Revista F | Ano 1 - 2015 | n.1

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Apresentação Comunica quem tem atitude A comunicação está em todo o lugar. Nos trejeitos gestuais, nas intenções, no falar, no desenhar, no fazer. Imagens podem traduzir muito do que se quer comunicar, muito do que se quer mostrar e muito do que se é capaz de ler do mundo. Por elas se expressam emoções, se aponta um foco, se traduz vida, costume, emoção e história. Por essa comunicação, também se registram momentos e ideias. Assim também acontece com o texto. Bem feito, o texto encanta, embala, leva e provoca imagens e sensações que não podem ser reproduzidas por outros meios que não sejam a mente humana. O texto convence. Faz a ideia se estabelecer no real. Se está escrito, é verdade e pronto. Mas tem algo que comunica muito mais do que texto e imagem. A atitude. E essa publicação é prova disso. Quem quer que as coisas virem realidade, dá um jeito e faz. Não reclama, não perde tempo imaginando como tudo seria se isso ou aquilo acontecesse. Vai lá, arruma um jeito e faz. Os alunos envolvidos na publicação dessa revista sob a liderança da profa. Sionelly são assim. Estão aprendendo, querem saber mais, ser mais e fazer mais. E são essas atitudes que comunicam que há solução para todos os problemas. É desse tipo de comunicador que o mundo está precisando. De atitude. Abraço e sempre em frente! Nivea Bona e Paulo Negri Coordenação dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda Uninter

Expediente REVISTA F

Ora cheio, Ora vazio Karolina Fagundes, Marcela Paola, Márcio |Alex Ribas, Heloísa Ribas, Jéssica Bráz, Chiarelli Jr., Pamela Montavani, Vinícius Karina Becker, Nayara Lira, Tayná Mayara, Felice. Thaísa Oliveira, Vitória Renèe. Vodkasa Centro Universitário Uninter Dcold |Bruna Grunte, Bruno Henrique, Cássia Dr. Benhur Gaio || Reitor | Carla Lino, Cristiane Bilibiu, Leandro Rocha, Everton da Silveira, Juliano Nivea Bona e Paulo Negri Filho || Coordenadores do Ribeiro, Maria Eduarda Polessi, Yasmin Nascimento, Nayara Freitas, Pricieli curso de Comunicação Social Fagundes. Schneider, Rodrigo Ribeiro, Suelen Francisco. Sionelly Leite || Professora e Coordenadora Editorial Copa do mundo, uma incógnita de sucesso Tranquilidade em meio ao caos Projeto gráfico e edição de arte || | Davi Oliveira, Gilberto Bettinelli, Pablo |Luiz Mazza, Vinícius Bazan, Vinícius Grafita | Juliano Bodon, Camila Gomes, Natyelle Bandeira. Cardoso. Koga e Alisson Eric Souza Criador e Criatura O indivíduo no transporte de massa Revisão || Sionelly Leite e Juliano Bodon | Gilberto Bettinelli |Diego Gangas e Reikrauss Benemond Impressão || Grafita Perfil Biblioteca Abra uma porta Capa || Douglas Vinícius | Camila Borges, Felipe Ponce e Guilherme |Jéssica Barbosa, Jussara Andrade e Laura Equipe || Fiuza. Weiss. A viúva Meu amigo animal Contemporânea |Bruno Aleixo, Diego Machado, Diogo Andreatta, | Eni Alves, Willian Bittar, Janaína Andrade. |Aline Krelling, Camila Henrique, Douglas Thais Kieski, Thiago Becker, Vinícius Rieping. || Vinícius, Leandro Franco, Leandro Stocco, Agradecimento: Brechó Bella Femena Esta é uma publicação do Centro Maria Emília, Renan Machado. Chapeuzinho Vermelho Universitário Uninter Essência Smopyt |Carlos Houck, Fransciolly Machado, Gisele Nery, ano 1 | número 1 | outubro de 2014 |Ana Martins, Caroline Andrade, Cássio Larissa Eshima, Leonardo Lima, Lilyan Fernanda, Tiragem | 50 exemplares Felipe, Douglas Dias, Giovani Atílio, Jorge Raphael Faustino, Rodrigo Farias, Thaynara Gomes, Distribuição dirigida Seidel, Laysla das Chagas, Maicon Lhoste, Vitor Cecy. Os textos assinados são de responsabilidade Sabrina Schumann, Taiana Trentin, Tiago Simplesmente felicidade dos autores. Proibida a reprodução parcial Silva. |Camila Cezario, Carlos Eduardo Martinez, ou total dos textos, fotos, ilustrações por Releitura Claudiane Santos, Jéssica Batista, João Robson, qualquer meio, sem autorização prévia. | Erison Claudino, Francielly Faria, Gisele Kainã Gonçalves, Lucas Rodrigues, Mayara Mabilia. Todos os direitos reservados. Yamazaki, Janio Bernardino, Leila da Luz, Agradecimento: Casa de Meninos – Exército da Sugestões e críticas devem ser encaminhadas Luiz Henrique, Sheila Miranda, Valeria Salvação. para revistaf@uninter.com Mombach. Agradecimentos: Dorotéia Werner Viagem no tempo Revista F na web | www.facebook.com/ tecelagem artesanal; e Lores Carneiro. |Camila Canabarro, Débora Thomaz, Denise revistaf Beckmann, Flávio Furlan, Guilherme Kaleo,


