Entrelinha - Edição 19

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FOTO DAVI TRINTINAGLIA

EntreLinha

Informativo do curso de Jornalismo da Universidade de Caxias do Sul no 19 - 2o semestre de 2012 Informativo do curso de Jornalismo da Universidade de Caxias do Sul n째 18 - Segundo Semestre de 2012

A ARTE DE FAZER PIPAS


A empreendedora Fernanda Catusso, 27 anos, é a criadora da marca Felicia PetLover. Com a venda dos produtos, ela ajuda animais abandonados

EXPEDIENTE Reitor - Isidoro Zorzi Diretora do Centro de Ciências da Comunicação: Marliva Vanti Gonçalves Coordenador do Curso de Jornalismo: Álvaro Benevenutto Júnior Professor: Marcelo Miranda Redação e diagramação: Adriane Amantino Machado Ana Maria Romani Bruno Doncatto Bareta Camila Baggio Chaiane Valtrick Silveira Davi Trintinaglia Franceli Stefani Gerson Felippi Junior Michael Fernando Susin Samantha Cecilia Hunoff Tiago Fernando Guerra Projeto Gráfico: Franceli Stefani

Entrelinha é um produto da disciplina de Design de Notícias 2o semestre de 2012 Universidade de Caxias do Sul

Fotos: Adriane Amantino

Amor sem raça definida ADRIANE AMANTINO

A construção do design da notícia DAVI TRINTINAGLIA

N

ão é qualquer disciplina que oportuniza a seus alunos a chance de aprender a lidar com o temido InDesign. Se você já teve uma experiência anterior, melhor, pois pode aperfeiçoar seus conhecimentos. Mas se apenas ouviu falar e nunca mexeu nesse “bicho”, saiba que chegou sua vez de criar páginas de jornal ou revista. Então, é possível entender o significado da palavra diagramar e a importância do design da notícia.

Mas, além da prática em criar e montar páginas, temos oportunidade de exercitar a redação, tão importante para quem trabalha ou pretende entrar na área da comunicação. Para quem cursa jornalismo, nada melhor do que ter uma noção do dia-a-dia do profissional, entrevistando, fotografando, telefonando, checando informações, gravando e, por fim, escrevendo e diagramando. E, no final, ter o prazer e a satisfação de ver alguém lendo e comentando sobre algum texto que você escreveu ou uma foto

que fez. Para quem ainda está na faculdade, com pouca ou nenhuma experiência na área, é normal criar expectativas sobre a profissão dos sonhos. E, acredite, essa disciplina lhe proporciona tudo isso. Entrelinha é o resultado de quatro meses de entrevistas e fotos dos alunos de Design de Notícia, do período 2012/4, do curso de jornalismo. Nosso objetivo foi abranger diversos temas e oportunizar a você uma boa leitura. Ver este trabalho concluído é uma enorme vitória para todos nós.

OPINIÃO

2

A

são os que têm maior vulnerabilidade, como doenças, ou os mais idosos. Para adotar é necessário preencher um formulário com valor judicial, que assegura a responsabilidade do adotante para com o animal. Depois, Fernanda segue acompanhando a situação dos bichinhos, para garantir que eles estão sendo bem cuidados. “Hoje em dia eles são a minha vida. Apesar de ser formada em moda, são eles que eu escolhi cuidar, é meu projeto de vida”, afirma Fernanda, emocionada. Recentemente a idealizadora da Felicia PetLover passou a contar com uma sócia. Para ajudar é fácil: é só comprar os produtos da Felicia PetLover, ou adotar os animais acessando o site, feliciapetlover.com.br ou através do facebook.com/ felicia.petlover.

judar os animais. Esse é o objetivo de Fernanda Catusso, 27 anos, desde que adotou seu primeiro cachorro. “Há seis anos cheguei na Soama querendo um filhotinho de raça, com todos aqueles conceitos que muita gente tem. O Gordo (um de seus cachorros) mudou todos os meus valores”, conta Fernanda. Foi isso que a inspirou a criar a Felícia PetLover, uma marca que existe há três anos e que tem bolsas, nécessaires, almofadas e toalhinhas, tudo feito por ela com tecidos importados dos Estados Unidos. Recentemente também começou a importar canecas e outros objetos. E tudo com temática animal, é claro. Com a venda dos produtos, ela consegue abrigar mais de trinta cachorros e gatos, enquanto esperam a adoção. Fernanda não tem números precisos, mas calcula que já abrigou mais de cem animais e encaminhou para a adoção cerca de sessenta. Atualmente, Fernanda, Magrelus, e os animais que ela recolhe produtos da PetLover

Fernanda com um de seus quatro cachorrinhos, o Luli

A paixão por vira-latas O casal Patricia Passos e Diego Boscaini acolheu a cachorrinha Lari há dois anos e o cachorro Fuca há quatro meses. Eles afirmam que os bichinhos mudaram a vida deles para melhor e que se pudessem teriam muitos mais. Já Caroline Fracasso optou por adotar um gato adulto, o Freddy. O bichano preencheu o vazio que havia ficado na casa com a morte da gatinha Mary.

Palavra de adotante “A gente aprende a amar mais. Tu pode ter brigado com eles antes de sair e quando tu chega estão te esperando. Eles dão carinho, dão conforto.” Patricia Oliveira Passos, coordenadora de Recursos Humanos (foto abaixo)

“O Freddy é uma companhia, tanto pra mim quanto pros meus pais. Pra nós foi muito bom ter um bichinho. Essa iniciativa te torna uma pessoa mais humana.” Caroline Ribeiro Fracasso, estilista (foto acima)

ANIMAIS

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A empreendedora Fernanda Catusso, 27 anos, é a criadora da marca Felicia PetLover. Com a venda dos produtos, ela ajuda animais abandonados

EXPEDIENTE Reitor - Isidoro Zorzi Diretora do Centro de Ciências da Comunicação: Marliva Vanti Gonçalves Coordenador do Curso de Jornalismo: Álvaro Benevenutto Júnior Professor: Marcelo Miranda Redação e diagramação: Adriane Amantino Machado Ana Maria Romani Bruno Doncatto Bareta Camila Baggio Chaiane Valtrick Silveira Davi Trintinaglia Franceli Stefani Gerson Felippi Junior Michael Fernando Susin Samantha Cecilia Hunoff Tiago Fernando Guerra Projeto Gráfico: Franceli Stefani

Entrelinha é um produto da disciplina de Design de Notícias 2o semestre de 2012 Universidade de Caxias do Sul

Fotos: Adriane Amantino

Amor sem raça definida ADRIANE AMANTINO

A construção do design da notícia DAVI TRINTINAGLIA

N

ão é qualquer disciplina que oportuniza a seus alunos a chance de aprender a lidar com o temido InDesign. Se você já teve uma experiência anterior, melhor, pois pode aperfeiçoar seus conhecimentos. Mas se apenas ouviu falar e nunca mexeu nesse “bicho”, saiba que chegou sua vez de criar páginas de jornal ou revista. Então, é possível entender o significado da palavra diagramar e a importância do design da notícia.

Mas, além da prática em criar e montar páginas, temos oportunidade de exercitar a redação, tão importante para quem trabalha ou pretende entrar na área da comunicação. Para quem cursa jornalismo, nada melhor do que ter uma noção do dia-a-dia do profissional, entrevistando, fotografando, telefonando, checando informações, gravando e, por fim, escrevendo e diagramando. E, no final, ter o prazer e a satisfação de ver alguém lendo e comentando sobre algum texto que você escreveu ou uma foto

que fez. Para quem ainda está na faculdade, com pouca ou nenhuma experiência na área, é normal criar expectativas sobre a profissão dos sonhos. E, acredite, essa disciplina lhe proporciona tudo isso. Entrelinha é o resultado de quatro meses de entrevistas e fotos dos alunos de Design de Notícia, do período 2012/4, do curso de jornalismo. Nosso objetivo foi abranger diversos temas e oportunizar a você uma boa leitura. Ver este trabalho concluído é uma enorme vitória para todos nós.

OPINIÃO

2

A

são os que têm maior vulnerabilidade, como doenças, ou os mais idosos. Para adotar é necessário preencher um formulário com valor judicial, que assegura a responsabilidade do adotante para com o animal. Depois, Fernanda segue acompanhando a situação dos bichinhos, para garantir que eles estão sendo bem cuidados. “Hoje em dia eles são a minha vida. Apesar de ser formada em moda, são eles que eu escolhi cuidar, é meu projeto de vida”, afirma Fernanda, emocionada. Recentemente a idealizadora da Felicia PetLover passou a contar com uma sócia. Para ajudar é fácil: é só comprar os produtos da Felicia PetLover, ou adotar os animais acessando o site, feliciapetlover.com.br ou através do facebook.com/ felicia.petlover.

judar os animais. Esse é o objetivo de Fernanda Catusso, 27 anos, desde que adotou seu primeiro cachorro. “Há seis anos cheguei na Soama querendo um filhotinho de raça, com todos aqueles conceitos que muita gente tem. O Gordo (um de seus cachorros) mudou todos os meus valores”, conta Fernanda. Foi isso que a inspirou a criar a Felícia PetLover, uma marca que existe há três anos e que tem bolsas, nécessaires, almofadas e toalhinhas, tudo feito por ela com tecidos importados dos Estados Unidos. Recentemente também começou a importar canecas e outros objetos. E tudo com temática animal, é claro. Com a venda dos produtos, ela consegue abrigar mais de trinta cachorros e gatos, enquanto esperam a adoção. Fernanda não tem números precisos, mas calcula que já abrigou mais de cem animais e encaminhou para a adoção cerca de sessenta. Atualmente, Fernanda, Magrelus, e os animais que ela recolhe produtos da PetLover

Fernanda com um de seus quatro cachorrinhos, o Luli

A paixão por vira-latas O casal Patricia Passos e Diego Boscaini acolheu a cachorrinha Lari há dois anos e o cachorro Fuca há quatro meses. Eles afirmam que os bichinhos mudaram a vida deles para melhor e que se pudessem teriam muitos mais. Já Caroline Fracasso optou por adotar um gato adulto, o Freddy. O bichano preencheu o vazio que havia ficado na casa com a morte da gatinha Mary.

