Revista Entrelinha 2018/2

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ENTRE LINHA Esquerda e direita além de meras direções pág. 12

Estudantes relatam experiências com depressão pág. 4

7º Festival Brasileiro de Música de Rua atrai 20 mil pessoas pág. 9

Universidade de Caxias do Sul Design de Notícias e PlanejamentoVisual no Jornalismo - 2018/2


EXPEDIENTE REITOR Dr. Evaldo Antônio Kuiava

DIRETORA DA ÁREA DO CONHECIMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS Dra. Maria Carolina Rosa Gullo COORDENADOR DO CURSO DE JORNALISMO Me. Marcell Bocchese

DISCIPLINA Design de Notícia e Planejamento Visual no Jornalismo

PROFESSORA Dra. Marlene Branca Sólio

PROJETO GRÁFICO Daniel Ribeiro Cararo

ALUNOS Bárbara Guidolin Morello Bernardo da Silva de Barcellos Carlos Eduardo Carissimi Vinade Carolina Freitas da Rosa Daniel Ribeiro Cararo Daniela Farenzena Affonso Djeison da Silva Érick Godoi de Oliveira Fábio Bielscki de Matos Gisiele Pimel da Costa Igor Ismael Panzenhagen Janaine Cristina Bagatini Jonnathan Lucas Tibes Mryczka Juli Marroni Miller Hoff Karen Boldrin Leandro Luís Zampieri Schiavon Lucas de Souza Marques Maiara Zanatta Gallon Milton Cesar de Campos Gonçalves Paola Ferreira de Castro Patrícia Dal Picol Raiane Martininghi Ricardo Gatelli da Costa Rodrigo Rauber Coltro Vanessa Barbosa Pegoraro

Campus-Sede Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130 Bairro Petrópolis - Caxias do Sul-RS 95070-560 Telefone: (54) 3218.2100

NOVAS POSSIBILIDADES A EXPERIMENTAR Entrelinha denota aquilo que não é propriamente dito. As palavras e expressões encontradas nas entrelinhas nos ajudam a interpretar a realidade sob uma nova perspectiva; permitem compreender o todo e alcançar um ponto antes não conhecido. É o exercício de perceber os detalhes, de enxergar além do óbvio, que diferencia uma boa pauta das demais. Ainda que aprendizes, cada aluno da Disciplina de Design de Notícias e Planejamento Visual noJornalismo buscou construir sua pauta sob um olhar diferente, tentando fugir dos clichês já estabelecidos. Dos festivais de música à produção de webséries, das crises na vida universitária ao aumento das agências de ecoturismo, da crise político-regional ao futebol do interior gaúcho, a revista propõe estes e tantos outros conteúdos não tão comuns. Também importante, o projeto gráfico da revista fora planejado para proporcionar fácil e agradável leitura, ampliando a percepção da informação, utilizando técnicas para afirmar a ideia central de cada matéria. Há, portanto, não somente mensagens textuais, mas também visuais. Trata-se de uma revista experimental, engajada a oferecer um conteúdo reflexivo, ético e com valor social. Esperamos que tenha uma boa leitura!

SUMÁRIO bem-estar

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cultura

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7a9

esporte

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10 e 11

política

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12 e 13

rede social

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bem-estar

Por Paola Castro

ANIMAIS SÃO ASSOCIADOS AO TRATAMENTO DE DOENÇAS EM HUMANOS A prática da Terapia Assistida por Animais (TAA), de quase 230 anos, vem sendo aprimorada nas últimas décadas e ganha espaço no meio acadêmico e profissional Foto: Paola Castro

A labradora, Meggy, brinca com sua dona, Beatriz Grabowski Ruziska, 18, nos Pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul.

Em benefício do bem-estar, família adquire cachorro Com a intenção de fazer da cachorra uma companheira, a designer de interiores Ana Cristina Grabowski, 47, e seu marido, o representante comercial, Marcio Roberto Ruziska, 46, presentea­ ram a filha, a estudante Beatriz Grabowski Ruziska, 18, com uma labradora chamada Meggy, 6. A ideia era que ambas crescessem juntas e, ao brincar, criassem um laço afetivo. Com distúrbio da atividade e da atenção, hiperatividade e um retardo mental, sem comprometimento do comportamento, Beatriz, de acordo com sua mãe, sempre interagiu bem, mas era agitada desde pequena. A cachorra conseguiu que a garota focasse seu interesse de modo mais intenso.

Hospital, em Caxias do Sul, abre as portas para visitas de animais aos pacientes

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otivada pela vontade de mostrar como os animais podem auxiliar as pessoas, a professora, especialista em deficiências múltiplas, psicomotricista e instrutora de equitação para equoterapia, Fabiana Maria Kintschner, 48, criou o Equocenter - Centro de Atividades Especiais. O Centro oferece serviços como equoterapia e terapia com cães. Ambas trabalham com diferentes patologias, como autismo, paralisia cerebral, avc, diversas síndromes e sequelas causadas por acidentes. A Terapia Assistida por Animais (TAA) é um recurso que atende á saúde humana. Segundo a proprietária, durante sessões de 30 minutos podem ser somadas 354.000 contrações musculares. “Na equoterapia, utilizamos o movimento tridimensional, que é 95% semelhante à marcha humana. É uma máquina de fisioterapia”, afirma. A técnica de laboratório, Mônica Valéria Marini, 48, conta que seu filho, Rafael Marini da Silva, 13, frequenta o Centro há 10 anos. Ele, que foi diagnosticado com paralisia cerebral e algumas características de autismo, pratica equoterapia para desenvolver

equilíbrio, corrigir a postura e estabelecer contato. De acordo com Mônica, o adolescente começou a caminhar há cerca de 2 anos e meio. Ainda que não tenha a fala desenvolvida, ele também passou a estabelecer melhor comunicação. Além disso, Rafael convive com duas cachorras de estimação da família. “Ele acha engraçado o som delas latindo. Às vezes ele só olha e sorri”, acrescenta Mônica.

Cães de assistência facilitam a rotina Os cães de assistência são condicionados a obedecer comandos básicos que beneficiem a rotina. Treinados para exercer o trabalho sem perder o foco, eles têm um tempo de vida menor em relação a outros animais de estimação. Segundo a professora do curso de Medicina Veterinária na Universidade de Caxias do Sul (UCS), Dra. Antonella Souza Mattei, o metabolismo deles acelera por conta das atividades desempenhadas, o que os leva a ficarem livres de suas funções por volta dos 10 anos.

