO O U F E N Ô M E N O QUAN D O P O D E O B S E R -

gico dizer que todos os arquitetos deveriam

D O. P O RTAN TO, D I Z - S E QU E U M A P E S S OA E S T Á E M U M AM B I E N T E CON FO RT Á V E L QUAN D O S E S E N T E E M N E U T RAL I DAD E CO M R E L A Ç Ã O A E L E ” CORBELA; YANNAS, 2003

joão

del

fe-

deral

V Á - LO O U S E N T I - LO S E M P R E O C U PA Ç Ã O O U IN C Ô M O -

são

tavares e

rey-mg

buscar o CONFORTO em seus projetos, certo? Claro! O que percebemos é que os arquitetos pensam sim nos usuários e em possibilitar conforto, mas nem sempre com a arquitetura!

Principalmente após a Revolução

Industrial, a arquitetura passou a dar mais valor aos aspectos tecnológicos, como, por exemplo, as possibilidades que o concreto e o aço permitiam, esquecendo o contexto em que se estava projetando, seja ele climático ou cultural. Começaram a aparecer edifícios com as mesmas características, muito semelhantes quanto à forma e materiais, repetidamente semelhantes em qualquer lugar do mundo sem alteração ou adaptação! Mas para que pensar em orientação solar, forma e materiais mais adequados se temos, por exemplo, o ar-condicionado e a luz artificial para viabilizar o conforto? Como consequência, um gasto excessivo de energia agravada com a crise do petróleo de 1973, tendo edifícios como grandes vilões.

Neste contexto, surgiram várias

metodologias para avaliação ambiental de

figura

1

Croqui mostrando estudo para implantação do Hospital Sarah em Fortale-

za, identificando a proximidade com as vias de fácil de acesso, aeroporto, insolação e vento dominante. fonte Acervo CTRS (2008, apud, LUKIANTCHUKI; CARAM; LABAKI, 2011)

edifícios em todo o mundo, tendo a eficiên-

bém nos sistemas artificiais que proporcio-

cia energética como papel importante em

nam conforto ambiental para seus usuários,

de 2001, intensificou-se a preocupação com

todas elas. Algumas inclusive utilizadas no

como iluminação, climatização e aquecimen-

as questões ambientais, relacionadas princi-

Brasil, como o LEED - Leadership in Energy

to de água.

palmente ao consumo de energia elétrica, le-

and Environmental Design e o AQUA - Alta

No entanto, sabe-se que há um

vando à promulgação da Política Nacional de

qualidade ambiental, desenvolvidas nos Es-

expressivo potencial de conservação deste

Conservação de Energia. E, como consequ-

tados Unidos e França respectivamente.

setor, avaliado em 30% para edificações exis-

ência, foi publicado em 2009, o RTQ-C - Re-

No Brasil, após a crise energética

Segundo a Eletrobrás, calcula-se

tentes através de retrofit (reforma), podendo

gulamento Técnico da Qualidade para o Nível

que quase 50% da energia elétrica produzida

chegar a 50% nas edificações novas que uti-

de Eficiência Energética de Edifícios Comer-

no Brasil seja consumida não só na operação

lizem tecnologia energeticamente eficiente

ciais, de Serviços e Públicos e em 2010, o

e manutenção das edificações, como tam-

desde a concepção inicial do projeto.

RTQ-R- Regulamento Técnico da Qualidade

82


do Nível de Eficiência Energética de Edifícios

check, que trata exclusivamente o sistema

nhecer o período de insolação em todas as

Residenciais.

locomotor, ele buscou ao extremo humani-

fachadas, e a possibilidade de penetração

Recentemente, em agosto deste

zar espaços muitas vezes tão doentes quan-

do sol pelas aberturas e pelas superfícies

ano, por meio de uma normativa publica-

to as pessoas que precisam deles. Sempre

transparentes, possibilitando assim, colocar

da no Diário Oficial da União, a aplicação do

trabalhando em equipe, em uma concepção

os edifícios e a vegetação em um sombre-

RTQ-C e obtenção da Etiqueta Nacional de

multidisciplinar: arquiteto, paisagista, enge-

amento desejável e dimensionar os beirais

Conservação de Energia (Ence) tornaram-se

nheiros, técnicos, artista plástico...

