Sementes de
Setembro 2018
Esperança Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Intenção de Oração do Santo Padre UNIVERSAL
Os jovens de África Para que os jovens do continente africano tenham acesso à educação e ao trabalho no próprio país.
23 Setembro SÃO PIO DE PIETRELCINA (PADRE PIO), presbítero, +1968 “O Santo Rosário é a arma daqueles que querem vencer todas as batalhas.” A oração é um dos pilares fundamentais da nossa missão. Sem a força que nos vem de Deus, não seríamos capazes de ajudar os Cristãos que sofrem por causa da sua fé. Para ajudar estes Cristãos perseguidos e necessitados criámos uma grande corrente de oração e distribuímos gratuitamente esta Folha de Oração, precisamente porque queremos que este movimento de oração seja cada vez maior. Por favor, ajude-nos a divulgá-la na sua paróquia, nos grupos de oração, pelos amigos e vizinhos. Não deite fora esta Folha de Oração. Depois de a ler, partilhe-a com alguém ou coloque-a na sua paróquia.
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Sementes de Esperança | Setembro 2018
Reflectir INTENÇÃO NACIONAL
Para que nas paróquias e nas comunidades religiosas se tomem iniciativas adequadas para a renovada devoção aos Corações de Jesus e de Maria, na prática da devoção das primeiras sextas-feiras e dos primeiros sábados de cada mês.
“Reformados para reformar” Tem-se falado muito, nos últimos anos, da necessidade de “reformar a Igreja”. A necessidade de reforma tem sido constante na sua história. Sendo santa, contém no seu seio muitos filhos que são “pecadores”. Não me conformo com a expressão que hoje muitos utilizam de dizer que a “Igreja é pecadora”. Não é isso que professamos no Credo. De facto, não dizemos “creio na Igreja santa e pecadora”, mas sim, “creio na Igreja santa…”. A “santidade” faz parte da essência do mistério da Igreja. Cremos na Igreja santa (una, católica e apostólica), mas que contém no seu seio os filhos que são pecadores. É conhecido o axioma em eclesiologia: ecclesia semper reformanda, que quer dizer que a Igreja precisa sempre de ser reformada, a partir da sua referência ao Senhor Jesus Cristo, sua cabeça e seu esposo. Por isso, a necessidade de reforma na Igreja é tão actual hoje como foi no passado. Hoje compete a nós passarmos por este processo de conversão. Quando se fala na urgência da reforma, isso, no meu entender, tem a ver com cada um de nós, porque o que está em causa é a salvação de cada um de nós, tomados pessoalmente, na linha do que o Senhor Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
diz no Evangelho: que vale ao homem ganhar o mundo inteiro se depois perde a sua alma? Podíamos dizer doutro modo: que me serve a mim se todos se salvam, se depois venho a perder-me? E o perder-me ou salvar-me tem a ver com a referência ao Evangelho, às palavras de Jesus, que o Papa Francisco, na sua mais recente exortação apostólica, nos convida a tomar à letra, sem glosas. Por isso, é necessário um esforço de discernimento entre o que diz respeito à vontade de Deus, que é, portanto, de direito divino, e aquilo que depende da Igreja, que tem origem na Igreja, como sociedade organizada segundo o direito. Penso que hoje estamos a correr um tremendo risco, atribuindo à Igreja (e que ela pode mudar) o que é da vontade de Deus, e que não se pode mudar, porque Deus não muda, Ele é sempre o mesmo, ontem, hoje e amanhã! Temos todos de ter muito cuidado com isto! E temo que não se dê suficiente atenção a este discernimento. Não podemos correr o risco de pensar que tem origem na lei da Igreja e das suas instituições, o que na realidade se refere à vontade de Deus manifesta na Sagrada Escritura em geral e nos evangelhos em particular. 3
