Folha de Oração - Setembro de 2016

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S E M E N T E S DE ESPERANÇA SETEMBRO 2016

| Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre


Intenções de Oração do Santo Padre Intenção Geral Humanização da Sociedade

Para que cada um contribua para o bem comum e para a edificação de uma sociedade que ponha no seu centro a pessoa humana. Intenção Missionária Missão evangelizadora dos Cristãos

Para que os Cristãos, participando nos Sacramentos e meditando a Sagrada Escritura, se tornem cada vez mais conscientes da sua missão evangelizadora. “Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11,25) Os “pequenos” são os mesmos “pobres de espírito” que o Senhor chamou de bem-aventurados. A sua pobreza não é considerada do ponto de vista económico, mas no sentido de que são “pobres” do espírito deste mundo. Eles recolheram-se junto de Deus. Estão livres do mundano e abertos ao Reino de Deus. Para eles abrem-se os portões da riqueza da alma. Apesar da sua pequenez, são grandes por dentro. Do mirante de Deus, eles contemplam os acontecimentos da Terra, pois Deus lhes revelou o que escondeu aos soberbos. Eles, realmente, sabem do que se trata. São as sentinelas silenciosas, com uma visão que abraça o mundo inteiro. Por meio de claras decisões espirituais, não deixam apagar as suas luzinhas, ainda que no meio da escuridão progressiva dos nossos tempos. Constituem um rebanho pequeno, facilmente despercebido. O Seu empenho silencioso na oração e na penitência é quase nada, comparado à actividade ruidosa na Igreja e no mundo. Mas Deus não está no barulho e, sim, no silêncio. Peçamos a Deus que dê à Sua Igreja mais pequenos e pobres de espírito, mais pessoas de oração e penitência, mais humildade, mais silêncio. Pe. Werenfried van Straaten A oração é um dos pilares fundamentais da nossa missão. Sem a força que nos vem de Deus, não seríamos capazes de ajudar os Cristãos que sofrem por causa da sua fé. Para ajudar estes Cristãos perseguidos e necessitados criámos uma grande corrente de oração e distribuímos gratuitamente esta Folha de Oração, precisamente porque queremos que este movimento de oração seja cada vez maior. Por favor, ajude-nos a divulgá-la na sua paróquia, nos grupos de oração, pelos amigos e vizinhos. Não deite fora esta Folha de Oração. Depois de a ler, partilhe-a com alguém ou coloque-a na sua paróquia.

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Sementes de Esperança | Setembro 2016


Reflectir INTENÇÃO NACIONAL Que a proximidade das celebrações centenárias das aparições de Nossa Senhora em Fátima seja uma ocasião de renovada consciência da missão profética da nação portuguesa, a partir do acolhimento da mensagem da Senhora mais brilhante que o Sol.

Mais brilhante do que o Sol Ainda estamos próximos da grande festa de Santa Maria de Agosto, quando celebramos, com grande júbilo, a Assunção de Nossa Senhora ao céu. É seguramente uma das mais antigas festas cristãs, cuja memória remonta ao tempo dos apóstolos, que assistiram à dormição de Nossa Senhora, como se diz nas Igrejas do Oriente, celebrada a 13 de Agosto, e à Assunção de Nossa Senhora, no dia 15 de Agosto, como se diz no Ocidente, quando os apóstolos descobriram que o sepulcro, onde haviam colocado o corpo de Nossa Senhora, exalava um perfume de rosas, porque o corpo já não estava lá; Jesus Cristo tinha vindo, com os anjos, levar para a Sua glória de Ressuscitado aquela que, como Ele, não podia ser vítima da corrupção da morte (Sl 16), porque ela, pelo seu Sim, tinha colaborado para que o Verbo de Vida, pelo qual todas as coisas foram criadas (Jo 1,3), tomasse corpo no seu seio puríssimo e pela Sua morte fosse vitorioso sobre a morte, no lugar mesmo do Seu triunfo – pela Sua ressurreição de entre os mortos: porque procurais entre os mortos Aquele que está vivo (Lc 24,6)?

Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

É verdade que o dogma da Assunção de Nossa Senhora ao céu só foi proclamado por Pio XII no dia 1 de Novembro de 1950, mas essa foi a ocasião para a Igreja proclamar com grande solenidade e numa época crucial da história, aquilo que desde o princípio, por todos e em toda a parte tinha sido acreditado: que o Senhor levou Sua Mãe em corpo e alma para junto de Si, na glória do céu. Na liturgia da Assunção é lido um texto do Apocalipse que fala de um grande sinal: «Depois apareceu um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Estava grávida, com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz» (Ap 12,1-2). Mas aparece também o dragão pronto para devorar o Menino ao nascer. Mas o Menino foi arrebatado por Deus e a Mulher fugiu para o deserto, para o lugar que Deus lhe havia preparado. O dragão, a besta infernal ficou furiosa e quis fazer dano à terra com grande fúria, porque dispunha de pouco tempo (Ap 12,12).

