Tempo Livre Novembro 2014

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N.º 18 | Novembro 2014

Do Minho ao Algarve, sem esquecer a Europa

Natal e Fim de Ano na INATEL Conceição Zagalo «A minha projeção de

férias passa sempre pelas unidades INATEL» Desporto

Cultura

Cidade das Tradições Semana europeia em movimento mobilizou celebrou diversidade cultural um milhão de pessoas

Hotelaria INATEL Cerveira Hotel: Bela natureza, prazer à mesa…



TL Novembro 2014 // FUNDAÇÃO INATEL // 3 // SUMÁRIO

// EDITORIAL

4

Do ‘imenso Portugal’ à participação crescente dos CCD

Notícias

8 Entrevista Conceição Zagalo

10/11 Cultura “Cidade das Tradições”

14/15 Tema de capa Natal e Fim de Ano na INATEL

17 Desporto Semana europeia em movimento

18 Social “Jardins de Sueca”

19 Turismo Cruzeiro: Passagem de ano a subir o Douro

20 Hotelaria Guia HI – Cerveira Hotel

21 Os Contos do Zambujal

V

isita ao imenso Portugal. Tive oportunidade de visitar em outubro o Brasil do SESC. Estou a falar da organização brasileira, congénere da INATEL, o Serviço Social do Comércio SESC, que é suportado pelos empresários do comércio de bens e serviços. Está organizado como entidade privada que visa proporcionar o bem-estar e qualidade de vida dos trabalhadores do comércio e suas famílias e da sociedade em geral. Com génese no consulado autoritário de Getúlio Vargas, tem grande similitude de percurso com a FNAT/INATEL, sendo hoje um instrumento de valorização e inclusão dos seus beneficiários através da educação e da saúde acessíveis, bem como das atividades de tempos livres ao alcance dos menos favorecidos, tal como nós. A sua dimensão continental ecoa, naturalmente, o verso de Chico Buarque quando descrevia, em certa altura, um idealizado Brasil como um imenso Portugal... Presente em todos os estados brasileiros, o SESC incentiva a educação de qualidade para o desenvolvimento do cidadão. Valoriza a diversidade cultural local e promove atividades em prol da melhoria das condições de vida no dia a dia dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo. Educação, Saúde, Cultura e Lazer são as áreas de atuação do SESC, cabendo ao Turismo um lugar central nestas atividades, alicerçado numa rede de unidades hoteleiras de elevada qualidade, em todo o País. É com o SESC que iremos desenvolver novas propostas turísticas muito aliciantes, no próximo ano, para conheci-

mento mútuo de culturas e outros patrimónios, através de experiências que irão desde a “rota do ouro” em Minas Gerais até ao grandioso Pantanal no coração de Mato Grosso. Desafio aos CCD é aposta ganha. Em janeiro de 2013, escrevi, neste mesmo espaço do TL, que: “(era) urgente desafiarmos os CCD (Centros de Cultura e Desporto associados coletivos da INATEL) para a reflexão conjunta”. E acrescentava então que iríamos encetar o diálogo com os CCD, “retomando a dinâmica dos encontros regionais do passado recente e culminando (...) num encontro nacional dos CCD, através do qual se cimentem consensos sobre aquilo que a todos interessa e melhor se balizem os esforços que a Fundação lhes dedica e continuará a dedicar no imediato e, sobretudo, no médio prazo.” O I Congresso dos CCD, que neste mês de novembro tem lugar na INATEL Caparica, coroa os esforços desencadeados desde então e culmina o processo de discussões que tornaram o desafio feito aos CCD numa aposta ganha por todos, dada a elevada participação já conseguida, com vista ao reforço do movimento associativo popular de cultura e desporto amador de quem somos leal parceiro desde sempre. No próximo TL voltarei ao assunto, a propósito das conclusões do encontro dos CCD do dia 22 de novembro próximo. Boa leitura.

Presidente da Fundação INATEL

22 Em cena no Trindade

24 Língua Nossa// Tempo Digital

// TOME NOTA

INATEL Viagens em Espinho

25 Ecrãs: novos filmes em cartaz

A primeira loja INATEL Viagens,

Cultura de Paços de Brandão.

inserida no projeto Franchising

Com o apoio da Fundação INATEL,

26

Social, inaugurada no passado dia

IEFP e CM de Espinho, este

Motor// Palavras Cruzadas//

17 de outubro, na Rua 25, no

projeto social no setor do Turismo

Sugestões

centro de Espinho, contou com as

permitiu aos “franchisados”,

presenças de representantes do

Augusto Gomes e Luís Almeida,

município espinhense e da

que se encontravam numa situação

o acesso aos programas e

Fundação, e teve a participação do

de desemprego, renovar as

iniciativas da INATEL a toda a

CCD - Círculo de Recreio, Arte e

esperanças no futuro, e simplificar

população do concelho de Espinho.

Jornal Mensal e mail: tl@inatel.pt | Propriedade da Fundação INATEL Presidente do Conselho de Administração: Fernando Ribeiro Mendes Vice-Presidente: José Manuel Soares; Vogais: Jacinta Oliveira e Álvaro Carneiro Sede da Fundação: Calçada de Sant’Ana, 180, 1169 062 LISBOA, Tel. 210027000 Nº Pessoa Colectiva: 500122237 Diretor: Fernando Ribeiro Mendes Coordenadora de edição: Teresa Joel Logótipo: Fernanda Soares Design: José Souto Fotografia: Isabel Santiago Henriques Redação: Calçada de Sant’Ana, 180 1169 062 LISBOA, Telef. 210027000 Colaboradores: Carlos Blanco, Gil Montalverne, João Cachado, Joaquim Diabinho, José Lattas, Mário Zambujal, Sílvia Júlio Publicidade: Direção de Marketing/Vanda Gaspar Tel. 210072392; Impressão: FLAT FIELD, Marketing e Promoções Lda., Campo Raso 2710 139 Sintra tel. 214345400 Dep. Legal: 41725/90. Registo de propriedade na D.G.C.S. nº 114484 Preço: 1,00 euro Tiragem deste número: 86.701 exemplares


4 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Novembro 2014

Conferências do Trindade

Investir nas pessoas e na coesão social – propõe Guilherme d’Oliveira Martins

A

s pessoas estão no centro da vida e da economia”, lembrou Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura e do Tribunal de Contas, na sua palestra “Pode a Economia viver sem as humanidades?”, no ciclo Conferências do Trindade 2014 que trouxe ao Salão Nobre do Teatro da Trindade uma grande afluência de público. O antigo ministro das Finanças do XIV Governo Constitucional, enfatizou esta ideia, frisando que se a Economia não o perceber será o seu “suicídio”. Jacinta Oliveira, administradora da INATEL, fez a apresentação do convidado afirmando que “olhando para o seu vasto currículo prefiro encontrar um fio condutor, um

tronco comum, transversal a toda a sua carreira, possível de resumir numa palavra: CULTURA. Cultura do rigor e da exigência; Cultura da ética e da estética; Cultura das ideias de justiça e da justiça das ideias; Cultura da história e história da cultura; Cultura de serviço público e ao serviço do público… Enfim numa palavra: Cultura”. A conferência teve um maior destaque por estarmos a viver um momento de acesa discussão sobre a vida económica do país, sobre as opções que se colocam à sociedade portuguesa, e designadamente com a elaboração do Orçamento Geral do Estado para 2015. A esse propósito Guilherme d’Oliveira Martins acentuou ser necessário criar “consensos relativamente a saber onde devemos Isabel Santiago Henriques investir", apelando a investimento "nas pessoas, na justiça distributiva e na coesão social". E acrescentou: "se há dívida, tem de haver poupança. A poupança é prevenção, a compreensão exata de que devemos prevenir o futuro".

Cursos INATEL

A

Academia INATEL iniciou nos passados dias 6 e 8 de outubro, respetivamente, os cursos de formação profissional nas áreas de Turismo e Animação Cultural e de Teatro Musical Formação de Atores, que decorrem até junho de 2015, num total de mais de 400 horas de formação. O curso de Turismo conta, entre os formadores, nomes, entre outros, como Fernanda Rollo, Elísio Summavielle, Clara Cabral, Rui Pinto Coelho, Nuno Madeira, João Serrano, Rui Calarrão e

Anabela Correia. No curso de Teatro são formadores, entre outros, Bruno Cochat, Claudio Hochman, Rui Baeta, Armando Possante, Joana Manuel, Filipa Francisco, Carla Pinho, Sílvia Real e Rui Sérgio. Atualmente participam 41 formandos, 25 no curso de Turismo e 16 no de Teatro. Aos dois melhores formandos de cada curso será atribuído um estágio remunerado de 12 meses, seguidos ou intercalados, nos serviços da INATEL ou entidades parceiras da Fundação.

INATEL presente em congresso mundial no Brasil

Turismo solidário e educativo

O

direito ao turismo, a convergência de culturas e a necessidade de uma aposta num turismo de desenvolvimento (responsável, solidário e educativo) por oposição ao desenvolvimento do turismo, numa vertente puramente comercial, foram temas em foco no Congresso Internacional de Turismo Social em São Paulo, com a participação da Fundação INATEL, representada pelo seu presidente, Fernando Ribeiro Mendes, e pela diretora de Turismo, Anabela Correia. Organizado conjuntamente pelo SESC (Serviços Sociais do Comércio), organização congénere da INATEL no Brasil e pela OITS (Organização Internacional de Turismo Social), o Congresso Mundial de Turismo Social 2014 teve como tema o Turismo de desenvolvimento: unidade na diversidade e realizou um amplo diálogo, durante dois dias, entre os representantes de 20 países. Fernando Ribeiro Mendes assinalou, na sua alocução ao Congresso, a importância da missão social e cultural da Fundação, com destaque para os programas para os seniores, sublinhando que o foco dos roteiros turísticos INATEL “continua a ser o lazer, sempre associado ao desenvolvimento regional local”. Ainda em São Paulo, foi assinado um protocolo com a organi-

zação dos funcionários públicos deste Estado com o intuito destes usufruírem dos serviços INATEL quando visitarem Portugal. Rotas do Ouro e Pantanal Os dois responsáveis da Fundação participaram, ainda, numa missão técnica ao SESC de Minas Gerais e Pantanal com o objetivo de preparar a criação de uma “Rota do Ouro” e uma “Rota Pantanal Ecoturismo” no Brasil, para turistas portugueses, permitindo aos beneficiários INATEL usufruir de rotas únicas, de uma beleza rara e de forte interesse cultural. O intercâmbio turístico entre os dois países tem sido uma aposta destas duas entidades sendo já notório o aumento dos grupos de turistas do país irmão que viajam para Portugal com a INATEL. O SESC é uma entidade privada apostada em proporcionar o bemestar e qualidade de vida aos seus associados. Localizado em todos os estados brasileiros, a Educação, Saúde, Cultura e Lazer são as suas áreas de atuação. Com ações abrangentes a todas as faixas etárias, o Sesc tem como principal marca a responsabilidade social. Oferece programas de saúde e educação ambiental, turismo social, programas especiais para crianças e terceira idade, projetos de combate à fome e ao desperdício de alimentos, de inclusão digital e muitos outros.