e brises necessários. Para ele nunca existiu

obrigatória para os edifícios públicos fede-

A primeira etapa de projeto era a

vidro ideal, as películas vão tornando o vidro

rais. Para serem construídos ou reformados

análise do clima local. E após a escolha do

opaco e não resolve para eficiência, então

os edifícios deverão obter etiqueta A de efi-

terreno ele fazia a análise das condicionan-

ele utilizava vidro comum transparente com

ciência energética.

tes: topografia, trajetória solar, incidência

dispositivos externos de sombreamento

Desde a publicação do RTQ-C em

dos ventos dominantes, vegetação, obstá-

(barrando o calor antes que ele entre): brises,

2009 a intenção é que a etiquetagem se

culos naturais, edifícios do entorno, proximi-

varandas, beirais e vegetação.

torne obrigatória, o que agora se torna rea-

dade com lagos...

lidade inicialmente com os edifícios públicos

programa,

tural eram definidas com base nos conhe-

federais. Isso significa que, conscientes, nós

orientando os volumes da maneira mais

cimentos de diferença de pressão, efeito

arquitetos deveremos incorporar, e não mais

adequada ao identificar áreas que necessi-

chaminé, ventilação cruzada e resfriamento

ignorar, o estudo do clima em nossos proje-

tariam de climatização artificial e as que po-

evaporativo, e pelo conhecimento adquirido

tos, visando garantir conforto com eficiência

deriam se beneficiar dos sistemas passivos.

nas experiências anteriores. O engenheiro

energética, reconhecendo a persistência do

Em sua maioria, os projetos eram

mecânico de sua equipe utiliza um softwa-

existente, culturalmente adequada ao lugar

resolvidos em apenas um pavimento para

re para cálculo de cargas térmicas e análise

e aos materiais locais.

poder aproveitar melhor a iluminação e ven-

energética do edifício e o projeto passa por

Depois,

distribuía

o

As soluções para ventilação na-

constante revisão, fazendo novas simulações, sempre visando melhorar o desempenho final do edifício, segundo normas brasileiras e americanas.

Com estas estratégias Lelé evitava

o uso de sistemas mecânicos, restrito aos ambientes onde são realmente necessários. Mesmo nestes, a demanda energética é reduzida, uma vez que todas as estratégias pensadas diminuem a necessidade de refrigeração o que por consequência resulta em eficiência energética.

Em sua obra há uma constante

evolução nas estratégias de adequação ao clima de cada cidade. Lelé sempre questionou suas decisões, avaliou os edifícios da Rede Sarah pós-ocupação e tirou partido do figura

2

Sheds responsáveis pela iluminação e ventilação no Ginásio. Vista interna.

Centro de Reabilitação do Lago Norte em Brasília. fonte Laura Resende Tavares

que era bom, e o que não era tão bom ele melhorava. A humildade para revisar e avaliar seus projetos fez parte da sua metodologia de projeto. Então... vamos aprender!

tilação obtidas nos sheds.

referências

tentável, verde, eficiente, bioclimática, é sim-

No paisagismo, era essencial pre-

¶ CORBELLA, O.; YANNAS, S. Em busca de uma

plesmente ARQUITETURA, como deve ser!

servar a vegetação existente no terreno e

arquitetura sustentável para os trópicos: con-

Como exemplo desta arquitetura

conhecer as espécies que mais se adaptam

forto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, 2003.

consciente, apresenta-se a seguir questões

à região, e em parceria com a paisagista Be-

tratadas por João Filgueiras Lima – Lelé em

atriz Secco, desde a fase inicial de concepção

BAKI, L. C. A arquitetura bioclimática e a obra

seu processo de projeto. Este grande arqui-

o paisagismo era pensado a partir de aná-

de João Filgueiras Lima (Lelé).

teto nos deixou vários exemplos de edifícios

lises de insolação, sombreamento, umidade,

TOWKI, D. C. C. K.; MOREIRA, D. de C.; PETRE-

adaptados ao lugar.

conforto visual, iluminação natural e sensa-

CHE, J.R.D.; FABRICIO, M. M. (orgs). O pro-

ção agradável aos pacientes.

cesso de projeto em arquitetura. Da teoria à

tecnologia. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.

Não é arquitetura ecológica, sus-

Nos projetos dos Hospitais e Cen-

tros de Reabilitação da Rede Sarah Kubits-

Lelé utilizava a carta solar para co-

bibliográficas

LUKIANTCHUKI, M. A.; CARAM, R. M.; LAIn: KOWAL-

83


áreas edificadas e naturais e aumentar a quantidade de oxigênio na atmosfera.