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Reflectir Pensei na descrição que os Pastorinhos fazem de Nossa Senhora. A Jacinta exclamava: que Senhora tão bonita. Como era o seu rosto, como eram os seus vestidos, a cor dos olhos e do cabelo? E a resposta dos Pastorinhos era hesitante, não sabiam como explicar, porque era tão bela, mais brilhante do que o sol, toda ela vestida de luz, como a Mulher do Apocalipse. E das suas mãos, no dia do segredo (13 de Julho de 1917), irradiava um raio de luz, que penetrava no peito dos Pastorinhos e foi nessa luz que eles viram o inferno; e foi nessa luz que a Senhora mais brilhante do que o sol, a mesma do Apocalipse, visitou Portugal, na Cova da Iria, e pediu aos Pastorinhos que rezassem, se sacrificassem, se disponibilizassem para consolar Deus. E para que os homens tenham paz e não se percam no fogo do inferno, pediu a consagração do mundo e da Rússia ao seu Imaculado Coração, porque, dizia, só Ele (o seu Imaculado Coração) lhes pode valer. Em Julho passado, em Epson, Inglaterra, o casal inglês que me acolheu manifestou grande apreço por Portugal. Dizia que amigos seus gostavam de ter vindo passar uns dias a Portugal, mas não havia lugar nem nos aviões nem nos hotéis. E concluía: os Europeus consideram Portugal um lugar tranquilo para descansar nuns dias de férias.

em Portugal – divórcio, aborto, casamento de pessoas do mesmo sexo, barrigas de aluguer -, com o terrorismo internacional, com os incêndios que devastam o território continental e a Madeira, e o terrorismo da ideologia do género que se impõe sempre mais, sem que demos por isso – como é que mesmo assim continua Portugal a ser um lugar tranquilo? Poderá ser ingenuidade da minha parte, mas a explicação que me ocorreu (e que se mantém) foi esta: todos os dias, às 18.30h, é rezado o terço em Portugal, a partir de Fátima, e transmitido pela Rádio Renascença para todo o mundo. Ela disse: rezai o terço todos os dias e tereis a Paz. Não disse que os problemas sociais e políticos e económicos seriam magicamente resolvidos; pelo contrário, eles têm-se agravado e como. Mas com a arma da oração que o terço representa, os que o rezam alcançam a paz e tornam-se mensageiros e construtores da paz, o que é verdade. Ela também disse que «em Portugal se manterá sempre o dogma da fé». Pois vivamos no conforto e na consolação desta doce promessa. No mundo perigoso em que vivemos, na verdade, só Ela nos pode valer!... Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj Assistente Espiritual da Fundação AIS

E eu pensava: como assim, com a crise económica, com todas as leis que os governos de esquerda têm promulgado 4

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Rússia

Superfície 17.098.240 Km2 População 143 milhões

Religiões Cristãos: 6,1 % Católicos: 1,5 % Ortodoxos: 4,5 % Protestantes: 0,1% Muçulmanos: 93,8%

Outras religiões: 0,1% Língua oficial Russo

RÚSSIA

REGRESSO TÍMIDO DA “SANTA RÚSSIA” O regresso em força da Rússia à cena internacional, os sucessos estratégicos de Putin e as honras prestadas à Igreja Ortodoxa não devem esconder as sombras do poder e as fragilidades do país. A Rússia retomou incontestavelmente o seu estatuto de grande potência mundial durante os últimos anos sob a direcção de Vladimir Putin. Depois de ter recuperado a Crimeia, o mestre do Kremlin apoia contra a Europa e os EUA o direito dos Ucranianos de Leste a unir-se politicamente à “Pátria Mãe”. Aproveitando a desobrigação parcial dos Americanos no Médio-Oriente, faz com Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Washington um subtil jogo de fracassos servindo-se de protagonistas directos ou indirectos da guerra contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria: o Irão, evidentemente, mas também Israel, a Jordânia e até mesmo a Arábia Saudita. Putin intervém militarmente na Síria para apoiar Bachar El-Assad contra os opositores assimilados em bloco pelos islamitas, mas consegue contudo agir em conjunto 5


Rússia Moscovo retoma o seu lugar de potência mundial.

com Washington a fim de obter no final de Fevereiro de 2016 um cessar-fogo que ninguém acreditava ser possível. Por fim, Vladimir Putin estabelece com a Igreja Ortodoxa Russa uma aliança vantajosa para ambas as partes, que confere à sua hierarquia honra e riqueza, mantendo-a nas mãos.

