NĂşmero 20 / Agosto 2010 A Revista de Poker do Brasil!
Voando
baixo
Saiba quais foram os projetos que fizeram o Full Tilt acelerar e se tornar uma das maiores marcas de poker no Brasil e no mundo
WSOP
Tower em Mendoza
SnG Flop
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André AkkAri
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Editorial EDITORA
Uma Publicação da
Editora Flop Ltda. Av. Angélica, 2.582 cj. 11 01228-200 – São Paulo, SP (11) 3237-3210 www.revistaflop.com.br /revistaflop flop@revistaflop.com.br
Editor-chefe Juliano Maesano Editor de Jornalismo Amúlio Murta
É
com muita satisfação que eu altero o editorial desta edição, para fazer menção à grande conquista de Christian Kruel na etapa do BSOP do Rio de Janeiro. Essa vitória é tão dura como a de qualquer outro vencedor do campeonato mais importante do Brasil, mas traz junto um peso histórico e emocional, aliado a um sentimento de conquista coletiva. Com a vitória de CK, todos os que lutam pelo poker se sentiram vencedores. E veio em boa hora, principalmente porque o tema central desta edição é o crescimento de um dos maiores players do mercado: o Full Tilt Poker. O site cresceu e investiu muito em todo o mundo, mas em especial com mais ênfase no Brasil, neste último ano. E vem colhendo resultados. É graças a empresas como esta, assim como aos seus concorrentes, de maior ou menor peso, que o poker evolui e caminha para o reconhecimento e aceitação da sociedade. Sem os sites de poker, dificilmente teríamos programas de TV, sites de notícias, revistas e circuitos regionais. Eles são o combustível do nosso motor, investindo em todo o tipo de iniciativas que nós decidimos “inventar”. Na próxima edição traremos a cobertura completa do BSOP Rio de Janeiro e da conquista de Kruel, com depoimentos de muita gente importante que acompanhou tudo ao vivo através da espetacular cobertura do MeBeliska.com. Até lá!
Juliano Maesano
Editor-chefe
maesano@revistaflop.com.br
/jmaesano
/MVRTA
Arte e Editorial Thiago Frotscher Revisão Top Texto (www.toptexto.com.br) Tratamento de imagens Premedia Crop Imagem da Capa Foto: Divulgação/Virgin Racing • Montagem: Thiago Frotscher Colaboradores Alexandre Ferreira, André Akkari, Christian Kruel, Daniel Cantera, Devanir Campos, Felipe Ramos, Hércules Lutkus, Igor Trafane, James Freeman, Leo Bello, Marcos Sketch, Phil Gordon e Will Arruda. Impressão Intergraf Ind. Gráfica Ltda. Publicidade Regina Capasso comercial@revistaflop.com.br (11) 3237-3210 / 7869-5800 Las Vegas Representation Office Mario Guardado marioguardado@hotmail.com +1 (702) 672-3144 Assinatura Pelo site: www.revistaflop.com.br Ou envie pedido para: assinatura @revistaflop.com.br Revista Flop é uma publicação bimestral. Tiragem: 30.000 exemplares. A Revista Flop não se responsabiliza por opiniões e conceitos emitidos em artigos e colunas assinadas. Por uma decisão editorial, algumas palavras são mantidas com sua grafia em idioma original. É vedada a reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo sem autorização expressa.
Sumário
Edição 20 – Agosto 2010
34 | A Família Tower La Bela Mendoza 38 | Full Tilt Poker O Sucesso de uma Grande Marca 44 | Stack Series A Maior Série do Brasil 66 | LAPT Lima A Etapa Histórica 70 | Caderno PokerStars Americas Cup of Poker
World Series of Poker O desempenho do Brasil na WSOP
Seções
Colunas
10 | agosto
72
80 | Amambay 50K A Força do Poker no Paraguai 84 | SuperPoker Training Treinamento com os Prós
12 | Cartas
49 | Caderno Full Tilt
100 | Social
14 | Shuffle-Up
60 | Sit-and-Go Flop
108 | Iniciantes
32 | Poker Style
85 | BSOP e CPH
110 | Humor e Home Game
20 | Igor Federal Os Brasucas em Las vegas 22 | André Akkari O Resumo da WSOP
28 | Leo Bello A Importância da Observação 30 | Full Tilt Poker Cuidado Com as Mãos
92 | ADTP Tomando Medidas Drásticas 94 | Tower Torneos Porto de Galinhas Tower Fest
24 | Felipe Mojave Foldando QQ pré-flop na WSOP
88 | SNG TeamPro Entenda o Fold Equity
96 | MeBeliska As Aventuras da Turma
26 | Marcos Sketch Meus A-ha-Moments
90 | Christian Kruel Alguns conceitos básicos
98 | SportingBet Como começou o Paradise
Cartas
Envie suas sugestões, informações e opiniões para cartas@revistaflop.com.br
a cor das fichas
Caros amigos, existe algum padrão para as cores das fichas em um torneio? Confesso que fico perdido ao assistir um torneio que não tenha um chip count e, pelo que vejo, isso acontece com muita gente. Osmar Köech, SãoPaulo, SP Existe uma espécie de padrão, mas muitos eventos e cassinos acabam alterando um pouco, conforme suas vontades. Até porque a diferença entre as cores nas fichas também representa uma questão de segurança, justamente para não serem facilmente misturadas com fichas de outros eventos e cassinos. Preparamos uma tabela com as cores mais utilizadas em torneios e cash games, que podem servir como guia na montagem de seu fichário:
$1 Branca ou Azul
$5 Vermelha
$25 Verde
$100 Preta
$500
Rosa ou Roxa
$1000
Amarela
$5K
Laranja ou Marrom
$25K
Vermelha ou Verde Escura
$100K
Cinza
Mas lembre-se que este não é um padrão 100% seguido.
internacional
Juliano, qual o torneio internacional mais popular? Débora Chaves, Fortaleza, CE Bem, Débora, não só entre os brasileiros, mas para grande parte dos jogadores de poker, a série mais popular é, indiscutivelmente, a WSOP (World Series of Poker), que acontece uma vez por ano e consiste em cerca de 50 eventos durante dois meses, culminando com o main event – com inscrição de US$ 10 mil. Além dela, os brasileiros já estão participando com maior frequência dos EPT (European Poker Tour) e LAPT (Latin American Poker Tour), tanto pela alta qualidade destes eventos quanto pela ampla divulgação realizada pelo PokerStars, que os organiza. Aumentou bastante a participação dos brasileiros em algumas etapas do WPT (World Poker Tour), também, uma das séries mais importantes do poker mundial. E não é preciso ir tão longe assim para se jogar bons torneios, já que alguns países latino-americanos possuem cassinos. Em Punta del Leste, no Uruguai, o Conrad Hotel e Casino possui um torneio no final do ano com US$ 1milhão garantido.
12 | agosto
Distribuição
Oi, amigos da Flop. Sinceramente, eu gosto bastante da revista, já assinei mais de uma vez para receber em casa, mas confesso que não é toda edição que recebo. Ultimamente, estou baixando os PDFs dela e queria saber porque não consigo mais recebê-la em casa? Eduardo Garcia, Rio de Janeiro, RJ Bem, Eduardo, essa questão é o nosso principal “calcanhar de aquiles”. A distribuição da Flop é feita por uma empresa terceirizada, ou seja, em toda edição é organizada e atualizada a nossa lista de assinantes e repassada para a empresa contratada. E ela é que se encarrega de levar os exemplares até as casas dos assinantes. Entre as 20 edições publicadas, trocamos de distribuidora algumas vezes, justamente porque esse tipo de serviço não é tão fácil de se fazer e de encontrar – imagine o quão trabalhoso é a logística para distribuir cerca de 30 mil revistas em todo o Brasil. Tudo isso está sendo levado em consideração para resolvermos esse problema o mais rápido possível. Agora, lembramos que para receber a revista em casa, é necessáio pagar uma taxa ANUAL de R$ 19,90. Para isso, acesse o site – revistaflop.com.br – e vá em Receba em Casa. Lá, é necessário refazer o seu cadastro e pagar a taxa. Se no mês vigente da revista você não recebê-la, envie e-mail para assinatura@revistaflop.com.br. Se preferir, você pode tê-la gratuitamente retirando-a nos eventos da Nutzz! e também nos clubes de carteado afiliados.
Omaha
A modalidade de Omaha tem crescido muito no País. Gostaria de saber se já possuímos jogadores que podem jogar de igual para igual com os gringos e quem são os maiores expoentes nacionais nessa modalidade, que tem conquistado mais adeptos? Luiz H. Costa, São Paulo, SP Caro Luiz, o Brasil já possui grandes jogadores de Omaha. Alguns inclusive com títulos e resultados expressivos em torneios importantes. É o caso de Fábio “DeuZebra” Monteiro, que foi o primeiro brasileiro a conquistar um título da FTOPS no Full Tilt. Também, nessa mesma série, Ricardo Ramagem conquistou um bom resultado. Rodrigo “Zidane” Caprioli obteve outro excelente desempenho no ano passado, ao cravar o Evento 33 da SCOOP, no Poker Stars. Já no live, nosso melhor resultado veio com o Felipe Mojave, que terminou em sexto lugar em um evento de PL Omaha na WSOP 2009. Sem dúvida, o Omaha é uma das modalidades que vem conquistando mais adeptos, e em breve o País terá outros grandes resultados pelas mesas do planeta.
American Airlines, Bullets, Pocket Rockets, Pardais A A
Shuffle-up and Deal
Interessados em comprar fotos que saíram na Flop, consultem-nos em flop@revistaflop.com.br
O Congresso da IFP
o desenvolvimento do poker Promover pelo mundo. a discriminação de raça, Combater credo e sexo. a todos o direito de jogarem Assegurar de uma maneira segura e legal. Frisando o ano movimentado que tiveram, Anthony comentou sobre o grande aumento na adesão de membros e o reconhecimento do poker como esporte mental pela International Mind Sport Association (IMSA). O congresso também se revelou muito producente no debate das futuras realizações e projetos, como, por exemplo, o primeiro Mundial dos Jogos da Mente, que acontecerá na China, em 2011, organizado pela SportAccord. Outra grande notícia é que, sendo membro da IMSA, o poker fará parte dos Jogos Olímpicos da Mente (World Mind Sports Games), que acontecerão em 2012, em paralelo 14 | agosto
às Olimpíadas de Verão, em Londres. A primeira edição dos jogos aconteceu em Pequim, em 2008, com o amparo da SportAccord e do COI (Comitê Olímpico Internacional) e reuniu diferentes associações esportivas voltadas para os jogos da mente. As modalidades disputadas na época foram: go, bridge, xadrez, damas e xadrez chinês, divididos em um total de mais de 50 categorias.
T
ambém esteve presente no congresso Patrick Nally, cofundador de uma renomada empresa britânica de marketing esportivo – parceira da IFP –, a West Nally. Patrick, considerado o “pai” do marketing esportivo mundial, ficou conhecido por criar relações e fechar contratos entre empresas esportivas e grandes multinacionais. Como resultado, podemos destacar o programa da Copa do Mundo da FIFA, o da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), a Copa Davis de tênis e a Copa do Mundo de Ski, que continuam seguindo seus princípios e inovações, que não foram
superados em mais de 25 anos. Em sua apresentação, descreveu os planos para patrocínio e marketing dos futuros torneios da IFP, que deverão iniciar no próximo ano, contando com etapas nacionais e internacionais. Trabalhos desenvolvidos com sucesso foram apresentados pelos representantes. Ideias foram compartilhadas, e soluções para problemas pontuais foram discutidos. A CBTH esteve representada no encontro pelo seu Presidente, Igor “Federal” Trafane, e pelo Diretor Executivo, Alberoni “Bill” Castro. Igor apresentou as recentes conquistas da instituição no País e a reação dos representantes da IFP foi excelente, elogiando as iniciativas e agradecendo bastante pelas conexões e pelo exemplo que está sendo dado para as outras confederações, inclusive para os outros países da América Latina, frisando toda a dedicação na comprovação da legalidade de nossa atividade, a grande evolução de federações afiliadas e o sucesso dos torneios realizados no Brasil.
L iga Brasileira Online se junta a Poker Icons Por meio
de uma parceria de negócios entre o representante da maior agência de talentos do poker do planeta, a Poker Icons, e Máximo Bertamon, presidente da Federação Gaúcha de Texas Hold’em, foi assinado um contrato inédito – e muito importante – para o poker do Rio Grande do Sul. O craque João Mathias Baumgarten agora vai fazer compania a outras estrelas do cenário mundial, como Annette Obrestad, por exemplo, que são agenciadas pela Poker Icons. Já consagrado como um dos maiores talentos do online brasileiro, João Mathias vai começar a focar sua carreira, agora, no poker live. Seu primeiro compromisso foi no mês de julho, em Buenos Aires, no torneio da Madero Poker Series 2010, de buy-in de US$ 2,500 e previsão de US$ 1 milhão de prizepool. Em seguida, ele embarca para a Europa para jogar os EPTs de Portugal, Londres e Barcelona e talvez a WSOP Europe. Desejamos boa sorte na nova fase deste grande jogador, e que a grande contratação venha o mais breve possível.
O
Copacabana Poker irá disponibilizar, a partir de agosto, uma série de torneios semanais que irá movimentar as noites de segunda-feira: a Liga Brasileira Online. Os torneios serão em formato multitable, e o valor da inscrição será de US$5+50, podendo participar qualquer jogador que tenha uma conta ativa no Copacabana Poker (em real money). As etapas ocorrerão uma vez por semana, sempre às 21h (horário de Brasília), e os ganhadores de cada mês terão seu nome e sua foto divulgados dentro da revista, como campeões do mês. O campeão geral da Liga será o jogador que somar mais pontos ao longo dos quatro meses de disputa, e, além da divulgação na Flop e no site do Copacabana Poker, ele irá ganhar um ano de assinatura da revista e um kit exclusivo do Copacabana Poker (composto por camisa, boné e patch autocolante), além de $200 em créditos dentro do site. Além disso, o campeão, o vice-campeão e o terceiro colocado,
receberão um troféu personalizado da Liga Brasileira Online. Acesse o site do Copacabana Poker para saber como participar e também ter o acesso a todo regulamento da Liga.
Agosto 16/08 – 23/08 – 30/08 – 06/09 Anúncio do campeão até dia 10/09
Setembro 13/09 – 20/09 – 27/09 – 04/10 Anúncio do campeão até dia 10/10
Outubro 11/10 – 18/10 – 25/10 – 01/11 Anúncio do campeão até dia 10/11
Novembro 08/11 – 15/11 – 22/11 – 29/11 Anúncio do campeão até dia 10/12, juntamente com o campeão geral
Thiago “Decano” Nishijima
Pelo 3º lugar no Evento 45 da WSOP deste ano, sendo o quinto brasileiro a fazer uma mesa final na série.
Eduardo Parra
destaques
N
o início de julho, em Las Vegas, a Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), se reuniu com os países membros da Federação Internacional de Poker (IFP), no Hotel Palms, para seu Segundo Congresso Anual. Dirigida pelo Presidente da Federação, Anthony Holden, a reunião gerou um excelente debate e interação entre os presentes. Iniciando com a apresentação da estrutura da IFP para os convidados e novos membros, o Presidente destacou os países fundadores (Brasil, Dinamarca, França, Holanda, Rússia,Ucrânia e Reino Unido), apresentou outros 20 já membros e mais de 25 novos pleiteantes em processo, incluindo os Estados Unidos. Com ênfase aos pontos abaixo, descreveu os objetivos da entidade como:
João Mathias
Os dirigentes da IFP se reúnem com os representantes das confederações
Cowboys, King Kong, Kangaroos, Ace Magnets, Kaká K K
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Pela 32ª posição no Main Event da WSOP – a melhor classificação de um brasileiro, até o momento.
Idacir Segatti
Pelo terceiro lugar no Sunday Million do PokerStars.
agosto |
15
Shuffle-up and Deal
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Ranking 2010
E
Playlist 16 | agosto
Caio Pimenta
1 Beto Caju (“mestre_urubu”)
2 Caio Pessagno
3 Caio Pimenta
4 João Mathias
5 Marco “Salsicha”
6 Vinicius Teles
7 Bruno Gonzales (BrunoGT)
8 Fabiano Kovalski
TOP 20
stamos na metade da corrida pelo título de jogador do ano de 2010, cujo vencedor será o que ocupa a posição de líder no Ranking Brasileiro do SuperPoker, no dia 31 de dezembro. Beto Caju continua firme na frente, dando poucas chances a seus adversários mais próximos, e ainda é o homem a ser batido. Mas três jogadores, que nos dois últimos meses vêm se alterando na disputa pelo segundo lugar, estão aos poucos tirando a diferença para o líder. Caio Pessagno, João Mathias e Caio Pimenta – campeão nos dois últimos anos – estão tecnicamente empatados em segundo lugar, todos dispostos a tirar a coroa de Beto Caju. Pimenta está especialmente empenhado, já que lançou um desafio no início do ano, apostando com odds 5:1 que ele terminaria novamente no topo em 2010. Mas, com cerca de 50 mil pontos de diferença, ele certamente terá que ter um desempenho histórico no segundo semestre para vencer a disputa neste ano. Duas novidades entre os Top 10 em relação à última parcial publicada aqui: Fabiano “Kovalski1”, que saiu da 19ª posição e agora está em oitavo lugar, com um grande volume e qualidade de jogo, fazendo mesas finais em torneios importantes praticamente todos os dias; Fellipe “Tam Raven” Nunes é outro grande jogador que passou a figurar entre os dez melhores do ranking, e também vem em grande fase; Bernardo “bedias” Dias, que começou a lançar seus resultados apenas em julho, é outro nome para acompanhar de perto. Ainda com muitos resultados faltando para serem homologados, ele já entrou entre os top 20 do Ranking Brasileiro e, quando sua lista estiver completa, certamente estará no topo da tabela. Alguns craques que estamos acostumados a ver nas primeiras posições, como Luiz “mestrefilipe” de Andrade,
9 Luiz Filipe (“mestrefilipe”)
10 Felipe Nunes (Tam Raven)
11 Pedro Megali (Petermtv)
12 João Studart (vovo_leo)
13 Thiago “TheDecano” Nishijima
14 Sérgio Penha
15 Norson Saho
16 Christian Kruel
17 Bernardo Dias (bedias)
18 Marcos XT
19 William Arruda
20 Alex Gelinski
210.217 pts 160.282 pts 158.359 pts 157.629 pts 120.404 pts 116.044 pts 111.504 pts 88.116 pts 87.293 pts 86.685 pts 83.786 pts 80.343 pts 78.652 pts 73.474 pts 72.289 pts 71.198 pts 71.174 pts 67.340 pts 68.283 pts 54.882 pts
Atualizado em 30/07/2010
Sérgio “shg18” Penha e Thiago “XTheDecanoX” Nishijima, não tiveram seu costumeiro volume de jogo recentemente e acabaram perdendo algumas posições, mas ainda estão entre os 20 melhores. E na hora que começarem a grindar certamente voltarão a brigar por um lugar entre os três melhores. Vem muita emoção por aí nesta segunda metade do ano no ranking mais respeitado do País. A disputa acirrada parece estar atraindo mais jogadores e já tem o novo recorde de participações, com mais de 860 inscritos no momento em que fechamos essa edição da FLOP. Fique ligado e participe você também!
Tribalistas Carnavalia
Martinho da Vila Pra que dinheiro?
Natiruts Groove Bom
Maria Rita Cara Valente
Marisa Monte A Sua
David Guetta Miami Beach
Clube do Balanço Titãs Nem Mais 5 Minutos Paz e Arroz Ana Carolina Tá rindo, é?
Marcelo D2 Ela Disse Ladies, Bitches, Mulheres, Minas, Siegfried and Roy Q Q
Prêmio Flop 2009
D
epois de milhares de votos computados pelo site, chegou a hora da grande festa da entrega do Prêmio Flop referente ao ano de 2009. Para quem esteve na inesquecível comemoração no ano passado, no primeiro ano do Prêmio Flop, ficaram muitas recordações, e esperamos poder repetir os mesmos momentos nesta segunda edição. A cerimônia de entrega ocorrerá no hotel Four Points by Sheraton, em Curitiba, na noite da quarta-feira, dia 15 de setembro, na mesma semana da esperada etapa do BSOP em Curitiba. O espaço e a acomodação são limitados, com uma estimativa de 200 a 300 participantes, entre os indicados aos prêmios e personalidades do poker nacional, que estarão presentes na cerimonia de entrega. O cronograma da festa, que contará com um breve coquetel, estará em nosso site, assim como a forma para os interessados conseguirem seus convites. “Nosso plano é fazer uma cerimônia de entrega mais ágil e curta do que a do primeiro ano, quando a principal ideia era realmente impressionar e deixar um marco histórico”, nos contou o Editor-Chefe da Flop e criador do prêmio, Juliano Maesano. “Mas tenho certeza de que a comunidade do poker em Curitiba vai aproveitar para um grande encontro após a cerimônia, em algum restaurante ou casa noturna da
cidade”, completa Maesano – dividido entre os preparativos do Prêmio, a edição da revista e a produção dos programas do BSOP para a ESPN. Enquanto você está lendo este texto, alguns especialistas e personalidades estão votando para eleger o vencedor de cada categoria, entre os cinco indicados mais votados pelo público. Também estão sendo fabricados os mais de 20 prêmios, confeccionados em acrílico, que serão os objetos mais cobiçados da grande noite. Assim como no ano passado, a categoria de Jogador do Ano de 2009 será a única em que o voto direto do público definirá quem leva o Prêmio Flop para sua estante. No ano passado, Alexandre Gomes levou com folga o título, e é um dos mais cotados para repetir a façanha, ao competir com Bruno GT, Felipe Mojave, Caio Pimenta e Thiago Decano, os cinco mais votados – não necessariamente nesta ordem. Será que Gomes receberá seu segundo prêmio em sua cidade natal?
A nova casa do poker no Rio
N
o dia 16 de julho de 2010, o Rio de Janeiro confirmou a sua fama de berço do poker nacional. Nesse dia foi inaugurada a mais nova casa de Texas Hold’em da cidade maravilhosa: o River Texas. Em um dia destinado a convidados, a casa recebeu a presença de competidores ilustres, como o ex-jogador Djalminha, autoridades do poder legislativo e judiciário, personalidades da música, teatro e do universo do Texas Hold’em, como o presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), Igor Federal; acompanhado de Bruno Coelho, Presidente da Federação do Estado do Rio de Janeiro, assim como os representantes de diversos clubes da cidade. Com a presença de vários players cariocas, o River Texas deu o pontapé inicial nas suas atividades, sob o comando do diretor Roger. Com uma boa estrutura, que inclui bar, climatização, som, iluminação e todos os elementos que compõem o espaço, a inauguração do clube agradou em cheio a todos os presentes. O River Texas apresentará uma grade de torneios diários com buy-ins diferenciados, sit-and-gos e satélites para os principais torneios do Rio e do País.
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Os sócios do River Texas – Marcos André, Márcio, Ricardo Souza, Marcelo, Thiago e Jorge – agradeceram a presença de todos e esperam poder receber os competidores do Rio e do Brasil nos diversos eventos que serão realizados no clube.
agosto |
17
coluna Igor Federal
federal@revistaflop.com.br
os brasileiros na
WSOP 2010 Neste ano, nossos jogadores representaram muito bem o País nas mesas
F
echam-se as cortinas de mais uma World Serie of Poker (WSOP) para o Brasil. E o saldo foi mais do que positivo. Ano após ano, o Brasil vem se consolidando como uma liderança na América Latina, como o País mais representativo (qualitativa e quantitativamente) em Vegas. Os brasileiros invadiram a Sin City e mandaram muito bem em panos internacionais. A festa começou em maio, quando uma série de brasileiros embarcou para os EUA para jogar os primeiros eventos oficiais da WSOP. Não existem números consolidados sobre quantos jogaram tais eventos, mas, independentemente desse dados, os resultados superaram, e muito, os dos anos anteriores. Ao longo dos 57 eventos, o número de jogadores brasileiros presentes na capital mundial do entretenimento foi o maior já visto, e tudo indica que esse número irá crescer ainda mais nos próximos anos – reflexo do desenvolvimento desse esporte nas terras tupiniquins. Foram 33 ITMs além do main event, número jamais alcançado. No main event, colocamos 12 jogadores entre os que conseguiram alcançar a zona de premiação. Um número que impressiona, principalmente se levarmos em conta o imenso field de 7.319 jogadores e o número de brasileiros inscritos na disputa, apenas 56. Se fizermos uma
conta rápida, cerca de 10% dos jogadores (747 de aproximadamente 7.400) foram premiados. Por essa lógica, deveríamos ter de cinco a seis brasileiros em ITM, para não fugirmos dessa média mundial. Mas, ao colocarmos 12 brazucas, obtivemos um resultado duas vezes maior do que o average. Ou seja, colocamos cerca de 20% dos “nossos” em ITM. Realmente excepcional.
N
a 41ª edição da série, vimos surgir uma nova tradição. Se em 2007 Leandro Brasa fez história como o primeiro brasileiro a alcançar uma mesa final da WSOP, de lá pra cá, nos anos que se seguiram, sempre tivemos um brasileiro entre os finalistas de um dos evento da série mundial. Foi assim com Alexandre Gomes (2008), Felipe Mojave (2009) e, em um indicador claro de que o poker brasileiro evoluiu, em 2010 colocamos dois brasileiros em duas mesas finais distintas. Feito inédito de Daniel Wjuniski e Thiago “TheDecano” Nishijima. Além dos mesa-finalistas, todos os que são citados na matéria desta edição da Flop estão de parabéns, pois figuraram na zona de premiação da WSOP e escreveram seu nome na história do poker nacional. Já no main event, os 12 brasileiros que alcançaram a faixa de premiação levaram o Brasil a virar madrugadas torcendo e acompanhando os
seus desempenhos. Ricardo “Manecop” chegou a ser o chipleader do torneio, feito incrível. Hugo Adametes mostrou o grande e sólido jogador que é, mais uma vez se colocando entre os melhores. Paulo “PC” Cesar, de Belém, fez o País vibrar com sua peruca e seus vídeos de Rambo do Pará. Marcelo Dabus fez seu segundo ITM em ME e Claudio Baptista alcançou mais uma vez uma excepcional colocação – no ano passado foi o melhor brasileiro no main event e este ano superou sua colocação no ano anterior, mas devido ao bom desempenho de outros brasileiros desta vez não foi o melhor classificado.
G
ualter Salles e Eduardo Parra foram os protagonistas dos momentos de maior emoção vivenciados pela torcida brasileira. Salles terá uma história para contar pelo resto de sua vida, quando ficou com apenas um ante e personificou a frase a chip and a chair (uma ficha e uma cadeira), saindo de uma situação de virtualmente eliminado para ainda jogar mais dois dias e ser eliminado
dentro da zona do ITM – uma das histórias mais incríveis que eu já vi acontecer no poker.
Eduardo Parra
E
duardo Parra fez o Brasil vibrar com a incrível 32ª posição, a melhor de um brasileiro na história do ME. Depois da 55º colocação de Rafael Caiaffa, em 2008, somente um resultado extremamente expressivo poderia superá-lo. E foi o que Parra conseguiu . Ficou a três mesas de alcançar o tão desejado November Nine. Além disso, tenho o prazer de ser amigo pessoal de ambos e sei o quanto o Edu merece um resultado como este. Grande jogador, ótimo amigo. Realizou uma façanha, que esta à altura desse grande ser humano. Valeu Parra! Após quatro anos de resultados graduais e regulares, fica evidente que o poker nacional está evoluindo. Essa evolução é o resultado de um trabalho que vem sendo feito há anos por visionários que acreditaram que o jogo das cinco cartas iria vingar no País do futebol. Os números brasileiros na maior série
de torneios de poker do planeta ratificam o que muitos já sabiam: o poker brasileiro chegou para fazer barulho. A tendência é que, cada vez mais, surjam novos jogadores e com eles novos resultados. As mesas finais estarão mais próximas. Com elas virão os braceletes, os títulos e o reconhecimento mundial. Nesse ano, ele esteve ha apenas três mesas. Até 2011!
Os brasileiros que jogaram o Dia 5 do Main Event
Igor “Federal” Trafane
Presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH).
20 | agosto
www.revistaflop.com.br
fevereiro |
21
coluna André Akkari
colunas@revistaflop.com.br
boa jogada, o 4-bet no flop era perfeito, pois iria levar ao check dele no turn e a uma free card para mim, sendo que o bet no river do meu oponente eu poderia foldar e salvar duas big bets, o que me deixaria completamente no jogo restando 24 pessoas. Eu acabei dando call em todas as streets, o que me fez perder praticamente todo meu stack. No final, meu oponente de fato tinha K9, e jogou de uma forma não usual um top pair com kicker 9 no Limit, sendo que tomou 3-bet pré-flop.
o resumo da WSOP e um
gran finale O que aconteceu comigo lá em Vegas e a grande surpresa do Main Event
E
André Akkari Membro do Team PokerStars e um dos maiores jogadores de Texas Hold’em do País. Seus resultados online e ao vivo crescem a cada dia desde que decidiu se dedicar somente ao poker.
/aakkari 22 | agosto
aí, galera flopeira? Enfim, acabou o mês mais agitado do ano para os jogadores de poker profissionais e todos os fãs deste esporte da mente, que vem explodindo no Brasil. Minha maratona começou um pouco antes do início da WSOP, lá no Peru, indo jogar o LAPT, que, por sinal, foi uma grata surpresa. Jamais esperava um lugar tão formidável, com uma das melhores culinárias que já comi em toda a minha vida. No game acabei não me saindo tão bem. Não consegui andar no Main Event de forma saudável, e meus movimentos não estavam funcionando. Foi um daqueles torneios que você preferiria não ter jogado; mas isso não tirou o brilho da viagem e do carinho com que fui recebido pelo povo peruano. No dia 6 de junho, enfim, chegava a hora de embarcar para Vegas! Meu planejamento era jogar no máximo 14 eventos: dois de US$ 10 mil – o Limit Hold’em e o Main Event – e os outros 12 variando entre NL Hold’em e PL Omaha, Limit, Mixed e Horse. Caso tivesse algum resultado que me gerasse uma lucratividade garantida para o resto da série, aí, sim, eu poderia investir mais em torneios grandes. Mas no plano normal iria navegar nessa velocidade de investimento. Sempre que chega a vez da WSOP, as expectativas ficam enormes. E não só a das pessoas que nos acompanham, mas as nossas próprias também. Queremos cada vez ir mais longe, ganhar braceletes etc. Mas vou dizer algo para vocês: se existe algo que não é fácil é ganhar esse tal bracelete da WSOP. Somente quando começamos a jogar um evento atrás do outro é que se percebe que um minuto de perda de concentração faz com que a avalanche de pessoas que jogam os torneios passe por cima de você e te mande para o chuveiro. E jogar um torneio de poker 100% é quase impossível; os erros acontecem e a perda de foco também. No geral, minha maior preocupação para essa série era o meu preparo psicológico. Queria
S
fazer um teste para tudo o que venho praticando no meu jogo em termos emocionais desde o ano passado, e, definitivamente, estou muito feliz com o resultado que consegui. Joguei dia após dia e consegui alcançar o foco que precisava em cada um dos torneios, ou pelo menos na grande maioria deles. É claro que houve muitos erros, jogadas que poderiam ter sido pensadas diferentemente ou tomar rumos na estratégia de torneio que talvez pudessem gerar melhores resultados. Mas jogar poker é isso. É o momento e o acumulo de conhecimento que você tem que faz com que aqueles segundos façam você ir pelo caminho mais lucrativo para aquela situação.