No dia 02 de abril de 2018, o Hospital Geral implantou o Projeto Amigos do Pet. Movido pelo desejo de associar a terapêutica do médico junto com a terapia animal, o projeto conta com parceria da médica infectologista, Dra. Lessandra Michelin, para auxiliar e orientar a equipe sobre os riscos que o animal enfrenta ao entrar em um hospital. As visitas ocorrem em uma sala apropriada para a interação. Segundo a Gerente Operacional do Hospital Geral e uma das responsáveis pelo projeto, Gicela Bortoluz, é obrigatório adotar uma série de cuidados para preservar a integridade física do paciente e respeitar quem não tem afinidade com os pets. Entre alguns hospitais que já trabalham com as visitas dos animais estão o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. 3

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bem-estar

Por Janaine Cristina Bagatini e Érick Godoi de Oliveira

ESTUDANTES RELATAM EXPERIÊNCIAS COM DEPRESSÃO Ameaça do fracasso profissional e pressões para ter diploma são algumas das causas do transtorno

Eu sentia medo, angústia e não conseguia me alimentar. Cheguei até a perder sete quilos na época. Eu desejava estar em todos os lugares, menos na universidade. Depois que entrei para o estágio e para a gestão do Centro Acadêmico, passei a ter muitas responsabilidades e, por isso, acabei tendo muitos episódios de crise de pânico. Acabei trancando a faculdade, pois não consegui superar as coisas que vivi e a pressão que sofri.” O depoimento é de Jéssica Rodri-

De acordo com relatório, publicado em fevereiro de 2017, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com depressão aumentou 18% entre 2005 e 2015. A publicação Depression and other common mental disorders mostra que a depressão atinge 5,8% da população brasileira (11.548.577). As estimativas globais da OMS também apontaram que, em 2015, o suicídio foi a segunda principal causa da morte de pessoas entre 15 e 29 anos. A idade é predominante

sentido em fazer atividades do cotidiano. Tive falta de apetite, oscilações de humor e até insônia”, disse. Morgana contou que, além do acompanhamento psicológico, a ajuda dos amigos e familiares foi essencial para a recuperação. “Recebi apoio dos amigos e, com o passar do tempo, meus familiares compreenderam que um transtorno psicológico é como qualquer outra doença e precisa ser tratada. Ainda não me sinto totalmente recuperada, mas sei que com paciência e persistência é possível recuperar a qualidade de vida”, explicou. Segundo a psicóloga Fabiana Mez­ zomo, de Caxias do Sul, muitos psicólogos também trabalham com a orientação dos familiares. “A partir do momento em que conseguimos orientar os familiares para desmitificar os transtornos e que não minimizem o sentimento do paciente, conseguimos ter bons resultados. Afinal, não é soFoto: Érick Godoi de Oliveira

Depressão atinge 5,8% da população brasileira.

gues Jerônimo, 23 anos, ex-estudante na Universidade de Brasília. Em entrevista ao Entrelinha, ela conta que as pressões para ter o diploma, ameaça do fracasso profissional, medo de errar e as incertezas e inseguranças foram os principais desencadeadores desses transtornos. Além disso, o aumento da carga de estudos ao sair da escola e entrar para a faculdade exigiu mais responsabilidades, fazendo com que não alcançasse o desempenho necessário. Jéssica ainda conta que a rotina desgastante desencadeou crises de pânico e depressão. “Cheguei num estágio em que nem levantava da cama porque não tinha forças para viver.”

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mente o paciente que precisa de auxínas universidades do País, conforme lio, muitas vezes os familiares querem microdados levantados pelo Censo da ajudar mas não sabem como.” Educação Superior de 2015, pelo InstiFabiana ainda explica que o trabatuto Nacional de Estudos e Pesquisas lho de recuperação de pessoas que Educacionais Anísio Teixeira, o Inep. sofrem com depressão muitas vezes O Entrelinha também conversou é realizado por meio de um processo com Morgana Pauletti, 22 anos, aluna conjunto entre o acompade Química, na Universidanhamento psiquiátrico e a de de Caxias do Sul (UCS). psicoterapia. “É muito imA estudante relatou que “DEPOIS DE portante para que nós psio excesso de atividades UM TEMPO, cólogos possamos aplicar começou a atrapalhar sua PAREI DE VER técnicas de enfrentamento vida social, fazendo com SENTIDO EM aos pacientes. Somente que se afastasse dos amiREALIZAR AS medicamentos não poderá gos, desencadeando quaATIVIDADES DO solucionar o problema por dro de depressão. “Depois completo,” afirmou. COTIDIANO” de um tempo, parei de ver


bem-estar

Por Bárbara Guidolin Morello e Raiane Martininghi

Foto: Érick Godoi de Oliveira

ANSIEDADE NA VIDA UNIVERSITÁRIA Vários são os motivos que levam o estudante a passar pelo sofrimento psíquico

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epercutida principalmente no Ensino Superior, a ansiedade é uma experiência pela qual muitos já passaram ou irão passar. O sofrimento psíquico pode estar associado a uma crise do modelo de vida que muitos levam até chegar à universidade. Algumas situações caracterizam esse quadro, mas nenhum motivo é a causa isolada do problema. Segundo informações obtidas no site do Ministério da Saúde, a influência do mercado de trabalho pode ser um dos fatores que levam a indícios de ansiedade. O mercado exerce pressão forte e cobrança permanente por um profissional ideal. Há, ainda, o fator desarticulação. Normalmente, os estudantes não se unem para enfrentar problemas. O estilo de vida é mais um fator que indica possível ansiedade. Há, ainda, segundo o site, muitas vezes os sintomas começam no Ensino Médio, quando professores estimulam o aluno a ser o melhor da turma para ingressar em grandes instituições de ensino. Muitas vezes, o jovem sai de contextos nos quais é destaque, com ótimo desempenho e, quando chega à universidade, percebe que é razoável. Carga de trabalho intensa na universidade e a privação de sono são extremos que deixam o aluno mais

vul­ne­rável a doenças como ansiedade, depressão e outros transtornos psicológicos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 20% dos adolescentes brasileiros sofrem desse mal. Desconfiança do próprio desempenho, estresse psíquico e transtornos mentais menores podem evoluir para distúrbios mais graves. Conforme a psicóloga Maria Elisa Fontana Carpena, professora na UCS, no âmbito acadêmico a ansiedade se faz sentir nos adolescentes e jovens adultos em variados contextos. “Desde o vestibular até as primeiras semanas de aula, provas e atividades grupais. Tudo o que está relacionado com um novo desafio pode desencadear a ansiedade”. E, segundo a psicóloga, os principais motivos que geram o sofrimento psíquico são quase sempre os mesmos: “conciliar trabalho com estudo, dificuldades financeiras e do curso.” A professora ainda diz que o sentimento de ansiedade não é exclusividade de alunos de determinado curso. Porém, segundo ela, as gradua­ ções, que lidam diretamente com o ser hu-

mano, são mais propensas a ter estudantes que passam por crises. “No início da graduação, a ansiedade é despertada em razão de ser algo novo. Já no fim do curso, o aluno pode sentir algum desequilíbrio, por ter que começar a andar com as próprias pernas, trocando o auxílio dos professores pelo do mercado de trabalho”, explica.

Sintomas de que as coisas não vão bem É importante entender que a ideia de que a ansiedade constante e a privação de sono são normais e fazem parte desse período da vida dos jovens, é equivocada. Ela é aceitável e normal quando em dosagens moderadas, fazendo então, parte do cotidiano. Sintomas como agitação, irritabilidade, culpa, choro excessivo, fadiga, fome excessiva, falta de apetite, insônia e pensamento suicida, são prejudiciais à saúde e merecem cuidado especial. É necessário estar atento aos sinais que surgem e são alertas de que as coisas podem não estar indo bem.

