Textando Maio 2018

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Textando

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo/UCS edição 02 - maio 2018/2

Semana de museus busca hiperconexão entre escolas e espaços de memória Crédito: Caroline Santi Pegoraro

Museu dos Capuchinos (Muscapi) é integrante da programação local da 16ª Semana Nacional dos Museus

9º Clic explora tema Registre “Una Bela Giornada”

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Feira do Vinho ocorre de 08 a 10 de junho

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“Técnica e Expressão” reúne obras de grandes pintores brasileiros Página 3

Uma semana de história e cultura

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Certezas duvidosas Maio. O conhecido “mês das mães”. Mês das mães em busca de escola para os filhos, em busca de igualdade salarial, em busca de emprego e de respeito. Em tempos de dúvidas e contestações, incertezas políticas e turbilhão econômico, quando questões como o aborto são tratadas por homens. Um difícil mês de maio. E para somar com tanto retrocesso e certezas duvidosas, a arte tem sido tratada como obscenidade e a prisão de um ex-presidente, até o momento sem provas efetivas, tem significado, para alguns, a confiança do fim da corrupção. A convocação da Seleção Brasileira é comemorada com entusiasmo e o sonho do hexacampeonato reacende. O brasileiro é isso. Sonha alto, esquece os problemas fugindo da realidade, culpa o ponta direita pelo fracasso do time – ou melhor dizendo, o ponta esquerda, já que está na moda culpar a esquerda–, se veste de verde e amarelo para mostrar que é patriótico e faz parte das “famílias de bem”. Enquanto isso, educação e cultura são deixadas de lado, não são preocupação de governantes, ou de nossos representan­ tes no legislativo. Educação de qualidade para quê, se o melhor é não educar. Cultura serve para que, exatamente? “Só faz essa gente toda pensar, algo totalmente desnecessário”, julgam aqueles que governam o País. Mas pensar é algo bom, desde que pensem que está tudo bem. Pensar que as coisas não são exatamente como nos mostram, como nos servem, isso é péssimo. A arte, a cultura e a educação de qualidade em geral servem para isso: Fazer com que a sociedade reflita, pense, questione. É com essa ideia que chega às suas mãos o Textando, entregando informação, cultura e educação, provocando o leitor a pensar e refletir.

Textando Evaldo Antônio Kuyava Reitor Maria Carolina da Rosa Gulo Diretora Área de Conhecimento

Marcell bochese Coordenador do Curso de Jornalismo Marlene Branca Sólio Professora

9º Clic explora tema Registre “Una Bela Giornada” Juli Hoff

Concurso Fotográfico Turístico recebeu mais de 100 trabalhos

Foto Máquina de Vinho, de Marcos Mazzochin

Desenvolvido para revelar situações que envolvam o patrimônio, o cotidiano e a tradição de Caxias do Sul, o Concurso Fotográfico Turístico comemorou sua nona edição. Com o tema Registre “Una Bela Giornada”, 117 fotografias concorreram em cinco categorias: Gastronomia, Diversão, Negócio, Passado e Futuro e a categoria especial Facebook. O concurso promove o regis­tro histórico da cidade e valoriza o interes­se do cidadão pela fotografia. Marcos Mazzo­ chin, estudante de Publicidade e Propaganda na UCS, teve a obra “Máquina de Vinho” (foto) homenageada em segun­ do lugar, na categoria Negócio. “Fiz a foto pouco antes da divulgação do concurso, sem saber. Quando abriram as inscrições, achei que a imagem fechava com a proposta do concurso fotográfico”, afirma Marcos. O 9º Clic recebeu fotos com diferentes olhares, retratando paisagens caxienses e a tradição que acompanha este cenário.

Cinco jurados com experiência em fotografia, cultura, patrimônio histórico e turismo julgaram os trabalhos. Os critérios consideraram qualidade técnica, sensibilidade estética, coerência com a temática, criatividade e composição. A respeito das oportunidades que o concurso proporciona, Marcos ressalta: “Esses concursos são muito importantes. Inclusive, deveriam existir mais, pois são incentivo aos fotógrafos amadores e profissionais. Além disso, destacam a área fotográfica na cidade, facilitando seu crescimento e fazendo com que seja respeitada, tanto pelo formato artístico quanto pelo profissional”. Os vencedores, além do reconhecimento por premiação, tiveram oportunidade de ver suas obras expostas no evento que promoveu a escolha da rainha da Festa da Uva, dia 19 de maio. É possível conferir as fotografias inscritas no Concurso Fotográfico Turístico 2018, em https://clicturismo.caxias.rs.gov.br/.

