Ano 06
Matérias Haras Mata Nova Rédea Canabrava Artigos Fotografia de Cavalos
Foto: Sidney Araújo
Os Antioxidantes
Esteio da Hibipeba . Homozigoto
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nº 19
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Junho/2013
RAÇA
UPGRADE MANDALA Portinari Mandala X Agitada das Duas Marias
MARCHA
Grande Campeão da Raça Barbacena 2013 Grande Campeão da Raça Itaipava 2013 Grande Campeão da Raça Pará de Minas 2013
AQUI SE PRODUZ NAIROBE MANDALA Grande Campeão Nacional
ULIANA MANDALA Por Opção do Oratório
RAÇA COM MARCHA PORTINARI MANDALA Campeão Nacional
TISSOT MANDALA Por Indignada das Marias Campeão Pará de Minas 2013
AQUI SE PRODUZ INDIGNADA DAS MARIAS
THARA MANDALA Por Nairobe Mandala
CAMPOLINA MARCHADOR UNA-BELLA DO DALLAS
ULIA MANDALA
Por Portinari Mandala Res. Campeรฃ Parรก de Minas 2012
DESDE CONFIANÇA LUA Bi-Campeã Nacional
VALENCE MANDALA Por Poeta do Chiribiribinha
1990 OHANA MANDALA
Res. Campe達 Nacional
UNA MANDALA Por Nairobe Mandala
Índice
16
Matéria Haras Mata Nova Estratégia e planejamento
29 53
Informativo ABCCC Campolina, marcha com estilo
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Artigo Antioxidantes
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Matéria Rédea Canabrava
O uso em cavalos atletas
Sistema de alavancas
Artigo Fotografia de Cavalos Dicas e técnicas
Esteio da Hibipeba Ano 06
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nº 19
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Junho/2013
( J.E. da Lagoa Negra x Andorinha Cataguá)
Homozigoto
Matérias Haras Mata Nova Rédea Canabrava Artigos Fotografia de Cavalos
Foto Capa: Sidney Araújo
Haras Pernambuco
Haras Mandacaru
Paudalho/PE
Fortaleza/CE
Proprietário: Geraldo Siqueira (81) 9961.2121 www.haraspernambuco.blogspot.com
Proprietário: Marcelo C. Parahyba mparahyba13@hotmail.com
Foto: Sidney Araújo
Capa
Os Antioxidantes
Esteio da Hibipeba . Homozigoto
Expediente Edição e Diagramação Marco Livrão Tiago Martins Direção Marco Livrão livrao@cheiodeideias.com.br
Jornalista responsável
Direção de Arte Tiago Martins
Bianca Costa MT 10619
tiago@cheiodeideias.com.br
10 Força Campolina | Junho 2013
Fotos Duarte Hamilton Silvester Ivan Machado Nilo Coimbra Pedrão Pedro Viotti Roberto Pinheiro Sérgio Teixeira Sidney Araújo
Agência e Produção
(31) 2555.8900 www.cheiodeideias.com.br Rua Angustura, 210 | Sala 2/C Serra | Belo Horizonte/MG CEP: 30150-270
Editorial “Errar é o primeiro passo para aprender. Aceitar o desafio é o primeiro passo pra vencer.” Flávio Vieira
Mobilidade na Mídia Nos encontramos em um novo tempo, marcado pela presença da mídia no processo de divulgação. Redes sociais, web, rádios, jornais, revistas e televisão formam um frisson que margeiam o crescimento da raça Campolina. E este é um caminho sem volta, um caminho pra frente que é a base do enfrentamento e rompimento das barreiras que cercavam nosso próprio conceito. Hoje em dia realizamos vários eventos pela TV e internet, usamos as redes para divulgar nosso cavalo, e assim com certeza vamos alcançar nosso objetivo de conquistar o espaço que é nosso. Em edições anteriores citamos o preparo da raça para o futuro e a necessidade de termos combustível para nosso motor. Combustível esse que advém de ações como o dinamismo do atual presidente e da atual diretoria da ABCCC, que transformou uma raça que quase não realizava Leilões na TV, em uma assídua realizadora de eventos (média de um por mês), sempre com a chancela da ABCCC, que subsidia parte dos custos, sendo mola mestra para o caminho que encontramos pela frente. Mudanças são necessárias, ajustes também, reformulação e capacitação do quadro de árbitros, correções no regulamento e outros que servirão para o futuro. Chegou a hora, não é apenas perguntar o que o Campolina pode fazer por mim, mas o que posso fazer por ele. Força Campolina Sempre Marco Oliveira Livrão
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Matéria
Haras Mata Nova
Campolina com estratégia e planejamento Uma história de sucesso onde animais marchadore, a genética e a beleza falam em primeiro lugar
J
á era noite quando chegamos ao Rancho Mata Nova em São Roque – São Paulo, uma bruma cobria uma lâmina d’agua que era alimentada pela luz da lua cheia que enfeitava o céu. Luiz Augusto do Amaral Filho (Guto Amaral) e sua Rê (Regina Amaral), esperavam a revista Força Campolina para uma noite que antecedia um evento destinado a criadores, principalmente de São Paulo. Sob vinhos e gentilezas começamos a escutar a história do Criatório Mata Nova. Uma história que tem em seu bojo o prazer em montar nos finais de semana.
