Caingangues
Centro de Ciências Sociais Projeto Experimental I - Comunidade Fotojornalismo Professor: Edson Luis Corrêa Acadêmicos: Débora Debon Estefani Alves Gabriela Fiorio Jerônimo Portolan Filho Kimberly Salomão da Silva Lucas Araldi Patrícia de Cesaro
A taquara é uma planta resistente. Ela cede à força do tempo e do imigrante europeu sem perder sua forma e significado. Com ela os povos originários da América do Sul construíram armas, moradas, recipientes e moldaram a própria cultura. O ensinamento sobre suas utilidades atravessam gerações e gerações de povos indígenas. Da mesma forma que a taquara, os caingangues também resistem. Alguns se abrigam em rodoviárias de grandes cidades, embaixo de viadutos e estão expostos a todo momento à nossa intervenção. A roupagem mudou: hoje caingangue só veste cocar em momentos especiais, utiliza internet e celular, joga futebol e fala português. Mas os traços culturais que atravessam a mera aparência permaneceram. A cultura continua talhada na madeira e amarrada no cipó e na taquara. Esse é o caso das cerca de 25 famílias caingangues, que vivem em uma comunidade no interior de Farroupilha, a única aldeia indígena da Serra Gaúcha, terra conhecida pela imigração de italianos e alemães. Eles vivem em comunidade, buscam preservar a língua kaingang e se revezam na atividade de fabricação e venda de artesanato. Há, ali, uma escola que vai até o 5º ano, uma igreja e algumas casas de madeira cedidas pela Fundação do Índio (Funai) e pela Prefeitura de Farroupilha. Quando questionada sobre uma frase que a comunidade leva consigo, na alma, a cacica Silvana Krentanh Antônio pega a caneta e escreve, em kaingang: jag mré kat nytt jé. A frase significa “a união da aldeia é muito importante” e orienta o cotidiano da comunidade.
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