REVISTA
ENTRELINHA Revista-laboratório da disciplina Design de Notícia Comunicação Social - Habilitação Jornalismo- UCS Primeiro semestre 2016
Os Perigos do Excesso - p.10 Medo de Comer - p.18 O corpo é um Templo - p.26
EDITORIAL Esta edição da Revista Entrelinha traz como tema central o corpo humano, nas suas mais varia das funções e características. Uma série de reportagens especiais foi produzida pelos acadêmicos de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, da Universidade de Caxias do Sul, da disciplina De sign de Notícias. O grupo de alunos responsável por esse projeto autoral entendeu que o momento histórico que a sociedade atravessa está condicionado ao materialismo. Temos a percepção clara de que essa super valorização do consumo pelo consumo leva a uma interação social pobre em afeto e abundante em aparências. Neste cenário, o corpo humano, instrumento indispensável para o convívio, assume uma centralidade conceitual que merece sua devida análise pelo jornalismo. Por meio da Entrelinha, esta análise foi feita, dentro de um programa disciplinar e conceitual que engloba tanto a escolha de pautas, quanto a produção e a diagramação do trabalho. Que neste mundo tão avançado tecnologicamente, você dedique um pouco de seu tempo para ler e cuidar da sua saúde. Boa leitura!
EXPEDIENTE REITOR: Dr. Evaldo Antônio Kuiava DIRETORA DO CENTRO DE CIêNCIAS SOCIAIS: Dra. Maria Carolina Rosa Gullo COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO: Dr. Álvaro Benevenuto Júnior DISCIPLIA: Design de Notícia
ALUNOS: Ana Lara Lessa Gozzi André Sebben Ramos Ângela Zorzi Salvallaggio Estefani Alves Felipe Jung Franciane Peracchi Gabriela Fiorio Kimberly Salomão da Silva Pedro Henrique dos Santos
PROFESSORA: Dra. Marlene Branca Sólio PROJETO GRÁFICO: Ângela Zorzi Salvallaggio
Endereço Campus-Sede Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130 Bairro Petrópolis - Caxias do Sul - RS 95070-560 Telefone: (54) 3218-2100
Esporte é Qualidade de Vida
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O Reflexo da Criança na Mídia
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Os Perigos do Excesso
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Alimentação de Verdade mesmo com Restrições
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Medo de Comer
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Reiki e Meditação são Formas Distintas de Transformação
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O Corpo é um Templo
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ESPORTE É
QUALIDADE DE VIDA
FOTO: GABRIELA FIORIO
CORRIDA
Os municípios da Serra gaúcha, nos últimos anos, estão abrindo um grande espaço para as corridas de rua Por Gabriela Fiorio
Basta um tênis, um calção e uma camiseta, colocar um pé na frente do outro e disparar. A corrida de rua, um dos esportes mais demo cráticos que existe no mundo, a cada dia ganha mais adeptos. Além da facilidade para praticar, correr não exige grandes recursos financeiros e traz vários benefícios à saúde. Correr está virando moda. Febre há muitos anos nos Es tados Unidos, no Brasil a prá tica começou em São Paulo e no Rio de Janeiro. Há mais ou menos cinco anos, sem da dos precisos, ela começou a se disseminar em outras cidades do Brasil, chegando também à Região da Serra gaúcha. O Clube de Corre dores de Caxias do Sul, fun dado em 11 de setembro de 2014, com a necessidade de existir uma entidade para re presentar a nova moda, reúne os maiores grupos de corrida da cidade. Atualmente, são 175 equi pes que buscam melhores condições para treinamento e difundem todas as provas que ocorrem no Estado, tornando as corridas de rua mais populares e estimulando o contato social. O aumento da aderência à modalidade traz muitos benefícios a saúde. “A corrida faz com que o sono fique menos fragmentado, aumen ta o bem-estar, é, melhora a visão, o coração e a pressão arterial, além de fortalecer os ossos e os músculos”,
ressalta o presidente do Clube de Corredores de Caxias do Sul, Marial do Lopes Rodrigues. Um estudo publicado no Journal of the American Medical As sociation reafirma que a prática de atividades físicas pode aumentar a longevidade. A pesquisa australiana estudou mais de 200 mil adultos por mais de seis anos até provar os reais benefícios da corrida para a saúde.
OS MUNICÍPIOS DA SERRA GAÚCHA, NOS ÚLTIMOS ANOS, ABREM GRANDE ESPAÇO PARA AS CORRIDAS DE RUA Quando realizada em ritmo modera do, a corrida diminui as chances de morte em até 44% e aumenta a expec tativa de vida em cerca de seis anos em homens e cinco em mulheres. Amadores em peso Os municípios da Serra gaú cha, nos últimos anos, estão abrindo um grande espaço para as corridas de rua. Segundo o Instituto Fuja do Estresse, Corra pra Saúde – Ifecs, – o crescimento das corridas ainda
não é o suficiente para uma verda deira cultura da prática e educação esportiva, tendo como foco a saúde e a integração social, bem como a efetiva contribuição dada ao turismo em geral. O Ifecs, criado em 2011, pro move corridas pela Região da Ser ra gaúcha com foco na saúde. De acordo com o diretor executivo do Instituto, Geremias Rech, a partici pação das pessoas em 2011 va riava de 100 a 120 atletas por prova. Hoje, são mais de 500. “Alguns atletas profissionais participam, mas em número bastante pequeno. O foco das corridas são os amadores. Nós os incentivamos e motivamos para que despertem consciên cia de que, com a prática de esportes, todos ganham em saúde e equilíbrio emocio nal”, destaca Rech. Dados analisados pelo Instituto mostram que a práti ca de corrida de rua tem um grande futuro pela frente. No caso de provas amadoras, é possível um crescimento ainda maior que o profissional, pois as pessoas em geral buscam a sen sação de bem-estar. Hoje, em todo o lugar, você vê alguém praticando corrida conhecendo novos lugares e fazendo amigos. Mas, para correr e melhorar a cada dia sua performan ce, é preciso alimentar-se bem e tam bém descansar.
