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REITOR / PROF. EVALDO ANTONIO KUIAVA VICE-REITOR / PROF. ODACIR DEONISIO GRACIOLLI DIRETORA DO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS / PROFª. MARIA CAROLINA GULLO PRODUÇÃO / AGÊNCIA EXPERIMENTAL DE COMUNICAÇÃO COORDENAÇÃO GERAL / PROFª. MARLIVA GONÇALVES SUPERVISÃO DE PUBLICIDADE / PROF. MISAEL MONTAÑA / LEONARDO LUCENA SUPERVISÃO DE JORNALISMO / PROFª. ANA LAURA PARAGINSKI / PROF. DANIEL VARGAS / PROFª. LEYLA THOMÉ SUPERVISÃO DE RELACIONAMENTO COM OS PÚBLICOS / THÁFILA RODRIGUES SUPERVISÃO DE FOTOGRAFIA / PROFª .CANDICE KIPPER PROJETO GRÁFICO / PROF. MARCELO WASSERMAN / ALINE CHAVES / LEONARDO RECH / LEONARDO LUCENA DIAGRAMAÇÃO / LEONARDO LUCENA / RUDINEI PICININI TEXTO / GABRIELA GRILLO / LAÍS PRATES / PROFª. MARLENE BRANCA SÓLIO / RENATA CHIES / NATALIA BIAZUS / ESTEVAN DANELUZ / CARINA PEDROSO / DIÚLIT OLDONI / KÉTLIN VARELA PUBLICAÇÃO GRATUITA E DIGITAL / WWW.FRISPIT.COM.BR CONTATO / PORTAL@FRISPIT.COM.BR Universidade de Caxias do Sul - UCS R. Francisco Getúlio Vargas, 1130 Bloco T - Bairro Petrópolis CEP 95070-560 - Caxias do Sul - RS Fone: 54 3218 2587

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busca por uma mídia mais abrangente, imparcial e democrática é o assunto central desta edição da Revista INF. Se pensarmos em mídia democrática, logo lembramos da Internet, o meio mais aberto da atualidade. Através dele, as possibilidades de interação são muito maiores do que as existentes nos meios de comunicação tradicionais. Por ser naturalmente um ambiente interativo, hipermídia e, portanto, colaborativo, informações podem ser compartilhadas, avaliadas, comentadas e enriquecidas. Aproveitemos esse novo meio, que se potencializa através das tecnologias móveis, para interagir, cada vez mais, com o outro. Criando e reatando laços. Dando, ouvindo e discutindo feedbacks. Vivenciando experiências informacionais mais democráticas. Dividindo para somar em compras coletivas ou em espaços de trabalho e aprendizado compartilhados presenciamos a era em que a opinião, cada vez mais, tem grande valor. Boa leitura!


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S U M Á R I O

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CRIATIVIDADE COMUNICATIVA

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POR UMA MÍDIA PLURAL

10 O WEBJORNALISMO E A LÓGICA DA REDE 12 AUTONOMIA COMPARTILHADA 14 COMPLEXIDADE E COMUNICAÇÃO-TRAMA 16 A VAQUINHA CRESCEU 18 PORTAIS COLABORATIVOS 20 MUSEU DA PESSOA 22 O VAI E VEM COMUNICACIONAL


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Gabriela Grillo Leonardo Lucena

gua e alimento são as principais necessidades do ser humano, certo? Talvez não. Sem dúvidas, o ser humano não sobrevive sem isso. Mas os estudantes de Fotografia, Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas movem-se sob o anseio de comunicar. Mais do que uma prática fundamental ao funcionamento da sociedade, a comunicação é, para estes acadêmicos, motivo de curiosidade, experimentação e – por que não? – amor. Buscando atender a essa necessidade, o estudante de PP Angelo Luís Scopel criou o canal Fórum Otaku* no Youtube. Otaku é um termo usado no oriente para designar fãs de animes e mangás, gêneros abordados pelos vídeos no início do projeto. “A proposta do vlog era bem simples - eu comentaria os capítulos semanais dos mangás que eu lia durante a semana”, conta o estudante. Contudo, o nicho logo se mostrou limitado para a proposta do Fórum Otaku e, para atender ao próprio desejo de produzir conteúdos, Angelo resolveu experimentar outro viés. “Eu comecei a falar sobre coisas que acontecem no meu dia-a-dia, por exemplo, quando eu estava dirigindo e quebrei dez dúzias de ovos no banco de trás do carro, ou ainda sobre o meu aniversário”, relata. Para o acadêmico, todo mundo deveria ter uma forma de exercitar sua criatividade, produzindo materiais para blogs, canais e outras mídias. Comunicar-se é a lei, mas há que

atentar-se para as normas. A experiência prática que se tem ao “pôr as mãos na massa” de nada vale sem o intuito de aprender. Por isso, preocupação com o conteúdo é fundamental. Um bom trabalho é resultado de cuidado com a qualidade técnica, a informação e, por extensão, o espectador. Afinal, comunicação não se faz apenas com emissores. Por isso, Angelo afirma apostar na fórmula conteúdo interessante + boa edição.

“ENTRE TODAS AS PARTES DA PRODUÇÃO DO CANAL, A QUE EU MAIS GOSTO É, CERTAMENTE, A EDIÇÃO [...]” Se você, leitor, ainda não está convencido da importância de expressar-se, aqui vai um bom motivo: o processo pode ser, sim, divertido. “Entre todas as partes da produção do canal, a que eu mais gosto é certamente a edição, porque eu vejo todos os meus erros e fico rindo de mim mesmo pelas baboseiras que eu falo”, confessa o estudante. Decididamente, comunicar é preciso. Portanto, exercite-se. *Acesse o canal: goo.gl/anfj46.


