Tempo Livre Julho/Agosto 2014

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N.º 15 | Julho/Agosto 2014

“Mythic Ride” em 25 e 26 de outubro BTT pioneiro na serra da Estrela

Guia HI

Castelo de Vide: Alto Alentejo exemplar

Viagens

Iniciativa

Turismo para Todos numa Ibéria de sonho…

Dias da Cultura no Trindade em julho

Manuel Coutinho

«A Inatel tem-me acompanhado ao longo da vida»


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TL Julho/Agosto 2014 // FUNDAÇÃO INATEL // 3 // SUMÁRIO

// EDITORIAL

4 Notícias

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Verão incerto em copa amarga

Espaço do Associado: Rancho Tradicional de Cinfães

8 Entrevista: Manuel Coutinho

11 Cultura: Cidade das Tradições

14/15 Tema de capa: “Mythic Ride” Estrela 2014

16 Hotelaria: Guia HI – Castelo de Vide

18 Viagens: “Numa Ibéria de sonho…”

21

O

Verão ora iniciado emite sinais climáticos (e não só...) de tal forma contraditórios que é difícil anteciparmos a desejável tranquilidade da época estival de férias. Um Verão incerto servido, ainda por cima, com a amargura do medíocre desempenho nacional na Copa do Mundo! São razões de monta para apreciarmos, em toda a sua extensão, a segurança das propostas de tempos livres INATEL. Marca de confiança bem firmada, a INATEL é hoje, neste tempo incerto e amargo, sinónimo de confiança e previsibilidade da qualidade de serviço. E nem por isso os produtos de tempos livres que propomos se tornam enfadonhos porque sabem incluir a surpresa e o inesperado, condimentos indispensáveis para a gostosa fruição do lazer. Em sintonia com as melhores expectativas estivais dos nossos leitores, o TL retoma neste número duplo de Verão a boa tradição literária da anterior série do nosso órgão de comunicação, republicando um dos magníficos contos do Mário Zambujal, o “Destinos Trocados”. Regressa, assim, a prestigiosa colaboração de que todos sentíamos a falta e que, em próximas edições do TL, será continuada com inéditos em que ternura, humor e o sentido do insólito continuarão a entreter-nos com inteligência à boa maneira do autor. Entretanto, pude estar presente na festa dos Santos Populares da comunidade portuguesa em Paris promovida pela Rádio Alfa que, há mais duas décadas, ali mantém vivo o sentimento de pertença

à cultura portuguesa entre os emigrantes e os lusodescendentes de segunda e terceira geração. A nossa gente afirmou-se na região de Paris como uma comunidade vibrante de iniciativa empreendedora e cuja participação na vida francesa cresce de dia para dia. Símbolo vivo desta atitude é o atual vereador franco-português à Câmara de Paris, Hermano Sanches Ruivo, com quem pude conviver e que teve a amabilidade de me convidar para visitar os Paços do Concelho da capital francesa, no dia seguinte à festa lusa. Creio que todos os leitores do TL me acompanharão no apoio emocionado à nossa comunidade em França e noutras paragens do mundo. Longe do atual clima depressivo nacional, o contacto com os portugueses que demandaram outras terras para poderem viver condignamente, e os luso-descendentes, é uma boa terapia para superarmos o estado de espírito negativo que por cá se implantou e nos quer fazer andar para trás! Por mim, tal contacto deu-me ainda mais força para continuar a trabalhar nesta nossa Fundação, contribuindo para a tornar cada vez mais atuante e sintonizada com as necessidades da hora presente, designadamente através do novo projeto da Academia INATEL que em junho arrancou e de que se volta a falar neste TL. n

Presidente da Fundação INATEL

Social: “Aldeia dos Sonhos”

22 Os Contos do Zambujal

24/25

// TOME NOTA

Hotéis INATEL: aumenta o calor, descem os preços…

Em cena e Ecrãs: espetáculos e novos filmes em cartaz

Sobem as temperaturas em julho e agosto, mas descem os preços na rede hoteleira INATEL. Do

26

Minho ao Alentejo, em Cerveira, Santa Maria da

Motor; Palavras Cruzadas;

Feira, Entre-os-Rios, Linhares, Manteigas, Alamal,

Sugestões

Piódão e Castelo de Vide haverá descontos de 20% a 35%. Mais informações: 210 072 387 / www.inatel.pt.

Jornal Mensal e-mail: tl@inatel.pt | Propriedade da Fundação INATEL Presidente do Conselho de Administração: Fernando Ribeiro Mendes Vice-Presidente: José Manuel Soares; Vogais: Jacinta Oliveira e Álvaro Carneiro Sede da Fundação: Calçada de Sant’Ana, 180, 1169-062 LISBOA, Tel. 210027000 Nº Pessoa Colectiva: 500122237 Diretor: Fernando Ribeiro Mendes Coordenadora de edição: Teresa Joel Logótipo: Fernanda Soares Design: José Souto Fotografia: Isabel Santiago Henriques Redação: Calçada de Sant’Ana, 180 – 1169062 LISBOA, Telef. 210027000 Colaboradores: Carlos Blanco, João Cachado, Joaquim Diabinho, José Baptista de Sousa, José Lattas, Patrícia Ribeiro, Sílvia Júlio. Publicidade: Direção de Marketing/Vanda Gaspar Tel. 210072392; Impressão: FLAT FIELD, Marketing e Promoções Lda., Campo Raso – 2710-139 Sintra – tel. 214345400 Dep. Legal: 41725/90. Registo de propriedade na D.G.C.S. nº 114484 Preço: 1,00 euro Tiragem deste número: 78.849 exemplares


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4 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Julho/Agosto 2014

// COLUNA DO PROVEDOR

Manuel Camacho provedor.inatel@inatel.pt

Q

uando a Fundação INATEL comemora o seu 79.º aniversário, é um privilégio assumir as funções de Provedor, numa instituição que ao longo de quase oito décadas tem sabido solidariamente unir gerações. A comprová-lo, estão as palavras do seu Presidente no último “Tempo Livre” – “…é neste espírito que comemoramos a 13 de junho o 79.º aniversário da nossa instituição, honrando a tradição com a renovada aposta na juventude e na modernidade, contribuindo para a coesão entre as gerações.” Substituir Kalidás Barreto que marcou os últimos 15 anos da Provedoria do Associado, é um desafio ao mesmo tempo aliciante e de grande responsabilidade. Por tudo isso, fica aqui a promessa de tudo fazer para ser a partir deste momento, os olhos, os ouvidos e a voz dos Associados da INATEL. Contem comigo como eu espero contar sempre com as vossas críticas construtivas e as vossas sugestões, para tornarmos a INATEL cada vez maior ao serviço dos trabalhadores portugueses.

50

na Anos EL INAT

Inscrições abertas

Academia INATEL vai formar animadores de turismo e cultura

A

Academia INATEL, um novo projeto da Fundação, foi inaugurada no passado dia 24 de junho, no Parque de Jogos 1.º de Maio, em Lisboa, com a apresentação dos cursos de Teatro Musical-Formação de Atores e Turismo e Animação Cultural, na presença de formadores convidados, do presidente do conselho de administração, Fernando Ribeiro Mendes, e da coordenadora do projeto, Carla Raposeira. “O primeiro curso de Teatro Musical terminará com um espetáculo de criação coletiva que será apresentado no Teatro da Trindade.

Na área do Turismo e Animação Cultural, os formandos terão experiência em contexto de trabalho, nas atividades de turismo e hotelaria,

desenvolvidas pela Fundação”, adiantou Ribeiro Mendes. Estas duas ações de Especialização Técnica, ministradas por um corpo docente de profissionais com vasta experiência, destinam-se a jovens com o 12.º ano de escolaridade que pretendem apostar nas áreas da cultura ou turismo. Os cursos arrancam em outubro, com mais de 400 horas de formação, distribuídas em três módulos, de três meses cada, com um número máximo de 30 formandos. Os interessados podem inscrever-se através de www.inatel.pt. Informações: 211 156 040/ academia@inatel.pt. n

Protocolo INATEL/Casa Pia de Lisboa A Fundação INATEL celebrou um

organizacionais e de gestão de

protocolo de cooperação com a

carreira, para a inserção no

Casa Pia de Lisboa (CPL), em

mundo do trabalho. A Fundação

abril último, com o objetivo de

esteve representada pelos

permitir a integração dos

presidente e vice-presidente,

formandos da CPL, estruturada

Fernando Ribeiro Mendes e José

num contrato de Formação Prática

Manuel Soares. Pela Casa Pia de

em Contexto de Trabalho, que visa

Lisboa rubricou a presidente do

o desenvolvimento de

conselho diretivo, Maria Cristina

competências técnicas,

Fangueiro.

INATEL na Festa da Rádio Alfa em Paris

D

ezenas de milhares de portugueses emigrantes em França celebraram a Festa da Rádio Alfa em Créteil, Paris, no passado dia 15 de junho, num espetáculo que teve a participação de vários artistas nacionais, incluindo o popular Tony Carreira. A Fundação associou-se a este

certame para promoção dos seus serviços de Turismo e Hotelaria. Foi grande a afluência ao stand da INATEL procurando informação, com manifesto interesse em conhecer as principais ofertas e atividades, de uma instituição portuguesa que para muitos dos presentes era ainda desconhecida. n

Completam, nos meses de julho e agosto, 50 anos de ligação à Fundação INATEL os associados: António Rocha, Henrique Vilarinho, de Vila Franca de Xira; António Dourado, Carlos Dias, de Lisboa; Duarte Costa, de Rio Tinto; Adriano Ramos, de Alhandra; Avelino Marques, de Aveiro; Augusto Soares, de Amora; Manuel Duarte, de Sesimbra.


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TL Julho/Agosto 2014 // FUNDAÇÃO INATEL // 5

1.ª Conferência Internacional Turismo para Todos

O

Turismo Social no país e no mundo foi o mote da Conferência Internacional de Turismo para Todos que aprovou, por aclamação, a Declaração de Lisboa, sublinhando a sua importância no âmbito da economia social. A conferência de turismo, organizada pela Fundação INATEL, decorreu no passado 29 de maio, no Teatro da Trindade, em Lisboa, com a presença de especialistas nacionais e internacionais, que partilharam experiências de diversos países. Entre os temas abordados salientase a saúde e o termalismo, a natureza, a aventura e o desporto, a juventude, a acessibilidade para cidadãos com necessidades especiais, e a cultura enquanto desenvolvimento regional.

