Sementes de
Novembro 2018
Esperança Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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Intenção de Oração do Santo Padre UNIVERSAL
Ao serviço da paz Para que a linguagem do coração e do diálogo prevaleça sempre sobre a linguagem das armas.
16 de Novembro SANTA GERTRUDES, Magna, monja, + 1303 Oração de Santa Gertrudes Eterno Pai, ofereço o Preciosíssimo Sangue de Vosso Divino Filho Jesus, em união com todas as Missas que hoje são celebradas em todo o mundo, por todas as santas Almas do Purgatório, pelos pecadores, em todos os lugares, pelos pecadores, na Igreja Universal, pelos da minha casa e meus vizinhos. Ámen. Prometeu o Senhor a Santa Gertrudes que seriam libertas 1000 Almas do Purgatório, cada vez que esta oração fosse rezada, sendo ainda extensível aos pecadores ainda em vida.
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Reflectir INTENÇÃO NACIONAL
Pela promoção da devoção ao Coração de Jesus nas nossas paróquias, nas nossas comunidades e nas famílias, como resposta à crise na Igreja e no mundo hoje.
A resposta à crise na Igreja e no mundo hoje Há 340 anos, Jesus apareceu a Santa Margarida Maria Alacoque, no dia 16 de Junho de 1675. O Seu Coração estava rodeado por chamas de amor, coroado de espinhos, com uma ferida aberta da qual brotava sangue e, do Seu interior, saía uma luz. Disse então Jesus a Santa Margarida Maria: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nunca se poupou, até se esgotar e se consumir para lhes demonstrar o Seu amor. E como reconhecimento Eu só recebo, da maior parte dos homens, ingratidões, pelas suas irreverências e seus sacrilégios, e pelas friezas e os desprezos que têm para comigo neste sacramento de amor (Eucaristia). Mas aquilo que ainda é para Mim mais doloroso é que são corações que me são consagrados que me tratam assim. Por isso, Eu te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa especial para honrar o Meu Coração, comungando e fazendo um acto de reparação, em satisfação das ofensas recebidas durante o tempo que estive exposto nos altares. Eu te prometo também que o Meu Coração Se dilatará para distribuir com abundância as influências do Seu divino amor sobre aqueles que Lhe prestem culto e que procurem que Lhe seja prestado.”
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Promessas do Sagrado Coração de Jesus “Eu lhes darei todas as graças necessárias para seu estado.* Eu darei paz às suas famílias. Hei-de consolá-las em todas as suas aflições.* Serei um refúgio seguro durante a vida, e sobretudo na hora da morte. * Abençoarei todas as suas empresas. * Os pecadores encontrarão no meu coração, a fonte e o oceano infinito de misericórdia. * As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas. * As almas fervorosas elevar-se-ão a uma grande perfeição. * Abençoarei as casas onde se achar exposta e honrada a imagem do meu coração. * Eu darei aos sacerdotes o poder de tocar os corações mais endurecidos. * As pessoas que propagarem esta devoção terão para sempre o seu nome inscrito no meu coração. * Darei a graça da penitência final e dos últimos sacramentos aos que se confessarem e comungarem na primeira sexta-feira de nove meses seguidos.”
A minha infância Fui embalado nesta devoção: ainda me lembro das primeiras sextas-feiras celebradas na minha Igreja paroquial, dirigida pelo Pároco, meu padrinho, diante do altar do Coração de Jesus, com a bela imagem do Senhor
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Reflectir com o seu rosto bondoso a olhar para baixo, para os devotos, com os braços abertos e mostrando o seu Coração. Não é por saudosismo do passado, mas por convicção interior, que estou a promover esta devoção ao Coração de Jesus, a expressão mais profunda do amor de Deus por cada um de nós. Além da imagem que desde pequeno contemplei na igreja onde fui baptizado, aquela que para mim é a mais expressiva é a que O representa com o Coração nas mãos, oferecendo-o e como que convidando o devoto a oferecer-Lhe também o seu, numa misteriosa proposta de “troca dos corações”. O coração que a mão esquerda sustenta e oferece está ferido, atingido pela lança do soldado na Sexta-Feira Santa, do qual saiu sangue e água, sinais da Igreja e dos Sacramentos, que brotam no Coração do Redentor. A ferida visível permite contemplar a ferida invisível do amor! O sentido da reparação ao Coração de Jesus é a gratuidade da adoração e da presença, para estar simplesmente com Ele, em serena e tranquila companhia, a dar-Lhe a alegria de se deixar ver por Ele. Por isso, pelo menos em cada primeira sexta-feira reservemos algum tempo, para permanecermos em silêncio, contemplando uma imagem do Coração de Jesus, deixando-nos envolver pelo Seu terno olhar. Aqui vos deixo uma belíssima oração, que começa com as palavras que o Coração de Jesus dirigiu a Santa Margarida.
