Sementes de Esperança. Março de 2016

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S E M E N T E S DE ESPERANÇA MARÇO 2016

| Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre


Intenções de Oração do Santo Padre Intenção Geral Famílias em dificuldade Para que as famílias em dificuldade recebam os apoios necessários e as crianças possam crescer em ambientes saudáveis e serenos. Intenção Missionária Cristãos perseguidos Para que os cristãos discriminados ou perseguidos por causa da sua fé permaneçam fortes e fiéis ao Evangelho, graças à oração incessante de toda a Igreja.

O Ciclo das Estações do Ano Ano após ano, Inverno e Primavera, Verão e Outono sucedem-se no ciclo das estações. Vemos como a natureza morre para, pouco depois, renascer mais uma vez. Já vimos isso tantas vezes, que folhas secas, árvores nuas e campos vazios já não nos inquietam. Sabemos que, se o grão de trigo não cair na terra e morrer, ficará só; mas, se morrer, dará fruto em abundância. Para os romanos, o ano começava em Março. Para eles, a Primavera recém-chegada era o começo; o Inverno, o vazio, o fim. Segundo a contagem cristã do tempo, comemoramos o Ano Novo quando a natureza está morta. Entretanto, ela não está morta, mas adormecida - como a filhinha de Jairo. Deus toma-a pela mão. Menos encantadora, mas igualmente cheia de esperança, é a lembrança da Sexta-Feira da Paixão, quando Cristo derramou o sangue na Cruz para ressuscitar, na manhã de Páscoa. Pe. Werenfried van Straaten

A oração é um dos pilares fundamentais da nossa missão. Sem a força que nos vem de Deus, não seríamos capazes de ajudar os Cristãos que sofrem por causa da sua fé. Para ajudar estes Cristãos perseguidos e necessitados criámos uma grande corrente de oração e distribuímos gratuitamente esta Folha de Oração, precisamente porque queremos que este movimento de oração seja cada vez maior. Por favor, ajude-nos a divulgá-la na sua paróquia, nos grupos de oração, pelos amigos e vizinhos. Não deite fora esta Folha de Oração. Depois de a ler, partilhe-a com alguém ou coloque-a na sua paróquia.

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Reflectir INTENÇÃO NACIONAL Por todas as mulheres que se sentem abandonadas à sua sorte por um Estado que se desinteressa delas. Para que sintam que as suas vidas e as vidas que trazem no seu seio são um dom de Deus que nunca desampara nem abandona os que n’Ele confiam.

Só temos duas horas Nunca será demais meditarmos no sentido extraordinariamente profundo, tanto do ponto de vista teológico e espiritual como do ponto de vista antropológico, da liturgia da quarta-feira de cinzas, com a qual a Igreja inicia oficialmente a Quaresma. Tudo está lançado, podíamos dizer, em termos hermenêuticos, no rito da quarta-feira de cinzas e na liturgia do primeiro domingo, quase sempre em volta das tentações de Jesus no deserto. Na quarta-feira de cinzas, somos convidados a meditar sobre o que é verdadeiramente essencial na vida do homem: lembra-te, ó homem, que és pó e que em pó te hás-de tornar…. Assim, iniciada com este rito, a Quaresma aparece como um tempo providencial durante o qual a Igreja alimenta os seus filhos com a abundância da Palavra de Deus que os convida a pensar, a meditar e a rezar aquilo que é essencial: a sua origem e o seu fim. Recorda a nossa origem, porque somos pó, somos terra: Deus fez o homem com o pó da terra, com a lama, soprou sobre o

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sopro da vida e ele tornou-se um ser vivo (Gn 2,7). Depois, adormeceu-o, tirou-lhe uma costela e com ela fez a mulher, que, apresentada ao homem, ele a reconheceu como osso dos seus ossos, carne da sua carne, a companheira adequada para preencher a sua solidão (Gn 2,21-24). Que a nossa origem esteja no pó, isso não denota nenhuma antropologia negativa, pois trata-se do pó que Deus ama, do qual fez o homem, com as suas mãos, à sua imagem e semelhança. Em rigor, segundo o texto bíblico, só o homem vem do pó, pois a mulher vem do interior do homem. Quer dizer que entre o homem e a mulher há uma profunda relação de interioridade, que faz com que um seja para o outro e só nesta relação, de origem e de dependência recíprocas, podem realizar aquela unidade de uma só carne, e que é o mistério mais profundo do amor unitivo e procriativo que caracteriza o matrimónio humano e cristão. A nossa origem está nas mãos de Deus, está em Deus, donde vimos e para onde vamos.

