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QUARTA
BELOHORIZONTE /MG 26ANOS HOJEEM DIA.COM.BR
PRODUÇÃO:MÍDIAMIXE HOJEEM DIA EDIÇÃO:MARIA HELENADIAS- ESPECIAL PARAO FORÇA DO CAMPO email:forcadocampo@hojeemdia.com.br
HOJEEMDIA.COM.BR ASSINATURA - BELO HORIZONTE E GRANDE BH: (31) 3270-8200 OUTRAS CIDADES: 08002830483 RELACIONAMENTO COM O ASSINANTE - BELO HORIZONTE E GRANDE BH: (31) 3270-8260 OUTRAS CIDADES: 08002830483 SÉRGIO AMZALAK
CRESCIMENTO TRAVADO Diversificar para crescer é um dos caminhos da CeasaMinas para enfrentar a crise e ampliar as vendas. No entanto, problemas como trânsito, a falta de estacionamento e congestionamento no entorno são grandes entraves ao desenvolvimento do entreposto de Contagem, um dos maiores do país, que aguarda há anos por recursos do governo federal.
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FORÇA DO CAMPO HOJE EM DIA
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CEASAMINAS
FALTAM INVESTIMENTOS
DIVULGAÇÃO/CEASAMINAS ACCEASA
TRÂNSITO E ESTACIONAMENTOS SÃO OS PRINCIPAIS ENTRAVES PARA O CRESCIMENTO MARIA HELENADIAS
I Especial paraForça doCampo
As Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas) estão vivendo um momento histórico: praticamente todas as seis unidades passam por obras de ampliação e revitalização ou por processo de licitação para melhoria das instalações. O objetivo égarantirfluideznotrânsito, ganhar mais vagas de estacionamento e ampliar o espaço físico para a chegada de novos lojistas. Mesmo reunindo atividades de vários segmentos, além do tradicional hortifrutigranjeiro, a busca para maior diversificação é uma saída para ampliar o comércio e continuar crescendo. Apesar de toda movimentação para a solução dos problemas, os comerciantes não perdoam e reclamam do descasodogovernofederalpara com um dos entrepostos de maior importância do país: o de Contagem. Empresa de economia mista, que tem a supervisão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa),aCeasaMinas, fundada há 41 anos, é considerada uma das centrais de abastecimento mais diversificadas do mundo.Alémdoshortifrutigranjeiros, que respondem por 70% dos negócios realizados, no entreposto deContagemépossívelencontrar agências bancárias, oficinas de carros, grandes supermercados e raridades em produtos exóticos. “Ogovernofederal,queé odonodaCeasaMinas,não investe no entreposto. O comerciante está bancando a maioria das melhorias”, afirmou Ronan Soares de Oliveira, da Real Dis-
“Os governos não dão para a CeasaMinas a importância que ela realmente tem. O comerciante está se sentindo abandonado”
Representando 380 comerciantes, cerca de 70% do total de lojistas, está a Associação Comercial da Ceasa(ACCeasa).Nadiretoria há seis anos, Wellington Gonçalves da Silva fala sobre as dificuldades de se trabalhar em uma empresa do governo federal. “Hámais de três anos estamos negociando a expansão de uma área para estacionamento. O investimento é de cerca de R$ 10 milhões, mas o governo alega que não tem recurso disponível”.
Wellington lembra que, em função da falta de infraestrutura e novos espaços, muitos empresários estão se estabelecendo nas localidades próximas ao entreposto de Contagem. “Já existem duas Ceasas em volume de empresas no nosso entorno. Isso é desestimulador para os comerciantes da CeasaMinas”. Sobre as obras já em andamento, ele afirma que serão apenas um paliativo.