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DEMOCRATIZAR OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO É UMA NECESSIDADE URGENTE PARA A SOCIEDADE, A QUAL SE VÊ CADA VEZ MENOS REPRESENTADA PELO MODELO ATUAL

Laís Prates Leonardo Lucena


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com a onda de protestos que aflo- rádios, celulares, computadores, etc., mas qualquer âmbito social. Democratizar a rou no Brasil em 2013, alguns te- essa diversidade de meios de comunica- mídia é a mídia oferecer esse acesso a esmas vieram à tona. A democrati- ção se reflete nos discursos midiáticos? sas informações.” afirma. zação da mídia é um deles. Desde então, Outro aspecto a ser analisado, segundo Hoje, no Brasil, elites dominam a cocada vez mais a democratização tem sido municação e é essa elite que escolhe as Álvaro, é a democratização ao acesso aos alvo de constantes debates e reflexões. Os informações que vamos ou não receber. órgãos de imprensa. “E aí a gente tem um movimentos sociais e as minorias que, Portanto, o Brasil, que é um país que se problema, porque os veículos são organimuitas vezes, tomam a frente desses deba- caracteriza por sua pluralidade, pode ser zações que tem sua estrutura, seu modo tes, clamam por mais igualdade, respeito representado por esses veículos? A demo- de agir, seus interesses e, aí, essas organie direito à voz. Mas essa não é uma luta cratização da mídia seria a solução? Mas zações começam a criar obstáculos para o apenas de minorias, acesso à informação. Isso é um dos pontos como aconteceria essa democratização? essa é a luta da poque temos que reflepulação brasileira tir no âmbito da coque tem o direito de municação, os meios “[...] TODO MUNDO TEM DIREITO AO ACESSO À INFORMAter acesso aos meios não podem ser obsde comunicação, táculos.” No terceiro ÇÃO. TODO MUNDO TEM DIREITO DE SABER O QUE ESTÁ que tem o direito de ACONTECENDO EM QUALQUER NÍVEL E GRAU DE PARTICIPA- momento, também escolher também o se destacam a aberÇÃO E DE PRESENÇA EM QUALQUER ÂMBITO SOCIAL” que quer na mídia, tura e a possibilidaque tem o direito de de de acesso univerreceber a informação sal aos suportes que coordenador do Curso de Comusem o olhar, muitas vezes, prepermitem receber a nicação Social - Jornalismo da informação. “E aí eu falo mais especificaconceituoso dos meios de comunicação. Universidade de Caxias do Sul, mente em acesso à internet e à telefonia Vivemos em uma sociedade que se caracteriza pelas diferenças dos sujeitos. pós-doutor em Comunicação, Álvaro Be- que hoje ainda são serviços pagos e não Essa diferença é o que nos torna singula- nevenuto Jr. aponta três fatores impor- são todos que têm possibilidade de arcar res em nossa pluralidade. Mas quando fa- tantes que devem ser pensados para esse com esse acesso. Então, aí, também tem lamos nos meios de comunicação, a mídia sistema. “Primeiro a informação, todo uma questão política para se resolver para em sua maneira de representar a socieda- mundo tem direito ao acesso à informa- democratizar o acesso a informação”, dede é plural? Dispomos de diferentes meios ção. Todo mundo tem direito de saber o clara Álvaro. para nos informarmos. As notícias che- que está acontecendo em qualquer nível Em contraponto com alguns anos atrás, gam até nós via televisão, jornais, revistas, e grau de participação e de presença em o professor avalia que a comunicação de

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8 hoje está mais intensa. A internet e as redes sociais estão colaborando demasiadamente com a comunicação e sua fluidez. E, em relação aos meios de comunicação de massa, apesar da pouca representação entre os veículos de comunicação, eles estão muito mais horizontais. Para o jornalista porto-alegrense e professor universitário Juremir Machado, a comunicação hoje é complexa. “Nunca tivemos tanta informação circulando nem tantos meios de difusão, mas falta transformar isso em conhecimento e em fator de democratização”, alerta. O jornalista acredita que uma mídia democrática implica em pluralismo, equilíbrio e autonomia. Porém, para que isso ocorra, ele defende “principalmente a quebra do controle dos grandes grupos de comunicação nas mãos de poucas empresas”.

É Álvaro Fraga Moreira Benevenuto Junior Pós-doutor em Comunicação e coordenador do Curso de Comunicação Social - Jornalismo na Universidade de Caxias do Sul.

inegável que a comunicação já deu grandes passos no caminho para uma mídia mais igualitária, porém, ela ainda está longe de ser democrática. A manutenção de preconceitos e estereótipos, a falta de voz de muitos em detrimento de poucos, entre outros, são elementos ainda muito fortes nos meios. As conversas sobre democratização da mídia, apesar de densas, ainda parecem ser incipientes.

Percebe-se que falta disponibilidade da mídia em dialogar, falta o pulso forte do governo em propor esses debates com os grandes empresários e, até mesmo, a fiscalização em relação às concessões e informações. Além disso, políticas públicas que envolvam a mídia são necessárias. Regular não é censura, como aponta Álvaro: “eu acredito que é necessário ter algum instituto que seja responsável pela vigilân-

“A SOCIEDADE BRASILEIRA PRECISA SER EDUCADA PARA CONSUMIR MÍDIA E NÃO A MÍDIA FORMAR A POPULAÇÃO PARA SER CONSUMIDA POR ELA”.

cia da postura ética. A sociedade brasileira precisa ser educada para consumir mídia e não a mídia formar a população para ser consumida por ela. A democratização da comunicação tem muito a ver com educação”. Enfim, o caminho ainda é longo, mas democratizar é preciso.


