Sementes de Esperança | Outubro de 2014

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Sementes de Esperança

Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Outubro 2014


Intenções de Oração do Santo Padre Intenção Geral Paz nos países em conflito Para que o Senhor conceda a paz às regiões do mundo mais afectadas pela guerra e pela violência. > Rezar pela paz, construir a paz, fazer tudo para que haja mais paz é uma obrigação quotidiana. Paz em nós, na família, nas instituições, nas paróquias, nos países em conflito. O Papa Francisco tem sido, quase cada dia, um mensageiro e um construtor da paz. Unidos ao Papa sejamos nós também construtores de paz. As guerras são violentas e criminosas. Destroem vidas, culturas, famílias, casas. Semeiam fome, morte, destruição, mais ódio e mais violência. E o mundo de hoje está semeado de guerras, é um barril de pólvora, de ódio, de morte violenta. Rezemos pela paz. Saibamos construi-la. O Evangelho afirma: “Felizes os construtores da paz”. Paz que é fruto do amor, da justiça, da ajuda fraterna. Paz que acaba com a violência, os raptos, as destruições de vidas e de casas, de famílias. Sejamos presença orante junto dos países em conflito. Dário Pedroso, s.j. Intenção Missionária Dia Mundial das Missões Para que o Dia Mundial das Missões desperte em cada cristão a paixão e o zelo por levar o Evangelho a todo o mundo. INTENÇÃO NACIONAL Por todos os casais, e muito especialmente pelos casais católicos, para que neste mês em que se reúne em Roma o sínodo dos Bispos sobre a Família e os seus desafios hoje, se sintam responsabilizados pelo serviço e abertura à vida, e sejam generosos na sua entrega, sabendo que os filhos são um dom de Deus, que não prejudica nem a saúde nem a bolsa.

A oração é um dos pilares fundamentais da nossa missão. Sem a força que nos vem de Deus, não seríamos capazes de ajudar os Cristãos que sofrem por causa da sua fé. Para ajudar estes Cristãos perseguidos e necessitados criámos uma grande corrente de oração e distribuímos gratuitamente esta Folha de Oração, precisamente porque queremos que este movimento de oração seja cada vez maior. Por favor, ajude-nos a divulgá-la na sua paróquia, nos grupos de oração, pelos amigos e vizinhos. Não deite fora esta Folha de Oração. Depois de a ler, partilhe-a com alguém ou coloque-a na sua paróquia.

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Reflectir

A FAMÍLIA E A SUA MISSÃO AO SERVIÇO DA VIDA A situação da natalidade em Portugal e no mundo é um problema que a ninguém deve deixar indiferente, não só porque deste modo o futuro da humanidade está altamente comprometido, mesmo do ponto de vista da sustentabilidade do estado social, mas sobretudo porque é o índice mais grave do egoísmo e da falta de esperança do homem actual. Não é uma questão financeira, e por mais subsídios que o Estado possa dar aos casais, por mais medidas que se adoptem para que as mulheres possam conciliar a maternidade com a vida profissional, a questão permanece sem solução, pois na raiz desta não abertura à vida está uma atitude perante a vida, de profundo egoísmo, tanto mais que os que fazem depender a maternidade/paternidade das condições económicas ideais são em geral os mais abastados. Eu estou pessoalmente convencido que a não abertura à vida traduz uma profunda falta de fé e é uma das expressões mais fortes da descristianização e da paganização geral da nossa sociedade. Conheço casais que arriscam tanto nos bens como na abertura à vida e fazem-no como expressão da sua fé, para corresponder à vontade de Deus, tal como a podemos encontrar na Sagrada Escritura. De facto, desde o princípio da humanidade, ao criar o homem e a mulher, Deus confiou-lhes a missão de serem Seus colaboradores na criação, contribuindo, com a sua fecundidade, para povoar a terra e o céu. Por isso, a maternidade/paternidade é um dom e ao mesmo tempo uma missão confiada por Deus ao homem e à mulher, e por isso, se não estão abertos à vida ou se limitam a natalidade de qualquer jeito, pela contracepção e pelo aborto, estão a perverter-se e a usar daquela liberdade – a pretensão insinuada pela serpente, para que o homem e a mulher se tornassem como Deus – que acaba por destruir o homem e a mulher. A limitação divina a respeito de comer o fruto da árvore do bem e do mal e da árvore da vida tinha e tem como finalidade proteger o homem e a mulher da sua própria destruição. Porque quando o homem tem a pretensão de ser como Deus, de ser ele a dispor de