Feira do Vinho ocorre de 08 a 10 de junho

Caroline Santi Pegoraro Juli Hoff Maurício Carvalho Milton Gonçalves Alunos

Juli Hoff

A expectativa é receber 20 mil pessoas no evento em Caxias

Universidade de Caxias do Sul - UCS Campus-Sede: Rua Francisco Getúlio Vargas, 1130 CEP 95070-560 - Caxias do Sul Fone: +55 54 3218-2100 CEP 95060 - 570 www.ucs.br

Crédito: Luiz Schmitz

A região, conhecida internacionalmente pela tradição agroindustrial de uvas, transforma os habitantes em apreciadores de seus produtos. Seja para degustar geléias, tomar um bom vinho, suco ou mesmo saborear a uva in natura, o caxiense está disponível. Como bom degustador, não se pode esquecer a comemoração de uma das bebidas mais queridas da Serra gaúcha: o vinho. Oficialmente celebrada no primeiro domingo de junho, a data fixada por lei em 2003 é uma conquista para o enoturismo — atividade que preza o envolvimento do visitante na cultura e nos detalhes do vinho, destacando sabores, aromas e locais de produção da bebida. Neste ano, a Feira do Vinho de Caxias do Sul ocorre de 08 a 10 de junho, na Praça Dante Alighieri, com participação de nove empreendimentos da Rede de Vinícolas de Caxias do Sul (Revinsul). A data será comemorada

estrategicamente no segundo final de semana do mês, com expectativa de que nesse período a circulação de público seja maior, totalizando cerca de 20 mil visitantes. O principal objetivo é agregar valor ao produto local, oferecendo qualidade à comunidade. “Estamos com boa expectativa de crescimento da Feira do Vinho. Nossa ideia é que os visitantes tenham acesso a produtos diferenciados, desenvolvidos na região. Esperamos que, aos poucos, a comemoração se torne cultural na cidade e possa atingir proporção de Festival”, afirma Renata Carraro, titular da Secretaria Municipal do Turismo. No ano anterior, cerca de 15 mil pessoas circularam pelo evento. Nove empreendedores participaram e tiveram suas vendas movimentadas, totalizando a comercialização de 15.380 litros de bebidas à base da uva. A expectativa é de que os números cresçam, reafirmando a importância do produto regional. TEXTANDO 2

Maurício, Caroline, Juli, e Milton


“Técnica e Expressão” abre série de exposições com obras de grandes pintores brasileiros Caroline Santi Pegoraro

Quadros pertencem ao acervo particular da família Martins, de Caxias do Sul A mostra “Técnica e Expressão”, que pode ser conferida na Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim até o dia 02 de junho, é a primeira de uma série composta por cinco exposições que darão aos caxienses oportunidade de conhecer e apreciar obras de consagrados pintores brasileiros dos séculos 19, 20 e 21. A ideia­do projeto é que as mostras ocorram até 2022, data do centenário da Semana de Arte Moderna. As obras que compõem o conjunto de exposições pertencem ao acervo pessoal dos colecionadores Hieldis e José Antonio Fernandes Martins. A pinacoteca conta com quadros de pintores como Djanira, Di Cavalcanti e Iberê Camargo, além de artistas locais. A proposta de transformar as obras do acervo pessoal em uma série de exposições foi do amigo do casal jornalista Ademar Sebben­, curador das mostras. Algumas das obras já estiveram em exposições organizadas por museus, instituições e Bienais nacionais, mas nunca na proporção que toma a exposição agora. “Eu tenho pena de ter o acervo nas quatro­paredes de casa, sem ser muito visitado. Quero que as pessoas tenham acesso. Ainda que seja um pouco melan­ cólico ter as parede sem as obras por um mês, fico feliz que estejam expostas para

que as pessoas possam conhecer e apreciar”, afirma a colecionadora Hieldis. Iberê Camargo (1914-1994), Ado Malagoli (1906-1994) e Pedro Wein­ gärtner (1853-1929) são os artistas aos quais pertencem as obras que compõem a primeira exposição da sequência. “Técnica e Expressão” está montada e reúne 21 obras, em óleo, produzidas em diferen­tes momentos dos séculos 19 e 20. “Técnica e expressão é o que existe em comum entre esses três artistas. Todos são reconhecidos pela crítica como mestres em técnica, e tudo de bom em expressão. Então, isso os uniu e resultou nessa exposição: três artistas que vive­ ram e produziram no Rio Grande do Sul, mas que são internacionais”, destaca o curador da mostra, Ademar Sebben. Os trabalhos dos três respeitados pintores gaúchos podem ser conferidos de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, aos sábados, das 10h às 18h, e aos domingos das 14h às 18h, na Galeria de Arte Gerd Bornheim, na Casa da Cultura. “Em primeiro lugar, temos que agradecer à família Martins, que tem um dos maiores acervos do Brasil, por estar disponibilizando as obras para expor na Galeria. Essa primeira exposição conta com esses três grandes mestres da pintu-