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QUEM SÃO OS DONOS DA MÍDIA? Segundo dados do site Donos da Mídia, o Brasil possui 9.477 veículos de comunicação e aproximadamente 271 políticos sócios. Atualmente, tem-se cinco grandes emissoras de televisão que detêm grande parte da mídia no país, o que inclui os rádios, jornais e revistas. REDE GLOBO: controlada pelas Organizações Globo, comandada pela família Marinho. É a maior rede de televisão do Brasil e conta com 35 afiliadas que comandam aproximadamente 340 veículos; SBT: é administrado pelo Sistema Brasileiro de Comunicações, comandado pela família Abravanel. Possui 37 afiliadas e 195 veículos; BAND: da família Saad, é controlada pela Rede Ban-

deirantes de Televisão. Possui 22 grupos afiliados e 166 veículos; RECORD: quem detém o poder é a Igreja Universal do Reino de Deus. Possui 30 grupos afiliados e 142 veículos; EBC: administrada pelo Governo Federal. Possui 12 grupos afiliados e 95 veículos.


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O WEBJORNALISMO E A LÓGICA DA REDE É IMPORTANTE PENSAR A LÓGICA DO JORNALISMO PARTICIPATIVO/ COLABORATIVO/CIDADÃO NO CONTEXTO DE REDE

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Profª. Drª. Marlene Branca Sólio Equipe de PP

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alar sobre jornalismo na contemporaneidade exige passar por alguns conceitos. O primeiro deles é webjornalismo (que não opomos a, mas pensamos diferente de jornalismo online, eletrônico, digital, cibernético, multimídia e eletrônico, em consonância com Canavillas).

O autor define: “Lo que entendemos por webperiodismo es el periodismo que utiliza herramientas de internert para investigar y producir contenidos periodísticos difundidos por la Web, y que tiene un linguaje propio compuesto por textos, sonidos, imagines y animaciones, conectados entre sí a través de enlaces.”¹ Outro ponto importante é a mobilidade, que vem atrelada ao conceito de ubiquidade. Já “tempo real” não deveria ser noção pensada como atributo do webjornalismo, na medida em que o rádio e a televisão já deram conta dela faz muito. O que o webjornalismo faz, e aí está o novo, é propiciar o encontro do fato/notícia/evento com o leitor/usuário/ internauta em qualquer lugar, a qualquer hora, mesmo com ambos em movimento. Como bem descreve Palácios, “no ecossistema midiático contemporâneo, terá tanto mais sucesso na apreensão do contexto aquele que, emulando o que ocorreu nos albores da nossa espécie no ambiente biológico, tornar-se onívoro, passando a virtualmente habitar todas as latitudes com igual poder de adaptação. Onívoros digitais: eis a marca da espécie dominante na atual ecologia dos mídias.”²


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utro conceito fundamental à reflexão é o de rede, que aqui, até pelo limite de espaço, pensamos “geminado” aos de colaboração/participação, que, por sua vez, remetem à discussão de como se apresenta/desenha, o(s) jornalismo(s) colaborativo, participativo, cidadão. Estamos em uma sociedade regida pelo capital. Isso traduz características como: crises econômicas cíclicas e estruturais (1890, 1930, 1970, 1980, 2000, 2008); supremacia do mercado; competitividade e concorrência acirrada; valorização da iniciativa privada; exploração do capital pelo trabalho e subvalorização do poder e papel do Estado.

“JÁ NÃO SE TRATA, COMO ENSINA A COMPLEXIDADE, DE DEFINIR QUEM CHEGOU PRIMEIRO, SE A REDE OU A WEB”

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or que sublinhar essas características? Porque elas serão responsáveis pelo macrodesenho social e imprimirão ao cenário, em cascata, essas mesmas características, muitas vezes de forma sutil, quase imperceptível. Mas, parafraseando Morin (2004)³, fins perversos podem acabar servindo a boas causas e boas causas podem levar a resultados sinistros. Nessa linha, se olharmos pela via do determinismo histórico, o jornalismo tem se caracterizado, até recentemente, como tradutor da verdade única, normalmente atrelada aos grandes grupos, representantes do que chamamos mainstream media. Era muito difícil fazer

11 fluir para o social a análise, a crítica, a multiplicidade, os muitos pontos de vista, a discussão, aquilo que Bakhtin chama de polifonia do discurso. Não se trata de afirmar que isso tudo não acontecia, mas de dar-se conta de que sempre havia “uma versão oficial”, uma verdade (irre)tocada, uma voz que falava mais alto e, portanto, ecoava.

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inda recorrendo a Morin, podemos lembrar que o homem transforma a sociedade que o transforma. Assim, o avanço da tecnologia, a era digital, a www, oportunizam (ou desnudam?) algo do social que “circulava por baixo”, e que tropeçava nos gargalos gerados por essa mesma tecnologia, inicialmente caudatária exclusivamente do poder econômico. É justamente nesse ponto que se institui a lógica da rede. Já não se trata, como ensina a complexidade, de definir quem chegou primeiro, se a rede ou a web. Trata-se, isso sim, de pensar que as tecnologias digitais deram a ver, ou deram espaço a uma lógica social outra que, por consequência irreversível, desnuda outra forma de jornalismo, abrigada em valores como afrouxamento da hierarquia; polifonia, participação, colaboração.