E
m três torneios, eu consegui chegar em um ponto alto de concentração e minimizar erros, o que me deixou super contente. O NL Hold’em de $1,000 foi um torneio que começou com mais de 3.800 pessoas, e, quando restavam 105, eu era o líder. Em nenhum momento eu deixei meu stack chegar a menos que o dobro da média e fui crescendo de forma gradativa e sem muitos showdowns, o Daniel Negreanu esteve na mesa de Akkari
Jokers, Hooks, Ganchos, Anzóis, Jay Jay J J
que gera a tal lucratividade. O que me levou a cair na 72ª não foram os erros, mas sim a força do baralho. Perdi cinco coinflips seguidos completamente commited com meus bets pré-flop, o que não gerava fold da minha parte. Muito provavelmente se o primeiro destes flips eu tivesse ganho, o 88 x KJ, mudaria completamente a reta final do torneio para mim; mas infelizmente não aconteceu. O segundo torneio que consegui uma boa performance foi na mesma modalidade, mas com buy-in de US$ 2,500, chegando também longe e jogando de forma bem produtiva. Neste torneio, encarei jogadores bem fortes, como Jovial Gent e Daniel Negreanu entre outros, e em nenhum momento deixei de dar trabalhos para as feras. www.revistaflop.com.br
A
Akkari jogando o Limt Hold’em de $2,500
gora, o 24º lugar no Limit de $10K, sem pegar a mesa final, foi o que mais me deixou triste. Vinha me preparando para jogar este evento e consegui desenvolver bem o torneio todo, chegando por um tempo a ficar short-stack quando faltavam 56 pessoas, mas crescendo na hora certa quando restavam 36. E eis que veio uma sequência de mãos terríveis, que novamente acabaram me derrubando. Na mão realmente decisiva acabei analisando melhor minha jogada e cheguei à conclusão de que joguei mal. Eu com 55 tribetei um raise à minha direita. O flop bateu K high e duas de espadas. Meu adversário deu check e eu o betei. Ele deu raise – normalmente esse raise no flop do limit é dado por um draw, e não com top pair. Para que fizesse uma
em sombra de dúvidas a felicidade maior para mim seria ganhar um bracelete da WSOP em 2010, mas fico contente com a performance e preparado para o segundo semestre. E mais outras formas de felicidade, e uma dessas formas veio me presentear no final da WSOP com meu grande amigo Eduardo Parra fazendo a comunidade de poker brasileira tremer nos instantes finais do Main Event da Série Mundial. Minha felicidade não é somente porque eu o respeito muito como pessoa e como um grande amigo que conheci há apenas quatro anos, mas que parece amigo de escola. Minha felicidade é também porque a história de vida desse guerreiro é algo realmente fenomenal. Passou muita necessidade, teve vários tipos de barreiras para enfrentar na vida para conseguir o que conseguiu até hoje na sua profissão. Eu tinha certeza de que Deus reservava coisas boas para ele, assim como já aconteceu no sucesso que tem como empresário. Mas este presente do Main Event foi a cereja do bolo. O Eduardo ama muito este jogo, sofre muito com ele, diz que não vai jogar nunca mais e depois volta com tudo, discute as mãos com intensidade, vibra, grita. Não tinha ninguém mais merecedor de um grand finale que o meu amigo Parra nesta WSOP de 2010. Deixo aqui, no final da minha coluna, os meus parabéns a este grande ser humano e grande amigo Eduardo Parra! Um abraço aos leitores da Flop e obrigado a todos pela audiência no Tv Poker Pro. Espero que vocês tenham gostado do nosso trabalho! agosto |
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coluna Felipe Mojave
colunas@revistaflop.com.br
foldando qq pré-flop na
WSOP 2010 Durante um evento da World Series, tive que jogar fora uma mão premium
F
Felipe “Mojave” Ramos Embaixador do site PartyPoker, conseguiu uma mesa final e a sexta colocação na WSOP 2009. É o primeiro brasileiro a conquistar três premiações no EPT.
/FelipeMojave 24 | agosto
ala, pessoal da Flop, tudo beleza? Nessa edição vou contar pra vocês uma mão muito interessante que aconteceu comigo durante um dos eventos de $1K nesta WSOP 2010. Estávamos no Dia 1 com blinds em 150/300 ante 25. Eu tinha um stack de 22.500 fichas, – bem maior que a média (o starting stack desse evento era de três mil fichas). Minha imagem perante meus oponentes era bem agressiva e eu estava dominando bem a mesa. Havia um jogador (terceiro à minha esquerda) que estava aplicando inúmeros 3-bets e 4-bets contra mim. Minha impressão sobre ele era que não tinha capacidade de identificar tantos spots assim para arrecadar fichas e que ele realmente estava saindo com grandes mãos coincidentemente quando eu estava na ação. Ja era a quinta vez que esse jogador havia me aplicado um re-raise e eu continuava dando fold. Muitas vezes eu passei bons jogos, como TT e AQ. Foi quando, na última mão desse nível, eu estava no CO com QQ e abri para 750. O botão aplicou um 3-bet para 2.500, e o jogador em questão, do BB, foi all in de 16.500. Nessa hora um filme enorme começou a passar pela minha cabeça. Eu sabia e tinha 100% de certeza que ele só me voltaria a aposta com jogo, ainda mais nessas condições (com um re-raise no meio). Acontece que era a sexta vez que esse cara fazia essa jogada e ele era meio despojado com uma cara de maluco (lol). Mesmo assim, eu sabia que ele tinha jogo. A questão aqui era identificar se o jogo dele era maior ou menor que o meu, pois das últimas vezes
que ele re-aumentou as apostas contra mim, eu não tinha um jogo tão forte quanto QQ. Havia a chance, também, de o botão (que estava no meio) ter um jogo muito forte, pois ele nunca tinha me voltado durante o torneio todo. Mas pelo grande número de mãos que eu vinha jogando, eu tinha certeza que o range dele já era muito maior para me voltar um aumento do CO. Enfim, a situação era bem complicada, pois ou eu ficaria gigante ou short-stacked.
N
o final das contas, eu acreditei fortemente na minha teoria de que aquele jogador do BB não seria capaz de aplicar uma quantidade tão grande assim de moves contra mim e que realmente estava tirando uma mão forte atrás da outra. Resolvi optar pelo fold, contando com esse histórico, pois não acreditava
que ele estivesse fazendo aquilo com JJ. Então, sobrariam apenas AK, QQ, KK e AA como opções, sendo que eu estava perdendo para duas e empatando para as demais mãos, ou seja, nunca ganhando (se eu estivesse correto na minha leitura). No momento em que fui dar o fold, eu estava um tanto quanto “de saco cheio” daquele cara estar me voltando tantas vezes assim e fiz questao de mostrar o quão grande era o meu fold, ou seja, acabei dando fold aberto no meu QQ. Nesse mesmo momento eu lembrei que havia outro jogador envolvido na mão! (o botão que me fez o 3-bet). Vocês não imaginam como esse cara ficou “P” da vida quando viu minhas cartas! Ficou perguntando porque eu havia mostrado meu jogo se a mão ainda estava sendo jogada e eu disse que foi sem querer, pedindo desculpas. Enfim, esse cara resolveu dar fold aberto também e mostrou AQs. Aí então foi a vez do cara que deu 4-bet, chamar o diretor de torneios e contar
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para ele a historia inteirinha do que havia acontecido. No meio da conversa, esse cara, muito possesso, mostra suas cartas reclamando muito da minha ação, em dois pontos.
O
primeiro era: como eu fui capaz de dar fold em QQ naquela cirscunstância? (Nada a ver com regra do jogo.) E o segundo era que eu acabei induzindo o botão a dar fold, porque depois do cara ter visto que duas de suas Damas estavam fora do baralho acabou dando fold, sem contar que eu havia foldado um jogo maior que o dele, forçando o cara passar também. Foi um fold sensacional mesmo, pois o cara tinha KK. Assim que o botão viu as cartas ele me falou de canto: “Você me salvou, achei que o cara estava aplicando um mega squeeze outra vez.” O diretor de torneios pediu para eu levantar, me deu uma punição de uma órbita completa fora do jogo, dizendo que não era para eu ficar bravo com a punição, mas que essa era realmente necessária pelo constrangimento que
tinha causado. E, no final, ainda me deu parabéns pelo fold! Hahaha. O pessoal do pokernews americano estava cobrindo essa jogada e a colocou na cobertura. No final das contas, foi tudo muito engraçado. Obviamente eu fiquei muito contente com o fold que fui capaz de fazer, mostrando que meu raciocínio estava muito certo (o que importa, no final das contas). Um grande abraço a todos os leitores da Flop e até a próxima.
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coluna Marcos Sketch
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o que aprendi com meus
a-ha moments Como compreendi o poker e evoluí o meu jogo através de alguns erros
O
lá, amigo leitor! Você já ouviu falar na expressão “A-ha moment”? Ela é muito usada nos fóruns pelo mundo afora e define aquele momento em que o jogador descobre um conceito novo ou corrige uma falha que havia em seu jogo. Ou seja, qualquer progresso que lhe traga aquela sensação de “Como não pensei nisso antes?” – daí o termo “A-ha!” – é aquele estalo que acontece quando percebemos algo que, até então, desconhecíamos. Algum tempo atrás, o conhecido jogador online Tony Dunst (o Bond18) escreveu uma série de artigos inspiradas nesse conceito. Chama-se “Things it took me a while to learn” (ou Coisas que levei um tempo para aprender) e é facilmente encontrada por aí. Ao amigo que ainda não leu, recomendo, pois lhe dará uma sólida base quanto aos fundamentos de um jogador vencedor. Vou compartilhar aqui alguns dos meus “A-ha moments” enquanto jogador de torneios, aproveitando para falar um pouco sobre cada conceito. Não vou ensinar jogadas específicas, pois acho que há vastas fontes e material sobre o assunto, mas sim falar dos fundamentos por trás de cada fase de aprendizado. O leitor mais experiente provavelmente já passou por algumas dessas fases, mas espero que eu consiga lhe trazer algo de novo nesta que é uma espécie de “Linha do tempo da evolução de um jogador de torneios”. Os itens abaixo são parte de um curso de poker que, em breve, será lançado no 4bet e irá explicar com ainda mais detalhes cada um dos conceitos citados.
Quando passei a pensar no porquê de fazer cada jogada (bet, call, raise, check/raise etc).
Marcos Sketch
Empresário musical, jogador e estudioso do poker, é uma das maiores revelações do poker carioca e agora é integrante do 4bet Team.
/marcossketch 26 | agosto
Lá no meu início no poker, tinha a tendência de jogar conforme quem eu via jogar – o que é natural no começo. Numa espécie de macaquice, eu imitava as jogadas que via outros jogadores fazerem ou repetia as que me ensinavam. Dava, por exemplo, raises de 3x “porque é o raise
padrão, ora!”; dava call no flush draw “pois tenho boas chances de fazer um flush”; apostava com a melhor mão e foldava mãos medianas. Mas tudo sem nunca pensar no porquê de cada movimento. Somente quando você reflete sobre os motivos de fazer cada jogada é que começa a entender os fundamentos por trás delas.
E
a partir daí um mundo de possibilidades te abre as portas: você se torna capaz de se ajustar em sintonia fina a cada situação, ou de ser mais criativo durante o jogo. Você vai poder, por exemplo, fazer um raise de 5x em dado momento do torneio e um mini-raise em outro. Dar check/call contra determinado oponente e contra outro apostar, mesmo em situações idênticas, por entender as peculiaridades de cada uma delas. Os livros, textos e vídeos estão cheios de conhecimento incrível a ser consumido, mas a forma como o receptor irá absorvê-lo é o que fará a diferença entre um jogador mediano e um grande vencedor.
Quando aprendi que aumentar é muito melhor que entrar de limp, e apostar (em geral), melhor que pagar.
Aqui trata-se da diferença entre ser vagão ou locomotiva. Se quisermos ser jogadores vencedores, temos que pensar como locomotiva e não como vagão. Quando você entra de limp com sua mão disposto a pagar um aumento esperando acertar o flop e “tomar todas as fichas dele”, é como se você estivesse comprando passagem com alguém que você não conhece, que vai te levar pra algum lugar que você não sabe, mas que mesmo assim você aceita ir! Ao aumentar (e apostar), você toma a iniciativa na mão: passa a ter as rédeas e o volante, dita a direção para onde e como quer ir, conseguindo, por exemplo, controlar o tamanho do pote, induzir o vilão a dar call, raise ou fold, entre outras coisas. Ao jogar uma mão, estamos buscando ganhar fichas com ela. A força da nossa mão – seja pré ou pós-flop – é determinante para a chance Dimes T T
de ganharmos fichas, mas igualmente determinante será termos a iniciativa. Quando a temos, conseguimos fazer um J3o ser tão lucrativo quanto um KQs em que não a temos.
Quando aprendi por que jogar os draws agressivamente era mais lucrativo.
O jogador mais iniciante tem a tendência de jogar passivamente, conforme disse acima. Isso é ainda mais frequente ao se tratar dos draws: mesmo jogadores mais conhecedores das odds tendem a jogar os draws dando call, call e call. Quando acertam, ganham o pote, mas, na maioria das vezes, perdem por foldar no turn ou river um draw que não bateu – afinal, os draws não são favoritos, né?
Q
ueremos maximizar nossas chances de ganhar os potes, e jogar os draws agressivamente (apostando, dando raise ou mesmo check/ raise) aumenta muito a probalidade de vitória. Sem entrar tanto em detalhes de EV, imagine uma situação em que você segura KQ de copas no big blind e, no flop 37T, com duas cartas de copas, seu oponente que aumentou pré-flop do botão aposta. Será muito mais lucrativo dar check/raise em cima da continuation bet do adversário do que pagar pra tentar acertar. A primeira razão é que, na maioria das vezes, não temos stack grande o suficiente pra pagar o flop e o turn com conforto. A segunda é que estamos fora de posição e, caso acertemos o flush, teremos dificuldade de extrair valor, já que o vilão sempre terá a última ação e pode controlar o pote e tomar decisões perfeitas sobre a nossa ação. A terceira é que a gama de cartas que o vilão aumenta pré-flop e aposta do botão é enorme, e é bem possível não ter acertado esse flop. Ou seja, temos enorme chance de fold, além da possibilidade de acertar nossos outs no turn ou river, quando ganharemos um pote já inflado. Além de tudo isso, nossa linha de check/raise tende a obter respeito por parte do vilão, pois salvo exceções de metagame, irá representar uma gama de mãos muito forte (trincas, dois pares, overpairs). Queremos ser locomotiva ou vagão? www.revistaflop.com.br
Quando aprendi que não deveria jogar todos os draws agressivamente.
Antes de entender o conceito acima, eu costumava a dar raise e check/raise em todos os draws sem pensar muito. E o amigo sabe o que acontece quando a gente joga sem pensar, não é? Perdia as mãos em situações em que seria melhor jogar passivamente. Uma delas é quando se está muito deep (o que é raro em torneios, exceto na fase inicial), que é a situação na qual realmente teremos as pot odds suficientes. Outra é quando se acredita que o range do vilão é muito forte e não temos chance de fazê-lo foldar. Ex: um vilão muito tight aumenta de UTG e aposta no flop KQ2, em que temos TJ. A chance dele ter AK, QQ, KK ou AA é muito maior do que ele ter TT ou JJ, e, sendo assim, vai compensar mais dar o call (ou, dependendo do tamanho dos stacks, até o fold, já que talvez você não tenha implied odds o suficiente).
Quando aprendi que roubar do cutoff era menos óbvio do que roubar do botão.
Falamos acima que o range de aumento do vilão no botão é enorme. De fato, hoje em dia ninguém mais respeita os raises do botão. Por diversas razões, continua sendo lucrativo roubar desta posição; mas que tal experimentar começar a foldar um pouco do botão e aumentar mais do cutoff, por exemplo? A tendência é que você tenha mais respeito e menos reação, conseguindo, assim, aproveitar aquelas mãos lixo tipo T3o para puxar os blinds.
Quando aprendi que roubar do hi-jack era menos óbvio ainda do que do cut-off ou do botão.
Na verdade, quanto mais inicial for sua posição, mais respeito seus raises terão. Na maioria dos estágios de um torneio e especialmente nos mais avançados, a fold equity (chance dos vilões foldarem) que você vai ganhar com os raises em posições iniciais irá compensar a diferença e desvantagem da posição. Costuma-se roubar no botão porque a mesa inteira já foldou e restam apenas dois adversários a falarem, sendo essa, a melhor posição para roubo,
dada a enorme chance de levarmos o pote sem contestação. Mas quando os adversários começam a reagir demais, isso anula um pouco a vantagem posicional, tornando lucrativo e até necessário o nosso ajuste.
Quando aprendi a jogar por valor, e não por proteção.
Uma característica inerente ao jogador iniciante é o medo de cair do torneio. Por essa razão, muitos jogadores jogam o tempo todo por proteção, com medo de perder os potes com suas mãos grandes. Naturalmente o jogador iniciante não tem a leitura tão apurada a ponto de saber identificar com clareza situações em que terá que foldar um overpair (ou mesmo uma trinca), o que também explica o vício por proteção. Mas, em geral, é mais medo mesmo do que qualquer coisa. Durante um bom tempo, eu fazia de tudo pra tirar os oponentes da mão quando eu estava forte, por medo de tomar suckout e perder um grande pote. Usava a famigerada desculpa de que “o pote já está bom”; tudo pra não correr riscos. E ia de overbet all-in com meu AA no board AT9. No poker, porém, você só vai lucrar quando correr riscos, o que nos leva ao item seguinte.
Quando perdi o medo de perder potes e fichas, em prol de aumentar meu lucro.
É preciso aprimorar sua capacidade de saber calcular os riscos pra não ter que fugir deles. Quem joga fugindo dos riscos só vai ganhar aqueles torneios em que tiver muita, muita sorte. É tão raro receber uma mão premium, por exemplo, que se torna extremamente necessário extrair o máximo possível nessas mãos (ou mesmo em mãos mais marginais, como top pair). Muitas vezes é importante e até vital sacrificar um pouco da nossa equidade (chance de vencer a mão) em troca de EV (valor que pretendemos ganhar com aquela jogada). Essa lista compreende parte do período inicial do aprendizado. Obviamente o estudo não parou por aí, e, na próxima coluna, vou trazer mais alguns dos meus “A-ha moments”. Um abraço e até a próxima! agosto |
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coluna Leo Bello
leobello@nutzz.com.br
observação: o caminho para
aprender
Prestar atenção em seus adversários é primordial para ter sucesso na mesa
D
Leo Bello Criador do Circuito Paulista e da BSOP, através de sua empresa Nutzz! Eventos, é também o escritor mais importante do poker nacional, com dois livros publicados.
/leobello 28 | agosto
esde que comecei a jogar poker muito mudou. O ano de 2004 parece um século atrás quando penso no quanto o jogo evoluiu no Brasil e, mais que isso, o quanto os jogadores se desenvolveram. Escrever um artigo há dois anos atrás era tarefa bastante fácil. Bastava escolher qualquer tema iniciante e mandar ver. Posição, mãos inicias, raises pré-flop, continuation bets, check/raise... Mesmo os temas mais simples levantavam dúvidas em todos os tipos de jogadores. É verdade que os próprios livros que escrevi contribuíram para o aumento dessa “educação” dos jogadores. Atualmente, esses conceitos básicos são de domínio da maioria, e a busca passou a ser por algo novo ou diferenciado, dentro dos conceitos não tão simples. Dois caminhos se apresentavam: exaurir conhecimento através da matemática avançada do poker – em que se discute o Expected Value (EV) de cada situação, as diferentes probabilidades e, assim, aplicar ao extremo a teoria dos jogos, mas se torna maçante para a maioria dos leitores – ou buscar os artigos mais casuais, pautados em exemplos práticos e situações comuns de jogos. Decidi que para escrever o artigo desta edição da revista iria entrar em alguns torneios aleatoriamente no Full Tilt e, enquanto jogava, ir anotando situações que pudessem ser abordadas. Umas das primeiras que apareceu foi citada por mim no livro “Dominando a Arte do Poker”: os tells relacionados ao tempo que um jogador demora pra agir no poker online. E aconteceu em uma mão na qual eu estava apenas de observador. Com os blinds em 120/240, um jogador abriu raise do button pra 600. O big blind, que tinha apenas três mil fichas parou por uns 30 segundos, pensando, e então voltou all in. Pergunta antes de continuar o artigo: vocês acham que ele tem uma mão forte ou não?
Digamos que você abriu raise do button com AJs nessa mesma mão. Você acha que deve fazer o call ou não? A pergunta é retórica, pois o momento não é de entrar no aspecto matemático, e aqui está o grande pulo do gato nessa questão: os adeptos de fazer contas irão tentar justificar por pot odds que o call é ou não correto dado um range x do adversário para fazer esse move.
N
ormalmente alguém com apenas 13 blinds (o caso do jogador no big), e que na realidade tem um M<10, teria uma ampla gama de mãos para ir all in. O AJ contra essa ampla gama de mãos serve perfeitamente para justificar o call, principalmente se o stack do jogador no botão não fosse tão afetado ao perder essa mão. Só que o ponto aqui é reparar como, ao demorar muito para fazer o all in, o jogador no big blind está mostrando uma de duas coisas: ou tem uma mão não tão forte e está considerando o risco de ir all in ou tem uma mão extremamente forte e está tentando fazer o adversário pensar que ele está em dúvida. No primeiro cenário, o call do AJ se torna correto. No segundo, ele é incorreto já de saída. Nesse momento entram os conceitos de psicologia, que fazem do poker mais que um simples jogo matemático de A+B. Em um momento de desespero, o jogador short-stack tende a fazer o all in de forma rápida. Ele normalmente já se decidiu pelo all in antes mesmo que a ação chegue até ele. Como acontece com você, leitor, quando está numa situação semelhante? Você normalmente não pensa no início da mão, que irá all in se fulano ou sicrano não aumentarem ou algo semelhante? Isso é o que acontece na maioria das vezes. Então, apesar de nada no poker ser uma verdade absoluta, quando um jogador demorar um tempo pensando e depois realizar um raise Phil Hellmuth, Wayne Gretzky 9 9
ou ir all in, na maioria das vezes ele tem um jogo mais forte que o normal. Na situação que eu descrevi, o jogador no big blind tinha QQ e o jogador no button um QT, e este acabou fazendo o call. Ele poderia ter evitado o call se percebesse que o range do big blind, com toda a “cera” que ele fez, era muito mais seleto para voltar all in. Tells de tempo são mais fidedignos quando você observa por um tempo o padrão da mesa. Isso me levou à segunda conclusão de um conceito simples que eu deveria abordar neste artigo. Como, para escrever, resolvi que iria prestar atenção à ação na mesa, acabei coletando muitas informações úteis sobre os meus adversários. Fui fazendo notes e percebendo as tendências de cada um deles. Uma das coisas mais importantes é perceber quando determinado jogador faz apostas mais altas ou mais baixas. Essa é uma das informações que você mais precisa para jogar em posição contra qualquer adversário da sua mesa, mesmo sem ter cartas boas.
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Depois de perceber o padrão, você pode ir contra os jogadores que tendem a apostar menos, com um range maior de mãos e blefar bem mais. Contra os que tradicionalmente fazem overbets, duas dicas são fundamentais: fique mais tight no seu range pré-flop, ou seja, jogue com mãos mais selecionadas, e se preocupe quando ele fizer apostas mais baixas que o normal no pós-flop. Por outro lado, se você fizer um jogo forte, não hesite em aumentar a aposta desse tipo de oponente.
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ara ganhar um torneio, não basta jogar suas melhores mãos. É extremamente importante encontrar esses momentos em que, sem ter cartas, você consegue puxar potes grandes. A maior dica para jogar esse tipo de pote é prestar muita atenção nos adversários. Você tem que saber escolher contra quem jogar sem cartas. Evite enfrentar adversários que têm tendência a chamar muitas apostas. Procure ver quem chama re-raise pré-flop, mas larga para uma simples continuation bet no flop.
E o principal: observe antes e aja depois. Os primeiros níveis de blinds, que normalmente são jogados sem muita atenção, pois os potes são baixos, é o momento ideal pra tomar os notes desses adversários. Resultado da minha sessão? Jogando um torneio knockout, consegui derrubar sete jogadores e recuperar meu buy-in ainda nos primeiros dez níveis. Terminei o torneio em 31º de 230 jogadores. Poderia ter sido melhor, mas acabei caindo com um QQ contra 88 de um jogador com um stack maior que trincou no turn após um all in pré-flop. Mas a maior lição foi como eu aprendi coisas novas pela simples observação. E qualquer leitor pode aprender pelo mesmo processo. Estar atento ao ambiente e concentrado no jogo, pode reforçar conceitos que você leu em algum artigo ou, ainda, te fazer pensar melhor sobre o porquê das atitudes dos adversários. Mantenha sempre sua mente aberta e capture os detalhes. Seu jogo irá evoluir naturalmente.
abril |
29
Coluna Phil Gordon
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cuidados com as mãos que
quer jogar Cartas naipadas ou figuras podem ser uma armadilha para perder fichas
A
té mesmo os melhores dos jogadores de poker do mundo cometem erros, e, quando esses erros não são corrigidos, podem se transformar em leaks que facilmente afundam o seu jogo. Há dois tipos de leaks em particular que vejo acontecer a todo momento, no que se refere a mãos iniciais que as pessoas costumam jogar, enquanto o melhor seria largar. O primeiro envolve jogar mãos que são facilmente dominadas. E como estar dominado no Texas Holdem é a morte, você deve sempre se esforçar para largar mãos potencialmente dominadas pré-flop, caso algum jogador tenha entrado voluntariamente no pote. Essa ideia reforça o conceito de gap de David Sklansky, que essencialmente diz que a gama de mãos com as quais você irá dar raise deve ser maior do que aquelas com as quais você irá dar call. Por exemplo, se a mesa roda em fold até mim e eu tenho KQo, no botão eu irei dar raise. Há boas chances de ser a melhor mão e me dá a chance de roubar os blinds. Entretanto, se um jogador em middle position dá raise antes do flop, eu irei largar meu KQ rapidamente, já que essa mão estaria facilmente dominada pelas mãos com as quais alguém costuma aumentar, como AK, AQ, KK ou QQ, por exemplo. Essas são mãos que o KQ teria muita dificuldade em superar, e se nós dois acertarmos um par no flop, eu correria um grande risco de perder todo meu stack.
Phil Gordon Membro do Team Full Tilt, possui um título no World Poker Tour em 2003, várias mesas finais na WSOP e é autor de três grandes obras sobre poker.
30 | agosto
Para ilustrar melhor esse ponto, eis uma explicação matemática do porquê uma mão teoricamente forte, se dominada, se torna pior do que jogar mãos marginais. Digamos que meu oponente aumente, no UTG, com AK, e todos dão fold até mim, que estou no botão com 72o – a pior mão do poker. Se eu der call aqui, sou azarão com 35% de chances. Agora, digamos que tenha AQ no botão, encarando a mesma situação. Nesse caso, minha mão teria apenas 25% de chances de vencer, probabilidade significativamente pior do que se tivesse 72. Não é fácil largar AQ após um único raise pré-flop, mas se o raise veio de early position você tem razões para acreditar que seu oponente tem uma mão premium. AQ poderia facilmente estar dominada. O outro leak envolvendo mãos iniciais que vejo acontecer costantemente é a supervalorização de cartas suited. Vejo jogadores com A5 ou 87s jogarem essas mãos por acreditarem que vão acertar o flush no flop. Quando você tem cartas do mesmo naipe nas mãos, você só acerta o flush no flop uma a cada 121 vezes. Isso significa 0,84% das vezes. Ou seja, não acontece muito. E mesmo quando isso acontece, a chance de você levar um pote grande é pequena. Na verdade, se você pegar uma mão como A5s e comparar com A5o, contra a gama de mãos que seus oponentes podem estar jogando, ela somente irá acrescentar 2 ou 3% nas chances de você levar o pote. Portanto, não seja enganado por suas mãos suited. A hierarquia de cartas é mais importante do que o fato de elas serem naipadas ou não. Quando estiver tomando suas decisões pré-flop, se conseguir resistir ao ímpeto de jogar mãos que são facilmente dominadas e não cair na tentação de jogar cartas medíocres apenas porque são do mesmo naipe, tenho certeza de que estará jogando um poker mais lucrativo no longo prazo. Snowmen, Bonecos de Neve 8 8
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Família Tower
Mendoza La bela
Tower vai à Argentina e, entre muito frio e vinho, encontra um dos grandes destinos da América Latina
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Por Daniel “Tevez” Cantera
m dois voos saindo de São Paulo, os jogadores brasileiros chegaram à linda cidade de Mendoza, na Argentina, na noite de 10 de junho, para se encontrar com os sul-americanos que lá se reuniram para quatro dias de lazer, amizade e a possibilidade de disputar uma premiação de US$ 150 mil garantida. Desde a chegada, tudo indicava que estes seriam dias inesquecíveis. A mordomia iniciou quando batedores da polícia argentina escoltaram os ônibus que levaram o jogadores ao hotel. Ao chegar lá e reencontrar mais amigos de outros países, percebeu-se que existe uma profunda empatia entre os latino-americanos que praticam poker no software do Tower Torneos. Piragibe, embaixo de três casacos e só deixando à mostra uma orelha e os olhos, pronunciou a célebre frase: “A Tower une o que o futebol separa”. E essa simpatia não parou por aí; os brasileiros foram muito bem recebidos pelos hermanos, e o clima durante o evento foi bem tranquilo. 34 | agosto
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Família Tower
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A amizade entre latino-americanos na Tower
A polícia argentina fez escolta para os ônibus dos jogadores
agnífico é pouco para descrever o hotel onde estavam hospedados grande parte dos jogadores. O padrão cinco estrelas e o atendimento cordial fizeram todos se sentirem à vontade. E foi assim até sair de lá. Os apartamentos possuem um conforto digno de se arrepender de ser solteiro e sentir a falta de uma boa companhia. Jantar com um bom vinho – aliás “uns”, porque declaradamente o real vale uma nota por lá – e a deliciosa culinária local serviu para tirar aquela tensão de alguns que precisavam reclamar com outros sobre calls maldosos na bolha dos satélites que até lá nos levaram. O prizepool do main event ultrapassou o garantido e atingiu US$ 244 mil, dando uma premiação ao campeão de mais de $50K. Detalhista, a diretoria do Tower escalou dois experientes diretores, isso para que os de fala hispânica, que eram maioria, não tivessem que recorrer ao dicionário cada vez que Robigol ligasse o microfone, e para que os brazucas não sentissem falta do seu idioma. A televisão deu sinal verde e iniciou o Dia 1A do Mendoza Tower Fest. Um lembrete: este torneio será veiculado no canal da BandSports para todo o Brasil – assim que terminar a exibição do Tower Cruise 4 – no início de agosto. Assim, você pode conferir como é o clima dos torneios da Tower e, quem sabe, ainda participar de um deles. Ao final do Dia 1A, a argentina Candela Sanches se encontrava na liderança, e o brasileiro Giovanni “Nordeste” Brillantino logo atrás, a apenas a um blind de diferença em fichas. Os que caíram, nem reclamaram. O pessoal acordou cedo para aproveitar o que a bela Mendoza tem 36 | agosto
O brasileiro Kajaran fez o heads-up final
para oferecer. Alguns alugaram carros e foram conhecer a Cordilheira dos Andes, uma bela opção de turismo no local. O Dia 1B também esteve no mesmo clima, terminando com o argentino Guillermo Castagnino, o “Guille1956”, na frente, muito acima da média de fichas dos líderes do dia anterior.