Parques lineares, por exemplo,

transformam antigos espaços degradados em áreas de lazer para a população auxiliando a requalificação ambiental dos espaços. neiva beatriz antunes bióloga mestra em ecologia - centro de estudos terra

como recuperar áreas degradadas? O primeiro passo para a recuperação dessas

brazilis | adaílson pinheiro mesquita engenheiro civil e professor doutor do

áreas é a elaboração de um projeto. Apesar de esse projeto obedecer a critérios básicos,

centro universitário do triângulo (unitri) | camila de paula teixeira bióloga

ele deve ser específico e direcionado para a área a ser recuperada. Ele deve contemplar espécies pioneiras, secundárias e clímax.

Há tempos vem nos preocupando

A vegetação desempenha funções

muito a degradação de importantes áreas de

importantes tanto na área rural, quanto na

vegetação e a redução do volume dos ma-

área urbana. Ela é responsável pela proteção

nanciais de água que abastecem as cidades.

de cursos d’água, nascentes e encostas, evi-

Esse é um momento crucial para uma toma-

tar assoreamento, contaminação, proteger

da de consciência, de descruzar os braços e

o solo contra erosão e lixiviação e oferecer

agir buscando a preservação e recuperação

proteção, alimento, água e local para nidifi-

das nascentes e seus entornos. A situação

caçãode animais.

se repete em várias cidades brasileiras e em

Uberlândia, o Rio Uberabinha fica em estado

cala a vegetação se concentra em praças

de alerta durante todo o período de estia-

públicas, parques, unidades de conservação,

gem. A solução pode estar na recuperação

jardins particulares e arborização em vias

das áreas degradadas, na preservação dos

públicas. Exerce função ornamental, prote-

remanescentes e no esclarecimento da po-

ção de fundos de vales, recreação e lazer. A

pulação para o uso consciente da água.

vegetação é um importante recurso paisa-

A recuperação de áreas degrada-

gístico para o controle de fatores ambien-

das tanto em parques urbanos, fundos de

tais e melhoria da qualidade de vida e do

vale, quanto em áreas rurais deve ser reali-

ambiente. A sua presença pode controlar os

zada por uma equipe de profissionais quali-

efeitos da radiação solar, da temperatura e

ficados para a qual o paisagista tem muito a

da umidade relativa do ar. Prestam-se para

contribuir com seus conhecimentos.

minimizar os efeitos do vento protegendo

84

Nas áreas urbanas em maior es-

como escolher as espécies a serem utilizadas? Independente da área a ser recuperada (urbana ou rural), deve-se dar prioridade às espécies vegetais nativas por apresentarem maior adaptabilidade ao local e pela facilidade de atração da fauna para a polinização e dispersão promovendo uma posterior dinâmica natural das comunidades vegetais e animais. Espécies nativas também devem ser utilizadas em paisagismos urbanos respeitando-se suas exigências ecofisiológicas. No processo de recuperação de áreas degradadas é possível prever outras formas de usos e funções para o espaço como incentivo à sua conservação.

Alguns fatores interferem na es-

colha das espécies para a recuperação de áreas urbanas. Cada grupo vegetacional por suas características morfológicas e ecofisiológicas oferecem vantagens específicas que orientam seus usos de acordo com as fun-


ções a serem desempenhadas. A vegetação

optar pelo modelo de plantio de espécies

herbácea é mais indicada para o controle de

pioneiras nas clareiras e de secundárias

processos erosivos, proteção do solo contra

onde houver sombreamento. O espaçamen-

ressecamento de camadas superficiais e

to depende do tamanho da clareira e das ca-

contribuir para a formação de matéria or-

racterísticas das espécies escolhidas.

gânica. Podem ser usadas gramíneas e le-

guminosas (como a Crotalaria sp, uma legu-

são distribuídas nos vértices do triângulo

minosa anual, de crescimento rápido e ciclo

utilizando um número maior de mudas que

vegetativo curto, que auxilia na fixação de

resultará numa vegetação de alta densi-

nitrogênio). Arbustos e arbóreas facilitam a

dade. Esse tipo de plantio proporcionará a

coesão de camadas mais profundas do solo.