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O REFLEXO DA CRIANÇA NA MÍDIA
FOTO: ALDRIN JONATHAN
MÍDIA Campanhas publicitárias surgem na intenção de seduzir cada vez mais o público infantil para a compra de sandálias, brinquedos, roupas e videogames e aproximam o universo adulto do mundo adorável das crianças Por Estefani Alves
A concepção que se tem da infância, hoje, não é a mesma de anos atrás. A grande mídia altera a forma de ver e tratar as crianças, e traz, hoje, uma nova forma de repre sentação do público infantil, assim como o material por ele recebido. Dentre diversos problemas que vêm à tona com o uso inadequado da imagem das crianças, o pior e mais preocupante é a erotização. Isso porque representa o público de ma neira errônea, assim como influen cia para uma “adultização” precoce, contato com o consumismo e estipu la um modo de viver não saudável. Apesar de todos esses proble mas serem considerados caracterís ticas da sociedade contemporânea, precisamos entender um pouco do contexto histórico da situação. Se gundo o artigo “Erotização dos cor pos infantis na sociedade de consu mo” estudos de Jane Felipe e Bianca Salazar Guizzo, de 2003, não se tem muitos dados sobre a infância na Grécia antiga, concluindo que não havia relações entre adultos e crian ças. No entanto, os gregos sempre foram um povo de cultura educa dora, que adquiriu uma formação diversa, semelhante a da socieda de moderna. O sentido da infância para ele, porém, não é o mesmo da atualidade. Com o passar do tem po, pode-se perceber a importân cia da infância, graças às pinturas romanas, assim como a preocupa
ção em proteger as crianças dos as suntos relacionados à sexualidade. Durante a Idade Média, quan do as crianças dominavam a fala, por volta dos sete anos, já eram consi deradas adultas e tratadas como tal. No século XII, os meninos de treze anos já poderiam se casar com me ninas de pelo menos onze anos, sem pedir o consentimento dos pais. Ainda naquele período, as crianças assumiam responsabilidades como adultos muito cedo, e não passavam pela fase da juventude, que, como sabemos, é considerada superim portante na sociedade de hoje. A re lação de amor paternal só passou a existir nas famílias burguesas – antes eram baseadas em princípios morais e sociais. Nos séculos XVIII e XIX, houve uma nova repre sentação social da infân cia; por conta da divisão dos papéis de gênero, a mulher assumiu o papel de responsável pelo lar. Com base no ar tigo “Erotização dos corpos infantis na so ciedade de consumo”, no período moderno a expansão do capitalismo e de meios tecnológicos ampliou o alcance dos meios de comunicação e, com isso, a preocupação com a educação infantil, assim como desenvolvi
mento do conceito de ingenuidade, pureza e inocência, características que não deveriam ser corrompidas pelos segredos adultos. Com o pas sar do tempo, as ideias mudam e no vos conceitos aplicados às famílias, como as mães que assumem o papel de matriarca, filhos de pais separa dos e o capitalismo, têm um novo pa pel de influência direta sobre todos. Podemos comprovar esse qua dro quando programas de televisão e desenhos animados ditam vendas a lojas de brinquedos, como nos conta a gerente da Estação dos Brinque dos, Juliana Matte. Segundo ela, os principais brinquedos para meninos ainda são os carrinhos, porém os super-heróis estão ganhando força no mercado. Já os brinquedos que
DENTRE DIVERSOS PROBLEMAS QUE VÊM À TONA COM O USO INADEQUADO DA IMAGEM DAS CRIANÇAS, O PIOR E MAIS PREOCUPANTE É A EROTIZAÇÃO
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MÍDIA
O PÚBLICO INFANTIL É BASTANTE FRÁGIL E FACILMENTE PERSUADIDO mais vendem para as meninas são as Barbie ou Polly. Além de tradicio nais há anos, essas bonecas passam a ideia de glamour e feminilidade que a sociedade contemporânea tenta vender para as mulheres em geral. Dessa forma, as meninas crescem com a ideia de que precisam inves tir dinheiro em itens caros e que fa zem parte da rotina na fase adulta. Segundo Juliana, muitos itens ainda são os pais que escolhempara os filhos, como os jogos, que têm um bom percentual das vendas gerais. Esse tipo de situa ção denominou uma nova fase: pós-modernidade, em que a infância é mui to discutida e traz a ideia de como as crianças vão se relacionar com o mun do na contemporaneidade. Isso se dá pela influência dos meios de comunicação e da publicidade, que divi dem com os pais e a escola o próprio papel de trans missão de conhecimento, educação comportamental e valores. Com o fácil aces so à internet e à televisão, as crianças começam a consumir um material adulto e com isso en tra em ação o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que atua desde o final dos anos 70 e é uma organização não-go vernamental que visa a promover a liberdade de expressão publicitária e a defender as prerrogativas consti tucionais da propaganda comercial. O código também aponta como julgar pelo Conselho de Ética denúncias de consumidores, auto
ridades, associados ou formuladas por integrantes da própria direto ria quando há abuso por parte das empresas. Mais de 8 mil represen tações já foram julgadas pelo Co nar e desde 1998, quando se teve o primeiro caso envolvendo o uso da criança ou a influência exerci da sobre a mesma, se tem registro de 254 casos, segundo as infor
elas se encaixam no sentido lúdico, como no case Família ExpoBento, usa para representar a criança em família e sem consumo de um pro duto específico. Thamy ainda fala sobre a influência da publicidade no público infantil. “O assunto é sempre delicado. Quando envolvemos a imagem da criança em uma campanha publicitária, precisamos es tar conscientes da influência desta no desenvolvimento do caráter dos pequeni nos, que terá como conse quência a construção e o desenvolvimento do futuro de todos nós. Sim, o públi co infantil é bastante frágil e facilmente persuadido; é preciso partir de nós, publi citários, a entrega de uma comunicação ética e que não viole os direitos e valores, prin cipalmente daqueles que ainda não os podem distinguí-los”, afirma ela. Neste momento, a criança adquire um papel importante e de terminante: percebe-se nela a possi bilidade de atuação como consumi dora e como veículo de consumo. A banalização do adulto e a erotização infantil são reais, assim como a in fluência exercida sobre elas. Isso precisa ser discutido com seriedade e dada a devida importância ao caso.
