Comunicando
Construindo relacionamentos, transformando organizações Revista-Laboratório do curso de Comunicação Social Relações Públicas da Universidade de Caxias do Sul - 10 semestre de 2011 Ano 11 - número 55
Berenice da Silva
XIII Semana das Comunicações
40 anos de evolução e conquistas Página 6
Um profissional que cria oportunidades Página 10
Na velocidade do mundo Página 22
Ex-coordenadores revelam momentos importantes do curso Página 16
Mão na massa da teoria à prática Página 29
Um profissional versátil Página 39
Comunicando
Revista-Laboratório do curso de Comunicação Social/Relações Públicas da Universidade de Caxias do Sul Reitor Isidoro Zorzi Vice-reitor José Carlos Köche Pró-Reitor Acadêmico Evaldo Antonio Kuiava Diretora do Centro de Ciências da Comunicação Marliva Vanti Gonçalves Coordenadora do curso de Comunicação Social Habilitação em Relações Públicas: Jane Rech Professores das disciplinas de Projeto Experimental IV – Produção Gráfica: Alessandra Rech (2011/2) e Marlene Branca Sólio (2011/3) Projeto Gráfico Alunos da disciplina Foto de capa: Dani Schiavo Impressão: Gráfica da UCS
Projeto Experimental IV – Produção Gráfica (2011/2) Aline Batistin Ana Carolina Vanelli Ferreira Braga Andressa Beatriz Rigotti Andressa Grillo Lovato Caliandra Paniz Troian Carla Santarosa Caroline Lazzari Cássia Daiane Schmitt Cintia Miquelon Daiane Parizotto Danieli Pascuali Débora Valente Fabiana da Silva Fogaça Gabriela Munaro Simionato Gabriele da Cunha Jaqueline Isoton Liliane Teixeira Mayara Sâmia Machado Nádia Cristina Moretto da Fonseca Rafaela Ester Magaldi Sandrea de Oliveira Sheila Bragagnolo Koerich Sílvia Calloni de Vargas Thamy Cristina Fussiger Bhon Valéria Frisson Raupp
Projeto Experimental IV – Produção Gráfica (2011/3) Aline Mascarello Ana Carolina Azevedo Casemiro Ângela Minuzzo Teixeira Camargo Barbara Fontana Camila Schwantes Rauber Caroline Lorensi da Silva Danielle Gonçalves Borstmann Filipe Florentino dos Santos Indra da Rocha Braz Jaqueline Gambin Mariana Dotti Spier Mateus Virgilio Zulianelo Mônica Andreazza Rafael Bertin
A maturidade dos 40 O que se espera de um quarentão é que seja maduro – na exata medida do termo. Maduro sem ter perdido a vivacidade, a energia para a ação; maduro com sabedoria, serenidade e brilho no olho. Maturidade de quem já passou pelos obstáculos dos primeiros anos. E passou bem. Superou, inclusive. Os 40 anos de Relações Públicas na UCS não significam apenas o transcorrer dos anos registrando a história de aulas e formaturas; de discussões curriculares e de projetos pedagógicos. Mas, a matéria prima mesma das relações públicas, a vida, o ser humano, “as gentes” é que fazem parte desses 40 anos. É de pessoa para pessoa que se faz um curso dessa natureza, que abraça a incrível missão de dar conta dos relacionamentos humanos em todas, absolutamente todas, as esferas de atuação –
empresas, organizações, entidades, instituições e dessas com seus públicos. E com o Planeta. E com você. E eu. Ainda bem que há os RPs no mundo da tecnologia, a lembrar que há humanos em torno das máquinas. O desejo do Centro de Ciências da Comunicação é que os novos anos tragam mais reconhecimento, pois lidar com o intangível, o intocável, é para poucos, é para os fortes, para os persistentes, para os que têm fé. Nossos cumprimentos sinceros a todas as PESSOAS que fazem e que fizeram parte desta história. Estamos orgulhosos e acompanhando atentamente “as cenas dos próximos capítulos”. Profa. Marliva Vanti Gonçalves Diretora do Centro de Ciências da Comunicação
Compromisso com a qualificação e a valorização harmonizar interesses e zelar pela construção e manutenção de relacionamentos de confiança, parceira e respeito mútuo. Diante desse cenário complexo e em constante transformação, a tarefa de coordenação consiste em zelar pela qualidade do curso, seja discutindo e acompanhando a programação acadêmica, seja, proporcionando experiências significativas em termos de construção do conhecimento, dentro e fora da sala de aula e da Universidade. Mais que isso, cabe à coordenação, em conjunto com alunos e professores, propor reflexões e ações que tenham o compromisso de gerar a consciência de que ajudamos a criar o mundo em que vivemos e que, portanto, a mudança começa em nós. Desse modo, percebemos que ser Relações Públicas é ser um instrumento de transformação social. Texto: Profa. Jane Rech, coordenadora do curso de RP
Cláudia Velho
Mais que uma honra, assumir a coordenação do curso de Relações Públicas da UCS é um compromisso com a qualificação do curso e com a valorização da profissão. Isso é especialmente verdadeiro no momento em que o curso, criado em 1971, completa 40 anos e, portanto, chega ao auge da sua maturidade. Dito de outro modo, ao longo dos últimos 40 anos, o curso de Relações Públicas tem contribuído de modo decisivo para o desenvolvimento de Caxias do Sul e da região, formando profissionais altamente capacitados para atuarem na gestão da comunicação organizacional, com ênfase na gestão de relacionamentos entre as organizações e seus diferentes públicos. Os quase 1.200 profissionais formados pelo curso de RP da UCS são preparados para compreender e interpretar as constantes mudanças contextuais que ocorrem na atualidade, em nível social e organizacional, e se destacam pela atuação crítica, responsável e ética. Nesse sentido, ser cidadão consciente de sua responsabilidade, amar as pessoas, na sua infinita diversidade, constituir-se como mediador e facilitador de relacionamentos são características determinantes para o profissional de RP alcançar êxito. Isso é especialmente importante em se tratando de uma atividade que tem a missão de gerar diálogo, compreensão e colaboração, minimizar conflitos,
A arte da vida O selo alusivo aos 40 anos do curso de RP da UCS foi criado pelo aluno de Publicidade e Propaganda Leonardo Lucena, que faz parte da equipe da AEC (Agência Experimental de Comunicação). O selo apresenta o número quarenta formado por dois corpos unidos, simbolizando a vocação das Relações Públicas para estabelecer harmonia e relacionamentos positivos entre as pessoas e as organizações. Ele revela, também, um dos pressupostos da profissão: a comunicação acontece quando existem duas ou mais pessoas interagindo em torno de um mesmo objetivo, transforman do a si mesmas e seu mundo, pois, em última instância, somos todos um: estamos todos interligados. O formato do número quarenta propositalmente lembra o símbolo do infinito, que representa o equilíbrio dinâmico e o ritmo da vida, da qual estão a serviço a comunicação e os comunicadores. Com isso, quer enfatizar as características de movimento e conexão, inerentes à atividade de Relações Públicas. O azul é a cor oficial dessa profissão. No selo dos 40 anos, os tons mais claros remetem à sabedoria da maturidade do curso e os tons mais escuros remetem ao vigor e à força das Relações Públicas. O degradé entre essas cores, indo do claro para o escuro, faz alusão à conexão de diversidades que a comunicação proporciona e ao importante papel das Relações Públicas, como instrumento de transformação social. O slogan C onstruindo relacionamentos, transformando organizações busca transmitir a “essência” dessa atividade profissional, que tanto tem contribuído para o desenvolvimento das organizações de Caxias e da região.
Quarenta anos de evolução e conquistas 1990 Primeiros eventos promovidos
1992 Fundação da Cria&Ativa
1979 O curso passa a ser noturno 1977 O curso foi reconhecido (CFE)
2001 Inaugurado o Bloco T
A 1971 Fundado o curso de RP na UCS
2006 1a avaliação do Enade
2003 Mascote se torna oficial
habilitação em Relações Públicas da UCS foi criada por meio da ata nº 20 do Conselho Universitário da Instituição. Em 2 de agosto de 1971, data que marca o anivrsário do Curso, a primeira turma de alunos iniciou suas atividades. A criação do curso contribuiu para o desenvolvimento da Universidade de Caxias do Sul que, na época, tinha apenas quatro anos. Nos dois primeiros anos de atividade, o curso ofereceu 50 vagas anuais, interrompendo a oferta até 1977. Em 1975, a UCS solicitou o reconhecimento do curso e, após uma visita da comissão verificadora do Conselho Federal da Educação (CFE), recebeu parecer favorável, o de nº 4.472/76. Em 4 de maio de 1977, com o Decreto 79.652, o curso de Comunicação Social – Habilitação em Relações Públicas foi reconhe cido. O primeiro currículo foi implantado no ano de 1971 pelo professor Abrelino Vicente Vazatta, presidente do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.Desde sua criação até 1979, a habilitação era oferecida no turno da tarde. Para atender uma demanda da comunidade que trabalhava durante o dia, passou a funcionar à noite. O corpo docente dos dois primeiros anos de funcionamento (1971 e 1972) era formado pelos professores Iara de Almeida Bendati, Carlos Alberto Carvalho, José Ferreira Machado, Loraine Slomp Giron e Vitalina Maria Frosi, além dos professores-coordenadores Mário Gardelin e Walter Galvani. A primeira turma a se formar, 17 alunos, realizou a colação em 6 de setembro de 1977, no Clube Juvenil. Desde o início do curso, a UCS já formou quase 1.200 Relações Públicas. Hoje, estão matriculados cerca de 553 alunos.
Texto: Andressa Beatriz Rigotti, Andressa Grillo Lovato, Cássia Daiane Schmitt e Débora Valente
2011 Cerca de 600 alunos matriculados e aniversário dos 40 anos
Melhorias
Berenice da Silva
XIII Semana das Comunicações
Outro aspecto que veio somar ao curso foi a criação da Agência Experimental Cria&Ativa, que iniciou suas atividades em 1992, contemplando uma forte interação entre o aluno e a comunidade acadêmica e oportunizando um ambiente para a realização do estágio curricular. Com relação aos laboratórios, foram enfrentadas algumas dificuldades no início. Uma solução foi o convênio com empresas, que cediam suas instalações para que os alunos realizassem estudos práticos. Além disso, na área gráfica eram utilizadas a gráfica da Universidade e as oficinas do jornal Pioneiro. Essa situação mudou somente em 2001, com a inauguração do Bloco T, uma necessidade básica para os alunos, que hoje dispõem de estúdios de televisão e de rádio, salas de aula, estúdio e laboratórios de fotografia e gráfico, suporte técnico-administrativo, e bolsistas encarregados do apoio pedagógico.