TL Novembro 2014 // FUNDAÇÃO INATEL // 5

Inquérito online aos Associados

Lisboa, Unidades Hoteleiras e TL em destaque

R

elativamente ainda ao apuramento dos dados provenientes do inquérito online aos associados da Fundação INATEL, destacamos, nesta edição do TL, outros resultados que consideramos relevantes. Dada a implantação distrital da Fundação INATEL, através das suas agências e lojas, pareceu-nos oportuno indagar qual o distrito de residência dos respondentes. Embora se destaque, no universo dos inquiridos, uma distribuição que segue o dinamismo próprio da população portuguesa, com as duas grandes metrópoles, Lisboa e Porto, a concentrarem um maior número de respondentes, é de salientar a grande concentração de residentes no distrito de Lisboa. No seu conjunto, os distritos de Lisboa, Porto e Setúbal concentram 63,7% dos inquiridos, sendo que 38,5% residem em Lisboa, 14,6% no Porto e 10,6% em Setúbal. Por outro lado, considerando a descentralização das atividades e pontos de venda da Fundação, quanto às questões relativas aos aspetos que pesaram na hora de se associar, em particular à pergunta acerca da importância da proximidade dos pontos de venda (agências e lojas da Fundação), refira-se que apenas 49,5% dos inquiridos consideraram tal aspeto importante ou muito importante, contra 50,5% que julgaram indiferente, pouco ou nada importante. (Quadro 1) No que concerne aos serviços já experimentados, 45,1% do total de inquiridos salientam as férias nas Unidades Hoteleiras INATEL e, com uma diferença relevante, com taxas de variação entre os 5 a 10% aproximadamente, as viagens em Portugal, os desportos individuais, os desportos coletivos e as viagens ao estrangeiro. Evidencia-se contudo, face à novidade do serviço, o Plano de Saúde INATEL visto que o mesmo obteve uma taxa de quase 5% o que é demonstrativo do êxito que o mesmo tem obtido junto dos nossos associados. Por último, mas não menos importante,

50

na Anos EL INAT

uma questão sobre o nosso jornal, no que respeita às informações publicadas acerca da atividade da Fundação e as relevâncias das mesmas. Constatou-se que 87,4% dos inquiridos estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a informação difundida no TL. (Quadro 2) 1

2

// COLUNA DO PROVEDOR

Manuel Camacho provedor.inatel@inatel.pt

O

habitual arranque das aulas para milhares de crianças e jovens em todo o País que deveria ter sido de alegria, convívio, responsabilidade e partilha entre professores, pais e alunos transformou se este ano num momento de confusão, instabilidade e incerteza. É pena, porque se é na educação que o jovem ser humano melhor pode sustentar a sua formação, esta devia ser uma área sem falhas e sem os erros grosseiros a que assistimos. Desculpem me este desabafo, mas hoje queria falar vos da INATEL para os jovens, e ao falar deles, é impossível não vos transmitir a mágoa que sinto face aos acontecimentos referidos. O que vos quero dizer é que a INATEL, ao contrário de outros, preocupa se com os jovens, dando lhes a possibilidade de integrarem atividades de índole cultural, desportiva e social durante os períodos de férias, com saudáveis e interessantes iniciativas de formação e informação. Além de ser uma mais valia para que pais e encarregados de educação fiquem tranquilos durante a época em que os estabelecimentos de ensino se encontram fechados, é igualmente uma excelente oportunidade de ocupação dos tempos livres para os jovens, pois a Fundação INATEL, através do Turismo Júnior, põe nesta área todo o empenho e profissionalismo que os jovens merecem.

Completam, no mês de novembro, 50 anos de ligação à Fundação INATEL os associados: Carlos Rebelo Guimarães, de Coimbra; Ludgero Encarnação Ferreira, de Loures;


210 027 133 | desporto@ina desporto@inatel.pt


TL Novembro 2014 // ESPAÇO DO ASSOCIADO // 7 // À CONVERSA COM...

Cultura e Convívio

tiveram o apoio da Fundação, com

surpreendente por facilitar a

variados instrumentos e

participação em viagens àqueles

Nesta edição, o TL conversou com

equipamentos de som. Para nós, a

que de outra forma não o

Andreza Teixeira, presidente da

INATEL simboliza apoio à cultura.

poderiam fazer por falta de

Associação Recreativa Cultural de

Na verdade, as coletividades não

meios”.

Alcains – ARCA, CCD inscrito na

conseguem existir sem serem

INATEL de Castelo Branco, em

apoiadas por esta e outras

Ouvimos, também, Joaquim

1999. “Inicialmente – conta – foi

instituições”.

Farinha Tonel, 67 anos,

para promover o Grupo de Teatro

Além da relevância do apoio à

associado desde 1974, “com o

A Carroça. Mais tarde, a escola de

cultura, Andreza Teixeira destaca o

objetivo de conviver com diversas

música e o grupo de percussão

Turismo Sénior: “este programa é

gerações de sócios, conhecer o país e o estrangeiro. Ao longo

DR

destes anos tenho aproveitado vários serviços, entre outros, Turismo para Todos, Turismo Social e espetáculos. Aprecio os passeios, a gastronomia, e particularmente, agrada-me o convívio e a animação entre os

sublinha – de viajar e aliar uma

diversos participantes”. Considera

viagem a uma data especial, tal

que através da oferta de Turismo

como um aniversário, ou outra data

da INATEL encontra sempre os

especial da minha vida ou da

locais que procura. “Gosto –

família”.


8 // ENTREVISTA // TL Novembro 2014

Conceição Zagalo «A minha projeção de férias passa sempre pelas unidades INATEL» Conceição Zagalo é nome maior de causas sociais em Portugal. O voluntariado corre-lhe nas veias pela necessidade visceral de servir o outro. Gosta de sentir que faz parte de uma comunidade e que pode contribuir com os seus talentos para mudar o mundo que a rodeia. A experiência de vida pessoal e profissional é posta ao serviço do próximo. E diz que, no fim, quem ganha é ela

O

jardim do Campo Grande, em Lisboa, foi o lugar escolhido por Conceição para um fim de tarde onde se desfiou o novelo de memórias que remetem para outros tempos. Sem perder o fio à meada, recorda que naquele espaço verde da cidade namorou, brincou com as filhas e bem perto dali trabalhou pela causa do GRACE Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial. Pelo meio da conversa, fez nós bem apertados no novelo das recordações para lembrar tantos momentos que a ligam afetivamente à Fundação INATEL. Confessa que lá por casa há dois cartões de associados: o dela e o do marido. O coração tem mesmo razões que a própria razão desconhece. Afinal de contas, é de afetos que estamos a falar. É uma mulher de causas. Foi membro fundador e presidente do GRACE. Está ligada à CAIS, apoia a Acredita Portugal, Maratona da Saúde, Professional Women’s Network... O que a move a estar presente em tantas áreas sociais diferentes? O que está subjacente a isso é o sentido de servir o outro. Algumas iniciativas que elencou comecei-as quando ainda estava na vida ativa a trabalhar na IBM, como diretora de marketing, comunicações e cidadania. Nas franjas de tempo, conseguia arranjar sempre maneira para me dedicar a causas. Hoje em dia, estando com o tempo mais disponível, mais facilmente me dedico às causas em regime pro

bono. Gosto de sentir que sou parte importante nas comunidades em que estou inserida. E cresço tanto com base do que recebo dos outros. Em que circunstâncias da sua vida é que surge a cidadania como imperativo de consciência? Estas coisas têm fundamentos educacionais e estão inseridas em contextos familiares. Desde muito pequenina que eu e os meus irmãos acompanhávamos o meu pai, que foi presidente da Câmara de Torres Novas, nas causas locais. Está-nos nas veias a defesa das causas e a luta por elas na primeira pessoa do singular. Hoje sinto que quanto mais faço, mais me apaixono e mais sinto necessidade de continuar. É também defensora da INATEL quase como uma espécie de “causa”. Porquê? Claro que sou, porque tenho uma história de fidelização à INATEL com 40 anos. Fui quadro da IBM durante 40 anos e lembro-me que os primeiros contactos que tivemos com o desporto e a cultura foi através do clube IBM com a INATEL. Lembro-me ainda da INATEL enquanto FNAT. Na altura em que o meu pai era presidente da câmara, havia uns serões para trabalhadores. Por duas ou três vezes os serões foram realizados no concelho de Torres Novas, e nós lá estávamos, claro. Eram dias de festa. Ouvíamos também esses serões na rádio e eram momentos lúdicos muito saudáveis. Encostada à caixa da música, que dava som e voz, sentíamos que tínhamos

serões muito agradáveis a reboque das facilidades que eram facultadas aos trabalhadores. Recorda-se da primeira vez que passou férias na INATEL? As minhas primeiras férias na INATEL aconteceram através de outra causa a que estou ligada: a AIESEC Associação Internacional de Estudantes de Economia e Gestão, que em Portugal, mais concretamente em 10 universidades, tem núcleos muito ativos. Com a minha experiência pessoal e profissional, posso ajudar a construir círculos de estudantes que são futuros decisores e, eventualmente, construtores de um país melhor. Uma das conferências internacionais da AIESEC foi realizada em São Pedro do Sul. Quando visitei as termas fiquei deslumbrada com o palacete cor-de-rosa e quis entrar. E quando entrei, pensei: “Aqui sinto-me no meu espaço. Aqui posso fazer férias fabulosas.” Não fui embora sem deixar as próximas marcadas. Há 15 anos que faço férias regularmente em São Pedro do Sul, na primeira quinzena de agosto. Sendo visita assídua em São Pedro do Sul, certamente que já fez amizades por lá… Encontro, ano após ano, as mesmas pessoas, que já fazem parte do nosso círculo de amizade e do nosso descanso sazonal. Em 2013 houve dois casais que não apareceram, um de Vila Nova de Gaia, outro de Santa Maria da Feira. Estranhámos e ficámos saudosos. Este ano voltaram, e o

reencontro foi fabuloso. Chegámos à conclusão que eles próprios se sentiram quase que culpabilizados por não terem ido no ano passado. Foram experimentar a unidade hoteleira de Cerveira de que gostaram, mas S. Pedro do Sul é São Pedro do Sul. É muito bom sentir que já tenho amigos por lá. Quando penso na unidade hoteleira, já penso em rostos que me recebem e conhecem os meus gostos. Houve uma vez que saímos com uns amigos que estavam noutro hotel e, por isso mesmo, combinámos ir jantar fora juntos. Perguntei a uma das funcionárias da INATEL, a Sandra, onde podia arranjar flores para os meus amigos e ela respondeu-me: “Arranja com esta tesoura que lhe vou emprestar; vai à nossa quinta buscar a flor que quiser para levar aos seus amigos”. Isto é um tratamento privilegiado, um mimo para cada cliente que leva a nos fidelizarmos ao espaço e à circunstância, mas, sobretudo ao serviço. E é esta atitude de bem servir que eu também tento ligar às causas em que estou inserida. De que forma é que gostaria de colocar os seus talentos a render – tal como na Parábola dos Talentos que tanto a inspira – ao serviço dos associados da INATEL? Sinto que tenho obrigações, enquanto cidadã, de partilhar o que sei e aprendi ao longo da minha atividade profissional na IBM, e que desenvolvi também em termos pessoais. Posso fazer trabalho pro bono ao serviço do ecossistema INATEL, partilhando