A Rússia tem dificuldades em manterse estável a nível económico.

SUCESSO A NÍVEL INTERNACIONAL

UM DURO MERGULHO ECONÓMICO

Mas a economia não é o alfa e o ómega da vida e do esplendor de um país. Seja qual for a nossa opinião acerca da intervenção do exército russo no conflito sírio, ela permitiu à Rússia reencontrar o seu papel tradicional no Médio Oriente, e aparecer especialmente como sendo o único país ocidental a defender os Cristãos de forma eficaz.

A nível económico o balanço é menos lisonjeiro. Demasiado dependente da sua produção de petróleo e de gás, a Rússia recebeu com toda a força a quebra do preço do barril que levou à queda do rublo, que caiu no seu nível histórico mais baixo face ao dólar, provocando um aumento da inflação (oficialmente 12%, mas na realidade muito mais elevada), uma subida das taxas bancárias e uma diminuição do poder de compra. O ano de 2016 não começa com os melhores auspícios, apesar do optimismo apresentado pelas autoridades.

O reencontro histórico entre o Patriarca Cirilo e o Papa Francisco em Cuba foi um grande sucesso para o Kremlin e para o Vaticano, sem dúvida com mais efeitos políticos do que religiosos. Na sua declaração comum assinada em Havana, a 12 de Fevereiro, o Papa e o Patriarca fazem apelo “a todas as partes implicadas no combate ao terrorismo para que ajam de forma responsável e prudente”, a fim de evitar “uma nova guerra mundial” (ver caixa de texto). Este encontro teria sido impensável sem o aval de Vladimir Putin que tem cuidado

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Rússia A religião continua a ser a força moral da Rússia.

das relações com o Vaticano desde a sua visita ao Papa Francisco em Novembro de 2013, durante a qual beijou um ícone de Nossa Senhora ao lado do Sumo Pontífice.

perde uma oportunidade de se apresentar como cristão fervoroso (o seu discurso no fórum de Valdaï, em Setembro de 2013, parece uma citação de Soljenitsyne - ver caixa de texto).

O REGRESSO DA “SANTA RÚSSIA”?

Os esforços da Rússia para se livrar de setenta e dois anos de totalitarismo comunista e o seu regresso à cena internacional são certamente positivos. Não há razões para considerar como uma simples postura as resoluções recorrentes de Vladimir Putin de salvaguardar os valores tradicionais contra a “revisão das normas morais e éticas” no Ocidente que, como disse no discurso sobre o Estado da União, em Dezembro de 2013, “não implica apenas consequências negativas para a sociedade”, mas é também “intrinsecamente anti-democrática (…) e vai ao encontro da maioria popular.” Destacou que colocar num mesmo plano “o bem e o mal” não traz nenhum benefício à sociedade. Com a defesa da família e a rejeição do “casamento homossexual”, a Rússia torna-se o baluarte da moral num Ocidente que

Em França, alguns cristãos dão livre curso ao seu entusiasmo para saudar o regresso da “Santa Rússia” e não hesitam em elogiar o seu líder, Vladimir Putin. Desse modo, por vezes parecem adoptar uma mentalidade “césaropapista” que pertence sem dúvida aos genes da Igreja Ortodoxa desde Bizâncio, mas que é contrária à tradição católica que distingue o poder espiritual do poder político, a fim de “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Frustrados pelo declínio de França e exasperados pela propaganda anti-russa, muito inspirada pelos anglo-saxónicos, estes observadores têm uma predilecção por um Putin antigo agente do temível KGB soviético mas que não Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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Rússia Uma Igreja viva após sete décadas de ateísmo.

perdeu as suas referências. Mas isso não significa necessariamente que tenha recuperado o seu tecido cristão destruído durante sete décadas de ateísmo, nem que o próprio Putin seja um candidato à canonização.

