Sementes de Esperança | Abril de 2018

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Sementes de

Abril 2018

Esperança Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre


Intenção de Oração do Santo Padre UNIVERSAL

Responsáveis da Economia Para que os responsáveis pelo planeamento e pela gestão da economia tenham a coragem de rejeitar uma economia da exclusão e saibam abrir novos caminhos.

21 Abril SANTO ANSELMO DE CANTUÁRIA – bispo, Doutor da Igreja, +1109 “Não quero compreender para crer, mas crer para compreender, pois bem sei que sem a fé eu não compreenderia nada de nada.”

A oração é um dos pilares fundamentais da nossa missão. Sem a força que nos vem de Deus, não seríamos capazes de ajudar os Cristãos que sofrem por causa da sua fé. Para ajudar estes Cristãos perseguidos e necessitados criámos uma grande corrente de oração e distribuímos gratuitamente esta Folha de Oração, precisamente porque queremos que este movimento de oração seja cada vez maior. Por favor, ajude-nos a divulgá-la na sua paróquia, nos grupos de oração, pelos amigos e vizinhos. Não deite fora esta Folha de Oração. Depois de a ler, partilhe-a com alguém ou coloque-a na sua paróquia.

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Reflectir INTENÇÃO NACIONAL

Pelos Cristãos e por todos os homens de boa vontade, para que não desistam de acreditar que o seu ambiente, o lugar em que vivem, pode ser melhor se estiverem dispostos a fazerem a sua parte: o que eu posso fazer, ninguém fará por mim!

Enigma e mistério Na viagem do Papa Francisco às Filipinas, provocou grande emoção no Santo Padre, como na multidão que participava no evento, uma questão que lhe foi posta por uma criança, mais ou menos nestes termos: Se Deus é bom, como acontece tanto mal no mundo, tanta violência e mesmo tanto pecado no interior da Igreja? E a resposta do Papa Francisco não foi menos surpreendente, mais ou menos nestes termos: Esse é um tema para o qual não temos resposta! E é verdade! Para as questões verdadeiramente humanas, e que são universais, tanto no espaço como no tempo, não temos respostas que satisfaçam e tranquilizem a nossa inteligência, na sua ânsia de perceber, dum modo analítico, tudo o que está acontecendo à nossa volta. Os enigmas e os mistérios da vida são os mesmos, desde os tempos mais remotos até à actualidade!

Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

No séc. XVIII, na época do Iluminismo, em que o homem tinha a ilusão de que pela razão poderia explicar todos os enigmas e mistérios da vida, o filósofo francês, Jean Jacques Rousseau chegou à triste conclusão acerca da inutilidade das ciências para a vida. Por sua vez, F. Nietzsche dizia que, do ponto de vista ético, não há progresso, pois cada geração tem de começar tudo de novo: pais sábios podem gerar filhos desprovidos de inteligência; pais criminosos podem gerar génios; e pais santos podem ter filhos criminosos! No campo da ética não há progressos. E o mesmo filósofo pensava que as coisas que são fáceis de explicar não têm interesse. E é mesmo verdade: quem é capaz de explicar o que é a vida, o que é a morte, o que é o amor, o que é o ódio? E haverá outros temas mais importantes do que estes?

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Reflectir Mas se, tanto no tempo como no espaço, são comuns e universais a todos os homens, então estão para lá da fé ou da incredulidade! São um enigma, são um mistério para todos. O sofrimento, a injustiça e o mal afectam tanto o crente como o descrente! Numa unidade militar em que fui Capelão, logo no primeiro dia o comandante, um coronel de engenharia, disse-me: Senhor Capelão, tenho aqui uma missão muito importante a seu respeito. Qual? perguntei. Pôr em causa os fundamentos da sua fé, respondeu-me. Pois bem, também eu tenho uma grande missão a seu respeito. E esteja descansado, que não tenho a pretensão de o converter. A minha missão aqui consiste também em pôr em causa os fundamentos da sua incredulidade. Não creio que seja capaz, senhor Capelão! É isso que vamos ver, senhor comandante. E qual é a questão com que quer começar? Então, disse-me ele com ar provocatório e já triunfante: se Deus é tão bom, como acredita, como se explica a existência do mal, do sofrimento, das injustiças no mundo? E eu, de imediato, fazendo como o Principezinho de 4