REVISTA F

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F de foco, F de fração, F de física, F de flash, F de fragmento, F de fábula, F de f-stop, F de forma, F de ficção, F de fixação, F de fotometria, F de fantasia. F de Fotografia.

Editorial Dez da noite, tubo cheio, ruas quase vazias. Pessoas encolhidas pelo frio reparando nas horas. O tempo passando devagar, enquanto os corações tinham pressa. À nossa frente, um imenso colorido clamando por atenção. Um grafite com uma espécie de Abaporu – na inspiração de Tarsila – rodeado de verdes e amarelas araucárias. Mais ao lado, um menino de cabelos louros encaracolados, com um enorme pássaro azul no ombro e mochila nas costas, alimentava um par de peixes, reboliços com a refeição. Entre as cores, uma frase arrancou suspiros: novos sonhos. E eis que me pus a sonhar. Afinal, o que seria do mundo sem essa complexidade do pensamento? Arrazoei que novos sonhos nos transformam em novas pessoas, mas só o sonhar não basta. É preciso ter impulso e ação. Reflexo, atitude, determinação. Como na música de Secos e Molhados, “é preciso força para ter coragem”. A Revista F nasce de um romântico sonho: fazer recortes fotográficos do mundo e, deles, fazer sentir. Página à página. Folha à folha. Risco a risco. Foto à foto. E a revista se constrói com ingredientes e medidas: pautas, ideias, planejamento, produção, execução. Das fotografias, o sonho. E do sonho, a realização. Quando no silêncio se ouve o barulho, as portas se abrem para dar espaço às letras, às imagens, às imaginações. Nesta primeira edição, com cheirinho de ar novo, trazemos leitura e releitura de clássicos do fotojornalismo; o vermelho colorindo a capa da Chapeuzinho Vermelho; uma viagem no tempo e na moda; as portas que inspiraram Vinícius de Moraes a poetizar; artigos sobre o mundo das lentes de Annie Leibovitz e o sul-africano Clube do Bang Bang com retratos do apartheid; a crítica sobre o tocante curta-metragem O que lembro, tenho. E muito mais. F é sonho, é poema, é construção, é amor. Sabe por quê? Entre em nosso sonho e se descubra.


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REVISTA F 25

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Propaganda Smopty

Criatura e criador

Simplesmente, Felicidade

Abra uma porta

Viajantes do tempo

Propaganda Vodkasa

Uma incógnita de Sucesso

Propaganda D’Cold

O indivíduo em um transporte de massa

Ora cheio, ora vazio

Leitura e Releitura


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Chapeuzinho Vermelho

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Propaganda Contemporânea

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Entre disparos e clicks: o clube do bang-bang

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Tranquilidade... em meio ao caos