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ITM começou a partir do 17º lugar, sendo o brazuca “Nordeste” quem abriu a zona de premiação. A mesa final foi formada com a liderança do argentino Javier Venegas e três brasileiros chegando:
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
Javier Venegas Rodrigo Oliveira Miguel Matheu Guilhermo Castagnino André Scaff Apavin Marcelo Banchero Roberto Tomaz Cadela Sanchez
Javier dominou a FT do começo ao fim, e na hora do heads-up nem quis falar em acordo. Andre “Kajaran” Scaff, de Londrina, perdeu o HU para Venegas, levando para casa uma premiação de pouco mais de US$ 40K. O argentino Javier Venegas, que impôs seu imenso stack, foi o campeão do Mendoza Tower Fest .
546.000 381.000 313.000 255.000 222.000 191.000 141.500 83.000 54.000
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o final do evento, a Tower Torneos agradeceu a todos os participantes do Mendoza Tower Fest – certamente um destino que tem tudo para integrar anualmente a grade de torneios live do site – e convidou a todos para a próxima parada, que será em outubro, na maravilhosa Porto de Galinhas, com mais um evento de US$ 100 mil garantidos. Até lá!
O campeão Javier posa com a equipe da Tower Kicks, Route 66 6 6
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Full Tilt Poker
Consolidando
uma grande
Por meio de grandes projetos e muita ousadia, o Full Tilt torna-se um dos grandes sites no cenรกrio mundial e conquista milhares de brasileiros 38 | agosto
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Poker e velocidade
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Full Tilt Poker é uma sala de poker que conquistou o coração de milhares de jogadores no Brasil e no mundo. Não por acaso, ela atualmente ocupa um lugar de destaque entre os gigantes do mercado mundial do online. Sua preocupação com o jogador e a inovação são características que acompanham o site em sua curta história de apenas seis anos. O início do Full Tilt Poker data de julho de 2004, quando o site entrou no mercado por uma iniciativa dos jogadores Chris Ferguson, Howard Lederer, Phil Ivey e outros profissionais. Eles queriam um site de poker desenhado por jogadores para jogadores. Para conseguir concretizar tudo o que eles esperavam, foi feita uma parceria com uma empresa desenvolvedora de software e uma empresa de licenciamento, em Los Angeles. O software foi projetado pela Tiltware, que conseguiu traduzir todas as ideias e expectativas da equipe do Full Tilt em um software moderno, inovador, e com uma interface simples e de fácil manejo. O primeiro software testado já usava gráficos superiores e tecnologia sofisticada. Um dos diferenciais do site foi colocar jogadores de todos os níveis enfrentando alguns dos maiores nomes do poker. O lançamento oficial do Full Tilt Poker foi anunciado na Downtown Las Vegas, onde membros do time de profissionais do Full Tilt, Ferguson, Ivey, Lederer, Andy Bloch, Phil Gordon, John Juanda, Erick Lindgren e Eric Seidel, juntaram-se aos executivos da TiltWare numa conferência de imprensa.
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Com um programa que permitia muitas opções de personalização e sua lista de profissionais com os melhores jogadores do mundo, o software logo se destacou e o Full Tilt começou a conquistar uma legião de jogadores. Uma das primeiras opções, que agradou em cheio ao público, foi a possibilidade de selecionar um avatar pessoal, escolhido para representar cada jogador. Além disso, o jogador tinha a opção de personalizar os cenários e os ambientes de jogo, outra característica que demonstrou a diferença entre o Full Tilt e os demais sites do mercado.
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lém das inovações no software, o Full Tilt Poker sempre olhou para o mercado e buscou atender às necessidades de seus jogadores.Por esse motivo, o site possui uma academia, a Full Tilt Academy, um espaço onde o jogador pode aprender e evoluir o seu jogo, com dicas, aulas e artigos escritos por jogadores profissionais. Falando nos profissionais, o time do site é considerado o mais forte do mundo, com nomes como Patrick Antonius, Gus Hansen e Tom Dwan, isso sem falar em Erik Seidel, Mike Matusow, Jennifer Harman, Howard Lederer, Chris Fergusson e Phil Ivey, além de muitos outros. Nickels, Presto, Speed Limit 5 5
m mais uma ação inovadora, o Full Tilt Poker firmou parceria com a Virgin Racing, uma das três equipes que estrearam na Fórmula 1 em 2010. O acordo com a equipe do brasileiro Lucas di Grassi e do alemão Timo Glock entrou em vigor a partir do GP de Mônaco, o mais badalado do calendário da principal categoria do automobilismo mundial. Durante o fim de semana em Monte Carlo, os integrantes da Virgin receberam a visita de Chris “Jesus” Ferguson, profissional do Full Tilt e dono de cinco braceletes da World Series of Poker. Di Grassi e Glock revelaram-se fãs de poker e estavam ansiosos para o jogo de exibição que fariam com Ferguson após a corrida. “É um grande fim de semana, mas quando o trabalho duro tiver acabado, vou ver se consigo jogar uma partida com o Chris amanhã à noite”, falou o brasileiro durante o treino de classificação, quando todos os integrantes da Virgin receberam Ferguson com uma peruca e um chapéu de cowboy, imitando o visual texano característico do campeão do Main Event da WSOP no ano 2000. “Gosto do visual do Chris, mas acho que não funciona muito com o meu capacete”, brincou Di Grassi. “Sou um grande fã de poker. Aqui na Fórmula 1, alguns pilotos costumam se juntar para jogar durante os finais de semana de corrida. Espero que tenhamos tempo para jogar mais tarde. E espero que possa vencer o Chris!”, disse Timo Glock em Mônaco. Para celebrar a parceria, o Full Tilt promoveu vários torneios freeroll especiais, com prêmios como uma viagem para assistir ao GP de Valência, na Espanha, ou a oportunidade de jogar um heads-up de $1K contra o próprio Timo Glock. Passada a primeira metade da temporada, a equipe Virgin, assim como as outras novatas, ainda não conseguiu pontuar em uma corrida. No entanto, o chefe da equipe, John Booth, disse recentemente que a Virgin está melhorando e que o objetivo é terminar o ano como o melhor time entre os estreantes. Good luck, Virgin!
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Um dos grandes duelos no Poker After Dark aconteceu entre Hellmuth e Tom Dwan
Abertura do programa
O último programa gravado do Pro-Am reuniu Jason Alexander (Seinfeld), a modelo Shana Hiatt e prós do poker mundial
Full Tilt
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uito além do que acontece nas mesas virtuais e nos torneios de seu software, o Full Tilt Poker alavancou o crescimento do poker mundial investindo em uma série de programas de TV, entre eles o Learn from the Pros e Poker Championship at Red Rock (exibidos no canal Fox Sports), Pro-Am Poker Equalizer (na ESPN) e Face the Ace e o popular Poker After Dark exibidos na rede NBC – este último também é repassado no Brasil pelo canal fechado Discovery. No Brasil, o patrocínio ao BSOP resultou em um programa que é exibido todas as segundas-feiras na ESPN. Além disso, ao Full Tilt patrocina a FTOPS – Full Tilt Online Poker Series, uma série de torneios de poker online com milhões de dólares garantidos, acontecendo, em média a cada três meses. Esta série foi criada em 2006, e teve um prizepool de mais de 2 milhões de dólares. Além da FTOPS, o site possui ainda em sua grade de séries a mini-FTOPS, a versão reduzida da sua irmã mais velha, similar no formato dos torneios, exceto no valor dos buy-ins, em torno de 10% da competição original. O ano de 2007 marca a entrada do site como patrocinador de grandes torneios ao vivo, o que ajudou a difundir o seu nome, atraindo novos jogadores e culminando na segunda posição na lista mundial de maiores de salas poker online. Inovando sempre, no final de 2009, o site realizou mais uma iniciativa inédita no mundo o poker online lançando os torneios cashout e a opção Run it Twice. Outra
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ideia fabulosa criada pelo Full Tilt e copiada por todos os outros sites foram os intervalos de torneios sincronizados: com isso, os jogadores poderiam ter o seu break garantido, mesmo que estivessem jogando em várias mesas com horários de início distintos. Porém, a grande revolução estava reservada para o Rush Poker*. O Rush Poker* é uma interessante e original ideia desenvolvida para minimizar o tempo de espera entre as mãos e manter a ação constante. Ao contrário do formato comum, em que os jogadores enfrentam os mesmos adversários a cada mão, o sistema Rush revolucionou o jeito de se jogar poker online, fazendo com que os jogadores enfrentem novos adversários todas as vezes que se retiram de uma mão. Quando um jogador dá fold em suas cartas, ele é imediatamente transferido para outra mesa, se ter que esperar pelo resto da mão, para agir novamente. Chris Ferguson, uma das estrelas do Full Tilt, disse que “o Rush Poker é a maior novidade do poker online, desde que o poker começou na internet. É um jogo extremamente acelerado, fazendo com que precisemos tomar decisões a todo o momento, sem ter que esperar pelo término das mãos.”
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ara manter-se inovador e como um dos nomes fortes do mercado, o Full Tilt Poker pretende continuar investindo em novas ideias para melhorar a experiência dos jogadores de poker, sejam eles profissionais ou joguem como passatempo. Estamos ansiosos para conhecer as próximas novidades!
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no Brasil
Full Tilt voltou os seus olhos para o País em maio de 2009. A data marca a parceria entre o site e o maior portal esportivo de poker do Brasil, o SuperPoker. A partir daí foram feitas várias ações, entre elas a criação de um time de profissionais brasileiros, vários torneios e promoções especiais, que culminaram no patrocínio da BSOP – Brazilian Series of Poker, o campeonato brasileiro de poker. Este investimento fez com que o número de jogadores brasileiros no site tivesse um aumento considerável, e o Full Tilt alcançou definitivamente o seu lugar como um dos sites mais conhecidos pelos jogadores brasileiros. Em pouco tempo, era comum ver jogadores com bonés e camisetas do Full Tilt nos torneios espalhados por todo o País. Tornou-se cada vez mais comum encontrar outros colegas brasileiros ao jogar nas mesas do site.
Os Prós
nacionais Christian Kruel
Este carioca é um dos nomes mais conhecidos e respeitados entre os jogadores do poker nacional. Um dos pioneiros da prática do Texas Hold’em no País, CK descobriu a modalidade quando assistiu, juntamente com o também jogador e amigo Raul Oliveira, ao filme Rounders (Cartas na Mesa). Oriundo do gamão, Christian foi um dos primeiros brasileiros a conseguir resultados internacionais, entre eles uma mesa final no WPT nas Bahamas, em 2005. Graças aos resultados, seu nome virou referência quando o assunto é poker brasileiro.
Raul Oliveira
Raul teve seu primeiro contato com o poker dentro de casa. Foi vendo seu pai jogar com seus tios e seu avô o poker fechado. Ainda com sete anos, aprendeu as regras do jogo. Foi em um torneio de gamão que ele conheceu Christian Kruel, e, a partir de então, os dois construíram uma história que se confunde com a história do profissionalismo do poker no Brasil. Antes de se dedicar profissionalmente ao jogo, Raul trabalhou no clube do Flamengo, e o gamão era sua segunda fonte de renda. Ele possui uma formação técnica em cash game fixed limit e é um dos maiores especialistas brasileiros nesta modalidade.
Leandro “Brasa” Pimentel
BSOP
A entrada do Full Tilt como co-patrocinador da melhor série de torneios de poker do País iniciou-se em 2009. Em 2010, já como patrocinador exclusivo, o Full Tilt marcou uma nova fase para o circuito brasileiro que, a partir de então, passou a fazer parte do calendário mundial de eventos ao vivo patrocinados pelo site. Além do reconhecimento pelo seu nível de organização, o patrocínio do Full Tilt ao BSOP significou um grande salto na qualidade do evento como um todo, trazendo uma grande novidade: a entrada do BSOP na grade de programação da ESPN. Desde o início deste ano, os programas são exibidos todas as segundas-feiras, por volta das 23h.
750K – Stack Series
Após uma temporada de recordes e coroando o sucesso obtido com o patrocínio do BSOP, o Full Tilt realizou, junto da Stack Eventos, ainda em 2009, um torneio de proporções nunca vistas no Brasil: o Full Tilt Poker 750K. O sucesso do evento foi tão grande que cerca de um ano depois ele voltou com muito mais força, agora como uma série de torneios chamada de Stack Series. Uma série de torneios que contou com nove eventos para todos os gostos e bolsos. Vocês podem ver mais sobre essa série numa matéria especial, nesta edição da Revista Flop.
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Quando falamos da história do Texas Hold’em nacional, a biografia de Leandro “Brasa” merece um capítulo à parte. O primeiro campeão brasileiro foi também o primeiro campeão paulista, primeiro campeão brasileiro de heads-up, primeiro brasileiro a conquistar a Triple Crown – do site Pocket Fives – e o primeiro brasileiro a alcançar uma mesa final de um evento da World Series of Poker. Oriundo do truco, Brasa começou a jogar Hold’em nos intervalos do almoço, quando ainda trabalhava como executivo de uma multinacional do ramo de telefonia – emprego que veio a largar para dedicar-se como jogador profissional e também para criar a Nutzz! Eventos, empresa idealizadora do Circuito Paulista e do BSOP.
Caio Pimenta
Após terminar durante dois anos consecutivos na liderança do ranking mais respeitado e tradicional do País – o ranking SuperPoker –, o mineiro Caio Pimenta é considerado um dos maiores fenômenos do poker online no Brasil. Ele, que começou a jogar em 2007, possui em seu currículo uma série de resultados, que incluem vitórias nos mais importantes e respeitados torneios da internet do planeta. Seu destino começou antes mesmo de completar 18 anos, quando apaixonou-se pelo poker online e vendeu sua coleção de livros do Harry Potter para fazer seu primeiro depósito, iniciando nos SnGs baratos, até conquistar os torneios com a maior premiação garantida da internet. agosto |
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Stack Series 750K
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ntre os dias 28 de maio a 7 de junho, a capital paulista recebeu, no H2 Club, a maior série de torneios do País, a Stack Series 750K. No total foram de nove eventos, distribuídos em 11 dias, culminando no main event com a premiação garantida de R$ 750 mil. A Stack Eventos já é conhecida pelo público brasileiro como uma das melhores organizadoras de eventos pelo País. Agora, em seu terceiro ano de atividade, inovou, aumentando o número de eventos e de modalidades em disputa, incluindo, além do NL Hold’em, as modalidades de Omaha e H.O.R.S.E. No ano passado, a primeira edição do Full Tilt 750K, realizada o final de outubro, deixou sua marca na história no poker nacional como a maior premiação garantida já oferecida por um torneio no País. O valor garantido, de R$ 750 mil, foi superado no evento, que teve 368 inscritos e vitória de Francisco “Juruna” Eufrásio, que levou um prêmio de R$ 230 mil no dia 2 de novembro de 2009. Este ano, na segunda edição, o Full Tilt 750K trouxe nove eventos que ultrapassaram, com sobra, a marca de R$ 1 milhão em premiação distribuída. Acompanhe um breve resumo de como foi a maior série de torneios do País.
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Modalidade: H.O.R.S.E. Data: 05 de junho Buy-in: R$ 340 + 60 Field: 13 jogadores Prizepool: R$ 4.400 ITM: 3 1º Marco Aurélio Valini 2º Eduardo Marra 3º Ricardo Ferrugem
Evento #5 46 | agosto
Modalidade: NL Hold’em Data: 07 de junho Buy-in: R$ 300 + 50 Field: 71 jogadores Prizepool: R$ 21.300 ITM: 7 1º Paulo Bogashian 2º Luciano Martins 3º Paulo A. Araújo
Marco Aurélio Valini, o vencedor do HORSE Salão cheio no Dia 1B
apenas 72 jogadores, que se juntaram aos 36 classificados no Dia 1A para formar o field do Dia 2. Adalberto Siqueira terminou na liderança do dia 1B.
Dia 2
Dia 1A
O primeiro dia classificatório do main event da Stack Series contou com 85 jogadores no field, com algumas presenças ilustres como Rodrigo “Zidane” Caprioli e Juliano Maesano, jogadores que ajudaram o Team Brazil a conquistar o vice-campeonato do evento inaugural do World Team Poker (WTP). Humberto Kim, Sérgio Penha e Cláudio Baptista, campeão brasileiro em 2008, também estavam entre os inscritos no dia. Outro jogador que fez a sua estreia no Full Tilt 750K, no Dia 1A, foi Juruna, campeão da primeira edição do evento no ano passado. Ele dividiu a mesa com Paulo Castro, que ficou com o vice na edição passada. Marco “MChacal”, Fernando Grow, Tito Feltrin, Eric
Modalidade: NL Hold’em Data: 06 de junho Buy-in: R$ 430 + 70 Field: 34 jogadores Prizepool: R$ 14.500 ITM: 4 1º Bruno Kim 2º João Taketani 3º Sérgio Shuravel
Evento #9
O evento principal da Stack Series trouxe muitas novidades. A estrutura foi revisada e ficou ainda melhor. Agora são 30 mil fichas de stack inicial e os blinds têm 45 minutos de duração no Dia 1 e 60 minutos do Dia 2 em diante. Também foram adicionados mais níveis à escalada dos blinds, tornando o torneio ainda mais deep stack e, desta vez, o evento foi disputado em cinco dias, e ocorreu entre 3 a 7 de junho. O buy-in também subiu para R$3.400+100.
Evento #7
Modalidade: NL Hold’em Data: 06 de junho Buy-in: R$ 1.000 + 150 Field: 58 jogadores Prizepool: R$ 25.000 ITM: 5 1º Raphael Ribeiro 2º José Miyashiro 3º Célio Santos
O Main Event
Evento #8
Modalidade: NL Hold’em Data: 01 de junho Buy-in: R$ 300 + 50 Field: 76 jogadores Prizepool: R$ 26.600 ITM: 8 1º Lígia Vanucci 2º Victor Talamini 3º Marcos “Franja”
Evento #6
Modalidade: NL Hold’em Data: 01 a 02 de junho Buy-in: R$ 520 + 80 Field: 109 jogadores Prizepool: R$ 56.680 ITM: 11 1º Írio Júnior 2º Igor Federal 3º Juliano Maesano
Evento #4
Modalidade: PL Omaha Data: 30 de maio Buy-in: R$ 300 + 50 Field: 31 jogadores Prizepool: R$ 9.300 ITM: 4 1º Andrey Lamego 2º Joel Arantes 3º Emerson Alves
Evento #3
Modalidade: NL Hold’em Data: 28 de maio Buy-in: R$ 1.000 + 50 Field: 250 jogadores Prizepool: R$ 250.000 ITM: 22 1º Wagner Oliveira 2º Vinícius Teles 3º Luiz Campelo
Evento #2
Evento #1
Stack Series 750K
Mifune, Marcelo Urubu e Igor Federal completaram a lista de ilustres presentes na disputa do evento. Dos 85 que começaram, 36 avançaram para o a fase seguinte do torneio, que aconteceu no sábado. Entre as baixas do dia, estavam Edu Sequela, Cláudio Ramos, Luan Stradioto, Norson Saho, Marcelo Jensen, Rodrigo Garrido, André Coelho e André Lamy. Alberto Serafim, de Manaus (AM), fechou o dia na liderança, com 190 mil fichas.
Dia 1B
O segundo dia de abertura do Full Tilt Poker 750K, teve 168 jogadores, praticamente o dobro de participantes do dia anterior. Ao final dos 12 níveis de blinds iniciais, restaram Sailboats, Barcos a Vela 4 4
No sábado, quando os 108 classificados nos dois primeiros dias de abertura retornaram ao H2 Club, para a continuação do evento, a liderança estava na mão do jogador Alberto Serafin, com 190 mil fichas. O segundo colocado era o conhecido jogador Bruno Kim, que vinha com 175 mil fichas. Entre os primeiros eliminados do dia estiveram nomes bem conhecidos do poker brasileiro, como Caio Brites, do 4bet Team, Vinícius Teles, que ainda fez mesa final no Evento #1 da série, e Leo Bello. Hiládio Marquetti, jogador de São Paulo, assumiu a liderança ainda na primeira metade do dia, e se manteve à frente até o final do mesmo. Pouco antes do encerramento do Dia 2, um acordo entre os jogadores salvou até o 28º colocado, pouco antes de Mathias deixar o torneio na 29ª posição, amargando a bolha do torneio.
Dia 3
João Taketani foi o último eliminado definindo o field do Dia 3, penúltimo dia do torneio, quando os 27 jogadores restantes, de 254 jogadores iniciais, voltaram para o pano na luta para conseguir um lugar entre os nove finalistas. O chipleader ao início da disputa foi o www.revistaflop.com.br
jogador Hiladio Marchetti, de São Paulo. Ele vinha na ponta com 757 mil fichas. As eliminações foram acontecendo até a última, antes do final do dia, que veio em uma bad beat. Com os blinds em 7K/14K ante 1K, Fernando Muniz, em middle position, aumentou para 40K, e André Pardal, no big blind, foi all in de 244 mil fichas. Fernando pensou um pouco e, com 88, deu call. Pardal abriu par de Ás, mas logo no flop o 8 apareceu e tirou Pardal da disputa na bolha da mesa final. Denilson Hamamoto fechou o dia na liderança da disputa com 1.552.000 fichas.
Final Table
Após quatro dias de jogo, o Full Tilt Poker 750K, principal torneio da Stack Series 2010, chegou ao seu momento decisivo. A mesa final foi disputada na segunda-feira, dia 07 de junho, no H2 Club, em São Paulo. Dos 254 inscritos no torneio, apenas nove jogadores continuavam com chances de levar o troféu de campeão e um prêmio de R$ 200 mil. Eram eles: agosto |
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6º
3º
4º 1º
5º 8º 2º
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
SP Alexandre Nudelman SP Gabriel Goffi SP Fernando Muniz SP Lucas Jikal SP Marcos Franja SP Roni Molchansky RJ Adalberto Siqueira SP Douglas Santos SP Denilson Hamamoto
Q
1.552.000 1.499.000 1.021.000 1.014.000 701.000 625.000 619.500 331.000 327.000
uando a mesa final começou, por volta das 19 horas, os blinds valiam 7K/14K ante 1K, colocando os short-stacks em um situação muito complicada. Mas, quando o jogo teve início, o primeiro a ir para o rail foi um dos primeiros colocados na disputa. Gabriel Goffi, no cutoff, aumentou para 33 mil fichas, e Denilson Hamamoto, no small blind, subiu para 80K. Gabriel deu call. Os dois viram um flop com QA7 e Hamamoto apostou 100 mil fichas, tomando call de Gabriel. O turn trouxe um 9 e Denilson novamente atirou 100K para o pote. Desta vez, Gabriel, que tinha K4s, foi all in de 750.000 fichas e Hamamoto, que estava trincado, com QQ nas mãos, Nudelman leva o troféu de campeão pagou. O 8 no river deu o pote gigante para casa para Hamamoto, que ficou mais chipleader do que nunca e tirou Gabriel do torneio em nono lugar. Adalberto Siqueira foi o próximo a deixar a disputa, na oitava colocação, após duelar com o outro short-stack da mesa, Douglas Ferreira. Em sétimo lugar ficou Roni Molchansky, jogador do Rio de Janeiro, que depois de ir all in de 364 mil fichas, com AJs, recebeu o call de Alexandre Nudelman com 77. O par segurou até o river. O próximo eliminado, Marcos Franja, também foi vítima de um par de 7. Desta vez, estava nas mãos de Douglas
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Ferreira. Marcos, que tinha um par de 3, entrou all in completamente dominado por Douglas. Nada no bordo o ajudou, e Franja saiu da competição com a sexta posição. Lucas Jikal ficou com o quinto lugar, eliminado por Alexandre Nudelman também em um all in pré-flop. O quarto lugar ficou com Douglas Ferreira, que teve uma ótima recuperação depois de começar a finalíssima com o menor stack de todos os finalistas. Em sua última mão no torneio, com os blinds em 25K/50K ante 5K, ele foi all in de 935 mil fichas com AT, e recebeu o call de Fernando Muniz, que tinha JJ.
á garantidos no pódio, Hamamoto, Alexandre e Fernando travaram uma dura batalha até que fosse conhecido o terceiro colocado. Na mão que definiu essa briga, os blinds estavam em 40K/80K ante 5K, e Fernando, no botão, anunciou all in de 850 mil fichas com TT, e Alexandre, com A8o, no big blind, deu call. O flop trouxe 822 e a vantagem ficou com Fernando. Um J no turn não mudou nada, mas um A no river deu dois pares maiores para Alexandre, que foi para o heads-up contra Denilson. Essa disputa foi rápida e decidida quando Alexandre, no small, deu raise para 180 mil fichas e Denilson pagou. O flop trouxe TT 3. Ambos deram check. Um J surgiu no turn e, novamente, os dois deram mesa. O river trouxe um 3 e Alexandre deu check, mas Denilson apostou 400K. Alexandre aumentou para 800 mil e Denilson, imediatamente, anunciou all in. Alexandre deu call. Denilson Hamamoto abriu QQ e, com dois pares, viu-se atrás de Alexandre Nudelman com T7. Alexandre Nudelman, então, sagrou-se o campeão do torneio, obtendo seu segundo grande resultado no ano, após o vice campeonato na histórica etapa de abertura do BSOP 2010, disputada em São Paulo.
Caderno
9º
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O tão esperado bracelete
Gavin Pág 52
Jennifer Harman Pág 50
de
Smith FTOPS
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Emblemas Pág 56
www.fulltiltpoker.net
Jennifer Harman Após dois anos em Los Angeles, Harman decidiu parar de jogar poker por um ano e apostar em seu próprio negócio. Encaminhou-se para Maryland, Washington, e colocou seu talento empresarial à prova. Seria uma aposta perdedora, que ela veria falir dentro de um ano. Para sair das dívidas, Jennifer voltou a jogar poker. Ela pediu dinheiro emprestado a um amigo e seguiu a trilha bem sucedida de jogadores em busca de redenção para Las Vegas. Harman começou em jogos de limite médio e, ocasionalmente, em cashs de $50/$100. Com a confiança de um veterano, ela subiu de nível, passando a participar das mesas de $75/$150 e $200/$400 – tudo em NL e Limit Hold’em. Seu jogo foi volátil; Harman oscilou entre os níveis do jogo, perdendo de forma intermitente. Em 1993, Harman sofreu com outro grave problema de saúde e esteve perto da morte. Com isso, gastou boa parte de seus ganhos e, novamente, quase quebrou jogando nos limites de $50/$100 no Mirage. Para continuar, ela tomou um empréstimo de um amigo no valor de US$ 50 mil. O dinheiro ajudou e muito. Ela melhorou seu jogo e, a partir daí ,nunca mais precisou se preocupar com seu bankroll novamente.
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poker sempre esteve presente na vida de Jennifer Harman. Aos oito anos de idade, seu pai lhe ensinou a jogar o tradicional 5 Card Draw (mais conhecido, aqui no Brasil, como poker fechado). Após mostrar imensa habilidade com o jogo, seu pai, que estava à beira da falência, colocou-a para jogar nas mesas de cash, e Harman ainda conseguia recuperar o dinheiro investido e o fazia sobrar para cuidar da família. A sua crescente carreira como profissional desde a infância foi atormentada por problemas crônicos de saúde. Harman precisou de um transplante de rim, o que lhe permitiu continuar a frequentar a escola e jogar cartas. Com apenas 16 anos, ela fez uma identidade falsa e usou-a para entrar em salas de poker.
Após a formatura no colégio, a adolescente se dirigiu à Universidade de Nevada para estudar biologia. Embora dividisse seu tempo entre o trabalho de garçonete e os estudos, ela nunca tirou os olhos das salas de poker.
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epois de algum tempo, decidiu ignorar a rotina das 9h às 17h tradicional, mudou-se para Los Angeles e começou a trabalhar como bartending em um hotel. Após três dias no serviço, um amigo lhe aconselhou verificar as poker rooms do Bicycle Casino. Harman gostou do que viu e decidiu deixar o trabalho, depois de apenas cinco dias, para jogar em tempo integral. No início, Harman relata que o poker parecia ser só uma coisa divertida para fazer, e não uma carreira.
“Aprenda, converse e jogue com os Profissionais”
mbora jogasse estritamente cash game, Jennifer começou a participar de torneios ainda nos anos 90. E obteve resultados impressionantes: um sexto lugar em um evento de $2.500 PL Hold’em na World Series of Poker em 1995 e, em 1999, terminou em 13º no torneio de $1,500 Limit Hold’em. Nesse meio tempo, ela ainda ganhou o Commerce Casino, o NL Hold’em Championship e o Limit Hold’em no Aberto de Orleans. Sua grande conquista, no entanto, veio em 2000, na WSOP, quando terminou em primeiro lugar em um estilo de evento que nunca havia jogado (o mixed games) e abocanhou a quantia de US$ 146,250 – além do bracelete de ouro. Dois anos depois, Harman ganhou seu segundo bracelete na série mundial, em um torneio de $5,000 Limit Hold’em. E não foi só na Worls Series que ela se deu bem. Harman também encontrou o sucesso com o World Poker Tour (WTP). O seu melhor resultado foi o quarto lugar em 2004, quando levou pouco mais de US$ 300,000. Isso, no entanto, não chega nem perto das quantias milionárias que disputa nos big games nas mesas de cash em Vegas. Junto de grandes nomesdo poker mundial, ela senta na mesa de $3K/$6K e se mantém regular até hoje. Em um ano bom, ela chega a faturar US$1 milhão jogando quatro noites por semana no Bellagio. “Eu sou provavelmente a pessoa mais pobre na mesa”, brinca Harman. Mas a sua melhor noite aconteceu quando se juntou à corporação – um conglomerado de profisionais de
Harman jogando Limit na WSOP no ano passado
poker – para enfrentar o bilionário Andy Beal. Em nove horas de jogo, ela conseguiu lucrar mais de US$ 9 milhões. Harman foi um dos top três profissionais que conseguiram trazer mais lucro para tal corporação, ao enfrentar o bilionario em um heads-up.
