Sementes de
Maio 2018
Esperança Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Intenção de Oração do Santo Padre UNIVERSAL
A missão dos leigos Para que os fiéis leigos realizem a sua missão específica colocando a sua criatividade ao serviço dos desafios do mundo actual.
26 Maio SÃO FILIPE NÉRI, presbítero, fundador, +1595 “Ser misericordioso com os que caíram é o melhor meio para não cairmos nós mesmos.”
A oração é um dos pilares fundamentais da nossa missão. Sem a força que nos vem de Deus, não seríamos capazes de ajudar os Cristãos que sofrem por causa da sua fé. Para ajudar estes Cristãos perseguidos e necessitados criámos uma grande corrente de oração e distribuímos gratuitamente esta Folha de Oração, precisamente porque queremos que este movimento de oração seja cada vez maior. Por favor, ajude-nos a divulgá-la na sua paróquia, nos grupos de oração, pelos amigos e vizinhos. Não deite fora esta Folha de Oração. Depois de a ler, partilhe-a com alguém ou coloque-a na sua paróquia.
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Reflectir INTENÇÃO NACIONAL
Pelos cristãos e por todos os homens de boa vontade em Portugal, para que saibam resistir corajosamente à tentativa de paganização da nossa sociedade e dos nossos costumes, promovida pelas leis recentemente aprovadas.
Querer ser como Deus É muito conhecido de todos nós, assim o espero, o relato bíblico do pecado dos primeiros pais, Adão e Eva. Mas não sei se todos têm mesmo consciência do que ele representa tanto na história da salvação, narrada pelas Sagradas Escrituras, como na teologia e na espiritualidade cristãs. A designação mais comum para o que o texto sagrado diz a respeito de Adão e de Eva é que a sua acção está na origem do que a Igreja nos ensina com o tema do pecado original. Esta expressão significa que o pecado de Adão e de Eva é aquele que está na origem de todos os pecados, tanto dos primeiros pais como de todos os homens de todos os tempos e lugares. Nem todos sabem, com certeza, mas este tema do pecado original tem sido objecto de muito estudo e investigação entre os exegetas e os teólogos e há muitos, mesmo entre nós (isto é, em Portugal) que se dão mal com esta linguagem e pensam que deve ou ser bem interpretada ou até defendem que deve ser abolida da linguagem teológica, Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
porque, segundo alguns, tem feito muito mal à Igreja, desde Santo Agostinho (354-430), o principal responsável não só pela linguagem do pecado original, mas também pelo seu conteúdo. Alguns houve até que identificaram o pecado original com a concupiscência (todo o domínio da sexualidade e das paixões), como Lutero (1483-1546) e outros, que são os verdadeiros responsáveis por um certo pessimismo na concepção do homem e de tudo o que diz respeito à sexualidade. São estes que estão na origem duma atitude preconceituosa a respeito de todos estes domínios da sexualidade e dos afectos em geral, e não Santo Agostinho nem a doutrina moral da Igreja, como alguns pretendem. Não quero avançar mais neste debate, mas apenas propor outra leitura deste tema, a partir mesmo da narrativa bíblica. Se virmos bem, tudo está concentrado na tentação da serpente. Ela dá a entender à mulher que se ela comer o fruto da 3
Reflectir árvore que está no jardim, a árvore do conhecimento do bem e do mal, os seus olhos vão abrir-se e a partir daí vai descobrir que será como Deus! A mulher prova o fruto e dá-o a comer também ao homem, no desejo comum de, como insinuava a serpente, os seus olhos se abrirem e poderem tornar-se como Deus, isto é, conhecedores e senhores do bem e do mal. E de facto, os olhos abriram-se, mas o que descobriram foi a dura realidade de não passarem de simples criaturas na sua nudez. A questão é esta: a tentação que está inscrita em cada homem e em cada mulher é a de pretenderem ser como Deus, isto é, senhores absolutos do que é bem e do que é mal. No fundo, a questão da liberdade de se fazer o que se quiser. No Novo Testamento encontramos o mesmo tema na parábola do filho pródigo (Lc 15): o que o filho mais novo quis foi a sua herança e administrá-la a seu bel-prazer longe da casa paterna. Quis ser livre totalmente, não se resignando à sua condição de filho bem comportado na casa do pai. O pecado, este conceito religioso e teológico hoje tão esquecido e recalcado, não é outra coisa senão o exercício da liberdade que pretende ser totalmente independente e autónoma, a respeito de Deus, com 4