AS PROFUNDAS MARCAS DA ÉPOCA SOVIÉTICA “Há ainda um longo caminho a percorrer”, considera John Bergsma, professor de Teologia na Universidade Franciscana de Steubenville, EUA, que parece fazer uma apreciação justa da situação: “Lado positivo: a Rússia aliou-se às ONG pró-família na ONU, sendo um dos raros países desenvolvidos a agir contra a ‘esquerda sexual’, que consagra a homossexualidade como um direito do homem. Por outro lado, o Governo russo sofre corrupção a um nível elevado, nem sempre protege os direitos do homem e a estrutura familiar russa ainda não foi restabelecida após décadas de materialismo ateu ditatorial (taxas de aborto e de divórcio elevadas, uniões matrimoniais de curta duração) …”. A religião cristã é a primeira força espiritual e moral da Rússia. O povo Russo sabe-o 8

O Patriarca Cirilo, uma figura religiosa mas também política.

há séculos e Putin já o compreendeu. Mas não chega estar convencido, individual e colectivamente. É preciso que isso encarne em actos e obras. Não há nada de cristão nas ameaças e no assédio que a oposição sofre e na impunidade de que beneficiam os assassinos de importunos (como foi o caso da jornalista Anna Politkovskaïa morta em 2006) e dos rivais do mestre do Kremlin (um ano após o assassinato, a 27 de Fevereiro de 2015, de Boris Nemtsov, antigo vice-primeiro-ministro de Boris Yeltsin e líder das manifestações anti-Putin em 2012, a polícia anunciou o encerramento do inquérito, sem resultados). Com certeza, o presidente pede a punição dos culpados, mas é evidente que no terreno não há pressa em obedecer-lhe.

AMBIGUIDADES A DISSIPAR O mal-estar que se vive face ao hiato entre a exaltação das virtudes cristãs e a vida, e os actos dos que as proclamam, toca também a hierarquizada Igreja Ortodoxa. As riquezas e o gosto pelo luxo do Patriarca Cirilo contrastam com o despojamento e o amor à pobreza do Papa Sementes de Esperança | Setembro 2016


Rússia Francisco. Obviamente, temos de nos alegrar com o encontro histórico entre o Papa e o Patriarca Ortodoxo – o primeiro desde o cisma entre os Cristãos do Oriente e do Ocidente, há cerca de 1.000 anos. Mas sem dissimular as ambiguidades que ficam por dissipar: se, juntamente com o Papa Francisco, o Patriarca condena os crimes “cometidos em nome de Deus”, não está próximo de denunciar os crimes de guerra russos e não hesita em justificar religiosamente, em nome da “Russky mir”, “a Santa Rússia”, a secessão da população russa na Ucrânia. Não é surpreendente que a Igreja Católica Ucraniana de rito bizantino acolha esta reconciliação “com desconfiança”. É o termo empregue pelo Mons. Svietoslav Shevchuk, Arcebispo da Igreja Greco-Católica da Ucrânia. Quando o Vaticano e Moscovo organizam encontros ou assinam textos comuns, disse, “é difícil, por experiência, esperar algo de bom”. No entanto, é provável que o Patriarca de Moscovo procura mais a liderança do mundo ortodoxo do que o domínio dos Cristãos do rito bizantino ligados a Roma. O prestígio que lhe dá o seu reencontro histórico com o Papa Francisco permite-lhe reforçar a sua posição em relação às outras Igrejas Ortodoxas autocéfalas, em particular sobre o seu grande rival, o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla, que historicamente tem precedência. Uma primazia que se tornou puramente simbólica devido ao quase desaparecimento dos Cristãos da Turquia, que o Patriarca “de Moscovo e de toda a Rússia” gostaria de ter subtraído a Bartolomeu por ocasião do “Santo e Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Grande Conselho” pan-ortodoxo que teve lugar em Creta, no passado mês de Junho.

Oração Para que se cumpra a promessa de Nossa Senhora sobre a conversão da Rússia e a paz no mundo, nós Te pedimos Senhor!

PAPA FRANCISCO/PATRIARCA CIRILO: A DECLARAÇÃO DE CUBA A propósito do seu encontro em Cuba, a 12 de Fevereiro de 2016, o Papa Francisco e o Patriarca Cirilo assinaram uma longa declaração comum sobre questões contemporâneas, como os conflitos no Médio Oriente, em especial a situação dos Cristãos perseguidos, mas também sobre os atentados à liberdade religiosa nas sociedades secularizadas, os ataques contra a família, a destruição da Criação ou ainda a unidade da Europa na fidelidade de raízes cristãs.