S
uas experiências com Doyle Brunson, no Bobby’s Room, e com a corporação fizeram com que trocasse um pouco os panos pela caneta. Ela é coautora de um dos melhores livros sobre poker, o Super System 2. Dedicou-se a escrever sobre estratégias para torneios e cash na modalidade Limit Hold’em – uma de suas formas favoritas e um jogo em que ela sempre ganha. Em sua introdução ao livro, Brunson escreveu sobre Harman: “Estou convencido de que ela não é só a melhor jogadora do sexo feminino viva, mas está entre os profissionais de elite de todo o mundo.” Harman escreveu o livro em 2004 – ano em que teve de fazer um transplante de rim, o que forçou-a a ficar de fora das mesas por um tempo. Depois de se recuperar, ela voltou ao seu lugar habitual à mesa, mas essa experiência a estimulou a fazer ações em prol da doação de órgãos. Ela é uma das fundadoras do CODA (movimento americano de conscientização e incentivo à doação de orgãos) e está trabalhando para levantar dinheiro para a causa. Atualmente, Harman joga casualmente online e sempre está nas mesas de high stakes em Las Vegas. Ela também é treinadora de seu marido, Marco Traniello, jogador de poker. No seu tempo livre, Harman brinca com seus quatro cães, passa o tempo com os amigos, gosta de esquiar, ouvir música, ver filmes e fazer pilates.
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WSOP 2010 Os resultados dos 52
Prós
O
ano de 2010 foi ótimo para os profissionais do Full Tilt Poker na WSOP. Logo no início da série, o inglês Praz Bansi derrotou 2.091 jogadores e conquistou seu segundo bracelete na carreira, vencendo o Evento 5, de $1,500 NL Hold’em. Bansi ganhou seu primeiro bracelete na WSOP de 2006, em um evento semelhante – apenas um ano depois de começar a jogar poker. Praz Bansi começou sua mesa final com um stack médio e evitou chamar muita atenção até restarem quatro jogadores, quando começou a imprimir um forte ritmo de jogo à mesa. Chegando ao heads-up com uma ligeira vantagem sobre Vincent Jacques, Bansi teve duas chances de eliminar seu adversário – que acabava acertando seus outs e voltava para o jogo. A mão derradeira ocorreu quando o AJ de Bansi conseguiu segurar contra o A8 de Jacques, dando o título ao inglês, que agora possui mais de US$ 2,3 milhões ganhos em torneios internacionais. Alguns dias depois, outro inglês do Full Tilt teria seu bracelete: Richard Ashby – que joga online como “CHUFTY”. Ele escreveu seu nome na história da série ao vencer o Evento 21, de US$1,500 Seven Card Stud. Um dos mais recentes jogadores contratados pelo site, Ashby entrou na final como terceiro em fichas e teve que enfrentar um grupo duríssimo de jogadores, como Dan Heimiller, Sorel Mizzi e seu colega Jon Turner, o “PearlJammer”. Ao final de algumas horas, Ashby eliminou a californiana Christine Pietsch, que fez sua primeira WSOP, com QQ77J contra TTAKJ.
Praz Bansi venceu o Evento 5
Depois foi a vez do mexicano Jose Luis Velador ter a chance de conseguir seu segundo bracelete, no Evento 33, de $2,500 PL Hold’em e Omaha. Seu primeiro bracelete havia sido conquistado em 2008, em um evento de NL Hold’em. Para chegar ao título, Velador teve que eliminar um batalhão de colegas profissionais do site, como Phil Ivey, que caiu em 12º lugar. O mexicano entrou na mesa final como chipleader e, ao chegar entre os três finalistas, estava certo de que o título seria do Full Tilt – já que Velador enfrentava outros dois colegas que também jogavam pelo site: o holandês Rob Hollink e o chinês David Chiu, que terminou em segundo lugar e teve o impressionante número de três mesas finais nessa WSOP.
A
liás, vamos fazer uma breve pausa sobre os braceletes para homenagear John Juanda, que fez uma fantástica campanha nesta WSOP e conseguiu quatro mesas finais, todas em importantes eventos de modalidades distintas, como o 8-Game Players Championship, o Seven Card Stud Hi-Lo Championship, o NL 2-7 Lowball Championship e o 3K HORSE, vencido por Phil Ivey. Nada fácil, não é? Juanda já possui três braceletes e perdeu estas quatro chances em 2010. Mas certamente, agora, está muito feliz com seus resultados. Seguindo nossa lista, chegamos ao Evento 36, de $1,000 NL Hold’em, em que o canadense Scott Montgomery venceu 3.101 jogadores e conseguiu seu primeiro título de WSOP. Montgomery foi contratado pelo Full Tilt em 2008, quando apareceu para o mundo do poker como
Richard Ashby levou o bracelete de um torneio de 7 Card Stud
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Velador venceu o torneio de PL Omaha e Hold’em
um dos November Nine, no ano de criação da mesa final em separado – vencida por Pete Eastgate. Na ocasião, Montgomery ficou apenas com um quinto lugar e o prêmio de pouco mais de US$ 3 milhões. Neste evento que venceu, em 2010, o canadense entrou na mesa final com a penúltima posição em fichas, mas seu estilo agressivo foi determinante para chegar ao heads-up e enfrentar Mick Carlson. Montgomery dominou Carlson nos momentos finais e acabou pagando um all in de seu adversário com A7, que segurou contra o K2 de Carlson até o river.
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O primeiro bracelete de Gavin Smith
penas um torneio depois, no Evento 37, de $3,000 HORSE, chegamos ao oitavo bracelete do maior fenômeno do poker: Phil Ivey, que venceu um heads-up contra Bill Chen e selou o torneio em uma de suas modalidades favoritas, o Razz. Agora, Ivey empatou em número de braceletes com o lendário Johnny Moss e seu colega de Team Full Tilt, Erik Seidel. Alguns dizem que, em poucos anos, Ivey estará ultrapassando Johnny Chan e Doyle Brunson para, finalmente, travar o duelo final contra Phil Hellmuth e seus atuais 11 braceletes. Os fãs de Ivey aguardam ansiosamente! Poucas surpresas pareciam restar na reta final da série, quando, de repente, no Evento 44, de $2.500 No Limit e Fixed Limit Hold’em, eis que surge um veterano que ainda não tinha seu bracelete. Será que seria desta vez? Gavin Smith sempre foi muito conhecido por seu jeito simpático e extrovertido – para não falar de suas famosas bebedeiras! Finalmente ele teria um real motivo para comemorar com seus amigos! Aliás, este foi o título mais celebrado entre os profissionais – podiam ser vistos na entrega do bracelete nomes famosos como Jeff Madsen, Erick Lindgren, Chau Giang, Joe Sebok e Layne Flack, entre muitos outros. Sinal de que há muito tempo, Smith merecia este reconhecimento. Os últimos dois títulos desse time imbatível foram em eventos especiais: Phil Gordon venceu o Ante Up for Scott Montgomery foi o campeão do Evento 36
Africa e doou todo seu prêmio, mais de US$ 130 mil, para a organização que ajuda os africanos menos favorecidos. No heads-up, Gordon enfrentou a atriz e jogadora de poker Shannon Elizabeth e venceu seu KT ao pagar o all in com Q3. O board trouxe Q68A5 e o par de Gordon encerrou a noite cheia de estrelas.
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outro título veio justamente no TOC – Torneio dos Campeões. Huck Seed saiu vitorioso e levou US$ 500 mil neste freeroll de luxo para apenas 27 jogadores – entre detentores de braceletes e poucos convidados. O evento ocorreu em oito dias e sua maratona no dia final obrigou Seed a jogar mais de 16 horas. No heads-up, Seed venceu o colega Howard Lederer, que entrou de all in com Q8 e foi pago pelo A2 de Seed.Com um board de 7669ª, o campeão do main event de 1998 levou mais este importante título! Encerrando a série, temos agora a expectativa da final do November Nine: nunca tantos jogadores chegaram entre os nove finalistas usando as cores do Full Tilt Poker. E desta vez temos mais um grande profissional na disputa: Michael Mizrachi – que está com um stack médio, mas provou que é capaz de chegar longe. Agora é esperar novembro chegar enquanto torcemos para conhecer mais um grande campeão mundial! Phil Ivey levou seu oitavo bracelete
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Eventos Online
As
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novidades do
FTOPS A
mais famosa série de torneios do software retorna, agora, com 34 eventos e um prizepool total de US$ 19 milhões. O Full Tilt anunciou o calendário da série, que acontecerá entre os dias 4 e 15 de agosto, iniciando com um torneio que garante o total de US$ 750 mil em prêmios, com buy-in de US$ 200. Em agosto de 2006 foi realizada a primeira edição da FTOPS, que começou com apenas oito eventos e um prêmio garantido de mais de US$ 1 milhão entre todos eles. Durante todo esse tempo, foi percorrido um longo caminho, e a última edição da série – realizada ano passado – distribuiu mais de US$ 18 milhões em prêmios em 30 eventos. Para esta nova edição, o FTOPS promete ser, novamente, espetacular. A 17ª edição da série inclui uma ampla seleção de torneios e, como de costume, cada evento terá um anfitrião – que é um profissional do time do Full Tilt. Entre as inovações da série para este ano, estão: Eventos knockout, shootout, turbo e super turbo. O Two-day Event, com dois dias de jogo e um total de US$ 2 milhões em prêmios. O incrível FTOPS main event, que agora conta um total de US$ 3 milhões em prêmios em dinheiro. Além disso, outra inovação serão os torneios disputados no formato Rush Poker. Experimente o jogo de poker mais rápido do mundo na maior arena de poker online. O FTOPS XVII contará com seis eventos neste novo estilo: Evento #2: $240+$16 PLO/08 Rush Knockout, $200,000 Evento #10: $200+$16 NLH Turbo Rush, $350,000 Evento #15: $300+$22 PLO Turbo Rush, $200,000 Evento #21: $207+$9 NLH Super Turbo Rush, $250,000 Evento #27: $200 + $16 Limit Hold ‘em Rush, $150,000 Evento #33: $150 + $13 NLH Rush Rebuy, $750.000 Os torneios satélites para os eventos do FTOPS XVII já estão em andamento. Ganhe as suas vagas para o FTOPS
por uma fração do preço real do buy-in, ou por meio dos torneios steps. Tíquetes da Etapa 5 podem ser usados para qualquer evento FTOPS de $200 + $16, tíquetes da Etapa 6 podem ser usados para o main event, de $600 + $40, e um tíquete da Etapa 7 dá uma vaga no $2,000 + $100 Two-Day Event.
Prêmios do FTOPS
Caso você consiga ser um dos finalistas em qualquer evento da série, você receberá mais do que um belo prêmio em dinheiro: Todos os jogadores que chegarem à mesa final ganharão uma jaqueta exclusiva do FTOPS, Os vencedores de um evento da série recebem uma jaqueta e uma camisa dourada, além de um cobiçado avatar com camisa dourada para usar no Full Tilt Poker, O jogador que terminar em primeiro na classificação geral desta edição, ganha um avatar personalizado do Full Tilt Poker e um pacote especial de prêmios, que inclui a entrada para todos os eventos da próxima
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Evento 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34
Data 4 de agosto 5 de agosto 5 de agosto 5 de agosto 6 de agosto 6 de agosto 6 de agosto 7 de agosto 7 de agosto 7 de agosto 8 de agosto 8 de agosto 8 de agosto 9 de agosto 9 de agosto 9 de agosto 10 de agosto 10 de agosto 10 de agosto 11 de agosto 11 de agosto 11 de agosto 12 de agosto 12 de agosto 12 de agosto 13 de agosto 13 de agosto 13 de agosto 14 de agosto 14 de agosto 14 de agosto 15 de agosto 15 de agosto 15 de agosto
Hora Modalidade
Buy-in
Premiação
21:00 14:00 18:00 21:00 14:00 18:00 21:00 14:00 16:00 18:00 14:00 16:00 18:00 14:00 18:00 21:00 14:00 18:00 21:00 14:00 18:00 21:00 17:00 12:00 17:00 14:00 18:00 21:00 14:00 16:00 21:00 14:00 16:00 18:00
US$ 200 + $ 16 US$ 240 + $ 16 US$ 300 + $ 22 US$ 500 + $ 35 US$ 200 + $ 16 US$ 310 + $ 12 US$ 200 + $ 16 US$ 500 + $ 35 US$ 100 + $ 9 US$ 200 + $16 US$ 120 + $ 9 US$ 500 + $ 35 US$ 300 + $ 22 US$ 200 + $ 16 US$ 300 + $ 22 US$ 1,000 + $60 US$ 200 + $ 16 US$ 200 + $ 16 US$ 500 + $ 35 US$ 200 + $ 16 US$ 207 + $ 9 US$ 300 + $ 22 US$ 300 + $ 22 US$ 200 + $ 16 US$ 200+ $16 US$ 200 + $16 US$ 200 + $16 US$ 300 + $ 22 US$ 2,000 + $ 100 US$ 100 + $ 9 US$ 515 + $ 20 US$ 240 + $ 16 US$ 150 +$ 13 US$ 600 + $ 40
US$ 750,000 US$ 200,000 US$ 300,000 US$ 200,000 US$ 600,000 US$ 400,000 US$ 100,000 US$ 350,000 US$ 600,000 US$ 350,000 US$ 800,000 US$ 500,000 US$ 1,250,000 US$ 150,000 US$ 200,000 US$ 1,250,000 US$ 150,000 US$ 400,000 US$ 350,000 US$ 150,000 US$ 250,000 US$ 1,000,000 US$ 200,000 US$ 150,000 US$ 100,000 US$ 400,000 US$ 150,000 US$ 150,000 US$ 2.000,000 US$ 400,000 US$ 400,000 US$ 1,000,000 US$ 750,000 US$ 3,000,000
No Limit Hold’em Pot Limit Omaha Hi/Lo – Knockout Rush No Limit Hold‘em – 4x Shootout 6 max Turbo HORSE No Limit Hold‘em – com 1 re-buy e add on No Limit Hold‘em – Super Turbo Stud/8 Pot Limit Omaha – 6 max No Limit Hold‘em – com re-buy No Limit Hold‘em – Turbo Rush No-Limit Hold‘em – Knockout No Limit Hold‘em – Heads Up No-Limit Hold’em Omaha Hi/Lo Pot Limit Omaha – Turbo Rush No-Limit Hold’em HA – 6 max No Limit Hold’em – Turbo No Limit Hold‘em – 3x shootou 7 Game No Limit Hold’em – Super Turbo Rush No Limit Hold‘em – Super Turbo Rush Pot Limit Omaha – Heads-up No Limit Hold’em – Cashout Stud No Limit Hold’em – 6 max Limit Hold’em – Rush Razz No Limit Hold’em / 6 max – 2 dias – Ante desde o começo Pot Limit Omaha – com re-buy No Limit Hold’em – Super Turbo KO No Limit Hold’em –knockout 6 max No Limit Hold’em – re-buy Rush Main Event – No Limit Hold’em
edição da FTOPS (exceto o Two-Day Event). Espera-se que o pacote de prêmios tenha o valor aproximado de US$ 10 mil em entradas de torneio.
O Mini FTOPS
No Mini FTOPS, você pode transformar um pequeno buy-in em muito dinheiro e ainda tem a oportunidade de disputar os mesmos 34 eventos do FTOPS, porém todos com um décimo do valor de entrada. Com muitos participantes e mais de US$ 6 milhões garantidos em prêmios, essa série acontece depois do FTOPS.
“Bounce back ability” Freerolls
Um bom jogador de poker não fica por baixo por muito tempo. Aqui está a sua chance de provar que pode se recuperar de um golpe duro e continuar de pé. Terminar no meio da classificação pode ser muito doloroso, especialmente quando se trata de um evento FTOPS. Com o “Bounce back ability” Freeroll, você tem a chance de voltar. Seja o último jogador eliminado antes da premiação em dinheiro em qualquer evento da série para ganhar uma vaga neste freeroll exclusivo que oferece um valor de entrada para o main event da próxima edição da FTOPS.
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Emblemas
mostre suas
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Habilidades
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gora você pode exibir as suas realizações nas mesas do Full Tilt Poker através dos Emblemas de Jogador. São quatro emblemas anexados aos avatares, que indicam diferentes níveis de habilidades e técnicas dos jogadores. Para conseguir os emblemas, o jogador deve completar os desafios do mês, enquanto disputa seus jogos favoritos no Full Tilt Poker. Ganhe todos os quatro emblemas em um período de um mês para mostrar aos seus adversários o quão habilidoso você é nas mesas. Veja abaixo o significado de cada um dos emblemas e como conquistá-los:
Academia Full Tilt Poker
Aprimore suas habilidades de poker aprendendo com os melhores do mundo, incluindo Chris Ferguson, Howard Lederer e Phil Gordon. A Academia Full Tilt Poker oferece aos seus jogadores um conteúdo interativo exclusivo, incluindo os Desafios da Academia, em que você completa tarefas designadas para melhorar o seu jogo e ganhar créditos para usar na loja da academia. Complete três ou mais desafios em um mês e receba o Emblema Academia Full Tilt Poker.
Iron Man Challenge
Aceite o desafio e ganhe o status do Iron Man ao acumular Full Tilt Points (FTP) em qualquer um dos torneios, SnGs e jogos normais a dinheiro real. A cada mês, você pode conquistar um dos quatro níveis de status do Iron Man – Bronze, Prata, Ouro ou Ferro – de acordo com a quantidade de FTPs que ganhou a cada dia. Quando alcançar um dos quatro níveis de status do Iron Man, em um determinado mês, você poderá exibir o emblema no seu avatar.
saberão que por trás de seu nome e avatar, existe um jogador que leva o poker a sério! Com uma ampla variedade de torneios e jogos a dinheiro, o Full Tilt oferece o jogo perfeito para você a qualquer momento.
Rush Poker*
Uma exclusividade do Full Tilt, o Rush Poker* é o jogo de poker online mais rápido do mundo. Seja você um jogador de torneio ou de mesas de jogos a dinheiro, o Rush Poker* minimiza o seu tempo de espera entre mãos e deixa você sempre no meio da ação. Em um mesa desse estilo, você se junta a uma grande quantidade de jogadores e enfrenta adversários diferentes a cada mão. Quando você desiste, é automaticamente transferido para uma nova mesa, onde jogará sua próxima mão imediatamente. Ganhe 50 FTPs em um único mês jogando Rush Poker* para conquistar o emblema.
Exiba os seus Emblemas
Depois que ganhar seus emblemas, você terá a opção de exibi-los no seu avatar. Para selecionar como gostaria de mostrar seus emblemas, faça o login na sua conta, clique em Opções na barra de navegação superior e selecione Opções de Exibição de Emblema. Você pode, então, definir as suas preferências marcando as caixas e selecionando OK. Para alterar a exibição dos mesmos enquanto estiver sentado na mesa, clique no botão Opções e selecione a guia Emblemas.
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Para conquistar este emblema, basta jogar qualquer torneio ou ring game com dinheiro real. Assim, todos
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* Patente Pendente
Sit-and-go Flop X
Quer jogar com os profissionais? Então inscreva-se já pelo e-mail sng@revistaflop.com.br
E
ste é um torneio organizado pela Revista Flop que reúne nove jogadores, entre os grandes profissionais do Brasil, convidados e leitores, para se enfrentarem em uma mesa online. Esta seção tem o objetivo de, além de aproximar ídolos e fãs, mostrar o que cada participante pensou em cada jogada. Quer participar deste desafio? Então mande e-mail com seus dados para sng@revistaflop.com.br.
Marcelo Cunha
Rogério Nishimori
Membro do SNGTeamPro
Leitor convidado
Ari Aguiar
Bruno Garcia
Narrador dos programas de poker na ESPN
Leitor convidado
| Blinds: 10/20 Pré-flop: Chapazapata aumentou para 60 e Aguiaraa foi o único a pagar. Flop: 6AT. Aguiar apostou mais 80 fichas e Chapa pagou. Turn: 5. Ambos bateram mesa. River: T. Novamente, ambos deram check. Showdown: Aguiar mostrou 22 e Chapa, com JJ, levou o pote de 290 fichas.
Stack: 1.500 fichas ITM: 3 jogadores Premiação: $45 Mãos: 133 jogadas Duração: 1h28min
Irio Júnior
Guilherme Kalil
Leitor Convidado
Integrante do 4bet Team
Diego Brunelli
Membro do Team Online do PokerStars
Larissa Metran
Integrante do 4bet Team
Mão 3
| Blinds: 10/20 Pré-flop: Guikalil abriu bet de três blinds e Brunotchou pagou. Flop: A63. Bruno apostou mais 40 fichas e Kalil pagou. Turn: 7. Bruno check, Kalil betou 166, Bruno deu re-raise para 500 e Kalil deu call. River: 8. Bruno apostou 200, Kalil voltou all in e foi pago por Bruno. Showdown: Bruno tinha A7 e Kalil mostrou 66 e, com uma trinca, eliminou Bruno em nono lugar. �brunotchou: Segunda mão que jogo e estava no big blind com A7. Guikalil deu raise de 34 fichas e ainda a mesa rodou em fold. Paguei e depois do flop dei raise
60 | agosto
�guikalil: Nesta mão eu dei um pequeno raise por set value, tomei call do BB e acabei acertando a trinca. Optei por dar call na donkbet pequena do parceiro e correr o risco de ver o ouros no flop – o que eu obviamente não gostaria. No turn ele checou os dois pares e aí eu resolvi levá-lo para a value town! Lol! Apostei o pote e, diante do check/raise dele, logo pensei: "Se tiver na minha frente o sr. forrou uma nota!". Acho que deveria ter voltado nele ali mesmo, mas errei e só paguei. O river foi esquisito, mas ele deu uma blocking bet e eu chumbei. Dobrar na primeira mão nunca é mal!
Mão 5
Hold’em No Limit Torneio: #291743819 Data: 16/07/2010 Buy-in: $5.50 Field: 9 jogadores Blinds: 15 min
paguei pra ver. E realmente ele tinha uma mão muito forte, a tão temida trinca de 6. Bom, valeu a experiência, apesar do pouco tempo na mesa. Ainda sou um iniciante e tenho muito o que aprender. Agradeço à Revista Flop pela oportunidade de participar de um torneio com grandes jogadores, os quais admiro muito.
Victor Marques
Jogador e apresentador do programa online Vitão é Micro do TVPokerPro
de 40, que foi pago. No turn, achei que estava com uma mão muito forte e dei check esperando alguma ação, e respondido com um raise. Resolvi aumentar para mostrar que estava no jogo e fui pago. No river saiu um 8. Bom, apesar de uma pedida de straight na mesa, não acreditava nessa opção, pois um jogador do nível do Kalil não iria pagar alto logo na segunda mão esperando algo no river. Voltei betando e ele deu all in. Bem, a essa altura não acreditava que ele estaria blefando, e, dentre as possibilidades, até comentei com meu brother Elinho, que estava vendo a mesa, que ele teria dois pares ou uma trinca. Mas estava confiante na minha mão e, apesar do risco,
Crabs, Caranguejos 3 3
�chapazapata: Ari, cheio de maldade (brincadeira), tinha 22, pagou meu raise e ainda tentou me pressionar após um Ás no flop. Como tinha posição, dei o primeiro call para observar se ele ia seguir na malandragem, mas ele recuou e só precisei dar check behind, puxar o golpe e tirar um pelo da cara dele. Lol! �aguiaraa: Logo no começo vim com 22 e achei razoável entrar na mão. O Vitão (Chapazapata), saiu atirando e, como tinha ficha e ainda estava no início, resolvi pagar. O flop eu achei que não ajudou ninguém, mas tentei comprar a ideia de que tinha o Ás. Betei pouco mais de meio pote, mas ele pagou. Decidi não apostar depois, pra não perder mais fichas. O Vitão mostro JJ e levou tudo. Depois devolve, hein!
Mão 15
| Blinds: 15/30 Pré-flop: Larissa (lmn_7), em middle possition, aumentou para 90 e somente nishimori deu call. Flop: 66J. Nishimori aumentou 120 e Larissa pagou. Turn: 6. Depois do check de Nishimori, Larissa betou 250 e tomou call. River: A. Nishimori bateu mesa e Larissa apostou 425, fazendo seu adversário foldar a mão.
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�lmn_7: Abri com AJ em MP e o small deu call, que é um jogador desconhecido e não regular. Depois do flop o vilão donkey betou120 – o range dele aqui é par menor que J, flush draw e, algumas vezes, J com kicker menor ou set de 6. Achei que o melhor era dar call, pois o raise faz ele foldar mãos piores. No turn, o vilão deu check. Se eu betasse, ele provavelmente ia foldar o draw, mas se ele foi capaz de dar donkeybet no flop; provavelmente vai dar call com pares menores. Betei 250 e ele pagou. No river, que na maioria é ruim para mim – pois acho difícil ele pagar meu value bet e também acho que se ele tivesse o J teria me voltado no turn, o oponente deu check e dei o bet de pouco mais de 1/3 do pote e ele foldou.
Mão 19
| Blinds: 15/30 Pré-flop: Do UTG, lmn_7 abriu bet de 60 fichas e Piao Poker, em middle, deu re-raise para 270. Larissa pensou um pouco e foldou a mão. Piao levou um pote de 225 fichas. �lmn_7: Na próxima mão jogável recebi KQ. Abri três blinds em MP e o cutoff tribetou para 270. Não vi motivos para continuar na mão e dei fold. � PiaoPoker: Como a mesa estava bastante passiva e amigável, comecei a aumentar com qualquer coisa, pois para fazer fichas, seria preciso levar no pré-flop mesmo.
Mão 26
| Blinds: 20/40 Pré-flop: Nishimori, em UTG+1, abriu bet de 100 fichas e Chapazapata, do cutoff, deu re-raise para 250 e Nishimori pagou. Flop: 827. Nishimori apostou 200 e tomou um re-raise all in de Vitão. Nishimori pensa um pouco e deu call. Turn: 5. River: 6. Showdown: Nishimori mostrou AQ e Chapazapata, com par de J, eliminou Nishimori em oitavo lugar. �chapazapata: Essa mão foi bacana. Nishimori tinha 1.150 fichas, aplicou um mini-raise e eu tava JJ em late. Fiz tudo 250. Acreditei que ele fosse largar pré-flop, devido ao stack, embora talvez meu raise não fosse dos maiores. O flop trouxe três cartas de ouros, e ele saiu betando. Achei que podia ser um blocking bet, já que, se tivesse algo melhor que um Ás de ouros ou trinca, ele iria dar check. Voltei all in e ele pagou com AQ, sendo a Q – flush draw e duas overs –, ele se viu um pouquinho na frente, mas puxei a parada. Ainda tenho dúvidas sobre essa mão.
agosto |
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Sit-and-go Flop X �nishimori: Recebi AQo e aumentei préflop. Chapazapata me voltou e pensei que tivesse um par grande, mas, mesmo assim, paguei. O flop veio tudo de ouros e eu estou flush draw. Betei 200, ele voltou all in e percebi que não tinha ouros, mas poderia ser um par alto. Então paguei e estava certo, ele tinha JJ. Bem, estava num coinflip e draw também, então até achei certo esse call. Para minha infelicidade, não virou nada. Bom, apesar de jogar pouco, gostei da participação e espero que a Flop me convide para mais um jogo.
Mão 32
| Blinds: 25/50 Pré-flop: Aguiar, no button, apostou 80 fichas e Kalil, no small, deu call Flop: 4AQ. Kalil deu check/call em cima do bet de Aguiar. Turn: 2. Ambos bateram mesa. River: T. Kalil apostou 355, fez Aguiar foldar a mão e ainda levou um pote de 410 fichas. �guikalil: O raise do Aguiar no botão era standard e meu AT
estava na frente do range dele, mas eu não quis aumentar o pote com esta m , fora de posição. Dei call, acertei o top pair e resolvi controlar o pote. Dei call no bet do Aguiar no flop, check no turn (mas era check/call se apostasse) e acertei o segundo par no river. Dei um value bet forte, mas ele foldou.
Mão 38
| Blinds: 50/100 Pré-flop: Larissa abriu bet, do botão, de 275, e PiaoPoker, no big blind, deu re-raise para 600. Larissa largou e Piao ficou com um pote de 925 fichas. Recebo AKo no big, e o dealer fez um aumento padrão de três blinds. Como os blinds ainda estavam pequenos, apliquei um tribet, mais para tentar bloquear o mesmo no pós-flop, com um possível stop-and-go ou uma continuation bet, porém, ele foldou o re-raise. �Piaopoker
�lmn_7: Abri no botão com 55 e o BB me tribetou com apenas 16 blinds. Não faz muito sentindo ele não ter shovado, o que, na maioria das vezes, é uma trap, e, por isso, preferi o fold.
Mão 47
| Blinds: 50/100 Pré-flop: Do UTG, Chapazapata saiu atirando 299 fichas e o jogador Nhonho respondeu com all in, tendo um stack de 1.120, e Chapa deu call. Bordo: 775 89 Nhonho mostrou JJ e dobrou seu stack com dois pares, e deixou Vitão, com AKo, com pouco mais de 1.200 fichas. �nhonhoj6off: Vitão subiu do UTG e soltou falinha no chat: “Vem gente”. Eu, de JJ, decidi ir pra cima dele. Voltei all in,
62 | agosto
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sabendo que dificilmente ele daria fold na mão. Ele abriu AK e meu par segurou.
Mão 64
�chapazatapa: Olha ele, olha ele, olha ele! (lembrou do Chaves?) Jogada padrão de SnGs. Vim com AK, betei préflop e tomei volta de all in. Tinha ficha pra muito jogo ainda. Paguei sabendo que poderia enfrentar um coinflip. Dito e feito. Desta vez, não bateu pra mim, mas ainda tenho uns 12 blinds e dá pra recuperar.
Mão 55
| Blinds: 50/100 Pré-flop: PiaoPoker fez um aumento para 225, em middle position, Chapazapata foi all in com mil fichas e tomou call de Piao. Bordo: 29T96. Piao mostrou KQ e não foi páreo para o ATs de Chapa, que ficou com um stack de 2.214 fichas. �chapazapata: Me vi com poucas fichas e o PiaoPoker se mostrou um jogador bem agressivo. Na segunda vez que ele deu o mesmo raise no meu big, vi ATs, achei que tava na frente e dei um re-raise pra cima dele. Piao deu call e abriu KQ. Puxei a parada and I'm back to business, baby! :) �Piaopoker: Recebi KQo em MP e mantive a mesma linha do início. Porém, o Chapazapata shovou seu stack. Aqui, optei pelo call, devido à minha agressividade na mesa. Ele poderia estar shovando com pares baixos ou até mesmo com qualquer carta. Meu stack me permitia fazer isso, pois sabia que, pela passividade da mesa, daria para recomeçar. Ele apresentou AT, nada bateu e perdi um bom pote.