formação de uma rápida cobertura vegetal e

A escolha das espécies depende,

deve ser usado em áreas suscetíveis à ero-

entre outros fatores, de características do

são e em locais com gramíneas de cresci-

solo, condições do clima, proximidade com

mento “agressivo” como as braquiárias, pois

água, rusticidade, vigor, potencial de disper-

a sombra das espécies pioneiras controlará

são, sistema radicular, ocorrência na região

as gramíneas que não toleram sombra. Esse

(preferência para nativas), facilidade de ma-

modelo demanda maior recurso financeiro

nutenção (adubação, irrigação, poda, etc.).

para a implantação, porém apresentará bai-

No modelo triangular, as espécies

xo custo de manutenção. quais são os modelos de recu-

peração de áreas usados? Em geral

menor quantidade de mudas por apresen-

se utilizam os modelos em linhas com al-

tar maior distanciamento entre as covas

ternância de espécies pioneiras e interme-

resultando numa vegetação de baixa den-

diárias, os modelos em linhas inteiras de

sidade. O resultado será mais lento e seu

espécies pioneiras e secundárias, o modelo

uso é recomendado para áreas com menor

triangular ou o modelo hexagonal.

declividade, menos susceptível às erosões.

No modelo em linhas com alter-

Ao contrário do modelo triangular, o modelo

nância de espécies pioneiras e intermedi-

hexagonal tem menor custo de implantação,

árias, as plantas pioneiras são alternadas com as secundárias em linhas paralelas distando 3m e acompanhando as curvas de nível. A distância entre as covas deverá ser de 2m. Para esse modelo é recomendada a utilização de uma maior diversidade de plantas com portes diferentes. Caso haja necessidade de replantio, este deverá ser feito com espécies pioneiras. A quantidade de mudas por hectare indicada é em torno de 2.500 em modelo de espaçamento 2mx2m, 1660 para espaçamento 3mx2m e 1.100 em espaçamento 3mx3m.

O modelo em linhas inteiras de es-

pécies pioneiras e secundárias utiliza uma menor diversidade de espécies e pode ser feito nas margens de cursos d’água.

Para os modelos de recuperação

em linha, as espécies sugeridas são: Angico (Anadenanthera sp), Jenipapo (Genipa americana), Copaíba ou Pau d’óleo (Copaifera langsdorfii), Jatobá (Hymenaea sp), Ingá (Inga sp) e Pau-pombo (Tapirira guianensis).

Se na área a ser recuperada tiver

muitas espécies remanescentes deve-se

O modelo hexagonal requer uma

mas exige maiores gastos com manutenção.

Vale ressaltar a importância da

recuperação de áreas degradadas como caminho para preservação de nascentes e mananciais de água, de proteção de encostas e do solo contra erosão e lixiviação e para a dinâmica de manutenção de plantas e animais com a oferta de alimento, água e abrigo. autores Neiva Beatriz Antunes é Bióloga (UFU), Mestre em Ecologia (UnB), Diretora proprietária do Centro de Estudos Terra Brazilis onde ministra cursos e realiza consultorias na área ambiental desde 2004. Também é sócia na empresa Royale Comunicação, atuando na área Comercial ¶ Adailson Pinheiro Mesquita é Engenheiro Civil (UFU) e Doutor em Geografia (UFU). Professor do Centro Universitário do Triângulo desde 1996 ¶ Camila de Paula Teixeira é Bióloga licenciada pelo Centro Universitário do Triângulo e Bacharelanda em Biologia na Universidade Federal de Uberlândia. Compõe o corpo de profissionais da Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Uberlândia ¶ Cassiano Silva Garcia é estudante do 6° Período de Ciências Biológicas no Centro Universitário do Triângulo.

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livros

OCA - ARQUITETURA NO BRASIL - CASAS, INTERIORES, JARDINS editora Vitória Books | volume 11

O livro é composto por diversas obras residenciais assinadas por grandes escritórios da atualidade. É a junção da arquitetura, interior e paisagismo, tornando-o uma excelente fonte de pesquisa. Dentre os últimos volumes este é considerado a edição mais completa da série. Nele encontramos, não apenas imagens, mas também plantas e setorizações que de fato apresentam inovações arquiteturais.

CIDADES

SUSTENTÁVEIS

CIDADES

INTELIGENTES – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NUM PLANETA URBANO editora Bookman | autor Carlos Leite

Com mais da metade da população mundial vivendo nas cidades, a questão da ocupação dos espaços de forma sustentável se tornou fundamental. Este livro aborda exatamente isso, propondo soluções e ideias para melhorar os fluxos e a qualidade de vida nas cidades, utilizando-se para isso de exemplos de iniciativas bem sucedidas e casos reais.