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Reflectir E aqui está o segundo aspecto do mistério da quarta-feira de cinzas e da Quaresma: «lembra-te, ó homem, que és pó e que em pó te hás-de tornar» (Gn 3,19). É o mistério da nossa morte. Se virmos bem, só temos duas «horas»: esta que estamos a viver, que concentra em si todo o passado de que é o futuro já realizado, e a hora da nossa morte, que coincide com esta, pois não sabemos se ainda havemos de ter outra. É isso que pedimos na segunda parte daquela oração tão simples, mas tão bela, tantas vezes repetida, na recitação do terço: Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Recordar estas duas verdades, hoje infelizmente esquecidas, é o segredo da sabedoria humana e cristã. O mundo do nosso tempo não pensa nisto: não sabe donde vem, e por isso não respeita a vida na sua origem, defendendo e praticando o aborto; não pensa no fim, defendendo a eutanásia. Ao contrário da Ave-Maria, na qual pedimos a Nossa Senhora a sua protecção nas duas horas decisivas da nossa vida, o Estado actual, com as legislações recentemente aprovadas na Assembleia da República e outras que já assomam no horizonte, abandona os cidadãos nos momentos mais difíceis da sua vida: quando uma mulher se sente angustiada pela sua gravidez, desampara-a, não 4

permitindo sequer que se aconselhe, ficando entregue a si mesma, desamparada perante a pressão social, hoje terrivelmente abortiva; quando um doente terminal ou em grande sofrimento é tentado a pensar que a sua vida está a mais e quase desesperado deseja a morte, o Estado abandona-o a si próprio no pressuposto perverso de que o homem tem nas suas mãos a vida e a morte e pode dispor dela como quiser, esquecendo que a vida é um dom de Deus e que só Deus é Senhor da vida e da morte. No momento em que o homem precisa mais de conforto e de consolação, o Estado abandona-o à sua solidão na ilusão de uma liberdade que não tem. É importante aproveitarmos este tempo sapiencial da Quaresma e tomarmos a sério o que pedimos na segunda parte da Ave-Maria: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora na nossa morte. Só temos duas horas, e essas não nos pertencem, porque não nos pertencemos. A nossa vida repousa nas mãos de Deus. Que Ele seja o nosso conforto e protecção; que a Virgem Maria seja o nosso refúgio na hora da tentação!

Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj Assistente Espiritual da Fundação AIS

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Quénia Superfície 581.313 Km2

• Chade

Religiões Cristãos – 84,8% Protestantes – 59,2% Católicos – 22,5% Outros cristãos – 3,1%

• Etiópia

• Sudão

População 44 milhões (2013)

• Somália • Uganda • Zaire

•Quénia

Ruanda • Burundi •

Hindus – 0,1% Muçulmanos – 9,7%

OCEANO ÍNDICO

• Somália

Outras religiões – 1,2% Religiões tradicionais – 1,7% • Maláui

Sem religião – 2,5% Línguas oficiais Inglês, suaíli; mais de 40 línguas

• Luanda • Moçambique • Zâmbia

Atlântico QUÉNIA

• Zimbábue

AMEAÇAS CRESCENTES Pressionado pelo Islão radical, com incursões da Somália, problemas regionais, persistência de tensões étnicas, atentados contra os Cristãos, o Quénia encontra-se na encruzilhada de ameaças importantes. A Igreja procura promover a paz neste campo minado. O massacre ocorrido na universidade de Garissa, que provocou a morte de 148 quenianos a 2 de Abril do ano passado, apesar de ser o mais sangrento, não é, de modo nenhum, um acto isolado. Desde 2011 que se multiplicaram no Quénia os atentados homicidas. Uma granada numa discoteca de Nairobi, a 24 de Outubro de 2011, Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

ataques repetidos contra as igrejas em 2012 e 2013, um atentado contra o centro comercial Westgate, na capital, a 21 de Setembro de 2013 (67 mortos e 200 feridos), ataques a partir de Junho de 2014 contra a região turística de Lamu (na costa, perto da Somália), a pressão continua a aumentar.