DIVULGAÇÃO/CEASAMINAS
RONANSOARES DEOLIVEIRA
“Muitas melhorias são os próprios comerciantes que fazem. Mas o patrimônio não é nosso”
EMPRESÁRIONACEASA
tribuidora, empresa que funciona há 33 anos no entreposto de Contagem. Garantindo 190 empregos diretos e 50 indiretos, o comerciante, que já sentiu o aumento da inadimplência e a queda nas vendas em função da crise, conta que todos estão trabalhando com muita dificuldade. “Os pavilhões são muito antigos. Nós pagamos um aluguel que não é barato, e esse dinheiro não é usado para as benfeitorias necessárias. Não temos nenhum apoio do governo”, reforçou. Mas os problemas não sãoapenasinternos.“Osvisitantes chegam de todas as partes, mas não conseguimos receber bem. Há sempre grande congestionamento em função de um viaduto que não comportamaisovolumedecarrose caminhões”,disseRonan de Oliveira, referindose ao viaduto da avenida das Américas. NEGOCIAÇÃO
WELLINGTON GONÇALVES DASILVA PRESIDENTEDAASSOCIAÇÃO COMERCIALDACEASA
DIRETO DA ROÇA – O Mercado Livre do Produtor (MLP) ou Pedra é considerado a principal fonte de renda dos produtores, com vendas no atacado e varejo
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HOJE EM DIA
Melhorias necessárias ainda vão demandar tempo
SATURADO–OentrepostodeContagemocupaumaáreade206milm2,comentradapelaBR-040:congestionamentossãoconstantes SÉRGIO AMZALAK
PONTO A PONTO CEASAMINAS Início das operações: 1974 Entrepostos: Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Barbacena, Governador Valadares e Caratinga Total de empresas: 809
O diretor administrativo e de finanças da CeasaMinas, Gustavo Costa de Almeida, reconhece os inconvenientes, mas garante que aos poucos toda a infraestrutura será melhorada. Segundo ele, os problemascomafaltadevagaspara estacionamento começarão a ser solucionados com o fim das obras de uma área de 5 mil m2 destinada a caminhões e carretas, para carga e descarga de mercadorias. “A previsão é a de que essa obra fique pronta até o final de maio. A área comportará até 40 veículos de grandeporte”.Gustavodisse que o investimento de R$690milédaprópriaCeasaMinas. Ele revelou ainda que estão em andamento as discussõesparaobras em uma área de 60 mil m2, que abrigaria3 milveículos.Para esse caso, os investimentos são de cerca de R$ 10 milhõesedependemdasnegociaçõescomogovernofederal.Nada ainda foidefinido. Sobreotrânsitonoentorno, que a partir das 2h da manhã gera filas enormes de caminhões que querem descarregarmercadorias,e as dificuldades para quem deixa o entreposto, Gustavo de Almeida revela que a CeasaMinas também vem conversando com a Prefeitura de Contagem para a duplicação do viaduto da
avenidadas Américas, mas que há necessidade ainda da ampliação do viaduto que dá acesso de saída para a BR-040 e a Via Expressa. “Há como melhorar. Temos uma área não pavimentada, entre 40 mil e 50 milm2,beirandoaavenida Sarandi, no sentido BetimContagem, que pode ser usada”, revelou. De acordo com o diretor, são muitos os problemas da CeasaMinas. “Somos uma cidade do porte de Uberaba. Nossa demanda de energia é muito alta no período de 3h30 às 13h, principal horário de pico do entreposto”. Há discussões também para a criação de uma subestação de energia. EMBALAGENS Gustavo de Almeida lembraqueoutroproblemasério na CeasaMinas é quanto ao acondicionamento das mercadorias feito por produtores em vasilhames impróprios para o transporte dos produtos. “Ainda são usadas em grande número as embalagensdemadeira.Sãoprecárias, criam mofo, facilitam a contaminação e geram muita perda de mercadorias.Paraisso,estamospensando em usar o mês de julho, quando se comemora o Dia do Produtor, para fazer um evento direcionado a esses esclarecimentos”.
DIVULGAÇÃO
ENTREPOSTO DE CONTAGEM 579 empresas 44 pavilhões 15 mil postos de trabalho 70 mil pessoas/dia 4,8 mil veículos/dia MERCADO LIVRE DO PRODUTOR (MLP) 20 mil m² 1.550 módulos 850 produtores
SEM APOIO – Wellington da Silva diz que a situação do entreposto é desestimulante para os comerciantes
DIVERSIFICAÇÃO – “Precisamos ampliar mais os nossos serviços com floricultura e orgânicos para atrair novos compradores”, diz Gustavo de Almeida
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NEGÓCIOS
LEILÃO DE CAVALOS
FOTOS SÉRGIO AMZALAK
EVENTO DE NEGOCIAÇÃO DE QUARTO DE MILHA GERA R$ 7,4 MILHÕES O leilão de cavalos da raça quarto de milha realizado pelo Haras Imperial (Inhaúma – MG), no Mix Garden, em Belo Horizonte, no último final de sema-
na, foi encerrado com aplausos. Na sexta-feira e no sábado foram comercializados 86 animais, que geraram negócios de R$ 7,4 milhões.