Acto de reparação “Eis o Coração que tanto amou os homens e que não recebe da maioria, e muitas vezes dos que mais amou, senão desprezo, ingratidão e esquecimento. Nós ouvimos, Senhor, 4 FO Nov18.indd 4
as Vossas dolorosas queixas. Pois revelastes à bem-aventurada serva e discípula do Vosso coração, que tal ingratidão Vos é mais sensível que tudo o que sofrestes na Vossa Paixão; e que, se Vos retribuíssem ao menos com um pouco de amor, teríeis como nada o que fizestes pelos homens. É esta retribuição de amor que nos esforçamos por dar-Vos. É por nosso amor compadecido e reconhecido que poderemos agora consolar-Vos. Possamos viver, unicamente, a vida de abandono, imolação e amor, de que o Vosso Coração tem sede! Como Maria Madalena, queremos derramar sobre os Vossos pés e Vossa sagrada cabeça o perfume de um humilde amor e culto fervoroso. Com Verónica, queremos consolar-Vos de todos os ultrajes com que haveis sido saturado. Com a Vossa santa Mãe, com S. João e todos os fiéis amigos presentes no Calvário, queremos estar sempre ao Vosso lado, em lugar dos que amastes e Vos deixaram. Assim pudéssemos, com o nosso zelo apostólico, conquistar-Vos todos os corações! Seja amado por toda a parte o Sagrado Coração de Jesus! Amado, agradecido e consolado, seja sempre e em toda a parte, o Coração adorável de Jesus! Ámen!” Todas as primeiras sextas-feiras, das 18h às 19h30, estarei na Capela do Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, com todos aqueles que lá puderem acompanhar-me nesta devoção que já foi e que será a nossa resposta para a superação da crise na Igreja e no mundo que hoje vivemos. Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj Assistente Espiritual da Fundação AIS
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Superfície 33.846 km2
•Bielorrússia •Rússia
Polónia•
População 3,5 milhões de habitantes Religiões Ortodoxos: 93% Protestantes: 2%
•Ucrânia
Eslováquia•
Hungria•
Católicos: 0,3%
Moldávia• Roménia•
Agnósticos: 2,4% Outros: 2,3%
Sérvia• Bulgária•
Língua oficial Romeno Grécia•
Mar Negro
• Turquia
MOLDÁVIA
UM PAÍS DIVIDIDO ENTRE O ORIENTE E O OCIDENTE Principal região vinícola da ex-URSS, a Moldávia tornou-se em 1991 um dos países mais desfavorecidos da Europa. Minoritária, a Igreja Católica desempenha um reconhecido papel de serviço aos mais pobres. O Tratado de Bucareste, assinado a 28 de Maio de 1812 a seguir à guerra russo-turca de 1806-1812, estabelecia a paz entre o Império Otomano e o Império Russo em detrimento do Principado da Moldávia, na altura dividido em dois. A parte ocidental, que se tornou a Roménia, encontra-se mais próxima da Europa central, pertencendo hoje à União Europeia e à NATO. A parte oriental, a Moldávia de hoje, Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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encontra-se mais perto da esfera russa, membro da CEI. Com uma língua muito parecida com a romena e com 70% da população de origem romena, os Moldavos não renunciaram à ideia de reunificar o seu país, mesmo que a independência e a integridade territorial da Moldávia sejam consideradas pela maioria, bem como pela NATO e pela 5 16/10/18 15:50
Moldávia
A Igreja é muito activa na área da educação e da assistência médica.