Palavra de adotante “A gente aprende a amar mais. Tu pode ter brigado com eles antes de sair e quando tu chega estão te esperando. Eles dão carinho, dão conforto.” Patricia Oliveira Passos, coordenadora de Recursos Humanos (foto abaixo)

“O Freddy é uma companhia, tanto pra mim quanto pros meus pais. Pra nós foi muito bom ter um bichinho. Essa iniciativa te torna uma pessoa mais humana.” Caroline Ribeiro Fracasso, estilista (foto acima)

ANIMAIS

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Tecnologia no meio rural

Mídia a bordo

Nos últimos anos, modernidade e informatização chegaram à agricultura

Empresas aéreas disponibilizam entretenimento para tornar voos mais agradáveis

CHAIANE VALTRICK SILVEIRA

A

tenção, passageiro das empresas aéreas brasileiras, bem-vindo a bordo. Verifique seu cartão de embarque, acomode-se na poltrona indicada, afivele o cinto de segurança e aprecie a mídia disponível na aeronave. Solicitamos, agora, que você, mesmo sendo um passageiro frequente, preste atenção nos procedimentos, no caso de um pouso de emergência - portas de emergência são indicadas e o uso das máscaras de oxigênio demonstrado pela tripulação. O entretenimento está a seu dispor. Desejamos a todos uma boa viagem. A comunicação está sempre presente no cotidiano das pessoas. A bordo, não poderia ser diferente. Para atrair a atenção dos passageiros, as empresas aéreas têm disponibilizado diferentes formas de entretenimento. As marcas aproveitam a oportunidade e se exibem na folheteria, degustação, encosto de cabeça, speech, sampling, adesivo de fuselagem, bandejas, toilet, persiana e bin, por exemplo.

A

Os passageiros Valéria de Rossi, publicitária, destaca as revistas. “As matérias e os artigos são bons. Há uma parte: ‘Pergunte ao comandante’, que sempre traz informações interessantes sobre aviação”. Andréa da Silva, aeroviária, comenta que sua leitura favorita a bordo são as dicas de viagem. “As pessoas falam para onde foram, o que viram e o que fizeram de interessante”. Outro passageiro assíduo é Giovani Benedetti, estudante de Direito, que confessa: “Eu adoro as revistas. Tenho coleção delas em casa”.

Foto Tiago Guerra

TIAGO GUERRA

O passageiro pode assistir filmes ou outros canais de televisão nas telas individuais dispostas nas poltronas, em sua frente, em algumas empresas. Já em outras é possível acessar vídeos, notícias, jogos, músicas e muito mais, em seu tablet, notebooks, smartphones ou iPhones no modo avião ou modo voo.

Companheiras de viagem

As marcas são divulgadas dentro das aeronaves

As revistas de bordo são tradicionais nas aeronaves. Os temas apresentados são atuais e agradáveis. Elas tratam de temas variados, que englobam o interesse de todos, independente da classe social, gênero ou idade. Contam a história de pessoas que fazem a diferença e se destacam em suas respectivas áreas, além de cultura, moda, turismo e cases lincados à aviação. As empresas aéreas, apesar de todos os problemas enfrentados, se preocupam com o bem-estar de seus clientes e investem para tal. A mídia a bordo, além de tornar a viagem mais agradável, entreter e auxiliar a passar o tempo mais rápido, desempenha o seu principal papel: informar.

COMUNICAÇÃO

4

tecnologia já não é mais uma exclusividade das grandes áreas urbanas. A informatização do meio rural está crescendo de forma exponencial, trazendo modernidade e profissionalização, proporcionando maior facilidade para o agricultor. Esta informatização abrange tanto a área administrativa, com a criação de softwares exclusivos para a agricultura, como também a parte operacional, gerando um controle mais adequado da propriedade, aumentando a sua competitividade e a sua produção. Quanto mais a agricultura se desenvolve, mais os produtores rurais adquirem controle sobre os seus ambientes produtivos e, com isso, tornam a atividade mais lucrativa e com maiores facilidades para o trabalho.

O uso de máquinas auxilia na produção e facilita o trabalho de muitos agricultores

Serra mostra crescimento agrícola No caso da Serra gaúcha, principalmente nos últimos cinco anos, houve um grande avanço na aquisição de maquinários para a agricultura. Atual-

mente, cerca de 95% dos agricultores estão estruturados com máquinas que auxiliam o trabalho e permitem a manutenção da alta produtividade da Divulgação

região. Esse desenvolvimento tem gerado maior controle sobre o seu ambiente produtivo, graças ao conhecimento adquirido através da tecnologia.

INVESTIMENTO Além do investimento em máquinas, a região também está investindo em tecnologias que visam superar problemas climáticos, como a seca.

SAIBA MAIS O uso de maquinários com recursos tecnológicos, a aplicação correta dos defensivos, aliados ao uso da informática, fazem da agricultura um setor altamente desenvolvido e com grandes perspectivas para os produtores, com novos recursos que qualificam a produção

Estão sendo implantados sistemas de irrigação que utilizam baixo nível de água e que têm um custo em torno de 60% mais barato que sistemas convencionais. Nesses sistemas, são utilizados depósitos que captam água das chuvas para, então, reaproveitá-la para o uso na irrigação.

ECONOMIA

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Tecnologia no meio rural

Mídia a bordo

Nos últimos anos, modernidade e informatização chegaram à agricultura

Empresas aéreas disponibilizam entretenimento para tornar voos mais agradáveis

CHAIANE VALTRICK SILVEIRA

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tenção, passageiro das empresas aéreas brasileiras, bem-vindo a bordo. Verifique seu cartão de embarque, acomode-se na poltrona indicada, afivele o cinto de segurança e aprecie a mídia disponível na aeronave. Solicitamos, agora, que você, mesmo sendo um passageiro frequente, preste atenção nos procedimentos, no caso de um pouso de emergência - portas de emergência são indicadas e o uso das máscaras de oxigênio demonstrado pela tripulação. O entretenimento está a seu dispor. Desejamos a todos uma boa viagem. A comunicação está sempre presente no cotidiano das pessoas. A bordo, não poderia ser diferente. Para atrair a atenção dos passageiros, as empresas aéreas têm disponibilizado diferentes formas de entretenimento. As marcas aproveitam a oportunidade e se exibem na folheteria, degustação, encosto de cabeça, speech, sampling, adesivo de fuselagem, bandejas, toilet, persiana e bin, por exemplo.

A

Os passageiros Valéria de Rossi, publicitária, destaca as revistas. “As matérias e os artigos são bons. Há uma parte: ‘Pergunte ao comandante’, que sempre traz informações interessantes sobre aviação”. Andréa da Silva, aeroviária, comenta que sua leitura favorita a bordo são as dicas de viagem. “As pessoas falam para onde foram, o que viram e o que fizeram de interessante”. Outro passageiro assíduo é Giovani Benedetti, estudante de Direito, que confessa: “Eu adoro as revistas. Tenho coleção delas em casa”.

Foto Tiago Guerra

TIAGO GUERRA

O passageiro pode assistir filmes ou outros canais de televisão nas telas individuais dispostas nas poltronas, em sua frente, em algumas empresas. Já em outras é possível acessar vídeos, notícias, jogos, músicas e muito mais, em seu tablet, notebooks, smartphones ou iPhones no modo avião ou modo voo.

Companheiras de viagem

As marcas são divulgadas dentro das aeronaves

As revistas de bordo são tradicionais nas aeronaves. Os temas apresentados são atuais e agradáveis. Elas tratam de temas variados, que englobam o interesse de todos, independente da classe social, gênero ou idade. Contam a história de pessoas que fazem a diferença e se destacam em suas respectivas áreas, além de cultura, moda, turismo e cases lincados à aviação. As empresas aéreas, apesar de todos os problemas enfrentados, se preocupam com o bem-estar de seus clientes e investem para tal. A mídia a bordo, além de tornar a viagem mais agradável, entreter e auxiliar a passar o tempo mais rápido, desempenha o seu principal papel: informar.

COMUNICAÇÃO

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tecnologia já não é mais uma exclusividade das grandes áreas urbanas. A informatização do meio rural está crescendo de forma exponencial, trazendo modernidade e profissionalização, proporcionando maior facilidade para o agricultor. Esta informatização abrange tanto a área administrativa, com a criação de softwares exclusivos para a agricultura, como também a parte operacional, gerando um controle mais adequado da propriedade, aumentando a sua competitividade e a sua produção. Quanto mais a agricultura se desenvolve, mais os produtores rurais adquirem controle sobre os seus ambientes produtivos e, com isso, tornam a atividade mais lucrativa e com maiores facilidades para o trabalho.

O uso de máquinas auxilia na produção e facilita o trabalho de muitos agricultores

Serra mostra crescimento agrícola No caso da Serra gaúcha, principalmente nos últimos cinco anos, houve um grande avanço na aquisição de maquinários para a agricultura. Atual-

mente, cerca de 95% dos agricultores estão estruturados com máquinas que auxiliam o trabalho e permitem a manutenção da alta produtividade da Divulgação

região. Esse desenvolvimento tem gerado maior controle sobre o seu ambiente produtivo, graças ao conhecimento adquirido através da tecnologia.

INVESTIMENTO Além do investimento em máquinas, a região também está investindo em tecnologias que visam superar problemas climáticos, como a seca.

