S E M E N T E S DE ESPERANÇA NOVEMBRO 2015
| Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
Intenções de Oração do Santo Padre Intenção Geral Diálogo com todos Para que saibamos abrir-nos ao encontro pessoal e ao diálogo com todos, inclusive com quantos têm convicções diferentes das nossas. Intenção Missionária Pastores da Igreja A fim de que os pastores da Igreja, amando profundamente a sua grei, possam acompanhar o seu caminho e manter viva a sua esperança. ABENÇOA, SENHOR JESUS, AS NOSSAS PARÓQUIAS Senhor Jesus, Esposo da Igreja, Teu Corpo Místico, digna-Te abençoar as nossas comunidades paroquiais. Fá-las comunidades orantes, na escuta da Tua Palavra e na vivência de uma vida sacramental profunda. Dá aos sacerdotes e aos leigos, como pede o Papa, audácia, coragem, fogo do Espírito Santo, para que não cedam ao desânimo mas vivam sempre, com alegria e entusiasmo a sua missão apostólica. Faz que sacerdotes e leigos vivam a unidade da fé, Mas, sobretudo, o dom do serviço em contínua caridade. Que haja discernimento e audácia para novos empreendimentos, sobretudo a nível da formação e da evangelização, do serviço humilde e dedicado aos mais pobres, da descoberta do Teu Coração como fonte de vida, de amor e de exemplo de dedicação sem medida. Que não falte nunca aos sacerdotes e aos leigos, o sentido da pertença à Igreja, a comunhão com o bispo, a unidade e partilha com outras paróquias. Dá a todos ânimo e alegria no serviço dedicado, e faz que sacerdotes e leigos vivam em profunda unidade. Dário Pedroso, s.j.
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Sementes de Esperança | Novembro 15
Reflectir INTENÇÃO NACIONAL Pelos Cristãos em Portugal e por todos os homens de boa vontade, para que durante o mês de Novembro, mês consagrado à memória dos defuntos, a meditação sobre a morte seja uma ocasião para descobrir o sentido e o rumo da existência.
MATERIAL RECICLÁVEL Uma notícia no PÚBLICO de 21 de Outubro passado, na página 9, deixou-me em estado de choque: «um bebé de sexo masculino com cerca de cinco meses foi ontem encontrado morto dentro de uma mala metálica no aterro de Sermonde, em Vila Nova de Gaia. O corpo, com cerca de 50 centímetros, foi descoberto durante o tratamento do lixo que iria para a trituração…». Há uns tempos – uns dois ou três anos – outra notícia me deixara também em estado de choque: em Almeirim um bebé fora salvo do contentor do lixo por um casal cigano que, passando por ali, se tinha apercebido do choro da criança, já quando o carro do lixo assomara na rua para recolher o contentor para onde o bebé recém-nascido e ainda vivo havia sido atirado. Eu pensava comigo mesmo: Meu Deus, mas onde estamos? O que se passa hoje na nossa sociedade quando uma mãe atira para o lixo o filho que gerou no seu seio? Veio-me à mente a palavra do profeta Isaías: «Acaso pode uma mulher esquecer-se do menino que amamenta, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu não te esqueceria» (Is 49,15). Que uma mãe se esqueça, aqui temos nestas notícias a confirmação, nas crianças abandonadas, nos abortos provocados, tragédias que sempre se deram, mas que hoje alcançam uma dimensão que causa pavorosa vertigem.