Por Erick Godoi de Oliveira e Gisiele Pimel da Costa

A CRISE DE ANSIEDADE NA GERAÇÃO Y

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geração Y é também chamada popularmente de geração do millenial. O conceito se popularizou por meio do popular livro do pesquisador Don Tapscott, Grown up digital: como a geração net está mudando seu mundo. No livro, o autor traz o conceito “geração Y”, que seria formada por nascidos entre 1980 e 2000. Para Tapscott, essa geração é idealista, conectada e preocupada com o bem-estar comum. A ansiedade nasce com a criança contemporânea. De acordo com a psicóloga Marina Marcon, a rotina universitária, em paralelo com o cotidiano de trabalho, está entre os principais fatores que desencadeia a ansiedade nos jovens. Embora faça parte da vida do

ser humano e por vezes possa ser usada como motivação, afeta os jovens dessa geração muitas vezes como um estado. É importante estar atento à diferenciação entre os dois, a doença incapacita o indivíduo, enquanto o estado está relacionado a um momento específico de sua vida. A distinção se faz necessária, mas não significa dizer que o estado deve ser desconsiderado, pois a doença pode evoluir de um estado de ansiedade. A busca por auxílio psicológico dentro da Universidade aumentou cerca de 20% em relação ao último semestre de 2017, segundo informações fornecidas pelo Sepa (Serviço de Psicologia Aplicada) da Universidade de Caxias do Sul. Marina também sentiu

o aumento de demanda. Segundo ela, é comum atender a pessoas apresentando quadros de ansiedade e que buscam a psicoterapia como auxílio. De acordo com as últimas estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), dados referentes ao período de 2010 a 2017, 33% da população mundial apresentam quadro de ansiedade. O Brasil é o país com maior taxa de ansiedade do mundo, 9,3% da população são vítimas da doença. Em 2018, pesquisadores da revista científica Nature, do Texas (USA), fizeram pesquisas na área. A revista entrevistou três mil estudantes, em 26 países, de áreas diferentes do conhecimento. Ao todo, 41% dos entrevistados afirmaram ter ansiedade moderada ou grave.

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Foto: Augusto Gobatto/Bicho do Mato Trekking

Agências na Região: Trilheiros Adventure (Carlos Barbosa) Bicho do Mato Trekking (Caxias do Sul) Cheiro de Mato Eco Camping (Caxias do Sul) Eco Parque Cia da Aventura (Nova Roma do Sul) Parque de Aventuras Gaspar (Bento Gonçalves) Trilhas do Sul - Turismo de Aventura (Dois Irmãos) Trilha do viajante aventura e ecoturismo (Caxias do Sul)

bem-estar

Por Jonnathan Tibes

AUMENTA NÚMERO DE AGÊNCIAS DE ECOTURISMO E AVENTURA NA SERRA E REGIÃO O que as pessoas buscam é o bem-estar físico e psicológico aliado à sustentabilidade

O prazer é incomparável ao vestir uma mochila e aventurar-se pelo desconhecido, na companhia do meio ambiente.” É assim que o aposentado Atair Rodrigues, 60, define a modalidde trekking. Seja para sair da rotina, exerci­tarse­ou contemplar lugares, o ecoturismo é acessível e possibilita a superação de obstáculos. É também o que atrai diversas pessoas a buscarem conhecimento sobre atividades em meio à natureza, gerando no setor turístico a aposta de que o ramo somente tende a crescer. Empresas ou agências podem especializar-se em uma das modalidades, como o trekking, ou oferecer diversas experiências aos seus usuários, mas todas prometem contato constante à natureza. Trilhas de quadriciclo, canoagem, rapel, cavalgada, voo livre e bungee jump são algumas das opções. Ainda há muito a explorar na

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natureza e no setor. Em uma pesquisa rápida pela internet, é possível encontrar 10 agências que oferecem algumas dessas atividades, em Porto Alegre, Caxias do Sul e na região (ver final da matéria). A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), por meio da Diretoria de Política Turística e Enogastronomia, desenvolve um relatório de indicadores na área do turismo, que se encontra em fase inicial. O Sindicato das Empresas de Turismo do Rio Grande do Sul (Sindetur) ainda não tem dados de quantas agências de ecoturismo o estado possui. Entretanto, a Organização Mundial do Turismo (OMT) mostra que, enquanto o turismo convencional cresce 7,5% ao ano, o ecoturismo cresce mais de 20%. A estimativa é que mais de meio milhão de pessoas­ no Brasil pratiquem, por ano, o turismo de aventura. Ainda segundo

a OMT, com 5.000 empresas e instituições privadas do ramo, é possível empregar cerca de 30 mil pessoas. Uma agência que começou no ramo recentemente e, prevê bons frutos, é a Bicho do Mato Trekking. Criada em 2016, por Daniel Missaglia e Lucas Tomazzoni, a Bicho do Mato teve sua primeira atividade em novembro do mesmo ano, levando cerca de 35 pessoas até a Ferrovia do Trigo, entre Guaporé e Muçum. Até hoje, realizaram 11 trekkings e um rapel, o que permitiu a cerca de 200 pessoas estreitarem laços ou conheceram o ecoturismo. A prática trouxe experiência para os empreendedores. “As pessoas precisavam entrar em contato conosco para fazer a inscrição; agora contratamos uma plataforma de organização de eventos e é tudo feito por lá. Sempre calculamos o valor de acordo com o preço do frete (ônibus, van) e nosso lucro mínimo; assim chegamos ao valor por pessoa”, explica Missaglia. “Aumentar o número de viagens, criar parcerias e eventos e se tornar reconhecida na região pelo serviço que oferece” fazem parte dos planos da Bicho do Mato Trekking.


Foto: Luciana Galiotto

cultura

Por Djeison Silva

TEM GENTE “TEATRANDO” NA SERRA GAÚCHA Há quase 30 anos, a companhia é referência de fazer e de ensinar teatro no estado

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Tem Gente Teatrando é uma empresa cultural de Caxias do Sul, que propicia à região diferentes conteúdos relacionados às artes cênicas. A TGT, como é conhecida, conta com quatro principais pilares: escola de teatro, companhia teatral, teatro para empresas e casa de teatro. A fundadora, Zica Stockmans, participava de um grupo teatral chamado “Em Cena” e, em 1989, propôs a criação da Associação Caxiense de Artes Cênicas (Acac). Ela ministrava aulas de teatro em diversos lugares e pensou em centralizar as aulas num espaço físico. A partir daí nasceu a proposta da TGT. O coordenador de projetos culturais da TGT, Sandro Martins, ressalta a importância da instituição como guia de formação de novos atores e atrizes que buscam uma formação teatral. “A TGT oferece o único curso de formação profissionalizante do interior do Rio Grande do Sul e temos grande procura de alunos de outras partes do estado.

Assim, oportunizamos a disseminação do teatro, já que, depois de formados ,esses alunos retornam às suas cidades e tornam-se produtores”. A acadêmica de Jornalismo Sara Fontana ingressou na TGT como aluna e hoje atua na assessoria de imprensa. O curso oferecido pela companhia conta com professores pós-graduados e um excelente acervo de livros na biblioteca do espaço, ressalta. “A TGT representa um grande papel cultural na região, também pelo Teatro-empresa que oferece à região e ao País“. Zica esclarece que o nome Tem Gente Teatrando apareceu de maneira espontânea, sem visar ao mercado e que apesar de criativo, não é fácil “capturar” como marca, mas ressalta o papel de qualidade e competência que a companhia conquistou durante os anos. “No início não tínhamos pretensão de ser uma grande empresa. Hoje, temos uma unidade em Bento Gonçalves também. A TGT começou de forma tímida e foi conquistando espaço, mas

Por Vanessa Pegoraro

A FESTA DA UVA E DO POVO Espaço para mostrar a diversidade de culturas que há décadas transcende fronteiras e une nações

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Festa Nacional da Uva tem data e tema definidos. O evento, que ocorre entre os dias 22 de fevereiro e 10 de março de 2019, com o enredo “Viva una bela giornada”, trará novidades, entre as quais a presença do ator Thiago Lacerda. “A minha ligação com o estado do Rio Grande do Sul é profunda, assim como minha ligação com a cultura gaúcha. Isso me enche de orgulho”, completa. Lacerda ressalta a importância da comemoração para a colônia italiana no País e, principalmente na Serra. “Eu sei que a celebração da Festa da Uva é em torno das boas coisas da vida; é uma celebração da cultura italiana, especialmente, da cultura do imigrante no Brasil, concentrada aí na Serra do Rio Grande do Sul”, diz.

