Sementes de Esperança | Junho de 2017

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Sementes de

Junho 2017

Esperança Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre


Intenções de Oração do Santo Padre Intenção Geral

Pelos responsáveis das nações, para que se empenhem decididamente em pôr fim ao comércio de armas, que provoca tantas vítimas inocentes.

CORPUS CHRISTI Receber Cristo nos pobres Na Santa Eucaristia, recebemos Cristo na forma de pão e vinho. Nos pobres que encontramos, recebemo-l’O na forma de carne e sangue. É o mesmo Cristo. No Juízo Final, Ele dirá: Tive fome, estava nu e doente, sem tecto e na prisão... Ele não nos reconhecerá se não O tivermos reconhecido nos subnutridos e nus, nos doentes, nos refugiados, nos sem-abrigo, perseguidos e encarcerados. Eles esperam pelo nosso amor. Neles, é Cristo quem espera. Pe. Werenfried van Straaten

A oração é um dos pilares fundamentais da nossa missão. Sem a força que nos vem de Deus, não seríamos capazes de ajudar os Cristãos que sofrem por causa da sua fé. Para ajudar estes Cristãos perseguidos e necessitados criámos uma grande corrente de oração e distribuímos gratuitamente esta Folha de Oração, precisamente porque queremos que este movimento de oração seja cada vez maior. Por favor, ajude-nos a divulgá-la na sua paróquia, nos grupos de oração, pelos amigos e vizinhos. Não deite fora esta Folha de Oração. Depois de a ler, partilhe-a com alguém ou coloque-a na sua paróquia.

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Reflectir Intenção Nacional

Para que em Portugal seja sempre mais acolhida a mensagem que Nossa Senhora nos deixou em Fátima, convidando-nos a rezar sem cessar, sobretudo na sua forma mais simples, o terço do rosário, todos os dias, como arma espiritual para ganhar o combate pela Paz.

Sentinelas da madrugada Estamos a viver tempos «históricos», no sentido em que somos contemporâneos de grandes acontecimentos que ficarão na memória para as gerações futuras. Refiro-me particularmente à vinda a Fátima, como peregrino entre os peregrinos, do Santo Padre, o Papa Francisco, para assinalar o início das celebrações centenárias das Aparições de Nossa Senhora em Fátima e a canonização dos Pastorinhos, São Francisco e Santa Jacinta Marto. Dias antes, numa das minhas aulas, tínhamos feito referência à situação da fé no Ocidente, que já é um lugar-comum considerar que está a muitos títulos a definhar. Esta Europa que já foi «cristã», cansada da sua fé e que assiste ao desfalecer de si mesma, perdendo as suas raízes humanistas e cristãs. Diz-se que o futuro da Igreja

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está no hemisfério sul, na América Latina, em África e até no Oriente. Não sei se tudo isto é mesmo verdade. Eu penso que é necessário estarmos atentos aos «sinais» que Deus nos envia para discernirmos se está «presente» ou não na nossa história. Nas suas intervenções, sobretudo na homilia da canonização dos Pastorinhos, o Santo Padre, como já nos tem habituado ao longo do seu Pontificado, faz sempre referência às periferias, aos pobres, aos doentes, aos presos, a todos aqueles que vivem em situações onde se torna difícil discernir a «presença» de Deus. Mas há outros sinais. Nas vésperas do dia 13 de Maio alguém me disse que estariam a caminho de Fátima, a pé, cerca de 100 mil peregrinos. Isto em Portugal. E os que vinham de fora? 3


Reflectir No aeroporto de Munique, ao entrar para o avião de regresso a Lisboa (vinha de Medjugorje, onde fora em peregrinação!...) uma senhora, ao reconhecer-me, disse-me que vinha do México para Fátima. No Santuário estavam peregrinos de mais de trinta países; centenas de jornalistas internacionais informavam todo o mundo do que se estava a passar. Nos dias 12 e 13 todo o Estado português estava representado: o presidente da República, o presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, o secretário de Estado da Defesa e outras individualidades representativas de todos os órgãos de soberania do Estado português!... Tudo isto, porque se estava a celebrar o acontecimento mais importante da história moderna de Portugal, as aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos, dos quais dois inscritos agora na lista dos santos. Um milhão de pessoas a rezar com o Santo Padre, peregrino entre os peregrinos, pedindo a Nossa Senhora a sua protecção, pela Paz. Não será isto um sinal de que a fé não está a esmorecer, mesmo entre nós? Que 4