TL Novembro 2014 // ENTREVISTA // 9 Oxana Ianin

o que sei. Por exemplo, sei fazer workshops de comunicação, técnicas de apresentação, voluntariado, responsabilidade social... O meu marido é um dançarino de primeira apanha. Ambos gostamos de dança de salão. Eu gosto de dançar nos bailaricos da INATEL são serões muito agradáveis. E, também nesta área, temos obrigação de partilhar o que sabemos e de espalhar alegria. Tem alguma história curiosa ligada aos diferentes serões agradáveis que tem vivido na INATEL? Ui… tantas histórias. Os meus pais estiveram casados 54 anos e o meu casamento já vai no 39.º ano. Ambos casámos no mesmo dia, a 11 de setembro. Tínhamos por hábito festejar juntos o aniversário de casamento. Tendo a INATEL instalações com espírito familiar, fazíamos o périplo por diversas unidades. Já estive em 12 unidades hoteleiras. Quando recordamos

“A Academia INATEL (...) é um excelente paradigma do que a INATEL pode fazer em matéria de cidadania e na vertente social” férias vividas, vêm sempre à baila as férias que passámos na INATEL. Tivemos uma celebração em Porto Santo, em Castelo de Vide à luz da vela, em Santa Maria da Feira com um teatro medieval integrado, estivemos em Manteigas, Entre-osRios, Foz do Arelho, Albufeira, Piódão… Também já estive em Oeiras com a AIESEC. Falta-me conhecer cinco unidades hoteleiras e tenho vontade de as conhecer. Mais tarde ou mais cedo isso vai acontecer até porque a minha projeção de férias passa sempre pelas unidades INATEL. Jamais conseguirei encontrar o trinómio preço/ qualidade/ bem-estar noutro hotel. Também utiliza as suas férias para

projetar causas sociais? Já me aconteceu estar no Piódão e preparar um plano de comunicação para determinado evento, porque estava ligada à empresa por computador. Senti que tinha escolhido o sítio ideal para o fazer, porque tinha ali espaço para refletir e trabalhar. Em Portugal trabalhamos muito ou pouco na cidadania? Somos próativos nesse campo? Temos hoje uma consciência de cidadania diferente do que a que tínhamos há uns anos. Há que desenvolver ainda mais o potencial que temos em nós e perceber que não somos ninguém sem o outro que está ao nosso lado. A consciencialização do espírito de comunidade é a pedra de toque para que todos nós tenhamos espírito e atitude de cidadania. Revê na INATEL essa consciência de cidadania? Tenho estado particularmente atenta à componente social da INATEL através do jornal Tempo

Livre e do site. Recentemente foi lançada a Academia INATEL, tendo como objetivo facultar conhecimento a grupos de exclusão, e isso passa pelo eixo de empregabilidade. Não é um excelente paradigma do que a INATEL pode fazer em matéria de cidadania e na vertente social? A INATEL é um passo, a INATEL SOCIAL é outro passo e, a certa altura, tudo isso é contagioso. Quanto mais se faz, mais se quer fazer e a própria Fundação vai sentir necessidade de desenvolver mais protocolos e parcerias e envolver cada vez mais um maior número de pessoas. Enquanto associada da INATEL, faço questão que tenha bons serviços e boas lições para me ensinar também do ponto de vista social. Quando estiver a gozar férias dos privilégios associativos, vou querer sentir orgulho do trabalho de cidadania feito por esta INATEL de que tanto gosto. Sílvia Júlio


10 // CULTURA // TL Novembro 2014

Milhares de pessoas presentes no Parque 1º de Maio

Cidade das Tradições celebrou diversidade cultural A segunda edição da Cidade das Tradições reuniu cerca de 19 mil pessoas para celebrar a diversidade cultural. A original e amplamente participada iniciativa da INATEL, na sua missão de consultora da UNESCO é – recorde-se – um convite ao reencontro, à descoberta e à partilha da multiplicidade de manifestações culturais do património imaterial Fotos: Isabel Santiago Henriques

M

ais de cem artesãos, artífices e produtores regionais e mais de trezentos artistas, músicos, bailadores e bailadoras, profissionais e amadores de todo o país animaram, ao longo de três dias, o Parque de Jogos 1.º de Maio, palco de momentos festivos e performativos, de convívio e de aprendizagem coletiva, assinalando a vitalidade e atualidade das práticas culturais tradicionais.

Cultura Popular Por ocasião da candidatura a Património da Humanidade o cante alentejano foi tema central do evento, numa manifestação da riqueza e singularidade desta forma de organização e de canto coral, distinguindo o Alentejo como região convidada. Outros momentos altos do programa, pela sua qualidade artística e pela originalidade de composição a partir do nosso reportório tradicional, distinguiram-se tanto em palco (com os Gaiteiros de Lisboa, o Cavaquinho do Amadeu ou o Duo Ald’ Será), como nas atividades de rua (com o teatro de robertos, os jogos tradicionais ou as oficinas de contos itinerantes da Gulbenkian). Ao longo de todo o evento, os workshops e os espaços expositivos constituídos pela mostra de cinema/vídeo documental e pela exposição “Arqueólogos do Imaterial" revelaram-se momentos privilegiados para partilhar e experimentar saberes, práticas e técnicas dos instrumentos musicais tradicionais, as danças

Em cima: o Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, presidiu à sessão de abertura oficial do evento. Em baixo, à esquerda: o encerramento oficial, foi presidido pelo Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. Em baixo, à direita: Júlio Isidro foi o mestre de cerimónias da “Cidade das Tradições”

populares e artes e ofícios. A sessão de abertura oficial do evento foi presidida pelo Ministro da Solidariedade, Emprego e

Segurança Social, Pedro Mota Soares, e contou ainda com a presença do Secretário de Estado Adjunto e da Economia, Leonardo

Mathias, e do Presidente da Fundação INATEL, Fernando Ribeiro Mendes. O encerramento oficial, presidido pelo Secretário de Estado


TL Novembro 2014 // CULTURA // 11 da Cultura, Jorge Barreto Xavier, foi assinalado com a apresentação pública do Manual “Método da Viola Beiroa”, editado pela Fundação INATEL, um instrumento didático de promoção e reabilitação deste instrumento musical característico da Beira Baixa. Assumido como evento de referência pelo reconhecimento e visibilidade que proporciona ao trabalho desenvolvido pelos centros culturais associados da INATEL, a Cidade das Tradições assumiu-se como um verdadeiro encontro entre os principais agentes culturais artísticos que asseguram o dinamismo e a diversidade de expressões do património imaterial. A Fundação INATEL reitera a promessa de promover nova edição, no próximo ano, celebrando a cultura popular portuguesa.

Norma Rodrigues, Diretora-Geral da AIP – “O PSE revê-se nos princí-

pios que a ‘Cidade das Tradições’ elege, pelo que seria muito importante marcar presença para promover os produtos portugueses. O ‘Portugal Sou Eu’ conta hoje com a adesão ao selo de artesãos, toda uma criatividade que emerge da nossa cultura, das nossas tradições, do nosso território, traduz a nossa genialidade e a nossa portugalidade.”

Depoimentos

Manuel da Veiga, Diretor Municipal

Ministro Pedro Mota Soares

de Cultura da CML

“Quando falamos de tradições falamos de raízes que seguram as pessoas, falamos da cultura que as anima e faz evoluir, falamos do património que ergueram durante séculos e que pretendem preservar, falamos do artesanato que as identifica e de uma identidade que as diferencia. Um povo todo ele diferente constitui uma nação. É o que a Fundação INATEL aqui consegue com a Cidade das Tradições.”

“Partilhando valores e objetivos, nomeadamente os que dizem respeito à salvaguarda do património cultural imaterial, colaborar, de novo este ano, na construção da ‘Cidade das Tradições’ enquadra-se perfeitamente na missão do Município que, através desta parceria frutuosa e muito compensadora, contribui também para a preservação, defesa, divulgação e promoção do que faz de Lisboa uma cidade única.”

Leonardo Mathias, Secretário de Estado Adjunto e da Economia “A

Cidade das Tradições, promovida pela INATEL, constitui um palco privilegiado para as associações e agentes que têm o grande mérito de divulgar e preservar os produtos e as tradições nacionais (...) Por esta razão, não posso deixar de destacar o impacto positivo que a ‘Cidade das Tradições’ proporcionou aos muitos produtos que contam com o selo do ‘Portugal Sou Eu’, graças à sua forte incorporação nacional.“ Jorge Barreto Xavier, Secretário de Estado da Cultura “Foi com muito

agrado que tive a oportunidade de visitar a 2ª edição da Cidade das

DR

Tradições. Quero, a esse propósito, expressar o meu reconhecimento pelo esforço realizado na apresentação desta importante iniciativa da INATEL, cujo alcance e significado são de enorme relevo para o desenvolvimento e expressão do movimento associativo e das práticas culturais tradicionais portuguesas.

“Quando, numa tão longa vida profissional como a minha, tudo parece já ter sido feito, surge o convite/desafio para a função de mestre de cerimónias no evento ‘Cidade das Tradições’ iniciativa da INATEL segundo uma ideia ou sonho de Jacinta Oliveira. Se somos capazes de sonhar também seremos capazes de fazer. E foi assim que percorri quilómetros no Estádio 1.º de Maio, dando eco e apelo para que os muitos milhares de visitantes conhecessem melhor as nossas tradições culturais (…) E ainda há quem diga que a tradição já não é o que era… Votos de que para o ano a cidade cresça ainda mais.”

Júlio Isidro

Protocolo INATEL/Direção Regional de Cultura do Centro

P

arceria visa descontos para associados na rede de museus e divulgação de atividades culturais. O dia 1 de outubro ficou assinalado pela assinatura de um protocolo entre a Fundação INATEL e a Direção Regional de Cultura do Centro, que decorreu no distinto Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha, celebrado na presença da Diretora Regional de Cultura do Centro, Celeste Amaro, e da Administradora da Fundação, Jacinta Oliveira. Com esta parceria, os seis museus da região centro, sob a tutela da Direção Regional de Cultura, assim como o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, oferecem agora preços especiais aos asso-

ciados da INATEL, nomeadamente nos valores em entradas individuais e em visitas de grupos. O protocolo visa ainda a divulgação de atividades entre as duas entidades. As seis unidades museológicas desta rede englobam o Museu de Aveiro, os Museus de Cerâmica e José Malhoa (Caldas da Rainha), Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso (Nazaré), Museu Francisco Tavares Proença Júnior (Castelo Branco) e Museu da Guarda. Esta parceria entre a Fundação e a Direção Regional de Cultura tem como objetivo promover a rede museológica da zona Centro junto dos associados INATEL, na prossecução de uma dinâmica cultural abrangente e pela sua difusão.