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omo diz bem Pablo Ortellado4 , “[...] mesmo hoje, quando algumas redes sociais já se mantêm ativas há anos, boa parte da literatura sobre redes permanece extremamente abstrata e tendo como único referente real as redes de comunicação, como a internet. Talvez, por causa disso, fosse necessário, antes de tudo, distinguir de maneira concreta as redes das organizações tradicionais”. E, mais adiante, completa: “[...] as redes permitem a convivência e o trabalho comum de grupos e indivíduos bastante diferentes, que não precisam sacrificar suas posições particulares para atuarem em conjunto. O que une aqueles que atuam na

rede são apenas objetivos bem determinados e princípios gerais que restringem numa medida razoável a participação para que se mantenha uma mínima orientação política. Assim, ao pensarmos em jornalismo colaborativo/participativo/cidadão é preciso abrir o foco, inserindo-o em novo contexto social que emerge: o de rede. Foto: Leonardo Borges

1. Webnoticia Propuesta de modelo periodístico para la www. Livros Labcom, 2008. 2. In: BARBOSA, Suzana; MILENICZUK, Luciana (Orgs.). Jornalismo e tecnologias móveis. Livros Labcom, 2013. 3. MORIN, Edgar. Em busca dos fundamentos perdidos. Porto Alegre: Sulina, 2002. 4. RYOKI, André; ORTELLADO, Pablo. Baderna: estamos vencendo! Resistência global no Brasil. Conrad Livros, 2004.


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COWORKING COMO UM MEIO-TERMO ENTRE O HOMEOFFICE E O ESCRITÓRIO CONVENCIONAL Renata Chies Hugo Araújo Leonardo Lucena


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m publicitário desenvolve a campanha do novo condomínio enquanto, na outra mesa, um arquiteto desenha os projetos dos novos apartamentos. Na sala ao lado, um advogado analisa o caso da semana e, na sua frente, um jornalista escreve a matéria do dia. Um fotógrafo está editando suas fotos no software desenvolvido por um programador, que deveria estar na mesa do canto, mas foi na recepção buscar um café. Parece estranho? Pois não é. Esse novo modelo de trabalho – o chamado coworking – é prático, eficiente e está se tornando mais comum a cada dia.

Coworking, traduzindo do inglês literal, significa “companhia em funcionamento”, mas nada mais é do que um novo modelo de trabalho, em que novas ideias, compartilhamento e colaboração entre diferentes profissionais são incentivados. O mesmo espaço físico dividido entre áreas distintas, economizando dinheiro e compartilhando conhecimento.

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termo foi criado no Estados Unidos, em 1999, pelo autor e idealizador de jogos Bernie De Koven. Em 2005, o programador Brad Neuberg usou a expressão para descrever um espaço físico, primeiramente chamado de “9 to 5 group”. Neuberg trabalhava em um apartamento com mais dois profissionais de tecnologia. Durante o dia, esse espaço abria suas portas para outras pessoas que precisavam de um lugar para trabalhar e buscavam um maior networking,

13 ou seja, uma maior rede de contatos para partilhar informações. Esse sistema foi uma solução para o isolamento do homeoffice: modelo de trabalho utilizado por profissionais autônomos e independentes, que possuem escritório em casa. O coworking surgiu, então, como um meio-termo entre o escritório convencional e o próprio homeoffice, não sendo tão formal quanto o primeiro e nem tão liberal e isolado quanto o segundo.

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xistem, atualmente, aproximadamente 2.500 espaços de coworking em 6 continentes. Dois deles estão em Caxias do Sul: o Coletivo Labs, na Estação Férrea, e o UpWorks, na Avenida Itália. “A ideia da Upworks Espaços Colaborativos surgiu

“[...] O PRINCIPAL MESMO É O ‘PODER TROCAR IDEIAS’, NÃO FICAR SOZINHO NO ‘MUNDINHO DA MINHA CASA’” em 2012 quando eu e meu sócio, Carlos Alberto Bertotto, percebemos que Caxias do Sul não possuía ambientes compartilhados para trabalhar. [...] Por isso, pensamos em criar um escritório compartilhado com ambiente muito agradável, infraestrutura diferenciada e que fosse referência como centro de negócios. Daí surgiu a Upworks, [...] que hoje é um conglomerado de boas ideias, empresas e empreendedores que compartilham muito mais que a estrutura física diferenciada que criamos: compartilham suas ideias, aspirações e

realizações. E assim, a cada dia, todos têm mais ideias e realizações aqui dentro!”, afirma Rafaella Saba Bertotto, criadora e fundadora da UpWorks. A UpWorks possui muitos coworkers. Entre eles, William Zimmermann, gerente de desenvolvimento de sistemas da Kriterium Web Travel, de Gramado. Ele afirma que “[...] embora seja um ambiente colaborativo, com outros profissionais e de outras empresas, um ambiente assim pouco distrai. Tenho toda a estrutura que preciso para realizar bem o meu trabalho”. Zimmermann ainda ressalta que “[...] o principal mesmo é o ‘poder trocar ideias’, não ficar sozinho no ‘mundinho da minha casa’”.

