Número 21 / Outubro 2010 A Revista de Poker do Brasil!
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vai para...
LAPT Floripa Tower Cruise WCOOP
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Editorial Uma Publicação da EDITORA
Editora Flop Ltda. Av. Angélica, 2.582 cj. 11 01228-200 – São Paulo, SP (11) 3237-3210 www.revistaflop.com.br /revistaflop flop@revistaflop.com.br
Editor-chefe Juliano Maesano Editor de Jornalismo Amúlio Murta
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ifícil escolher qual das matérias abordo aqui no Editorial, já que essa edição traz alguns acontecimentos muito importantes. Temos a volta do LAPT ao Brasil, que foi muito comemorada por todos os jogadores e organizadores – além da mídia especializada. A única coisa que ainda falta é que um brasileiro vença uma dessas etapas – e quase conseguimos dessa vez! A enxurrada de ótimos resultados de jogadores brasileiros nas mesas virtuais, com direito a cravada no Sunday Million, WCOOP, FTOPS, e até uma Lamborghini. Juntamos as três últimas edições do BSOP e trazemos estas coberturas emblemáticas, com vitórias de jogadores tão diferentes, como Christian Kruel na etapa do Rio, Angelo Frazzon em Novo Hamburgo, e Tiozão do Posto em Curitiba. O anúncio de que vem aí o 5º Tower Cruise, o torneio pontual mais antigo e charmoso do calendário brasileiro, e que sempre apresenta grandes talentos em suas mesas finais. Com o anúncio da nova edição, trazemos uma retrospectiva dos eventos anteriores. E, coroando tudo isso, temos a matéria que relata como foi a festa da entrega do Prêmio Flop, que distribuiu mais de vinte cobiçados troféus a diversos jogadores e empreendedores do poker nacional. Tenha uma boa leitura!
/MVRTA
Arte e Editorial Thiago Frotscher Revisão Top Texto (www.toptexto.com.br) Tratamento de imagens Premedia Crop Colaboradores Aaron Bartley, Alexandre Ferreira, André Akkari, Caio Brites, Christian Kruel, Daniel Cantera, Felipe Ramos, Gualter Salles, Igor Trafane, James Keane, Leo Bello, Marcos Sketch Impressão Editora Parma – Serviços Gráficos. Publicidade João Marcelo Dornellas – Diretor Comercial joaomarcelo@revistaflop.com.br Regina Capasso – Gerente Comercial comercial@revistaflop.com.br Tel: (11) 3237-3210 Las Vegas Representation Office Mario Guardado marioguardado@hotmail.com +1 (702) 672-3144 Assinatura Pelo site: www.revistaflop.com.br Ou envie pedido para: assinatura @revistaflop.com.br Revista Flop é uma publicação bimestral. Tiragem: 30.000 exemplares. A Revista Flop não se responsabiliza por opiniões e conceitos emitidos em artigos e colunas assinadas. Por uma decisão editorial, algumas palavras são mantidas em sua grafia no idioma original.
Juliano Maesano
Editor-chefe
maesano@revistaflop.com.br
/jmaesano
É vedada a reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo sem autorização expressa. Para obtê-la, escreva e-mail para flop@revistaflop.com.br.
Sumário
Núm 21 / Outubro 2010
36 | Glamour e Diversão no Mar Retrospectiva do Tower Cruise 42 | No Ritmo Paulistano Jogadores no 120K Vegas 44 | E o Prêmio Vai Para... Veja como foi o Prêmio Flop 66 | O LAPT Voltou Como foi a etapa em Floripa 74 | A Vitória de um Gigante O 1º título de CK no BSOP
LAPT FLORIPA
Seções
Colunas
10 | outubro
66
82 | De Volta as Aulas SuperPoker Training em SP 84 | O Brasil no WCOOP Mais dois títulos brasileiros
12 | Cartas
60 | Sit-ang-Go Flop XI
102 | Social
14 | Shuffle-Up
78 | Espaço dos Prós
108 | Guia Iniciantes
34 | Poker Style
80 | Test Drive
112 | Glossário
49 | Caderno Full Tilt Poker
88 | Cad Nutzz! Eventos
114 | Humor & Home Game
20 | Igor Federal A Volta do LAPT ao Brasil
30 | Full Tilt Cuidado Com Suas Jogadas
96 | ADTP Como Organizar um Torneio
22 | André Akkari O Espaço do Poker na Mídia
32 | Christian Kruel Raciocínios Furados em HU
98 | SportingBet Como Apostar no Beisebol
24 | Felipe Mojave Como os Prós Extraem Valor
92 | SnG Team Pro Saiba Com Calcular o EV
1 00 | Tower Torneos A Nova Rádio Tower
26 | Marcos Sketch Meus Ahá-Moments (2)
94 | Leo Bello Como Usar Softwares
Cartas
Envie suas sugestões, informações e opiniões para cartas@revistaflop.com.br
Mesas online
Existe algum software que ajude a organizar as telas de todas as mesas que eu jogo simultaneamente? Douglas Tupi, Campinas, SP Bem, Douglas, normalmente os próprios softwares de poker possuem algumas opções para que você encontre a melhor forma de visualizar as mesas em sua tela. A maioria deles possuem botões ou opções nas próprias mesas para que você visualize as mesas lado a lado ou em cascata, e quase todos eles possuem a função de que o programa nao esqueça sua configuração para as próximas seções. Uma novidade em muitos sites também são as opções de visualizar mini-janelas ou mini-tables, que são versões bem menores das mesas comuns, para que você possa jogar muitas ao mesmo tempo, ou para que jogue enquanto utiliza outros programas no seu trabalho ou lazer, como navegadores ou editores de texto.
Mesa molhada
Qual deve ser a decisão caso, durante um torneio, alguém derrube uma bebida na mesa tornando-a imprópria para o jogo? E se não houver nenhuma outra mesa disponível, o que se deve fazer? Thomas Camargo, Rio de Janeiro, RJ Thomas, enviamos sua questão ao Devanir “DC” Campos, Diretor de Torneios da Nutzz! Eventos e um dos fundadores da ADTP, que respondeu o seguinte: “esta é uma situação muito improvável de acontecer, pois julgo ser bem difícil que um incidente assim inutilize a mesa para jogar. O material usado para os eventos de poker possuem uma boa qualidade, então, caso molhe o baralho, ele será trocado e, se molhar as fichas ou o feltro, é só secar com um pano. Quando algum jogador pede comida ou bebida, eles geralmente são servidos em pequenas mesas móveis com suporte para copos e pratos. Mas, supondo que isso aconteça, vamos ao que eu faria. Caso o torneio seja de Texas Hold‘em, você pode distribuir os jogadores nas mesas existentes, deixando-as 11-handed, mesmo por um tempo. Caso fosse outra modalidade, tentaria uma forma alternativa de acomodar os jogadores, seja em mesas de “bar” ou outra superfície. Por fim, caso tudo dê errado, pode ser necessário parar o torneio para não prejudicá-los de forma irreversível. dezenas de países e mercados diferentes. Já os Friends of Full Tilt, em geral, não são profissionais do poker e sim alguns dos maiores nomes do entretenimento, como atores, escritores e produtores e etc.
Full Tilt Prós
Qual é a diferença entre os jogadores do Team Full Tilt, os Full Tilt Pros e os Friends of Fulll Tilt? Janaina Jabur, Curitiba, PR Cara Janaína, os jogadores do Team Full Tilt são os 14 principais profissionais e estrelas máximas do site. Estes eram 13 até o jovem Tom “durrr” Dwan ser o jogador mais recente convidado para participar deste time de elite do poker mundial. Além deles, existem os Full Tilt Prós e os Friends of Full Tilt. Os Prós são mais de 150 das maiores feras do poker mundial online e ao vivo, distribuídos por 12 | outubro
Depósito
Qual a maneira mais rápida de depositar créditos em um site para poder começar a jogar? Fernando Monções, Feira de Santana, PA Olá, Fernando. As maneiras mais comuns de se depositar em um site são os cartões de crédito ou boletos bancários, já muito aceitos na maioria dos sites. Como os cartões de crédito são muitas vezes recusados pelas operadoras brasileiras, os principais sites vem aderindo ao sistema de boletos para o Brasil. Outra forma muito boa, principalmente para movimentar seus créditos entre um site e outro, é o Neteller. American Airlines, Bullets, Pocket Rockets, Pardais A A
Shuffle-up and Deal
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Brasileiro ganha
A boa fase O
brasileiro Felipe “Mojave” Ramos já brilhou na Europa em outras oportunidades. Ele é o brasileiro com maior número de ITMs em EPTs (European Poker Tour). Para essa temporada, Mojave programou sua agenda para jogar grandes eventos realizados em solo europeu, como o WSOP Europa, o World Poker Tour (WPT), o EPT de Londres e também o English Poker Open (EPO). Assim como nos anos anteriores, o brasileiro seguiu fazendo bonito pelas mesas europeias, com dois ótimos resultados. Ele ficou com a quarta colocação no EPO 2010 e, jogando pela primeira vez na WSOPE, encarou 120 jogadores no Evento #2, de Pot Limit Omaha – modalidade em que é especialista –, e terminou em sétimo lugar, tornando-se o primeiro brasileiro a chegar à uma final table na WSOPE. Mojave chegou ao Dia Final do torneio na quarta posição, entre 15 restantes, e conquistou seu primeiro objetivo, que era chegar à mesa final, que começou com o brasileiro eliminando Andrew Miles após acertar um de seus oito outs no river. Pouco antes do break do jantar, Mojave teve seu stack dizimado em uma
mão contra Willie Tann, quando envolveu quase todas suas fichas no pote com QJ86, contra AAJ4, com o flop de Dama high e duas cartas de ouros. Apesar de ter inúmeros outs, o turn e o river não ajudaram o brasileiro, que caiu para 30K em fichas. Mesmo dobrando duas vezes logo em seguida, após o break ele perdeu três importantes potes e deixou a disputa na sétima colocação.
O novo patrocínio
Com o término de seu contrato em junho desse ano, como profissional e embaixador do PartyPoker, havia muita expectativa quanto ao futuro de Felipe Mojave. Na última terça-feira, a espera acabou e todo o mistério foi revelado. Via twitter, Mojave anunciou a novidade: “Pessoal, realmente fechamos um acordo na data de hoje com o Full Tilt Poker, site que estarei representando com muito orgulho. Muito contente!” Ele também se referiu aos amigos de Full Tilt Christian Kruel, Raul Oliveira, Leandro Brasa, Leo Bello e Caio Pimenta, que já fazem parte da equipe. A Flop deseja muita sorte para o Mojave em sua nova casa. Mojave na mesa final do English Poker Open
Lamborghini
em freerol, mas...
4º título no Sunday Million O Brasil reforça a cada dia a fama que vem ganhando nas mesas virtuais: a de potência do poker online. Essa edição está repleta de grandes resultados de nossos craques do feltro e, no primeiro domingo do mês de outubro, dois brasileiros conquistaram mais dois grandes resultados no PokerStars. O primeiro deles foi um feito do jogador paranaense de nick “Sola100”, que entrou para seleta lista de campeões de um dos mais cobiçados torneios do poker online mundial: o Sunday Million. O torneio (NL Holdem $200+15) teve 7.638 jogadores inscritos, que geraram um prizepool de $1,527,600. Foram necessárias quase dez horas e meia de jogo até que todas as fichas estivessem nas mãos do brasileiro, que é da cidade de Ponta Grossa. Além de “Sola100” , Caio Pimenta, Rafael “MrBrizza” e “Opis/SP” são os outros brasileiros que já venceram o Sunday Million. Sua vitória fica ainda mais impressionante se considerarmos que o jogador tinha apenas cerca de 200 torneios jogados em sua carreira, com média de buy-in $12, antes da façanha.
Além
do título de “Sola100”, o Brasil trouxe outro grande prêmio do poker online. Neste mesmo domingo, o cearense Márcio Cid bateu um field colossal de 16.847 adversários e conquistou o “The Lamborghini Freeroll: Grand Final” do PokerStars. Por esta vitória, o jogador de Fortaleza levou uma Lamborghini Gallardo nova – avaliada em mais de US$200 mil – e mais US$20 mil em dinheiro. Além de Márcio, “Cassio47” foi outro brasileiro presente na mesa final, levando $4 mil pela quinta posição. Após quase 11h de jogo, Márcio disputou o heads-up com “buuuri”, da Suíça. Os dois players chegaram a tentar um deal, mas descobriram que o superesportivo italiano não seria pago em dinheiro. Portanto, tiveram de jogar pela Lamborghini “inteira”. O brasileiro quase eliminou o adversário com uma trinca de 2, mas só venceu depois de fazer um flush com A3 x T3 do adversário. Pelo vice-campeonato, “buuuri” levou $12.000. Mas nem tudo são flores nesta história! Para ter direito ao prêmio, Márcio terá que ir até Londres e trazer a Lamborguini para o Brasil. Pelas normas, o site ainda daria US$50 mil para despesas com a viagem para retirar o carro, mas o imposto quem paga é o jogador. E aí é que está o grande problema. Para o cearense usufruir de seu prêmio, ele terá que pagar 115% do valor do carro só em taxas. Caso abra mão do esportivo, o PokerStars lhe dará aopção de receber US$100 mil em barras de ouro como premiação. Márcio tem 30 dias para resolver o que quer: o tão sonhado carro ou a grana.
Na edição nº 20, em nossa compilação de resultados brasileiros na WSOP, deixamos de mencionar um dos mais importantes. O profissional do Full Tilt Poker, Leandro “Brasa” Pimentel, um dos maiores nomes do poker no País, terminou na 22ª posição o Evento #55: Pot-Limit Omaha – que é considerado o Campeonato Mundial da categoria. O torneio, que contou com um buy-in de US$10 mil, teve um total de 346 jogadores inscritos, gerando um prizepool de $3.252.400. Brasa segue fazendo história na capital mundial do entretenimento, perseguindo o seu bracelete. Parabéns Brasa, e desculpe nossa falha!
Preparem as malas, pois Bahamas está logo aí!
O
primeiro grande evento de 2011 já tem o seu calendário definido. No início de janeiro, os maiores jogadores do mundo encontram-se nas Bahamas para uma série de torneios que cresce a cada dia: o PokerStars Caribbean Adventure (PCA). Como de costume, o evento acontece no incrível Atlantis Resort e a edição 2011 do PCA promete ser ainda melhor que as anteriores, com uma prêmiação estimada para o main event em mais de US$25 milhões, sendo o torneio com maior premiação fora de Las Vegas. A grade de eventos, que terá duração de dez dias, começa no dia 7 de janeiro e tem seu encerramento programado para o dia 16, do mesmo mês. Ao todo, serão mais de 50 torneios com vários buy-ins, formatos e modalidades de poker. Os satélites já estão acontecendo no PokerStars, onde os jogadores podem iniciar sua busca pela glória caribenha por menos de 5 FPPs. Também estão disponíveis vários steps e cash satellites. Além disso, o PokerStars também oferece a chance de ganhar um prêmio que inclui, além do buy-in de $ 10,300 para o main event, um pacote de viagem completo no valor de $15,780. E aí,vai ficar de fora?
João Bauer e João Simão
Por vencerem os Eventos 3 e 12 da WCOOP, no PokerStars.
Felipe “Mojave” Ramos
destaques
Foto: Divulgação/Englishpokeropen.com
14 | outubro
OOOPS!!!
Cowboys, King Kong, Kangaroos, Ace Magnets, Kaká K K
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Por fazer duas mesas finais de conceituados eventos, em Londres
“Sola100”
Por vencer o Sunday Million, no dia 3 de outubro deste ano, no PokerStars agosto |
15
Shuffle-up and Deal
Ranking 2010
Playlist 16 | outubro
Juliano Maesano
TOP 20
F
altando apenas três meses para o encerramento da corrida pelo título de Jogador do Ano, o ranking mais respeitado do país sofreu uma importante reviravolta. No dia 16/09 o jogador de Campinas, Caio Pessagno conquistou o sexto lugar no $35K garantidos do Full Tilt Poker, somou dois mil pontos com este resultado e, com isso, ultrapassou Beto Caju, assumindo a liderança do ranking. Com o tempo e seus constantes resultados, Pessagno abre quase 40 mil pontos de diferença sobre o segundo colocado. Beto Caju, que liderou o ranking desde o início do ano, não conseguiu manter o mesmo desempenho dos meses anteriores, somando apenas 22 mil pontos nos últimos dois meses. Com isso, além de ser ultrapassado por Pessagno, ele ainda viu o jogador Caio Pimenta se aproximar de forma perigosa, ameaçando também a sua condição de vice líder. Vencedor do Prêmio Flop 2010 na categoria jogador revelação, o jogador João Mathias começou a figurar entre os Top 10 à partir de abril e continua sua escalada buscando o topo do ranking brasileiro. Ele vêm na quarta posição, colado em Caio, em um empate técnico. Cerca de cinco mil pontos separam os dois jogadores. Bernardo “bedias” Dias é o atual quinto colocado, seguido por uma das revelações do ano, o curitibano Gustav Langner. Novidade entre os dez melhores do ranking brasileiro, Gustav possui vários resultados importantes no ano e já ultrapassou nomes consagrados do poker online nacional. Langner é um nome para acompanhar com atenção. Atualmente ele é o terceiro brasileiro no ranking do PocketFives. Com a entrada de Gustav na sexta colocação, quem acabou
272.664 pts Beto Caju (“mestre_urubu”) 234.050 pts Caio Pimenta 213.269 pts João Mathias 207.868 pts Bernardo Dias (bedias) 206.446 pts Gustav Langner 158.890 pts Vinicius Teles 146.659 pts Marco “Salsicha” 139.946 pts João Studart (vovo_leo) 129.629 pts Bruno Gonzales (BrunoGT) 125.854 pts Fabiano Kovalski 125.449 pts Felipe Nunes (Tam Raven) 122.069 pts Luiz Filipe (“mestrefilipe”) 117.537 pts Pedro Megali (Petermtv) 105.933 pts Thiago “TheDecano” Nishijima 101.379 pts Norson Saho 98.158 pts Sérgio Penha 97.354 pts Christian Kruel 97.302 pts Rafael da Silva Moraes 90.653 pts Marcos Sketch 89.986 pts
1 Caio Pessagno
2
3
4
5
6
7
8
9
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11
12
13
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20
Atualizado em 05/10/2010
caindo uma posição foi o mineiro Vinicius Teles, que vinha se mantendo regular na disputa. Marco Salsicha, João “Vovo leo” e Bruno GT completam os Top 10 no ranking do site Superpoker, com a 8ª, 9ª e 10ª posição, respectivamente. No Top 20 do ranking, temos ainda nomes como Marcos Skecth, Christian Kruel, Sergio Penha, Norson, Thiago Decano, Fabiano Kovalski e “Mestre Filipe” de Andrade, garantia de muita disputa e emoção na reta final da corrida. Acesse www.superpoker.com.br e acompanhe as mudanças, no mais importante ranking de poker do País.
Eminem Lose Yourself
Raimundos Mulher de Fases
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Blondie One Way or Another
50 Cent Candy Shop
Alceu Valença Anunciação
Falamansa Rindo à Toa
Timbaland Apologize
LS Jack Nickelback How You Remind Me Carla Ladies, Bitches, Mulheres, Minas, Siegfried and Roy Q Q
coluna
Igor Federal
A volta do LAPT
ao bRasil D
colunas@revistaflop.com.br
Graças ao esforço coletivo, recebemos novamente um evento internacional
Igor “Federal” Trafane Presidente da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH).
20 | outubro
epois de um período de muita incerteza acerca dos rumos da legitimidade e do direito de operação do poker em nosso País, aos poucos, o poker ganha espaço em cadernos esportivos de jornais, em colunas de comportamento de revistas e em canais esportivos de TV. É importante ver o poker na grade de programação da TV brasileira e, também, ver os maiores e principais veículos de comunicação do País discutindo nosso tema. Veja, Vejinha São Paulo, Exame, Folha, Estadão, Jornal do Brasil, Playboy, Sexy, Trip, Rolling Stone, VIP, Super Interessante, ESPN, Lance, Gazeta Esportiva, GNT, Multi Show, MTV e tantos outros grandes (e também alguns outros menores) canais de comunicação já deram espaço ao poker em seus veículos. Nem todas as aparições foram positivas, mas é sempre muito bom ver nosso tema sendo discutido, apoiado, questionado, gerando simpatia para uns e um sentimento contrário de outros; mas de uma forma ou de outra, sendo exposto e debatido pelos principais veículos de comunicação do Brasil. Na próxima coluna, farei um balanço das aparições e repercussões do poker na mídia brasileira. Enquanto todo este quadro de discussão da sociedade brasileira se desenrola, o BSOP quebra recordes em vários pontos do País; e isto é uma excepcional notícia para todos nós. Mas ainda faltava um fato para o poker brasileiro se elevar ao nível dos demais grandes países berços do poker mundial: receber uma etapa das grandes séries mundiais ou continentais no Brasil. O LAPT surgiu há três anos e, mesmo participando da primeira temporada, com a etapa inaugural sendo realizada no Rio de Janeiro, tivemos que amargar o fato de estar de fora da segunda temporada. A incerteza quanto à legalidade da prática do poker no País fez com que o PokerStars, após ter problemas no México, desistisse da realização de uma nova etapa no Brasil. Não que houvesse algo errado,
mas os executivos do PokerStars precisavam de uma garantia certeira de que as autoridades brasileiras apoiariam oficialmente a disputa de um torneio de poker no País. Desde então, muita coisa mudou. Muitos decidiram entrar em campo e enfrentar a batalha da legalidade. A Confederação ganhou corpo, se estruturou e, aos poucos, uma nova realidade começou a surgir. Vieram os laudos, os estudos, os pareceres jurídicos, os grandes torneios, as matérias nas revistas e sites de conteúdo e os grandes títulos de nossos jogadores – online e ao vivo. Com este quadro vigendo, o cenário mudou e tivemos novamente a oportunidade de receber o LAPT no Brasil.
retornou ao País. Uma prova de que o poker é uma realidade e tem base de legalidade total para operar por aqui. Gostaria de aproveitar a oportunidade para parabenizar a todo o pessoal responsável pela organização do LAPT, na figura de seu presidente David Carrion, pelo excelente trabalho que resultou em um evento fantástico, tanto em organização quanto em estrutura.
Sem contar a presença marcante do Marcelo Dabus representando os interesses do LAPT no Brasil. O evento foi realmente sensacional e engrandeceu demais o poker brasileiro com sua presença. A Overbet Eventos também trabalhou duro no apoio local para viabilização do evento, dando suporte, fornecendo a estrutura, organizando e sustentando a realização do torneio no País. Foi esta empresa que forneceu todo suporte jurídico e político para que o LAPT transcorresse com toda tranqüilidade e segurança por aqui. Grande conquista de toda equipe da Overbet. Parabéns! Também não poderia deixar de citar aqui os quatro profissionais brasileiros do Poker Stars: meu amigo André Akkari, que sempre esteve do meu
lado na batalha pela legalização do poker brasileiro e acreditando desde o início que nós conseguiríamos, e meus grandes amigos e companheiros Gualter Salles, Maridu e Alexandre Gomes. Além deles, muito dessa volta deve-se a outro nome que está sempre nos bastidores, gerenciando a marca, a operação e os interesses do Poker Stars no Brasil: Celso Forster.
E
m resumo, a volta do LAPT ao Brasil foi fruto de uma enorme união de esforços e demonstra definitivamente que estamos no caminho certo. Mais um importante passo foi dado rumo ao reconhecimento definitivo de nossa atividade como sendo lícita no Brasil. Que isso sirva de exemplo para que outras empresas consigam enxergar as condições existentes em solo nacional, e que em breve possamos estar no calendário de outros eventos do circuito mundial.
M
esmo assim, com todas as condições propícias para a sua realização, a volta do LAPT foi uma conquista difícil. E tudo correu bem, graças à serenidade da Desembargadora Sônia Maria Schmitz, que concedeu uma liminar favorável à realização do torneio em solo nacional, reconhecendo que o poker é um jogo de habilidade e um esporte mental. A CBTH procurou dar todo o suporte para viabilizar a volta do LAPT ao Brasil, visto que a decisão da Desembargadora teve como base o laudo do ex-Ministro da Justiça, Dr. Miguel Reale Junior, concedido há poucos meses, conforme ela mesma dispôs: “De todo modo, do parecer elaborado pelo jurista Miguel Reale Junior (fls. 122-152) é possível inferir que suas regras dependem de ‘probabilidade matemáticas, conhecimento das regras e estratégias do jogo, capacidade psicológica do aprender as reações dos adversários, possibilidade de dissimular as próprias cartas e de prever as cartas dos demais, aspectos que entremostram, nesta fase preliminar, a proeminência da habilidade, sobre a sorte”. Com toda segurança necessária, materializada pelo apoio oficial do Governo do Estado de Santa Catarina e pelo Mandado de Segurança fornecido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, o circuito latino americano Jokers, Hooks, Ganchos, Anzóis, Jay Jay J J
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outubro |
21
coluna
André Akkari
o espaço do hold’em na
mídia do Brasil Grandes portais abrem suas páginas para a divulgação do poker nacional
O
André Akkari
Team Pro do PokerStars. Além de jogador, ele também é um responsáveis pelo Tv PokerPro e foi um dos grandes pioneiros do poker no Brasil.
@aakkari 22 | outubro
lá, amigos da Flop! Acabei de relançar meu site, que está todo reformulado e com muita coisa bacana. Convido todos vocês a darem uma passadinha por lá e ver as novidades. O endereço é aakkari.com.br. Como meu post inicial lá repercutiu muito bem, pedi licença ao Juliano Maesano para reproduzi-lo aqui para todos vocês. Então, lá vai: “Hoje estive durante toda a manhã no portal IG. O objetivo da minha visita foi gravar para a TV IG uma série de dez vídeos dando dicas e explicando para os leigos como funciona o poker, de uma maneira geral, inclusive dando pitacos sobre a situação atual do poker no Brasil e as novidades sobre o reconhecimento do poker como um esporte mental com a oficialização feita pela International Mind Sports Association (IMSA), como foi amplamente anunciado em todo o País, inclusive na maior emissora nacional, pela jornalista Fátima Bernardes. De fato, a série de vídeos ficou muito bacana, primeiro porque as pessoas com quem trabalhei foram simplesmente fantásticas, pessoal super interessado e animado com a entrada do poker no portal, e com a minha presença por lá. Isso faz com que eu, junto da TV Poker Pro, me sinta cada vez melhor em levar o nosso conteúdo ao público geral. Saindo de lá, fui para a ESPN gravar três programas do LAPT; ou seja, a grade de programas de poker na televisão não para de crescer. O que antes era apenas ESPN Internacional, agora não só invadiu a ESPN Brasil, como também lota a grade dos dois canais com torneios de todos os tipos, incluindo até a mais famosa série de torneios brasileira, o BSOP – que, por sinal, vem fazendo um papel perfeito nesse crescimento todo. Fora os canais ESPN, já invadimos Discovery, FOX, FX entre outros! Quando saí de lá, foi a vez de receber uma ligação de um segundo grande portal de conteúdo com o qual venho conversando já faz uns 45 dias sobre a entrada do TV Poker Pro,
e eu me tornar o blogueiro oficial de poker para este portal. Chegando em casa, recebi outro e-mail, de um terceiro grande portal, com o qual iniciamos uma conversa agora sobre o mesmo assunto do parágrafo anterior.”
N
egociações e viabilizações à parte, o que quero dizer com esta narrativa de minha última sexta-feira é o seguinte: definitivamente o Brasil abriu os olhos para o nosso esporte. Isso não é fruto apenas do esforço de poucos – como eu, o pessoal da CBTH na pessoa do Igor, a galera do BSOP, Flop, CardPlayer etc. Isso é resultado do trabalho que você que está lendo este artigo vem fazendo no seu dia-a-dia, nas conversas de bar, nas conversas nos escritórios, nos convites de home games, na presença nos torneios locais, nas discussões e argumentações com familiares e amigos, e assim por diante. Chegou a hora de alcançarmos um lugar ao sol, um lugar que coloque o poker nos holofotes como um esporte da mente, com o maior número de praticantes, os maiores torneios desenvolvidos, os maiores prêmios distribuídos, e por aí vai. Existe um determinado momento, e sabemos bem disso, em que o ataque é a melhor defesa. Passamos muito tempo nos defedendo. E agora, chega! É hora de nos manifestarmos e cobramos de todos, que tratem no Brasil como o mundo trata o poker lá fora. Ou seja, se sua revista local de esportes não cobre o nosso esporte, envie um e-mail. Reclame, cobre e pergunte sobre os motivos da ausência do poker no noticiário. Envie e-mails para os portais, canais de televisão, rádios, cobrando o porquê deles não colocarem os resultados da World Series of Poker, ou do Latin American Poker Tour, ou do BSOP, nos noticiários. Nós, como consumidores, estamos sedentos por essas informações. Queremos, agora, com as devidas armas nas mãos, e sem medo de manifestações burocráticas contrárias a que nossa causa seja devidamente reconhecida, que os canais da Dimes T T
mídia no Brasil nos tratem com devido respeito e atenção.
M
uitos desses canais ainda dizem que nós somos poucos, muito poucos, perante os amantes e seguidores de outros esportes; será? Obviamente somos menores que os fãs de futebol, no Brasil, mas somos menores que vários outros? Judô, Hipismo, Futsal? Jamais falo isso menosprezando qualquer um desses esportes. Eles, sim, que têm que ficar felizes se estiverem no mesmo patamar que o nosso. Dezenas de milhares de contas abertas todos os dias somente do Brasil. Centenas de mensagens nos twitters dos profissionais todos os dias, centenas de mesas finais dos nossos jogadores todos os meses por todo o mundo real e digital. Será que não merecemos uma atenção maior neste momento? Cadê as notícias nas redes de televisão sobre os dois braceletes que o Brasil ganhou no WCOOP? Estes dois caras são campeões mundiais, poxa!
Acessórios Adesivos Baralhos Bonés Camisetas Card Guards Chaveiros Eletrônicos Fichas Livros Moletons Pólos Presentes Troféus
Q
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uero que vocês entendam este texto de forma clara e cristalina. Não é uma chamada para que o Akkari esteja no canal X ou Y. É, sim, uma chamada para que a grande mídia do nosso País nos dê a vida fora da bolha que tanto merecemos. Nossa comunidade está em uma cúpula de vidro e chegou a hora de quebrá-la. Quero ver o Leo Bello escrevendo para a Folha de São Paulo, o CK escrevendo para O Globo, o Alexandre Gomes sendo requisitado pelo Jô Soares – calma lá, pessoal, o cara é campeão do mundo. Até o campeão do mundo de futebol de botão já foi no Jô! Chega! Acabou! Quer saber a verdade sobre a causa de seu avô perder a fazenda? Seu tio perder a padaria ou vender as jóias da familía? Porque eles não sabiam jogar, não estudavam, não administravam seus bankrolls, tratavam esse jogo maravilhoso como uma roleta russa! Se eles pegassem uma espada e fossem disputar a fazenda na esgrima, ia dar no mesmo.
E não deviam saber nada de esgrima, também! Isso sim é azar... Azar o deles! Em resumo, seu tio ou seu avô não sabiam o que estavam fazendo e o poker é que paga o pato? Não, não e não! Agora cansamos desse discurso vazio! Chega de culpar um esporte tão legítimo, que paga as escolas das minhas filhas e contas de centenas de outros brasileiros, pela irresponsabilidade dos seus entes queridos, ok?
E
stá definitivamente declarado o fim da época em que tínhamos que explicar que o que fazemos não é jogo de azar. Grandes vozes no Brasil e no mundo já nos ajudaram nessa briga; agora chegou a hora do ataque. Vamos cobrar nosso lugar ao sol! Várias praias já estão se abrindo, mas tenho certeza que muitas outras vão se abrir quando receberem os nossos e-mails, e, então, vão ouvir o que o poker tem a dizer e mostrar. Brasil, ouça a nossa voz! Um grande abraço!
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outubro |
23
coluna
Felipe Mojave
colunas@revistaflop.com.br
como os prós fazem para
extrair valor A análise de uma jogada que fiz, e não deu certo, no WPT de Londres
É
Felipe “Mojave” Ramos É o mais novo Red Pro do FullTilt Poker, já representou o Brasil no torneio por equipes e ainda possui uma mesa final na WSOP e na WSOPE.