Solidariedade e sustentabilidade A conferência aprovou, por aclamação, a Declaração de Lisboa que, seguindo as orientações da Organização Mundial do Turismo, do Código Mundial da Ética do Turismo, do Plano Estratégico Nacional para o Turismo, defende o conceito de Turismo Para Todos inserido na esfe-

ra da economia social, fundada em valores filantrópicos, solidários, ambientais, respeitando a cultura dos locais e valorizando a sustentabilidade. Na Declaração de Lisboa, (disponível em www.inatel.pt), ficou também declarado que os participantes da conferência apoiam a criação do Portuguese Ethic Tourism Think Tank (PETTT), inspirado no Código Ético Mundial para o Turismo. Valor económico e cultural Na conferência esteve presente o Secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, que realçou a importância económica do Turismo na economia nacional dando, entre outros exemplos, a responsabilidade do setor em 20% dos empregos criados no ano passado em Portugal. Em

matéria de Turismo, o país é já o vigésimo mais competitivo a nível mundial o que demonstra a fulgor da área sendo visitados por mais de catorze milhões de pessoas anualmente. Adolfo Mesquita Nunes realçou ainda a importância do Turismo no perpetuar de tradições culturais, gastronómicos e sociais. No interior do país muitas destas tradições começam a renascer por serem valorizadas pelos turistas, nomeadamente no âmbito do Turismo Cultural e de Natureza. O governante resumiu ainda algumas das políticas públicas seguidas por este governo nesta área como a revisão dos licenciamentos dos empreendimentos turísticos, a revisão das classificações dos hotéis, premiando o mérito e a capacidade de adaptação dos hotéis às várias tipologias de turistas; o apoio a produtos integrados através do novo quadro de apoio europeu em que se valorizará a requalificação dos equipamentos existentes interligando-os com o meio onde se inserem, e a desburocratização e o terminar de taxas excessivas para incentivar a criação de novos produtos de animação turística das cidades portuguesas. n

INATEL comemorou 79 anos

A

Fundação INATEL assinalou, no passado dia 13 de Junho, 79 anos de existência com o espetáculo “Trovas & Canções – Actores, Poetas e Cantores”, no Teatro da Trindade. Três gerações em palco, do avô ao neto, a família de Ruy de Carvalho, mais o ator Ricardo Carriço, e um convidado especial, Paulo de Carvalho que interpretou os seus grandes êxitos “Meninos do Huambo” e “Mãe Negra”. Ainda em palco, a fadista Ana Marta e Ricardo Gama à guitarra

portuguesa e Isabel Bogalho na viola clássica. Em ambiente descontraído e informal, os membros do Conselho de Administração, presidente, Fernando

Ribeiro Mendes, e vogais, Álvaro Sousa Carneiro e Jacinta Oliveira, juntaram-se ao elenco e, com o público e colaboradores, cantaram os parabéns à Fundação e sopraram as velas do bolo de aniversário. Com um papel único e relevante na sociedade portuguesa no que à cultura, ao desporto e ao lazer diz respeito, a Fundação INATEL olha agora o futuro, como organização moderna do séc. XXI, rumo à celebração dos 80 anos. n

Obrigado, Luís Kalidás!

C

omo noticiámos na edição anterior do TL, cessou agora funções de Provedor do Associado INATEL o Luís Kalidás Barreto. Conheci o Luís Kalidás em 1973, era eu jovem estudante e trabalhador da Federação Nacional dos Sindicatos do Pessoal da Indústria dos Lanifícios, e ele, um dos dirigentes máximos da Federação e do livre sindicalismo português, que então emergira por entre as malhas dos sindicatos corporativos, beneficiando da curta primavera marcelista. Resistente à ditadura, militante das horas difíceis da luta laboral e cívica, ele é um dos grandes obreiros da nossa democracia, não só pela sua prática de sindicalista como também enquanto deputado à Assembleia Constituinte em 1975-6 e ator político e cívico sempre presente nos grandes combates pela Liberdade dos últimos quarenta anos. Na hora do render da guarda na função de Provedor do Associado INATEL, daqui lhe envio comovido abraço de agradecimento pelo muito que lhe devemos nesta casa. Continuaremos, estou certo, a beneficiar do seu saber e da sua colaboração solidária nesta grande Fundação, que ele tanto tem ajudado a crescer. Por isso, se outras razões não houvera, obrigado, Luís Kalidás, e até já! n Fernando Ribeiro Mendes


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6 // ESPAÇO DO ASSOCIADO // TL Julho/Agosto 2014

CCD INATEL

Rancho Tradicional de Cinfães A ligação às origens A Associação cultural Rancho Tradicional de Cinfães iniciou atividade em 2005, em Lisboa, com o objetivo de “integrar e enraizar os cinfanenses que, à procura de melhores condições de vida, abandonaram a terra natal para encontrarem uma ‘segunda terra’ na capital”.

O

grupo de cinfanenses, constituído por cerca de quarenta pessoas, de todas as idades, tem mantido a ligação às origens dedicando-se à preservação e divulgação da cultura popular do concelho de Cinfães, através dos trajes, dos cantares, das danças, do artesanato e das representações etnográficas. Uma das responsáveis pelo grupo, Hermínia Resende, fala-nos da vertente lúdica envolvida nesse trabalho de transmissão e de aprendizagem, dando exemplo do vocabulário regional que serviu de suporte à construção dos diálogos do “quadro etnográfico” Serão na aldeia. Desde o momento das recolhas no terreno, feitas com base em testemunhos orais e em apontamentos de histórias de vida, até à sua reconstituição sob a forma de espetáculo público, um longo caminho é percorrido por todos, para que a frase “Ó senhora mãe, quero pom, tenho fome!” exprima a preceito a maneira de falar de Cinfães. “Um ensaio é para rir, o outro ensaio é para ensaiar! – sublinha – Até os mais novos se deixaram cativar por aquela estranha forma de falar!”. O reforço de laços afetivos e de coesão entre o grupo é outra das componentes implicadas neste processo e que está presente nos ensaios semanais e nas atividades regulares, “este trabalho exigiu que nos concentrássemos e uníssemos esforços em torno de um objetivo comum. No momento em que aconteceu foi um elo de união extraordinário.” Os elementos do rancho, integrados na tocata (secção instrumen-

A bailarina profissional Carla Ribeiro em associação com a INATEL e o Rancho Tradicional de Cinfães, criaram “Raiz”, um espetáculo de dança original, apresentado no Trindade em 2012. Ao lado, “Cidade das Tradições” em 2013

tal), cantoria ou dança, consoante a sua vocação, gosto ou habilidade, apresentam-se com trajes tradicionais, confecionados em linho, sirguilha, serrobeco e burel – desde o “traje de filha de lavrador abastado” ao “traje do malhador da eira”, “de cachopa” ou “de moço” –, testemunhos da diferenciação social, cultural e económica, assim como da paisagem agrícola que caracterizou a zona serrana de Cinfães. O rigor desta forma de reconstituição histórica, baseada no estudo de peças originais que serviram de modelo, traduz os propósitos de “representar, divulgar e dar continuidade”, para que o conhecimento e a memória sobre estas práticas se preservem. As músicas e danças que fazem parte do reportório são trabalhadas a partir de pesquisas

efetuadas pelos ranchos folclóricos do concelho de Cinfães, “nós usamos as mesmas modas, procurando cantá-las e dançá-las com o mesmo rigor com que eles o fazem.” “Mais além de dançar e cantar”

A colaboração desta associação com a Fundação destacou-se notoriamente em dois eventos, Raiz e Cidade das Tradições. No âmbito das comemorações do Dia Internacional da Dança e do Dia Europeu da Solidariedade entre Gerações, em 2012, a INATEL associou-se ao Rancho Tradicional de Cinfães e à bailarina profissional, Carla Ribeiro, para criarem um espetáculo de dança original, Raiz, onde as modas de roda, a contradança, a chula e o fado mandado foram reinterpretados e ganharam

outra dimensão. A aproximação da dança tradicional portuguesa a práticas de dança contemporânea, a qualidade, profissionalismo e esforço do rancho, a diversidade etária dos elementos e o seu contributo para a inclusão social e cultural, fizeram deste espetáculo “um momento único na história do grupo”, com duas apresentações no Teatro da Trindade e na Unidade Hoteleira da Caparica. A riqueza e o dinamismo da atividade do Rancho Tradicional de Cinfães ficaram bem expressos na Cidade das Tradições, em 2013, onde a sua participação se estendeu aos workshops de dança e de trançaria e chapelaria, às animações de rua com jogos e brinquedos tradicionais, aos saberes e fazeres artesanais relacionados com o ciclo da palha e aos espetáculos de palco. Para o grupo, “foi uma honra ter colaborado nesta iniciativa – acrescenta – por tudo o que nos proporcionou e porque nos deu oportunidade de mostrar de forma diferente o nosso valor.” Para além do “Encontro de Tradições”, que tem lugar no Jardim Público de Moscavide, onde as associações são convidadas a apresentar “algo mais além de dançar e cantar, como sejam, temas do cancioneiro religioso, pregões ou o lançamento de pulhas”, o Rancho Tradicional de Cinfães organiza, anualmente, bailes populares de Carnaval e de Outono, e participa em festas de bairro e romarias, em lares de idosos, escolas e animações de rua, privilegiando igualmente a vertente social e pedagógica de intervenção. n


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TL Julho/Agosto 2014 // ESPAÇO DO ASSOCIADO // 7 // À CONVERSA COM...