si, do bem e do mal, o resultado não é a libertação, mas sim a sua destruição, como podemos amplamente comprovar no que hoje está a acontecer, em que assistimos ao desrespeito pela lei divina e por isso é que há tantas desgraças, por isso é que as depressões são verdadeiramente a doença do século! Já tem sido dito que a sociedade portuguesa está organizada de um modo que não tem lugar nem para as crianças nem para os idosos. Pobre sociedade esta, pois isso significa que está fechada à sabedoria, de que os anciãos são um depósito e uma memória, e à esperança, que é o sinal mais expressivo das crianças. Já foi dito, ainda muito recentemente, que nas casas portuguesas já há mais cães do que crianças! Se não fossem alguns movimentos eclesiais, como as Equipas de Nossa Senhora, os Neocatecúmenos, a Comunhão e Libertação, a Opus Dei, entre outros, o fermento do futuro estaria totalmente corrompido. Ainda este Verão um casal jovem que tem cinco filhos e que os passeava algures no Algarve, foi objecto de comentários pouco respeitosos, por parecer já aos olhos de alguns como coisa de outro mundo, que «já não se usa», como há tempos alguém me dizia! A Igreja insiste na obrigação moral de estarmos todos abertos e disponíveis para a vida, tanto os casais como os que, por vocação e por causa do Reino de Deus, assumem como regra de vida os conselhos evangélicos da pobreza, da obediência e da castidade. Porque criados à imagem e semelhança de Deus temos inscrita no nosso corpo e impressa na nossa alma a marca da esponsalidade, como gostava de dizer S. João Paulo II nas suas catequeses sobre a teologia do corpo. Assim, os casais fecundos mostram aos que fazem voto de castidade, que este modo de ser deve ser fecundo; por outro lado, os que professam o voto de castidade por causa do Reino de Deus, recordam aos casais que o seu amor fecundo deve ser casto. Há assim uma relação muito íntima e profunda entre castidade e fecundidade. P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj Assistente Espiritual da Fundação AIS

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Coreia do Norte Superfície 120.538 Km2 Capital Pyongyang População 24 milhões de habitantes Religião Dados desconhecidos Língua Oficial Coreano

COREIA DO NORTE

O GRITO SURDO DO NORTE DA PENÍNSULA

As poucas notícias que conseguem passar o muro de propaganda de um dos últimos bastiões comunistas do mundo são extremamente inquietantes: trabalhos forçados, liberdades fundamentais inexistentes, miséria com um pano de fundo de ameaça nuclear. Um país com 22 milhões de habitantes, dos quais metade vive abaixo do limiar de pobreza e onde os Cristãos não têm o direito de viver. Nada melhor do que visitar um país para o conhecer. Excepto a Coreia do Norte. “Quando lá vamos não se vê nada” queixa-se o Padre Éric (nome fictício por razões de segurança), de regresso de uma das suas enésimas viagens humanitárias à península. Ou talvez sim. “Vemos o que as autoridades civis nos 4

deixam ver.” Isto é, a capital, Pyongyang, com alguns grandes edifícios modernos e os seus dois ou três raros belos Mercedes. E, de acordo com a vossa sensibilidade religiosa, vemos também algumas igrejas ou templos. Para que o nosso espírito imagine uma Coreia do Norte “não tão fechada quanto isso”.

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Coreia do Norte A Coreia do Norte não evolui há sessenta anos em muitos aspectos, ao contrário do sul da península.

O HORROR INSTITUCIONALIZADO O facto é que, infelizmente, a realidade é completamente diferente. A Coreia do Norte, separada do Sul há mais de sessenta anos, vive sob um regime comunista totalitário. Com 20% do seu PIB atribuído à defesa, é o país mais militarizado do mundo. O único culto autorizado é o dirigido a Kim II Sung (falecido em 1994, mas consagrado como “presidente eterno” pela Constituição) e aos seus descendentes, um dos quais é o actual Kim Jong-un. A chegada ao poder deste jovem dirigente, nos finais de 2011, suscitou alguma esperança de abertura, que foi rapidamente dissipada quando, no final de 2013, mandou executar o seu tio e mentor Jang Song-thaek, número dois do regime, depois de vários meses de uma campanha de purgas. Do ponto de vista nuclear, o país multiplica os actos de provocação. Apesar da advertência de uma moratória sobre as suas actividades, Pyongyang fez um ensaio, em Fevereiro de 2013. Depois, anunciou a quebra dos acordos da não-agressão com a Coreia do Sul, declarando nulo e inexistente o armistício que pôs fim à guerra de 1953 (ver quadro). A situação é dramática no que