101 LIÇÕES QUE APRENDI NA ESCOLA DE ARQUITETURA autor Matthew Frederick | editora Martins Fontes

O livro fornece diretrizes para simplificar e ajudar estudantes de arquitetura com dúvidas e aspectos complexos nos projetos arquitetônicos. Os problemas mais recorrentes da arquitetura são ilustrados na obra. Segundo autor, o livro é o manual que ele gostaria de ter possuído durante a faculdade.

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DA TAIPA AO CONCRETO – CRÔNICAS E ENSAIOS SOBRE A MEMÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO editora Três Estrelas | autor Carlos Lemos

O livro engloba mais de 50 textos, alguns inéditos, sobre a luta de Carlos Lemos em defesa do patrimônio histórico urbanístico do país. O autor ressalta a importância do passado das cidades e o significado dos bens arquitetônicos.

ROBERTO BURLE MARX – ARTE E PAISAGEM editora Studio Nobel | autor José Tabacow

Aborda de forma autêntica e inédita textos e imagens que revelam o pensamento de Roberto Burle Marx, além de ilustrar várias de suas obras, como sua residência, o Sítio Roberto Burle Marx, onde desenvolveu uma respeitável coleção botânica. As fotos são acompanhadas por legendas que ilustram seus conceitos de forma didática.

NEUFERT – ARTE DE PROJETAR EM ARQUITETURA editora GG | volume 18

Livro destinado principalmente a estudantes de arquitetura, trata-se de mais que um manual para consultas rápidas de medidas que abrange desde ambientes internos até para grandes espaços. A obra traz também normas técnicas de medidas e espaços de forma ilustrativa facilitando a compreensão do leitor.

MANUAL DO ARQUITETO DESCALÇO editora B4 Editores | autor Johan Van Lengen

O livro revela técnicas de construções sustentáveis da boa arquitetura, promovendo o equilíbrio entre o meio ambiente e o progresso. É destinado a estudantes e profissionais da área, convidando-os a compreensão do emprego de tecnologias usadas na arquitetura.

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sérgio

augusto

arquiteto sor

urbanista

mestre

sitário

pedrozo

do

do

peixoto

e

profes-

centro

univer-

triângulo

(unitri)

Aconteceu, em agosto, a primeira

tado a Madeira Plástica, um produto fabrica-

de produtos e reciclagem; eficiência no con-

edição da Expo Arquitetura Sustentável, um

do com polietileno de alta densidade (PAD),

sumo de água e eficiência energética com

evento da construção sustentável criado

material encontrado em embalagens plás-

uso de energia limpa. Por essas iniciativas,

para reunir as principais empresas do setor

ticas descartadas, e os produtos apresenta-

recebeu a primeira certificação LEED para

que tem como meta comum a eco eficiência

dos se mostraram bastante versáteis para

bairros na América Latina, a primeira certi-

na construção civil do Brasil.

a arquitetura, podendo ser utilizados como

ficação AQUA para bairros e loteamentos no

decks, gradis, tablados, varandas e fachadas.

Rio de Janeiro e selo AQUA habitacional.

O evento foi organizado em dois

formatos distintos em que os participantes puderam visitar os estandes das empresas e, paralelamente, participarem de palestras.

Em visita à feira, observamos, até

pelo número reduzido de expositores, que apesar do tema estar sendo muito divulgado no país, ainda são poucas as empresas dispostas a investir no setor. A ideia da feira seria apresentar novos conceitos e solu-

CO M

P ROJ E TO

E S CR I T Ó R I O BA I R RO

DO

U R BAN Í S T I CO AR QU I T E TO

SUSTENTÁVEL

I D E AL I Z AD O JA I M E

GREEN

P E LO

L E RN E R ,

B U S CA

O

EFICIÊN-

C I A E N E R G É T I CA , P R E S E RVA Ç Ã O AM B I E N TAL , D E S I G N IN T E L I G E N T E & BA I X A E M I S S Ã O D E CAR B ON O

ções de sustentabilidade para a eficiência na

construção de casas, escritórios e industrias,

apresentação de dois projetos urbanísticos.