as palavras de Nossa Senhora aos Pastorinhos continuam a ter eco nos corações dos peregrinos? Na sua homilia o Papa Francisco convidou-nos a todos a sermos «sentinelas da madrugada»! Uma expressão poética, não comum no Magistério, que o Papa Francisco talvez tomou de algum poeta argentino. Mas faz todo o sentido: sentinela da alvorada significa estar na expectativa do amanhecer do novo dia, que o Sol que vem do Oriente, Jesus Cristo, nos vai trazer. Sentinelas da esperança, que não é optimismo fácil, mas confiança em Deus, cujo amor nos precede e que não desiste de nós, como gosta de nos recordar constantemente o Papa Francisco. Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj Assistente Espiritual da Fundação AIS

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• Arménia Superfície 438.317 Km2 População 37 milhões Religiões

• Turquia

• Azerbaijão

• Síria Israel •

• Irão

• Iraque

• Jordânia

Cristãos: 0,8% Muçulmanos: 99% Sunitas: 36,5%

• Kuwait

Xiitas: 62,5% Outras: 0,2% Língua oficial Árabe

• Arábia Saudita

• Egipto

• Sudão

Mar Vermelho

• Eritreia

• Iémen

IRAQUE

UM OPTIMISMO DESADEQUADO Enquanto uma parte da Planície de Nínive foi libertada e Mossul está sitiada, a comunidade internacional foi tomada de uma verdadeira esperança. Sem dúvida um pouco cedo demais… Nada parecia passar-se no norte do Iraque onde, no Verão de 2014, o “Estado Islâmico” ocupou Mossul, a planície circundante e no total cerca de um terço do país. Seguramente, Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

houve um êxodo maciço e muito mediatizado que provocou uma verdadeira mobilização em Portugal e noutros países. A quase totalidade dos Cristãos do norte do Iraque, 5


Iraque Muro de segurança diante da catedral siro-católica de Bagdade.

aproximadamente 125 mil, refugiou- Iraque voltou a ser uma zona de com-se no Curdistão iraquiano. bates com o lançamento da ofensiva sobre Mossul e a aparente vontade Foi necessário dar ajuda e várias de extinguir o “Estado Islâmico”, o instituições, entre as quais a que evidentemente constitui uma Fundação AIS, contribuíram para os boa notícia. alimentar, alojar e também cuidar da escolaridade das crianças. Entre Muito rapidamente, as cidades e Setembro de 2014 e Dezembro de aldeias, principalmente cristãs, da 2016, foram mais de 30 milhões de Planície de Nínive, começaram a ser euros que a Fundação AIS enviou libertadas e depressa se começou a para o Iraque a fim de prestar assis- falar, aqui e ali, num próximo repatência aos Cristãos refugiados. triamento dos Cristãos.

Ofensiva em Mossul Em Outubro de 2016, após dois anos de tranquilidade, o norte do 6

Contudo, a probabilidade dos Cristãos regressarem a casa permanece por enquanto muito remota. Sem uma total pacificação e garantia de segurança na região, eles Sementes de Esperança | Junho 2017


Iraque Bartella, uma das aldeias da Planície de Nínive, libertada mas destruída.

não regressarão. A paz parece estar ainda bastante longínqua. Na realidade, Mossul não cairá facilmente. É a capital do “Estado Islâmico” e tiveram tempo para se preparar. Eles não se vão render. É preciso combater e libertar rua a rua, casa a casa, com minas, armadilhas, bombas humanas, normalmente mulheres e crianças. A tentação de arrasar uma parte da cidade vai aumentar, mas isso os meios de comunicação social vão evitar mostrar. De qualquer das maneiras a ofensiva fracassou e foi necessário reforçar discreta e urgentemente a frente, particularmente com forças Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

americanas, para impedir que o “Estado Islâmico” aproveite. Os soldados americanos encontram-se cada vez mais na primeira linha, embora a coligação internacional deveria estar lá a apoiar. Ninguém pode dizer actualmente quando (e se) a cidade irá cair, o que obviamente mata as esperanças prematuras do Outono passado.

O pós-Mossul O pior é que não chega livrarem-se do “Estado Islâmico”. Ficamos sem saber a quem pertence Mossul e então há o risco dos diversos intervenientes não estarem de acordo. 7


Iraque Ilustração xiita habitual em Bagdade.