Mão 63
| Blinds: 50/100 Pré-flop: A mesa rodou em fold até o raise de Chapazapata, no SB; lmn_7 foi all in e Chapa deu insta all in. Bordo: 588A8. Larissa mostrou KK e e levou um pote de mais de 3K. Chapa perdeu mais uma, dessa vez com TT. �chapazapata: A mesa veio em gap até a minha pessoa, no BB. Tenho TT e não tem muito o que inventar. Dou um raise e levo um all in na cabeça. Não esperava esse par maior. Tava esperando um flip. O bordo não ajudou e agora complicou de vez minha situação. �lmn_7: No big recebi KK e o small, chapazapata, que já havia completado o SB várias vezes e foldou quando eu subi, deu raise de três blinds. Com um stack de15 blinds não tinha o que fazer a não ser o push, e achava que ia tomar call de muita coisa ali. Ele pagou com um bem justo TT. O Rei segurou e dobramos!
Ducks, Dois Patinhos 2 2
Mão 64
| Blinds: 50/100 Pré-flop: em cutoff, Kalil abriu raise para 234, Chapa, short--stack, foi all in de 489 fichas, Vgreen também deu all in de 1033 por cima e Kalil pagou. Bordo: 59T7Q. Chapa mostrou KK e levou o pote principal. Brunelli, com AK, levou 1088 fichas e Kalil, que era chipleader, perdeu com AJo.
�chapazapata: Já tava dando “adiós”, amigos. Mas vi esse KK e Kalil subiu um pouco. Fiz o standard e ainda achei o Brunelli com AK para triplicar e voltar pro samba. Duro foi ganhar do Vgreen essa parada, ele tava runnando super hot nesse dia, além de jogar demais o tal do joguinho. Aaaaaahhhh muleeeeeekee! �vgreen22: Kalil abriu raise em late e Vitão, que tava quase morto, foi all in. Com AKs resolvi isolar a mão, mas Kalil pagou. O Vitão mostrou KK e Kalil AJo. Pelo menos não perdi tudo. Lol! �guikalil: A mesa veio em gap e eu, no cutoff com AJo, abri um bet de 234, já que o Vitão tava short e, se viesse pra cima, era call na certa. Certamente, não estava esperando o shove do vgreen, mas eu tava com muita ficha e pensei que um dos dois poderia ter um range melhor que o meu. Arrisquei indo pra live cards, e se batesse eliminaria os dois e ficaria gigante. Infelizmente, não deu nada.
Mão 65
| Blinds: 50/100 Pré-flop: Aguiar, em UTG+1, aumentou para 300 fichas. Somente Piao, no big blind, deu re-raise para 600, Aguiar voltou all in e Piao pagou. Bordo: J3938. Piao mostrou par de Ás, levou o pote de 2.900 fichas e eliminou Aguiar, que tinha TT, na sétima posição. �aguiaraa: Os blinds 50/100. Subi 300 de MP e o BB
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subiu para 800 e, como não ia ter ficha pra trás pós-flop, empurrei all in com par de T. O BB mostrou AA. O flop não ajudou em nada, nem turn e nem river. Resultado: quebramos. �PiaoPoker: Recebi AA no big. Sonho? Nesse momento o Aguia- raa, no UTG+1, fez um aumento padrão. Enxerguei duas situações: call, para jogar o pós-flop, caso ele acertasse algo, ou uma puxada, e não quisesse mais largar, ou voltar a sua aposta pré-flop, mesmo mantendo o estilo que vinha sendo usado para parecer mais uma defesa do big do que uma mão premium. Voltei sua aposta, ele voltou tudo, daí foi instacall, né, gente.
Mão 69
| Blinds: 50/100 Pré-flop: logo do UTG, Chapa foi all in e Piao, chipleader até o momento, também deu all in e mais ninguém pagou. Bordo: T98JJ. Chapa mostrou KQo, tornou-se o chipleader com 3.260 fichas, e Piao perdeu com AKo. �chapazapata: Aqui, com dez blinds e já six handed, optei pela agressividade shovando KQ de UTG. Poderia acrescentar 15% ao meu stack com uma mão razoável, no entanto, esqueci de combinar com o PiaoPoker, hehe. Ele tinha AK, mas acabei dando o suckout e fazendo sequência no turn. Foi mal, Piao, você "kalil". Lol! �PiaoPoker A mão que eu considero que foi a mais importante do torneio para mim, devido ao sit ser turbo e os blinds começarem a apertar agora. Recebi AKo no dealer, e o Chapazapata resolveu shovar seu stack. Prefiri isolar a mão e jogar só com ele. A teoria da jogada foi muito boa, porém, o baralho não ajudou e o vilão fez uma sequência no turn. Que conta!
Mão 73
| Blinds: 75/150 Pré-flop: Vgreen, em UTG+1, foi all in com pouco mais de mil fichas e Kalil foi o único que pagou. Bordo: TT8 93. Kalil mostrou KK, mas vgreen dobrou suas fichas com T9s, com um full house no turn. �vgreen22: Com menos de dez blinds no stack, abri com shove de T9s em early position. Jogada bem padrão pra mim. Mão com boa equity, eu ainda tinha fold equity também, mas tomei call de KK. Meu T9s não se michou pro KK do Kalil e eu dobrei!
agosto |
63
Sit-and-go Flop X
�guikalil: Chumbada do botão do Piao. Achei que o range
dele pra fazer aquilo, com menos de dez blinds, era muito grande e imaginei que estivesse frente dele pra caramba. Dei este call, meio duvidoso, e o baralho fez justiça no river! �PiaoPoker: Recebi A5 no dealer; nesse estágio meu stack já estava desconfortável devido à mão para o Chapa, e apostei all in, tomando call do Kalil. Acredito que ele deu call por causa da minha agressividade na mesa; para ele meu range poderia não ter o Ás. No turn virou um 5, mas o river acabou com minhas esperanças e fui eliminado.
Mão 98
| Blinds: 100/200 Pré-flop: all in pré-flop envolvendo Vgreen e Nhonho, que estava com menos fichas. Bordo: 28QQ7. Nhonho mostrou 77 e foi eliminado na quinta posição por Vgreen, com Q9o. �vgreen22: A mesa rodou em fold e eu fui all in com Q9o contra o big – que tinha menos de seis blinds. Consi-derei esse um push fácil também. Ele demorou um pouco, o que me fez pensar que ele não tinha nada, mas, de repente, call, e ele mostra 77. Bateram duas damas e eu ganhei. Parece que eu tava com sorte mesmo. Lol.
�nhonhoj6off: A mesa rodou em fold até o Vgreen, que me shovou no big. Tava com 77 e short-stack e decidi encarar uma race esperando estar dominado, porém, era um flip e pra variar bateu a dele. Valeu, Flop, pelo convite.
Mãos 106
| Blinds: 100/200 Pré-flop: Larissa, com KK e 1.500 fichas, foi all in e Vgreen pagou. Bordo: 59A57. Brunelli mostrou 99 e eliminou Larissa, na quarta posição, com um full house. Parece que era o dia de todo mundo ter KK contra mim – e o dia de eu quebrar todos eles. Blind battle, ela push com KK e eu dei call de 99. Bem padrão. Meu 9 apareceu no flop e estourou a bolha. �vgreen22:
�lmn_7: Bom, infelizmente foi minha última mão jogada no SnG, caí na bolha com um suckout. Eu estava no small, a mesa rodou em fold e, eu short, iria all in com qualquer carta. Felizmente, ou não, recebi KK e o Vgreen deu instacall com 99. Já no flop, bateu outro 9 e GG para mim! Foi
64 | agosto
um prazer participar do sit-and-go da Revista Flop e estarei sempre disposta a jogá-lo.
Mão 118
| Blinds: 100/200 Pré-flop: Chapazapata e Vgreen envolveram-se em um all in pré-flop. Bordo: 798A9. Chapazapata mostrou K6s e deixou o torneio já ITM, em terceiro lugar. Vgreen tinha AQ e levou a mão com top two pair. �vgreen22: Vitão, que tá bem short e na grana, deu push do small e eu dei call com AQs. O Ás segurou até o final e aí fomos para o heads-up.
�chapazapata: Passada a bolha, a mesa estava bem agressiva, com Vgreen e Kalil trocando tapas, raises e ofensas (brincadeira gente, eram só raises mesmo), e meu stack se dilacerando. Depois da eliminação da Larissa, que caiu de KK para 99 do Vgreen – que segundo meu amigo Perna apertava F3 e ganhava as mãos (lol) –, chegou um K6 no small contra o vgreen. Coloquei tudo no pano para roubar o blind com uma mão acima da média, mas caí da cadeira. Com AQ foi easy call para o Brunelli – acho até que com mãos piores ele abraçaria. O flop me deixou com um draw, mas não bateu. Foi um prazer jogar com todos vocês, dedico esse terceiro lugar à minha Tia Hilda, que está internada na clínica para viciadas em Flush-Pirueta e Caçadoras de Broca Cara, e a Ari Aguiar, que é maior que Galvão Bueno, mas só narrando! O HU entre Vgreen e Kalil nem durou tanto, mas foi muito legal! Abraços a todos e agradeço pelos comentários no chat, que também foi muito legal, e pela torcida nas (poucas) mãos que joguei.
Heads-up
Agora chegamos em heads-up entre o Team Pro Online do PokerStars, Diego Brunelli, o Vgreen e o profissional Guilherme Kalil, integrante do 4bet Team. Kalil começou o HU com uma ligeira vantagem no stack – ele tinha 8352, contra 5148 fichas de Brunelli. O HU foi rápido, durou apenas sete mãos, mas com muita ação entre os dois.
Mão 119
Dei call, acertei top pair e atolei a jaca. O spot é de 50/50, mas minha mão não segurou. Ô continha que estava ruim! Também, o cara tava iluminado! Este HU vai ser osso! Lol! �vgreen22: Essa mão também foi interessante, porque o chat foi à loucura achando que eu tinha dado mais um bad beat. Mas não foi o caso. Valia a pena prestar atenção nessa equity. Primeira mão do heads-up, e o Kalil estava na frente. Dei miniraise do botão, e o Kalil, call. Depois do flop, ele deu check, eu c-bet de 400 em um pot de 800, ele deu check/raise pra 1.200. Eu esperei um pouco e dei o push, sabendo que dificilmente ele foldaria a mão, a não ser quando ele tivesse me check/raising com blefe. Mas a maioria das vezes ele ia me pagar com um par, e minha mão era um pouco favorita, a não ser, claro, se a outra carta dele não fosse uma dama. Ele deu call com JTs. No turn bateu Q, e no river J. Q3s x JTs em um flop 93T tinha 51% x 49% chances de ganhar.
Mão 130
| Blinds: 100/200 Pré-flop: Kalil aumentou para 400 fichas, do small, e Brunelli foldou a mão. �guikalil: Mini-raise ali seria padrão com qualquer coisa – eu tinha K7o. O blind já estava muito alto pra aumentar mais.
Mão final
| Blinds: 100/200 Pré-flop: Kalil aumentou para 400 fichas, do small, e Brunelli deu call. Flop: J86. Vgreen bateu mesa, Kalil abriu bet de 600, Vgreen respondeu com re-raise, Gui foi all in e tomou call de Brunelli. Turn: T. River: Q. Showdown: Kalil mostrou KJo e formou um par no flop. Já Brunelli, com JTo, fez dois pares e foi o grande vencedor da décima edição do SnG da Flop. �guikalil: Depois de muito fold de 53, 82 e 64, eu achei uma mãozinha que dava pra abraçar. Dei mini-raise e tomei call do vgreen. Betei com top pair e second kicker, tomei reraise e abraço. Apesar das porcentagens a meu favor, o turn dobrou o segundo par dele. GG. Obrigado à Flop por me convidar para par-
| Blinds: 100/200 Pré-flop: Vgreen, no small, abriu raise para 400 e Kalil pagou. Flop: 93T. Kalil deu check/raise em cima da aposta de 400 fichas de Brunelli, que respondeu com all in. Kalil pensou um pouco e acabou pagando. Turn: Q. River: J. Showdown: Kalil mostrou JTs, mas, mesmo com dois pares, ele não venceu Vgrenn, que com Q3 fez flush e levou um pote de mais de 10K.
�guikalil: Uma mão que jogou muito bem pós-flop, e eu imaginei que o Vgreen ia me dar um raise com muita coisa.
Big Slick, Anna Kournikova A K
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Mão final
ticipar deste torneio bacana com estes monstros todos! Foi incrível. E ao amigo Brunelli... que dia foi aquele! O homem tava pegando bala com os dentes! Parabéns e foi uma honra jogar contigo.
� vgreen22: Depois daquela mão, ele ficou bem short e
eu gigante – com um stack quatro vezes maior que o dele. Kalil deu mini-raise e eu call com JTo. No flop dei check e ele bet de 600. Preferi colocar ele em all in e ele pagou com KJo. Mas parece que tava batendo tudo pra mim nessa noite mesmo. Veio um T no turn e acabou assim. Foi um prazer participar do SnG da Flop. Muito obrigado pelo convite. �
1º
Classificação
Mão 91
| Blinds: 75/150 Pré-flop: short-stack e no botão, Piao foi all in e Guikalil, no big, deu call. Bordo: 42956. Kalil mostrou A6s e com o par no river levou o pote e eliminou Piao Poker, que tinha A5, na sexta posição.
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vgreen22 2º guikalil 3º chapazapata 4º lmn_7 5º nhonhoj6off 6º PiaoPoker 7º Aguiaraa 8º nishimori 9º brunotchou agosto |
65
Q
3ª Etapa – Peru
uando falamos em Peru – o país vizinho ao Brasil, e não a ave ou qualquer outro significado que a palavra possa ter – as primeiras coisas que passam pela nossa cabeça são a Cordilheira dos Andes, o ceviche – tradicional prato local feito à base de peixe cru –, as civilizações pré-colombianas, como os Incas, as ruínas de Macchu Picchu... Mas, agora, os peruanos têm outro motivo para se orgulhar: o poker. Na quarta etapa do Latin American Poker Tour (LAPT), que aconteceu entre 1 e 5 de junho, no charmoso Atlantic City Casino, na capital, Lima, os peruanos mostraram que sabem como organizar um ótimo evento. Para quem imaginava um torneio com um field pequeno, sem o charme e o glamour característicos dos eventos organizados pelo PokerStars, os fatos provaram o contrário: mesmo realizado ao mesmo tempo em que se iniciava a World Series of Poker em Las Vegas, o LAPT Lima foi histórico. A começar pelo número de participantes. Com 384 jogadores inscritos, a etapa foi a segunda maior das três temporadas do circuito latino-americano – a maior continua sendo a de San Jose, na Costa Rica, com 398 jogadores na primeira temporada. O torneio começou com 37 jogadores brasileiros. Entre os principais destaques, os membros do PokerStars Team Pro Alexandre Gomes, André Akkari, Gualter Salles e Maridu Mayrinck e Diego Brunelli, do time online do site. Felipe Mojave, João Mathias Baumgarter, Daniela Zapiello – quinta colocada na última etapa do LAPT, em Punta del Este (URU) –, Bernardo Dias – também mesa final em Punta – e Leandro “Amarula” foram outros ilustres que completaram o field. Entre os gringos, destaque para os Team Pros José “Nacho” Barbero, Leo Fernandez e Veronica Dabul, da Argentina; Angel Guillen, do México; e Dennis Philips, do EUA. Otávio Mesquita, apresentador do programa “Poker das Estrelas”, o tenista argentino Mariano Zabaleta e o jogador de futebol peruano Claudio Pizarro, hoje no time alemão Werde Bremen, também marcaram presença no torneio.
D ia 1
Logo no primeiro dia de disputa, Alê Gomes deu adeus à briga pelo prêmio total de US$ 931.300. Com blinds em 100/200, um adversário em posição intermediária abriu raise de 500. Outros dois jogadores deram call e Alê, no botão, deu re-raise para 1.200. O oponente que apostou voltou all in e apenas o brasileiro pagou. Gomes mostrou KA e viu QQ na mão do adversário. O flop até que ajudou, com A9T. Um 2 no turn não mudou a situação, mas, para infelicidade de Gomes, uma Dama de ouros fez com que ele perdesse todas as suas fichas. André Akkari não teve melhor sorte. Pouco depois da eliminação de seu parceiro Team Pro, envolveu-se em all in pré-flop com Bernardo Dias. Enquanto Akkari abriu AK, o gaúcho “Bedias” mostrou TT. Na mesa nenhuma carta mudou a situação e o paulista, que tinha mais fichas que o adversário, ficou muito short-stack. Pressionado, não demorou muito até ser obrigado a colocar todas as suas fichas no centro da mesa. Quando o fez, seu J8 encontrou K9 pela frente e, sem ajuda das cartas abertas pelo dealer, acabou eliminado do evento. Ainda no primeiro dia, Daniela Zapiello mostrou que o bom resultado no último LAPT não foi por acaso. Com J8, eliminou Dennis Philips, terceiro colocado no Main Event da WSOP 2008. O norte-americano, no cutoff, deu mini-raise. Daniela, no big blind, pagou. Com dois Valetes e um Rei no flop, Philips apostou todas as suas fichas e tomou instacall. A brasileira venceu com seu full house, depois que um par de dois foi aberto no turn e no river.
N
o último nível do primeiro dia, com blinds em 400/800 ante 100, outro membro do time Poker Stars também deixou a disputa. Logo após se envolver em um pote enorme e foldar o top pair com JA, Gualter Salles foi all in pré-flop com A9. Recebeu um call de TT e, quando um A apareceu no turn, achou que poderia mudar o jogo. A sorte, no entanto, parecia não estar mesmo ao lado dos brasileiros do Team Pro no LAPT, e um T no river acabou com as fichas do ex-piloto. O fim do A luxuosa entrada do hotel
66 | Agosto
Big Chick, Little Slick A Q
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Esta etapa registrou o segundo maior field do LAPT
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3ª Etapa – Peru Maridu
O carioca Silvio Martins foi o único representante brazuca na mesa final
primeiro dia ainda foi crucial para outros brasileiros: Leandro “Amarula” acabou eliminado junto com Daniela Zapiello, que, com poucas fichas, tentou roubar um pote com 42o e acabou encontrando um par de Ases pela frente.
Os oito mesa-finalistas desta etapa no Peru
Dia 2
Diego Brunelli
André Akkari
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O segundo dia começou com brasileiros bem colocados na disputa. O melhor entre os brazucas, era Felipe Mojave (71 mil), seguido por José Carlos Rodrigues (66 mil), Paulo “PC” César (58.500), George Martins (46.100), Diego Brunelli (43 mil) e João Mathias (34 mil), diante da média de 36 mil fichas. Jacob Baumgartner, dos Estados Unidos, era o chipleader com pouco mais de 122 mil, seguido pelo colombiano Luis Hernandez. Apesar de começar com o dobro da média de fichas, Mojave não se deu bem ao longo do dia. Perdeu mais da metade de seu stack em um all in pré-flop de QQ, pago por um adversário com AQ. Apesar do flop ter mostrado apenas cartas baixas, os Ases abertos no turn e no river levaram embora mais um brasileiro do torneio. Os maus resultados continuaram, e os jogadores do Brasil foram deixando o torneio, um a um. Maridu Mayrinck ficou short depois de somar três bad beats em menos de quatro horas no Dia 2, foi all in com AQ e levou call de QQ, e acabou eliminada. No final do dia, com 53 jogadores vivos e a bolha muito perto de estourar – 49 ficariam In The Money – Durval “Vavá” Ribeiro, um dos seis brasileiros que ainda jogavam o evento principal do LAPT Lima, garantiu um dos raros momentos de alegria da torcida verde e amarela. Com blinds 2.500/5.000, voltou all in de 33 mil do big blind após um adversário em middle position fazer tudo 12 mil. Abriu ATo e seu adversário mostrou 87s, mas o board não ajudou ninguém e o brasileiro renasceu no jogo, chegando a pouco mais de 70 mil fichas, próximo da média até então.
Antes do encerramento do dia, a bolha de fato estourou e cinco brasileiros garantiram presença na faixa de premiação: Sílvio Martins, José Carlos Rodrigues, George Martins, Paulo César Ribeiro e Durval Ribeiro. Isso aumentou muito a ação nas mesas e, em velocidade impressionante, os participantes foram deixando as mesas do Atlantic City Casino: Francois Frejdles (48º colocado), Paulo César (47º), Randall Castro (46º), Miguel Alvarez (45º), Carlos Lanfranco (44º) e Tullio Bertoli (43º) foram eliminados menos de uma hora depois da bolha estourar.
Dia 3
O terceiro dia começou com apenas 24 jogadores e Amer Sulaiman – campeão da etapa de abertura desta temporada do LAPT em Playa Conchal, na Costa Rica –, era o líder com 801 mil fichas. José Barbero vinha logo atrás, com 652K. Depois de 360 eliminações, restavam apenas três mesas na disputa pelo prêmio de 250 mil dólares do campeão. Entre elas, apenas um brasileiro: Sílvio Martins. Fluminense de Niterói, o professor de educação física chegou ao LAPT depois de ganhar uma promoção num site de poker. Não tinha grandes ambições na disputa, pois “sabia que encontraria um field muito grande e com ótimos jogadores”, como falou, mas foi, pouco a pouco, ganhando confiança. Chegou ao terceiro e penúltimo dia na décima colocação, com quase 300 mil fichas. E quando o jogo recomeçou, não demorou até o brasileiro mostrar que ainda daria trabalho aos adversários. Os blinds em 5K/10K forçavam os jogadores short-stacks a dar all in. Sílvio se aproveitou da situação e, com JJ, eliminou o domenicano Julio Rosa, na 22ª colocação. Foram cerca de três horas de jogo até que uma das três últimas mesas fosse desfeita. Apenas 16 jogadores seguiam na disputa. O mexicano Cardenas foi o primeiro a cair. Seu par de noves não foi páreo para o AT de Ben Barrows depois que Ajax, Amaury Jr., BlackJack, Jackass A J
um Ás apareceu no flop. O porto-riquenho Karlo Lopez deixou o torneio na sequência. Com poucas fichas, foi all in com K8o e Chris Conrad pagou, com JQs. O board foi 8AQTT. E tanto México quanto Porto Rico ficaram sem representantes entre os finalistas. O costa-riquenho Jose Alfaro foi o próximo a deixar o LAPT. Com AQo, teve seu all in pré-flop pago pelo estrelado Jose Barbero, que tinha K9o e viu seu Rei virar top pair e segurar até o river.
A
mer Sulaiman também perdeu. Seu par de dez não conseguiu segurar o AQ do adversário e o sonho do bicampeonato no LAPT ficou para a próxima. Pouco depois, o panamenho Jose de la Guardia perdeu para Erick Cabrera, que jogava em casa: JJ x AA do peruano. Até então, tudo transcorria normalmente, com o torneio se encaminhando para o final. Até que um argentino decidiu aprontar. O Team Pro José “Nacho”, no cutoff, decidiu dar raise. Chris Conrad, no botão, deu re-raise, e o hermano voltou todas as suas 730 mil fichas no pano. Conrad deu call com AQo e ninguém acreditou quando Nacho mostrou 84o. Até o turn, tudo estava ótimo para o norte-americano: 2972. Mas quando um 8 apareceu no river, ficou a certeza: o argentino estava em um dia daqueles, e seria difícil segurá-lo na briga pelo inédito bicampeonato consecutivo da história do LAPT. Em menos de seis horas de jogo, estava formada a mesa final:
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
Jose Ignacio Barbero Erick Cabrera Ben Barrows Ismael Cádiz Rene Aguilar Silvio Martins Carlos Herrera Valerio Valera
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A disputa final começou com blinds em 15K/30K ante 3.000. Silvio Martins optou por um jogo tight e foi esperando seus adversários caírem. Resistiu bravamente até a volta do intervalo, quando foi all in do botão com 250 mil, em cima da aposta de 120 mil de Ben Barrows. O brasileiro abriu KT e o norte-americano A6. O Ás no flop foi mais que suficiente para a acabar com as esperanças de Silvio, que deixou Lima de cabeça erguida e com US$ 46.500 a mais no bolso. Na disputa pelo título, nem mesmo os gritos da torcida que lotavam o salão foram suficientes para tirá-lo das mãos de “Nacho” Barbero. O peruano acabou em terceiro e viu Ben Barrows ir para o heads-up final. Em menos de meia hora, o norte-americano foi all in com A2 e foi pago por “Nacho”, com A7. Um apareceu 7 no flop e o LAPT foi decidido. Uma bela conquista de Jose “Nacho” Barbero e mais uma boa prova de que o poker está longe de ser um jogo de azar. A expectativa para a próxima etapa do LAPT, confirmada para o início de agosto, é enorme. E o melhor: será em solo brasileiro! Depois de sediar a primeira etapa do evento em 2008, no Rio de Janeiro, o Brasil volta a receber um torneio da série. Desta vez, no entanto, o palco será Florianopólis. Nos vemos no Costão do Santinho! José “Nacho” é o primeiro jogador a conquistar um bicampeonato no LAPT
1.817.000 1.426.000 1.154.000 1.125.000 691.000 594.000 434.000 236.000 Agosto |
69
América Conquistando a
Por Gabriel Rubinsteinn Fotos: Carlos Monti/PokerStars
S
e na disputa do LAPT de Lima os brasileiros não se saíram tão bem, com apenas um jogador entre os 24 finalistas, na Americas Cup of Poker, disputada no mesmo local, entre os dias 5 e 7 de junho, a situação não foi diferente. Depois de longa disputa na internet, o Brasil, que defendia o título da competição de poker por equipes, se classificou na segunda colocação, com nove vitórias e apenas uma derrota, justamente para a equipe norte-americana, que, com dez vitórias, teve o melhor desempenho da fase classificatória. Além dos dois países, garantiram O time brasileiro (esq): Vitor Siao, George Martins, Ale Gomes, Pedro Capelossi e Ed Angelis
70 | agosto
vaga na disputa em Lima as equipes do México, Canadá, Colômbia, Chile, Argentina e Resto da América Latina – equipe composta por países com população reduzida. No primeiro dia de disputas, as equipes, com cinco integrantes cada, foram divididas em dois grupos. Neles, jogaram entre si cinco mesas de sit-and-go. Primeiro o Grupo A: Estados Unidos, Argentina, Colômbia e Resto da América Latina jogaram cinco mesas diferentes, com um representante de cada país em cada mesa. Uma pontuação foi atribuída a cada colocação, e, ao final das disputas, Estados Unidos, com 15 pontos, Argentina, com
Dennis Phillips, o capitão dos EUA – viceca
mpeão
George Martins no HU final contra o canadense Marcel Beubien
14, e Colômbia, com 11, garantiram vaga na segunda fase. No grupo B, as mesas foram distribuídas com jogadores de Brasil, Chile, Canadá e México. Capitaneado por Alexandre Gomes, claramente com a cabeça em Vegas, como a maioria dos profissionais estavam, o time brasileiro não foi bem. Gomes foi o primeiro a perder na mesa 1, a “mesa da TV”. Contra outros capitães, o brasileiro foi all in pré-flop com A4 e recebeu call do mexicano Angel Guillen com AJ, que venceu no kicker. Vitor Siao, na mesa 2, também caiu em quarto e não marcou pontos.
P
os capitães Alexandre Gomes e Angel Guillen decidiria quem ficaria com a vaga. Mas não foi preciso: a disputa entre George e o jogador canadense começou empatada, mas logo o brasileiro ficou para trás. Short-stack, deu all in de KQ e foi pago por A7. As cartas mantiveram a situação e o Brasil acabou em último no grupo, vendo o Canadá na liderança, México e Chile também classificados e o sonho do bicampeonato encerrado. No segundo dia de disputa, o time dos Estados Unidos, capitaneado por Dennis Philips, manteve o bom desempenho e garantiu vaga na final com 35 pontos. O adversário foi o Canadá, segundo melhor classificado, com 25 pontos. México, com 23, e Colômbia, com 19, foram para a disputa do terceiro lugar. Na disputa de cinco heads-up, o capitão Angel
ouco depois, Pedro Capelossi foi all in pré-flop com AK, e um chileno pagou com A5. Dois 5 aparecem logo no flop e acabaram com a alegria da torcida brasileira. Ele terminou sua mesa em terceiro e garantiu os primeiros pontos do Brasil na competição. Mas o dia não era verde e amarelo, e Ed Angelis, que começou bem o heads-up contra outro chileno na mesa 4, acabou perdendo a disputa quando seu A9 não segurou a sequência do adversário, que tinha A3 e viu o flop 467. O turn não poderia ser pior: um 5 deu um straigh ao chileno e tirou o brasileiro da mesa. Nesse momento, a única possibilidade da equipe brasileira seguir na competição seria se George Martins venO Poker Pro cesse sua mesa. Brasil e Mé- canadense Greg xico ficariam empatados em DeBora comemora a vitória em cima pontos e um heads-up entre dos EUA
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Guillen garantiu os mexicanos no terceiro lugar e o prêmio de US$ 20 mil. Na grande final, o Canadá venceu os dois primeiros duelos. O terceiro, entre os capitães Dennis Philips e Greg De Bora, poderia ser decisivo. Se o canadense vencesse, faria 3 a 0 no placar e garantiria a vitória na disputa melhor-de-cinco e o título do Americas Cup. Foi o que aconteceu. Com 88, trincou no turn e bateu o AQ do adversário. Os canadenses levaram para casa o prêmio de US$50 mil, enquanto os americanos, pelo vice-campeonato, ficaram com US$35 mil. Apesar de algumas boas disputas, a segunda edição do Americas Cup of Poker ficou marcada pelo desempenho abaixo das expectativas da equipe brasileira. Campeões no ano passado, infelizmente não foi dessa vez que o Brasil conseguiu o bicampeonato na competição.
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Especial – WSOP 2010
o País do futebol, a 41ª edição da World Series of Poker começou meio de que despercebida em um ano de Copa do Mundo. Porém, desde o início da série, os resultados eram um claro indicativo que o Brasil teria uma excelente participação na maior série de torneios de poker do planeta. Comprovando que o poker continua em crescimento em todas as partes do planeta, a WSOP 2010 entrará para história como a maior de todos os tempos. Em 2009 foram 60.785 jogadores registrados. Já neste ano, foram mais de 73 mil participantes, o que significa um crescimento de cerca de 20% e um novo recorde de participações. O crescimento do número de participantes na WSOP é creditado em boa parte, aos seis eventos de $1,000 que atraí-ram fields enormes, devido aos seus buy-ins relativamente
baixos. Foi também graças a esses torneios que a edição de 2010 teve três dos dez maiores fields de sua história. Além disso, pelo sexto ano consecutivo, o prizepool total da WSOP 2010 ultrapassou a marca dos US$ 100 milhões. Este ano, jogadores de 107 países estiveram em Vegas, número 29% maior do que o observado nas últimas Olimpíadas de Inverno, em Vancouver. O Brasil contou com a maior presença de jogadores de toda a sua curta trajetória na WSOP. Os números extra-oficiais dão conta de que cerca de 200 brasileiros estiveram presentes ao longo dos 57 eventos da série mundial. Somente no main event tivemos 56 representantes e conseguimos emplacar 12 ITMs. Vamos contar, em um breve resumo, como foram os ITMs brasileiros na 41ª edição da maior série de torneios de poker do planeta.