Congresso CIOFF® distingue INATEL

P

ortugal, Colômbia, Argentina e Reino Unido foram as quatro secções nacionais selecionadas no Congresso Mundial do CIOFF® Conselho Internacional das Organi zações de Festivais de Folclore e Artes Tradicionais, em Bautzen, Alemanha, como exemplos de boas práticas a seguir, abrangendo experiências de trabalho e de organização que se dis tinguem internacionalmente. A intervenção de Portugal, presi dida e representada pela Fundação

INATEL, ficou marcada pela apre sentação do trabalho desenvolvido em 2014 em estreita relação com a UNESCO. As experiências distinguidas como boas práticas abrangeram a valori zação de artes e ofícios na Argentina em cooperação com o CIOFF® Jovem e o cruzamento entre dança tradicional e contemporânea introdu zido em festivais de folclore como o Billingham International Folklore Festival of World Dance.


12 // CULTURA // TL Novembro 2014

Dia Mundial da Música

Quarteto Lopes Graça e Olga Prats esgotam Salão Nobre do Trindade Isabel Santiago Henriques

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o dia 1 de outubro o Salão Nobre do Teatro da Trindade esgotou para comemorar mais um Dia Mundial da Música. A celebração contou com o lançamento do 1.º volume da edição integral em CD das obras de Fernando Lopes Graça, protagonizado pelo Quarteto Lopes Graça e comentado pela conceituada e ilustre pianista Olga Prats, cuja amizade e convivência continuada com o compositor proporcionou ao público presente momentos únicos de partilha de conhecimentos e de memórias. Formado em 2005 por Luís Pacheco Cunha (violino), Cecília Branco (violino), Isabel Pimentel (violeta) e Catherine Strynckx (violoncelo), o Quarteto Lopes Graça é um grupo de referência na área das cordas. Desenvolve um trabalho permanente de promoção e divulgação da música portuguesa, nomeadamente através da obra de câmara de Lopes Graça, que se caracteriza pelo cruzamento entre o erudito e o vernáculo em composições que

expressam o valor da tradição nas culturas musicais. Para além das obras “Quarteto de Arcos n.º 1” e “Suíte Rústica n.º 2”, o programa do concerto incluiu a interpretação e comentário do “Canto de Amor e de Morte” a partir da partitura original manuscrita pelo compositor. Como tributo a Lopes Graça, este final de tarde trouxe à memória uma parte relevante da história da música portuguesa assinalando a apresentação em concerto de uma obra ímpar que ainda hoje permanece desconhecida do grande público. No final, Olga Prats proporcionou o privilégio e partilhou com os presentes, de forma emocionada, uma partitura original de Fernando Lopes Graça.

II Festival Internacional de Trompete Almost6

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e 13 a 16 de novembro, Lisboa será palco, em vários locais da cidade, do II Festival Internacional de Trompete Almost6 2014, que inclui masterclasses, conferências, exposições e concertos com alguns dos mais prestigiados trompetistas a nível nacional e internacional. A importância deste festival pioneiro organizado pelo quinteto de trompetes Almost6 com o apoio da Fundação INATEL como elemento dinamizador e inovador da comunidade musical é reconhecida não só por proporcionar atuações de elevada quali-

dade, mas sobretudo por dar oportunidade a estudantes e executantes de trompete de conviverem artisticamente com pedagogos e músicos de excelência de todo o mundo. Os trompetistas, que fazem parte de Bandas Filarmónicas associadas da Fundação INATEL, usufruem de condições especiais de participação no Festival, não só como assistentes, mas igualmente como intérpretes, designadamente integrando o grande ensemble de trompetes que atuará em concerto no Salão Nobre do Conservatório Nacional, no dia 15 de novembro.


TL Novembro 2014 // ARQUIVO HISTÓRICO // 13

Há 50 anos,ópera no Trindade «A Vingança da Cigana»

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m 15 de Julho de 1964, subiu à cena no Teatro da Trindade 170 anos depois da sua estreia no Teatro Nacional de S. Carlos «A vingança da cigana» (1794), ópera cómica portuguesa de um só acto. Partitura de António Leal Moreira (1758-1819), revista por Filipe de Sousa, o libreto é de Domingos Caldas Barbosa (17401800), sacerdote e poeta arcádico de origem brasileira, filho de um português e de uma escrava angolana. Integrada na Temporada Popular de Ópera de 1964 do Teatro da Trindade, sob a direção de Serra Formigal, “ A vingança da cigana”, foi encenada por Álvaro

Benamor e teve o apoio da Orquestra de Ópera da Emissora Nacional, dirigida pelo maestro Jaime Silva (filho). O enredo, passado na zona ribeirinha de Lisboa, conta a história de oito personagens do povo, entre as quais Pepa, uma cigana vendedora de agulhas originalmente concebida para o castrati italiano Domenico Caporalini , um barbeiro, um cabeleiro e uma viúva disposta a desposar um negro ajudante de barqueiro. José Baptista de Sousa [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia] Fotografias: Óscar Coelho da Silva. – Fundação INATEL | Arquivo Fotográfico

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14 // TEMA DE CAPA // TL Novembro 2014

Do Minho ao Algarve, sem esquecer a Europa

Natal e Fim de Ano na INATEL Neste Natal propomos viagens inesquecíveis a preços para todas as bolsas, desde sete dias para visitar Mercados de Natal, na Europa, a quatro dias no Alto Minho ou Algarve, para que este ano seja recordado como uma das melhores épocas natalícias de sempre

U

ma das mais belas experiências de vida, para quem gosta do Natal, é sem dúvida a visita aos mercados de Natal da Europa. Não é por acaso que são um dos roteiros mais populares nesta época do ano, trazendo a antigas e históricas cidades turistas de todo o mundo. A tradição nasceu na Alemanha medieval onde os mercadores vendiam principalmente comida e provisões para o inverno. Era nos mercados de Natal que as populações das aldeias se abasteciam para a estação gelada. Estas pequenas feiras cresceram e além do negócio tornaram-se marcos sociais da vida destes povos e a sua grande celebração do espírito natalício. Em pleno século XXI, e em centros históricos, os atuais mercados de natal são espaços mágicos com barraquinhas de madeira a venderem brinquedos tradicionais de madeira, como soldados e comboios, figuras de presépio, velas e uma infinidade de artigos de artesanato e gastronomia local, acompanhada normalmente por vinho tinto quente recheado de especiarias.

Mercados de Natal Em cima, da esquerda para a direita: vistas de Piódão, Sevilha, Gengenbach, Colmar e mercados de Natal

Um roteiro de sete dias permite visitar um dos mais famosos mercados da Europa. Nesta incursão pelos Mercados de Natal na Alsácia visitamos a medieval Obernai, cujas ruas nos transportam para tempos antigos, desde a Câmara Municipal do século XII à Igreja de Saint Pierre, e de Saint Paul, um templo a que é impossível ficar indiferente. O mer-

cado de Natal é enquadrado por chalés de madeira decorados a preceito para a grande festa natalícia. Visitamos também Gengenbach, uma pequena cidade da Floresta Negra que se prepara durante meses para esta quadra, onde o calendário do Advento e a decoração das vinte e quatro janelas da câmara municipal constituem o ponto alto das celebrações. Outra paragem é Estrasburgo, que acolhe o famoso Christkindelsmarik, desde 1570, o mais antigo mercado de Natal de França, deslumbrando os visitantes com decorações natalícias, presépios, artesanato, gastronomia e vinho quente. Vale a pena mergulhar neste ambiente repleto de iluminações, montras decoradas, aromas de canela e outras especiarias. Outros momentos altos desta viagem incluem a visita à montanha sagrada Mont Sainte Odile e ao seu mosteiro, onde além do forte cariz religioso e místico proporciona uma vista deslumbrante pelos vales e montanhas que o envolvem. Seguimos para Colmar, uma terra encantada de luzes e um dos melhores mercados de Natal da Alsácia, depois Gertwiller, capital do gengibre, Andlau, com visita à Abadia St. Richard, Ebersmunster, com visita à igreja de SaintMaurice, e Riquewihr, uma das mais belas cidades francesas.

Natal em Portugal Se quisermos passar um Natal diferente, sem o stress de organizar a ceia, ao mesmo tempo que conhecemos um pouco mais de Portugal


TL Novembro 2014 // TEMA DE CAPA // 15

podemos ter uns dias de descanso enquanto os outros se atarefam para a consoada. Uma das possibilidades é São Pedro do Sul, onde podemos ficar alojados no INATEL Palace, e aproveitar para visitar Viseu, Lamego e Vouzela. Quatro dias de passeio, gastronomia e património, para desfrutar com a família ou amigos. O jantar de consoada é servido no impressionante restaurante Rainha D. Amélia. Para quem a montanha e a neve fazem parte obrigatória do Natal temos duas escolhas na Serra do Açor e Estrela. Na primeira situa-se a unidade hoteleira do Piódão, considerada em Portugal como a aldeia presépio por excelência dada a disposição das suas casas em xisto em anfiteatro natural, contrastando com o escuro do xisto, a igreja local surge pintada num branco imaculado. Além desta aldeia podemos ainda visitar Coja, conhecida como a princesa do Alba, Arganil, Vale de Maceira com o santuário de Nossa Senhora das Preces, e Avô com as suas casas quinhentistas. Se optarmos pela Serra da Estrela, fica-se alojado na unidade hoteleira de Vila Ruiva, num moderno equipamento com vista deslumbrante. Nesta opção visitamos as Penhas Douradas, constituídas por três penhascos que, ao entardecer, são dourados e quase mágicos, o Mondeguinho, fonte e nascente do maior rio Português o Mondego, o Sabugueiro, a aldeia mais alta de Portugal e a surpreendente Aldeia Histórica de Linhares da Beira com o seu Castelo, palá-

cios e casas rurais que nos transportam para o passado. Mais a norte, propomos um Natal em Vila Nova de Cerveira, no hotel de 4 estrelas, onde além de ver ou rever esta lindíssima vila minhota, debruçada sobre o rio Minho, que a separa da vila galega de Góian, temos a oportunidade de percorrer Guimarães, “o berço da nacionalidade”, o seu centro histórico Património da Humanidade, e ir a Valença, uma histórica povoação dominada pela fortaleza de duas torres e muralha dupla com empedradas ruas estreitas que respiram história. Para sul, fugindo ao típico Natal, propomos o clima ameno do Algarve, perto do mar, e que nesta quadra permite conhecer a região sem as multidões da época alta. Passeios ao centro histórico de Lagos, a Paderne, uma aldeia de casario branco e castelo que nos remete para um presépio, e a Vilamoura, uma das mais prestigiadas estâncias balneares portuguesas, são também bons motivos para ficarmos alojados em Albufeira.