PUTIN: “ESTES PAÍSES EUROATLÂNTICOS QUE RENEGAM A SUA IDENTIDADE” Por ocasião do Fórum Anual de Valdaï, em Setembro de 2013, Putin criticou as elites europeias liberais que esquecem as raízes cristãs do continente: “Podemos verificar como muitos países euro-atlânticos estão em vias de renegar os princípios morais e a sua identidade tradicional: nacional, cultural, religiosa e mesmo sexual. Eles estabelecem políticas que colocam ao mesmo nível as famílias numerosas e as famílias mono-parentais, e a fé em Deus é igual à fé em satanás.”

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Oração Qual é o sentido do sofrimento? Festa da Exaltação da Santa Cruz – 14 Setembro

Não há uma resposta simples para o problema do sofrimento humano. Na verdade, o Catecismo afirma que não há nenhum elemento da história cristã que não seja, em parte, uma resposta para o problema da dor. Mas há alguns aspectos que talvez possam ajudar-nos a abordar a dor, e todos nós precisamos de os aprender, porque todos iremos passar pela dor e sofrimento. Todos nós vamos perder tudo o que temos, a dada altura. Se não soubermos o porquê ou onde é que Deus Se encaixa nisto tudo, podemos cair na armadilha de permitir que a nossa dor construa um muro entre nós e Deus, mas também perderíamos o poder do sofrimento. Um dos primeiros aspectos que temos de entender é que Deus não quer directamente o sofrimento. Ele não criou o mal e não pode desejar o mal. Na verdade, o mal nem sequer é considerado uma “coisa”. Este não é um ponto vista aleatório. Deus só quer o bem. O mal é a ausência de um bem que Deus quer ou uma distorção de um bem que Deus quis. Por exemplo, o mal físico da cegueira não é uma coisa em si, é a falta de uma coisa boa (visão) e a gula é a distorção de uma coisa boa (comida e comer) que Deus quis. No momento em que Deus criou um mundo fora de Si mesmo, Ele permitiu a possibilidade do mal. Além disso, no momento em que Deus criou livremente seres fora de Si, que têm livre arbítrio, Ele permitiu a possibilidade de que esses seres livres poderiam escolher o mal. Deus nunca quer directamente o mal, mas permite o mal. Esta explicação parece não ajudar muito. Sofremos e o mal existe. O que é que interessa se Deus o quis directamente ou apenas o permitiu? Deus tem a capacidade de tirar o bem do mal. Já o sabemos. Deus pôde usar o mal quando os irmãos de José o venderam como escravo para tirar o bem de salvar o povo de Israel. Deus permitiu que São Paulo fosse preso, mas Paulo disse que isso lhe deu a oportunidade de anunciar Jesus (Fl 1,13). Nós sabemos que a Bíblia revelou que há uma série de razões possíveis pelas quais Deus nos permite sofrer. Estas razões não estão sempre presentes em cada sofrimento. Por exemplo, há momentos em que sofremos como consequência das nossas decisões. Em termos bíblicos, chama-se “colher o que plantámos.” Eu trouxe sofrimento a mim mesmo (ou outro trouxe sofrimento a mim) devido a más decisões. Outra razão para o sofrimento é que é um potencial remédio. Há momentos em que Deus nos permite experimentar a queda, a fim de “nos acordar” e chamar a nossa atenção para Ele. C. S. Lewis expressou-o desta forma: “Podemos ignorar até mesmo o prazer. Mas a dor insiste em ser atendida. Deus sussurra-nos no prazer, fala-nos na nossa consciência, mas grita nas nossas dores: é o Seu megafone para despertar um mundo surdo.” A dor também pode trazer-nos sabedoria. O sofrimento pode ser um professor. Esta é uma daquelas verdades que é revelada na Bíblia, mas quase todos nós observámos isso em pessoas de grande sabedoria, pessoas que sofreram e que permitiram que o seu sofrimento as levasse a uma profundidade e compreensão de si próprias e da experiência humana que teria sido impossível sem ele. Mas, e se alguém tiver corrigido tudo o que pôde corrigir e aprendeu tudo o que pensa ter podido aprender? Para esse alguém e para ti, São Paulo escreve: “Agora, alegro-me nos sofrimentos que suporto por vós e completo na minha carne o que falta às tribulações de Cristo, pelo seu Corpo, que é a Igreja.” (Cl 1,24) Isto revela que há um outro sentido no sofrimento. Deus poderia ter salvo o mundo com uma única palavra, mas não o fez. Deus salvou o mundo, assumindo um corpo humano, vivendo uma vida real e experimentando o sofrimento real e a morte. Ele ressuscitou nesse mesmo corpo. Ao fazê-lo, Deus não eliminou o sofrimento - transformou-o. A vontade de Deus para abraçar o sofrimento por amor deu ao sofrimento um significado e um poder que não existia. Mais ainda, Jesus chama cada pessoa que Lhe pertence a compartilhar este poder. Ele convidou todos os que O amam a participar na Sua missão. Isto significa que Deus está do lado daqueles que sofrem. Mais ainda, o Novo Testamento e a história da Igreja revelam que o sofrimento não revela uma falta de amor de Deus para connosco. Pe. Mike Schmitz, Director da Pastoral Juvenil da Diocese de Duluth, MN, EUA