certeza, mas também a respeito dos outros, na presunção, por exemplo, de que na relação entre o homem e a mulher, mas também na relação de amizade, alguém pode oferecer a plena felicidade, o paraíso a alguém. É isto que está a acontecer hoje. Foi esta a leitura que eu fiz do filme La La Land (2016), a história dum amor falhado. É esta a leitura que eu faço quando hoje, em nome da liberdade, se promove e pratica o divórcio, o aborto, se promove a eutanásia, as barrigas de aluguer e agora a mudança de género ou até de sexo, como se o homem pudesse ser senhor absoluto do seu destino e, pela sua liberdade, oferecer a si e aos outros, ou pelo menos a si, a plena felicidade. O estado depressivo como mal social no qual vivemos hoje é outra forma de dizer a nudez original em que Adão e Eva descobriram estar, depois de terem saboreado a liberdade de pretenderem ser como Deus. O tema do pecado original representado por Adão e por Eva e pelo Filho pródigo talvez nunca como hoje tenha sido tão actual. Friedrich Nietzsche (18441900) e Fernando Pessoa (1888-1935), cada qual a seu modo, perceberam bem isto! Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj Assistente Espiritual da Fundação AIS
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Superfície 1.140.000 Km2 População 47,5 milhões de habitantes Religiões Cristãos: 95,7% Católicos: 90% Ortodoxos: 5,7% Espiritistas: 1% Outras: 3,3% Língua oficial Espanhol
COLÔMBIA
TERRA DE SOFRIMENTO E DE ESPERANÇA A Colômbia, potência emergente, foi visitada pelo Papa Francisco, de 6 a 10 de Setembro de 2017. Esta nação, fracturada por mais de 50 anos de guerra civil, amadureceu um processo de paz apoiado pela Igreja, que continua como uma instância apreciada por uma esmagadora maioria. “Aqui, quando reconstruímos as nossas casas depois de um tremor de terra, pintamos as paredes de branco, a cor da esperança…” Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Estas palavras espontâneas de uma mulher idosa que encontrámos no aeroporto são reveladoras da profunda resiliência do povo 5
Colômbia Colombiano face aos múltiplos dramas que o atingiram na sua história recente. Tremores de terra, erupções vulcânicas, guerra civil, assassinatos, motins… no decorrer das últimas décadas, nada parece ter sido poupado à Colômbia, cujos habitantes continuam a ser os mais acolhedores e calorosos. Em 2017, os olhares voltaram-se para o branco da sotaina do Papa, aquando da visita, muito esperada, à Colômbia, do primeiro soberano pontífice latino-americano. De 6 a 10 de Setembro de 2017, o Papa Francisco visitou quatro cidades. A capital Bogotá, Medellin (outrora conhecida pela sua criminalidade record, mas transformada num modelo da luta contra as desigualdades urbanas a ponto de inspirar alguns aglomerados europeus), Villavicencio, no centro do país, onde o Papa se encontrou com pessoas afectadas pela guerra civil das últimas décadas e ex-combatentes da guerrilha marxista das Farc e, finalmente, Cartagena, a norte na costa caribenha.
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A TRAGÉDIA DE MOCOA O núncio apostólico na Colômbia, Mons. Ettore Balestrero, visitou a 6 de Abril de 2017 Mocoa, uma cidade no sul do país, na Amazónia, atingida a 31 de Março por uma avalanche de lama que provocou centenas de mortos ao engolir bairros inteiros. Por ocasião da sua visita, o representante do Papa saudou os esforços conjuntos do Estado colombiano e dos antigos guerrilheiros das FARC na assistência às vítimas, convencido de que a reacção coordenada a este trágico acontecimento foi um sinal encorajador da boa vontade das duas partes para uma saída concreta e definitiva do conflito. De 1964 a 2016, uma guerra civil opôs o Governo colombiano a esta guerrilha marxista provocando 250 mil mortos, 60 mil desaparecidos e sete milhões de deslocados. Se o conflito com outra guerrilha da extrema-esquerda, o Exército de Libertação Nacional (ELN) ainda não foi formalmente regulamentado, o acordo assinado com as FARC no dia 25 de Novembro de Sementes de Esperança | Maio 2018
Colômbia
Sismos, erupções, guerra civil, assassinatos… Nada parece poupar a Colômbia.
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Colômbia
A secularização atingiu a América Latina, mas ainda não afecta a Colômbia em profundidade.