Fim de ano nas unidades hoteleiras As unidades hoteleiras de Caparica, Cerveira, Foz do Arelho, Luso, Oeiras e Piódão propõem noites de fim de ano para todos os gostos e a preços especiais. Os preços incluem jantar de Réveillon, alojamento e pequeno-almoço para duas pessoas: 4 noites, desde 270 €; 3 noites, desde 216 €; 2 noites, desde 186€; 1 noite, desde 144€. Informações e reservas: Caparica – T. 211 155 490/ inatel.caparica@inatel.pt Cerveira – T. 251 002 080/ inatel.cerveira@inatel.pt Foz do Arelho – T. 262 975 100/ inatel.foz@inatel.pt Luso – T. 231 930 358/ inatel.luso@inatel.pt Oeiras – T. 210 029 800/1/ inatel.oeiras@inatel.pt Piódão – T. 235 730 100/1/

Fim de Ano Novembro é o mês certo para escolhermos onde passar o réveillon, por isso destacamos uma viagem a Sevilha e outros destinos de norte a sul de Portugal, com a qualidade e os preços INATEL. Passar o fim do ano em Sevilha é viver um réveillon com “salero” no Palácio del Embrujo, jantar com espetáculo de flamenco, orquestra, animação e bar aberto. Existem poucas dúvidas sobre uma particu-

inatel.piodao@inatel.pt

laridade dos nossos hermanos: são especialistas em alegria. Além da festa é uma cidade monumental que se presta a muitos passeios, facilmente acessíveis, sobretudo, por ser plana. Podemos apreciar a Catedral Gótica, torre Giralda, Parque Maria Luísa e muitos outros pontos de interesse. No primeiro dia de 2015 visitamos Córdoba, antigo califado aquando das invasões muçulmanas, e atual centro turístico pelo centro histórico com influências árabes, judaicas e cristãs. Em Portugal, começando pelo norte, temos a possibilidade de brindar ao novo ano em Cerveira com muita animação, numa viagem de cinco dias que permitem a visita a terras que valem a pena conhecer: Ponte de Lima, Arcos de Valdevez, Guimarães, Valença e Luso. Outra possibilidade é ir à Foz do Arelho para passar o ano com uma vista privilegiada para a Lagoa e para o Atlântico. Neste programa visitamos as Caldas da Rainha, o jardim Buddha Éden, no Bombarral, a medieval vila de Óbidos, Peniche e o Cabo Carvoeiro para dar as boas vindas a 2015. Mais perto de Lisboa temos um programa para passar o ano na Costa de Caparica, para conhecer melhor Lisboa, Estoril, Cascais, e Sintra, a vila património da Humanidade. Por último, no Algarve podemos passar o fim de ano na unidade hoteleira de Albufeira, visitar Lagos no último dia de 2014, e passear em Vilamoura no dia de todas as esperanças do novo ano.


16 // DESPORTO // TL Novembro 2014

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Futebol 7 INATEL Business Cup

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Fundação lançou, no final da época 2012/13, a nova competição desportiva INATEL Business Cup. Este conceito de competição, direcionado para equipas de empresas ou entidades equiparadas, teve o futebol de 7 como primeira modalidade, no Parque de Jogos 1.º de Maio, em Lisboa. A presente época arrancou no final de setembro com 13 equipas inscritas, confirmando um crescimento gradual para esta competição, depois de 4 equipas participantes na edição inicial e 8 equipas na época passada. A equipa vencedora da última edição CFA/Quiosque Tivoli está presente para defender o título, perante mais 12 equipas concorrentes. Às seis equipas que repetem a participação (SNQTB, SNPVAC, CCD INATEL, CCD ADCRPJ,

CCD CP da RTP e Naturodiet), juntaram-se, agora, seis novas equipas: CCD SPA, CCD Metropolitano, CCD Clube BBVA, Ventalaca, Lactimonte e SOFEX. A INATEL Business Cup 2014/15 continua a proporcionar um espaço de competição desportiva para a ocupação dos tempos livres dos trabalhadores. Todos os jogos desta competição, que se prolonga até maio de 2015, são disputados no Parque de Jogos 1.º de Maio, em Lisboa, à sexta-feira, em horário pós-laboral. A INATEL Business Cup não se limita, porém, à região de Lisboa, pois outras regiões do país estão atualmente a preparar uma competição, caso, entre outras, de Faro e Angra do Heroísmo que organizam competições de Futebol de 7 para esta época desportiva.

Nova escola de Futebol 11

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pós três anos de existência da Escola de Futebol 11, no Parque de Jogos 1.º de Maio, a Fundação INATEL decidiu assumir a gestão desta escola de desporto, a partir desta época desportiva. A atividade da escola de futebol teve início no passado mês de

setembro, mantendo a maioria da equipa de monitores e coordenador técnico, com 150 crianças inscritas entre os 6 e os 14 anos. Para além da formação da Escola de Futebol 11 as crianças têm oportunidade de participar em jogos e torneios ao longo do ano desportivo.


TL Novembro 2014 // DESPORTO // 17

INATEL no combate ao sedentarismo

Semana europeia em movimento mobilizou um milhão de pessoas

A

Fundação INATEL associou-se à semana europeia em movimento, Now We Move, como promotor da Move Week, uma iniciativa da International Sports and Culture Association (ISCA) e da Federação Europeia de Ciclistas que decorreu entre 29 de setembro e 5 de outubro últimos. Financiado pela Comissão Europeia e pela Fundação Coca-Cola, o projeto visa incentivar a atividade física e a prática desportiva de mais de 100 milhões de europeus até 2020. Nesta campanha anual europeia da Move Week, destinada a combater o sedentarismo, foram batidos recordes com a realização de 4.256 eventos em mais de mil cidades, dispersas por 38 países, envolvendo 2.531 agentes parceiros e cerca de um milhão de participantes em pelo menos uma atividade física durante uma semana. Os agentes parceiros, ou Move Agent, podem ser uma organização de desporto para todos, clube, escola, universidade, empresa, grupo voluntário, município ou pessoa a título individual que organize uma atividade durante a Move Week.

Escolhem o tipo de evento a realizar e o local, registam-no (portugal. moveweek.eu), e ficam responsáveis por promover e implementar a atividade na sua comunidade. Participação INATEL Ser um Move Agent é um ato totalmente voluntário, mas tanto a ISCA, como o coordenador nacional de cada país, podem aconselhar a conseguir apoios para os eventos, e disponibilizar materiais promocionais para ajudar os parceiros a difundirem as suas iniciativas. Em Portugal realizaram-se diversas atividades desportivas, entre Lisboa, norte, sul e ilhas, inteiramente gratuitas para a população. A INATEL associou-se à iniciati-

va como Move Agent, promovendo o acesso gratuito a aulas de atividade física em Braga e Lisboa, no Parque de Jogos 1.º de Maio. Na cidade de Braga foram dinamizadas sete classes de fitness, com 118 participantes. No Parque de Jogos 1.º de Maio realizaram-se oito atividades com a participação de 153 pessoas. Na sede da INATEL foi, ainda, organizada, a 2 de outubro, uma caminhada com mais de uma dezena de colaboradores. Em 2015, haverá certamente mais uma edição de sucesso da Move Week. Fica o convite para se tornar ativo e praticar atividade física regularmente. Juntos, vamos atingir o objetivo de 100 milhões de europeus ativos até 2020.

Zumba solidária em Évora Com o objetivo de proporcionar uma manhã de atividade física, a INATEL vai realizar, na Delegação de Évora, uma masterclasse de Zumba, aberta a todo o público, no dia 7 de dezembro, entre as 10 e as 12 horas. Inserida na missão social da Fundação, esta iniciativa solidária funciona com uma inscrição através da entrega de um bem alimentar que reverte para uma instituição de apoio e acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica – Lar Sta. Helena Instituição Particular de Solidariedade Social. A Zumba é uma modalidade latina de fitness-dança que incorpora música latina e internacional, juntamente com passos de dança, criando uma dinâmica estimulante e eficaz para um modelo fitness.


18 // INATEL SOCIAL // TL Novembro 2014

Aveiro vence “Jardins de Sueca” INATEL Foto gentilmente cedida por Bruno Colaço/Correio da Manhã

A

veiro foi a equipa vencedora do projeto “Jardins de Sueca Campeonato Nacional de Sueca Interjardins”, cuja final teve lugar a 12 de outubro, no Pavilhão do Parque de Jogos 1.º de Maio, em Lisboa, perante 800 espectadores que esgotaram a lotação do espaço. António Estêvão, 44 anos e Gonçalo Costa, 19, representantes do Parque Social de Nariz, receberam o merecido troféu das mãos do presidente da Fundação INATEL, Fernando Ribeiro Mendes. A disputa da primeira edição do Campeonato de Sueca decorreu com as equipas apuradas na fase distrital, num conjunto de nove, com dois elementos cada. Todas as equipas participaram divididas em dois grupos. E dentro de cada grupo, jogaram todos contra todos.

Aveiro e Porto competiram na finalíssima num jardim montado especificamente para o efeito, no Pavilhão do Parque de Jogos 1.º de Maio. Em terceiro lugar classificouse Castelo Branco, em quarto a Guarda, em quinto ex aequo Leiria,

ESCAPADAS PARA TODOS

Ideal para todos os gostos, para todas as idades e até para quem não é associado da Fundação INATEL

Lisboa, Portalegre e Viseu e, em sexto, Santarém. O torneio superou as expectativas da organização e deu um estímulo muito positivo para realização de edições futuras direcionadas para os apreciadores de uma

modalidade muito popular no nosso país. A finalíssima da sueca incluiu dois espetáculos, de grande interação com o público, com a participação do alentejano Serafim, humorista de talento reconhecido, na área do Stand up Comedy, e de Mário Daniel em Stand up Magic. O Pavilhão do Parque de Jogos 1.º de Maio encheu-se de gente de todas as idades para rir às gargalhadas, impressionada com os momentos mágicos. Pais, filhos e avós juntaram-se numa tarde chuvosa mas repleta de alegria e boa disposição contagiantes. Recorde-se, ainda, que o torneio teve uma componente solidária em que cada entrada fez reverter 1 euro para o “Mealheiro Social”, um projeto da Fundação INATEL de ajuda a cidadãos carenciados.

novembro dezembro Caparica | Foz do Arelho | Castelo de Vide | Vila Ruiva Linhares da Beira | Manteigas | Luso | Oeiras | Piódão Promoção válida para novembro e dezembro com exceção dos períodos de Natal e Fim de Ano (22 a 31 dezembro). Não acumulável com outras promoções/descontos em vigor. Apenas para reservas efetuadas diretamente nas unidades hoteleiras desta promoção. EXCEÇÕES: INATEL Manteigas (só até 15 de dezembro) e INATEL Piódão Hotel**** (sábados não incluídos).