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Mundo Subterrâneo

Meu amigo animal

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A Viúva

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Saiba Viver

Propaganda Tatuarte

Annie Leibovitz: As Lentes do Sucesso

SUMÁRIO

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Leitura e Releitura U

ma boa releitura depende da compreensão completa de uma obra. Mais que uma “simples” reprodução ou cópia, é reinterpretação, reconstrução, um jogo criativo de olhares e linguagens, em que podem variar as técnicas, os formatos, os meios, ao mesmo tempo em que é mantida a ligação com o tema, elo que precisa ser inconfundível. Inúmeros artistas homenagearam grandes nomes em uma releitura. Uma das obras mais reinterpretadas da história é o afresco Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, que ganhou centenas de versões como a do colombiano Fernando Botero, com a “Mona Lisa Obesa” (1977), a “Mona Cat” (2004) de Romero Britto. Tanto nas artes plásticas, quanto na música, no teatro, na dança, e também, como não poderia deixar de ser, na fotografia, personagenslugares-acontecimentos que entraram para a história, tornadas símbolos de ideologias, são trabalhados em uma nova perspectiva, atual e “repaginada”. Ver uma fotografia antiga, até mesmo um clássico do fotojornalismo, em uma releitura pode ser extremamente nostálgico, mas também novo. É o que este ensaio traz para você.





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“Ora Cheio U

ma foto congela pessoas/objetos/ações em seus determinados espaços, recortes postos a nos fazer ver e sentir aquele instante. Para Peter Urmenyi, “A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são.” Assim, ao congelar uma imagem estaríamos mirando e eternizando o presente, imobilizando o agora para sermos voyer do instante congelado.Aqui, você verá Curitiba com um olhar diferente. Com o propósito de mostrar a diferença visual e poética existente no mesmo

lugar, que ora fica cheio ora vazio, este ensaio preparou fotos em ruas, terminais, praças e parques de Curitiba. Ao perceber e fotografar alguns desses instantes, a ideia é mostrar a diferença, no mesmo espaço, em diferentes momentos na simples mudança do “instante”. Redescubra mais alguns lugares em um passeio a pé pela cidade. Porque ela muda constantemente pelo tempo. E pelo olhar, como numa busca pela luz na escuridão, colorir no cinza, pôr um sorriso na tristeza da vista. Não há conhecimento que não se clareie com olhos de poesia.

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O indivíduo em um C

omo ser único e buscar individualidade em meio a tantas outras? Como é possível ser massa, se a massa é formada de vários indivíduos. Buscar respeito em situações que se repetem a cada dia e minam a indignação e a revolta. Tudo isso pode ser encontrado em várias viagens no transporte público. Uma experiência reveladora para quem não está habituado com o sistema, e até conformista para quem o utiliza diariamente. Encontrar personagens nessa história diária de locomoção não é difícil. Afinal, são eles que formam o contingente que busca respeito e individualidade em um transporte que inevitavelmente os trata como massa. Em cada banco, em cada espaço, se repetem homens e mulheres, cada um com uma direção, um destino a chegar, uma história a cumprir. E nesse vai e vem de destinos e chegadas, passam histórias de trabalho, superação, alegrias e tristezas. E a cada ônibus que passa diante de nossos olhos, lá se vão os personagens e seus objetivos. Embarcam e desembarcam centenas, milhares de histórias que não caberiam em incontáveis linhas, em distintos livros. Um mundo à parte, o mundo das individualidades. Talvez aí comece o desafio de se dar o devido respeito a todos estes personagens/cidadãos que não são distintos de nenhum outro, afinal, no mundo das individualidades todos merecem respeito. Engana-se quem pensa que em meio as dificuldades encontradas no transporte público, estão pessoas desanimadas. Sorrisos, conversas, simpatia e cordialidade estão em diversos momentos, partem de anônimos para anônimos, sem cobrar nada em troca. A próxima parada deveria sempre ser a preocupação em como tratamos nossos cidadãos nos distintos serviços públicos e quais caminhos que realmente importa seguir e construir. Neste trajeto de valorização do cidadão nunca haverá estação final, já que investimento e execução são fundamentais para uma sociedade melhor.