Rússia, necessárias para a manutenção da paz na região. Os 30% de russófobos, a maior parte de origem russa ou ucraniana, desejam o equilíbrio e ameaçam a divisão do país (criando in factum a Transnístria e a Gagauzia [ver caixa] que não existiam na época soviética), estando assim o país mais virado para o Ocidente. Quando nas eleições presidenciais moldavas de 2016 foi eleito o candidato pró-russo, Igor Dodon, o seu programa compreendia a denúncia imediata do acordo de associação entre a Moldávia e a União Europeia, a adesão da Moldávia à união alfandegária Rússia-BielorrússiaCazaquistão, a manutenção da 14ª armada russa na Transnístria e a mudança, por referendo, dos símbolos do Estado, que ele considerava muitos parecidos com os da Roménia. Na realidade, a Moldávia está a tentar um afastamento e com razão 6 FO Nov18.indd 6
procura manter as boas relações com as duas entidades. Estima-se que um quarto da população Moldava partiu para trabalhar na Europa ocidental ou na Rússia. O dinheiro enviado para a Moldávia por estes expatriados económicos representa um terço do PIB do país. Sem esta ajuda a economia moldava entraria em colapso. O desenvolvimento do país é evidentemente uma das chaves para reduzir esta hemorragia que esvazia o país das suas forças vivas e que priva 250.000 crianças moldavas da presença dos pais.
A TRANSNÍSTRIA Três meses depois da independência da Moldávia, em Dezembro de 1991, a República Moldava do Dniestr, ou Transnístria, proclama a sua independência em relação a Chisinau, a Sementes de Esperança | Novembro 2018
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Moldávia A capital Tiraspol oferece a todos os visitantes a impressão de uma viagem no tempo, com bustos de Lenine e símbolos soviéticos em cada esquina.
capital moldava, e solicita a sua anexação à Rússia. Não reconhecido pela comunidade internacional, este Estado conta com meio milhão de habitantes para uma superfície de 4.183 km2 e possui a sua própria Constituição, a sua bandeira, o seu hino, o seu presidente, o seu Parlamento, o seu Governo, o seu exército, a sua moeda e utiliza o alfabeto cirílico. A sua capital, Tiraspol oferece a todos os visitantes a impressão de uma viagem no tempo, com bustos de Lenine e símbolos soviéticos em todas as esquinas das ruas, apesar de hoje em dia 91% da população tenha a religião ortodoxa, ligada ao Patriarcado de Moscovo. Os Católicos (4%, principalmente polacos) são activos e respeitados. Esta tensão entre duas afiliações, o Leste ou o Oeste, verifica-se igualmente Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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no plano eclesiástico com uma divisão entre os Ortodoxos Moldavos. Em 1992, o Patriarcado Ortodoxo de Bucareste estendeu a sua jurisdição à Moldávia, criando a Igreja Ortodoxa de Bessarábia enquanto, por outro lado, o Patriarcado de Moscovo, assumindo a independência política da Moldávia, conferiu à Igreja Moldava, na mesma altura, um estatuto de autonomia. Assim, encontramo-nos com duas Igrejas Ortodoxas em competição. Com 10.000 fiéis, ou seja 0,3% da população, a Igreja Católica é extremamente minoritária. Um só Bispo abrange todo o país há 24 anos. Primeiramente nomeado administrador apostólico em 1993, D. Anton Cosa foi nomeado bispo de Chisinau em 2001. A diocese conta com 28 padres distribuídos por 20 paróquias e 40 religiosas. Para a maior parte dos fiéis, a língua de comunicação é o russo, mas 7 16/10/18 15:50
Moldávia
Tiraspol, capital da Transnístria
também se celebra em romeno, polaco, italiano e inglês. A Igreja é muito activa no domínio da acção social, da educação e da assistência médica. “A vocação da nossa Igreja”, testemunha D. Cosa, “é crescer ao lado de todos aqueles que nada têm, que se sentem excluídos da sociedade, que foram privados da sua dignidade e da sua humanidade.” Oração Para que os Católicos da Moldávia continuem a semear, com perseverança e esperança, o amor e a Palavra de Deus no coração dos seus compatriotas, nós Te pedimos Senhor!
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D. Cosa: “A nossa Igreja cresce ao lado daqueles que nada têm.”
Gagaúzia Um nome engraçado para esta região repartida por quatro territórios não contíguos e que conta com 155.000 habitantes, sendo a maioria deles gagaúzes, população turcófona cristã ortodoxa! Na sequência de uma troca de populações com o Império Otomano em 1812, os Gagaúzes falam uma língua muito próxima da turca impregnada de palavras búlgaras e romenas. A região conhece um desenvolvimento económico importante, especialmente graças aos investimentos turcos, e assim garante a sua autonomia.