SAIBA MAIS O uso de maquinários com recursos tecnológicos, a aplicação correta dos defensivos, aliados ao uso da informática, fazem da agricultura um setor altamente desenvolvido e com grandes perspectivas para os produtores, com novos recursos que qualificam a produção

Estão sendo implantados sistemas de irrigação que utilizam baixo nível de água e que têm um custo em torno de 60% mais barato que sistemas convencionais. Nesses sistemas, são utilizados depósitos que captam água das chuvas para, então, reaproveitá-la para o uso na irrigação.

ECONOMIA

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O dom de produzir pipas Avelino Ansolin é um exemplo de como a arte milenar se manteve com o passar do tempo Foto Davi Trintinaglia

DAVI TRINTINAGLIA

M

uitos podem imaginar que não existem mais pessoas que produzem pipas de madeira, aquelas que nossos antepassados utilizavam para armazenar vinho. Contrariando o tempo, no interior de Veranópolis, há um exemplo de como é possível preservar tal profissão, condenada a desaparecer em poucas décadas. Na localidade da Coreia, zona rural do município, Avelino Ansolin, 83 anos, tem uma tanoaria, empresa que faz pipas. Ele começou a produção em 1975, quando abriu o negócio, que levava seu nome. Mais tarde, a administração passou para o filho, Ademir Ansolin, 52 anos, que atualmente desempenha a maior parte das funções. Para iniciar o negócio, Avelino “importou” a experiência adquirida como carpinteiro. No final dos anos 1940, ele teve o primeiro contato com madeira ao trabalhar na construção de uma escola da cidade. Na década seguinte, em 1952, Avelino trabalhou na Tanoaria Sandrin, em Bento Gonçalves. Ele ficou somente uma semana. Apesar do curtíssimo tempo e de atuar como descarregador de caminhão, ele observava os colegas montarem as pipas de vinho manualmente e acabou aprendendo como construi-las. Depois, com o tempo, foi se aperfeiçoando no ofício.

6

ESPECIAL

Avelino Ansolin faz pipas para armazenar principalmente vinho, além de malte e cachaça

Profissão pode terminar T

oda a produção de pipas é feita na empresa da família Ansolin, na localidade que reside em Veranópolis. Avelino recorda que, no início, fazia tudo de forma manual, usando ferramentas, como marreta e martelo. Depois, com o passar dos anos e após investimentos, passou a utilizar máquinas. ‘‘Precisava entortar o ferro à mão, batendo nele com marreta. Agora, coloco em uma máquina e ele já sai torto’’, explica. No entanto, diante das novas tecnologias, essa profissão corre o risco de terminar. Para fazer as pipas, inicialmente, o aposentado escolhe a madeira. Para armazenar vinho e cachaça, Ansolin considera a grápia como a melhor para tal função. A madeira é comprada de serrarias de cidades do norte gaúcho ou Santa Catarina e Paraná. Já para pipas menores, usadas no armazenamento de malte, ele faz de carvalho. Continuando o processo de montagem, refila, coloca os pedaços, um junto ao outro, em um tonel. Avelino acende o fogão à lenha e deixa ferver por dez minutos. Logo após, põe a pipa na água. Para ele, é necessário ferve-la, pois o calor a faz “amolecer” e aumentar de tamanho, fazendo os pedaços se unirem. Além disso, uma espia (ferro) é colocada no entorno da pipa para ajudar no processo. Por fim, coloca o fundo e a tampa. Durante o tempo em que Avelino trabalhou na área, algumas vezes a madeira que estava fervendo pegou fogo, tornando seu uso inviável.

Fotos Davi Trintinaglia

SEGREDOS E NÚMEROS DA PRODUÇÃO A tarefa de fazer as pipas dura de poucas horas até oito dias, variando conforme o tamanho, conta Avelino. Ele constrói pipas com capacidade de um a 100 mil litros. Desde que iniciou suas atividades, ele e o filho já fizeram três de 100 mil litros, vendidas para as vinícolas Noé, de Veranópolis, para a Salton, de Bento Gonçalves, e para uma de Videira (SC).

Avelino Ansolin não considera fazer pipas um trabalho perigoso, tanto que o máximo que sofreu foram apenas alguns cortes. Entretanto, considera a poeira como uma dificuldade, embora use máscara para lixar e protetor nos ouvidos. Contudo, acredita que ser tanoeiro é uma profissão que acabará em breve, pois hoje existem muitas pipas feitas de

plástico e outras de inox. Mas, segundo ele, essas não mantêm a qualidade do vinho, pois não posuem o gosto típico da madeira. Além disso, Avelino destaca que a profissão tem altos e baixos e depende de vendas. Porém, como reside no interior, trabalha também com outras atividades, como a cultura de parreira e criação de galinhas e vacas.

Avelino estima fazer de 150 a 200 pipas por ano e acredita já ter produzido de dez a 12 mil nos mais de 35 anos de trabalho. Toda a produção é comercializada pelo Rio Grande do Sul e regiões do Brasil. Inclusive, só para a Vinícola Salton, de Bento Gonçalves, ele imagina já ter vendido mais de mil. Mas, apesar das décadas de trabalho, Avelino e o filho nunca tiveram um funcionário registrado na empresa, pois a produção sempre ficou a cargo deles.

ESPECIAL

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O dom de produzir pipas Avelino Ansolin é um exemplo de como a arte milenar se manteve com o passar do tempo Foto Davi Trintinaglia

DAVI TRINTINAGLIA

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uitos podem imaginar que não existem mais pessoas que produzem pipas de madeira, aquelas que nossos antepassados utilizavam para armazenar vinho. Contrariando o tempo, no interior de Veranópolis, há um exemplo de como é possível preservar tal profissão, condenada a desaparecer em poucas décadas. Na localidade da Coreia, zona rural do município, Avelino Ansolin, 83 anos, tem uma tanoaria, empresa que faz pipas. Ele começou a produção em 1975, quando abriu o negócio, que levava seu nome. Mais tarde, a administração passou para o filho, Ademir Ansolin, 52 anos, que atualmente desempenha a maior parte das funções. Para iniciar o negócio, Avelino “importou” a experiência adquirida como carpinteiro. No final dos anos 1940, ele teve o primeiro contato com madeira ao trabalhar na construção de uma escola da cidade. Na década seguinte, em 1952, Avelino trabalhou na Tanoaria Sandrin, em Bento Gonçalves. Ele ficou somente uma semana. Apesar do curtíssimo tempo e de atuar como descarregador de caminhão, ele observava os colegas montarem as pipas de vinho manualmente e acabou aprendendo como construi-las. Depois, com o tempo, foi se aperfeiçoando no ofício.

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ESPECIAL

Avelino Ansolin faz pipas para armazenar principalmente vinho, além de malte e cachaça

Profissão pode terminar T

oda a produção de pipas é feita na empresa da família Ansolin, na localidade que reside em Veranópolis. Avelino recorda que, no início, fazia tudo de forma manual, usando ferramentas, como marreta e martelo. Depois, com o passar dos anos e após investimentos, passou a utilizar máquinas. ‘‘Precisava entortar o ferro à mão, batendo nele com marreta. Agora, coloco em uma máquina e ele já sai torto’’, explica. No entanto, diante das novas tecnologias, essa profissão corre o risco de terminar. Para fazer as pipas, inicialmente, o aposentado escolhe a madeira. Para armazenar vinho e cachaça, Ansolin considera a grápia como a melhor para tal função. A madeira é comprada de serrarias de cidades do norte gaúcho ou Santa Catarina e Paraná. Já para pipas menores, usadas no armazenamento de malte, ele faz de carvalho. Continuando o processo de montagem, refila, coloca os pedaços, um junto ao outro, em um tonel. Avelino acende o fogão à lenha e deixa ferver por dez minutos. Logo após, põe a pipa na água. Para ele, é necessário ferve-la, pois o calor a faz “amolecer” e aumentar de tamanho, fazendo os pedaços se unirem. Além disso, uma espia (ferro) é colocada no entorno da pipa para ajudar no processo. Por fim, coloca o fundo e a tampa. Durante o tempo em que Avelino trabalhou na área, algumas vezes a madeira que estava fervendo pegou fogo, tornando seu uso inviável.

Fotos Davi Trintinaglia

SEGREDOS E NÚMEROS DA PRODUÇÃO A tarefa de fazer as pipas dura de poucas horas até oito dias, variando conforme o tamanho, conta Avelino. Ele constrói pipas com capacidade de um a 100 mil litros. Desde que iniciou suas atividades, ele e o filho já fizeram três de 100 mil litros, vendidas para as vinícolas Noé, de Veranópolis, para a Salton, de Bento Gonçalves, e para uma de Videira (SC).

Avelino Ansolin não considera fazer pipas um trabalho perigoso, tanto que o máximo que sofreu foram apenas alguns cortes. Entretanto, considera a poeira como uma dificuldade, embora use máscara para lixar e protetor nos ouvidos. Contudo, acredita que ser tanoeiro é uma profissão que acabará em breve, pois hoje existem muitas pipas feitas de

plástico e outras de inox. Mas, segundo ele, essas não mantêm a qualidade do vinho, pois não posuem o gosto típico da madeira. Além disso, Avelino destaca que a profissão tem altos e baixos e depende de vendas. Porém, como reside no interior, trabalha também com outras atividades, como a cultura de parreira e criação de galinhas e vacas.

Avelino estima fazer de 150 a 200 pipas por ano e acredita já ter produzido de dez a 12 mil nos mais de 35 anos de trabalho. Toda a produção é comercializada pelo Rio Grande do Sul e regiões do Brasil. Inclusive, só para a Vinícola Salton, de Bento Gonçalves, ele imagina já ter vendido mais de mil. Mas, apesar das décadas de trabalho, Avelino e o filho nunca tiveram um funcionário registrado na empresa, pois a produção sempre ficou a cargo deles.