transporte

de massa





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Uma ingógnita de F

Sucesso

alamos aqui de uma cidade que correu o risco de ser cortada do mapa da Copa. O próprio evento gerou dúvidas ao longo dos últimos anos, sobre ser ou não realizado. Muita polêmica girou em torno da Copa do Mundo 2014, sediada no Brasil. Mas depois de tanto se falar, especular e muita coisa acontecer, o evento chegou ao país do futebol e trouxe, como de costume, o mundo inteiro para acompanhar de perto um dos maiores espetáculos da Terra. Curitiba foi uma das 12 cidades-sede do Mundial da FIFA 2014. Passaram pela cidade argelinos, russos, nigerianos, espanhóis, australianos e tantos outros que abrilhantaram, ainda mais, as ruas da capital paranaense. Chegou a se pensar que não teria tanta graça assim, pois foram apenas quatro jogos e que, talvez, nem os estrangeiros se empolgariam. Ledo engano! Praticamente todos os ingressos para os jogos na Arena da Baixada (como é chamado o estádio do Atlético Paranaense) foram vendidos, e mais que isso Curitiba ganhou destaque na imprensa internacional como uma cidade modelo. Um dos confrontos realizados na capital foi o decisivo Argélia e Rússia, uma partida emocionante, que atraiu ainda mais os olhares. Com quase 40 mil pessoas por jogo e a Fan Fest da FIFA recebendo cerca de 2 mil pessoas por dia, difícil foi não se encantar ou se envolver com as cores e diferentes bandeiras. Falando inglês, espanhol, francês, ou até mesmo o bom e velho português, conhecer outras culturas e também mostrar o que os “piás” e “gurias” têm de melhor foi o passatempo principal dos curitibanos que tiveram um tempinho para aproveitar os 15 dias em que a Copa ficou por aqui. Algo que vai marcar a história do futebol, do Brasil e, também, dos curitibanos.


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Saiba Viver


O

curta-metragem “O que Lembro, Tenho”, do diretor Rafhael Barbosa, foi produzido em Alagoas e lançado em 2012. Baseado em fatos reais, a narrativa se passa no sertão alagoano e conta a história de pessoas modestas, cercadas de muito amor. A primeira cena nos leva a uma humilde casa, que tem uma enorme árvore na frente, e Maria, uma senhora de idade, dando comida às galinhas. Esse é um hábito que Maria não perde nem mesmo depois de ir morar em um pequeno apartamento com sua filha, Joana, por motivos de uma doença ainda incurável, o mal de Alzheimer, que provoca a perda da memória recente, que faz com que o portador volte a viver o passado no presente. Por isso, Maria costuma sempre arrumar as malas, colocando seus poucos vestidos e lençóis, para voltar a sua antiga casa no interior alagoano, onde viveu por tantos anos. Joana faz o papel da filha dedicada que retribui todo o amor que sua mãe Maria lhe deu, e a dedicação de quando era mais jovem. Percebese que as duas invertem o papel de mãe e filha, na hora necessária. Por todo carinho, dedicação em cena, a interação entre as atrizes é tão grande que parecem realmente ser mãe e filha. Cenas que nos transportam a sensações indescritíveis. Com a produção de Conrado Conrado, Nina Magalhães e Rafhael Barbosa; fotografia de Michel Rios; direção de arte de Nataska Conrado e som de Pedro Octávio Brandão. A trilha sonora é de Nando Magalhães com mixagem de Gil Braga Dantas. O curta metragem tem 19 minutos e contou com a participação da atriz Ivana Iza, interpretando Joana, e uma senhora simples de Alagoas Anita Neves, pela primeira vez como atriz, no personagem de Maria. Mesmo sendo sua primeira atuação, Anita não demonstra insegurança em nenhum momento. O curta participou de alguns festivais como Cinema com Farinha em Patos, na Paraíba; festival Internacional de Curtas Metragens em São Paulo; festival do Júri Popular, exibido em 19 cidades; além de passagem pelo 23º festival Cine Ceará, onde conquistou o prêmio de melhor roteiro; também passou no 13º Goiânia Mostra Curtas. Selecionado para mostra de curtas em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, seu sucesso não termina por aí. Esteve presente também no festival Internacional Cinematográfico de Toluca (FICT), no México em 2013 e BrasilCine – The Brzilian Festival in Scandinavia. “Julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado. O que lembro, tenho. Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.“ Assim como o filme, as palavras de João Guimarães Rosa, trecho de “Pílulas do Grande Sertão”, são carícias nas memórias e nas virtudes. O que lembro, tenho é um filme calmo, cheio de sentimentos e de fácil identificação que arranca algumas lágrimas por onde passa. Quem assiste não perde tempo e ganha mais uma história emocionante para contar.