Espetáculo “Escravos de Jó” a humildade se mantém pois somos um grãozinho de areia perto do que o País precisa”., diz ela. Zica acredita que o papel da companhia é manter vivo o desejo de seguir com a arte, apoiar quem buscam conhecimento como alunos ou espectadores e gerar empregos, qualificando o mercado teatral da região. Na área empresarial, a TGT realiza teatros para empresas em sintonia com a filosofia da marca, mas o segmento mais importante é a escola de teatro. O curso tem uma média de 80 alunos por ano. Outro ponto interessante é o projeto cultural Escola Popular de Artes, iniciado em 2012, que oferece aulas de teatro, dança e música, gratuitamente, para adolescentes da rede pública, em situação de vulnerabilidade. A Tem Gente Teatrando forma turmas semestrais com jovens a partir de 11 anos, proporcionando vivência teatral completa desde a criação de personagens, atuação, improvisação produção de figurinos e cenários.

O cartaz de divulgação também ganhou especial atenção. A ilustração traz ares retrô, resgatando as gravuras feitas à mão, em referência às festas antigas, mas com o olhar no futuro, antecipando edições seguintes. Outro detalhe mencionado por Sandra, diz respeito à ortografia do anúncio. A opção por escrever “bela giornada” é para dar destaque à cultura do imigrante que ao chegar ao Brasil criou seu próprio dialeto. Na edição 2018 a Comissão Social, formada exclusivamente por mulheres e responsável pela organização do evento, conta com onze personalidades. A coordenadora da equipe, Christina Horn, conta que desde o convite da presidente tudo foi pensado com muito carinho para que esta seja uma celebração inesquecível. O envolvimento de todas para levar a atração às empresas e aos demais distritos de Caxias do Sul também é um dos diferenciais desta gestão. “Nós acreditamos na proposta da Sandra e abraçamos essa causa”, diz ela.

Cartaz: Agência Batuca

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Foto: Acervo Pessoal Diogo Severo

cultura Por Ricardo Gatelli da Costa

WEBSÉRIES E O CONSUMO DA ARTE E CULTURA EM CAXIAS DO SUL Dificuldades e oportunidades em um novo nicho comercial na região

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om a convergência digital e a velocidade de criação e aprimoramento das plataformas midiáticas surgem novas formas de produção de conteúdo, principalmente pela internet. Um desses formatos são as webséries, - séries com episódios lançados pela plataforma online, novo meio de broadcasting chamado de web televisão. Esse novo meio é uma grande oportunidade para marcas e, portanto, para content marketing, vistoque o entretenimento permite criar envolvimento efetivo com o consumidor. Os internautas mais ligados às mídias sociais, em Caxias do Sul, devem ter percebido a presença frequente da produtora de entretenimento livre 1quarto. Idealizada por Diogo Severo, a produtora audiovisual surgiu em 2013, a partir de atualização do aplicativo Instagram. “Na época, o único site que bombava com produções audiovisuais era o Vine, que produzia vídeos de seis segundos, e o Instagram atualizou sua plataforma, para começar a aceitar que vídeos de 15 segundos pudessem ser compartilhados,” comenta Diogo. “Queria fazer algo que ninguém fazia, e vi um potencial de trabalhar com vídeos

curtos. Com vídeos de menos tempo é possível fazer comerciais e transmitir informações rápidas,” explica o jovem que, na verdade, se antecipava a uma demanda na cidade. Consolidada no mer­ cado, a 1quarto, que­completa cinco anos em 2018, ficou reconhecida pelo trabalho que realiza, atraindo marcas pela forma como são feitas as produções. A ex-integrante da equipe Amanda Schulz, cita um momento que pode ser considerado divisor de águas: “A gente tinha um programa ao vivo, por exemplo, que sempre tinha uma audiência bacana, com bastante interação. Nosso auge foi quando fizemos o Foda-se a Ciência. Esse vídeo rolou 153 mil views. A partir daí, começaram a surgir oportunidades com grandes marcas como Lojas Colombo e Unisinos.” Outra websérie que teve sucesso foi a Batalha das Bandas, que chegou a ser apresentada no programa de auditório The Noite!, apresentado por Danilo Gentili. Além disso, a produção concorreu no Rio Webfest, que premia os

melhores trabalhos audiovisuais­do Brasil. Por ser um coletivo de produções e estar sediada na Casa Paralela, espaço de trabalho colaborativo, a equipe da produtora é mutante e está sempre se atualizando, de acordo com as demandas exigidas. Amanda Schulz e Erik Clepton de Oliveira, que fizeram parte da equipe em 2016 e hoje fazem produções autorais de humor em Porto Alegre, explicam como são as produções e para quem elas são direcionadas. “A gente trabalhava com muitos formatos de mídia.Dependendo do formato, nosso público até mudava. A gente fazia vídeos­só pro Insta Stories, vídeo só pro feed, vídeo só pro YouTube e assim vai”, explica Amanda.

Por Rodrigo Rauber Coltro

CIDADÃO CAXIENSE CONSOME POUCA ARTE

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arte é um dos principais aspectos socioculturais de um povo. Sua importância não está somente em proporcionar experiências estéticas ou emocionais, mas em estabelecer a inclusão social. Em Caxias do Sul, a procura por arte tem sido pequena principalmente devido aos preços, se considerarmos classes sociais menos favorecidas, segundo o músico Roberto Niederauer. Destaca que “em um mundo cada vez mais materialista, a busca pela arte é a alternativa para sair da rotina, para ir ao encontro da beleza e da fanta-

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Uma das causas para esse comportamento pode ser o preço das obras

sia; porém a música em Caxias do Sul tem baixa procura. As pessoas buscam a música pela diversão; uma parcela muito pequena procura a música como cultura. Isso é fruto do pouco envolvimento dos setores de educação no quesito cultura”, conclui o músico. A procura por arte pelo cidadão caxiense tem sido muito tímida, é o que diz Elói Frizzo, vereador e presidente da Liga Carnavalesca de Caxias do Sul, que declara: “A frequência a museus e galerias de arte, bem como a participação pública em projetos, como Festival Brasileiro de Música de Rua, CineSerra,

Cinema de Rua e Órbita Literária, indicam procura e consumo de arte baixos para o que a cidade oferece. Se levarmos em consideração o poder aquisitivo médio da população, essa procura ainda está aquém do que poderia ser,” garante Frizzo. Para Fábio Balen, artista plástico da região: “A procura por arte aumentou com o auxílio da tecnologia”, Segundo Balen, com a facilidade de acesso, cresce a procura por museus, galerias e exposições. Mas, devido ao alto preço das obras e ingressos somente às classes mais favorecidas.


cultura

Por Leandro Schiavon

7ª EDIÇÃO DO FESTIVAL BRASILEIRO DE MÚSICA DE RUA EM CAXIAS DO SUL O evento artístico atingiu cerca de 20 mil pessoas, com mais de 150 atrações culturais

Foto: Maurício Palma

Dançarinas do Grupo Maracatu também se apresentaram no Festival.