@FelipeMojave 24 | outubro
fato: os melhores jogadores de poker do mundo extraem valor de onde não existe. Na verdade existe, mas somente eles são capazes de enxergar, os demais, não. Já vi inúmeros jogadores fazendo verdadeiros milagres para arrecadar mais fichas. Na minha opinião, isso é uma das coisas mais difíceis de se fazer no poker, sem se complicar. Ou seja, você resolve apostar com seu top pair, no river, num bordo com três cartas de paus, esperando tomar call do seu adversário, que acredita que você estava correndo para o flush draw. Mas, de repente, ele aumenta a aposta. Você faz o quê? Normalmente se pergunta por que não deu check! Não é? Bem comum. Recentemente, teve uma jogada que me fez abrir a mente para outro lado da situação, que não é tão comum de se encontrar. Eu estava jogando o Dia 1A do World Poker Tour (WPT) Londres e estava com uma imagem agressiva na mesa. Era considerado um jogador perigoso e vinha sendo evitado pelos outros. Nos blinds 300/600, um jogador bem tight subiu para 1.800 do cutoff, e eu, no button com 78o, apliquei um 3-bet para 4.100. Ele deu instacall na volta, e o flop foi 56Q. Ele pediu mesa, eu apostei 6.500, e mais uma vez ele deu call. O turn veio um 4, completando meu straight e um possível flush. Ambos estávamos na média dos stacks, cerca de 60K, antes de começar a mão. Ele deu instacheck e resolvi dar mesa também, já que uma aposta ali, provavelmente, faria ele dar fold em diversas mãos. O river veio um 5 e, depois de pensar bastante, ele deu check. Agora, quero, obviamente, extrair valor da mão, pois não acreditava que tivesse um flush – analisando a forma como ele jogou até ali. Sem contar que minha mão tinha um valor muito apurado, já que eu dei um 3-bet do button com 78o e acabei acertando um straight, portanto era o momento de extrair mais fichas do cara. Eu estava colocando-o numa mão como AQ, JJ ou TT e, provavelmente, com uma carta de paus. Como no river não veio nenhuma overcard e, em teoria, se ele
acreditava que com um par estaria ganhando a mão antes, obviamente continuava a crer que estava na frente no river. Apostei 9.600, acreditando que tomaria o call e puxaria esse pote muito importante para mim. Ele então pensou bastante, me olhava e se mexia demais, como se não acreditasse no meu bet no river, e se perguntava o que fazer nessa situação. Até que, finalmente, resolveu dar call. Eu abri 78 para sequência, já colocando a mão nas fichas, óbvio. Mas ele mostrou KQ para o flush e ganhou a mão.
S
e ele resolvesse me voltar no river, seria bem provável que eu desse o call, já que, pela linha adotada por ele, eu dificilmente o colocaria num full house. Além disso, eu sabia que pelo seu perfil de jogo, ele daria check/call com flush, já que o river veio dobrado. E digo mais: dependendo do re-raise dele no river, havendo espaço, eu poderia voltar all in para eliminar a possibilidade de perder a mão para qualquer flush que ele possivelmente tivesse acertado. Assim, transformaria a minha mão num blefe completo, se necessário. Eu não acreditava que o meu adversário fosse capaz de me voltar sem nada (o chamado air) no river. Muitos detectam sua aposta por valor e fazem esse tipo de jogada, sabendo que têm uma mão que, em teoria, não poderia dar call numa aposta de valor alto. Tome cuidado para não se complicar com isso. No final das contas, eu, que buscava valor na mão, acabei perdendo, e o meu adversário, que só pagou com flush até o river, acreditava estar perdendo a mão e deixou de extrair valor. Essa jogada é um bom exemplo de que os players que dominam essa situação levam uma enorme vantagem. Os melhores do mundo são realmente mestres das apostas por valor. É como se a oportunidade aparecesse e você não se aproveitasse dela. Eu acabei errando nessa mão, mas acho que meu raciocínio explica bem os motivos desse meu erro. Um grande abraço a todos. Phil Hellmuth, Wayne Gretzky 9 9
coluna
Marcos Sketch
colunas@revistaflop.com.br
o que aprendi com meus
a-ha moments
A segunda parte do texto, que mostra a evolução no jogo por meio da percepção
O
lá, amigo leitor! Na edição passada, listei alguns dos momentos mais importantes na fase de aprendizado de um jogador, comumente chamados de “A-ha Moments”, compreendendo uma espécie de “linha do tempo da evolução de um jogador de torneios”. Começando pelo ponto mais básico, em que o jogador começa a entender o porquê das jogadas, o porquê de dar raises e a importância de jogar agressivamente, até alguns mais intermediários, como jogar por valor e o conceito de EV. São coisas simples, mas que podem causar em quem não sabe aquela sensação de “A-há! Como não pensei nisso antes?”. Nesta edição, darei sequência listando outros conceitos. Ao amigo que perdeu a coluna anterior, recomendo muito a leitura (que pode ser feita no site da Flop), já que os itens que listarei aqui consideram alguns conceitos descritos na edição passada. Vale lembrar que todos esses pontos são parte de um curso de poker que em breve será lançado pelo 4bet, e irá explicar com ainda mais detalhes cada um dos conceitos citados.
Quando aprendi a extrair valor induzindo os oponentes a blefarem
Marcos Sketch
Empresário musical, jogador e estudioso do poker, é uma das maiores revelações do poker carioca e agora também integra o 4bet Team.
@marcossketch 26 | outubro
Costumava jogar bem straight forward, ou seja, reto e direto. Quando tinha jogo, apostava, e quando não tinha, era check ou fold. Quando entendi o conceito de induzir o blefe, passei a lucrar muito mais e chegar muito mais nas retas finais dos torneios (aquelas em que eu sempre chegava short-stack, quase morrendo). Naturalmente, passei a cair muito mais cedo nos torneios (nas fases em que eu só caía numa bad beat ou cooler). Quando você assume um risco numa situação em que é favorito, você vai perder o pote algumas vezes, sim, mas na minoria delas. E, na maioria, vai ganhar muito mais fichas, o que aumenta diretamente as chances de ganhar o torneio. O melhor dos exemplos, é aquela situação em que você tem AK e o board traz
K93. Você aposta no flop e o vilão paga. O turn traz um 6 e o vilão dá check novamente. Apostando novamente, você irá fazer foldar todas as mãos piores (os pares menores, os Reis piores e talvez só ganhe call de KJ ou KQ) e irá ganhar call apenas das mãos melhores (trincas e K9), enquanto dando check, você induz o vilão a acreditar que você tem uma mão fraca e que poderá blefar no river. É lógico que o river pode trazer a carta do vilão, mas na maioria das vezes, em um exemplo como esse, o vilão segura um par ou um draw fraco (broca), ou seja, ele tem apenas três ou quatro outs – algo que não irá acertar nem 10% das vezes – enquanto a frequência de blefe é muito maior. Compensa ou não compensa extrair essas fichas a mais?
Quando passei a jogar conforme o que o oponente tem na mão, e não segundo o que eu tenho
Costuma-se dizer que, durante os estágios de evolução, um jogador passa pela fase em que joga conforme o valor de sua mão, segue pela fase em que pensa no que o vilão tem, pela fase em que pensa no que o vilão pensa que ele tem e assim por diante. São os thinking levels (níveis de pensamento), que podem ter rumo infinito. Porém, nos torneios em que quase todo o tempo jogamos com stack mais curto, a maior parte das decisões envolve apenas o segundo citado. Jogando conforme a mão que acreditamos que o vilão tenha, podemos sempre tomar a melhor decisão; blefando-o do pote quando não temos nada e acreditamos que ele tenha uma mão fraca ou mediana; induzindo-o a blefar quando temos uma mão forte e achamos que ele não; ou apostando por valor quando acreditamos que ele tem uma mão forte, mas menor que a nossa.
Quando passei a pensar no range do oponente, e não na mão dele O conceito do tópico anterior é bonito, porém, inviável na prática: como alguém pode saber o que o oponente tem na mão sem que Snowmen, Bonecos de Neve 8 8
possua poderes psíquicos? A capacidade que temos é de usar a lógica (afinal de contas, leitura de mãos nada mais é do que pura lógica!) e, com ela, deduzir as possíveis mãos que o vilão tem ou não tem, conforme as informações que temos do jogo dele. Se ele abriu raise no UTG e sabemos que ele é tight, deduzimos que a probabilidade dele ter um jogo fraco é muito menor do que a probabilidade dele ter um jogo forte. Sabemos que ele costuma foldar A9, AT e KQ daquela posição, e que entra de limp (por exemplo) com os pares pequenos. Se o flop vem AQ3 e sabemos que o vilão não tem o hábito de fazer continuation bet, podemos ter quase certeza de que ele não tem um par abaixo de Q nem KK (pois ele não daria c-bet), que ele não tem 33, nem mãos piores que AJ (pois ele não daria raise pré-flop com elas). Sendo assim, resta AQ, AK, AJ, QQ e AA. Fácil, não?
C
om mais informações podemos reduzir ainda mais esse range, mas ainda assim será inviável definir uma específica. Desconfie de todo jogador que disser “quando ele foi all in, eu não coloquei ele em AK, coloquei ele em par” ou qualquer coisa do tipo, pois com poucas informações é impossível distinguir com tanta precisão a mão do vilão, ou seja, ele está chutando e não fazendo leitura! Sabendo jogar conforme o range do vilão, você passa a ter a possibilidade de pensar em como sua mão se comporta contra aquele range. Dessa forma, conseguirá sempre tomar as melhores decisões. Imagine como fica mais fácil decidir a melhor opção para extrair valor de uma trinca quando você sabe que tudo que o vilão pode ter é o segundo ou terceiro par? Ou a facilidade de efetuar um semi-blefe quando você sabe que a maioria das mãos do range do vilão não acertou o flop?
que advém dos estágios de aprendizado. Como possuem dificuldade de leitura, jogadores iniciantes se apoiam nesse tipo de ação para obterem algum tipo de informação sobre a mão do oponente, já que uma aposta obrigatoriamente induzirá uma reação mais bem definida (o fold, call ou raise). Outra razão do vício é a preocupação excessiva com a sobrevivência no torneio, e não com o acúmulo de fichas.
A
jogada é ruim por incontáveis razões. Até aqui, já aprendemos que se deve jogar por valor e não por proteção, informação ou outra razão qualquer. Nosso objetivo é sempre o de ganhar fichas e, se fazemos uma aposta, a intenção principal deve ser fazer o vilão pagar ou aumentar (quando estamos forte), fazê-lo foldar (quando blefamos), ou a de ganhar o dinheiro morto no pote. Apostar por informação com top pair contra um vilão weak tight, por exemplo, fará com que deixemos de extrair valor e que mãos piores foldem. Contra um vilão tight que abriu raise, fará com que percamos mais fichas para ele. Contra um vilão loose, fará com que sejamos blefados com frequência. Tal jogada pode ainda ser extremamente exploitable: um vilão mais atento pode perceber que você dá muito bet/fold e começar a te dar raise mesmo sem ter acertado nada. Para se ter ideia, jogadores regulares do online tem por hábito dar raise em todas as vezes que um vilão paga no small ou no big blind e sai apostando
em cima do raiser. A razão é simples: quase sempre o vilão está apostando por informação, com um jogo mediano que, ao tomar raise, irá foldar.
V
ocê, amigo leitor que costuma apostar no small com A8 no board K82 e foldar para um raise, tenha agora a certeza de que foi blefado trocentas mil vezes, o que prova que, além de tudo, a tal informação que quer adquirir raramente será confiável o suficiente em relação às fichas que poderá ganhar jogando de outras formas (conforme dito acima, por valor, ou induzindo o vilão a blefar). Por fim, quando apostamos por valor ou por blefe, vamos ganhar informação da mesma forma, já que teremos a reação do vilão à nossa aposta. Conseguir informação será, portanto, a consequência de nossas apostas e nunca o objetivo principal.
Quando aprendi a dar raises menores para ter mais espaço para jogar pós-flop Com o tempo, passei a jogar melhor o pós-flop, de forma que passei portanto a ser favorito a ganhar os potes em que jogava. As razões eram óbvias: eu estava sempre tomando a iniciativa, procurando jogar em posição, escolhendo bem as mãos pré-flop, e tinha uma leitura boa quanto ao range dos vilões. Dessa forma, tornava-se necessário ter a chance de jogar as três streets, ou seja, ter espaço em
Quando descobri o quanto e porque era ruim apostar para saber onde está
Inevitavelmente, também passei pela fase da aposta por informação, talvez a falha mais grave que alguém pode ter em seu jogo – mesmo alguns mais experientes acabam adquirindo esse vício, www.revistaflop.com.br
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coluna
Marcos Sketch
fichas para jogar flop, turn e river, e, com isso, lucrar mais nessas mãos. Porém, na maior parte de um torneio, os stacks efetivos estão curtos, na faixa dos 20 ou 30BBs, o que diminui o “espaço” para a jogabilidade das mãos: elas acabam de all in no flop ou no turn. Quando você diminui o tamanho d o r a i s e , faz com que o pote pré-f lop f ique u m p o u c o menor, e isso tem inf luência considerável no tamanho das apostas subsequentes. Imagine stacks efetivos de 25BBs, um raise de três vezes que ganhe um call. No f lop, teremos cerca de sete BBs. Se apostarmos cinc o BB s , te re mo s , ao turn, um pote de 17BBs, que é o tamanho do nosso stack! Se tomarmos raise no flop, certamente será all in. Se na mesma mão aumentassemos pré-f lop para 2.3x, por exemplo, criariamos um pote de cerca de cinco BBs. No flop apostamos três BBs, criando um pote com 11BBs no turn (e ainda temos 20BBs para trás, o que nos possibilita jogar turn e river). Além disso tudo, jogadores mais agressivos como eu e você (agora nós temos a iniciativa nas mãos, né?) tendem a abrir muito raises – a maioria deles sem mãos fortes, obviamente. Quanto menores forem nossos raises, menos fichas iremos perder quando largarmos as mãos fracas (aquele Q2o) e mais espaço teremos para 28 | outubro
extrair valor das mãos fortes. Tá vendo a razão pela qual falei que era importante entender os motivos por trás de cada jogada?
Quando aprendi a tomar minhas decisões conforme meu stack
O leitor também já deve saber ou ter ouvido falar que não se deve dar raise e foldar com determinado stack (10, 15 ou até 20BBs, dependendo da linha de pensamento de quem argumenta). Mas levar isso ao pé da letra será errado, por isso é importante entender o porquê de tal conceito (olha aí o papo do motivo das coisas voltando toda hora!). Quando você tem um stack de 12BBs, por exemplo, estão disponíveis poucas ferramentas no torneio: você não pode dar 4-bet (não tem espaço); não pode catucar com mãos medianas (se ganhar call, não terá espaço para jogar o flop lucrativamente); em suma, não pode fazer quase nada exceto dar 3-bet all in ou abrir all in direto! Para efeito do exemplo, se você dá um raise para 3x e toma uma volta all in, a opção de foldar lhe deixará com nove BBs, numa situação ainda pior do que a em que estava, praticamente na corda bamba, e talvez até sem fold equity (ou seja, incapaz de fazer os vilões foldarem, já que você está short demais), ao passo que suas odds pra pagar o tal all in serão de provavelmente 2-1. Ou seja, você precisa ganhar essa mão 33% das vezes pra que sua jogada seja lucrativa. Digamos que você esteja segurando um par de oitos e acredite que o adversário lhe voltará all in com par de seis ou melhores, AJ ou melhores. Sua chance de ganhar a mão contra essa gama será de 44%, muito mais do que os 33% que você precisa (e mesmo com mãos piores como QJ, você teria odds suficientes). Sua outra opção, a do fold, lhe deixa sem recurso algum, precisando ir all in numa situação que certamente será pior do que essa. Compensará muito mais pegar uma situação de 44% num pote que te dá 2-1 (repito, em que você precisa ganhar 33% das vezes pra sair no lucro) do que foldar para esperar
uma situação melhor que dificilmente virá, já que logo logo você vai morrer no blind. É por isso que, em geral, não é matematicamente lucrativo dar raise e foldar com esse stack, mesmo que você queira considerar sua vida no torneio. Sua decisão deve ser tomada desde o pré-flop, pensando nas consequências: se você tem uma mão mediana, como 55 ou 66, e não quer tomar volta de mãos tipo QJ, é melhor ir all in direto; se você tem uma mão decente, como AJ, KQs, 88 ou 99, é melhor dar raise e pagar a volta; e se você tem uma mão fraca, é melhor não catucar e esperar uma situação melhor (de re-steal ou open shove).
Quando aprendi a tomar decisões conforme os stacks da mesa
O leitor já deve saber também que às nossas decisões nada muda termos um stack enorme se todos (ou a maioria) na nossa mesa tem um stack curto. Devemos jogar conforme os stacks efetivos, ou seja, o stack menor e mais frequente da mesa, e temos que pensar quais são as jogadas ideais para esse stack, e não para o nosso. Exemplo: se temos 100BBs, mas o vilão só tem 15BBs, ele não poderá pagar para jogar o flop e o turn conosco, pois irá acabar de all in antes disso. Outro exemplo bem comum é uma mesa agressiva em que vários jogadores tem um stack de cerca de 15BBs. Você está confortável com 100BBs e por isso resolve apostar sempre que a mão chegar em fold no hi-jack, botão ou cutoff. Porém, os jogadores agressivos que estão curtos insistem em lhe voltar all in. Se você sabe que essa é a única arma deles (o re-steal light), você deve evitar dar raise com muita frequência em cima desses stacks. Aposte de outras posições, em cima de jogadores mais tight, ou espere mãos com valor ou que a situação dos stacks mude. Espero tenha ajudado a ensinar coisas que o façam melhorar seu game. Qualquer dúvida ou comentário, fiquem à vontade para postar no Fórum 4bet ou então escrever para a revista. Um abraço e até a próxima edição! Sunset Strip, Walking Sticks, Bengalas 7 7
coluna
Full Tilt Poker
FullTiltPoker.net
tome cuidado com jogadas
ERRADas Aplicar mini check/raise pode não ser uma boa escolha na hora de jogar
E
Aaron Bartley Especialista em poker online, ficou conhecido através de seu apelido GambleAB.
30 | outubro
xistem muitas jogadas potencialmente horríveis para se aplicar em uma partida de No Limit Hold’em, como jogar fora de posição com mãos marginais, perseguir um draw sem odds corretos para pagar, ou dar overplay (ou underplay) com a melhor mão. Todas essas são jogadas muito, muito ruins. Mas, na minha opinião, a pior jogada que se pode fazer é o mini check/raise. Eu nunca vi essa jogada ser usada corretamente. Na verdade, não acho que seja possível usá-la corretamente. Se você faz isso em uma mão, só pode significar duas coisas: ou você tem uma mão incrivelmente boa e não quer assustar os oponentes, ou tem algum draw, mas não faz a menor ideia de como jogar essa mão. O primeiro caso, eu posso até quase aceitar. Você está absolutamente nuts e tentando tirar algum dinheiro dos adversários com uma aposta tão pequena que eles serão forçados a pagar. Mas é preciso considerar o outro lado: se um de seus adversários tiver uma mão que ele pense ser boa, não seria possível ele dar call em uma aposta maior? Você pode até pensar que está dando slowplay, mas na verdade está indo pelo caminho errado. Enquanto você pode até receber uma aposta extra aqui, com seu mini check/raise, você está perdendo a oportunidade de ganhar mais fichas mais tarde nessa mão, por não ser um pouco mais criativo. O segundo caso é aquele que realmente me incomoda. Você tem alguma pedida e espera que com essa jogada irá conseguir alguma coisa. Acredito que esses players, realmente, pensem que estão semi-blefando, mas, na verdade, estão apenas ligeiramente confusos. O objetivo de um semi-blefe é levar o pote naquele momento com o potencial de acertar algo melhor depois, caso venha a tomar call. Mas se der mini check/raise nesse caso, seu oponente estará comprometido com o pote e nunca irá largar a mão, mesmo que tenha apenas 8 high. Essa exata situação aconteceu quando eu estava jogando um torneio. Estava em middle position com K6s e um jogador deu limp pré-flop.
Eu apostei o valor do pote com a intenção de decidir a mão ali mesmo. Se o pior acontecesse e tomasse o call, eu sabia que estaria fora de posição durante a mão. Como esperava, todos deram fold, menos, claro, o jogador que deu limp.
O
flop trouxe AA8 com duas de ouros. Um completo desastre para mim . Não havia razão para não acreditar que eu tinha a pior mão, então, procedi com cautela. O adversário deu check e, já que eu não tinha condições de vencer essa mão, caso ela fosse para showdown, apostei metade do pote na tentativa de roubá-lo. O adversário, então, deu mini raise em mim. Hein? Nesse ponto, eu tinha duas opções: sair da mão sem maiores danos ou pagar para ver o que ele faria no turn. Ele poderia ter uma mão monstro aqui, ou apenas um flush draw – e o turn me daria a informação que precisava. Já que não machucaria muito meu stack para descobrir o que queria, decidi dar call. O turn não trouxe nada de mais. Se ele saísse apostando, era óbvio que ele tinha uma mão forte, já que não havia razão para ele me blefar depois de eu dar call em seu raise pós-flop. Ele deu check. Havia uma pequena chance que ele estivesse jogando essa mão de forma capciosa, mas era pouco provável. Pessoas que aplicam o mini check/raise ou estão protegendo ou tentando extrair valor de sua mão, normalmente, continuam apostando no turn. O check dele me disse que ele estava realmente em um draw, então resolvi apostar cerca da metade de meu stack. Isso mostrou a ele que eu não iria largar e que o único caso que ele poderia me dar raise seria se tivesse confiante em ter a melhor mão. Eu tinha aumentado pré-flop, dado call em seu raise no flop e saí apostando no turn – dizendo a ele que tinha uma mão muito forte. Seu mini check/ raise tinha voltado contra ele, que se viu forçado a abandonar sua mão. Esse jogador perdeu um monte de fichas, pois tentou fazer graça com um mini check/raise. Aprenda com este erro e evite cair na armadilha do terrível mini check/raise. Kicks, Route 66 6 6
coluna
Christian Kruel
coluna@revistaflop.com.br
raciocínios furados em
sng heads-up Alguns conceitos que podem prejudicar sua forma de jogar no mano-a-mano
R
ecentemente, o jogador Maxwell Fritz, mais conhecido nas mesas online como “mersenneary”, publicou no site Two Plus Two Magazine um artigo entitulado 22 Flawed Reasonings in HU SnG Poker. O texto possui duas partes, e somente a primeira foi publicada. Nela, o autor aponta 22 raciocínios furados em heads-up sit-and-go. Como não escrevo sobre isso já há algumas colunas, resolvi retomar o tema comentando alguns desses leaks apresentados pelo “mersenneary”. São leaks que foram mapeados em aulas de coach, em que o autor procura desenvolver nos alunos a capacidade de raciocinar e criticizar as situações por trás dos movimentos, ou seja, fazer com que eles entendam a mecânica específica do jogo, definindo, a partir daí, elementos que possam embasar melhor suas decisões, vencendo obstáculos técnicos, conceituais e emocionais. O exercício é o de entender o erro e aprender com a situação. Vamos aos leaks que eu achei mais interessantes.
“Quando desconfio de um blefe, se eu pagar a segunda aposta, tenho que pagar o river”
Christian Kruel
Foi um dos pioneiros do Texas Hold’em no Brasil, é integrante do Team Full Tilt Poker e conquistou seu primeiro título no BSOP, em julho deste ano.
32 | outubro
Segundo o autor, isso só será verdade se o vilão for um maníaco que sempre faz a terceira aposta depois de betar no flop e no turn, mas não contra a grande maioria dos oponentes. Para ele, a decisão no river deverá se basear na sua equidade e na frequência de blefe de seu oponente, contraposta com seu range e suas apostas durante a mão, o que gerará uma boa estimativa das mãos que ele poderia blefar nesse terceiro barrel. Seguindo o raciocínio de “mersenneary”, o erro tende a vir do desejo irracional das pessoas perderem o mínimo e ganharem o máximo. Elas acabam pensando que o fold no turn seria melhor que pagar o turn para foldar o river, uma “falácia resuls-oriented” que acaba com seu EV quando você folda demais no turn ou dá muitos crying calls no river. Entendo que o raciocínio do autor é perfeito. A tendência das pessoas é a de levar o jogo
para um lado altamente robotizado, mecanizado, baseado em estatísticas puras. Estatísticas, conceitos, técnicas e outros devem ser elementos norteadores das nossas ações, e não elementos limitantes do nosso jogo e da nossa independência na mesa, deixando o move previsível e padronizado.
N
ão vejo problema em pagar dois barrels com intenção de foldar para o terceiro, nem mesmo contra maníacos, principalmente se ele for um bom jogador e nós tivermos algum histórico de metagame em que eu já o tenha pago em algumas situações semelhantes nos três barrels e o tenha pego blefando. Penso que o mais importante por trás desse primeiro leak apresentado pelo autor não é guardarmos que “podemos pagar um segundo barrel para foldar para um terceiro”, mas sim nos prepararmos para que, quando esse spot surgir, essa decisão seja clara e sem dúvidas – o que só vai acontecer com estudo e prática combinados. Devemos entender como os oponentes jogam, colocá-los em mãos, limitar esse range ao longo das rodadas de apostas, ajustar ou não informações de metagame para, finalmente, tomarmos uma decisão mais acertada.
“Eu foldarei e esperarei por uma situação melhor”
Aqui o autor nos lembra que, na era do botão de re-match, você pode estar procurando um spot +EV e se esquecendo que sua hourly rate pode ser uma medida muito mais eficaz que seu ROI (Return of Investment), lembrando que a pergunta real que você deveria fazer é se o jogo é +EV. É claro que existem excessões, como quando você se vê diante de um open push de 75BBs numa situação com 52% de equidade; mas não é a esse tipo de situação que estou referindo. Em geral, fazer o jogo que lhe dá a melhor equidade na mão vai ser o mais eficiente no longo prazo. Entendo que heads-up é um jogo mais difícil de fazer table selection. Primeiro, porque Nickels, Presto, Speed Limit 5 5
muitas vezes é você quem senta numa mesa vazia à espera de um oponente. Segundo, porque oponentes fracos costumam ser notes de vários regulares, e quando um deles abre uma mesa, muito provavelmente será instantaneamente “agasalhado” por algum regular, ficando poucos segundos visível no lobby. Logo, apesar da hourly rate ser uma medida interessante a curto prazo, como a variância nesse tipo de torneio é muito grande, entendo ser extremamente importante classificar bem o oponente e avaliar com cautela seus re-matchs, ainda que você comece ganhando as partidas. Entendo ser de extrema importância evitar um jogo -EV em um ambiente de alta variância, principalmente se você adotar um esquema mais agressivo de controle de bankroll, como já escrevi em colunas anteriores.
“Contra oponentes desconhecidos, prefiro jogar mais nitty; não entrando em spots marginais contra um jogador sobre quem não sei nada” Aqui, Fritz nos explica que, geralmente, isso é dito por alunos que deixam passar spots +EV porque não estão seguros das tendências de seus oponentes. Porém, ele nos lembra que nunca estaremos completamente seguros sobre quaisquer de nossas leituras. Sempre é uma suposição probabilística. Quando você não souber nada, siga as tendências de comportamento dos vilões em geral. Não deixe de fazer a 4-bet shove de 77 na 3-bet de seu oponente só porque você não sabe se ele está fazendo 3-bet com um range curto. Pense nessa situação de uma maneira geral: contra a grande maioria dos vilões, essa 4-bet de 77 seria lucrativa? Se a resposta for positiva, siga em diante, porque isso geralmente o levará a uma decisão +EV. Acho um excelente alerta, principalmente para aqueles regulares que não percebem que a maior parte do seu profit virá de matches contra oponentes não regulares, ou seja, oponentes de quem você não terá muitas informações na hora de decidir. Isso acontecerá, via de regra, porque seu edge sobre jogadores www.revistaflop.com.br
igualmente regulares como você será pouco, nenhum ou até mesmo negativo. Você não está procurando oponentes tricky. Logo, a grande maioria de oponentes “desconhecidos” que você enfrentará ao longo da sua rotina de jogo é que vai fazer o seu ROI e a sua hourly rate andarem bem.
“Se eu estiver enfrentando um mini-raise ou um limp no BB, eu posso usar a tabela de NASH Equilibrium para tomar minha decisão” Maxwell Fritz, assim como vários outros jogadores, considera a aproximação da Tabela do Equilíbrio NASH tecnicamente mais eficiente que o Sistema SAGE – bastante usado por jogadores de SnG em situação de heads-up. Porém, essa tabela só é especialmente eficiente em situações de stacks efetivos menores que sete big blinds. Para outros tipos de situação, explorar os oponentes com raises de duas vezes o BB, shoves, folds e limps levará a um resultado melhor do que usar a Tabela de Nash. Fritz ainda nos lembra que, apesar de ser uma tabela muito interessante, matematicamente falando, muitos jogadores superestimam seu valor, jogando acima de sete BBs efetivos, principalmente na hora de shovar os limps, esquecendo-se de que quando oponentes entram de limp, eles têm um range completamente diferente de “duas cartas quaisquer”. Não seja preguiçoso, tentando usar um quadro para tomar suas decisões. Essa dica do “mersenneary” foi importante inclusive para mim, que pela natureza da forma da minha remuneração contratual, tenho a tendência de abrir muitas mesas e deixar meu jogo de SnG mecanizado, visando gerar, num curto intervalo de tempo, uma quantidade grande de rake sem me preocupar muito com o ROI. Acabava me escorando demais nessas tabelas, sem me dar conta de que, quanto melhor o nível do jogo, mais os oponentes
entendem o raciocínio por trás dela, criando condições de defesa. Outro ponto em que as pessoas falham quando estão em modo multitable é no uso da tabela para situações acima de sete big blinds efetivos, mas próximo a esse patamar, como 12 ou 13BBs efetivos, deixando de explorar o jogo feijão-com-arroz que, por sua vez, é mais efetivo. Por fim, vale lembrar que, quanto mais caro o jogo, maior a possibilidade das pessoas entenderem e conhecerem sistemas como o NASH e o SAGE. Da mesma forma, quanto mais regular e bom for o oponente, maior a possibilidade dele entender e conhecer os mesmos sistemas. Assim sendo, guarde a tabela para ser usada em situações mais simples, com oponentes mais fracos. Nos valores mais baixos, ela será de grande utilidade, pois os jogadores ainda não buscam se aprofundar em conceitos. Nos valores mais caros, ela será de especial importância contra oponentes não regulares, jogadores de fim de semana e pessoas de maior poder aquisitivo que jogam caro por prazer, sem se preocupar muito com detalhes técnicos e conceitos. Então, aproveite bem essas dicas e até a próxima coluna! outubro |
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Sailboats, Barcos a Vela 4 4
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Tower Cruise
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1º Tower Cruise
á cerca de quatro anos, o navio Armonia deixou o porto de Santos levando consigo uma turma bem diferente das que comumente viajam em cruzeiros marítimos. Nada menos que duzentos jogadores embarcaram, movidos por uma ideia inovadora: o primeiro cruzeiro de poker realizado na costa brasileira. Com a presença de grandes estrelas do poker nacional, como Igor Federal, André Akkari, Sérgio Braga, Rodrigo Caprioli e muitos outros, o Tower Cruise foi o primeiro grande evento nacional transmitido pela televisão, no canal Fox Sports International. Além de enfrentar tantas feras do poker, os jogadores tiveram que superar outro desafio; um mini ciclone tropical deixou o mar agitado e dificultou bastante as condições do primeiro dia de torneio, fazendo o navio balançar bastante. Nos dias subsequentes, com o mar mais calmo, os jogadores puderam relaxar e aproveitar o que se tornou uma característica dos torneios da Tower, o conceito “Família Tower”, que une poker, diversão, turismo, famílias e amigos. Enquanto alguns jogadores se divertiram com suas famílias nas
piscinas e nas várias opções de lazer do Armonia, nas mesas a ação continuava acelerada. A mesa final contou com jogadores já bastante conhecidos do cenário da época: Kiko Bicudo, Fabiano Lemos, Eduardo Parra (que neste ano foi o brasileiro mais bem colocado no Main Event da WSOP), Eduardo Marra, Fernando Issas, Sérgio Braga, Paulo Amaral, Sandro “Nordestinho” Brillantino e uma revelação, o até então desconhecido Eduardo “Sequela”. Sequela deu um show à parte em sua primeira mesa final live, e pela performance no mínimo curiosa (que incluiu um histórico all in escrito e exibido em sua cueca), ganhou ali o apelido pelo qual é conhecido em todo o País. A vitória ficou com o jogador Marcelo Asensio, que chegou na FT como o short-stack, mas terminou com o cobiçado troféu de campeão.