Disponibilidade e competência Faial, Pico, Terceira, Flores, Corvo e S. Miguel, e Espanha, ficando em Fuengirola, Torremolinos, Roquetas de Mar e Mogarraz. “Frequento – acrescenta – as termas de Entre-os-Rios, nos últimos três anos, o que se tornou uma experiência muito agradável e que desejo usufruir enquanto for possível. Tenho frequentado, Nesta edição, o TL conversou com

também, as excursões para,

João Carvalho Santos, 34 anos,

comodamente, assistir a

associado há 14 anos, na agência

espetáculos em Lisboa, ir às festas

de Leiria, “para poder praticar a

de Natal na Caparica, e, em

minha modalidade de eleição –

Albufeira, habituei-me a fazer a

Pesca Desportiva de água doce –

passagem de ano com amigos e

junto dos meus amigos e colegas,

conhecidos, que todos os anos

numa vertente de camaradagem e

tenho a felicidade de reencontrar

partilha de experiências”.

naquele animado e bem

Considera-se satisfeito e observa

organizado Réveillon”.

que “os funcionários mostram-se

João Eliseu sublinha, ainda, que a

sempre disponíveis para ajudar e

INATEL representa “uma

esclarecer, demonstrando um

organização, que associa uma

elevado nível de profissionalismo”.

eficiente agência de viagens a uma

Para este amante do Desporto

cadeia hoteleira que se define pela

INATEL, a Fundação representa

diversidade e qualidade de

um “serviço público de qualidade,

serviços. Cerveira, Vila Ruiva,

que promove e apoia diversas

Piódão, Foz do Arelho e Albufeira

atividades desportivas e culturais.

têm presentemente instalações de

Gosto igualmente – acrescenta –

muita categoria mas, em todas, o

da possibilidade de usufruir das

pessoal é delicado, correto e

várias unidades hoteleiras para

competente, desde a recepção aos

gozar umas boas férias”.

serviços de restauração e

Conversamos, também, com João

limpeza”.

de Almeida Eliseu, 85 anos,

Satisfaz-lhe recorrer aos serviços

inscrito desde 1992, após a

da agência de Leiria, frequentar as

aposentação da função pública. “A

unidades hoteleiras ou integrar

INATEL – conta – permite-me fazer

viagens, principalmente, “pelas

turismo, com a minha mulher, em

comodidades oferecidas,

excursões ou através de iniciativas

convivência e tratamento familiar

próprias, confraternizando com

que tanto nos agradam”.

amigos, fazendo novas amizades e visitando regiões, cidades ou locais que até então não tínhamos podido conhecer ou rever”. Assim, conheceu as instalações de Cerveira, Entre-os-Rios, Vila Ruiva, Linhares da Beira, S. Pedro do Sul, Santa Maria da Feira, Piódão, Luso Manteigas, Foz do Arelho, Oeiras, Caparica, Castelo de Vide, Albufeira e Porto Santo. Também foi aos Açores, esteve nas Ilhas do


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8 // ENTREVISTA // TL Julho/Agosto 2014

Manuel Coutinho «A Inatel tem-me acompanhado ao longo da vida» Manuel Coutinho, secretário-geral do Instituto de Apoio à Criança (IAC) e coordenador do SOS Criança, conta as memórias que o ligam afetivamente à Inatel. «A Fundação Inatel tem-me acompanhado ao longo da vida. Acompanhou-me quando era criança, quando era jovem; acompanha-me enquanto adulto e acompanha também a minha família.»

É

precisamente em família que o psicólogo clínico gosta de mergulhar na piscina, para juntos desfrutarem de momentos de puro lazer. Manuel Coutinho, que é também professor adjunto do ensino superior em cadeiras como Terapia Familiar e outras áreas, fala na importância de pais e filhos aproveitarem o tempo de férias para se conhecerem melhor e se entregarem mais uns aos outros. Mas deixa um alerta: o tempo e o espaço de cada um, mesmo em família, tem de ser sempre respeitado. Sei que gosta de dar umas braçadas na piscina da Inatel Caparica…. Todos os anos no verão, pelo menos duas a três vezes por mês, vou às piscinas da Inatel Caparica. Costumo ir em família aos sábados de manhã e acabamos por almoçar lá. Temos, inclusive, memórias muito positivas com todos a mergulhar na piscina. Que vantagens encontra em utilizar essa piscina? É muito tranquilo estar ali. Há um misto de piscina, uma zona de mata e pode-se respirar o ar da praia. O espaço envolvente é muito agradável. As crianças gostam imenso de lá estar e perguntam-nos constantemente: «Quando é que vamos para a piscina?» As pessoas acabam por ser ali bastante felizes e realizadas. Há também a vantagem da proximidade com Lisboa, onde moramos, e não é preciso fazer grandes viagens. Tenho um agregado familiar numeroso. Quatro crianças, uma de 13, uma de 11, outra de 8 e outra ainda de

7, e os preços praticados pela Inatel são, na minha opinião, bastante acessíveis. Normalmente almoçamos por lá, pois acho que é uma boa relação qualidade/preço. Ainda frequenta a piscina da Unidade de Oeiras, onde viveu momentos agradáveis em criança? Sim e também passo lá bons momentos. Quando era criança, ia lá com os meus pais e irmãos para a zona do Motel Continental – assim era conhecido na altura, nos anos 70. Íamos à praia e à piscina do Motel sobre o mar. Tenho muito boas memórias e há aqui alguma relação de afetividade com todos estes espaços. Passávamos um período de tempo muito agradável em família. Íamos também para ali porque havia um self service – era o único sítio que eu conhecia com um self service. Continuo a achar que a nível de hotelaria e de espaços verdes, a Inatel é uma referência a nível nacional. Há também uma história ligada à sua juventude no Parque de Jogos 1.º de Maio… Sim, em 1977… Quando terminei o curso, a bênção das pastas foi no Estádio 1.º de Maio. Na altura, os finalistas davam uma volta ao estádio com as pastas levantadas e as fitas em permanente agitação, enquanto as famílias, sentadas na bancada, viam o que se estava ali a passar. A Fundação Inatel tem-me acompanhado ao longo da vida. Acompanhou-me quando era criança, quando era jovem; acompanha-me enquanto adulto e acompanha também a minha família. Ainda conheceu o então Motel

Continental (Inatel Oeiras). E atualmente já teve oportunidade de experimentar outras unidades hoteleiras? Tenho vontade de um dia destes experimentar as instalações na Foz do Arelho. Tenho pessoas amigas que passam lá férias e gostam muito. Em breve, é possível que vá à Inatel Porto Santo. Eu já estive no Porto Santo, ao pé da Inatel, e vi que está muitíssimo bem localizada, muito bem integrada na natureza. Ainda não estive lá a pernoitar mas proximamente hei de estar. Para onde vai de férias este ano? Vou para o Algarve para uma casa particular e depois tenho sempre um período a dois de férias. A minha mulher, que é associada da Inatel, já foi à agência no Rossio para uma possível viagem à Turquia. Já alguma vez viajou com a Inatel? No ano passado fiz uma viagem ao Leste europeu – Croácia, Bósnia, Montenegro e Eslovénia – tratada na agência da Inatel do Rossio. Tive conhecimento dessa viagem através do jornal Tempo Livre e do site da Inatel. Do ponto de vista pessoal, a Inatel tem sido uma mais-valia ao longo da minha vida. Tem sido uma parceria engraçada. Há também uma parceria da Inatel com o IAC… O Instituto de Apoio à Criança tem sido muito beneficiado com essa parceria, com o apoio direto que a Inatel tem dado às crianças e às famílias, nomeadamente na cedência de espaços, no fornecimento de refeições e no

proporcionar, a título gratuito, dormidas às crianças que são apoiadas pelo IAC. Esta vertente humana e social e esta atenção permanente que a Inatel dá às crianças é, sem dúvida, uma maisvalia para todos: crianças, jovens e suas famílias. É psicólogo clínico há mais de trinta anos. Por que razão é tão importante que pais e filhos possam desfrutar de férias juntos? As férias são um momento oportuno para todos nos conhecermos cada vez melhor, para estarmos uns com os outros sem máscaras. É uma mais-valia para todas as famílias poderem aproveitar o período das férias, para as pessoas se entregarem mais, conversarem mais, livres de zonas de stress e de situações stressoras. Nas férias recarregamos as baterias familiares para termos energia suficiente para nos depararmos com o ano que vem aí. Durante o ano civil e letivo, temos a lupa muito em cima das obrigações, dos deveres, do relógio e do despertador – que desperta a dor, tal como indica o nome – e devemos aproveitar as férias para ser um período com muita alegria e onde nós podemos ter um convívio franco, sereno, fraternal e agradável. Vivemos uma época em que todos nós, desde muito pequenos, aprendemos a colocar sempre os deveres e as obrigações à frente do lazer… É verdade que o dever e as obrigações fazem parte da vida, mas o lazer é estruturante. Podermos ter feriados, pontes e


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TL Julho/Agosto 2014 // ENTREVISTA // 9

férias para projetarmos o futuro organiza-nos a mente. Enganamse os Estados, os políticos e as sociedades que pensam que só devemos trabalhar. Na música, temos as pausas. Na linguagem existem as vírgulas e os pontos para equilibrar os textos – e a vida de cada um nós precisa de pausas para ter equilíbrio psicológico. Para além disso, ajudamos a dinamizar o comércio em zonas como o interior do país. Sou a favor das pontes alargadas e dos feriados. Por isso é que eu acho que organizações como a Inatel

“No ano passado fiz uma viagem, ao Leste europeu, tratada na agência da Inatel do Rossio. Tive conhecimento dessa viagem através do jornal Tempo Livre e do site da Inatel. Do ponto de vista pessoal, a Inatel tem sido uma mais-valia ao longo da minha vida”

que, a preços mais reduzidos, podem levar a que muitas pessoas tenham a esperança de ter uns dias bem passados, são muito importantes. Nas férias é importante planear ou deixar-se ir ao sabor do momento? Deve fazer-se uma planificação macro, escolher o local para onde vamos e o tempo que vamos lá ficar. Depois de lá estarmos, devemos fruir os prazeres do momento e não sermos escravos do mapa nem do relógio e outro tipo de obrigações.

Mesmo estando em família, há alturas em que todos nós precisamos de estar sozinhos, e isso nem sempre é pacífico… Cada pessoa pode ter o seu espaço, o seu momento para se encontrar, ler o seu livro ou a sua revista, jogar às cartas, interagir, fazer o que lhe apetece. Mesmo quando se vai com uma família numerosa, cada um precisa de ter um espaço só para si. Esse espaço tem de ser respeitado por todos e não deve ser invadido. Os filhos devem perceber que os pais precisam de tempo para fazer as coisas de que gostam e os pais têm de saber que os filhos também precisam de ter tempo para fazer o que gostam. E todos temos de compreender que há coisas que gostamos de fazer todos ao molho [risos]. No fim das férias, o que tem mesmo de valer a pena? No fim das férias temos de vir com as baterias carregadas para podermos com alegria, equilíbrio e coragem enfrentar o ano que vamos ter pela frente. Temos de trazer o nosso coração cheio das pessoas que estiveram connosco. Temos de trazer fotografias imaginárias dos bons momentos que passamos juntos e pensar também logo nas próximas férias. Como diz o poeta: «Cada vez que o homem sonha, o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança». Já que falou em sonho, alguma vez foi à Eurodisney? Esta é a viagem de sonho para tantas crianças... Sim. A Eurodisney é uma viagem de sonho para muitas crianças, mas também para as famílias. É o poder vivenciar o imaginário. Ali a realidade ultrapassa a ficção, é quando o impossível se torna possível, é quando conseguimos apalpar os sonhos. Mas recomendo essa viagem só a partir dos 10 anos, porque há alguns constrangimentos que têm a ver com as alturas e algumas brincadeiras que não são muito aconselháveis para as crianças muito pequenas. n Sílvia Júlio


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10 // ESPAÇO DO ASSOCIADO // TL Julho/Agosto 2014 // XVIII CONCURSO “TEMPO LIVRE” DE FOTOGRAFIA

Menção honrosa Rui Mendes, Porto Associado n.º 240781

Prémio Clara Rosário, Lisboa Associado n.º 233162 Mais informações sobre o Regulamento: www.inatel.pt (Fundação/“Tempo Livre”/edição de abril) T. 210027000/ tl@inatel.pt


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TL Julho/Agosto 2014 // CULTURA // 11

Voluntários

M

arcada para setembro próximo, a Cidade das Tradições vai, neste ano, crescer em dimensão, em número de expressões de artes e culturas tradicionais e em dias de festa. A segunda edição desta popular e já prestigiada iniciativa da INATEL contará com o contributo de voluntários que desejem participar neste evento de forma solidária, disponibilizando o seu tempo livre e colhendo outro tipo de experiências nos bastidores e com a equipa organizadora.