No setor de projetos, destacamos a

hectares na cidade de Pelotas/RS o bairro

mas pouco se apresentou em termos de

Localizado na Barra da Tijuca zona oeste do

Quartier teve seu projeto urbanístico ide-

novidades para o setor, o que se viu foram

Rio de Janeiro e com área de 800.000 m², o

alizado pelo escritório do arquiteto Jaime

soluções como os sistemas de captação de

bairro Ilha Pura que será utilizado como Vila

Lerner a partir de três conceitos que fazem

águas das chuvas para reuso e lançamento

Olímpica para as delegações de países que

dele um bairro sustentável. O chamado Gre-

de lâmpadas e luminárias com melhor efici-

participarão das olimpíadas e paraolimpía-

en que busca a eficiência energética, preser-

ências e durabilidade.

das de 2016, conta com sete condomínios,

vação ambiental, design inteligente e baixa

Localizado em uma área de 30

O setor que se mostrou mais enga-

31 prédios residenciais e 3.604 apartamen-

emissão de carbono; Lifestyle que prioriza

jado na apresentação de novos produtos foi

tos, teve seu projeto urbanístico pautado na

a criação de espaços para interação entre

o de matérias de construção que faz uso de

redução de gases do efeito estufa a partir

o pedestre e o bairro por meio do desloca-

matéria prima de reciclável. O plástico foi a

da contratação de empresas preocupadas

mento fácil e tranquilo; Smart que projeta o

atração da feira no setor de matérias, com a

com a extração de matéria prima certificada,

bairro como um lugar para gerar bem-estar

exposição de produtos como madeira e pisos

passando pelo processamento e transpor-

por meio da diversidade de espaços de tra-

permeáveis para pavimentação externa em

te; meio ambiente e sociedade com ações

balho, moradia, estudo e lazer. Segundo os

áreas de passeio, jardins e área de estacio-

de capacitação profissional, programas de

empreendedores, o bairro foi criado na esca-

namento, com a proposta de garantir o au-

educação ambiental e criação de viveiro de

la humana para privilegiar o pedestre, onde o

mento das áreas de absorção de águas nas

mudas com mais de 160 espécies; mobilida-

design além de beleza traz sustentabilidade

cidades, em substituição aos pisos à base de

de com ampla estrutura cicloviária, acesso à

e favorece a circulação, conceitos que faci-

cimento existentes no mercado atual. Em-

estação do BRT, redução do tráfego de veí-

litam o convívio de pessoas que trabalham

presas como PLASTPRIME, PLASMAD, ALL-

culos pesados durantes as obras, instalando

e moram no bairro, contribuindo para o es-

PEX e ECOPLATE tiveram seus stands entre

duas usinas de concreto; gerenciamento de

pírito de comunidade e para a preservação

os mais visitados da feira, onde foi apresen-

resíduos e redução por meio da reutilização

ambiental.

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alheias às características físicas e socioeconômicas geram um custoso e permanente esforço de manutenção da ordem e controle e, quase sempre, as regras da natureza mostram-se mais fortes que a racionalidade humana. Não me deixam mentir as enchentes anuais, os deslizamentos de ocupações em áreas íngremes, os problemas respiratórios causados pela seca e/ou poluição exacerbadas, entre outros problemas. Na complexa selena lage e lage arquiteta urbanista e professora

rede de relações em que nos encontramos,

mestra do centro universitário do triângulo (unitri)

tais que são também sociais e econômicos,

estamos nos referindo a problemas ambienao mesmo tempo locais e mundiais.

A consciência ambiental, aqui en-

o tema, recomendou a convocação de uma

tendida como a consciência de que meio am-

nova conferência mundial, a qual aconteceu

biente e sociedades humanas interagem-se

em 1992, no Rio de Janeiro, onde represen-

e modificam-se, inicia-se no final da década

tantes de 179 governos assinaram o docu-

de 1960, quando pesquisadores descobrem

mento denominado Agenda 21, já iniciado,

problemas como o secamento de lagos e

no âmbito da ONU e com a participação de

rios, o “efeito estufa” e as “ilhas urbanas de

seus estados-membros, desde 1989.

calor”. Tais problemas colocaram em evi-

dência o fato de que os recursos naturais do

da 213, definida como um instrumento de

planeta poderiam se acabar, caso não alte-

planejamento para a construção de socie-

rássemos nossas atitudes para com o meio,

dades sustentáveis, é o reconhecimento de

tornando a vida humana impraticável, colo-

que para a conservação dos recursos natu-

cando em risco a sobrevivência das gerações

rais do planeta é preciso tratar também das

futuras e do próprio sistema como um todo.