Crédito: Juli Hoff

José Antonio e Hieldis Fernandes Martins na abertura da exposição

ra figurativa no País, e é muito raro ter umconjunto com esse número de obra de cada artista (6seis de Iberê, oito de Malagoli e quatro de Weingärtner). Esses trabalhos repre­sentam um dos pontos altos da criação artística no Rio Grande do Sul”, pontua o diretor da Galeria de

Arte Gerd Bornheim, Gilmar Marcílio. As visitas são monitoradas e as pessoas terão suporte ao conferir a mostra. “A ideia é que todos façam um recorte em suas rotinas corridas e que possam se encantar com as obras”, completa Marcílio.

Uma semana de história e cultura Milton Gonçalves

De 14 a 20 de maio, ocorre a 16ª Semana Nacional de Museus, em que museus de todo o País oferecem ao público atividades especiais, como visitas mediadas, palestras, oficinas, exibição de filmes e muito mais Durante a Semana, a média de visitas aos museus sobe aproximadamente 80% em todo o País. Se, em âmbito nacional, mais de mil museus participam do evento, em Caxias­do Sul já estão confirmadas as presenças do Museu Municipal de Caxias do Sul, Museu da Força Expedicionária Brasileira na 2ª Guerra Mundial, Museu Ambiência Casa de Pedra, Monumento Nacional ao Imigrante, Museu da Uva e do Vinho Primo Slomp, Instituto Memória Histórica e Cultural da UCS, Instituto Bruno Segalla, Instituto Hér­cules Galló, Museu dos Capuchinhos, Memorial Gazola (Museu da Metalurgia de Caxias do Sul) e o Centro de Memória – Câmara Municipal de Caxias do Sul. O documentarista Eduardo Reis, res­ ponsável pelo Centro de Memória da Câmara, destaca o ineditismo dessa edição. “Pela primeira vez, todas as ins­ tituições de memória do município estarão participando de forma ativa nesse projeto, que busca uma hiperconexão, entre instituições de ensino e centros de memória”, diz. Com relação ao Centro de Memória da Câmara, Eduardo fala

com entusiasmo: “Desconheço outro local que disponha de tamanho volume de memória digital. Talvez não seja o único, mas arrisco dizer que é o maior acervo administrado pelo Legislativo dentro de um município. Temos projetos de leis com mais de 60 anos.” Criado em 2002, em convênio entre Câmara e Prefeitura, o Centro de Memória atende na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul e reúne mais de 1 milhão de páginas de documentos digitalizados do Arquivo Histórico Municipal e do Arquivo Histórico da Câmara. “Caxias do Sul: Lugares de memória e conexões possíveis”– esse é o tema do projeto deste ano, adotado para a Semana Nacional de Museus. Escolas das redes pública e privada do Ensino Médio e do 4o ao 9o ano do Ensino Fundamental foram convidadas a construir um espaço de memória da e na escola, a partir de assessoria especializada de diferen­ tes instituições museais do município e com orientação de um professor. “A idéia era lançar um projeto local único, em que todos os centros de memória, institutos e museus municipais tivessem

o mesmo foco, extrapolando os limites de seus muros e chegando até a comunidade. Foi um projeto construído por muitas mãos”, conta a coordenadora de difusão cultural da divisão de museus do município, Claudete Taiarol Travi. O sucesso é visível quando traduzido em números: 20 escolas da cidade, 52 turmas e mais de 1700 alunos aderiram, promovendo momentos de aproximação com os espaços museológicos envolvidos, realizando oficinas sobre memória e patrimônio, formas de selecionar, higienizar, catalogar e conservar acervos, bem como organizar a exposição dos mesmos. “O objetivo era mostrar nosso trabalho ao maior número possível de escolas e fazê-las perceberem que os espaços museológicos não são lugares desconectados da realidade, que não são lugares de coisas velhas”, explica Caludete Travi. O encerramento da Semana Nacional de Museus ocorreu com um encontro, no dia 18 de maio, às 19 horas, na Biblio­ teca Parque, na antiga Estação Férrea de Caxias do Sul.

Arte: Divulgação

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O importante é divertir-se e sorrir

Maurício Carvalho

Mesmo com as deficiências que a vida lhes deu, atletas paralímpicos deram exemplo de superação Crédito: Maurício Carvalho.