Se tem disponibilidade venha connosco “construir” a Cidade das Tradições de 19 a 21 de setembro, no Parque de Jogos 1.º Maio, em Alvalade. Ao grupo de voluntários selecionado será disponibilizada alimentação, despesas de transporte, seguro, formação e t-shirt de voluntário. Se tem interesse e vontade de participar contacte a direção de Cultura da Fundação INATEL: cultura@inatel.pt / T. 210027150 / www.inatel.pt. n

Comunicação em debate

CIOFF Portugal na Bósnia

R

ealizou-se entre 19 e 23 de junho, em Sarajevo, a assembleia-geral do Setor da Europa do Sul e África do CIOFF – Conselho Internacional das Organizações de Festivais de Folclore e Artes Tradicionais. A reunião internacional contou com a presença dos representantes do CIOFF Bósnia-Herzegóvina, Bulgária, Espanha, França, Itália, Montenegro e Suíça. Portugal esteve representado pela

presidente da Associação CIOFF Portugal, Jacinta Oliveira, e pela coordenadora da direção de Cultura, Sofia Tomaz. Das matérias discutidas destacam-se os contributos apresentados para a eficácia da comunicação, interna e externa, entre os membros que compõem esta rede de trabalho internacional que integra, atualmente, 101 países dos cinco continentes, promovendo mais de 300 festivais por ano.n

Julio Cortázar

Daniel Schvetz Septeto tango


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12 // ARQUIVO HISTÓRICO // TL Julho/Agosto 2014

“Democratização” das Damas

P

Fotografias: Óscar Coelho da Silva. - Fundação INATEL / Arquivo Fotográfico

arente longínquo dos jogos de tabuleiro da antiguidade pré-clássica, o Jogo de Damas teve origem no Al-qirkat ou Alquerque, introduzido na Península Ibérica pelos árabes no século VIII. Gozando de grande popularidade na Europa da Idade Média, o ‘Jogo de Tablas’, como era conhecido em Portugal, ressurgiu nos salões da aristocracia do século XVIII, vindo mencionado no romance História famosa da Vénus de Ferrara, de João Henrique. Foi, porém, somente a partir do 2.º quartel do século XIX, com o advento duma classe média consistente, que o Jogo de Damas se popularizou no nosso país, tendo sido utilizado como forma de comunicação codificada entre os prisioneiros políticos da ditadura miguelista. Durante o século XX, sobretudo a partir da 2.ª metade, o Jogo de

Damas ganhou adeptos entre as massas populares, passando, também, a jogar-se nos cafés e nas colectividades. Este processo de «democratização» das Damas, ficou a dever-se, em grande medida, à acção da F.N.A.T., que em 1952 introduziu o jogo nas suas actividades para trabalhadores. Logo nesse ano, disputou-se em Lisboa um torneio de Damas que contou com a participação de mais de 120 beneficiários, número que se repetiu nos dois anos subsequentes. Em 1955, a par da publicação do Regulamento [do] campeonato nacional de damas clássicas, a F.N.A.T. promoveu uma «simultânea» que opôs o damista Adelino José Ribeiro a 43 parceiros, que se observa nas fotografias apresentadas. n José Baptista de Sousa [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]


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14 // TEMA DE CAPA // TL Julho/Agosto 2014

“Mythic Ride” em 25 e 26 de outubro

BTT pioneiro na serra da Estrela A Fundação INATEL vai proporcionar aos amantes do BTT, nos próximos dias 25 e 26 de outubro, a sensação única de percorrer os trilhos do ponto mais alto de Portugal continental e desfrutar da beleza natural desta região. A prova, “Mythic Ride”, será apadrinhada pelo antigo campeão nacional de ciclismo Marco Chagas.

A

crescente procura de um conceito de provas de aventura outdoor e superação dos próprios limites, fez a Fundação INATEL abrir a sua oferta competitiva a todo o público em geral. Depois do sucesso que foi a aposta na modalidade de Trail Running, chega a vez do BTT experimentar competições de maior exigência física e técnica. Nos dias 25 e 26 de outubro, a região da Serra da Estrela vai receber uma competição de BTT com um conceito ainda pioneiro no nosso país. Duas etapas e GPS A prova que irá decorrer em duas etapas, uma longa e outra curta, será disputada em equipas de dois elementos e com orientação pelo percurso através de GPS. As equipas poderão ser constituídas por elementos de diferentes idades e sexo, sendo que na chegada e nos vários pontos de controlo, o resultado da equipa será validado apenas com a presença simultânea de ambos os elementos. Os atletas do MR Estrela 2014 irão percorrer trilhos remotos, muitos deles pisados apenas pelos pastores e seus rebanhos. Pedalar junto das lagoas serranas, percorrer os cumes da montanha, descer o vale Glaciar e atravessar os Rios Mondego e Zêzere serão alguns dos pontos de passagem obrigatória. Este é um conceito importado com enorme sucesso no estrangeiro, mas ainda recente em Portugal. A maior prova da especialidade realiza-se na África do Sul – CAPE EPIC, e contabilizou este ano a sua décima edição. Também no Brasil existe uma prova de igual mediatis-

mo e muito participada por atletas portugueses – BRASIL RIDE, que curiosamente se irá disputar na mesma data do MYTHIC RIDE, ao longo de sete etapas, nos trilhos da Chapada Diamantina, no centro do Estado da Bahia. A organização fornece aos atletas o que necessitam para participar neste desafio, como abastecimentos ao longo das etapas, opção de alojamento, alimentação e ainda suporte técnico. Alcançar o topo de Portugal vai ser um dos desafios deste evento, mas mais do que vencer a competição, os participantes vão ter uma experiência de auto conhecimento, superação dos próprios limites, viver o verdadeiro espírito do BTT e estar em contacto com a Natureza no seu estado mais puro. Todas as condições estão a ser planeadas ao pormenor e os atletas apenas terão de procurar um parceiro com pedalada para desfrutar desta aventura ao máximo. Marco Chagas: uma carreira iniciada na FNAT/INATEL Com 74 vitórias na carreira, entre as quais 22 em etapas da Volta a Portugal, Marco António Martins Chagas, natural de Pontével, Cartaxo, mantém o recorde de ciclista português com o maior número de vitórias nesta competição (1982, 1983, 1985 e 1986). Aos 57 anos, o antigo campeão continua em grande forma e a pedalar ao mais alto nível. Poucos sabem, mas um dos primeiros títulos de Marco Chagas foi, aos 16 anos, o de campeão distrital de ciclismo da FNAT. Foi a sua rampa de lançamento e a razão do

ENTREVISTA // MARCO CHAGAS

500 mil quilómetros a pedalar… à volta da serra (Gouveia, Manteigas, Seia ou Covilhã). No entanto, sempre eram etapas de extrema importância para o resultado final. Qual a sua preferência de rodas? Agora, depois de 18 anos como corredor profissional de estrada, a minha preferência vai para a “roda grossa”. Que conselhos pode dar às equipas deste Mythic Ride? Como é que apareceu o

Apenas lembrá-las de que estão

ciclismo na sua vida?

na zona mais montanhosa de

O ciclismo apareceu na minha

Portugal continental.

vida por influência do meu tio

Depois da participação em

Ramiro Martins, que foi ciclista

grandes aventuras, como a

do Benfica e participou nos

Titan Desert, Brasil Ride e

Jogos Olímpicos de Roma, em

Transportugal, qual o próximo

1960.

desafio?

Recorda-se de qual foi a sua

O meu próximo desafio,

primeira bicicleta?

juntamente com mais três

Sim. Foi-me oferecida no Natal

colegas de Clube, será o

de 1962, pelos meus pais.

Powerade Ion4 Madrid – Lisboa

Na sua opinião, qual foi a sua

Non Stop, em setembro. Trata-se

maior conquista como atleta?

de uma prova de Btt que ligará

A quarta vitória na Volta a

as capitais da Península Ibérica,

Portugal, uma vez que fui o

através de 10 etapas, sem

primeiro corredor a consegui-lo.

paragens, com passagem de

Tem ideia de quantos

testemunho entre os membros

quilómetros pedalou até hoje?

da equipa.

Não, mas, no mínimo, terão sido

Sabemos que é um dos

uns 500 mil.

fundadores de um clube de

Trepar a Serra da Estrela terá

Ciclismo com o seu nome.

tanto de esforço como de

Como é que nasceu esse

emoção…

projeto?

Nos meus tempos de corredor

Este projeto nasceu,

as chegadas nunca foram na

maioritariamente, por ação do

Torre. Apenas passavam por lá

meu companheiro e amigo

e, depois, chegavam às cidades

Miguel Barroso, que teve a ideia.


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TL Julho/Agosto 2014 // TEMA DE CAPA // 15

Quadros Competitivos 2014/15 MODALIDADES COLETIVAS:

convite para ingressar no Benfica, em 1974, pela mão do treinador Francisco Valada que tentou levar o jovem do Cartaxo para Lisboa. No entanto, o coração verde e branco falou mais alto e Marco Chagas acabou por optar, aos 17 anos, pelo Sporting. Participou, pela primeira vez, na Volta em Portugal em 1976 ao serviço da Costa do Sol, uma equipa formada maioritariamente por atletas vindos do Sporting e Benfica. Logo na primeira Volta, ganhou três etapas e terminou num surpreendente 6.º lugar na geral. A primeira vitória na Volta aconteceu em 1979, em representação da equipa Lousa-Trinaranjus, mas uma semana depois recebeu a triste notícia da desclassificação. Depois de uma temporada em França ao serviço da equipa Puch, voltou a Portugal em 1981 através de um convite do F. C. do Porto. Começou, nesta década, a sua carreira triunfal com quatro vitórias quase consecutivas na Volta entre 1982 e 1986, uma pela equipa nortenha, a segunda pela Mako Jeans (1983) e as duas últimas pelo Sporting (1985 e 1986). Participou, ainda, no Tour francês, em 1980 e 1984, a primeira ao lado de Joaquim Agostinho. Aos 33 anos decidiu terminar a sua carreira como ciclista profissional, mas mantendo-se ligado à modalidade, como treinador das equipas Tensai Mundial Confiança (1991 e 1992) e Sicasal Acral (1993 a 1995). Detentor de uma cultura desportiva invejável, hoje é comentador de ciclismo da RTP e faz as delícias dos amantes da modalidade que acompanham a Volta através da televisão.