Evento 8 - NL Hold’em $1,500
Gatmaitan, armado até os dentes, com AA, no big blind. Após essa mão, Wjuniski teve que segurar o jogo até conseguir dobrar seu stack contra o jogador Max Steinberg. A partir de então, ele se manteve na briga até ser eliminado da disputa, quando os blinds valiam 40K/80K ante 10K. Em sua última mão, quando restavam apenas quatro jogadores, Daniel viu Kevin Howe, no UTG, fazer tudo 140 mil fichas. No botão com 77, decidiu ir all in de aproximadamente 830 mil fichas. O jogador Max Steinberg foi all in por cima. Howe largou sua mão e Daniel viu o oponente abrir par de Valetes. Quando as cartas comunitárias foram abertas, a melhor mão segurou até o final, e foi o fim da incrível participação do brasileiro, que, além desse resultado histórico trouxe o primeiro In The Money (ITM) brazuca desta edição da WSOP. Além do excelente resultado de Daniel Wjuniski, outro brasileiro esteve entre os premiados do evento foi Vinicius Leal, que ficou com a 127ª colocação.
O primeiro grande resultado brasileiro veio neste torneio, que teve um field de 2.341 jogadores. Daniel Wjuniski tornou-se o quarto brasileiro a chegar a uma mesa final da série mundial. Antes dele, apenas Leandro Brasa, Alexandre Gomes e Felipe Mojave haviam conseguido tal proeza. Daniel chegou ao dia final juntamente com mais 24 jogadores, incluindo o maior ganhador da história da WSOP, Phil Hellmuth, que jogou ao lado do brasileiro até cair na 16ª posição. Daniel chegou a ficar short-stacked quando restavam dez jogadores. Ele foi all in com KT, no small blind, após a mesa rodar em fold, e encontrou o jogador José Daniel faz sua primeira mesa final em WSOP
Evento 16 - $1,500 NL Hold’em
Neste torneio, quatro brasileiros terminaram entre os 162 premiados no torneio, que teve um total de 1.663 jogadores no field. Nabih Zaczac, do Rio de Janeiro, ficou com o 156º lugar; o curitibano Rodrigo Seiji terminou três posições à frente, em 153º lugar, e Felipe Mojave foi outro brasileiro ITM. Fechando a lista, André Akkari foi o melhor brasileiro no evento e obteve sua primeira premiação na série mundial deste ano, terminando na 104ª posição.
Evento 20 - $1,500 PL Omaha
Este evento encheu o coração dos brasileiros de expectativa. Com dois “brazucas”, Felipe Mojave e Wilson Sung, entre os 95 classificados do segundo dia de disputa, e com a zona de premiação iniciando na 81ª posição, tudo indicava que teríamos outros dois ITMs na série mundial. Porém, Mojave não conseguiu um lugar na zona de 72 | agosto
Ajax, Amaury Jr., BlackJack, Jackass A J
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Especial – WSOP 2010
Decano foi um dos grandes destaques da série neste ano
premiação, sendo eliminado na 89ª posição, muito próximo da zona do dinheiro. Já Wilson Sung teve um dia bem melhor e conseguiu chegar à zona de premiação, terminando na 40ª colocação, trazendo mais um bom resultado para o Brasil.
Evento 27 - $1,500 7Card Stud
Mesmo caindo muito perto da premiação no Evento 20, Mojave não desanimou e conquistou mais um excelente resultado neste torneio. Em um field inicial de 644 jogadores, ele mostrou novamente sua categoria e se garantiu entre a lista dos premiados, que contou com grandes nomes do poker mundial, como Kevin “ImaLuckSac” MacPhee e Brandon Cantu, que estiveram na mesma mesa do brasileiro. Mojave, após crescer, tomar algumas pancadas e se recuperar, acabou sendo o último eliminado do Dia 2, na 24ª posição, conquistando seu segundo ITM este ano na série.
Evento 26 - $2,500 NL Hold’em
A Team Pro do PokerStars Maria “Maridu” Mayrinck mais uma vez marcou presença na WSOP, com o seu sexto ITM da carreira na série mundial. O resultado foi obtido neste torneio, que reuniu um field de 1.245 jogadores. A brasileira terminou na 80ª posição, após enfrentar um field muito duro, que incluiu nomes como Daniel Negreanu e a norueguesa Annette Obrestad.
Evento 30 - $1,500 NL Hold’em
Outro brasileiro entre os premiados na série mundial em 2010 foi o catarinense Celso Feltrin. Celso conquistou a 196ª posição neste evento. O torneio teve um total de 2.394 jogadores inscritos. Entre os premiados, marcaram presença Gualter Salles, Rodrigo Garrido e Nabih Zaczac, que conquistou seu segundo ITM na série. Gualter Salles também obteve grande resultados e momentos dentro do mundial
Ev 51 - $3K Triple Chance NL Hold’em
Outro estreante em Vegas, o carioca Marcos Sketch teve um excelente desempenho e por pouco não chegou ao dia final do torneio. Sketch acabou eliminado na 32ª posição no Evento 51, que teve um total de 965 jogadores inscritos.
Ev 53 - $1,500 Limit Hold’em Shootout
Nabih Zaczac conseguiu três ITMs entre os torneios da WSOP
Evento 36 - $1,000 NL Hold’em
O torneio, que começou com mais de três mil jogadores no field, teve três brasileiros se garantindo na zona de premiação. Apesar de não conseguirem avançar para o dia final, Nabih Zaczac, Rodrigo Garrido e o Team Pro do PokerStars Gualter Salles terminaram, respectivamente, em 271º, 251º e 236º lugares.
Evento 41 - $1,500 PL Omaha H/L
O Evento 41 trouxe outro ITM para o Brasil. Marcelo Costa foi o nome da vez, caindo já na reta final do Dia 2, em 38º lugar, conquistando mais um excelente resultado brasileiro no evento que teve um field de 847 jogadores.
Evento 44 - $2,500 Mixed Hold’em
Após os ITMs conquistados por Gualter Salles, André Akkari e Maridu, o único Team Pro do PokerStars que ainda não havia marcado um ITM na série mundial, era o campeão Alexandre Gomes. Era, porque o brasileiro detentor de dois braceletes, não passou em branco. Alê alcançou a 38ª posição neste torneio, que contou com 507 jogadores na disputa e com a zona de premiação começando na 54ª posição.
Evento 45 - $1,500 NL Hold’em
Mais um resultado histórico aconteceu no Evento 45 da WSOP 2010, Thiago “TheDecano” Nishijima conseguiu alcançar o terceiro e decisivo dia do torneio, que começou com 3.097 jogadores. Jogando como um verdadeiro campeão, o brasileiro permaneceu entre os líderes durante todo o dia, e chegou à mesa final com o segundo maior stack, com 2.500.000 fichas, bem à frente do terceiro colocado, Jesse Rockowitz, que tinha 1.325.000. O chipleader, Kevin Odell, tinha uma boa vantagem sobre os adversários, com 4.425.000 fichas. 74 | agosto
Belo Horizonte, foi o primeiro a cair, na 212ª posição. O carioca Nabih Zaczac ficou em 158º lugar e Gamarra, também do Rio de Janeiro, foi o 71º colocado, duas posições atrás do curitibano Luis Renato, que caiu na 69ª posição. Em uma bela participação brasileira no torneio, que teve um total de 2.543 inscritos, o piauiense Tulio Coelho foi o melhor brasileiro no torneio, terminando na 61ª posição.
Johnny Moss A T
Quando restavam cinco jogadores, o brasileiro havia ficado short-stacked, em uma situação difícil no torneio. Mas, sem desistir, conseguiu voltar para o jogo. Decano, que tinha uma torcida gigantesca ao seu lado, mesmo com o menor stack entre os três jogadores restantes, dominou as ações, até que a mão derradeira aconteceu quando, com QQ, viu o seu oponente montar um straight com 98o nas mãos. Por seu espetacular desempenho, Thiago Nishijima reafirmou seu nome como um dos maiores jogadores do feltro brasileiro. Ele foi o quinto brazuca a chegar a uma mesa final da WSOP e o segundo neste ano, juntamente com Daniel Wjuniski. Mais um feito incrível de Thiago, que possui uma imensa galeria de títulos em sua carreira, incluindo o terceiro lugar em um evento da World Poker Tour (WPT) em 2008, além de ser o único brasileiro detentor de um bracelete na conceituada série World Championship of Online Poker (WCOOP), do PokerStars.
Evento 47 - $1,000 NL Hold’em
No Evento 47, em um field com 3.128 competidores inscritos, três brasileiros conseguiram terminar na zona de premiação. O curitibano Leandro “AmarulABr” Balotin, em sua estreia na WSOP, conquistou seu primeiro ITM, com a 202ª posição. Danilo Souza também alcançou a faixa de premiação, terminando na 193ª posição, e André Akkari, confirmando uma bela temporada em Vegas, fez mais um ITM, ficando com a 72ª posição– a melhor de um brasileiro na disputa.
Evento 49 - $1,500 NL Hold’em
Dos cinco brasileiros que estiveram no field desse evento, todos conseguiram terminar na zona de premiação, apesar de, infelizmente, não terem conseguido passar para o terceiro e decisivo dia do torneio. Rodrigo Duarte, de www.revistaflop.com.br
O jogador brasileiro Antônio Kina, que havia vencido a sua primeira mesa no Evento 53, infelizmente não conseguiu repetir a dose na segunda rodada. Mas, apesar da eliminação, ele garantiu mais um ITM brasileiro na 41ª edição da WSOP, terminando o torneio na primeira faixa de premiação.
Evento 54 – $1,000 NL Hold’em
Neste torneio, que começou com 3.844 inscritos, quatro brasileiros terminaram na faixa de premiação. Marcos Cerqueira ficou na 239ª posição. Eugênio Carmo foi o 184º colocado, e Marcus Gonzaga terminou em 145º lugar. O melhor brasileiro na disputa foi Rodrigo Garrido, que caiu na 78ª posição.
Evento 56 - $2,500 NL Hold’em
No penúltimo torneio antes do main event da WSOP 2010, mais três brasileiros conseguiram bons resultados, terminando na zona de premiação. No Evento #56, torneio que teve um field inicial formado por 1.942 competidores, Artur Szczupak ficou na 193ª posição, e Wilson Sung terminou na 172ª colocação. Fernando Brito foi bem mais longe no torneio, caindo em 70º lugar, o melhor de um brasileiro na disputa.
Main Event– $10,000 NL Hold’em
O evento principal começou na segunda-feira – 5 de julho – e, ao longo de seus quatro dias iniciais, totalizou um field de 7.319 inscritos, tornando-se o segundo maior da história. O maior field até hoje ainda permanece o do ano de 2006, que atraiu 8.733 competidores. O Brasil teve boa participação durante os dias iniciais, conseguindo colocar 38 jogadores nos dias subsequentes. Ao todo, o País teve 56 jogadores inscritos na disputa. No primeiro dia, 11 jogadores garantiram sua passagem para o Dia 2. O melhor deles foi Fábio Souza, com 82.850 fichas, outros brasileiros com destaque no dia foram Beto da Lu, André Akkari, Rodrigo Garrido, Thiago “Decano”, agosto |
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Especial – WSOP 2010
Marcelo Dabus foi um dos 12 ITMs brasileiros
O salão cheio: mais de 7 mil jogadores disputaram o ME
Danilo de Araújo, Charles Yamaguti e Cláudio Baptista – melhor brasileiro do dia, com 75.300 fichas.
Dia 2A e 2B
Ernesto Margolis, Felipe Mojave, Norson Saho, Nabic Zaczac, Eduardo Sequela e Marcos Sketch. Entre os brasileiros que avançaram no Dia 1B, estavam George Alexander, Fred Dabus, Moacyr Farah, Jannsen Oliveira, Marcelo Dabus, Adilson Cotrim e o ex-jogador de futebol Paulo Rink. Ricardo Fasanaro, o “Manecop”, começou a se destacar na disputa fechando o dia como o melhor brasileiro na briga, terminando com um stack de 91.825 fichas, o que o colocou entre os 70 melhores na classificação geral dos dois dias de disputa.
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o Dia 1C, outros 16 jogadores avançaram. Ricardo Tombini, Raul Oliveira, Guilherme “Guilis” Garcia, Kina, Luiz “Mestrefilipe” de Andrade, Nelson Dantas, Eric Mifune, Marcio Cukierkorm, Gualter Salles, Eduardo Parra, Carlos “Mavca” Marques, João “Vovo_leo” Studart, Fernando Brito, Paulo “PC” César Figueiredo, Hugo Adametes e Gil Morgensztern. O time dos eliminados incluiu o brasileiro Alexandre Gomes, além de outros ilustres como Isabelle Mercier, Jerry Yang, Phil Hellmuth, Shaun Deeb, Faraz Jaka, Scott Fischman, Men Nguyen, Dario Minieri e Huck Seed. Ao final do Dia 1D, último dia inicial, a organização divulgou alguns números que comprovaram o sucesso da série mundial em 2010. Assim como toda a série, que teve nove dos 17 maiores torneios ao vivo da história, o ME superou as expectativas com um prizepool de quase US$ 70 milhões. Quando só restar um jogador entre os November Nine e o mundo conhecer o nome do novo campeão mundial, ele receberá US$ 8,944,138 pela primeira colocação – a maior premiação esportiva paga no ano em uma única competição. A zona de premiação começou a partir da 747ª posição. No Dia 1D, a participação brasileira foi a menor dos quatro dias de abertura. Apenas três jogadores avançaram n a c omp e t i ç ã o :
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O Dia 2A foi jogado na sexta-feira, dia 9, com 2.412 jogadores no field. Ao final, restaram apenas 1.295 classificados para o próximo dia. O Brasil, que começou com 27 jogadores na briga, terminou com pouco mais da metade ainda no field. Ao todo, 14 brasileiros sobreviveram, sendo Hugo Adametes o melhor brazuca do dia, terminando com aproximadamente 240.000 fichas. Eduardo Sequela, Kina, Ricardo Tombini, Felipe Mojave, Carlos “Mavca”, Paulo César, Fabio Souza, Marcio Cukierkorm, Fernando Brito, Eduardo Parra, Gualter Salles, Gil Morgensztern e Thiago Decano completaram a lista. Começando com pouco mais de 2.800 jogadores e terminando com cerca de 1.500 classificados, o Dia 2B contou com uma boa participação brasileira. Um dos melhores jogadores do Dia foi Ricardo “Manecop” Fasanaro, que continuou se destacando entre os participantes, acumulando ao longo do dia um stack gigante, com aproximadamente 380 mil fichas – o segundo maior entre todos os jogadores que avançaram para o Dia 3. Cláudio Baptista também foi outro jogador que teve boa participação, terminando a disputa com aproximadamente 235 mil fichas. Outros seis brasileiros também avançaram: Danilo de Araújo, Marcelo Dabus, Adilson Cotrim, Paulo Rink, Moacyr Farah e Fred Dabus.
Dia 3
O Dia 3 começou com 2.559 jogadores inscritos. Dos brasileiros que estiveram na briga, 14 conseguiram avançar. O destaque continuou nas mãos de “Manecop” Fasanaro, que chegou a liderar a disputa com mais de 500 mil fichas. Mesmo chipleader por boa parte do dia, ele Cláudio Baptista quebrou seu próprio recorde e terminou o ME em 192º
acabou perdendo parte de seu stack ao longo da disputa, terminando com cerca de 450 mil fichas, ainda bem acima da média – que estava na casa dos 170 mil. Também acima da média estavam Paulo “PC” César, Carlos Mavca, Eduardo Parra, Danilo Souza, Hugo Adametes, Marcelo Dabus, Adilson Cotrim e Cláudio Baptista. Além deles, Gil Morgensztern, Fred Dabus, Moacyr Farah, Gualter Salles e Thiago Decano também continuaram na briga, porém, estavam abaixo do average. O campeão da edição de 2009 do main event, Joe Cada, se despediu da disputa neste dia. Ele não conseguiu vencer um coinflip e acabou tendo uma passagem apagada na série mundial desse ano. Entre os eliminados do dia estiveram Vanessa Rousso, Roland de Wolfe, Chad Batista, Erik Seidel, e Daniel Negreanu. E, entre as baixas brasileiras, Edu Sequela, Felipe Mojave, Fernando Brito, Kina, Ricardo Tombini, Paulo Rink e Fabio Souza.
Dia 4
O dia em que foram definidos os jogadores que alcançaram a faixa de premiação do main event começou com 1.205 pessoas, sendo 12 os brasileiros ainda na briga para terminar o dia ao menos entre os 747 melhores classificados, número de jogadores na faixa de premiação do torneio. O ritmo de eliminações foi intenso e, entre elas, figuraram os brasileiros “Thiago Decano” e Moacyr Farah, que, infelizmente, ficaram fora da zona de premiação. Outros três brasileiros foram eliminados no Dia 4, mas já ITM: Gil Morgensztern (701º), Adilson Cotrim (579º) e Fred Dabus (579º). O sonho do bracelete permaneceu vivo entre os nove jogadores brasileiros ainda na disputa. Cláudio Baptista, que passou muito short-stack, com 26.000 fichas, Carlos Mavca (93K fichas), Marcelo Dabus (114K), Gualter Salles (182K), Danilo Souza (314K), Ricardo “Manecop” (338K), Hugo Adametes (464K) e Eduardo Parra (508K) conseguiram passar para o dia seguinte, que também teve Paulo “PC” César como o melhor brasileiro na disputa e um dos melhores classificados no geral, ocupando a 29ª posição, com 917 mil fichas.
Dia 5
O Salão Amazon começou a ficar mais vazio ao final do dia. Dos 547 que iniciaram o torneio, apenas 205 se mantiveram vivos na briga, entre eles os últimos cinco brasileiros, que conseguiram avançar para o dia 6. Dos nove que começaram o dia, o primeiro a deixar a disputa foi o campeão carioca Carlos Mavca, que ficou com a 558º colocação. Em seguida, Ricardo “Manecop”, que chegou a liderar a competição, acabou eliminado. Também caíram, perto do final do dia, os jogadores Danilo Souza (466º) e Hugo Adametes (327º). Cláudio Baptista, que começou com poucas fichas, conseguiu voltar para o jogo e se segurou até o final, terminando com um stack de 253.000 fichas, mas ainda short-stacked. www.revistaflop.com.br
Paulo “PC”, que esteve entre os líderes, acabou perdendo boa parte de suas fichas antes do termino do dia, mas conseguiu manter-se na briga com 621.000 fichas. Marcelo Dabus também seguiu na disputa, com 931.000 fichas, pouco menos que Gualter Salles, que tinha 939.000 fichas. Gualter, por sua vez, foi o responsável por uma das situações mais incríveis vivenciadas por um jogador no ME. Após perder um grande pote e ficar com apenas uma única ficha de 1K – valor do ante –, naquele momento, o brasileiro conseguiu um milagre e, após algumas dobradas, voltou com tudo para o jogo e começou próximo da média no dia seguinte, antepenúltimo antes de serem conhecidos os nove finalistas do main event. O melhor brasileiro foi Eduardo Parra, que começou a se destacar na disputa, terminando o dia com um stack de mais de 2 milhões em fichas – o dobro da média do torneio naquele momento. Restando apenas 205 jogadores, o chipleader era Evan Lamprea, com 3.564.000 fichas. Ainda vivos na briga estavam Theo Jorgensen, Matt Affleck e Johnny Chan, que buscava seu terceiro título no main event e seu 11º bracelete da carreira. Tal feito o igualaria aos jogadores Stu Ungar e Johnny Moss, no seleto grupo dos jogadores que conquistaram três braceletes no ME da WSOP. Além disso, com essa eventual conquista, ele iria alcançar ao grande jogador e egocêntrico Phil Hellmuth – que possui o maior número de braceletes na série mundial.
Dia 6
Dos 205 iniciais, apenas 78 jogadores conseguiram continuar vivos na disputa. Ao contrário do que vinha acontecendo nas últimas edições, alguns nomes conhecidos ainda mantinham-se firmes na luta para conseguir um lugar entre os nove finalistas. No topo da lista, o vencedor do torneio de $50.000 deste ano, Michael “The Grinder” Mizrachi, que terminou a noite com 7.535.000 em fichas, o que o colocou no segundo lugar geral. agosto |
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Especial – WSOP 2010
Entre as baixas do dia, infelizmente estavam quatro de nossos cinco representantes. Cláudio Baptista ficou na 192ª posição, melhorando sua classificação em relação ao ano passado – quando foi o melhor brasileiro na disputa.
Eduardo Parra alcançou a brilhante 32ª posição
Os brasileiros além da WSOP
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láudio foi eliminado com AJ – ele aumentou pré-flop e viu o jogador no big blind pagar. Após o flop com J54, o oponente deu check e Cláudio apostou 100 mil fichas. Tomou re-raise all-in e pagou. O adversário mostrou 45. O turn e o river não mudaram a situação e o brasileiro acabou se despedindo da WSOP. O próximo brasileiro a deixar a disputa foi Paulo “PC” César, na 176ª posição. Na mão decisiva, ele foi all in de 400K, após um flop com TQ5. Com AA, o brasileiro recebeu call de seu oponente, que mostrou KQo. Uma Q apareceu no turn, formando uma trinca para o oponente e eliminando o jogador do Pará, que teve uma bela participação no ME desse ano. Marcelo Dabus foi mais um que deixou a disputa. Já short-stack, o brasileiro foi all in com par de 6 e tomou call de um adversário com AK. Seu oponente acabou acertando um flush logo no flop e Dabus ficou com a 168ª posição. Gualter Salles, após sua recuperação histórica no dia anterior, foi o último eliminado no dia. Em sua derradeira mão, Gualter foi all in com AJ e pegou um oponente com AQ. O bordo não mudou a situação, sendo eliminado na 117ª colocação. O último representante brasileiro no main event foi Eduardo Parra, um dos criadores do site SuperPoker e da Revista Flop. Parra, que começou o dia com mais 2 milhões de fichas, chegou a quase dobrar seu stack ao longo da disputa, alcançando mais de 3.900.000 fichas. Porém, perto de terminar o dia, já com as mesmas 2.000.000 fichas iniciais, tomou uma pancada e acabou com um stack de 1.220.000 fichas. Johnny Chan, que buscava sua terceira vitória no main event, foi um dos eliminados no Dia 6, terminando na 156ª posição.
Dia 7
Após sete dias de batalha no ME, a participação brasileira terminou com um belo saldo. No total, foram doze brasileiros entre os 747 premiados no torneio, que começou com 7.319 participantes. Eduardo Parra foi o único representante brasileiro a chegar ao até o Dia 7, que começou com 78 jogadores. Apesar das poucas fichas, Parra soltou o jogo e rapidamente triplicou seu stack quando eliminou dois jogadores em uma mesma mão, em um all in triplo. Após essa incrível jogada, Parra manteve-se longe da ação por um bom tempo, enquanto outros jogadores iam sendo eliminados. Aos poucos a posição 55, 78 | agosto
a melhor já alcançada por um brasileiro no Main Event – feito do mineiro Rafael Caiaffa em 2008 –, ia ficando mais próxima. Na medida em que as eliminações foram acontecendo, a comunidade brasileira ficava mais ligada nas coberturas pela internet através dos sites MeBeliska. com e TVPokerPro, que deram um show, mandando em tempo real todas as informações que aconteciam em Vegas. A corrente positiva foi tamanha que, a certa altura da madrugada, o tópico #vamoparra estava entre os cinco Trending Topics brasileiros do Twitter – índice que registra os assuntos mais comentados no microblog. Prova da força da comunidade do poker nacional. As quedas foram acontecendo e a antiga marca foi superada. Quando restavam cerca de 40 jogadores, Parra conseguiu ganhar um bom pote e chegou a ultrapassar a marca de 6 milhões em seu stack, fazendo crescer a expectativa em toda a torcida brasileira. Porém, após errar alguns flops e largar algumas mãos importantes, bem perto do final do dia, ele acabou eliminado pelo conhecido jogador Scott Clements, na 32ª posição. Esta foi a melhor classificação de um brasileiro no main event. Em sua última mão, Parra, com JJ, envolveu-se em uma guerra de raises e re-raises pré-flop, até colocar todas as suas fichas no centro da mesa. Clements pagou com KK. Quando as cartas comunitárias foram abertas, um Rei ainda apareceu logo no flop, tirando o brasileiro do torneio. Dessa forma, Parra encerrou a sua histórica participação no maior evento do poker mundial.
Dia 8
O dia começou com 27 jogadores, sobreviventes de um field inicial de 7.319, buscando cravar seu nome na história. Entre os eliminados no dia 8, estiveram Johnny Lodden (27º), William Thorson (22º), Scott Clements (18º), David Baker (17º), Matt Affleck (15º) e Adam Levy (12º). Depois da eliminação de Pascal LeFrancois, em 11º lugar, foram necessárias mais de cinco horas para o estouro da bolha da mesa final, que acabou decidida em uma mão entre Jonathan Duhamel e Brandon Steven, que levou a pior e deixou o torneio em 10º lugar. Ao eliminar Brandon, Dead Man’s Hand, Mão do Morto A 8
Duhamel confirmou sua condição de chipleader na mesa final, terminando o dia com um stack de mais de 65 milhões em fichas. O canadense não tem um grande currículo até momento, seu melhor resultado é um 10º lugar no EPT em 2008, quando levou US$ 60,735. Considerando que ele já tem garantido um prêmio de US$ 811,823, caso o pior aconteça e ele caia em nono lugar, já deve estar muito satisfeito com seu resultado. Duhamel será o mais jovem competidor na mesa final, com apenas 22 anos de idade. O segundo colocado, John Dolan, dos Estados Unidos, também não possui muitos resultados expressivos, mas parece viver seu melhor momento esse ano, conquistando um sexto lugar no Evento 36. Nascido na Coréia do Sul, Joseph Cheong vem na terceira posição. Ele tem ainda menos resultados que seus adversários na carreira ao vivo, mas têm alguns bons resultados no poker online. Conhecido como “subiime” no Full Tilt Poker, Cheong já venceu um evento da Mini FTOPS. O quarto colocado será John Racener, outro norte-americano. Seu currículo já é um tanto considerável, sendo seu melhor resultado uma vitória na WSOP Circuit, em 2007. Na quinta posição, começará o canadense Matt Jarvis, outro jogador de pouca expressão que ainda deve estar pensando que tudo não passa de um sonho. Já em sexto lugar vêm o italiano Filippo Candio, que vem mostrando sua força recentemente no Italian Poker Tour, mas também é outro jogador que não figura na lista dos grandes nomes do poker mundial. Em sétimo aparece Michael “The Grinder” Mizrachi, que é o grande destaque entre os November Nine. Ele, que já tem mais de US$ 8,6 milhões em ganhos na carreira, começou vencendo o The Players Championship e fez mais duas mesas finais este ano, além de um ITM. Mizrachi pode entrar para a história como o vencedor dos dois principais torneios da WSOP e ainda sair com o título de jogador do ano na maior série de torneios do mundo, tirando o título que já estava quase garantido para Frank Kassela. O sobrenome do oitavo colocado entre os finalistas é muito conhecido: Nguyen. Mas Soi Nguyen está longe de ser uma estrela, sendo mais um amador a fazer parte da final deste ano. O short-stack da mesa final será Jason Senti, jogador que concentra sua carreira no poker online, em que joga com o nick “PBJaxx”, principalmente cash $50/$100. No poker ao vivo, esse é o primeiro resultado de Senti, que disse que ninguém acreditava que pudesse chegar tão longe no ME. Talvez nem ele. www.revistaflop.com.br
Além dos vários resultados brasileiros nos mais variados torneios da série mundial, muitos também se destacaram nos eventos paralelos promovidos pelos diversos cassinos em Las Vegas, que aproveitaram a época para realizar as suas séries. Foi o caso do jogador Roberto Rodrigues, o “Betodalu”, que conquistou um excelente resultado na série Mega Stack do Caesars Palace. Betodalu conseguiu chegar à mesa final do principal torneio da série ($1,060 NL Hold’em), que contou com 773 inscritos. Ele começou a mesa final na segunda colocação em fichas e todos jogaram até que restassem apenas três participantes. Neste momento, foi feito um acordo e Betodalu ficou, oficialmente, na segunda colocação e recebeu um belo prêmio do Caesars Palace. No The Venetian, a tradicional Deep Stack Extravaganza começou movimentada, com o jogador brasileiro Andrey Lamego da Silva vencendo o Evento #1 No Limit Hold’em. A disputa, com buy-in de $300+40, alcançou um total de 651 participantes e uma premiação de mais de $180K. Nessa conceituada série o jogador Adolfo Pereira conquistou um excelente resultado, chegando na segunda colocação no Evento #36 No Limit Hold’em. O torneio teve o buy-in de $500+50 e um field de 451jogadores, gerando um prizepool de cerca de $220K para a premiação. Além deles, muitos outros brasileiros conseguiram chegar com posição de destaque nos vários eventos da série. Por fim, este ano os brasileiros se superaram e mostraram a força que o poker nacional tem. Tivemos um número recorde de participantes, cerca de 200 jogadores. Terminamos a WSOP, com duas mesas finais, um 32º lugar e mais 11 brasileiros na faixa de premiação só no ME da WSOP e vários jogadores experientes estreando na série mundial já com ITMs. Não foi dessa vez que vimos um brasuca entre os November Nine, mas o sonho ainda não acabou e muito menos a esperança em nossos jogadores. Agora é torcer pelos nossos nos próximos eventos, pois o ano não terminou e ainda tem muito jogo nos panos pela frente. Las Vegas sempre estará lá, esperando por nós, e, quem sabe. E, quem sabe, 2011 não será a nossa vez! Betodalu comemora sua mesa final no Caesars
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Paraguai
Torneio 50K
A força do poker no
Q Q
uando se ouve falar em Paraguai, a primeira palavra que vem à cabeça de muitos brasileiros é comércio. Mas não é só de produtos eletrônicos que o país vive. O que pouca gente sabe é que os cassinos são liberados lá e, com isso, tornam-se uma grande atração do local. Na cidade de Pedro Juan Caballero encontra-se o grande complexo Amambay Hotel e Casino. Localizado na divisa com Ponta Porã (MS), é um dos destinos mais badalados da cidade e um grande lugar para relaxar e se divertir.