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Quénia Desde 2011 que os ataques contra as igrejas multiplicaramse. Este convento queimado é uma das provas.

A 10 de Junho de 2014 foi assassinado o Imã xeique Mohamed Idris, figura influente do Islão moderado e adversário declarado do jihadismo. Expulso da sua mesquita por uma centena de jovens muçulmanos radicais, no final de 2013, advogava o diálogo entre religiões e com as autoridades quenianas, mas receava pela sua vida. Em Setembro de 2014, as autoridades do país decidiram fechar algumas madrassas (escolas corânicas) para lutar contra o terrorismo religioso, sinal de uma tensão crescente. Aquando de uma conferência de imprensa em Nairobi, em meados de Dezembro de 2014, os responsáveis religiosos cristãos apelavam aos Muçulmanos para redobrarem os seus esforços com vista a acabar com o radicalismo dos jovens. Alertavam-nos para 6

um caminho perigoso e denunciavam o assassinato de sessenta e quatro cristãos nas três semanas anteriores, em Mandera, cidade situada na fronteira com a Somália, e nos seus arredores. De todas as vezes, os não muçulmanos foram separados dos muçulmanos antes de serem abatidos. Esta radicalização do Islão inquieta o poder, mas também as Igrejas cristãs que são principalmente visadas. Todavia, a Igreja Católica procura o apaziguamento e exorta à unidade. “Devemos permanecer unidos e não dar a ninguém a impressão de que se trata de uma guerra entre Cristãos e Muçulmanos”, declarou o Cardeal John Njue, Arcebispo de Nairobi, Domingo de Páscoa (5 de Abril de 2015), três dias após o massacre de Garissa. Sementes de Esperança | Março 2016


Quénia O Quénia é um país maioritariamente cristão (78%), excepto na parte onde os muçulmanos são mais numerosos.

Depois de ter condenado a “brutalidade louca” do ataque e “rezado pela conversão dos que o haviam perpetrado”, o Papa Francisco convidava, alguns dias mais tarde, a Igreja do Quénia a ser “um instrumento de reconciliação de justiça e de paz” desejando que seja “uma voz profética” neste país para defender os pobres e lutar contra a corrupção.

ACÇÕES LOCAIS E REGIONAIS Mas, para além desta radicalização, há outras razões para explicar estas violências: acções locais de disputa territorial e acções regionais que incluem múltiplos intervenientes. No que respeita às acções locais há, claro, a fronteira com a Somália, esta zona cinzenta deixada sob o controlo das milícias islamitas, a mais conhecida das quais é a dos chebab, literalmente, os jovens! Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

A Igreja desempenha um papel primordial na educação das crianças.

O exército queniano tem intervindo na Somália para combater estas milícias desde Outubro de 2011, o que corresponde ao início dos atentados no Quénia. Esta intervenção teve lugar na sequência do rapto dos turistas, no Quénia, pelos chebab. Ora, constituindo o turismo a segunda fonte de divisas, o Quénia tinha de reagir. O ataque de Garissa e outros foram uma resposta a esta intervenção. Mas, indubitavelmente, não se trata só de turismo. O Quénia cobiça o Jubaland, um território de 90.000 Km2 com uma frente marítima de 120 Km, território que foi retirado ao Quénia pela Grã-Bretanha, em 1925, e entregue à Somália italiana como recompensa da aproximação de Roma aos Aliados, durante a 1ª Guerra Mundial. 7


Quénia “Devemos permanecer unidos” apelou o Cardeal Njue (Nairobi), após os últimos atentados.

Nairobi nunca aceitou esta amputação, tanto mais que a região tem importantes reservas de petróleo no mar. Estas acções locais são complicadas, como por toda a África, com as problemáticas étnicas, dado que a população maioritária do norte do Quénia é constituída por somalis, o que torna as acções fronteiriças mais difíceis de gerir. Acrescentemse as acções regionais que se focalizam em torno do projecto Lapsset (Lamu Port and Lamu Southern Sudan-Ethiopia Transport Corridor), um gigantesco projecto de infraestrutura que consiste num corredor de 200 m de largura por mais de 1.000 Km, no interior do qual devem passar uma auto-estrada, uma via-férrea, um pipeline e um canal de fibra óptica. O objectivo deste corredor é abrir a Etiópia (que já não tem faixa 8