Dia Nacional das Relações Públicas
XIII Tertúlia Universitária
Aula Inaugural — Turma de 1997
O Portal de Relações Públicas e Transmarketing data 30 de janeiro de 1914 como a primeira vez no Brasil, e no mundo, em que se criou um departamento com a denominação de Relações Públicas – crédito da antiga The Light and Power Co. Ltda., concessionária da iluminação pública e do transporte coletivo na capital paulista, conhecida durante muitos anos como Light, companhia canadense estabelecida no Brasil no século XIX. Na ocasião, a direção da empresa, sentindo a necessidade de um setor especializado para cuidar de seu relacionamento com os órgãos da imprensa, objetivava o esclarecimento da opinião pública. A direção do departamento foi entregue ao engenheiro Eduardo Pinheiro Lobo. Já em 1973, o professor Teobaldo de Andrade questionou a todos “por que não considerar esse, o pioneiro e Pai das Relações Públicas no Brasil?”. Assim, a Lei nº 7.197, de 14 junho de 1984, instituiu 2 de dezembro como o “Dia Nacional das Relações Públicas”, quando Eduardo Pinheiro Lobo foi declarado Patrono das Relações Públicas.
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especial RP 40 anos
Arquivo pessoal Mário Basso
Tradição O nascimento do curso de Relações Públicas pode ser relatado por quem experienciou o processo de evolução e segue trilhando o futuro da Universidade. Estamos falando do professor Jayme Paviani, 71 anos. Em 1970, Paviani, que na época ocupava o cargo de diretor da Faculdade de Educação, ligado ao Gabinete de Planejamento da Universidade, recebeu a incumbência do então reitor, Virvi Ramos, de fazer um estudo da necessidade e viabilidade de ter um curso de Comunicação Social na UCS.
Primeira turma de formandos de RP — 1977 Arquivo pessoal Danúbia de Oliveira
Em 1977, formou-se a primeira turma de RP da UCS. A nomenclatura utilizada na época era Bacharelado em Comunicação Social O professor, hoje coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação, realizou dois estudos, um na Universidade de Brasília (UnB) e o outro na Universidade de São Paulo (USP), cruzando esses dados com pesquisa sobre o cenário de Caxias do Sul. Devido ao grande número de indústrias e estabelecimentos comerciais da cidade, o Conselho Universitário optou pela habilitação Relações Públicas do curso de Comunicação, que passaria a funcionar na UCS no ano seguinte. Definida a escolha, o professor Paviani fez o levantamento dos possíveis professores e do currículo para obter a aprovação do Ministério da Educação (MEC) e, assim, no ano de 1971 deu-se início aos trabalhos de divulgação de um novo curso na Universidade. Em 1977, formou-se a primeira turma de RP da UCS, com 17 egressos. A nomenclatura utilizada na época era Bacharelado em Comunicação Social. A festa de formatura realizou-se no Clube Juvenil. Essa primeira turma de formandos se engajou
Formandos Relações Públicas 2010/4
Arquivo pessoal Sheila Koerich
Mário Basso
na realização do I Congresso Nacional de Relações Públicas, no ano de 1975. Um dos integrantes da comissão foi o professor Mario Roque Basso, que atualmente é professor-titular, na Universidade de Caxias do Sul, no curso de Design e atua na equipe de Desenvolvimento de Produtos da Sultextil S.A. Hoje, as atividades de Basso não estão diretamente ligadas às atividades de RP, mas ele conta que a formação em RP contribuiu para seu desenvolvimento profissional. Basso relata que, no início, o curso de Comunicação apresentava algumas dificuldades, pois os professores precisavam vir de outras universidades para lecionar. Outro obstáculo era a pouca valorização do RP na região, pois, ao contrário de outras cidades em desenvolvimento no País, Caxias do Sul e cidades vizinhas não empenhavam a mesma credibilidade ao curso, comparativamente às demais. Em contrapartida, Basso relata que conquistou o mercado por meio dos ensinamentos que o curso lhe proporcionou. “Como a profissão de RP era pouco valorizada e eu me encaminhava na área têxtil, optei por dar segmento à carreira de Pesquisa e Desenvolvimento de Novos Tecidos, no campo da moda, agregando os conhecimentos de RP às exigências da nova profissão”, diz ele. Mas, independentemente do rumo que sua carreira tomou, afirma que a formação em RP contribui muito para seus ensinamentos dentro e fora das salas de aula, e até hoje utiliza esses conceitos.
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Contemporaneidade
“Acredito que o nosso curso muda a percepção de como enxergar as pessoas: cada um é único, com suas qualidades e defeitos” do mercado, oferecendo um currículo ágil, dinâmico e sintonizado com os diversos contextos que constroem a sociedade. É a partir dessa expectativa que Danúbia de Oliveira, 30 anos, Assistente de Comunicação da Seventeen Tecnologia da Informação em Informática, formada no segundo semestre de 2010, fala sobre os primeiros passos de sua trajetória. Para ela, estar formada ajuda na colocação profissional, embora, salienta, não basta somente ter “canudo” na mão. “A tua trajetória como profissional ajuda (e muito) na busca
por cargos melhores dentro de qualquer campo profissional”, afirma. Para Danúbia, uma qualidade fundamental do profissional de RP é a delicadeza, e cita como exemplo o professor Porto Simões, ao definir que o profissional de Relações Públicas é o harmonizador das relações da sociedade. Muitas vezes, o curso e a carreira profissional escolhida esDanúbia de Oliveira tão relacionados com o perfil de cada um. E essas escolhas acarretam mudanças que, se bem-aproveitadas, tornam-se oportunidades positivas. “Acredito que o nosso curso muda a percepção de como enxergar as pessoas: cada um é único, com suas qualidades e defeitos”, destaca Danúbia. A nova profissional de Relações Públicas pretende continuar atuando na área da comunicação interna e, no futuro, ingressar em um mestrado em Comunicação na UFRGS,no sentido de realizar um de seus grandes sonhos, que é lecionar. Arquivo pessoal
Há quase 40 anos, o curso de Relações Públicas da Universidade de Caxias do Sul registra uma respeitável trajetória no Brasil. Diante das expectativas e exigências que o mercado impõe à formação dos novos profissionais, o curso tem o desafio de incorporar as práticas e competências pedagógicas às demandas
especial RP 40 anos
Reconhecimento Mari Hoffmann
Arquivo pessoal
Durante os anos da vida acadêmica, um dos momentos mais esperados pelo aluno é o dia da formatura. O ritual significa o encerramento de um ciclo. Em quatro décadas, o curso de Relações Públicas da UCS formou, até março de 2011, cerca de 1.131 alunos. Destes, nove foram laureados, destacando-se dos demais por seu exemplar desempenho. A láurea acadêmica é concedida a alunos que obtiveram somente conceitos iguais ou superiores a 3 durante o curso. Eles são homenageados durante a colação de grau de formatura. Além da láurea acadêmica, os alunos de Rela-
ções Públicas também recebem um reconhecimento, por meio da Medalha Dolaimes Stédile Angeli. Lançada durante o XIII RP em Debate, em 2002, a medalha instituída pela empresa condecora o formando de Relações Públicas da UCS com melhor desempenho acadêmico. O primeiro homenageado foi Moacir Giovanaz, e a homenageada na cerimônia em março de 2011 foi a formanda Danúbia de Oliveira.
DESTAQUES -> Dolaimes Stédile Angeli, formada em Pedagogia e em Relações Públicas pela UCS, foi professora no curso de RP. Em 1988, criou a Dolaimes Comunicação e Eventos Ltda. Dolaimes faleceu em 28 de abril de 1995. -> Outros profissionais também ficaram na memória do curso de Relações Públicas, entre eles o professor e jornalista Maurício Moraes. Reconhecido pelo otimismo, pela dedicação e presença de espírito, Maurício faleceu em 21 de novembro de 2009, aos 51 anos. O professor ministrou disciplinas nos cursos de Relações Públicas, Jornalismo e Fotografia da UCS.
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Um profissional que cri Dos métodos de ensino às oportunidades de ingresso no mercado de trabalho – muitas são as mudanças percebidas pelos profissionais de Relações Públicas desde a criação do curso na UCS, em 1971. As RP Lisete Alberici Oselame, diretora da Interface Comunicação & Eventos; Teresinha Giovana Schimitt, assessora de Comunicação e Marketing da CIC, e Stelamaris Parenza Arenhardt, gestora de Marketing do Shopping Iguatemi Caxias, percebem uma evolução no mercado regional, com boa receptividade desse agente nas corporações. As profissionais concordam que, durante muito tempo, a comunicação se destacou somente no ramo da publicidade, e a maior parte das empresas não
possuía estrutura suficientemente organizada a ponto de absorver um Relações Públicas. Sua aceitação nas organizações veio em efeito cascata. Na medida em que uma empresa abriu-se a essa nova possibilidade, iniciou-se um processo gradual de valorização desse profissional. Para Stelamaris, a profissão é cada vez mais reconhecida. “Possuir uma graduação é fator básico. O RP tem de possuir um perfil proativo, com conhecimento e foco no seu trabalho”, enumera. No mesmo sentido, Lisete sugere que o profissional dessa área tem que entender o seu trabalho; buscar e investir em constante qualificação. “Não basta o conhecimento específico, é preciso possuir qualidades como disciplina, boa conduta, planejamento e persistência”, frisa. É comum para quem ingressa no curso de Relações Públicas certa falta de conhecimento sobre a área de atuação futura. Com Teresinha Giovana Schimitt, não foi diferente. Ela relata que só “se encontrou” como profissional na metade do curso. “Foi preciso muita paciência para conquistar o meu espaço. A gente somente alcança o objetivo por meio da procura constante de conhecimento”, conta. Para Giovana, Lisete e Stelamaris, o perfil profissional ideal pode ser
Texto: Caroline Lazzari, Gabriele da Cunha e Mayara Sâmia Machado
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ia oportunidades
resumido em uma característica preponderante: o dom do relacionamento interpessoal. “Tudo é baseado em bom relacionamento com os públicos das organizações”, afirma Stelamaris. Giovana acrescenta que o profissional de Relações Públicas deve ter atuação constante e contato com os diferentes tipos de públicos, além de se adequar ao perfil que a empresa necessita. Já Lisete ressalta que os interessados nesta área devem buscar novos nichos de mercado, criando oportunidades.
Mari Hoffmann
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O caminho do sucesso
Ex-alunas do curso de RP que conquistaram posições importantes no mercado de trabalho ou que iniciam suas trajetórias em busca de reconhecimento
Arquivo pessoal
É profissional de Marketing com atuação em grandes empresas do RS, na área de indústria, comércio e serviços. Gestora de Marketing por mais de 10 anos em uma das maiores redes de varejo do Brasil. Docente na área de Marketing e Comunicação na Faculdade Anglo-Americana. Tem especialização em Marketing e MBA em Varejo e Gestão de Negócios. Atuou em empresas como Marcopolo, Lojas Colombo, Quero-Quero e, hoje, está à frente do setor de Marketing do Shopping Iguatemi Caxias.