Adriano Guimarães e João César Guimarães, do Rancho Veneza (BA), um dos grandes compradores no leilão: presenteou o filho com os animais
O Haras do Lay compareceu com a família reunida: Juliano, Cláudia e José Paulino Pires
RafaelAguiar,Camila, Marcose MaluAraújo,toda afamília doRanchoValedaSerra
Rogério Araújo, André Costa e João Geo Filho: presença garantida no evento
Rodrigo Gontijo, proprietário do Haras Imperial, homenageou alguns criadores
Cerca de 500 pessoas de várias partes do país participaram do leilão, que teve o preço médio por animal de R$ 117 mil
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HOJE EM DIA
ENTREVISTA MÁRIO DE FIGUEIREDO SANTOS FILHO
UMANOVA ASSISTÊNCIA TÉCNICAAOS PRODUTORESRURAIS
LEILOEIRO RURAL
LEILÕES GANHAM NOVOS INVESTIDORES DIVULGAÇÃO
MARIAHELENADIAS
mangalarga marchador – US$ 180 mil –, valor que até hoje não foi batido.
I Especial paraForça doCampo
O mercado de leilões rurais está vivendo uma boa fase em Minas Gerais. Sejam eles de gado ou de equinos, dasmaisdiversasraças,eles acontecem praticamente todos os finais de semana. Entre as raças que se destacam, a do cavalo mangalargamarchadorvemganhando grande exposição e despertado interesses nos últimos oito anos. Com uma média de dez leilões de equinos da raça por mêsnoEstadoeumaarrecadação média de R$ 40 mil por leilão, com 75% deliquidez, o leiloeiro Mário de Figueiredo Santos Filho, da Três Barras, afirma que os leilões ainda são um bom negócio para quem os realiza e para quem compra animais.Há33anosnessemercado, o mineiro de São Sebastião do Paraíso garante que vender animais é leilões é sempre mais fácil. Há quanto tempo você está neste mercado de leilões? Eu cresci no meio de animais. Meu pai era criador de cavalos e tenho dois irmãos veterinários. Eu optei por ser engenheiro metalúrgico. No entanto, em 1982, deixei tudo e entrei para o mercado de leilões. Quantos leilões são realizados anualmente pela empresa? Já chegamos a realizar, em um mesmo ano, 48 leilões deváriasraças.Masa nossa média é de 30 leilões por ano, com a venda de cerca de 750 animais. Qual a expectativa para o número de leilões neste ano? A expectativa não é boa, pois estamos registrando queda nos preços dos animais devido à situação crí-
Já houve algum lance em leilão que o deixou surpreso? Sim, mas não nos leilões queorganizamos.Considero uma novilha nelore ser vendida por R$ 5 milhões, como sei que ocorreu esse anonaExpozebu,umgrande exagero.
FACILIDADES– “Os leilões virtuais e on-line têm limitado os leilões presenciais”, diz Mário Filho
“Animais de elite são como obras de arte. Não basta ter dinheiro para ser grande criador” tica do país e diminuição de liquidez. A classe média está muito apreensiva com a situação. A quantidade de leilões não caiu, estamos cumprindo a agenda, mas a tendência é de queda. Quais as raças mais leiloadas? As raças que mais entram em leilão são equinos mangalarga marchador, campolina e jumentos pega. Noventa por cento dos leilões que realizamos são de equinos campolina e mangalarga. Quais as raças mais valo-
rizadas? Emvolumedevendasemédia de preços, a raça mais expressiva é a mangalarga marchador. Com a ascensão, a classe média passou ainvestiremcavalos.Oscoloca em hotéis na área rural e se diverte nos fins de semana. Qual o leilão realizado por você que bateu recorde em valores de animais? O 1º Leilão Catuni foi o melhor que fizemos, mas isso na década de 80. Na ocasião, foi quebrado o primeiro recorde de preço de uma fêmea da raça
Os leilões virtuais e on-line diminuíram a importância dos leilões presenciais? Os leilões presenciais existem mais como uma festa deraça,decriatório,degrupos.Jásetemumaconfiabilidade muito grande nestes leilões virtuais em termos de qualidade. Não se coloca mais animais-problema nesses leilões porque o vendedor já sabe que ele vai se queimar no mercado e que, sem dúvida, vai receber o animal de volta. Têm surgido novos investidores para impulsionar esse mercado? Neste mercado de animais deelite,sejaequinooubovino,sempretemgentenova. Além disso, tem o lado da vaidade, que é muito forte. Quais são as dificuldades encontradas para se realizar um leilão? A grande dificuldade é, principalmente, a elevação de custos contra a estagnação e/ou queda nos preços. Quais os cuidados para quem compra um animal em leilão? A orientação aos interessadosem adquirir animaisou ingressarnacriaçãodeuma raça é pesquisar muito antes de investir, visitar, buscar todas as informações possíveis, se assessorar com quem entende. Caso contrário, o prejuízo pode ser grande e irreversível.