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A frente do Hotel Cassino e o salão com as máquinas e mesas de jogos
garantidas entre R$ 25 e R$ 50 mil. Em junho, isso ocorreu entre os dias 3 e 6 e nós da Revista Flop estivemos lá para conferir como funciona. Muitos brazucas se encontraram nos panos para disputar uma parte da premiação. Entre os presentes, estavam o mesa finalista do LAPT no ano passado Waldemar Cogo, Fábio Vera – que já possui sete troféus entre os torneios do Amambay, Signei Bandeira, outro colecionador de troféus, Aníbal, Wady Tanus – que venceu o Second Chance do BSOP São Paulo –, Fábio Ananias, Marcos de Deus, André Ribeiro, João Paulo entre outros grandes nomes do poker no centro-oeste do País. O torneio é jogado de uma forma bem turbo, com buy-in de R$ 500 e direito a dois re-buy no mesmo valor. Uma característica interessante é sua forma classificatória, disputada em forma de sit-and-gos de oito pessoas, em um modelo freezeout um pouco diferente, sendo os dois primeiros jogadores os que passam para a próxima fase. O stack inicial é de 10K com as blinds de 12 minutos, iniciando em 25/50. No total, foram registradas 125 inscrições, o que ultrapassou o prizepoll de R$ 50 mil. A novidade para este ano é que o Cassino montou um ranking entre seus jogadores, com pontuação pela classificação nos torneios e também pelos re-buys que cada participante faz. Ao final do ano, o Amambay realizará um torneio freeroll para os Top 20 do ranking, sendo que a premiação está sendo acumulada ao longo do ano: Waldemar Cogo
Devido à proximidade do local com o Brasil – apenas é uma calçada separa um país do outro –, é comum ver muitos brasileiros circulando pelo cassino, que possui mais de 200 slot-machines (algumas privativas), mesas de blackjack, poker caribenho e, como não poderia faltar, a roleta. O empreendimento também possui um resturante internacional – com uma culinária típica paraguaia e brasileira. No hotel, são 45 suítes com sacadas, piscina, espaço para festas e uma lan house.
A mesa final só foi formada no domingo pela madrugada
cerca de 5% dos prizepools de todos os torneios que o Cassino realiza são voltado para a premiação deste torneio especial.
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O 50k garantido
ste torneio se tornou um tanto tradicional na região, atraindo jogadores de várias cidades de Mato Grosso do Sul e proximidades. Devido ao feriado na quinta-feira, formaram-se apenas duas mesas de oito jogadores, e classificaram-se Waldemar Cogo, com um stack de 69 mil fichas, Zeca, com 28K, Sr. Cabo, com 61K, e João Paulo foi o chipleader do dia, com 102K. Já na sexta-feira, o dia rendeu bastante. O torneio voltou às 19h e só terminou lá pelas 4h da manhã do sábado. No segundo dia classificatório foram formadas mais cinco mesas e, assim, mais dez pessoas passaram para a fase seguinte. Os destaques ficaram para o experiente Fábio Vera, que eliminou mais de quatro pessoas Wady Tanus
e passou para a semifinal com o segundo melhor stack do torneio, com 102.500 fichas; e André Ribeiro, que foi o chipleader com 108K, sendo 60 mil a média entre os stacks. Para o sábado, estava planejado começar a semifinal, mas vários jogadores apareceram na última hora e não quiseram ficar de fora do evento. Então, às 19h foram formadas mais três mesas, e mais seis jogadores passaram para a fase final, somando, no total, 20 classificados para a etapa seguinte. Depois de uma conversa, os participantes decidiram continuar o jogo e, no início de domingo, começou a outra etapa, com os 20 participantes restantes. Os blinds iniciaram em 300/600 e havia muitos jogadores short-stack. Um move bem interessante aconteceu quando André Ribeiro abriu bet de três blinds em UTG+1 e Daniel, em MP, voltou all in de 30K. A mesa seguiu em fold até Yassuo, no big, que também foi all in. André pensou por Marcos de Deus
O cassino ainda possui uma poker room com quatro mesas e uma grade de torneios semanais incrível, com eventos freerolls e até sit-and-gos de R$ 500. Além dos SnGs que ocorrem diariamente, todos os meses são realizados torneios com premiações Hunting Season A 2
www.revistaflop.com.br
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Torneio 50K Signei Bandeira, vicecampeão
short para esta etapa. Após levar algumas mãos, ele se envolveu em all in pré-flop com KJ e bateu de frente com um AJ de Fábio Vera. O bordo não ajudou ninguém, e Vera levou as 45.000 restantes de Cavalieri. Em nono lugar ficou João Paulo, que viu seu ATs perder para Signei que, com As3s, fez flush logo no flop e despontou entre os líderes. Na mão seguinte, Luís Baldijão mandou tudo no pano, com AJo, e Aníbal, que estava abaixo da média, pagou com T7s de espadas. Outro flush se formou, desta vez no turn, e Luís saiu o torneio na oitava posição, mantendo Aníbal vivo na mesa.
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uns minutos, resolveu pagar e logo mostrou AQs. Daniel tinha AJo e Yassuo, A9o. No flop, bateram só cartas baixas, e no turn veio um Às. O river foi um 6 bem inofensivo, e André eliminou dois de uma só vez e se manteve na liderança. Depois de mais de duas horas de jogo, foi formada a tão esperada mesa final. Inicialmente, a premiação seria dividida entre os oito primeiros, mas, devido ao cansaço, os participantes resolveram salvar os finalistas e os dez que se sentaram à mesa dividiram os R$ 50 mil. Com isso, a desagradável posição da bolha ficou com Antonio Troncoso que, com A8s, envolveu-se em all in pré-flop com Fábio Vera, com 99. Logo no flop veio J97 rainbow, e as chances de Antonio diminuíram drasticamente. O turn até lhe deu uma esperança, trazendo um A, mas o 7 no river selou seu destino, e Troncoso saiu do torneio na 11ª posição, deixando Fábio com um belo full house e entre os líderes da competição. Para a final table, a organização mudou os blinds para 15 minutos e reiniciou a contagem dos blinds para 500/1.000, com intervalos de cinco minutos a cada hora jogada. Antes de chegar o break, o primeiro a deixar a disputa foi Paulo Cavalieri, que chegou 82 | agosto
epois de algumas bad beats, André, que começou a final na vice-liderança, amargurou a sétima colocação do evento, quando, com par de 7, achou um QQ na mão de Camilo. Depois dessa eliminação, o jogo seguiu um tanto truncado. Muitas disputas de potes, mas nenhuma disputa chegava ao showdown. Quem se deu bem nessas roubadas foi Fábio Vera, que, com a mesa six-handed, tinha quase metade de todas as fichas do torneio. Na volta do segundo intervalo, já short e com os blinds em 4K/8K, o jogador Cabo foi all in de 60 mil com AK, e Signei pagou TT. Um Ás bateu no flop, mas o river veio um T e salvou
Signei, que deixou Cabo em sexto lugar. Algumas jogadas depois, Marcos de Deus eliminou, seguidamente, Camilo e depois Aníbal. Ambas as eliminações ocorreram em all in pré-flop e nas duas Marcos veio com AJo. Camilo, que ficou com a quinta posição, mostrou 22, e um J apareceu logo no flop. Já o quarto lugar, Aníbal, veio com Q3s e, dominado, não teve sorte contra Marcos, que venceu com Às high. A disputa estava bem acirrada, mas a estrela de Fábio brilhou mais uma vez e ele não deixou nem Marcos comemorar. Poucas mãos depois, Vera subiu do botão e Marcos, do big blind, foi all in com ATo. Vera mostrou KQo e, no turn, bateu a temida Dama, deixando Marcos com a terceira colocação e Fábio com um stack quase cinco vezes maior que o de seu adversário. O heads-up final durou somente uma mão. Signei subiu e Vera pagou. No flop veio 963 e ambos deram mesa. No turn virou um 2 e Fábio apostou o pote e Signei voltou tudo e Vera deu call. Fábio mostrou J6 e Signei Q4. No river apareceu um J, dando dois pares para Fábio Vera e o seu quarto título em torneios no Amambay. Para mais informações sobre os torneios semanais do Cassino Amambay, acesse www.casinoamambay.com. Até a próxima!
Fábio Vera conquista seu quarto título no Amambay
Marriage, Casamento, Royal Couple, Casal Real K Q
Cursos
aprendizagem A evolução pela
Um
dos preceitos básicos de um esporte de habilidade é que, além do talento nato para o jogo, pode-se, com treino e esforço, melhorar e condicionar a capacidade para ser vencedor. Citando Jean Jacques Rousseau: “Ousarei expor aqui a mais importante, a maior e a mais útil regra de toda a educação: é não ganhar tempo, mas perdê-lo”. E uma das melhores formas de aprender é trocar experiências com outros que procuraram seguir o mesmo caminho. Ouvir e colocar dúvidas e anseios para pessoas com talento e resultados reconhecidos dentro do meio. O SuperPoker há muito queria lançar um projeto que permitisse trazer os melhores profissionais disponíveis no mercado para transmitir sua experiência e conhecimento para os jogadores que querem dar um passo a mais na busca pela evolução de seu jogo. Das ideias trocadas por algumas das pessoas que ajudaram a construir o poker no Brasil, surgiu o SuperPoker Training. O projeto – que terá sua primeira edição em 27, 28 e 29 de agosto em São Paulo, no H2 Club – contará com instrutores do gabarito de Leandro Brasa, Christian Kruel, Leo Bello e Sérgio Braga. E ainda terá como premissa trazer um modelo de aulas consagrado no exterior,
com atividades teóricas, teórico–práticas em computador e atividades práticas em mesa com os instrutores. Uma abordagem multifocal visando atingir coletiva e individualmente os pontos fracos de cada turma.
O
projeto, que a cada edição contará com instrutores de diversas áreas e expertises dentro do poker, terá em seu primeiro evento o foco nos conceitos gerais do poker e caminhará pelo ambiente de torneios ao vivo e online, assim como de cash game nos dois ambientes. Sérgio Braga, um dos idealizadores do projeto, tem larga experiência na área de palestras e cursos, sendo o representante no Brasil de James C. Hunter – autor do bestselller O monge e o Executivo. Sérgio já realizou cursos e palestras por todo o Brasil e no exterior, para desde pequenos grupos até eventos para mais de duas mil pessoas. Tendo começado sua carreira no poker há aproximadamente cinco anos, sempre buscou a educação como uma forma de aprimorar seus conhecimentos. Seu primeiro contato com um treinamento de poker foi nos EUA, quando participou do WPT Boot Camp e em seguida da WSOP Academy, ambos contando com profissionais renomados como Mike Matusow, Doyle Brunson,
Joe Navarro, Annie Duke, entre outros. Nessas oportunidades, Sérgio recolheu material e estudou a fundo o formato pedagógico utilizado no método de ensino. E é isso que ele ajuda a trazer agora para o Brasil: “O participante do curso será surpreendido pela dinâmica de aprendizado que ele traz. Além de uma linguagem simples e direta, baseada em exemplos vividos pelos instrutores, o curso tem uma parte inédita no Brasil, em que o aluno, trabalhando em computadores individuais, consegue testar seus conhecimentos utilizando um software exclusivo de treinamento. Por fim, ainda poderá jogar na mesma mesa que seus instrutores e aprender técnicas na prática, além da teoria”, explica Sérgio.
O
utro idealizador do projeto é um dos maiores jogadores brasileiros e foi o primeiro a chegar a uma mesa final da WSOP. Foi o primeiro campeão paulista e brasileiro, co-autor do livro Aprendendo a Jogar Poker, um dos detentores da triple crown do site Pocket Fives e ganhador de um torneio online com premiação garantida de mais de US$ 1 milhão. Com um currículo desses, não é difícil perceber que estamos falando do Red Pro do Full Tilt Poker, Leandro Brasa. Ele comentou sobre o prazer de participar do projeto: “Há muito tempo queria colocar em prática o conceito das aulas do Superpoker Training. Por diversos motivos, o projeto foi adiado, mas agora percebo que estamos no momento certo e com as pessoas certas engajadas. Quem melhor que o meu sócio e amigo Leo Bello, o experiente CK, que foi o primeiro brasileiro numa mesa final de WPT e um dos pilares do poker nacional, e o Sérgio Braga, um dos jogadores mais aplicados que conheço para tocar esse projeto junto comigo? Eu focarei em falar de torneios ao vivo, uma área em que sei que tenho muita
experiência e know-how para passar. Acredito que quem participar do curso irá sair com a sensação de que a cabeça se abriu ainda mais para buscar ser um vencedor, como sempre almejei. Meu maior objetivo é ganhar. O poker é feito de resultados, e eles vêm de muito esforço e trabalho.”
O
curso terá uma carga horária de 24 horas, dividida em três dias, com oito horas de duraçãoem cada um. Os participantes receberão certificados emitidos pelo SuperPoker Training e terão oportunidade de trocar experiências com os instrutores após cada dia de treinamento. No encerramento, haverá um torneio entre alunos e instrutores. Para mais informações sobre a programação e como se inscrever – as vagas são limitadas a 30 participantes –, acesse o site: superpoker.com.br/training. Não perca essa chance. O vencedor é aquele que procura os caminhos para a vitória e consegue vislumbrar a oportunidade e agarrá-la. Somente o estudo e o trabalho podem lapidar seu conhecimento e transformá-lo em um verdadeiro campeão.
Os Instrutores Leandro Brasa
Christian Kruel
Full Tilt Red Pro Profissional desde 2005 Foi Campeão Estadual em São Paulo no ano de 2005 e também Campeão Brasileiro pelo BSOP no ano seguinte
Full Tilt Red Pro Profissional desde 2005 Um dos pioneiros do poker no Brasil, possui mais de $1milhão em premiação em torneios
Sérgio Braga
Leo Bello
Profissional desde 2007 Possui vasto conhecimento técnico e prático, é especializado em cash game 84 | agosto
Profissional desde 2005 Um dos fundadores do BSOP, foi Campeão Paulista e é o autor de dois livros sobre poker www.revistaflop.com.br
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5ª Etapa – Rio Quente (GO)
www.bsop.com.br
Rankings
CPH
www.circuitoholdem.com.br
Etapas: Junho e Julho
O by
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
Gabriel Goffi Paulo Gomes Marcos Cassol Francisco Braga Fabiano Kovalski Marco Tulio Marco “MChacal” Miguel Hajjar Bruno Carvalho
SP PA GO RJ SC MG SP GO DF
1.143.000 1.076.000 920.000 883.000 837.000 595.000 467.500 459.000 317.000
O primeiro jogador a deixar a final table foi Paulo Gomes, eliminado por Gabriel Goffi. Na oitava colocação ficou o jogador Marco Túlio, seguido por Fabiano Kovalski, do 4bet Team, e Marcos Cassol, um dos representantes do
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335 jogadores se inscreveram nesta etapa
Centro-Oeste brasileiro, que deixou o torneio eliminado pelo carioca Francisco Braga. Francisco, em seguida, com par de Reis nas mãos, eliminou Miguel Hajjar. Bruno Carvalho caiu em quarto lugar, outra vítima de Francisco Braga. Repetindo a posição em que havia terminado na etapa anterior, Marco “MChacal” Cheida ficou com o terceiro lugar. Mais um excelente resultado de Marco, que vem fazendo um ano maravilhoso na série brasileira. Com uma boa vantagem de fichas, Francisco Braga duelou contra Gabriel Goffi no heads-up decisivo, que durou muito pouco. Na ultima mão, com A3s, ele não deu chance para o KQo de Gabriel, montando uma sequência no river.
Os três primeiros: Gabriel (2º), Francisco (1º) e “MChacal” (3º) Kojak, King John K J
DATAS
A
etapa de Goiás desta temporada da série foi disputada no incrível Rio Quente Resort. O complexo está localizado no Município de Rio Quente, no Centro-Oeste brasileiro. Com uma imensa área verde de 49,7 hectares totalmente preservados, clima sempre ameno e rica fauna e flora, o resort oferece, juntamente com as suas famosas fontes de águas termais, um lugar único para relaxar, curtir e jogar poker. Ao todo, 335 jogadores participaram da etapa goiana, sendo que o Dia 1A contou com 158 jogadores e o Dia 1B reuniu um field ainda maior, com 177 presentes. Com cerca de 45 classificados em cada um dos dois dias de abertura, o Dia 2, disputado no domingo, começou com o conhecido Bruno Foster na liderança. Porém, ao longo de todo o dia, muitos jogadores foram deixando a disputa. Alexandre Miyashiro foi o bolha do torneio, eliminado na 37ª colocação. O jogo prosseguiu até que restassem apenas dez jogadores. Com a eliminação de Thiago Alves, na 10ª colocação, ficaram conhecidos os finalistas da etapa. A mesa final da ficou assim:
Pedro Todorovic Helson Kupczak João “Paraná” Christian Kruel Daniel Baraad Leonardo Gracia Neto Marco Antonio P. Cheida Marcelo Filartiga Alexandre Nudelman Adriano Maua de Sant’ana Francisco Braga Márcio Murilo Motta Sandro Socas Pedro Lopes Ferreira Marco Tulio
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
1.724 pts 1.660 pts 1.520 pts 1.367 pts 1.236 pts 1.206 pts 1.137 pts 1.070 pts 1.060 pts 846 pts 785 pts 764 pts 743 pts 660 pts 647 pts
8 a ETAPA – Curitiba (PR) de 16/09 a 20/09 9 a ETAPA – Salvador (BA) de 21/10 a 25/10
Ricardo Fracari Bruno Kim Lucas Jikal Victor Talamini Rodrigo Kubitza Luis Carlos Mendoza Raphael Miziara Rodrigo Bueno Andrey Lamego Rodrigo Garrido Alexandre Richard João Elias Andrade Leandro Ruy Marcos “Franja” Sanchez Luiz Antonio Mateus
DATAS
O complexo aquático do resort é uma das grandes atrações do local
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
494 pts 484 pts 440 pts 351 pts 350 pts 340 pts 338 pts 273 pts 270 pts 221 pts 210 pts 200 pts 194 pts 193 pts 178 pts
Circuito Paulista de Hold’em atraiu 147 competidores para a disputa do Dia 1A da 5ª etapa da temporada 2010. Destes, apenas 19 conseguiram a classificação para o segundo dia de disputa, o líder, com uma boa vantagem sobre os demais, foi Mendonza, com um stack de 513.500 fichas. Leo Todasso ficou com a segunda colocação, com 330.000 fichas. No Dia 1B o field foi de 104 jogadores, dos quais 15 conseguiram suas classificações para o dia final da etapa. Ao todo, a 5ª etapa contou com a presença de 251 jogadores, o que resultou em um prizepool de mais de 150K de premiação. Outros 15 jogadores conseguiram a classificação par ao último dia de disputa. Entre as baixas do Dia 1B, o atual líder da temporada, o jogador Bruno Kim, cuja eliminação fora da zona de premiação acirrou ainda mais a disputa pelo título de campeão paulista em 2010. A zona de premiação iniciava na 29ª posição. O jogador Luis Matheus, que começou a disputa da mesa final na primeira posição, acabou encerrando sua participação na terceira posição. O heads-up foi decidido entre Mendoza e Lucas Jikal. Após vencer um coinflip, Lucas dobrou suas fichas e, pouco tempo depois, com KTo, foi all in, e Mendonza, com Q8o, deu o call. O flop trouxe um T, aumentando a vantagem de Lucas, mas no river apareceu uma Dama, que deu a vitória na 5ª etapa para o jogador Mendoza.
A
6ª etapa da temporada 2010 do Circuito Paulista de Hold’em atraiu 301 jogadores, número recorde na história do circuito mais tradicional do País. Destes, 47 conseguiram se classificar para o dia final. Entre os inscritos, alguns craques brasileiros que retornaram de Vegas com bons resultados na WSOP 2010, incluindo Daniel Wjuniski, mesa finalista na série neste ano. Rodrigo Garrido, que já fez dois ITMs em 2010, e Ricardo “Manecop”, que fez bonito no main event, terminando na 469ª posição, também estiveram no field, mas não conseguiram avançar para o dia decisivo. A mesa final contou com vários nomes conhecidos do feltro paulista, e o heads-up final foi disputado entre Ricardo Fracari e Andrey Lamego. Fracari começou com uma boa vantagem em fichas. Ricardo, com AQo, completou o small blind, e Andrey, com J8o, foi all in e tomou instacall. O flop trouxe um Valete, mas o river restabeleceu a vantagem para Fracari, trazendo a Dama, e, com dois pares maiores, ele levou o título da 6ª etapa. A terceira colocação ficou o jogador Alexandre Richard. Com essa vitória, Fracari assumiu a ponta da corrida pelo título de campeão paulista de 2010.
Luiz Mendoza venceu a quinta etapa do circuito 5ª Etapa
7 a ETAPA – 20/08 a 22/08 8 a ETAPA – 10/09 a 12/09 Local: H2 Club – São Paulo (SP)
6ª Etapa Fracari (campeão), Alexandre Richard (3º) e Andrey (2º)
Atualizado em 31/07/2010
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coluna Will Arruda
www.sngteampro.com.br
entenda mais sobre
fold equity Veja qual é o seu conceito, para que serve e como utilizá-lo de forma ideal
S
SnG Team Pro
Para saber mais sobre o projeto, acompanhar a evolução dos jogadores do time ou fazer parte da próxima turma, acesse: www.sngtemapro.com.br
/SnGTeamPRO 88 | agosto
alve, salve, amigos da Flop! Hoje meu artigo é sobre um tema que, pela minha experiência no projeto SNG TeamPro em coachs individuais, é algo que a grande maioria dos jogadores tem dificuldade para entender. Vou iniciar o tema com esta frase do Caio Pimenta: “Se você estiver jogando sempre por cima, alguma coisa você está fazendo de errado”. Essa frase, na minha opinião, é genial, e a partir dela quero chegar no assunto dessa coluna, que também servirá de tema aprofundado para o curso preparatório do SnG Team Pro. O que é fold equity? Primeiramente, cuidado com as respostas, pois certamente haverá discrepâncias entre elas! Um erro um tanto comum entre as pessoas é confundir esse termo com taxa de takedown – que é a porcentagem do range que o oponente irá foldar. Diferente disso, o fold equity é o quanto de valor (EV) será a perda ou o ganho de uma mão específica sem showdown. Existe uma fórmula para calcular o fold equity, basicamente usando-se álgebra. O intuito da fórmula é mostrar a frequência de fold para que sua aposta seja lucrativa. Gostaria de fazer uma ressalva, pois essa fórmula não é necessária para se chegar a tal conclusão – entretanto, é um atalho bem útil! A compreensão do conceito é mais importante do a própria. Explicando a ideia da fórmula: quando fazemos uma aposta, teremos uma equidade relativa a quanto o oponente irá largar a mão e, quando somos pagos, a equidade da nossa mão contra o range do adversário, que não necessariamente precisa estar na frente, e sim precisa de uma equidade suficiente para que as fichas ganhas, quando o oponente deu fold, somadas às fichas ganhas da equidade de showdown da nossa, seja o suficiente para a lucratividade de determinada jogada.
Fórmula do Fold Equity
0=FxP+(1-F)x(-LxV+GxE)
L = perda máxima V = equidade do vilão P = tamanho do pote G = ganho máximo E = equidade do H ero F = frequência com que o oponente deve foldar
A
o ler essa fórmula podemos perceber o quanto são importantes a equidade da nossa mão e a do vilão. Ou seja, a velha desculpa de perder para um runner-runner não deve ser feita, porque backdoors fazem parte da equidade do vilão. Portanto, não subestimem esses backdoors, já que eles podem representar até dois outs, e isso, em termos de equidade, não é pouca coisa! Seja honesto na hora de estimar um range! Nada de ser muito pessimista ou otimista. Se você tem dúvidas, procure um meio termo. Uma das principais diferenças entre um bom e um excelente jogador é a facilidade de colocar o adversário em um range mais preciso. Um exemplo hipotético seria se nós virássemos as cartas após fazer uma aposta. O oponente deverá largar ou pagar. Para ilustrar: imagine uma mesa com nove jogadores, blinds 500/1K ante 100 e você, no small, recebesse A4o. Se, neste caso, a mesa rodar em fold, aqui poderíamos mostras as cartas para o adversário e dar all in que a jogada será lucrativa – mesmo que o jogador pague com A5o e 44+. Na verdade, não importa o range que você estimar, já que se o range de call aumentar, nossa equidade também aumenta. Sendo assim, esse shove não pode ser explorado e ele sempre será +EV. Espero que com esse artigo você entenda o que é fold equity e também ajude os interessados em entrar no Sng Team Pro 7 porque certamente entender esse tema é fundamental para o sucesso no poker e não somente no SnG. Abraço a todos. Katie K T
Curso Preparatório – Aula 2 Prosseguindo com nosso curso preparatório para o SNG TeamPro, irei apresentar conceitos – sem aprofundamento – que serão cobrados na prova. O que for escrito aqui será um roteiro, pois somente com as dicas desse curso o jogador não irá conseguir responder a prova. Por isso ele deve procurar aprofundar seus conhecimentos.
Implied odds
Entenda quando o implied odds é aplicável. O conceito simples de você pagar uma aposta esperando fazer um jogo grande para que possa extrair mais valor do seu adversário no futuro é usado de forma errônea por muitos jogadores. Entenda bem a parte matemática disso, perceba que não basta
Armando Sbrissa 21/12/84 Residente em São Paulo Como foi seu primeiro contato com o poker? Armando Sbrissa: Comecei jogando no Everest aquelas famosas mesinhas Shasta e freerolls em todos os sites, mas trabalhava com informática na época, então, só jogava por hobby. Tive meu primeiro contato com o poker live no clube Texas Tatuapé, e no All In Tatuapé, jogava SnG de R$ 30. www.revistaflop.com.br
fazer um jogo grande se seu adversário não tiver algo e que sua mão precisa segurar até o final. O oponente precisa te dar action, enfim; cuidado!
Hold’em Manager
Há um tempo atrás, pouco se falava de Hold’em Manager em SnGs, porém, atualmente é um erro subestimar esse software. Ele certamente te faz escapar de muitos apuros ao identificar o estilo de cada jogador e regular o jogo, quem é tight, quem é loose. Jogando muitas mesas, podemos deixar passar algumas situações, por isso, não deixe de usá-lo.
Projeção de ganhos
Quando você recebe seu salário, ele possui várias explicações de impostos
descontados, taxas e assim dá pra calcular quanto você ganha por hora e mais um monte de coisas. No poker acontece o mesmo. Entenda o que é ROI (Retorno do Investimento), ABI, amostragem de quanto você ganharia se jogasse mais aqui ou ali, se compensa mais jogar menos ou mais telas. Descubra como se ganha dinheiro no poker!
Dicas de estudo.
Para os jogadores que gostam de livros, os melhores para ler são os do David Sklansky: Theory of poker e Theory and practice. E, para fóruns, recomendo a leitura diária do 4bet (4bet.com.br). A sessão de SnGs está muito forte e com comentários de jogadores dos times e instrutores.
Conte sobre sua trajetória no mundo do poker e suas principais conquistas. Depois disso, comecei a jogar torneios nos clubes e fui pegando gosto pelo jogo. Depositei meus primeiros dólares no PS e logo quebrei, óbvio. Mas foi quando fiz muitas amizades com quem estava se dando muito bem no online, como Felipe Mojave e Norson, e isso me incentivou a estudar mais e levar a sério esse hobby. Sempre gostei muito mais do poker online, principalmente sits. Jogava SnG apenas no PS e eventualmente MTTs online e live. Um dos meus melhores resultados foi a mesa final do Nordeste Poker Fest em 2008, quando fiquei em 6º lugar e meu irmão, Victor Sbrissa, cravou depois de fazer HU com o Marcos Sketch.
coachs diários, fora o contato com os outros jogadores que conhecem o field.
Você atingiu a meta dos 10k no SnG Team Pro e recentemente entrou no time de MTT. Como profissional, qual é sua próxima meta? Entrei no projeto e encarei como um desafio, com o objetivo de aprimorar meus conhecimentos na modalidade. E foi o que aconteceu. Em um mês e uma semana, bati a meta e recebi o convite para ser um dos instrutores e engatar no time de MTT. Hoje, penso em me profissionalizar em multitables, em que o jogo é muito mais complexo. Acredito que entrando pro time, vou ter o suporte que preciso com os
Armando, este espaço é seu, para comentários ou agradecimentos. Sem dúvida, as primeiras pessoas que tenho que agradecer são meus pais. Sem o apoio deles no dia a dia, não teria conquistado nada do que tenho hoje. Agradeço em especial a meu pai, que sempre acreditou no meu potencial em qualquer coisa que decidisse fazer e acompanhou de perto cada passo. Também a meu irmão, que está comigo desde o início, e aos amigos que fiz no poker, que também foram imprescindíveis para o meu crescimento.
Qual foi o melhor e o pior momento na sua vida de jogador de poker? Já pensou em parar? Meu melhor momento foi em 2008. Tive muitos resultados no live e em torneios regulares online. Eu e meu irmão éramos sócios, e o que mais se destacou foi o Nordeste Poker Fest e uma noite em que cravei um 11r do PS e meu irmão ficou em segundo no 22r. O ano de 2009 não foi nada fácil, pois tive alguns problemas pessoais e financeiros na família e foi quando percebi que o controle emocional é essencial para quem quer ser um profissional. Nunca pensei em parar, pois soube identificar meus erros, mas, como meu avô já dizia, toda lição custa caro.
agosto |
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coluna Christian Kruel
colunas@revistaflop.com.br
alguns conceitos que É
preciso saber Aprenda a usar melhor a sua imagem e saiba como jogar fora de posição
N
a última edição falei sobre alguns conceitos falhos e mal explorados pelos jogadores, abordando especificamente os potes abertos com limp e o controle do pote. Desta vez, escrevo alguns comentários sobre imagem na mesa, sobre balancear o range e sobre jogar fora de posição.
Imagem na mesa
Muitos jogadores não exploram como deveriam a sua imagem na mesa, principalmente aqueles que jogam mais tight. Eles podem blefar e fazer combinações de apostas no flop e no turn com uma frequência maior. E a explicação é simples: quando você está jogando ou tem por hábito jogar muito tight, todos ao seu redor sabem disso, sejam eles oponentes regulares ou não, já que é muito fácil reconhecer esse tipo de jogador. Além disso, o senso comum nos diz que jogadores muito tight, blefam com uma frequência muito baixa. Logo, quando um jogador assim opõe algum tipo de resistência num pote grande, dificilmente o oponente deixará de dar crédito a ele. E quando um jogador apresenta uma frequência de blefe muito baixa, ainda que o oponente saiba que existe uma chance de 10% de ele estar blefando, não seria lucrativo pagar para ver. Em uma mão com muita ação pré-flop, por exemplo, dificilmente alguém colocaria um jogador muito tight que opõe ação com algo mais fraco que QQ. Isso acontece porque o range desse jogador já é muito restrito. Logo, espera-se que, em uma mão com muita ação pré-flop, ele dê fold a parte mais fraca do range dele, que pode incluir mãos como 99, TT e JJ.
Balanceando o range
Christian Kruel
Este carioca é um dos pioneiros do Texas Hold’em no Brasil. Com seus bons resultados online e nos torneios afora, agora faz parte do Team Full Tilt Poker.
90 | AGOSTO
E já que falamos em range, podemos passar para a segunda parte das nossas observações que dizem respeito exatamente ao balanceamento do range, que é um conceito pouco explorado e utilizado. A ideia por trás desse conceito, é fazer com que seu oponente tenha mais dificuldade em estabelecer
que tipos de mãos nós podemos estar segurando, tornando as decisões dele mais difíceis. Jogadores estabelecem padrões ao jogar, e quando esses padrões ficam “enraizados” no jogo de alguém, há uma certa dificuldade em se libertar deles. Assim, o jogo consequentemente fica mais padronizado e fácil de ser lido e entendido.