Marcelo Asensio - Campeão
Glamour e diversão no
Mar
Uma retrospectiva do evento que recebeu o Prêmio Flop de Melhor Torneio de 2009
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Tower Cruise
2º Tower Cruise
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Virgílio Aoki Natural de São Paulo, Virgílio é casado, tem dois filhos, é advogado e também semi-pro no poker. Joga, exclusivamente, torneios live e pode ser encontrado pelo nick "aokibr" nas mesas da Tower. Como conheceu o Poker? Pela ESPN assistindo aos programas da WSOP. O que mudou desde a conquista do Cruise? O título do TC-II me tornou conhecido nacionalmente no meio do poker, ganhei o respeito e o carinho dos jogadores, além de ter me incentivado a buscar sempre o aperfeiçoamento do jogo. Já tinha jogado outro torneio da Tower? Não. Em torneios "grandes", antes do TC-II havia jogado somente o Brazil Poker Fest Campos do Jordão. Deu buy-in ou classificou por satélite? Dei o buy-in. Na verdade, foi um presente do patrão. O que fez com o dinheiro da premiação? Utilizei o prêmio dentro de casa, para o conforto da minha família, e uma pequena parte utilizei para continuar jogando. Como foi a experiência de jogar no navio? Sensacional, o melhor torneio que já participei. E digo isso não pelo fato de ter ganho, mas pelo conjunto. Diversão completa. Pretende participar do 5º Tower Cruise? Não participei do último por questão profissionais, mas no próximo Tower Cruise, se tudo der certo, estarei presente.
uase um ano após o sucesso do primeiro evento, o Tower Cruise realizou sua segunda edição quebrando recordes e estabelecendo novas marcas para o poker nacional. Dessa vez, o navio escolhido foi o MSC Opera, uma embarcação bem maior e mais moderna que a anterior. A repercussão do primeiro torneio foi tamanha e tão positiva, que o 2º Tower Cruise atraiu jogadores de mais de 20 países. A premiação ultrapassou a casa dos R$ 600 mil, e, ao todo, 300 jogadores estiveram na disputa. O torneio teve duração de cinco dias, com uma estrutura similar a da primeira edição, com os jogadores divididos em três turnos de cerca de 100 jogadores cada. A viagem partiu do porto de Santos, chegou a Portobelo, em Santa Catarina, e foi ao Rio de Janeiro, antes de finalmente voltar Robigol teve uma ao ponto de partida, animada torcida consagrando um novo durante a mesa final campeão: o paulista Virgílio Aoki, que fez um heads-up memorável com Jeff Vieira. Virgílio é uma figura conhecida dos eventos live de São Paulo e muito querido por todos os jogadores. Outro momento que marcou o 2º Tower Cruise e ficou na memória de quem lá esteve foi a atuação do hoje
diretor de torneios Robinson Quiroga, o Robigol, que terminou na quarta colocação. Além de dar um call incrível em uma jogada contra Nelsinho Oliveira, Robigol agitou a torcida, que estava em peso ao seu lado, puxando uma cantoria muito animada. A disputada mesa final também contou com nomes conhecidos da época que perduram até hoje no cenário ao vivo, como Cristiano “Paraná” Almeida, Solange XT, Ali Cader e Alberto Cunha.
3º Tower Cruise
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ano de 2009 chegou e, com ele, uma nova edição do Tower Cruise. Entre jogadores, acompanhantes e o staff do evento, foram cerca de 500 pessoas que embarcaram no navio Zenith para participar de um dos mais esperados torneios do calendário do poker nacional. A terceira versão do Tower Cruise trouxe uma mudança importante. A realização do evento ficou a cargo da equipe da Stack Eventos, empresa ganhadora do Prêmio Flop 2008 como melhor organizadora de torneios. Até então, os dois primeiros eventos haviam sido organizados pela Nutzz! Eventos, pioneira e competente criadora do BSOP e do Circuito Paulista. Como é de costume nos torneios da Tower, o clima de descontração e amizade prevaleceu desde as primeiras horas de viagem. Uma novidade foi a cobertura “social” feita pela animada equipe do site MeBeliska.com. Fantasiados de piratas, marujos ou comandantes do navio, os integrantes do MeBeliska proporcionaram momentos muito divertidos para todos os presentes no Zenith durante os quatro dias de torneio, fazendo muito sucesso até com passageiros que nem sabiam da existência de um torneio de poker a bordo. A cobertura oficial ficou a cargo do atual gerente de contas para América Latina do Tower, Daniel Cantera, o Tevez, que realizou o trabalho pelo blog do Tower.
Uma tradição nos Tower Cruise são as final tables com nomes conhecidos do cenário nacional do poker. A da terceira edição contou com os jogadores José Roberto Ramos, o “Fumo”, Leandro Brasa e Fernando Issas, que chegou à sua segunda final em três torneios Cruise, uma vez que ele participou da mesa final da primeira etapa. E, dessa vez, Issas não deu chance para os adversários e ficou com o título do torneio.
Fernando Issas, casado, é empresário e vive no interior de São Paulo. Joga, quase exclusivamente, no Tower Torneos e participa dos eventos do site desde 2006. Já esteve em cinco mesas finais da Tower. Como conheceu o poker? Conheci o poker através do programa do Amaury Júnior, quando ele frequentava os cassinos do Uruguai e também anunciava os torneios da Tower. O que mudou desde a conquista do Cruise? Na verdade, essa vitória era esperada. Nesse ano, estava em uma fase muito boa, fazendo várias mesas finais e obtendo bons resultados. Essa vitória foi importante para mostrar que estava no caminho certo. Já tinha jogado outro torneio da Tower? O primeiro torneio que joguei foi o de Punta Cana, em 2006, e fui vice-campeão. Desde então,não parei de participar dos eventos da Tower. O que fez com o dinheiro da premiação? Eu utilizei o dinheiro com coisas pessoais. Como foi a experiência de jogar no navio? Eu participei desde o primeiro. É bem diferente. O torneio é muito bom, o local é maravilhoso e é um bom passeio pra jogar e aproveitar a família. Pretende participar do 5º Tower Cruise? Sim, pretendo ir lá e tentar o bi! (rs) Principais Resultados: Campeão do 3º Tower Cruise 2x Vice-Campeão no Tower Punta Cana (06/08) 4º lugar no 1º Tower Cruise 5º lugar no Bariloche Poker Fest Vice-Campeão da 2ª Etapa CPH (09) Jogador do Ano (2008) pela Fox Sports
Fernando Issas
Principais Resultados: Campeão do 2º Tower Cruise Campeão do Torneio das Estrelas Campeão do Torneio de Equipes da ABC Eventos Campeão da 6ª Etapa Circ. PT.Pokernews 3º lugar na 8ª etapa do Circuito ABC Vice-Campeão do Indaiatuba Poker Fest 8º lugar na 6ª etapa CPH 2010 38 | outubro
Crabs, Caranguejos 3 3
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Tower Cruise
4º Tower Cruise
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5º Tower Cruise
próximo, e sempre aguardado, Tower Cruise já está confirmado para os dias 6 a 9 de abril de 2011, e traz algumas novidades bem interessantes:
Marcelo Cáceres O argentino Marcelo, 40 anos, é natural de Avellaneda e vive, atualmente, em Venado Tuerto, com sua esposa e os três filhos – Damian, Leandro e Barbara, que está aprendendo a jogar poker também. Seu nick na Tower é "MARCGC1970_". Como conheceu o poker? Conheci o jogo há dois anos, assistindo aos programas de televisão. O que mudou desde a conquista do Cruise? Foi inacreditável. Esse torneio me abriu as portas para jogar outros eventos e me ajudou a melhorar meu estilo. Hoje, diria que sou dez vezes mais jogador do que era antes do Tower. Tudo mudou! Já tinha jogado outro torneio da Tower? Sim, joguei o Tower Bariloche no ano passado, e neste ano participei do torneio em Mendoza. Deu buy-in ou classificou por satélite? Consegui me classificar por satélite. O que fez com o dinheiro da premiação? O dinheiro está destinado exclusivamente, para jogar e estudar poker. Como foi a experiência de jogar no navio? Uma experiência única. Foi minha primeira viagem de cruzeiro e aproveitei bastante, tanto para jogar quanto para relaxar, se divertir e descansar também. Pretende participar do 5º Tower Cruise? Acho que para o campeão de cada etapa, o Tower deveria dar um pacote de graça (rs). Brincadeira. Vou jogar os satélites para participar da próxima edição.
O navio escolhido para o evento continua sendo da frota da MSC, e desta vez é o Orchestra (foto) – “irmão gêmeo” do Música. Porém, um pouco mais novo. A decoração também é diferente e terá alguns ambientes que realmente chamam muito a atenção. Todas as cabines reservadas pela Tower são externas com varanda, extremamente confortáveis.
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m sua quarta edição, o Tower Cruise foi disputado no MSC Musica, um navio moderno, com todo o conforto, design e requinte necessários para a realização de um evento de poker. O Musica possui capacidade para 3.100 hóspedes, com 1.275 cabines, sendo mais de 800 delas externas, com varandas. O torneio foi mais uma vez organizado pela Stack Eventos, com direção geral de EltonCz e Robigol. Como de costume, o buy-in foi de US$500, e os jogadores puderam fazer dois re-buys, no mesmo valor, e ainda um add-on de US$1,000, com o dobro de fichas. Um dos pontos que chamaram a atenção foi a nova estrutura de blinds do torneio, muito elogiada por todos os jogadores que tiveram a oportunidade de disputar o evento. Limitado a 226 vagas, o torneio superou com facilidade os US$200K garantidos de premiação. A mesa final ficou marcada
O main event, com US$100 mil garantidos de premiação, será disputado em um novo formato. Pela primeira vez na série, a Tower realizará um torneio deep stack com uma estrutura idêntica ao do BSOP: 20 mil fichas de stack inicial, sem re-buys e add-on e com 45 minutos de blinds.
O buy-in será de US$1,000, porém, todas as 200 vagas disponíveis serão exclusivas para os satélites online no Tower Torneos e para alguns clubes parceiros do site – veja a grade completa dos torneios da Copa Tower Cruise 5 em www.clubdotower.com, bem como os lugares que vão realizar os satélites live. Um dos destaques da programação semanal nos satélites online, é o Super Promotion Deep, disputado na sexta-feira com buy-in de apenas US$10 com 10 mil fichas de stack inicial, sem re-buys e add-on e blinds de 20 minutos. A noite ainda conta com a transmissão do torneio pela Rádio Tower e que vem se tornando uma referência no mundo online nas noites de sexta-feira com fields que já passam da marca dos 300 jogadores. E a Tower avisa que, em breve, deverá anunciar outro cruzeiro ainda em 2011. Mas este será muito especial.
pela terceira participação do jogador Fernando Issas, que esteve presente em três mesas finais das quatro edições. Porém, Issas não conseguiu repetir o feito da terceira edição e acabou eliminado na quarta colocação. A vitória na quarta edição do Tower Cruise acabou, pela primeira vez, nas mãos de um argentino: Marcelo Cáceres, que se tornou o primeiro estrangeiro a conquistar um título nesse tradicional torneio nacional.
Principais Resultados: Campeão do 4º Tower Cruise Vice-Campeão da 6ª Etapa Santa Fe Poker Tour 8º lugar na 7ª Etapa Santa Fe Poker Tour 3º lugar no 2º Etapa Rosario Poker Series 2010 5º lugar no 4º Etapa Rosario Poker Series 2010 40 | outubro
Ducks, Dois Patinhos 2 2
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120K Vegas
ritmo
do poker paulistano
Final Table
No
se qualificar para a última fase do torneio. Destaque para Rodrigo Lasmar, Patricia Kim, Sergio Penha e Danilo Molina, que ficaram entre os Top 20 do dia. Já no domingo, 70 jogadores iniciaram essa fase decisiva. Foi também no terceiro dia que a premiação oficial do torneio foi divulgada, um prizepool total de mais de R$ 135 mil. A zona de premiação começava a partir da 17ª posição, porém, durante o primeiro break do dia, os jogadores fecharam um acordo que salvou o 18º colocado. Alexandre Ramalho acabou eliminado em 19º e ficou na desagradável posição de bolha. Restando apenas 18 jogadores na disputa, muitos ilustres acabaram se despedindo da competição. Foi o caso de Marco Duran, Sérgio Penha e Patrícia Kim. O último eliminado antes da formação da mesa final foi Carlão, que ficou na décima colocação – sendo o bolha da final table. E assim foi formada a última mesa do torneio:
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urante os dias 3, 4 e 5 de setembro, o poker paulista teve um final de semana agitado, com a realização da terceira edição do 120K Garantidos do Vegas. O evento, organizado pela Odds Brasil no Vegas Hold’em Clube, em São Paulo, atraiu um bom número de jogadores. Entre eles, vários nomes conhecidos do poker. Ao todo, foram 134 inscritos – número que fez com que a premiação garantida ultrapassasse com folga os 120K garantidos. Com uma estrutura semelhante à dos grandes eventos internacionais, cada competidor começou o torneio com 20.000 fichas, com os blinds aumentando a cada 45 minutos. A disputa teve início por volta das 22 horas da sexta-feira, com um ritmo 42 | outubro
bastante veloz, e os participantes buscando jogo. Porém, mesmo com muita ação nas mesas, as eliminações só começaram a acontecer após duas horas de disputa. Contrariando essa regra, Marcos Minassian foi o primeiro eliminado, com o torneio ainda no primeiro nível de blinds. Entre os 65 jogadores presentes no primeiro dia, um time de ilustres esteve nessa briga. Entre eles: MChacal, Marco Duran, Cinthia Escobar, Gabriel Otranto, Eduardo Sequela e o casal Sérgio e Alessandra Braga. Dos 66 jogadores que iniciaram o torneio, apenas 27 continuaram na luta pelo título. O último eliminado do dia foi o experiente Humberto Kima. Entre os que passaram para o segundo dia, destaque para os jogadores Marco
Duran, Marcos “XT”, João Paraná e o chipleader do dia, Kadu, que fechou a disputa com um stack de mais de 150 mil fichas. O Dia 1B começou por volta das 15 horas do sábado, e Alexandre Fracari, Betodalu, Marcelo Sacoman e Fernando Grow foram alguns dos presentes que totalizaram as 69 inscrições do dia, fechando o torneio com 134 jogadores. A longa batalha desse dia encerrou-se por volta das 23 horas, com a liderança nas mãos do jogador Victor Talamini, com 247 mil fichas. Outros 43 jogadores conseguiram Big Chick, Little Slick A Q
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
Victor Talamini 1.116.000 Emerson Baroni 481.000 Rogério Rigazzo 418.000 Marcelo Panissi 414.000 Boy 368.000 Sérgio Shuravel 203.000 João “Paraná” 196.000 Choquito 92.000 Satoshi 81.000
O primeiro a deixar a FT foi o jogador Satoshi. Em seguida, Victor Talamini, que começou com larga vantagem, tomou alguns golpes do baralho e acabou eliminado por Marcelo Panissi, com uma trinca de Damas. O jogo prosseguiu, e, com um straight, Emerson eliminou Choquito na sétima colocação. O relógio já passava das três da madrugada quando Sérgio abriu raise do cutoff e João Paraná, do big blind, anunciou all in e recebeu instacall de Sérgio, que logo mostrou KK. Paraná apresentou AJ. Sem surpresas no bordo, João foi eliminado na sexta posição. Depois de pouco mais de duas horas de jogo, Marcelo eliminou Sérgio Shuravel, na quinta colocação. Na mão seguinte, com par de Reis, ele fez outra vítima, eliminando o jogador Rogério Rigazzo na quarta posição. Porém, mesmo eliminando dois jogadores, Marcelo não conseguiu ir muito longe no torneio. Acabou ficando com o “bronze” na competição. Com a eliminação de Marcelo, os jogadores restantes, Emerson e Boy, fecharam um acordo e o torneio foi encerrado. Emerson Baroni, por ter mais fichas, foi declarado o vencedor, e Boy ficou com a segunda colocação. Receberam o troféu: Marcelo (3º), Emerson (1º) e Boy (2º)
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Prêmio Flop
C MELHORES de 2009
Os
uritiba viveu uma noite de gala com a entrega da mais importante premiação do poker brasileiro. A festa aconteceu nos salões do luxuoso Four Points Sheraton, na capital paranaense, contando com a presença dos maiores nomes do poker nacional. Um dos diferenciais da edição deste ano foi a transmissão ao vivo de toda a cerimônia, feita pelo site da TV MeBeliska.com. A festa começou com o mestre de cerimônias, Wladimir Candini, dando boas-vindas aos convidados e indicados. Logo após, foi a vez do Editor Chefe da Revista Flop e idealizador do prêmio, Juliano Maesano, subir ao palco para dar início à premiação, com um breve pronunciamento. O primeiro a subir no palanque foi o jornalista Amúlio Murta, anunciando o vencedor da categoria Melhor Torneio de 2009. Foi uma das primeiras surpresas da noite, com o 3o Tower Cruise desbancando o 500K do Zahle e o Full Tilt Poker 750K – considerado, por muitos, o favorito antes da entrega. A terceira etapa do tradicional torneio realizado em alto mar, em março de 2009, a bordo do navio Zenith, reuniu a nata do poker nacional e solidificou a marca “Tower Cruise” como uma das mais importantes do calendário de torneios live do País. Muito emocionado com o prêmio, Daniel Daniel Tevez recebe o prêmio representando a Tower Torneos
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Ajax, Amaury Jr., BlackJack, Jackass A J
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Wladimir Candini foi o mestre de cerimônias da premiação
“Tevez” Cantera, Diretor Executivo de Afiliados para a América Latina do Tower Torneos, foi quem recebeu o troféu em nome do site, não escondendo a surpresa e a satisfação de receber a premiação.
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m seguida, um dos casais mais queridos do poker nacional, Sérgio e Alessandra Braga, anunciaram os premiados de outra categoria, a de Melhor Série de Torneios. Dessa vez, não houve surpresa. O BSOP – Brazilian Series of Poker, que no ano passado bateu todos os recordes e tornou-se o maior torneio de poker da América Latina, conquistou o prêmio pelo segundo ano consecutivo. Para receber o prêmio, toda a equipe da Nutzz! Eventos foi chamada para subir ao palco, e, em nome dos premiados, o Diretor Administrativo da empresa, Devanir “D.C.” Campos, agradeceu a todos pelos votos e prometeu muito empenho de toda a equipe de produção do BSOP para que, na premiação do próximo ano, a série conquiste o tricampeonato. Uma das categorias mais concorridas do ano foi a de Melhor Jogador de Sit-and-Go, disputada voto a voto.O prêmio acabou ficando com o Team Pro Online do PokerStars Diego “VGreen22” Brunelli. Feliz ao recebê-lo das mãos do campeão brasileiro de 2007 Sérgio Brun, Brunelli afirmou que a vida de um jogador de SnG é feita de pequenas vitórias Diego Brunelli leva o troféu de Melhor Jogador de SnG
e que o Prêmio Flop 2009 representava o reconhecimento pela soma de todas estas.
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nunciada pelo único brasileiro campeão mundial de poker, o curitibano Alexandre Gomes, a categoria de Melhor Jogador de Omaha foi outra barbada da noite. Após tornar-se o primeiro brasileiro mesa finalista de Omaha na World Series of Poker, Felipe “Mojave” Ramos conquistou o Prêmio Flop. Mojave não pode comparecer à festa porque estava em Londres, fazendo história novamente. Desta feita ele foi o primeiro Brasileiro a chegar a uma mesa final da WSOPE – a versão europeia da maior série de torneios de poker do mundo –, além de também fazer a mesa final de outro evento importante da terra da rainha, o English Poker Open. Porém, mesmo não podendo comparecer a festa, ele gravou uma mensagem em vídeo agradecendo a todos os que votaram nele e à equipe da Flop. Com os últimos resultados conquistados na Europa, ele já está mais do que credenciado para o bicampeonato na categoria. outubro |
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Prêmio Flop Emocionado, Leo Bello recebeu o prêmio por Melhor Divulgação
O pessoal da TV Poker Pro dividiu o palco e o prêmio com Caio Brites e Will Arruda, do SnG Team Pro
Quero agradecer a todos que votaram, e em especial minha família, que está sempre do meu lado. Este prêmio significa muito pra mim, mostra que venho fazendo um bom trabalho. Muito obrigado! Felipe “Mojave” Ramos
Na categoria Melhor Fórum, o Mais EV foi outro que conquistou o bicampeonato. Vencedor no ano passado, o fórum de discussões da internet mais uma vez foi escolhido pelos leitores da Flop como o melhor do País. Jefferson Haach, representando o MaisEV, recebeu o prêmio das mãos do autor e jogador de poker, Leo Bello.
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utra premiação “sem surpresa” foi a categoria Melhor Site de Conteúdo. A diretora de produção da Nutzz! Eventos, Lara Bruno, anunciou o bicampeonato do site SuperPoker, que, no ano passado, conquistou o prêmio na mesma categoria. Quem recebeu o prêmio em nome do site foi o Diretor Executivo do grupo SuperPoker, João Marcelo Dornellas, que demonstrou toda sua satisfação em receber o prêmio. Trabalhando há apenas três meses no meio do poker, João manifestou a surpresa de saber que o poker já está em um patamar tão organizado no País. O ano de 2009 foi marcado também pela inovação nas coberturas de torneios. A TV Mebeliska chegou apresentando uma grande novidade, a primeira transmissão em tempo Jefferson Haach representou o fórum MaisEv
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real. A partir, daí as coberturas de torneios de poker nunca mais foram as mesmas. Por esse motivo, na categoria “Melhor Cobertura de torneios”, o Prêmio Flop 2009 foi pra o site que segue fazendo história. Seus fundadores, Eduardo Sequela e Teco subiram ao palco para receber a premiação. Porém, quem realmente foi às lágrimas ao receber o prêmio, foi o narrador Fábio Mamute, que não conteve a emoção ao receber o troféu nos bastidores da TV, enquanto ainda participava da transmissão da festa.
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popular Eduardo “Bolacha” voltou para casa com o troféu de melhor Dealer do ano. Bolacha, que ficou famoso com as transmissões do BSOP, na TV, ficou imensamente satisfeito com a premiação e agradeceu à Flop pelo reconhecimento que a sua profissão está alcançando no meio. Robison Quiroga, mais conhecido como Robigol, foi quem recebeu das mãos do fenômeno do cash game, Gabriel Goffi, o Prêmio de melhor Clube. O troféu foi para o H2 Clube, um dos mais conhecidos clubes de poker da Capital Paulista, que se destacou no ano de 2009 por sediar,
além dos torneios regulares, o 750K e o Circuito Paulista.
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evanir “D.C.” Campos voltou ao palco para receber, das mãos do profissional do PokerStars e concorrente como Melhor Jogador Online, André Akkari, o prêmio de Melhor Diretor de Torneios do ano de 2009. Um dos maiores conhecedores das regras de poker no País e membro fundador da ADTP – Associação Brasileira dos Diretores de Torneios de Poker, D.C. foi uma das unanimidades da festa. Outra das maiores surpresas da noite veio na categoria Melhor Curso de Poker. Pela primeira vez tivemos um empate entre os dois indicados mais votados, o TV Poker Pro e o SnG Team Pro, que receberam a mesma quantidade de votos, tanto dos leitores da Flop, quanto do Juri Técnico. O palco ficou pequeno quando o executivo do Copacabana Poker, Leonardo Batista, anunciou o nome dos vencedores. Representando o TV Poker Pro, subiram ao palco os jogadores André Akkari, Alexandre Gomes e Victor Marques – o “Vitão”, apresentador do programa Vitão é Micro – e, além deles, representando
A equipe do MeBeliska foi quem venceu como Melhor Cobertura de Torneios
O prêmio de Melhor Dealer foi para Eduardo “Bolacha”
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Ganhar pela segunda vez é muito emocionante! Mas eu não levo este troféu sozinho. Tenho que agradecer a minha equipe também. Parabéns a todos, este prêmio é nosso! Devanir “DC” Campos
o SnG Team Pro, os jogadores Caio Brites e Will Arruda.
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omo já era esperado, Alexandre Gomes conquistou, pelo segundo ano consecutivo, o prêmio de Melhor Jogador Live do ano. Após a histórica conquista do bracelete do WPT Bellagio, o curitibano era franco favorito para o bicampeonato. Outro que confirmou o favoritismo ao prêmio de Jogador Online foi o mineiro Caio Pimenta. Após fechar pelo segundo ano consecutivo na liderança do Ranking Brasileiro SuperPoker, o mineiro foi o mais votado e ficou com o título. Representando o jogador, que não pode comparecer à festa, seus conterrâneos Guilherme Kalil e Marcelo Lanza, apresentadores do podcast mais ouvido do poker nacional, subiram ao palco para receber o prêmio. Após um grande trabalho desenvolvido no Brasil no ano de 2009, que incluiu a contratação de novos profissionais, o patrocínio do BSOP e uma série de ações que alavancaram o nome do site no País, o Full Tilt, de forma merecida, conquistou o Prêmio Flop de Melhor Software de Poker do ano de 2009. Em nome da poker room que mais cresceu no País, o profissional Leandro Brasa recebeu o troféu e ressaltou a importância que todos os sites de poker têm dado ao mercado brasileiro – um
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claro sinal de que o poker é um dos esportes que mais crescem no País.
o reconhecimento dos trabalho do mais de seis anos dedicados ao poker.
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última grande surpresa da noite veio com o livro “Dominando a Arte do Poker”. Correndo “por fora”, a obra do jogador Leo Bello ultrapassou outros favoritos e abocanhou o título na categoria “Melhor Trabalho para Divulgação do Poker”. Emocionado e surpreso com a vitória, Leo se mostrou muito satisfeito com
m dos momentos mais emocionantes da festa foi a entrega da categoria Jogador Revelação de 2009, que ficou com o gaúcho João Mathias. João, que disputou com o jogador Caio Pimenta durante boa parte do ano o topo do Ranking SuperPoker, estava participando de torneios em Londres e foi representado
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Clédi Margareth, mãe de João Mathias, foi quem recebeu o prêmio pelo filho
Como foram escolhidos os melhores do Poker Nacional no ano de 2009 Anualmente, a comunidade do poker nacional se volta para a entrega da mais importante premiação do poker nacional: o Prêmio Flop – o Oscar do poker brasileiro. Mas como funciona o sistema de votação dessa premiação? Bem, em meados de abril a revista divulgou a lista de pré-indicados. Esses nomes surgiram após uma extensa pesquisa feita em sites, rankings e fóruns sobre poker, além de muitas conversas com dezenas de pessoas em diversas regiões do País, entre jogadores, donos de clube, organizadores de torneios, dealers, mídia especializada, etc. Os nomes mais lembrados nessa pesquisa formaram a relação de pré- indicados. Também, foi criado um campo em branco, que permitiu aos eleitores indicarem um nome que, eventualmente, tenha sido esquecido da seleção inicial. A partir daí, os nomes foram disponibilizados no site da Revista Flop para a votação do público. Após cerca de 45 dias disponíveis para a votação, a eleição foi encerrada e o processo de escolha partiu para a segunda fase, a do voto técnico. A votação técnica Apurados os votos, os cinco mais votados em cada categoria foram relacionados, novamente, para uma nova eleição feita por um conselho de notáveis – pessoas que trabalham ou estão envolvidas de alguma forma com o poker. A única excessão a essa regra deu-se na categoria Jogador do Ano, cujo o vencedor foi excolhido exclusivamente pelos votos da internet. A partir daí, foi só fazer uma nova apuração e entregar os prêmios para os mais votados de 2009.
por sua mãe, a senhora Clédi Margareth Baumgarten. Clédi contagiou a todos no salão do evento com um discurso emocionado, lembrando o susto que teve ao saber que seu filho havia decidido se tornar um jogador de poker, e demonstrou todo o orgulho de estar recebendo o Prêmio em nome de João. Segundo ela, o Prêmio Flop de Jogador Revelação representa o reconhecimento de que seu filho tomou a decisão certa em sua vida e carreira.
do Ano de 2009 foi para o mesmo jogador do ano anterior: Alexandre Gomes, que foi aplaudido de pé por todos os presentes no salão, num reconhecimento claro de tudo o que esse grande jogador fez, e continua fazendo, pelo poker nacional. Além da premiação feita pela votação, foram entregues três prêmios especiais na noite. Os homenageados foram os pioneiros Leandro Brasa, Leo Bello e André Akkari.
Assim, a grande festa que premiou os melhores do ano de 2009 chegou ao fim. A equipe da Flop, que não perde tempo, já está planejando a premiação do próximo ano. O editor chefe da revista já antecipou que poderemos ter novas categorias, como Melhor Blog, Melhor Twitter, uma esperada volta das categorias de Mixed e Cash Games, além de outras novidades na festa que irá premiar os melhores de 2010. Até lá!
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pós um grande trabalho desenvolvido no ano de 2009, o presidente da CBTH – Confederação Brasileira de Texas Hold’em, Igor Federal, ganhou o prêmio na categoria Personalidade do Ano. O ano de 2009 marcou o início efetivo de um trabalho desenvolvido por Igor à frente da CBTH. Esse trabalho resultou em grandes frutos, que foram colhidos ao longo de todo o ano e culminaram com a entrada do BSOP na TV, a chegada do Poker à TV Aberta e à volta do LAPT – Latin American Poker Tour, ao Brasil – em 2010. O Prêmio mais esperado da noite foi anunciado pelo editor chefe da Revista Flop, Juliano Maesano. O Prêmio Flop de Melhor Jogador
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Caderno
Prêmio Flop
LeoBello O Friend of
Full Tilt
Andy Bloch Pág 52
brasileiro
FTOPS
Pág 54
Pág 50
Black Card Pág 56
www.fulltiltpoker.net Dead Man’s Hand, Mão do Morto A 8
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O lançamentos de uma de suas publicações foi em um grande shopping em SP
Friends Of Full Tilt
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esmo tendo nascido na cidade do Rio de Janeiro, Leonardo Soares Bello ficou famoso como um dos pioneiros do poker paulista. Criador do Circuito Paulista de Hold’em (CPH) e do grande Brazilian Series of Poker (BSOP), ao lado do também jogador profissional e Red Pro do Full Tilt Poker Leandro “Brasa” Pimentel, Leo é formado em medicina e conheceu o poker online em 2003, quando morava na Alemanha e fazia especialização na sua carreira de médico. Começou a praticar com apenas US$10 e com os ganhos em uma promoção de um site, e construiu uma carreira vitoriosa dentro e fora dos panos. Sua história começou a se misturar com a dos poker nacional quando, em 2006, voltou para o Brasil, e passou a residir em Campinas, no interior de São Paulo. Foi lá que teve o primeiro contato com o poker ao vivo. Foi também em Campinas, onde conheceu Leandro “Brasa”, em um pequeno torneio que foi o embrião do que viria a se tornar o CPH. Campeão Paulista e terceiroº colocado no Campeonato Brasileiro de 2006, Leo passou a destacar-se também em outras atividades, além da de jogador de poker. Começou a organizar torneios e criou, ao lado de Brasa, que virou seu sócio, a Nutzz Eventos – empresa que organiza o BSOP, o CPH e outros eventos de sucesso no País. No ano de 2007, deu um novo passo em sua carreira, tornando-se escritor. Lançou o livro “Aprendendo a Jogar Poker”, que hoje é o mais vendido sobre o tema no Brasil. Ficou conhecido como uma personalidade do poker nacional. Foi tema de muitas matérias em jornais, revistas, programas de rádio e de televisão. Além disso, Leo é também colunista da maior revista especializada sobre poker no País, a Flop.
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De médico a
Poker Pro “Aprenda, converse e jogue com os profissionais”
Capa de seu segundo livro
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ano de 2009 marcou o momento em que Leo decidiu largar a medicina para dedicar-se exclusivamente às atividades ligadas ao poker. Foi também em 2009 que ele lançou o seu segundo livro, Dominando a Arte do Poker. Assim como aconteceu com o anterior, a publicação seguiu um caminho de sucesso e foi muito bem recebida dentro e fora do meio do poker. Como jogador, seus melhores resultados incluem, além do título paulista em 2006, um título na série Deep Stack Extravaganza, no cassino The Venetian, em Las Vegas, e uma no Wynn Classic, no cassino Wynn – também na capital mundial do entretenimento. Além disso, ele possui diversos resultados online, conquistados ao longo dos sete anos dedicados à carreira de jogador profissional. Vencedor de três Prêmios Flop 2009, sendo um pelo BSOP, Leo atualmente ministra palestras sobre poker, é instrutor do Superpoker Training e está trabalhando em seu terceiro livro, que abordará poker e negócios. Segundo ele, sua publicação trará conceitos que servirão para ser aplicados tanto no mundo dos negócios quanto no poker. Sua contratação como Friend of Full Tilt Leo foi ao Jô Soares falar sobre Poker é a coroação de muita dedicação seu primeiro livro e trabalho em prol do poker nacional.