Reflectir E não podemos correr o risco tremendo de fazer uma selecção das palavras de Jesus conforme nos convém. Por exemplo, não podemos privilegiar a misericórdia e esquecer a justiça. A misericórdia sem a justiça é a ruína da vida moral e espiritual; e a justiça sem a misericórdia é cruel. Será necessário articular a misericórdia e a justiça, como, de resto, a palavra de Deus nos convida a fazer, tanto na moral dos mandamentos como na moral das bem-aventuranças: quem é que está disposto a deixar tudo para seguir Jesus, pobre, obediente e casto? Quem? Já meditámos com atenção os seguintes textos dos evangelhos: Mc 10; Mt 19; Lc 18? No contexto do apelo a participar na reforma da Igreja e na certeza de que o seu futuro está onde cada um de nós estiver, no retiro promovido pela Fundação e que fizemos em Fátima em Julho passado, tomámos consciência da importância da terceira idade para essa reforma. De facto, a começar por mim, a quase totalidade dos participantes encontrava-se na idade da reforma e tomámos consciência da graça que corresponde a esta fase da nossa vida: finalmente temos tempo e disposição para pensarmos nas questões essenciais da vida, do amor e da morte. Ao pensarmos na reforma da Igreja entendemo-la a partir de cada um de nós e dos apelos que Deus tem feito à Igreja e ao mundo nos tempos modernos. Recordámos a devoção ao Coração de Jesus e de Maria, no exercício tão simples dos primeiros sábados 4
e das primeiras sextas-feiras de cada mês: o Coração de Jesus e de Maria pedem-nos um pouco de companhia, uma vez por mês, e prometem fazer-nos companhia na hora da nossa morte, logo, em todas as horas da nossa vida, pois a hora da morte é uma delas, a única a partir da qual e na qual todas as outras têm sentido. E então, porque não nos mobilizarmos, nós que temos tempo e disposição para isso, para fazermos companhia a Jesus escondido, como faziam os Pastorinhos? Não colheremos nessa companhia a força tão necessária para a renovação da Igreja de acordo com o coração e o sentir de Deus e da Virgem Santa Maria? Então, se estamos na idade da reforma, se somos reformados é para que gastemos as nossas forças para a tão desejada reforma da Igreja, cujo futuro está onde estiver a nossa vida reformada e comprometida. Somos, por isso, reformados para reformar a Igreja e o mundo em que habitamos. Dum modo muito simples: reservando uma hora cada mês, nas primeiras sextas e nos primeiros sábados, para fazermos companhia a Jesus escondido na escola do Coração de Maria. Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj Assistente Espiritual da Fundação AIS
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• China
Superfície 331.000 Km2 População 89,7 milhões de habitantes
• Vietname • Laos
Religiões Cristãos: 10% Católicos: 8% Protestantes: 2%
• Tailandia
Budistas: 53% Caodaístas: 4% Outros: 33%
• Camboja
Língua oficial Vietnamita
VIETNAME
Oceano Pacífico
A GRANDE BRECHA Ao mesmo tempo que o regime comunista apoia a abertura de uma universidade católica, após anos de proibição, o Vietname integra a lista americana dos países preocupantes em matéria de liberdade religiosa. Um paradoxo? Regresso a uma Igreja Católica confrontada com grandes disparidades regionais. Às 4h da manhã, no norte do país, em Cu Chi, altifalantes antiquados cospem uma música marcial e patriótica. É a rotina. Desde há 70 anos que a aparelhagem reproduz fielmente a voz do seu senhor, o Partido, sempre no poder. “Os comunistas repetem, repetem. À força, entra no cérebro”, partilha Tam, seminarista de 27 anos oriundo de Thanh Hoa. Com efeito, o Governo hoje já não usa a cassete de uma doutrina marxista e leninista profundamente hostil à religião; as regras tornam-se mais suaves: “Os poderes públicos vêem o bem que Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
as comunidades cristãs fazem. E não só nas escolas e hospitais.” Todavia, é preciso continuar a prestar contas e isso não tem nada de opcional. É uma questão de segurança nacional. A prová-lo, as transferências de 2016 que lançam para o comando da Segurança Pública o antigo director do gabinete dos Assuntos Religiosos, um órgão de controlo dos cultos criado em 1955. Com 8% de católicos em quase 90 milhões de habitantes, a Igreja é minoritária. Com a chegada dos primeiros missionários, no 5
Vietname
As procissões religiosas são autorizadas nas grandes cidades.
séc. XVII, as autoridades vêem neles parceiros preciosos para desenvolver o comércio exterior, mas não sendo este objectivo partilhado pelos recém-chegados começam as perseguições. Balanço: quase 100 mil mártires em quatro séculos. Em 1954, o comunismo expulsa do norte o domínio francês e 20 anos mais tarde estende-se para o sul. São confiscadas muitas propriedades pertencentes à Igreja. “Na minha Diocese de Thanh Hoa o número de padres passa de 95 para 13”, conta Tam. Em 2017, mesmo que já não se fale de perseguição, as dificuldades continuam.