Saint-Exupéry, que não respondia a perguntas, mas só formulava questões, devolvi-lhe a questão: E você, como explica a existência desse mesmo mal, dessa mesma injustiça, desse mesmo sofrimento? No fim de duas visitas à unidade, o comandante propôs-me: Senhor Capelão, vamos fazer um pacto de não-agressão! Mas, senhor comandante, eu limitei-me a devolver-lhe as perguntas que me fez! As grandes questões incomodam tanto os crentes como os crentes! Estamos todos no mesmo barco. O que será então que distingue um descrente bom e honesto, como era o meu comandante, dum crente bom e honesto, como modestamente, nesse plano eu me considerava e me considero? Essa pergunta tem-me acompanhado desde então: o que distingue um crente honesto dum descrente honesto? Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj Assistente Espiritual da Fundação AIS

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Superfície 300.000 Km2 População 107 milhões de habitantes Religiões Cristãos: 92,6 % Católicos: 81% Protestantes: 11,6% Muçulmanos: 5,1 % Religiões tradicionais: 2,3% Língua oficial Filipino (tagalo), inglês

FILIPINAS

HÁ ALGUÉM A PILOTAR O AVIÃO? Apelo ao homicídio, invectivas contra os bispos… em Junho de 2016, Rodrigo Duterte torna-se presidente de um Estado 85% católico, ao mesmo tempo que aumenta a tensão com a Igreja. A atenção está concentrada no espantoso paradoxo do único grande país da Ásia com maioria católica. “Ele está-se nas tintas para a Igreja”, comenta Racela Abundo, filipina católica de 25 anos a viver em Makati, perto de Manila. “Ele amordaça-a”, acrescenta D. Villegas, presidente da Conferência Episcopal Católica das Filipinas. “Ele”, refere-se a Rodrigo Duterte, o novo presidente do país. O antigo presidente da Câmara de Davao – principal cidade do sul – Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

– ganhou as eleições graças à sua franqueza e às suas propostas para lutar contra a pobreza e a criminalidade. Mas, como conservar o cargo virando costas à Igreja Católica? Foi nas Filipinas que teve lugar a maior Missa da história, em Janeiro de 2015, com sete milhões de fiéis, aquando da viagem apostólica do Papa Francisco e é também neste 5


Filipinas

A maioria dos Filipinos apoia o presidente e a sua política anti-droga.

arquipélago que ao meio dia, hora este assunto. “Sou eleito pelo povo e do Angelus, todas as rádios difun- não pela Igreja. Vou aplicar leis que nada têm que ver com a ideologia dem a oração da Anunciação. Até ao presente, as relações entre católica”, declarou. a Igreja Católica e o Estado tinham sido sempre boas. O tom mudou. Em primeiro lugar, o Presidente filipino quer limitar as famílias a três filhos no máximo e critica a Igreja, a seus olhos “a mais hipócrita do mundo”, por ser responsável pela sobrepopulação do arquipélago de 100 milhões de habitantes. Num país onde nem o aborto nem o divórcio são autorizados, ele encoraja a legalização do casamento homossexual, sabendo bem da oposição da Igreja face a 6

Por outro lado, em Maio de 2016, quando Rodrigo Duterte prometeu “afogar os criminosos na baía de Manila para erradicar a criminalidade e a droga em menos de seis meses”, a campanha “Não matarás”, de D. Villegas, desencadeia a sua cólera: “Estou chocado por ver tantos padres e bispos queixarem-se por causa do número de execuções”. As 2.100 pessoas assassinadas pela polícia desde o Verão de 2016 e as 3.000 pessoas executadas por Sementes de Esperança | Abril 2018


Filipinas

As Filipinas são o único país da Ásia com maioria católica (juntamente com Timor).

desconhecidos incitados a uma justiça sumária representam, para o chefe de Estado, uma segurança necessária. As suas propostas de Junho de 2016 são eloquentes: “Se conhecerem um drogado matem-no!” Está dito. Quinta-feira, 22 de Dezembro, foi aberta contra ele uma investigação por homicídio, porque reconheceu publicamente ter executado três pessoas no seu mandato de presidente da Câmara. Esta política mortífera acaba por instaurar um clima de psicose endémica. “Diariamente, pessoas são mortas pela polícia sem haver um processo”, encrespa-se Racela. Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

“Receamos que a luta anti-droga sirva para mascarar simples ajustes de contas.” [A pena de morte acabou por ser aprovada em Março de 2017, pela Câmara dos Representantes, que “deu ao Estado a licença para matar”.] Não será difícil ver Rodrigo Duterte como um presidente unificador? Todavia, os factos existem. Os Filipinos referendaram-no. A sua “guerra anti-droga” parece satisfazer 84% dos interrogados (mesmo que lamentem as mortes), segundo um estudo do Instituto Social Weather Stations, publicado a 6 de Outubro de 2016. A própria Igreja, dividida 7