AS AGÊNCIAS DE PUBLI CIDADE ESTÃO MAIS ATENTAS AO CÓDIGO DE ÉTICA DO PROFIS SIONAL DE PUBLI CIDADE E PROPA GANDA, BEM COMO AO ESTATUTODA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
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mações contidas no site do órgão. Para evitar esse tipo de situa ção, hoje as agências de publicidade estão mais atentas ao código de ética do profissional de publicidade e pro paganda, bem como ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A agência de publicidade Alvo Global, de Bento Gonçalves, toma diversos cuidados em relação ao assunt o. Se gundo a assistente de atendimento, Thamy Weirich, evita o uso de crian ças em campanhas, porém quando
FOTO: EDITORIAL VOGUE PARIS 2011
OS PERIGOS
DO EXCESSO
FOTO: PIXABAY
EXCESSO As atividades físicas costumam ser boas para o nosso corpo, mas o exagero na prática pode trazer consequências maléficas à saúde. O uso de remédios para acelerar resultados também pode gerar complicações sérias ao organismo Por Pedro Santos
São vários os fatores que levam pessoas a realizarem exercícios físicos: a busca por um corpo mais bonito e saudável, a cura de lesões, a sensação de se sentir vivo, entre outros. Todas essas boas intenções, porém, podem gerar o efeito contrário ao desejado, em casos de prática errada ou excessiva. Em algumas ocasiões, os danos podem ser maiores do que se imagina. Normalmente associada à saúde, a prática de atividades físicas em demasia pode acarretar alguns problemas graves, como a hipertrofia muscular e lesões de articulações, além de exaustão e fadiga extremas. O exagero nos exercícios também pode trazer consequências ruins a longo prazo, como aumento da frequência cardíaca, irritabilidade, insônia e enfraquecimento do sistema imunológico. S ã o esses os principais sintomas do overtrainning, como são chamados os exageros nos treinos. Segundo Ana Ruzzarin, Mestre em Ciências da Saúde pela PUC-RS, esse comportamento decorre principalmente da pressa em ter um corpo bonito, que só aparece com o tempo, depois de muito esforço e dedicação. Ela também chama a atenção para a importância
de deixar descansar o músculo, pois é só nesse período que ele começará a crescer. Remédios Ilícitos A falta de persistência para conseguir o corpo dos sonhos também pode levar as pessoas a tentarem soluções ainda piores, como o uso de fármacos para acelerar os resultados. “Eles entram prometendo o corpo lindo sem grandes sacrifícios e a curto prazo. Mas tudo na vida que vem fácil acaba tendo um alto custo”, alerta Ana. E tem mesmo: o uso indiscriminado de anabolizantes, comumente utilizados para o aumento dos músculos, pode gerar infertilidade e redução na produção de espermatozoides, além de alteração do volume testicular e mamário. Funções cardiovasculares e do fígado também podem ficar comprometidas, sem falar no risco grande de dependência. Já os remédios para emagrecer também podem ser prejudiciais: alterações no sono e no humor, perda muscular, complicações cardíacas são alguns dos problemas. Uma boa dica para evitar a tentação dos remédios é a prática de
A FALTA DE PERSISTÊNCIA PARA CONSEGUIR O CORPO DOS SONHOS TAM BÉM PODE LEVAR AS PESSOAS A TENTAR EM SOLUÇÕES AINDA PIORES
esportes de que os interessados gostam, como forma de não perder a motivação nos treinos. Fazer exercícios com a ajuda de profissionais pode conter excessos e garantir a correta utilização desses meios. Fisiculturismo Saudável Quem costuma seguir esses conselhos é a fisiculturista Adri Oliboni, moradora de Flores da Cunha, que há 15 anos mantém uma rotina puxada de treinos – nos últimos seis, acompanhada de um profissional. A decisão mudou seus conceitos sobre musculação: hoje, faz três treinos por semana, menos do que fazia antes. Mas a intensidade das atividades combinada com uma dieta rígida contribuem para atingir os resultados que há muito tempo queria. Os benefícios, segundo ela, vão além da aparência: a liberação de endorfina e o fortalecimento das articulações auxiliam na realização de tarefas do dia a dia. Adri também destaca que a prática de exercícios oferece maior longevidade às pessoas, como os idosos de 60 ou 70 anos com quem costuma treinar. Isso, claro, sem o uso de substâncias ilícitas, as quais considera totalmente desnecessárias e perigosas. “Não espere milagres e resultados rápidos. E, claro, escolha um profissional com competência e experiência para acompanhar os treinos”, aconselha Adri aos que estão pensando em se aventurar na área. Tão saudável quanto a correta realização de exercícios físicos é ouvir as dicas de alguém que, como ela, entende muito do assunto.