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O criatório Em meados da década de 90 o casal (Guto e Regina Amaral) comprou uma pequena gleba de terras em São Roque, há pouco mais de 60 km de São Paulo. A intenção era a integração da família com as coisas do campo. Passado algum tempo eles adquiriram alguns animais sem raça definida, ou melhor, mestiços, que em sua maioria descendia de animais Mangalarga Paulista. “Eram excelentes finais de semanas, não existia tanto asfalto, então percorríamos horas montados, eu tinha um cavalo
negro sangue, Quarto de Milha com Mangalarga Paulista, com um passo curto que logo entrava em um trote insuportável. Nas cavalgadas eu tinha que ir a galope, mas é inegável que ele foi quem me mostrou o prazer de montar. Nos divertíamos muito, era ótimo”, contou Guto Amaral. Todos os animais de montaria eram castrados com exceção do negro chamado Desejo. Então surgiu a indagação: por que não tirar um potro do belo corcel? Eis que “a mosca azul” da equinocultura agiu. Procuraram uma égua negra para tirar um produto
do cavalo com a mesma pelagem. Por informação de vizinhos encontraram uma égua de nome Negra de JC, que por coincidência era da raça Campolina, uma filha de Marinheiro de Itarema e Palmeira de Itarema, o valor aparentemente alto, mas a vontade de ver o potrinho negro foi mais forte, então a égua foi adquirida. Depois de um contato com o criador Luis Augusto Sinisgalli, o casal Amaral realmente entrou para a raça. “Criar cavalo sem papel não dá” dizia Sinisgalli na primeira visita de Guto ao Haras do Mosteiro, o intuito da visita era conhecer o cavalo Campolina, rapidamente. Passaram o dia todo na propriedade e saíram com dois animais. Agora não havia mais jeito o criador havia nascido. “Criar cavalos como todos sabem, é um exercício de paciência, tem em seu escopo o tempo como formador de opinião, como corretor de rotas, mas a rota da tropa “Mata Nova” sempre foi voltada ao andamento marchado, avante e equilibrado” afirmou Guto.