NÃO É LUGAR PARA FLORES DE ESTUFA “Não temos um estatuto oficial”, afirma enfaticamente o Pe. Frédéric, a propósito 6
dos missionários no Vietname. Este francês trabalha lá há mais de 10 anos. “A nossa inserção na Igreja local é complicada, porque os padres autóctones não querem correr riscos.” A lembrança das expulsões dos missionários, em 1975, continua bem viva no seu espírito. Brice Giroud, casado com uma autóctone e a viver no Vietname há 12 anos, confirma que se “as comunidades religiosas estrangeiras desejam enviar padres ou religiosas é preciso que sejam personalidades perseverantes. Uma flor de estufa era logo recambiada de volta.”
SEM PADRES, SEM SACRAMENTOS Os próprios Cristãos vietnamitas vêem-se confrontados com inúmeros desafios. A evangelização não é um assunto, tão Sementes de Esperança | Setembro 2018
Vietname
Em certas regiões a liberdade religiosa é sempre lesada.
forte foi a censura política. “O Governo proíbe as iniciativas públicas desta natureza” conta Tam, como a catequese na escola, mesmo nas instituições geridas por religiosas, salvo casos de excepção. Em certas regiões montanhosas do norte, as visitas dos padres são proibidas pelas autoridades. Ora, sem padre não há sacramentos. Sem dúvida que o Governo não deseja que se torne pública a extrema pobreza em que vivem os habitantes destas regiões. Este seminarista encontrou-se “em segredo” com alguns. “No Inverno, durante a estação seca, a água falta de forma tão dramática que é preciso guardá-la para a alimentação. Imaginam três meses sem se poderem lavar?” insurge-se. “E, no entanto, que alegria! Estes cristãos vivem a sua fé de forma inacreditável com a verdadeira graça da consolação.” Na Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Diocese católica de Kondul – nas terras altas do centro do Vietname – alguns membros das minorias étnicas, recentemente convertidos ao Cristianismo, construíram uma capela rudimentar com troncos de árvores e placas onduladas. Nem sequer solicitaram a aprovação dos poderes públicos que, desde então, procuram demolir a estrutura. “Quando as pessoas pedem uma autorização, não a conseguem” explica o Bispo local, D. Michel Hoang Duc Anh, numa carta aberta ao presidente de uma das comissões populares da sua diocese. “As pessoas já não têm confiança na palavra das autoridades.” Em Maio de 2016, o Departamento de Estado norte-americano recomendou mesmo colocar o Vietname na lista dos países particularmente preocupantes em matéria de liberdade religiosa. 7
Vietname
Os cristãos das montanhas vivem em grande pobreza.
A MENTALIDADE ASIÁTICA EVITA O CONFRONTO Tam interroga-se também sobre a eventualidade de padres infiltrados, enviados pelo regime para espiar os católicos a partir do interior e desestabilizá-los: “Quando certas informações confidenciais, às quais apenas um padre tem acesso, surgem na boca das autoridades, questionamo-nos.” Com infiltração ou não, acontece que os Católicos e o Estado podem, por vezes, dar a impressão de ter relações ambíguas. Como a mentalidade asiática evita o confronto e como “já não há violência física contra a Igreja, a maior parte dos Vietnamitas prefere negociar para atingir os seus objectivos”, comenta uma fonte eclesiástica.
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A ambiguidade estende-se igualmente às questões financeiras. “Alguns bispos constroem verdadeiros palácios para o episcopado e contrapõem o argumento do contra poder para explicar a sua escolha”, continua a nossa fonte. “Mostrar uma Igreja poderosa permitiria uma melhor oposição aos comunistas”. Custa a acreditar neste argumento duvidoso. “A riqueza aparente demonstrada por alguns clérigos e religiosos constitui um verdadeiro obstáculo à propagação do Evangelho”, considera D. Duc Anh. Em Dezembro de 2016, evocou uma Igreja em declínio, em 50º lugar, atrás das Filipinas, da Coreia do sul, de Timor Oriental e do Líbano. Estará “a filha mais velha da Igreja na Ásia”, atributo que assumia orgulhosamente há cerca de uma década, prestes a afundar-se? Se a análise ficasse por aí, Sementes de Esperança | Setembro 2018
MeditaçãoVietname São construídas novas igrejas.