O exército iraquiano é liderado por Bagdade, que actualmente é uma cidade xiita sob controlo iraniano. A população sunita de Mossul não quer ouvir falar em tal. Os Curdos anunciaram que os territórios libertados por eles a eles voltariam. É já o início da próxima guerra, entre o Iraque e o Curdistão. Os militares turcos estão igualmente na região, pois Erdogan pretende, segundo o Tratado de Sèvres (1920), que Mossul lhe pertença. Percebe-se que o fim do “Estado Islâmico” não irá resolver tudo.

profundamente radicalizada, já não queria mais cristãos na cidade. É difícil imaginar que os Cristãos iraquianos anseiem por regressar a casa nestas circunstâncias, até porque as suas casas teriam de lhes ser devolvidas.

Bagdade

O ambiente em Bagdade continua tenso. Já não eram mais do que 300 mortes violentas por mês, em comparação às 1.000, mas a partida de algumas forças especiais para Por fim, devemos recordar que pra- o norte enfraqueceu a cidade. Os ticamente já não havia cristãos em atentados retomam, o que também Mossul antes da chegada do “Estado é uma forma do “Estado Islâmico” Islâmico” e que a população local, criar uma manobra de diversão. 8

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Iraque O pároco de Bartella encontra a casa paroquial saqueada.

Os 50 mil cristãos (eram 500 mil Oração em 2003) continuam a ser alvo de Para que o cepticismo e o desânimo extorsão e expropriação. O Governo dêem lugar à esperança e à paz no envolve-se com leis discriminatóIraque, nós Te pedimos Senhor! rias, sendo a última a da proibição do álcool desde Outubro de 2016. O álcool continuará a ser consumido, A Virgem Maria tinha véu mas os Cristãos serão alvos ainda Em Dezembro de 2015, as igrejas de mais fáceis. Bagdade foram cobertas de cartazes Contudo, a Igreja não perde a esperança e investe no futuro, nomeadamente com a reconstrução da escola adjacente à catedral siro-católica que foi alvo de um atentado em Outubro de 2010. Mais um projecto no qual participa a Fundação AIS Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

intimando as mulheres cristãs a usar véu sob o pretexto de que a Virgem Maria tinha véu. Agora, ter de usar o véu islâmico é simplesmente mais uma forma de intimidar os Cristãos e de lhes fazer sentir que já não têm lugar no seu país. A acrescentar às diversas ameaças de que são alvo, esta situação torna o seu regresso mais difícil de imaginar. 9


Oração

ABRAÇO DA REDENÇÃO

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus – 23 de Junho Memória do Imaculado Coração de Maria - 24 de Junho Há algo dos dois Corações que, quando contemplados lado a lado, reflecte uma unidade indescritível. Um mistério de duas vidas unidas no mesmo amor e na mesma missão: a vontade do Pai -“Eis que venho para fazer a Tua Vontade” (Heb 10,9). O Centenário das Aparições interpela-nos a ir à descoberta desta unidade e deste mistério. Apelanos a olhar para os Corações de Jesus e de Maria como intercessores, eles que estão atentos à voz das nossas súplicas; a olhar para eles como uma bússola que nos indica a nossa vocação e missão aqui na terra para chegarmos mais além de nós mesmos, em busca de ajudar na obra da redenção, certos da feliz notícia de que estes corações têm sobre nós desígnios de misericórdia. Na aparição de 13 de Junho, a Senhora mais brilhante que o Sol manifesta, pela primeira vez, o Seu Imaculado Coração como refúgio e caminho que nos leva a Deus. Os três pequenos pastores sentiram-se mergulhados nessa luz imensa que irradiava pelas mãos da Senhora, Luz que os penetrou nos mais íntimo deles, e os fez ver em Deus. Na mão direita a Senhora vestida de branco mostrou um coração cercado de espinhos: era o Coração Imaculado que pedia consolo e reparação, referiu a Lúcia. Se antes do acontecimento de Fátima a piedade popular louvava o Coração de Maria coroado de rosas, é caso para perguntarmos, quando caíram as pétalas para onde foram as flores? É evidente que em Fátima a Mãe de Deus veio maternalmente alertar-nos que as nossas vidas já não estavam a produzir o bom odor de Cristo. Deus já não era e ainda não é o eixo fixo dos nossos seres, o centro que nos move e nos transforma. O ser humano deixou de contemplar o Senhor da sua história e caíram o D e o S de DEUS ficando apenas o EU. A Senhora mais brilhante que o Sol apenas tem o coração cercado das nossas dores e misérias… do nosso pecado. Mãe como é, não é capaz de nos deixar numa vida fútil e indiferente à realidade. Quer acordar-nos para uma vida com coração, uma vida cheia de vitalidade capaz de se entregar ao seu Senhor e de se identificar com Ele. Aparecer com o Coração cercado de espinhos pode também significar que, tal como na sua vida terrena, também no Céu está plenamente configurado com o do Seu Filho - ambos com espinhos. Esta Mulher do SIM fiel esteve de pé sob a Cruz quando traspassaram o coração do seu Filho - o coração desta Mãe também foi traspassado. Jesus assumiu os espinhos dos nossos pecados a fim de nos salvar. Nossa Senhora acolhe-nos como filhos e é cercada com os mesmos espinhos, tornando-se participante primária da redenção. “Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Meu Imaculado Coração.” Deus quer. É Ele que quer que, ao abraçar o coração de Seu Filho, estejamos a abraçar o coração de Mãe. Abraçar esta devoção é deixar-nos configurar com Eles, é carregar amorosamente o peso do pecado dos nossos irmãos que, pelo amor reparador, os salva; é deixar-nos penetrar pelos mesmos espinhos, para que, com esta Senhora, nossa Mãe, sejamos cristificados. Ir. Bridget Eason, asm