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Oração
MeditaçãoMoldávia
A Igreja Esquecida
Cinco Razões para Rezar pelas Almas do Purgatório Quando foi a última vez que ouviu uma homilia sobre o purgatório? Se a sua paróquia for como a maioria, já foi há muito tempo. Agora uma pergunta mais pessoal: quando foi a última vez que rezou pelas almas do purgatório? Se for como muitos católicos, a resposta é: há algum tempo. As almas do purgatório são muito frequentemente esquecidas pelos católicos e temo que muitas vezes confundida com uma visão mal orientada, medieval (como se isso fosse negativo), supersticiosa ou, pior ainda, ecumenicamente insensível. Independentemente das razões para a sua negligência, é doutrina constante da Igreja que o purgatório é muito real e que existem inúmeras almas que precisam das nossas orações. Mas a minha intenção aqui não é provar que o purgatório existe ou fornecer uma base teológica para a sua existência. É antes para o animar a orar pela Igreja que sofre. Eis cinco razões para rezar pelo alívio dos nossos irmãos e irmãs no purgatório. 1. A dor é real - O sofrimento no purgatório é comparado pelos santos a um fogo ardente. De facto, alguns santos chegaram mesmo a dizer que a dor do purgatório não é assim tão diferente do sofrimento do inferno. Uma das principais fontes da dor é o facto de que já se obteve a salvação, mas não se pode desfrutar imediatamente Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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Oração das suas consolações. Esse atraso do gozo do Céu leva a uma espécie de agonia espiritual. São Tomás de Aquino explica-o assim: Quanto mais se anseia por uma coisa, mais dolorosa se torna a privação. E porque depois desta vida o desejo por Deus, o Supremo Bem, é intenso nas almas dos justos (porque este ímpeto em Sua direcção não é impedido pelo peso do corpo, e esse tempo de gozo do Bem Perfeito teria chegado se não houvesse obstáculos), a alma sofre enormemente com o atraso. Assim, as almas do purgatório sofrem de uma maneira muito real e dolorosa, uma maneira que não podemos compreender plenamente. Temos a capacidade de as ajudar e aliviar com as nossas orações e acções. 2. São da nossa família - Muitos de nós temos parentes - avós, tias, tios e pais que morreram e provavelmente estão no purgatório. Deveríamos rezar pelas suas almas pelo amor que lhes temos. Mas mesmo que não tenhamos familiares falecidos de que tenhamos conhecimento, as almas do purgatório são nossos irmãos e irmãs espirituais. Através do baptismo em Cristo fazemos parte da mesma família e essa relação familiar deveria incentivar-nos a agir em favor deles. 3. Provavelmente também iremos para lá – Sejamos francos, a maioria de nós simplesmente não é suficientemente santo para escapar ao purgatório e a grande maioria de nós passará pelas suas chamas purificadoras. Se estivesse a sofrer intensamente, não gostaria que alguém lhe oferecesse alívio? Claro que sim. Rezar pelas benditas almas do purgatório é uma forma de cumprir a regra de ouro que nos é dada por Cristo - fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem. Se sente aversão a rezar por estas pobres almas, então pense simplesmente naquilo que gostaria que lhe fizessem se estivesse no seu lugar. 4. Será uma fonte de alegria – Quem reza pelas almas do purgatório é recompensado. Consegue imaginar a alegria de encontrar um dia, no Céu, irmãos e irmãs em Cristo e perceber que os ajudou com as suas humildes orações? “Ao entrarmos no Céu, iremos vê-los, muitos deles vindo em nossa direcção agradecendo-nos”, disse certa vez o Arcebispo Fulton Sheen [bispo católico americano já falecido], “Perguntaremos quem são e eles dirão uma pobre alma do purgatório pela qual rezaste.” O pequeno sacrifício de tempo que fizemos nesta vida valerá a pena quando virmos os rostos daqueles que beneficiaram das nossas orações. 5. Não é assim tão difícil – Rezar pelas almas do purgatório é muito fácil, tão fácil que não temos desculpa para não o fazer. Uma oração pelas benditas almas 10 FO Nov18.indd 10
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Oração do purgatório pode ser tão simples quanto a curta oração Requiem Aeternam: “Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso, entre os esplendores da luz perpétua. Descansem em paz. Ámen.” Também podemos acrescentar uma breve petição à nossa oração antes das refeições: “Abençoai-nos, Senhor, e a estes alimentos... Que as almas dos fiéis defuntos pela misericórdia divina descansem em paz.” Por que não rezar estas simples orações diariamente? Duas maneiras eficazes de rezar pelas almas do purgatório são rezar o Terço da Divina Misericórdia e recordá-las nas intenções do Terço. O Terço da Divina Misericórdia e o Terço exigem um compromisso de tempo de aproximadamente 10 a 20 minutos. Rezar essas poderosas orações uma vez por semana pelas benditas almas do purgatório não é pedir muito, considerando o benefício que isso traz aos membros da sua família espiritual. Por fim, pode pedir-se para celebrar Missas pelas pobres almas do purgatório. Os Estipêndios de Missa são acessíveis e essa esmola de misericórdia é agradável a Deus e pouco onerosa.