Arquivo pessoal
Stelamaris Parenza Arenhardt
Pós-graduada em Gestão do Cerimonial pela UCS. Atuou por 10 anos na Fras-le, como Relações Públicas na área de Recursos Humanos/Endomarketing e Comunicação Interna. Trabalhou na Proequipe Propaganda como consultora de Endomarketing e no Banco de Sangue de Caxias do Sul como gerente de Marketing. Desde 2007, atua na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul no cargo de Relações Públicas, na Assessoria de Comunicação e Marketing. Teresinha Giovana Schimitt Júlio Soares/Ojetiva
Lisete Alberici Oselame
Pós-graduada em Comunicação Organizacional também pela UCS e especialista em Cerimonial e Protocolo. Foi apresentadora do Jornal do Almoço da RBS TV Caxias e apresentadora do Persona TV Revista, na UCS TV. Expresidente e integrante do Conselho da Mulher Empresária e Executiva da CIC de Caxias do Sul. Atua na área de Relações Públicas e Eventos da Festa da Uva desde 1991. Também é articulista da revista feminina Afrodite e apresenta o programa Persona Singular na Rádio Caxias há 14 anos. Diretora da Interface Comunicação e Eventos.
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especial RP 40 anos
Profissão - A profissão Relações Públicas é considerada uma das mais promissoras para este momento de forte concorrência entre as instituições. As empresas estão cada vez mais preocupadas com sua imagem, em lidar com a comunicação interna e externa. O atendimento ao consumidor também absorve profissionais da área. Desafio do RP - Tornar-se parte estratégica das organizações, além de se manter atualizado com a avalanche tecnológica; dominar as mídias sociais. Comunicar, dialogar e ouvir de forma eficiente, gerenciar as expectativas e apresentar os resultados esperados são alguns dos desafios diários de todos nós. Paixão - Ingrediente fundamental para tudo que faço. Sentir a satisfação das pessoas com o teu trabalho, receber um elogio ou apenas um “muito obrigado” ou, ainda, saber que tudo aconteceu no tempo certo e surpreender as pessoas é algo inexplicável e gratificante. Sentir aquele frio na barriga antes de dar o start para toda uma equipe e saber que, no final, foi um sucesso é maravilhoso. Salário - O salário varia de acordo com a região e com a empresa em que o profissional trabalha. Os recém-formados chegam ao mercado com remuneração entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil. Crise - As crises acontecem em todas as empresas, independentemente do seu tamanho. O gerenciamento desse momento é a base que sustenta toda a ação necessária para tentar evitar uma crise e que também faz parte das atribuições dos profissionais de Relações Públi-
cas. E, com a rapidez das informações, um plano de gerenciamento de crise se torna fundamental para o relacionamento com seus públicos. Mercado - Na minha opinião, o mercado de Relações Públicas está em franca expansão no Brasil e tende a conquistar uma posição cada vez mais estratégica dentro das organizações, nesse momento em que as marcas precisam promover engajamento com diversos públicos, sobretudo com a popularização das mídias sociais. Arquivo pessoal
RP em 10 tópicos
Consultora de Marketing Corporativo da Marcopolo
Colegas - Sem equipe, não há trabalho completo. Não conseguimos trabalhar sozi nhos, precisamos de um time de especialistas comprometidos para que o trabalho final seja um resumo da competência de todos. Público - Ninguém melhor do que os profissionais de RP para dialogar com seus públicos, seja interno, externo, seja sociedade, autoridades e órgãos do governo, imprensa, acionistas, consumidores, clientes, etc. Carreira - A construção da carreira inicia no primeiro semestre da universidade. Estágios voluntários, trabalhos com profissionais da área, palestras e eventos constroem uma base forte para uma carreira de sucesso. Futuro - A comunicação nunca foi tão fundamental para o sucesso de qualquer empresa. Vejo o futuro com bastante otimismo, porque tivemos o sonho de falar diretamente com os nossos públicos e, agora, com as redes sociais, isso será possível.
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especial RP 40 anos
Eloá Nespolo Diretora de Comunicação da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul
Conhecimento - O conhecimento é, e sempre será, o grande diferencial. O conhecimento não se limita aos anos acadêmicos. Ele deve ser permanentemente buscado e estimulado. Não dá para conceber um profissional de qualquer área da Comunicação que não esteja conectado à pesquisa, a tendências e à evolução tecnológica. Paixão - Deve movimentar todas as nossas ações e isso não se resume à vida profissional. Quem não for movido por paixão, deve repensar seriamente sua carreira. Salário - É uma profissão em franca valorização. Hoje já convivemos com bons salários nessa área. Mesmo que não seja uma realidade geral,
Crise - A crise, embora todos os aspectos negativos, pode também ser um grande aliado dos profissionais de Relações Públicas e da comunicação em geral, pois pode fomentar grandes estratégias. O gerenciamento de crises deve ser encarado como uma das grandes funções do profissional de RP. Mercado - As Relações Públicas vivem um bom momento no Brasil e no mundo. Porém, como qualquer profissão, o seu valor está relacionado diretamente ao nível de conhecimento da profissão. Colegas - Como em qualquer campo profissional, encontramos os melhores e também os piores exemplos. Via de regra, a convivência só agrega experiências e traz aprendizados. Público - É o início e o fim de tudo. Aquilo que fazemos deve dialogar com o público. Conhecer e reconhecer as necessidades desse segmento é essencial. Carreira - Traz muita compensação e a mim, especificamente, muita satisfação. Futuro - O terreno é fértil. É preciso investir mais no esclarecimento sobre a importância e a atuação dessa função para que o mercado compreenda seu alcance. Em um mundo onde a competitividade está presente e o relacionamento pode fazer toda a diferença nos resultados, uma grande ferramenta disponível são as Relações Públicas.
RP em 10 tópicos
Desafio - Tornar o Relações Públicas mais gestor e estratégico do que operacional. Pela sua formação e pela essência da profissão, esse profissional da comunicação deve ser aproveitado no planejamento e na proposição de ações que tragam impactos positivos para as corporações, evitando improvisos.
o mercado projeta que é possível ser financeiramente bem remunerado.
Letícia Rossetti
Profissão - Quando cursei Relações Públicas, além de dizer o nome do curso era preciso explicar, detalhadamente, do que se tratava. Felizmente avançamos e, hoje, existe um entendimento mais amplo do que trata essa profissão e a sua aplicação. Aos poucos, as organizações começam a entender que esse profissional pode interferir na imagem e no posicionamento da marca, melhorando seus resultados. Entretanto, ainda presenciamos um grande número de pessoas que se intitula Relações Públicas, sem qualquer formação na área, e que acaba por desvirtuar a profissão e perpetuar o conceito equivocado de que o RP é o mero organizador de eventos.
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Talento merece prêmio
Premiações da área de Comunicação constituem espaços de visibilidade para a produção acadêmica, seja teórica, seja experimental. Um deles é o Prêmio ABRP - Concurso Universitário de Monografias e Projetos Experimentais de Relações Públicas, promovido pela Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), sediada em São Paulo. De acordo com a professora Daiane Scheid, da Coordenação de Monografias, o concurso, em sua 29ª edição, iniciou em 1982, e desde então, agrega novas categorias, como as voltadas à pós-graduação. As inscrições normalmente acontecem entre os meses de março e abril. Entre os meses de agosto e setembro, são divulgados os trabalhos finalistas de cada categoria e ocorre a cerimônia de premiação. As Relações Públicas Fernanda Gomes de Andrade e Jéssica Amanda Pinto Maciel, formadas
pela UCS em março de 2011, venceram a premiação no ano passado e projetam o concurso como um diferencial no currículo. À Comunicando, elas contam mais sobre a experiência. Comunicando: Quando inscreveu seu trabalho no concurso, você tinhaa expectativa de vencer? Fernanda: Fiquei sabendo do concurso por meio de minha orientadora, a professora mestre Silvana Padilha Flores. No momento que escolhi meu tema da monografia, identifiquei que este era diferente e inovador, apenas. Quando o ins crevi no concurso, nem passou pela minha cabeça ser finalista e obter uma premiação. Jéssica: Tive o incentivo da professora Daiane Scheid e escolhi a categoria Monografia Responsabilidade Socioambiental. Desde o início do trabalho, tinha a expectativa de inscrevê-lo no concurso, mas
Luiz Chaves
Jéssica (E) venceu a categoria Monografia Responsabilidade Socioambiental e Fernanda conquistou o 2º lugar na categoria Monografia Empresas Públicas e Privadas
sinceramente não acreditava que tinha a chance de vencer. Comunicando: Qual a sensação de ter seu trabalho reconhecido por grandes profissionais da Comunicação? Fernanda: É um misto de emoção e de questionamentos. Sem dúvida, ter nosso trabalho analisado e reconhecido por profissionais qualificados em nossa área faz sentir que todo o esforço foi válido. Jéssica: Quando recebi o e-mail comunicando que era uma das três finalistas, já me senti vitoriosa. Foi um trabalho desenvolvido com responsabilidade, pensando na comunidade acadêmica e tendo a expectativa de ser um incentivo para os empresários refletirem sobre a importância da responsabilidade social. A sensação é de dever cumprido e de que o professor Maurício Moraes (in memoriam) foi um ótimo orientador.
Ex-coordenadores revelam momentos importantes da trajetória do Curso Mari Hoffmann
ntre outras funções, ao coordenador cabe administrar o relacionamento entre professores e alunos, orientando-os quanto às atividades e ao currículo. O principal objetivo da coordenação é a coesão entre a instituição, os acadêmicos e os mestres. Desde 1978, oito coordenadores, que se revezaram ao longo de 15 gestões, ajudaram a escrever a história do curso de Relações Públicas da UCS. A Revista Comunicando conversou com alguns desses profissionais que deixaram importantes contribuições para o curso de RP.
Textos: Ana Carolina Braga, Barbara Fontana, Danieli Pascuali, Fabiana Fogaça, Jaqueline Gambine Thamy Fussiger.
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Um defensor da cordialidade Douglas Trancoso
Professor Olivar Mattia
O professor Olivar Mattia é um verdadeiro mestre e foi um líder importante desde a criação do curso de Relações Públicas da UCS, há 40 anos. Ele foi meu professor e foi a convite dele que apenas dois anos depois de formada iniciei minha carreira acadêmica na universidade. Respeitado por todos, o professor Olivar lutava acima de tudo para que o relacionamento entre professores fosse cordial, pacífico, de respeito e de amizade. Ele acreditava que um grupo unido e coeso teria a capacidade de contagiar os alunos com um espírito agregador, base para qualquer relacionamento duradouro. Sempre de bom humor, o professor Olivar sabia também perceber momentos difíceis pelos quais passávamos. Sempre tinha mais do que palavras de consolo. No meu caso, em muitos momentos difíceis ele soube ser muito concreto em seu apoio. Mais recentemente como colega de pesquisa, sua contribuição foi inestimável pelo domínio que possui da Teoria da Comunicação. O professor Olivar sabe como ninguém estabelecer relações entre as bases teóricas e as boas práticas profissionais. Ele foi um dos primeiros professores com titulação de Mestre na UCS. Há 40 anos, a dificuldade de titulação era muito maior. Como Diretor de Centro ele deu sua importante contribuição na época de maior expansão da UCS. Como coordenador de curso, pouco tempo antes da sua aposentadoria, ele liderou mudanças inovadoras no currículo do curso, buscando maior adequação aos tempos atuais. Como pesquisador, sempre manteve a inspiração e a curiosidade pela compreensão dos fenômenos da Comunicação. Ser humano de grande valor pela sua humanidade, sensibilidade, competência profissional, inteligência e seriedade, o professor Olivar para mim está sempre presente, pois é uma das maiores influências de minha vida acadêmica. * Depoimento da professora Ana Cristina Fachinelli sobre o ex-coordenador Olivar Mattia, aposentado.