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Andy Bloch
Andy é um dos prós que luta pelo poker nos EUA
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ndy Bloch conheceu o poker no início de 1990, aos 21 anos, quando graduou-se em engenharia elétrica no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Começou como muitos profissionais, tratando o poker apenas como hobby e um motivo para reunir seus amigos. Só em novembro de 1992, em uma viagem de negócios a Las Vegas, foi que começou a jogar nos cassinos. A partir daí, passou a jogar duas vezes por mês no Foxwoods Casino. Em 1993, conquistou seu primeiro resultado live no World Poker Finals. Com resultados mais frequentes, Andy começou a levar o poker mais a sério. Solidificou-se, então, como um jogador de sucesso, especialmente após se tornar um profissional em tempo integral, em meados dos anos 90. Com a chegada do ano 2000, ele continuou sua escalada de sucesso. Em 2001, chegou a duas mesas finais na World Series of Poker. Além disso, terminou em terceiro lugar em dois eventos do World Poker Tour: o Foxwoods World Poker Finals, em 2002, e o LA Poker Classic, em 2003. Em outubro de 2004, Andy ganhou um torneio de NL Hold’em no Hard Rock Casino, em Las Vegas e, em novembro de 2004, foi parte da equipe americana que venceu o Hendon Mob, na Copa do transatlântico, em Monte Carlo. Essa foi a primeira vez na história que o grupo Hendon Mob foi derrotado. Entre os fatores fundamentais que contribuíram para seu sucesso no poker, ele aponta o estudo, as análises e discussões com outros jogadores e a prática. Contrariando o que muitos afirmam ser sua maior habilidade, ele afirma que seu conhecimento matemático não foi um fator fundamental para o seu sucesso no feltro. “Embora tenha ajudado de alguma forma, você não precisa de uma profunda compreensão da matemática para ter sucesso no poker. Porém, você precisa, pelo menos de forma aproximada, saber calcular as suas chances, quando estiver em uma mesa.” A história de Andy Bloch vai muito além das mesas de poker. Além do curso de engenharia elétrica, ele também formou-se em em Direito pela Harvard, no ano de 1999. Porém, ele nunca encontrou um emprego que conseguiu prender o seu interesse por muito tempo. “Eu ainda estou ‘procurando’ – pelo menos é isso que eu digo aos meus
“Aprenda, converse e jogue com os profissionais”
pais”, Comenta Andy em seu site pessoal. Ele é também um exímio contador de cartas no blackjack, mas concentra-se principalmente em jogar poker hoje em dia. Sua história ficou conhecida ao fazer parte da famosa equipe de Blackjack do MIT(Instituto de Tecnologia de Massachusetts), que fez muito dinheiro em 1990, batendo os casinos de Las Vegas, e virou tema de filme hollywoodiano.
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erguntado, certa vez, sobre quem seria o melhor jogador de todos os tempos e qual jogador mais influenciou o seu jogo, ele não teve dúvidas em apontar dois profissionais do time do Full Tilt Poker: “Phil Ivey é o meu jogador favorito e Chris Ferguson é a maior influência do meu jogo”. Em seu site pessoal, Andy procura interagir com fãs e outros jogadores. Seus tópicos variam de poker a política. O site possui também uma biografia atualizada e uma lista de perguntas frequentes, além de uma galeria de fotos. Quando perguntado sobre um conselho, ou dica, para os jogadores iniciantes, Andy sempre repete a mesma resposta: “Aprenda a fazer uma análise matemática aprofundada das mãos, longe da mesa. E sempre que você se deparar com uma mão interessante ou uma mão em que você ache que tomou a decisão errada, anote para analisá-la mais tarde. Dessa forma, você pode aprender os detalhes de estratégia que estão faltando nos livros que você leu”. Bloch doa 100% de seus ganhos online no Full Tilt Poker para instituições de caridade ao redor do mundo. Após a qualificação para a WSOP 2006, conseguida em um torneio no site, Bloch decidiu que todo o dinheiro que ganhasse no evento iria diretamente para a projetos sociais. Ele também já contribuiu com US$100,000 de seus ganhos no programa de TV Pro-Am Equalizer para instituições de caridade que trabalham em Darfur, na África.
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Eventos Online 54
Os Brasileiros
Os resultados dos Prós
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FTOPS
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ouco mais de quatro anos após a sua primeira aparição, em agosto de 2006, a Full Tilt Online Poker Series (FTOPS) teve sua 17ª edição realizada, no último mês de setembro, com um total de 34 torneios disputados nas mais diversas modalidades. Neste ano foram $19 milhões em premiação garantida, $18 milhões a mais do que o oferecido na primeira edição. Desta vez, o Brasil não trouxe nenhum título na série, mas não deixou de ter alguns excelentes resultados. Daniela Zapiello, com o nick “Danizapi”, logo no primeiro torneio da série (NL Hold’em $200+16), por pouco não chegou à mesa final, terminando em 12° lugar entre os 4.591 competidores que disputaram um prizepool de mais de $918 mil. A primeira mesa final brazuca não demorou muito a acontecer. O responsável pela façanha foi “Daniloks”, que terminou na oitava colocação, entre 8.861 pessoas, no Evento 11 (NL Hold’em $120+9), de $800 mil garantidos. Dois dias depois, no Evento 16 (NL Hold’em 1,000+60), o desempenho brasileiro foi ainda melhor, colocando dois jogadores entre os finalistas do torneio que teve 1.370 inscritos e $1,37 milhão em premiação. O terceiro lugar para “xtubax” e o quarto para “ArielBahia” valeram aos Daniela Zapiello
João Mathias
dois o melhor resultado verde-e-amarelo na 17ª edição. E um prêmio de seis dígitos para cada um deles. No Evento 18 (NL Hold’em $200+16), mais uma vez, dois brazucas estiveram na mesa final, dessa vez disputando um prizepool relativamente menor, de pouco mais de $465 mil. Victor “TeamPro brASIL” ficou com o nono lugar e “INCRÍVEL” garantiu mais um pódio, terminando com a medalha de bronze.
Entre os profissionais do Full Tilt Poker, apenas Brandon Adams levou o prêmio de campeão, superando um field com 865 jogadores no Evento 14 (Limit Omaha Hi/Lo $200+16), ficando com a maior fatia de um prizepool de $173 mil. Chris “Jesus” Ferguson também chegou longe em um torneio, atingindo a mesa final do Evento 13 (NL Hold’em $300+$22), terminando em quinto lugar. O prêmio garantido de $1,25 milhão foi superado em pouco mais de $150 mil, graças aos 4.684 jogadores inscritos. Jeff Madsen também garantiu um bom resultado para os Red Pros, com o terceiro lugar entre 1.296 jogadores no Evento 3 (NL Hold’em $300+22), torneio no qual Mike “chapmoney” Chappus conquistou sua primeira vitória na série, começando sua caminhada rumo ao prêmio de “Player of the Series”. Jeff Madsen
Brandon Adams Otranto conquista seu primeiro título na Mini FTOPS
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o Evento 20, quem brilhou foi a fera “joaoMATHIAS”, que mostrou suas habilidades nos mixed games e terminou com o vice-campeonato no torneio (7-Game $200+16), que reuniu um dos menores fields da série, com 789 jogadores, gerando um prizepool de pouco mais de $150 mil. Mais duas mesas finais brasileiras aconteceram nos Eventos 24 e 25. No Evento 24 (NL Holdem $200+16 Cashout), “CigarroBR” ficou com a quinta colocação entre 1.248 jogadores no torneio, o que garantia uma premiação de $150K. No Evento 25 (Limit Stud Hi), “Akromax” também terminou em quinto lugar, disputando um prizepool de cerca de $100K contra 445 adversários. “Kiingreen” foi o melhor brasileiro no Evento 29, um dos maiores da série, com $2 milhões em premiação e dois dias de duração, terminando em 16° lugar no torneio (NL Hold’em $2,000+100), concorrendo com 993 competidores. O título ficou com “PureProfitFour”, que levou $417 mil – valor que foi apenas superado pelos prêmios do campeão e do vice do main event. O principal torneio da FTOPS XVII (NL Hold’em $600+40) reuniu 4.805 inscritos e “TyboVegas”, apesar de ter sido o campeão, teve sua premiação superada em pouco mais de $23 mil pelo segundo colocado, “DQnk”, que garantiu $446 mil após acordo no heads-up.
“Aprenda, converse e jogue com os profissionais”
Alguns dias depois, após vencer o Evento 24 (NL Hold’em Cashout $200+16), Chappus se tornou o único jogador a vencer dois torneios da FTOPS XVII e praticamente garantiu o título de melhor jogador dessa edição, ganhando o direito de ter um avatar personalizado no Full Tilt Poker, assim como os jogadores profissionais do site. Mike Chappus conquistou duas vitórias só nessa edição do FTOPS
MiniFTOPS
A versão mais barata da FTOPS XVII – com os mesmos eventos, mas com buy-ins com um “desconto de 90%” em relação aos originais – começou cerca de um mês depois da conclusão da série principal, e o Brasil também marcou presença, com vitórias em três torneios. “JoaoDianda” cravou o Evento 3 (NL Hold’em 4X Shooutout 6-Max Turbo $30+3), deixando 4.304 oponentes para trás, após pouco mais de quatro horas de jogo. A segunda vitória brazuca veio com Gabriel Otranto, que, jogando com o nick “PaulistanoPimp”, enfrentou um field gigantesco no Evento 13 (NL Hold’em $30+3), com 15.914 inscritos, levando mais de $64 mil por sua participação. “Sujiro Kifuja” é o bem-humorado nick do terceiro brazuca a vencer na MiniFTOPS XVII, realizando a proeza no Evento 24 (NL Hold’em Cashout $22), após vencer mais de 5.290 jogadores.
FTOPS e Mini FTOPS XVII
Depois de mais uma grande participação brasileira – tanto na versão normal quanto na “mini” – a expectativa é grande com relação a mais alguns grandes resultados de nossos craques na próxima edição da Full Tilt Online Poker Series, que já tem data marcada. A FTOPS XVIII irá ocorrer entre os dias os dias 10 e 21 de novembro. A série terá, novamente, 34 torneios e um mínimo de US$19 milhões distribuídos. A Mini FTOPS XVIII está marcada para acontecer entre os dias 8 e 19 de dezembro. Boa sorte aos brazucas!
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Promoções
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exclusividade do
BLACK CARD
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Full Tilt acaba de lançar uma nova promoção para usuários VIP’s: o programa Black Card. Todos os titulares desta promoção recebem acesso exclusivo a uma área restrita, em que os usuários podem trocar Full Tilt Points (FTPs) por bônus em dinheiro, luxuosos itens e mercadorias com a marca Black Card. Como reconhecimento pelo status de elite, todos os titulares de um Black Card recebem FTPs em dobro e entradas para torneios exclusivos. Além disso, os usuários possuem direito a um tratamento preferencial nos eventos ao vivo na companhia dos profissionais do Full Tilt, incluindo acesso à suíte Pros Choice durante a WSOP. E a equipe de suporte dedicada do Black Card ainda oferece atendimento diferenciado, sob medida para suas necessidades.
1. Clique no botão Personalizar, localizado na parte de baixo do lobby, no modo de visualização Padrão;
2. Na tela de Personalização de Widgets, procure o item Status do Black Card e marque as opções de seus jogos (Normal, SnGs, Torneios e Rush Poker);
Como adquirir o seu Black Card
Como nada na vida vem fácil, para o jogador ter direito a esse programa, ele tem que atingir uma média de, pelo menos, 500 FTPs diários durante um período de 100 dias contínuos. E não é necessário se cadastrar para fazer parte do programa. Se depois desse período de 100 dias o usuário mantiver a média de FTPs, automaticamente, será reconhecido pelo Black Card e um cartão será enviado ao jogador em seu endereço de cadastro, dentro de 28 dias.
Manutenção do seu status
Após conquistar seu Black Card, você precisa manter sua média de 500 pontos diários durante um período de 100 dias contínuos para reter sua participação no Black Card. Caso sua média caia para abaixo de 500 pontos diários por qualquer momento, você entrará em um período de carência de 50 dias, enquanto tenta recuperar a média de pontos necessários. Mas manterá todos os benefícios do Black Card durante este período de carência.
Acompanhe seu status
Para saber qual a sua média diária para este programa, o Ful lTilt disponibilizou um widget com a contagem de seus FTPs e os dias restantes para atingir as exigências do Black Card. Para ativá-lo, é fácil:
3. Por último, clique em OK. Pronto! Agora vocês pode acompanhar seu status para participar deste programa.
Premiação
Após conquistar o Black Card, o usuário terá acesso também a uma loja exclusiva e tentadora. Por enquanto, a loja dispõe de poucos produtos, mas em breve, contará com alguns serviços também, como viagens a lugares exóticos, aulas de pilotagem para a NASCAR, skydiving, entre outros. Entre os produtos já idsponíveis, encontram-se jaquetas de couro exclusivas, televisores LED, filmadoras, e carros luxuosos. Além disso, é possível trocar os FTPs por valores em dinheiro. C onquistar essas vantagens tem seu preço, pois gerar 500 FTPs por dia não é uma tarefa fácil; mas não é impossível. Para bons grinders esse é um prato cheio! Então, vamos às mesas e boa sorte!
“Aprenda, converse e jogue com os profissionais”
* Patente Pendente
Sit-and-go Flop XI
Quer jogar com os profissionais? Então inscreva-se já pelo e-mail sng@revistaflop.com.br
E
ste é um torneio organizado pela Revista Flop que reúne nove jogadores, entre os grandes profissionais do Brasil, convidados e leitores, para se enfrentarem em uma mesa online. Esta seção tem o objetivo de, além de aproximar ídolos e fãs, mostrar o que cada participante pensou em cada jogada. Quer participar deste desafio? Então mande um e-mail com seus dados para sng@revistaflop.com.br.
Fábio Monteiro
Felipe Mojave
Um dos grandes nomes do Omaha no País
Uma das estrelas do poker nacional
Fernando Miranda
Leitor convidado
Felipe Balaban
Integrante do projeto SnG Team Pro
Hold’em No Limit Torneio: #180701896 Data: 26/08/2010 Buy-in: $5.50 Field: 9 jogadores Blinds: 6 min
Stack: 1.500 fichas ITM: 3 jogadores Premiação: $45 Mãos: 158 jogadas Duração: 1h07m
Marcos Forrer
Leitor Convidado
Editor e repó rter do site PokerdoBrasil.com
Um dos responsáveis pelo site Universo do Poker
Márcio Araújo
Vencedor da Etapa dos Campeões do BSOP 2009
Mão 4
| Blinds: 15/30 Pré-flop: Probala, em middle position, entrou de limp na mão e Bluechip, no big blind, deu mesa. Flop: J8A. Ambos deram check. Turn: 8. Novamente, ambos bateram mesa. River: J. BLuechip apostou 75 fichas e Probala foldou a mão. Bluechip levou o pote.
�ProBala: Vim com 77. Ainda era o início do sit, e não dava para ficar arriscando fichas com esse tipo de mão, então, joguei por set value. Como não acertei nada no bordo, decidi foldar, pois não queria gastar fichas à toa. �BluechipMG: Na quarta mão, estava no BB e recebi 76o. O ProBala só entrou de limp em MP, o que me cau-
60 | outubro
Mão 12
| Blinds: 20/40 Pré-flop: Em MP2, ProBala abriu bet de três BBs e Fernando, do botão, foi o único que pagou. Flop: 378. Ambos bateram mesa. Turn: Q. ProBala apostou 160, fazendo Fernando foldar a mão. Probala ficou com um pote de 300 fichas. �ProBala: Recebi AQo e subi três BBs em MP2. O botão deu call. O flop não ajudou e dei check porque não vale a pena dar uma c-bet nesse tipo de torneio. Peguei valor no turn e betei. Sem surpresa, o botão deu fold.
Dyonata Laitener
Diógenes Malaquias
Comecei tight, como é o padrão de sitand-go, mas resolvi abrir um raise de 70 com qualquer coisa na primeira vez que fui o button. Analisando a mão isoladamente, eu tinha certeza que esse open raise era lucrativo, pois no início do torneio, SnG ou sessão de cash em que os adversários não tem uma leitura sua, a fold equity é gigantesca, tornando lucrativa essa jogada. Porém, analisando a dinâmica de um sit, eu não tinha certeza se valia a pena arriscar aquelas fichas. O EV da jogada era tão grande que eu chutaria que sim. Todos foldaram e eu levou os blinds.
�InsideUrMind:
Lynn Gilmartin
Apresentadora do site Poker News, presente nos maiores eventos de poker no mundo
sou um pouco de receio. Coloquei ele em algum par baixo ou cartas suited. No flop e no turn batemos mesa, ambos mostrando certa fraqueza, mas ainda era muito cedo para tentar algum move. O river foi um Ás, pensei que esta carta era o desempate para os dois pares, e betei o pote – 75 fichas. ProBala deu fold. Certamente estava na mão por set value.
Mão 8
| Blinds: 15/30 Pré-flop: Com a mesa em gap, o jogador InsideUrMind, no dealer, betou 70 fichas e os blinds fugiram da jogada. Inside ficou com um pote de 75 fichas. Hunting Season A 2
�fernandommir: Não me movimentei no jogo porque simplesmente não tive nenhuma mão especulativa muito boa. Depois recebi um 55 no botão e, seguindo minha estratégia, dei call em posição apenas por set value, sabendo que se não acertasse a trinca, não jogaria essa mão, pois o risco/recompensa nesse nível de blind não era bom o bastante para jogar pela força real dela. No flop eu não acertei a trinca e meu oponente não deu cbet, o que pareceu uma fraqueza que poderia explorar. Entretanto, desenvolver uma estratégia e ficar mudandoa no meio do caminho é o mesmo que não ter estratégia alguma. Bem, não tinha muita informação sobre sua mão. Ele poderia ter um par de noves e estar esperando uma aposta minha para um check/raise. Resolvi seguir meu plano e pedi mesa para ganhar uma free card e tentar a trinca, que não veio e desisti diante da sua aposta.
Mão 14
| Blinds: 20/40 Pré-flop: A mesa rodou em fold até Marcos Forrer que, do cutoff, apostou 120 e Bluechip, no small, aumentou para 399. Forrer deu call. Flop: 463. Bluechip deu um bet/ call em cima do raise all in de Forrer. Cartas: Bluechip 99 e Forrer QQ. Turn: 4 River: 7. Marcos levou a mão com o par maior e deixou Bluechip em nono lugar.
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�Bluechip_MG: Nessa mão, eu era o small e recebi um par de Noves. A mesa correu em fold até o cutoff, Marcos Forrer, que fez o aumento básico dos três BBs. Eu imaginei que poderia ser um bet de posição e o tribetei para 399, que foi insta pago. No flop bateu somente cartas baixas, e ele deu mesa. Pensei que ele pudesse estar com AK. Dei um raise alto e o Forrer voltou all in. Como eu já estava comitado – tinha colocado mais 1.200 fichas no pote –, não tinha outra alternativa. Tive que pagar e torcer pra não ver um par maior ou uma trinca do Forrer. Nenhum Ronaldinho salvador apareceu no bordo e GG. Obrigado pela oportunidade, pessoal da Flop. �marcosforrer: Mesa veio em gap e vi QQ no CO. Fiz o bet padrão de três BBs e Bluechip, no SB, deu re-raise para 399. Decidi apenas pelo call para maquiar um pouco a força da minha mão. Depois do flop, o Bluechip já saiu disparando 799. Com um flop desse e a quantidade de fichas iniciais, optei pelo re-raise all in e tomei o call do meu adversário, que apresentou um par de 9. Turn e river vieram em branco e dobramos. Good Game para o Bluechip, hehe.
Mão 23
| Blinds: 25/50 Pré-flop: Marcos Forrer, do cutoff, abriu raise de 150 fichas e Dyonata, no big, deu call. Flop: A54. Dyonata saiu apostando 195 fichas e Forrer pagou. Turn: 7. Dyonata betou 365 e Forrer deu call. River: 2. Dyonata, com AK, deu bet/call em cima do all in de Forrer, que mostrou 3 2, venceu a mão com um straight e ainda eliminou Dyonata em oitavo lugar. �Dyonata: Recebi AKo no BB; a mesa rodou em fold até Forrer que, no CO, deu raise de três blinds. O pessoal foldou e decidi apenas dar call, pois estaria jogando fora de posição contra um jogador que apresentava um jogo sólido até o momento. O flop veio rainbow, mas com margem para straight. Resolvi fazer um bet de 1/3 do pote para testar a força do meu adversário, e recebi apenas call. O coloquei com um range Ax , 99+ ou suited connectors, devido a sua posição pré-flop. O turn trouxe um 7, o que acreditei não ter melhorado a mão do Forrer. Apostei meio pote e recebi call. O river trouxe um 2, revi o range que dei para ele e o coloquei em Ax e 99+. Apostou menos que metade do pote e o Marcos voltou all in. Como já estava pot commited, dei call e Forrer outubro |
61
Sit-and-go Flop XI mostrou 32 – uma sequência já no flop. A imagem que ele tinha estabelecido no torneio escondeu bem a sua mão – a qual considero uma jogada para metade do torneio e não para o início, como foi o caso. Bem, é GG pra mim e muito obrigado pelo convite.
apostou 150 e dei re-raise para 411, com KK. Ela acabou dando fold e eu ganhei a mão. Optei pelo raise ali, pois como era a primeira mão dela e fora de posição, acreditei que ela estava muito forte, mas ela acabou fazendo um bom fold.
marcosforrer: Estava no CO e recebi 32s. Decidi fazer um bet padrão de 3x e jogar em posição. Tomei call de Dyonata, no big. O flop foi dos sonhos: A54 – já segui. Imediatamente, Dyonata saiu atirando e apenas dei call, esperando que ele tivesse acertado alguma coisa. No turn Dyonata betou mais 365 e eu, novamente, só paguei. O No river, ele apostou 475, e dei re-raise all in, e ele deu call. Sendo meu straight superior ao jogo dele é GG, man. Agora lidero o SnG com um stack bem confortável.
�Deu_Zebra: Não tinha o que fazer; dez fichas no stack. Não paguei nem o small blind. Era all in com anything.
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Mão 27
| Blinds: 30/60 Pré-flop: Do cutoff, ProBala deu bet de 150 fichas e DeuZebra aplicou re-raise para 360. ProBala respondeu indo all in e Zebra pagou. Cartas: ProBala JJ e Deu Zebra AQ. Showdown: 29594. ProBala, com dois pares, levou a mão e deixou Zebra somente com 10 fichas.
�Deu_Zebra: Primeiramente, esta foi uma das únicas mãos que consegui ter alguma ação. A mesa estava bem agressiva e joguei com bastante cautela. Recebi AQo, finalmente uma mão decente e no botão. O raise do ProBala foi bem standard e, com AQ, decidi voltar tudo nele. Ele foi all in e o coloquei num range com cartas altas. Caí num flip que, infelizmente, não virou pro meu lado. �ProBala: Abri raise padrão 2,5x blinds no CO. O botão me tribetou e eu resolvi shovar por achar que o JJ estava na frente do range de tribet/call do Zebra. Estava certo. Ele tinha AQ e meu par segurou até o river.
Mão 28
| Blinds: 30/60 Pré-flop: Lynn, do UTG+1, apostou 150. Deu Zebra, com 10 fichas, foi all in, e Mojave, no botão, aumentou para 411, fazendo Lynn foldar a mão. Cartas: DeuZebra QJ e Mojave KK. Showdown: 8T73K. Mojave trincou no river e deixou DeuZebra em sétimo lugar. Essa foi a primeira mão que joguei. Estava bem tight, por isso resolvi jogar o TT do UTG. Recebi um raise do Mojave – que demosntrava ser bastante sólido durante o sit-and-go – e resolvi dar o fold, até porque existia um jogador em all in por menos na mão e não acreditava que ele seria capaz de fazer isso blefando. �o0o_LG_o0o:
�Felipe_Mojave: A primeira mão que Lynn jogou, e do UTG. O Deu Zebra estava all in, mas bem short. Ela
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Mão 34
Mão 29
| Blinds: 30/60 Pré-flop: Com a mesa 6-handed, InsideUrMind abriu bet de 140 do UTG e somente Lynn, do BB, deu call. Flop: K73. Lynn deu check/call na aposta de 180 de Inside. Turn: 6. Ambos os jogadores bateram mesa. River: 4. Lynn betou 270 e Inside pediu tempo e depois foldou a mão. Lynn levou um pote de 630 fichas. �o0o_LG_o0o: Paguei um raise do big blind com KJs depois de um raise de InsideUrMind. Depois do flop, acertei o top pair. Ele apostou 180 e apenas paguei, pois achei que ele estava fazendo uma c-bet. No turn demos check e senti que estava na frente, nessa hora. No river já saí betando pra ganhar a mão ali mesmo, já que seriam pequenas as chances dele ter algum jogo melhor que o meu. �InsideUrMind: Essa jogada eu penso que foi -EV. Abri raise com 98o no UTG, e em cash game sei que essa jogada pode ser lucrativa, mas em SnG, com 16 blinds, tenho minhas dúvidas. Mas não tenho embasamento pra justificar. Só o BB pagou. O flop veio K73 com flush draw. O Rei estou muito no meu range e em posição, assim, era uma situação excelente para a c-bet. O adversário pagou – o que mostra que ela tinha jogo. No river ela saiu apostando e eu desisti da mão.
Mão 34
| Blinds: 40/80 Pré-flop: ProBala, do CO, saiu apostando 175 fichas e tomou call de Fernando, no small, e Forrer, no big. Flop: 657. Fernando e Forrer deram check e ProBala betou 275. Fernando desistiu da mão e Forrer deu call. Turn: 9. Ambos bateram mesa. River: Q Forrer bateu mesa e ProBala apostou 550, fazendo Forrer, com 44, foldar a mão. ProBala levou um pote de 1.075 fichas. �fernandommir: Após alguns raises com mãos especulativas como A4s, AJ, meu stack ficou com 1.220 fichas. Com os blinds subindo e uma estrutura sem antes, o roubo de blinds não foi muito bem recompensado e precisei de um movimento extravagante para crescer meu stack. ProBala e marcosforrer se mostraram como os jogadores mais ativos na mesa e estavam com os maiores stacks. Pensando nisso, ambos eram bons alvos para
Marriage, Casamento, Royal Couple, Casal Real K Q
algum ataque. ProBala deu um raise do CO e tinha 39o no small. Pelo que pude notar, ele estava dando c-bets em quase 100% dos flops quando estava em posição, então achei que seria um ótimo momento para aplicar um movimento arriscado. Meu plano era fazer um stop/check-raise-go, que faria com que meu stack voltasse para cerca de 1500 fichas. Mas infelizmente meu plano teve de ser abortado com o call atrás do marcosforrer. do CO com 99. Peguei valor no flop com overpair e broca, resolvi dar c-bet porque seria pago por muitos draws e mãos com valor abaixo do meu. Fiz set no turn, completando a sequência para o jogador, caso ele tivesse pago com straight draw. Resolvi dar check behind, e avaliar o river, que veio uma inofensiva Dama. O BB deu check e resolvi dar um value bet, pois acho que com sequência ele tentaria extrair valor no river, após ter dado check no turn. �ProBala: Subi
Mão 41
| Blinds: 40/80 Pré-flop: Mojave, do CO, deu bet/call em cima do all in de Fernando, no botão. Cartas: Mojave JJ e Fernando 33. Showdown: QQ9A2. Mojave venceu com dois pares maiores, e eliminou Fernando em sexto lugar. �fernandommir: Pode parecer um pouco ruim este all in com 33 contra um JJ no showdown, ainda mais contra meu padrinho que me convidou para o SnG. Mas conforme minha estratégia, eu tinha que fazer movimentos que ganhavam mais fichas do que simples roubos de blinds, e achei que a oportunidade era válida. De qualquer maneira, depois dos meus cálculos a jogada parecia lucrativa no longo prazo, e o mais importante, estava de acordo com a minha estratégia prévia. Mas o engraçadinho do Mojave, mesmo pensando que era um flip, resolveu me dar call. Que descrente! Claro que não calculei tudo isso enquanto jogava. A análise de uma mão deve ser feita para que você possa incluir jogadas em seu repertório estratégico, mas, a criação prévia deste repertório e quando deve-se usar determinadas armas, é o mais importante.
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�Felipe_Mojave: Abri raise com JJ do CO e o fernandommir me voltou do botão. Pelo fato dele ter voltado all in eu vi muita fraqueza não mão dele; ou poderia ser uma jogada característica de AK ou AQ. Como na minha percepção a pior situação para mim seria um coin flip, dei o call, ele tinha 33 e eu ganhei a mão, eliminandoo do torneio.
Mão 59
| Blinds: 50/100 Pré-flop: Mesa rodou em fold até o small, InsideUrMind, que mandou all in e foi pago por ProBala, no big. Cartas: Inside A7 e ProBala AA. Showdown: 698J6. Com par de Ás, Probala eliminou Inside em quinto lugar. �Probala:
Sonho! Par de Ás e o small foi all in. É instacall!
�InsideUrMind: Estava no small e a mesa chegou em fold, até que resolvi ir all in com A7s. O big pagou e veio justamente o que não queria ver: AA. Sem chances, fiquei com o quinto lugar no torneio. Valeu pelo convite.
Mão 63
| Blinds: 60/120 Pré-flop: Mojave, do botão, apostou 300 fichas e somente Forrer pagou. Flop: 952. Forrer deu check e Mojave betou 455. Forrer deu re-raise para 1.080 e Mojave voltou all in, com AA, e Forrer deu call, mostrando TT. Turn: 2 River: 9. Mojave venceu a mão e levou um pote de 4.510, deixando Forrer short-stack na mesa. �Felipe_Mojave: Aumentei do botão com AA e o Marcos Forrer deu call do SB. O flop bateu 9 high e ele deu um check/raise all in. Dei o call e ele tinha TT. Enfim, acreditei que a jogada seria standard, apesar de que eu, no lugar dele, voltaria a aposta pré-flop fora de posição, mesmo que fosse na bolha, pois havia o risco de overcards aparece-rem no bordo e ele perder mais uma fatia do stack dele. Talvez para torneios ele possa jogar assim, mas não nos SnGs. Dobrei e fiquei grande. �marcosforrer: Esta foi a jogada chave do torneio. Estava no SB e Mojave deu raise. Tinha TT e decidi apenas dar call para jogar pós-flop e esconder a força da mão. Depois do flop, Mojave saiu atirando. Analisando o range e sua posição, pensei que podia não ter acertado nada ou ter um A9 – o que me fez decidir fazer o re-raise, levando um all in na cabeça. Já comprometido, paguei e encontrei as temidas azeitonas na mão dele. Virei o short da mesa.
outubro |
63
| Blinds: 80/160 Pré-flop: Com a mesa 4-handed, ProBala abriu bet para 320, do dealer, Marcos Forrer foi all in e foi pago por ProBala. Cartas: Forrer AT e ProBala KJ. Bordo: 66JT3. Probala fez flush e eliminou Marcos Forrer na quarta colocação. �marcosforrer: Balinha, se aproveitando da minha condição, atirava muito em meu blind e, com menos de 10BBs no stack, decidi dar re-raise all in ao seu bet de 320, segurando AT. Balinha deu call com KJ e, além do J, fez um flush no river e me colocou na bolha do torneio. GG a todos e agradeço a oportunidade de jogar com as feras e me sentir um pouco competitivo.
No botão resolvi catucar e abraçar o BB, caso ele desse all in, pois KJ jogava bem contra o range dessa posição. O big foi all in, como previsto, e eu dei call. A conta regulou e foi GG pro Forrer. �ProBala:
Mãos 92 a 130
A ação nessa fase do torneio ficou um tanto automática. Entre as mais de 50 mãos jogadas, somente em uma foi aberto o flop. E as ações pré-flop foram, basicamente, as mesmas. Com a mesa 3-handed, quem apostasse um pouco mais, roubava os blinds. E assim manteve-se um certo equilíbrio nos stacks. Destaque para a australiana Lynn Gilmartin, que soube atacar muito bem seus adversários e acabou com certa vantagem no stack, saindo de short-stack para a liderança no HU, em certo momento.
Mãos 136
| Blinds: 120/240 Pré-flop: Jogando de forma agressiva, Lynn apostou 599, do botão, e ProBala, líder no momento, foi all in. Mojave, do big, também foi all in e Lynn foldou. Cartas: ProBala AQ, Mojave TT. Bordo: 74854. Mojave venceu a mão com dois pares, tornou-se chipleader e ainda deixou ProBala short-stack.
�Felipe_Mojave: Lynn subiu pra 590 e o ProBala foi all in de 5.600. Tinha TT no big e sabia que minha mão era muito forte nessa situação 3-handed, onde ele também vai colocar pressão pra cima da Lynn. Fui all in por cima, ela deu fold e ele tinha AQo. Bem standard. Ganhei o flip e virei o chipleader.
O botão sobiu 2,5x, resolvi tribetar all in porque o jogo acelerou nas últimas mãos e acreditava estar na frente do range de open-raise do botão. Acabei encontrando o Mojave com TT e segurando o coinflip. �ProBala:
64 | outubro
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Abri raise pra 590 com KJ – que considero uma mão bem jogável. Os dois malucos foram all in e é claro que eu dei fold. �o0o_LG_o0o:
Mão 139
| Blinds: 120/240 Pré-flop: Lynn, no botão, abriu raise para 599 e ProBala foi all in de 2.860. Mojave, que era chipleader com mais de 7K, também apostou todo o seu stack, e Lynn pagou. Cartas: ProBala QJ, Mojave AQ e Lynn KK Bordo: 9K727. Lynn fez full house, eliminou ProBala e ainda virou chipleader, com mais de 10K no stack. �o0o_LG_o0o: Aumentei agora com KK do UTG – finalmente uma mão forte – e o ProBala foi all in. Eu pensei: "Esse aí tá pago!", mas aí o Felipe Mojave foi all in por cima. Maravilha! É agora que eu fico gigante! Dei o call. Bala tinha QJs e o Mojave AQo. Acertei um belo full house e nem dei chances pra eles. Ficamos eu e o Mojave no heads-up, com uma quantidade de fichas em 3-1 ao meu favor. Eu nem pude acreditar como Felipe foi all in. Eu amei que ele fez isso, me senti muito feliz de ter pego KK 3-handed e ter encontrado toda essa ação. �Felipe_Mojave: Mais uma jogada bem standard. A Lynn já estava mais soltinha e subiu do botão. O ProBala foi all in do SB. Eu tinha AQ e sabia que minha mão é muito melhor que o range de shove do ProBala, portanto fui all in por cima, mas, infelizmente, a Lynn tinha KK e perdi a mão. Aí fomos pro HU com uma desvantagem. Fiz essa jogada também, porque o range dela de call é bem curto, pois obviamente pra ela seria melhor que eu eliminasse o ProBala e então ganhasse uma posição de camarote.
