Acesso

Acesso Edição especial da disciplina de Mídia Impressa do Curso de Comunicação Social da Universidade de Caxias do Sul | 2012/2

Textos: Bruno Bueno de Abreu Franciele Lorenzett Janaina Menegol Kerllin Tais Pereira Lais Alende Prates Victor Mário Rigotti Colaboração: Ana Paula Oliboni da Silva Fotos: Arthuro Brandão Turatto Juliano Boz Victor Mário Rigotti Planejamento Gráfico e Diagramação: Bruno Abbatti Caroll Ferreira Taci Montemezzo

02

Crédito: UCS

Universidade de Caxias do Sul Centro de Ciências da Comunicação Disciplina de Mídia Impressa Reitor: Isidoro Zorzi Diretora do Centro: Marliva Gonçalves Docente: Alessandra Rech

Editorial Um mundo acessível Acesso, jornal-laboratório da turma de Mídia Impressa da Universidade de Caxias do Sul, foi criado pensando na acessibilidade dos portadores de necessidades especiais para o convívio acadêmico. A partir da reunião de pauta, o desejo da turma de abordar inclusão e superação das dificuldades ultrapassou a Cidade Universitária e se estendeu à Caxias e região.

Nesta edição, abordamos o Programa de Integração e Mediação do Acadêmico (Pima). Os leitores saberão como chegar até ele, de que forma o Pima funciona dentro da universidade e também a mudança na vida dos acadêmicos com

algum tipo de deficiência, assistidos pelo órgão. O Pima tem como lema integrar pessoas, conectando ideias.

Nossa equipe conversou também com a direção do Edificare, colégio localizado no bairro Pio X que trabalha com uma metodologia inovadora. O foco é preparar para a vida todo o aluno – sem distinção e rompendo com as formas tradicionais, fixas na ideia de vestibular como parâmetro da qualidade do ensino.

Depoimentos de quem enfrenta a deficiência visual e segue motivado a crescer e se superar, bem como outras ações com foco na acessibilidade e na derrubada dos preconceitos foram contemplados nesta edição. Boa leitura!

Os caminhos da acolhida Na UCS, alunos com necessidades especiais dispõem de programa de acompanhamento, o Pima

Inclusão não significa apenas abrir as portas de uma instituição. O aluno portador de necessidades especiais depende de uma acolhida integral, contemplando a estrutura da universidade, o preparo dos professores para o desenvolvimento de metodologias adequadas, seus familiares e, ainda, a comunidade acadêmica. Para auxiliar nesse processo, desde o ano de 2007, alunos da Universidade de Caxias do Sul (UCS) que possuem algum tipo de deficiência podem contar com o Programa de Integração e Mediação do Acadêmico (Pima).

O Pima atende, atualmente, 19 alunos, sendo 12 surdos, seis deficientes visuais (baixa visão) e um cego. Não há custos para quem utiliza o programa, pois a participação do Pima se dá através de acolhimento, entrevistas de orientação

“Nem sempre os motoristas, ao estacionar, respeitam a sinalização destinada a deixar livre o acesso aos cadeirantes.” com alunos e familiares para que sejam obtidos dados sobre estes alunos, suas potencialidades e limitações e também para que sejam feitos os encaminhamentos aos setores necessários da universidade.

O Pima também auxilia professores e

coordenadores de curso para a construção de recursos didático-pedagógicos e metodológicos, auxiliando no processo de formação do acadêmico. A equipe é formada pela professora, psicóloga, pedagoga e coordenadora do programa Zita Canuto, psicóloga e coordenadora do setor que atende os deficientes auditivos, a professora Claudia Bisol, a assistente social professora Márcia Fuhr, a secretária Glenda Lisa Stimamiglio e as intérpretes de língua brasileira dos sinais (Libras) Priscila Paris Duarte, Ana Lúcia Gil Terres, Márcia Valéria de Souza Duarte Pimentel, Greice Boschetti e Fernanda Luisa Farias Dias.