Comece a rezar O purgatório não é mais do que uma experiência da misericórdia ardente e purificadora de Deus, um amor purificador que consome todos os defeitos com a sua intensidade. Embora nos possa parecer estranho pensar em amor e misericórdia como dor infligida, essa é a realidade do purgatório. Temos o poder de ajudar os nossos amigos que sofrem e dar-lhes alívio. Fazer isso é um acto de misericórdia e de amor de doação. O sacrifício que exige de nós é mínimo e, no entanto, as recompensas são grandes. No Dia dos Fiéis Defuntos, renovemos o nosso compromisso de rezar pelos nossos irmãos e irmãs que sofrem no amor purificador de Deus. Requiem Aeternam dona eis, Domine Et lux perpetua luceat eis: Requiescant in pace. Amen. Sam Guzman, In catholicexchange.com
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Cristo Rei 25 de Novembro Prezados irmãos e irmãs, bom dia! Neste último domingo do ano litúrgico, celebramos a solenidade de Cristo Rei do universo. E o Evangelho de hoje leva-nos a contemplar Jesus que se apresenta a Pilatos como Rei de um reino que “não é deste mundo” (Jo 18,36). Isto não significa que Cristo é Rei de outro mundo, mas que é Rei de outro modo, e no entanto é Rei neste mundo. Trata-se de um contraste entre duas lógicas. A lógica mundana está assente sobre a ambição, sobre a competição, combate com as armas do medo, da chantagem e da manipulação das consciências. A lógica do Evangelho, ou seja a lógica de Jesus, ao contrário, exprime-se na humildade e na gratuitidade, afirma-se silenciosa mas eficazmente, com a força da verdade. Às vezes, os reinos deste mundo baseiam-se em prepotências, rivalidades e opressões; o reino de Cristo é um “reino de justiça, de amor e de paz”. Quando se revelou Jesus como Rei? No evento da Cruz! Quem contempla a Cruz de Cristo não pode deixar de ver a surpreendente gratuitidade do amor. Um de vós pode dizer: “Mas Padre, isto foi um fracasso!”. É precisamente na falência do pecado — o pecado é um fracasso — na falência das ambições humanas que há o triunfo da Cruz, a gratuitidade do amor. No fracasso da Cruz 12 FO Nov18.indd 12
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meditação vê-se o amor, o amor que é gratuito, que Jesus nos oferece. Para o cristão, falar de poder e de força significa fazer referência ao poder da Cruz e à força do amor de Jesus: um amor que permanece firme e íntegro, inclusive diante da rejeição, e que se manifesta como o cumprimento de uma vida dedicada na oferta total de si a favor da humanidade. No Calvário, os transeuntes e os chefes zombam de Jesus crucificado, e lançam-lhe o desafio: “Salva-te a ti mesmo, desce da Cruz!” (Mc 15, 30). “Salva-te a ti mesmo!”. No entanto, paradoxalmente, a verdade de Jesus é aquela que, em tom de escárnio, lhe lançam os seus adversários: “Não consegue salvar-se a si mesmo!” Se Jesus tivesse descido da Cruz, teria cedido à tentação do príncipe deste mundo; ao contrário, Ele não pode salvar-se a si mesmo precisamente para poder salvar os outros, porque entregou a sua vida por nós, por cada um de nós. Dizer: “Jesus deu a sua vida pelo mundo” é verdade, mas é mais bonito afirmar: “Jesus deu a sua vida por mim!” (…) E quem compreendeu isto? Quem o entendeu bem foi um dos malfeitores crucificados juntamente com Ele, chamado o “bom ladrão”, que o suplica: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino!” (Lc 23, 42). Mas ele era um malfeitor, um corrupto e fora condenado à morte precisamente por todas as brutalidades que tinha cometido durante a sua vida. No entanto, na atitude de Jesus, na mansidão de Jesus, ele viu o amor. Esta é a força do reino de Cristo: é o amor. Por isso, a realeza de Jesus não nos oprime, mas liberta-nos das nossas debilidades e misérias, encorajando-nos a percorrer os caminhos do bem, da reconciliação e do perdão. Contemplemos a Cruz de Jesus, olhemos para o bom ladrão e repitamos todos juntos aquilo que o bom ladrão disse: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino!”