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Festival Brasileiro de Músiteve, tanto social como econômica, ca de Rua leva arte e cultulúdica. A forma que escolhemos para ra a cidades da Serra gaúfazer isso é colocar a Serra gaúcha no cha. De junho a outubro, mapa da música brasileira e latino-­ Bento Gonçalves, Gramado, Flores americana”, explica ele. da Cunha, Garibaldi e São Marcos são “A importância social do festival palco dessa programação multicultalvez encontre reverberação no futural. Com mais de 150 atrações returo. Hoje, vivemos um tempo em lacionadas à música, à dança, a ofique a música artística perdeu sua imcinas, a debates e cinema, o evento portância. A música é ligada à divercarrega a diversidade como bandeira. são e não há problema nisso. Porém, Em 2018, foram desde apresentações as pessoas em geral, especialmente nas ruas da cidade, palestras e exibios mais jovens, têm dificuldade de ções de documentários nas escolas, entender que a música pode servir atividades culturais nas comunidapara várias coisas”, acrescenta. des e shows, até visitas a entidades Neste ano, mais de 20 mil pessoas­ como Apae e Apadev. foram atingidas pelo evento, contanO evento, criado para incentivar do com escolas, entidades e shows e ocupar a Serra gaúcha com músiem lugares públicos, mesmo em ca, marca o encontro de estilos que dias chuvosos. O apoio da UCS e do vão do popular ao erudito, além de SESC-RS foi essencial para a evoluconectar a região com outras cultução do festival. Além disso, a mescla ras brasileiras e da América Latina. de músicos renomados, como Vitor “Estamos no meio do caminho, com Ramil e Otto, com nomes que estão apenas sete anos de festival. Temos começando no cenário atual, traz um muito para percorrer, evoluindo ediamadurecimento especial ao ramo ção a edição”. artístico. Segundo LuciaPara os artistas “COM APENAS SETE no Balen, idealizaque­estão iniciando ANOS DE FESTIVAL. dor, “este festival tem seus trabalhos, ou coTEMOS MUITO muitos objetivos. O meçando divulgá-los, PARA PERCORRER, principal é retornar à o Festival tem uma música, a importânimportância de caEVOLUINDO EDIÇÃO cia que ela sempre ráter extremo. Jonas A EDIÇÃO”

Bender, músico da Banda Catavento, destaca a relevância e qual foi a experiência. “Acredito que o evento foi criado para dar um foco maior a artistas independentes, que estão longe dos holofotes dos grandes meios de comunicação, que têm seu trabalho impulsionado pelas redes, por selos e produtoras focadas em determinados gêneros”. Sobre a experiência obtida acrescenta: “Participar do festival como músico foi muito bom, o som estava ótimo, a organização e a recepção aos artistas também; além disso, o público, na hora do show da Catavento, estava bem grande, todos atento. Sempre é bom participar de festivais, pois muita gente acaba conhecendo a banda, mesmo ela tendo seis anos de existência e sendo de Caxias.” O evento é apresentado pela Natura Musical, Universidade de Caxias do Sul (UCS) e Secretaria de Estado da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, ocorreu no período de 17 a 25 de março em Caxias do Sul.

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esporte Jaconi e agora passa suas experiências para a garotada, que sonha em ter uma carreira profissional: “Muitos se identificam com a minha história dentro do Por Carolina Freitas, Daniel Ribeiro e Maiara Gallon clube, para construir a carreira deles. Então, o que eu falo, como a parte crítica, mesmo construtiva, preciso tomar muito cuidado, porque isso tem um peso muito grande na cabeça deles” Da realização do sonho à realidade, veja a importância das categorias de conta, não sem enfatizar que: “A formabase na formação de futuros atletas ção de base de um clube é como a de Brasil sempre foi uma grande la grandes jogadores como o zagueiro um filho. Quando tu crias um filho preescola de atletas, conquisThiago Silva, multicampeão por clubes cisa saber o momento de puxar a oretando respeito e admiração europeus e seleção brasileira, ou tamlha, mas t tens que saber o momento internacional pela formação bém o zagueiro Dante, diversas vezes apoiar, o de dizer que está com ele.” de importantes jogadores, inclusive campeão alemão e que jogou alguns Dentro de campo, e trabalhando Pelé, considerado o melhor da História. anos na seleção. diariamente com Lauro, Contudo, para que isso seja viável, são O ex-jogador e atual encontramos Deivid Alan. necessários bom planejamento e boa preparador físico da equipe O jovem tem 16 anos e já “A FORMAÇÃO estrutura de categorias de base. sub-17 do Juventude, LauDE BASE DE UM atuou pela seleção braExemplo disso, o Esporte Clube Juro da Silva, Laurinho GuerCLUBE É COMO sileira e, mesmo com a ventude, que dispõe de um orçamento reiro, como ficou conhecipouca idade, tem basA FORMAÇÃO imensamente menor do que os clubes do pela torcida alviverde, tante história para contar. DE UM FILHO” da elite, é uma grande referência na construiu toda a sua hisFoi Campeão Gaúcho em formação de atletas. Sua história revetória de jogador no Alfredo 2015 e tem duas convocações no currículo: “É difícil viver longe da família, mas a gente pensa que lá na frente vai compensar essa saudade”, garante ele. Além disso, todo o trabalho desenvolvido pelo clube reflete-se fortemente no cenário social. As equipes têm uma rotina regrada, com cuidados médicos e suporte psicológico: “É um jeito de impulsionar nosso sonho (sobre jogar no Juventude), tentar dar uma condição melhor pra nossa família que está longe”, relata o jovem Deivid Alan. Com a integração dos jovens no clube, mesmo aqueles que não seguem para o futebol profissional, têm a oportunidade de conhecer uma realidade diferente e mais saudável que a habitual. Além disso, a vivência nesse tipo de espaço pode estimulá-los a projetar sua vida em outros grandes Deivid assinou seu primeiro contrato desafios, antes inimagináveis. profissional no Juventude, aos 16 anos

IMPORTÂNCIA DAS CATEGORIAS DE BASE NA FORMAÇÃO DE ATLETAS

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Foto: Gabriel Tadiotto. E.C.Juventude

Por Carlos Carissimi, Carolina Freitas e Maiara Gallon

AUMENTA PROCURA POR GRUPOS DE CORRIDA EM CAXIAS DO SUL

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á dois anos, com a iniciativa da prática de um esporte aeróbico frequente, toda quarta-feira às 19h 30min, em frente ao Shopping San Pelegrino, reúnem-se pessoas para correr pela cidade em trajetos de 3 km, 5 km e 10 km. Criada pela loja Kenpo Sports, a programação conta com alongamento antes de iniciar o percurso, nutrição e hidratação pós-treino, e acompanhamento de professores de academia. Há uma estrutura completa e gratuita

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para qualquer um que queria participar dos treinos e não é necessária inscrição. Basta comparecer usando roupas leves e querer correr. A analista de marketing da Kenpo, Nicole Machado, conta que, com o passar do tempo, as pessoas começaram a demonstrar maior interesse pela atividade: “começamos em dezembro de 2012 com 10 pessoas, contando funcionários da loja. Hoje, temos de 80 a 100 pessoas fiéis que toda semana correm conosco.” Assim como a Kenpo Sports, a

Equipe de Corrida Life Company também incentiva a prática de corridas. Ela existe há cinco anos e valoriza a prática com perfeição, ensinando os princípios básicos da corrida. Inicialmente, a procura era pequena, uma média de cinco a 10 alunos, mas, a partir de 2015, as equipes aumentaram, chegando à média de 130 alunos. Os praticantes são divididos em cinco grupos: Iniciante 1 e 2, Intermediário, Avançado e Competição. Sobre esse aumento na procura, o sócio-proprietário Alexandre Silvestrin conta que o exercício pode moldar o corredor: “Hoje, você se condiciona para correr ou correr o condiciona.”