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EXCESSO
Jovens que abusam de cirurgia plástica Por Felipe Jung
Hoje, a cirugia plástica deixou de ser um procedimento apenas para adultos. Ela começa na adolescência, quando jovens procuram centros de estética para corrigir imperfeições, como seios murchos, nariz de velho, pele em excesso, boca de pato, entre tantas outras “ imperfeições” que eles veem em si. Geralmente, os viciados em cirurgias plásticas são jovens que, desde a infância, sofreram bullying. Tudo começa na própria escola, com piadas de mau gosto e até mesmo apelidos que os amigos colocam. A Dra. Rossane Plasteck, ci rurgiã plástica, nos fala um pouco sobre os benefícios e malefícios, bem como sobre transtorno e obses são por plásticas. A percepção exagerada sobre o próprio corpo leva a uma série de prejuízos. Há quem deixe de se re lacionar e evite situações sociais em que a “imperfeição”possa ser perce bida, desenvolvendo uma espécie de fobia, que pode atrapalhar até a vida profissional. A preocupação com a aparência pode levar à depressão e, em casos mais graves, ao suicídio, afirma a Dra. Rossane. Para a cirurgiã, é difícil perce ber sintomas do transtorno nos pa cientes que procuram cirugia plásti cas. “Há casos gritantes, mas muitos são sutis nas reclamações”, afirma, destacando que a orientação é não realizar o procedimento ao perce ber a dismorfofobia. “O profissional
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precisa negar a operação e, depen dendo, até indicar o tratamento psi quiátrico.” “Amo muito meu trabalho e o faço com todo prazer; gosto de fazer as pessoas felizes consigo, apenas melhorando o que as incomoda, não exagerando ou até mesmo achando coisas erradas onde não há”, diz a médica. Até onde vamos na conquista da beleza Com 29 anos e um grande nú mero de cirugias plásticas feitas pelo corpo e rosto, Julia Dondi, nos conta o porquê de fazer um grande núme ro de cirugias estéticas. “Sempre me senti a última opção em tudo. Era aquela em quem achavam defeitos e nunca estava satisfeita com meu rosto e até meu corpo”, afirma a jovem. Julia nos conta que com 16 anos, já fez sua pri meira cirugia plástica. O que mais a incomodava era seu nariz. Após algum meses, ela percebeu o quanto era fá cil e prático para ela mudar algo que a incomodava. “Depois que rece bi meu primeiro elogio, foi como se tudo tivesse vali do a pena”, diz Julia. Logo
após ela fez lipoaspiração juntamen te com lipoescultura. Depois de um ano e ainda insatisfeita com seu cor po, colocou prótese de silicone ma mária e botox nas maçãs do rosto. Mesmo assim ela percebeu que não estava satisfeita consigo. Sempre sentia-se aquela última op ção.Já recebendo elogios, ela quis procurar outro médico, mas dessa vez um psicólogo, com quem final mente pôde corrigir o problema maior que era interno: mudou suas formas de pensar. Hoje, ela faz acom panhamento médico. Não se arre pende das mudanças físicas, mas não se sente mais a última opção.
GERALMENTE, OS VICIADOS EM CIRURGIAS PLÁS TICAS SÃO JOVENS QUE DESDE A IN FÂNCIA SOFRERAM BULLYING
A PERCEPÇÃO EXAGERADA SO BRE O PRÓPRIO CORPO LEVA A UMA SÉRIE DE PREJUÍZOS
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A LIMENTAÇÃO
DE VERDADE MESMO COM RESTRIÇÕES
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ALIMENTAÇÃO
Cada vez mais torna-se comum a adoção de dietas que excluem nutrientes importantes, independen temente do acompanhamento de um profissional Por Ana Lara Lessa Gozzi
Uma alimentação restritiva, sem glúten e sem lactose, por exem plo, não deveria ser adotada por pessoas que não são intolerantes ou alérgicas. Mas, o fato é que as dietas da moda invadem a rotina alimentar de muita gente e, se não forem feitas com cautela, podem acarretar conse quências severas na saúde. Alergia x intolerância “A intolerância alimentar é uma reação adversa a alguns alimen tos, provocada pela falta ou deficiên cia de enzimas que impossibilitam a digestão. Ela não envolve o sistema imunológico e não apresenta base psicológica, podendo ser resultado de fatores etiológicos e fisiopatoló gicos, como reações farmacológicas, tóxicas, metabólicas, neuropsicoló gicas e mesmo contaminação, entre outras.” relata a nutricionista Odete Beatriz Turella. O exemplo mais co mum de intolerância é à lactose, que é o açúcar do leite, mas também exis te a intolerância à glicose e à frutose. Já a alergia, segundo constata Odete, é uma reação adversa aos ali mentos que envolvem mecanismos imunológicos, em sua maioria carac terizada por reações entre antígenos (substâncias estranhas ao organismo humano) e anticorpos. Os alimentos mais comuns de causarem alergia são leite, ovo, trigo, frutos do mar e
alguns vegetais. “Os tipos de alergia alimentar incluem as reações de hi persensibilidade mediadas pela imu noglobulina E (IgE) e outras, causa das por qualquer outro mecanismo imunológico”, explica a nutricionis ta. As reações podem variar desde as locais (edema, prurido nos lábios), até manifestações sistêmicas graves. Alguns sintomas são comuns tanto na intolerância, quanto na alergia, portanto podem ser confundidos. Perigos das dietas restritivas Uma dieta restritiva, com grandes cortes de alimentos por um período de tempo, não é indicada em qualquer situação. O que acon tece, segundo Karina Giane Mendes, doutora em Endocrinologia e coor denadora do curso de Nutrição da Universidade de Caxias do Sul, é que, quando o corpo fica um perío do em modo de dieta restritiva, pode ocorrer uma perda de peso rápida – entretanto, quando a pessoa volta a introduzir alimentos diferentes na alimentação, o corpo tende a reter o peso. Isso causa, além do aumento de peso, dificuldade para emagrecer. A nutrição também desenvol ve um papel significante na atividade física. Mesmo que o indivíduo prati que alguma atividade física com fins de aumento de força ou hipertrofia muscular, a dieta habitual da maio