se refere aos direitos humanos. Em 17 de Fevereiro de 2014, após um ano de investigação, a ONU entregou o seu relatório. A conclusão é implacável: a Coreia do Norte é culpada de crimes contra a humanidade. Fomes planeadas, execuções, torturas, trabalhos forçados “em condições desumanas”. A lista é longa e confirma os alertas das ONG. Em 2011, a Amnistia Internacional calculava em 200.000 o número de trabalhadores que viviam nos campos e cujo número não pára de crescer, de há dez anos para cá. Muitos norte-coreanos tentam fugir via China, mas a fronteira está fechada. Os que conseguiram escapar testemunham, traumatizados, os horrores denunciados pelas associações. A abertura ao mundo exterior é praticamente inexistente, a Internet totalmente controlada pelo regime e as redes sociais são proibidas. A liberdade religiosa, assim como todas as outras liberdades fundamentais, não existe. Não atravessou o paralelo 38.

Oração Para que a situação dramática que se vive na Coreia do Norte se modifique e o povo possa viver em liberdade humana, social e religiosa, nós Te pedimos Senhor!

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Coreia do Norte O Pe. Lee

O Governo, com a construção de igrejas, pretende fazer crer que existe liberdade religiosa. Na fotografia, uma igreja protestante.

Eun-Hyunh (à direita) trabalha pela reconciliação.

O INFERNO DOS CRISTÃOS Dos cristãos que ficaram isolados da Coreia do Sul não se sabe quase nada, a não ser que vivem um inferno, apesar de uma bela propaganda para demonstrar, aos poucos estrangeiros que por lá passam, que há liberdade de culto e para beneficiar da ajuda internacional. Foi por essa razão que, nos anos oitenta, o regime mandou construir uma igreja católica. Contudo, não tem pároco, porque foram todos mortos durante ou depois da guerra da Coreia. Também não há Missa, mas uma “celebração dominical” com alguns participantes. “Mas, não nos deixemos enganar”, explica o Pe. Éric “porque os ‘católicos’ aí presentes são, na realidade, pagos pelo regime para fingirem que o são.” Há também duas igrejas protestantes e uma ortodoxa construída em 2007. Por detrás desta farsa “é muito difícil calcular o número de fiéis”, explica o Pe. Lee Eunhyung, secretário-geral da comissão episcopal para a reconciliação do povo Coreano. As autoridades falam em 3.000 católicos. Um número que não se pode verificar. “Há documentos antigos segundo os quais antes da divisão do país viviam no Norte cerca de 6

50.000 católicos”, prossegue o Pe. Lee. De tal maneira que Pyongyang era denominada “Jerusalém do Leste”! “Podemos supor que após estes longos anos de perseguição cerca de 10.000 pessoas tenham conservado a lembrança da sua fé católica.” Mas esclarece: “Provavelmente, estes supostos católicos praticam secretamente a sua fé.” Nos fins de 2013, a Igreja da Ásia informou que cerca de uma centena de norte-coreanos teriam sido publicamente fuzilados, acusados de diversos “crimes”, como ver vídeos não autorizados, utilizar o telemóvel e, alguns deles, transportarem uma bíblia. “Realizadas em larga escala, nos estádios para onde havia sido convocada a população, as execuções públicas tiveram lugar, simultaneamente, em sete cidades do país, de modo a marcar os espíritos por muito tempo”, informa a agência. Pyongyang, a capital, teria sido poupada devido à presença dos poucos jornalistas e diplomatas estrangeiros. Parece que os Cristãos de hoje vivem este martírio como uma trágica repetição do dos seus antepassados, que chegaram alguns séculos antes a um país totalmente fechado sobre si próprio e foram perseguidos.

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Coreia do Norte Imagem de

A capital,

Nossa Senhora

Pyongyang,

na fronteira das

dá a ilusão da

duas Coreias.

Coreia ser um país aberto.