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Um curso em permanente evolução
Mari Hoffmann
Professor Zildomar O. de Souza
O professor Zildomar Oliveira de Souza é o atual coordenador das disciplinas de Projeto Experimental - Estágios do curso RP da UCS. Entre as funções que ocupou ao longo de sua carreira como professor e gestor, a primeira experiência como coordenador do Curso de Relações Públicas, ainda na década de 80, foi a que mais o marcou. Ele conta que nesse período, em que existia somente a habilitação de RP, o curso teve sua primeira mudança de currículo. Em 1983, a Pró-Reitoria de Graduação aprovou um projeto de sua autoria, instituindo a disciplina de Estágio. Na percepção do professor Zildomar, outros fatos marcaram essa década de 80, como a necessidade do curso de RP de possuir um número mais expressivo de disciplinas de Publicidade. Esse incremento de disciplinas se deu por uma demanda de mercado. Na metade da década de 90, com a chegada do curso de Jornalismo, o curso sofreu influência desse irmão mais jovem. Na última mudança de currículo, suportada por demandas do mercado, o curso de Relações Públicas assume uma postura ainda mais empresarial, com disciplinas que vieram a ampliar o conhecimento organizacional. Fazendo um paralelo do que era e do que é, podemos assegurar que o curso de Relações Públicas está mais bem preparado instrumental e conceitualmente, garante ele. Hoje o curso de RP, em termos de Brasil, é um dos melhores, possibilitando aos alunos ótima preparação, sendo referência em áreas como o estágio e destacando-se em concursos de monografia, onde os alunos de RP estão sempre entre os primeiros classificados. “Essas premiações, sem dúvida, um excelente indicador de nossa qualificação e amadurecimento”, comemora.
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especial RP 40 anos
A profissão no centro das discussões Milena Leal
Professora Lirian Maria Meneghel
F������������������������������������������� ui Coordenadora do Curso de Comunicação Social RP no período de 1990 a 1992, por três anos. Foi uma época muito difícil para a Universidade, pois enfrentávamos problemas de ordem política e reivindicações de mudanças. A coordenação de curso tinha, apenas, a tarefa de orientar alunos quanto à matrícula e estudo de cur-
rículo. As demais atividades, incluindo administrativas, eram de responsabilidade do Chefe de Departamento e do Diretor de Centro. O período em que estive na coordenação foi marcado por atividades de integração com os alunos, mas principalmente por discussões sobre a profissão de Relações Públicas, muito mal compreendida no meio empresarial. O Curso, nesses 40 anos, evoluiu muito, amparado pelo desenvolvimento das novas tecnologias. Não há como fazer comparações, são momentos diferentes, 1990 e 2011- mudamos de década e de milênio. Sinto-me orgulhosa de fazer parte do Curso de Comunicação Social, habilitação Relações Públicas da UCS, inicialmente como aluna, de 1978 a 1982 e depois como professora, de 1982, até hoje. Passamos por grandes mudanças, perdemos algumas pessoas queridas, ajustamos nossas condutas, discutimos e brigamos por uma posição respeitada no mercado enquanto curso e enquanto profissão. Me sinto parte contribuinte desse processo e esse sentimento é muito compensador quando nosso olhar encontra o presente.
Experiências na coordenação Dani Schiavo
O Curso de Relações Públicas faz parte da minha vida já há muito tempo. Fui aluna de 1981 a 1985. Em 1989 fui contratada como docente e desde então tenho tido experiências profissionais muito significativas na UCS. Depois de ter atuado cerca de três anos como docente, assumi meu primeiro mandato como Coordenadora do Colegiado do Curso de Relações Públicas em 1992-1996 e assumi novo mandato em 2000 até 2004. Ou seja, fiquei mais de oito anos atuando na Coordenação, período em que trabalhei muito pelo curso, mas aprendi em igual proporção, visto que o coordenador tem função primordial no pleno êxito do Curso, na integração entre os docentes e na satisfação dos alunos. Também atuei na coordenação da Agência Experimental de Relações Públicas em 1994-2001, na subchefia no Departamento de Comunicação 1996-1999 e na chefia desse mesmo departamento 2001 e 2002. O Curso de RP inicialmente funcionava no Bloco H e depois passou para o M. Aconteceram tantas coisas nesse período, que é preciso fazer um exercício de memória, pois foram todos momentos muito importantes.
Professora Silvana Padilha Flores
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Arquivo pessoal
Liderança e integração
Marilda Cecília Dall Agno
Marilda Dall Agno, formada pela Universidade de Caxias do Sul, é um exemplo de que bons filhos voltam sempre à casa. Depois de atuar como professora no curso ao longo de alguns semestres, ela assumiu a coordenação de julho de 2007 a julho de 2008. No período, destacou-se sua liderança frente à
reformulação curricular do curso, quando foi criado o tronco comum nas habilitações Relações Públicas, Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Houve um grande aprendizado quanto à relação que temos com o MEC (Ministério da Educação e Cultura), relata Marilda. Ela relembra que houve um esforço conjunto dos três coordenadores, com apoio do direção do Centro e de todo o corpo docente. Foi em sua gestão, também, que o Diretório Acadêmico foi reativado, iniciando um forte trabalho de integração e participação dos estudantes. “Após a experiência da Coordenação, meus horizontes no que se refere à estrutura acadêmica aumentaram significativamente”, comenta Marilda, complementando: “Em minha avaliação, o curso de RP proporciona condições para efetivo trabalho de comunicação organizacional e de assessoria”.
Aposta na união da equipe mação e a integração do curso com o mercado, estimulando parcerias que possam abrir oportunidades para os acadêmicos, o incentivo ao intercâmbio nacional e internacional na área de RP via parcerias UCS, a presença Professora Tassiara B. Camatti representativa nas discussões curriculares em nível estadual e nacional, e a ampliação da troca de experiências e informações junto aos alunos, buscando novas idéias que possam fomentar iniciativas promissoras”, lembra Tassiara.
Arquivo pessoal
“Ao ingressar como coordenadora do curso de Relações Públicas da UCS, em setembro de 2008, minha principal meta era desenvolver um trabalho integrado entre todas as áreas da Comunicação e criar um sentimento de unidade entre professores e alunos, inclusive para que pudéssemos ampliar nossa produção científica em sala de aula”, lembra a professora Tassiara Camatti. “Assim, todo o período em que fui coordenadora creio que foi marcado por grandes conquistas para as Relações Públicas, pela união e desempenho de toda a nossa equipe”, relembra. Ela destaca, em 2010 a conquista de mais uma estrela na avaliação do Guia do Estudante, agora na categoria de curso 4 estrelas. O Intercom, realizado em 2010, também merece destaque, pois agregou todas as funções da área de Relações Públicas em um só evento, que com certeza, contribuíram para que o evento fosse uma grande oportunidade para o trabalho em equipe, de alunos e professores de todas as áreas da comunicação. “Creio que com a coordenação da professora Jane Rech, dentre as metas futuras estão a aproxi-
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Que timão, hein!? Adriana dos Santos Schleder Alessandra Paula Rech Alessandra Pinto Nora Álvaro Fraga Moreira Benevenuto Junior Ana Cristina Fachinelli Candice Kipper Klemm Daiane Scheid
Leyla Maria Portela Coimbra Thomé Lirian Maria Meneghel Marcell Bocchese Marcelo Wasserman Maria Lúcia Bettega Maria Luiza Cardinale Baptista Marilda Cecilia Dall´Agno Marina Lorenzoni Chiapinotto O corpo docente do curso de Relações Públicas da Marlene Branca Sólio UCS conta com um time de peso: 36 professores Marliva Vanti Gonçalves altamente qualificados e capacitados com formação Misael Paulo Montaña voltada para a área de atuação do curso, sendo dois Myra Gonçalves
Pós-Doutores, onze Doutores, trinta e seis Mestres e três Especialistas. A atual coordenadora do curso é a professora Jane Rech. Dinarte Albuquerque Filho Edson Luiz Scain Corrêa Eduardo Luiz Cardoso Eulalia Isabel Serpa dos Santos Coelho Grazielle Betina Brandt Ivana Almeida da Silva Jacob Raul Hoffmann Jane Rech Kenia Maria Menegotto Pozenato
Najara Ferrari Pinheiro Paulo Ricardo Ribeiro Roberta Mânica Cardoso Costa Ronei Teodoro da Silva Rosane Torres da Silva Silvana Padilha Flores Tassiara Baldissera Camatti Zildomar Oliveira de Souza
Estes são os caras! O atual Diretório Acadêmico do curso de RP é composto por oito alunos. A principal função do DA é representar e congregar os estudantes do curso. Dentre as várias ações promovidas, destacam-se a recepção dos calouros, festas de integração dos cursos, além da divulgação das atividades da Universidade de Caxias do Sul. Uma característica diferencial dos Diretórios Acadêmicos do Centro de Ciências da Comunicação é a assembleia semestral de estudantes, no turnos da manhã, tarde e noite, quando os alunos, a direção do Centro e as coordenações de cursos se reúnem para
discutir questões relacionadas à Comunicação. Integrantes do DA de RP: Leandro Magalhães — Presidente Bárbara A. Bassani — Vice-presidente Aline Ponzoni — Tesoureira Antônio Sanchae Camatti — Secretário de Planejamento e Comunicação Joice Ferreira — Secretária de Planejamento e Comunicação Cássio Robattini — Secretário de Cultura Vinicius Busatta — Secretário Comercial Fernanda Teixeira — Secretária Comercial
22 Mari Hoffmann
Na velocidade do MUNDO
O
curso de Relações Públicas da Universidade de Caxias do Sul acompanhou a evolução tecnológica que transformou a sociedade nos últimos 40 anos.
Textos: Aline Batistin, Jaqueline Isoton, Nádia Cristina Moretto da Fonseca e Silvia Calloni de Vargas Pedrozo
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Claudia Velho
A
s multi-habilidades exigidas do RP no mercado de trabalho pressupõem intimidade do profissional com as mais diversas plataformas de comunicação. No curso de Relações Públicas da Universidade de Caxias do Sul, a estrutura oferecida nos Laboratórios de Ensino favorece esse contato com diferentes mídias, como rádio, televisão, produção gráfica e fotografia. Aos já graduados, a UCS ainda oferece duas possibilidades de especialização: uma pós-graduação e um MBA e já se busca aumentar o leque de ofertas. A infraestrutura instalada no Bloco T é utilizada pelos alunos em disciplinas técnicas e também abriga a Agência Experimental de Comunicação (AEC) dos três cursos
de Comunicação. O coordenador de laboratórios, Edson Scain Correa, considera a estrutura oferecida aos alunos adequada às necessidades dos quatro cursos da área de Comunicação. Segundo ele, o segredo está na atualização permanente de hardwares e softwares. A maior mudança planejada é a ampliação das ferramentas disponibilizadas às disciplinas da área de televisão. “Em TV, ainda precisamos oferecer mais autonomia ao acadêmico, no sentido de operação dos softwares. A ideia é oferecer uma ilha para cada aluno. Ou seja: 25”, projeta o coordenador. Hoje, o laboratório de TV possui cinco ilhas de edição, explica.