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Meditação

PENTECOSTES

O Espírito, que é coração, vento, fogo e amor, chega a todos O Espírito, o misterioso coração do mundo, o vento sobre os abismos da origem, o fogo da sarça-ardente, o amor em todo o amor, respiração sagrada do Pai e do Filho, o Espírito que é Senhor e dá a vida, como proclamamos no Credo, é enviado para cumprir duas grandes obras: ensinar tudo e fazer-nos recordar tudo o que Jesus disse (cf. João 14, 26). Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, confessa Jesus aos seus. E todavia parte. Penso na humildade de Jesus, que não tem a pretensão de ensinar tudo, de ter a última palavra, mas abre, diante dos discípulos e diante de nós, espaços de procura e de descoberta, com um ato de total confiança nos homens e mulheres que até agora não compreenderam muito, mas que estão dispostos a caminhar, sob o vento do Espírito que traça a rota e impele as velas. Estas palavras de Jesus oferecem-me a alegria profética e vivificante de pertencer a uma Igreja que é um sistema aberto, e não um sistema bloqueado e fechado, onde já tudo está estabelecido e definido. O Espírito gosta de ensinar, acompanhar para além, em direção a paisagens inexploradas, descobrir vértices de pensamento e conhecimento novos. Vento que impulsiona para a frente. Segunda obra do Espírito: recordar-vos-á tudo o que vos disse. Mas não como um simples facto mnemónico ou mental, uma ajuda para não esquecer, mas como um verdadeiro “re-cordar”, isto é, um “reenvio para o coração”, voltar a implantar no coração, no lugar onde se decide e se escolhe, onde se ama e se rejubila. Recordar quer dizer voltar a acender gestos e palavras de Jesus, de quando passava e curava a vida, de quando dizia palavras das quais não se via o fundo. Porque o Espírito sopra agora: sopra nas vidas, nas esperas, nas dores e na beleza das pessoas. Este Espírito chega a todos. Não atinge apenas os profetas de um tempo ou a hierarquia da Igreja, ou os grandes teólogos. Convoca-nos a todos, buscadores de tesouros, buscadores de pérolas, que nos sentimos tocados no coração por Cristo e não cessamos de seguir as suas pegadas; todo o cristão tem tanto Espírito Santo quanto os seus pastores. Cada um tem todo o Espírito que lhe serve para colaborar numa terceira obra fundamental para compreender e ser Pentecostes: incarnar o Verbo, fazer de cada um o ventre, a casa, a tenda, uma mãe do Verbo de Deus. Naquele tempo, o Espírito desceu sobre Maria de Nazaré (cf. João 20, 19-23), neste tempo desce sobre mim e sobre ti, porque encarnamos o Evangelho, damos-lhe paixão e espessura, peso e importância; tornamo-lo presente e vivo nestas ruas, nestas praças, resgatamos um pequeno pedaço de Deus em nós e não o deixamos afastar-se do nosso território. Pe. Ermes Ronchi, in “Avvenire” Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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FÁTIMA, SINAL DE ESPERANÇA PARA O NOSSO TEMPO Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa no Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima (Continuação)