O Plantel Depois de sua gênese o plantel começou a se destacar na compra de exemplares de qualidade, de maior expressão, com destaque para compras feitas na Fazenda Oratório – RJ (Geratriz e Musa) e no Angelim (Matra), e também em compras em leilões e direto em outros criatórios. O primeiro grande reprodutor foi o Campeão Nacional Zapata de Santa Rita, que até então era o titular da produção do renomado criador Leonardo Campos, depois veio um cavalo que o criador vê como o divisor de águas em sua tropa, o Geodo Top, reprodutor que tinha a sua genética lastreada na Fazenda Oratória, sendo um filho do Geodo do Oratório na famosa Deusa do Oratório. Geodo sagrou-se Grande Campeão Nacional da Raça, mas teve uma vida curta, morreu de cólica após ser operado, deixando pouco mais de 50 produtos nascidos, mas deixou reservas na tropa. Após esta grande perda, e do abatimento que sempre é comum Guto, auxiliado por seus fiéis escudeiros: Luiz e Marcela Dieguez, saíram à procura
de um novo cavalo, que preenchesse a lacuna deixada. Encontrou no Astro da Garantia de seu novo parceiro Messias de Barbacena, o castanho, filho do Milenium do Repol (OP x Natércia) x Gás Tragédia (Nono de Sans Souci x Gás Manchete), o seu novo norte “É um cavalo que tenho muita fé. Ele tem demonstrado nas pistas de julgamento a qualidade e elegância de seu andamento moderno e raça. Na produção seus primeiros produtos me agradam muito, é meu rumo”, completa Guto Amaral. O Plantel atual é formado por aproximadamente 50 cabeças, sendo 3 reprodutores – Astro da Garantia (em produção), Guerreiro da Mata Nova (Zapata de Santa Rita x Sinha Moça de Alfenas) e Hino da Mata Nova (Geodo Top x Karina da Serra da Campina) que serão testados na próxima estação. 3 Potros reserva, Geodo da Garantia (Geodo Top x Gas Tragédia), Kafé da Mata Nova (Geodo Top x Karina da Serra da Campina) e Kaputino da Mata Nova (Geodo Top x Elegante do Haras Rosso) 24 matrizes e 15 potras reserva.
Rubia do Walara
Joyce Top
Vitória do Porto Rico
Musa do Oratório
Dadiva da Garantia
Karina da Serra da Campina
Garantia da Mata Nova
Elegante H. Rosso
India da Mata Nova
Honra da Mata Nova
Força da Mata Nova
Justiça da Mata Nova
Hika da Hibipeba
Juma da Mata Nova
Beira de Santa Rita
Janaiana da Mata Nova
Única da Fonteira-B
Itaca da Mata Nova
Ninfeta do Bouganville
Karolina da Mata Nova
Promessa Chiribiribinha
Karol da Mata Nova
Mada da Hibipeba
Kokada da Mata Nova
Energia da Mata Nova
Kika da Mata Nova
Herdeira da Mata Nova
Kely da Mata Nova
Iluminada da Mata Nova
Jaçanã da Mata Nova
Iaia da Mata Nova
Karina da Mata Nova
Eleita da Mata Nova
Kira da Mata Nova
Eva da Mata Nova
Konkista da Mata Nova
Ana Jati da Mata Nova
Kassia da Mata Nova Força Campolina | Junho 2013 17
Matéria
Haras Mata Nova
Este ano o Mata Nova participou até o final de maio de 2 exposições (Londrina e Barbacena) e fez 2 Grandes Campeões da Raça (Honra da Mata Nova e JG da Mata Nova) em Londrina e um Reservado Grande Campeão da Raça (Astro da Garantia) em Barbacena. O Haras fica alojado em pouco mais de 50ha, formados em tifton e cost cross e com uma estrutura maravilhosa, dentro de um local bucólico que tem a preocupação em manter a sanidade visual e harmônica mas visando principalmente a funcionalidade. São 27 cocheiras, 2 pistas de treinamento, 1 de natação, escritório, farmácia, piquetes, campos de feno, implementos e mão de obra especializada (Luiz, Reginaldo e Paulinho com o suporte no trator do Alex) para potencializar todas as qualidades do Campolina Mata Nova. Foram momentos super agradáveis, um fim de semana que além de cumprir o papel de contar a história da raça, também nos deixou felizes por entender que o Mata Nova e seu titular estão em harmonia com a raça Campolina e com os conceitos de um moderno cavalo de sela, com comodidade, mas sem esquecer a raça e a história. Certamente é um lugar onde voltaremos com prazer e que recomendamos uma visita.