Apesar dos 57 anos de idade, as pernas não lhe pesam e o amor pelas duas rodas mantém-se. Marco Chagas pedala agora pelos trilhos do nosso país, mas agora com “roda grossa” (bicicleta de BTT). Em 2011, com alguns amigos ligados à modalidade, fundou o Clube de Ciclismo Marco Chagas. No mesmo ano, fez parte da equipa Meo Team e participou numa das provas de BTT mais duras do Mundo, a Titan Desert. Em 2012, participou na Brasil Ride, fazendo dupla com Nuno Margaça (Bike Angels) e mais recentemente na Transportugal de 2013. n

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Desporto, natureza e bem-estar

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No coração da Serra da Estrela e junto às margens do Zêzere, existe um tesouro centenário que nasce do fundo da terra. As termas de Manteigas são uma das unidades termais mais importantes do país, com água

JULHO EM FORMA ACTIVIDADE FÍSICA PARA TODOS

mineral natural captada a 60m de profundidade e a 48ºC, garantem-lhe a estabilidade bacteriológica ideal para

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ajudando a recuperar do desgaste físico provocado pela competição.

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16 // HOTELARIA // TL Julho/Agosto 2014

Guia HI

O guia HI foi criado a pensar no utente que chega a um Hotel INATEL e procura informações sobre as principais atrações locais, a fim de tirar maior partido da sua estada. Vamos percorrer a nossa cadeia hoteleira com aquelas que pensamos serem as melhores sugestões para quem nos procura. Aproveite!

Castelo de Vide: Alto Alentejo exemplar

C

om uma localização privilegiada do nordeste alentejano, integrada no Parque Natural da Serra de S. Mamede, com o seu casario branco, Castelo de Vide surge aos olhos do visitante como um oásis de beleza arquitetónica e riqueza arqueológica. Vila exemplar da arquitetura

alentejana mantém dentro do perímetro das suas muralhas um notável conjunto de obras de arte, destacando-se a maior coleção de portais góticos e uma das mais belas judiarias do país. A vastidão da planície meridional e os seus coloridos tão característicos, em cada época do ano, emprestam-lhe beleza e magnitude. n Fotos gentilmente cedidas pela C.M. Castelo de Vide


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TL Julho/Agosto 2014 // HOTELARIA // 17

Fórum de opinião Com o Guia HI queremos criar um

1- Caso já tenha visitado Castelo

expectativas e que tipo de

de Vide partilhe a sua opinião

informações gostaria de obter.

acerca deste destino.

fórum de opinião junto dos nossos

Ver l

Igreja Matriz Sta. Maria da

Devessa l

Fonte do Ourives

l

Cerca Urbana Medieval

l

Sinagoga

Agradecemos a sua opinião

associados e utentes. Em primeiro

2- Caso ainda não tenha tido

para o Fórum Guia HI

lugar, gostaríamos de saber o que

oportunidade de visitar Castelo de

através de email:

pensam acerca de Castelo de Vide.

Vide diga-nos quais as suas

hotelaria@inatel.pt

de setembro

l

Trapologia

l

Cerâmica Decorativa

l

Miniaturas em madeira

l

Erythura. Recriação da

Desfolhada, Concerto de Outono – 19 de outubro

l

Wi-fi

Contactos: T. 245 900 200/ inatel.cvide@inatel.pt

Feiras e Romarias Comer

l

Feira St.º Amaro (15 janeiro)

Coordenadas GPS:

l

Sarapatel

l

Festa N. Sra. Carmo (julho)

39º 24’ 50’’ N

l

Açorda Alentejana

l

Festa N. Sra. Penha (5 agosto)

07º 27’ 14’’ O

l

Alhada de Cação

l

Festividade S. Lourenço (10

l

Carne Porco à Alentejana

agosto)

l

Migas

l

l

Ensopado Borrego

agosto)

l

Encharcada Nozes

l

l

Boleimas

de cada mês l

Onde comer

Festividade de Folclore (15 Mercado Franco – última 6ª feira Feira das Velharias – último

Outras informações Viagens INATEL com destino a Castelo de Vide durante o mês de setembro: Dia 21 l

Partida de Viana do Castelo

l

Fonte da Vila

l

Arco/Porta Sta. Catarina

l

l

Fonte S. Roque

INATEL Castelo de Vide Hotel**e***

l

Calvário

Sénior)

l

Convento S. Francisco

Dia 28

l

Porta da Vila

l

l

Parque Natural Serra S. Mamede

Todos)

domingo de cada mês

Restaurante Páteo de S. Mamede

Dormir

(Turismo para Todos) l

Partida de Aveiro (Turismo Sénior)

l

Partida de Esmoriz (Turismo

l

Desfrutar l

Passeios pedestres e BTT

l

Feira Medieval de Castelo de Vide Gastronomia Medieval – 4 a 7 de

Setembro l

Torneio de Aviação Civil – 12 e 13

de setembro l

BTT Norte Alentejano – 20 e 21

Partida de Santarém (Turismo

Sénior) l

Partida de Tomar (Turismo Sénior)

INATEL Castelo de Vide Hotel ** e

– 4 a 7 de Setembro l

Partida de Lisboa (Turismo para

Comprar

***

Nota: as informações constantes

l

Bordados

l

37 quartos

neste guia são meras sugestões.

l

Trabalhos em cortiça

l

bar

Para informações mais detalhadas

l

Trabalhos em escamas de peixe e

l

restaurante

poderá contactar o Posto de

l

sala de reuniões

Turismo local.

flores secas


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18 // VIAGENS // TL Julho/Agosto 2014

Turismo para Todos Numa Ibéria de sonho… O programa Turismo para Todos proporciona umas férias em alguns dos mais belos locais de Portugal e Espanha a preços imbatíveis. no da virgem e do menino e San Martin del Castañar. E ainda o destino a Huelva onde pode visitar também Mazagón, Sevilha ou a eterna Cádiz; o circuito Fuengirola que lhe permite visitas a Gibraltar, Ronda, Marbelha, Puerto Banús e Málaga; e Laujar de Andarax, na Andaluzia em que pode mergulhar na história, cultura, gastronomia e alegria andaluz.

N

ão é exagero afirmar que Portugal e Espanha se estão a impor como um dos mais belos destinos da Europa e do Mundo para fazer Turismo. A Península Ibérica é uma caixa de surpresas ao nosso alcance, pois não é necessário atravessar o mundo para ter umas férias de sonho. Um exemplo marcante é a viagem que propomos ao Alto Minho e Galiza, com estadia em Vila Nova de Cerveira, em que além desta bela terra, que espanta pela vista imponente de grande parte do rio Minho, se visita Viana do Castelo, Valença, o encantador centro histórico de Tui, e Vigo, a mais populosa cidade galega.

// Viagens INATEL Turismo para Todos Programas de viagens desde 267 € Mais informações nas Agências e em www.inatel.pt

Para Espanha destacamos a viagem a Mogarraz, uma romântica vila declarada conjunto histórico artístico, situada na Serra de França. Quem a visita não esquece a fonte do Calvário, a rua central, a igreja de Nossa Senhora das Neves ou a Praça Maior. Mogarraz fica numa região que proporciona visitas a locais encantatórios como

Ciudad Rodrigo, com os seus edifícios de pedra dourada dentro da muralha, La Alberca, declarada Monumento Artístico Nacional e Património da Humanidade e que surpreende pela arquitetura que se imagina na paisagem alsaciana, alemã ou suíça, mas não ali, em plena Sierra de Francia. Outra das visitas previstas é a Salamanca. Rua a rua, a grande cidade universitária de Salamanca tem o melhor conjunto espanhol de arquitetura renascentista plateresca. A visita a esta região passa obrigatoriamente por Plasencia e o seu medieval centro histórico, Peña de Francia, onde existe um mosteiro beneditino que protege uma estátua escurecida do tipo bizanti-

A Serra aqui tão perto… A região da Serra da Estrela é outra das recomendações que lhe fazemos para que descubra que a neve não é o único ex-libris do território beirão. Com estadia no Piódão, uma das mais encantadoras e pitorescas Aldeias Históricas Portuguesas, conhecida pela disposição em presépio, dado que a serra onde se localiza, por ser muito íngreme, condicionou a adaptação da aldeia ao terreno, ou na moderna unidade hoteleira de Vila Ruiva, numa região pode descobrir um importante património histórico e arqueológico. Em ambas, porém com diferentes percursos, pode palmilhar aldeias de encantar, deparando-se com artes e saberes antigos, paisagens de cortar a respiração e uma gastronomia aclamada por grandes apreciadores. As propostas para Portugal são diversas, vão desde o litoral, ao inesquecível Alentejo e ao mágico Trás-os-Montes. Com viagens programadas para Castelo de Vide, Foz do Arelho, Oeiras, Costa da Caparica, Braga, Grândola, Vizela, Tavira, Albufeira, Quarteira, Vila Real, Beja, onde além de visitar as cidades tem ainda a oportunidade de conhecer todas as regiões envolventes. n


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ILHAS

*


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20 // SOCIAL // TL Julho/Agosto 2014