Além dos recursos humanos citados acima, o programa possui um scanner para digitalização e um programa específico para ampliação do material dos deficientes visuais. Conta também com a Biblioteca Central da UCS (Bice), que disponibiliza uma sala de auxílio para deficientes visuais, impressora e livros em braile.

Outra ação proporcionada pelo Pima são as oficinas, nas quais os alunos que possuem alguma deficiência conversam com os demais colegas e relatam a experiência de conviver com suas deficiências, seu dia a dia, quais são as dificuldades, como eles encaram a deficiência.

- É uma troca de experiências e de cultura, com o propósito de fornecer uma integração entre todos e favorecer a inclusão desses alunos. Essas oficinas ocorrem em cada início de semestre – explica Zita.

Crédito: Juliano Boz

por Lais Alende Prates

A universidade enfrenta como desafios a melhoria dos espaços físicos para favorecer a acessibilidade, bem como dos recursos tecnológicos para atender os alunos.

Porém, a coordenadora do programa salienta que, conforme haja necessidade, o Pima realiza uma mediação com os setores responsáveis para que ajustes ocorram. A falta de conscientização, muitas vezes, inviabiliza o uso das estruturas já disponíveis. É o caso das rampas: nem sempre os motoristas, ao estacionar, respeitam a sinalização destinada a deixar livre o acesso aos cadeirantes.

Zita destaca que o programa atua segundo legislação que preconiza que as instituições de ensino devem ter profissionais que acompanhem os alunos que necessitam de auxílio, mas ainda é bem pouco conhecido dentro da universidade.

03

Saiba mais sobre o Pima por Kerllin Tais Pereira

Sala de aula

Código Braille

Para os acadêmicos com necessidades especiais, é necessária adequação. Para isso, o Pima tem cinco intérpretes de libras.

Orienta os professores pra que eles possam utilizar recursos visuais, e que antecipem os textos pra que eles possam ler com antecedência. No início de cada semestre, entra em contato com os professores e avisa que eles terão um aluno com alguma deficiência que exija adequações, e se coloca à disposição para ajudar. Não são muitos que chegam até o Pima. É um trabalho individualizado.

Preconceito Alguns querem deixar de ser surdos, querem fazer cirurgias; e outros entendem que já têm uma língua, e que essa é sua condição, não se sentem deficientes, mas fazem parte de um grupo minoritário. O que tem dado bons resultados são as oficinas. É um momento no qual os colegas podem compreender melhor como podem se comunicar. Tanto alguns colegas quanto professores às vezes ficam receosos de se aproximar. O Pima também tem um blog onde compartilha informações básicas e dicas.

No nível superior não é tão utilizado, apesar de os deficientes visuais serem alfabetizados dessa maneira. Com a tecnologia, o Pima utiliza softwares nos computadores, que são muito mais funcionais do que o braille, atualmente.

Resistências A equipe do Pima percebe que a sociedade tem evoluído, embora falte muito. É muito fácil mudar o discurso e se dizer a favor da inclusão, mas na prática, é diferente. Hoje há programas do governo federal, palestras e etc, mas efetivamente o que ensina a trabalhar com a diversidade é o dia a dia na escola. A ideia é que a escola ou universidade seja um espaço pra todos.

Poucos chegam no nível superior, e ainda é essa a realidade do do país, mas nota-se que tem melhorado, ou pelo menos tem sido aberta a discussão. A partir do momento em que tem um aluno na turma é que o professor se depara com essa realidade.

O próprio reconhecimento da Libras como língua oficial, desde 2002, demonstra isso. O Brasil tem duas línguas oficiais, a língua de sinais e o português.

O ingresso Alunos com necessidades especiais concorrem normalmente no vestibular. Não há cotas. O Pima teve um ingresso no semestre anterior de uma pessoa com paralisia cerebral, por exemplo.

Crédito: Juliano Boz

Blog Com o objetivo principal de intermediar ações que visem eliminar barreiras arquitetônicas, culturais e sociais, propiciando uma convivência estudantil universitária livre de segregação, de discriminação e de exclusão de qualquer natureza, o Pima deixa suas portas abertas e convida a todos para acessarem o blog do projeto, www.pimaucs.blogspot.com.br, cujo lema é: integrando pessoas, conectando ideias.