marítima desde a independência da Eritreia, hoje em dia Jibuti), o Sudão do Sul (que depende inteiramente de Cartum para a exportação do seu petróleo) e o Uganda (que procura exportar o petróleo do Lago Albert). Ora, o Sudão do Norte e a Eritreia não têm, evidentemente, nenhum interesse em que este projecto se conclua. A desestabilização do Quénia e o abandono deste projecto são, pois, prioridades estratégicas para estes países, cujas acções se sobrepõem às acções locais. Podemos, por isso, infelizmente, esperar a continuação deste tipo de ataques que, muito provavelmente, continuarão de modo específico a visar os Cristãos.

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Quénia De uma maneira geral, a Igreja sentese cada vez mais ameaçada.

MORATÓRIA SOBRE AS SEITAS Uma série de escândalos de costumes e de desordens atribuídas aos responsáveis das “novas igrejas” no Quénia, levou o Governo a suspender, a 13 de Novembro de 2014, por tempo indeterminado, o registo de novas seitas no país. Redigida em Dezembro, uma nova lei impõe medidas restrictas para as organizações religiosas. Estas novas disposições regulamentares destinam-se a fazer uma limpeza no seio de uma oferta exagerada e a controlar melhor as actividades destas organizações.

UM PRESIDENTE NA TPI Eleito a 9 de Abril de 2013, o actual presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, era acusado de crimes contra a humanidade Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

sob a suspeita de haver fomentado, em 2007, violências pós eleitorais que provocaram mais de 1.300 mortos. Convocado para Haia, a 8 de Outubro de 2014, pelo Tribunal Penal Internacional, este anunciou, a 5 de Dezembro, o abandono do processo por falta de provas suficientes. Convém, no entanto, relembrar que o Governo queniano tinha recusado enviar ao Tribunal um determinado número de documentos.

Oração Para que o Quénia seja abençoado com o dom da paz e os Cristãos possam viver em harmonia e ser testemunhas de Jesus, o Bom Pastor, nós Te pedimos Senhor!

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Oração SÃO JOSÉ É O PAI DA NOVA EVANGELIZAÇÃO! 19 DE MARÇO São poucos os que sabem que São José teve um papel especial na preparação do Concílio Vaticano II. O Papa João XXIII escolheu São José como o protector do Concílio, na sua Carta Apostólica de 19 de Março de 1961, Le Voci che da tutti. Além disso, no encerramento da primeira sessão do Concílio Vaticano II, em 8 de Dezembro de 1962, São João XXIII, inseriu São José no Cânon da Missa. Actualmente, o patrono do Concílio Vaticano II, que apareceu durante o Milagre do Sol, em Fátima, para abençoar o mundo com o Menino Jesus nos braços, quase uma centena de anos atrás, é agora apelidado de “Pai da Nova Evangelização” e “o santo padroeiro do terceiro milénio”. Desta forma é favorável neste mês a ele dedicado pedir a sua ajuda e protecção para nós e para todo o mundo, em necessidade de paz e da graça de Deus. Tal como lemos na Sagrada Escritura, “Ide a José!” (Gn 41,55) ORAÇÃO ANTIGA A SÃO JOSÉ Ó São José, cuja protecção é tão grande, tão forte, tão imediata diante do trono de Deus: a vós confio todas as minhas intenções e desejos. Ajudai-me, São José, com a vossa poderosa intercessão e obtende-me todas as bênçãos espirituais por intercessão do vosso Filho adoptivo, Jesus Cristo, Nosso Senhor, de modo que, ao confiar-me, aqui na terra, ao vosso poder celestial, Vos tribute o meu agradecimento e homenagem. Ó São José, eu nunca me canso de contemplar-Vos com Jesus adormecido nos vossos braços. Não ouso aproximar-me enquanto Ele repousa junto do vosso coração. Abraçai-O em meu nome e beijai por mim o seu delicado rosto, e pedi-Lhe que me devolva esse beijo quando eu exalar o meu último suspiro. São José, padroeiro das almas que partem e dos trabalhadores, rogai por mim. NOTA: Esta oração foi encontrada no ano 50 depois de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Em 1505, foi enviada pelo Papa ao Imperador Carlos quando ia para a batalha [de Lepanto]. Todo aquele que ler esta oração ou a ouvir ler ou a guardar consigo, não morrerá de morte repentina ou afogado, nem qualquer veneno terá poder sobre ele, não cairá nas mãos do inimigo, nem se queimará no fogo, nem será vencido em combate. Recite-se durante nove manhãs por qualquer intenção que se deseje. Não consta que tenha falhado alguma vez.