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Viagem no Tempo P

ensar em viagem do tempo nos lembra Marty McFly (Michael J. Fox) a bordo do Delorean, transformado em máquina do tempo pelo dr. Emmett "Doc" Brown (Christopher Lloyd) em De Volta para o Futuro! (1985). A trilogia dirigida por Robert Zemeckis idolatrada pelos amantes de cinema. O tempo e seu alcance para o futuro ou o passado ainda é um paradigma restrito a roteiros de filme e à arte, ou casos de estudo para cientistas como o inglês Stephen Hawking, que ironiza as possibilidades dessas viagens. "Se elas existissem, os cientistas do futuro já as teriam descoberto e nossa

época estaria cheia de turistas do tempo." A ciência estuda formas de tornar possíveis essas viagens, e entender as leis que regem o fluxo do tempo nas suas relações com a matéria. Mas, afinal, o que é o tempo? As palavras de Santo Agostinho, do ano 400 da era cristã, ilustrariam bem uma tentativa de resposta: "Se ninguém me pergunta, eu sei; se tento explicá-lo, não sei." Enquanto essas viagens só são possíveis pela arte, este ensaio mostra que é possível reunir diferentes épocas e ideias, com criatividade, em fotografias. Confere só!



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Abra uma

Porta N

ão importa em qual momento da vida você se encontre ou por quais situações incertas esteja vivendo. A única certeza que paira sobre a realidade que nos cerca são portas, que se abrem e fecham na medida em que as coisas vão acontecendo. Por onde passamos lá estão elas: silenciosas, discretas, imóveis... Como quem espera alguém para conversar, sempre dispostas a ouvir e se abrir para que a apenas um passo entremos num mundo completamente novo. Em cada porta uma história, parece lei da vida, clichê barato ou qualquer outro termo semelhante, mas a verdade é que se você parar e por alguns segundos deixar de ver, incrivelmente passará a olhar! Há quem diga que a correria do cotidiano é a grande vilã da nossa falta de percepção, mas não é preciso muito para enxergarmos tudo com outros olhos... Olhos de que nada foge, nada teme e tudo se deseja descobrir. Não existe nada mais fantástico do que poder imaginar o que há por trás das portas que fazem parte dos nossos momentos. Felicidade mesmo é poder andar pelas ruas da vida e encontrálas no caminho. Sinta, olhe e se “te der na telha” abra uma porta.


A Porta Vinicius de Moraes Eu sou feita de madeira Madeira, matéria morta Mas não há coisa no mundo Mais viva do que uma porta. Eu abro devagarinho Pra passar o menininho Eu abro bem com cuidado Pra passar o namorado Eu abro bem prazenteira Pra passar a cozinheira Eu abro de supetão Pra passar o capitão. Só não abro pra essa gente Que diz (a mim bem me importa...) Que se uma pessoa é burra É burra como uma porta. Eu sou muito inteligente! Eu fecho a frente da casa Fecho a frente do quartel Fecho tudo nesse mundo Só vivo aberta no céu! f:22


E

a minha alma alegra-se com seu sorriso, um sorriso amplo e humano, como o aplauso de uma multidão.” Para Fernando Pessoa, o sorriso da mulher amada lhe basta para que sinta alegria. E para você, o que é sentir felicidade? Essa pequena-grande sensação pode estar contida nas coisas simples da vida, como um cobertor quentinho, o futebol com os amigos, a colhida no final do dia, um sorriso sincero. Para algumas pessoas ela é uma busca diária, tendo em vista o futuro improvável, como moradores de rua, crianças abandonadas pela família, acometidas por doenças, enfim, pessoas que aparentemente não encontram motivos para serem felizes. Olhamos com relutância para essas e outras situações, em acreditar que alguém possa ser feliz naquele estado. Por isso, este ensaio pretende mostrar que, apesar de todas as dificuldades e improváveis razões para não sorrir, há pessoas que por um momento, ou até uma vida, se esquecem de todos os seus problemas e simplesmente sorriem. E, como Pessoa, sentem o aplauso da multidão.