seria apropriado um certo pessimismo e muitas questões ficariam sem resposta. Em primeiro lugar, desde 2006 que o Vietname não está em nenhuma lista negra dos Estados Unidos; para quê confrontá-lo com a sua liberdade religiosa em 2016? É de notar que a recomendação americana aparece na altura em que o Vietname se distancia comercialmente dos Estados Unidos. A posição do outro lado do Atlântico poderia ser uma espécie de última palavra, mais do que o reflexo de uma liberdade religiosa em queda livre. Tanto mais que, neste campo, certos sinais passam a verde, como a abertura da primeira universidade católica desde 1975. O mesmo para a explosão das vocações. “De 13 padres em 1994 passou-se hoje para mais de 100 em Thanh Hoa e o Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
mesmo acontece com os seminaristas”, testemunha o jovem Tam. A Diocese de Xuan Loc conta com 400. Quanto à questão de uma secularização do clero por causa do dinheiro existem exemplos contrários, como a vida muito simples do Bispo de Thai Binh que, todavia, vive numa casa diocesana grandiosa.
A CRUZ AO PESCOÇO Em suma, é preciso pôr os assuntos em perspectiva. As restrições a que estão submetidos os católicos encontram eco nas exigências impostas às empresas estrangeiras desejosas de se implantarem localmente. O pedido de licença de investimento e o plano de negócios devem ser acompanhados de uma descrição 9
Vietname
As vocações florescem.
detalhada do know-how da empresa e dos produtos que ela fabrica. No Vietname é difícil obter uma visão de conjunto sobre a situação dos Católicos, de tal maneira o quotidiano difere de uma região para a outra. “Na minha aldeia há 99% de católicos, porque nos reagrupámos” relata o futuro padre. “À volta, é o deserto. Nem um crente.” Na cidade de Hô Chi Minh “pode usar-se publicamente uma cruz ao pescoço, rezar o terço na rua diante da famosa imagem de Maria” acrescenta Brice Giroud. “Desde que cá estou, não páram de construir novas igrejas.” De facto, as autoridades locais demonstram uma grande liberdade na interpretação e aplicação da política religiosa. Esta 10
incerteza jurídica gera incoerências e instabilidade. “Em muitos casos a lei não prevalece”, confirma o Pe. Frédéric. “Ganham as relações interpessoais.” E quanto ao futuro? A nova Lei sobre Religião e Crença dá o tom (ver “Em nome da lei”, pág. 11). Esta lei, promulgada em Novembro de 2016 e tendo entrado em vigor a 1 de Janeiro de 2018, visa, segundo o Governo, ajudar a administrar questões religiosas, nomeadamente simplificando os processos de registo de novas igrejas ou locais de culto. No entanto, vários grupos de defesa dos direitos humanos acusam o Governo comunista de procurar, isso sim, controlar a actividade dos grupos religiosos, nomeadamente os Sementes de Esperança | Setembro 2018
Vietname Em nome da lei
Em Hô Chi Minh é possível usar uma cruz em público.
Cristãos, que representam apenas cerca de 10% do total da população. Talvez o Vietname veja o restabelecimento das relações diplomáticas com o Vaticano, cortadas em 1975. A Santa Sé tem, desde 2011, um representante pontifício não residente, por isso, tudo é possível. Até que os altifalantes se calem. Oração Para que o Espírito Santo sopre sobre a Igreja Católica no Vietname, para que permaneça unida a fim de perseverar na fé face aos problemas e às dificuldades, nós Te pedimos Senhor!
Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
“Os organismos religiosos já não têm de se registar junto do Governo com o nome de uma pessoa física. Têm um estatuto legal”, afirma D. Kham, da Diocese de My Tho. A lei sobre as crenças e a religião, elaborada em 2015 pelo gabinete dos Assuntos Religiosos, foi promulgada pela Assembleia Nacional a 18 de Novembro de 2016. Os seus decretos de aplicação entraram em vigor em Janeiro de 2018, mas as modificações pedidas pela Conferência Episcopal não foram consideradas.