Filipinas

D. Villegas opõe-se à execução dos criminosos.

mais segura do país”. As ilhas do sul, nomeadamente Mindanao, abrigam uma maioria de muçulmanos essencialmente sunitas, chamados “Moros”. A região, minada por movimentos separatistas como Abu Sayyaf (que aderiu ao Daesh) e a Frente Moro de libertação islâmica, definha num estado de subdesenvolvimento crónico. Multiplicam-se os raptos, num clima de violência DAVAO, A CIDADE MAIS acrescida. “Antigamente, tínhamos SEGURA DO PAÍS? um Irão tradicional”, explica o Padre Em todo o caso, o presidente tamd’Ambra do Instituto pontifício para bém convence no sul. Ao mesmo as missões estrangeiras, “agora os tempo que relança o processo de movimentos violentos tornarampaz com os Muçulmanos separa-se cada vez mais fortes”. A 3 de tistas, considera Davao “a cidade a respeito da questão, exibe alguns apoios esporádicos enquanto D. Capalla arcebispo emérito de Davao declara: “As nossas consciências endurecem. O fim não justifica os meios.” Poderá este endurecimento resultar da falta de formação? Os Filipinos consideram-se “baptizados mas não evangelizados”.

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MeditaçãoFilipinas

Soldado filipino em Mindanao.

Setembro de 2016, um atentado em Davao provocou 14 mortos e 67 feridos. A 29 de Novembro, um outro atinge nove guardas do corpo do presidente. Com Rodrigo Duterte no comando “os próximos seis anos vão ser um desafio para a Igreja” e para as Filipinas, segundo a Irmã Mary John Mananzan, de Makati. Oração Para que o valor e a dignidade da vida humana voltem a ser respeitados nas Filipinas e a Igreja continue a cumprir a sua missão com compaixão mas sem vacilar, nós Te pedimos Senhor! Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Votaram nele “A falta de familiaridade com a realidade política e a ausência de formação neste assunto tornam os Filipinos dispostos a seguir aquele ou aquela que enche o écran da televisão, mesmo que seja incompetente. Poder-se-ia evocar o campeão mundial de boxe peso pluma, Manny Pacquiao, novato na política, mas que foi eleito para a Câmara dos Representantes, em 2007 e onde praticamente não aparece.”

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Oração

TU AMAS-ME PRIMEIRO Falamos de Ti como se Tu nos tivesses amado primeiro uma só vez. É, porém, dia após dia, a vida inteira, que Tu nos amas primeiro. Quando acordo pela manhã e elevo para Ti a minha alma, Tu és o primeiro, Tu amas-me primeiro. Se pela madrugada me levanto, e logo para Ti a minha alma e a minha oração elevo, Tu precedes-me, Tu já me amaste primeiro. É sempre assim. E nós, ingratos, Falamos como se Tu nos tivesses amado primeiro uma só vez… . Soren Kierkegaard