AMARILDO BRUMANO KALIL FORCADOCAMPO@HOJEEMDIA.COM.BR
A migração rural rumo aos centros urbanos redesenhou a demografia mineira, hoje com 15,5% da população do Estado vivendo no campo. Um cenário muito diferente da época do censo demográfico de 1950, que registrou 70,2% da população nos meios rurais, onde havia considerável limitação logística e tecnológica. A crescente urbanização, na qual o consumidor é soberano, implicou na adoção de inovações tecnológicas pelos agricultores. O resultado foi o aumento da produção e da produtividade, regular abastecimento interno, crescimento das exportações do agronegócio e a redução histórica do preço da cesta básica. São cenários onde atuam a assistência técnica e a extensão, um processo técnico educativo, que transcende o fomento agrícola, para cultivar a visão integrada de sistemas e cadeias produtivas. Num contexto reconhecidamente complexo de demandas e ofertas, destaca-se agora a exigência da sustentabilidade socioeconômica e ambiental na atividade agropecuária. Não há como fugir dessa verdade. Como a única coisa permanente no mundo é a mudança, seja ela qual for, na agropecuária não seria diferente. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) está sintonizada com a realidade que se desenha, que é desafiadora, sem certezas matemáticas.
“É preciso estabelecer uma forma justa de compensação pela adoção de boas práticas, dentro da porteira da fazenda, que beneficiem o campo e as cidades” Os extensionistas da Emater-MG serão cada vez mais qualificados para atuarem seguindo este paradigma, num esforço integrado com pesquisadores, lideranças rurais, organizações, movimentos sociais e mercados, desde os locais até o internacional. E mais: estabelecer um diálogo permanente com quem planta e cria, cumprindo as leis ambientais vigentes e promovendo a gestão compartilhada dos estabelecimentos rurais assistidos, respeitando vivências, experiências, crenças, hábitos e costumes saudáveis. O produtor rural como produtor de água e o pagamento por serviços ambientais são temas, em uma perspectiva de futuro, que também devem merecer uma ampla discussão. Portanto, a assistência técnica e extensão rural do futuro têm de primar pela sintonia recorrente com as mudanças climáticas, econômicas, políticas, sociais, ambientais, estruturais e tecnológicas. No viger do século 21, esta percepção é indispensável para a excelência dos serviços de assistência técnica e extensão rural, seja em Minas ou em todo o país.
Presidente da Emater–MG
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DESALTO OUDE BOTA
“Cada mulher tem seu modo e seu encantamento na jornada do despertar”
SARAHPARDINI FORCADOCAMPO@HOJEEMDIA.COM.BR
SÉRGIO AMZALAK
SÉRGIO AMZALAK
DIVULGAÇÃO
BELA
JURADA
ELEGÂNCIA
Estudante de veterinária da PUC Minas, Maíra Rodrigues de Souza foi uma das assistentes no julgamento de nelores da Expo Curvelo 2015
Isadora Junqueira Villela, veterinária da cidade de Franca (SP), teve importante participação no concurso de guzerá, em Curvelo
Mariana Gontijo, do Haras Imperial, sempre acompanha os leilões da família
SÉRGIO AMZALAK
DESFILE
FELIPE COSTA
SÉRGIO AMZALAK
COMPRADORA– Juliana Montovani, do HarasTerraRoxa, noParaná, encantandopela belezae determinaçãoao adquiriranimais no MixGarden Maria Clara Carvalho, Paula Alves e Bárbara Houri passearam pelo Mix Gar-
den antes do início do leilão do Haras Imperial
ANIVERSÁRIO– Em ritmodesertanejo, NinaOliveira Neumann,conhecida comouma das melhorespromoters queBHjá teve, comemoroucom amigosnoClubeHavanna, em Contagem.Emnoite ao estilo debotae chapéu,comcoreografiasdedança country,elarecebeuoabraçoespecial daamigae empresáriaDalva Camilo.
