1
2
ESCATHOS
≈ O Mistério do Assassinato ≈
3
Do Autor Escathos: Forças Especiais Escathos: Apocalipse Escathos: O Mistério do Assassinato Escathos: A Sociedade Escathiana Escathos: O Senhor X Escathos: A Revolta dos Clones – DNA Escathos: A Revolta dos Clones – Evolução
4
Gabriel Freitas
≈ O Mistério do Assassinato ≈
5
6
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ≈ 11 CAPÍTULO UM Os problemas continuam ≈ 13 CAPÍTULO DOIS A Procura de Diego ≈ 19 CAPÍTULO TRÊS As ordens da Oráculo ≈ 25 CAPÍTULO QUATRO Dia de Treinamento ≈ 30 CAPÍTULO CINCO O Cavalo Branco, o Primeiro Cavaleiro ≈ 33
CAPÍTULO SEIS O Cavalo Cor de Fogo, o Segundo Cavaleiro ≈ 35
CAPÍTULO SETE O Cavalo Negro, o Terceiro Cavaleiro ≈ 37
CAPÍTULO OITO O Cavalo Descorado, o Último Cavaleiro≈ 39 7
CAPÍTULO NOVE A Fera Emerge do Oceano ≈ 41 CAPÍTULO DEZ Fim de Namoro ≈ 45 CAPÍTULO ONZE Sobre um Reino de Trevas ≈ 47 CAPÍTULO DOZE Visões ≈ 49 CAPÍTULO TREZE Ataque na Presidente Vargas ≈ 51 CAPÍTULO QUATORZE Visões ≈ 57
8
Para minha amiga Neusa Ap. Tognon Jorge
9
10
APRESENTAÇÃO Não amaremos talvez insuficientemente a vida? Já notou que só a morte desperta os nossos sentimentos? Como amamos os amigos que acabam de deixar-nos, não acha?! Como admiramos os nossos mestres que já não falam, com a boca cheia de terra! A homenagem surge, então, muito naturalmente, essa mesma homenagem que talvez eles tivessem esperado de nós, durante a vida inteira. Mas sabe porque nós somos sempre mais justos e mais generosos para com os mortos? A razão é simples! Para com eles, já não há deveres. É assim o homem, caro senhor, tem duas faces. Não pode amar sem se amar. Observe os seus vizinhos, se calha de haver um falecimento no prédio. Dormiam na sua vida monótona e eis que, por exemplo, morre o porteiro. Despertam imediatamente, atarefam-se, enchem-se de compaixão. Um morto no prelo, e o espectáculo começa, finalmente. Têm necessidade de tragédia, que é que o senhor quer?, é a sua pequena transcendência, é o seu aperitivo. É preciso que algo aconteça, eis a explicação da 11
maior parte dos compromissos humanos. É preciso que algo aconteça, mesmo a servidão sem amor, mesmo a guerra ou a morte. Vivam, pois, os enterros! Albert Camus, in 'A Queda'
12
CAPÍTULO UM Os problemas continuam
M
arcela e Gabriel estavam com Larissa na torre da Axygen, local onde Diego a havia deixado para que não corresse risco de vida já que eles estavam em confronto com a besta, porém o mal havia desaparecido depois que a criatura foi morta. Não só Kindland como todo o mundo voltava ao normal, as trevas eram como nuvens negras que estavam indo embora e o sol predominava no céu. Diego já deveria estar bem longe de onde Gabriel e seus amigos estavam, pois não queria correr o risco de ser preso novamente caso os policiais aparecessem por ali, o que era bem provável. 13
– Gabriel, precisamos levar a Larissa para o hospital mais próximo – disse Marcela com a amiga nos braços. – Fique tranquila Marcela, ela ficará bem tranquilizou Gabriel, mesmo ainda parecendo incomodado com alguma coisa. – Tá, me diga o que está incomodando você? – Será que a besta, realmente foi apenas o início de uma batalha apocalíptica? Será que a batalha realmente só começou? – Eis algo que eu também queria descobrir – ela suspirou fortemente quando de repente um enorme helicóptero surgiu alguns metros acima do último andar a Axygen, local onde eles estavam e em sua porta apareceu o delegado Santana que acenou para eles perguntando se estava tudo bem e se alguém precisava de ajuda, Gabriel fez sinal positivo com a cabeça. O helicóptero então aterrissou no prédio para que Larissa fosse colocada, em seguida o helicóptero os deixou na delegacia e Valdir Santana pediu urgentemente que uma viatura os guiasse até o hospital principal de Kindland para que Larissa fosse medicada. No caminho para o hospital, Marcela comunicou os pais de Larissa sobre o acontecido, 14
mas os deixou mais calmos ao dizer que ela estava bem, mesmo assim eles pediram o endereço do hospital que iriam levá-la para ir até lá ver como a filha estava. A médica responsável pelo “Hospital Central de Kindland” era a Dra. Lívia Steward, que após examinar Larissa, disse que ela havia entrado em estado de choque e desmaiou, porém disse que estava fora de perigo e precisava apenas de repouso e alguns tranquilizantes. Mais aliviados, Gabriel e Marcela decidiram voltar cada um para sua casa e descansar pois sabiam que essa semana seria bastante turbulenta já que a mídia do mundo todo vai estar por Kindland tentando saber respostas sobre o incidente com a besta, porém Santana os tranquilizou dizendo que iria tentar manipular os repórteres e dizer apenas informações que não comprometam nenhum dos envolvidos no caso. Gabriel deixou Marcela na frente de sua casa, quando ela estava prestes a descer do carro, ele pediu que ela esperasse por alguns minutos. – O que foi Gabriel? – perguntou Marcela aparentando querer evitar aquele tipo de conversa. – Marcela, eu queria perguntar uma coisa pra você. 15
– Estou ouvindo. – Você não tem mais nada a me dizer a respeito da gente? – Gabriel, você sabe que eu jamais quis terminar o nosso namoro, sabe disso – nessa hora seus olhos se encheram de lágrima e ela começou a chorar - Acho melhor que continuemos assim até que tudo volte ao normal. – Marcela, sabemos que isso não é necessário! – Pra mim é! Desculpe Gabriel, mas eu preciso ir - respondeu Marcela abrindo rapidamente a porta do carro e entrando correndo em sua casa. Vendo que ficando ali, nada poderia ser feito, Gabriel achou melhor voltar para sua casa, pois teria que se preparar psicologicamente para o dia seguinte que provavelmente seria bastante agitado. Na volta para a casa, ele passou por algumas ruas que deixaram marcas dos estragos causados pela besta: ruas destruídas, carros incendiados, prédios danificados, corpos de vítimas, entre outros que provavelmente dariam trabalho o prefeito Gilberto pelo menos nos próximos dois anos. Finalmente chegando em casa, o carro foi guardado na garagem e Gabriel mal entrou e 16
viu o senhor Charlie, a senhora Julia e Amanda sentados no chão da sala, chorando, aparentando estar em estado de choque como se alguma coisa muito ruim tivesse acontecido. Imediatamente Gabriel foi até eles e vendo que a sala estava com objetos quebrados, o sofá partido ao meio por uma espécie de laser, a tevê em mil pedaços, perguntou: – O que foi que aconteceu aqui? - Vendo que tudo havia sido destruído com algum tipo de raio ou laser, indicou seu principal suspeito Foi o Diego não foi? – Sim meu filho – respondeu a senhora Julia aos prantos – Aquele monstro esteve aqui e nos ameaçou com aqueles terríveis olhos vermelhos. – Meu Deus! Ele feriu a algum de vocês? – Não – respondeu o senhor Charlie se levantando e aparentando estar ficando mais calmo – Porém disse que não iríamos viver por muito tempo. – Aquele desgraçado quer vingança a todo custo e vai tentar me atingir através das pessoas que amo! Primeiro a Marcela e agora está usando vocês, ele não vai descansar enquanto não conseguir destruir minha vida. 17
– Do que está falando filho? – perguntou o senhor Charlie. – É uma longa história pai, quando eu estiver mais tranquilo e você estiver mais calmo explico para o senhor, mas também estou sem cabeça pra conversar, o Diego me tirou do sério. – Então vá descansar meu filho, vamos limpar essa bagunça. Depois nos conte sobre a batalha. – Obrigado pai, preciso mesmo descansar, amanhã o delegado e eu iremos explicar para o público tudo sobre os últimos acontecimentos e precisamos estar com a cabeça no lugar para não falarmos nada que nos comprometa. – E a batalha? – perguntou Amanda ansiosa – O Kind News transmitiu algumas cenas da luta, porém alguma coisa interferiu na transmissão e o sinal foi cortado. – Foi um sucesso Amanda, a besta foi morta e é um problema a menos para se preocupar. Mas me diga, o que eu perdi antes disso? – O aquecimento global está acontecendo mais rápido que os cientistas previram, em Copacabana milhares de pinguins apareceram mortos, os poucos que sobreviveram foram levados para um zoológico de São Paulo, segundo os biólogos responsáveis, um iceberg os 18
trouxe para o Brasil e muitos não sobreviveram por não suportarem o clima de nosso país. – Meu Deus, a que ponto o homem chegou, estão destruindo o nosso planeta e não se dão conta! Espero que o pai de Larissa encontre logo uma solução para reverter ou amenizar essa situação. – Ah e só pra te informar que com o rompimento da barreira da represa Mongoli, aquela região de árvores próxima da represa foi totalmente alagada. – Ainda bem que o volume de água não atingiu a cidade, do jeito que as coisas estão poderiam falar que somos uma ameaça para Kindland, mas amanhã conversamos mais sobre isso mana, vou tentar descansar um pouco. Antes que Gabriel subisse seus pais o abraçaram e o parabenizaram pela vitória na batalha, ele sorriu e pediu a benção para eles, em seguida subiu até seu quarto e após um banho de água morna e fazer curativo em suas feridas despencou na cama. Enquanto não pegava no sono ficou pensando: “Será que o Diego tem razão? E se o apocalipse estiver somente começando? Uma coisa é clara, ele está fora de si, está tão obcecado em me destruir que a única maneira de tudo isso 19
acabar é se um de nós dois morrer já que conversar com ele não leva a nada.”