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Meditação

O DIREITO AO DESÂNIMO Se eu tivesse de escolher um texto, meu preferido, dos quatro Evangelhos, a minha escolha recairia sobre o apêndice do Evangelho de São João. Há textos que, quando os lemos, tornam tudo possível na nossa vida: este é um deles. Muitas vezes este episódio faz-me pensar naquelas passagens narrativas de Flaubert em que se diz algo de muito profundo sem nada se explicar concretamente: mostrando apenas as reações dos personagens - a sua maneira de olhar, por exemplo. Para um leitor distraído, este excerto não passa de mais uma das aparições do Senhor depois da sua Ressurreição. Devo dizer que, para mim, é muito mais do que isso. Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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Meditação O texto começa por nos contar que Pedro resolve ir pescar: “Vou pescar”, diz ele a Tomé, a Natanael, aos filhos de Zebedeu e a outros dois discípulos que o evangelista não identifica. “Também nós vamos contigo”, respondem eles. Isto de resolverem ir pescar pode parecer algo insignificante: eles não eram pescadores? A verdade é que eles tinham sido pescadores - o que é muito, mesmo muito diferente. Agora, já não o eram. Jesus chamara-os a uma nova missão. O facto de irem pescar configura um enorme passo atrás na sua vida: um arrependimento da sua vocação. Que estes homens se encontram num estado de absoluta falta de Fé, de imenso vazio espiritual, nota-se nos resultados da pescaria. Segundo o autor, naquela noite “nada apanharam”. O nosso vazio de dentro, normalmente, prolonga-se no vazio dos acontecimentos que nos rodeiam. Uma alma esvaída não se consegue encher através da ação. Esta última transforma-se unicamente no prolongamento desse esvaziamento interior. É isto que se passa com os Apóstolos: não pescam nada na sua vida de fora, porque nada poderiam pescar na sua vida de dentro. Eu não sei se o leitor compreende a gravidade da decisão que eles tomaram: estes homens que viveram com Jesus, que o conheceram, estes homens que, mais ainda, falaram com Ele após a sua Ressurreição; estes homens, que tinham todas as razões e mais uma para acreditarem, resolvem voltar para trás. Como se nada se tivesse passado. E isto na altura em que a Ressurreição já tinha acontecido Ressurreição de que, ainda por cima, eles eram privilegiadas testemunhas. Neste ir pescar, há uma traição imensa: uma fragilidade imensa. Também nós, muitas vezes, nos recusamos a Deus, mesmo depois de Ele nos ter dado amorosas provas da sua companhia. Fazemos isso sobretudo nos momentos de desânimo. (…) Trata-se de algo que nos acontece: pode mesmo acontecer-nos, como é o caso aqui, quando já tínhamos todas as razões para nunca mais desanimarmos. O desânimo é como que um órgão do nosso corpo que, por vezes, se nos revela - e que pode surgir até naqueles que mais perto se encontram de Deus. (…) Mas, no fundo, nós estamos vivos precisamente para fazermos esta aprendizagem. Nós estamos vivos simplesmente para aprendermos a viver – e, quando essa aprendizagem estiver concluída, teremos posto o pé na nossa eternidade. Viver é isso: corrigirmo-nos pouco a pouco até que, na nossa brevidade, se instale a nossa eternidade. Gabriel Magalhães, In Espelho meu

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Actualidade

MENSAGEM PARA A SEMANA DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES – 15 a 22 de Abril Queridos irmãos e irmãs! (…) Também nestes nossos agitados tempos, o mistério da Encarnação lembra-nos que Deus não cessa jamais de vir ao nosso encontro: é Deus connosco, acompanha-nos ao longo das estradas por vezes poeirentas da nossa vida e, sabendo da nossa pungente nostalgia de amor e felicidade, chama-nos à alegria. Na diversidade e especificidade de cada vocação, pessoal e eclesial, trata-se de escutar, discernir e viver esta Palavra que nos chama do Alto e, ao mesmo tempo que nos permite pôr a render os nossos talentos, faz de nós também instrumentos de salvação no mundo e orienta-nos para a plenitude da felicidade. Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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Actualidade Estes três aspetos – escuta, discernimento e vida – servem de moldura também ao início da missão de Jesus: passados os quarenta dias de oração e luta no deserto, visita a sua sinagoga de Nazaré e, aqui, põe-Se à escuta da Palavra, discerne o conteúdo da missão que o Pai Lhe confia e anuncia que veio realizá-la «hoje» (cf. Lc 4, 16-21).

Escutar A chamada do Senhor – fique claro desde já – não possui a evidência própria de uma das muitas coisas que podemos ouvir, ver ou tocar na nossa experiência diária. Deus vem de forma silenciosa e discreta, sem Se impor à nossa liberdade. Assim pode acontecer que a sua voz fique sufocada pelas muitas inquietações e solicitações que ocupam a nossa mente e o nosso coração. Por isso, é preciso preparar-se para uma escuta profunda da sua Palavra e da vida, prestar atenção aos próprios detalhes do nosso dia-a-dia, aprender a ler os acontecimentos com os olhos da fé e manter-se aberto às surpresas do Espírito. Não poderemos descobrir a chamada especial e pessoal que Deus pensou para nós, se ficarmos fechados em nós mesmos, nos nossos hábitos e na apatia de quem desperdiça a sua vida no círculo restrito do próprio eu, perdendo a oportunidade de sonhar em grande e tornar-se protagonista daquela história única e original que Deus quer escrever connosco. Também Jesus foi chamado e enviado; por isso, precisou de Se recolher no silêncio, escutou e leu a Palavra na Sinagoga e, com a luz e a força do Espírito Santo, desvendou em plenitude o seu significado relativamente à sua própria pessoa e à história do povo de Israel. Hoje este comportamento vai-se tornando cada vez mais difícil, imersos como estamos numa sociedade rumorosa, na abundância frenética de estímulos e informações que enchem a nossa jornada. À barafunda exterior, que às vezes domina as nossas cidades e bairros, corresponde frequentemente uma dispersão e confusão interior, que não nos permite parar, provar o gosto da contemplação, refletir com serenidade sobre os acontecimentos da nossa vida e realizar um profícuo discernimento, confiados no desígnio amoroso de Deus a nosso respeito. Mas, como sabemos, o Reino de Deus vem sem fazer rumor nem chamar a atenção (cf. Lc 17, 21), e só é possível individuar os seus germes quando sabemos, como o profeta Elias, entrar nas profundezas do nosso espírito, deixando que este se abra ao sopro impercetível da brisa divina (cf. 1 Re 19, 11-13). 14