Fonte: Zita Canuto, coordenadora do Pima.

04

Direito à diversidade Se partirmos da ideia do que é uma universidade e do que ela representa poderíamos inferir que este meio deveria ser um espaço de aceitação do diferente; da convivência; o direito à diversidade. No entanto, ainda temos um longo caminho na busca da efetivação dos direitos das pessoas com deficiência. A afirmação é da assistente social Márcia Fuhr, que responde pela área junto ao Pima.

Em entrevista ao Acesso, Márcia fala sobre as atividades do programa: Acesso: Como o aluno chega ao Pima, ou, como fica sabendo dele?

Márcia Fuhr: O Pima recebe os acadêmicos encaminhados pelas coordenações de colegiado, professores dos cursos de graduação e pós-graduação ou ainda através da procura espontânea dos estudantes e/ou familiares.

Acesso: Quais são as ações realizadas pelas assistentes sociais no Pima?

Márcia: O trabalho realizado, com apoio de toda a equipe, envolve o acolhimento, entrevistas para coleta de informações indicadoras de potencialidades e limitações do estudante e o encaminhamento adequado à rede de serviços disponível (médicos, psicólogos, psicopedagogos, etc.). Também são analisadas as condições socioeconômicas destes acadêmicos

para orientações à obtenção de bolsas e/ou benefícios, estágios remunerados ou oportunidades de trabalho. Esta mediação visa à inclusão no mercado de trabalho, como condição facilitadora para seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Acesso: Que tipo de resultados se percebe na vida do acadêmico?

Márcia: Diversos resultados podem ser observados no decorrer do atendimento ao acadêmico, entre eles, uma maior autonomia destes acadêmicos na universidade; acessibilidade; acesso a direitos.

Acesso: Qual a necessidade principal de quem procura o Serviço Social no Pima?

Márcia: Os acadêmicos geralmente procuram o Pima e são direcionados ao atendimento do Serviço Social para orientações e encaminhamentos à rede de atendimento sócioassistencial do município e região.

As principais demandas estão relacionadas ao mercado de trabalho, bolsas de estudo e dificuldades de acesso a direitos.

Acesso: Quais desafios você enfrenta no cotidiano do Pima?

Márcia: Um dos grandes desafios a ser enfrentado no cotidiano é o de auxiliar os acadêmicos na inserção no trabalho e estágios não obrigatórios.

Crédito: UCS divulgação

por Bruno Bueno de Abreu

Acessibilidade no esporte

por Janaína Menegol e Ana Paula Oliboni da Silva Na Universidade de Caxias do Sul, a inclusão social atinge não somente os alunos. Há também um programa de atendimento às pessoas com deficiências físicas, para sua inclusão social através do esporte. O Centro Integrado do Portador de Deficiência Física de Caxias do Sul (CIDeF) vê na prática esportiva uma possibilidade de acessibilidade de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência física.

O CIDef nasceu em 1996, quando um pequeno grupo de cadeirantes se reunia aos domingos para jogar basquete no Ginásio da Vila Olímpica da UCS, com a intenção de trocar experiências. A partir de então, o grupo aumentou e se fortaleceu na prática esportiva.

O programa conta com as modalidades de: basquete em cadeira de rodas, natação paraolímpica e tênis de mesa adaptado, abrangendo, praticamente, todas as idades e várias limitações físicas.

Na natação, os alunos passam por um período de aprendizagem e quem se destaca passa a treinar com a equipe paraolímpica.

05

Escrevendo a própria história Lucas Borba, estudante de Jornalismo na UCS, busca a evolução social quando o tema é inclusão por Janaina Menegol

06

– O que mais atrapalha é a falta de conhecimento das pessoas que, muitas vezes, ficam nervosas e não sabem como ajudar – afirma.

Lucas adora escrever e é uma pessoa muito comunicativa, sendo assim, acredita que poderá contribuir socialmente de alguma forma, no caso, com a profissão de jornalista. Mesmo estando no começo, ele está gostando muito do curso. Outra novidade é que Lucas está começando a escrever um livro – seu gênero preferido é o Policial.