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Infraestrutura soma para qualidade do curso
Flora Simon da Silva
Para o doutor em Ciências da Comunicação e professor de Produção Audiovisual da UCS, Álvaro Benvenutto Júnior, o profissional de Relações Públicas é quem gerencia todas as ações em comunicação das organizações, desde o trato com orçamentos até a produção de conteúdos. Por isso, é importante que conheça o processo globalmente. “No mercado de trabalho, não é papel do RP meter a mão na massa. O perfil hoje está mais ligado à coordenação do processo e construção do conteúdo. Mas ele tem que entender um pouco de tudo”, pondera, lembrando que a fotografia, mais do que em qualquer tempo, hoje é um processo de construção de significação. O Laboratório de TV oferece ao aluno a estrutura adequada à elaboração de roteiros, produção, gravação e pós-produção de programas. Além dos estúdios, equipamentos para captura de imagem digital e ilhas de edição – três lineares e duas não lineares –, o laboratório possui todo o equipamento necessário para a realização de programas em área externa, com uma central técnica e uma sala de locução para gravação de sonoras. O estúdio possui três câmeras, equipamento de iluminação completo, dois teleprompters, monitor e cenários para uso dos alunos. Nas filmagens de rua, são usadas quatro câmeras externas. O laboratório conta, ainda, com duas estações de computação gráfica para a construção de personagens e onde também pode ser feito tratamento de imagens e editoração de DVDs. A estrutura recebe suporte da UCSTV e atende, aproximadamente, à demanda de nove disciplinas por semestre.
Daniela Schiavo
Televisão
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Fotografia Os equipamentos desse labotatório possibilitam ao estudante participar de todo o processo de produção, revelação e tratamento de imagens. O estúdio, de 230 metros quadrados, possui um mezanino utilizado como sala de aula e camarim. Para uso dos acadêmicos, são disponibilizadas máquinas fotográficas digitais e analógicas, semiprofissionais e profissionais. No mesmo prédio há, ainda, um laboratório químico para revelação em preto-e-branco e outro para processamento em cores, onde os próprios alunos revelam imagens. Pelo menos 12 turmas fazem uso da estrutura todo o semestre – acadêmicos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e também do curso tecnológico de Fotografia oferecido pela UCS. A fotógrafa Flóra Simon da Silva, uma das técnicas do laboratório, explica que, além da prática fotográfica em si, o local é utilizado para desenvolvimento da técnica fotográfica, operação dos equipamentos e elaboração de roteiros. A professora Candice Kipper Klemm destaca que as disciplinas nas quais se faz uso da estrutura laboratorial agregam conhecimento especializado e prático aos alunos, ou seja, preparam-nos para o acompanhamento de cobertura de eventos e para a produção e especificação de roteiros de imagens. “Desse modo, o organizador tem condições de especificar, detalhadamente, os aspectos mais significativos para uma cobertura fotográfica”, explica.
Informática Os estudantes de Comunicação da UCS contam com quatro laboratórios de informática, sendo três com plataforma PC e um com MacIntosh, onde são produzidos jornais, informativos, revistas dos cursos de Comunicação e Jornalismo online. Cada um deles atende às necessidades específicas das disciplinas práticas, com softwares para edição de imagens, diagramação, edição de áudio, ilustração, edição de texto e webdesign. No curso de Relações Públicas, fazem uso dos laboratórios as disciplinas de Introdução à Fotografia, Mídia Impressa, Redação, Técnicas de TV, Técnica de Rádio, Tecnologia em Comunicação Social, Planejamento Gráfico, Produção Gráfica, Produção Audiovisual e Prática de Pesquisa. Para Leandro Bortolon, formado pela UCS em RP e Jornalismo, a estrutura evoluiu muito. Bortolon trabalha há seis anos no Cetel e lembra que, antigamente, os cursos de comunicação utilizavam os laboratórios de outros blocos. “Antes da fundação do Cetel, em 2001, não tínhamos uma estrutura própria para os alunos. As aulas eram no Bloco F ou em outros laboratórios. Talvez essa seja a mudança mais significativa. Houve, com certeza, uma melhora gradual nos equipamentos”, avalia.
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Rádio Nesse espaço, são ministradas as disciplinas de Técnicas de Rádio e Multimídia I. Além disso, os alunos participam da gravação e edição de programas de entrevista, toques informativos, radionovelas, comentários e spots. O laboratório está no terceiro andar do Bloco T e possui dois estúdios, duas ilhas técnicas e um laboratório de informática com 25 computadores com software para edição de áudio. O técnico opera com o programa Protools, um sistema digital de gravação e edição, em mesa de 32 canais. No estúdio auxiliar, é veiculada uma rádio web, onde todos os alunos de Comunicação podem ter contato e participar, de forma ativa, das atividades da rádio. A professora de disciplinas de rádio Leyla Coimbra Thomé aponta a linguagem radiofônica como uma oportunidade ainda pouco explorada pelo Relações Públicas. “Dentro das empresas, os profissionais ainda se limitam muito aos jornais internos, ao mural de recados, à intranet e a e-mails. Por que não investir em uma rádio interna, envolvendo não só o setor de Comunicação, mas todos os colaboradores?”, sugere. Nesse sentido, Leyla indica que as disciplinas de rádio do curso congregam teoria e prática.
Agência Experimental
Guigo Dedecek
A Agência Experimental de Comunicação (AEC) é mais uma oportunidade de colocar os conhecimentos em prática. Desde agosto de 2003, funciona de forma integrada. Com isso, a agência possibilita ao aluno colocar em prática o conhecimento teórico adquirido durante a graduação e se preparar para o mercado de trabalho. Hoje, os cursos trabalham integrados, mas Relações Públicas foi a habilitação pioneira. A Agência Experimental de Relações Públicas, originalmente era denominada Cria&Ativa e sua primeira coordenadora foi a professora Jane Rech. Em outro momento surgiram as agências de Jornalismo, Controlvê, e de Públicidade, Salto. A partir de 2010, elas integraram-se gerando a AEC. Sua implantação aconteceu em março de 1992, e o nome foi escolhido por uma aluna, por meio de concurso, no qual a premiação foi a isenção do pagamento de uma disciplina curricular. Em 1999, a agência ganhou uma sala no primeiro piso do Bloco H, dispondo de equipamentos e móveis para a execução das mais variadas atividades. No ano de 2002, ela recebeu novo espaço, ocupando até hoje a sala 301, no segundo piso do Bloco T – Cetel.
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Isis Cornelli
Milena Leal
Fotos: Flora Simon
Daniela Schiavo
Milena Leal
Flora Simon
Flora Simon
Guigo Dedecek
Modernas salas de ensino, teatro, cinema e sala de conferĂŞncias integram a infraestrutura laboratorial oferecida pela UCS, distribuĂda nos Blocos T e M
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Especializações em áreas-chave
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corpo docente composto, entre outros, por três professores portugueses: Isabel Amaral, na área de Comunicação Transcultural; Cristina Marques Fernandes, na disciplina de Cerimonial Social e Adriano Firmino, especialista em Cerimonial Desportivo. Outro curso oferecido pela Universidade é o MBA em Cultura Organizacional e Comunicação com o Mercado, este em andamento, com 17 alunos em fase de TCC. O corpo docente é composto por professores renomados na área, dos quais podemos citar Paulo Nassar da USP e Aberj; Marlene Marchiori, Sidnéia Santos e Fernando Ramos, professor espanhol especialista em Comunicação de Valor. O curso teve em sua aula inaugural a presença da professora Maria Helena Weber da UFRGS. Em parceria com o Centro de Administração, será oferecido o MBA em Espiritualidade no Trabalho, cursoé inédito no País. Os profissionais que não tiverem interesse em cursar todo o MBA poderão matricular-se em disciplinas isoladas, oferecidas na modalidade extensão.
Texto: Gabriela Munaro Simionato, Daiane Parizotto, Rafaela Ester Magaldi e Sheila Bragagnolo Koerich
Arquivo pessoal
esde 2002, a partir da reforma nos cursos de Relações Públicas, a organização de eventos passou a integrar a grade dos cursos de todo o País. Dois anos antes, o Comitê Nacional de Cerimonial e Protocolo já iniciava uma campanha pela regulamentação também da profissão de cerimonialista. A formação desse profissional, até então, se dava apenas por meio da graduação em RP ou de cursos extensivos ou tecnológicos. Somente em 2007, a Universidade de Caxias do Sul lançou a primeira especialização na área em nível de MBA do Brasil. Para a cordenadora do curso, Maria Lúcia Bettega, foi uma ousadia que deu certo. “As pessoas já se sentiam habilitadas com as opções oferecidas. Somente quando surgiram outras necessidades, como o cerimonial fúnebre e esportivo, tornou-se necessária uma especialização mais efetiva”, afirma. O MBA em Gestão de Comunicação, Organização de Eventos e Cerimonial tem duração de dois anos e já formou uma turma de 15 profissionais, em 2009. A próxima turma deve iniciar no segundo semestre de 2011, com um
Alunos e professores de Gestão de Comunicação, Organização de Eventos e Cerimonial e de Cultura Organizacional e Comunicação com o Mercado
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www.sx.hu/
Mão na massa
da teoria à prática O tempo vai passando, a grade curricular vai sendo preenchida até que o momento de colocar a mão na massa de verdade e sentir as sensações vivenciadas pelos profissionais de Relações Públicas chega. A turma 2011/2 vivenciou essa experiência na disciplina Teoria e Prática de Eventos, durante a Semana da Comunicação, comemorativa dos 40 anos do curso de Relações Públicas da UCS.
Textos: Aline Mascarello, Camila Rauber, Danielle Borstmann, Filipe Florentino, Indra da Rocha Braz, Mariana Dotti Spier, Mateus Zulianelo, Mônica Andreazza; Carla Santarosa, Cintia Miquelon e Valéria Frison Raupp
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monografia
Monografia – que bicho é esse Mari Hoffmann
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omando para as festividades dos 40 anos de RP, ocorreu no dia 13 de junho, no UCS Teatro, o evento Monografia – que bicho é esse?. Coordenada pela professora Daiane Scheid, a atividade destacou os melhores trabalhos desenvolvidos por alunos dos cursos de Comunicação no ano de 2010. Foram oito monografias avaliadas com grau 10. Cerca de 200 pessoas, entre comunidade, alunos e professores, prestigiaram o encontro.