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Actualidade

Discernir (…) De igual modo, cada um de nós só pode descobrir a sua própria vocação através do discernimento espiritual, um «processo pelo qual a pessoa, em diálogo com o Senhor e na escuta da voz do Espírito, chega a fazer as opções fundamentais, a começar pela do seu estado da vida”. (…)

Viver (…) A alegria do Evangelho, que nos abre ao encontro com Deus e os irmãos, não pode esperar pelas nossas lentidões e preguiças; não nos toca, se ficarmos debruçados à janela, com a desculpa de continuar à espera dum tempo favorável; nem se cumpre para nós, se hoje mesmo não abraçarmos o risco duma escolha. A vocação é hoje! A missão cristã é para o momento presente! E cada um de nós é chamado – à vida laical no matrimónio, à vida sacerdotal no ministério ordenado, ou à vida de especial consagração – para se tornar testemunha do Senhor, aqui e agora. Realmente este “hoje” proclamado por Jesus assegura-nos que Deus continua a “descer” para salvar esta nossa humanidade e fazer-nos participantes da sua missão. O Senhor continua ainda a chamar para viver com Ele e segui-Lo numa particular relação de proximidade ao seu serviço direto. E, se fizer intuir que nos chama a consagrar-nos totalmente ao seu Reino, não devemos ter medo. É belo – e uma graça grande – estar inteiramente e para sempre consagrados a Deus e ao serviço dos irmãos! O Senhor continua hoje a chamar para O seguir. Não temos de esperar que sejamos perfeitos para dar como resposta o nosso generoso “eis-me aqui”, nem assustar-nos com as nossas limitações e pecados, mas acolher a voz do Senhor com coração aberto. Escutá-la, discernir a nossa missão pessoal na Igreja e no mundo e, finalmente, vivê-la no “hoje” que Deus nos concede. Maria Santíssima, a jovem menina de periferia que escutou, acolheu e viveu a Palavra de Deus feita carne, nos guarde e sempre acompanhe no nosso caminho. Mensagem do Papa Francisco para o 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, 22 de Abril de 2018

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Destaque

CRUZ DE OLIVEIRA

NOVO

A cruz, fala de esperança, fala de amor, fala da vitória da não-violência sobre a opressão, fala de Deus que exalta os humildes, dá força aos frágeis, faz superar as divisões e vencer o ódio com o amor. Um mundo sem cruz seria um mundo sem esperança, um mundo no qual a tortura e a brutalidade permaneceriam desenfreadas, os frágeis seriam explorados e a avidez teria a última palavra. Papa Bento XVI

Cruz feita à mão, com a palavra PAX inscrita num dos lados. Inclui fio Formato: 3 x 4 cm Cruz benzida

Verso da cruz

Cód. DI103

€ 5,00

SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre PROPRIEDADE Fundação AIS DIRECTORA Catarina Martins de Bettencourt REDACÇÃO E EDIÇÃO Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira FONTE L’Église dans le monde – AIS França FOTOS © AED; © Presidential Communications Operations Office

CAPA PERIODICIDADE IMPRESSÃO PAGINAÇÃO DEPÓSITO LEGAL ISSN

Amendoeira em flor, Van Gogh 11 edições anuais Gráfica Artipol JSDesign Isento de registo na ERC ao 352561/12 abrigo do Dec. Reg. 8/99 2182-3928 de 9/6 art.º 12 n.º 1 A

Rua Professor Orlando Ribeiro, 5 D, 1600-796 LISBOA Tel 21 754 40 00 • Fax 21 754 40 01 • NIF 505 152 304 fundacao-ais@fundacao-ais.pt • www.fundacao-ais.pt


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