esporte Por Carolina Freitas e Daniel Ribeiro

ESTUDIOSO E PRESTIGIADO DESDE OS TEMPOS DE INTERIOR GAÚCHO Adenor Bachi, o Tite, que hoje figura entre os melhores técnicos do mundo, teve participação significativa na história de clubes do interior gaúcho

Foto: Agência de Notícia ANDES

ite, 56 anos, alcançou o posto de técnico da seleção brasileira há quase dois anos, e o desempenho da equipe tem impressionado até mesmo aqueles que já conheciam seu potencial. Ainda na década de 90, no interior gaúcho, a aguçada capacidade de organizar um time e torná-lo vencedor já era vista. Em 1992, foi o primeiro técnico do recém-fundado Veranópolis Esporte Clube. Já no segundo ano de trabalho, em 1993, levou o clube à elite do futebol gaúcho. Segundo Dirceu Salla, di-

retor de Futebol na época, e que segue no clube, isso se deve, em boa parte, à estrutura e ideologia que Tite forneceu ao time. “Tite representa a existência do clube até os dias de hoje”, afirma. “Parece ser uma escola montada por ele, com alguns outros personagens dando continuidade ao que ele deixou. Muita coisa que ele falava 25 anos atrás nós continuamos usando”, revela. Anos mais tarde, em 1999, Tite foi contratado pela Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias, clube em que conquistou seu primeiro grande título

como técnico. Gilmar Dal Pozzo, goleiro da equipe na época, relembra sua chegada ao clube. “O Ênio Costamilan (presidente do clube em 1999) chamou eu, Paulo Turra e o Ademir e pediu o que a gente achava do Tite. Foi unânime. Dissemos ‘é o melhor treinador do interior do estado’. Convencemos o Ênio a contratá-lo”, recorda. No ano seguinte, em 2000, o Caxias sagrou-se Campeão Gaúcho pela “TITE primeira vez, REPRESENTA A o maior título EXISTÊNCIA DO da sua história CLUBE ATÉ OS até hoje. Para DIAS DE HOJE” o presidente do Caxias no ano da conquista, Nelson D’Arrigo, não fosse a representatividade e o vínculo que Tite tinha com seus jogadores, o desfecho não teria sido o mesmo. “Aquele título ninguém tirava do Caxias, o grupo estava junto, unido. Mas, sem a figura do Tite como técnico, ele não teria acontecido”, afirma. Já nessa época, Tite sonhava com a seleção. “Ele tinha muito potencial para ser um grande técnico. Mas daí, para se tornar o que é hoje, ninguém poderia imaginar”, diz D’Arrigo. Segundo Dirceu Salla, “ele falava que iria ser técnico da seleção nas nossas conversas no VEC, mas confesso que a gente levava mais na brincadeira”, conta, aos risos. Mesmo em passagens menos destacadas por clubes do interior, sua figura é muito bemquista. “É uma pessoa com valores definidos, com princípios, e é isso que ele leva para as equipes dele”, diz Laurinho, jogador do Juventude de Tite, em 1997.

Por Patrícia Dal Picol

COPA DO MUNDO 2018

Jornalistas comentam sobre o momento de recuperar a hegemonia

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urante o Mundial, que começa no dia 14 de junho, na Rússia, a seleção enfrentará Suíça, Costa Rica e Sérvia. Mesmo que o grupo não apresente grandes dificuldades, a tarefa não será fácil, especialmente com a possibilidade de pegar, logo em seguida, a Alemanha: carrasca dos 7 a 1, mas a mesma do Pentacampeonato de 2002. Surge, de imediato, a pergunta: 2018 vai ser ano de vexame ou de hexa? Todos estamos esperançosos. É isso que diz o jornalista e narrador da Rádio Gaúcha, Marcelo De Bona. Com relação aos motivos que fazem o brasileiro estar tão empolgado, após o vexame de 2014, De Bona comenta: “A

esperança automaticamente se renova em ano de Copa, por ser a grande Seleção em todas as edições”, garante. Já para Fabiano Baldasso, jornalista, repórter, radialista, palestrante e influenciador digital do Rio Grande do Sul, “os torcedores vêm de um trauma inesquecível, os 7x1, consequência de um processo malconcebido, de uma filosofia malpensada. Mas o que acontece, é que o futebol brasileiro é o melhor do mundo”, diz ele. Baldasso relembra ainda que “em 2014, pensamos que com a nossa qualidade técnica, ou alegria nas pernas, como se dizia, ganharíamos da Alemanha, que é um exemplo cabal do que é uma organização tática. A ficha caiu

na medida em que Tite foi contratado”, garante o jornalista. De Bona, mesmo considerando a ótima campanha nas eliminatórias, afirma: “Não é pela campanha das eliminatórias que o Brasil chega como um dos favoritos, é pelo trabalho, consistência tática; qualidade individual e coletiva dos jogadores; pelo bom time, por ter Neymar, Philippe Coutinho, Willian, uma dupla de zaga importante; por ter dois laterais que talvez sejam os melhores do mundo”, salienta ele. Já para Baldasso, a seleção chega como uma das favoritas, ao lado de Alemanha, Espanha, França e, no máximo, Argentina. Não chega com todo favoritismo, porque seríamos pretensiosos achar que depois da “chapuletada” que tomamos da Alemanha, somos mais favoritos do que eles, arrisca.

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política

Por Juli Hoff

ESQUERDA E DIREITA ALÉM DE MERAS DIREÇÕES Confusão sobre ideologias está presente desde o surgimento dos conceitos

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entre os assuntos abordados diariamente na internet, um ganha destaque no cenário brasileiro: a política. As discussões polarizam na timeline entre quem é de esquerda, de direita e, in-

Ilustração: Milton César

“Reflexão e estudo de significados ideológicos são essenciais para voto consciente”

clusive, quem declara seu posicionamento político como neutro. Com o debate constante, é fundamental esclarecer cada ideologia. Historicamente, esquerda e direita apresentaram modificações, de acordo com seu contexto, mas sempre seguiram tendência racional. Os conceitos iniciaram sua estruturação ainda na Revolução Francesa (1789), por causa da disposição dos liberais girondinos (direita) e extremistas jacobinos (esquerda), no salão da Assembleia Nacional. Para João Ignacio Pires Lucas, professor e sociólogo especialista em política, dois autores podem servir de referência para a orientação dos significados ideológicos: Norberto Bobbio e Albert Hirschman — filósofo político italiano e economista político alemão, respectivamente. “Bobbio fundamenta a esquerda, historicamente, como os grupos que lutam pela questão de igualdade social, enquanto a direita prega pela liberdade, especialmente a econômica. Já o Hirschman incidiu sobre a discus-

são definindo três correntes. A primeira, de esquerda, é o grupo progressista, que luta pela evolução dos direitos. A segunda e a terceira, de direita, se dividem em conservadores, que apoiam a manutenção da situação como está, e reacionários, que gostariam de retroceder as conquistas”, explica João. A falta de reconhecimento das definições está presente em diferentes momentos da História, mas as redes sociais têm exposto ainda mais o problema, que se mostra estrutural. “Não é novidade. A diferença é que hoje existem ferramentas que permitem qualquer um de nós verbalizar sua opinião. Mas, mesmo assim, se voltarmos cem anos nos círculos mais intelectua­ lizados, encontramos em livros e discursos a confusão de conceito sempre presente. São questões culturais e cíclicas”, afirma o sociólogo. A economia também é fundamental na caracterização de cada ideologia. Enquanto a esquerda prevê a equalização econômica, distribuição igualitária de renda e propriedade, a direita se baseia na livre-iniciativa, no mercado livre e na propriedade privada. Essas diferenças essenciais também se manifestam nos partidos políticos brasileiros. De acordo com sua ideologia vigente, o partido buscará desenvolver e compartilhar propostas. Portanto, é necessário que o eleitor conheça a ideologia do(s) seu(s) candidato(s), sem confundir ideais de esquerda e direita.