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tendências O
Tendências da Comunicação
Tendências da Comunicação: Você Conectado foi o evento da noite de 14 de junho, no UCS Teatro. O objetivo do encontro foi discutir os impactos dos processos tecnológicos sobre a comunicação. Carolina Terra, doutora e mestre pelo Programa Ciências da Comunicação da ECA-USP, pesquisadora na temática das novas tecnologias da Comunicação, foi a convidada da noite, ao lado de Sylvio Ribeiro , blogueiro entusiasta de marketing, conhecido pelas ideias provocantes e relevantes, e formado em Comunicação com enfoque em Publicidade e especialização em Administração de Empresas pela FVG. Dhari Pissetti, especialista em Administração Financeira e Marketing pela UCS, atualmente diretor na empresa Ebis, dividiu a cena com os dois. Os alunos receberam feedback positivo tanto do público, quanto dos palestrantes. Carolina Terra contou que foi bem recepcionada e elogiou a organização do evento, além de ter sentido que a audiência estava animada e atenta, por se tratar de tema atual. Dhari comentou a abrangência da divulgação do evento. “Estive em vários locais na semana que antecedeu o evento e pude perceber fôlderes convidando pro evento; redes sociais muito bem trabalhadas complementavam tudo… foi realmente incrível!” O palestrante ainda parabenizou a recepção do evento, comentando que “exemplar seria a qualificação!” Com relação a sua apresentação, Pissetti somente percebeu a repercussão da sua palestra nos dias seguintes, pois teve mais de mil citações apenas no Twitter, demonstrando que os assuntos foram pertinentes, e o público estava interessado. Dos alunos que participaram do evento, 49% julgaram a recepção ótima. Divulgação e pontualidade receberam boa avaliação. Já o feedback sobre a organização obteve 36% com conceito ótimo e 54% com conceito bom, deixando os alunos responsáveis com a sensação de dever cumprido. O evento integrou a 23a Semana da Comunicação, um encontro de cinco dias em que os alunos colocam em prática tudo aquilo aprenderam em aula, oferecendo ao curso boas oportunidades de reflexão e aprendizado.
Mari Hoffmann
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prata da casa O Prata da Casa Especial
Dani Schiavo
Prata da Casa Especial 40 anos de RP ocorreu no dia 15 de junho, no UCS Teatro, com a participação de Raul Schmitt, Soraia Zanchi e Tatiana Martins, profissionais bem-sucedidos no mercado de trabalho e ex-alunos da UCS. O evento reveste-se de grande importância para os acadêmicos, que espelham-se nos convidados, objetivando tornarem-se, também eles, profissionais de sucesso. O Prata da Casa é uma das atividades desenvolvidas na disciplina Teoria e Prática de Eventos, em que os estudantes planejam todas as etapas de um evento até sua execução. Neste ano, o Prata da Casa, em uma edição especial, convidou acadêmicos, egressos e professores do curso de Relações Públicas, demais acadêmicos da Universidade de Caxias do Sul e comunidade para prestigiar e comemorar o aniversário de 40 anos da graduação de Relações Públicas da UCS, reunindo cerca de 500 presentes.
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arte cultura e com Arte Cultura e Comunicação
Dani Schiavo
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bordar a Comunicação por meio de processos culturais é uma forma de transmitir conhecimento a todas as camadas da sociedade. As diferentes manifestações possíveis em nosso tempo permitem transitar livremente entre as classes sociais desde o mais abastado grupo até o mais pobre, bastando ao comunicador produzir a men sagem em sintonia com o perfil do público que deseja atingir. Esse foi o foco da palestra de Carine Turelly, no evento Arte Cultura e Comunicação, Processo Cultural e Construção Social, que se realizou em 16 de junho no UCS Teatro. O encontro integrou a Semana das Comunicações alusiva ao 40º aniversário do curso de Relações Públicas da UCS. Alter nando seu vasto conhecimento teórico com performances artísticas, Carine expos aos presentes a capacidade de falar por meio da arte, adotando como ferramentas a dança e a música, a sonoridade e o teatro. O Grupo artístico Mixto finalizou o evento com participação da própria palestrante, o que surpreendeu e animou os participantes. O público, que chegou a 300 pes- soas, foi recepcionado com malabares incandescentes, com a dança da Cia. Municipal, e com a apresentação do grupo Baterashow, que atraiu a atenção para o início do evento. A comissão organizadora garante ter atingido seus objetivos, já que “arte e cultura tornam possível uma nova forma de comunicar”. Segundo os integrantes do grupo, “quando o corpo entra em sintonia com a forma de comunicação, fica ainda mais fácil expressar-se e compreender a mensagem”.
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universidade da A
Universidade da terceira idade–UNTI UNTI comemorou seus 20 anos com festa. O evento promoveu um momento de confraternização entre acadêmicos do projeto, familiares e comunidade da UCS por meio da apresentação de talentos da terceira idade, no dia 17 de junho de 2011, às 17h30min, no Centro de Convivência da UCS. O Terceira Idade em Choque teve entrada franca e houve sorteio de brindes, além de diversas apresentações dos alunos entre as quais o Coral da UNTI. Isabel Auraro Marrachinho Toni – coordenadora da UNTI, garante que o Terceira Idade em Choque foi um evento desafiador para os alunos da UNTI, para a coordenação e para os acadêmicos de RP, que realizaram o evento. “Foi tudo organizado com muita dedicação. A gente pôde conhecer uma face diferente dos alunos da terceira idade, em função das apresentações artísticas”, comemora a coordenadora. Deise Tisott, funcionária da UNTI, completa: “Ver a emoção dos alunos apresentarem seus talentos para familiares, professores e funcionários da UNTI e comunidade foi muito gratificante. Como aluna de Relações Públicas e por trabalhar com eventos, sei da dedicação de cada um dos envolvidos.”
Gilherme Dedecek
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arraila da estrela O
RP comunidade Arraial da Estrela Guia Gilherme Dedecek
evento RP Comunidade permitiu a um grupo de alunos de RP colocar em prática a teoria obtida em sala de aula, ao mesmo tempo que mostrou a preocupação da Universidade com a comunidade em que está inserida. O evento proporcionou a crianças e adolescentes da Casa Abrigo Estrela Guia de Caxias do Sul um dia diferenciado e divertido. “Pesquisamos sobre a casa e depois conversamos com a coordenadora, que aceitou muito bem a nossa proposta, motivando-nos bastante, afirma a integrante da comissão organizadora do evento Taíla Quadros. A apresentação do Grupo Quiquiprocó, destaque no cenário artístico há 10 anos, por sua forma inteligente e criativa de realizar espetáculos e uma festa junina, com distribuição de kits, promoveram a diversão do grupo. “Ficamos muito realizadas com tudo o que conseguimos. Convivendo com as crianças, percebemos que de alguma forma podemos marcar a vida de alguém, torná-la um pouco melhor”, conta Taíla. A educadora do abrigo, Márcia Scalabrim, declarou-se feliz ao saber que existem pessoas que se preocupam com essas crianças. “É muito importante para elas receber todo esse carinho e essa atenção, além dessas atrações que não estão acostumadas a ter”, afirma Márcia. O projeto mostrou que os Relações Públicas são capacitados para auxiliar a comunidade, fazendo uso da criatividade e dos conhecimentos adquiridos na Universidade. Para as idealizadoras, essa atividade, que integrou a Semana da Comunicação, acrescentou, especialmente, ensinamentos de vida e momentos felizes que ficarão gravados no coração.
A Casa Abrigo Estrela-Guia é um lugar que oferece proteção. Ela é uma alternativa de moradia provisória com clima familiar e atendimento personalizado. Atualmente, a Casa Abrigo Estrela-Guia recolhe 13 crianças e adolescentes.
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Vídeo de 40 anos RP UCS
Vídeo de 40 anos Reprodução
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s alunos da disciplina de Audiovisual 2011/2 produziram um vídeo comemorativo dos 40 anos do curso de Relações Públicas da Universidade de Caxias do Sul. O material é composto por entrevistas com professores, alunos e profissionais de RP e mostra várias interfaces da profissão, além da infraesterutura da Universidade e do Curso.
Nas fotos, algumas das tomadas do vídeo comemorativo aos 40 anos do curso de RP.
A
Agência Experimental de Comunicação produziu uma edição especial do jornal Informa, alusiva aos 40 anos do curso de RP.
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viagem de estudos
Viagem de estudos a São Paulo
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Arquivo pessoal
e 5 a 8 de junho de 2011, um grupo de 26 estudantes de RP realizou uma viagem de estudos coordenada pela Professora Maria Lúcia Bettega. O evento contou com 30 participantes entre alunos e professores. Camila Alexandra Storchi, Carla Fontana Lisboa, Caroline Lazzari, Claudia Favretto, Cristiane Maria Steiner, Daniel Oliveira Lima, Daniela Davila Deves, Daniela Fochesatto, Francesca Marcilio, Gabriele da Cunha, Gilce Walter, Glória de Macedo Vailatti, Graziela Casara, Mafalda Pacheco, Nadia Fonseca, Alvana Stefani, Carina da Silva Rodrigues, Caroline Ribeiro de Almeida, Cristina Pieruccini Rech, Jaqueline Isoton, Josiano Santos da Silva, Kelen Rampom, Larissa Quissini Rizzon, Linéia Silva Spindola, Suélen da Silva Oliveira, Wagner Júnior de Oliveira e as professoras Jane Rech, Silvana Padilha Flores, Marlene Branca Sólio e Maria Lúcia Bettega foram a São Paulo, segunda maior metrópole mundial e motor da economia brasileira. Os locais visitados foram Natura, Basf, Centro de Memória Votorantim, Rede Globo de Televisão, Faculdade Cásper Líbero e a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – Aberje. A viagem teve como objetivos contribuir para o desenvolvimento da formação de profissionais na área de Comunicação Social voltados ao campo de ação de Relações Públicas; analisar, por meio do diálogo, as áreas de comunicação visitadas e proporcionar, aos integrantes do grupo de estudos, a oportunidade de observarem como algumas, dentre as maiores empresas do País, definem suas estratégias de comunicação, que visam à maior integração e organização na comunidade.
Acima, grupo de alunos e professores nas dependências da Basf. Abaixo, na empresa Natura
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Programação Setembro Homenagem da ABRP -SP Outubro Dia 26, 27 e 28 Congresso Internacional da CSIC (Comunidade Ibero Americana de Sistemas de Conhecimento), CARVI (Bento Gonçalves) Novembro Dia 10, às 20h Apresentação Especial da Orquestra Sinfônica da UCS Dezembro Dia 2, às 20h Jantar de Confraternização (por adesão) Local: Restaurante da CIC
A Comunidade Ibero Americana de Sistemas de Conhecimento, AC, (CISC) é uma organização sem fins lucrativos e independente. Ela é composta por profissionais interessados em estudo, pesquisa, aplicação e difusão de sistemas de conhecimento para promover o desenvolvimento social e econômico, baseado no conhecimento dos países da América Latina.
A Orquestra Sinfônica da UCS – Osucs, integra os vários programas que a Universidade possui em prol da formação artístico-cultural da cidade e da região. As atividades tiveram início em outubro de 2001, com concerto de estreia no dia 22 de novembro do mesmo ano. Sua estrutura é formada por coordenação artística, equipe de apoio e músicos, distribuídos entre cordas, madeiras, metais e percussão.