ria das pessoas é capaz de suprir as necessidades diárias de proteína, segundo Odete, que completa: “Os progressos e o bom desempenho durante o treinamento apoiam-se no tripé nutrição adequada, bom pro grama de treinamento e tempo sufi ciente para recuperação.” Alguns grupos específicos, como atletas competitivos, gestantes e pessoas desnutridas ou vegetaria nas, recebem a indicação de suple mentação de proteína, pois são gru pos cujas dietas não contemplam as necessidades proteicas diárias. Po rém, deve-se lembrar que o excesso de qualquer nutriente pode sobre carregar o organismo. O excesso de proteína, por exemplo, pode acar retar problemas nos rins, que não conseguem eliminar todo o excesso ingerido. Karina ainda afirma que, de maneira alguma, uma dieta restriti va vai trazer benefícios à saúde, pois a variedade da alimentação também faz parte de uma boa saúde. Vegetarianismo x veganismo Existem quatro tipos princi pais de dietas que excluem o con sumo de carne: ovolactovegetariana, lactovegetariana, vegetariana estrita e vegana. Os adeptos do veganismo não consomem produtos de origem animal na alimentação, no vestuário,
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ALIMENTAÇÃO
O fato é que as dietas da moda invadem a roti na alimentar de muita gente e, se não forem feitas com cautela, podem acarretar consequên cias severas na saúde
na beleza e nos demais produtos. Os adeptos do vegetarianismo estri to não comem alimentos de origem animal, sem restrições físicas como no veganismo. Os outros dois grupos se di ferem pelo fato de os lactovegeta rianos não consumirem ovos nem derivados animais, enquanto os ovolactovegetarianos apenas não se alimentam de carne. Ainda existem outros grupos que restringem tipos de carne especí ficos. O essencial, en tretanto, é manter o cuidado com a saúde, mesmo mantendo esse tipo de alimentação. Deve-se ter atenção e cuidado maiores com as vitaminas B12 e D, o ômega 3, o cálcio, o fer ro e o zinco, que devem ser obtidos por alimen tos enriquecidos ou suplementos. “Embora muitas pessoas acredi tem que o maior pro blema seja o equilíbrio da proteína, a dieta vegetariana ou vegana, quando bem planeja da, apresenta quantidade suficiente de proteínas e de nutrientes”, afirma Odete. Ainda pode surgir um pro
blema que Karina destaca: deve-se manter uma dieta balanceada, pois muitos acabam comendo mais gor dura e carboidrato quando param de consumir carnes. Isso eleva os níveis de triglicerídeos no sangue e pode ser prejudicial à saúde. Comida de verdade Podemos constatar que, quanto mais tempo um alimento dura, mais prejudi cial ele é à saúde. Isso se dá devido à quantidade exorbi tante de conservantes colo cados na comida, durante o processo de industrialização. Boas escolhas alimentares são a receita para a boa saú de, o bem-estar e a beleza. Alimentos naturais, frescos, orgânicos devem ser priori zados, e as quantidades mo deradas – “comer de tudo, mas não tudo”, lembra Ka rina. O acompanhamento individualizado por um pro fissional de nutrição é in dispensável, pois cada orga nismo possui necessidades diferentes e não existe uma receita universal. Tudo deve ser muito bem orientado e medido, pois quando se trata de alimentação, trata-se de saúde, o nosso bem mais precioso.
QUANTO MAIS TEMPO UM ALI MENTO DURA, MAIS PREJUDICIAL ELE É À SAÚDE. ISSO SE DÁ DEVIDO À QUANTIDADE EXORBITANTE DE CONSERVANTES COLOCADOS NA COMIDA DURANTE O PROCESSO DE IN DUSTRIALIZAÇÃO
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DE COMER
MEDO
FOTO: PIXABAY
CORPO
Receitas de emagrecimento rápido levam o corpo ao limite e a mente à obsessão Por Ângela Savallaggio Por Franciane Peracchi Dietas da sopa, do ovo, do san gue, detox, entre tantas outras, pro metem quilos a menos em poucos dias. Porém, essas dietas, apesar de populares, são condenadas por pro fissionais da saúde por restringirem nutrientes importantes ao corpo, como os famigerados carboidratos. A obrigação de apresentar magreza, para serem aceitas pela sociedade, leva pessoas a aderirem constantemente a die tas que funcionam por alguns dias, mas, depois provocam a volta ao peso inicial ou até mesmo a pesos superiores. Uma pesquisa da empresa de medicamentos Omega Farma verificou que uma em cada dez mulheres faz dieta a vida toda tentan do emagrecer. Segundo a nutri cionista e pesquisadora da USP Sophie Deram, as restrições alimentares assustam o cérebro, por que ele as entende como um perigo e desenvolve mecanismos de proteção. Além dis so, as dietas causam o desenvolvi mento de transtornos alimentares, uma vez que os adeptos ficam sem comer determinados alimentos, mas não resistem a episódios de des controle e comem exageradamente. Ainda conforme Sophie, as pessoas estão com medo de comer.
Essa constatação também é feita pela nutricionista Najara Valdu ga. Para ela, a maioria dos pacientes chega ao consultório buscando per da de peso e de percentual de gor dura e não a mudança de hábitos alimentares. Ao longo das últimas décadas, as mulheres conquistaram espaço e
Em contraposição ao modelo estético exaltado pela população em geral, surge um movimento promo vido por nutricionistas e médicos, para alcançar o bem-estar, sem ne cessariamente exibir um corpo ma gro. Para Najara, o fundamental é se guir uma alimentação rica em frutas, verduras, fibras e água. A ingestão de gordura não é esquecida, desde que ela seja bené fica à saúde. A nutricio nista diz que não indica produtos caros, como os diet, light ou suplemen tos “da moda”. Segundo ela, é importante pensar na qualidade de vida.