Conversa Amiga Combater a solidão O TL conversou com Isabel, voluntária na “Conversa Amiga” – linha de atendimento telefónico – criada com o objetivo de prestar assistência e informação a todas as pessoas que necessitem de apoio em momentos de dificuldade. Como conheceu o projeto? Pensei em exercer voluntariado na área da educação ou formação de jovens ou adultos. Pesquisando na Internet cheguei ao anúncio na OLX que era feito relativamente ao recrutamento de voluntários para o Projeto Conversa Amiga. Preenchi o formulário e fui contactada. A equipa de coordenação decidiu que ficava,tendo recebido formação e integrado a equipa. O que a fez participar? Imediatamente, na primeira entrevista, senti grande empatia com o tipo de proposta que me foi exposta. Entretanto, a área das necessidades psico-emocionais do indivíduo constitui um domínio que me interessa, desde há muito, e me levou a uma formação no ISCTE, relativa à psicologia prática. Igualmente leio bastante sobre o infinito universo da psique humana. Ora, este projeto oferecia-me exatamente o contacto com a diversidade das questões psico-emocionais com que se debate o indivíduo. ´Escutar’ de modo mais cuidado e atento e perceber o que mais perturba e conturba as emoções do outro é algo para que sinto um chamamento natural. Por outro lado, também creio que o individuo está hoje, por muitas razões, bastante isolado. A necessidade de ser escutado com seriedade e empatia é mais do que nunca uma carência e um défice social. Que tipos de problemas afligem mais as pessoas? Creio que em primeiríssimo lugar está a profunda solidão, ou apenas a solidão diária. Há pessoas que

até nem vivem sozinhas, mas não se sentem acompanhadas, nem compreendidas. Há uma necessidade premente de conversar e de ter alguém que atentamente escute e valorize a sua história de vida pessoal. Também muito recorrente, encontramos o problema da violência doméstica e de género. As pessoas contactam em situações correntes de mal-estar, de tensão e opressão familiar, muitas vezes já num enquadramento emocional de desespero. Começa também a ser comum recorrerem devido a estados patológicos de depressão. Parece-me que um outro fator que está a registar um aumento de apelos à conversação anónima, e já que a nossa linha é anónima e confidencial, é a questão da opção sexual. O que acha da atividade do voluntário? O voluntariado não é um passatempo ou um hobbie. Não serve exatamente para ocupar o tempo livre, espaço que podemos ocupar com distrações e entretenimento. O voluntariado, quanto a mim, deve implicar uma atitude de dádiva, intensa, verdadeira e muito desejada. É

também um compromisso. Nesta medida, deve envolvernos internamente e de acordo com as nossas capacidades de servir ao próximo. Quanto mais estamos ‘comprometidos’ mais sentimos que dele provém um exato retorno. Esse retorno pode ser de vários teores, mas sempre de carácter humano, radicando nos valores e na essência da relação com o outro. Porque esse retorno é o que alimenta o estímulo do voluntário. O voluntariado é um investimento. Um investimento no bem-estar do nosso próximo, a quem nos propomos atender, com quem nos propomos cooperar, no sentido de lhe acrescentar valor, de lhe colmatar uma parte das suas necessidades ou carências. O que a faz continuar no projeto? Realmente, olhando para as minhas motivações internas, o que

Quer ser voluntário da Conversa Amiga? Um projeto que oferece a possibilidade de ajudar quem procura um apoio para a resolução das suas questões mais aflitivas. Se tem mais de 18 anos de idade e vontade de ajudar, contacte-nos: inatelsocial@inatel.pt

me faz permanecer é perceber que há utilidade no serviço que presto. O apelante recorre com uma necessidade premente e não troca aquele apelo por mais nada. Levame a continuar um estímulo interno que vem da empatia com o meu semelhante, neste caso concreto, a empatia para com o apelante. Alguém que nos procura esperando atenção, compreensão e retorno; e quando atendemos estamos face a alguém que se dispõe a confiar a sua intimidade para que escutemos, apoiemos, emitamos um parecer e, por vezes, mostrando-nos que somos, como escutantes, um recurso escasso, pois não tem alternativa. Concluindo, considero o projeto Conversa Amiga um serviço elevado, no qual colho a ideia de que posso ter uma ação diferenciada e positiva. Permaneço também porque me sinto animada pela ideia de que se mostre um projeto com possibilidades de crescer e cotizar um espaço valioso na área do serviço comunitário. O que espera do projeto? Verdadeiramente o que mais espero é que o Projeto se afirme no tempo, numa perspectiva de bem-fazer, de motivar gente para a missão do voluntariado; que afirme o seu conceito de projeto social e solidário, no sentido do serviço ao próximo; que se expanda no sentido de obter uma maior proliferação junto de todos os que necessitam de uma conversa fundada no objetivo de promover o bem-estar, a dádiva e a amizade entre os indivíduos de um mesmo tecido social, aumentando os atos e gestos de partilha e de solidariedade. n


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TL Julho/Agosto 2014 // SOCIAL // 21

“Aldeia dos Sonhos”

O

projeto “Aldeia dos Sonhos” é uma nova iniciativa da Fundação INATEL que tem como objetivo principal combater o isolamento geográfico, proporcionar momentos de felicidade, e a realização de sonhos dos residentes em pequenas aldeias, com menos de 100 habitantes. Durante o mês de agosto será possível aceitar candidaturas, que indiquem o sonho que desejam ver realizado. Diga-nos num texto breve (página A4), por que razão a aldeia que apresenta, merece ser a

escolhida por forma a que as pessoas que nela vivem, vejam os seus sonhos turísticos realizados. Envie a sua candidatura de 1 a 31 de agosto para o email: inatelsocial@inatel.pt. Mais informações: 210 027 142.

Cara Fundação Inatel, Sou Joaquim Santos e moro na aldeia das Águas Frescas e quando vi que poderia candidatar a minha aldeia, não perdi tempo e numa noite falei com os meus vizinhos, e decidi enviar esta folha, com as razões pelas quais não tenho dúvidas, de que merecemos, ser os escolhidos. Bem, começo por apresentar a minha aldeia, que é a mais bonita de todas as que conheço, porque tem um riacho onde já tomei banho muitas vezes e se querem que vos diga, as águas são bem límpidas e no verão, parece que não sentimos o calor, quando lá nadamos. Mas também temos um largo com bancos de jardim e o café do tio Manel. Nós estamos no meio da Serra e a paisagem é de encantar. Aqui moram 65 pessoas, contando comigo e temos uma boa estrada de alcatrão, que chega mesmo até à nossa aldeia. Se querem saber nunca fui a Lisboa e gostava muito de conhecer a capital e viajar de elétrico. Já a minha mulher costuma dizer que não há-de morrer sem ir a uma casa de fados, ouvir o Rodrigo cantar. Tenho 3 filhos, o mais novo é o João e disse-me que o que mais gostava de ir ao jardim zoológico, ver os elefantes. O do meio é o Vasco e é doido pelo Benfica, adorava ir ao Estádio da Luz e a mais velha, a Inês quer visitar a Torre de Belém e comer pastéis. Peço desculpa por não vos poder contar todos os sonhos dos meus vizinhos, porque não cheguei a falar com todos, mas o Necas tem um aquário com dois peixes e está sempre a falar em ir ao Oceanário. A tia Ermelinda, nunca viu o mar, mas já o Manel das lambretas, não deve ter grandes sonhos, porque o sonho da vida dele era ter uma motorizada e já tem. Recebam os meus cumprimentos e cá espero a vossa resposta.

Joaquim Santos, Aldeia das Águas Frescas


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22 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Julho/Agosto 2014 // OS CONTOS DO ZAMBUJAL

Destinos cruzados

D

epois de uma pensativa hesitação, Gabriela segurou o telemóvel e dactilografou um SMS. Não assinou. O próprio aparelho ocultava o número mas nem por um momento ela admitiu que o destinatário, Gustavo, duvidasse da origem da mensagem. Poucas palavras: “Precisamos de conversar. Espero-te à porta do Cinema São Jorge ás 19 horas”. Entendeu que não seria preciso mais e que o lugar do encontro era adequado. O que não imaginou foi que uma leve distracção ao dedilhar as teclas, errando um algarismo, pudesse alterar o destino daquelas palavras. Sentado à sua secretária pejada de papéis, o jovem advogado Hugo Pinheiro escutou o alerta telefónico de uma comunicação que chegava. Não se apressou. Concluiu a leitura de um documento antes de espreitar o visor do telemóvel. Mensagem de um anónimo. Leu com surpresa: “Precisamos de conversar. Espero-te à porta do Cinema São Jorge às 19 horas”. Sem assinatura. Decidiu que só poderia ser um impulso da Sandra e fazia algum sentido. Na verdade, Sandra e ele necessitavam de uma boa conversa acerca da relação que vinham mantendo havia dois anos. Mas que esfriava a galope. Do encantamento inicial passara a uma habituação carinhosa e não mentiam nem Hugo nem Sandra, quando afirmavam de olhos nos olhos: “Gosto de ti”. Nos últimos meses, porém, ele via-a diferente, como que alheada, talvez mesmo enjoada da sua companhia. O aviso – “Precisamos de conversar” – seria talvez o sinal de uma alteração importante na relação romântica. O fim? Hugo admitiu essa possibilidade mas, ao contrário do que sucederia semanas antes, manteve a serenidade. Não era a mesma Sandra por quem se tinha

enamorado, com quem vivera dias felizes em viagem à descoberta do Portugal profundo, recordava o pasmo com que visitaram as ruínas da antiga exploração das Minas de São Domingos, os percursos por cidade e vilas do Minho e Trás - os Montes, também a aventura espanhola, na Serra Nevada, onde Hugo no seu primeiro ensaio de esquiador, deu um trambolhão tremendo e fracturou uma costela. O resto desse período de curtas férias passou-o a admirar Sandra deslizando com sabedoria e elegância pelo tapete de neve. Mas à noite, quando recolhiam ao quarto, Hugo quase esquecia as dores, dominado pelo desejo que a nudez de Sandra sempre lhe despertava. E amavam-se com loucura, ela soltando gemidos de prazer, ele gemendo, apesar do prazer, pelo incómodo da costela partida. Pior que esse passageiro dano físico viria a ser o fosso que se cavou entre eles. Hugo reconhecia que não era só Sandra que se distanciava dele, era também ele que se afastava dela. Começou a arrumar os papéis na secretária. Às 19 horas no Cinema São Jorge? Por quê no Cinema São Jorge, que se situa distante do escritório dele? A Sandra tivera sempre ideias surpreendentes. Cinco minutos antes das sete da tarde, Gabriela subia a escadaria do São Jorge. Olhou em redor. Gustavo não chegara ainda. Nem estranharia que a fizesse esperar, longe iam os tempos em que a rodeava de todas as atenções. Só a ela? Bem a tinham prevenido de que Gustavo era um doidivanas, perdido por mulheres em entusiasmo súbito e de pouca duração. Transigiu perante alguns indícios mas sofreu pelo abandono em que a deixou numa festa de passagem de ano. Nessa noite, Gustavo mostrouse fascinado por todas as mulheres