Simplesmente,

Felicidade


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GILBERTO BETTINELLI

Criatura e Criador A

o pensar em fotografias de viagens, nossa mente fica carregada de imagens em ilhas tropicais, pontos turísticos famosos ou arquitetura de ponta. Claro, esses tipos de lugares são parte do desejo de muitas pessoas. Mas a verdade é que agregamos valores a uma viagem pra longe sem ao menos fazer ideia do que nos cerca nas proximidades da cidade em que moramos. Pouca gente sabe aproveitar as belezas que se tem no quintal de casa. Nunca me considerei um aventureiro. Acampar então, pff, fora de cogitação. E até poderia arrumar as mais belas desculpas para isso: a correria do dia a dia, meu trabalho, filhos, enfim, eu nem tenho filhos. Sinceramente, sempre preferi me abster durante os anos desse contato com a natureza e a criação. Quem sabe por falta de encanto e conhecimento. Quem diria que um dia iria me envolver em 4 horas de caminhada, a convite de uns amigos. Colocaria uma mochila nas costas e seguiria rumo a Serra do Mar, aqui mesmo na

minha cidade natal, Curitiba. A jornada começa logo ao preparar as malas. A estrada até lá é onde a conversa com a galera flui. O “pé” da montanha é onde a coragem e empolgação tomam conta pra encarar a mata fechada e o escuro da noite. Na calada, só umas luzes de lanterna e o brilho das estrelas acompanhadas da lua, que se esconde vez em quando sobre as nuvens. Há vontade de desistir, de voltar, mas o grupo fortalece o ego e a caminhada segue rumo ao topo. A trilha é um trajeto de reflexões, em que a mente deve trabalhar positivamente e o corpo precisa superar a condição física. Ufa! O topo, enfim. O dia amanhece e a recompensa chega ao nascer do sol, que premia os guerreiros com imagens mixadas com a cor dos elementos naturais. Contemplar apenas não basta, o registro em cada click tem que ser perfeito. Enquadrar e focar, apenas ações combinadas à oportunidade de fazer parte de um cenário que foge a compreensão humana. Ali não há data nem hora, apenas Criatura e Criador.


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As Lentes do Sucesso


Annie Leibovitz As lentes do sucesso:

A

nnie Leibovitz nasceu no estado de Connecticut nos Estados Unidos, e aos 65 anos tem deixado seu nome entre os melhores e mais elogiados no mundo da fotografia. Seus trabalhos são variados, podendo ir desde o brilho e requinte das revistas de moda, até a dor e os horrores de conflitos militares. A grande estrela das lentes inaugura um estilo novo de fotografar. Transparecendo genialidade e criatividade, cuida dos mínimos detalhes e constrói imagens que podem ser reconhecidas mesmo sem a sua assinatura. Uma das fotógrafas mais cotadas entre as celebridades, Annie Leibovitz fez capas memoráveis, como a de John Lennon e Yoko para a Rolling Stones, em 1981, memorando um dos abraços mais famosos da história. Não há ninguém do cenário da fotografia que não conheça e reconheça seus inúmeros trabalhos, e é preciso que se aplauda um gênio de criatividade como Annie, pois nos dias de hoje, com a velocidade das informações, e a facilidade em “aparecer” na mídia, consolidar um nome é cada vez mais raro.


Além de brilhar no quesito profissional, também no pessoal Annie é uma batalhadora. Mãe dedicada de três filhos, assumiu uma relação com a escritora Susan Sontag, descrita pela fotógrafa como “companheira de suas viagens”, e assim foi até a morte de Susan em 2008. Por fim, apesar de alguns curiosos exclamarem que a histórica fotógrafa estaria à beira da falência, podemos defini-la em uma palavra, brilhante, pois quebra os paradigmas de sua área com um estilo único, que só os grandes gênios podem nos garantir. Através de suas lentes é possível ver o sucesso de seus trabalhos, como em 1991, quando fotografou a atriz Demi Moore nua e grávida na capa da revista norte americana “Vanity Fair”. As fotos desse ensaio se tornaram um ícone na fotografia e servem de inspiração até hoje. Um dos trabalhos mais famosos de Annie foi feito em 2006, com as fotos da atriz Kirsten Dunst, no papel de Maria Antonieta, nesse ensaio a atriz se caracterizou roupas luxuosas de época, e o cenário não era nada menos que o Palácio de Versalhes. Vale a pena conferir esses e outros trabalhos dessa grande fotógrafa que é Annie Leibovitz.