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utonomia, flexibilidade de horários e um local profissional adequado para atender clientes são apenas algumas das vantagens trazidas por esse novo sistema. Entre os benefícios financeiros está o compartilhamento da infraestrutura (auditório, salas de reunião, atelier, cozinha), dos equipamentos eletrônicos (impressora, scanner, televisão), da linha telefônica, da internet, da recepção e até mesmo das máquinas de café. Entretanto, todas essas vantagens estão longe de atingir o principal benefício que o coworking traz para quem o utiliza: a troca de ideias e experiências. Imagine você, independente da sua escolha profissional, em um ambiente onde diferentes áreas atuam como uma mesma empresa física, mas no qual cada profissional, no seu metro quadrado, possui uma nova empresa, um novo negócio, um novo cliente. O foco não está apenas no lucro, mas também na sociedade. Então, caso você seja publicitário e trabalhe ao lado de um advogado, na frente de um fotógrafo e tenha um programador como vizinho de sala, não se preocupe. Contudo, também não ache normal. O coworking está longe disso, mas as melhores ideias fogem do comum.


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TEMA DE MONOGRAFIA FAZ PROVOCAÇÕES SOBRE NOVOS OLHARES EM RELAÇÕES PÚBLICAS

Natalia Biazus Miguel Balbinot


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e tem algo em comum para todo estudante universitário, independente da área, é a monografia ou trabalho de conclusão de curso. E comigo não seria diferente, sou estudante de Relações Públicas e apresento aqui um breve relato da pesquisa que desenvolvi em minha monografia. Para iniciar a pesquisa, busquei aproximar o que aprendi sobre Relações Públicas durante a faculdade com conceitos e teorias contemporâneas da comunicação. Foi então que cheguei ao objeto de estudo da monografia “Comunicação-trama e interação complexa de sujeitos em Relações Públicas” que desenvolvi com orientação da Professora Doutora Maria Luiza Cardinale Baptista.

“A ÚNICA REGRA É QUE NÃO TEM REGRA. QUE NÃO TEM QUE SE ENGESSAR...SEM DIÁLOGO ISSO AQUI NÃO ANDA”

O referencial teórico do trabalho envolveu textos sobre comunicação-trama, subjetividade e complexidade na comunicação organizacional. Em termos metodológicos, trata-se de um estudo de caso combinado com pesquisa bibliográfica, e a parte de campo foi realizada com a empresa Coletivo Labs Coworking através das seguintes técnicas: diário de campo, observação participante, entrevista aberta. Por que o Coletivo Labs? Grande parte dos trabalhos de pesquisa precisa de um estudo de caso onde as teorias estudadas tenham conexão com a

15 realidade. Foi então que chegamos até o Coletivo Labs Coworking. A escolha do Labs para estudo deu-se pelo fato da empresa apresentar um modelo de negócio em que as discussões teóricas propostas no trabalho encontram um campo fértil para desenvolvimento. Em funcionamento em Caxias do Sul desde 2011, o Coletivo Labs trabalha em um modelo de gestão livre, não engessado, em que as transformações, tanto no plano físico quanto na tomada de decisões acontecem a partir da interação das pessoas que estão conectadas na rede de relacionamento do Coletivo. Atualmente, o Labs trabalha em quatro frentes de atuação. São elas: escritório coletivo, incubadora de empresas criativas, projetos coletivos, e cursos, oficinas e eventos. O coworking é um conceito que nasce da união de pessoas que trabalham independentes umas das outras dividindo o mesmo espaço físico de trabalho. A pesquisa de campo aconteceu com a utilização de diferentes ferramentas metodológicas: diário de campo, observação participante em reuniões e atividades e entrevista aberta com a sócia-proprietária Geraldine Moojen. Após a coleta de dados (6h30min de gravações) fez-se uma primeira exploração no conteúdo, que resultou na decupagem do material coletado. Com isso, chegou-se ao agrupamento de falas em categorias buscando a conexão com os objetivos de pesquisa. As falas expressas convergem tanto para o conceito da interação complexa de sujeitos, quanto para a relação amorosa. Evidenciam um modelo fluido de funcionamento, que se produz a partir do diálogo, do encontro e da demanda do outro. A complexidade, a aceitação da condição caótica e a interação complexa de sujeitos dentro da rede acaba sendo o campo fértil de produção do Coletivo Labs, expressos na fala de Geraldine: “a única regra é que não tem que ter regra. Que não tem que engessar. Tem que esperar a pessoa vir para poder modelar. Sem diálogo isso aqui não anda. ” Como resultado da pesquisa, pude observar que a transversalidade do conceito comunicação-trama

conectado com a subjetividade, amorosidade e complexidade, permite compreender a comunicação para além do sistema emissor/receptor. E para as Relações Públicas, a relação do conceito contribui para a formação de um profissional mais sensível, capaz de ampliar a visão dos públicos e enxergar também os sujeitos que estão compreendidos neles, ou seja, relativizar quem o é receptor. O estudo de caso permitiu a aproximação das discussões teóricas com a prática vivida no Coletivo Labs, apresentada por meio do recorte de falas. Além disso, comprova a existência de um cenário propício para organizações que possuem o seu fazer e a sua produção pautada pela aceitação de uma realidade complexa e caótica. E é nesse cenário que se encaixam as discussões de aproximação das teorias contemporâneas com a atividade de Relações Públicas como um campo de potência líquida. Dicas de Leitura Sobre subjetividade: artigo “Psicomunicação: a trama de subjetividades.” da Professora Maria Luiza Cardinale Baptista, disponível na internet. Sobre Comunicação-trama: livro “Comunicação: trama de desejos e espelhos. Os metalúrgicos, a televisão e a comunicação” escrito por Maria Luiza Cardinale Baptista, Editora ULBRA, 1996. Sobre complexidade na comunicação organizacional: livro “O diálogo possível: comunicação organizacional e paradigma da complexidade.” organizado por Cleusa Maria Andrade Scroferneker. EDIPUCRS, 2008. Conheça o Coletivo Labs: acesse facebook.com/ coletivolabs Faça uma visita: Rua Marechal Floriano, 1083. Bairro São Pelegrino, em Caxias do Sul.