MÁRTIRES DE ONTEM… Foi no séc. XVII. A Coreia era, então, súbdita da China. Cobiçada pelos seus vizinhos japoneses, tentara fechar-se totalmente aos estrangeiros. O que lhe valeu o nome de “reino eremita”. Contudo, foi neste período que o Catolicismo chegou à Coreia. Intelectuais descobriram-no na corte de Pequim e trouxeram-no para o seu país. O seu desenvolvimento, no final do séc. XVIII, desencadeará uma perseguição sistemática contra os fiéis. Em 1866, o Governo chegou mesmo a ordenar que se erguesse em Pyongyang uma coluna para anunciar “a destruição total da religião perversa dos Cristãos”. Contamse mais de 7.500 vítimas desta época entre os quais o Padre André Kim Taegon, primeiro padre coreano que viria a ser canonizado por João Paulo II juntamente com mais 103 mártires. Mais de 150 anos depois, a Igreja não esquece. E, consciente da situação actual, o Papa Francisco anunciou a próxima beatificação de 124 mártires deste período. Um gesto forte para homenagear os mártires de ontem, “cujo sangue é semente de cristãos”, segundo o adágio de Tertuliano, e apoiar os mártires de hoje.

Oração Para que os Cristãos coreanos se sintam apoiados na fé por cada um de nós, que constituímos o Corpo Místico de Cristo, nós Te pedimos Senhor!

MUDANÇA… É POSSÍVEL Em resposta à pergunta se é possível uma revolta da população, o Pe. Éric tem pouca esperança. É proibida toda e qualquer manifestação, “toda a gente é vigiada e denunciam-se uns aos outros” sendo a denúncia, na maior parte dos casos, uma questão de sobrevivência. Pelo lado internacional, o relatório do inquérito da ONU sobre os direitos humanos na Coreia do Norte regista que “a comunidade internacional aceita a responsabilidade de proteger o povo Norte-Coreano” e, na sua conclusão, pede que se faça um apelo ao tribunal penal internacional para que os responsáveis dos crimes prestem contas. Alguns meses antes, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, tinha pedido a Pyongyang para “tomar medidas imediatas com o fim de acabar com as preocupações” da comunidade internacional. Resta saber se isto mudará algo.

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Coreia do Norte No momento presente, só o factor económico poderia sensibilizar um pouco o regime. No início de Janeiro, Seul e Pyongyang concordaram em autorizar a ligação de vinte computadores à rede mundial. É um primeiro passo… Depois de um período de experimentação, o acesso à Internet poderia ser proposto a outras empresas que, até agora, são obrigadas a comunicar por fax ou telefone. Uma gota de água numérica que pode ser um sinal de esperança. Finalmente, a Igreja Católica continua com os seus apelos à paz. No passado mês de Agosto, o Papa Francisco realizou uma visita pastoral à Coreia do Sul, durante a qual beatificou os mártires coreanos. No último passado dia 13 de Janeiro, aquando do 50º aniversário das relações diplomáticas com a República da Coreia, o Santo Padre declarou com firmeza: “Peço a Deus o dom da reconciliação na península, com a esperança de que, para bem de todo o povo Coreano, as partes envolvidas não se cansem de procurar pontos de encontro e possíveis soluções.” Um desejo de unificação para o qual a Igreja da Coreia do Sul, vincadamente missionária, trabalha sem descanso. Por altura do 60º aniversário da divisão das duas Coreias, a 4 de Novembro de 2013, mais de 800 cristãos foram até Imjingak, cidade fronteiriça entre as duas Coreias, numa peregrinação pela paz e a reconciliação na península. Que as suas orações sejam ouvidas.

Oração Para que a luz da esperança não deixe de brilhar no coração dos Cristãos coreanos, nós Te pedimos Senhor! 8

A guerra das duas Coreias Após quarenta anos de controlo pelo Japão (19071945), a Coreia foi separada pelo paralelo 38 em duas zonas: soviética a norte e americana a sul. A guerra de 1953, que tinha como objectivo a reunificação do país pelas armas, na realidade apenas provocou milhares de mortos. Actualmente, após várias tentativas de reconciliação, as duas Coreias continuam separadas. À medida que os anos passam, as divergências aprofundam-se, a vontade de unificação vai desaparecendo e os jovens do sul já não conhecem ninguém no norte.