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Guto Amaral Guto é engenheiro civil, empresário do ramo de incorporações imobiliárias, já tendo sido construtor, industrial, exportador e fazendeiro. É casado com Regina Amaral há 37 anos, tem um casal de filhos e quatro netos. Em janeiro de 2010, Luiz Augusto Amaral Filho, foi eleito presidente da ABCCCampolina, com o apoio da grande maioria dos associados, fez uma administração marcada pelo planejamento, estruturação e modernização da entidade, simbolizados pela conquista da Certificação ISO 9001:2008. Criou o Programa Momento Campolina na TV, a Academia Brasileira do Cavalo Campolina, a Exposição Brasileira do Cavalo Cam-
polina, já em sua 3º. Edição (Salvador, São Paulo e Recife), a Copa Brasil de Marcha, agora com o nome de Poeirão Campolina. Apresentou a ABCCCampolina com stand na Equitana na Alemanha (2011) e por duas edições na Agrishow (2011-2012) em Ribeirão Preto-São Paulo, criou os julgamentos de marcha em separado para garanhões, fêmeas e castrados e o julgamento convencional em separado dos machos e fêmeas de marcha picada. Deixou o cargo em dezembro de 2012, com a satisfação de ter feito um grande sucessor, Luiz Roberto Horst da Silveira, o nosso Beto das Marias. Agora faz parte, com cargo permanente, do Conselho Consultivo da ABCCCampolina.
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*Em condomĂnio com Haras Preto e Pampa
*Em condomĂnio com Haras Preto e Pampa
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ANUNCIO ANAITI
Foto: Pedro Viotti
Artigo
Dicas e Técnicas de Fotografia de Cavalos Fotógrafo (31) 9181-5565
pedroviotti.com
N
essa edição da Força Campolina apresentamos nossa primeira matéria sobre técnicas e dicas sobre fotografia de cavalos. O assunto tem sido cada vez mais recorrente entre os criadores que, têm fotografado cada vez mais seus animais. A fotografia como hobby é uma atividade muito prazerosa, ainda mais quando o objeto fotográfico é algo pelo qual se nutre admiração e interesse. Fato que por si só explica essa tendência dos criadores de fotografarem seus animais. Aliado a isso, equipamentos fotográficos estão cada vez mais acessíveis e as informações sobre o assunto, bem como cursos e workshops mais difundidos. Para iniciarmos o assunto, trataremos de alguns pontos que antecedem a fotografia em si, são eles: os equipamentos necessários e a preparação dos animais. Um tema importante que vale, não só para essa, mas também para as edições seguintes é o fato de que aqui serão apresentadas algumas técnicas e boas práticas, isso quer dizer: regras. E regras existem para serem utilizadas e ao mesmo tempo quebradas. Então tire bom proveito do conteúdo apresentado, mas não deixe de ousar e buscar novos resultados fazendo coisas diferentes das sugeridas. Equipamentos fotográficos não são diferentes de qualquer outra ferramenta de trabalho, ou seja, quanto mais apropriada for a sua ferramenta e quanto mais apto você estiver a
usá-la, maiores serão as chances de obter um resultado satisfatório. Mais indicada para as fotos de animais, principalmente em movimento, são as câmeras rápidas, que fazem pelo menos, cinco fotos por segundo e que fotografam por pelo menos quatro segundos antes de começarem a parar para processar os arquivos. Para a parte ótica, é interessante usar uma lente que ofereça distância focal superior a 100mm para que a imagem não sofra grandes distorções o que pode prejudicar de maneira conside-
rável a visualização das características morfológicas do animal. Dessa forma você pode escolher uma teleobjetiva de distância fixa como 100mm, 135mm ou 200mm, ou uma lente zoom, que pode trazer alguns inconvenientes em termos óticos, embora seja mais versátil. Se sua opção de câmera for por máquinas digitais de lente intercambiável as “DSLR” uma boa sugestão de lente é a teleobjetiva zoom 70-200mm F2.8, prática e de boa qualidade ótica - ao menos, dentre os principais fabricantes.