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TL Novembro 2014 // VIAGENS // 19

Passagem de Ano a subir o Douro Um réveillon a bordo de um navio hotel no Douro, num cruzeiro entre o Porto e a Régua, é uma proposta para uma passagem de ano inesquecível

P

ara conhecer o Douro nada melhor do que percorrê-lo de barco, chegando a lugares onde as águas são mais brilhantes e o ar é mais puro. Nos montes que rodeiam o leito do rio dourado encontram-se socalcos esculpidos pela mão do homem, de onde provêm o famoso vinho do Porto e os muito apreciados vinhos de mesa. A singularidade da região do Douro reúne as caraterísticas extraordinárias de um microclima e um solo xistoso, com o árduo trabalho dos durienses. Recorde-se que esta região vinícola demarcada, a mais antiga do mundo decretada pelo Marquês de Pombal, em 1756, foi consagrada Património da Humanidade, pela UNESCO, em 2001. A candidatura destacou o trabalho notável da construção de muros em

xisto que desenham as encostas. Antes de embarcar no navio hotel temos a oportunidade de fazer um passeio panorâmico pela Invicta, eleita como o "Melhor Destino Europeu 2014", pela European Consumers Choice, além de outros galardões que têm feito justiça à beleza desta cidade. Visitar o Porto permite-nos também ir às Caves do mais famoso vinho português, em Vila Nova de Gaia, onde além de conhecer a história e todo o processo por que passa o vinho do Porto, participamos numa prova de degustação deste néctar exportado para todo o mundo. Navegar o Douro acima até à Régua, uma das mais importantes cidades ribeirinhas na história do Douro vinhateiro, o seu atual

esplendor é fruto da criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, pelo Marquês de Pombal, em 1756, e consequentemente, a Região Demarcada do Douro. O tráfego fluvial e a circulação

// Viagens INATEL Cruzeiro passagem de ano no Douro 29 dezembro a 1 janeiro Partidas: Setúbal, Lisboa Partidas: Santarém, Leiria Coimbra, Aveiro Preço por pessoa em quarto duplo: 548 € Mais informações: Lojas INATEL / www.inatel.pt

ferroviária, iniciada anos depois, entre a Régua e os armazéns de Vila Nova de Gaia, fixaram nobres, aventureiros e ingleses empolgados com a ‘epopeia vinhateira’. Fazer um cruzeiro é, em si mesmo, uma experiência ímpar para quem gosta de experimentar o que sempre sonhou. Subir o Douro num barco hotel é testemunhar o casamento perfeito entre a ação do homem e a natureza, num encantador ambiente de cruzeiro, e apreciar paisagens de cortar a respiração, que mais parecem ter sido obra dos grandes mestres da pintura universal. Afinal, quem nunca sonhou celebrar a passagem de ano num jantar de gala a bordo de um dos mais belos cruzeiros fluviais do mundo.


20 // HOTELARIA // TL Novembro 2014

Guia HI INATEL Cerveira Hotel****

Bela natureza, prazer à mesa…

E

ntre o rio e a montanha, com a Galiza à vista e o mar tão perto, o Cerveira Hotel merece bem as graças das misteriosas e inconfundíveis paisagens que o rodeiam.

Cenário privilegiado para umas férias ao ar livre, com magníficas paisagens envolventes, aldeias e castelos medievais para explorar, muitos passeios para descobrir e observar a fauna e flora.

Bienal

de milho Bacalhau Trutas

Do lado nascente, ergue-se uma altaneira mancha granítica que exibe o cervídeo metálico (símbolo histórico da terra), do escultor José Rodrigues, um dos ilustres e eternos apaixonados de Cerveira.

à Lagareiro

recheadas à moda do

Terra de lendas de mouras encantadas, capaz de aliar a cultura e o lazer incluindo uma requintada gastronomia , a vila é também célebre pelas suas concorridas bienais internacionais de arte.

Internacional Artes (julho a

setembro) Festa

da história (setembro)

Minho

Desfolhada

Rojões

Feira

minhota (setembro)

do mel (outubro)

Aletria Arroz

Doce

Onde comer

Outras informações Viagens INATEL com destino a Cerveira durante o mês de dezembro:

Ver

Dia 1

Castelo Casa

Partida

D. Dinis

da Câmara

Pelourinho

Dia 7

Aquamuseu

Partida

Miradouro Convento

do Cervo

Dormir

(Turismo para Todos)

INATEL Cerveira Hotel****

Nota: As informações constantes

100

neste guia são meras sugestões.

Histórico

Núcleo

Interpretativo

Restaurante

O Cervo

Inatel Cerveira Hotel****

Desfrutar Passeios

pedestres

Comprar

Passeios

fluviais

Olaria

náuticas

semanal e de artesanato

Feira

de arte (13 a 31 dez.)

Feira

de velharias (14 dez.)

Exposição/venda

natal (todo o

mês)

Para informações mais detalhadas

Restaurante

poderá contactar o Posto de

Salas

Turismo local.

de reuniões exterior

Fórum de opinião

Parque

infantil

1. Caso já tenha visitado Cerveira

Tecelagem

Campo

Ténis

partilhe a sua opinião acerca deste

Bordados

Parque

estacionamento

destino.

de metal e Rendas

Tradicional

2. Caso ainda não tenha tido Contactos:

oportunidade de visitar Cerveira

Feiras e Romarias

T. 251 002 080/

diga-nos quais as suas expectativas

Semana

inatel.cerveira@inatel.pt

e que tipo de informações gostaria

Santa/Queima Judas

(páscoa)

de obter.

Festival

Comer Caldo

Bar

Piscina

Doçaria

(sáb.)

quartos

Wi-fi

Artefactos

de rio

Atividades Feira

de Castelo Branco

S. Paio

Centro

Pesca

da Guarda (Turismo para

Todos)

Internacional Dança

(junho) verde com chouriço e broa

Festas

da vila (agosto)

Coordenadas GPS:

Agradecemos a sua opinião para o

41º 57’ 17’’ N

Fórum Guia HI através de email:

08º 44’ 37’’ O

hotelaria@inatel.pt


TL Novembro 2014 // FUNDAÇÃO INATEL // 21 // OS CONTOS DO ZAMBUJAL

Carrosel de paixões JS

C

om o queixo assente nas palmas das mãos e os cotovelos apoiados na mesa, Joselino é a imagem do pensador profundo. Ou de um homem angustiado, uma situação não anula a outra. Entrando no bar, Aniceto estranha e interroga-se acerca do significado que pode ter a posição do amigo. Sobressalta-o com uma palmada nas costas e vai direito ao assunto: Que se passa, rapaz, pareces preocupado. E estou. Problemas? O problema de ter de tomar uma decisão difícil. Para já, vamos tomar um copo. Não bebo álcool. Desde quando? Desde ontem. É de homem. Que tomas, então? Pode ser uma caipirinha. Bem pensado. Faço-te companhia. Aniceto pede as bebidas ao empregado do bar e apressa-se em saber que diabo preocupa o amigo. Se não quiseres conversa, calome já. Mas, enfim, talvez eu possa ajudar-te na decisão que tens de tomar. Não podes. Terei de ser eu a optar entre a Matilde, a Luizinha e a Graça. Elas conheceram-se, estás a ver o que aconteceu? Chegaram à fala, treco-lareco, uma a uma identificaram-me como o suposto futuro marido. As três? As três. E encostaram-me à parede. Tenho de optar por uma só. Manias de mulheres. E qualquer delas está na disposição de ficar contigo, desde que em exclusivo? Todas. E não é extraordinário? Vê o caso do Jaques, um tipo com

aquele ar de galã de telenovela e ninguém lhe pega. Não me fales do Jaques. Porquê? É o exemplo do sedutor perfeito mas não há mulher que se apaixone por ele. E eu, magricela, meio vesgo, gago, e sou disputado por três mulheres de arregalar os olhos. Faz sentido? Não muito. Quem dera ao Jaques ver-se na minha situação. Que, aliás, é bem complicada. Mas complicada porquê, pá? Haverá uma que te agrada mais que as outras duas. Tu não entendes, Aniceto. O problema não é escolher uma, é

“Cada uma delas tem os seus especiais encantos. Como poderei prescindir da voz doce da Matilde? Ou da sensualidade perturbadora da Graça? Ou do humor e ternura da Luizinha? perder as outras duas. Cada uma delas tem os seus especiais encantos. Como poderei prescindir da voz doce da Matilde? Ou da sensualidade perturbadora da Graça? Ou do humor e ternura da

Luizinha? São três amores e, optando, fico sempre a perder. Concordo. Perdes dois a um. Imagino a felicidade do Jaques se alguma delas o quisesse. E eu neste drama. Quem dera que os atractivos de todas elas estivessem reunidos numa só. Seria fácil e perfeita a escolha. Recosta-se, eleva o olhar para o tecto, bruscamente debruça-se sobre a mesa, segura nos pulsos de Aniceto e segreda com a voz enrouquecida: Só há uma, bem, bom amigo, igual à soma daquelas três queridas. Vá lá, descobriste uma raridade. E quem é? Posso dizer, Aniceto? Claro, é alguém que eu conheça? Perfeitamente. Desculpa dizer-te, Aniceto, mas a única mulher que me seduz na totalidade é a tua namorada. A Carla? A Carla. Sempre. Desde que tiveste a maldade de me a apresentar. Perdoa, meu amigo, mas ninguém é dono e senhor dos seus sentimentos. E confesso que te invejo por teres a Carla. O rosto de Aniceto não revela se ficou ofendido ou lisonjeado com a confissão inesperada. Silencioso, passa as mãos repetidamente pela nuca e, por fim, diz: Acontece, Juselino, que a Carla já não é minha namorada. Emoções desencontradas desenham no rosto do outro. Primeiro de surpresa, depois a animação de uma ideia que nunca lhe ocorrera: Sendo assim... quer dizer que eu posso agora ter esperança? Aniceto torna a passear as mãos pela nuca, bebe um trago e diz num murmúrio: Não creio, Juselino. Ela trocoume pelo Jaques.