20
CAPÍTULO DOIS A procura de Diego
N
o dia seguinte Gabriel acordou ainda exausto, pois mesmo tendo que ir dormir cedo, não conseguiu recuperar toda a energia gasta na batalha e muito menos seu sono atrasado e mesmo que quisesse permanecer em sua cama por mais tempo, tinha de ir a delegacia durante a manhã. Ao descer as escadas, deu de cara com sua mãe que limpava a casa. – Acordou cedo querido. – Ainda estou com sono, mas preciso ir até a delegacia, o delegado e eu precisamos prestar esclarecimentos a população. – Boa sorte filho, vai se sair muito bem. 21
Quando Gabriel abriu a porta principal para ir até a garagem buscar seu carro, foi surpreendido, pois do lado de fora do portão havia dezenas de repórteres esperando por sua saída. Sem perder tempo ele foi até a garagem e com o carro de seu pai – já que o seu estava todo destruído – abriu o portão da garagem. Quando o veículo começou a sair, a multidão cercou o veículo e começaram a fazer diversas perguntas simultaneamente do tipo: – Gabriel, você e Diego são de outro planeta? – Gabriel de onde vieram seus poderes? – Gabriel a justiça é cúmplice de todos esses incidentes? As perguntas começaram a deixá-lo irritado e não demorou muito para que um campo de força envolvesse o carro e afastasse toda a multidão de repórteres. Aproveitando o espaço Gabriel deixou rapidamente a frente de sua casa e se dirigiu para a delegacia. Parando na frente do prédio, ele viu outra multidão ali parada esperando que ele, ou alguém da delegacia desse explicações a mídia, mas dessa vez ele foi mais rápido e se envolveu em um campo de energia e passou pela multidão falando que ia explodir caso chegassem 22
perto. Com medo, os repórteres abriram caminho e Gabriel entrou no prédio. Vendo o primeiro policial que passava pela recepção da delegacia, Gabriel olha assustado para ele e pergunta: – Que loucura é aquela lá fora? – Agora deu uma melhorada, o delegado disparou alguns tiros pra ver se espantava esses malditos, mas ainda existem insistentes. – Por falar no delegado, ele está na sala dele? – Sim, pediu que fosse até lá quando chegasse. Gabriel agradeceu o policial e se dirigiu para a sala de Valdir Santana. – Se está assim agora, imagina se eles soubessem de toda a verdade – disse o delegado quando notou a presença de Gabriel em sua sala. – Que horas daremos a coletiva? – Em dez minutos, vamos agora para a sala de imprensa. Gabriel e Valdir Santana foram da sala do delegado para a sala de imprensa da delegacia, repleta de repórteres – a vontade de ambos era deixar aquele lugar – os dois então se entreo23
lharam espantados com a quantidade de repórteres ali presentes. – O que eu vou dizer delegado? – perguntou Gabriel sem saber o que dizer. – Nada, deixe tudo comigo. Os dois se sentaram de frente para os repórteres e alguns policiais que ficariam ali caso acontecesse algum tumulto. Os flashes eram por toda parte, Gabriel abaixou a cabeça e deixou que Santana tomasse conta da situação. O delegado pegou o microfone que estava sobre a mesa, o ajustou na direção de seus lábios e começou a se pronunciar: “ Bom dia para todos aqui presentes. Vou deixar bem claro que não responderemos a nenhuma pergunta da imprensa, simplesmente vim justificar os acontecidos dos últimos dias em Kindland para que a população fique a par da situação. Em primeiro lugar gostaria de tranquilizar a população de Kindland, pois nossos policiais estão controlando a situação e a ameaça foi eliminada, retomamos o controle. Fomos vítima de uma antiga profecia bíblica que acabou acontecendo, a criatura que viram na televisão ou até mesmo pessoalmente era o monstro enviado para destruir a humanidade e governar o 24
planeta, mas graças a Gabriel, Diego e Marcela, estamos salvos. É valido ressaltar que a cidade e o mundo podem dormir em paz novamente e caso qualquer tipo de ameaça semelhante paire novamente em nossas terras, estaremos preparados para lutar. É o que tenho a dizer. Tenham todos um bom dia.” Quando o delegado encerrou seu pronunciamento, as centenas de repórteres se levantaram, e começaram a tentar fazer perguntas, mas o delegado os ignorou e pediu que Gabriel o acompanhasse novamente em sua sala. Chegaram e se sentaram. – Sabe que ainda estou preocupado não sabe? - perguntou o delegado. – Diego? – Exato! Sei que a besta era uma criatura muito mais poderosa, mas o Diego é muito mais inteligente e precisamos de qualquer forma detê-lo. Já solicitei um novo mandato de prisão para ele. – A questão vai ser localizá-lo, Kindland é muito grande e ele pode estar em qualquer lugar. De repente uma policial pede licença e entra na sala do delegado. 25
– Valdir, aqui está a pasta de Diego Henrique Silvino. – Obrigado Mara. Valdir recebeu da policial a pasta e a abriu. De repente uma pedra foi arremessada contra o vidro da sala do delegado que se abaixou junto com Gabriel pois pensaram que fosse algum tipo de bomba, porém após verem que ela não detonou se levantaram e foram na direção da pedra que tinha um barbante amarrado sobre ela e na outra ponta do barbante uma fita "tape" etiquetada "A/C Gabriel e Santana". O delegado então retirou a fita da pedra e abrindo uma das gavetas de sua mesa, tirou um pequeno gravador que usava para fazer interrogatórios. Tirou do gravador uma fita sem identificação e colocou a fita destinada a eles, em seguida apertou o botão "play", a voz de Diego então começou a se pronunciar: – Está aí delegado? Se estiver provavelmente estará acompanhado de Gabriel, então fica o meu aviso, não vão me pegar facilmente e sim haverá sangue, acham que acabou porque a besta está morta? Pois estão enganados, eu ainda estou entre vocês ou seja, não acabou, a guerra só começou. 26
Nessa hora Gabriel e o delegado se entreolharam e o delegado rapidamente pegou seu comunicador e entrou em contato com Roger, líder das Forças Especiais pedindo segurança reforçada e discreta espalhada pela cidade para que pudessem capturar Diego. Gabriel então perguntou: – Acha que vamos capturá-lo? – Temos que capturá-lo meu amigo! E eu que pensei que o único maluco era Ernesto Crouth. O delegado então abriu a pasta de Diego e começou a ler as informações do próprio: – Diego Henrique Silvino, nascido no Hospital Central de Kindland no ano de 1994, branco, se formou no Colégio Parque das Nações e tem o ensino superior de Química incompleto pela UMK - Universidade Metropolitana de Kindland. O que me surpreende é que no passado ele não tem passagens pela polícia. – Ele sempre foi um cara tranquilo. Bom delegado, eu preciso ir agora, qualquer coisa que precisar me ligue. - Só um instante, com tantas coisas que aconteceram acabei esquecendo de apresentar pra você o novo inspetor que o governo enviou 27
para reforçar esse departamento, venha comigo para que possa conhecê-lo. Valdir Santana permaneceu segurando a pasta de Diego e junto com Gabriel foram para a sala ao lado que na porta continha a seguinte placa: Inspetor John Carter. Para Gabriel aquele nome não lhe era estranho e eles entraram, lá estava um homem mexendo em seu computador, usava óculos, tinha os cabeços negros e medianos, pele clara e os olhos bem escuros e estava vestido com um terno preto. - Bom Gabriel esse é o inspetor Carter, ele chegou ontem de manhã para me auxiliar e a expectativa é que permaneça conosco por um bom tempo. Carter parou o que fazia e olhou para Gabriel, em seguida o cumprimentou e disse que ele não lhe era estranho, Gabriel disse o mesmo. - Não me diga que você é filho de Charlie Freitas? - perguntou Carter. - Agora me lembro de você, John Carter, filho de James Carter, fomos vizinhos quando criança! - Isso, porém fui pra São Paulo com dez anos. 28
- Bom vejo que não teremos problemas em trabalhar juntos já que se conhecer - disse o delegado Santana. Gabriel então se despediu do velho amigo e disse que futuramente ele voltaria ali para conversarem com mais calma. O delegado permaneceu na sala do inspetor. Santana e Carter agradeceram Gabriel pela ajuda e em seguida voltou a ler a pasta de informações de Diego apresentando-as a Carter, enquanto Gabriel saía de sua sala. Quando fechou a porta e virou para seguir pelo corredor, ficou de frente com a Oráculo - quase esbarrando nela caso desse um passo mais largo. – Tem que parar de me assustar dessa forma - disse Gabriel. – Precisamos conversar. – Ah não me diga que tem mais problemas? – Infelizmente sim - respondeu a divindade com sinceridade. – Qual problema? Nessa hora a Oráculo estendeu seu cetro e os dois foram envolvidos em um campo de energia que os tele transportou para um lugar totalmente branco, sem nada ao redor. – Onde estamos? - perguntou Gabriel. 29
– No nada! - respondeu a Oráculo - Trouxe você aqui, pois não quero correr o risco que alguém escute o que tenho a lhe dizer. – Tá me assustando, fala de uma vez! – É o Diego. – O que ele fez dessa vez? – Ele irá morrer. - Como assim? - Alguém que você conhece irá cometer um homicídio. - Alguém em que eu conheço está prestes a matar Diego? - Exatamente. - Quem é essa pessoa? - Não posso dizer, isso interferiria no nosso futuro mudando completamente o seu destino, já errei em revelar essa informação – respondeu a Oráculo começando a desaparecer. - ESPERE! - gritava Gabriel, mas de nada adiantou, ele então vendo que ainda estava naquele lugar vazio, fechou suavemente seus olhos e quando os abriu estava novamente na delegacia, no corredor da sala de Valdir Santana. Gabriel então deixou o prédio enfrentando novamente os repórteres que ali fora estavam, dessa fez ele simplesmente os empurrou para o 30
lado usando seus poderes, abrindo espaço para caminhar até seu carro. O que a Oráculo havia revelado não saía de sua cabeça e sem saber o que fazer foi até o hospital visitar Larissa e caso Marcela estivesse lá a comunicaria sobre o que a Oráculo havia revelado há alguns minutos. Embora a morte de Diego fosse trazer paz a todos, Gabriel ainda se preocupava com ele por serem amigos de infância.