. (…) Quando nos sentirmos frágeis, pecadores e derrotados, peçamos a Jesus que olhe para nós, dizendo-lhe: “Tu estás ali. Não te esqueças de mim!”. Diante das numerosas lacerações no mundo e das demasiadas feridas na carne dos homens, peçamos à Virgem Maria que nos ampare no nosso compromisso de imitar Jesus, nosso Rei, tornando presente o seu reino com gestos de ternura, de compreensão e de misericórdia. Papa Francisco, Angelus, Vaticano, 22.11.2015 Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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Actualidade
São Nuno de Portugal, um santo original 6 de Novembro
São Nuno Álvares Pereira é um santo muito original, precisamente porque, como foi tão normal, foi muito diferente da maioria dos outros santos e, por isso mesmo, muito parecido a todos nós. (…), a capital portuguesa presta-lhe uma merecida homenagem, com a inauguração, no topo da Avenida da Torre de Belém, no Restelo, de uma estátua ao Santo Condestável. A louvável iniciativa da autarquia lisboeta não teria sido possível sem a entusiasta participação dos muitos munícipes que votaram nesta proposta, que tinha sido submetida, entre outras, à sua consideração e que, muito justamente, veio a ser vencedora. Por paradoxal que possa parecer, São Nuno Álvares Pereira é um santo muito original, precisamente por ter sido tão pouco diferente dos fiéis normais. Ou seja, como foi tão normal, foi muito diferente da maioria dos outros santos e, por isso mesmo, pouco diferente do comum dos mortais. Quem percorrer o santoral católico, não pode deixar de concluir que a maioria dos bem-aventurados que, como tais foram reconhecidos pela suprema autoridade eclesial, não coincide com o perfil do cristão corrente e normal. Por exemplo, quase todos os fiéis católicos são casados, mas entre os santos canonizados abundam, pelo contrário, os celibatários, sacerdotes ou religiosos. Raros são os santos que casaram e tiveram filhos, como insólitos são também os que desempenharam alguma profissão civil. Mesmo entre os que exerceram algum ofício, são poucos os que se dedicaram à vida militar, aparentemente irreconciliável com o mandamento novo da caridade. Santidade e pobreza são conceitos que se implicam 14 FO Nov18.indd 14
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Actualidade mutuamente, segundo o programático sermão das bem-aventuranças e, por isso, até à data, não consta nenhum santo multimilionário, nem constam santos endinheirados, ou grandes proprietários. Desde tempos antigos, o poder é visto por alguns como inconciliável com a santidade cristã: não em vão Jesus Cristo rejeitou liminarmente a oferta diabólica de todos os reinos deste mundo e as suas riquezas! Embora haja alguns santos que o foram no exercício de funções políticas, como S. Tomás More e São Luís de França, escasseiam contudo os que o foram sendo militares. Ora São Nuno de Santa Maria, antes de ser frade carmelita, foi tudo isso. Casou e teve vários filhos, entre os quais a que, pelo seu casamento, viria a ser a primeira duquesa de Bragança e tronco dessa estirpe que, em 1640, passou a ser a Casa Real. São Nuno Álvares Pereira foi militar de profissão, tendo chegado a condestável do reino, quando a independência nacional estava comprometida, pelo casamento da herdeira do trono de Portugal com o então rei de Castela. O Santo Condestável não só foi, enquanto generalíssimo do exército do Mestre de Avis, um bravo guerreiro, mas também um dos homens mais ricos de Portugal, graças às avultadas doações que lhe foram feitas pelo rei, em justa recompensa pelos seus inestimáveis serviços. Enquanto a grande maioria dos santos desdenha as honras e títulos humanos, São Nuno Álvares