questões sociais e econômicas, definindo o

O despertar dos homens para es-

“triplo pilar da sustentabilidade”: proteção

ses problemas levou à organização pela

ambiental, justiça social e eficiência econô-

ONU (Organização das Nações Unidas) da

mica. Trata-se, assim, de uma abordagem

“Primeira Conferência Mundial sobre o Ho-

sistêmica sobre a questão, em que socie-

mem e o Meio Ambiente”, ocorrida em 1972

dade e meio-ambiente são vistos de forma

em Estocolmo, no âmbito da qual foi criada

indissociável.

a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento. Esta Comissão publicou,

nha de pensamento de indivisão de nature-

em 1987, um relatório intitulado “Nosso Fu-

za e sociedade havia sido preconizada pelo

turo Comum” (“Our Common Future”), tam-

arquiteto americano Ian McHarg, que em

bém conhecido como “Relatório Brundtland”,

1971 escreveu “Design with Nature” (“Pro-

o qual adotou o conceito de desenvolvimen-

jetando com a Natureza” – tradução livre

to sustentável: “o desenvolvimento que sa-

da autora). Nesse livro, McHarg apresenta

tisfaz as necessidades presentes, sem com-

uma metodologia de planejamento regional

prometer a capacidade das gerações futuras

considerando tanto os aspectos físicos dos

de suprir suas próprias necessidades.”2

sítios (como o tipo de solo, relevo, hidrogra-

O Relatório Brundtland demostrou

fia, vegetação, etc.) quanto sociais (especial-

a complexidade da questão ao apresentar

mente as ocupações existentes), visando à

uma visão crítica do modelo socioeconômico

minimização dos impactos das intervenções

de desenvolvimento adotado pelos países

sobre os recursos naturais e culturais.

industrializados e reproduzido pelas na-

ções em desenvolvimento, ressaltando os

quisadores avançaram no tema e, em função

riscos do uso excessivo dos recursos natu-

da vasta bibliografia existente, bem como

rais sem considerar a capacidade de suporte

das nossas observações cotidianas, hoje

dos ecossistemas. Para tratar melhor sobre

sabemos que as intervenções antrópicas

Um importante mérito da Agen-

No âmbito da Arquitetura, esta li-

Desde então, outros autores e pes-

Entretanto, passados quase 50

anos da insurgência da consciência ambiental e seus desdobramentos, espantanos verificarmos que enquanto em outras partes do mundo estão sendo planejados e construídos bairros e cidades compactos de modo a minimizar áreas de desmatamento e impermeabilização do solo, entre outros benefícios (a exemplo do Bed Zed em Londres e de Masdar City nos Emirados Árabes), Uberlândia estende seu perímetro urbano mesmo com inúmeras e vastas áreas vazias existentes no antigo perímetro. Enquanto acompanhamos com admiração a renaturalização de rio urbano em Seul, continuam as cidades brasileiras a canalizarem seus rios e construirem sobre eles grandes avenidas. Enquanto em Barcelona, quando das obras realizadas para as Olimpíadas de 1992, implantou-se um sistema de coleta pneumática de resíduos sólidos4; no Brasil, são pouquíssimos os municípios que realizam a coleta e o tratamento de seus resíduos de forma adequada, sejam sólidos ou líquidos5. Enquanto se ecoa, a sete ventos, que a melhoria da mobilidade, especialmente em grandes cidades, passa necessariamente por investimentos em transporte coletivo, vê-se no Brasil o incentivo à aquisição de carros particulares, e com frequência aparecem nos noticiários orgulhosas inaugurações de viadutos e largas avenidas (quase sempre sem ciclovias ou ciclofaixas).

Venho

me

perguntando

sobre

quais seriam as razões desse anacronismo na construção das paisagens urbanas brasileiras. Seria o excesso de recursos naturais disponíveis em nossas terras? A começar pelo espaço terrestre, recurso não renovável e tão escasso em alguns países... Ou seria a 89


ênfase dada ao desenvolvimento econômico, desconsiderando o equilíbrio necessário ao “tripé da sustentabilidade”? Trata-se, talvez, de uma inexistência ou incompletude da chamada consciência ambiental ocasionada pela precariedade de nossa educação? Certamente não há uma única e simples expli-

rogério c. de mello franco arquiteto e urbanista

cação, sendo estas todas, juntas a mais uma variedade de razões e suas inter-relações, as causas do descompasso teórico-prático.