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2016 - Ano Santo da Misericórdia Dar bons conselhos

No atual momento histórico e cultural, caracterizado pela desorientação — perdemos a bússola capaz de guiar o nosso caminho, capaz de orientar —, precisamos de quem saiba abrir caminho, indicar a direção, o leste, o oriente, o lugar onde nasce a luz e o sentido. É aí que, de modo especial, se situa a necessidade de alguém que saiba dar um bom conselho. Hoje, mais do que nunca, precisamos dum bom conselheiro! Não um funcionário do conselho, não um consultor que, numa relação não paritária, ajuda a abordar problemas ou temáticas com competências particulares, mas uma pessoa que saiba sentir empatia, escutar o outro em profundidade, apreender as suas potencialidades e debilidades, podendo assim ajudá-lo a entrever a melhor opção ou, pelo menos, a que lhe é possível. A arte de aconselhar, portanto, está ligada à capacidade de compreender a situação do outro, requerendo, ao mesmo tempo, imaginação e adesão à realidade. O realismo é essencial para indicar caminhos realmente exequíveis para a pessoa que pede conselho; não estabelece ideais altos e sublimes, mas alcançáveis. A imaginação também é importante porque a própria ponderação de uma alternativa, de uma via nova e inédita, mesmo que possa não representar a solução para o problema, dá esperança, muda alguma coisa, abre um futuro em que se poderá chegar a aperfeiçoar aquilo que foi ponderado. Para ser libertadora, a arte de aconselhar também requer liberdade, capacidade de sair dos lugares comuns, de reconhecer que o humano é muito mais extenso e vasto do que pretendem os pensamentos prefabricados, as morais rígidas e as ideologias. A arte de aconselhar requer a capacidade de sentir o sofrimento daquele que duvida e de não o julgar. Por isso, o conselho encontra a sua sensatez no âmbito de uma relação de confiança entre duas pessoas. A «paternidade espiritual» pode ser um lugar importante para aconselhar, tendo presente que não se trata de dizer ao outro aquilo que deve fazer, mas de ajudá-lo a encontrar a resposta que já habita nele e que ele não sabe ou não se atreve a fazer emergir ou, então, sugerir-lhe hipóteses em que ele ainda não tinha pensado. Na relação de «paternidade espiritual», a experiência do ancião funde-se com o entusiasmo do mais jovem que, oportunamente aconselhado, pode ser ajudado a correr expeditamente pela via do crescimento humano e espiritual. E, neste contexto, trata-se de pedir conselhos a propósito de tudo, ou seja, nenhum tema é tabu, nenhum problema é excluído, de tudo se pode e é bom falar na relação de «paternidade espiritual». Encontrar, então, quem saiba indicar uma via, dirigir uma palavra de ajuda, dar um conselho elucidativo, pode revelarse uma riqueza inestimável para a nossa vida. Assim poder-se-á experimentar a verdade da afirmação proferida pelo autor do livro do Ben Sira: «O saber do sábio derrama-se como água que transborda, e o seu conselho permanece como fonte de vida» (21, 13). Luciano Manicardi, A caridade dá que fazer: Redescobrindo a actualidade das ‘obras de misericórdia’, 2015 Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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2016 - Ano Santo da Misericórdia

Paula e Javier Calderón, licenciados em Direito, estão casados há vinte anos, têm sete filhos e trabalham numa Instituição Privada de Solidariedade Social por eles fundada. Tinham os dois 21 anos. Conheceram-se no Verão de 1991 numa acção de voluntariado no Centro de Deficientes Profundos João Paulo II, em Fátima. Tratavam das crianças, jovens e adultos internados nesse Centro. Já no namoro combinaram que iriam dedicar-se aos mais desfavorecidos. Depois de casar, fundaram a Associação Emergência Social com o objectivo de ajudar as famílias mais pobres de alguns dos bairros mais problemáticos de Lisboa. Agora trabalham naquilo com que há muito sonhavam e para o que sentiam uma vocação específica: o combate à pobreza e à exclusão social. Deitaram mão de todos os meios e com a ajuda de Deus vão conseguindo financiamentos para tentar ajudar as pessoas de forma eficaz e ao mesmo tempo manter a família. 12

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2016 - Ano Santo da Misericórdia Fazem tudo isto aliando respostas socio-profissionais adequadas à criação de uma forte relação de amizade e proximidade com as pessoas.