do grupo, menos por ela. “Precisamos de conversar” – desafiava-o agora, na urgência de esclarecer se era ela ainda a namorada dele e devia continuar a vê-lo, nos encontros cada vez mais espaçados, como seu namorado. Passaram quinze minutos depois das dezanove e Gustavo não dava sinais de vida. Nem um telefonema a justificar – desculpa, atrasei-me um pouco. À porta do cinema permanecia um homem estático que alongava o olhar para os dois lados da avenida, como se também aguardasse alguém. Gabriela observoulhe o desagrado da espera e sentiu que aquele desconhecido e ela própria viviam uma situação semelhante. Quando se entreolharam foi com mútua compreensão, um pouco de cumplicidade. Nesse momento, ela deixou cair a revista que trazia consigo e Hugo Pinheiro dobrou-se, repentino, a apanha-la do chão. – Muito obrigada - disse ela. – De nada – respondeu Hugo e pareceu-lhe natural explicar: – Estou à espera de uma pessoa que não há meio de aparecer. E nem trouxe o telemóvel, não posso contactá-la. A franqueza do homem incentivou Gabriela para corresponder em confidência: – Então não sou eu, só, quem espera por alguém que não respeita horas. Mas não vou telefonar a perguntar porquê. Daqui a pouco vou-me embora. – Hugo atreveu-se: – Não sem antes de me dizer o seu nome. Afinal somos companheiros de um certo infortúnio. – Gabriela – Hugo. Hugo Pinheiro, sou advogado. – E eu, psicóloga. Devia perceber melhor as atitudes de quem conheço bem. Ou julguei conhecer. Falaram ainda de evidências,

como da chuva que começava a cair. Dez minutos de diálogo e já não eram dois desconhecidos. – Enfim - disse Gabriela - o melhor será desistirmos dos nossos encontros. – Eu já desisti de esperar - replicou Hugo, sorrindo - Fiquei mais um tempo pelo prazer de conversar consigo. Permite-me uma sugestão? – E o que sugere? – Vejo que são horas de jantar, não faltam restaurantes próximos e dar-me-ia imenso prazer que aceitasse o meu convite. Indecisa, Gabriela passou repetidamente as mãos pelos cabelos, até perguntar: – Não será absurdo? – Que tem de absurdo? Ao contrário, estamos aborrecidos e sós, poderíamos conviver mais um pouco. – Seja, vamos – decidiu-se Gabriela. Entraram no restaurante e Hugo procurou uma mesa de canto. Preferia sempre as mesas aos cantos. Voltou-se quando ouviu Gabriela numa exclamação sufocada: – O Gustavo! Está ali o Gustavo, com quem fiquei de me encontrar! E parece feliz com aquela menina loira. – Hugo dirigiu o olhar no sentido do espanto de Gabriela e foi com igual espanto que disse: – A menina loura é a Sandra que me fez esperar à porta do São Jorge. – Segurou a mão de Gabriela até se entrelaçarem os dedos e encaminhou-a: – Ali. A mesa do canto. E disse ainda com o que poderia ser uma mensagem: – Precisamos de conversar. n Este conto foi publicado em 2010 na revista Tempo Livre n.º 211-1.ª série


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TL Julho/Agosto 2014 // FUNDAÇÃO INATEL // 23

// LÍNGUA NOSSA

Ablativos Por João Cachado*

H

oje, venho propor que, por alguns instantes, nos detenhamos no emprego de duas expressões latinas que pontuam o discurso dos comunicadores. São muito frequente em todos os media, com particular incidência na rádio e na televisão onde, não raro, tal frequência é acompanhada de infeliz e manifesta taxa de asneira… Primeiramente, statu quo. Por favor, de uma vez por todas, é assim mesmo que se escreve e, quanto à pronúncia, com o nitidamente aberto. Em latim, língua declinada, as palavras enquadram-se em seis casos de acordo com a sua função sintática. Neste, estamos em presença daquilo que se designa como um caso ablativo absoluto, ou seja, de dois ablativos, statu e quo, significando a expressão o estado em que as coisas se encontram. Ex: Pedro nunca pactuou com o statu quo. A mais frequente das formas erradas de emprego desta expressão é «status quo». Apesar de também existir, status correspondendo a um sujeito, ou seja, um caso nominativo latino, que nada tem a ver com a situação em apreço. Ex: Ela aspira a um status que não corresponde às suas características. Outro é o caso de pari passu. A passo igual é o que significa esta expressão. Correctamente usada, corresponde ao acompanhamento assíduo, cuidado, detalhado de uma certa situação. Importa ter em consideração que, no original latino, o adjectivo par significa igual e o substantivo passu, precisamente, passo e, tal como anteriormente, também estas duas palavras estão no caso ablativo. Erradamente, diz-se e escreve-se ‘a par e passo’. Justificado está o erro pela influência da locução portuguesa ‘a par’. Na realidade, até parece que estará utilizando a expressão latina mas o falante incorre naquilo que se designa como corruptela. Trata-se de um interessante fenómeno de contaminação, ao nível do som, mas aquelas palavras nada significam. Ex: O médico acompanhou o evoluir da doença pari passu, até ao fim. n

[O autor escreve de acordo com a antiga ortografia] *Licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, actualmente aposentado, foi professor, técnico superior e dirigente, nos Ministérios da Educação e dos Negócios Estrangeiros. É autor de materiais didácticos para o Ensino de Português no estrangeiro.


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24 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Julho/Agosto 2014

// EM CENA NO TRINDADE

Em julho: todos os dias são Dias de Cultura Em julho, o destaque vai para Dias de Cultura, uma iniciativa que leva ao palco do Teatro da Trindade, trabalhos desenvolvidos por Associações (CCD INATEL) com atividade nas áreas de Teatro, Música, Artes e Culturas Tradicionais. José Frade/Arquivo

A

intervenção da Fundação INATEL, desde 1935, no apoio e incentivo às práticas culturais tradicionais, tanto no teatro, como na música, etnografia e folclore, com planos de apoio estruturados e uma equipa técnica, cobrindo todo o território nacional, dão à Fundação um papel importante na área cultural. A ideia de aproveitar o palco do Trindade, para permitir que as práticas culturais associativas se possam mostrar em Lisboa, encontrou a sua expressão na iniciativa Dias de Cultura. Em julho, dia 19, a sala principal apresenta “Mortos de Fome” de Linda Rodrigues, Grande Prémio Fundação INATEL, Teatro - Novos Textos, 2013, com encenação de Manuel Ramos Costa, do Grupo Mérito Dramático Avintense, às 21h30. No dia 20, dois concertos, um pela Banda Filarmónica da Sociedade Euterpe Alhandrense (em atividade desde 1862), e outro pelo Trio de Viola da Terra, com-

A ideia de aproveitar o palco do Trindade, para permitir que as práticas culturais associativas se possam mostrar em Lisboa, encontrou a sua expressão na iniciativa Dias de Cultura

posto pelos músicos Ana Raposo, José Santos e Rogério Mota, da Associação de Juventude Violas da Terra, pelas 16h. Há uma grande diversidade nestas três associações, o que também espelha a amplitude da atividade da INATEL. O Grupo Mérito Dramático Avintense, nascido há cerca de cem anos, tem uma atividade onde o teatro, o folclore, o desporto e a música surgem a par com o trabalho de animação cultural, numa zona do norte litoral através da promoção do Cortejo do Carnaval de Avintes. A Sociedade Euterpe Alhandrense, fundada em 1982, é a coletividade mais antiga do concelho de Vila Franca de Xira, e a sua atividade mantém uma relevância cultural de referência para a comunidade local no teatro, no desporto e

na música (Banda de Música, Grupo Coral, Escola e Conservatório Regional de Música). A Associação de Juventude Violas da Terra é uma novíssima agremiação constituída em torno da defesa da Viola da Terra açoriana, com uma vasta atividade formativa e de animação cultural, onde se integra uma Orquestra de Violas da Terra. Integrado neste trabalho de valorização da atividade cultural dos CCD INATEL, a sala estúdio acolhe “Diário dos Imperfeitos”, a partir da obra de João Morgado, com produção ASTA - Associação de Teatro e outras Artes. É uma viagem intimista, que procura descortinar os sentidos e as emoções de diferentes personagens, sobre temas tão controversos como o amor, o desejo, o sentimento de culpa. Encenação e dramaturgia de Marco Ferreira, som de Gabriel de Almeida, com Carmo Teixeira, Graça Faustino, José Meira e Sérgio Novo. De 10 a 12 de julho, às 21h45. n

// BREVES Ópera e música

Outro acontecimento importante,

Em agosto, a ópera “Town in the

à imprensa, com “ O Teatro da

Julho e agosto são os meses em

que celebra o centenário de Julio

Sky”, de Edward Ishita, dedicada à

Trindade na colina da cultura”, por

que a música tem uma forte

Cortázar, “O Tango e Cortázar no

preservação do ambiente e da

José Sarmento de Matos, dia 16

presença na programação do

Chiado”, pelo Daniel Schvetz

natureza, através do 40.º Festival de

setembro, pelas 18h30, no Salão

Trindade. Começa com “Vinícius on

Septeto Tango, com a convidada

Estoril Lisboa organizado pela

Nobre.

the rock's”, Tributo a Vinícius de

especial Mísia. Com este

Associação Internacional de Música

José Sarmento de Matos,

Moraes, onde Maria Viana e

espetáculo conheceremos a obra

da Costa do Estoril. Dia 2, às 21h30.

olissipógrafo e historiador de arte,

Ricardo Carriço homenageiam a

Misatango, do compositor Daniel

duas vozes o poeta brasileiro que

Schvetz, pelo Coro de Câmara de

se tornou o expoente máximo da

Lisboa, dirigido pela Maestrina

Bossa Nossa. Dirigido por Luis Avellar e Maria Viana, é uma

tem-se dedicado ao estudo da Arquitetura Civil de Lisboa,

Teresita Marques, na qual o texto

Conferência “O Teatro da Trindade na colina da cultura”

latino e a estrutura original da

A programação das Conferências

campos da realidade urbana. A sua

produção Cascais Jazz Club e

missa coexistem com ambiências

do Trindade propõe conhecermos a

obra “A Invenção de Lisboa” é uma

Confluência Associação Cultural.

tangueiras e milongueiras. Dia 26

evolução da zona do Chiado e a

referência no campo da

de julho, às 21h30.

sua ligação às artes, à academia e

olissipografia.

Dias 11 e 12 de julho, às 21h30.

alargando sucessivamente a pesquisa olissipográfica a outros


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TL Julho/Agosto 2014 // FUNDAÇÃO INATEL // 25 // LIVROS

// ECRÃS

EDIÇÕES INATEL

Surpresas para todos

“Vozes do Povo. A Folclorização em Portugal”, org. Salwa El-Shawan Castelo Branco e Jorge Freitas Branco Edições Celta/ apoio INATEL, 2003 (670 pp.)

Filmes para todos. Para aqueles que gostam de reatar com antigos e grandes amores do estrelato, para os outros que valorizam a aventura, as surpresas, as descobertas… Para uns e outros, os dois meses que se seguem são suficientemente apelativos.

PVP: €39,90 (40% desconto para associados)

Cinema

À venda na Agência de Évora.