�ProBala: Decidi tribetar all in o botão por achar que ele estava subindo bem light em quase todas as mãos. Ainda tinha takedown sobre eles. Infelizmente, meus dois oponentes estavam armados e aí não teve jeito. Foi GG pra mim! Valeu, pessoal da Flop, pelo convite.
Heads-up
Logo na volta do break, Probala foi eliminado e caiu na terceira colocação, garantindo, pelo menos, um ITM. Sendo assim, o confronto final foi entre o mais novo pró do Full Tilt, Felipe Mojave – que tinha 3.398 fichas –, e a apresentadora do PokerNews, Lynn Gilmartin – que iniciou o HU com uma grande vantagem, já que tinha um stack de 10.102 fichas. O confronto foi bem disputado e durou cinco minutos e foram jogadas 18 mãos, sendo que apenas duas delas chegaram a virar o flop. Mojave, mesmo short, continuou jogando agressivamente e levou a maioria dos potes pré-flop. Lynn se manteve na defensiva e tentava resistir as apostas de Felipe. Kojak, King John K J
Mão 153
Mão final
| Blinds: 150/300 Pré-flop: Lynn, ainda chipleader, abriu raise para 750 e Mojave foi all in de pouco mais de 4K. Lynn pagou. Cartas: Lynn KQ, e Mojave A8. Showdown: 678AQ. Mojave acertou dois pares e levou um pote de 8.170, tornando-se o líder e deixando Lynn com pouco mais de 5K no stack.
�Felipe_Mojave: Ela subiu pra 750 e voltei all in com A8. Bem standard. Ela deu o call com KQ e eu puxei a mão. O call foi correto da parte dela. Tinha vantagem e era a chance de fechar o SnG, sem contar que KQ jogava bem contra meu range naquela situação. �o0o_LG_o0o: Entre raises e folds, apostei com KQ e o Felipe voltou all in. Dei call pois sabia que tinha uma boa mão contra ele aquela situação. Ele mostrou A8 e era um pouco favorito. Para minha tristeza, as cartas dele bateram. Aí o jeito foi manter o equilíbrio e ir pra cima!
Mão final
| Blinds: 150/300 Pré-flop: Mojave aumentou para 600 fichas, do small, e Lynn voltou all in. Depois de pedir tempo, Mojave deu call. Cartas: Mojave A4 e Lynn TT. Showdown: K8A28. Com um esperançoso Ás logo no flop, Mojave venceu a mão conquistou sua primeira vitória no SnG da Flop. Parabéns aos participantes! �o0o_LG_o0o: Ele abriu raise e pressionou muito pré-flop. Sempre soube que ele é bastante agressivo, mas não tinha mais o que fazer a não ser ir all in. Tinha TT e essa era uma boa chance de voltar pra liderança. Voltei tudo e ele pensou muito antes de pagar com A4. Para o meu azar ele acertou o Ás – Felipe Mojave, eu te mato! – e venceu o SnG. Como eu já tinha dado all ins com KQ e me movimentado um pouco mais, achei normal o call dele, sem contar que ele tinha vantagem em fichas. Adorei muito ter participado do SnG da Revista Flop e, apesar do suckout que o Mojave deu, fiquei bastante contente com o segundo lugar. Muito obrigada pelo carinho de todos.
� Felipe_Mojave: Estava pressionando muito com a van-
tagem do stack. Veio A4o, abri raise de 3,5 BBs e ela me voltou all in. Se perdesse essa mão, ela inverteria o jogo. Achei que A4 jogava muito bem na situação, pois ela me voltaria all in com quaisquer figuras. Enfim, pensei até um pouco demais, pois a decisão era pra ter sido mais rápida, mas nunca é demais colocar o raciocínio no lugar antes de agir. Dei o call e ela tinha TT. Ficou ruim,
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mas acertei meus 30% com um Ás no flop e ganhei o torneio! Acredito que estava jogada também foi bem padrão e, pelo fato de eu estar botando pressão e ter mais fichas, não tinha como dar fold no A4. Obrigado a todos da Flop pelo convite e pela torcida da galera no chat, que é sempre muito legal. Fiquei contente que a Lynn aceitou o nosso convite e ela, com toda a simpatia que tem, conquistou ainda mais o gosto dos brasileiros e mostrou um poker de excelente nível. Abraços. �
1º
Classificação
Sit-and-go Flop XI Mão 91
Felipe Mojave 2º o0o_LG_o0o 3º ProBala 4º marcosforrer 5º InsideUrMind 6º fernandommir 7º Deu_Zebra 8º Dyonata 9º BluechipMG outubro |
65
O Por Amúlio Murta
!
voltou 66 | outubro
Katie K T
Mais de dois anos após a histórica etapa de lançamento do circuito latino na cidade do Rio de Janeiro, o Brasil voltou a receber uma etapa do Latin American Poker Tour (LAPT), promovido pelo PokerStars. Não obstante a grandeza e o requinte de sua superprodução, preparados pela organização para marcar o retorno da série ao País, a volta do LAPT representa uma vitória para o poker brasileiro, que conquistou, novamente, o direito de sediar uma etapa de um circuito internacional de poker. www.revistaflop.com.br
outubro |
67
4ª Etapa – Floripa Reconhecimento
Mesmo com o sucesso da primeira etapa, que inaugurou uma nova era para o poker latino americano, o Brasil acabou ficando de fora da segunda temporada do LAPT. Os problemas legais que aconteceram na etapa de Nuevo Vallarta, no México, somados às dúvidas sobre a possibilidade legal da realização de uma nova etapa no Brasil, fizeram com que os executivos do PokerStars, temendo um novo infortúnio, cancelassem o evento previamente agendado para o País, na segunda temporada da série. Felizmente, nesse período em que esteve ausente do calendário internacional de torneios, as lideranças do poker nacional não ficaram paradas, e o trabalho em busca da legitimidade da prática do poker no País continuou sendo feito. O surgimento da Confederação Brasileira de Texas Hold’em (CBTH), o seu trabalho na busca pela regulamentação da atividade, a realização de torneios regulares em todas as partes do Brasil e a exibição dos programas sobre poker na TV aberta foram algumas das conquistas que trouxeram a tranquilidade necessária para que os executivos do site voltassem a acreditar na possibilidade do retorno do circuito ao País. Porém, mesmo com todo o apoio do governo de Santa Catarina, que abriu as suas portas para receber o evento, a história desse retorno não foi fácil. Mas apesar da farta documentação, de federações estabelecidas e de uma Confederação Brasileira atuante, muitas pessoas ainda insistem em virar o rosto para a realidade do poker no Brasil. Por muito pouco, essa grande festa correu risco de não acontecer na cidade de Florianópolis.
A
notícia caiu como uma bomba em toda a comunidade do poker nacional. Faltando apenas alguns dias para o início do torneio, o Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa do Cidadão de Santa Catarina negou-se a conceder o alvará para a realização do evento, alegando a ilegalidade do LAPT, uma vez que, em seu ponto de vista, o evento estaria caracterizado como uma típica atividade de exploração de jogos de azar, sendo, portanto, ilegal. Para garantir a realização do evento, os advogados contratados pela organização entraram com um Mandado de Segurança. Em uma decisão inédita, após analisar a documentação apresentada pela empresa, a Desembargadora Sônia Maria Schmitz concedeu uma liminar que autorizou a realização do LAPT, reconhecendo que o poker é um jogo de habilidade e um esporte mental. Em sua decisão, a Desembargadora afirmou que: “As dúvidas, porventura existentes, acerca da ilicitude do jogo de pôquer dimanam da falta de critério objetivo que permita incluir a modalidade em atividade daquela natureza – jogos de azar. As características desta espécie de jogo, qual seja, habilidade versus sorte, são os entraves que comumente impedem a autorização de sua prática. 68 | outubro
De todo modo, do parecer elaborado pelo jurista Miguel Reale Júnior (fls. 122-152) é possível inferir que suas regras dependem de ‘probabilidades matemáticas, conhecimento das regras e estratégias do jogo, capacidade psicológica do apreender as reações dos adversários, possibilidade de dissimular as próprias cartas e de prever as cartas dos demais’ (p. 142), aspectos que entremostram, nesta fase preliminar, a proeminência da habilidade sobre a sorte.” A Desembargadora citou ainda, em sua liminar, a recente decisão da International Mind Sports Association (IMSA), que incluiu o poker entre os esportes mentais, no mesmo nível dos esportes de tabuleiro, como xadrez, dama e gamão, os quais exigem complexidade, sofisticação de conhecimento e alto nível de concentração. A jurista concluiu sua decisão fazendo menção a uma correspondência do Secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Santa Catarina expressando o seu empenho para promover o sucesso do evento e completou citando como jurisprudência uma decisão do Desembargador Irineu Mariane, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que também apresenta conteúdo similar ao exposto pela Desembargadora. Mesmo em primeira instância, a decisão da Desembargadora é mais uma conquista para os que lutam pelo reconhecimento legal da prática do poker no País!
Joe Cada, atual campeão mundial
Campeão Mundial
O Evento
Para marcar o retorno do LAPT ao Brasil, o Poker Stars escolheu um dos mais luxuosos resorts do País, o Costão do Santinho Resort & Spa. Um hotel que chama a atenção por sua enorme área de lazer, totalmente integrada à natureza. A infraestrutura, o conforto e o bom gosto integram-se a uma paisagem exuberante, com mais de um milhão de metros quadrados, totalmente preservados em uma reserva particular da Mata Atlântica. Não por acaso, durante cinco anos o Costã vem sendo reconhecido como o melhor resort de praia do Brasil em uma votação feita entre os leitores da revista Viagem & Turismo. Como em todos os eventos assinados pelo maior site de poker do mundo, a produção foi espetacular. Em um ambiente especialmente decorado, o Main Event ocupou dois salões. A disputa teve seu início no dia 5 de agosto, poucos minutos após o relógio marcar meio-dia. Embora o clima estivesse extremamente frio, a ação inicial esquentou os salões do resort na capital catarinense. Ao todo, 24 países foram representados no LAPT Florianópolis. O field total foi de 364 inscritos, e o prizepool atingiu mais de um milhão e seiscentos mil reais – o maior já pago por um torneio de poker realizado no Brasil. O ITM começou a partir da 48ª posição.
Akkari, Fernando Scherer e Otávio Mesquita, no torneio beneficente
Além da presença das estrelas do PokerStars Team Pro que estiveram na briga pelo título do circuito, o destaque ficou com a vinda do atual campeão do mundo, para prestigiar a etapa brasileira do LAPT. O simpático Joe Cada, vencedor do Main Event da Word Series of Poker de 2009, estreou na série e mostrou-se bastante satisfeito com o que viu. Além de elogiar o nível de jogo dos brasileiros, Joe confessou ser um fã de futebol e arriscou-se em uma divertida partida, juntamente com seu empresário, contra os brasileiros Marcelo Dabus, Gualter Salles e André Akkari. Mesmo não primando pela técnica, a partida foi a garantia de muitas risadas para os que puderam acompanhar o desempenho dessa turma de craques do feltro nos gramados de Floripa.
Shuffle Up and Deal
A mesa da morte
Tabu
Além da importância do Brasil voltar a integrar o calendário da série, o LAPT Floripa foi realizado com outra grande expectativa em relação à quebra de um tabu. Canine, Mongrel, Vira-Lata K 9
Mesmo em franca evolução no País, com jogadores de alto nível e diversas conquistas nos mais variados torneios ao redor do planeta, jamais um jogador brasileiro conseguiu conquistar uma etapa do circuito latino. Por diversas vezes, chegamos bem perto, tendo representantes em várias finais, porém, em todas as oportunidades, o título escapou por entre nossos dedos. Será que, agora, finalmente um brasileiro conseguiria quebrar esse tabu e conquistar o cobiçado troféu?
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Os primeiros momentos do LAPT foram quentes, e uma mesa, em especial, atraiu a atenção de todos os presentes no salão. Jogando lado a lado estavam simplesmente quatro PokerStars Team Pro, entre eles dois brasileiros: Maridu e Akkari, que estavam frente a frente com seus colegas de time, Jose “Nacho” Barbero e o mexicano Angel Guillen. Mas a lista não para por aí, completando a “mesa da morte”, o melhor brasileiro no Main Event da World Series of Poker de 2010, Eduardo Parra também marcou presença, sentado exatamente entre o mexicano e o brasileiro. Em uma mesa como esta seria natural prever que, muito em breve, alguém sairia bastante machucado. E não deu outra. Quem acabou levando a pior foi o brasileiro André Akkari, que acabou eliminado pelo mexicano Angel Guillen, ainda no segundo nível do dia, com KK nas mãos. Na fatídica mão, o mexicano, com 75, acertou dois pares no turn. outubro |
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4ª Etapa – Floripa
Felipe Mojave 28.400 UTG+1
Thiago Guedes 12.250 Botão
Mojave beta 1.025 e Guedes paga
Minha Análise
PRÉ-FLOP: Mojave aposta 750 e Guedes paga
70 | outubro
Eu estava mixando bastante minhas estratégias e resolvi jogar essa mão. A mesa era muito tranquila. Meu adversário, Thiago Guedes, é e um bom jogador e sempre faz sua lição de casa. Tudo o que fiz, foi identificar que ele estava floating. Depois de ter esta certeza, fui analisar o range de mãos que ele daria call. Sei que o que torna essa jogada quase impossível, é que grande parte do range de blefes dele acaba ganhando do meu par de 3. Não consegui colocá-lo em uma mão legítima e ele não representava nada com aquela sequência de ações, fora que eu peguei alguns tells físicos, de postura e padrão de apostas.
Mojave dá ckeck/ call na aposta de 2.075 de Guedes
RIVER
de Mojave
C
omo esperado, o momento do estouro da bolha foi muito emocionante, com dois jogadores se destacando. O primeiro deles foi o mineiro Marçal Wallacy, que roubou a cena conseguindo se safar e entrar ITM, mesmo tendo ficado com apenas um blind quando o torneio chegou a 49 jogadores. Wallacy conseguiu dobrar por duas vezes as suas fichas e deixou o desagradável posto de bolha para o jogador Alexandre Fracari, que, na mesa da TV, caiu de JJ para AT. Um Ás logo no flop eliminou o jogador paulista. Após o estouro da bolha, as eliminações aconteceram de forma relativamente rápida. O último eliminado do dia foi o curitibano Paulo Santiga, que saiu na 37ª posição. O chipleader da disputa foi o canadense Rudy Blondeau com cerca de 530K em fichas. Na segunda colocação, estava o brasileiro André Sá, com 510 mil. A posição de short-stack era ocupara pelo jogador de Balneário Camboriú, Cláudio Baptista. Entre os 36 jogadores restantes no terceiro dia, a metade era formada por brasileiros. O dia foi relativamente curto, com cerca de sete horas de disputa. No total, 26 brasileiros conseguiram chegar ITM. Ao longo dos três dias de disputa, mesmo não conseguindo um lugar entre os oito finalistas, muitos escreverem uma bela história e
TURN
Instinto Instinto
A Mão
O
grande número de eliminações já nos primeiros níveis do dia, o ritmo acabou diminuindo na medida em que se aproximava o momento da bolha. Com isso, a organização preferiu encerrá-lo quando ainda restavam 36 jogadores na briga – isso por que já eram duas da madrugada do dia 7 de agosto. O primeiro objetivo do dia, entre os 185 jogadores que iniciaram a disputa, era chegar entre os 48 premiados. Mesmo com cerca de um terço do field formado por jogadores brasileiros, muitos não conseguiram alcançar este objetivo. Alguns jogadores, que haviam feito um bom início de torneio no Dia 1, não conseguiram manter o mesmo desempenho e acabaram ficando pelo caminho.
FLOP
Porém, Akkari não teve muito do que reclamar. Após a eliminação, o brasileiro se inscreveu no Evento 2 do LAPT e conquistou a primeira posição entre os 78 inscritos. Outra história curiosa ainda nesse início de disputa foi vivenciada pelo ex-jogador de futebol Paulo Rink. Na primeira mão do torneio, após a mesa rodar em fold, um jogador que estava no botão e tinha acabado de chegar à mesa, antes de se sentar, olhou suas cartas e disse: “Estou bem, all in só para roubar os blinds”, empurrando todo o seu stack para o centro da mesa. Após o jogador do small blind desistir da ação, Paulo olhou as suas cartas e viu um lindo par de ases. Pensou um pouco tempo, anunciou o call e viu seu oponente mostrar um par de damas. Sem alterações no bordo, dobrou o seu stack e assistiu seu adversário dar adeus a disputa, após jogar uma única mão no LAPT. Oito níveis de blinds foram disputados ao longo do primeiro dia. O Brasil fechou a disputa com dois terços do field. Ao todo, 185 jogadores permaneceram na disputa. Mas o dia não foi bom para muitas estrelas brasileiras, incluindo o mineiro Caio Pimenta, Alexandre Gomes, Gualter Salles, Thiago Decano, Marco “Salsicha” Aurélio e o Presidente da CBTH, Igor Federal, que deixaram a disputa antes do encerramento do primeiro dia. Outro eliminado, quase ao final do último nível, foi o americano Joe Cada. O destaque brasileiro ficou por conta de Felipe “Mojave” Ramos, que teve um ótimo início, alavancando o seu stack e fechando o dia na terceira posição da contagem, com cerca de 100 mil fichas. Além disso, o jogador foi o autor do call mais comentado do LAPT, quando pagou com o quarto par da mesa um all in no river, em um pote de cerca de 25 mil fichas. A liderança do primeiro dia ficou nas mãos do austríaco Matthias Habernig, que fechou a disputa com quase 130 mil fichas. O segundo dia de disputa do LAPT Floripa tinha, inicialmente, a previsão de terminar quando restassem apenas 24 jogadores. Não foi o que aconteceu. Mesmo com um
Mojave dá ckeck, Guedes vai all in e Mojave paga
merecem ser lembrados nesse texto. Foi o caso de Alê Braga, que esteve entre os líderes da disputa durante boa parte do torneio, e do jogador de futebol Paulo Rink, que, após uma boa participação na WSOP 2010, repetiu a performance e voltou a alcançar a zona do dinheiro em um evento internacional. Destacando também os jogadores Pedro Velasco, Andre Sá e Cristiane Dias – que ficou em 27º lugar, sendo a mulher com a melhor colocação na disputa.
Final Table
Após três dias de jogo, o último dia do LAPT Floripa estava reservado para a decisão da final table. Nela, dois tabus em xeque. No primeiro, o jovem austríaco Matthias Habernig, chipleader do primeiro dia, tentava pôr fim àescrita de que os líderes dos dias iniciais não conseguem vencer o torneio. A seu favor, ele trazia um imenso castelo de fichas, com pouco mais de 3.200KK. Matthias chegou à final como amplo favorito. Para se ter uma ideia
Depois de juntar todas essas peças na minha cabeça, resolvi pagar e ele não tinha nada além de Q high – que era exatamente o que eu achava que tinha. Para ser sincero, acredito que eu pagarvia com KQ também, já que o raciocínio era o mesmo. Foi um call extremamente complicado e difícil, que exigiu muito do meu raciocínio e inspiração. Todos os fatores que analisei me indicavam o call, sem contar que, caso perdesse, o meu stack ainda era mais de 50BBs. Um jogador gringo disse: “Você é um dos jogadores mais sick que eu já vi, coisa de cinema, quanta autoconfiança”. Sérgio Braga comentou que foi o call mais lindo que ele já viu na carreira dele. Kokomo K 8
Rodrigo Scartezini
Cristiane Dias
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André Scaff
da imponência de seu stack, o brasileiro André Luiz Scaff, segundo colocado na contagem, possuía 814 mil fichas. O segundo tabu, tinha um especial interesse da audiência brasileira presente no salão principal do Costão do Santinho. Com cinco representantes entre os oito finalistas, será que finalmente chegara o momento do Brasil levantar seu primeiro troféu em um LAPT? Veja quem foram e os stacks iniciais dos oito finalistas:
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
Matthias Habernig 3.205.000 André Luiz Scaff 814.000 Dayan Vardanega 761.000 Robson Vinicious Kozan 598.000 Rudy Blondeau 597.000 Miguel Fernando Hoyos 511.000 Alexandre Richard Martins 435.000 Rodrigo Scartezini 204.000 A mesa final foi a mais rápida da história das três temporadas da série. Durou menos de cinco horas. Tudo começou bem para os brasileiros, com a primeira eliminação do canadense Rudy Blondeau. Em sua última mão, pouco depois de ter seu par de ases quebrado por Alexandre Richard, o canadense foi all in com o que restou de suas fichas, segurando Q5. Viu a mesa rodar em fold até a ação chegar novamente em Alexandre, que anunciou o call com A8 e eliminou-o na oitava posição. Rodrigo Scartezini emocionou a todos os presentes na capital catarinense. Há pouco outubro |
71
4ª Etapa – Floripa Dayan Vardanega
mais três meses, ele foi diagnosticado com um câncer e, a partir de então, passou a jogar poker como uma forma de terapia, enquanto faz o tratamento. Após obter a sua vaga em um dos satélites promovidos pelo PokerStars, ele conseguiu chegar à mesa final do evento e encerrou sua participação com uma brilhante sétima colocação. Em um evento com tantas histórias vitoriosas, a de Rodrigo é, sem dúvida, a maior delas. Um exemplo de força de vontade e de determinação. Em sua última mão, com cerca de 188K, ele foi all in com AA. Recebeu o call de Dayan Vardanega com 99. Tudo ia bem, até que um 9 surgiu no river e encerrou a incrível participação de Rodrigo no LAPT. O pastor evangélico André Scaff tornou-se conhecido no evento como o “filho do rei” – bordão que gritava sempre que conquistava um grande pote. Mesmo tendo chegado a FT como o segundo colocado, acabou perdendo todas as suas fichas quando bateu de frente com o chipleader, o austríaco Matthias Habernig. Acabou deixando a disputa em sexto lugar. Após eliminar o jogador Robson Kozan na quinta colocação, Alexandre Martins conseguiu respirar na disputa, mas, mesmo assim, ele era o short-stack entre os quatro jogadores restantes. A situação melhorou quando Matthias, de forma implacável, eliminou o colombiano Miguel Velasco, vencendo um coinflip. Mesmo com a ampla vantagem imposta pelo jogador austríaco, as esperanças brasileiras de conquistar uma etapa do LAPT ainda estavam vivas. Porém, o gigante austríaco ampliou a sua vantagem fazendo mais uma vítima: o brasileiro Alexandre. Ele deixou a disputa após ir all in com K9 e receber o call do austríaco, com AJ. Sem alterações no bordo, Alexandre fechou sua participação na terceira posição e o heads-up foi decidido entre Dayan Vardanega e Matthias Habernig.
Heads-up
Com dois tabus em xeque, somente um seria quebrado ao final do duelo que decidiu o título do LAPT Florianópolis. Com uma imensa vantagem construída pelo austríaco, a missão do representante brasileiro nesse heads-up era quase impossível. Matthias começou a disputa com 5.300.000 e Dayan, que jogou com a camisa da seleção brasileira de futebol, possuía apenas 1.700.000 fichas. A imensa diferença entre os dois stacks não foi suficiente para intimidar o brasileiro. Jogando de forma sólida, Dayan foi aos poucos dominando a disputa, até tomar a liderança do austríaco em uma mão que, após montar 72 | outubro
um full house no turn, foi all in no river e recebeu call do austríaco, que possuía uma trinca. Depois que assumiu a frente na disputa, Dayan continuou dominando o duelo, dando muitas “voltas” e obrigando Matthias a largar inúmeras mãos. Dessa forma, chegou a possuir quase o dobro das fichas do austríaco. Pareceu que o sonho do título brasileiro estava próximo de virar realidade. Porém, após a volta do break, com dois pares, o austríaco ganhou um pote importante que o recolocou na briga em nível de igualdade.
C
erca de dez minutos após essa mão, ele reassumiu a liderança do duelo. Na jogada seguinte, ele pôs fim a disputa pagando o all in do brasileiro, com AT, em um flop cheio de veneno: A7T. Com dois pares maiores, viu o brasileiro mostrar A7. Mesmo com todo o salão pedindo por um sete, o bordo tijolou e Dayan Vardanega ficou com a segunda colocação – a melhor de um brasileiro na série, até o momento. A vitória foi, novamente, para a Europa, com o austríaco Matthias Habernig levando a taça. Mesmo não conseguindo o tão sonhado título, a etapa que marcou a volta do circuito latino para o País, deixou um sabor de vitória para os brasileiros. Além do evento ter ocorrido sem maiores implicações quanto à contestação de sua legalidade, ele ficará marcado pela excelente organização, jogadas incríveis e belas histórias, como o exemplo dado pelo jogador Rodrigo Scartezini. O LAPT Florianópolis foi inesquecível, porém um tabu ainda está mantido. Quem será o primeiro brasileiro a conquistar um LAPT? O desafio está lançado. Os brasileiros têm uma última tentativa antes do fim da terceira temporada do LAPT. O Gran Finale acontece entre os dias 22 e 26 de setembro, na cidade de Rosário, na Argentina, e a Flop estará lá e trará em nossa próxiam edição como foi o encerramento da temporada. Até lá! O campeão Matthias Habernig
BSOP – Rio de Janeiro
A
Vitória de um gigante por Amúlio Murta
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á cerca de quatro anos comecei a escrever sobre a história do poker no País. Ao longo de todo esse tempo, documentei fatos e conversei com pessoas que fizeram e fazem a história deste esporte se concretizar, a cada dia no Brasil. O texto de hoje, funde duas histórias. A de um dos maiores ídolos do poker nacional, o carioca Christian Kruel, com a do Campeonato Brasileiro de Poker, o BSOP. Em 2009, a passagem do BSOP pela capital fluminense ficou marcada como a maior etapa até então realizada pelo campeonato brasileiro de poker. Neste ano, a segunda etapa carioca da série foi o cenário de uma história com um enredo épico. A vitória, conquistada dentro de “casa”, por um dos maiores jogadores do poker nacional. O palco, dessa vez, foi o belo Windsor Barra Hotel, mesmo local onde, no ano passado, 648 jogadores estabeleceram o recorde nacional.
Dia 1A
Entre os nomes mais conhecidos que jogaram na primeira noite de disputa estavam quatro integrantes do 4bet Team: Larissa Metran, Marcos Sketch, Andrei “Porco Espinho” e Stetson Fraiha; e três profissionais do Full Tilt Poker: Raul Oliveira, Christian Kruel e Leandro Brasa. Além deles, outros nomes ilustres do feltro estiveram presentes na briga pelo título, Java Mayam
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Jack Daniel’s J 7
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Marcos Sketch
como Alessandra Braga, Kima, Tito Feltrin, Marcus Popeye, Bruno Foster, Cláudio Baptista, Diego Vilela, Victor Sbrissa, Danilo Molina e Patrícia Kim. Uma das surpresas do dia foi o ator global Java Mayam, que fechou o dia na liderança do torneio, com 216.500 fichas. Ao todo, 57 competidores conseguiram se manter na disputa.
Dia 1B
A disuta de sábado teve um público ainda maior no Windsor Barra Hotel. Foram 347 inscritos, totalizando o field em 614 jogadores. Assim como no primeiro dia, muitos craques do feltro brasileiro foram vistos na poker room montada no Windsor. Pedro Todorovic, que a época, vinha no topo do ranking, Rafael Caiaffa, José Heraldo “Rádio” Vaughan, Piragibe Lindolfo, Max Dutra, Vavá, Isaac Esses e Flávia Kamikaze
Bedran foram algumas das feras no field do Dia 1B. Além deles, outros três integrantes do 4bet Team, Fabiano Kovalski, Caio Brites e Vini Marques estrearam no sábado, que terminou com a liderança do jogador Francisco Carlos Teixeira. Além de Francisco, outros 77 jogadores conseguiram passar para o dia seguinte.
Dia 2
A longa batalha do dia 2 começou com 135 jogadores. Foi ao longo dessa fase que Christian Kruel começou a se destacar no field. A zona de premiação começou na posição 63, e a cada nova eliminação crescia a expectativa no salão do Windsor. Celso Fiúza foi o bolha da disputa e, como normalmente acontece, após o estouro da bolha, tivemos muitas Kima
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BSOP – Rio de Janeiro eliminações. Após mais de 12 horas de disputa, seu nome estava lá, entre os nove restantes, que disputaram a grande fi nal, no dia seguinte.
Mesa final
A mesa final começou por volta das 19h com toda a atenção voltada para Christian Kruel, que pela primeira vez chegava a uma final do BSOP. Pouco mais de uma hora após o início da disputa, aconteceu a primeira eliminação quando Ricardo Milani, jogador que possui bons resultados na carreira online como “tapatapa”, incluindo um vice-campeonato do Sunday Million, encerrou sua participação, ficando com a nona posição. O segundo eliminado na mesa final foi o jogador Luiz Eduardo, que estava short-stack. Ele foi all in com T8 e recebeu dois calls. Um do jogador Eduardo Cubas, que estava no small blind com JQ e outro de Christian Kruel que, no big blind, segurava 92. O flop trouxe QTA. Os dois jogadores deram check. O turn foi um 2 e ambos repetiram o check. Um T apareceu no river, Kruel apostou 100 mil fichas, Cubas deu call e viu o pote ir na direção do Full Tilt Poker Pro. O próximo jogador a deixar a disputa foi o ator Java Mayam, que acabou eliminado na sétima posição ao ter seu AA quebrado pelo 88 de Adriano Mauá, em um call muito duvidoso. No início do outro nível de blinds, foi a vez de Eduardo Cubas deixar o torneio, na sexta posição, eliminado por Christian Kruel, que, UTG, deu raise de 320 mil fichas e recebeu um re-raise all in de Cubas, com AQ. Com AA, Kruel deu call 76 | outubro
Fala, CK!
Adriano Mauá
imediatamente e viu seu par segurar até o river. Não demorou muito para Kruel fazer mais uma vítima. Com AQ no botão, ele deu raise de 360K fichas, e Danilo Souza, no big blind, com J7, foi all in de cerca de 1.130.000 fichas. Kruel deu call e ainda acertou um straight no bordo, tirando Danilo Souza do torneio em quinto lugar. Depois foi a vez de Renan Ribas, chipleader no início da mesa final, ir para o rail, após perder, com QQ, um coinflip para o implacável Kruel que, com AK, pagou o re-raise all in de Renan, antes do flop. As Damas seguraram até o river, quando o A surgiu. Renan, outro jogador que tem ótimos resultados no poker online, como “renanr0x”, ficou com o quarto lugar.
J
á com seus lugares no pódio garantidos, Adriano Mauá, Marcelo Perrotta e Christian Kruel continuaram a batalha pelo bracelete da sexta etapa. A terceira posição foi definida quando Kruel, no small com JJ, aumentou para 980K, após raise de Adriano Mauá. Marcelo, que estava no big com A3s, foi all in por cima, com cerca de dois milhões. Kruel deu o call, viu seu par segurar e mandou mais um para casa. O heads-up merece um capítulo à parte nessa história. Começou com uma vantagem de 2:1 em fichas em favor de Kruel, mas não permaneceu dessa forma por muito tempo. Adriano conseguiu equilibrar o jogo e abrir vantagem. Os dois travaram uma bela batalha, com mais de quatro horas de duração, até que o torneio foi definido em favor de Kruel, na seguinte mão: com os blinds em 180K/360K, Kruel entrou de limp com A4, e Adriano,
com QT, deu check. O flop trouxe JA9. C.K. apostou 525 mil fichas e Adriano foi all in. Com o top pair, Kruel deu call e viu sua mão segurar até o river. A emoção tomou conta de todo o salão do Windsor Barra, quando C.K., de joelhos, comemorou seu primeiro título em um grande torneio live. Muito emocionado com sua primeira vitória, o carioca comemorou com sua família e amigos, deixando todos os presentes, e os que acompanharam ao vivo pelo MeBeliska, felizes por presenciar esse momento histórico do poker nacional. A vida de Christian possui um histórico de luta e de superação. Além disso, ele é um dos principais responsáveis pela coisa estar como está. O poker nacional possui uma imensa dívida de gratidão com esse carioca, que fez e continua fazendo muito pelas mesas do mundo. Parafraseando meu amigo Tevez, “o poker nem sempre é justo. Dessa vez, ele foi.” Parabéns, CK!