ESPECIAL

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Caminhos que encantam visitantes Roteiro Caminhos da Colônia tem belas paisagens e a história de descendentes italianos que conquistaram a terra distante da Cucagna, incentivando hoje o turismo rural

Boungiono, Nono

CAMILA BAGGIO

N

um percurso de 35 quilômetros, unindo as características de uma cidade de economia desenvolvida, com seu interior rico em história e tradição, em estradas de asfalto e outras de chão batido, visitantes podem conhecer o Caminhos da Colônia. Costumes italianos se misturam aos lugares bucólicos coloniais e, ao mesmo tempo, ao promissor setor de turismo. O roteiro encanta até mesmo quem não troca a agitação das cidades pelo interior. As belezas naturais são apenas o cartão de entrada que mostra aos visitantes museus, igrejas, vinícolas, propriedades rurais, restaurantes, parque de aventura, produtos coloniais, corais, e uma atração à parte: os moradores. São nonos e nonas que fazem o pão no forno à lenha e falam o puro dialeto vêneto trazido do país de origem de seus pais, a Itália.

Diversão garantida Passeios e roteiros já estão na rotina de alguns turistas, mas o Caminhos da Colônia sabe encantá-los. A Associação dos Professores Aposentados de Venâncio Aires (Apava) trouxe a Caxias e Flores da Cunha 21docentes à espera da gastronomia. Para a professora Leda Schwvingel, 60 anos, e presidente da Apava há cinco anos, os diferentes roteiros buscam sempre uma coisa em comum: o aprendizado. “Nossa entidade é sempre em prol da comunidade, por isso, procuro ver o lado histórico dos locais da qual vamos visitar. Um conhecimento agregado para as sócias”, explica Leda. A

Apava conta atualmente com 60 sócios. A agricultura familiar também ganha destaque. Na economia e na história. “Eu já conhecia a região, mas assim, podendo ver a história e a importância dessas famílias gosto ainda mais da cidade. Essa questão de preservação da história é importantissima. Infelizmente muitas coisas acabam se perdendo, mas vim com minha filha e neta para passar tudo para elas também”, valoriza a professora Maria Marlene Uhlmann, 59 anos. Ela estava acompanhada da filha Cristiane, 39 anos, e da pequena Ana Carolina de quatro anos. “Os valores

Na Copa do Mundo

A professora Maria com a neta Ana e a filha Cristiane

Para a Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 o roteiro Caminhos da Colônia foi selecionado no projeto Talentos do Brasil. Durante a Copa do Mundo, 600 mil turistas estrangeiros e três milhões de brasileiros deverão circular pelo país. Pensando nisso, os ministérios do Turismo (MTur) e do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Sebrae selecionaram 24 roteiros turísticos para receberem apoio para promoção e comercialização. Seguindo pelo roteiro, os turistas passam pela capela de Santa Justina, local onde se encontra a divisão com Flores da Cunha, que começa a conquistar os visitantes.

TURISMO

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que aqui se têm, os parreirais, tudo encanta. A sustentabilidade de quem mora no interior. São pessoas fortes e persistentes”, complementa a médica veterinária Cristiane. O roteiro segue para o interior. A primeira parada é na vinícola Zanrosso. A propriedade familiar conta com belíssima história de esperança que teve início no começo do século 20, em 1914, quando Antônio e a esposa Maria Zanrosso, com sete filhos, entre eles Ernesto com 11 anos, deixaram Vicenza, na Itália, para buscar um futuro melhor e viver a saga da colonização italiana no Brasil.

O Nono está na estrada e espera por uma carona. Entra no ônibus e, para retribuir, distribui os quitutes feitos por sua Nona. Ele dá aos visitantes as boas vindas à cidade de Flores da Cunha. Otávio Galiotto, 81 anos, há 14 anos participa do roteiro e diverte os visitantes com seu jeito simples e dialeto italiano vivendo o personagem do Nono. Para ele, o Caminhos da Colônia é muito mais que um simples roteiro turístico: é a história viva de um povo. “O Caminhos da Colônia, obviamente, vai para o interior, onde nossos antepassados chegaram e iniciaram a plantação da uva. O pão colonial e as cucas são lembranças do passado. É isso que o roteiro faz, resgata a origem do imigrante, mantém viva essa originalidade, ao mesmo tempo que mostra seu produto”, acrescenta Galiotto. O personagem do Nono foi criado na brincadeira e hoje conquista os visitantes. “O Nono é uma pessoa que sabe contar histórias, mostra como é a vida de um agricultor e também a economia. Resgatamos os costumes em momentos que contagiam e são cheios de significado. Essa região hoje é muito pujante, cheia de trabalho e cultura,”, valoriza o Nono.

Fotos: Camila Baggio

O florense Otávio vive o personagem do nono e acompanha os turistas. Ele pega uma “carona” e distribui doces e, claro, o vinho - principal produto de Flores da Cunha

TURISMO

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Caminhos que encantam visitantes

Roteiro Caminhos da Colônia tem belas paisagens e a história de descendentes italianos que conquistaram a terra distante da Cucagna, incentivando hoje o turismo rural

Boungiono, Nono

CAMILA BAGGIO

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um percurso de 35 quilômetros, unindo as características de uma cidade de economia desenvolvida, com seu interior rico em história e tradição, em estradas de asfalto e outras de chão batido, visitantes podem conhecer o Caminhos da Colônia. Costumes italianos se misturam aos lugares bucólicos coloniais e, ao mesmo tempo, ao promissor setor de turismo. O roteiro encanta até mesmo quem não troca a agitação das cidades pelo interior. As belezas naturais são apenas o cartão de entrada que mostra aos visitantes museus, igrejas, vinícolas, propriedades rurais, restaurantes, parque de aventura, produtos coloniais, corais, e uma atração à parte: os moradores. São nonos e nonas que fazem o pão no forno à lenha e falam o puro dialeto vêneto trazido do país de origem de seus pais, a Itália.

Diversão garantida Passeios e roteiros já estão na rotina de alguns turistas, mas o Caminhos da Colônia sabe encantá-los. A Associação dos Professores Aposentados de Venâncio Aires (Apava) trouxe a Caxias e Flores da Cunha 21docentes à espera da gastronomia. Para a professora Leda Schwvingel, 60 anos, e presidente da Apava há cinco anos, os diferentes roteiros buscam sempre uma coisa em comum: o aprendizado. “Nossa entidade é sempre em prol da comunidade, por isso, procuro ver o lado histórico dos locais da qual vamos visitar. Um conhecimento agregado para as sócias”, explica Leda. A

Apava conta atualmente com 60 sócios. A agricultura familiar também ganha destaque. Na economia e na história. “Eu já conhecia a região, mas assim, podendo ver a história e a importância dessas famílias gosto ainda mais da cidade. Essa questão de preservação da história é importantissima. Infelizmente muitas coisas acabam se perdendo, mas vim com minha filha e neta para passar tudo para elas também”, valoriza a professora Maria Marlene Uhlmann, 59 anos. Ela estava acompanhada da filha Cristiane, 39 anos, e da pequena Ana Carolina de quatro anos. “Os valores

Na Copa do Mundo

A professora Maria com a neta Ana e a filha Cristiane

Para a Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 o roteiro Caminhos da Colônia foi selecionado no projeto Talentos do Brasil. Durante a Copa do Mundo, 600 mil turistas estrangeiros e três milhões de brasileiros deverão circular pelo país. Pensando nisso, os ministérios do Turismo (MTur) e do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o Sebrae selecionaram 24 roteiros turísticos para receberem apoio para promoção e comercialização. Seguindo pelo roteiro, os turistas passam pela capela de Santa Justina, local onde se encontra a divisão com Flores da Cunha, que começa a conquistar os visitantes.

TURISMO

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que aqui se têm, os parreirais, tudo encanta. A sustentabilidade de quem mora no interior. São pessoas fortes e persistentes”, complementa a médica veterinária Cristiane. O roteiro segue para o interior. A primeira parada é na vinícola Zanrosso. A propriedade familiar conta com belíssima história de esperança que teve início no começo do século 20, em 1914, quando Antônio e a esposa Maria Zanrosso, com sete filhos, entre eles Ernesto com 11 anos, deixaram Vicenza, na Itália, para buscar um futuro melhor e viver a saga da colonização italiana no Brasil.

O Nono está na estrada e espera por uma carona. Entra no ônibus e, para retribuir, distribui os quitutes feitos por sua Nona. Ele dá aos visitantes as boas vindas à cidade de Flores da Cunha. Otávio Galiotto, 81 anos, há 14 anos participa do roteiro e diverte os visitantes com seu jeito simples e dialeto italiano vivendo o personagem do Nono. Para ele, o Caminhos da Colônia é muito mais que um simples roteiro turístico: é a história viva de um povo. “O Caminhos da Colônia, obviamente, vai para o interior, onde nossos antepassados chegaram e iniciaram a plantação da uva. O pão colonial e as cucas são lembranças do passado. É isso que o roteiro faz, resgata a origem do imigrante, mantém viva essa originalidade, ao mesmo tempo que mostra seu produto”, acrescenta Galiotto. O personagem do Nono foi criado na brincadeira e hoje conquista os visitantes. “O Nono é uma pessoa que sabe contar histórias, mostra como é a vida de um agricultor e também a economia. Resgatamos os costumes em momentos que contagiam e são cheios de significado. Essa região hoje é muito pujante, cheia de trabalho e cultura,”, valoriza o Nono.