“Queria eu persuadir a todos para que fossem devotos deste glorioso santo, pela grande experiência que tenho dos bens que ele alcança de Deus. Não conheci pessoa que deveras lhe seja devota e faça particulares serviços, que não a vejamos mais adiantada nas virtudes porque muito aproveitam as almas que a ele se encomendam. Parece-me, já há alguns anos, que a cada ano, em seu dia, lhe peço uma coisa e sempre a vejo cumprida. Se o pedido segue meio torcido, ele endireita-o para o meu bem.” - Santa Teresa d’Ávila (Livro da Vida 6,6-8)

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2016 - Ano Santo da Misericórdia

O VALE DE ACÓR Há 22 anos, na Diocese de Setúbal, o então Bispo D. Manuel Martins, sentiu a falta de uma resposta estruturada e competente da Igreja ao flagelo que na altura se vivia da toxicodependência. Desta preocupação nasceu a Associação Vale de Acór, que ainda hoje tem por missão de ser uma Ajuda da Igreja a quem Sofre de dependências.

é estar em relação, é estar disponível. E no Vale de Acór é dada a oportunidade a quem chega de aprofundar uma vida de relação, depois de enfrentada, por vezes, durante demasiado tempo, a solidão. A Associação Vale de Acór tem diversificado o âmbito das suas intervenções, sempre com o denominador comum de

A Associação Vale de Acór foi constituída em 1994 como Instituição Particular de Solidariedade Social. Entendendo a dependência como consequência da falta de sentido para vida. Todo o trabalho terapêutico-educativo realizado pretende, para além da libertação física da substância, levar a pessoa a reencontrar-se consigo mesmo e recuperar a humanidade e o respeito por si própria. É proposto a quem recebemos um “caminho para voltar a ser pessoa”. Ser Pessoa Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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procurar servir os novos pobres das sociedades da abundância, intervindo com ousadia e competência profissional. Hoje recebe toxicodependentes e alcoólicos, dependentes com problemas psiquiátricos (Duplo Diagnóstico) e dependentes reclusos e ex-reclusos. Tem a funcionar as seguintes valências:

residentes, numa fase decisiva posterior à Comunidade Terapêutica, de procura de emprego e de estabelecimento de uma rede de amigos e de consolidação de um sentido novo para a vida; presença regular na Prisão de Setúbal, para promover a liberdade e dignidade dos

- Uma Equipa de Intervenção Directa, que vai ao encontro de quem precisa, iniciando um trabalho de motivação para o tratamento e fazendo o encaminhamento para os serviços de saúde; uma Comunidade Terapêutica, onde se inicia o programa terapêutico-educativo de recuperação, licenciada e protocolada pelo Ministério da Saúde, com uma média de 70 residentes; uma Casa de Reinserção, que acompanha o percurso de normalização de vida dos 12

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reclusos; acompanhamento Familiar das pessoas ligadas por vínculos de sangue e/ou afectos dos residentes em tratamento; Acompanhamento Social, em parceria com a Segurança Social de Almada, de processos com utentes dependentes no âmbito do Rendimento Social de Inserção e Acção Social. A resposta que a Associação Vale de Acór procurar dar ao problema das dependências está assim enraizada na pertença à Igreja Católica, que nos interpela e sustenta a viver o trabalho que realizamos como uma Missão, e uma Missão sustentada numa Cultura de Serviço - promovemos uma atenção e um cuidado no que fazemos na convicção de que, como nos diz João Paulo II, “servir é ser homem para o outro”.