Por Lucas Marques e Daniela Affonso

MUDAR O NOME TORNA-SE TENDÊNCIA ENTRE PARTIDOS

de âmbito nacional. Segundo o soció­ logo: “Em eleições municipais, para prefeito e vereador, o nome pode pesar, mas, nas eleições nacionais, pesa Com a aproximação das eleições, siglas viram slogans o histórico, a referência.” esde meados de 2017, partiSegundo o professor e sociólogo De acordo com o calendário do Tridos políticos têm assumido especialista em política João Ignacio bunal Superior Eleitoral (TSE), em 2018 a intenção de mudar seus Pires Lucas: “Os partidos políticos mais ocorrerão Eleições Gerais no Brasil. As nomes e siglas. Em alguns de centro ou conservadores escolhem propagandas eleitorais gratuitas pascasos, a mudança, inclusive, já se conslogans para mostrar consistência e sam a ser permitidas na TV e no rádio cretizou. Uma das trocas mais comenideologias, porém, alguns utilizam a a partir do dia 31 de agosto, com tértadas foi a do PMDB, que se tornou o troca de nome apenas para parecerem mino marcado para o dia 4 de outubro. Movimento Democrático Brasileiro, rejuvenescidos. O MDB dá uma deEssa é a oportunidade para os partiMDB, nome utilizado pelo partido dumonstração de ‘volta às raízes’, porém dos mostrarem se as mudanças serante a ditadura militar de 1964 a 1985. a troca de nome não rão apenas nos slogans PP, PTdoB e PSL, entre outros, trougarante a volta da conou se contemplarão, “NAS ELEIÇÕES xeram propostas de nomes considefiança do eleitor.” também, as propostas NACIONAIS, PESA rados slogans, que podem enunciar Com o desgaste da para a população. As O HISTÓRICO, A ou não a ideologia que o partido quer política brasileira, os votações do primeiro REFERÊNCIA” resgatar para se recuperar da atual cripartidos tentam enconturno serão no dia 7 de se política. O PP se tornou apenas Protrar soluções para se outubro, e nos casos de gressistas, o PTdoB agora se chama renovarem. Essas mudanças, porém, segundo turno, no dia 28 de outubro. AVANTE e o PSL é o novo Livre. dificilmente terão efeito em eleições

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política

Por Bernardo Barcellos

OS PEDIDOS DE IMPEACHMENT CONTRA O PREFEITO DANIEL GUERRA Um terço do mandato se passou e três processos já foram abertos

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ano de 2018 será marcado pelas eleições dos novos deputados estaduais e federais, governadores, senadores e presidente da República. As datas que levarão milhares de brasileiros às urnas estão no calendário do Tribunal Superior Eleitoral, 7 de outubro para o primeiro turno, e 28 de outubro para o segundo, caso ocorra. Em Caxias do Sul, mais de 300 mil eleitores estão aptos ao voto. Quem ainda estavar com o título de eleitor pendente teve até o dia 9 de maio para regularizar o documento. Pouco mais de um ano e meio se passou da última eleição municipal, em Caxias do Sul, onde 148.501 eleitores votaram pela eleição do prefeito Daniel Guerra, que arrecadou 62,79% do votos. Diversas das decisões capitanea­ das pelo prefeito neste período tiveram forte repercussão negativa e chegaram a gerar revolta em algumas instituições e organizações. Desde que assumiu a administração municipal, o prefeito responde a diversos pedidos de impeachment, confira no infográfico. Procurada por esta edição, para prestar um depoimento sobre os pro-

cessos, a assessoria de imprensa do prefeito passou o número do seu advogado e representante legal juridicamente, Heron Grohler Fagundes. O advogado por sua vez, orientou o prefeito a não falar sobre o caso, dizendo que o mesmo já se manifestou por carta, e esta seria a única forma de comunicação com a imprensa.

“O INSTITUTO DO IMPEACHMENT FOI BANALIZADO NO PAÍS”.

Em Caxias, tanto o primeiro, quanto o segundo pedido, foram resultados desse efeito cascata, porém o terceiro deve ser analisado com maior delicadeza. Rodrigo Beltrão - bancada do PT. Já o relator, integrante da comissão processante do último processo de impeachment, Velocino Uez (PDT), vê como algo negativo para a cidade,todos esses processos: Enquanto se gasta todo esse tempo em cima dos pedidos de impeachment, não se produz nada de bom pra cidade, isso é muito negativo, porque se deixa de produzir algo para avançar. Entre idas e vindas, processos e arquivamentos, a escolha da população segue unânime. Nenhum pedido de Impeachment tramita na Câmara neste momento.

Veja a carta na íntegra, ao final da página. Na Câmara de Verea­ dores, as opiniões se dividem: há vereadores que veem os processos de impeachment como instituto banalizado. Depois do pedido de impeachment que nós entendemos ter sido um golpe parlamentar em 2016, contra o mandato da presidenta Dilma, o instituto do Impeachment foi banalizado no País.

CARTA À POPULAÇÃO DE CAXIAS “Dia histórico para o povo de Caxias do Sul. A Câmara de Vereadores demonstrou, mais uma vez, maturidade com a democracia, respeitando o voto de 148 mil caxienses. Este governo tem como marca trabalhar sempre respeitando a legalidade. Não tínhamos dúvidas quanto ao resultado da improcedência da denúncia, considerando que a mesma foi construída sem qualquer comprovação do que alegava. Agradecemos o apoio de milhares de caxienses que se manifestaram externando a sua solidariedade contra esse injusto e descabido processo, arquitetado por uma minoria, com objetivos obscuros, que não aceita a decisão do processo eleitoral ocorrido e tem como único objetivo gerar transtornos às instituições e prejuízos à imagem da cidade, num constante e cansativo olhar para o retrovisor. Manteremos sempre a nossa maior atenção voltada para aqueles que realmente necessitam de atenção, que é o povo de Caxias do Sul. Obrigado!” Daniel Guerra, prefeito de Caxias do Sul

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rede social

Por Karen Boldrin

MEMES, UMA HISTÓRIA DE DÉCADAS

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ter um supermeme e, no fim das contas, o público não achar graça” ressalta. Saber debochar das coisas do dia a dia e da vida é essencial. O jovem comenta que estar ligado e antenado no que mais está sendo discutido no momento é essencial.