L
ogo, balancear o range não é algo que se ensine em um artigo, mas um conceito que devemos buscar jogando e tornando nosso jogo mais difícil de ser lido. Cada tipo de jogador, de TAG a LAG, tem que fazer sua própria adaptação no seu jogo para torná-lo mais difícil diante de seus oponentes. O desafio principal aqui, seja entrando de limp, de raise, de 3-bet ou de cold call, é não ser lido com facilidade. É o de fazer com que seu oponente possa te colocar com uma gama grande de mãos, que dificultem a leitura nas próximas streets. Jogar em posição pode facilitar a tarefa, e essa é a nossa dica para abordar o terceiro ponto, que é o jogo fora de posição.
Jogando fora de posição
Isso acontece porque muitas pessoas acham que para balancear o range elas necessariamente precisam jogar muitas mãos. E frequentemente acabam fazendo isso fora de posição, muitas vezes quando nem mesmo são forçadas a fazê-lo. O poker é um jogo em que, para fazer dinheiro, você deve evitar se colocar em situações difíceis com uma mão marginal. Não existe nenhuma penalidade para o fold pré-flop, e você deve aproveitar-se disso para evitar esse tipo de spot. Jogar fora de posição também restringe muito nossas escolhas e opções. É mais difícil controlar o pote. E é muito mais difícil fazer três apostas, no flop, no turn e no river, porque o vilão pode simplesmente nos dar flat call com nuts sem nenhum tipo de prejuízo, já que sempre será o último a fechar a ação. Isso também implica numa dificuldade maior para extrair valor e, por fim, numa virtual impossibilidade de ver um showdown de graça no river, o que nos fará ganhar menos potes. Canine, Mongrel, Vira-Lata K 9
coluna ADTP
www.adtp.com.br
tomando medidas
drásticas Para o bom andamento do torneio, a direção, às vezes, tem que ser severa
92 | agosto
importante campeonato do poker do mundo, a World Series Of Poker. E foi assistindo o Igor Federal jogar um satélite para o Main Event lá no Cassino Rio que presenciei uma decisão extraordinária de um dos floors da WSOP.
O
torneio premiaria os 20 finalistas com a tão sonhada vaga no mais importante torneio de poker do mundo. O 21º colocado receberia US$ 9,600 e, do 22º em diante, todos iriam para suas casas de mãos abanando. Ao chegarem em 23 participantes e já em hand-for-hand, como já se vê em muitos satélites, as três mesas praticamente pararam de jogar, ou seja, ninguém queria se arriscar a perder a chance de ganhar uma vaga no mundial. A prática conhecida como stall constitui em enrolar, demorar desnecessariamente para tomar sua decisão e, com isso, atrasar o desenrolar da mão. Em torneios satélite e próximos à bolha de premiação, alguns jogadores costumam utilizar desse artifício para tentar propiciar que
segundo lugar, resorteou os participantes (re-draw) dentre estas mesas e, por fim, diminuiu os níveis de blinds de 20 para dez minutos.
I
sso pode parecer um pouco drástico, mas ele partiu de alguns preceitos básicos para tomar essa decisão: em primeiro lugar os participantes do torneio estavam, se não todos, a maioria agindo contra o melhor interesse e andamento da disputa, logo, uma forma de penalizar todos foi a redução do tempo de blinds. Ao separá-los em novas mesas ele eliminou um eventual fator de empatia que acaba sendo criado entre os participantes de uma mesma mesa, que podem ter combinado entre si de segurar o jogo. Por fim, demonstrou que um torneio é para ser jogado e que não iria tolerar atitudes como aquela, que eliminassem a característica “disputa” da competição. O que eu quis esclarecer com este exemplo é que atitudes que vão contra o bom andamento da disputa e atrasam desnecessariamente o jogo
Igor teve que ceder à pressão dos jogadores na mesa e entrou na onda do fold
*”DC” é diretor de torneios e um dos membros fundadores da associação.
by
V agas por S atélites e F reerolls
Kokomo K 8
devem ser tratadas com seriedade e severidade pela direção de torneios, mas sempre com bom senso, parcimônia e inteligência. A direção de um torneio precisa ter sempre muita atitude para tomada de decisão, e o profissional que trabalha com isso não deve achar que dirigir uma competição é só colocar os jogadores às mesas com suas fichas e baralho e pagar o prêmio quando terminar, mas sim um exercício constante de aplicação do regulamento, tratamento com clientes e, acima de tudo, uma busca incessante pela autoreciclagem profissional e aprimoramento dos conhecimentos. Para quem quiser ter mais informações ou dúvidas esclarecidas, recomendo a área de regras de torneios do fórum 4bet – eu sempre procuro ajudar o pessoal que escreve lá. Grande abraço a todos e nos vemos nos próximos torneios.
Você na TV!
DATAS
O
lá, leitores da Flop! É com grande prazer que volto a escrever para vocês aqui na coluna da ADTP. Você pôde acompanhar algumas situações Por Devanir Campos* inusitadas com o texto escrito pelo Robigol e conhecer um pouco da história dos torneios no Brasil na edição seguinte, escrita pelo Elton. Mas, agora, vou falar mais um pouco sobre algumas atitudes não tão costumeiras que um diretor de torneios pode tomar. A competição de poker tem a característica de ser capaz de gerar situações extremamente distintas, que acabam requerendo do diretor e de seu staff o conhecimento do regulamento, e da lógica que foi implementada na criação de cada regra. Por exemplo: digamos que um competidor infringiu o regulamento de tal forma que tenhamos que retirá-lo da disputa. O regulamento diz que devemos retirar as fichas dele de jogo ao invés de deixá-las sendo “comidas” pelos blinds. O porquê disso está em tentar manter a igualdade de condições de disputa entre as diferentes mesas de um torneio. Ao mantermos um dead stack em uma determinada mesa, esta terá a vantagem de ter fichas a mais no pote sem qualquer contestação em todas as mãos. Os jogadores daquela mesa passam a ter a certeza de que não só disputarão as fichas disponíveis entre si, mas também, um stack ‘gratuito’, que não será defendido pelo dono. Esse fato dá aos participantes da mesa, uma vantagem que os demais competidores do torneio não terão. Isso é diferente de quando um participante chega atrasado ou demora demais para ir comer e deixa suas fichas na mesa, afinal, sabe-se que, mais cedo ou mais tarde, este participante retornará para defendê-las. Além de conhecer estes fundamentos, um bom diretor de torneios tem que saber quando tomar atitudes que não são cobertas pelo regulamento ADTP A Associação de Diretores de quando uma situação peculiar aparece. Torneios de Poker é o braço Este ano eu tive a felicidade de ir novamenregulamentador da Confederação te a Las Vegas acompanhar um pouco do mais Brasileira de Texas Hold’em.
participantes de outras mesas sejam eliminados e eles entrem na faixa de prêmios. Essa prática é vista pela organização como antidesportiva e, portanto, como algo que deve ser evitado e devidamente punido, se for o caso. Voltando ao torneio do Igor, as três mesas estavam repetidamente rodando em walk, os jogadores demorando para tomar atitudes em toda mão levantavam para ver o jogo nas outras mesas, atrapalhando o andamento em suas próprias. Passados três blinds (de 20 minutos cada) nessa situação, o floor responsável pelo satélite orientou aos jogadores que parassem com isso, ou ele tomaria uma atitude mais drástica. Passados mais três níveis sem qualquer ação por parte dos participantes, ele tomou uma decisão bem peculiar, que eu, em particular, gostei muito. Primeiro ele separou as mesas, colocando uma em cada canto do salão da WSOP. Para quem já esteve lá, pode imaginar a distância que uma ficou da outra – cerca de 100 metros. Em
8 a ETAPA – Curitiba (PR) de 16/09 a 20/09 a
9 ETAPA – Salvador (BA) de 21/10 a 25/10
Transmissão pela ESPN
V agas limitadas
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agosto |
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nos vemos em porto de galinhas
A Tower elaborou grandes promoções e uma grade de satélites imperdível
A
Tower Torneos fechou com a Band Sports programas semanais para mostrar ao Brasil o que acontece nos seus eventos. Primeiro site a exibir seus torneios em TV aberta, quando no já distante 2007 estreou com grande sucesso nas noites de sábado na RedeTV (o programa chegou a dar quatro pontos no Ibope, e quem conhece um pouco sobre audiência na TV sabe que um índice desses num sábado de madrugada é absolutamente sensacional!), a Tower vai voltar ao ar em um canal com tradição em esportes, mostrando inicialmente o Tower Cruise 4, certamente o Evento de Poker mais charmoso da América Latina. Vão estar lá, no comando da transmissão, o Zimmerman, o Hércules, o Tevez e o da chapinha... Robigol, que foi a Paris providenciar vestuário novo para os programas. Definitivamente, a Tower, que já exibe seu programa em toda a América Latina desde o final de julho, está de volta ao Brasil com o programa Os Grandes Torneios de Tower, exibido todos os sábados desade o dia 31/07, à meia-noite e meia.
jogadores num mercado repleto de boas opções de torneios. Adequando-se cada dia às exigências do mercado e de seus jogadores, a Tower fez algumas mudanças nos seus satélites. Todos os dias os pacotes são garantidos, independentemente da arrecadação, e isso funciona muito, pois quem joga sabe que, se puxar o torneio, vai embarcar para uma viagem de sonho.
E
tem mais: agora quem joga sabe que mesmo que não ganhe o torneio, vai ganhar o pacote. Mas, peraí, o Tevito deve estar ficando louco, onde já se viu? Mesmo que não ganhe o torneio, o mano pode levar o pacote? É isso mesmo. Lançamos uma promoção totalmente inédita no mercado: o pacote é 100% garantido! Explico... Se o jogador, ao tentar satelitar o evento para Porto de Galinhas, gastar, no período dos três meses e meio de satélites, o equivalente ao valor do pacote e não cravar, a Tower dá o pacote free para ele! Não é brincadeira do Tevito; é real. A Tower garante que ele, mesmo não sendo bem sucedido no pano, leve a família para que estejam conosco nesse verdadeiro paraíso que Trasmissão pela TV do torneio em Punta Cana
Daniel Tevez É o argentino mais brasileiro no poker nacional, além de uma grande personalidade, muito conhecida nos feltros. Agora, é Diretor-Executivo de Afiliados do Tower Torneos, para a América Latina.
/towerbrasil 94 | agosto
E sempre mostrando aquilo que nos faz diferentes, o poker se misturando ao lazer e à convivência familiar, quando viajamos a destinos paradisíacos, e lá disputamos excelentes prêmios. Acabamos de chegar de Mendoza, onde tivemos uma ótima premiação, ultrapassando o garantido mesmo numa época de WSOP e outros bons e grandes eventos. A Tower mostrou toda a sua força e a fidelidade dos seus Jack Daniel’s J 7
www.towertorneos.com
é Porto de Galinhas, eleita uma das melhores praias do Brasil. Tem como não engatar? Joga e, mesmo perdendo, sabe que vai ganhar! E as novidades não param por aí: temos agora o late registration, que permite ao jogador, mesmo se atrasando ou querendo adotar uma estratégia diferenciada, entrar no satélite já em andamento.
Porto de Galinhas, o próximo destino da Tower Torneos
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amos, pouco a pouco, incorporando ao nosso software todas as ferramentas que o mercado oferece, sempre pontuando-as com novidades promocionais que apenas a Tower consegue oferecer. Agora é com vocês! Não tem como deixar de jogar, porque jogando você sabe que vai ganhar. E ganhando vai estar com a gente na melhor praia do Brasil, em outubro, com tudo registrado para ser exibido na BandSports. O Pacote Garantido todas as noites dá direito a acompanhante, com aéreo da capital do Estado do ganhador para Recife ida e volta, traslado até Porto de Galinhas, hospedagem no Serrambi Resort por sete noites, no período de 10 a 17 de outubro, em regime de meia pensão (café da manhã e jantar), e buy-in de US$ 1,000 no Main Event Deep Stack (outra novidade nessa viagem), de US$100 mil garantidos. A grade dos satélites apresentada abaixo possui uma grande variedade nas estruturas dos torneios, e com certeza alguma das opções abaixo irão atender às suas preferências de jogo.
Grade de Satélites
coluna Tower Torneos
E, falando em deep stack, atendendo aos pedidos dos jogadores, o Main Event de 100 mil dólares garantidos do Porto de Galinhas Tower Fest será com a estrutura de um deep: stack com 20 mil fichas, blinds de 45 minutos, sem re-buys ou add on.
D
esta vez, o dinheiro que o jogador levar, vai ser para as compras da patroa, da sogra que tomou conta das crianças ou para alugar um buggy na semana em que estarão conosco curtindo esse maravilhoso paraíso. As praias, a culinária local e as opções de compras que este destino possui, fazem parte daquele padrão Tower de oferecer boas premiações e lazer em locais paradisíacos.
2a e 4a-feiras Super Mix
quinta-feira Super Special com Ante
Lembramos que o evento vai ter a tradicional cobertura meia-boca do Tevez no www.clubdotower.com, e a veiculação nos canais de América hispânica e, como já disse aqui, a novidade de que, para o Brasil, a Band Sports mostrará um pouco deste conceito nosso de fazer amizades, curtir belos lugares e, principalmente, nos tornar a cada dia uma imensa família, sempre sujeitos a forrar uma nota e ainda jogar poker com qualidade. De 10 a 17 de outubro, a Tower Torneos te aguarda na maravilhosa Porto de Galinhas. Venha diariamente disputar em nossas mesas o seu direito de levar quem você mais gosta a um lugar deslumbrante, e ainda com a chance de sair forrado.
Sábado Super Mix Deep
Buy-in: $35+3 Stack: 2 mil fichas Blinds: 12 min Re-buys: ilimitados até 90 min – $25 Add-on: $60 – 6 mil fichas
Buy-in: $50+4 Stack: 3 mil fichas Blinds: 15 min Re-buys: limitados a 3 – $40 Add-on: $60 – 6 mil fichas Ante a partir do 6º nível de blinds
Buy-in: $35+3 Stack: 2 mil fichas Blinds: 12 min Re-buys: ilimitados até 90 min – $25 Add-on: $60 – 10 mil fichas Ante a partir do 8º nível de blinds
Terça-feira Super Special
sexta-feira Super Promotion Deep Stack
DOMINGO Super Deep Stack
Buy-in: $50+4 Stack: 3 mil fichas Blinds: 15 min Re-buys: limitados a 3 – $40 Add-on: $60 – 6 mil fichas
www.revistaflop.com.br
Buy-in: $10+1 Stack: 10.000 fichas Blinds: 12 min Sem re-buys e add-on Ante a partir do 5º nível de blinds
Buy-in: $100+10 Stack: 10 mil fichas Blinds: 20 min Sem re-buys e add-on Ante a partir do 5º nível de blinds agosto |
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coluna MeBeliska
as aventuras da turma
em las vegas A equipe do MeBeliska fez uma de suas melhores coberturas na WSOP
O
MeBeliska.com
Há mais de um ano trazendo para o online, com seriedade e humor, tudo o que acontece nas mesas live.
96 | agosto
MeBeliska este ano foi para Vegas com Sequela, Teco e Mamute, exatamente para fazer o que sabe fazer melhor, que são as coberturas dos grandes eventos que aconteceram por lá. E foi um sucesso, visto o número de acessos que tivemos no site: foram mais de 200 mil – quebrando outro recorde. Nossa chegada já foi emocionante e explosiva: mal nos acomodamos no hotel e já estavam nos avisando que o Thiago “Decano”Nishijima estava fazendo a mesa final do Evento #45 da WSOP. Largamos tudo de qualquer jeito no quarto e saímos correndo para cobrir a FT e não deixar a galera sem informações sobre o que estava acontecendo. Após a emocionante mesa final do Decano, com um belíssimo terceiro lugar, partimos para a cobertura dos brasileiros nos outros eventos que seguiram até o main event – que é o maior e mais importante torneio de poker do mundo. Falando em recordes, este ano os brasileiros bateram muitas marcas na série mundial. Ricardo “Manecop” foi o primeiro sul-americano a passar no segundo dia entre os Top 10 em fichas. Além disso, 12 brasileiros terminaram ITM no main event: Ricardo “Manecop”, Paulo Cesar “PC”, Carlos “Mavca”, Eduardo Parra, Danilo de Araujo, Claudio Baptista, Hugo Adametes, Marcelo Dabus, Fred Dabus, Adilson Cotrim, Moacyr Farah e Gualter Salles. Foi um prazer acompanhar e passar todas as informações possíveis desta galera. Um belo recorde foi o de Eduardo Parra, que é hoje o melhor brasileiro colocado neste evento da WSOP, com a 32ª posição. Tivemos a honra de acompanhar todas as jogadas, vibrar com seu AA em all in triplo e vivenciar toda a emoção de vê-lo avançando e fazendo história durante sua presença no torneio. Deixamos um agradecimento especial para o Paulo Cesar, que esteve presente em vários vídeos e brincadeiras em Vegas. Uma figura carismática que tornou ainda mais divertida a
nossa passagem. Falando em diversão, quem não viu deve assistir aos vídeos que fizemos sobre as curiosidades de Vegas. Entre no site, na aba coberturas, clique em “Arquivo de Coberturas” e, na caixa de palavra-chave faça a busca por “curiosidades”, clique em “Curiosidades Vegas 2010” para ver os vídeos.
C
omeçamos com algumas fotos e informações sobre a WSOP, depois demos umas voltas pela cidade, encontramos um cash game com os jogadores tomando um bronze (lol), passamos pela piscina do Venetian, achamos lojas de jogadores dentro do Hotel Palazzo, passeamos e brincamos no Stratosphere, “PC” se cansou de bad beat (um dos melhores vídeos), a galera no shot gun, uma passadinha na Piazza de San Marco, mostramos nosso dia de folga, em que fomos as compras, o show das águas do Bellagio, aventuras do Sequela, passeamos de conversível, encerramos nossa estada com seis vídeos e, por fim, um dos mais engraçados, o “falha nossa”. Agradecemos imensamente a todos os brasileiros pela audiência, que foi recorde absoluto. Tudo foi feito para agradar você. Esperamos ter conseguido. Até a próxima! PC caiu na brincadeira com a turma do MeBeliska
coluna Paradise Poker
a chegada do poker
sportingbet Como foi a ascenção do Paradise Poker e sua contratação para o site
N
o começo de 2000, me vi em um avião a caminho da Costa Rica para passar quatro meses vivendo com uma família local como parte de um curso de espanhol. Recém-formado na universidade, eu queria explorar o mundo, aprender outra língua e também me divertir no processo. Quando eu saí do aeroporto em San José, Costa Rica, vi um rapaz na multidão acenando freneticamente para mim; estranho, uma vez que eu não conhecia ninguém na cidade. Assim que eu me aproximei, percebi que era um velho amigo meu da faculdade, Peter. Eu não falava com ele havia alguns anos, mas ele havia ouvido de um amigo em comum que eu estava indo para a Costa Rica. Ele tinha passado os últimos dois dias acampado no aeroporto, esperando para ver se eu desembarcava de algum dos voos norte americanos. As primeiras palavras que saíram de sua boca foram: “Vamos tomar umas”, a segunda frase foi “eu estou com uma empresa que comanda uma sala de poker online. Quer entrar?”. Meu plano era financiar a viagem, e eu mal sabia como jogar poker, então acho que é seguro
dizer que trabalhar para uma empresa de poker online não fazia parte do meu plano principal. Enfim, nós rumamos para a cidade e passamos o resto da noite colocando o papo em dia e aproveitando tudo que San José tinha para oferecer. Quando acordei na manhã seguinte, ao me arrumar para sair, achei US$ 5 mil no bolso da minha camisa. Pensando na noite anterior, eu vagamente lembrei-me da última conversa que tive com Peter. Eu havia dito para ele que eu queria aprender espanhol e que eu iria passar os próximos meses estudando, mas que, se ele pudesse esperar, eu toparia a proposta. Ele havia aceitado, meio a contragosto, e colocado o dinheiro no meu bolso como um lembrete para voltar a San José quando eu terminasse meus estudos. Recentemente formado, aquele dinheiro havia caído do céu e realmente despertara meu interesse no mundo do poker online. Quatro meses depois, eu voltei para San José, para os “escritórios” da Paradise Poker. A primeira empresa de poker online do mundo. O escritório, na verdade era uma grande casa, completa, com piscina, jacuzzi, academia e até um mini-campo de golfe. A empresa
havia alugado a casa, que servia como centro de operações e lar para os que trabalhavam na Paradise. Em essência, nós éramos uma fraternidade que operava também como um escritório.
N
aquela época, a empresa consistia em dois programadores, que estavam em processo de desenvolver o software, e quatro outros caras, que coincidentemente haviam estudado na mesma faculdade que eu, porém, em anos diferentes. Como peça final do quebra-cabeça, havia o servidor, que estava em um prédio no centro de San José e era o coração de nossa operação. Nunca passou pela minha cabeça que eu estava testemunhando o começo de uma companhia que acabaria por ser capaz de entregar US$ 1 milhão em receita por dia e valeria centenas de milhões de dólares. Acredite em mim quando digo que realmente isso não era muito evidente a partir do meu primeiro dia de trabalho. Os três anos seguintes foram gastos vivendo e trabalhando no que ficou conhecido carinhosamente como “o
complexo”; nós, literalmente, comíamos, dormíamos e respirávamos poker online. O interesse pelo poker estava começando a ganhar impulso e estávamos no meio dele. Não havia tempo para dormir enquanto nos esforçávamos para acompanhar o crescimento brutal do negócio. Do que começou com uma ou duas mesas de jogadores, nós rapidamente nos vimos hospedando centenas de mesas para milhares de usuários. Eu nunca havia antes me envolvido em um ambiente tão dinâmico, no qual todo dia um novo desafio se apresentava, e cada nova solução parecia levar o negócio a dar sempre um passo à frente. Era realmente impressionante refletir no fato de que aquele negócio estava sendo gerido por um grupo de pessoas que dificilmente conseguiria formar dois times de futebol para uma partida!
O
crescimento significativo que nós estávamos vivendo não havia passado despercebido e, após pouco mais de três anos de “vida no complexo”, a Sportingbet expressou interesse no negócio da Paradise Poker. Naquele momento me ocorreu que não havia empresa mais propícia a ser adquirida do que a Paradise Poker. A empresa atingiu tal dimensão que o capital e experiência em gestão de uma grande empresa de capital aberto foi um ingrediente chave para o crescimento futuro. Eu não quero aborrecê-los com detalhes, mas como o registro da história mostra, a Paradise Poker foi comprada em 2004 e permanece até hoje uma marca fundamental na carteira de marcas da Sportingbet. Sem dúvida foi uma grande jornada!
Vista da cidade de San José, na Costa Rica
James Freeman Assessor de imprensa do Paradise Poker.net
98 | agosto
Motown J 5
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100 | agosto
Fotos: Teco/MeBeliska
Social â&#x20AC;&#x201C; WSOP Brasucas
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102 | agosto
Fotos: Teco/MeBeliska
Social – WSOP
BSOP – Rio Quente Dias 18 a 21/06 Buy-in: R$ 1.200 Estrutura: 20.000 fichas Blinds: 45 min Prizepool: R$ 335.000 Local: Rio Quente Resorts Field: 335 inscrições ITM: 1º ao 36º
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Social
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Amambay – 50K
Mendoza Poker Masters
Dias 03 a 06/06 Buy-in: R$ 500 / 3 re-buys Estrutura: 10K –Freezeout Blinds: 12 min Prizepool: R$ 50.000 Local: Amambay Hotel Casino Field: 125 inscrições ITM: 1º ao 10º
Dias 11 a 13/06 Buy-in: $1.000 Re-buy: $500 - Add-on: $1.000 Blinds: 45 min Prizepool: US$ 244,000 Local: Park Hyatt Mendoza Field: 168 inscrições ITM: 1º ao 17º
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Social
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LAPT – L ima (P eru )
ARP – Associação Rondopolitana de Poker
Dias 02 a 05/06 Buy-in: US$ 2.500 +200 Estrutura: 20.000 fichas Blinds: 60 min Prizepool: US$ 931,300 Local: Atlantic City Casino Field: 384 inscrições ITM: 1º ao 48º
A associação foi criada com o intuito de divulgar, promover e formalizar a prática do poker em Rondonópolis (MT) e região. O grupo começou com alguns amigos que se reuniam semanalmente para jogar, e, com a crescente adesão, surgiu a necessidade de tornar o grupo mais profissional. No início de 2009, apoiado por amigos, Júnior criou a ARP. Atualmente, a associação conta com um grande número de jogadores e ainda realiza torneios bimestrais.
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Guia de Iniciantes
A grande maioria dos leitores já está mais que habituada com essas palavras. Mas o número de interessados no assunto cresce a cada dia e, assim, muitos ficam fascinados pelo jogo, mas não têm ideia de como funciona. E não é por menos, pois, nos últimos anos, o poker virou uma febre mundial. Então, o que é esse tal de Texas Hold’em? Bem, o Texas é, atualmente, a modalidade do poker mais conhecida e jogada no mundo. Ela está presente em todos os grandes eventos live e online, em programas de televisão, nos fóruns de internet e, assim, é o estilo que qualquer profissional de poker domina. Não se sabe ao certo quando essa modalidade foi criada. Os primeiros registros dos jogos de Hold’em datam do início do século XX, na cidade de Robstown, no estado do Texas (EUA). Em pouco tempo, o Hold’em foi introduzido em Las Vegas por um grupo de famosos jogadores texanos, incluindo Amarillo Slim, Doyle Brunson e Crandell Addington.
a dinâmica
O que é
texas hold’em
Uma vez definido o dealer e os blinds terem sido colocados na mesa, são distribuídas duas cartas fechadas a cada um dos jogadores da mesa. A seguir, começando pelo jogador a esquerda do big blind (ou seja, o UTG), começa a primeira rodada de apostas. Os jogadores têm três opções de ação: • Fold: desistir da mão, • Call: pagar a aposta (no caso seria o valor do big blind), • Raise: aumentar a aposta, colocando na mesa o valor que ele desejar, desde que seja, no mínimo, o dobro da última aposta ou aumento. Exemplo: se o big blind for 10, o raise mínimo na primeira rodada de apostas é 20. Após todos os jogadores terem tomado suas decisões (fold, call ou raise), são abertas as três primeiras cartas comunitárias na mesa, o que é chamado de flop. Então uma nova rodada de apostas se segue. Obs: se antes do flop algum jogador fizer uma aposta e todos os demais desitirem, ele leva o pote e não haverá a abertura de cartas comunitárias. Da mesma forma, se após o flop alguém apostar e todos desistirem, a mão é decidida ali mesmo.
O objetivo do jogo é fazer a melhor mão possível de cinco cartas, combinando as duas cartas fechadas, que cada jogador recebe no início de cada rodada, com as cinco cartas comunitárias abertas pelo dealer. Essas cinco cartas comunitárias, também chamadas de bordo (board) são abertas na seguinte sequência: • Flop: 3 cartas, • Turn: 1 carta, • River: 1 carta. Antes e após cada abertura das cartas comunitárias, os jogadores decidem se vão ou não continuar jogando aquela mão e realizam suas apostas. Porém, antes de explicarmos como é a dinâmica do jogo, é preciso esclarecer alguns conceitos básicos: 1) O dealer (botão): a distribuição das cartas e a ordem das apostas é sempre realizada no sentido horário. Em cada rodada, um dos jogadores terá o botão do dealer em sua frente, indicando que a ação começará com o jogador a sua esquerda.
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Assim, o jogador que tem o botão a sua frente sempre será o último a agir. 2) Os blinds: estas são apostas obrigatórias, que devem ser feitas pelos jogadores nas duas posições imediatamente a esquerda do dealer, antes mesmo de receber suas cartas. O primeiro apostará o small blind (SB), com metade do valor do segundo jogador, que apostará o big blind (BB). Nos torneios, os valores dos blinds vão aumentando ao longo do jogo. Já nos cash games, os blinds permanecem fixos. 3) Posições na mesa: em geral, uma mesa de Texas Hold’em é composta por 9 jogadores, e todas as posições na mesa recebem algumas denominações. Por exemplo, o primeiro a agir em uma rodada é chamado “Under The Gun” (UTG). Essa é a pior posição possível na mesa, uma vez que o jogador tem que tomar uma decisão sem nenhuma informação sobre os adversários. Por outro lado, os jogadores em late position, os últimos a agir, têm a vantagem de tomar suas decisões baseados em ações anteriores dos adversários.
RANKING DE MÃOS
o jogo
Se houver necessidade, uma quarta carta é aberta na mesa, chamada de turn. Então segue mais uma rodada de apostas.
Carta alta
Cor ou flush
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Par
Full House
Então é aberta a última carta comunitária, chamada de river e a última rodada de apostas se segue. Caso um jogador aposte e um ou mais oponentes dê call é realizado o showdown – momento que todos jogadores mostram as cartas para ver quem tem o melhor jogo. O participante com a melhor mão leva todas as fichas do pote e uma nova rodada se inicia. Obs: existem três tipos básicos de Texas Hold’em, no que se refere aos valores máximo de apostas:
• Fixed Limit: o valor da aposta é fixo, • Pot Limit: o valor máximo da aposta é a quantidade total de fichas no pote naquele determinado momento. • No Limit: o jogador pode apostar o valor que quiser, desde que seja no mínimo do dobro do valor do big blind. Ainda confuso? Nada de pânico! Como tudo na vida, a prática fará você perceber que os conceitos aqui apresentados são mais simples do que podem parecer nesse primeiro contato. Em todos os poker rooms da internet, você poderá praticar sem a necessidade de colocar dinheiro de verdade. À medida que você for jogando, rapidamente os conceitos irão ficando mais claros, e o ranking de mãos será decorado naturalmente.
2 Pares
Quadra
Trinca
Straigh Flush
Sequência
Royal Straight Flush
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Humor
criado por Bobby Crosby – www.plusev.net
Coinflip
Home Game
Quer ver seu home game aqui na Flop? Mande suas fotos para homegame@revistaflop.com.br
Poker não se resume a disputas por grandes potes, competições por títulos ou campeonatos milionários. Poker, acima de tudo, é uma grande confraternização. Um jogo social que une famílias e amigos, que aproxima pessoas. Movidos por esse espírito, trazemos para o nosso leitor esta nova seção, reservada para os anônimos que se reúnem em torno das mesas por todos os cantos do País, para se divertir, jogar e fazer novos amigos.
Porto Alegre/RS
Cerca de 10 a 15 amigos se reunem todas as terças-feiras para jogar um torneio quase deep stack. Mas a coisa lá é bem organizada, com direito a troféu, ranking e até final table especial. Esse é o FABISOP (Fabi Series of Poker) – já que os torneios são jogados na casa do Fabiano. Nada mais justo! ATENÇÃO: MANDE, PELO MENOS, TRÊS FOTOS EM ALTA RESOLUÇÃO DE SEUS ENCONTROS para ele ser publicado na revista. 110 | agosto