Sobre a questão, evidencia-se o

meses do lançamento registrou cerca de 800

vínculo estreito entre Arquitetura e Políti-

downloads, distribuídos em várias cidades

ca. Trata-se aqui do termo “Política” na sua

mineiras. O sucesso chamou a atenção dos

acepção ampla, não se restringindo apenas

demais Conselhos e o CAU/MG já dispo-

a questões partidárias ou a formas de orga-

nibilizou o compartilhamento com o CAU/

nização de poderes, mas referindo-se a todo

BR e das demais unidades da Federação.

tipo de relação e organização necessárias à

vida comum; portanto, inerente ao homem enquanto ser social. O reconhecimento do

utilização em qualquer lugar do Estado.

caráter político da Arquitetura conduz ao alargamento e ao redimensionamento da

responsabilidade dos arquitetos. Esses não

anos de existência, dos 853 municípios, o

devem limitar seu trabalho somente à corre-

CAU/MG está presente em tempo real em

ta execução das tarefas técnicas, mas aten-

322 cidades. Onde há um arquiteto e urba-

tar também para as relações sociais de força

nista, o Conselho de Arquitetura e Urbanis-

e poder em que se inserem tais tarefas, uma

mo de Minas Gerais (CAU/MG), existe e atua

vez que essas relações estão intimamente

por meio de cada um destes profissionais.

vinculadas à produção e reprodução dos es-

paços urbanos.

tar, disciplinar e fiscalizar o exercício da

Em Minas Gerais, com apenas dois

O CAU/MG tem a função de orien-

profissional em se tratando de arquitetura e urbanismo; zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina entre os arquitetos e urbanistas em todo o Estado de Minas Gerais; bem como pugnar pelo aperfeiçoamento do exercício de atividades

Não obstante, é preciso ressaltar

que Arquitetura e Política não são sinônimos ou substituíveis entre si, sendo a Arquitetura apenas uma parte da Política. Assim, o arquiteto não é o único responsável pela construção de melhores paisagens urbanas, sendo então mais um dos profissionais/ cidadãos a contribuir para o objetivo comum. Porém, tem a responsabilidade plena de acrescentar seus contributos – técnicos, artísticos, éticos e morais - à pluralidade de competências. autora Selena Lage é arquiteta-urbanista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela mesma instituição. Leciona no Centro Universitário do Triângulo (UNITRI) há quase dois anos. 90

O aplicativo foi criado para ser

prático, objetivo e intuitivo, permitindo a

na produção da arquitetura e urbanismo.

Com este foco, em uma ação pio-

neira no Brasil, o CAU/MG lançou, em novembro de 2013, o aplicativo Arquiteto Protagonista. Trata-se de um aplicativo gratuito para smartphone e tablet, tanto para modelos iOs quanto para Android, que permite ao profissional arquiteto urbanista enviar imagens e informações sobre obras com indícios de irregularidades. O aplicativo já está disponível para download e pode ser utilizado em qualquer lugar do estado de Minas Gerais.

O aplicativo Arquiteto Protagonista

comprovou sua eficiência e já nos primeiros

Utilizando recursos de geolocalização e a câmera de dispositivos móveis, em apenas alguns instantes, o usuário consegue efetivar sua contribuição e enviar as informações diretamente para o CAU/MG.

Joel Campolina, o primeiro presi-

dente do CAU/MG enfatiza que “a participação voluntária de cada um em benefício de todos - sociedade, profissional, governo - tornará mais dinâmica a tarefa da equipe do CAU/MG de pugnar pelo aperfeiçoamento do exercício da profissão em nosso estado”. Seu entusiasmo com o aplicativo tem sido mantido pela atual presidente, Vera Carneiro e pelo representante desta Região no Conselho, o insigne colega Roberto Andrade.

Com a chegada do aplicativo Ar-

quiteto Protagonista, o CAU já ampliou e intensificou ainda mais seu raio de atuação visto que cada arquiteto e urbanista pode e deve - se tornar um agente para o exercício adequado das atividades próprias da profissão. Todo profissional registrado no CAU/MG pode participar, basta baixar gratuitamente o aplicativo e começar contribuir imediatamente para valorizar, regular e aperfeiçoar o exercício profissional, defendendo também a sociedade da atuação de leigos e outros criminosos que os acobertam.


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