GRANDE EVENTO
Abertura de uma universidade católica Inaugurado em Novembro de 2016, em Hô Chi Minh, o Instituto Católico do Vietname, reconhecido pela Santa Sé, abre legalmente com a autorização do Governo. Desde a reunificação do país sob o regime comunista em 1975 que era proibido fundar uma instituição de ensino religiosa. A nova universidade marca uma reviravolta nas relações entre a Igreja Católica e o Estado. 11
Meditação
Novena de Emergência da Madre Teresa de Calcutá Uma novena é uma devoção católica que supõe a recitação de certas orações durante nove dias consecutivos, por um propósito específico. A origem está nos nove dias que os apóstolos passaram com Maria no Cenáculo, depois da Ascensão de Jesus, rezando antes da chegada do Espírito Santo no Pentecostes. Sem dúvida, as novenas são um presente da nossa fé católica, mas a vida nem sempre nos avisa com nove dias de antecedência quando enfrentamos certos desafios ou crises. Por isso, uma novena expresso ou de emergência pode ser útil. A novena de emergência da Madre Teresa é simples: basta rezar a oração de São Bernardo, “Lembrai-vos” (Memorare), nove vezes seguidas, com o seu propósito em mente. A Madre Teresa de Calcutá fazia isso com frequência; mas ela sempre acrescentava imediatamente um décimo “Lembrai-vos”, como gesto de gratidão, já que tinha a plena certeza de que receberia ajuda divina. A vida da Madre Teresa está repleta de histórias em que invocava a intercessão de Maria e nas quais ocorriam factos milagrosos. 12
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Oração
LEMBRAI-VOS Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa protecção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Ámen. Adaptado de http://pt.aleteia.org/2016/07/26/ voce-precisa-de-ajuda-agora-reze-a-novena-de-emergencia-da-madre-teresa/
Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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Meditação
Exaltação da Santa Cruz Amados irmãos e irmãs, bom dia! A 14 de Setembro a Igreja celebra a festa da Exaltação da Santa Cruz. Talvez alguma pessoa não cristã nos pergunte: porque “exaltar” a cruz? Podemos responder que não exaltamos uma cruz qualquer, ou todas as cruzes: exaltamos a Cruz de Jesus, porque nela se revelou ao máximo o amor de Deus pela humanidade. É o que nos recorda o Evangelho de João na liturgia de hoje: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (3, 16). O Pai “deu” o Filho para nos salvar, e isto significou a morte de Jesus, e morte de cruz. Porquê? Porque foi necessária a Cruz? Por causa da gravidade do mal que nos mantinha escravos. A Cruz de Jesus exprime as duas coisas: toda a força negativa do mal, e toda a mansidão omnipotente da misericórdia de Deus. A Cruz parece decretar a falência de Jesus, mas na realidade marca a vitória. No Calvário, quantos o escarneciam dizendo: “se és Filho de Deus desce da cruz” (cf. Mt 27, 40). Mas era verdade o contrário: precisamente porque era o Filho de Deus Jesus estava ali, na cruz, fiel até ao fim ao desígnio de amor do Pai. E precisamente por isto Deus “exaltou” Jesus (Fl 2, 9), conferindo-lhe uma realeza universal. E quando dirigimos o olhar para a Cruz onde Jesus foi pregado, contemplamos o sinal do amor, do amor infinito de Deus por cada um de nós e a raiz da nossa salvação. Daquela Cruz brota a misericórdia do Pai que abraça o mundo inteiro. Por meio da Cruz de Cristo o maligno é vencido, a morte é derrotada, a vida é-nos doada, a esperança é-nos restituída. Isto é importante: por meio da Cruz de Cristo é-nos restituída a esperança. A Cruz de Jesus é a nossa única esperança verdadeira! Eis por que a Igreja “exalta” a santa Cruz, e eis por que nós cristãos abençoamos com o sinal da cruz. Ou seja, nós não exaltamos as cruzes, mas a Cruz gloriosa de Jesus, sinal do amor imenso de Deus, sinal da nossa salvação e caminho rumo à Ressurreição. E é esta a nossa esperança. Ao contemplar e celebrar a santa Cruz, pensamos com emoção nos tantos irmãos e irmãs nossos que são perseguidos e assassinados por causa da sua fidelidade a Cristo. Isto acontece especialmente onde a liberdade religiosa ainda não está garantida ou plenamente realizada. Mas acontece também em países e ambientes que em princípio tutelam a liberdade e os direitos humanos, mas onde concretamente os crentes, e sobretudo os cristãos, encontram limites e discriminações. Por isso hoje os recordamos e rezamos de modo particular por eles. No Calvário, aos pés da cruz, estava a Virgem Maria (cf. Jo 19, 25-27). É a Virgem das Dores, que amanhã celebraremos na liturgia. A ela confio o presente e o futuro da Igreja, para que todos saibam descobrir e acolher sempre a mensagem de amor e de salvação da Cruz de Jesus. Papa Francisco, Angelus, 14 de Setembro de 2014