Quanto à acessibilidade na cidade de Caxias do Sul, ele considera que houve melhorias consideráveis de um tempo pra cá, mais ainda faltam avisos como o da presença de orelhões, que é um dos maiores inimigos do cego.

Para Lucas, um dos principais desafios é as pessoas aderirem à inclusão e, realmente, enxergarem o deficiente visual como uma pessoa normal, não apenas “falarem da boca para fora”, mas, sim, adotarem a nova tendência de inclusão.

Crédito: Juliano Boz

Lucas Borba, estudante do 2º semestre de jornalismo na Universidade de Caxias do Sul, 20 anos, é deficiente visual desde o nascimento, devido a uma doença chamada Glaucoma Congênito. Apesar das dificuldades, Lucas encara sua limitação com muito bom-humor e força de vontade.

No seu dia a dia acadêmico, conta com a ajuda e colaboração de colegas e professores. O que muito veio a ajudar na inclusão em sala de aula e fora dela foi a tecnologia, pois agora Lucas utiliza um computador com um sistema de voz que lhe permite fazer provas e trabalhos no notebook, não precisando mais passar provas e trabalhos para o Braile, sistema de leitura para cegos. O estudante de jornalismo está presente também nas redes sociais, principalmente Facebook e e-mails.

Na universidade, Lucas conta ainda com a ajuda do Programa de Interação e Mediação do Acadêmico (Pima), programa que visa a mediar, integrar e apoiar os estudantes que apresentem Necessidades Educacionais Específicas (NEES). Quando ele precisa de algum livro, ele entrega o impresso ao PIMA e eles digitalizam para que possa ouvir pelo computador, podendo acompanhar os colegas.

Para melhor se localizar, Lucas procura antes de começar suas aulas fazer um mapa mental dos blocos e salas. O que facilita bastante sua locomoção na universidade é conhecer previamente o ambiente onde circula. Para conseguir fazer o mapa mental é necessário um treinamento, que ele faz desde pequeno.

Para circular com autonomia, Lucas conta com o auxílio da bengala, e para isso também é necessário um treinamento chamado de Orientação e Mobilidade. Para atravessar ruas mais movimentadas, é necessária ajuda das pessoas.

O estudante conta que, geralmente, não espera muito no meio-fio até que alguém venha ajudá-lo a cruzar a rua.

Os desafios da inclusão escolar por Victor Mário Rigotti

Acesso: Como é a linha de atuação de ensino no Edificare?

Judithe Ló: A preocupação básica do Edificare é na aprendizagem, no desenvolvimento de competências e habilidade para o sujeito atuar na sociedade.

O principal objetivo do colégio é formar pessoas competentes para a vida e o mercado de trabalho. Formar pessoas sem preconceitos e com um convívio natural com quem tiver qualquer tipo de deficiência.

Acesso: Como são organizadas as turmas no Edificare?

Judithe: Para os alunos que não tiverem nenhuma deficiência é igual a qualquer colégio normal, separado por série. Para os alunos que tiverem alguma deficiência é aplicada uma avaliação para colocá-lo na melhor série possível. A organização das turmas é bem eficiente e não prejudica nenhuma pessoa.

Acesso: O aluno que tem algum tipo de deficiência, além das aulas recebe um acompanhamento psicológico?

Judithe: Sim, esses alunos têm um acompanhamento psicológico, com trabalhos específicos para as necessidades dessas pessoas. O principal objetivo é fazer com que os alunos possam conviver naturalmente com todos. O Edificare prepara esses alunos para a vida, para os problemas do dia a dia.

Acesso: Os alunos já sofreram algum tipo de preconceito?

Judithe: Como você sabe, Caxias é uma cidade do interior gaúcho que tem por natureza o preconceito. Alguns pais de alunos ‘’normais’’ falaram que era errado eles misturarem as turmas com pessoas ‘’deficientes’’.

Porém, isso foi no início de funcionamento da escola, hoje em dia o preconceito diminuiu muito, podemos dizer que é praticamente inexistente.