Emergência Social é uma instituição particular de Solidariedade Social que trabalha há quinze anos nos bairros degradados dos arredores de Lisboa. Querem ser uma instituição de referência entre aquelas que trabalham com os pobres mais pobres destes bairros.

- Apostam num envolvimento pessoal, mostrando real e genuíno interesse por cada pessoa, apresentando as alternativas para cada situação de vida, abrindo horizontes e orientando para que cada um possa decidir como fazer a sua melhor opção. - Criaram a Rede de Apoios ES, como forma de chegar às famílias promovendo uma orientação de vida integrada:

MISSÃO Combater a pobreza e exclusão social ajudando as pessoas mais desfavorecidas destes bairros a encontrar um sentido para a sua vida, por mais dura que seja ou lhes pareça, dando a descobrir o valor da família, das coisas, do trabalho e da maternidade, sempre com o ênfase na relação pessoal de amizade. O seu objectivo é sensibilizar para as questões que implicam atentados contra a dignidade humana – direito à vida, direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si próprio e à família saúde e bem-estar, direito a assistência especial em caso de gravidez e maternidade. Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

Emergência Vida – prestam um atendimento materno-infantil, promovendo uma rede solidária de apoio, assessoria e ajuda a mulheres no sentido de superar conflitos surgidos diante de uma gravidez, imprevista ou não. Emergência Jurídica – prestam assistência legal em casos de acidentes de trabalho, salários abusivamente em atraso 13


2016 - Ano Santo da Misericórdia São a primeira entidade reconhecida, em Portugal, para a adopção internacional.

VOLUNTARIADO

ou não pagos, crianças não perfilhadas, sem pensão de alimentos ou subtraídas ao poder paternal, maus tratos dos companheiros, ajudamos a resolver questões relacionadas com a Segurança Social e legalização de estrangeiros. Apoio Laboral – dão orientação e formação na procura de emprego, ajudam a fomentar a confiança nas capacidades laborais, encontrar trabalhos compatíveis para grávidas e mães de crianças pequenas, formação em artes domésticas. Apoio Escolar – dão apoio às crianças do Bairro da Cruz Vermelha, proporcionando condições de aprendizagem apropriadas, tanto em termos de local, como em termos de conteúdos; acompanham crianças e jovens, como forma de prevenção de comportamentos de risco (actividades lúdicas, de tempos livres e em períodos de férias). Maibaby – apoiam casais que desejam adoptar crianças em países estrangeiros. 14

Duas ou três horas, uma vez por semana, podem ser uma ajuda incalculável no apoio a estas crianças e suas famílias, e também a grávidas em situações dramáticas. Também há necessidade de médicos, psicólogos e dentistas que estejam dispostos a consultar algumas crianças voluntariamente. Dado o objectivo de continuar a crescer na qualidade e quantidade de apoios, alargar a Rede de Apoios ES leva-os a um objectivo ainda mais ambicioso. Para tal, alargaram a base de Amigos ES a Particulares e Empresas que queiram fazer parte do projecto.

CONTACTOS Rua do Lumiar, nº 78 1750-164 Lisboa Tel.: 21 7574645 E-mail: aes.emergenciasocial@gmail.com http://www.emergenciasocial.org/ http://aespanorama.blogspot.pt/

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Actualidade François-Xavier Nguyên Van Thuân François-Xavier Nguyên Van Thuân foi um sacerdote vietnamita que compartilhou o sofrimento do seu povo. Conseguiu transformar em oração a aridez e as trevas vividas na prisão durante treze anos e foi um testemunho impressionante de perseverança, alegria e esperança, que procurou transmitir ao seu povo e a todo o mundo. Os seus escritos são de uma simplicidade e profundidade notáveis. Morreu a 16 de Setembro de 2002.