31
CAPÍTULO TRÊS Suspeitos
G
abriel deixou o seu carro no estacionamento abaixo do prédio do Hospital Central de Kindland e em seguida pegou o elevador que o levaria a sala de recepção. Saindo do térreo para o primeiro andar do prédio ele foi até a recepção perguntar a localização do quarto de Larissa para que fosse até lá. A médica responsável pelo hospital, Dra. Lívia também estava na recepção e reconhecendo Gabriel dos noticiários olhou com seus olhos verdes e pele branca como a neve, seu cabelo estava preso com uma caneta e sem saber como conversar com ele perguntou:
- Você está bem? - Por quê? - Os noticiários só falam de você. - Infelizmente a mídia manipula as pessoas, passam uma reportagem totalmente oposta dos fatos e querendo ou não isso nos afeta e muito. - Acredito em você. Mas me diga o que deseja? 32
- Ver minha amiga Larissa Matsuda, a trouxemos ontem para cá. A Dra. verificou no sistema do hospital a localização do quarto de Larissa e em seguida informou Gabriel que ela havia recebido alta há poucas horas, ele então agradeceu a ela pela informação e foi até a casa de Larissa. O senhor Álvaro e a senhora Valquíria Matsuda haviam saído e a empregada da casa atendeu Gabriel e disse que Larissa estava descansando em seu quarto e pediu que ele fosse até lá. Em frente ao quarto, Gabriel deu três toques suaves na porta e em seguida a empurrou para entrar. No quarto viu Larissa dentada em sua cama e Marcela ao seu lado sentada na beira da cama conversando com ela. Gabriel foi até elas e as cumprimentou, em seguida se sentou ao lado de Marcela e perguntou: - Bem melhor, obrigado pela ajuda meu amigo. - Imagina, é para isso que servimos, sei que faria o mesmo por mim. Gabriel então mudou a expressão de felicidade para aflito, pois ainda tinha que dar a notícia a elas. 33
- O que foi que aconteceu? - perguntou Marcela já conhecendo Gabriel - Ainda não aconteceu nada Marcela, mas está prestes a acontecer, a Oráculo revelou um acontecimento próximo. - Ela pode fazer isso? - Na verdade não, mas ela me disse de uma maneira que não irá comprometer o nosso destino. - Gabriel, você está me assustando – respondeu Larissa. - Eu mesmo estou assustado com a noticia, nunca imaginei que isso aconteceria. - Mas afinal, diga logo, o que é que vai acontecer? - É o Diego, ele será assassinado. - Quem vai matá-lo? - perguntou Marcela. - Não sei, ela simplesmente me revelou isso, disse que falando mais interferiria no futuro. Os olhos de Larissa se encheram de lágrima, Marcela pelo contrário se controlou, e vendo que a amiga estava preocupada, a abraçou e disse pra ela não ficar daquele jeito, pois o crime ainda não havia acontecido e havia possibilidade de salvá-lo. - Ela não deu pistas de quem será o assassino? - perguntou Larissa. 34
- Não, disse somente que é alguém que eu conheço. Será que é uma de vocês? - Pare de dizer besteiras Gabriel, eu não acredito que você está desconfiando da gente, sabe que nós nunca faríamos isso – respondeu Larissa. - Larissa, coloque uma coisa na cabeça, a gente diz essas coisas da boca pra fora, mas na hora da raiva a gente não tem noção alguma do que estamos fazendo,quando percebemos, já fizemos. - Gabriel tem razão Larissa, mas acho que ainda temos chances de mudar o futuro, quem sabe conseguimos mudar o destino de nosso amigo descobrindo o nome desse assassino e o colocando atrás das grades. - Como? – perguntei. - Encontrando o Diego e vigiando ele. - Tem razão! - disse Gabriel - Quer saber não podemos perder tempo, vou ver se encontro o Diego em sua casa e manterei contato com vocês. - Tome cuidado, lembre-se que ele ainda odeia você. Gabriel se despediu de Marcela e Larissa e foi até a casa de Diego, tocou a campainha de Diego por duas vezes até que ele surgiu de sua 35
casa olhando para Gabriel com uma expressão de ódio até que ao abrir o portão e ficar frente a frente com ele, ele abriu um sorriso irônico e disse: - Gabriel, você veio aqui porque quer adiantar a sua morte? - Nunca pensei que se esconderia das autoridades em sua própria casa. - Não estou escondido, tanto é que estou pro lado de fora nesse exato momento. - Precisamos conversar. - Sobre o que quer conversar? - Sobre nós dois, porque não acabamos logo de vez com essa guerra? - Você ficou maluco Gabriel? Eu nunca na minha vida perdoaria sua traição, você arruinou minha vida, me fez perder tudo. - Como assim? Foi você que traiu as confianças minha, da Larissa e da Marcela, foi você que fez as escolhas erradas, foi você que arruinou sua vida. - Tem certeza? Nunca pedi para interferirem na minha vida particular, por isso nunca disse nada sobre os planos que Crouth e eu estávamos fazendo, mesmo assim conseguiram descobrir tudo e me internaram em uma clínica 36
de loucos. Quer saber, vamos acabar logo com isso. Diego deu alguns passos para trás e inclinou sua cabeça para frente, com os olhos brilhando, pronto a disparar seus raios na direção de Gabriel, porém quando ele os disparou, Gabriel se envolveu em um campo de energia e os raios pararam em volta dele. - Maldito! – exclamou Diego – mas isso não ficará assim Gabriel, eu juro pra você que não acabou, atacarei primeiro a todas as pessoas que você ama, depois resolveremos o nosso problema, só assim a minha vingança estará completa. - Isso se você não morrer primeiro. - Vai me matar? - Esqueça! - respondeu Gabriel evitando causar suspeitas para que Diego não desconfiasse de nada. Gabriel deu as costas para o velho amigo e entrou em seu carro, porém Diego não reagiu e muito menos disse nada. Gabriel voltou para a casa de Larissa, ao entrar, passou pela sala de visitas e teve uma surpresa, o senhor José Silvino e a senhora Ana Lúcia Silvino, pais de Diego junto com o senhor Álvaro e a senhora Valquíria. Gabriel foi até eles e os cumprimentou ace37
nando com a cabeça, Ana Lúcia então se levantou do sofá e olhando nos olhos de Gabriel em silêncio, laçou um tapa em sua face e começou a chorar em seguida. - Você é o culpado, foi tudo culpa sua, meu filho está louco por sua causa. - Eu sinto muito desapontá-la dona Ana Lúcia, mas a culpa foi dele mesmo, nada teria acontecido se ele não tivesse se metido com o capitão Ernesto Crouth. - Mesmo assim você deveria ter apoiado ele até poder ajudá-lo, mas ao invés disso mandou ele para o Sanatório de Kindland. - Eu sinto muito mesmo, mas compreenda que foi para o bem dele ou preferiria vê-lo preso? Ela parou para pensar por alguns segundos, instantes depois se arrependeu e disse: - Me desculpe por isso Gabriel, eu sei que você fez de tudo para ajudá-lo e agradeço você por tudo que tem feito, mas com o meu filho louco e com toda essa história do apocalipse e aquecimento global eu fico muito nervosa. - Eu entendo a senhora, mas saiba que tenho esperanças de salvar o seu filho e estou disposto a isso, ainda não perdi as esperanças e o que puder fazer, eu farei. 38
- Muito obrigado Gabriel. O tapa inicial terminou em um forte abraço vindo dos dois, após tudo isso Gabriel foi para o quarto de Larissa que esperava junto com Marcela por novidades sobre a ida dele até a casa de Diego. Gabriel omitiu o incidente na sala da casa há alguns instantes. - Como foi na casa do Diego? Conseguiu encontrá-lo? - perguntou Larissa. - Sim consegui e infelizmente ele não está nada bem, cada dia que passo fico mais convicto que ele irá morrer. Ele tentou me atacar sabendo que eu estava indefeso. - Desgraçado! – exclamou Marcela – Quem ele pensa que é para ferir o meu namorado? - Namorado? – perguntou Gabriel. - Amigo! Eu quis dizer amigo. - Já entendi tudo Marcela, no fundo você ainda me ama e quer voltar comigo. - Quem disse? - Marcela, coloque uma coisa na sua cabeça, se nós nos amamos devemos nos arriscar para sermos felizes. - Gabriel, coloque uma coisa na sua cabeça, eu te amo, isso não consigo negar, mas não podemos ficar juntos enquanto o Diego não for detido. 39
- Larissa, Marcela, será que sou eu o assassino de Diego? - Por que pensa isso? - É que dizem que tem pessoas que para ser felizes fazem loucuras, mas acho que não teria coragem de matar alguém que foi meu melhor amigo. - Fala isso da boca pra fora – disse Larissa. - Bom não posso afirmar nada sem ter uma certeza. Gabriel ficou conversando com elas por mais alguns minutos, mas viu que tudo aquilo estava o deixando perturbado, decidiu então voltar para a casa. Quando posicionou o carro para entrar na garagem, viu os repórteres o cercarem, furioso ele abriu a janela e apenas com um movimento visual levantou um dos jornalistas que estava mais próximo e com uma voz alta e autoritária disse: - Se não desaparecerem da frente de minha casa por vontade própria eu juro que faço vocês desaparecerem por minha vontade - em seguida ele soltou o jornalista com força que caiu no chão e se levantou rapidamente. Em questão de segundos todos repórteres correram dali com medo de se ferir. Gabriel en40