22 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Novembro 2014

// EM CENA NO TRINDADE

O génio de Molière Ouviremos de novo as pancadinhas de Molière no teatro, quem o garante é o produtor e encenador Paulo Sousa Costa com a comédia “Casado à Força”, que de 12 de novembro a 7 de dezembro traz à Sala Principal os atores Vítor Norte e Marcantonio del Carlo DR

M

olière, pseudónimo de Jean-Baptiste Poquelin, nascido no século XVII (1622-1673) tem uma posição de grande relevo na dramaturgia francesa e mundial, sendo um dos grandes mestres do teatro clássico francês. Isso deve-se em muito à força satírica do seu teatro que, explorando as fragilidades do comportamento humano, devolve-nos não só um fresco sobre a sua época, também um ensaio sobre a natureza humana. Com uma obra que se inspira em tradições teatrais mais antigas (por exemplo, as comédias de Aristófanes, Terêncio e Plauto), Molière, contemporâneo de Racine e Corneille, consegue conferir profundidade psicológica aos estereótipos que satiriza (demagogos, avarentos, amantes, hipócritas e arrivistas, entre muitos outros). As suas obras O Misantropo, O Avarento, Tartufo, Escola de Mulheres, O Doente Imaginário, e Artimanhas de Scarpin, entre outras, são encenadas mundialmente. Esse foi o primeiro problema com que se deparou o encenador e produtor Paulo Sousa Costa: “Molière já é montado com alguma regularidade, as suas peças mais conhecidas já foram feitas muitas

vezes. Queria encontrar um texto que não tivesse sido tão representado. E lembrei-me de que há alguns anos tinha lido esta peça que me ficara na memória por causa de uma discussão entre dois filósofos.” O enredo de Casado à Força é simples, Esganarelo, que se diz ter cerca de 50 anos, quer casar com a jovem Dorimena. Depois de a ter pedido em casamento, e do pai ter aceitado, ele descobre que a jovem tem um amante. Tenta por isso desistir do

casório. O pai, inconsolável com as consequências que tal facto teria para a reputação da filha, envia o seu filho Alcidas para o convencer (nem que seja à força) a manter a palavra dada e a casar com Dorimena. A primeira abordagem do texto por parte de Paulo Sousa Costa foi feita no âmbito de um mestrado, na Escola Superior de Teatro e Cinema, onde lhe interessava desenvolver uma investigação em torno da fusão das várias artes. Ora, esta peça, que Molière começou por escrever num género em voga na época, a comédia-ballet, tinha esta integração de representação, dança e música. Como pormenor curioso a estreia deste texto, encomendado por Luís XIV, teve lugar nos salões do Louvre, a 29 de janeiro de 1664, onde o próprio rei terá participado, dançando. Como nos diz Paulo Sousa Costa: “Esta peça começou por ser uma comédia em três atos. Depois Molière suprimiu a dança e a música e transformou-a numa comédia em um ato. Eu, embora tenha trabalhado sobre esta versão, fui recuperar o seu espírito original introduzindolhe música barroca e uma dança, no final, que resume toda a história”. No elenco, além dos já referidos,

Vítor Norte e Marcantonio del Carlo, Dânia Neto, José Henrique Neto, Samuel Alves e Tiago Costa. Encenação de Paulo Sousa e Costa, produção YELLOW STAR COMPANY. De 12 novembro a 7 dezembro, 4ª a sáb., às 21h30, dom. às 18h. Palmilha Dentada na Sala Estúdio Em Novembro, é a vez do coletivo teatral portuense, Palmilha Dentada, apresentar três espetáculos escritos e encenados por Ricardo Alves, “O guardião do Rio” (até 9 novembro), “O Medo que o General Não Tinha” (13 a 23 novembro), e “O Gene do Corvo” (26 a 30 de novembro). De 4ª a sábado às 21h45, domingo às 17h. “O Medo que o General Não Tinha” é um monólogo de humor de protesto, interpretado por Rodrigo Santos, que parte da figura de Humberto Delgado para explorar o paralelismo entre o medo do passado e os constrangimentos económicos do presente. O texto é escrito em parceria entre o encenador, Ricardo Alves, e ator, Rodrigo Santos. Por sua vez, “O Gene do Corvo”, com Nuno Preto e Sandra Neves (corvos), propõese como um olhar sobre a partidocracia mórbida vigente.


TL Novembro 2014 // FUNDAÇÃO INATEL // 23

Conferências do Trindade Novos Grupos debatem teatro

O Trindade ao longo dos tempos

O dispositivo cenotécnico do Trindade ao longo do tempo e as suas mutações para poder adaptar-se à evolução da estética e técnica teatral é tema da conferência que José Carlos Barros proferirá no dia 9 de dezembro (18h30), no Salão Nobre. Será a última do ciclo de Conferências do Trindade 2014 dedicado à história cultural e artística do secular Teatro da INATEL, onde foram abordados temas sobre as relações entre economia e cultura, arquitetura, ligação do Trindade ao Chiado, programação, dispositivo cenotécnico, reunindo personalidades como Guilherme d’Oliveira Martins, Isabel Pires de Lima, Duarte Ivo Cruz, Luis Soares Carneiro, José Sarmento de Matos e Nuno Domingos. Cenógrafo, aderecista fundador das Marionetas de Lisboa e de Criadores de Imagens, Companhia de Teatro de Marionetas e professor aposentado da Escola Superior de Teatro, José Carlos Barros foi, recorde-se, diretor técnico do Trindade.

Enquanto espaço de experimentação e acolhimento de novos projetos, e aproveitando a presença do coletivo Palmilha Dentada, a Sala Estúdio será palco, no corrente mês de novembro, de importantes debates. No dia 18, às 18h30, os Encontros na Sala Estúdio desafiam para uma conversa os encenadores dos espetáculos que fazem a programação de setembro a dezembro naquele mesmo espaço. Com moderação do jornalista João Paulo Baltazar, estarão presentes Maria João Miguel (Yátra), Ricardo Alves (Palmilha Dentada), Sara Gonçalves (A Bicicleta que tinha Bigodes) e Rute Rocha (Deus, o criado de Camus). Por último, no dia 25, serão os Novos Grupos convidados para um debate sobre a criação e produção teatral e o modo como se organizam para a realização dos respetivos projetos. Com moderação de Cristina Peres, jornalista do Expresso, estarão presentes André Teodósio (Teatro Praga, 1995), Ricardo Neves-Neves (Teatro do Eléctrico, 2008), Rute Rocha (Gato que Ladra, 2004), Ricardo Teixeira (Silly Season, 2012), Ricardo Alves (Palmilha Dentada, 2001), Bruno Bravo (Primeiros Sintomas, 2001), João Pedro Vaz (Comédias do Minho, 2004), Jorge Andrade (Mala Voadora, 2002), Paula Sá Nogueira (Cão Solteiro, 1997) e Joana Craveiro (Teatro do Vestido, 2001).


24 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Novembro 2014

// LÍNGUA NOSSA

// TEMPO DIGITAL

“Fenómenos de contaminação”

Cubos mágicos JS

T João Cachado

A

penas através da referência a dois verbos, venho propor-vos brevíssima reflexão acerca de uma questão que se coloca com acuidade redobrada em consequência da avassaladora presença do Inglês na vida quotidiana. Pois bem, se assim é, preparemo-nos, façamos o necessário esforço para perceber o que está em causa e tentemos desmontar os fenómenos de contaminação suscitados pela manifesta proximidade. Ao fim e ao cabo, trata-se de uma realidade perfeitamente compreensível se tivermos em consideração que a língua inglesa passou a preencher uma específica e importantíssima função de veículo de comunicação universal. Porém, se não esquecermos que, apesar do seu enquadramento nas línguas germânicas, cerca de metade do seu léxico é de origem latina, deveremos estar atentos às questões de proximidade etimológica com o Português que, não raro, podem gerar confusão e incorrecções. Então, primeiramente, o caso de realizar que, na nossa língua, significa fazer alguma coisa, concretizar, efectuar, efectivar, transformar em realidade, criar, produzir, dar forma, fazer acontecer. Muito próximo deste rea-

lizar, está o verbo to realize, cujo significado em Inglês é o de tomar consciência de uma certa realidade, entender, compreender. Ainda que aparentemente semelhantes, não é aceitável nem correcto que se escreva ou diga: “Só depois do acidente realizei a situação em que me envolvi” em vez de “Só depois do acidente tomei consciência da situação em que me envolvi”. Em segundo lugar, suportar, ou seja, aguentar, resistir, tolerar, sofrer com paciência. Porque a vizinhança com to support cujo significado nos remete para apoiar, dar apoio, favorecer, defender, patrocinar é demasiado evidente, cumpre não cair na tentação de utilizar o verbo português com o sentido do outro. Até porque, caros leitores “cada vez é mais difícil suportar tantos erros de Português…”. [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia] *Licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, actualmente aposentado, foi professor, técnico superior e dirigente, nos Ministérios da Educação e dos Negócios Estrangeiros. É autor de materiais didácticos para o Ensino de Português no estrangeiro.

odos conhecemos o poliedro de seis faces iguais, chamado cubo, muito utilizado nos jogos de dados que terão sido inventados na Índia há mais de 2000 anos. Mas em 1974, um senhor chamado Rubik inventou um cubo com o seu nome que era um jogo de quebra-cabeças tridimensional, com grande sucesso em todo o mundo e que foi entretanto chamado cubo mágico. Mas a magia do cubo não terminaria ali. A tecnologia digital acaba de descobri-lo para solucionar e bem alguns dos nossos problemas. Chegou o PowerCube. É um cubo com cinco tomadas eléctricas “schuko”, onde o facto de estarem todas nas posições laterais de um cubo impossibilita que duas ligações se impeçam mutuamente, como acontece com as vulgares réguas e até fichas triplas onde basta termos necessidade de ligar um transformador para ficar imediatamente obstruída a tomada ao lado. A empresa Allocacoc criou também o PowerCube USB (foto de baixo) que além de oferecer quatro tomadas eléctricas inclui numa outra face duas portas USB para carregar smartphones, tablets, câmaras, leitores MP3, entre outros dispositivos portáteis. A sexta face do cubo serve para o ligar à corrente, mas para cada modelo existem versões com cabo de ligação, tipo

extensão eléctrica tendo uma doca com base autocolante, que torna possível fixá-los sobre ou sob a secretária em local acessível, oferecendo conectividade eléctrica e USB à mão. E esta espécie de quadratura do círculo, como já chamam aos novos cubos, não pára de entusiasmar os fabricantes. Outro dos cubos mágicos que acaba de aparecer é o ProCube da conceituada marca Hahnel (foto em cima) representada pela ComercialFoto. É um carregador duplo que permite carregar duas baterias de lítio de câmaras fotográficas, ao mesmo tempo, apenas em hora e meia, constituindo uma grande ajuda para quem transporta habitualmente mais do que uma bateria. Possui também uma porta USB para carregar os dispositivos iPad, iPhone e a maioria dos smartphones e tablets. Vem ainda com um adaptador para carregar 4 pilhas AA que, sendo magnético, não necessita de fios para se ligar ao cubo e também serve para as guardar. É fornecido com um carregador de 12 volts para utilizar na viatura, estando já disponível em Portugal para Câmaras Canon e Nikon e em breve também para Sony e Olympus.