Foto: João Muzzi
Pedro Viotti
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Artigo
Fotografia de Cavalos
Fotos: Pedro Viotti
No que diz respeito à preparação dos animais, para fotos mais conceituais de animais em liberdade ou a pasto não é necessária produção e maquiagem. Para fotos de catálogo, cujo o objetivo é mostrar de forma mais detalhada o animal bem como suas características morfológicas é interessante uma maior atenção na preparação. Os cuidados iniciais são: ter o animal com o pelo tosado e bem limpo; um bom banho (foto 01) com xampus abrilhantadores de pelos pode valorizá-lo ainda mais, etc. Outra prática que não é unanimidade entre os criadores, embora não seja bastante comum na raça Campolina, é a raspagem dos pelos das orelhas e focinho do animal (foto 02). Para finalizar, glicerina mineral ou óleos naturais no focinho, crina e calda (fotos 03 e 04) conferem um brilho especial dependendo das condições de luz do local. Para as fotos com o animal parado também vale aplicar um repelente, que afastará moscas e demais insetos o que favorecerá com que o cavalo fique parado por mais tempo. Deixe o equipamento pronto, prepare a sua tropa e boas fotos!
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Algumas etapas de preparação do cavalo para a foto
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Artigo
Antioxidantes O uso em cavalos atletas Helio C. Manso Filho | MV, PhD
N
os próximos meses os criadores de cavalo Campolina estarão preparando, mais intensivamente, seus animais para a Exposição Nacional. Com isso há aumento na intensidade e duração de treinamento de seus melhores animais e elevação nos pró-oxidantes e uma redução dos fatores antioxidantes no sangue dos cavalos. A esse processo os pesquisadores denominam de estresse oxidativo. Sendo assim a suplementação com nutracêuticos, que contenham compostos antioxidantes, pode ser um boa medida para a elevação da capacidade antioxidati-
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José Mário G Abreu | MV, DSc
Helena Emília Manso | Zootecnista, DSc.
va desses atletas e quem sabe redução dos fatores pró-oxidantes. No mercado há uma grande variedade de suplementos que, em sua composição, apresentam diferentes nutracêuticos e compostos antioxidantes. Entretanto há uma dificuldade, natural, na identificação de qual produto deve ser oferecido aos animais e, também, qual a quantidade ou a duração dessa suplementação para os cavalos. Estas são perguntas nem sempre de fácil resposta, e como não há uma regulamentação no Brasil e em vários
países sobre o assunto, o criador deve consultar o veterinário e/ou o zootecnista que trabalha no time de seu haras antes de utilizá-los para obter os melhores efeitos possíveis. O nosso grupo de pesquisa, que envolve a UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e a UECE (Universidade Estadual do Ceará), tem desenvolvido nos últimos anos diferentes estudos que procuram compreender os gastos energéticos e os efeitos dos nutracêuticos sobre a saúde dos cavalos marchadores e outros atletas equinos.
Quais antioxidantes poderemos oferecer aos nossos cavalos? Diferentes classe de componentes antioxidantes estão presentes nos alimentos e são largamente utilizados por nós diariamente. Também na alimentação de nossos cavalos há a presença de muitos deles, mas às vezes o nível dos antioxidantes presentes na alimentação regular podem não suprir as necessidades dos animais atletas, que estão submetidos a processos que aumentam o estresse oxidativo sobre os tecidos corporais. Também existe a possibilidade de que o próprio cavalo não possa produzir e/ou armazenar os seus antioxidantes adequadamente, por algum motivo ligado a sua saúde.
A importância da suplementação com produtos antioxidantes, como as vitaminas E e C, não se discute, entretanto o uso do resveratrol, encontrado nas uvas e outros vegetais, ainda são uma novidade nas criações de cavalos e outros animais de compainha. Ainda deve-se recordar que já foram realizados pesquisas em diferentes partes do mundo que produziram informações suficientes para demonstrar o real valor da adição de diferentes antioxidntes à ração dos animais, sejam incorporados ao concentrado, durante a fabricação, ou pela adição de suplementos no próprio haras. A seguir descreveremos alguns antioxidantes e seus efeitos que são regularmente incorporados as rações premium ou os suplementos disponíveis no mercado.