Motown J 5
Flop: Revendo os momentos de sua conquista, o que passa pela sua cabeça? Christian Kruel: Foi um torneio especial. Por todas as circunstâncias que aconteceram e pelo foco inicial, que eu consegui manter desde o primeiro dia. Uma coisa meio diferente mesmo. Dessa vez foi o torneio que eu consegui jogar mais focado. Desde o primeiro dia, muita gente viu; eu estava pequeno e consegui me segurar, acreditar, voltar pro jogo. O foco foi realmente diferente. Teve uma coisa que eu senti, que dessa vez eu iria realmente ganhar. Uma coisa meio surreal! Flop: E o diferencial de ganhar dentro de casa? Teve um sabor especial? CK: A, para o fato de ser sido dentro de casa, minha primeira vitória num grande torneio live, eu não tenho palavras. Foi o maior presente da carreira ter escrito essa história, que vai ficar pelo resto da minha vida. Flop: Na verdade, ninguém entra em um torneio acreditando que vai perder. Mas em que momento você realmente percebeu que isso era real? Quando você percebeu que realmente iria vencer o torneio? CK: Desde o começo, para falar a verdade. Ainda antes de começar eu ja estava sentindo uma coisa diferente. Eu lembro de ter brincado com o Federal e com o Brasa, minutos antes do início do Dia 1, disse que esse era meu. Mas o momento em que eu relamente fiquei muito feliz, foi quando consegui passar do Dia 1, que foi realmente um teste de fogo e, quando consegui passar, eu
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fiquei muito satisfeito. A partir daí, à medida que as coisas iam acontecendo, isso ia crescendo dentro de mim. Flop: Desde meados do ano passado você tem sido uma presença constante nas mesas do BSOP. Existia uma certa “fissura” em vencer uma etapa do “brasileirão” do poker? CK: Existia sim, cara. Principalmente por ser um torneio no Brasil, e ter toda essa coisa de desmitificar o poker no País, as questões da legalidade e do esporte de habilidade. Então, eu queria muito conquistar o BSOP. Flop: E o que significou essa conquista? CK: Independente de eu obter outras conquistas, maiores ou não, esse título será sempre marcante pra mim. Outra coisa, do ponto de vista pessoal, é aquele lance da luta, da persistência e da minha guerra. Quem me conhece sabe como eu sou com a minha carreira. As coisas acontecerem da maneira como foi, no Rio de janeiro, com minha família e amigos presentes. Me levaram a acreditar que existe algo superior. Aquela coisa da persistência, de que quando você busca, as coisas acontecem. Isso fica muito evidente para mim agora. É algo que parece meio comum, que todos falam, mas eu acho que é realmente a coisa de acreditar no sonho. Esse torneio sempre me servirá como exemplo. Existiram várias situações para pensar. Quem sabe lá na frente, numa reta final de outro torneio, eu ainda não vá aproveitar as lições que tive no BSOP? Foram muitos altos e baixos, e eu aprendi muita coisa, tanto no sentido de estratégias de torneio, quanto de vida.
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A ficha cadeira por Gualter Salles
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e uma
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época do ano mais aguardada por todos os jogadores de poker são os meses de junho e julho. Neles, a nata do poker mundial se reúne em Las Vegas para disputar a maior série de torneios do planeta. Um monte de adultos, das mais variadas idades, trabalhando e ao mesmo tempo se divertindo como alunos nas férias escolares de dezembro e janeiro. Esse ano foi a minha quarta World Series of Poker (WSOP) e tenho certeza de que por muito tempo não vou me esquecer do que aconteceu por lá. Em 2007, no evento principal, cheguei ITM na 441ª posição. Esse ano consegui ir mais longe e chegar no 117ª lugar, entre os mais de 7.200 jogadores que entraram na disputa. Um resultado que me deixou imensamente satisfeito. Mas o que foi realmente inesquecível, durante essa minha estada na Sin City, foi o que aconteceu comigo no caminho até chegar na posição. Em nenhum momento dos Dia 1 e 2, consegui acumular um stack grande. Vinha sempre ali, na média, mantendo-me com dificuldade. Meu primeiro all in no main event foi na metade do Dia 2. Num flop com QJ5 high, eu tinha AQ, dei check/raise no opositor e tomei all in. Já tinha jogado bastante tempo com ele e resolvi dar o call, pelas feiuras que ele tinha apresentado. Pote de 90K, que, àquela altura, representava o dobro da média geral da disputa. Eu tinha 48K, e o adversário, 42K. Eu mostro AQ e ele QT. Um T no river me deixou com somente dez blinds. Daí já seria um feito e tanto conseguir alcançar o ITM, que só chegaria no Dia 4. Mesmo assim, esperando as oportunidades certas e com um pouco de sorte, consegui crescer o meu stack e chegar ao meu segundo ITM no main event da WSOP, em minha quarta participação. Lembrando que a premiação começou em 747 jogadores. Na metade do Dia 5, faltavam 500 jogadores. Àquela altura todos já estavam levando U$28 mil para casa, eu tinha 140K em fichas e me envolvi nessa mão: com JJ,
acabei pagando o bet no turn – que, na minha cabeça, era o meu all in. Perdi a mão para uma trinca de 9 e já estava me levantando da mesa em direção à sala de pagamentos. Aí veio a parte incrível dessa WSOP. A crupie, uma senhora de uns 70 anos, me pegou pelo braço e falou que tinha sobrado uma ficha de 1K no meu stack e que eu ainda não tinha sido eliminado. O que aconteceu foi o seguinte: no turn o outro jogador me perguntou quanto tinha no stack, eu contei e disse 106 mil. Ele, imediatamente, betou 106K e eu dei call. Só que, na verdade, eu tinha uma ficha de 1K protegendo as minhas cartas e, como ele não deu all in e sim 106K, essa ficha sobrou na minha frente. O grande problema foi que, naquela altura do torneio, o ante era 1K, e os blinds, 3K/6K. Ou seja, eu tinha um ante na minha frente e não tinha escolha, tinha que ser na mão seguinte.
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ou contar agora a sequência de mãos que me fez voltar para o jogo. Na minha primeira mão, com um único ante, veio um 66 que segurou contra duas overcards, e cresci para 9 mil. Depois, fui o cut-off e veio um 83 que foldei. Na mão seguinte, no button, veio A2 e coloquei meus 8K na mesa, lembrando que os blinds eram 3K/6K. Um jogador em middle position isolou e fomos para o heads-up contra AJ. Com um 2 querido no river, os 8K viraram 27. Logo depois, um jogador subiu e tomou um call. Eu fui all in de 27 mil, no big, com AK e tomei dois calls. Um Ás bateu e fiquei com 105K. Depois, fui jogar quando estava no small blind e, resumindo, fui all in de novo, mais uma vez com AK e, em um novo coinflip, encontrei 77. Bateu o barbudo e os 105K viraram 250. Nessa altura, já tinha mais fichas do que no começo do Dia 5. Daí em diante, voltei ao jogo normal. Uns 20 minutos depois, subi do UTG com AA e tomei all in do cara ao meu lado. Dessa vez, foi AA contra AQ, e os 250 viraram 500K. Fechei o dia com incríveis 939 mil em fichas – que era a média do torneio naquele momento. Voltei no Dia 6 e cheguei a subir para 1.35KK, mas daí em diante as coisas deram erradas e acabei sendo eliminado em 117º, na metade do dia. Depois, fiquei lá com meu parceiro Parra, que foi muito longe e fez história ficando com a 32ª posição. A sequência de mãos que me levou de uma ficha pra 939K foi uma experiência que jamais vou esquecer. Vou estar velhinho e vou contar essa história nas mesas de poker. Enquanto há vida, há esperanca. Isso vale também para nós, jogadores de poker! Grande abraço a todos.
teStdrive
controle
O
de suas ações
as Perguntas e Respostas Frequentes. O serviço de Suporte funciona online e por telefone e, quando contactado pela nossa equipe, respondeu prontamente às nossas dúvidas.
Utilizando o Software
A
o longo do tempo, com a evolução do poker na internet, os jogadores têm buscado uma forma mais prática e confortável para enfrentar as longas sessões de jogos online. Para isso, eles contam com um grande aliado: a evolução tecnológica. Os notebooks trouxeram a possibilidade de se jogar na cama, no sofá ou de qualquer outro lugar. As chegadas dos grandes televisores de LED abriram uma nova perspectiva, possibilitando uma melhor distribuição e visualização das mesas, um benefício muito grande para os players que jogam várias janelas ao mesmo tempo. A coisa evoluiu de tal maneira que, atualmente, alguns jogadores já possuem um verdadeiro setup de guerra para enfrentar a reta dos jogos online. Porém, mesmo evoluindo, nenhuma dessas inovações conseguiu aperfeiçoar ou melhorar a forma com a qual se joga. Fatores como a otimização de desempenho e a ergonomia acabaram ficando de fora. Até agora. Acaba de chegar ao Brasil uma novidade que promete mudar a maneira de jogar poker: um controle sem fio, projetado para otimizar as ações, trazendo conforto, velocidade e precisão para o jogo de poker online. Fabricado no Reino Unido, o PokerControls começou a ser desenvolvido no início de 2006 como um projeto que aliava o conforto ao alto desempenho. Desde então, o produto passou por vários protótipos até chegar ao design considerado ideal, muito parecido com um controle de vídeo game. Para começar a usá-lo é necessário fazer a ativação e o download do software responsável pela interação entre o controle e as poker rooms. Na caixa você encontra: o receptor wireless,
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Após plugar o receptor wirelles no USB, o controle faz a sincronia e entra em modo Stand By. Para tirá-lo, basta apertar o botão com o logotipo do equipamento. Uma vez ligado, o software faz automaticamente as atualizações e salta na tela com as salas disponíveis para o jogo. A partir daí, o jogador pode escolher a sua sala preferida usando o touchpad do controle ou o botão Medidor de Aposta (raise-o-meter). um cabo USB, três pilhas alcalinas, um guia rápido de instalação e as instruções para o download do software. Até o momento em que realiza o teste, o PokerControls apresentava compatibilidade com algumas das maiores salas de poker online do mundo. Estavam disponíveis: o Absolute Poker, Cake Poker, Full Tilt, Titan Poker, PartyPoker, 888/Pacific Poker, UltimateBet, Everest, Paradise Poker, PokerStars e LadbrokesPoker. Os softwares ligados à Rede Ongame, que é bem popular no Brasil, ainda não apresentam compatibilidade com a atual versão do controle, mas a PokerControls Brasil informou que os técnicos da empresa já estão trabalhando em um projeto para a incorporação da rede, mas ainda não existe um prazo específico para que esta atualização esteja disponível.
Instalação e primeiras impressões
O PokerControls funciona com três pilhas AA. Além delas, ele oferece para os jogadores a oportunidade de se jogar utilizando um cabo USB. Se o jogador optar por jogar dessa forma, o controle funciona também como carregador e, caso utilize pilhas recarregáveis, pode carregá-las enquanto joga. A primeira impressão foi muito boa. O controle foi desenvolvido para facilitar a vida do jogador, e dessa forma é muito simples entender como funciona e começar a trabalhar com ele. De cara, identificamos a função de alguns botões e basta uma rápida olhada no Guia de Instalação para descobrir a utilidade de todos. Caso haja necessidade, o produto oferece um manual completo, disponibilizado em português em seu site – pokercontrols.com.br. Além disso, o site possui uma seção com Doyle Brunson T 2
Iniciando o jogo
Do lado direito do controle estão os botões Bet, Check/Call e Fold, que correspondem às três principais ações que você poderá tomar durante o jogo. Além deles, do lado esquerdo, estão colocados os botões de apoio e o botão giratório chamado de Medidor de Aposta (raise-o-meter). Os botões de apoio permitem, com um único clique, duplicar, triplicar ou quintuplicar as apostas. Existe também a opção de apostar o pote e ir all in. Caso o jogador queira ainda fazer outro tipo de aposta específica, ele pode usar o Medidor de Aposta, que permite uma aposta mais detalhada. Girando o “dial” para a direita ou para a esquerda ele aumenta ou diminui automaticamente o valor do bet. Após selecionar o valor desejado, basta confirmar clicando no botão “Bet”.
Jogando em múltiplas janelas
O Controle funcionou muito bem jogando, simultaneamente, em várias telas e em salas diferentes. Visando o desempenho, quando chega a sua vez de agir em determinada mesa, a tela da mesa em questão se sobrepõe às demais. Porém, para
conseguir jogá-la, é necessário que o usuário a selecione, usando dois botões estrategicamente colocados na lateral superior do controle. Quando está selecionada, a janela de jogo é sempre destacada com uma moldura vermelha com os dizeres “Table In Play”. Além de selecionar a tela de jogo, os botões laterais permitem que o usuário alterne as janelas, em qualquer momento durante o grind.
Outras funções
Além dos botões de jogo, do touchpad, e dos botões laterais, o controle possui cinco botões de apoio localizados na parte superior, que ajudam na navegação e facilitam a vida dos jogadores. São eles o APB (Auto Post Blind), o WBB (Wait for Big Blind) – ambos usados somente para cash games – e ainda as opções Sit Out (usado para entrar e sair da mesa) e Enter, para dar OK nas mensagens do sistema. Além disso, foi criado um botão de emergência, chamado Tilt, que serve para bloquear todas as janelas por um período pré-programado pelo jogador para evitar ações feitas em um momento inadequado e que podem custar muito caro.
Configurações e Sistemas
O controle funciona no Windows XP, Vista e o Win 7. Ele ainda não possui uma compatibilidade com os computadores da Apple (os Imac, Macbooks etc). Para pleno funcionamento, os softwares de poker devem estar configurado no inglês e também é necessário a instalação do Microsoft .NET Framework 3.5 – que possui download gratuito no próprio site da Microsoft. O controle é leve, de fácil entendimento, com um belo design e muito prático. A dica agora é grinde bastante e divirta-se com este novo ”brinquedinho”, que promete revolucionar o modo de jogar poker online. Opinião do Pró
Estava faltando uma opção mais moderna para melhorar a experiência do grind. Depois dos pré-ajustes, que não são tão complicados, fica muito melhor jogar. As dores no pulso diminuem e você pode ficar mais distante da tela. Os botões de Aposta/Check/Fold são fáceis de usar e não te induzem a erros, como apostar mais do que deveria ou dar aquele misclick – porque, pela lei de murphy, isso sempre acontece quando se tem menos fichas ou a pior mão. Tem ainda o All In, que você sente a adrenalina verdadeira de puxar a barra, e, por fim, o botão que ninguém quer apertar: o de Tilt. Mas que é uma verdadeira mão na roda para quem se queima quando toma bad beats – que é o meu caso. Recomendo com gosto o PokerControls. É muito bom e traz mais comodidade ao jogador!
Victor Marques
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SuperPoker Training
aulas
De volta às
Por Amúlio Murta
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esses quatro anos em que tive a oportunidade de conviver com os maiores profissionais de poker do País, uma característica me pareceu comum a eles. Sem exceção, todos sempre afirmaram a importância do estudo e do aprendizado na evolução de sua carreira. Por esse motivo, os cursos, palestras e treinamentos ministrados por profissionais do feltro têm sido uma alternativa cada vez mais buscada pelos jogadores que querem evoluir e melhorar o seu jogo. Sejam eles profissionais ou amadores. Um dos princípios essenciais do poker é que com treino e esforço é possível alcançar melhores resultados, por um processo de aperfeiçoamento da técnica, do estudo e da disciplina. As formas de estudo variam muito: alguns buscam conhecimento nos livros, revistas e sites especializados. Já outros, preferem discutir e analisar suas mãos com diversos jogadores mais experientes, na tentativa de encontrar erros ou novas formas de agir em determinadas situações. Este tipo de discussão, com um profissional vencedor, é uma possibilidade muito distante da realidade vivida pela grande maioria dos jogadores comuns, que ambicionam profissionalizar-se ou melhorar o seu desempenho. Este é o principal diferencial
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oferecido pelo treinamento, no qual jogadores renomados dividem com os interessados as suas experiências e suas técnicas vitoriosas. Participei, com muito interesse, entre os dias 27 e 29 de agosto, de uma dessas iniciativas. O SuperPoker Training é um curso com atividades teóricas e práticas que conta com a presença de alguns dos mais importantes nomes do poker nacional. Nessa primeira edição, os profissionais do Full Tilt Poker, Leandro Brasa e Christian Kruel, o escritor Leo Bello e o especialista em cash games Sérgio Braga foram os instrutores convidados para ao projeto. O treinamento, que aconteceu no H2 Club, em São Paulo, contou com a presença de 18 participantes dos Estados de Santa Catarina, São Paulo, Recife, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal, que enviou para a capital paulista cinco alunos para o treinamento. Com 24 h/aula de duração, o treinamento começou com uma breve introdução feita pelo jogador Sérgio Braga, e os participantes foram convidados a se apresentar para turma, contando um pouco de sua história e sua expectativa com relação ao treinamento. Logo após, o escritor Leo Bello, autor de dois dos mais conhecidos livros sobre poker do País, “Aprendendo Chuck Norris 9 3
a Jogar Poker” e “Dominando a Arte do Poker”, deu início à sua aula expositiva, que tinha como tema os “Conceitos Fundamentais”. Nela, Leo abordou desde temas básicos, como seleção de mãos e como criar e gerenciar um bankroll, passando por questões um pouco mais complexas para iniciantes, como o cálculo das probabilidades, odds e outs, e finalizou a primeira parte de sua apresentação com dicas e técnicas mais avançadas para o jogo pré e pós-flop. Em seguida, foi a vez do pioneiro do poker nacional, Christian Kruel, dividir toda a sua experiência de mais de dez anos dedicados ao poker. Ele falou sobre torneios multitable online, uma de suas especialidades, e em cerca de sete horas, discorreu sobre todas as fases de um torneio MTT online, dividindo cada momento da disputa em suas várias etapas: early game, middle game, bubble game, late game e, finalmente, a mesa final. Para cada uma delas, Kruel demonstrou as estratégias, jogadas padrão, moves e a relação stack/spots, além de muitos aspectos avançados do jogo, como o metagame e o choque de escolas – entre a chamada “velha guarda do poker” e a “nova geração”. Atencioso, ele procurou exemplificar vários momentos com mãos especialmente selecionadas, abrindo a discussão para o público, que pôde esclarecer suas dúvidas e interagir com ele e os outros instrutores. A aula de C.K. foi tão positiva que o instrutor acabou estourando o limite de tempo e o cronograma, inicialmente previsto para encerrar às 22 horas, e que acabou se estendendo por mais uma hora. O segundo dia começou com o jogador Leo Bello apresentando a segunda parte de sua exposição sobre “Conceitos www.revistaflop.com.br
Fundamentais”. Logo após, foi a vez do primeiro brasileiro mesa-finalista de um evento da World Series of Poker, Leandro “Brasa” Pimentel, trazer um pouco de sua experiência em torneios multitable live para os participantes do curso. Em sua apresentação, Brasa falou sobre os conceitos gerais, se aprofundando em temas mais complexos, como leitura dos adversários, padrões de aposta, range de mãos, ações elusivas e muitos outros aspectos que permeiam a complexidade do poker jogado em torneios ao vivo. Ao final, Brasa exemplificou algumas situações com mãos que jogou na WSOP e no BSOP.
O
terceiro e último dia de curso estava reservado para o cash game e começou com o profissional Sérgio Braga. Além de abordar e exemplificar com vídeos algumas mãos, ele também falou sobre os aspectos importantes para o jogador conseguir desenvolver uma carreira vitoriosa nos ring games. Braga ainda traçou um paralelo entre os cash praticados no Brasil e os das poker rooms de Las Vegas. Em sua última aula, agora sobre cash online, Leo Bello salientou a importância de ter conhecimento das estatísticas para desenvolver uma estratégia vitoriosa nos nas mesas. Para isso, apresentou alguns dos softwares mais importantes disponíveis no mercado, como o Poker Tracker, o Poker Stove e o Hold’em Manager, e também mostrou como usar e aproveitar de todas as funcionalidades oferecidas por essas ferramentas. Depois
da teoria, cada aluno teve à sua disposição um notebook para que pudesse fazer exercícios práticos em um software exclusivo. Ao final, o saldo foi muito positivo, com todos os participantes saindo satisfeitos com o conteúdo e a forma como ele foi apresentado pelos instrutores. O empresário Rogers Figueiredo, de Brasília, mostrou-se bastante contente com o curso. Segundo ele, “uma oportunidade de ter acesso a excelentes profissionais, na nossa língua, seja em cash ou torneios, para evoluir com o do aprendizado.” Também bastante satisfeito, o empresário e jogador amador Pedro Henrique Bittencourt, de Caçapava, no interior de São Paulo, destacou que: “Só a possibilidade de conversar sobre mãos e ver como raciocinam os grandes expoentes do poker no Brasil já valeu o curso! Isso sem dizer que toda a parte fundamental e teórica apresentada é de altíssima qualidade. ” A próxima edição do treinamento já possui data marcada e muitas novidades. A primeira delas é que o treinamento será dividido em dois módulos independentes, um de cash games e outro voltado para torneios. Dessa forma, o aluno pode optar por fazer o curso integral ou somente o modulo que achar mais adequado. A segunda edição do curso será realizada em São Paulo. O primeiro módulo, voltado para torneios, será entre os dias 20 e 21 de novembro. Já o segundo módulo, voltado para o cash game, será em 27 e 28 de novembro. As vagas são limitadas a 20 alunos por módulo. Para mais informações envie um e-mail para training@superpoker.com.br
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Torneios Online
João Bauer
Brasil brilha
Final Tables Brasileiras
nas mesas
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World Championship of Online Poker (WCOOP) – renomada série de torneios promovida pelo Pokerstars – nem bem havia começado e o Brasil já tinha motivos para comemorar. A nona edição da série, que neste ano contou com 62 eventos e gerou um prizepool recorde de mais de US$63 milhões, foi a maior da história. Porém, os números grandiosos da nona edição da WCOOP não foram o principal destaque da série. Para nós, brasileiros, a fantástica participação de nossos craques do feltro foi o que realmente contou. Além de conquistarmos dois braceletes, estivemos muito próximos de conquistar outros mais, além de chegarmos em várias mesas finais e alcançarmos vários In The Moneys (ITM).Vamos citar aqui, alguns dos principais resultados brasileiros no ano de 2010 na WCOOP.
A maior conquista do Online Nacional Nosso primeiro grande resultado aconteceu logo no início da série, com o evento #3 – NL Hold’em $200+15. No melhor resultado da história do poker online nacional, o jogador João Bauer bateu um field gigantesco de 12.065 adversários, em uma maratona que durou mais de 19 horas de jogo. Pelo resultado incrível, João levou para casa o prêmio de $316,702, superando as premiações de Caio Pimenta (2009) e Eduardo “Opis” (2008) no Sunday Million, além do bracelete de Thiago “thedecano” Nishijima no WCOOP do ano passado – até então, o único bracelete conquistado por um brasileiro na série mundial online. “Para falar a verdade, tudo parece ser um sonho. Parece que a ficha ainda não caiu. Só sei que lutei muito por isso, pelo reconhecimento do meu trabalho. Hoje 84 | outubro
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me sinto realizado”, disse João ao site SuperPoker logo após a conquista. Entre os jogadores superados por João Bauer estava outro brasileiro. Fabio Eiji também brilhou no Evento #3, chegando à final table e terminando na sétima colocação.
O Brasil ainda esteve muito perto de conquistar seu terceiro bracelete da WCOOP. Ao todo, foram outras quatro final tables, e a possibilidade mais próxima de conquista esteve nas mãos de Rodrigo “Zidane” Caprioli, que foi vice-campeão no Evento #51(Omaha Hi/ Lo $300+20). Caprioli encarou um field com 1.282 jogadores e, após cerca de 15 horas de jogo, acabou perdendo a disputa para o americano “mustbetilt”. Mesmo sendo um excelente resultado, este não foi o maior da carreira online do jogador paulista. Em abril de 2009, ele já havia sido vice-campeão do Evento 19 do SCOOP – Spring Championship of Online Poker, torneio de buy-in $5,000+200, disputado na modalidade Pot Limit Omaha Hi, com 190 jogadores. Além desses excelentes resultados, no poker ao vivo, o brasileiro também coleciona grandes conquistas, como a vitória na sexta etapa do BSOP 2009, realizado na cidade de São Paulo, e o 16º lugar no EPT Londres, também no ano passado. Além do vice-campeonato de Caprioli, o País ainda teve outros três representantes em mesas finais do WCOOP. No Evento #45 – NL Hold’em Turbo $250+15 –, que garantiu $300K em premiação, o mineiro Cristiano “$harkk” Soares, mentor do fenômeno Caio Pimenta, João Simão
João Simão conquista o segundo bracelete Menos de uma semana após a conquista de Bauer, a bandeira brasileira voltou a brilhar na série mundial do PokerStars. Desta vez, pelo Evento #12 – NL Hold’em Heads-Up $200 + $15 –, o responsável pela façanha foi o jogador de Belo Horizonte João Paulo “IneedMassari” Simão, que superou um field com 2.307 jogadores, após dois dias de disputa. Por sua vitória, o brasileiro conquistou o terceiro bracelete da história do poker nacional, no maior campeonato online do planeta, o segundo conquistado na WCOOP deste ano. Após uma partida semifinal de quase 1h10 de duração contra “rumchess”, João chegou ao heads-up decisivo contra “AJacejackAJ”. Em mais uma disputa complicada, o jogador mineiro contou com a torcida de ídolos do poker nacional, como André Akkari e Leandro “Brasa”, que o apoiaram até o fim da disputa pelo chat do Poker Stars. Mesmo num jogo muito disputado, João foi quem comandou boa parte da ação durante todo o HU. Em sua última mão, com TT, ele conseguiu montar uma sequência e mandou o americano de volta para casa, conquistando o segundo bracelete da temporada para o Brasil. www.revistaflop.com.br
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Torneios Online Igor Federal
Rodrigo Caprioli
Fabiano Kovalski
Além do grande resultado de Gualter, Will “hellzito” Arruda, profissional do 4bet Team e cocriador do projeto SNG Team Pro, ficou com a quarta posição neste mesmo torneio.
Resultados de destaque Bruno GT
longe, terminando na 180ª posição. Federal foi eliminado pouco depois de perder um coinflip, que o deixou com apenas apenas um big blind. O mineiro Pedro Mendes, ficou com a honra de ser o melhor brasileiro no principal torneio do WCOOP 2010, terminando na 62ª posição. O campeão do evento foi o americano “POTTERPOKER”. O jogador de Montana derrotou seu compatriota Joey Sweetp, de Portsmouth, no heads-up e embolsou a bagatela de $2,278,097 – a maior premiação já paga por um torneio de poker online no mundo. Pedro Mendes
Brasileiros brilham nos Second Chance
Fabiano “Kovalski1” foi o maior destaque brasileiro nos eventos paralelos da WCOOP 2010. O jogador do 4bet Team superou um field com 759 adversários e foi o campeão do Evento #23. Já no torneio Second Chance do Evento #45, “dridrixs” colocou o poker brasileiro no pódio, terminando na terceira posição após encarar um field com 1.317 competidores. No torneio paralelo do Evento #50, que teve 936 inscritos, dois brazucas chegaram entre os finalistas. Flávio Reis foi o sexto colocado, e Renato “psicopoker1” Falzoni, o oitavo. No Second Chance do Evento #52, Thiago “TheDecano” Nishijima ficou com a sétima posição entre os 1.126 inscritos. No Evento #55, o jogador de Fortaleza (CE) “rh300487” colocou o Brasil na mesa final, terminando em nono lugar entre os 328 competidores no field. Fechando a lista, no Second Chance do main event, torneio que reuniu 796 competidores, dois brasileiros conseguiram chegar à mesa final. O Team Pro do PokerStars, Gualter Salles, foi o melhor brasileiro na disputa, trazendo o vice-campeonato do torneio e levando um dos maiores prêmios do online brasileiro no ano: $103,480. Isso, bem no dia de seu aniversário: “Tô feliz demais.Tantas horas online e ao vivo são para alcançar objetivos como esse. Todo mundo tem seu dia. Vamooo Brasil! Tinha até esquecido, hoje é meu aniversário! Quarentão, é mole? Belo presente!”, disse Gualtinho após a conquista, via twitter (@gualtersalles).
foi mais um que por pouco não trouxe outro bracelete para o Brasil. Ele ficou com a quarta posição entre 2.987 jogadores. No Evento #49 – NL Hold’em $200+15 –, “Vitorbrasil”, do 4bet Team, foi o nono no torneio que teve 1.654 inscritos; e no Evento #50, “AAKKINA” terminou na mesma colocação que Victor, mas enfrentou um field maior, com 2.933 competidores.
Main Event
O main event da WCOOP deste ano contou com 2.443 jogadores. Esse número ultrapassou em 299 o field do ano passado, gerando um prizepool recorde de $12,215 (quase $1.500,000 a mais ano passado) e ultrapassando com facilidade os $10 milhões garantidos. Disputando na modalidade NL Holdem, com buy-in de $5,000+200 e jogada em dois dias, quatro brasileiros conseguiram avançar para a próxima fase. Garantidos no ITM, nossos representantes no Dia 2 foram: Bruno GT, Igor Federal, João Bauer e Pedro “pedmend” Mendes, com o melhor stack entre os brasileiros – cerca de 127K. Nos segundo dia de disputa, Bruno GT foi o primeiro brasileiro a se despedir da disputa, após ir all in short-stack, com AQ, e encontrar o big blind montado em um par de Ases. Terminou na 264ª posição. O segundo brasileiro a deixar a disputa foi o vencedor do Evento #3, João Bauer, que ficou com a 207ª posição. O presidente da CBTH, Igor Federal, foi um pouco mais 86 | outubro
Bicycle, Bike, Wheel, Minhoca A 2 3 4 5
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Outros brasileiros também fizeram bonito nessa edição do WCOOP, entre eles, o curitibano Luiz “mestrefilipe” de Andrade, que foi o bolha da mesa final do Evento #55 – com 1.066 participantes e mais de $1,2 milhão no prizepool. O Team Pro André Akkari também brilhou com uma 25ª colocação no Evento #9 – NL Hold’em $1,000 + $50, enfrentando um field de 1.612 jogadores inscritos e dois dias de duração. Além deles, outro grande resultado foi o do mineiro Peter Gabriel, mais conhecido como “pitãoufmg”, que terminou na sétima colocação do Evento #14 do WCOOP. O jogador caiu na bolha da mesa final do torneio knockout 6-max, após um ótimo desempenho ao longo de toda a disputa. Além dos resultados citados aqui, tivemos vários jogadores fazendo ITMs nos diversos torneios da WCOOP 2010. Isso, somado aos ótimos resultados obtidos na FTOPS e na Mini FTOPS, ressalta o crescimento e a evolução do poker nacional. E eles só tendem a aumentar ao londo dos próximos anos. Gualter Salles
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8ª Etapa – Curitiba (PR)
O Tiozão do Posto
bsop.com.br em duas mesas e, logo no início da disputa, tivemos a primeira eliminação. Em menos de 40 minutos após a primeira eliminação, quando o jogador Lívio Cesar deixou a disputa na décima posição, foi formada a mesa final.
Mesa Final
N
os dias 17 a 20 de setembro, a cidade de Curitiba recebeu, mais uma vez, uma etapa da Brazilian Series of Poker – o BSOP. A expectativa era a melhor possível, uma vez que a capital paranaense já possui uma tradição de quebra de recordes e de comparecimento maciço de jogadores no Campeonato Brasileiro de Poker. Inclusive, o recorde latino-americano de maior field de jogadores presentes em um torneio de poker pertence à capital paranaense. Recorde este estabelecido na primeira passagem do BSOP por Curitiba, em maio deste ano.
DIAS 1A e 1B
O local escolhido para a realização do evento foi o Hotel Four Points by Sheraton e, como de costume, a primeira noite de disputa teve início poucos minutos após o relógio marcar 20 horas. Ao todo, foram 380 inscritos no primeiro dia de disputa e, no início do 13º nível de blinds, com cerca de 11 horas de jogo, o dia foi encerrado. A essa altura restavam ainda na disputa 82 jogadores. A média de fichas girava na casa das 92 mil e o chipleader do dia foi o jogador Sérgio Pinheiro, da cidade de Colombo, no interior do Paraná, que tinha cerca de 320 mil fichas. Ao todo, 405 jogadores completaram o field do Dia 1B, o que totalizou 785 jogadores presentes na segunda etapa paranaense do BSOP. Entre os nomes que entraram na disputa do dia estavam o ex-jogador de futebol Paulo Rink, Daniel “Tevez” Cantera e Márcio “Kamikase”. O principal destaque ficou por conta do jogador Michel Thomaz de Souza, de Caçador/SC, que fechou a disputa na liderança, com cerca 88 | outubro
de 200 mil fichas. Ao todo, 99 jogadores conseguiram a classificação para o Dia 1.