Gil Montalverne [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]


TL Novembro 2014 // FUNDAÇÃO INATEL // 25 // LIVROS

// ECRÃS

EDIÇÕES INATEL

Celebrar a vida

“Método de Viola Beiroa” Produção de conteúdos: Miguel Carvalhinho, Domingos Morais, Alísio Saraiva. Edição INATEL/ Apoio Instituto

As “dores do crescimento” que Richard Linklater filmou ao longo de doze anos e com os mesmos actores é o grande acontecimento nas salas, lá para o final do mês

Politécnico de Castelo Branco, 2014 (40 pp.) PVP: 7 € (40% desconto para associados) À venda na Sede, lojas do Rossio e Alvalade, agências de Castelo Branco e Covilhã. Mais informações: mabreu@inatel.pt/ T. 210027182 “O

manual

distingue-se não só enquanto instrumento didático e de divulgação,

Cinema

Boyhood: Momentos de Uma

Internet

enquanto proposta de uma nova

Lixo, de Stephen Daldry | GB,

Vida, de Richard Linklater | EUA,

Ao Norte

afinação do instrumento,

Brasil, 2014,

2014,165’

Associação de Produção e

contribuindo para a descoberta

Com: Rooney Mara, Martin Sheen,

Com: Ethan Hawke, Patricia

Animação Audiovisual |

de sonoridades, para a difusão

Wagner Moura. Em exibição.

Arquete, Ellar Coltrane. Estreia a

http://www.ao-

do instrumento e para a

Em zona suburbana do Rio de Janeiro, três adolescentes que sobrevivem das lixeiras encontram uma carteira que contém instruções para localizar um tesouro. O realizador, de créditos firmados (“Billy Elliot”, “As Horas”, “O Leitor”), faz um retrato vigoroso da pobreza, corrupção e violência pontuado de humor, optimismo e esperança.

27.

norte.com/producao.php

Uma das mais comoventes, ternas e humanas introspecções do cinema ao universo infanto-juvenil. O filme, rodado durante doze anos (há média de uma semana por cada ano), acompanha a vida pessoal e familiar de um rapazinho 5 anos de idade até à adolescência. A solidez da narrativa destas “dores do crescimento” resulta numa tocante e exemplar celebração da vida.

Um dos colectivos culturais do país com mais provas dadas nas áreas da programação cinematográfica, formação e produção que merece ser divulgado. O leitor que clicar na rubrica “arquivo” (fílmico) tem muito por onde escolher: pode, p. ex., visionar online alguns dos registos documentais sobre o Alto Minho que não acederam ao grande público ou aguardar pela disponibilidade, brevemente, de (re)ver a série de documentários rodados na região e estreada o ano passado no canal dois da RTP.

mas também

formação de novos tocadores.” (Jacinta Oliveira, Administradora da Fundação INATEL, Área da Cultura). NOVIDADES EDITORIAIS “Serpentina” Mário Zambujal, Clube do Autor, 2014 (152 pp.) PVP: 14 € (à venda nas livrarias)

O Espírito de ’45, de Ken Loach | GB, 2013, 94’

Em

“Serpentina”, o novo

romance de Mário Zambujal, acompanhamos as reviravoltas da vida de Bruno Bracelim e divertimo-nos com as situações armadilhadas de um destino tão imprevisível quanto animado.

Documentário. Estreia prevista a 6.

Miss Julie, de Liv Ullmann | GB,

O cineasta do realismo inglês evocando o pós-guerra de 1939-45, a reconstrução do país e o nascimento do estado social britânico, com destaque para as políticas do serviço de saúde para todos e as aspirações populares num mundo melhor.

Noruega, 2014, 120’ Com: Jessica Chastain, Colin Farrel, Samantha Morton. Estreia a

Joaquim Diabinho

27.

[O autor escreve de acordo com a

Uma das actrizes preferidas de Ingmar Bergman adapta com “escrupulosa fidelidade”, crítica “dixit” a obra teatral mais popularizada de Strindberg. A ver: como Ulmann descarna a aristocracia anglo-irlandesa e as suas regras de rigidez, controlo e submissão feminina.

antiga ortografia]


26 // FUNDAÇÃO INATEL // TL Novembro 2014

// MOTOR

// SUGESTÕES

Citroen Berlingo Electric: a revolução energética

João Freitas Ferreira Director do Gentleman’s Journal www.gentlemans-journal.com

H

oje falamos sobre um veículo comercial e a perspetiva sobre os veículos elétricos. Menos de dois euros para percorrer 100 quilómetros! Segundo a AVERE (associação euro peia para o desenvolvimento da mobilidade elétri ca), comparativamente aos veículos com combustão interna, os veículos elétricos diminuíram para menos de 1/5 os custos da condução diária. Este êxito não é alcançado em detrimento do desempe nho, uma vez que o Citroen Berlingo Electric dispo nibiliza excelentes níveis de aceleração e atinge facil mente os 110km/hora, o que lhe permite integrar se facilmente na condução rodoviária sem dificuldade. A autonomia é um valor que está também sempre presente, com a possibilidade de percorrer 170 quiló metros entre dois carregamentos. Também, segundo o ensaio efetuado e os estudos internacionais, os custos de manutenção deste Berlingo elétrico são 30% a 40% inferiores. Chegou o fim das mudanças de óleo! Com o travão motor, a duração dos discos, pastilhas e tambores dos travões é significativamente prolongada. Percorrer a cidade de outra forma e ganhar um tempo precioso: esta é a proposta da Citroen Berlingo Electric. Acabaram se as filas de espera para abastecer o depósito nas estações de serviço. Este comercial dispõe de uma ou duas tomadas elétricas: a primeira, disponível de série, permite um recarre

Cuidados de inverno

gamento padrão a partir de uma tomada doméstica de 230 V (carga a 100% entre 8h30 e 11 horas, conso ante a amperagem da tomada); por seu lado, a segunda tomada permite um recarregamento rápi do de 80% em 30 minutos em terminais específicos espalhados pelo país. Além disso, as baterias não se descarregam enquanto o veículo se encontrar para do. Melhor ainda: recarregam se automaticamente durante as fases de desaceleração ou travagem. Devido às portas traseiras com divisão 60/40 e às portas laterais deslizantes, as cargas e descargas do Citroen Berlingo Electric processam se facilmente em todas as circunstâncias. Quando rebatido, o banco lateral da cabina transforma o volume útil de 3,3 a 3,7 m3 na versão L1 e de 3,7 a 4,1 m3 na versão L2. A capacidade máxima da carga útil é aumentada para 510 kg (incluindo o condutor). O Citroen Berlingo Electric (que pode transpor tar até cinco passageiros) tem um custo base de 26.339 euros. Carlos Blanco

// PALAVRAS CRUZADAS // Por José Lattas 2

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Soluções

NA. 8-RÉS; I; MET. 9-UT; TIMORATO. 10-SAL; ASSÍDUOS. 6-IAM; ANEIS; R. 7-LO; ISTMO; TRAMA; O; AMA. 4-OBRAS; RG: OR. 5-R; 1-ESMERO; TARA. 2-SAIR; IMUNES. 3-

VERTICAIS: 1-Freguesia do Concelho de Cascais; Aplicação. 2-Abreviatura de brasileiro (inv.); Artéria que sai do ventrículo esquerdo do coração das aves e dos mamíferos. 3-Gritaram; Nota musical. 4-Desertas; Instituto Superior Técnico (sigla). 5-Torras; Agastamento. 6-Empresa de telecomunicações, que esteve associada à PT; Convocar. 7-Abocanham; Discurse. 8-Segunda pessoa do singular do pronome pessoal sujeito; Aconselho; Ementa. 9-Nome feminino; Ósmio (s.q.); Bruta. 10-Haste de madeira, com uma extremidade achatada, com a qual se faz navegar uma embarcação (pl.); Descendência (fem.). 11-Descrédito (inv.); Larápios.

1

RARO; AS. 11-O; AMARELOS.

HORIZONTAIS: 1-Apuro; Defeito. 2-Abandonar; Isentos. 3-Intriga; Patroa. 4-Acções; Roentgénio (s.q.); Sufixo que traduz a ideia de ocupação, ofício ou emprego. 5Constantes. 6-Corriam; Círculos. 7-Designação dada a um pão doce; Língua de terra que liga dois continentes; Sódio (s.q.). 8-Cerce; Dispõe (inv.). 9-Primeira nota da escala musical, hoje conhecida por dó; Hesitante. 10Graça; Desusual; Arsénio (s.q.). 11-Macilentos.

Aproximando-se a época de mais frio, necessitamos de ter mais cuidado com vários aspectos da nossa vida; seja pelo exterior como também no nosso interior. Muito mais agora que o tempo meteorológico parece estar totalmente alterado. Vestuário - Rever os nossos agasalhos para o frio e resguardos para a chuva. Devemos apostar num guarda-chuva resistente e numa gabardine que permita a protecção total. Não deve ser demasiado longa para não atrapalhar os movimentos, mas que permita a normalidade dos movimentos, andar e subir aos meios de transportes sem atrapalhar. Convém rever o nosso guarda-roupa para perceber o que ainda serve e o que deve ser limpo ou reciclado. Aqui temos duas sugestões num único acto: limpar o guarda-roupa e rever a nossa protecção ao nível do vestuário. Neste sentido podemos escolher camisolas ou pullovers de algodão que permitem melhores movimentos e não nos tornam numa ‘salsicha humana’. Malhas muito grossas não são sinónimas de mais protecção no frio. Vamos apostar num calçado que seja cómodo e quente. As botas tanto para os homens como para as mulheres devem impedir os deslizes e as quedas. Cuidado com as solas gastas! Mesmo em todas estas sugestões, devemos optar por cores alegres pois, para triste, já basta o tempo atmosférico. Cuidados de saúde - Ao nível da saúde devemos aumentar a vigilância devido ao frio e tempo de chuva. Estar vigilantes a qualquer sinal de gripe ou constipação. Evitar ficar molhado se apanharmos uma chuvada. Temos de dar atenção à saúde da nossa pele, evitar que fique queimada pelo frio seja na cara ou nas mãos. Usem creme hidratante nas mãos e cara quando o frio começar a chegar. Ao nível da nossa saúde mental, este tempo frio que se aproxima tende a ser mais complicado. O mau tempo, muitas vezes nublado e sem muita luz, pode afectar-nos. Evitar o isolamento, ligar aos amigos e família, ler mais e estar atento às notícias e ao mundo exterior são bons meios de evitar complicações interiores. Uma boa saúde espelha-se na nossa cara. Por fim, o Outono/Inverno pode ser uma época mais cinza e que chama mais à interioridade, mas não deve deixar de ser um tempo bem aproveitado e em que cuidamos de nós. [O autor escreve de acordo com a antiga ortografia]



Mo res limpos dão Moto dã mais rendimen ndimento. *Em testes de consumo de diferentes situações de condução realizados no Centro Técnico BP, BP Ultimate Diesel com Invigorate™ percorreu até 42 km mais por depósito cheio em comparação com o gasóleo convencional e BP Ultimate Gasolina com Invigorate™, conseguiu até 38 km mais por depósito comparando com gasolina sem chumbo convencional.


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