2016 (após a rejeição por referendo da primeira versão a 2 de Outubro) parece virar uma página na história colombiana. Ao permitir aos antigos guerrilheiros a sua integração na vida política do país (que sempre conservou uma certa estabilidade institucional e democrática contrariamente às outras nações da América do Sul), a Colômbia parece seguir os passos de outros 8
territórios como a Irlanda do Norte, onde os membros do IRA renunciaram à luta armada e encontraram o seu lugar na vida política local. A Igreja Católica desempenhou um papel muito importante e reconheceu que este processo de paz é, de algum modo, a expressão da “diplomacia da misericórdia” Sementes de Esperança | Maio 2018
Meditação Colômbia querida ao Papa Francisco. Ao receber ao mesmo tempo, em Outubro de 2016, no Vaticano, o Presidente colombiano Juan Manuel Santos e o seu predecessor e adversário Alvaro Uribe, principal opositor do acordo de paz, o Papa Francisco contribuiu pessoalmente para desanuviar as divisões nascidas da primeira versão do acordo. Esta versão, em nome da luta contra os antifeministas, dava importância excessiva à teoria do género, numa linguagem que tinha afastado muitos católicos. A assinatura de um segundo texto mais consensual, a 25 de Novembro, parece ter permitido salvar o processo de paz.
Oração Para que o povo Colombiano continue a colaborar na construção do seu país com paz e justiça, chegando à verdadeira reconciliação, nós Te pedimos Senhor!
Uma ancoragem sólida na Igreja Com 90% de católicos, a Colômbia é uma nação profundamente crente. Em relação a outros países da América Latina, o avanço das seitas e do ateísmo está contido: o prose-
Mas, apesar destes avanços políticos, a violência é constante, nomeadamente em relação aos defensores dos direitos do homem, sindicalistas, jornalistas e também contra os membros da Igreja, com recurso a numerosos assassinatos. Aquando da sua visita em Setembro, o Papa levou também consolo e esperança a uma população traumatizada por esta violência muito difundida.
litismo pentecostal, tão evidente no Brasil, está relativamente limitado na Colômbia. Quanto aos processos de secularização, importantes no México, na Argentina e no Uruguai, ainda não atingiram a Colômbia em profundidade, apesar de a imprensa e as elites darem sinais de adesão às grandes ideologias liberais.
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Oração
HINO AO ESPÍRITO SANTO HINO AO ESPÍRITO SANTO I Quem és tu, Doce luz que me preenche e ilumina a obscuridade do meu coração? Conduzes-me como a mão de uma mãe E se me soltasses, não saberia nem dar mais um passo. És o espaço que envolve todo meu ser e o encerra em si. Se Fosse abandonado por ti cairia no abismo do nada, de onde tu o elevas ao Ser. Tu, mais próximo de mim que eu mesmo e mais íntimo que minha intimidade, E, sem dúvida, permaneces inalcançável e incompreensível, E que faz brotar todo nome: Espírito Santo — Amor eterno!
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II Não és Tu O doce maná que do coração do Filho flui para o meu, alimento dos anjos e dos bem aventurados? Aquele que da morte à vida se elevou, Também a mim despertou a uma nova vida Do sono da morte. E nova vida me doa Dia após dia. E um dia me cumulará de plenitude. Vida de minha Vida. Sim, Tu mesmo, Espírito Santo, – Vida Eterna! III Tu és o raio que cai do Trono do Juiz eterno e irrompe na noite da alma, que nunca se conheceu a si mesma? Sementes de Esperança | Maio 2018
Oração Misericordioso e impassível penetras nas profundezas escondidas. Se ela se assusta ao ver-se a si mesma, Concedes lugar ao santo temor, princípio de toda sabedoria que vem do alto, e no alto com firmeza nos unes à tua obra, que nos faz novos, Espírito Santo — Raio penetrante! IV Tu és a plenitude do Espírito e da força com a qual o Cordeiro rompe o selo do segredo eterno de Deus? Impulsionados por ti os mensageiros do Juiz cavalgam pelo mundo e com espada afiada separam o reino da luz do reino da noite. Então surgirá um novo céu E uma nova terra, e tudo retorna ao seu justo lugar graças a teu alento: Espírito Santo — Força triunfante! V Tu és o mestre construtor da catedral eterna que se eleva da terra aos céus? Por ti vivificadas as colunas se elevam Para o alto e permanecem imóveis e firmes. Marcadas com o nome eterno de Deus se elevam para a luz sustentando a cúpula, que cobre, qual coroa, a santa catedral, tua obra transformadora do mundo, Espírito Santo — Mão criadora! Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