tão abriu o portão, guardou o carro na garagem e entrou pela porta dos fundos. Passando pela cozinha deu de cara com a senhora Júlia e Amanda que faziam um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. Gabriel passou sem dizer nada e sua irmã desconfiada foi atrás dele. - O que você tem maninho? - Ah Amanda, estou ficando preocupado, a Oráculo me disse que o Diego será morto. - Meu Deus que noticia maravilhosa, mas de que forma? - Eu não sei, mas sei que alguém em quem conheço cometerá o homicídio. - Gabriel, ao menos comunicou o delegado Santana? - Por enquanto não posso, só quando eu descobrir quem é o assassino, do contrário o futuro pode ser alterado e as vitimas acabarão sendo pessoas inocentes, temos apenas uma chance de salvar a vida do Diego e é encontrando o assassino antes do homicídio. - E se o assassino for o próprio delegado? - Não pode ser o Santana, ele apenas quer a prisão de Diego, nunca comentou comigo que pensava em ver o Diego morto, acho que ele 41
não seria capaz, principalmente por ser um civil de muita personalidade e caráter. - Bom eu não coloco minha mão no fogo por ninguém. - Eu também não, mas do delegado eu não suspeito. Bom maninha, vou me deitar mais um pouco, quando o bolo estiver pronto me avisa que quero experimentá-lo. Amanda voltou para a cozinha enquanto Gabriel foi direto pra sua cama, porém não conseguiu dormir de imediato pensando ainda em o que poderia levá-lo a matar Diego, porém quando menos esperou estava dormindo.o prepararem O helicóptero para vôo, todos foram se acomodando. Fábio assumiu o comando enquanto Gabriel ficou ao seu lado com a pequena Selena no colo. – Tio Gabriel, o que esses botões fazem? – perguntava ela admirada com a quantidade de botões que havia no painel de controle da aeronave. – Não fazem nada demais querida, mas não os aperte por favor. O helicóptero começava a pegar altura, e quando começou a se mover, o GPS perguntou: Destino? “Palácio do Planalto, Brasília” 42
Comando entendido, coloquem os cintos e tenham uma boa viagem. – Tio Gabriel posso apertar um botão? – pedia Selene tentada a apertar um dos botões do painel. – Não! – respondeu Fábio olhando com cara de bravo para a neta. Selena esticou seus lábios forçando um bico de quem estava brava e sem pensar duas vezes apertou um botão verde que estava bem na sua frente, quando Fábio e Gabriel foram tentar evitar já era tarde, o sistema havia capitado o pedido e disse: Sistema de Nitrogênio ativado – nessa hora o helicóptero tomou um forte impulso e aumentou sua velocidade indo mais rápido que qualquer helicóptero. Quando a quantidade de nitrogênio foi acabando, o helicóptero foi perdendo a velocidade aos poucos e mais tarde voltou a seu ritmo normal. Estando tudo mais calmo, Amanda se aproximou de Gabriel, Fábio e Selena e disse: – Quando chegarmos em casa conversaremos muito sério viu mocinha? – Desculpa vovó – respondeu a pequena abaixando a cabeça de arrependimento. Passaram-se algumas horas e eles já podiam avistar o Palácio do Planalto. Sem procurar 43
uma área adequada, Fábio pousou no jardim frontal do local e não demorou muito até que os seguranças do presidente cercassem o helicóptero. Fábio desceu e mostrou sua documentação para eles, mesmo assim os seguranças não deram ouvidos e ameaçaram prendê-lo. Gabriel então se aproximou deles e apenas com a mente levitou um dos seguranças e começou a sufocá-lo. – Tem certeza que não nos deixarão passar? – perguntou ele olhando para todos os seguranças – Posso matar todos vocês ao mesmo tempo se for preciso. Os seguranças se afastaram na hora e Gabriel soltou aquele que estava levitando. Vendo que todos os seguranças se afastaram por medo, orientou que todos que estavam no helicóptero descessem. Em seguida saíram caminhando na direção da entrada principal do planalto. Gabriel envolveu todos eles em um campo de energia, por precaução, pois não sabia o que os aguardava dentro do planalto e o esperado aconteceu, quando eles cruzaram a entrada, os seguranças internos começaram a abrir fogo e como Gabriel estava concentrado, controlando o campo de energia, Bruno teve que entrar em ação. Ele apenas com a força da mente, levitou 44
todos os seguranças ao mesmo tempo e em seguida os arremessou contra a parede, deixando alguns inconscientes e alguns no chão com dores nas costas. – Bom trabalho meu filho – elogiou Marcela. Rapidamente eles entraram no elevador, onde sairiam direto no andar que se localizava o gabinete presidencial. A pressão era grande, pois quando o elevador fosse abrir, provavelmente haveria mais seguranças esperando por eles. Gabriel e Bruno assumiram a frente e ficaram posicionados, para lançarem um campo de energia contra os seguranças caso fosse necessário. Quando a porta do elevador se abriu, Gabriel e Bruno afastaram-se, pois bem na frente deles estava o presidente Dimas, olhando para eles furioso pela bagunça que causaram. – Acho bom terem vindo até aqui por um motivo bem sério! – respondeu ele dando as costas para todos e indo na direção de seu gabinete. Gabriel, Bruno, Fábio, Marcela, Carlos, Amanda e Selena seguiram logo atrás. Ao entrar no gabinete do presidente, viram que ele já estava sentado na mesa de reuniões. 45
Cada um tomou seu assento e em seguida o presidente tomou a iniciativa. – Bom, vocês queriam falar comigo não era? Aqui estou. – Bom dia senhor presidente, não quero gastar muito seu tempo então vou direto ao assunto! – respondeu Gabriel - Como deve saber, o exército nacional cercou a represa Mongoli, em Kindland, gostaríamos de saber o motivo de isso estar acontecendo. – Eu não vou assinar um acordo que repassará 80% dos direitos de nossa água potável para os Estados Unidos, se estamos passando por problemas ambientais ainda, são por conseqüência deles, pois qualquer acordo beneficente ao meio ambiente é rejeitado pelo governo americano, então a única alternativa que tive, foi mandar proteger aquilo que é nosso. Carlos não se conteve e se levantou. – Presidente, não sabe que fazendo isso, estará comprando uma guerra com os Estados Unidos? – Se for para preservar algo de nosso território, estou disposto a enfrentar o que for. – Você está blefando! Sabe que caçar uma guerra com os Estados Unidos é a mesma coisa que assinar a sentença de morte de vários sol46
dados e mais uma coisa, eles possuem armamento nuclear, famílias inocentes morrerão! – Sinto muito, mas eu não vou abrir mão de nossa água. Há alguns anos atrás água foi um problema de escassez não só no Brasil como em todo o mundo, agora que conseguimos restaurar esse benefício, temos que protegê-la de mãos que podem fazer com que ela desapareça de vez do planeta. – Isso não é necessário presidente! – retrucou Marcela – Temos água o suficiente para compartilhar com os Estados Unidos e travar uma guerra com eles é a mesma coisa que travar uma guerra com o mundo inteiro, pois o presidente dos Estados Unidos pode muito bem influenciar os demais países a se voltarem contra nós! Seria como começar uma terceira guerra mundial. – Eu estou ciente disso! – respondeu o presidente – Mas eu já tomei minha decisão e ninguém desse país tem o direito de ultrapassar a minha autoridade. Bruno se levantou furioso e com a mão direita lançou uma bola de energia contra o presidente o derrubando da cadeira. O presidente se levantou rapidamente, vermelho de raiva e disse: 47
– Vai pagar caro por isso meu jovem. – E o que vai fazer? Chamar seus seguranças? – respondeu Bruno em tom irônico. Gabriel segurou Bruno e pediu que ele se acalmasse, ele então respirou fundo e se sentou novamente, porém continuava olhando com cara feia para o presidente. Vendo que eles não conseguiriam mudar o pensamento do presidente, Gabriel se levantou, olhou para todos e disse: – Vamos deixar esse babaca ai! – Está desistindo? – perguntou Fábio surpreso com a atitude inesperada de Gabriel. – Não! Estou reativando a Sociedade Escathiana! Se vai haver uma guerra temos que estar preparados. Vamos embora, temos muito o que trabalhar. Gabriel se levantou e os demais também, deixando o presidente sozinho. Na hora de sair do Palácio, os seguranças olhavam para eles com cara de medo e quanto mais longe podiam ficar deles, eles ficavam. Voltando para o helicóptero, Fábio assumiu novamente o comando e quando o helicóptero estava em condições de partir, ele programou o piloto automático para que guiasse a aeronave até Kindland. 48
– Vamos reunir nossa velha equipe? – perguntou Fábio. – Sim, eles são os mais preparados para assumirem seus postos. – Acha mesmo que acontecerá uma guerra? – perguntou Amanda preocupada. – Se Dimas continuar com esse pensamento individualista dele sim – respondeu Fábio. – Eu to com medo – disse a pequena Selena abraçando fortemente sua avó. Amanda a envolveu em seus braços e disse que a ela que tudo iria ficar bem.