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Estevan Daneluz Diego Bordignon

FINANCIAMENTOS COLETIVOS DIVERSOS AJUDAM PESSOAS E EMPRESAS A REALIZAREM SONHOS


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ocê e seus amigos reúnem-se para assistir ao jogo do seu time do coração. Antes do jogo começar, bate aquela fome e logo um de vocês disca o número da pizzaria do bairro. Enquanto aguardam a entrega da pizza, uma questão é levantada no grupo: quem vai pagar a conta? Logo surge a ideia da tradicional “vaquinha” e tudo está resolvido. Usar o diminutivo de um mamífero para denominar uma arrecadação de dinheiro, pode soar um tanto infantil, mas esta expressão virou sinônimo de assuntos de gente grande. Só que ao invés de vaquinha, passou a ser chamada de crowdfunding, que, traduzindo, significa financiamento coletivo, e tem se mostrado inovador na realização de projetos.

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crowdfunding é uma prática que envolve o esforço coletivo de diversas pessoas para angariar recursos para a realização de um projeto nas mais diversas áreas como, por exemplo, um projeto ambiental, cultural, social, campanhas políticas, ajuda humanitária, desenvolvimento de softwares, etc. Os portais de financiamento coletivo começaram a surgir no início do milênio nos Estados Unidos. O mais famoso deles, Kickstarter.com, foi criado em 2009 e a grande maioria de seus projetos é voltada à criação cultural e à inovação (referente ao desenvolvimentos de novos produtos e tecnologia). No Brasil, o primeiro portal de financiamento coletivo foi o Catarse.me, criado em 2011. O Catarse possui uma história de sucesso com projetos relacionados ao âmbito cultural e não por acaso, o projeto de financiamento do sétimo álbum da banda independente Dead Fish tornou-se o maior projeto de plataforma do portal (segundo dados do próprio Catarse). Este mesmo portal, Catarse, realizou a pesquisa “Retrato: financiamento coletivo no Brasil”, no período de 29 de agosto à 17 de setembro de 2013, a qual

17 constatou que a participação de cada região brasileira no financiamento coletivo é basicamente proporcional à distribuição populacional no Brasil. E as áreas de trabalho dos colaboradores que mais participam do financiamento coletivo são comunicação e jornalismo, seguidas de administração e negócios e web e tecnologia. A pesquisa reuniu dados como o perfil do colaborador, qual a ideia dos colaboradores sobre o que é financiamento coletivo, em quais setores o financiamento possui mais força e para quê os brasileiros estão usando o financiamento coletivo. Informações sobre como são os círculos de influência em uma campanha e como um projeto atinge diferentes camadas de pessoas, além da média de idade dos realizadores e os principais aspectos de uma campanha também foram levantadas.

“O FINANCIAMENTO COLETIVO É O MELHOR JEITO DE REALIZAR SEUS SONHOS”

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uando alguém tem um projeto - que faz uso do financiamento coletivo - basicamente existem três níveis de alcance. No primeiro nível, o projeto passa pelo crivo das pessoas próximas, como amigos e familiares. A adesão de pessoas nesse nível é crucial para que o projeto ganhe uma base forte. O segundo nível é o momento em que o projeto ganha notoriedade e passa a ser recomendado para outras pessoas, ou seja, passa a ser recomendado para os amigos de amigos. Este nível é importante, pois é o momento no qual o projeto transcende o nível mais pessoal e começa a ganhar força.

Já o terceiro nível acontece quando o projeto deslancha e ganha notoriedade pública. Para atingir este nível, o projeto deve conter uma série de atribuições como uma boa linguagem e exposição na mídia. Em um projeto de crowdfunding, a campanha é um fator importante para a sua concretização. Ela possui três etapas, que são o pré-projeto, onde são elaborados o planejamento de campanha, valor, a transparência e as recompensas aos colaboradores. Após, vem a etapa que se desenvolve durante a arrecadação, na qual são feitas a campanha, assim como a divulgação entre a rede de amigos e, por fim, a parte final da campanha, onde depois as arrecadações são feitas as entregas as recompensas e é realizada a execução do projeto. Feito isso, é passado o feedback aos apoiadores, com informações sobre todo o projeto. A maioria dos projetos envolve um processo chamado de recompensa, que visa atrair mais colaboradores para aderir ao financiamento e, consequentemente, ajudar na sua realização. Leandro Bortolon, técnico do laboratório de informática do CETEL/UCS, colabora com projetos de crowdfunding e conta que além de engajar-se em com projetos nos quais há uma recompensa, também colabora de forma espontânea. “Dependendo da recompensa, você ganha alguns benefícios, como em um projeto de financiamento de um CD, quando, ao contribuir, você tem acesso às músicas em primeira mão”, explica Leandro, e conta que não escolhe a recompensa onde ganha um CD autografado, afinal “não quer que nenhum músico fique igual ao The Tramp”, personagem de Charles Chaplin, que no filme Modern Times (1936), desenvolvia tiques nervosos devido aos movimentos repetitivos em uma linha de produção. Quando indagado sobre o motivo de colaborar com projetos de financiamento coletivo, Bortolon relata que participa pois “acredita que seja um princípio de iniciativa de economia solidária” e que “o financiamento coletivo é hoje o melhor método de realizar seus sonhos”.