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Actualidade
Santa Teresa de Calcutá 5 Setembro
Chamo, agarro-me, quero - e ninguém me responde Na escuridão... Senhor, meu Deus, quem sou eu para que Tu me abandones? Sou uma filha do teu amor - que se tornou a mais odiada - aquela que abandonaste como indesejada - como não amada. Eu chamo, agarro-me, quero - e ninguém me responde - não há ninguém a Quem possa agarrar-me - não, Ninguém. - Sozinha. A escuridão é tão profunda - e eu estou sozinha. - Indesejada, abandonada. - A solidão do coração que deseja amar é insuportável. - Onde está a minha fé? - mesmo lá no fundo, aí mesmo, nada existe a não ser vazio e escuridão. - Meu Deus - que dolorosa é esta dor desconhecida. Dói sem cessar. - Não tenho fé. - Não me atrevo a proferir as palavras e os pensamentos que me povoam o coração - e me fazem sofrer uma agonia indescritível. São tantas as perguntas sem resposta que vivem dentro de mim - tenho receio de as trazer à luz - por serem blasfemas. - Se Deus existe, - por favor perdoa-me. - Confiança em que tudo acabará no Céu com Jesus. - Quando tento elevar o pensamento para o Céu - o vazio é de tal maneira convincente que esses mesmos pensamentos regressam como punhais afiados e me ferem a alma. - Amor - a palavra - nada traz. - Dizem-me que Deus me ama - e contudo a realidade da escuridão e da frieza e do vazio é tão grande que nada me toca a alma. Antes de se iniciar a obra - havia tanta união - amor - fé - confiança - oração - sacrifício. - Terei cometido um erro ao submeter-me cegamente ao chamamento do Sagrado Coração? Não é o trabalho que está em dúvida - porque estou convencida de que é Dele e não meu. - Não sinto - não me entra no coração um simples pensamento - uma só tentação de tomar como minha qualquer parcela do trabalho. Sempre a sorrir - as Irmãs e as pessoas fazem cada observação. - Acham que a fé, a confiança e o amor me enchem todo o meu ser e que a intimidade com Deus e a união à Sua vontade me devem absorver o coração. - Se soubessem - até que ponto a minha alegria é a capa com a qual cubro o vazio e a infelicidade. Apesar de tudo - esta escuridão e este vazio não são tão dolorosos como a ânsia de Deus. - A contradição que receio que me desequilibre. - O que estás Tu a fazer, meu Deus, a criatura tão pequena? Pediste-me para imprimires a tua Paixão no meu coração - é esta a resposta? Se isto for para tua glória, se Tu obténs uma gota que seja de alegria com isto - se houver almas que se aproximam de Ti - se o meu sofrimento saciar a tua Sede - aqui estou eu, meu Senhor, com alegria aceito tudo até ao final da vida - e sorrirei à tua Face Oculta - sempre. Santa Teresa de Calcutá, In “Vem, sê a minha luz”, ed. Aletheia Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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Destaque
A VERDADEIRA FISIONOMIA DOS SANTOS “Pouco a pouco, os monges começaram a tornar-se seus amigos. Um dia, um deles contraiu tuberculose. Na Índia, os tuberculosos são abandonados por medo de contágio. O monge doente veio pedir refúgio à Madre Teresa, que o recebeu com amor. Ele blasfemava com frequência contra Deus por causa da doença. As irmãs foram pouco a pouco mudando a sua atitude. No final estava sereno e conformado. Os outros monges vinham visitá-lo e admiravam-se com a mudança conseguida pelas religiosas. Morreu em paz e este facto fez com que os monges e os peregrinos ficassem amigos da Madre Teresa e das suas irmãs.” Uma colectânea de vidas de 10 grandes santos e santas de Deus, ilustrada com fotografias históricas.
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180 páginas
Cód. LI041
Medalha de Nª Srª de Fátima benzida
€ 15,00
SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre PROPRIEDADE Fundação AIS DIRECTORA Catarina Martins de Bettencourt REDACÇÃO E EDIÇÃO Pe. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira FONTE L’Église dans le monde – AIS França FOTOS © AIS
CAPA PERIODICIDADE IMPRESSÃO PAGINAÇÃO DEPÓSITO LEGAL ISSN
Cristo de São João da Cruz, Salvador Dalí 11 edições anuais Gráfica Artipol JSDesign Isento de registo na ERC ao 352561/12 abrigo do Dec. Reg. 8/99 2182-3928 de 9/6 art.º 12 n.º 1 A
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