Dia 2
Foram 181 jogadores os que iniciaram a disputa desta fase. Todos de olho na posição de número 81, quando começava a zona de pagamento. Depois de quase seis horas de jogo, a bolha estourou. No entanto, foram necessárias mais 7h30 de jogo até que o dia chegasse ao seu final. Inicialmente previsto para durar até quando restassem apenas os nove finalistas, o Dia 2 acabou sendo encerrado prematuramente, no 29º nível, por volta das 5h20 da manhã de segunda-feira. O chipleader por quaO ex-jogador de futebol se todo o dia foi o joga- Paulo Rink foi contratado dor Jefferson “Goiaba” pelo site MukiBet Melo. Sexto em fichas, Marcio “Kamikase”, que ocupava, a aquela altura, a 12ª colocação no Ranking do BSOP, era o único jogador que poderia ultrapassar o atual líder do ranking, Helson Kupczak, na briga pelo título de campeão brasileiro.
A final table foi uma das mais rápidas da história de todo o BSOP. Com pouco mais de quatro horas de duração, Curitiba viu surgir o campeão, que conquistou a todos pela simpatia e simplicidade. O principal personagem da final foi Victor Garcia, mais conhecido como Tiozão do Posto – nome muito popular fora dos panos –, por sua intensa participação nas redes sociais do poker. Após eliminar Gustavo Vascão, na 11ª posição, Tiozão assumiu a terceira posição na contagem de fichas e começou uma escalada que só parou com a conquista do troféu de campeão. Com muita calma, ele conseguiu impor seu jogo e foi o jogador que melhor se comportou ao longo de toda a mesa final. Entre os grandes momentos vividos por Tiozão, durante a Final Table, vale destacar o straight flush montado por ele, quando restavam ainda três jogadores. Mesmo fatiado nessa mão, o jogador Ricardo Mulitto ainda conseguiu se segurar, para fazer o HU contra Tiozão e ficar com a segunda colocação no evento. A terceira posição ficou com o jogador Victor Mafra. Parabéns, Tiozão do Posto, Campeão da Etapa de Curitiba do BSOP!
Flop: Você chegou ao BSOP com uma proposta diferente. A ideia era jogar e fazer uma cobertura para o seu site, o baralhão.com. Porém, desde o início do torneio, você sempre afirmou que iria ganhar. De onde veio toda essa confiança? TP: Realmente acreditei que iria ganhar, mesmo sabendo que estava lá para brincar com o evento, satirizar, trazer informações para meu site. Poder do pensamento? Autossugestão? De onde vêm essas certezas é outra história. Mas de, uma semana antes do BSOP, eu ficar repetindo pra mim mesmo que essa etapa seria minha. Flop: Você é uma pessoa muito querida no meio do poker e, durante todo o torneio, foi angariando mais e mais torcedores. Até os funcionários do hotel estavam torcendo por você. Você acredita que essa energia te ajudou na conquista? TP: Foi tudo fluindo de uma forma muito fácil. Não digo pelo torneio em si, mas pela energia que eu sentia comigo. Não sou de fazer tipo. Sou sempre eu mesmo. Onde quer que eu vá, trato as pessoas de igual pra igual, da faxineira ao top player. E acabam percebendo isso. Nunca tive intenção de fazer fãs. Já estive em vários lados do dado, então sei que o respeito, que olhar nos olhos, sorrir para as pessoas é fundamental. Isso agrega, seja simpatia, seja energia. Tenho plena certeza de que isso me alavancou nos momentos cruciais durante o jogo, dando forças, superando o cansaço e me ajudando a conseguir esperar o melhor momento. Flop: Todos sabem que você está envolvido com o poker já há alguns anos, trabalhando em comunidades e sites. Com essa vitória, você pretende investir também em ser jogador, começando uma nova carreira, talvez como profissional? TP: Não, eu realmente levo muito a sério minhas reflexões. Em meus podcasts, eu vivo falando sobre a ilusão de alguns resultados específicos. Meu foco principal continua sendo o mercado de poker, internas, projetos para desenvolvimento do esporte. Jogar é hobby sério e continuará sendo assim.
Dia 3
O último dia do BSOP de Curitiba começou www.revistaflop.com.br
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1 R oberto L essa F erreira PR 2 M arcelo R amos da F onseca RS 3 Angelo F razzon RS 4 T hiago F erreira RS 5 L arissa M etran GO 6 K aue de S ouza RS 7 Carlos A lberto M aciel RS 8 H elson K upczak PR 9 C ristiane D ias RS
1.831.000 1.032.000 955.000 807.000 740.000 722.000 492.000 447.000 232.000
O título da 7ª etapa da BSOP2010 ficou com o jogador Angelo Frazzon, que somou seus primeiros pontos no ranking e assumiu a 10ª colocação na corrida pelo título de campeão brasileiro. O quinto colocado na etapa gaúcha, o curitibano 90 | outubro
7ª etapa do Circuito Paulista de Hold’em (CPH) 2010 foi a maior da história do torneio. Ao todo, 323 jogadores lutaram pelo prêmio de R$ 45.000, que acabou nas mãos do conhecido jogador Armando Sbrissa. O torneio teve buy-in de R$ 600 (com uma recompra permitida até o quarto nível de blinds), com blinds subindo a cada 30 minutos e stack inicial de 15.000 fichas. Depois de dois dias de competição, 49 jogadores iniciaram o dia final (domingo, 22/08) buscando uma vaga entre os 36 premiados. Marcelo Esteves foi o bolha da mesa final. Mas, simultaneamente à sua eliminação, Aram Dermenjian foi eliminado em nono lugar, fazendo com que a mesa final fosse formada apenas por oito jogadores Além da vitória de Sbrissa, completaram o pódio os jogadores Ricardo Laud, segundo colocado, e Daniel Sibille que terminou na terceira posição.
A
8ª Etapa
Helson Kupczak, somou mais 229, pontos que foram suficientes para que ele assumisse a liderança na corrida pelo título de Campeão Brasileiro. Agora, o campeão da 4ª etapa (Curitiba) soma 1.909 pontos, contra 1.724 de Pedro Todorovic, que liderou a tabela desde sua vitória na primeira etapa, disputada em São Paulo, no início do ano. A segunda colocação da 7ª etapa ficou com Cristiane Dias, que começou a mesa final como short-stack, se recuperou e conseguiu chegar ao heads-up, somando 542 pontos e entrando entre os Top 20 da tabela. Marcelo Ramos da Fonseca ficou com a terceira colocação.
oitava etapa do Paulista contou com 287 jogadores inscritos, e o último dia de disputa teve cerca de 6h30 de jogo até a formação da mesa com os nove finalistas da etapa. O heads-up foi disputado entre os jogadores Rodrigo Kubitza e Cris Domeneghetti e durou cerca de 50 minutos, até que Kubitza pôs fim à disputa, conquistando seu segundo título na temporada. Porém, ele não pode comemorar sua vitória. Por suspeita de falta de combatividade entre ele e os outros dois finalistas, Cris Domeneghetti e Leandro Bran, o resultado da etapa ficou sob investigação e o resultado só foi validado na última semana de setembro. Segundo a Nutzz Eventos, organizadora do Circuito, “indícios de falta de combatividade entre os três finalistas da etapa, após um acordo entre eles, colocou o resultado sob suspeita”. Com isso, a pontuação ficou congelada e os jogadores perderam 50 pontos cada um e somaram apenas a pontuação referente à terceira colocação. Com a punição, Rodrigo Kubitza, campeão dessa etapa, não assumiu a liderança da competição. Com os 141 pontos somados após a punição, Kubitza ficou com 491 pontos. Fracari ainda lidera, enquanto Bruno Kim vem na terceira posição, com 484. Restando apenas três etapas, a disputa pelo título paulista ainda está totalmente aberta. Em nota, a Nutzz esclareceu o ocorrido e também fez questão de ressaltar o histórico positivo dos três jogadores envolvidos no caso. “É sabido que os três finalistas são pessoas idôneas e respeitadas na comunidade do poker, com excelente histórico na conduta em torneios de poker, mas tal prática é inaceitável e tem, sim, que ser punida, pelo bem do bom andamento do jogo e por respeito aos jogadores do circuito”, revela D.C.
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Helson Kupczak Pedro Todorovic Victor Garcia João “Paraná” Christian Kruel Daniel Baraad Leo Gracia Marco Antônio Cheida Márcio Murilo da Silva Marcelo Filartiga Alexandre Nudelman Ricardo Adriano Ribeiro Angelo Frazzon Neto Adriano Maua de Santana Francisco F. Braga
DATAS
E
spantando todo tipo de superstição, o Main Event da sétima etapa desta da BSOP começou a ser disputado na noite sexta-feira, dia 13 de agosto, no poker room montado no Swan Hotel, na cidade de Novo Hamburgo (RS). O Dia 1A teve um total de 155 inscritos, com 33 competidores avançando para o Dia 2. Vinícius Rodrigues, um dos muitos representantes do Rio Grande do Sul no torneio, terminou o dia na liderança, com 291.600 fichas. O Dia 1B, disputado no sábado, teve um field maior. Foram 208 jogadores registrados; o que totalizou o field em 363 entradas na etapa gaúcha. O segundo dia de abertura terminou com mais 55 classificados, sendo que a liderança ficou com o catarinense Manfred Júnior, com 186.500 fichas. No domingo, os 88 jogadores classificados retomaram a disputa, dessa vez valendo uma vaga para a mesa final e também a entrada na zona de premiação. O ITM começou na 36ª posição e o jogador Rogério Becker foi eliminado na 37ª posição, ficando na desagradável posição de bolha do torneio. A mesa final foi dominada pela presença de jogadores do Sul do País. A única exceção foi a jogadora Larissa Metran, do 4bet Team, que é de Goiás. Veja a seguir os nomes e os stacks dos nove finalistas da sétima etapa:
A
7ª Etapa
Rankings
1.889 pts 1.753 pts 1.645 pts 1.520 pts 1.367 pts 1.236 pts 1.206 pts 1.174 pts 1.107 pts 1.070 pts 1.060 pts 1.056 pts 850 pts 846 pts 785 pts
9 a ETAPA – Salvador (BA) de 21/10 a 25/10 10 a ETAPA – São Paulo (SP) de 11/11 a 15/11
Circuito Paulista 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Ricardo Fracari Rodrigo Kubitza Bruno Kim Armando Sbrissa Lucas Jikal Victor Talamini José Rufino Luis Carlos Mendoza Raphael Miziara Ricardo Lahud Rodrigo Pereira Bueno Andrey Lago Roberto Rodrigues Rodrigo Garrido Daniel Sibille
DATAS
bsop.com.br Foto: Ricardo Frantz
7ª Etapa – Porto Alegre (RS)
circuitoholdem.com.br
494 pts 491 pts 484 pts 450 pts 440 pts 351 pts 350 pts 340 pts 338 pts 290 pts 273 pts 270 pts 240 pts 221 pts 211 pts
10 a ETAPA – 05/11 a 07/11 11 a ETAPA – 03/12 a 05/12 Local: H2 Club – São Paulo (SP) Atualizado em 02/06/2010
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91
coluna
SnG Team Pro
colunas@revistaflop.com.br
como calcular o EV em
suas jogadas Saiba como identificar quais situações podem ser lucrativas na hora do jogo
F
ala, galera da Flop! Para encerrar o nosso mini curso, vamos apresentar algumas situações em que você precisará de todos os conceitos que já foram tratados nesta coluna até Por Caio Brites* hoje. Agora falaremos sobre um dos termos mais importantes do jogo, o expecteded value (EV), e analisaremos algumas jogadas à partir dessa perspectiva.
O EV nada mais é do que a soma dos possíveis resultados que podem ocorrer depois de sua ação. Para uma análise desses resultados, é necessário que você domine os conceitos de pot odds, range e equidade – os quais já apresentamos anteriormente. Mostraremos, com exemplos, como funcionam os cálculos. As mãos a seguir foram retiradas da sessão de SnGs de 45 jogadores no fórum 4bet.
Mão 1 MP1 2.426 # 12,13 BBs
fold fold
MP2 1.250 # 6,25 BBs
fold
UTG+1 1.780 # 8,9 BBs
CO 2.070 # 10,2 BBs
Reads: considere que esta é a metade do tor-
neio e os jogadores no big blind e small blind são desconhecidos.
SnG Team Pro
O projeto é uma iniciativa que busca transformar jogadores regulares, de stakes baixos, em jogadores prós de sit-and-gos em stakes mais altos.
@SnGTeamPRO 92 | outubro
Análise: Essa situação não é tão desesperadora, mas também não está tranquila. Uma das jogadas corretas, nesse estágio, é partir para o roubo de blinds para a manutenção e o crescimento do stack. Com aproximadamente dez big blinds em fichas, não se tem mais espaço para raise/fold, pois perde-se 25% delas – o que compromete o fold equity –, mas temos um stack perfeito para push, já que ainda há uma boa taxa de takedown, forçando os blinds a foldar a grande maioria das mãos. Neste caso, contra desconhecidos, estima-se que o call será dado apenas de 77+, ATs+, ATo+ – que compõem 7,5% do range. Contra esse call ainda teremos 35% de equidade. Vamos às contas:
UTG 6.371 # 12,74 BBs
fold
Blinds 250/500
D
5.005
Botão 5.005 # 10,1 BBs
UTG+1 9.410 # 18,82 BBs
fold
fold
fold
fold CO 4.277 # 8,55 BBs
fold
MP3 2.536 # 5,07 BBs
MP1 - Hero 11.580 23,16 BBs
MP2 14.906 # 29,81 BBs
Mão 3 Botão 3.845 # 4,81 BBs D
SB 14.535 # 18,17BBs
fold
fold
fold D
MP 8.096 # 10,12 BBs
SB 5.200 # 26 BBs
Em um primeiro cenário, todos foldam para o shove e ganha-se 1,5BBs. Isso acontecerá em 85% das vezes – já que em 15% toma-se o call. Então, 1,5 (blinds) x 0.85 (quantidade das vezes que os vilões foldam) = 1.275 Em um segundo cenário, tomamos o call do small ou do big e perderemos todas as fichas em 65% das vezes. Então: 10.5 (o stack, em blinds) x 0.15 x (-0.65) (quantidade de vezes em que perde-se o stack) = -1.023 Ainda em uma terceira hipótese, tomamos call do small ou do big e dobramos o stack (35% das vezes). Então: 21 (valor aproximado do pote final) x 0.15 x 0.35 (quantidade de vezes em que vencemos) = 1.102 Agora soma-se as partes: 1.275 - 1.023 + 1.102 = 1.354. Isso significa que essa jogada tem uma expectativa de ganhos de 1,354 big blinds por jogada.
UTG+1 8.560 # 10,7 BBs
estatísticas perdedoras e 43% de steal em late position.
Análise: spot claro de shove. Temos
tudo a nosso favor. Vilão loose-agressive no cutoff, subindo bastante. Percebam que 43% do range é 44+, A2s+, K2s+, Q4s+, J6s+, T7s+, 97s+, 87s, A2o+, K6o+, Q8o+, J8o+,T8o+, ou seja, muita coisa! Nosso AQo está anos luz à frente desse range. Nosso stack é de 12,5 BBs. Temos takedown de sobra, por se tratar de SnG, com esse stack. Apesar de ser bolha, o dead money do raise de três vezes compensa muito nosso shove. Se o vilão pagar com 10% do range, temos ainda 50% de equidade, o que torna nossa jogada muito lucrativa. Vamos às contas: Vilão folda 77% das vezes para o nosso shove – dentro dos 43% das vezes que ele abre raise – regra de 3 básica. Então, [3 (raise em big blinds) + 1,5 (blinds)] x 0,77 = 3.465 www.revistaflop.com.br
fold
fold
Reads: bolha do torneio e o vilão tem
????
Reads: esta é a mesa final do SnG,
na qual premiam sete jogadores, o vilão é um regular big winner em sits desse aspecto.
Análise: o vilão, sendo regular big
1.250
fold
Blinds 400/800
Botão - Hero 2.100 # 10,5 BBs
BB 3.495 # 17,47 BBs
BB 6.080 # 12,16 BBs
SB 7.335 # 14,67 BBs
2.400
fold UTG 2.628 # 13,14 BBs
Raise All in
CO 13.374 # 16.72 BBs
fold
Blinds 100/200
Mão 2
BB - Hero 9.950 12,44 BBs
winner, sabe que sua fold equity nesse spot é marginal, por se tratar de um raise de regular (sim, também recebemos notes) em posição mediana da mesa. Ele estima um range de open raise para nós, a nosso ver, um tanto tight (algo em torno de 15%: 77+, A7s+, K9s+, QTs+, JTs, ATo+, KTo+, QJo). Por isso, acreditamos que o vilão faça esse move com uma parte pequena do seu range, ou seja, apenas por valor. Podemos fechar seu range, então, para 88+, AJs+, AQo+. Vamos às contas: temos que pagar 3.755 fichas para concorrer ao pote, que já está em 7.005. Portanto, temos odds de 1:1,8 necessitando de uma equidade de aproximadamente 35,71% para nosso call ser break even. Contra o range estabelecido, a nossa mão tem 31,65% de equidade. Portanto, fold fácil.
UTG 9.140 # 11,43 BBs
Vilão paga em 23% das vezes, sendo que: a) em 50% ele vence, então: 12,5 (valor do stack em big blinds) x 0.23 (quantidade de vezes em que ele paga nosso shove) x -0,5 (quantidade de vezes em que perdemos) = -1,4375 b) em 50% dobramos, então: 25,5 (total do pote em BBs) x 0,23 x 0,50 (quantidade de vezes em que vencemos) = 2,9325 EV da jogada: 3,465 + 2,9325 1,4375 = +4,96. Ou seja, temos uma expectativa de ganhos de 4,96 big blinds por jogada. E com estes exemplos espero que você tenha entendido como calcular o Expected Value (EV), um conceito que pode parecer um tanto complexo, mas é necessário para você identificar quais jogadas podem ser ou não lucrativas no longo prazo. Ah! Não pense que é necessário jogar com uma calculadora do seu lado. Com o tempo e bastante prática, fazer
cálculos como esse será fácil. Tenha em mente que a matemática do jogo serve para facilitar a sua vida, mas não é ela quem vai guiar 100% de sua estratégia. Com isso, fechamos o mini curso preparatório para o SnG Team Pro. É claro que, para ingressar no projeto, não basta só ler as nossas colunas. É preciso estudar e aprofundar seus conhecimentos para se tornar um vencedor no poker. Gostaria de lembrá-los que discussões desse tipo são muito comuns no fórum 4bet, portanto, convido todos para acessá-lo e elevar ainda mais o nível do seu jogo: www.4bet.com.br. Estaremos sempre à disposição para discutir mãos e contribuir da melhor maneira possível! Um abraço. * Caio Brites é jogador profissional de poker e um dos idealizadores desse projeto. Contribuíram para esta coluna: Fabio Eiji e Andrei Mosman. outubro |
93
coluna
Leo Bello
como usar corretamente os
softwares Programas de estatísticas auxiliam bastante na hora de tomar as decisões
N
o final de agosto tive o prazer de participar do primeiro SuperPoker Training. Eu fui um dos organizadores e instrutores –, mas o que mais me espantou e me faz abrir a coluna dizendo sobre minha participação é e o quanto eu também aprendi no processo. Primeiro, porque tive a oportunidade de ver as palestras do Christian Kruel, Sérgio Braga e Leandro “Brasa”. Ou seja, eu também pude ouvir os mestres e colegas falando. E ainda, como o curso foi feito em três dias, pude me aprofundar em conhecer um pouco mais dos alunos que participaram. Mas, ao invés de rasgar seda, deixem eu tentar contar um pouco de como foi a experiência de uma forma diferente, porque sei que, para falar do evento, já existe uma matéria específica. Decidi basear o que vou falar em um dos temas que foi dos mais interessantes do curso: o uso de softwares de auxílio para cash games online. Após passar dois dias falando de conceitos fundamentais e explorando lados avançados de metagame com exemplos, e ainda tentando mostrar a matemática por trás de decisões, me surpreendi ao perceber que naquele
Leo Bello
Sócio da Nutzz! Eventos – responsável pelo BSOP e CPH, é também o escritor mais importante do poker nacional e faz parte do Friends of Full Tilt Poker.
@leobello 94 | outubro
grupo poucos conheciam esse lado do online, o que acaba sendo uma desvantagem para quem não utiliza. Usando palavras dos próprios alunos: “Nossa, mas dá pra saber mais do cara do que a mãe dele sabe?” – referindo-se a como as estatísticas sobre as jogadas de um adversário conseguem mostrar as tendências dele em uma mão. Enquanto eu explicava sobre o Poker Tracker, que é o software que utilizo para construir meu banco de dados sobre adversários, pude, em tempo real, utilizar os dados a nosso favor em uma mão. Estávamos no button em uma mesa NL100, e tínhamos no cutoff um adversário que tinha um VPIP de 41 e um PFR de 10. O que são esses termos e números? VPIP (Voluntary Put Money In Pot), traduzido livremente, significa a porcentagem de vezes que um jogador colocou dinheiro em um pote pré-flop voluntariamente (ou seja, não conta as vezes que ele colocou por ser um blind). Um cara que tem um VPIP de 41, como citado, é extremamente loose, ou seja, está jogando mãos demais, com provável má seleção. Para vocês terem uma ideia, para jogar tantas mãos ele tinha que estar jogando potes com mãos até
do Grupo V e VI, como: 77, 87, Q9s, T8s, 76s, Axs, 65s, 66, AT, 55, 86s, KT, QT, 54s, K9s, J8s, 75s, e, claro, todas as melhores que essas. Ou seja, o adversário tem um range bem aberto de mãos para ver o flop. O PFR (Pré-Flop Raise) é a porcentagem de vezes que ele aumenta pré-flop, ou seja, é um número que varia de zero até o próprio VPIP. Nesse caso, ele só aumenta cerca de 10% das jogadas, ou seja, apesar de ver o flop com várias mãos, ele só aumenta, em teoria, com suas melhores (pocket pairs e Grupos I e II). Esse adversário no cutoff dá limp e nós temos, no button, Q8o. Apenas para demonstrar o poder dos dados, resolvo fazer um 3-bet light, com uma mão bastante ruim, mas sabendo que o adversário não deve ter um jogo muito forte, senão teria aumentado. Os blinds foldam, ele chama o nosso aumento, vemos o flop com um pote de $10. No flop vem A8J. Acertamos apenas o menor par da mesa, mas, devido às estatísticas do adversário, não me assusta o A no board. Ao contrario, é até bom. Começamos, a olhar para outras estatísticas, que eu mostrava no Poker Tracker, em tempo real, para os alunos. Entre elas, que ele não costuma largar quando alguém faz uma continuation bet, mas que ele larga muitas mãos no river. Apostamos meio pote e ele dá call. O turn não muda a situação, e opto por fazer uma nova aposta, dessa vez, de 2/3 do pote. Ele chama novamente, mas não sem antes pensar um pouco. O river é favorável, traz uma Dama. Mas na realidade, pouco importa. O adversário dá check e eu disparo a terceira aposta, como estava nos nossos planos. Ele folda imediatamente. A leitura do adversário pelos números nos ajudou a ganhar um pote significativo de quase 50 big blinds. Jogamos em posição e com os dados a nosso favor. Claro que também tivemos que ler a situação como um todo. Mas, foi uma boa demonstração de uma jogada que eu nunca faria, se não tivesse apoiado pelos números daquele jogador. Se não soubesse suas tendências, teria largado o Q8 pré-flop mesmo. www.revistaflop.com.br
P
ara dar o curso, eu comecei, uma semana antes a criar um novo banco de dados no Poker Tracker. Jogando NL100, sempre com seis a oito mesas, durante, pelo menos, uma hora por dia. Os dados dessas sessões, que chegaram a cinco mil mãos, serviram para fazer várias análises. É claro que a amostragem era pequena e não dava para ser fidedigno, antes que alguém venha a levantar esse ponto. Mas era suficiente para que pudéssemos explorar o software e suas possibilidades. Mostrei como conforme minha posição, os ganhos melhoravam na mesa. Mostrei quais mãos eram mais lucrativas e revisamos algumas sessões jogadas, colocando notes nos adversários. Foi uma das partes do curso mais produtivas e, quando acabou, os alunos pediram mais. Sugeri que o próximo curso tivesse mais dessa abordagem prático-teórica. Uma pena que, ao mesmo tempo, essa aula foi uma ducha de água fria. Não acredito que no nível que o cash game online está hoje, um jogador consiga ser lucrativo sem dominar todas as ferramentas ao seu dispor. Ele tem que realmente saber as últimas tendências lendo fóruns, vendo vídeos, discutindo mãos e situações com os amigos. Tem que ser disciplinado e precisa jogar várias mesas de uma vez para diminuir a variância. E precisa usar softwares, como o Poker Tracker e Hold’em Manager, e revisar suas sessões constantemente. Ou seja, é realmente trabalhoso. Se o que você quer é apenas se divertir, nem se importe em procurar aprender essas ferramentas. Agora, se quer ser profissional e ganhar dinheiro com cash online, se prepare para um longo e árduo caminho. Quem quiser participar dos próximos cursos, pode enviar e-mail para:
leobello@nutzz.com.br meu novo cargo no Full Tilt Poker. Quando vocês lerem essa coluna é capaz de me encontrarem no site com o nome em vermelho. Embora muitos tenham me felicitado como o mais novo Red Pro do Brasil, gostaria de salientar que o meu caso é diferente. Eu fui contratado como Friend of Full Tilt, que vem a ser um grupo de jogadores que são do time, mas não por méritos como jogador, e sim por sua contribuição editorial ou por pertencer ao mundo do entretenimento. Mais ou menos o que aconteceu com o Gualter Salles e a Maridu no Poker Stars antes deles se tornarem Team Pro. Na prática, não muda nada. Estou representando o Full Tilt e lutando por ele no Brasil, e estou mega honrado de participar desse time. Agora, vou procurar levá-lo onde for, nas minhas palestras, livros e viagens pelo País. Será um prazer jogar com vocês pelas mesas, e gostaria de dizer que esse foi mais um sonho realizado. Me orgulho de fazer parte desse time junto com Leandro Brasa, Christian Kruel, Raul Oliveira e, agora, Felipe Mojave.
training@superpoker.com.br
E, para encerrar a coluna, gostaria de comentar sobre outubro |
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ADTP
coluna@revistaflop.com.br
dicas para organizar um
torneio de poker Quais as preocupações de um diretor de torneios ao montar um evento
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lém de aplicar as regras e supervisionar as condutas dos jogadores em um evento, um dos principais papéis do diretor de torneio ocorre antes mesmo do dia da competição Por Juliano Maesano* – é quando ele se reúne com os organizadores para definir a estrutura de blinds do torneio, que inclui o número de fichas do stack inicial, o tempo de subida de cada nível de blind, e os saltos em valores que ocorrem entre cada nível. Junto disso, ele também deve levar em conta se o público prefere um torneio com re-buys ou um freezeout, e pensar no número de horas e dias disponíveis para os participantes. Além disso, ele tem que se certificar que o evento possui o número ideal de fichas e seus devidos valores, para que os jogadores se sintam confortáveis o tempo todo, sem já ter que começar a ficar implorando por troco de fichas menores nas primeiras mãos, e também sem ter que esbarrar em pilhas gigantes de fichas com pequeno valor no final do torneio. Tenho certeza que vocês já passaram por isso, não é? Como a maioria dos eventos possui fichas de 25 e 100 como as menores e iniciam nos blinds 25/50 ou 50/100, o ideal é sempre ter oito fichas de 25 e oito fichas de 100, formando 1.000 fichas do seu stack inicial. Daí o resto pode ser em fichas de 500, 1.000, 5.000, e por aí vai. O problema é quando nos dão quatro fichas de 25, apenas, e logo na terceira mão já temos que ficar brigando por troco. Isso irrita os jogadores e atrasa o andamento do jogo. O mesmo ocorre no final, se não há uma boa quantidade de fichas para fazer trocas, color-up e chip-race. O torneio vai afunilando, e sempre temos alguns jogadores com verdadeiros castelos de fichas pequenas. Alguns são sensatos e não usam as fichas de 25 e 100 para pagar um small blind de 5.000, mas existem muitos jogadores que fazem questão de ficar usando as fichas pequenas, causando um suplício para contagem nas ADTP apostas e atrasando mais ainda o jogo. A Associação de Diretores de Torneios de Caso você se encontre nessa situação, faça um Poker (ADTP) foi criada em 2005 e, agora, é o braço regulamentador da Confederação favor, por mim: empilhe as fichas pequenas de Brasileira de Texas Hold’em. vinte em vinte e deixe-as de canto, só usando 96 | outubro
em última instância, no seu all in. Para pagar os antes, blinds e apostas, use as fichas grandes, ajudando o dealer e outros jogadores a contar facilmente e fazer o jogo seguir sem atraso. Garanto que será melhor para você também!
E
nfim, parece tudo até muito fácil, mas só com uma boa experiência as coisas saem exatamente como planejadas. Afinal, os jogadores são as peças cruciais que ditarão o ritmo do torneio, e é por isso que algumas vezes os diretores mudam a estrutura anunciada no meio da disputa, para proteger o interesse dos jogadores e de um torneio bem jogado. Obviamente que tudo isso depende muito do tipo de torneio a ser disputado. Suponha que tenha um evento em São Paulo em plena terça-feira, dentro de um novo clube de poker. Se você tem alguma experiência, sabe que o trânsito não deixará que seus jogadores cheguem muito cedo, portanto o ideal é marcar o início entre 21h e 22h, e ainda abrir uma hora de late registration, para tentar garantir o maior número de interessados. Evite ao máximo deixar o início para muito tarde, pois, apesar do field conter alguns jogadores profissionais e semi-profissionais, grande parte do público tem que trabalhar no dia seguinte e não quer sair do clube já pela manhã, a não ser que esteja acompanhado de um enorme prêmio em dinheiro – nesse caso, ninguém reclama mesmo. Então, você tem que criar uma estrutura que dê tempo aos atrasados de poder fazer o buy-in, mas que não o estenda muito, garanta que a maioria dos jogadores saia para casa antes das 3h da manhã, exceto pela mesa final ou últimos três jogadores. Isso signifca um torneio semi-turbo, com cerca de seis a sete horas de duração para cerca de 60 jogadores. Se não quiser fazer re-buys, comece com um stack de oito a dez mil fichas e blinds entre 25 a 30 minutos. Caso opte por uma estrutura com recompras, pode começar com três a cinco mil fichas e blinds mais curtos, com 20 a 25 minutos de duração. Procure sempre fazer o add-on com a mesma quantidade ou um pouco a mais que
o stack inicial e de recompra. Esqueça grandes intervalos e permita no máximo um rápido break de dez minutos para o banheiro.
A
gora, um caso diferente. Você tem um torneio para fazer em três a quatro dias – em um fim de semana de sexta a domingo. Nesse caso, a estrutura permite um stack inicial maior, entre 15 a 20 mil fichas, e blinds mais longos, entre 45 minutos a uma hora. Você pode programar intervalos mais razoáveis a cada duas horas e até um break para almoço ou jantar. Nesses eventos maiores, muita gente se programa para um final de semana, portanto, muitos ficam chateados se são eliminados antes da final e não têm nenhuma distração pelo resto do evento. Faça torneios menores paralelos ao principal, que podem ser em outra modalidade, como Omaha, ou uma versão menor do torneio principal. Esses eventos atraem a maioria dos jogadores que foram eliminados, mas também acabam sendo uma opção para aqueles jogadores que não têm bankroll
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para o evento principal, ou até para seus acompanhantes – é muito comum vermos esposas, pais e até filhos de jogadores engatando nos eventos paralelos.
A
inda nesse tema, há outra coisa a se pensar quando se organiza um evento desse porte: muita gente não quer ou não pode gastar confortavelmente o buy-in do torneio. Para isso, você pode criar uma grade de satélites ao vivo. Você vai notar que mesmo aqueles que pagariam a inscrição acabam arriscando conseguir uma vaguinha via satélite. Afinal, é bem melhor jogar pagando 10% do buy-in – além de que muitos jogadores gostam de participar pelo prazer mesmo. Uma opção mais moderna é também criar satélites pela internet, com ou sem pacotes de viagem incluídos como prêmio aos vencedores. A maioria dos organizadores já possui os contatos com os principais sites de poker e é capaz de organizar uma boa grade de satélites, como vemos no Full Tilt, PokerStars, Tower e outros. Na pior das hipóteses, você consegue criar um torneio privado
ou particular com senha nestes sites e faz o satélite você mesmo, usando a transferência de fichas online via software, ou até em conta bancária, para controlar as inscrições.