Vitaminas E e C A vitamina E, lipossolúvel, e a vitamina C, hidrossolúvel, estão presentes em diferentes alimentos oferecidos aos cavalos mas em quantidades muitas vezes inferiores às necessidades dos atletas. A vitamina E, conhecida como a vitamina antioxidante, tem importante papel na proteção das membranas celulares e do tecido muscular. Já a vitamina C é outro importante antioxidante, mas em condições de estresse, como o transporte, pode estar reduzida no sangue. Essas vitaminas atuam em conjunto durante os processo antioxidantes no corpo dos animais e devem se suplementadas em conjunto. Normalmente a suplementação com vitamina E está associada a do Selênio. Aqui é importante recordar que grande parte dos solos nacionais são pobres nesse mineral, e em alguns lugares pode haver excesso do mesmo. A vitamina E está presente nas forragens mas os grãos são pobres nela. Já a vitamina C é sintetizada no organismo do cavalo. Entretanto em situações de estresse, como os treinamentos intensos e as competições, pode ocorrer a redução dessa vitamina no sangue e com isso a capacidade antioxidante no corpo do animal fica reduzida. Nesses casos a suplementação é uma saída natural.
Diferentes estudo indicam que a suplementação com vitamina E, em associação com o Selênio, aumenta a disponibilidade de compostos antioxidantes no sangue dos equinos. Nesse caso a suplementação com Selênio poderá ser realizada com produtos quelatado ou orgânicos, pois elevaria a biodisponibilidade desse mineral no corpo do animal. A elevação na quantidade de vitamina E pode vir acompanhada da redução ou estabilização na produção endógena de alguns componentes antioxidantes, como se fosse uma forma de economizar os próprios fatores. Nesse caso, o cavalo poderia “economizar” alguns dos seus compostos antioxidantes e utilizar o que esta presente nos seus alimentos. Situação semelhante pode ocorrer com a suplementação com vitamina C. Finalmente, no caso dos cavalos atletas de elevado rendimento, o consumo dos fatores antioxidantes endógenos é muito elevada e assim a suplementação irá suprir as necessidades diárias que o animal pode ter ao longo do treinamento e das competições frequentes. Válido recordar que alguns microminerais, presentes nos suplementos e no sal mineralizado, são importantes cofatores nas reações antioxidantes no corpo dos cavalos, e por isso devem estar presentes na suplementação.
Ácido Lipóico, Ômega 3 e Ômega 6 O ácido lipóico é um antioxidante semelhate as vitaminas, e devido ao seu poder de ser solúvel tanto em água como óleo, alguns pesquisadores o denominaram de antioxidante universal. A suplementação com o ácido lipóico também está associado a reabilitação de outros fatores antioxidantes, depois que eles são utilizados no corpo do animal, ou seja, o ácido lipóico ajuda na reciclagem de diferentes compostos antioxidante presentes no corpo.
Outros importantes compostos antioxidantes são os óleos ricos em ômega 3 e 6. Esses produtos estão presentes nas forragens e nos grãos, mas as quantidades mais elevadas estão nos óleos, principalmente no óleo de peixe e no óleo de linhaça. O óleo de milho, tão “adorado” pelos criadores de cavalos apresenta um relação ômega 3/ômega 6 inferior a apresentada pelo óleo de soja. Devemos recordar que esses produtos são de custo elevado e devem ser utilizados conforme a indicação, para evitar os desperdícios. Força Campolina | Junho 2013 65
Artigo
Antioxidantes
Flavanóides Aqui estão os compostos que são considerados os da moda. Quem não ouviu falar nos benefícios do vinho tinto ou dos subprodutos da uva. No mercado americano há uma gama de produtos ricos em resveratrol, que é importante antioxidante e protege os tecidos dos radicais livres durante o exercício e combate o envelhecimento. Também há outros produtos comerciais que contém extrato de chá verde, cranberry ou gengibre e são considerados importantes fontes de antioxidante. Alguns trabalhos científicos têm demosntrado que esses extratos podem reduzir a formação de compostos pró-oxidantes no cavalo durante os exercícios e poderiam ser alternativa para o uso frequente de medicamentos anti-inflamatório. Esperamos nos próximos anos observar no mercado nacional produtos ricos nesse extratos para serem utilizados na medicina equina. Qual a quantidade a ser oferecida? Talvez