PESSOAS QUE BUSCAM A ATIVIDADE FÍSICA, A MUS CULAÇÃO, APENAS PARA GANHO DE MASSA, PARA ADQUIRIR BOA FORMA, PARA DESENVOLVIMENTO MUSCULAR, ACABAM DE SISTINDO FACILMENTE DA PRÁTICA, POIS NÃO SÃO REALMENTE FOCADAS EM QUALIDADE DE VIDA, EM SAÚDE assumiram papéis de destaque; con tudo, ainda são pressionadas a alcan çar um padrão de beleza inatingível em meio às responsabilidades de casa e trabalho. Najara afirma que atende mais mulheres do que ho mens, principalmente acima dos 30 anos, quando o metabolismo desace lera e gera aumento de peso.
A corrida pelo corpo ideal
Além da alimenta ção saudável para man ter a forma e alcançar o corpo tão almejado, hoje em dia as pessoas procu ram, também, com maior frequência, a prática de exercícios físicos. Segundo o instru tor da academia Vida Ativa, de Nova Prata, Henrique Zamin, a maioria das pessoas que procuram os servi ços da academia, quer realizar ape nas objetivos estéticos. Esse público compreende ho mens e mulheres de 16 a 25 anos, que buscam hipertrofia muscular como consequência do aumento das fun
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CORPO
Embora receba muitos elogios, ela não está satisfeita com a sua imagem e afirma que tem o desejo de fazer cirurgias estéticas. “A gente sempre quer melhorar mais”, diz Aline
ções celulares, geralmente ocasiona do pela prática de musculação. Porém, essas mesmas pes soas que buscam a atividade física, a musculação, apenas para ganho de massa, para adquirir boa forma, para desenvolvimento muscular, acabam desistindo facilmente da prática, pois não estão realmente focadas em qualidade de vida, em saúde. Perma necem com a prática dos exercícios de forma alucinada durante o ve rão; fazem dietas absurdas e extre mamente rígidas entre os meses de novembro a abril e, assim que o ou tono chega, a debandada acontece. Esquecem promessas e atiram obje tivos às traças. Dessa forma, fica claro o ver dadeiro objetivo desse público: exi bicionismo, ficar bem para o outro, mostrar-se bem nas redes sociais e usar o corpo apenas como valoriza ção exacerbada da imagem pessoal. Segundo Henrique Zamin, esse aumento da procura pelo mun do fitness, de alguns anos para cá, ocorre porque, além de influencia das pelas mídias, como internet, re des sociais, televisão, as pessoas se conscientizam de que a alimentação saudável é importante, praticar exer cícios físicos é fundamental, mas não apenas para se ter um corpo magro, musculoso, mas um corpo saudável e resistente.
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Beleza premiada Dona de seis faixas de concur so de beleza, Aline Tessaro, 19 anos, moradora de Veranópolis, chama a atenção por onde passa. Loira de 1,75m, a jovem encanta seus 7.700 seguidores no Facebook com foto grafias de seu dia a dia. Aline começou a participar de concursos em 2012. A estreia foi no evento Garota Verão. Segundo ela, não esperava vencer nem a eta pa municipal. Porém, chegou a Ca pão da Canoa, na final estadual. Dali em diante, tudo mudou em sua vida. Ela conta que passou a cuidar mais de seu corpo e preocupar-se com as roupas, afinal, as pessoas, nas ruas, passaram a observá-la com mais atenção e até mesmo a analisá-la. “Tive que mudar. Mudei cabelo, pas sei a me cuidar mais. E gosto disso.” Aline dedica-se aos concur sos dos quais participa e inicia sua preparação na academia. A estudan te de Arquitetura diz que, cerca de seis meses antes do desfile, pratica musculação e exercícios aeróbicos três vezes por semana, regra a ali mentação e realiza tratamentos es téticos. Próximo à data, a academia é compromisso diário, sendo que ela treina de duas a três horas por dia, e os alimentos que provocam inchaço no corpo são riscados do cardápio.
Todos os concursos dos quais a jo vem já participou contavam também com a parte de entrevistas. Portanto, além da parte física e estética, ela se concentra em estudar assuntos ge rais e estar confiante para responder às perguntas. Existe também o investimen to financeiro. Ela não revela o valor, mas afirma que já gastou, segundo suas palavras, um preço absurdo em vestidos, torcida, pessoas para auxi liá-la e demais itens necessários. A estudante diz lidar bem com o assédio e acredita que, apesar de saber que sua beleza influencia, a maior parte de seus seguidores de ve-se ao seu carisma. Ela conta que os fãs pedem que publique fotogra fias de seu cotidiano, por isso, pro cura manter-se sempre apresentável. Embora receba muitos elo gios, ela não está satisfeita com a sua imagem e afirma que tem o desejo de fazer cirurgias estéticas. “A gente sempre quer melhorar mais”, diz. Questionada sobre o que pen sa a respeito do padrão de beleza exigido pela sociedade, Aline con clui que “tem meninas que são ma ravilhosas, mas vazias de coração. A nossa maior beleza está no coração”.