Fotos: Camila Baggio

O florense Otávio vive o personagem do nono e acompanha os turistas. Ele pega uma “carona” e distribui doces e, claro, o vinho - principal produto de Flores da Cunha

TURISMO

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Memórias do exílio

Caxiense fala sobre as dificuldades que viveu na época do regime militar

Ideais e a decisão

BRUNO BARETA MICHAEL SUSIN

A

s novas gerações desfrutam atualmente de um grande período democrático brasileiro. Sem que percebam, a ausência de um esclarecimento sobre os anos de chumbo faz com que percam contato com a recente história do Brasil. Essa, ignorada por muitos, foi encharcada com o sangue dos que se negaram a viver sob a tutela do regime militar. É na ditadura brasileira que nasce Laerte, ou José Alves. Estes nomes foram alguns dos pseudônimos usados pelo caxiense Maeth Domingos Boff em uma trajetória turbulenta ao longo dos anos. Sua vida parece uma história hollywoodiana, porém tudo foi real e está vivo em seus pensamentos. Desde jovem envolvido em causas sociais e grupos revolucionários, ele conta como foi participar de organizações que tiveram envolvimento em casos como um assalto ao Banco do Brasil de Viamão e a tentativa de sequestro do cônsul americano em Porto Alegre. Fala de sua fuga para o Chile, seu subsequente exílio na Holanda e sobre os anos que viveu em Moçambique tentando aprimorar a agricultura local e demonstrando seu idealismo.

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Infância, religião e lembranças Maeth Boff (foto acima) nasceu no dia 18 de outubro de 1945 no bairro São Ciro, em Caxias do Sul. Aos cinco anos mudou-se com a família para a Rua Luís Michelon. De família religiosa, foi para o seminário aos 10 anos, em Vila Flores. Seu envolvimento com o movimento estudantil começou em Marau, onde concluiu o seminário. Maeth lembra que Caxias era muito conservadora na época. “Abandonei o sonho de ser padre quando percebi que como religioso não conseguiria resolver os problemas da desigualdade social”, lembra Boff. Muda-se então para Ijuí e começa a faculdade de Filosofia, ficando lá por dois anos. Retorna a Caxias para concluir o curso na UCS. É dentro da universidade, no Centro Acadêmico(CA) de Filosofia, que Maeth começa a se envolver no movimento estudantil universitário. No CA, os acadêmicos se reuniam para discutir sobre os assuntos proibidos da época, analisando problemas políticos e sociais com uma perspectiva de esquerda.

HISTÓRIA

No movimento estudantil universitário teve o primeiro contato com propostas concretas para “solucionar” os problemas do Brasil, em especial a questão agrária. Maeth Boff relata que as pessoas se reuniam, mas nunca era dado um nome à organização que pertenciam. Ele também procurava não saber, pois caso alguém do grupo fosse preso, teria que entregar seus colegas sob pena de não sobreviver às torturas. Caxias era uma cidade muito conservadora, segundo ele, por isso começa a manter contato com os movimentos localizados em Porto Alegre. Na efervescência da ditadura (com o AI 5 de 1968), Maeth Boff percebe que não existe outra saída a não ser o levante armado contra o regime. Movimentos de esquerda começam então a planejar ações utilizando como norteador ideológico a reforma agrária, o fim do imperialismo norte-americano, melhoria das condições dos trabalhadores e uma reforma na educação. Por volta de 1969, Maeth Boff já estava decidido, a única solução era ir para Porto Alegre e ingressar nas fileiras da milícia VAR Palmares.

Cenário da luta armada Maeth Boff lembra a tentativa de sequestro do Cônsul americano. A ação não deu certo, pois o Cônsul revidou ao ataque e conseguiu fugir. Mesmo sem ter participado do caso, mas por ter seu nome envolvido na organização, está impedido de viajar aos Estados Unidos até hoje, pois não há anistia para acusados de sequestro. O assalto ao Banco do Brasil, em Viamão, quase deu errado também. No momento que o grupo chegou à agência o gerente estava no horário de almoço e o cofre não teria como ser aberto. Com medo de que a polícia chegasse, fugiram com uma quantia muito menor do que a esperada. Na fuga, “Laerte” e sua “esposa” Martinha (Maria Ignez) erraram o caminho, descobrindo mais tarde que este erro salvara-lhes a vida, pois

Carteira de identidade falsa de Maeth Boff no Chile

o carro havia sido identificado e a polícia havia feito barricadas com metralhadoras na estrada em que deveriam ter seguido. Após uma semana, a polícia capturou um dos integrantes do grupo, Edmur. Chegaram então a Gustavo Buarque, que morava com Maeth Boff. Após a prisão de Gustavo, Maeth teve que limpar o aparta-

mento que viviam, eliminando qualquer vestígio que indicaria a presença deles no local. Mas esqueceu de um recibo rasgado de estacionamento que continha a placa do veículo. Assim, a polícia conseguiu prender vários integrantes do grupo. A polícia gaúcha estava em alerta. Maeth então consegue fugir para o Rio

de Janeiro. O cerco começa a apertar no Rio e ele se muda para São Paulo. Em 1971, o movimento já estava enfraquecido e Maeth decidiu sair. Após sair da organização, tentou arranjar alguns empregos com nome falso. Graças a um contato no Partido Socialista Brasileiro, Boff conseguiu fugir para o Chile.

Tortura, vida nova e a volta No Chile, Maeth Boff conseguiu manter uma vida “normal” por um ano, sendo preso após alguns dias do golpe militar, em 20 de setembro de 1973. Foi torturado e mantido preso num navio abandonado. Nos interrogatórios, havia membros da Marinha Chilena, e, posteriormente, militares brasileiros, que o torturaram com choques

elétricos. Conheciam o envolvimento dele no assalto ao Banco do Brasil e no sequestro do Cônsul. Sabiam inclusive os nomes falsos usados por Maeth. “Viemos ensinar como se arranca a verdade”, disse um oficial brasileiro durante a tortura. Com o apoio da Cruz Vermelha Internacional, Boff consegue exílio na Holanda.

Lá, decidiu estudar Agronomia e constituiu família, ficando por 12 anos. Depois recebeu uma oferta para trabalhar em Moçambique, aonde morou por mais seis anos no interior de Maputo. Após conflitos internos em Moçambique, voltou à Holanda por mais alguns anos, finalmente retornando ao Brasil em 1996, dirigindo o Samae na admi-

nistração de Pepe Vargas. Hoje em dia, já aposentado, Maeth vive tranquilamente em Caxias do Sul, bem diferente das turbulências de seu passado. “A gente não tinha outra opção além da luta armada”, afirma. Diz que não se arrependeu de nenhum de seus atos e que provavelmente faria tudo de novo caso tivesse oportunidade.

HISTÓRIA

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Memórias do exílio

Caxiense fala sobre as dificuldades que viveu na época do regime militar

Ideais e a decisão

BRUNO BARETA MICHAEL SUSIN

A

s novas gerações desfrutam atualmente de um grande período democrático brasileiro. Sem que percebam, a ausência de um esclarecimento sobre os anos de chumbo faz com que percam contato com a recente história do Brasil. Essa, ignorada por muitos, foi encharcada com o sangue dos que se negaram a viver sob a tutela do regime militar. É na ditadura brasileira que nasce Laerte, ou José Alves. Estes nomes foram alguns dos pseudônimos usados pelo caxiense Maeth Domingos Boff em uma trajetória turbulenta ao longo dos anos. Sua vida parece uma história hollywoodiana, porém tudo foi real e está vivo em seus pensamentos. Desde jovem envolvido em causas sociais e grupos revolucionários, ele conta como foi participar de organizações que tiveram envolvimento em casos como um assalto ao Banco do Brasil de Viamão e a tentativa de sequestro do cônsul americano em Porto Alegre. Fala de sua fuga para o Chile, seu subsequente exílio na Holanda e sobre os anos que viveu em Moçambique tentando aprimorar a agricultura local e demonstrando seu idealismo.

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Infância, religião e lembranças Maeth Boff (foto acima) nasceu no dia 18 de outubro de 1945 no bairro São Ciro, em Caxias do Sul. Aos cinco anos mudou-se com a família para a Rua Luís Michelon. De família religiosa, foi para o seminário aos 10 anos, em Vila Flores. Seu envolvimento com o movimento estudantil começou em Marau, onde concluiu o seminário. Maeth lembra que Caxias era muito conservadora na época. “Abandonei o sonho de ser padre quando percebi que como religioso não conseguiria resolver os problemas da desigualdade social”, lembra Boff. Muda-se então para Ijuí e começa a faculdade de Filosofia, ficando lá por dois anos. Retorna a Caxias para concluir o curso na UCS. É dentro da universidade, no Centro Acadêmico(CA) de Filosofia, que Maeth começa a se envolver no movimento estudantil universitário. No CA, os acadêmicos se reuniam para discutir sobre os assuntos proibidos da época, analisando problemas políticos e sociais com uma perspectiva de esquerda.

HISTÓRIA

No movimento estudantil universitário teve o primeiro contato com propostas concretas para “solucionar” os problemas do Brasil, em especial a questão agrária. Maeth Boff relata que as pessoas se reuniam, mas nunca era dado um nome à organização que pertenciam. Ele também procurava não saber, pois caso alguém do grupo fosse preso, teria que entregar seus colegas sob pena de não sobreviver às torturas. Caxias era uma cidade muito conservadora, segundo ele, por isso começa a manter contato com os movimentos localizados em Porto Alegre. Na efervescência da ditadura (com o AI 5 de 1968), Maeth Boff percebe que não existe outra saída a não ser o levante armado contra o regime. Movimentos de esquerda começam então a planejar ações utilizando como norteador ideológico a reforma agrária, o fim do imperialismo norte-americano, melhoria das condições dos trabalhadores e uma reforma na educação. Por volta de 1969, Maeth Boff já estava decidido, a única solução era ir para Porto Alegre e ingressar nas fileiras da milícia VAR Palmares.