essa seja a coisa mais simples, para alguns suplementos, pois os produtos disponíveis no mercado possuem informações detalhadas da utilização. Também no NRC Equino, conhecido com a “bíblia da nutrição equina”, possui informações sobre o uso de alguns nutracêuticos e antioxidantes para os equinos. A literatura é farta, principalmente na internet, mas há muita coisa sem fundamento científico e que pode comprometer a saúde do cavalo. Uma forma de identificar se um produto modifica os níveis no sangue de determinado composto, seria a utilização de análises laboratoriais para se determinar se ocorreram modificações ou não de determinado composto no sangue após a suplementação. Há a possibilidade de avaliação de determinados biomarcadores, que serviriam de avaliação indireta do efeito de suplementação. Todavia nem sempre esse é um processo simples e muitas vezes apresentam um custo elevados. Por isso é importante seguir a indicação do fabricante e evitar as sub e/ou superdosagens. Por quanto tempo? Esta não é uma resposta simples. Em um estudo realizado por nosso grupo, no qual uma combinação de nutra-
cêuticos, ricos em fatores antioxidantes, foi oferecida para cavalos que realizavam exercício de baixa intensidade e longa duração, durante 12 semanas, demonstrou que até 4 semanas de suplementação tanto o grupo controle (placebo) como o grupo suplementado apresentavam algumas modificações de biomarcadores sanguíneos da saúde dos animais, mas ao final de 12 semanas apenas o grupo suplementado apresentou modificações significativas nos biomarcadores no sangue. Acreditamos que a melhora, em ambos os grupos, nas primeiras 4 semanas, deveu-se à correação do manejo, que passam a ser “esquecidas” ou retornam ao padrão natural de manejo do haras após um longo período de suplementação. Outro exemplo, já bem definido cientificamente, é que a suplementação com alguns próbiótico deve mantida por longos perídos para manter o efeito na microbiota presente nos intestinos. Tudo indica que animais atletas ou sujeitos a estresse intenso, como por exemplo éguas em lactação, podem necessitar de suplementação por longos períodos. Recentemente observamos que animais em manutenção (livres no pasto) apresentam maiores concentrações de fatores antioxidantes do que cavalos de marcha que realizavam treinamentos regulares três vezes por semana. Em outras palavras, os que não fazem nada economizam e os que estão em treinamento consomem os seus antioxidantes. Como os diferentes atletas equinos podem apresentar padrões semelhantes aos do nosso estudo, a suplementação com nutracêuticos, ricos em fatores antioxidantes, é importante para manter os níveis dos antioxidantes elevados no sangue e assim reduzir a subinflamação crônica, frequente nos treinamentos competitivos. FInalmente, devemos recordar que atualmente as rações premium para cavalos atletas já apresentam em suas fórmulas importantes nutracêuticos e antioxidantes, e podem ser utilizada combinadas ou não com suplementos ricos em fatores antioxidante. Entretanto a combinação de rações de baixa qualidade com suplementos de procedência duvidosa nem sempre são um opção equilibrada para o fornecimento dos produtos antioxidantes que o seu cavalo necessita.
Conclusões O criador deve ter em mente que qualquer suplementação com antioxidante deve ser iniciado entre 4 e 8 semanas antes do início das atividades físicas que irão estimular os processos oxidativos no corpo do cavalo, e por conseguinte os processo inflamatórios crônicos. Em cavalos, extremamente competitivos e que estão regularmente praticando exercícios, aconselha-se a suplementação regular, já que eles necessitam de um aporte regular de antioxidante. Finalmente, seria importante combinar diferentes antioxidantes para que sejam suplementados para os cavalos, já que que muitos desses compostos atuam em conjunto, e recordar que o excesso de suplementação pode ser prejudicial, pois alguns antioxidantes quando suplementados em excesso pode agir como pró-oxidantes, por isso não deixe de consultar os técnicos que trabalham com o seu time de competição. 66 Força Campolina | Junho 2013
Matéria
Rédea Canabrava Como Funciona: um sistema de alavancas entre a nuca, boca e parte dorso- central do pescoço, com ponto de apoio no encilhadouro (próximo à região escapulo-umeral).