CONTACTOS Associação Vale de Acór R. D. Álvaro Abranches da Câmara 4, 2800-016 Almada Tel: 212 721 220 Fax: 212 721 221 Email: valedeacor@a-valedeacor www.a-valedeacor.pt

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Actualidade CORRIGIR OS QUE ERRAM

Correcção fraterna

A correcção fraterna deve ser sempre um acto que une misericórdia e verdade, compaixão e parrésia, amor ao irmão e obediência ao Evangelho, autoridade e doçura. Na comunidade cristã a correcção do irmão que cai no erro é uma responsabilidade associada ao facto de todos nós sermos membros do mesmo corpo. Na correcção fraterna, eu rompo com o individualismo que me dissocia do outro e que me leva a pensar apenas em mim e na minha «perfeição» individual; assumindo o encargo da correcção, saio da indiferença em que muitas vezes me refugio para me proteger do duro encontro com o outro; com ela, mostro que sou responsável pela santidade do irmão e assumo o seu pecado como se fosse meu. Afinal, em que consiste a correcção fraterna? O verbo grego muitas vezes utilizado no Novo Testamento indica «colocar a mente» sobre outro para ajudá-lo a descobrir os seus enganos, e a evitá-los: trata-se, portanto, de uma atenção amorosa, de uma vigilância sobre o outro a fim de corrigir os seus eventuais erros. Além disso, a correcção é necessária para não alimentar rancor no coração: com efeito, se não se corrige o irmão pecador, chegar-se-á a odiá-lo. A correcção não é, portanto, apenas para bem do irmão que recebe a correcção, mas também para bem daquele que a aplica. Quem, podendo fazê-lo, não corrige o irmão, peca contra o mesmo. A correcção pretende fazer o irmão regressar à relação de aliança: por isso, deve ser reactivado o movimento de escuta, estabelecendo um contexto de confiança. A correcção, com efeito, deve dar-se não como juízo, mas como serviço de verdade e de amor ao irmão. Embora essencial na vida espiritual e eclesial, a correcção fraterna é pouco e mal praticada. Porquê? Porque a verdadeira correcção exige um trabalho sobre si, da parte de quem a exerce; um trabalho que o leve a aprender a conviver com o mal do outro e também com o seu próprio mal. Só quem aprendeu a discernir o mal que habita em si poderá assumir o mal do irmão e tratá-lo como médico experiente. Experiente com base na própria vivência de doente que foi curado, de pecador que foi perdoado. Se é difícil aplicar a correcção, também não é fácil recebê-la: as pessoas recusam-se a abrir o coração, a admitir os erros, temem a humilhação, iludem-se, pensando que conseguirão corrigir-se a si próprias, sem necessidade de ajuda, esperam que as coisas se resolvam sozinhas, com o tempo. A correcção fraterna, rectamente entendida e vivida, pode tornar-se uma relação sacramental em que, através de um ser humano, o próprio Deus se faz presente a outro ser humano. Se tudo isto ocorrer, a correcção fraterna poderá produzir um fruto de paz e de bênção. Luciano Manicardi, © Laboratório da fé, 2015