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COMO FORMA DE SELECIONAR O CONTEÚDO RELEVANTE EM MEIO À ÂNSIA COMUNICACIONAL, OS PORTAIS COLABORATIVOS SÃO UMA OPÇÃO INTERESSANTE E FUNCIONAL PARA SE MANTER INFORMADO Carina Pedroso Leonardo Martins


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á alguns anos, a internet tem nos proporcionado as mais diversas experiências no que diz respeito à interação, comunicação e informação direta. Somos surpreendidos por um verdadeiro bombardeio de informações e, muitas vezes, é realmente difícil manter o foco e descobrir o que é conteúdo de qualidade e o que é, infelizmente, sensacionalismo puro e vazio. Foi pensando nisso que, atualmente, diversos portais de comunicação passaram a investir na colaboração e coletividade para criar uma nova forma de informar. São os portais colaborativos, focados na informação em sua essência, na troca de experiências

“...QUANDO ALGUÉM FAZ UMA BUSCA, DESEJA LER A INFORMAÇÃO DE UM ESPECIALISTA NO ASSUNTO OU MESMO QUE TENHA VIVÊNCIA NO ASSUNTO”

e descobertas, no comunicador que sabe o que fala e, mais do que isso, para quem fala. Esses canais são formados por profissionais graduados em outras áreas além da Comunicação e que, em sua maioria, fazem parte de colunas específicas do site para falar com total propriedade do assunto abordado ali. Segundo trecho do site Business 2 Community “(...) compartilhar informação através de um especialista torna o conteúdo do seu blog muito mais confiável. Quando alguém faz uma busca, deseja ler a informação de um especialista no assunto ou mesmo que tenha vivência no assunto”. Dentre os diversos portais colaborativos que a Internet possui, está o site Literatortura, voltado para o conteúdo que une informações do meio literário e, também, da literatura tanto clássica quanto a consi-

19 derada “comercial”, de maneira diferenciada. Gustavo Magnani, idealizador e administrador do site, afirma que a página, apesar do conteúdo literário, sempre aborda os conteúdos de maneira a aproximar seus leitores e jamais afastá-los com jargões ou considerações puramente acadêmicas. O portal trabalha com diversos subtemas, o que, sem dúvida, é uma vantagem até para os leitores mais exigentes: “trabalhamos com duas frentes: aquilo que comumente chama-se de ‘pauta quente’ e, por outro lado, a colaboração de estudantes de diversas áreas, que querem um espaço legal para escrever e um grupo que possa dialogar não só ‘em cima’ de questões intelectuais, mas que também, com o tempo, acaba gerando amizades absolutamente verdadeiras e fortes”. Os portais colaborativos podem ser a forma perfeita de encontrar e garantir um público fiel ao seu trabalho: “acho que as nossas principais conquistas são os leitores. Além disso, existe um reconhecimento que parte de figuras artísticas e intelectuais, como vários professores de universidades que nos seguem, como o compartilhamento de matérias por nomes importantes, como o cartunista Laerte etc.”, afirma Gustavo. Atualmente o Literatortura possui uma média de 70/100 mil pageviews/dia, números que só reforçam a credibilidade da página. Gustavo Magnani acredita ser importante sempre voltar atrás e admitir os erros, algo que não é feito por grandes jornais, ou feito de maneira muito discreta. Finaliza dizendo que a equipe do Literatortura julga realmente importante a informação que chega aos leitores: “(...) por isso, muitas vezes, nosso trabalho é de desmistificar o que foi dito nos grandes conglomerados de notícias”.

Criatividade + Portfólio é o “pulo do gato” para quem quer aprimorar suas habilidades e sair da média.

Você pode conferir outros portais colaborativos abaixo: Nômades Digitais: www.nomadesdigitais.com/comece-por-aqui Catraca Livre: www.catracalivre.com.br/geral/editoria/o-catraca

/criatividade.portfolio

Hypeness: www.hypeness.com.br/sobre

criatividade.portfolio@gmail.com 54 3218 2611 ucs.br


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Diúlit Oldoni Rudinei Picinini

MUSEU ONLINE CONTA A VIDA DE QUALQUER PESSOA


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m filas de espera e demais lugares onde desconhecidos passam algum tempo juntos, há sempre alguém disposto a ‘puxar’ assunto com você. O diálogo começa com observações sobre o tempo e fatos corriqueiros. Os minutos passam, e logo esta pessoa já adquiriu confiança suficiente para se abrir sobre sua vida e tudo o que há de profundo nela. Sem receios. Apenas a inocência de mais um ser entre tantos que, assim como todos os outros, traz consigo uma coleção de histórias e a vontade de contá-las. Tudo isso porque cada indivíduo é diferente e especial, e merece ser ouvido. Entretanto, sabe-se que a honra de ter a própria história contada e valorizada publicamente é para

“UMA HISTÓRIA PODE MUDAR SEU JEITO DE VER O MUNDO” poucos. É como se a importância de uma história se restringisse àqueles com algum tipo de visibilidade nacional ou mundial e, aos demais, restasse apenas o prazer de desfrutá-las. Para quebrar esta “regra”, na qual apenas artistas e demais personalidades sob os holofotes têm a chance mostrar-se ao mundo, foi criado o Museu da Pessoa. “Uma história pode mudar seu jeito de ver o mundo”, este é o seu slogan. O Museu se autointitula como um ativista da democratização da memória social. A Instituição é online e colaborativa, fundada em 1991, em São Paulo. Ela se mantém por meio de Leis de Incentivo à Cultura e auxílio direto das empresas interessadas. No Museu, qualquer pessoa pode contar sua história de vida, seja ela quem for. De acordo com Andréia

21 Costa de Souza, do departamento de Comunicação do Museu, a única exigência aos participantes é que eles escrevam uma história. Em casos de gêneros textuais que não se enquadram à regra, ou de histórias incompletas, o Museu entra em contato com o autor para ajudá-lo a construir sua obra. Além de textos, as pessoas também podem dar depoimentos em forma de vídeo.