49
CAPÍTULO QUATRO Desabafo
G
abriel dormia tranquilamente quando a senhora Júlia foi até seu quarto com o telefone sem fio nas mãos sussurrando para o filho: - Querido, telefone pra você. - Ah mãe, tô dormindo, diz que não estou. - É o Diego. Quando Gabriel ouviu o nome de Diego, ele despertou rapidamente e pegou o telefone das mãos de sua mãe. - Diego? - Gabriel, precisamos conversar. - Pra tentar me matar? - Fique tranqüilo, não é ameaça nenhuma, podemos nos ver? - Aonde? 50
- Giga’s Café? - Pode ser, estou indo para lá, mas se for uma armadilha, vou logo avisando que não vai dar certo, irei preparado. - Se eu quisesse te matar já teria matado. - Me espere lá então. Gabriel se levantou e trocou de roupa, pois a que havia dormido estava toda amassada e foi direto para o Giga's Café conforme combinado, quando chegou Diego já esperava por ele, porém com um boné, óculos normais e uma jaqueta escura, porém Gabriel o reconheceu, pois a jaqueta que usava foi dada por ele e Marcela no se último aniversário. - Então ainda tem a jaqueta dos Gunners? Belo disfarce pra não ser preso. - Tinha me esquecido que foi um presente seu e da Marcela. - E então Diego, o que você queria comigo? - Gabriel, está tudo acabado, eu irei te contar toda a verdade. - Que verdade? - A verdade que causou toda essa catástrofe em Kindland. - Diego, eu não estou entendendo, a que ponto você quer chegar? 51
- Antes de tudo vou deixar uma coisa clara, te odeio e minha maior vontade é te ver morto, porém a única pessoa que posso contar as coisas que eu fiz é você. - O que você fez? - Eu enganei Ernesto Crouth. - Como assim? - Quando me juntei a Ernesto Crouth, a única intenção era obter informações o suficiente para trazer a besta para Kindland para que eu mesmo pudesse matá-la, porém como esse era o maior temor de Crouth, ele não me passou nenhuma informação e tive que ganhar a confiança dele até que tive acesso ao banco de dados de seu pendrive. Eu fiz a besta emergir em Kindland para que eu mesmo pudesse matá-la e ser visto como um ser poderoso, o que eu não imaginava é que essa criatura fosse tão poderosa e também não imaginava que você teria poderes assim como eu, por isso meu plano de ser um ser supremo foi por água abaixo. - Mas se você estava usando Crouth porque deixou que eu o matasse e você mesmo não fez isso? - Porque não pretendia matá-lo naquele instante. - Não entendi Diego. 52
- Crouth e Santana eram velhos amigos Gabriel, tanto um como o outro sabiam de todas as informações do pendrive. - Quer dizer que o delegado Santana sabia sobre o apocalipse desde o inicio e nunca me disse nada? - Sim, e por isso você está trabalhando para ele hoje. - E o fato de você me odiar? - Ainda me pergunta? Você estragou todos os meus planos e ainda me mandou para um lugar de loucos. - E de lá você nunca deveria ter saído seu louco psicopata, Kindland está assim por sua culpa! - Tem razão Gabriel, não deveria ter mesmo saído de lá. - Por que diz isso? - Crouth desconfiava que seu fim estava próximo e desconfiava que havia um traidor na base, por isso deixou um seguidor e nunca revelou a identidade desse seguidor a ninguém, a única coisa que sei é que se denomina Senhor X e ele se apoderou das máquinas e armas de última geração do criminoso e agora está no comando com todo os homens de Ernesto Crouth. 53
- Mas Diego, por que motivo está me revelando isso? - Porque eu quero que você passe essas informações para o delegado Santana, provavelmente ele desconhece sobre o tal Senhor X e quando eu for morto, é um bom começo para descobrirem quem esse seguidor do general. - Então já sabe de todo o futuro? - Já, sobre meu assassinato e sobre o assassino. - Sabe quem vai ser o assassino? - Não.Lembra daquelas bombas C4? - Lembro. - Pois aquelas bombas eram para serem espalhadas por Kindland e explodir a cidade para impedir que a besta não emergisse, essa era a vontade de Crouth, porém projetei aquelas bombas para não explodirem sem que eu aprovasse o comando. - E com a cidade destruída a besta não teria quem escravizar pois todos estariam mortos e os cavaleiros do apocalipse não precisariam lutar, já você queria o oposto de Crouth, que embora fosse outro louco, pensava em sacrificar Kindland para salvar o resto do mundo. - Não posso lhe contar mais nada, espero que você saiba o que fazer com essas informa54
ções porque depois que eu for morto cabe a você resolver o mistério da identidade do Senhor X. - Pode deixar Diego, mas se você sobreviver, a nossa luta acaba? - Nunca! Se eu sobreviver nossa luta continuará, só estou pedindo ajuda sua para que capturem esse Senhor X. - Tudo bem Diego, mas entenda que eu não quero mais guerra, quero que voltemos a ser amigos, mas se insiste em me matar, aceito seu convite para luta. Agora preciso ir embora. - Tudo bem Gabriel, estou confiando em você. - Pode deixar. Voltando para o carro, Gabriel viu seu amigo também deixando a lanchonete e voltou para casa preocupado com Diego, pois por um momento ele pediu ajuda a pessoa que ele mais queria ver morta, sinal quer ele ainda sentia arrependimento.
55
CAPÍTULO CINCO Gabriel é preso
C
omo estava tarde, Gabriel optou em conversar com o delegado no dia seguinte sobre seu encontro com Diego. No dia seguinte acordou por volta das oito da manha e após tomar seu café telefonou para Larissa para ver como ela estava se sentindo, porém quem atendeu foi sua mãe que o informou que ela havia saído de casa cedo sem avisar nada, preocupado ele agradeceu a senhora Valquíria e ligou para Marcela perguntando se Larissa havia ido para lá, porém ela disse que não e que havia acabado de acordar também. Em questão de segundos o celular de Gabriel começou a tocar, era o delegado Valdir 56
Santana, quando atendeu, viu que o delegado parecia estar desesperado. - O que está havendo aí delegado? - É o Diego, ele invadiu a delegacia para tentar me atacar, porém quando ele entrou em minha sala e viu a Larissa ficou sem reação por um momento, meus homens então chegaram e ele segurou Larissa e para não ser capturado saiu apontando uma arma para ela. Gabriel nem se despediu, simplesmente desligou o celular e foi para a garagem onde optou ir até a delegacia de moto para chegar mais rápido. Quando parou com a moto na frente da delegacia, viu Diego com Larissa se apoderando de uma das viaturas policiais que estavam estacionadas na frente. Por coincidência não havia mais nenhum repórter ali por perto, Diego provavelmente os espantou dali para facilitar sua fuga. quando ele avistou Gabriel disse: - Desculpe Gabriel, surgiram imprevistos, por favor não me siga ou eu mato a Larissa. Sem escolha, Gabriel permitiu que eles partissem, porém logo após a saída dos dois, Gabriel não resistiu e com sua moto saiu na direção para que eles haviam ido. 57
Bem na cola de Diego e Larissa, Gabriel dentava parar o carro com seus poderes, mas com isso perderia o controle da moto e poderia cair, preferiu então apenas segui-los. Os dois já haviam deixado a cidade e passavam pela rodovia que ligava Kindland a Presidente Prudente, Diego então vendo que Gabriel não iria parar, jogou o carro pra fora da estrada, na direção de uma pequena floresta, Gabriel parou a moto e ficou observando Diego partir, instantes depois achou melhor ir atrás dele para não perdê-lo de vista, informou por mensagem de texto as coordenadas para que o delegado mandasse reforços e seguiu na direção que Diego e Larissa estavam indo. Por ser uma floresta era fácil seguir os rastros, bastava ver pequenas árvores arrebentadas pela força do carro, até que ele avistou o carro parado há alguns metros a frente. Gabriel viu a porta aberta e imaginou que os dois haviam fugido, porém achou melhor ir até lá e ter certeza que eles não estavam lá, porém quando chegou ali viu Larissa inconsciente no banco passageiro e Diego com um profundo corte na garganta, todo ensanguentado. 58
Gabriel ficou desesperado, olhou para o chão e viu a adaga caída no chão encoberta de sangue. ele então se abaixou-se e segurou a adaga, nessa hora o delegado Santana chegou com os demais policiais. - Gabriel, o que você fez? - Delegado, não fui eu, quando eu cheguei ele já estava assim. - Como se você está segurando a prova do crime? Eu sinto muito, mas você foi pego em flagrante, terei que prendê-lo mesmo se tratando de um homicídio contra um criminoso. - Sinto muito, mas não posso permitir que isso aconteça. - Se você se atrever a reagir usando os seus poderes, mandarei meus agentes abrirem fogo contra você, eu não quero isso, se realmente não foi você prove sua inocência. De repente outra viatura encosta no lado deles e dela sai o inspetor John Carter que olhando para o corpo de Diego dentro do carro, pergunta surpreso: - O que foi que aconteceu aqui? - Diego está morto John - disse Gabriel. - Quem o matou? - Eu não sei. 59