FOTO: PIXABAY
REIKI E
MEDITAÇÃO SÃO FORMAS DISTINTAS DE
TRANSFORMAÇÃO
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REIKI Práticas alternativas são formas singulares para aumentar a autoestima e melhorar a qualidade de vida Por Kimberly Salomão Silva
O Reiki é conhecido como uma técnica japonesa de harmonização, por meio da imposição de mãos em certos pontos do corpo humano, em que se concentra mais energia, ou seja, uma atividade para o relaxamento. Os pon tos mais energéticos, chamados de Chakras, localizam-se em nossa aura, na coluna vertebral. Dessa forma, a energia que é canalizada para a pessoa é a Energia Vital Universal. A palavra Reiki, é de origem japonesa, traduzida como “Energia de Vida Universal”: REI é a energia universal e KI é a energia do corpo físico. É um encontro entre as duas formas de energia. O monge budista, Sensei Mikao Usui, é consi derado o decodificador do Reiki. A Energia Universal (REI) é a que atravessa o universo, é o que nos referimos dessa força. Já a ener gia do corpo físico (KI) é o espírito, a mente, o coração, o sentimento ou o humor. Em outras palavras, é a alma, as emoções e os sentimentos. Sendo assim, quando o KI para de fluir, a vida física acaba. A técnica não é uma religião nem uma terapia. Ele não tem o propósito de curar doenças. Além disso, não é necessário que a pessoa acredite no Reiki, mas que tenha mente aberta para recebê-lo. Conforme a terapeuta Floral e mestra em Reiki Usui, de Carlos Bar bosa, Cláudia Adriana Bergamaschi, a sessão de Reiki começa com a terapeu ta explicando para o cliente o que é a
técnica e quais as posições. “Durante a sessão utiliza-se música suave ao fundo, sugerindo à pessoa que faça algumas respirações relaxantes. A sessão dura, em média, de 40 minutos a uma hora, dependendo da necessidade de cada um”, ressalta a terapeuta. A profissional ainda explica que a imposição das mãos no corpo é feita de forma suave e tranquila. Há posições básicas, tendo como referência a locali zação dos chakras da pessoa. Contudo, se a pessoa que recebe o Reiki é into
O REIKI NÃO PODE SER USADO COMO MEDICINA ALTER NATIVA, MAS SIM COMPLEMENTAR AO TRATAMENTO RECEITADO POR UM MÉDICO lerante ao toque, o terapeuta reikiano aplica a técnica na aura dela, ou seja, a uma distância que varia de 10 a 20 cen tímetros do corpo. O Reiki não pode ser usado como medicina alternativa, mas com plementar ao tratamento receitado por
um médico. Também, a prática tem in fluência sobre o aspecto psicológico de uma pessoa, de forma que a visão dela sobre a vida é ampliada. Em consequên cia da atividade, a autoestima é elevada; há equilíbrio mental, relaxamento, alí vio do estresse, disposição física e uma transformação pessoal. Benefício do Reiki para a saúde Segundo a mestra em Reiki Cláudia Bergamaschi, o maior benefício para a saúde é o aumento da disposição física. A pessoa fica mais disposta para efetuar seu trabalho. Para com preender as alterações biológicas da prática do Reiki, o psicobiólogo Ri cardo Monezi, que estuda a neuro ciência comportamental, fez testes em camundongos com câncer. Para ele, o animal não tem elaboração psicológi ca, fé, crenças e a empatia pelo tra tador. A partir disso e da experimen tação, foi isolado o efeito terapêutico. Na pesquisa da USP, o psi cobiólogo teve como base a técnica japonesa, devido à prática da impo sição de mãos e por que era a única sem conotação religiosa. A pesquisa foi feita da seguinte forma: os pesqui sadores dividiram 60 camundongos em três grupos. O primeiro grupo controle, não recebeu nenhum tipo de tratamen to. O segundo, “controle-luva” recebeu imposição de mãos com um par de luvas preso em cabos de madeiras. E o tercei ro grupo, “impostação”, teve como tra
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Assim como o Reiki, a meditação não deve ser usada como medicina alternativa. Ela é uma ferramenta a mais no processo de cura
tamento tradicional da técnica do Reiki sempre pelas mãos da mesma pessoa. Na etapa seguinte, os animais foram sacrificados e examinados em relação à resposta imunológica, ou seja, a capacidade do organismo de destruir os tumores. Os glóbulos brancos e cé lulas imunológicas do grupo “imposta ção” tinham dobrado a capacidade de reconhecer e destruir as células cance rígenas. Não é possível saber, ainda, se a energia que o Reiki ofe rece é magnética, elétrica ou eletromagnética. Mas, segundo Monezi, a energia produz ondas físicas que liberam hormônios capazes de ativar células de defe sa do corpo. Além disso, a equipe do psicobiólogo co meçou a estudar os efeitos do Reiki em seres humanos. O estudo ainda não está pronto, mas tem apresen tado resultados positivos, como melhoria na qualida de de vida, diminuição de ansiedade e de depressão.
so, diz que “meditar é familiarizar nossa mente de maneira regular e profunda com um objeto virtuoso. Praticando meditação, adquirimos experiência dos diversos níveis de realização espiritual e evoluímos para estados de aquisição cada vez mais elevados”. Conforme Micael, a meditação geralmente está ligada à espiritualidade e pode ser praticada de diversas formas. “A meditação que eu conheço e prati co vem de ensinamentos do Budismo Kadampa, ensinados em aulas abertas para todos os públicos, budistas ou não budistas, pela Nova Tradição Kadampa em diversas cidades do Brasil”, conta o biólogo. Assim como o Reiki, a meditação traz benefícios para a saúde, mas principalmente supera problemas emocionais como inveja, apego, ignorância e controla a mente e traz paz interior. A prática da medita ção é simples e dedicar cinco minutos diários é, para os ini ciantes, mais que o suficiente para acalmar a mente. Mas assim como o Reiki, a medi tação não deve ser usada como medici na alternativa. Ela é uma ferramenta a mais no processo de cura. Ainda, o ob jetivo principal da meditação é melho rar a qualidade de vida. Quem a pratica com frequência, e corretamente, sente uma diferença significativa na sua vida.