Violette, de Martin Provost |

Mais informações:

França, 2013, 2h12.

mabreu@inatel.pt T. 210027182

Com Emmanuelle Devos, Sandrine

Gilliam constrói uma parábola em torno de uma sociedade hípersecuritária onde a vigilância é pedra de toque.

Kimberlain, Olivier Gourmet. Estreia l “Uma

3 Julho no cinema Monumental

Omar, de Hany Abu-Assad |

perspetiva

(Lisboa).

Palestina, 2013, 1h37

múltipla

Na Paris do pós-guerra (1939-45), Violette Leduc conhece Simone de Beauvoir. A relação que se estabelece entre essas duas mulheres – unidas pela escrita e os combates pela liberdade – vai durar toda a eternidade das suas vidas.

Com Adam Bakri, Waleed Zuaiter,

presidiu à organização do volume: abordar o folclore como cultura expressiva, avaliar o seu papel na sociedade e apresentar elementos para

Night Moves, de Kelly Reichardt |

facultar uma visão comparada”.

EUA, 2014, 1h52 Com Jesse Eisenberg, Dakota

Leem Lubany. Estreia 17 Julho.

“Ida” expõe o dilema de uma jovem freira que se vê confrontada entre a fé religiosa católica e a sua verdadeira identidade, judaica.

Uma raridade vinda do médio oriente: um jovem palestiniano da Cisjordânia ousa saltar diariamente o muro para visitar a sua namorada. A complexidade e as ambiguidades dos homens e das políticas não passam ao largo do filme. O conflito israelo-palestiniano é a sua envolvência.

NOVIDADES EDITORIAIS

Fanning, Peter Sarsgaard. Estreia 7

“Cartas entre Marcello

Julho.

Planeta dos Macacos: A revolta,

Third Person, de Paul Haggis |

Caetano e Laureano López-

Seria simplista resumir a trama deste último filme de Kelly Reichardt – uma das mais singulares cineastas norte-americanas da actualidade – a uma estória de “três ecoterroristas que planeiam destruir uma barragem”. Porque “Night Moves” é mais do que “isso”: é um “thriller” contemplativo, misterioso e intrigante, carregado de paranóia e tensão sobre o idealismo e o activismo político a resvalarem para o extremismo.

de Matt Reeves | EUA, 2014, 2h07

EUA, 2013, 2h17.

Com Andy Serkis, Jason Clarke,

Com Mila Kunis, James Franco,

Gary Oldman. Estreia 17 Julho.

Olivia Wilde, Liam Neeson, Kim

O regresso da fábula filosófica sobre o domínio símio e o fim da humanidade. Especialmente para os amantes do clássico cult movie, “Planet of the Apes “ (Franklin J. Shaffner,1968) com Charleston Heston, a partir do romance de Pierre Boulle. Acção e emoção, q.b.!

Basinger, Adrien Brody. Estreia 10

Rodó. Uma amizade com história”, de Paulo Miguel Martins Editora Aletheia, 2014 (266 pp.) PVP: € 14,90 À venda nas livrarias. lA

correspondência trocada entre dois amigos, Marcello Caetano (1906-

Julho.

Três histórias de amor em Roma, Paris e Nova Iorque, que se interligam de forma estranha. Servido por um “cast” de primeiro plano. Belle et Sebastien, de Nicolas Vanier | França, 2013, 1h44. Com Félix Bossuet, Tchéky Karyo,

The Zero Theorem, de Terry

Margaux Chatelier. Estreia 7

Laureano

Ida, de Pawel Pawlikowski |

Gilliam | GB-EUA-Roménia, 2013,

Agosto.

López-Rodó

Polónia/Dinamarca, 2013, 1h22.

1h46

(1920-2000),

Com Agata Kulesza, Agata

Com Christoph Waltz, David

ministro de Franco e

Trzebuchowska, Joanna Kulig.

Thewlis, Mélanie Thierry. Estreia 17

protagonista do processo de

Estreia 17 Julho UCI El Corte Inglês

Julho.

transição espanhola. São mais

(Lisboa) e UCI Arrábida (Porto).

de 200 cartas que refletem muito

A crítica internacional mimou-o com os maiores elogios – austero, intenso, esteticamente muito belo, uma obra prima da espiritualidade…– e os públicos dos festivais (Londres, Toronto, Varsóvia, Gijón) renderam-se “a seus pés”. Filmado num magnífico preto e branco,

Terry Gilliam, vindo – como é bem sabido – da escola dos Monthy Phyton, regressa à realização com um tema actual: o da revolução tecnológica. Com ironia e grande requinte visual,

Uma história de amizade entre um rapazinho solitário e um cão selvagem durante a ocupação nazi. Inspirado na série de televisão de culto do mesmo nome criada por Cécile Aubry nos anos 60 (um dos maiores êxitos à época da RTP). Recomendado para toda a família.

1980) e

da história dos dois países e destes dois homens que tiveram um papel decisivo na história ibérica.

Joaquim Diabinho [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]


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26 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Julho/Agosto 2014

// MOTOR

// SUGESTÕES

Honda e Renault: os Tourer da moda

Célia Resende Médica – Clínica Geral CMR – Clínica Médica de Cuidados Regulares www.clinicacmr.com

V

árias são as marcas que lançaram os modelos Tourer (carrinhas). Testámos os Civic e Mégane 1.6. da Honda e Renault, respectivamente. O nome Civic sempre significou inovação, aprender com o passado e evolução contínua. É por isso que, quando chegou a altura de desenhar a nova Civic Tourer, os engenheiros da Honda começaram do zero, com uma avaliação de todos os componentes. Depois realizaram testes exaustivos, em todas as condições de condução. O resultado é um automóvel repleto de tecnologias inovadoras, dispositivos avançados de segurança, características de condução dinâmica, interiores incrivelmente flexíveis, e o comportamento de bagagem mais espaçoso da sua classe. As linhas flutuantes do tejadilho do Civic Tourer, belas e esguias, complementam o design elegante do automóvel, mas também ajudam a sua aerodinâmica. E a presença dos vidros adicionais, a três quartos, não só realçam o perfil do automóvel, como melhoram a visibilidade para a traseira. Os faróis esculpidos, os puxadores das portas dissimulados e a antena de barbatana foram todos concebidos para aumentarem o estilo e melhorar a aerodinâmica, reduzindo as emissões e propor-

Cuidar da pele, em especial no Verão cionando uma condução mais suave e silenciosa, como a restante gama Civic. O tourer do Mégane da Renault apresenta um design à frente do seu tempo. Com argumentos fortes: um logótipo desafiante, formas que se impõem, faróis com tecnologia LED que se destacam e pormenores em cromado para um toque de requinte, com elegância e maturidade. O Mégane Tourer antecipa-se, inova, propõe, vive. Para o seu prazer de conduzir e dos seus passageiros. Suave, eficaz e sóbrio, o Mégane Tourer beneficia de todas as vantagens da gama de motores Energy, associando sensações, economias e um impacto ambiental mínimo, para ir ainda mais longe na busca do equilíbrio entre desempenho, conforto e sobriedade. Com preços próximos dos 25 mil euros para o Civic, e 30 mil para o Mégane, os dois modelos são bastante semelhantes, destacando-se, no entanto, o consumo que conseguimos atingir: 4 litros /100km no Civic e mais 2 no Mégane. Agora a escolha é sua! n Carlos Blanco

A pele é o maior órgão do corpo. Como barreira biológica está sujeita a influências do meio interno e externo. O Verão pode ser um período agressivo para a pele, pelo calor e pelo sol, afectando sobretudo as crianças e as pessoas idosas. Há que reforçar dois hábitos: 1 - A protecção solar Evitar períodos de exposição solar entre as 11h e 17h. A exposição deve ser progressiva, começando por períodos curtos. Antes da exposição, cerca de 15 a 30 minutos, aplicar protector solar, adequado ao fototipo de pele. Renovar a aplicação de 2h em 2h e após o banho. Usar roupa leve, solta, de algodão e resistente à passagem de raios UV, chapéu ou boné e óculos de sol. Usar a sombra do guarda-sol, toldo, ou barraca de praia. Cuidado com os dias nublados que “escondem” a radiação, e com a

// PALAVRAS CRUZADAS // Por José Lattas

radiação reflectida (na areia e na 1

HORIZONTAIS: 1-Postas em ordem numérica. 2Concelho do Distrito de Lisboa; Nota musical. 3-Acha;

2

3

4

5

6

7

8

9 10 11

1

água), que nos pode atingir quando pensamos estar protegidos, ou ainda pela que nos atinge quando estamos

Clima; Fonema. 4-Pegadeira; Alcance (inv.); Vestuário de

2

dentro de água.

juízes. 5-Banda; Diz-se das sílabas que não têm acento

3

Ter em atenção os níveis de alerta

tónico. 6-Cerviz; Parte do lombo do boi ou da vaca, entre

4

emitidos.

a pá e a extremidade do cachaço. 7-Aquela que recebeu

5

Cuidados especiais com crianças

citação judicial; Procedes. 8-Hospedeiros; Pequena ribeira do Distrito de Aveiro; Nome feminino. 9-Ninho; Enleies;

6

muito pequenas e pessoas idosas as quais devem evitar a exposição

Tálio (s.q.). 10-Nota musical (inv.); Conhecidos. 11-

7

Gaguejeis.

8

crónicos, polimedicados.

9

2 - A hidratação

VERTICAIS: 1-Secção de um cemitério, onde se podem abrir sepulturas; Dívidas. 2-Quebrado. 3-Niquel (s.q.);

10 11

Músculo que faz movimentos de adução. 4-Fruto da videida destilação do zimbro; Prefixo de origem latina; Elemento de composição de palavras, que expressa a ideia de arte. 6-Engrandece; Compositor. 7-Tapeçaria de Arrás; Tântalo (s.q.); Ágil. 8-Arsénio (s.q.); Casebre; Abandona. 9-Abafa; Darmstádio (s.q.). 10-Asfixia. 11-Carumas; Peralta.

A ingestão adequada de líquidos, em especial de água ou sumos de fruta natural, é fundamental. Optar por

Soluções

1-C; NUMERADAS. 2-ODIVELAS; FA. 3-VE; ARES; SOM. 4-ASA; AV; TOGA. 5-LADO; ATONAS. 6-NUCA; ACEM. 7-CITADA; AGES. 8-AMOS; UL; ANA. 9-LAR; ATES; TL. 10-OD; PROVADOS. 11-SOLETREIS; A.

ra; Chochas; Caule. 5-Líquido medicamentoso que provém

directa, assim como pacientes

refeições leves, refrescantes, ricas em legumes e frutas. [A autora escreve de acordo com a antiga ortografia]


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