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A Viúva

A escapada

Charles Bukowski escapar de uma viúva negra é um milagre tão grande quanto a própria arte. que rede ela pode tecer enquanto o arrasta vagarosamente em sua direção ela irá abraçá-lo depois, quando estiver satisfeita, ela o matará ainda no mesmo abraço e lhe sugará todo o sangue. escapei da minha viúva negra porque ela possuía machos demais em sua rede e enquanto ela abraçava um deles e depois o outro e então ainda outro me libertei retornei ao lugar onde estava anteriormente. ela sentirá minha falta - não de meu amor mas do gosto do meu sangue, mas ela é boa, ela encontrará outro sangue; ela é tão boa que quase sinto falta de minha morte, mas não o suficiente; escapei. eu vejo as outras teias.



A Viúva


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Entre disparos e clicks: o clube do bang-bang

B

aseado na história real de quatro fotógrafos que cobriram a guerra civil da África do Sul durante o regime do Apartheid, "Repórteres de Guerra" (The Bang Bang Club) é baseado no livro biográfico "The Bang-Bang Club: Snapshots from a Hidden War". A história se passa no começo da década de 90, e vive o período onde a África do Sul estava desarticulando o regime Apartheid. O filme demonstra a tamanha violência da guerra civil entre as etnias Inkatha e Zulu. De um lado, os Inkathas tinham o apoio do governo segregacionista que governava o país, enquanto os Zulus tinham o apoio de partidários do Congresso Nacional Africano (CNA), partido de Nelson Mandela. Pelo fato de quatro fotógrafos sempre estarem reunidos para tirar fotografias de situações perigosas, entre elas tiroteios e mortes violentas, o grupo ficou conhecido como "o Clube do Bangue-Bangue". A “liga” foi

formada pelos fotógrafos Greg Marinovich (interpretado por Ryan Phillippe), Kevin Carter (por Taylor Kitsch), Ken Oosterbroek (Frank Rautenbach) e o brasileiro João Silva (Neels Van Jaarsveld). Duas fotos vencedoras de diversos prêmios feitas por integrantes do grupo foi retratada no longa, como a foto "Soweto" de Greg Marinovich, e "O abutre e a criança" de Kevin Carter. Através dos momentos de perigos que o grupo passa para conseguir uma boa foto, entra em discussão polêmica qual a responsabilidade de um fotógrafo após capturar a foto? O fotojornalista deve ou não deve intervir na ação, além do click? O roteiro apresenta cenas de ação que chocam conforme sua fidelidade ao retratar a guerra. Com a história vivida pelos repórteres, o filme faz o espectador refletir o que vemos em relação à violência, à descrença, ao respeito e também aos limites e deveres que o profissional deve ter ao trabalhar com a situação perigosa do dia a dia de um fotojornalista.

FICHA TÉCNICA Título original: The Bang Bang Club Produção: Canadá e África do Sul, 2010 Duração: 106 min Diretor: Steven Silver Roteiro: João Silva, Steven Silver Elenco: Frank Rautenbach (Ken Oosterbroek), Ryan Phillippe (Greg Marinovich), Taylor Kitsch (Kevin Carter), Neels Van Jaarsveld (João Silva), Jessica Haines (Allie), Malin Akerman (Robin Comley).