Reencontros familiares comoventes Desde 1953 que numerosas famílias estão separadas pelo paralelo 38 sem se poderem ver ou comunicar. Os primeiros encontros deram-se em 1985 e, depois, de maneira episódica, dependendo das relações diplomáticas. Em finais de Fevereiro, foi possível o encontro para algumas pessoas tiradas à sorte. Estima-se que cerca de 71.000 pessoas – das quais metade com mais de 80 anos – aguardam para reencontrar as suas famílias.

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Oração UM MILHÃO DE TERÇOS PELO IRAQUE “Não nos esqueçam. Por favor, rezem por nós!” D. Louis Sako, Patriarca dos Católicos Caldeus, Iraque

A Fundação AIS convoca os seus benfeitores e amigos para a campanha de oração “1 milhão de terços pelo Iraque”. A questão da perseguição aos Cristãos no Iraque e noutros países do Médio Oriente tem vindo a mobilizar cada vez mais sectores da sociedade portuguesa, sensibilizados pelos apelos e campanhas que a Fundação AIS e outras instituições têm vindo a realizar. MANTENHA ESTA CORRENTE DE ORAÇÃO VIVA. REZEMOS O TERÇO TODOS OS DIAS!

A BATALHA DE LEPANTO E A FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO “O grande reformador S. Pio V, um antigo dominicano, criou também o último grande momento da antiga Cristandade, a unidade dos reinos cristãos à volta do Papa. Os turcos otomanos, depois do cerco e queda de Constantinopla em 1453, o fim oficial da Idade Média, e das conquistas de Suleiman, o Magnífico (1494-1566, sultão desde 1520), estavam às portas da Europa. Dividida nas terríveis guerras entre católicos e protestantes, a velha Europa não estava em condições de resistir. O perigo era enorme. Além de apelar às nações católicas para defender a Cristandade, o Papa estabeleceu que o Santo Rosário fosse rezado por todos os cristãos, pedindo a ajuda da Mãe de Deus, nessa hora decisiva. Em resposta, houve um intenso movimento de oração por toda a Europa. Finalmente, a 7 de Outubro de 1571 a frota ocidental, comandada por D. João de Áustria (1545-1578), teve uma retumbante vitória na batalha naval de Lepanto, ao largo da Grécia. Conta-se que nesse mesmo dia, a meio de uma reunião com os cardeais, o Papa levantou-se, abriu a janela e disse “Interrompamos o nosso trabalho; a nossa grande tarefa neste momento é a de agradecer a Deus pela vitória que ele acabou de dar ao exército cristão”. A ameaça fora vencida. Este foi o último grande feito da Cristandade. Mas o Papa sabia bem quem tinha ganho a batalha. Para louvar a Vitoriosa, ele instituiu a festa litúrgica de acção de graças a Nossa Senhora das Vitórias no primeiro domingo de Outubro. Hoje ainda se celebra essa festa, com o nome de Nossa Senhora do Rosário, no memorável dia 7 de Outubro. «Rezar o Terço todos os dias» é a única coisa que a Senhora referiu em todas as suas seis aparições.” João César das Neves - Professor UCP