Corredores com deficiência intelectal na prova de 200 metros livre, que contou com três atletas, todos representando equipes de Porto Alegre

Os jogos abertos paralímpicos de atletismo de Caxias do Sul ocorreram no dia 05 de maio, na pista de atletismo do SESI. O evento contou com a presença de diversas equipes e entidades de auxílio­a pessoas com deficiência. Diversas provas foram realizadas no local, preparado pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, SMEL, de Caxias do Sul. Os jogos realizam-se anualmente e, nessa edição, cerca de 80 atletas estavam ins­critos. Aproximadamente, 70 competidores participaram­ das provas de campo e de pista, classificadas em T track, e F field, (respectivamente pista e campo, em inglês). Além das classificações T e F, os atletas são identificados por números, de acordo com o tipo e grau de deficiência. As categorias de números 11 a 13 são reservadas a deficientes visuais, a 20 a atletas com deficiência intelectual,­e as de 32 a 38 a portadores de para­lisia cerebral (sendo 32 a 34 a atletas cadeirantes e 35 a 38 a atletas ambulantes), 40 a 46 a amputados e les autres (outros, em francês), e 51 a 58 a amputados e paraplégicos que correm em cadeira de rodas. Na edição deste ano, os competidores realizaram quatro tipos de provas – em que todas as categorias competem juntas, mas são avaliadas separadamente –, em função da falta de atletas portadores de deficiência comum. As provas realizadas foram as de corrida – 100, 200, 400, 800 e 1500 m e as de campo – lançamento de dardo e disco, arremesso de peso e salto em distância. Todas as etapas

contavam com, no mínimo, três árbitros experien­tes para a avaliação, e os atletas tinham tempo para treinarem antes de iniciar. Apesar da etapa ser municipal, os jogos contaram com equipes da região metropolitana do estado. Ao todo, sete times participaram: três de Caxias, um de Portão, dois de Porto Alegre e de Canoas. Atletismo para Todos, Instituto de AudioVisão (INAV) e a UCS representaram a cidade; já a APAE-Portão representou Portão, a Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs) e Esporte Mais representaram Porto Alegre e o Colégio La Salle representou a cidade de Canoas. Não houve uma vencedora dentre as equipes, pois esse não era o objetivo principal dos times. Os atletas não estavam ali somente para competir, mas também para interagir. A intera­ção e integração dos competidores superou tudo. Viam-se os sorrisos dos atletas em todas as competições. Via-se o olhar de ansiedade e de felicidade ao competir e saber que fizeram aquilo por amor. Na premiação, alguns mostra­ram-se tímidos aos olhares, mas outros festejaram e sorriam com a medalha no peito, sem intimidarem-­se com as fotografias ou com a plateia. Queriam, mais do que tudo, festejar com seus amigos

e mostrar suas medalhas, orgulhosos e felizes. Graças ao empenho da SMEL, tudo transcorreu tranquilamente e a seu tempo. Mesmo com pouco incentivo, a vontade da secre­taria em realizar e preparar um grande evento para os atletas superou tudo. Via-se, também, no olhar dos atletas que eles não estavam ali por brincadeira; sabiam

que pertenciam àquele lugar, onde todos eram tratados igualmente; todos eram uma grande família. Um mesmo destino os havia­reunido, talvez para mostrarem ao mundo que nada pode impedir seus sonhos e desejos. E que a vida não para quando alguma deficiência entra no caminho.

Atletism O Atletis mo para o para t Todos, q represe odos ue ntou Ca xias nos abertos p a r de outr jog , tinha a as duas tletas em os provas a Parag competi todas as e etapas ir ções: b s , etapa es . De aco técnico P orto Ale tadual, rdo com Ricardo em g r e, e a P o Marcelo bosa, o etapa na araesc­ o Bar­ projeto la c io r , nal. A e existe h e atende nas qua quipe se á um an rtas-feir cerca de r e úne o as na ac 16 alun algum ti do técn ademia os com po de d ico Rica eficiênc rdo e ao intelectu no cam ia física s sábad po Mun al ou de , os ic visão. B ipal ced garante P r e f e it arbosa ido pela ura. O in que nes te um a centivo tência a o projeto no de e de levar equipe para fre x is ­ já particip nte parte etapas m cardo, q ou de unicipa u de Ri­ e oferec is, e apoio taduais ro por m e nacion regionais, es­ fi nancei­ eio da p ais – qu rópria a os estad Nos jog e abriga cademia os do S o s a b m ertos pa . ul, Rio e Espírit deste an ralímpic de Jane o Santo o, o Atle ir o s o . E t is Atletism m 2018 competi mo para ,o o para T u mais Todos odos irá nas pro c a m vas de po e de partici­ pista.


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