O dom e o convite da mensagem de Fátima Uma mensagem que nos interpela, hoje A mensagem de Fátima mostra-nos uma experiência universal e permanente: o confronto entre o bem e o mal que continua no coração de cada pessoa, nas relações sociais, no campo da política e da economia, no interior de cada país e à escala internacional. Cada um de 12

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Actualidade nós é interpelado a corresponder ao chamamento de Deus, a combater o mal a partir do mais íntimo de si mesmo, a compreender o sentido da conversão e do sacrifício em favor dos outros, como fizeram os três pastorinhos, na sua pureza e inocência.

Voltar a centrar o olhar em Deus Trindade: a atitude adorante O acontecimento de Fátima está desde o início centrado em Deus Trindade. A luz e a beleza que irradiavam da presença do Anjo e da Senhora e inundavam as três crianças eram as mãos estendidas de Deus, que na bondade do seu Amor a todos abraça. A presença de Deus, recorda Lúcia, «era tão intensa que nos absorvia e aniquilava quase por completo. Parecia privar-nos até do uso dos sentidos corporais por um grande espaço de tempo. [...] A paz e felicidade que sentíamos era grande, mas só íntima, completamente concentrada a alma em Deus». Esta experiência tão íntima de Deus não deve ser entendida como simples perceção extraordinária do sagrado ou do mistério. Deus não é simplesmente o arquiteto do mundo ou a chave para explicar a realidade. Deus é Pessoa viva que está próxima das suas criaturas. Os pastorinhos foram protagonistas de um encontro pessoal com Alguém que vinha ao seu encontro, desvelando os seus desígnios de misericórdia: foi assim que compreenderam «quem era Deus, como [os] amava e queria ser amado». Esse Deus que ama e quer ser amado é a Trindade, «que [os] penetrava no mais íntimo da alma». E por isso à Trindade Santa é dirigida uma das orações mais originárias e genuínas de Fátima: «Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente...». O encontro com Deus é vivido pelas três crianças como fonte de profunda felicidade e alegria. A oração brota, por isso, de modo espontâneo na sua intimidade, como uma disposição constante que há de manter vivo um diálogo que transformara definitivamente as suas vidas. E, desde o princípio, sentem que a adoração é o modo de estar diante d’Aquele que está acima de todos os ídolos que pretendem seduzir os seres humanos.

Contemplação, compaixão e anúncio: os carismas dos videntes Francisco, Jacinta e Lúcia viveram o espírito de adoração de distintos modos, igualmente profundos, que deixam aflorar a sua experiência mística. Os diferentes carismas de cada um marcarão profundamente a espiritualidade de Fátima e continuam a atrair e a contagiar Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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Actualidade

os peregrinos. Francisco reconhece simultaneamente a transcendência de Deus e o júbilo pela sua presença. Confessa: «do que gostei mais foi de ver a Nosso Senhor, naquela luz que Nossa Senhora nos meteu no peito. Gosto tanto de Deus!». Sente-se «a arder, naquela luz que é Deus [...]. Como é Deus! Não se pode dizer!». Esta união com Deus fá-lo perceber a dor que lhe provocam as ofensas humanas. Dá-lhe pena por «Ele estar tão triste» e, por isso, brota nele a resposta enternecedora: «Se eu O pudesse consolar!». Jacinta era especialmente sensível a Cristo crucificado, que para ela condensava o amor de Deus e suscitava, por isso, uma imensa gratidão: «enterneceu-se e chorou» ao contemplá-lo, «porque morreu por nós». É assim levada a desenvolver um diálogo constante de amor: gosta tanto de Jesus e de sua Mãe que não se cansa de lhes dizer que os ama; busca a solidão para «estar muito tempo sozinha, a falar com Jesus escondido». Lúcia assumirá como missão da sua vida transmitir a todos o amor de Deus manifestado no Coração Imaculado de Maria. Viverá para recordar ao mundo, não a miséria do que existe, mas a grandeza da misericórdia divina, deixando assim transparecer «o que as aparições de Nossa Senhora, na Cova da Iria, tinham de mais íntimo». É na fidelidade a esta missão que, mesmo a partir da clausura da sua vida monástica, dará testemunho ao mundo de que o segredo da felicidade é viver no amor. In http://www.conferenciaepiscopal.pt/v1/fatima-sinal-de-esperanca-para-o-nosso-tempo/ (Ao longo de 2017, ano em que se celebra o 100º Aniversário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima, apresentaremos em cada número das Sementes de Esperança um excerto da Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa no Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima.)