História A história dos memes tem diferentes versões e cronologias. O termo é empregado pela primeira vez no livro The Selfish Gene, de Richard Dawkins. O autor propunha o termo para dar ênfase à evolução cultural dos anos 1970, que chamava sua atenção. Em 1980, a psicóloga Susan Black­­ more atualiza o conceito criado por Dawkins. Para a psicóloga, o memetic drive, reforça a visão de que os memes não somente complementam o trabalho da evolução cultural, mas também dão originalidade a ela. A partir dos anos 2000, o meme se torna o que conhecemos hoje, com di-

Walter Albuquerque, administrador da página HAHA

Por Fábio Bielscki de Matos

FACEBOOK E A SUA CONSTANTE MUDANÇA NOS ALGORITMOS As mudanças, inicialmente foram temidas, acabaram agradando à maioria dos usuários da rede mais famosa do mundo

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Facebook anunciou, no início deste ano, mudanças nos algoritmos da página. O comunicado foi feito por Zuckerberg no seu perfil. Mas, antes de tudo, vamos entender o que são algoritmos e para que servem. Eles são usados para tudo em computação. Basaeados em uma fórmula que determina sempre o próximo passo a realizar, como uma receita de bolo: segue-se o próximo passo para chegar ao resultado final. Sempre são é utilizados para realizar uma operação. No Facebook não é diferente, o uso desses algoritmos funciona com base nas interações, nas curtidas, nos comentários e no que os amigos curtem. As mudanças realizadas no início do ano foram significativas. As principais mudanças na maneira como o usuário vê sua linha do tempo. O que ele vê agora está muito mais ligado ao que ele faz, interage, curte ou comen-

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ta. Percebe-se que a página prioriza as interações pes­soais­. Assim, anúncios e publicações de páginas aparecem cada vez menos na linha do tempo do usuário. As mudanças foram feitas, segundo o CEO da empresa, a partir de um grande número de reclamações de quem usa a rede social, alegando que apareciam mais posts de publicidade do que informações relevantes. A partir disso, as empresas que trabalham com Facebook se viram prejudicadas, na medida em que suas publicações passaram a ter menor alcance. Para falar sobre isso, entrevistamos Júlia Biondo, designer da área de mídias sociais. Segundo ela, “além da redução do alcance, o Facebook está constantemente mudando os algoritmos da página. Agora é necessário investir mais para ser notado. Posts orgânicos praticamente não funcionam mais”, destaca. A designer sugere que as empresas

façam publicações que provoquem mais engajamento e discussões, “porque o Facebook gosta muito que as pessoas interajam nas publicações.” Ela cita, também, que a rede não fez essas mudanças visando a prejudicar quem vive disso, mas sim como forma de combater os famosos “caça cliques” e as fake news. “A rede se tornou rigorosa nesses aspectos”. Apesar das dificuldades encontradas com a mudança desses algoritmos, o Facebook disponibiliza uma série de ferramentas para ajudar a impulsionar as publicações, destaca a designer. Segundo Júlia, o efeito colateral da mudança foi a migração para outras plataformas. “O Instagram está sendo muito utilizado para divulgar marcas, pois a plataforma está possibilitando fazer anúncios.” A dificuldade apontada pela designer é o perfil do público, que muda em cada rede. Ao ponderar vantagens e desvantagens, o que permanece é, de fato, “a necessidade de uma certa ordem na rede social”.

Foto: Divulgação/Facebook

moda do momento é, sem sombra de dúvidas, a cultua­ ção aos memes. Mas o que são memes? São imagens, vídeos ou gifs às vezes muito engraçados, outras nem tanto, tendo como intuito fazer as pessoas rirem ou pensarem sobre determinado assunto. Existem inúmeras página voltadas ao humor e uma das que mais se destacam, hoje, é a HAHA, supervisionada por Walter Albuquerque, com mais de três milhões de seguidores. Nela são publicados conteúdos diversos, valorizando sempre o que o público gosta. Segundo Albuquerque, os memes que mais se destacam são os referentes a Tulla Luana (youtuber que viralizou com alguns vídeos). “Quando publico um meme da Tulla Luana é impressionante a quantidade de curtidas e compartilhamentos que recebo. O pessoal gosta bastante”, destaca. “A seleção dos memes é ampla, mas sempre respeitando o que o público gosta e quer ver. De nada adianta

fusão na web. As ciências sociais sempre procuraram entender o que era esse fenômeno e como ele operava, especialmente nos anos 2000, época que eles ganharam maior ênfase. Memes não são apenas “bobagens” que vemos na web. Hoje, são inclusive temas de provas e alguns se mostram educativos. Com esta crescente, podemos dizer que os memes vieram e para ficar. O que se percebe é que além de terem vindo para ficar, eles dão um up a um ditado que atravessa séculos - “Ridendo castigat mores”, ou, traduzindo do latim para o português: é brincando que se dizem as verdades.


rede social

Ilustração: Milton Gonçalves

Por Milton Gonçalves e Igor Panzenhagen

REDE DE INTOLERÂNCIA Discursos de ódio, aversão às diferenças e desrespeito aos direitos humanos são características comuns nas redes sociais dos brasileiros

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ara a psicóloga Daviane Peruf­ fo, “a intolerância pode estar baseada tanto na discordância de opiniões, (alguém pode ser intolerante a quaisquer ideias de qualquer pessoa), quanto estar basea­ da no preconceito, podendo levar à discriminação e até a conflitos maiores e mais sérios”. A sensação de conforto e “intocabilidade”, dá aos internautas a certeza de que podem opinar sobre tudo sem medir palavras. A intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade para vontade de conhecer e respeitar diferenças de crenças e opiniões. Pensando no sentido político e social, a intolerância é a ausência da capacidade de aceitar os diferentes pontos de vista das pessoas, podendo ser visível na atitude expressa, negativa ou hostil, em relação as opiniões de outros. Nas redes sociais, as expressões de intolerância são observadas de diversas maneiras: em muitos momentos de forma direta e explícita, em outros dissimuladas, o que mascarar e dificulta a responsabilização do des-

respeito. “Existe a falsa crença de que conforto proporcionado artificialmente a nossa livre-expressão verbal pode por eles”. Esse “despejo” de opiniões aguentar e suportar tudo; a empatia intolerantes pode trazer muitos aborredeixa de ser praticada, uma vez que o cimentos sérios e danos psicológicos outro pode ouvir o que tenho a dizer, irreversíveis. Diante disso, é necessário mesmo que isso machuque e cause discutir a temática constantemente, danos psicológicos sérios,” afirma Daproblematizando-a e levando a sério viane. os atravessamentos que ela carrega. As formas mais comuns de intoSegundo levantamento do dossiê lerância incluem, segundo a psicólodo “Comunica que Muda”, iniciativa da ga, ações discriminatórias de controle agência Nova/sb, somente entre julho social, racismo, sexismo, homofobia, e setembro de 2017 foram registraintolerância religiosa e intolerância podas 220 mil menções hostis em redes lítica. Daviane destaca que “o prazer e como Facebook, Instagram e Twitter. a satisfação em interagir na rede são Racismo, misoginia, homofobia, constantemente alimentados, e a frusxenofobia, neonazismo, intolerância tração surge como a pior experiência. religiosa, entre outras formas de disParece que tudo conflui para podercriminação são crimes e devem ser mos evitá-la e a inadaptação é genedenunciados. Para fazer uma denúncia ralizada”, pontua ela. basta preencher um formulário na páNesse mesmo sentido, destaca, gina da Safernet e colar o endereço do ainda, que “adultos e crianças, por link suspeito. As denúncias são diretavezes, são incapazes de experienciar mente encaminhadas a Central Nacioa frustração, porque nal de Denúnnão foram preparados cias de Crimes ENTRE OS MESES DE para isso, são inundaCibernéticos. É JULHO E SETEMBRO DE dos por falsas realiza2017 FORAM REGISTRADAS rápido, anônimo ções, apegando-se ao e seguro. 220 MIL MENÇÕES HOSTIS

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