O
pescoço do cavalo, normalmente tem curvas em sua base, sendo côncavo e no terço final convexo, com os sistemas de alavancas da Rédea Canabrava em ação, a reação é imediata: as curvaturas diminuem, tendendo a uma retificação da coluna. Com essa posição, acionam-se algumas
Com Rédea
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musculaturas do abdômen, para vertebrais e glúteos, que são chamados de músculos do centro de força. Em consequência disso, há um aumento dos espaços entre as vértebras, este efeito é chamado alongamento axial, que se transmite a toda coluna vertebral deixando o cavalo com uma
postura ideal e induzindo o terço final da coluna (cóccix) a anteversão pélvica (abaixamento). Os benefícios diretos da aplicação deste princípio são a melhoria na mobilidade da coluna, a diminuição na compressão entre os discos e o amortecimento do mecanismo de ação e reação.
Sem Rédea
A cadeia ventral compreende os músculos flexores do pescoço incluindo o músculo sternocephalix, os peitorais, os flexores da espinha toraco-lombar e a junção lombo-sacral que incluem os músculos abdominais e o músculo iliopsoas, e os flexores do quadril que incluem o músculo tensor fascia lata
A Cadeia dorsal compreende os músculos extensores do pescoço que incluem o músculo splenius, o grupo erctor spinae que inclui o longissimus dorsi, e os extensores do quadril - os grupos musculares gluteal e tendão
Como se trata de um quadrúpede, nesta atitude os posteriores assumem o principal papel da impulsão acionando toda a musculatura daquela região (concentração de alta escola) tração traseira.
Frente a este conjunto de fatores e após trabalhar o tempo e quantidade necessária o cavalo adquiri coluna flexível, longa e protegida por uma musculatura muito bem desenvolvida. Este trabalho (Rédea Cana-
brava) também aciona e desenvolve os músculos abdominais e dos posteriores, dando ao animal ótimas condições para as práticas esportivas.
Fonte das imagens (how your horse moves) Gillian Higgins with Stephanie Martin, edição 2011 editora - DAVID E CHARLES BOOK. Desenhos: Cesário Nanini Junior.
Manual de instrução - Rédea Canabrava Parabéns você acaba de adquirir uma rédea auxiliar, denominada Rédea Canbrava (RC), que vai potencializar os andamentos dos seus cavalos e proporcionar ganho muscular, flexibilidade, amplitude nos movimentos, reatividade nas ajudas, entre outros. 1. A RC deve ser usada em animais a partir dos 36 meses; 2. Os animais devem estar acostumados ao trabalho de guia; 3. Sempre que possível trabalhar em redondel, com bom piso que não escorregue e que não seja muito “pesado”; 4. Usar uma cabeçada sem rédeas, com bridão preferencialmente grosso (travinca, chantilly, argola, em “D”, entre outros); 5. A partir do momento que o cavalo já estiver bem em todos os andamentos (passo, trote ou marcha e galope) introduzir a RC; 6. Na RC existe uma parte central de couro que vem escrito Canabrava, esta é colocada por cima da cabeçada já posta com bridão;
7. As duas pontas longas da rédea serão introduzidas de fora para dentro no bridão de sua escolha, depois de passada, a RC da direita passa por cima do pescoço e é afivelada no encilhadouro do lado esquerdo (local em que a panturrilha do cavaleiro, quando montado, encosta no cavalo), já a rédea esquerda o procedimento é inverso , formando um X por cima do pescoço do cavalo. A rédea deve ser afivelada com a menor pressão possível; 8. Passar o cavalo na guia e lentamente ir aumentando a pressão da RC; 9. Passar no máximo 10 minutos para cada lado 3x por semana, liberar totalmente a RC nos últimos minutos do trabalho; 10. Sempre pedir os três andamentos durante a guia (passo, trote ou marcha e galope). Força Campolina | Junho 2013 73
ar, o n e รก t l i c a. รก n f i Jรก es l s o i p a m m a a C r i u e e n er s d a ma n e v e d a v i t obje
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