- Suspeitamos que foi o Gabriel que tenha cometido o crime inspetor Carter - disse o delegado se aproximando dele - Porém nada concretizado ainda, mesmo assim tenho que prendê-lo. Gabriel não sabia o que fazer, porém ele sabia que poderia fugir dali sem nenhum arranhão, mas isso complicaria ainda mais sua situação perante a justiça, achou melhor ser levado pelos policiais. Enquanto ele entrava em uma das viaturas, viu os peritos examinando o corpo de Diego enquanto Larissa recebia atendimento dos enfermeiros, pois havia sofrido um ferimento em sua cabeça. Carter carregava Gabriel em sua viatura e durante a volta deles para a delegacia o inspetor perguntou: - Não foi mesmo você? - Não, quando eu cheguei, ele estava com um corte no pescoço e a Larissa inconsciente. - Bom se realmente não foi você, então conseguirá provar sua inocência. Gabriel chegou na delegacia bastante nervoso, pois nunca havia sido acusado de um crime que não cometeu. Pelo visto o Senhor X havia preparado uma emboscada contra Gabriel e conseguiu, agora ele terá que provar a 60
qualquer custo que é inocente e colocar o verdadeiro assassino atrás das grades. Ele foi levado para a sala do delegado Santana para que ele pudesse interrogá-lo, o delegado então olhou fixamente nos olhos dele e perguntou: - Gabriel, somos amigos e preciso que confie em mim, foi você ou não que matou Diego? - Claro que não delegado, ele era o meu melhor amigo, nunca teria coragem de fazer aquilo com ele. - Então por que estava com a arma do crime na mão? - A adaga estava no chão toda ensanguentada, eu simplesmente a peguei, justamente nessa hora vocês chegaram. - E por que Larissa Matsuda estava inconsciente na cena do crime? - Eu não sei, quando cheguei lá ela já estava inconsciente. - Gabriel, queria deixar você livre, mas preciso de provas concretas, por enquanto terá que ficar preso, porém acredito na sua versão. Avisarei seus familiares para que tragam roupas para você dormir, quem sabe até o dia da primeira audiência com o juiz o verdadeiro assassino se entregue e você fique livre0. 61
O inspetor Carter algemou Gabriel e o levou para a melhor cela disponível na delegacia e antes de sair disse: - Gabriel, você pode contar comigo para qualquer coisa. - Obrigado John, você é mesmo um amigão. - Mas tome muito cuidado durante a noite, o assassino de Diego ainda está solto e pode a qualquer momento vir atrás de você, temos segurança reforçada mas fique de olhos bem abertos. - Carter, pelo amor de Deus, mande reforços para a minha cela, tenho medo de passar a noite sem proteção. - Pode deixar, avisarei o delegado Santana para que ele providencie segurança. Anoiteceu muito rápido, Gabriel não teve contato com seus familiares naquele dia, eles simplesmente deixaram suas vestes da recepção da delegacia, ele jantou e em seguida se preparou para dormir, olhou no relógio que tinha pregado na parede em frente da cela e viu que eram dez da noite, virou-se de lado e tentou dormir, porém começou a ouvir passos vindos do corredor, não poderia ser policial, pois os poucos que estavam de plantão ficavam na recepção. Os passos foram ficando cada vez mais 62
intensos e de repente surgiu na frente da cela um homem encapuzado, com o rosto tampado por uma máscara de ferro. Por precaução Gabriel se preparou em uma posição defensiva e perguntou: - Quem é você? - Sou o Senhor X – respondeu ele com uma voz meio rouca dificultando identificar se era masculina ou feminina. - Como entrou aqui? - Segredo. - O que quer de mim seu assassino? - Vim fazer o que o Diego não foi capaz, matar você! – nessa hora o Senhor X apontou uma arma na direção de Gabriel que se concentrou e lançou na direção dele um campo de energia fazendo com que ele derrubasse sua arma no chão, indefeso, Gabriel aproveitou a oportunidade e o arremessou contra a parede. - Você é muito poderoso Gabriel, mas não poderá fugir de mim o resto de sua vida, eu juro que na próxima oportunidade não perderei a chance de te matar! - Vai embora daqui Senhor X ou lançarei outro campo de força em você desta vez mais forte. 63
- Eu vou sim, mas volto para acertarmos nossas contas – em seguida saiu correndo. Instantes depois dezenas de policiais apareceram, pois ouviram um barulho estranho, porÊm o Senhor X jå havia ido embora.
64
CAPÍTULO SEIS Boas e Más Notícias
-O
que houve aqui? - perguntou um dos policiais. - Um homem, usava uma mascara de ferro e um capuz, ele tentou me matar. - Impossível alguém ter passado pela segurança da delegacia. - O que essa marca faz no chão então? O homem olhou para próximo de seus pés e viu a arma caída, rapidamente pegou seu comunicador e pediu que o policial que monitorava a segurança analisasse as câmeras do setor das celas. O policial que estava do outro lado da linha então disse: - Desculpe, eu acabei tirando um cochilo e não vi quem era, e pelo que estou olhando aqui, 65
alguém desativou as câmeras dez, onze e doze, justamente as câmeras do setor das celas. - Droga! Homens, fiquem pelo menos quatro vigiando a cela de Gabriel, vou alertar o inspetor Oliver e o delegado Santana sobre a invasão. Mesmo com segurança reforçada, Gabriel não conseguiu dormir o resto da noite, ainda temendo que o tal Senhor X aparecesse novamente e dessa fez tivesse sucesso em seu plano. Por volta das sete da manhã os demais funcionários da delegacia começaram a chegar e Gabriel viu que seria impossível o Senhor X aparecer novamente com tantos policiais, e conseguiu dormir um pouco acordando somente por volta das onze da manhã onde a primeira coisa que foi fazer foi olhar pela janela trancada com grade. Ele observava o quanto o centro de Kindland era belo, até que o delegado Santana se aproximou de sua cela e disse: - Gabriel, tem visita para você. - Quem é? - Larissa. Depois quero que vá até minha sala, precisamos conversar. Valdir Santana acompanhou Gabriel até a sala de visitantes onde Larissa esperava por ele, sentou-se de frente para ela que perguntou: 66
- Como você está? - Sendo forte, e você? - Tentando aceitar que ele se foi. - O Diego escolheu o próprio destino, mas me diga o que queria conversar? - Gabriel, espero que entenda o que eu tenho para te dizer, você precisa guardar segredo até o dia da sua audiência. - Por quê? - Eu sei quem é o assassino. - Então me diga, quem matou Diego? - Aqui não é seguro, tem câmeras por todos os lados e se eu revelar agora nós dois poderemos morrer, no dia da audiência teremos mais segurança. - Larissa, me conte logo, quem matou Diego? - Calma Gabriel, eu sei o que estou fazendo e a Oráculo também achou melhor eu não falar nada ainda. Instantes depois um policial se aproximou e disse: - Acabou o tempo para visitas, sinto muito Gabriel. Gabriel então se despediu de Larissa e o policial o levou até a sala do delegado Santana. - Más notícias Gabriel. 67
- O que foi? - Recebi um comunicado informando que você será transferido para o Presídio de Osvaldo Cruz até o dia da sua audiência. Gabriel não disse nada, apenas abaixou a cabeça e pediu que o policial o levasse para sua cela. Cabisbaixo ele se sentou na beira da cama desconfortável e deu um forte suspiro, até que uma voz vindo de seu lado o assustou pois a instantes atrás ele estava sozinho, virou-se para a direita e viu a Oráculo que olhando para ele perguntou: - Como está se sentindo como criminoso? - Foi você não foi? - Eu o quê? - Foi você que matou Diego para poder me incriminar. - Você é louco? Eu sou uma divindade, nunca poderia fazer isso. - Se não foi você Oráculo, porque não me ajuda? - Por que não posso interferir no destino da pessoas, posso alertá-las a tentar fazer diferente, mas não mudar e você sabe muito bem disso Gabriel, mas a Larissa pode ajudar você, o problema é que se alguém descobrir que ela já sabe 68
quem é o assassino provavelmente ela não esteja viva até o dia da audiência. - Me diga o resultado da audiência? Vou ser inocentado? - Tudo dependerá de Larissa e de uma surpresa. Instantes depois a Oráculo desapareceu, como era acostumada a fazer.