Cenário da luta armada Maeth Boff lembra a tentativa de sequestro do Cônsul americano. A ação não deu certo, pois o Cônsul revidou ao ataque e conseguiu fugir. Mesmo sem ter participado do caso, mas por ter seu nome envolvido na organização, está impedido de viajar aos Estados Unidos até hoje, pois não há anistia para acusados de sequestro. O assalto ao Banco do Brasil, em Viamão, quase deu errado também. No momento que o grupo chegou à agência o gerente estava no horário de almoço e o cofre não teria como ser aberto. Com medo de que a polícia chegasse, fugiram com uma quantia muito menor do que a esperada. Na fuga, “Laerte” e sua “esposa” Martinha (Maria Ignez) erraram o caminho, descobrindo mais tarde que este erro salvara-lhes a vida, pois

Carteira de identidade falsa de Maeth Boff no Chile

o carro havia sido identificado e a polícia havia feito barricadas com metralhadoras na estrada em que deveriam ter seguido. Após uma semana, a polícia capturou um dos integrantes do grupo, Edmur. Chegaram então a Gustavo Buarque, que morava com Maeth Boff. Após a prisão de Gustavo, Maeth teve que limpar o aparta-

mento que viviam, eliminando qualquer vestígio que indicaria a presença deles no local. Mas esqueceu de um recibo rasgado de estacionamento que continha a placa do veículo. Assim, a polícia conseguiu prender vários integrantes do grupo. A polícia gaúcha estava em alerta. Maeth então consegue fugir para o Rio

de Janeiro. O cerco começa a apertar no Rio e ele se muda para São Paulo. Em 1971, o movimento já estava enfraquecido e Maeth decidiu sair. Após sair da organização, tentou arranjar alguns empregos com nome falso. Graças a um contato no Partido Socialista Brasileiro, Boff conseguiu fugir para o Chile.

Tortura, vida nova e a volta No Chile, Maeth Boff conseguiu manter uma vida “normal” por um ano, sendo preso após alguns dias do golpe militar, em 20 de setembro de 1973. Foi torturado e mantido preso num navio abandonado. Nos interrogatórios, havia membros da Marinha Chilena, e, posteriormente, militares brasileiros, que o torturaram com choques

elétricos. Conheciam o envolvimento dele no assalto ao Banco do Brasil e no sequestro do Cônsul. Sabiam inclusive os nomes falsos usados por Maeth. “Viemos ensinar como se arranca a verdade”, disse um oficial brasileiro durante a tortura. Com o apoio da Cruz Vermelha Internacional, Boff consegue exílio na Holanda.

Lá, decidiu estudar Agronomia e constituiu família, ficando por 12 anos. Depois recebeu uma oferta para trabalhar em Moçambique, aonde morou por mais seis anos no interior de Maputo. Após conflitos internos em Moçambique, voltou à Holanda por mais alguns anos, finalmente retornando ao Brasil em 1996, dirigindo o Samae na admi-

nistração de Pepe Vargas. Hoje em dia, já aposentado, Maeth vive tranquilamente em Caxias do Sul, bem diferente das turbulências de seu passado. “A gente não tinha outra opção além da luta armada”, afirma. Diz que não se arrependeu de nenhum de seus atos e que provavelmente faria tudo de novo caso tivesse oportunidade.

HISTÓRIA

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Impressões verdes A preocupação das empresas gráficas com o ecologicamente correto na sociedade atual ANA ROMANI

A

sociedade atual vive uma “febre saudável” do ecologicamente correto, ou sustentável. Ser sustentável implica ser capaz de operar de acordo com as necessidades presentes, ao mesmo tempo em que se atende às necessidades das gerações futuras. Pensando nisso, as empresas gráficas estão, cada vez mais, adaptando e melhorando seus processos, para melhor explorar os recursos sustentáveis e colaborar na preservação do meio ambiente. Sustentabilidade passou a ser prioridade na agenda e nos planos estratégicos dos grandes fabricantes de celulose e papel e de grandes gráficas. A Gráfica e Editora São Miguel atua há 57 anos no mercado regional de impressos gráficos. De acordo com João Carlos Fontana, gerente de produção, a preocupação da editora com a questão ambiental sempre foi muito forte. Segundo ele, a gráfica oferece treinamentos para os funcionários orientando a correta destinação dos resíduos. As indústrias são as maiores responsáveis pela degradação do meio ambiente. Entre os principais setores responsáveis pela poluição está a indústria gráfica, que gera enorme quantidade de resíduos químicos. Nesta área, as grandes O que é o FSC? O FSC é hoje o selo verde mais reconhecido em todo o mundo. FSC – Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal é a certificação que garante a origem da madeira e todas as fases do processo, servindo para orientar compradores do atacado e do varejo a escolher um produto que não agrida o meio ambiente e contribua para o

empresas encaminham corretamente os resíduos, devido à consciência das multas que podem ser aplicadas. Entretanto, as gráficas de pequeno e médio porte não fazem o mesmo, pois, em alguns casos, a quantidade de resíduos necessária para o envio é pequena e o custo elevado. A crescente preocupação com o meio ambiente tem levado empresas no mundo todo a buscar alternativas de produção mais limpa a fim de reduzir o impacto de seus processos. Um grande número de ferramentas, incluindo diversas certificações, está disponível para a empresa que deseja produzir de forma sustentável. A gráfica Impresul, sediada na capital gaúcha há dois anos, implantou e recebeu o Certificado de Cadeia de Custódia (selo FSC - produção de papel oriundo de manejo florestal responsável). Esse processo garante o uso de papel certificado em seus impressos, através da rastreabilidade e do monitoramento de todas as etapas com registros e controles devidamente evidenciados. De acordo com Ivone Maria Chassot Greis, assessora de Recursos Humanos, a gráfica também desenvolve há mais de cinco anos um programa de tratamento, coleta e destino dos resíduos. Isto significa que o substrato da produção é devidamente destinado, conforme estabelece as orientações dos órgãos ambientais.

SUSTENTABILIDADE

O Slackline, esporte onde se caminha sobre uma fita, está ganhando mais adeptos GERSON FELIPPI JR

E

quilíbrio, concentração e movimento. Essas são as três principais premissas do slackline, esporte que vem crescendo pelo mundo e já possui muitos praticantes no Brasil. A história do slackline (corda bamba) se confunde com a de outros esportes radicais como o skate. É praticamente impossível dizer quem foram os primeiros a arriscar passos em cima dessas finas cordas. A versão mais aceita sobre o surgimento da modalidade, até hoje, é a de que os criadores foram alpinistas que se reuniam para escaladas no parque Yosemite Valley, na Califórnia, durante os anos 80. Eles andavam sobre grades de estacionamentos, corrimãos de escadas, amarravam cordas de uma árvore a outra e realizavam a travessia, como uma espécie de treino para me-

A prática do slackline está conquistando esportistas em alguns parques da região serrana

lhorar seu desempenho e equilíbrio nas escaladas. Foi assim que o slackline deu seus primeiros passos na direção de se tornar um esporte conhecido e praticado no mundo inteiro. Apesar de o caminhar na corda bamba já ter sido praticado há muitos séculos, este novo passatempo era diferente em

muitos aspectos. A corda de escalada ficava solta, e não tão tensionada como o cabo de aço usado por artistas de circo, e isso trazia dificuldades extras para seus praticantes. Após um tempo, os alpinistas começaram a praticar em fitas planas assim como é realizado até os dias de hoje. Com as descobertas de

que além de aprimorar o equilíbrio o slack também trazia benefícios físicos, como o fortalecimento dos músculos, principalmente nos membros inferiores e na região abdominal, a prática cresceu e se espalhou pelo mundo inteiro, conquistando pessoas de todas classes e idades.

Primeiros passos em Caxias

desenvolvimento social e econômico das comunidades florestais. O que é Certificação Florestal? A certificação florestal deve garantir que a madeira utilizada em determinado produto é oriunda de um processo produtivo manejado de forma ecologicamente adequada, socialmente justa e economicamente viável.

Na corda bamba

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A prática desse esporte foi crescendo, no Brasil, a partir dos anos 2000. Em dez anos se tornou muito popular nas praias, parques e praças da cidade do Rio de Janeiro, inclusive com a realização de alguns campeonatos e eventos inteiramente dedicados ao slackline. No Rio Grande do Sul o esporte ainda é pouco conhecido, mas graças a algumas pessoas, como o carioca radicado em Caxias do Sul Ricardo Gollo, 21 anos, o esporte vem mostrando a cara, atraindo cada vez mais praticantes. Em um bate-papo descontraído, ele explicou um pouco mais sobre o esporte e seus conceitos.

se trabalha e fortalece todas as regiões do corpo, colabora diretamente para a melhora da postura, do equilíbrio e também para aumentar a concentração. Isso sem falar na diversão que é estar em contato com a natureza praticando um esporte junto de amigos.

Entrelinha: Quais são os principais benefícios aos praticantes do slackline? Ricardo Gollo: O slack envolve todos os músculos. Quando se caminha sobre a corda

Entrelinha: Por quê em Caxias do Sul o esporte ainda não é tão conhecido? Ricardo: O slack tem muita ligação com a natureza e talvez por causa de Caxias não

Entrelinha: Há quanto tempo você pratica esse esporte e como começou? Ricardo: No Rio de Janeiro o slackline já é bem conhecido. Comecei praticando na praia com amigos que já conheciam o esporte. Acho que já fazem uns sete anos que vivo em cima da corda.

possuir tantas áreas para que se pratique o esporte ele ainda não esteja no mesmo nível de outros lugares. No Rio de Janeiro você vai em um parque ou à praia e lá está alguém com o slack armado.

Entrelinha: Qual é a dica para quem quer começar e onde encontrar o equipamento certo para iniciar? Ricardo: A dica é não desistir no começo. Muitas pessoas desanimam logo de cara, pois não conseguem sair andando. Geralmente em uma ou duas tardes de treino já é possível dar os primeiros passos. Sobre os equipamentos, infelizmente, ainda não é possível adquirir o slackline em Caxias do Sul. Para quem quer comprar, uma boa opção é o site slackbrasil.com, lá você acha tudo que precisa para sair se equilibrando por ai.