Comissão organizadora das atividades alusivas aos40 anos Categoria acadêmica Marliva Vanti Gonçalves – Diretora do Centro de Ciências da Comunicação Jane Rech – coordenadora do curso de RP Silvana Padilha Flores – Professora do Curso de RP Lirian Meneghel - professora - Curso de RP Maria Lúcia Bettega - professora - Curso de RP Daiane Scheid - professora - Curso de RP Ana Cristina Fachinelli - professora - Curso de RP Leandro Magalhães (DARP) – acadêmico presidente do D.A. Categoria Forças Vivas Prefeitura Municipal de Caxias do Sul – Adriana Perin Câmara Municipal de Vereadores – Eloá Nespolo Câmara de Indústria Comércio e Serviços de Caxias do Sul – Giovana Schmitt Conselho Regional de RP – Maíra Caon Pieruchin Veículos de Comunicação (Jornal Pioneiro) – Letícia Boscatto Promoção Curso de Comunicação Social – Habilitação em RP Centro de Ciências da Comunicação
Um profissional versátil Dani Schiavo
O
mercado de trabalho para o RP é amplo e diversifica-se com a complexificação da sociedade da informação e do conhecimento Textos: Caliandra Paniz Troian, Danielle Borstmann, Jaqueline Gambin, Liliane Teixeira, Sandrea de Oliveira
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Atuação Estratégica onhecido como um profissional estratégico, o Relações Públicas vem conquistando posição de destaque no mercado. Se antes sua atuação ficava restrita a entidades privadas, com fins lucrativos, hoje ele atua em qualquer segmento de mercado e em diferentes tipos de instituições. Segundo o professor e pesquisador Manoel Marcondes Machado Neto, Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, na caminhada o profissional de RP “desenvolve habilidades e competências em muitas das atividades que compõem as diversas etapas da produção artístico-cultural: assessoria de imprensa, administração de projetos, produção gráfica, produção audiovisual, produção de eventos, pesquisa de opinião pública e mercadológica, marketing e planejamento de comunicação”. Artistas, instituições e projetos culturais necessitam de constante contato com seus pú-
blicos, que nesse caso são consumidores da cultura, imprensa, das secretarias de cultura, dos órgãos de fomento, patrocinadores, espaços culturais, fornecedores de tecnologias, de gráficas e outros recursos, inclusive humanos. O professor e pesquisador Marcello Chamusca, diretor do portal RP Bahia, lembra que “nos dias atuais, os capitais social e de relacionamento são cada vez mais importantes para o desenvolvimento das organizações. Organizações de toda a natureza encontram nas relações públicas um caminho estratégico para se diferenciar e alcançar níveis de excelência nas relações que estabelecem com os seus públicos”. São frentes de atuação desse profissional os departamentos de comunicação e marketing de empresas, agências de comunicação, empresas de consultoria em imagem e comunicação organizacional, escolas e instituições públicas, sociais e culturais.
RP, um profissional completo RP atua na consolidação da marca e imagem de organizações; elabora estudos e avaliações de público-alvo; projeta e executa pesquisas; desenvolve campanhas institucionais; coordena publicações internas e assessora a diretoria na tomada de decisões que terão repercussão na opinião pública. Independentemente do local em que está inserido, funções específicas determinadas pelo Conferp permitem rápida visualização e compreensão da importância desse profissional para a sociedade.Elaborar planejamento de comunicação, otimizando esforços para conquistas de resultados; realizar pesquisas de opinião pública; assessorar a organização e seus executivos nas relações com a imprensa; organizar estrutura de eventos, a fim de envolver seus públicos; integrar a comunidade e a organização; zelar pela construção e credibilidade da imagem/ marca da organização; intermediar a criação de campanhas institucionais e mercadológicas
e administrar interface com o consumidor final são algumas funções desse profissional. Bem relacionar-se com os seus públicos não é apenas um diferencial estratégico, mas uma questão de sobrevivência para as organizações contemporâneas. Assim, o mercado de trabalho para as Relações Públicas está em franca expansão e tende a manter-se em crescimento por longo período, o que credencia a profissão como uma das mais bem conceitua das e reconhecidas em um curto período de tempo. Cinco grandes eixos resumem os focos de atividade dos relações públicas: Pesquisa, Assessoria e Consultoria, Planejamento, Execução e Avaliação, todos harmioizados com um grande objetivo: construir sólidos relacionamentos entre públicos diversos. É da qualidade desses relacionamentos que dependem a sobrevivência e o progresso de uma organização e da própria sociedade.
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Relações Públicas na UCS Cláudia Velho
Vista interna do Bloco M, na Cidade Universitária
professora Jane Rech destaca que reconhecer a importância das Relações Públicas na contemporaneidade requer a compreensão das novas configurações sociais, econômicas, tecnológicas, políticas e culturais, emergentes da globalização econômica, bem como suas conexões e enfrentamentos. Nesse cenário, ganham relevância os novos espaços de sociabilidade, afetividade e de associativismo, permeados por processos comunicacionais que os criam e sustentam. Assim, o profissional de RP é especialmente necessário quando se trata de lidar com vinculações, articulações, mediações e trânsitos, em que velhas e novas instâncias de poder desenvolvem programas e projetos em busca de uma nova ordem institucional.
professora Tassiara Camatti, ex-coordenadora do curso, relembra que ele teve um crescimento importante ao longo dos anos, agregando pensamento mais próximo ao do perfil desejado para os profissionais. “Existe, no trabalho das sucessivas coordenações, uma preocupação em bscar cada vez mais a aproximação com o perfil que o mercado demanda”, enfatiza ela. “Um profissional mais estratégico, que entenda melhor das relações entre os públicos, conheça a opinião pública, é o que buscamos na UCS, define Tassiara. Segundo a professora, essa mudança es-
Ela lembra que, com vistas a zelar pela qualidade de ensino, em 2011 foi feita uma revisão-atualização dos programas das disciplinas de RP. “Coordenação e professores participaram de discussões visando alinhar perspectivas e redes teóricas, além de atualizar a bibliografia das disciplinas”, salienta. Mais qualidade Num mundo complexo, onde a quantidade de informações aumenta a cada dia, a qualidade dos relacionamentos torna-se condição estratégica para a sobrevivência das organizações. Nesse contexto, alinhar os interesses entre as mesmas e seus stakeholders, segmentados em funcionários,clientes, consumidores, fornecedores, mídia, investidores, governo e comunidade em geral exige a presença de um profissional qualificado. Um desses profissionais é o relações públicas, que capta as tendências do macroambiente e as converte em estratégias de relacionamento, programas de prevenção e gestão de conflitos e crises empresariais, zelando pela reputação das organizações. Segundo a professora Jane Rech, “ ser cidadão consciente de sua responsabilidade, ter senso ético e crítico apurados são características determinantes para o profissional de Relações Públicas alcançar êxito. Esta é uma atividade que tem a missão de gerar diálogo, compreensão e colaboração, minimizar conflitos, harmonizar interesses e zelar pela qualidade dos relacionamentos”, destaca.
tratégica adequou o RP a um novo mercado que é sem fronteiras, multifuncional. O profissional precisa pensar de forma aberta, integrada com as áreas da comunicação como jornalismo, publicidade, fotografia e cinema. O que resulta assim em processo de interação do conhecimento. Na opinião da ex-coordenadora, a Universidade de Caxias do Sul deu um grande passo com essa mudança curricular. “Ainda precisamos plantar muitas sementes e colher muitos frutos pois o crescimento deve ser constante”, lembra a professora.
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Perfil do aluno de RP da UCS Mari Hoffmann
futuro profissional de Relações Públicas deve destacar-se essencialmente pelo nível de cria tividade e agilidade na tomada de decisões, principalmente porque trabalha com a comunicação, tão indispensável nos relacionamentos das organizações e meios pessoais quanto dinâmica. Embora tenha um história de pouco mais de meio século, essa profissão recebe destaque na sociedade contemporânea, cada vez mais preocupada com as relações entre os indivíduos, sob os mais diversos aspectos. Assim, o profissional de relações públicas precisa agregar competências técnicas, comportamentais e gerenciais, que o habilitem a transitar por diversas áreas do conhecimento humano e técnico, de forma interdisciplinar. O futuro profissional dessa área deve desta car-se dos outros pela proatividade em relação a comportamentos, escolhas e competências. De acordo com uma pesquisa apresentada pela Universidade de Caxias do Sul – UCS, em 2010, dos alunos que se matriculam no curso, mais de 80% são mulhe res. Atualmente, ele conta com 553 estudantes. A maioria inicia sua vida acadêmica entre 18 e 20 anos de idade. Bom percentual deles são solteiros, estudaram em escolas públicas,
trabalhamhá algum tempo, e reconhecem o curso por se identificarem com o foco da profissão. A maioria dos egressos tem boa comunicação, familiariza-se com as mídias sociais e sabe operálas adequadamente. Os acadêmicos demons tram facilidade na interação teórico-prática das diversas áreas da Comunicação oferecidas pelo curso. Buscam, sempre, trabalhar o exercício do poder na Comunicação interagindo com públicos, situações e ambientes os mais diversos. A grande maioria dos estudantes de RP na UCS prefere estudar à noite e já está no mercado de trabalho.
Principais características do profissional egresso da UCS > Sólida formação geral e profissional, pautada por princípios ético-políticos e técnico-científicos voltados para a complexidade das relações e das demandas humanas e sociais; > Entendimento de que a formação profissional é um processo contínuo de construção de competências, que demanda aperfeiçoamento e atualização permanentes; > Compreensão da profissão como uma forma de inserção e intervenção na sociedade globalizada, tendo por base a comunidade regional; > Atuação profissional responsável, crítica e criativa, atualizada e respeitosa em relação às questões sociais e ambientais, com vistas à identificação e à resolução de problemas;
> Disponibilidade e competência para o exercício da interdisciplinaridade e para a atuação em equipes multiprofissionais, resguardada a autonomia profissional; > Capacidade de pensar e de aportar o seu conhecimento no conhecimento já disponível, de maneira crítica, pessoal e consistente; > Capacidade de utilizar os conhecimentos científicos e tecnológicos existentes e disponíveis e de produzir novos conhecimentos, deles derivando condutas pessoais e profissionais responsáveis, justas e éticas; > Capacidade de autoanálise, tendo em vista o aprimoramento de seu auto-conhecimento e das suas relações interpessoais.
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Mercado de trabalho
Rudimar Baldissera, formado em RP pela UCS, professor no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS
amentos, atualmente, a relevância está nos processos estratégicos diante da permanente incerteza que carac teriza os relacionamentos, derrubando a tranquilidade que foi, durante algum tempo, manifesta nas ideias de “fidelidade do cliente” ou na de “colaborador”. Vive-se na arena, em permanentes disputas de sentidos. Então, ao mesmo tempo que o mercado de trabalho para profissionais de relações públicas está em expansão, em diferentes direções (pesquisa, planejamento estratégico, assessoria de imagem-conceito, análise de riscos de imagem/reputação, acompanhamento de redes sociais, produção de informação, interpretação de cenários, etc.), e na articulação com as diferentes áreas, tais como a Administração, a Política, a Gestão de Pessoas e o Turismo, também exige profissionais muito mais qualificados, menos tarefeiros e mais competentes para a estratégia.