69
CAPÍTULO SETE Larissa assume o crime
A
Oráculo desapareceu em questão de segundos, em seguida Gabriel ouviu uma voz vindo de fora da janela de sua cela, uma voz feminina que chamava por seu nome, ele então perguntou quem era e a voz respondeu: - Sou eu, Marcela. - Marcela meu amor, o que está fazendo aqui? É perigoso ficar ai. - Eu precisava ver você, preciso saber a verdade, quem foi que matou Diego? Foi você mesmo? - Não, não fui eu, mas também não sei o nome do assassino, espero que no dia da minha audiência a verdade seja revelada. 70
De repente passos começam a ser ouvidos no corredor da cela, sem saber o que fazer Marcela perguntou: - O que faremos? - Vá embora! Apareceu então o inspetor Carter dizendo: - Gabriel, eu avisei meu amigo, você conseguiu, pegamos o verdadeiro assassino. - O quê? Quem é o assassino? Carter então pede que os policiais tragam Larissa Matsuda que estava algemada. - Larissa Matsuda! - Impossível! - Impossível ou não, o delegado disse que você está livre. - Mas antes de sair posso falar com Larissa? - Tudo bem Gabriel, mas seja breve, o delegado não deve saber. Larissa e Gabriel foram deixados a sós por um instante enquanto conversavam. - Por que fez isso? - Para te salvar, eu revelarei o nome do assassino, mas não comente com ninguém e ao se aproximar dele aja como se nada tivesse acontecido e você não soubesse quem ele é. - Mas por que você vai me dizer agora o nome do assassino? 71
- Porque eu não sei se continuarei viva até o dia do julgamento. - Quem é o assassino Larissa? Larissa olhou cautelosamente para os lados e viu que não havia ninguém por perto, então se aproximou da orelha esquerda de Gabriel e sussurrou em seu ouvido o nome do assassino. Gabriel arregalou os olhos pois não imaginava que era aquela pessoa a assassina de Diego, o inspetor Carter então voltou para onde eles estavam e pediu que Gabriel o acompanhasse enquanto Larissa ocuparia o seu lugar. Após pegar suas roupas, Gabriel foi até a sala do delegado onde seus pais estavam ali junto com Amanda que o abraçaram ao vê-lo, já o delegado com um sorriso no rosto disse: - Sabia que iria conseguir sair logo. Amanda próxima do irmão disse: - Ah maninho pensei que você fosse mesmo o assassino, mas me enganei, peço desculpa por duvidar de você. - É e graças a Larissa estou livre. - Então acabou a guerra? – perguntou meu pai. - Não pai, Diego mesmo depois de morto continua infernizando nossas vidas. 72
Quando deixaram a delegacia, Marcela esperava por Gabriel na frente do prédio e quando o viu saindo correu na sua direção e o abraçou fortemente e em seguida o beijou. A senhora Julia encheu os olhos de brilho e perguntou: - Voltaram? - Sim mãe! - respondeu Gabriel com um largo sorriso no rosto - Dessa vez é pra valer. Aproveitando que as coisas estavam um pouco mais calma - embora ainda estivesse turbulenta - Marcela e Gabriel passaram o resto do dia juntos aproveitando o tempo perdido com todos os últimos acontecimentos e começaram a recordar os tempos de adolescência. Começava a anoitecer, Gabriel achou melhor levar Marcela para casa, no caminho seu celular tocou. Imediatamente ele encostou o carro e atendeu. - Gabriel, é o delegado! Boas notícias. - Qual? - Consegui antecipar a audiência que vai julgar o caso de Diego para depois de amanhã e você deve comparecer para relatar a sua versão dos fatos. - Que notícia ótima! Mas por que mudaram de repente o dia da audiência? 73
- Porque tentaram envenenar Larissa hoje na delegacia, inclusive achamos melhor nem levá-la para Osvaldo Cruz até que uma decisão seja tomada. - Como tentaram matá-la? - Colocaram veneno em sua água. - Meu Deus, e como ela está? - Ela passa bem, mas se tivesse bebido mais daquela água teria morrido. - Foi alguém daí de dentro senhor, não existe outra possibilidade! Não vejo a hora de chegar o dia da audiência e conseguir provar a inocência dela. - É Gabriel, eu sei que não foram nem você e nem ela os assassinos, mas espero que a verdade seja revelada depois de amanhã e peço que fique atento quando sair de casa está correndo o risco de vida, lembre-se que o assassino continua solto. - Tudo bem delegado, pode deixar, o que importa é que eu já sei quem matou Diego e por nossa segurança revelaremos apenas no dia da audiência. - E mais alguém sabe dessa história? - Não, apenas nós três. - Está bem então, guarde bem essa informação e revele apenas no dia da audiência. 74
- Tudo bem, pode deixar. Marcela estava curiosa em saber de tudo, porém Gabriel a fez entender que era perigoso saber dessa informação e ela concordou em descobrir a verdade somente no dia da audiência. Após deixar sua namorada em sua casa, Gabriel fazia seu trajeto de volta, de repente ele percebeu que um carro o seguia desde um tempo atrás, e para ter certeza que estava sendo seguido começou a reduzir a velocidade para que o carro de trás passasse, porém o carro também reduziu a velocidade. Vendo que havia algo errado Gabriel parou o carro no meio da rua e desceu dele, olhou para o veículo logo atrás e viu um homem (ou até mesmo uma mulher) com uma toca que tapava todo o rosto, deixando apenas os olhos para fora. - Quem é você? O indivíduo nada dizia, até que em questão de segundos ele se inclinou para fora do carro e começou a disparar na direção de Gabriel que rapidamente se protegeu com um campo de energia, quando ele cessou fogo começou a reabastecer sua arma e foi a hora que Gabriel aproveitou a oportunidade e lançou um campo de energia na direção dele, fazendo com que o 75
carro capotasse várias vezes. Vendo que o indivíduo não iria conseguir reagir, ele entrou em seu carro e seguiu seu caminho. Gabriel chegou em casa e sem comentar o incidente acontecido minutos atrás, foi direto para seu quarto e ao deitar em sua cama olhou para um baú que ficava próximo de sua cama e o abriu, lá havia vários objetos de seu passado, incluindo um álbum de fotos da época que ele estava no ensino fundamental. Gabriel começou a folheá-lo e viu nas fotos momentos maravilhosos que ele passou com seus amigos, cada foto o tirava um sorriso e algumas lágrimas, principalmente as que tinham Diego. Gabriel pegou uma foto e a destacou do álbum segurando apenas ela nas mãos, era uma foto em que Diego e ele foram a uma pescaria e ambos pescaram cada um, um peixe grande. Ele colocou a foto na porta do guarda roupa e em seguida voltou a olhar o álbum chegando na parte de fotos do primeiro acampamento que eles fizeram com a escola, nas fotos estavam ele, Franciele, Larissa, Diego e Amanda, naquele tempo não conhecia Marcela e não imaginava que Franciele iria para Londres. Ele embora amasse Marcela de corpo e alma, sentia saudades de conversar com Francie76
le, mas também lembra dos estragos que Anderson Moreira causou em sua vida no passado por ela, Franciele foi embora e Anderson morreu em um incêndio que teve no presídio de Presidente Venceslau. Naquela época Anderson lembrava muito Diego, a diferença é que a história de Anderson era muito sofrida e ele perdeu sua mãe cedo. Foi justamente no período que Gabriel conheceu Marcela, onde nunca imaginaria namorar com ela, pois a considerava a garota mais linda de todo o colégio.
77
CAPÍTULO OITO Oráculo Mortal
N
o dia seguinte Gabriel acordou cedo - pois também havia dormido cedo e ao tomar café da manhã foi para a sala assistir televisão. Amanda também estava acordada e já estava na sala vendo o jornal da manhã quando o telefone começou a tocar, ele nem se moveu, simplesmente olhou para o irmão e disse: - Gabriel, atende lá estou com preguiça. - Tudo bem. Gabriel se levantou e caminhou na direção da mesinha em que o telefone sem fio estava sobreposto e o atendeu: - Quem está falando? - perguntou ele. - Gabriel? Sou eu, Franciele, quanto tempo! 78
- Franciele, quanto tempo, estava lembrando de você ontem vendo umas fotos do tempo de colegial. - É verdade não é Gabriel, realmente foi um tempo muito bom, mas e como estão as coisas por aí? - Nada bem. - E os nossos amigos? - Ah, vou te dizer já você vai saber mais cedo ou mais tarde, o Diego está morto. O telefone do outro lado se silenciou por um momento, e Gabriel pode ouvir Franciele chorando discretamente. - O que aconteceu com ele? - Ele foi assassinado. - Por quem? - Esse é o mistério, ninguém sabe. - Meus Deus e a Larissa como está se sentindo? - Ela está presa, foi acusada pelo assassinato dele. - Meu Deus, que ela possa sair logo de lá. Meus sentimentos a todos. - Muito obrigado Fran, mas vamos mudar de assuntos tristes. - Concordo!E você, está namorando a Marcela ainda? 79
- Sim e você, namorando? - Bem, estou trabalhando em um grupo de medicina, quase não tenho tempo pra sair. - Que bom e quando vem nos visitar? - Olha, do jeito que as coisas estão aqui não apareço por aí tão cedo. - E o Anderson, realmente morreu naquele incêndio na cadeia? - Bom ele foi dado como morto por todos, mas seu corpo nunca foi encontrado, provavelmente o fogo deve ter derretido até seus ossos. Mas me diga Fran, em que devo a honra de sua ligação? - Queria ouvir sua voz que não ouvia a tanto tempo e falar com a Amanda, ela está? - Está sim. Gabriel chamou por Amanda que foi atender o telefone, enquanto as duas conversavam ele saiu para dar uma volta de carro e passar no mercado para comprar algumas coisas que a senhora Julia tinha ficado de comprar no período da tarde. Passando em frente a igreja, fez o sinal da cruz e ao olhar na escada que dava acesso a porta principal, viu uma mulher que lhe parecia familiar sentada de costas, parecia não estar nada bem, e mesmo não sabendo quem era foi 80
até a escada da igreja perguntar se ela não precisava de alguma ajuda, colocou a mão sobre o ombro direito da mulher e perguntou: - Senhora você está bem? A mulher então virou sua cabeça na direção de Gabriel e ao reconhecê-la Gabriel se espantou, pois se tratava da Oráculo, porém não estava vestida como a divindade era acostumada aparecer, usava vestes simples, cabelos soltos e bagunçados, pequenos arranhões e ferimentos espalhados pelo corpo. - Oráculo, o que fizeram com você? - Foi o Senhor X, ele roubou o cetro dourado de minhas mãos e poderá usar meus poderes na hora que quiser. - Mas você não é uma divindade? - Não é porque sou uma divindade que tenho poderes, eu sou apenas imortal, mas meus poderes vem do cetro. - O pior de tudo é que não sabemos quem é o Senhor X e se não acabarmos logo com ele, Kindland virará um caos, o que faremos Oráculo? - Eu não sei, parece que após a morte de Diego as coisas só pioraram. - Tem razão, mas venha comigo, fique em minha casa até você recuperar os seus poderes. 81