ESPORTE

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Impressões verdes A preocupação das empresas gráficas com o ecologicamente correto na sociedade atual ANA ROMANI

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sociedade atual vive uma “febre saudável” do ecologicamente correto, ou sustentável. Ser sustentável implica ser capaz de operar de acordo com as necessidades presentes, ao mesmo tempo em que se atende às necessidades das gerações futuras. Pensando nisso, as empresas gráficas estão, cada vez mais, adaptando e melhorando seus processos, para melhor explorar os recursos sustentáveis e colaborar na preservação do meio ambiente. Sustentabilidade passou a ser prioridade na agenda e nos planos estratégicos dos grandes fabricantes de celulose e papel e de grandes gráficas. A Gráfica e Editora São Miguel atua há 57 anos no mercado regional de impressos gráficos. De acordo com João Carlos Fontana, gerente de produção, a preocupação da editora com a questão ambiental sempre foi muito forte. Segundo ele, a gráfica oferece treinamentos para os funcionários orientando a correta destinação dos resíduos. As indústrias são as maiores responsáveis pela degradação do meio ambiente. Entre os principais setores responsáveis pela poluição está a indústria gráfica, que gera enorme quantidade de resíduos químicos. Nesta área, as grandes O que é o FSC? O FSC é hoje o selo verde mais reconhecido em todo o mundo. FSC – Forest Stewardship Council ou Conselho de Manejo Florestal é a certificação que garante a origem da madeira e todas as fases do processo, servindo para orientar compradores do atacado e do varejo a escolher um produto que não agrida o meio ambiente e contribua para o

empresas encaminham corretamente os resíduos, devido à consciência das multas que podem ser aplicadas. Entretanto, as gráficas de pequeno e médio porte não fazem o mesmo, pois, em alguns casos, a quantidade de resíduos necessária para o envio é pequena e o custo elevado. A crescente preocupação com o meio ambiente tem levado empresas no mundo todo a buscar alternativas de produção mais limpa a fim de reduzir o impacto de seus processos. Um grande número de ferramentas, incluindo diversas certificações, está disponível para a empresa que deseja produzir de forma sustentável. A gráfica Impresul, sediada na capital gaúcha há dois anos, implantou e recebeu o Certificado de Cadeia de Custódia (selo FSC - produção de papel oriundo de manejo florestal responsável). Esse processo garante o uso de papel certificado em seus impressos, através da rastreabilidade e do monitoramento de todas as etapas com registros e controles devidamente evidenciados. De acordo com Ivone Maria Chassot Greis, assessora de Recursos Humanos, a gráfica também desenvolve há mais de cinco anos um programa de tratamento, coleta e destino dos resíduos. Isto significa que o substrato da produção é devidamente destinado, conforme estabelece as orientações dos órgãos ambientais.

SUSTENTABILIDADE

O Slackline, esporte onde se caminha sobre uma fita, está ganhando mais adeptos GERSON FELIPPI JR

E

quilíbrio, concentração e movimento. Essas são as três principais premissas do slackline, esporte que vem crescendo pelo mundo e já possui muitos praticantes no Brasil. A história do slackline (corda bamba) se confunde com a de outros esportes radicais como o skate. É praticamente impossível dizer quem foram os primeiros a arriscar passos em cima dessas finas cordas. A versão mais aceita sobre o surgimento da modalidade, até hoje, é a de que os criadores foram alpinistas que se reuniam para escaladas no parque Yosemite Valley, na Califórnia, durante os anos 80. Eles andavam sobre grades de estacionamentos, corrimãos de escadas, amarravam cordas de uma árvore a outra e realizavam a travessia, como uma espécie de treino para me-

A prática do slackline está conquistando esportistas em alguns parques da região serrana

lhorar seu desempenho e equilíbrio nas escaladas. Foi assim que o slackline deu seus primeiros passos na direção de se tornar um esporte conhecido e praticado no mundo inteiro. Apesar de o caminhar na corda bamba já ter sido praticado há muitos séculos, este novo passatempo era diferente em

muitos aspectos. A corda de escalada ficava solta, e não tão tensionada como o cabo de aço usado por artistas de circo, e isso trazia dificuldades extras para seus praticantes. Após um tempo, os alpinistas começaram a praticar em fitas planas assim como é realizado até os dias de hoje. Com as descobertas de

que além de aprimorar o equilíbrio o slack também trazia benefícios físicos, como o fortalecimento dos músculos, principalmente nos membros inferiores e na região abdominal, a prática cresceu e se espalhou pelo mundo inteiro, conquistando pessoas de todas classes e idades.

Primeiros passos em Caxias

desenvolvimento social e econômico das comunidades florestais. O que é Certificação Florestal? A certificação florestal deve garantir que a madeira utilizada em determinado produto é oriunda de um processo produtivo manejado de forma ecologicamente adequada, socialmente justa e economicamente viável.

Na corda bamba

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A prática desse esporte foi crescendo, no Brasil, a partir dos anos 2000. Em dez anos se tornou muito popular nas praias, parques e praças da cidade do Rio de Janeiro, inclusive com a realização de alguns campeonatos e eventos inteiramente dedicados ao slackline. No Rio Grande do Sul o esporte ainda é pouco conhecido, mas graças a algumas pessoas, como o carioca radicado em Caxias do Sul Ricardo Gollo, 21 anos, o esporte vem mostrando a cara, atraindo cada vez mais praticantes. Em um bate-papo descontraído, ele explicou um pouco mais sobre o esporte e seus conceitos.

se trabalha e fortalece todas as regiões do corpo, colabora diretamente para a melhora da postura, do equilíbrio e também para aumentar a concentração. Isso sem falar na diversão que é estar em contato com a natureza praticando um esporte junto de amigos.

Entrelinha: Quais são os principais benefícios aos praticantes do slackline? Ricardo Gollo: O slack envolve todos os músculos. Quando se caminha sobre a corda

Entrelinha: Por quê em Caxias do Sul o esporte ainda não é tão conhecido? Ricardo: O slack tem muita ligação com a natureza e talvez por causa de Caxias não

Entrelinha: Há quanto tempo você pratica esse esporte e como começou? Ricardo: No Rio de Janeiro o slackline já é bem conhecido. Comecei praticando na praia com amigos que já conheciam o esporte. Acho que já fazem uns sete anos que vivo em cima da corda.

possuir tantas áreas para que se pratique o esporte ele ainda não esteja no mesmo nível de outros lugares. No Rio de Janeiro você vai em um parque ou à praia e lá está alguém com o slack armado.

Entrelinha: Qual é a dica para quem quer começar e onde encontrar o equipamento certo para iniciar? Ricardo: A dica é não desistir no começo. Muitas pessoas desanimam logo de cara, pois não conseguem sair andando. Geralmente em uma ou duas tardes de treino já é possível dar os primeiros passos. Sobre os equipamentos, infelizmente, ainda não é possível adquirir o slackline em Caxias do Sul. Para quem quer comprar, uma boa opção é o site slackbrasil.com, lá você acha tudo que precisa para sair se equilibrando por ai.

ESPORTE

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A grande família Teleco Companhia de teatro está em atividade desde 1972 levando alegria às cidades FRANCELI STEFANI

O

nariz pintado. Um olhar profundo. E um humor que contagia. Com piadas criativas e histórias de tirar o fôlego, a Companhia de Teatro Teleco se mantém na atividade desde 1972. A cada noite uma apresentação, todas com o mesmo objetivo: levar humor, alto astral e risos para toda a plateia. Atualmente Vanderlei dos Anjos Silva comanda o espetáculo, na pele do espevitado Teteco. “Teatro é vida, é cultura, corre nas veias. Quem toma a água do circo não quer outra coisa. É minha vida”, expressa Vanderlei, que não se imagina exercendo outra profissão a não ser essa. Na grade de apresentações estão em média 200 peças, dessas 40 são comédias. Entre as mais pedidas estão Teteco contra o Louco; Beber, cair e levantar e Falso Conde. As apresentações são escritas pela esposa de Vanderlei, Ana Beatriz Machado, que é filha do saudoso palhaço Teleco – Antônio Machado -, criador da companhia. Algumas também são cedidas por outros teatros do Estado, mas a grande maioria é inédita. “Temos vários dramas bonitos, mas não adianta, as pessoas querem rir! De tristeza já chega”, exclama. E quem pensa que são muitos ensaios, engana-se! Eles são necessários apenas quando a peça é nova. “Nos conhecemos pelo olhar. É muito tempo juntos! Maioria nasceu aqui dentro. Não tem brigas graves, todo mundo se res-

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CULTURA

peita”, acrescenta. E quando o Teteco fica doente quem faz as apresentações? “É o Vadeco”, responde rapidamente o homem que dá corpo ao Teteco. Vadeco é filho de Vanderlei, que com 20 anos já ama a profissão e tem arte correndo nas veias. “Ele ama o que faz. Quando tive que operar a garganta, acabei me afastando dos palcos por um período, nesse tempo meu filho as assumiu a frente, e fez muito bem”, ressalta orgulhoso. Quem for assistir o tea teatro vai se impressionar com o cenário. Uma grande lona

é montada em cada cidade visitada. Com uma verba de R$ 44 mil recebida da Fundação Nacional de Artes (Funarte), compraram equipamentos para melhor receber o público. “Contamos com carretas, um bom palco, iluminação, aparelho de som, tudo de boa qualidade. Foi muito bom ter conseguido a verba, agora temos um lugar mais aconchegante, também estamos trabalhando mais tranquilos, mudamos 100%”, conta. Para montar toda a estrutura são necessários três dias e todo mundo “pega junto”.