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HOJE EM DIA
QUALIDADE
MERCADO EM CRESCIMENTO
FOTOS DIVULGAÇÃO
CADEIA PRODUTIVA DE ORGÂNICOS BUSCA AMPLIAR A PARTICIPAÇÃO NA AGROECOLOGIA LÍDIA SALAZAR I Especial paraForça doCampo
O mercado de produtos orgânicos vem registrando crescimento nos últimos anos. Eles são procurados, principalmente,porconsumidores que não abrem mão d e alimentos sem agrotóxicos, conservantes e inseticidas, e que sabem que,apesardeteremospreços bem mais elevados, têm mais nutrientes. O Ministério da Agriculturaestimaqueaáreadeorgânicos no Brasil é de cerca de750milhectares,contando com mais de 10 mil produtoreseaproximadamente13milunidadesdeprodução. O Sudeste é a maior áreaprodutiva,chegandoa 333 mil hectares. As vendas diretasdeprodutoresaconsumidores são um dificultadorpara acertezadosnúmeros deste mercado. Aregulamentaçãodosorgânicos no país começou a ser construída em 2007, mas só em 1º de janeiro de 2011 todos os produtos comercializados com essa chancela passaram a ter a obrigação de conter o selo do Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica. Por ser um mercado relativamente novo, Minas não possui dados oficiais, segundoinstituiçõesdogoverno procuradas por Força do Campo. Hátrêsanos,MarleneTeixeirafaz parte da Associação d e Agricultores A g r o e c o l ó g i c o se Biodinâmicos d a Serra do Rola-Moça. Ela ajuda na produção de hortaliças, como alface, cebolinha, mostarda, rúcula, agrião, espinafre, brócolis, entre outros. “Nossos produtos não têm agrotóxico. Usamos os defensivos dos próprios nutrientes, esterco de gado egarapadacanacomoadubo,entrealternativasnaturais em todo o processo produtivo. As folhas têm
No último dia 22, representantes de vários órgãos do setor agrário se reuniram na Emater-MG, em Belo Horizonte, para discutir os desafios e propostas da agroecologia consistência e durabilidade, diferente das produzidascomfertilizanteseaditivos químicos, além de serem muito mais saudáveis”, pontua os benefícios. Segundo ela, o trabalho de produzir alimentos orgânicos é muito maior do que os tradicionais. Por isso, os industrializados custambemmenos.“Aprodução funciona de acordo com o tempo, a terra, a água. São fatores que demandam cuidados diários, mas que são provenientes
dapróprianatureza”,explica Marlene. CAFÉ Em Piedade dos Gerais, que fica a 130 km de Belo Horizonte, Maria da Conceição Lara trabalha com café orgânico desde 2004. Para ela, a principal recompensa da produção especial é a saúde. “Tanto para nós que lidamos com a plantação e podemos andar descalços na lavoura sem medo, como para os consumidores que
PREÇOS – Produtos orgânicos chegam a custar até 300% mais que os tradicionais
estão bebendo um café muito mais saudável, puro e gostoso”, diz. Em 2014, Maria da Conceição produziu 56 sacas do café pronto para exportação. Para este ano, ela espera aumentar a quantida-
de para participar de feiras e exposições, já que tem visto a aceitação cada vez maior do produto no mercado. “Vendo para cafeterias em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, para os supermer-
cados de Piedade e Piracema e diretamente de casa emcasaparaclientespróximos.Muitos falam comigo que preferem diminuir o consumo de outras coisas que parar de tomar o meu café”, orgulha-se.