VI Tu és quem criou o claro espelho, Próximo ao trono do Altíssimo, como um mar de cristal aonde a divindade se contempla amando? Tu te inclinas sobre a obra mais bela da criação, e resplandecente te ilumina com teu mesmo esplendor. E a pura beleza de todos os seres, Unida à amorosa figura da Virgem, tua esposa sem mancha: Espírito Santo — Criador do Universo! VII Tu és o doce canto do amor e do santo recato, que eternamente ressoa diante do trono da Trindade, e desposa consigo os sons puros de todos os seres? A harmonia que une os membros com a Cabeça, onde cada um encontra feliz o sentido secreto de seu ser, e jubilante irradia, livremente desprendido em teu fluir: Espírito Santo — Júbilo eterno! Santa Benedita da Cruz, In Pátio dos Gentios © SNPC
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Meditação
Viver todos os dias a fragilidade, a tentação, a confiança Somos chamados a viver o dom de Deus, até ao fim, na fragilidade, na fraqueza, na confiança e na tentação. Podem variar de género os problemas que vivemos, ou de frequência, ou de intensidade, mas acompanhar-nos-ão sempre. As tentações vão existir sempre. O que muda, num processo de maturação humana e espiritual, é a nossa maneira de acolhê-las. É pelo discernimento da natureza das tentações que nos assaltam que compreendemos, muitas vezes, a nossa singularidade e diversidade, o real impacto da vida em nós, a nossa realidade submersa e os seus ilegíveis vestígios. A tentação humaniza-nos. É uma via. São Paulo bem rezou três vezes ao Senhor para que afastasse o espinho da sua carne (2 Coríntios 12,8). Mas em vão. A resposta foi: “basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza.” (2 Coríntios 12,9). 12
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Meditação Mestre Eckhart explica o “grande proveito e utilidade” das tentações: fazendo-nos travar um interminável combate, fazendo-nos passar à resistência vigilante elas, mesmo se nos humilham, mantêm-nos centrados em Deus. É isso mesmo: o sonho da perfeição pode ainda ser um caminho que trilhamos pela superfície ou constituir uma ilusão que nos impede de aceder ao verdadeiro e paradoxal estado da vida. Levamos tanto tempo até perder a mania das coisas perfeitas, isentas da trepidação do real, e nos curarmos deste impulso que nos exila no conforto das idealizações, ou vencermos o vício de sobrepor à realidade um cortejo de falsas imagens! Thomas Merton escreve, de forma emocionada, alguma coisa que nos devia fazer parar: “O Cristo que nós descobrimos realmente em nós mesmos distingue-se daquele que nos esforçamos, em vão, por admirar e idolatrar em nós. Bem pelo contrário: Ele quis identificar-se com aquilo que nós não amamos em nós próprios, porque Ele tomou sobre si a nossa miséria e o nosso sofrimento, a nossa pobreza e os nossos pecados… Jamais encontraremos paz se dermos ouvidos à cegueira que nos diz que o conflito está superado. Só teremos paz se formos capazes de escutar e abraçar a dança contraditória que agita o nosso sangue… É aí que se escutam melhor os ecos da vitória do Ressuscitado”. São Paulo compreendeu-o, porque responde: “De bom grado, portanto, prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Por isso me comprazo nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias, por Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte.” (2 Coríntios 12,9-10). Paulo testemunha a Fé como uma hipótese paradoxal: quando sou fraco, então é que sou forte. A Fé resiste e matura nas necessidades, nas angústias, nas afrontas, nos sofrimentos, isto é, no interior de uma existência assaltada pela tentação. Não se trata de escamotear ou de superar essa experiência: é no interior dessa experiência, que eu sou forte. É um paradoxo, claro. Mas é aí que a própria experiência espiritual se realiza. O grande obstáculo a uma vida de Deus não é a fragilidade e a fraqueza, mas a dureza e a rigidez. Não é a vulnerabilidade e a humilhação, mas o seu contrário: o orgulho, a autossuficiência, a autojustificação, o isolamento, a violência, o delírio de poder. Diz um poema de Lao Tsé: “Os homens quando nascem são tenros e frágeis. A morte torna-os duros e rijos. As ervas e as árvores quando nascem são tenras e frágeis. A morte torna-as esquálidas e ressequidas. O duro e o rígido conduzem à morte. O fraco e o flexível conduzem à vida”. A força de que verdadeiramente precisamos, a graça de que necessitamos, não é nossa, mas de Cristo e Ele dá-nos o exemplo do que é abraçar inteiramente a humanidade no seu dramatismo, já que foi “nas suas feridas que encontramos a cura” (Isaías 53,5). Pe. José Tolentino Mendonça, in Pai-nosso que estais na terra Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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Actualidade