A grande família Teleco conta hoje com cerca de 30 pessoas, que moram no circo. Não possuem residência fixa. “Não adianta ter casa, estamos sempre viajando, permanecemos um bom período em cada lugar. Hoje, graças a Deus vivemos do circo”, enfatiza. São visitadas anualmente sete cidades. O segredo do sucesso, como conta, é o respeito e a atenção com o público. Todos os atores trabalham e se doam para atender da melhor forma os espec espectadores. “É uma amizade que a comunidade tem com a gente, são muitos anos na estrada, sempre prezando pela ética. Gra Graças a Deus sempre somos bem recebidos, em todos os lugares em que passa passamos”, relata. Para eles não tem mau tempo, adoram o trabalho e a vida que le levam: “É ótimo. Conhece Conhecemos muita gente, muitos lugares, fazemos muitas amizades verdadeiras. Pre Prezamos o respeito em pri primeiro lugar.”

A arte de encantar

Dom, paixão, talento. É isso que move o Teatro Teleco e o faz se manter na estrada há 37 anos. Com leves pinceladas Vanderlei colore o rosto. Com a tinta vermelha pinta o nariz e as bochechas. Usa o tom branco para sombrear os olhos e as laterais da boca. Com o lápis preto, pinta a boca. As cores levam magia, transmitem o riso e elevam o espírito. Em poucos minutos ele deixa de ser Vanderlei para ser Teteco. O tão esperado palhaço que colore o palco junto com outros atores. No toque do terceiro sinal, pronto. As cortinas levantam e o público arregala os olhos. Só ao ver os atores, os espectadores já começam a rir. Crianças, algumas sen-

O palhaço que contagia

tadas nos colos da mães, observam cada passo. As estripulias de Teteco são Antes de entrar em cena Teteco pinta o rosto no camaacompanhadas de uma rim. Em cena, o homem de cara pintada cria vida, contaeuforia total. Durante o gia e envolve o público que aguarda suas brincadeiras espetáculo Teteco: o exterminador do Teu Furo, ele encarnou um serviçal na casa de um comandante. Sempre atrapalhado entendia tudo errado. Quando a patroa o mandou comprar pés de porcos no açougue, ele não trouxe: “O açougueiro tinha os pés iguais aos meus, bonitinhos!” Teu Furo era um bandido, comandante de uma tropa de assaltantes. No final todos foram pegos pelo valente Teteco. As quase duas horas de apresentação se encerraram com diversas exclamações do público, como “amanhã eu volto” e “muito divertido”.

CULTURA

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A grande família Teleco

Companhia de teatro está em atividade desde 1972 levando alegria às cidades FRANCELI STEFANI

O

nariz pintado. Um olhar profundo. E um humor que contagia. Com piadas criativas e histórias de tirar o fôlego, a Companhia de Teatro Teleco se mantém na atividade desde 1972. A cada noite uma apresentação, todas com o mesmo objetivo: levar humor, alto astral e risos para toda a plateia. Atualmente Vanderlei dos Anjos Silva comanda o espetáculo, na pele do espevitado Teteco. “Teatro é vida, é cultura, corre nas veias. Quem toma a água do circo não quer outra coisa. É minha vida”, expressa Vanderlei, que não se imagina exercendo outra profissão a não ser essa. Na grade de apresentações estão em média 200 peças, dessas 40 são comédias. Entre as mais pedidas estão Teteco contra o Louco; Beber, cair e levantar e Falso Conde. As apresentações são escritas pela esposa de Vanderlei, Ana Beatriz Machado, que é filha do saudoso palhaço Teleco – Antônio Machado -, criador da companhia. Algumas também são cedidas por outros teatros do Estado, mas a grande maioria é inédita. “Temos vários dramas bonitos, mas não adianta, as pessoas querem rir! De tristeza já chega”, exclama. E quem pensa que são muitos ensaios, engana-se! Eles são necessários apenas quando a peça é nova. “Nos conhecemos pelo olhar. É muito tempo juntos! Maioria nasceu aqui dentro. Não tem brigas graves, todo mundo se res-

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CULTURA

peita”, acrescenta. E quando o Teteco fica doente quem faz as apresentações? “É o Vadeco”, responde rapidamente o homem que dá corpo ao Teteco. Vadeco é filho de Vanderlei, que com 20 anos já ama a profissão e tem arte correndo nas veias. “Ele ama o que faz. Quando tive que operar a garganta, acabei me afastando dos palcos por um período, nesse tempo meu filho as assumiu a frente, e fez muito bem”, ressalta orgulhoso. Quem for assistir o tea teatro vai se impressionar com o cenário. Uma grande lona

é montada em cada cidade visitada. Com uma verba de R$ 44 mil recebida da Fundação Nacional de Artes (Funarte), compraram equipamentos para melhor receber o público. “Contamos com carretas, um bom palco, iluminação, aparelho de som, tudo de boa qualidade. Foi muito bom ter conseguido a verba, agora temos um lugar mais aconchegante, também estamos trabalhando mais tranquilos, mudamos 100%”, conta. Para montar toda a estrutura são necessários três dias e todo mundo “pega junto”.

A grande família Teleco conta hoje com cerca de 30 pessoas, que moram no circo. Não possuem residência fixa. “Não adianta ter casa, estamos sempre viajando, permanecemos um bom período em cada lugar. Hoje, graças a Deus vivemos do circo”, enfatiza. São visitadas anualmente sete cidades. O segredo do sucesso, como conta, é o respeito e a atenção com o público. Todos os atores trabalham e se doam para atender da melhor forma os espec espectadores. “É uma amizade que a comunidade tem com a gente, são muitos anos na estrada, sempre prezando pela ética. Gra Graças a Deus sempre somos bem recebidos, em todos os lugares em que passa passamos”, relata. Para eles não tem mau tempo, adoram o trabalho e a vida que le levam: “É ótimo. Conhece Conhecemos muita gente, muitos lugares, fazemos muitas amizades verdadeiras. Pre Prezamos o respeito em pri primeiro lugar.”

A arte de encantar

Dom, paixão, talento. É isso que move o Teatro Teleco e o faz se manter na estrada há 37 anos. Com leves pinceladas Vanderlei colore o rosto. Com a tinta vermelha pinta o nariz e as bochechas. Usa o tom branco para sombrear os olhos e as laterais da boca. Com o lápis preto, pinta a boca. As cores levam magia, transmitem o riso e elevam o espírito. Em poucos minutos ele deixa de ser Vanderlei para ser Teteco. O tão esperado palhaço que colore o palco junto com outros atores. No toque do terceiro sinal, pronto. As cortinas levantam e o público arregala os olhos. Só ao ver os atores, os espectadores já começam a rir. Crianças, algumas sen-

O palhaço que contagia

tadas nos colos da mães, observam cada passo. As estripulias de Teteco são Antes de entrar em cena Teteco pinta o rosto no camaacompanhadas de uma rim. Em cena, o homem de cara pintada cria vida, contaeuforia total. Durante o gia e envolve o público que aguarda suas brincadeiras espetáculo Teteco: o exterminador do Teu Furo, ele encarnou um serviçal na casa de um comandante. Sempre atrapalhado entendia tudo errado. Quando a patroa o mandou comprar pés de porcos no açougue, ele não trouxe: “O açougueiro tinha os pés iguais aos meus, bonitinhos!” Teu Furo era um bandido, comandante de uma tropa de assaltantes. No final todos foram pegos pelo valente Teteco. As quase duas horas de apresentação se encerraram com diversas exclamações do público, como “amanhã eu volto” e “muito divertido”.

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Do além, pelo bem A Umbanda explicada por quem acredita que para o amor não é preciso sacrifícios SAMANTHA HUNOFF

A

s batidas do atabaque lembram o compasso do coração e dão forma às cantigas da Umbanda, que têm o poder de evocar guias espirituais. Originária da cultura afro-brasileira e dos costumes indígenas, a Umbanda recebe ainda influência do espiritismo e resulta em uma mistura de doutrinas, geralmente relacionadas a rituais que envolvem o sacrifício de animais. Apesar dessa verdade ser praticamente absoluta aos olhos da maioria, muitos centros umbandistas consideram práticas sangrentas ofensivas e se fundamentam no amor e na caridade. A casa Maria Conga, localizada no bairro Cinquentenário de Caxias do Sul, é um exem-

plo dessa segmentação ‘do bem’ e realiza apenas atividades de cura, contando com a ajuda de médiuns e entidades espirituais. Pretos Velhos, Caboclos Tupinambás e, é claro, os espíritos da homenageada pela casa, Maria Conga, são incorporados pelos médiuns e os auxiliam nos atendimentos. Lucílvia Vargas Pereira, 55 anos, é coordenadora do centro e acredita no poder de cura da Umbanda. Quando jovem, a médium soube que tinha um câncer no estômago e, apesar de seu ceticismo na época, buscou ajuda espiritual. “Descobri que a doença era fruto de magia negra”, conta Lucílvia, que teve sua enfermidade inteiramente curada com a ajuda da Umbanda e

a fé, fortalecida. “Não é preciso fazer sacrifícios para agradar um orixá, basta acreditar e fazer o bem”, diz. Cissa, como também é conhecida no centro, toma conta da casa onde são realizadas as sessões. Após uma palestra, que aborda temas diversos do cotidiano com base nas doutrinas da religião, a médium dá início aos trabalhos com cantigas de louvor para atrair as entidades que serão incorporadas. Pequenos grupos recebem os passes de cura dos, então, Pretos Velhos, Caboclos, Marias Congas e quem mais quiser ‘aparecer’. Sem sangue e sem sacrifícios, os frequentadores do centro têm suas energias renovadas contando apenas com a força de espíritos ancestrais.

Oferendas na Umbanda servem para liberar ou canalizar energias durante a realização do trabalho proposto

FOTO: SAMANTHA HUNOFF


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