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Meu amigo

Animal

Q

uem nunca teve os chinelos ou os tênis destruídos pelos afiados dentes caninos? Ou o controle da TV em pedacinhos? E um gato passeando por todos os móveis e sofás da casa? Pois é, esse é o dia a dia de quem tem um animalzinho do coração. Mas a inocência, o amor, o companheirismo dos pequenos nos fazem esquecer tudo isso. Inclusive do dia estressante no trabalho, do trânsito caótico na cidade e até mesmo dos problemas que afetam todos os dias. Ter um animal de estimação não é tão simples, exige cuidados, mas traz suas recompensas. As crianças os adoram e pedem desde cedo para ter aquele ‘cachorrinho’ ou o ‘gatinho’ que acham abandonados na rua. Mas não são só as crianças que se apaixonam por esses bichinhos. Os adultos se derretem e de uma hora pra outra, eles já são parte integrante da família. Adotamos como filhos, sobrinhos, netos, damos a eles carinho, afeto, amor que eles retribuem todos os dias, incansavelmente. Muitas pessoas não se dão conta, mas esses pequenos são capazes de curar aquele amor que há muito tempo não é visto em nós, preenchendo aquele vazio que sentimos muitas vezes. Recebemos aquilo que não sabemos dar sempre, somos amados de uma maneira intensa, algo que levamos uma vida inteira para aprender. O mais engraçado de tudo isso é que eles não nos pedem muito em troca, apenas carinho, atenção, comida e companhia. Os ‘anjos de quatro patas’ estão em todos os lugares, milhares nas ruas esperando dar um pouco desse afeto que tanto nos falta. Talvez, um dia, quando aprendermos a nos doar e respeitar como eles, possamos comemorar um mundo mais justo, mais humano e principalmente mais amado. Aprender faz parte da vida e esses pequenos são verdadeiros professores.




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Tranquilidade...

B

uzina, barulho, confusão. Moto, carro, caminhão. Do tumulto à gritaria, do barzinho à padaria. O dia a dia se faz assim, dia após dia. Tumulto, tanto nas lojas com descontos, quanto nos horários de pico, nos pontos. O corre-corre nunca morre, há gritaria quando algum crime ocorre, e no rosto do operário, o suor escorre.


em meio ao caos! Mas quando me livro da multidão, e saio da confusão, não me incomodo com a buzina da moto, do carro ou do caminhão. Esqueço a gritaria, e se vou até a padaria, é com alegria, para comprar meu pão de cada dia. Quando o trabalhador senta para descansar, e do tumulto tenta se distanciar, a tranquilidade, em meio ao caos, começa a funcionar.

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Mundo subterrâneo O

s seres humanos buscam sempre um refúgio para curar a alma do pobre senso comum e da ignorância da rotina. Quer saber de uma coisa? Eu sou esse refúgio. Já pensou em ir para o espaço? Eu posso te levar lá! Gostaria de conhecer o admirável mundo do subterrâneo? Eu te conto em palavras como é. Eu sei que deve estar pensando como farei isso, mas

é muito simples: apenas abra um de meus livros. Se você gosta de ver a vida com mais romance, pegue o corredor da direita, lá você encontrará os mais belos contos de amor. Mas se seu gosto for para drama, no andar de baixo você vai ver vários livros do gênero, além de uma embalagem extra de lenços de papel, já que o drama faz com que as suas lágrimas venham lhe visitar.


D

ias atrás estava conversando com a prateleira de livros da sessão de aventura, ela estava entusiasmada com o movimento que vinha recebendo, as crianças e adolescente simplesmente amam a aventura e os muitos mundos desconhecidos que os livros guardam. Por isso, eu digo e repito, venha se refugiar em mim, me visite sempre que precisar. As minhas portas estão sempre abertas e prontas para que você possa embarcar em um mundo de sonhos e fantasia - Comentou a Biblioteca.

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Chapeuzinho Vermelho “- Mas, tome muito cuidado. Não converse com estranhos, não diga para onde vai, nem pare para nada. Vá pela estrada do rio, pois ouvi dizer que tem um lobo muito mau na estrada da floresta, devorando quem passa por lá. - Está bem, mamãe, vou pela estrada do rio, e faço tudo direitinho!

E assim foi. Ou quase, pois a menina foi juntando flores no cesto para a vovó, e se distraiu com as borboletas, saindo do caminho do rio, sem perceber. Cantando e juntando flores, Chapeuzinho Vermelho nem reparou como o lobo estava perto...”




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