MAIO, O MÊS DE MARIA Porque terá sido escolhido o mês de Maio para se praticar a devoção a Nossa Senhora? Primeira razão: na Europa, é o auge da Primavera, depois do gelo e da neve do Inverno. As árvores enchem-se de folhas novas e os jardins vestem-se de flores; os dias são mais longos, o Sol nasce cada vez mais cedo e põe-se mais tarde. Toda esta felicidade e alegria da natureza à nossa volta acompanha convenientemente a nossa devoção àquela que é a Rosa mystica e a Domus aurea (Casa de Ouro). Depois, Maio é o mês que prepara e anuncia o Verão. É um mês de promessa e esperança. Diz o profeta: “Despontará uma vara da raiz de Jessé, uma flor desabrochará da sua raiz”. E quem poderá ser esta “flor” senão o nosso Salvador? E quem será a “vara”, o tronco, a planta, em que despontará a “flor” senão Maria, Mãe do Senhor, Mãe de Deus? Maria era segura promessa da vinda do Salvador; por isso, Maio é, de pleno direito, o seu mês. 14
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Actualidade Além disso, de todos os meses do ano litúrgico da Igreja, Maio é seguramente o mais sagrado, o mais festivo e o mais radioso. Quem se atreveria a dedicar à Virgem o mês de Fevereiro, o mês de Março ou o mês de Abril, tendo em conta que estes meses são de Quaresma e de penitência? Maio, pelo contrário, pertence, pelo menos em parte, ao tempo pascal que dura cinquenta dias. Normalmente, em Maio, celebra-se a festa da Ascensão do Senhor, a de Pentecostes, a da Santíssima Trindade e a do Corpo de Deus. Por isso, Maio é o mês das muitas Aleluias, porque Cristo ressuscitou do sepulcro, subiu ao Céu e o Espírito Santo desceu à terra para ocupar o Seu lugar. Mais uma razão para que Maio seja dedicado à Santíssima Virgem. Maria é a primeira das criaturas, filha predilecta de Deus, a mais querida e mais próxima d’Ele. Por isso, seria justo que fosse o seu mês para nele glorificarmos e nos alegrarmos pela grande Providência divina para connosco, pela nossa redenção e santificação em Deus Pai, em Deus Filho e em Deus Espírito Santo. Finalmente, a Virgem não é apenas a serva escolhida pelo Senhor; mas também é a Mãe do seu Filho, é a rainha de todos os santos; e neste mês a Igreja celebra precisamente a festa de alguns dos maiores santos, como para lhe dar uma digna companhia. Cardeal Newman, in Um mês com Maria e o Cardeal Newman - Meditações e Rosário, Paulinas, 2001
Mãe da Igreja – 21 de Maio O Papa Francisco instituiu no passado dia 3 de Março a Memória da “Bem-aventurada Virgem, Mãe da Igreja” no Calendário Romano Geral. Esta memória será celebrada todos os anos na Segunda-feira depois de Pentecostes. “O desejo é que esta celebração, agora para toda a Igreja, recorde a todos os discípulos de Cristo que, se queremos crescer e enchermo-nos do amor de Deus, é preciso enraizar a nossa vida sobre três realidades: na Cruz, na Hóstia e na Virgem – Crux, Hostia et Virgo. Estes são os três mistérios que Deus deu ao mundo para estruturar, fecundar, santificar a nossa vida interior e para nos conduzir a Jesus Cristo. São três mistérios a contemplar no silêncio.” Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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Destaque
“LÚCIA – A vida da Pastorinha de Fátima” A Lúcia era - e não era - uma menina como as outras. Sabes porquê? Porque desde o dia em que, na companhia dos primos Jacinta e Francisco, viu Nossa Senhora sobre os ramos duma azinheira, em Fátima, e falou com ela, entregou-se nas mãos de Deus sem reservas. Este livro permite não só conhecer o carácter da Irmã Lúcia e facetas surpreendentes da sua personalidade, mas também acompanhar o essencial das muitas etapas da sua longa vida, porque quando foi para o Céu pouco faltava para completar 100 anos. Autora: Thereza Ameal 80 páginas
Cód. LI139
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SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre PROPRIEDADE Fundação AIS DIRECTORA Catarina Martins de Bettencourt REDACÇÃO E EDIÇÃO Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira FONTE L’Église dans le monde – AIS França FOTOS © AED; © DR
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