Profissão em ascensão ive o privilégio de trabalhar em empresas que valorizam muito o profissional de Relações Públicas. A primeira delas foi a Eberle, a grande escola, onde aprendi na prática a profissão. Depois veio a Agrale, outra empresa que utiliza muito as técnicas de RP. Em seguida, montei minha própria empresa, uma agência que tinha como diferencial oferecer trabalhos direcionados às relações públicas. Hoje, atuo na Neobus, empresa que direciona a maior fatia de sua verba de marketing para ações de relações públicas, um trabalho extremamente gratificante para o profissional da área. Em todos segmentos em que atuei e foram muitos, sempre percebi um grande espaço de trabalho para o profissional de RP. Porém, como na maioria das vezes lidamos com o intangível, a comprovação do resultado não é imediata, e aí a persistência é fundamental. Acreditar no potencial, naquilo que se aprendeu na vida acadêmica, tudo isso é fundamental para se conquistar o respeito e credibilidade que o profissional de RP merece. Sou muito grato à UCS e ao Curso de Relações Públicas.
Arquivo pessoal
ontemporaneamente, a gestão de identidade, visibilidade e risco de imagem-conceito, dentre outras coisas, cada vez mais, assume centralidade estratégica para as organizações e pessoas. Nessa direção, apresenta relevo a questão dos relacionamentos com os públicos e, em particular, a competência profissional para a escuta – compreendendo-se a ideia de escuta em perspectiva alargada, que considere todas as formas de análise e interpretação de cenários e demandas, atente para as opiniões dos públicos, reconheça a diversidade como constitutiva da sociedade e das organizações, crie espaços para que a fala dos diversos sujeitos se atualize etc. – e a competência para a gestão de sentidos, isto é, não basta dizer algo ou apresentar algo, importa prever os possíveis sentidos que isso produzirá nos interlocutores/públicos. Considerando-se que Relações Públicas é filosofia de relacionamento estratégico para a investigação, a interpretação, a seleção, a definição e a circulação de sentidos entre uma dada entidade (organização, instituição, pessoa) e seus públicos, mediante processos de significação/comunicação, parece evidente que o profissional dessa área tenderá a ser mais demandado por organizações e pessoas que, de alguma forma, precisem gerir seus relacionamentos com os diferentes públicos. Até porque se, por um lado, as tecnologias potencializam a visibilidade dessas organizações e pessoas, por outro, ampliam o risco de essas mesmas organizações e pessoas serem expostas aos públicos de forma negativa. Portanto, se, durante muito tempo, a fala autorizada – planejada, oficializada – era suficiente para atender aos relacionamentos com os públicos, ou seja, se relações públicas não passava de materialização programada de relacion-
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Renato Miotto, formado em RP pela UCS
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Suporte em conselhos, associações e sindicatos
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O profissional de RP tem o suporte de um Sindicato, de um Conselho Estadual e de um Conselho Federal. Apesar da profissão de Relações Públicas ter sido regulamentada em 1967, a classe ainda enfrenta dificuldades em um mercado de trabalho muitas vezes pouco informado sobre suas atribuições. E, nesse contexto, faz-se essencial a atuação de órgãos de representação.
Conselho Federal de Relações Públicas|Conferp Constituído com a finalidade de coordenar, fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão de RP, ele instala os Conrerp, coordena, disciplina e fiscaliza a ação de profissionais, elabora e altera o código de ética da profissão. O Conferp serve como órgão de consulta ao governo nos assuntos de Relações Públicas e indica profissional da área para participar de quadro consultivo de órgãos ou entidades de administração pública federal, direta ou indireta, fundações e empresas públicas, quando solicitado por quem é de direito. www.conferp.org.br
O Sistema Conferp foi constituído por meio do decreto-Lei 860, de 11 de setembro de 1969. A sua criação se deve à publicação da Lei 5.377, de 11 de dezembro de 1967, que disciplina a profissão de Relações Públicas. É uma autarquia federal e, por isso, segue os mesmos princípios da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Conselho Regional de Relações Públicas |Conrerp O Conrerp busca o reconhecimento, respeito e a valorização do profissional, a partir da educação do exercício da atividade de Relações Públicas e do envolvimento da categoria, por meio da execução da função principal do Conselho, que é coordenar, fiscalizar e disciplinar o exercício da profissão. Dentre as atribuições do Conrerp estão executar as decisões do Conferp, coordenar e disciplinar, dentro de sua jurisdição, a ação dos profissionais, organizar e manter o registro de profissionais de Relações Públicas nos termos das instruções do Conferp, expedir as carteiras profissionais – indispensáveis ao exercício da profissão – e os certificados de registros de entidades e organizações que se dediquem profissionalmente à atividade de Relações Públicas, nos termos dos procedimentos do Sistema Conferp. O Rio Grande do Sul está na jurisdição do Conrerp RSSC – 4ª região. www.conrerprssc.org.br
Luiz Alberto de Farias, presidente da ABRP
Associação Brasileira de Relações Públicas | ABRP A história da ABRP tem origem no trabalho de pessoas que acreditaram na instituição dessa profissão no Brasil. Desde a sua fundação, a ABRP e os demais órgãos de classe de profissionais de RP têm trabalhado visando a estabelecer princípios para nortear suas atividades; ter o reconhecimento público e promover o ensino e a prática da profissão com ética, disciplina e lealdade. A ABRP foi fundada antes da regulamentação da profissão. Em seus mais de 50 anos de existência, ela agregou profissionais dedicados que colocaram o Brasil na vanguarda da profissão. O reconhecimento da profissão e a implantação do curso de Relações Públicas no ensino superior em todo o País são os grandes marcos dessa luta.
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Entrevista
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Um profissional ativo diante da evolução do mercado A Comunicando Especial 40 Anos de Relações Públicas conversou com a presidente do Conrerp – 4ª Região, Maria Amélia Maneque Cruz. Formada em RP pela PUCRS é mestre em Ciências da Comunicação pela Unisinos.
Comunicando: Quais são os maiores desafios que o profissional enfrenta no mercado atual? Maria Amélia Maneque Cruz:Identificar suas atividades, independentemente de nomenclaturas de cargos e funções adotadas pelas organizações; defender a oportunidade diante do recrutador: “Todas as ações de uma organização de qualquer natureza no sentido de estabelecer e manter, pela comunicação, a compreensão mútua com seus públicos são consideradas atividades de RP e, portanto, não se subordinam a nenhuma outra área ou segmento”; atuar como fiscais naturais em defesa da profissão e da categoria profissional. Comunicando: A constante necessidade de adaptação dos profissionais é uma realidade. O perfil do RP mudou? Qual seria o novo perfil? Maria Amélia: O perfil do RP ainda não mudou. É inegável que houve, nos últimos anos, uma importante abertura no mercado para as Relações Públicas. O perfil esperado na contemporaneidade é aquele capaz de passar da condição de passivo para a condição de ativo diante da evolução do mercado. Essa mudança se dará através da conscientização: enquanto os profissionais não assumirem sua responsabilidade, adotarem postura adequada em relação à profissão e à categoria não terão sua fatia de mercado valorizada e reconhecida pela sociedade. Comunicando: Para os que estão ingressando no mercado, quais são as áreas emergentes? Maria Amélia: Continuam sendo as grandes ações em projetos e planejamentos que envolvam Relações Públicas. O importante é reconhecer que o que aquece ou esfria o mercado é o desempenho dos profissionais. Esses têm o dever de sairem bem preparados das universi-
dades e estarem conscientes da sua parcela de responsabilidade. Comunicando: Que desafios o Conrerp enfrenta? Maria Amélia: Disciplinar e fiscalizar o exercício profissional; zelar pela boa compreensão da profissão e da conduta ética profissional; atuar na exigência do cumprimento da lei e na proposição de adoção de uma postura e comportamento profissional por parte dos coordenadores de curso e professores nas universidades; estar mais próximo, ser mais político e mais presente no mercado; informar e conscientizar a sociedade sobre RP. Comunicando: O curso de RP da UCS comemora 40 anos. Qual a representatividade da Serra e da UCS para a profissão na área abrangida pelo Conrerp – 4ª Região? Maria Amélia: O Conferp identifica o bom relacionamento com a UCS como ponto importante para fortalecer o ambiente de Relações Públicas na Serra, na medida em que contribuiu para formar novos profissionais mais preparados e conscientes no mercado de trabalho. A UCS, nestes 40 anos, divulgou e apoiou o Sistema em sala de aula e foi responsável por boa parte dos registros do Conrerp – 4ª Região.
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Dicas de Leitura Curso de Relações Públicas: relações com os diferentes públicos Autor: Candido Teobaldo de Souza Andrade. 6 ed. São Paulo: Pioneira Thomson, 2003. Traz um novo capítulo, Cidadania e Relações Públicas, um tema importante nos dias atuais em razão de seus diversos aspectos, como a responsabilidade social das empresas, a questão da filantropia institucional e as organizações do chamado terceiro setor, manifestações sociais típicas de ambientes de relacionamento, os quais precisam das atividades de Relações Públicas para atingir seus objetivos.
Relações Públicas: história, teorias e estratégias nas organizações contemporâneas Autora: Margarida Marina Krohling Kunsch. São Paulo: Saraiva, 2009. As Relações Públicas entram no seu segundo século como disciplina acadêmica já solidificada e com um campo profissional de múltiplas perspectivas. Os textos expressam o pensamento e a vivência de 19 autores em suas linhas de pesquisa e atuação, constituindo-se em subsídio para o ensino de Relações Públicas nas escolas de comunicação e de Administração, assim como para sua prática nas organizações de todo o País.
Relações Públicas estratégicas: técnicas, conceitos e instrumentos Autor: Luiz Alberto de Farias (Org.). São Paulo: Summus, 2011. O livro traz questões históricas das Relações Públicas, bem como expõe as perspectivas do que elas têm sido e podem ser. Analisa o modo de construir e de repensar tanto o discurso como os públicos das organizações, assim como a identidade e a imagem. A segunda parte do livro aborda um mix de temas de comunicação organizacional. Essa complexidade de assuntos, trabalhos e esforços de conceituação, para mostrar a vigência do nosso campo acadêmico e de sua respectiva prática profissional engloba os âmbitos da comunicação organizacional institucional, interna e externa, os setores da sociedade e suas organizações – o privado e o público.
Retorno de investimentos em comunicação: avaliação e mensuração Autores: Mitsuru Higuchi Yanaze; Otávio Freire; Diego Senise. São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2010. A obra traz variadas metodologias de avaliação e mensuração de resultados em comunicação e uma visão sistêmica de marketing abordando a relação de objetivos, metas e indicadores de comunicação e ainda analisa textos de diversos autores brasileiros e estrangeiros sobre mensuração, comunicação e retorno em investimentos. (Profa. Silvana Padilha Flores)
Arte: Mariana Bonesi