Acesso: O Edificare é visto como um colégio em que todo mundo passa... O que vocês acham disso?

Judithe: A única diferença entre o Edificare e qualquer outro colégio é a inexistência de provas, porém o Edificare prepara o aluno para questões sociais e ensina a todos a enfrentar problemas e superá-los. O Edificare não prepara só o aluno para fazer um vestibular. Porém, temos métodos de avaliação e muitas pessoas já reprovaram no Edificare. Não é apenas vir pra aula de corpo e ter a mente em outro lugar, todos precisam fazer exercícios e realizar as tarefas que a

professora encaminha.

Além disso, no terceiro ano existem vários simulados que ajudam o aluno a enfrentar qualquer tipo de vestibular. O nosso colégio faz com que pessoas deficientes consigam se inserir na sociedade, uma coisa que nenhum outro colégio faz.

Acesso: Vocês organizam viagens escolares?

Judithe: Sim, organizamos viagens para conhecer o Rio Grande do Sul e principais locais para estudo, como museus, pontos históricos e tudo que possa influenciar numa aprendizagem melhor e mais divertida para nossos alunos.

Acesso: Existem outras unidades do Edificare pelo Rio Grande do Sul? Judithe: Não, somos apenas uma unidade que se localiza em Caxias do Sul. Quem sabe num futuro próximo possamos expandir horizontes.

Crédito: Victor Mário Rigotti

Embora muito se fale em acessibilidade, poucas são as instituições abertas a acolher.

Inclusivo, o ensino do Edificare é baseado na vivência, partindo do concreto para o conceitual, sempre com foco na realidade dos alunos.

Localizado no bairro Pio X, em Caxias, o colégio funciona desde 1992, quando foi implantando gradativamente as turmas, primeiramente de ensino fundamental e depois primeiro, segundo e terceiro anos do ensino médio. O Acesso conversou com a diretora do Edificare, Judithe Ló, que explica mais sobre os desafios de receber alunos com necessidades especiais de acompanhamento.

07

Uma via de mão dupla

Deficiente visual, André Booni acredita na compreensão para vencer as diferenças por Franciele Lorenzett

“Muitas vezes eu me surpreendo com o que tive capacidade de fazer.” ele cursa Administração, pratica natação e arteterapia, estuda informática e braille, dentre outras atividades.

Disposto a compartilhar suas

experiências, ele aposta no bomhumor como parte essencial para uma convivência harmoniosa. Para quem tem alguma deficiência é muito importante dar abertura às outras pessoas e quebrar o próprio preconceito com relação à situação em que se encontra. Segundo André, barreiras são criadas de ambos os lados e nada melhor do que a compreensão para derrubá-las.

Como objetivo profissional, ele traz o desejo de atuar no serviço público, mais precisamente no setor bancário, porque apesar de existir a lei de cotas aplicada aos empregadores, a porcentagem destinada aos deficientes é superior na área pública.

Para a realização dos objetivos traçados e também dos desafios cotidianos, André é alicerçado por sua família, que além dos seus pais e irmãos, conta com os

Como ajudar

APADEV - Associação dos Pais e Amigos dos Deficientes Visuais Rua Luiz Antunes, 899, Panazzolo - 95080-000 Caxias do Sul - RS Fone: (54) 3213.2323 e-mail: apadev@apadev.org.br

08

amigos da instituição que frequenta, a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadev). Como passa grande parte do dia na associação, ele afirma que o local é como uma segunda casa.

Quanto às limitações da deficiência na realização de tarefas cotidianas, André destaca: - Muitas vezes eu me surpreendo com o que tive capacidade de fazer.

Crédito: Franciele Lorenzett

Não existe o preconceito, existe o desconhecimento. Esse é o enfoque que o estudante de Nova Petrópolis, André Werkhausen Booni, 19 anos, adota com relação à limitação que possui. A forma de pensar dele traz uma grande contribuição para a sua recuperação e o seu cotidiano.

Por conta de uma síndrome que acomete o sistema nervoso, André ficou tetraplégico e cego aos 16 anos. Já recuperado da tetraplegia, mas com deficiência visual,