A DOENÇA DO PASSADO Esta doença é alimentada pelo estado de ânimo dos laudatores temporis acti, os nostálgicos de um tempo que já passou, do qual recordam somente as coisas positivas. Quando fui feito prisioneiro no Norte do Vietname, por vezes encontrava fiéis que me confidenciavam: «Padre, agora dou-me conta de que o tempo mais feliz foi aquele do delegado apostólico.» Desfilavam em procissão ao longo das estradas e mesmo à volta do lago Hoan-kiêm; viam o delegado num automóvel, de joelhos, com o ostensório, o seu rosto brilhante como o sol. Quando voltarão os tempos do delegado?». Não é preciso esquecer o passado, porque é a lição da experiência, mas não nos devemos cristalizar sobre ele. Olhemos para o futuro, para o construirmos mais belo. As pessoas que vivem só no passado desejam voltar para lá. E, todavia, o tempo nunca corre para trás. Visitei muitos lugares e conheci muitos fiéis. As pessoas de uma certa idade, talvez depois de terem bebido demais, começam a lamentar-se: «Quando é que voltamos ao tempo da República? Tudo custava tão pouco. Os salários eram altos. Por um saco de arroz, bastava apenas algum centavo. Éramos felizes!» Agora estamos em 1998, como é que podemos voltar a 1960? Tornamo-nos míopes, em vez de olharmos para a frente, voltamo-nos para trás. E, então, como é que será possível progredir? Mas devemos continuar a viver. O passado não voltará, porque o tempo continua a correr inexoravelmente. É preciso olhar para Jesus. Do céu desceu à terra. Ele olhava sempre para a frente, procedendo resolutamente, como quando foi necessário dizer: «Vamos para Jerusalém para morrer». Sabia bem que a paixão seria dolorosíssima, mas prosseguiu, aceitando a estrada que lhe tinha sido traçada pelo Pai. Porque, através do sofrimento, a humanidade seria salva. Assim, se queremos que a pátria e a Igreja progridam, devemos olhar para a frente, sem nos determos a sonhar com o que tempo que passou, sem esquecer a lição do passado, que nos prepara para enfrentar o futuro. Cada tempo tem a sua beleza. Devemos saber descobrir a beleza do presente no qual vivemos, sem nos lamentarmos nem nos amargurarmos, dado que não serve de nada. É preciso olhar para o passado para agradecermos a Deus, para nos arrependermos; é preciso olhar para o presente, para servirmos com entusiasmo e responsabilidade; é preciso olhar para o futuro com esperança. In Alegria de Viver a Fé, François-Xavier Nguyên Van Thuân Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre

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Destaque

PACK VAN THUÂN “Durante as longas noites na prisão, apercebo-me de que viver o momento presente é o caminho mais simples e mais seguro para a santidade. Desta certeza nasce uma oração: Jesus, não esperarei, vivo o momento presente, enchendo-o com amor. A linha recta é feita de milhões de pequenos pontos unidos uns aos outros. Também a minha vida é feita de milhões de segundos e de minutos unidos uns aos outros. Coloco em ordem cada ponto e a linha será recta. Vivo com perfeição cada minuto e a vida será santa. O caminho da esperança é calcado de pequenos passos de esperança.”

NOVO

Homem de esperança, caridade e alegria

“François-Xavier Nguyên Van Thuân - Homem de Esperança, Caridade e Alegria” é uma biografia escrita de forma sintética sobre um homem cheio de alegria, caridade e esperança. A síntese da história deste bispo perseguido e preso durante treze anos é acompanhada por fotografias dos lugares, pessoas e acontecimentos em causa. A força desta biografia é a de nos centrar no essencial. 56 páginas

“A Alegria de Viver a Fé” é o título de uma série de reflexões sapienciais de D. Van Thuân, um arcebispo vietnamita que sente a responsabilidade de formar o seu povo, para o ajudar a viver numa comunidade melhor. Cód. PR107 112 páginas

€ 8,50 € 5,90

UM PACK A NÃO PERDER!

SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre PROPRIEDADE Fundação AIS DIRECTORA Catarina Martins de Bettencourt REDACÇÃO E EDIÇÃO P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira, Ana Vieira e Pilar Rocha FONTE L’Église dans le monde – AIS França FOTOS © AIS; A Cross in a blizzard, Jozef Chelmonski

CAPA PERIODICIDADE IMPRESSÃO PAGINAÇÃO DEPÓSITO LEGAL ISSN

François-Xavier Nguyên Van Thuân 11 edições anuais Gráfica Artipol JSDesign 352561/12 2182-3928

Isento de registo na ERC ao abrigo do Dec. Reg. 8/99 de 9/6 art.º 12 n.º 1 A

Rua Professor Orlando Ribeiro, 5 D, 1600-796 LISBOA Tel 21 754 40 00 • Fax 21 754 40 01 • NIF 505 152 304 fundacao-ais@fundacao-ais.pt • www.fundacao-ais.pt


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