C
omece experimentando todas essas variáveis nos pequenos eventos que realizar para seus amigos, ou até mesmo nas sessões caseiras de poker. Você pode até revezar semanalmente este cargo entre os participantes da sua turma de jogo, e depois juntos avaliarem as melhores variáveis para cada tipo de evento. Você vai entender que existem limites que devem ser respeitados e passar a enxergar com outros olhos as decisões dos organizadores de torneios. Organizar pequenos eventos é uma ótima experiência para quem planeja se aprofundar nas regras e procedimentos de torneios de poker. Tenho certeza de que será uma ótima experiência para quem idealiza, e também para quem joga! Juliano Maesano já atuou como diretor de torneios e é um dos membros fundadores da associação.
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Sporting Bet
como investir nas ligas de beisebol O site possui as melhores opções de aposta no esporte mais famoso nos EUA
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ssim como os brasileiros exercem uma paixão fora dos limites por futebol, os americanos também possuem seu fanatismo pelo beisebol. Esse esporte, pouco conhecido aqui no Brasil, é um dos mais famosos nos Estados Unidos, perdendo só para o basquete. Apesar de não ser o preferido dos brasileiros, apostas nas ligas americanas são algumas das favoritas dos apostadores. Assim como no futebol, no beisebol também é possível apostar no vencedor do encontro, como no jogo abaixo entre o Philadelphia e o NY Yankees. Como já sabemos, o favorito da partida sempre tem sua cotação (odd) mais baixa, por ser o time que joga em casa, e dessa vez eram os Yankees que tinham a vantagem de jogar no seu estádio.
James Keane
Vice-presidente de Mercados Internacionais da SportingBet.com
@sportingbetBR 98 | outubro
O beisebol é dividido entre American League e National League, e cada uma dessas ligas é subdividida entre times do leste, centro e oeste. Ao contrário do que acontece com o Campeonato Brasileiro, por exemplo, em que temos as Séries A e B com as mesmas regras, porém com notória diferença entre a qualidade dos times das duas séries; no beisebol essa divisão é ao contrário. Não há diferença entre a qualidade dos times em nenhuma das duas ligas; porém, há diferença nas regras. Acontece que essa diferença é tão pequena que quase não faz efeito sobre os resultados. Ao final dos playoffs, termo utilizado para mencionar uma série de sete jogos entre os times da mesma liga, temos a MLB (Major League Baseball), que é como se fosse a final da Copa Libertadores, por exemplo, em que os vencedores da American League e da National League se enfrentam também em uma série de sete jogos. Os Yankees e os Phillies são ambos da divisão leste,
porém os Yankees são da American League, e os Phillies da National League. Eles disputam agora a final da MLB, e disputam o sexto jogo.
O
nome que aparece ao lado é o nome do melhor arremessador (pitcher) de cada time. Ele é destacado na aposta por ter grande influência no resultado final do jogo, já que seu desempenho pode mudar o rumo das apostas. Apenas por curiosidade, os Yankees e os Phillies possuem entre si uma rivalidade típica de Corinthians e Palmeiras ou Flamengo e Vasco, justamente por fazer parte da mesma subdivisão (leste). O New York Yankees já ganhou o título da Major League Baseball 26, enquanto o Philadelphia possui apenas quatro troféus. No beisebol, cada equipe ataca e defende alternadamente. A equipe visitante tem o direito de começar o ataque, que é feito com apenas um rebatedor (batter), que, ao conseguir rebater a bola e começar a correr para alcançar as bases, torna-se corredor (runner). A outra equipe se defende com nove jogadores em campo. Uma partida é formada por nove entradas, ou innings. Cada uma dessas entradas é formada por um ataque e uma defesa, e quando a equipe que defende consegue eliminar três atacantes adversários, ela passa a atacar. O ataque de uma equipe tem o objetivo de marcar pontos, mais conhecidos como run. Os pontos são chamados de runs pois para consegui-los a equipe não depende exclusivamente de rebater a bola de forma que seu adversário não consiga capturá-la, mas também
colunas@revistaflop.com.br do runner alcançar a base principal, ou home base, antes de o adversário pegar a bola. O runner marca ponto, ou run, quando consegue alcançar tal base principal. Como em toda aposta esportiva disponibilizada no site da Sporting bet, no beisebol também não poderia faltar a opção de handicap. Aqui, os handicaps se relacionam com os runs da partida.
O
s handicaps dão certa vantagem ou desvantagem para a equipe na qual está sendo colocada a aposta. Por exemplo, ao apostar nos Phillies com handicap de +1.5, significa que para a sua aposta o Philadelphia começa o jogo com 1.5 run a mais que o New York. Ou seja, para que sua aposta seja vencedora, os Yankees precisam perder o jogo com mais de 1.5 runs de diferença dos Phillies. Neste caso,
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o favorito também tem sua odd mais baixa e, na maioria das vezes, tem seu handicap negativo. É possível apostar também no total de runs dessa partida na forma de handicap. Como se pode observar abaixo, os apostadores do site podem escolher se a partida terá mais ou menos de nove runs.
C
durante os playoffs, e, claro, durante toda a história da MLB. Apesar de suas regras serem um tanto quanto diferente das quais estamos acostumadas, o beisebol não deixa de ser um esporte para os apostadores que gostam de se aventurar. A Sportingbet sempre disponibiliza as apostas desses jogos ao vivo, o que traz muito mais adrenalina na hora de investir seu dinheiro em um ou outro time. Fica aqui mais uma dica!
omo não poderia faltar na Sportingbet, apostas curiosas também existem para este esporte. É possível apostar se o total de runs da partida será número par ou ímpar e ainda se o total de runs de cada time será par ou ímpar. O esquema para calcular as cotações no beisebol é o mesmo que o dos outros esportes. Os traders da Sportingbet levam em consideração o desempenho dos times
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Tower Torneos
www.towertorneos.com
A Tower entra na era
RadiofÔnica Durante três dias da semana, é possível acompanhar o que rola nas mesas
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Daniel “Teves”
É o argentino mais brasileiro no poker nacional, além de uma grande personalidade muito conhecida nos feltros. Agora, é Diretor-Executivo de Afiliados do Tower Torneos, para a América Latina.
@towerbrasil 100 | outubro
não estou me referindo àquele cidadão de Campinas, aquele que cospe quando fala; vocês o conhecem bem. Sempre achei que informar a respeito do que acontece em um torneio de poker ao vivo é, com certeza, uma baita prestação de serviço e uma ótima forma de mostrar aos que não estão no local, as performances dos jogadores envolvidos. Foi assim quando, trabalhando pelo Poker Info, fizemos a primeira cobertura de um torneio no Brasil, lá no Omega (o Robigol arrumou uma nota!). Tower Torneos, por meio do Hércules, viu isso como uma ferramenta fundamental e imprescindível para que um torneio seja bem noticiado, e com o Tower Cruise 2 fizemos a primeira cobertura ao vivo de um torneio, diretamente de um navio, do meio do oceano. Arrebentamos! O resto, vocês sabem: especializei-me nisso e, a partir da aposta da Tower, passei a viver disso e para isso. Chegou o poker na TV ao vivo, que foi um golaço! A consequência foi surgir, então, uma rádio que anime os satélites das promoções da Tower Torneos. Iniciamos timidamente e deu boa, muito boa mesmo. Hoje, no portal Club do Tower, temos transmissão três vezes por semana dos nossos satélites. Uma acontece às sextas feiras, com os torneios Super Promotion de US$10+1, no formato deep stack, com pacote garantido para o Tower Cruise 5 – essa que tornou-se, na recém-terminada temporada de Porto de Galinhas, a melhor sexta-feira de toda a internet. A Rádio Tower está no ar também aos domingos, no tradicional Super DeepStack, e ainda escolhemos um dia da semana de forma aleatória para entrar no ar e integrar ainda mais a Família Tower. Pegou bem, a audiência é muito boa. Hércules, Tevez e Horacito comandam a divertida transmissão, sempre com a presença de jogadores que estão no momento disputando ou já foram eliminados. Descontraidamente
comentamos o que está acontecendo e temos um chat em que os ouvintes fazem as perguntas ou comentam, podendo participar ao vivo.
É
isso: quando se tem uma empresa como Tower Torneos, que dá instacall numa ideia, e profissionais técnicos com capacidade de colocá-la em prática, fica conosco a parte mais fácil, divertir-se, esculhambar alguns e comentar jogadas boas e ruins para todos os que estão ouvindo. É, primeiramente, uma excelente ferramenta informativa, e a Tower Torneos demonstra seu empenho em tratar os jogadores como pessoas e não como um nick ou um gerador de rake, que vai fazer parte das estatísticas diárias na hora de fechar seu balanço comercial. Tower fecha balanços humanos, e essa humanidade dentro do poker pode se ver em poucas salas de jogo. Fica aqui, então, o convite para acessar o www.clubdotower.com e quando o banner estiver no ar, às sextas, domingos e em um dia da semana aleatório, você poderá, ao mesmo tempo em que participa dos nossos satélites para o Tower Cruise 5, ouvir na Rádio Tower o que de melhor acontece, sempre com aquela descontração séria que nos caracteriza. Vamo Rádio Tower que Todaviaaaa!
Social
LAPT – Florianópolis (SC) Dias: 05 a 08/08 Buy-in: US$ 2.500 + 200 Estrutura: 20K – Freezeout Blinds: 60 min Prizepool: US$ 910.000 Local: Costão do Santinho Field: 364 inscrições ITM: 1º ao 48º
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Social
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BSOP – 6ª Etapa / RJ
BSOP – 7ª Etapa / RS
Dias: 23 a 26/07 Buy-in: R$ 1.200 Estrutura: 20K – Freezeout Blinds: 45 min Prizepool: R$ 614.000 Local: Windsor Barra Hotel Field: 614 inscrições ITM: 1º ao 63º
Dias: 13 a 16/08 Buy-in: R$ 1.200 Estrutura: 20K – Freezeout Blinds: 45 min Prizepool: R$ 363.000 Local: Swan Hotel Field: 363 inscrições ITM: 1º ao 36º
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PRÊMIO FLOP
BSOP – 8ª Etapa / PR
Dia: 15/09 Local: Four Points Sheraton Cidade: Curitiba Cobertura: MeBeliska.com 18 categorias 3 homenagens especiais Jogador do Ano: Alexandre Gomes
Dias: 17 a 20/09 Buy-in: R$ 1.200 Estrutura: 20K – Freezeout Blinds: 45 min Prizepool: R$ 785.000 Local: Four Points Sheraton Field: 785 inscrições ITM: 1º ao 81º
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Glossário A
Add-on: ato de comprar fichas adicionais durante um torneio. Geralmente, eventos com re-buy permitem add-on liberado para todos os jogadores. All in: quando um jogador aposta todas as suas fichas em uma mão. All in mode: quando um jogador tem poucas fichas em relação aos blinds, estando sujeito a aplicar um all in a qualquer momento. Ante: aposta colocada na mesa por todos os jogadores antes de começar a mão. Average: média de fichas em um torneio ou mesa, normalmente calculada dividindo-se o número total de fichas pelo número de jogadores restantes.
B
Bad beat: jogada em que o favorito perde a mão quando seu oponente, com poucas chances, consegue acertar uma carta. Bankroll ou BR ou Cacife: quantidade de dinheiro que o jogador tem para jogar. Belly buster ou “Racha”: carta de meio de uma sequência. Bet: apostar. Big bet: aposta que, em jogos fixed limit, acontece no turn e river. Big blind ou BB: aposta obrigatória colocada pelo jogador sentado na segunda posição. Blank: carta comunitária inútil, que não faz muita diferença para qualquer dos jogadores. Blind ou Pingo: aposta obrigatória. Bluff: blefe. Board: cartas distribuídas viradas para cima, para que todos os jogadores as vejam. Em jogos com flop, são cinco cartas comunitárias no centro da mesa. No Stud, são quatro cartas pessoais, à frente de cada jogador. Bounty: recompensa em prêmio ou dinheiro que um jogador ganha por ter eliminado de um torneio outro jogador. Bring-in ou Abertura: aposta forçada, na primeira rodada pelo jogador que recebeu a carta aberta mais baixa, no Seven Card Stud. No Razz, quem faz a abertura é quem tem a carta aberta mais alta. Broca: ver Gut Shot Straight Draw. Bubble ou Bolha: posição em que um jogador é eliminado de um torneio, logo antes de entrar na faixa de premiação. Quando esse jogador é eliminado, diz-se que a bolha estourou, e, dali para a frente, todos os jogadores entram na faixa de premiação.
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Button ou Botão: outro nome para a posição de dealer na mesa, que é representada por um disco branco, à frente do jogador. Buy-in: valor da inscrição em um torneio.
C
Call: pagar uma aposta. Calling station: jogador passivo que não costuma repicar e que paga mais apostas do que deveria. Cap: efetuar o último repique permitido em uma rodada. Em jogos limit, há o limite de três repiques. Cards speak: termo que indica que o que vale são as cartas do jogador, mesmo que ele anuncie verbalmente um jogo errado. Cash game: o jogo a dinheiro, sem ser torneio, no qual o jogador pode entrar e sair quando desejar. Também chamado de ring game. Cash out: sacar o dinheiro. Check: dar check é continuar no jogo sem apostar; passar a vez, pedir mesa. Check-Raise: quando o jogador primeiro dá check e, depois que alguém aposta, ele repica. Chip: ficha. Chipleader: o líder em fichas, o primeiro colocado em um torneio. Chop: devolver os blinds aos jogadores que os colocaram e seguir para a próxima mão, se nenhum outro jogador entrou na jogada. Também significa “dividir a mesa” e, normalmente, só existe em jogos ao vivo. Também é usado em finais de torneio, quando se pretende propor um acordo. Clubs: naipe de paus. Coinflip: situação em que dois jogadores têm chances quase iguais de ganhar a mão. Cold call: quando o jogador paga mais de uma aposta ou repiques, sem ainda ter posto nada na mesa. Collusion: conluio. Comportamento desleal adotado por dois ou mais jogadores que atuam de forma ilegal, em parceria. Connectors: duas cartas em sequência. Continuation bet ou C-bet: é quando um jogador dá sequência ao raise pré-flop com uma aposta no flop, tenha este melhorado ou não a sua mão. Cut-off: posição do jogador na mesa, anterior à posição do dealer.
D
Deal: acordo.
Dealer: pessoa que manuseia as cartas, distribui a mesa e monitora o jogo. Também conhecido como croupier. Dealer position: o último jogador a apostar em uma rodada. Deep Stack: estilo de torneio que traz muitas fichas no stack inicial e níveis de blinds longos e de subida leve, beneficiando jogadores mais técnicos. Diamonds: naipe de ouros. Door card: primeira carta exposta, ou carta aberta, em uma mão, em jogos Stud. Draw: quando um jogador ainda não está com a mão feita, mas espera que, com as próximas cartas, consiga uma boa mão. Ocorre para sequência (straight draw) ou cor (flush draw). Drawing dead: quando o jogador está em um draw, esperando uma carta para fechar seu flush ou sequência, mas, mesmo que ele consiga, não terá chances de vencer, pois o oponente já possui mão superior.
E
Early positions: as quatro primeiras posições da mesa.
F
Fee: valor da inscrição destinado aos organizadores de um torneio, não integrando a premiação. Field: refere-se ao número de participantes de um torneio. Final table ou FT: mesa final. Fish: é o jogador com pouca habilidade, “pato”. Five-Card Stud: modalidade de poker em que cada jogador recebe cinco cartas, uma fechada e quatro abertas, com apostas após a segunda, terceira, quarta e quinta cartas. Também conhecido como Stick de cinco cartas. Float: pagar uma aposta, normalmente no flop e com posição, com a intenção de blefar mais adiante na mão. Flop: as três primeiras cartas comunitárias que são abertas no centro da mesa, ao mesmo tempo, nas modalidades Hold’em e Omaha. O flop também indica a segunda rodada de apostas. Flush ou Cor: cinco cartas do mesmo naipe, independentemente do valor. Flush draw: tentativa de flush. Quando um jogador tem quatro cartas, todas do mesmo naipe, e espera receber uma quinta para fazer um flush. Fold: correr, desistir da mão quando é a sua vez de jogar.
Fold equity: é a chance de você ganhar o pote porque seu oponente desistirá. Four of a kind ou Quads: quadra. Freecard: carta grátis, que o jogador vê sem ter que pagar alguma aposta, pois todos bateram mesa. Freeroll: torneio gratuito, com prêmios em dinheiro. Freezeout: formato de torneio em que não são permitidos re-buys. Full house: uma trinca e um par.
G
Gap: conceito que diz, em resumo, que para pagar uma aposta ou aumento, um jogador deve ter cartas melhores do que ele teria para ser o primeiro a apostar ou realizar um raise. Grinding: jogar com um estilo de poucos riscos e de lucro modesto durante muito tempo. Gut shot straight: sequência que ainda precisa de um “racha”, para ser formada. O mesmo que Inside Straight.
H
Hand range ou apenas Range: gama de mãos possíveis que um adversario pode ter, baseado em suas observações sobre seu jogo. Heads-up: mano a mano. Quando apenas dois jogadores estão envolvidos numa mão, torneio ou jogo, um contra o outro. Hearts: naipe de copas. Hi-Lo: jogos de divisão da mesa entre os jogadores com a melhor mão alta e baixa. Também chamados de high/low ou hi-low. High card: uma mão de cinco cartas que não contém nenhum jogo formado, usando apenas a carta mais alta. High stakes: jogo de cacifes altos. Hole cards ou Pocket cards: cartas que o jogador recebe e somente ele pode ver e usar.
I
Implied odds: probabilidade implícita. Cálculo semelhante ao pot odds, mas que leva em conta informações que o jogador tem de seus adversários, podendo assim alterar as probabilidades com suas ações. Instacall: quando um jogador paga imediatamente uma aposta ou raise. In The Money ou ITM: expressão que indica o jogador que já garantiu uma parte da premiação. www.revistaflop.com.br
K
Kicker: carta de desempate, é a mais alta carta sem par na mão de um jogador, a que geralmente resolve a jogada em caso de empate, caso dois ou mais jogadores tenham mãos iguais. Se todos tiverem o mesmo kicker, analisa-se o segundo kicker e segue-se até haver desempate. Kill: nesta modalidade, as apostas dobram quando um mesmo jogador ganha a mesa duas vezes seguidas.
L
Late positions: as duas últimas posições da mesa. Leak: falha que um jogador costuma cometer repetidamente, e precisa ser detectada para sua melhoria. Limit ou Fixed Limit: É uma variação de formato de apostas, que significa que o valor das apostas são limitados. Limp: ato de apenas pagar a aposta do big blind. O jogador que deu limp, ou sempre o faz, é chamado de limper. Live: jogo ao vivo. Loose: estilo do jogador que joga muitas mãos, mesmo com jogos de médio valor.
M
Main pot: o valor do pote principal que está sendo jogado na mesa. Middle position: as posições intermediárias da mesa. MIssclick: é quando um jogador que está jogando online clica acidentalmente em um botão errado. Exemplo: um jogador quer dar fold, mas por descuido clicla em call ou raise. Mixed games: são torneios de poker que envolvem mais de uma modalidade a ser jo-gada no mesmo torneio. Por exemplo, o HORSE (Holde’m, Omaha, Razz, Stud e Eight or Nothing). Move: jogada. Muck: sair do jogo sem mostrar a mão. Também designa o monte de cartas que já não estão em jogo. Multitable ou MTT: torneio com várias mesas, que são remanejadas a fim de manter o equilíbrio no número de participantes.
N
No Limit ou NL: É uma variação de formato de apostas que significa que não há limite sobre o valor das apostas.
Note: anotações que um jogador faz sobre os seus adversários na mesa. Nuts: a melhor mão possível em uma determinada altura do jogo.
O
Odds: Probabilidade de se fazer uma mão. Offsuit: Cartas de naipes diferentes. Omaha: Modalidade em que cada jogador recebe quatro cartas fechadas, com cinco cartas comunitárias. Para fazer a sua mão, o jogador é obrigado a usar duas de suas cartas e três das cartas comunitárias. Online: jogo pela internet. Open: abrir, fazer a primeira aposta. Open-ended straight: sequência de duas pontas, que ainda precisa de uma carta para ser completa, em qualquer um dos lados. Opening hands: mãos que o jogador seleciona para entrar em uma jogada. Outs: número de cartas restantes no baralho que podem melhorar a mão. Over aggressive: estilo de jogador muito agressivo, que aposta e repica muitas mãos. Over the Top: quando um jogador dá um raise ou all in over the top, ele está apostando por cima de uma aposta ou raise de um jogador anterior. Overcall: é pagar uma aposta depois que um ou mais jogadores já tenham pago. Overcard: aarta da mesa, maior do que o par que está na mão do jogador. Overpair: um par na mão do jogador, que seja mais alto do que qualquer uma das cartas na mesa.
P
Pocket: são as cartas fechadas que o jogador recebe. Pot ou Pote: É a quantidade de fichas que fica ao centro na mesa. Pot committed: Situação em que o jogador já pôs tantas fichas no pote, e este está tão grande, que, mesmo sem ter o melhor jogo, ele acaba pagando mais apostas. Pot Limit ou PL: É uma variação de formato de apostas, que significa que o valor das apostas são limitadas ao valor do pote. Pot odds: Cálculo do custo-benefício para pagar uma aposta, relacionado ao valor que já existe no pote, levando em conta as chances de o jogador acertar a carta necessária para ganhar a mão. outubro |
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Glossário Prizepool: Valor total das premiações em um torneio. Push: Movimento de dar all in.
R
Rack: espécie de bandeja de plástico transparente que comporta 100 fichas de poker, em cinco fileiras de 20 fichas. Railbird: alguém que permanece numa sala de poker, observando os jogos. Rainbow: quando, no flop, as cartas da mesa são de naipes diferentes. Raise: aumentar, repicar. Ragged: é o flop (ou do bordo) que parecem não ajudar a nenhum dos jogadores na ação. Rake: comissão. Porcentagem de fichas retiradas do pote pelo cassino, ou pela sala de poker, ou pela organização do jogo. Razz: Jogo semelhante ao Seven Card Stud, só que nele a menor mão ganha a mesa. No Razz, não existe flush ou sequência, então o melhor jogo seria A-2-3-4-5. Re-buy: recompra. Alguns torneios permitem recompras, normalmente na primeira hora, para os jogadores que perderam suas fichas, limitadas apenas aos jogadores que possuem um cacife ou menos fichas. Re-raise: também conhecido como contra repicar. Dar re-raise é aumentar novamente uma aposta que já tenha sido aumentada. River: a última carta. No Hold’em e no Omaha, também é conhecida como 5th street ou quinta carta comunitária. Em jogos Stud, também é denominada 7th street ou sétima carta. Royal flush ou Royal straight flush: sequência máxima do mesmo naipe, T-J-Q-K-A. É a melhor mão possível no Hold’em. Runner-runner: é usado para descrever uma mão que foi formada apenas quando virados o turn e o river.
S
Satelite: torneio em que a premiação são entradas para um outro torneio maior. Scoop: ganhar toda a mesa, “rapelar”, com as mãos alta e baixa em um jogo Hi-Lo. Semi-bluff: é quando um jogador faz uma aposta ou aumento com a esperança de que não será pago, mas se for, ele ainda tem outs para acertar a mão vencedora. Session: sessão de jogo. Set: ter uma trinca, sendo um par na mão e uma carta, formando a trinca, na mesa.
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Seven Card Stud: stick de sete cartas, é um jogo de poker em que os jogadores recebem três cartas fechadas e quatro cartas abertas. Faz-se a mão com as cinco melhores cartas dessas sete. Shootout: formato de torneio em que não há remanejamento entre mesas e é preciso vencer todos os adversários em sua mesa para avançar. Short-handed: jogo com poucos jogadores, normalmente entre três e seis por mesa. Short-stack: jogador que possui menos fichas em uma mesa ou torneio. Showdown: abertura das cartas na rodada final de apostas, para saber qual jogador tem a melhor mão. Side pot: é um pote separado que é disputado pelos jogadores ainda ativos quando um ou mais jogadores estão all in. Sit-and-Go ou SnG: torneio em que não há horário para o seu início, formando-se quando for completado o número de jogadores necessários. Sitting out: quando um jogador está ausente na mesa. Slowplay: quando um jogador tem uma mão muito forte e não aposta muito, permitindo que outros continuem no jogo, tentando aplicar uma armadilha (trap). Slowrolling: quando um jogador tem a melhor mão e demora, pensando na jogada, para pagar um all in do adversário. Essa atitude é considerada falta de respeito. Small bet: aposta que, em jogos fixed limit, acontece no pré-flop e flop. Small blind ou SB: aposta obrigatória, colocada pelo jogador sentado na primeira posição. Spades: naipe de espadas. Split: empate, divisão do pote. Spot: situação de jogo, que leva em conta sua posição, stack e outras variáveis Stack: pilha de fichas. Steal:“roubar” os blinds ou o pote. Stop-and-Go: pagar uma aposta com a intenção de aumentar na próxima rodada. Straight: cinco cartas consecutivas de qualquer naipe. Straight flush: cinco cartas consecutivas do mesmo naipe. Stud Games: poker aberto, jogos em que os participantes recebem cartas fechadas e abertas, também chamados de Stick. Suckout: quando um jogador consegue vencer um jogo melhor, nas últimas cartas. Suit: naipe. Suited: cartas do mesmo naipe.
Suited connectors: quando o jogador recebe suas cartas e elas são em sequência do mesmo naipe.
T
Takedown: vencer a mão com o fold dos outros jogadores. Tell: espécie de pista ou dica involuntária que um jogador faz sem perceber. Texas Hold’em: modalidade de poker mais popular atualmente. Cada jogador recebe duas cartas pessoais e mais cinco cartas comunitárias são viradas na mesa. Cada jogador deve fazer uma mão de cinco cartas, podendo usar quaisquer das sete cartas disponíveis. Three of a kind: trinca. Tight: jogador que não joga muitas mãos, que é seletivo. Pode ser, também, a indicação de um jogo que não tem muita ação. Tilt: um jogador entra em tilt quando sofre uma derrota e fica tão abalado que começa a jogar de forma irracional. Top pair: par maior. Quando um jogador usa a carta mais alta do flop para fazer um par com uma das suas cartas. Trap: armadilha. Quando um jogador tem uma mão enorme e induz outro a entrar na jogada, fazendo-o pensar que pode vencer. Trips: é a formação de uma trinca, sendo uma carta de sua mão e as outras duas na mesa. Turn: quarta carta a ser distribuída, em jogos de flop. É a terceira rodada de apostas.
U
Under the gun ou UTG: a primeira posição depois do big blind. Underdog: um jogador que possui chances menores que seu adversário de ganhar a mão.
V
Value Bet: aposta de valor, quando um jogador tem claramente o jogo vencedor (nuts), mas, para conseguir extrair mais fichas dos seus oponentes, sem assustá-los com apostas muito grandes, aposta pouco. Variância: são as oscilações que seu bankroll sofre ao longo de sua carreira.
texas hold’em
O que é
A grande maioria dos leitores já está mais que habituada com essas palavras. Mas o número de interessados no assunto cresce a cada dia e, assim, muitos ficam fascinados pelo jogo, mas não têm ideia de como funciona. E não é por menos, pois, nos últimos anos, o poker virou uma febre mundial. Então, o que é esse tal de Texas Hold’em? Bem, o Texas é, atualmente, a modalidade do poker mais conhecida e jogada no mundo. Ela está presente em todos os grandes eventos live e online, em programas de televisão, nos fóruns de internet e, assim, é o estilo que qualquer profissional de poker domina. Não se sabe ao certo quando essa modalidade foi criada. Os primeiros registros dos jogos de Hold’em datam do início do século XX, na cidade de Robstown, no estado do Texas (EUA). Em pouco tempo, o Hold’em foi introduzido em Las Vegas por um grupo de famosos jogadores texanos, incluindo Amarillo Slim, Doyle Brunson e Crandell Addington.
a dinâmica
Guia de Iniciantes
Uma vez definido o dealer e os blinds terem sido colocados na mesa, são distribuídas duas cartas fechadas a cada um dos jo-gadores da mesa. A seguir, começando pelo jogador a esquerda do big blind (ou seja, o UTG), começa a primeira rodada de apostas. Os jogadores têm três opções de ação: • Fold: desistir da mão, • Call: pagar a aposta (no caso seria o valor do big blind), • Raise: aumentar a aposta, colocando na mesa o valor que ele desejar, desde que seja, no mínimo, o dobro da última aposta ou aumento. Exemplo: se o big blind for 10, o raise mínimo na primeira rodada de apostas é 20. Após todos os jogadores terem tomado suas decisões (fold, call ou raise), são abertas as três primeiras cartas comunitárias na mesa, o que é chamado de flop. Então uma nova rodada de apostas se segue.
Obs: se antes do flop algum jogador fizer uma aposta e todos os demais desitirem, ele leva o pote e não haverá a abertura de cartas comunitárias. Da mesma forma, se após o flop alguém apostar e todos desistirem, a mão é decidida ali mesmo.
o jogo
O objetivo do jogo é fazer a melhor mão possível de cinco cartas, combinando as duas cartas fechadas, que cada jogador recebe no início de cada rodada, com as cinco cartas comunitárias abertas pelo dealer. Essas cinco cartas comunitárias, também chamadas de bordo (board) são abertas na seguinte sequência: • Flop: 3 cartas, • Turn: 1 carta, • River: 1 carta. Antes e após cada abertura das cartas comunitárias, os jogadores decidem se vão ou não continuar jogando aquela mão e realizam suas apostas. Porém, antes de explicarmos como é a dinâmica do jogo, é preciso esclarecer alguns conceitos básicos: 1) O dealer (botão): a distribuição das cartas e a ordem das apostas é sempre realizada no sentido horário. Em cada rodada, um dos jogadores terá o botão do dealer em sua frente, indicando que a ação começará com o jogador a sua esquerda.
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Assim, o jogador que tem o botão a sua frente sempre será o último a agir. 2) Os blinds: estas são apostas obrigatórias, que devem ser feitas pelos jogadores nas duas posições imediatamente a esquerda do dealer, antes mesmo de receber suas cartas. O primeiro apostará o small blind (SB), com metade do valor do segundo jogador, que apostará o big blind (BB). Nos torneios, os valores dos blinds vão aumentando ao longo do jogo. Já nos cash games, os blinds permanecem fixos. 3) Posições na mesa: em geral, uma mesa de Texas Hold’em é composta por 9 jogadores, e todas as posições na mesa recebem algumas denominações. Por exemplo, o primeiro a agir em uma rodada é chamado “Under The Gun” (UTG). Essa é a pior posição possível na mesa, uma vez que o jogador tem que tomar uma decisão sem nenhuma informação sobre os adversários. Por outro lado, os jogadores em late position, os últimos a agir, têm a vantagem de tomar suas decisões baseados em ações anteriores dos adversários.
RANKING DE MÃOS
Se houver necessidade, uma quarta carta é aberta na mesa, chamada de turn. Então segue mais uma rodada de apostas.
Carta alta
Cor ou flush
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Par
Full House
Então é aberta a última carta comunitária, chamada de river e a última rodada de apostas se segue. Caso um jogador aposte e um ou mais oponentes dê call é realizado o showdown – momento que todos jogadores mostram as cartas para ver quem tem o melhor jogo. O participante com a melhor mão leva todas as fichas do pote e uma nova rodada se inicia. Obs: existem três tipos básicos de Texas Hold’em, no que se refere aos valores máximo de apostas:
• Fixed Limit: o valor da aposta é fixo, • Pot Limit: o valor máximo da aposta é a quantidade total de fichas no pote naquele determinado momento. • No Limit: o jogador pode apostar o valor que quiser, desde que seja no mínimo do dobro do valor do big blind. Ainda confuso? Nada de pânico! Como tudo na vida, a prática fará você perceber que os conceitos aqui apresentados são mais simples do que podem parecer nesse primeiro contato. Em todos os poker rooms da internet, você poderá praticar sem a necessidade de colocar dinheiro de verdade. À medida que você for jogando, rapidamente os conceitos irão ficando mais claros, e o ranking de mãos será decorado naturalmente.
2 Pares
Quadra
Trinca
Straigh Flush
Sequência
Royal Straight Flush
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Humor
criado por Bobby Crosby – www.plusev.net
Vai brincar, filha
Home Game Poker não se resume a disputas por grandes potes, competições por títulos ou campeonatos milionários. Poker também é uma grande confraternização. Um jogo social, que une famílias e amigos, que aproxima pessoas. Movidos por esse espírito, trazemos para o nosso leitor esta nova seção, reservada para os anônimos que se reúnem em torno das mesas por todos os cantos do País, para se divertir, jogar e fazer novos amigos. Quer sair na revista? Mande três fotos diferentes em alta resolução para homegame@revistaflop.com.br
Marília/SP
Esse pessoal do interior de São Paulo se reune toda segunda-feira à noite na casa do Cléber para jogar poker. Aí, sim! Poker na segunda é um jeito bem legal de se começar a semana! Atrás: Evandro, Boca, Jony e Renato. Frente: Diego, Ricardo, Fabio, Fernando e Cléber. ATENÇÃO: Mande, pelo menos, três fotos diferentes de seus encontros para homegame@revistaflop.com.br. 114 | outubro