Pereira não apenas aceitou a elevada condição de generalíssimo, como também os privilégios inerentes à grandeza do reino, que lhe competiam por força dos três títulos condais – de Arraiolos, Barcelos e Ourém – que lhe foram concedidos por el-Rei D. João I e que, desde então, são apanágio da Casa de Bragança. Talvez alguém possa obstar que estas características da sua vida são alheias à sua santidade, a que Nun’Álvares teria acedido apenas quando renunciou a todos esses cargos, títulos e bens materiais, para humildemente professar como religioso carmelita. É verdade que a canonização de Frei Nuno de Santa Maria muito deve a essa última etapa da sua vida terrena. Mas seria errado pensar que foi só então que a sua vida cristã alcançou os limiares da perfeição evangélica. Muito antes, já D. Nuno Álvares Pereira dera sobejas provas da qualidade da sua fé, da autenticidade da sua esperança e da pureza da sua caridade: como marido santo que foi de sua mulher, como santo progenitor de seus filhos e netos, como santo general do exército, como santo conselheiro do rei, como santo fidalgo da corte, e até – espante-se! – como santo latifundiário! Não foi santo apesar destas suas circunstâncias, mas precisamente através delas, na medida em que são também santificáveis, como aliás todas as situações familiares e profissionais honestas. O mundo tem muita necessidade de exemplos de santidade na vida religiosa, como Frei Nuno de Santa Maria. Mas são talvez mais urgentes os modelos de excelência cristã na vida matrimonial, familiar, profissional, económica e política, como São Nuno Álvares Pereira. Que o Santo Condestável, do alto do Restelo, (…) abençoe o reino que defendeu com a sua espada! Porque também agora, como disse o poeta, falta ‘cumprir Portugal’! Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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Destaque
NOVO
O PESO DE UMA MISSA Neste conto original, baseado em factos reais, um milagre converte os corações de um reino dominado pela indiferença, quando uma viúva pede um bocado de pão duro, em troca da sua participação na Missa do casamento real. É uma história simples mas maravilhosa que consegue transmitir valores de uma forma admirável. Esta obra infantil, galardoada com três prémios literários, consegue provocar o fascínio de uma história de encantar e, simultaneamente, revelar o valor do espiritual. A belíssima ilustração faz realçar o encanto e o carácter sagrado da história. Um livro maravilhoso com uma mensagem intemporal que, sem dúvida, irá cativar as crianças e também os adultos.
Cód. LI192
Autora: Josephine Nobisso 32 páginas
€ 10,00
CELEBRAÇÃO DE MISSAS Durante este mês de Novembro peça a um dos sacerdotes apoiados pela Fundação AIS a celebração de uma Santa Missa pelos seus entes queridos ou por uma Alma do Purgatório que não tenha ninguém que reze por ela. Missa …………….………… . . . . .€10,00 Novena …………….………… . . €90,00 Trintário Gregoriano ………… €350,00 (30 Missas seguidas pela alma de um só defunto)
Este pequeno donativo de 10€, para a celebração de uma Missa, contribui para o sustento do sacerdote e da sua comunidade. ESTES SACERDOTES AGRADECEM-LHE PROFUNDAMENTE… ELES REZARÃO PELAS SUAS INTENÇÕES! A EUCARISTIA É O NOSSO BEM MAIS PRECIOSO! PEÇA A UM DESTES SACERDOTES A CELEBRAÇÃO DE UMA MISSA. SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre PROPRIEDADE Fundação AIS DIRECTORA Catarina Martins de Bettencourt REDACÇÃO E EDIÇÃO Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira FONTE L’Église dans le monde – AIS França FOTOS © AIS
CAPA PERIODICIDADE IMPRESSÃO PAGINAÇÃO DEPÓSITO LEGAL ISSN
Lighting Candles, J.Kirk Richards 11 edições anuais Gráfica Artipol JSDesign Isento de registo na ERC ao 352561/12 abrigo do Dec. Reg. 8/99 2182-3928 de 9/6 art.º 12 n.º 1 A
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