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Actualidade

Concessão de Indulgência Plenária no Ano Jubilar de Fátima A fim de dignamente celebrar o centésimo aniversário das Aparições de Fátima, por mandato do Papa Francisco, é concedido, com a inerente indulgência plenária, um Ano Jubilar, do dia 27 de Novembro de 2016 até ao dia 26 de Novembro de 2017.

A indulgência plenária do jubileu é concedida: a) Aos fiéis que visitarem em peregrinação o Santuário de Fátima e aí participarem devotamente em alguma celebração ou oração em honra da Virgem Maria, rezarem a oração do Pai-Nosso, recitarem o símbolo da fé (Credo) e invocarem Nossa Senhora de Fátima; b) Aos fiéis piedosos que visitarem com devoção uma imagem de Nossa Senhora de Fátima exposta solenemente à veneração pública em qualquer templo, oratório ou local adequado, nos dias das aparições aniversárias (dia 13 de cada mês, desde maio a outubro de 2017), e aí participarem devotamente em alguma celebração ou oração em honra da Virgem Maria, rezarem a oração do Pai - Nosso, recitarem o símbolo da fé (Credo) e invocarem Nossa Senhora de Fátima; c) Aos fiéis que, pela idade, doença ou outra causa grave, estejam impedidos de se deslocarem, se, arrependidos de todos os seus pecados e tendo firme intenção de realizar, assim que lhes for possível, as três condições abaixo indicadas, frente a uma pequena imagem de Nossa Senhora de Fátima, nos dias das aparições se unirem espiritualmente às celebrações jubilares, oferecendo com confiança a Deus misericordioso através de Maria as suas preces e dores, ou os sacrifícios da sua própria vida. Para obter a indulgência plenária, os fiéis, verdadeiramente penitentes e animados de caridade, devem cumprir ritualmente as seguintes condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre. Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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Destaque

A ÁRVORE DE MOUNA “Eu sei que os limoeiros são bons porque dão limões, mas o nosso limoeiro era melhor ainda pois também dava para brincarmos nele, antes do jantar e, sobretudo, nos dias de férias. Eu gostava de ter trazido uma fotografia do limoeiro do nosso quintal, mas não houve tempo para isso. Um dia, todos tivemos de sair de casa por causa da guerra… Lembro-me de que, nesse dia, estava sentada no meu baloiço a brincar quando vi o meu pai chegar e dizer que tínhamos de sair muito depressa, por causa da guerra…” É sobre esta menina síria refugiada de guerra que fala esta história, e também das árvores e das memórias de infância. Maria Teresa Maia Gonzalez é autora de vários livros, sobretudo juvenis, entre eles “A Lua de Joana”. A Fundação AIS publicou, também da sua autoria, os seguintes títulos: “Foi por Amor!”, “Teu Nome: Mãe” e “Os Sonhos de José”.

Uma história a não perder! Cód. LI178

Autora: Maria Teresa Maia Gonzalez Ilustradora: Isabel Monteiro

€ 8,50

SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre PROPRIEDADE Fundação AIS DIRECTORA Catarina Martins de Bettencourt REDACÇÃO E EDIÇÃO Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira FONTE L’Église dans le monde – AIS França FOTOS © AIS; Ir. Bridget Eason, asm

CAPA PERIODICIDADE IMPRESSÃO PAGINAÇÃO DEPÓSITO LEGAL ISSN

Ladislav Záborský 11 edições anuais Gráfica Artipol JSDesign 352561/12 2182-3928

Isento de registo na ERC ao abrigo do Dec. Reg. 8/99 de 9/6 art.º 12 n.º 1 A

Rua Professor Orlando Ribeiro, 5 D, 1600-796 LISBOA Tel 21 754 40 00 • Fax 21 754 40 01 • NIF 505 152 304 fundacao-ais@fundacao-ais.pt • www.fundacao-ais.pt


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