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Meditação SANTA TERESINHA E OS SANTOS ANJOS Santa Teresinha de Lisieux tinha uma devoção particular aos Santos Anjos, que combina muito bem com o seu pequeno caminho. Não foi o próprio Senhor que aliou a presença e o cuidado dos Santos Anjos à infância espiritual ao ensinar: “Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque Eu vos digo que os seus Anjos no Céu contemplam sem cessar a Face de Meu Pai que está nos Céus” (Mt 18,10)? Ao examinarmos o que Santa Teresinha diz sobre os Anjos, não devemos esperar um tratado detalhado, é mais uma “melodia” que nasce do seu coração. Os Santos Anjos faziam parte da sua vida desde a mais tenra infância. Teresinha cresceu numa família que venerava muito os Santos Anjos. Em diversas ocasiões seus pais falavam espontaneamente sobre eles. Também Paulina, sua irmã mais velha, assegurava-lhe diariamente que os Anjos estariam com ela para vigiar e protegê-la. Procurava a orientação e a proteção do Anjo da Guarda na sua vida pessoal para não cair em pecado. Confiando na íntima amizade com seu Anjo, Teresinha não temia pedir-lhe grandes graças. Da mesma forma, ela podia mandar o seu Anjo ao santo Sacrifício da Missa que seu irmão espiritual, Pe. Roulland, missionário na China, celebrava para ela: “No dia 25 de dezembro, não deixarei de enviar o meu Anjo a fim de que coloque as minhas intenções junto à hóstia que será consagrada por vós” (Carta 201, 1o de novembro de 1896). Teresinha não se contentava só com a ajuda dos Anjos, desejava também a sua amizade e uma participação muito íntima na grandeza do seu amor a Deus. Santa Teresinha não somente aproveitou a intercessão e o auxílio dos Anjos, mas até chegou a ‘exigir’ uma participação na santidade deles a fim de que pudesse crescer nela. Suplicava também a seu Anjo da Guarda: “Ó belo Anjo da pátria, dai-me o vosso zelo! Não tenho nada a não ser os meus sacrifícios e a minha pobreza. Com a vossa bem-aventurança, oferecei-os à Santíssima Trindade!” (Poesia 46: “A meu Anjo da Guarda”). Vejamos o pequeno caminho de Santa Teresinha na luz dos Anjos! Os Anjos constituem um elemento importante da sua vida interior. Eles eram seus companheiros e irmãos, sua luz, sua força e sua proteção no caminho espiritual. Podia contar com eles, os servos fiéis de nosso Senhor Jesus Cristo. A eles, Teresinha tinha-se consagrado quando era criança, e a eles se confiava como filha espiritual quando já adulta. Santa Teresinha é uma estrela que nos guia porque, se não nos tornarmos como crianças - e essa é a essência do pequeno caminho - nunca chegaremos a uma relação verdadeiramente íntima com os Santos Anjos. Só nesse caminho poderemos cumprir a nossa missão no serviço de Cristo e da Sua Igreja em união com os Santos Anjos. in Opus Sanctorum Angelorum

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Agenda

VISITA DO PATRIARCA GREGORIUS III A PORTUGAL 30 de Outubro a 3 de Novembro

Gregorius III, Patriarca Greco-Melquita da Antioquia e de todo o Médio Oriente, Alexandria e Jerusalém.

Gregorius III estará entre nós para dar o seu testemunho. 2 de Novembro | Missa transmitida pela TVI às11h. Para mais informações acerca do programa de eventos em que Gregorius III participará em Portugal, esteja atento à Agenda no site da Fundação AIS: www.fundacao-ais.pt.

A Fundação AIS convidou o Patriarca Gregorius III para falar desta situação dramática que se vive actualmente no Médio Oriente. COMPAREÇA!

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Destaque PACK Rosário com Santa Teresinha 1 de Outubro - Festa de Santa Teresa do Menino Jesus, doutora da Igreja

“Oh! Que grande é o poder da oração!” Santa Teresinha

REZAR O ROSÁRIO COM SANTA TERESA DO MENINO JESUS Com Santa Teresinha do Menino Jesus também nós queremos meditar os mistérios do Rosário pela paz no mundo, em especial no Iraque. Terço de Santa Teresinha Terço em honra de Santa Teresinha do Menino Jesus. As contas são de madeira com um aroma delicado a rosas. Medalha de Nª. Sra. de Fátima e contas dos Pai-Nossos em formato de rosa.

64 páginas Edições Carmelo

Cód. PR076

€ 17,40 € 15,00

Vela das Rosas Na sua oração a Santa Teresinha acenda esta vela em formato de rosas, com um agradável perfume floral.

SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre PROPRIEDADE Fundação AIS DIRECTORA Catarina Martins de Bettencourt REDACÇÃO E EDIÇÃO P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira, Ana Vieira e Félix Lungu FONTE L’Église dans le monde – AIS França FOTOS © Fundação AIS; © AED; © DR

CAPA PERIODICIDADE IMPRESSÃO PAGINAÇÃO DEPÓSITO LEGAL ISSN

Vitral de Franz Mayer, Catedral da Assunção, Irlanda 11 Edições Anuais Gráfica Artipol JSDesign 352561/12 Isento de registo na ERC ao 2182-3928 abrigo do Dec. Reg. 8/99 de 9/6 art.º 12 n.º 1 A

Rua Professor Orlando Ribeiro, 5 D, 1600-796 LISBOA T el 21 754 40 00 • Fax 21 754 40 01 • NIF 505 152 304 fundacao-ais@fundacao-ais.pt • www.fundacao-ais.pt


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