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ma das histórias publicadas no Museu leva o título “Você não é ninguém se não tem uma história para contar”. E o Museu colaborativo mostra que todos têm. A contação de histórias é, desde os primórdios, a forma de comunicação mais atraente. O espaço colaborativo não permite apenas que as pessoas possam ter um registro de suas vidas que vai além da tradição oral, mas também que elas se sintam especiais. O processo de contar uma história e ser ouvido – ou lido! - por vezes é inibido pela cultura da fama, comentada antes. É justamente esse o ponto em que a Instituição se mostra especial e inovadora. Os museus são, por definição, um meio de registrar ‘para sempre’ histórias importantes, e o que é mais importante que a valorização das pessoas? Contar uma história para o Museu da Pessoa é benéfico não apenas para o escritor, mas também para o leitor, que tem a oportunidade de se deparar com um relato que pode acrescentar algo à sua vida, assim como acontece nos livros. As palavras têm poder, e escrever um texto e externar as coisas boas que carregamos conosco, independente de quem somos, torna o mundo mais aberto e plural.

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*O Museu da Pessoa está disponível pelo endereço: www.museudapessoa.net

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O FEEDBACK COMO FÓRMULA PARA APERFEIÇOAR RESULTADOS Kétlin Varela Equipe de PP


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ocê acha um blog que trata de assuntos importantes, que tem um conteúdo diferenciado. Entre tantos conteúdos interessantes, encontra um texto com o qual não concorda. Descendo a página, é possível perceber um box de sugestões e críticas, espaço reservado a comentários, o contato do autor... Outras situações como esta são comuns também fora da web: caixinhas de sugestões, pesquisas de satisfação, cartas do leitor nos jornais, a famosa pergunta “O que você acha?” após uma conversa ou aula. As pessoas que realizam projetos estão cada vez mais interessadas em saber a opinião de seus públicos, e todos nós somos responsáveis por ajudá-las nisso. Dar feedback é uma ação importante para todas as áreas e na comunicação não é diferente. Mais que uma resposta, gerar feedback é literalmente realimentar a fonte de onde você tira informação, afinal, o resultado das interpretações de um determinado público faz com que o trabalho se desenvolva a partir de novos olhares. Estudar os comentários e opiniões é, atualmente, uma das maneiras mais eficazes para que o emissor possa medir a reação do receptor, que quando contribui, soma com essas ideias. Porém, é necessário lembrar que antes de conseguir se aperfeiçoar a partir dessas avaliações é preciso enfrentar algumas barreiras.

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requentemente, o ato de opinar é associado às críticas que, de modo cultural, não são bem recebidas. Ainda há um déficit muito grande em saber aproveitar o que é construtivo e não deixar que o feedback se torne um recurso desperdiçado por não se saber lidar com diferentes reações. A compreensão de que o público-alvo de um trabalho pode enxergá-lo com novas possibilidades é fundamental para o crescimento e aperfeiçoamento do mesmo, que acaba atendendo melhor às expectativas com essa forma de colaboração. Mas nem sempre é fácil conseguir engajamento por parte de leitores, espectadores ou pessoas em geral. Incitar a vontade de contribuir ou simplesmente avaliar

INCITAR A VONTADE DE CONTRIBUIR OU SIMPLESMENTE AVALIAR SEUS PROJETOS PODE SER UM TRABALHO ÁRDUO E DIFÍCIL, VISTO QUE AS PESSOAS ESTÃO ACOSTUMADAS APENAS A VISUALIZAR E ABSORVER

seus projetos pode ser um trabalho árduo e difícil, visto que as pessoas estão acostumadas apenas em visualizar e absorver. A ideia de troca de informações acerca de um material é ainda pouco utilizada pela maioria das pessoas, mesmo com a facilidade da internet e das novas tecnologias digitais. É provável que você mes-

mo se encontre em situações nas quais não tem um comentário totalmente positivo sobre alguma coisa e o acabe escondendo por medo ou vergonha de não ser bem compreendido. Esse é um dos males mais comuns que impedem o feedback ou que ele acabe sendo usado para continuar ou melhorar muito do que vemos por aí.

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ara que o feedback possa ser utilizado de maneira efetiva, às vezes é necessário destrinchar entre muitas generalizações e julgamentos e procurar argumentos mais específicos, através dos quais é possível realmente desenvolver melhorias em seu trabalho. Comentários diretos, bem intencionados, sugestivos e embasados podem fazer com que erros e acertos sejam repensados, alcançando os propósitos e verificando o alcance deles. Questionar seu público diretamente pode ser uma boa maneira de conseguir o tão desejado retorno, além, é claro, de priorizar a comunicação direta e simples com ele. É muito mais fácil responder a um post conciso que motive a contribuir e expressar o que você acha do que ficar frustrado em meio a rodeios, sem conseguir compreender o que você leu ou ouviu. A interação com o outro é a chave principal para despertar a vontade de participar. Por isso, também é muito importante dar retorno aos contatos que se obtém. A comunicação, em sua essência, só acontece quando conseguimos interagir e gerar reações sobre aquilo que transmitimos. Sendo assim, o feedback é não apenas a fórmula para alcançar objetivos e resultados através da colaboração de quem acompanha suas produções, mas sim, o caminho para a comunicação por excelência, que exige troca entre culturas, informações, fatos e dados, tão cruciais para o desenvolvimento das relações humanas.


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