Semana especial em defesa dos alimentos saudáveis
HORTALIÇAS – Marlene Teixeira vende a produção diretamente aos consumidores na região da Serra do Rola-Moça
No último domingo, em Brasília, foi aberta a Semana Nacional dos Alimentos Orgânicos. Realizada simultaneamente em diversas capitais do país até a próxima sexta-feira, o objetivo é promover a cadeia produtiva do setor. São várias atividades e palestras que visam oferecer informações gerais aos consumidores sobre produtosorgânicos, bem como onde encontrá-los e como são produzidos. Cada Estado tem sua programação. EmMinasGerais,sãorealizadas atividades em Belo
Horizonte, Sete Lagoas, Descoberto, Uberlândia e MonteCarmelo,quevãodivulgar os benefícios ambientais, sociais e nutricionais desses alimentos. O encerramento da Semana dos Alimentos Orgânicosnacapitalmineiraserácomumapalestradaprofissional em medicina alternativaBárbaraGoloubeff, com o tema “Bem-estar animal ou bem-estar humano?”, às 9h, no auditório da Casa de Educação Ambiental, da Fundação Zoobotânica, na Pampulha. Informações: agricultura.gov.br/organicos.
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BREVES DIVULGAÇÃO
EXPOSIÇÃO NO PARQUE DA GAMELEIRA De 2 a 7 de junho, no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, será realizada a Exposição Estadual Agropecuária, que contará com 1.400 animais, minifazenda e três leilões, bem como equipamentos de apoio para atividades do agronegócio. Realização conjunta da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), a exposição terá leilões das raças campolina, pônei e jumento pega. Serão colocados à venda 108 lotes de animais, com faturamento de até R$ 1,4 milhão, segundo estimativa dos dirigentes das associações de criadores das três raças. A entrada é gratuita. Informações: www.exposicaoagropecuariamg.com.br.
DIVULGAÇÃO
PLANO SAFRA 2015/2016 Será no dia 15 de junho o anúncio oficial do Plano Agrícola e Pecuário 2015/2016 – o Plano Safra –, após ser adiado em 19 de maio. A
ministra Kátia Abreu tem defendido uma taxa de juros que varie entre 8,5% e 9%, mas este índice pode passar de 9,5%, bem superior
aos 6,5% do Plano Safra 2014/15. No mesmo dia, será lançado o Plano Safra 2015/2016 para a agricultura familiar.
RAÍZES RURAIS/DIVULGAÇÃO
CAFÉ DO PERU A importação de grãos verdes de café do Peru ficará suspensa até que a Organização Nacional de Proteção Fitossanitária daquele país (ONPF) apresente um plano de trabalho que seja aprovado pela Defesa Sanitária brasileira. O plano precisa conter dados sobre a produção, pragas presentes e tratamentos fitossanitários utilizados, além das medidas que vão minimizar o risco do envio de pragas ao comércio internacional de café. O texto da suspensão foi publicado pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa no Diário Oficial do dia 21 de maio.
PESQUISA AGROPECUÁRIA O secretário de Agricultura de Minas Gerais, João Cruz Reis Filho, estará hoje na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), juntamente com o assessor da presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Eliseu Alves, para participar do painel “A Pesquisa Agropecuária no Estado”. O encontro, que terá início às 13h30, irá reunir instituições parceiras e profissionais da área para discutir os rumos da pesquisa agropecuária em Minas. Mais informações: cerimonial@ epamig.br.
ATUALIZAÇÃO DO RIISPOA A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, garantiu que até o final de junho será entregue a atualização de novo capítulo do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa). A alteração será na parte de rotulagem e de registros da agroindústria e já está sendo discutida.
MARCO LEGAL DA BIODIVERSIDADE
LEILÃO DE GIROLANDO Será no próximo dia 30, a partir das 14h, no restaurante Panela de Pedra, em Pedro Leopoldo, o 7º Grande Leilão Anual de Girolando, realizado pela Fazenda do Riacho, de
Matozinhos. Serão oferecidas 220 fêmeas criteriosamente selecionadas. Mais informações: (31) 9976-2796 ou fazendadoriacho@ig.com.br.
A Lei 13.210/2015, que cria um novo Marco Legal da Biodiversidade, será regulamentada até novembro deste ano. Com o objetivo de desburocratizar as pesquisas científicas e proteger o conhecimento tradicional, a lei foi sancionada na última semana pela presidente Dilma Rousseff. Um trabalho conjunto dos ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia, o texto modifica o acesso ao patrimônio genético de plantas e animais.