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Actualidade SIGNIFICADO E DATA DA PÁSCOA CRISTÃ Estamos a aproximar-nos da festa da Páscoa e talvez muitos se questionem: o que significa esta festa? E por que é celebrada cada ano numa data diferente? Para responder a estas questões temos de fazer uma viagem no tempo. De facto, a origem desta festa é muito antiga e foi-se desenvolvendo e adquirindo significados cada vez mais ricos. No mundo mediterrâneo, muitos anos antes de Cristo, havia uma festa da passagem do Inverno para a Primavera, no mês de Março. Geralmente esta festa era realizada na primeira lua cheia da “época das flores”. Os judeus celebravam essa festa no seu início. Mas, por volta do ano 1250 a. C., a dita festa ganhou novo significado: começou a significar uma passagem (Passah): ou a passagem de Deus no Egipto, ferindo os primogénitos e libertando o povo escravo do faraó; ou a passagem do povo da escravidão à liberdade, com a importante travessia do Mar Vermelho. A Páscoa tornou-se então a festa central do povo de Israel. Entre os Cristãos a Páscoa ganha novo significado: Cristo morreu durante a Páscoa dos Judeus, que se celebrava no dia 14 de Nisán do calendário judaico, ou seja entre Março e Abril no nosso calendário actual. Esse dia coincidia sempre com a primeira lua cheia da Primavera. Os Cristãos, nos primeiros anos da vida da Igreja, celebravam o Domingo – a Páscoa dominical – o dia da passagem da morte à vida nova de Cristo. E a festa cristã da Páscoa anual surge por volta do ano 150. Para determinar uma data anual, os Cristãos discutiram muito, segundo a forma de compreender o mistério pascal de Cristo. Por um lado, os asiáticos entendiam que é Cristo que “passa” da morte à vida. Os romanos, por outro lado, acentuavam que somos nós os que passamos da morte à vida através da morte e ressurreição de Cristo. De acordo com essa diferente forma de considerar o mistério pascal, começou a celebrar-se a Páscoa em diferentes datas: a maioria dos Cristãos (inclusive a Igreja em Roma) celebrava-a no Domingo seguinte ao dia 14 de Nisán; e os Cristãos da região da Ásia Menor celebravam a Páscoa sempre no dia 14 de Nisán. No ano 325 foi celebrado o Concílio de Nicéia, ou seja, a reunião de todos os bispos católicos do mundo, convocados pelo imperador Constantino, para discutir questões doutrinais que preocupavam os pastores da Igreja. Nessa importantíssima reunião definiu-se a data da Páscoa, decisão que segue vigente até aos nossos dias. Ficou então definido: 1º - Que a Páscoa deve ser celebrada sempre no Domingo; 2º - Que jamais possa ser celebrada no mesmo dia que é celebrada pelos judeus; isso implica que quando o dia 14 de Nisán coincidir no Domingo, a Páscoa deverá ser celebrada no Domingo posterior; 3º - Que é proibido aos Cristãos celebrar a Páscoa duas vezes no mesmo ano. Dessa forma ficou estabelecido o critério para a celebração da Pascoa cristã, que celebra a ressurreição de Cristo e a nossa passagem da vida antiga de escravos do pecado à vida livre dos filhos de Deus e então podemos entender porque a maior festa cristã é celebrada sempre em datas diversas. A Páscoa sempre foi considerada uma celebração da vida. Da vida nova que nasce na Primavera, e da vida nova que nasce de Deus: do Deus que liberta o seu povo por amor e que o faz vencer a morte pela ressurreição de Cristo. Muito posteriormente, uniu-se à Páscoa o símbolo do coelho, animal que representa a fecundidade e a beleza da vida. A figura do coelho da Páscoa foi trazida para a América pelos imigrantes alemães entre o final do séc. XVII e início do séc. XVIII. E os ovos da Páscoa simbolizam a alegria da vida, que nos é dada gratuitamente. Pe. Anderson Alves, 02 de Abril de 2014 (Zenit.org) Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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Destaque

OS SONHOS DE JOSÉ “José, homem escolhido por Deus para uma missão única e imprescindível, é, juntamente com Maria, o primeiro cristão, o primeiro a viver com e para Cristo, colocando-se inteiramente ao serviço dos planos de Deus. Fazendo seus os sonhos de Deus para a sua vida e para a Humanidade, torna-se, pelas suas virtudes e conduta, um modelo para todos os homens – crentes e não-crentes. Um modelo para os seres humanos de todos os tempos.”

Este livro, com belíssimas ilustrações, salienta alguns aspectos relevantes da vida de São José a partir dos quais podemos entrar em oração. Autora: Maria Teresa Maia Gonzalez Ilustradora: Isabel Monteiro

Cód. LI138

€ 5,00

96 páginas

SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre PROPRIEDADE Fundação AIS DIRECTORA Catarina Martins de Bettencourt REDACÇÃO E EDIÇÃO P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira, Ana Vieira e Félix Lungu FONTE L’Église dans le monde – AIS França FOTOS © AIS; © KCCB; Sagrada Família, Juan Simon Gutierrez; Perdoada, Greg Olsen

CAPA PERIODICIDADE IMPRESSÃO PAGINAÇÃO DEPÓSITO LEGAL ISSN

Jesus lava os pés a Pedro na Última Ceia, Ford M. Brown 11 Edições Anuais Gráfica Artipol JSDesign Isento de registo na ERC ao 352561/12 abrigo do Dec. Reg. 8/99 2182-3928 de 9/6 art.º 12 n.º 1 A

Rua Professor Orlando Ribeiro, 5 D, 1600-796 LISBOA T el 21 754 40 00 • Fax 21 754 40 01 • NIF 505 152 304 fundacao-ais@fundacao-ais.pt • www.fundacao-ais.pt


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