- Temos que ser rápidos, sem meus poderes eu vou envelhecer mais rápido até morrer, para ser imortal eu preciso do cetro e tem mais uma coisa que eu não te contei. - O que foi? - Sem meus poderes, os seus poderes vão começar a falhar até chegar um momento que não existirão mais. - Por quê? - Porque os poderes também vem do cetro e só funcionavam pois quando você os recebeu eu estava sob o poder do cetro, agora não estou mais. - Maldição, eu preciso dos meus poderes até o dia da audiência, não sei o que pode acontecer lá. - Quanta coisa acontecendo em poucos dias, a justiça de Kindland sofrendo pressão pelo incidente com a besta que quase destruiu a cidade, Diego faz de todos um inferno mesmo depois de morto e agora esse Senhor X vem e rouba meu cetro. Não sei não, acho que o planeta tem pouco tempo de vida, mas você pode impedir isso Gabriel. - E por que eu? - Por causa de sua coragem, conseguiu provar que o Anderson era um assassino, im82
pediu os planos de Crouth, lutou com a besta e impediu que a humanidade fosse escravizada. - Tem razão Oráculo, eu sei que posso acabar com tudo isso, vou recuperar o cetro dourado e acabar com os planos desse Senhor X. - Ótimo esse é o garoto que eu escolhi, agora vamos embora daqui, não é seguro nos expor dessa forma. Mesmo com a Oráculo naquela situação, Gabriel optou em ir ao supermercado, pois já estava bem próximo. Chegando no Walmart de Kindland, pediu que a Oráculo esperasse por ele no carro, ela concordou. O supermercado não espava tão cheio, o que iria agilizar Gabriel nas compras. Pegando o carrinho Gabriel começou a caminhar pelo corredor e a comprar as coisas que sua mãe havia colocado na lista. Ele estava no setor de frutas, quando um blackout tomou conta de todo o supermercado, Gabriel soltou o carrinho e coleçou a olhar para os lados, os demais clientes também haviam sido pegos de surpresa. De repente Gabriel pôde sentir uma leve respiração vindo de suas costas e sem dar oportunidade jogou contra suas costas um campo de energia e arremessou uma pessoa que estava 83
próximo a ele. Por estar de dia, o supermercado não estava tão escuro e Gabriel caminhou na direção do homem, coberto por um capuz. - Senhor X! O homem se levantou e mostrou seu rosto coberto pela máscara de ferro e com as pupilas olhando para Gabriel ele disse: - Que reflexo. - O que quer de mim? - Vingança! Nessa hora Gabriel não perdeu tempo e novamente lançou um campo de energia contra o Senhor X, dessa vez mais forte e o jogou no teto do supermercado arrebentando a laje. Na expectativa que X atacasse novamente, Gabriel ficou preparado, porém ele não voltou, provavelmente fugiu. Em seguida a energia voltou. Gabriel deixou o carrinho com as compras e optou por voltar para casa. Entrando no carro a Oráculo, ainda fraca perguntou: - Poderia ter desmascarado ele ao invés de agredí-lo. - Apenas me defendi, não sabia o que ele estava planejando. A Oráculo optou por não dizer mais nada, Gabriel então ligou o carro e seguiu direção a sua casa. 84
CAPÍTULO NOVE A Audiência
G
abriel estacionou o carro dentro da garagem e ajudou a Oráculo a deixar o veículo, em seguida a conduziu para a porta dos fundos onde achou melhor entrar pela cozinha e evitar que alguém visse que a divindade ali estava se refugiando. O senhor Charlie e a senhora Julia aceitaram que ela ficasse ali até que as coisas se acertassem e Gabriel a levou para o quarto vago que havia na casa – pertencia a irmã mais velha de Gabriel e Amanda, Graziela. A Oráculo ficou em repouso enquanto Gabriel desceu para jantar, porém não ficou muito tempo ali por baixo e subiu logo para seus apo85
sentos, pois acordaria cedo no outro dia para a audiência de Larissa. A divindade pediu que ele não se preocupasse com ela, pois ali estaria em segurança. No meio da noite, Gabriel sentiu as mãos de Marcela tocando em seu rosto e sorrindo para ele, ele abriu os olhos e retribuiu o sorriso com outro, levantou suavemente as mãos e as levou na direção do rosto dela, porém quando tocou nela, seu rosto começou a desfigurar e a se transformar na máscara de ferro do Senhor X até que ele se materializou no corpo de Marcela, em seguida tira as mãos do rosto de Gabriel e o sufoca pelo pescoço. - Não vai sair vivo dessa! – disse o Senhor X sacando uma arma e apontando na cabeça de Gabriel, em seguida dispara. Rapidamente Gabriel dá um berro e levanta assustado da cama, provavelmente aquele foi o pior dos pesadelos que teve em toda sua vida. O nervosismo era tão grande que quando olhou para seu redor estava flutuando junto com os móveis e objetos do quarto. Procurando se acalmar ele foi voltando ao seu estado normal e as coisas foram ficando em seu devido lugar, a cama firmou-se no chão do quarto, o abajur vol86
tou ao criado mudo, e os demais objetos ficaram em seu devido lugar. Vendo que tudo estava bem, Gabriel deitou-se novamente e voltou a dormir.
As oito da manhã, o despertador começou a tocar, Gabriel levantou-se rapidamente pois a sessão seria as dez da manhã. Ao descer para a cozinha viu todos acordados, inclusive a Oráculo que tomava café da manhã junto aos Freitas. - Comida de humanos Oráculo? - Se estou mortal, devo agir como uma mortal – respondeu ela sorrindo. Gabriel tomou seu assento e comeu rapidamente, em seguida despediu-se de todos e disse que iria mais cedo pois passaria na casa de Marcela, porém pediu que a Oráculo ficasse em casa, pois ela indo até o fórum, iria se expor. Marcela e Gabriel chegaram ao fórum um pouco mais cedo que os demais expectadores, porém logo viram a agitação que estava nas quadras ao redor do Palácio da Justiça: Helicópteros sobrevoando a área, dezenas de viaturas espalhadas, centenas de policiais e alguns agentes das forças especiais de Escathos disfarçados de pedestres, porém os demais policiais esta87
vam cientes da operação de segurança elaborada por Valdir Santana. Gabriel deixou o veículo ao lado da viatura do delegado que acabava de chegar. - Chegou o dia Gabriel – disse ele fechando a porta da viatura. - Pela primeira vez estou com um bom pressentimento, onde tudo vai acabar bem. Marcela se sentou junto com os demais enquanto Gabriel se sentou junto com o delegado Santana, pois também teria que depor. O restante do público começou a chegar incluindo Amanda, Charlie e Julia. Os pais de Diego já estavam no fórum muito antes de Gabriel e Valdir Santana. Após a sala de julgamento estar completamente lotada, os júris se apresentaram e tomaram seus assentos, seguidos do juiz Bill que não se sentou, apenas disse: - Que entre a réu Larissa Matsuda. A porta principal se abriu e por ela entraram o investigador Cárter segurando Larissa, seguido pelos advogados dela. O investigador a colocou em seu assento e foi se acomodar ao lado de Gabriel e Valdir Santana. Ele os cumprimentou e disse: 88
- A Larissa não vai assumir a culpa. - Porque não foi ela! Se ela não revelar o nome do verdadeiro assassino, eu revelo. O delegado Santana pediu que Gabriel se acalmasse e Cárter voltou suas atenções para o juiz que se pronunciou pela primeira vez ao público: - Primeiramente, bom dia a todos os presentes, começamos agora a milésima septuagésima quinta sessão judicial onde iremos apurar os fatos e julgar a réu Larissa Matsuda acusada do homicídio de Diego Henrique Silvino, meu nome é Willian Billy Oberdan e irei presidir essa sessão. Larissa levante-se e venha até minha frente. Larissa se levantou, e com as mãos ainda algemadas, caminhou na direção do juiz e quando estavam frente a frente ele olhou nos olhos dela e prosseguiu: - Muito bem Larissa, agora por favor diga para todos aqui presentes o que aconteceu no dia em que o Diego foi morto. - Pois bem meritíssimo, tudo começou quando fui seqüestrada pelo Diego na delegacia e ele me obrigou a entrar dentro do carro. Ele estava assustado com alguma coisa e aquilo o fez ficar desesperado, sem saber o que fazer, re89
almente ele estava fora de si. Sem escolha entrei no veículo e ele estava me levando para um lugar que eu não fazia ideia qual seria, porém permaneci em silêncio, quando vi que ele estava concentrado no volante joguei meu corpo na direção dele e tentei recuperar o volante mas o carro perdeu o controle e saiu fora da pista, instantes depois uma viatura da policia civil parou alguns metros de onde o carro de Diego havia parado. Estava zonza, pois bati a cabeça fortemente no painel, mas consegui ver tudo o que aconteceu perfeitamente. - O que você viu Larissa? – perguntou o juiz. - Vi o Diego tentando lutar com a pessoa que saiu da viatura, mas por também ter se machucado com o impacto pouco conseguiu fazer e aproveitando a desvantagem de Diego o assassino o prensou contra o banco do carro e cortou seu pescoço com uma adaga, Diego começou a agonizar dentro do veículo e sangrou até morrer. - E o que explica o fato de você estar inconsciente na cena do crime quando as autoridades chegaram no local? - Havia uma pessoa que acompanhava o assassino, um homem que usava uma máscara 90
de ferro e cobria o resto de seu corpo com uma capa negra, quando menos esperava, ele me deu uma forte pancada na cabeça, provavelmente com uma pedra, não consegui identificar o que era e isso é tudo que me lembro. - Então aquele que a senhora acusa ser o verdadeiro assassino saiu de uma viatura? - Sim meritíssimo. - Então porque assumiu o crime há alguns dias sendo que não é a assassina de Diego Henrique Silvino? - Porque o Gabriel também estava sendo acusado injustamente e como ele fora das grades é mais fácil de ajudar a todos nas investigações, optei por assumir a culpa e dar a ele a chance de capturar o assassino. - Então Larissa, me responda uma pergunta! Se não foi você, nem o senhor Gabriel Freitas, então quem é o assassino de Diego Henrique Silvino? - Meritíssimo, senhoras e senhores, revelarei nesse instante a identidade do verdadeiro assassino de Diego e quero que a segurança fique atenta, pois ele está nesta sala nesse momento – respondeu Larissa olhando para o público que olhavam um para o outro ansiosos para saberem quem era o assassino – Quer que 91
eu diga seu nome ou prefere que eu diga alto para que todos o identifiquem? O silĂŞncio permaneceu tomou conta da sala. - John Carter, levante-se, o cĂrculo se fechou para vocĂŞ! Nessa hora todos olharam para o investigador Carter que olhava assustado para Larissa e os demais olhavam para ele assustados, pois nunca imaginariam que ele seria o assassino de Diego Silvino.
92
93