A MEDITAÇÃO GERALMENTE ESTÁ LIGADA À ESPIRITUALI DADE E PODE SER PRATICADA DE DIVERSAS FORMAS
Meditação como evolução espiritual As práticas alternativas estão presentas na família da mestra em Reiki Cláudia. Seu filho Micael Bergamaschi, biólogo e fotógrafo circense, é um fre quente praticante da meditação. O mes tre em meditação, Geshe Kelsang Gyat
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FOTO: N´UCLEO CHANTI CHALA
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O CORPO É
UM TEMPLO Há muito tempo, o homem dedica-se a com preender a própria matéria. O cuidado com o cor po é passo fundamental para qualquer aspirante a um caminho superior
FOTO: HOMEM VITRUVIANO DE LEONARDO DA VINCI
CORPO HUMANO Por Andre Sebben A ciência biológica estima 100 trilhões de células compondo o corpo humano, dando origem a mais de 20 órgãos que formam sistemas complexos metabólicos, em um equilíbrio perfeito. Mas é no campo da espiritualidade que o corpo assume contornos curiosos. O jornalista Diego Franzen, que também é estudante de cabala cristã e de outras ciências herméticas, afirma que o corpo é um instrumento para a prática espiritual. Para ele, é vital pu rificar o corpo para utilizá-lo como um instrumente eficiente e seguro. “O taba gismo, o uso indiscriminado de drogas e o consumo de álcool levam a uma relati va perda do controle de si”, afirma. Ele lembra que a dupla mente -corpo costuma ser dispersiva, o que atrapalha a evolução do ser no meio em que lhe compete. Por isso, o exercício da concentração é fundamental. Fran zen, que é faixa-preta em taekwondo e faixa roxa em karatê, recomenda as ar tes marciais e a meditação, como cami nhos seguros para a conscientização do corpo. “O treino do corpo leva a uma disciplina, a uma dinamização de vonta de”, esclarece. O estudante da Rosacruz (Amorc), Alberto Detanico, acrescenta que o corpo é o veículo da alma no mun do material. Por isso, sua necessidade de existir, justamente para possibilitar a cada alma experimentar a vida através dos sentidos, das emoções e da mente. “A encarnação (vida) seria um oceano, no qual o corpo seria um barco necessá rio para atravessá-lo”, completa.
to”), compilado pelo arte-educador Phi lip Hallawell. Esta abordagem relaciona-se com os arquétipos platônicos (as ideias) nas formas manifestadas (na matéria). Mônica afirma que é possível, através do estudo dos traços físicos da pessoa, identificar claramente as característi cas no nível da personalidade. Esses padrões seriam tão elementares que até mesmo as doenças podem ser vistas a partir dos traços físicos. “Está tudo no rosto”, declara. A matriz africana Na umbanda, prática religiosa que se perde nas “noites” do tempo, o corpo é um veículo para a manifestação dos guias espirituais, entidades que tra balham a favor dos seres encarnados. É o que explica Anderson Valente, ex periente umbandista e seguidor de re ligiões de matriz africana. “Dentro da umbanda o corpo funciona como um cavalo, um veículo para manifestação de consciências”, complementa. Um exemplo de manifestação de consciência é o icônico São Jorge, ou, ainda, o orixá Ogum, na tradição afri
A DUPLA MENTE-CORPO COSTUMA SER DISPER SIVA, O QUE ATRAPALHA A EVOLUÇÃO DO SER NO MEIO EM QUE ELE LHE COMPETE
A mente governante Para Mônica Weber Viana, bus cadora como ela mesma se denomina, a saúde do corpo físico é consequência da saúde espiritual. “Vejo o cérebro e a mente como o berço da alma e o corpo como um avatar”, sentencia. Mônica lembra que o corpo é o reflexo do Espírito Imortal do ser, e por isso, o corpo, sendo a forma, traz pistas do conteúdo, aquilo que preenche. Ela também aponta um estudo interessante de características físicas e suas relações com a personalidade chamado Visagis mo (do francês visage, “estudo do ros
cana. “O cavaleiro que mata o dragão”, sintetiza Jorge Antonio Oro, filósofo brasileiro. Oro explica, em uma de suas palestras no Programa Vida Inteligente, que o cavalo branco representa o veí culo purificado do cavaleiro, capaz de posicionar-se, com absoluto controle, acima do dragão para que o cavaleiro, utilizando-se de sua lança, mate o mons tro. Para o filósofo, a alegoria que São Jorge encerra é transcendental. O cavaleiro seria o Eu Superior Imortal das diversas tradições, e que se utiliza do corpo do cavalo como veículo de ma
nifestação para vencer todas as tendên cias negativas que o próprio cavaleiro traz desde o berço. “O senhor do seu cavalo vence o dragão por meio da luta pela aquisição de conhecimento e cons ciência, a ponto de dominar o dragão com sua lança”, finaliza. O corpo como templo Para o professor universitário da FTEC e coordenador dos estudos teo sóficos em Caxias do Sul, Charles Boei ra, o termo veículo é mais adequado do que simplesmente corpo. Boeira lembra que há vários níveis de manifestação de energia, e aquilo que chamamos de corpo físico seria o mais denso de todos os outros seis veículos que compõem o ser humano. “Temos a consciência, que é intangível, que não pode ser tocada e os veículos de manifestação, em vários níveis de densidade”, completa. O professor também ressalta a importância da purificação dos veículos para a consciência passar dos inferiores para os superiores, o que levaria o ser a um conhecimento mais abstrato, intui tivo, superior. Mas como purificar? Ele enumera algumas ações eficazes que qualquer um pode começar a fazer: Para o veículo físico: alimenta ção vegetariana, vegana ou ainda frugí vora. Evitar entorpecentes. Para o veículo vital: é necessário respirar com qualidade para ter fluxo contínuo de energia pelo corpo. Para o veículo emocional: o culti vo de emoções saudáveis. Para o veículo mental concreto: pensamentos harmônicos e construti vos. Boeira lembra que, quando há harmonia nos veículos inferiores, o “quaternário” (conforme infográfico) acessa os veículos superiores, poden do levar o ser humano à iluminação da consciência, ou, em outras palavras, à felicidade plena. Para ele, está claro que o caminho para a imortalidade é trazer a consciência sempre para o presente, em todos os veículos. “O quaternário tor na-se servo do triângulo, o que leva o buscador a sair da ilusão do tempo pas sado e futuro e passar a viver no Eterno Presente”, conclui.
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