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Lembro-me da minha primeira visita ao jardim zoológico de Lisboa, no ano de 1967. Fiquei surpreendido quando descobri que lá há um cemitério de cães e o meu espanto ainda foi maior quando li estes versos numa lápide: «…quanto mais conheço os homens, mais gosto dos animais»! Em Laudato si, o Papa Francisco insiste em sublinhar que a verdadeira ecologia não diz respeito à natureza, mas sim à condição humana, pois se a humanidade hoje submetesse fosse que espécie fosse à violência a que são submetidas, por exemplo, as crianças, há muito tempo que teria desaparecido. Hoje é decisiva a preocupação pela ecologia humana, o que não se faz através de partidos de animais, mas sim pelo reconhecimento de que afinal nem a natureza nem nós mesmos nos pertencemos, mas que pertencemos a Deus, porque ninguém tem culpa por nascer e viver, porque nascer e viver é um dom de Deus que devemos com gratidão acolher. Por isso, a verdadeira ecologia da natureza e do homem só pode subsistir se for ancorada em Deus e se pensarmos que a respeito de Deus não temos somente direitos, mas também deveres e obrigações. A não ser assim, podemos perguntar-nos: aonde vão o humanismo ateu, a ecologia e a ideologia do género, se recém-nascidos são atirados ao lixo como material reciclável? P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj Assistente Espiritual da Fundação AIS
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América Central • Cuba • México
AMÉRICA CENTRAL
Guatemala • El Salvador •
• Jamaica
•Belize •Honduras
VIOLÊNCIA, POBREZA E POR Oceano ENTRE ELAS CORRE A GRAÇA Pacífico
•Nicarágua • Costa Rica Panamá •
• Colômbia
Em Abril de 2015, realizou-se no Panamá a 7ª Cimeira das Américas que reuniu todos os chefes de Estado do continente. Esta é a prova de que a América Central é o elemento aglutinador entre os seus imponentes vizinhos. Cinco séculos após a sua evangelização, este importante lugar do narcotráfico torna-se terra de missão. Eis o ponto da situação de norte a sul. Quando Elena Gonzalez, voluntária nas Honduras, diz que trabalha para a Igreja perguntam-lhe sistematicamente: “a católica?” Uma reacção sintomática. Esta região, fortemente cristianizada pelos Espanhóis desde o séc. XVI, vê o Catolicismo recuar em vários países em proveito de movimentos evangélicos mais ou menos sectários. Em proveito igualmente de uma secularização galopante dos jovens. A violência continua a gangrenar esta zona, que serve de ponte entre os países produtores de droga e os que a consomem. Deste modo, a pobreza, verdadeiro flagelo na América Central, não se manifesta apenas em termos económicos. Nas Honduras, Nicarágua e Guatemala mais
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de metade da população vive no limiar da pobreza e muitos dependem essencialmente dos subsídios enviados dos EUA pela família emigrada. Mas há também uma verdadeira pobreza espiritual. Apontar somente estes indicadores seria ocultar a pertença da América Central ao “continente da esperança”, segundo as palavras de João Paulo II, ali onde “a fé não é nem uma ideologia política nem um movimento social, mas a fé em Deus amor” acrescentava Bento XVI, em 2007. É na Guatemala que se encontra a maior catedral da América Latina e no Panamá o presidente promete “a maior estátua de Maria, do mundo”, que está a ser construída.
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América Central Na Guatemala, o sincretismo semeia a confusão. (Na fotografia, uma seita na estrada de Poptun.)
Superfície 108.890 Km2 População 14,7 milhões Religiões Cristãos: 95,2% Católicos: 58,1% Protestantes: 35,6% Outros: 1,5% Outras religiões: 0,7% Sem religião: 4,1% Língua Oficial Espanhol
GUATEMALA “Ao chegar às aldeias via os cães esconderem-se”, conta o Padre Gosse, missionário francês na Guatemala quase há trinta anos. Com uma taxa de homicídios de 39,9 por 100 mil habitantes o país é detentor de um triste recorde. Trinta e seis anos de guerra civil banalizaram o uso das armas, ao mesmo tempo que as catástrofes climatéricas maltratam regularmente o território. O último terramoto mortífero remonta a Julho de 2014.
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Quanto à Igreja Católica, continua maioritária. “Os fiéis são numerosos” afirma o Padre Gosse… e os obstáculos a ultrapassar também. Com efeito, os 37,1% dos protestantes guatemaltecos ganham cada vez mais terreno aos 58,1% de católicos. Acrescente-se a isto um sincretismo galopante que gera a confusão. Não é raro encontrar padres mayas, envolvidos numa espessa nuvem de goma copal, a celebrar os seus ritos, até nas igrejas, como é o caso da Igreja de São Tomás de Chichicastenango. 5
América Central Superfície 23.965 Km2 População 312.700 habitantes Religiões Cristãos 87,6% Católicos: 50% Protestantes: 35% Outros: 2,6% Hindus: 0,2% Judeus: 1% Muçulmanos: 0,2% Outras religiões: 0,1% Religiões trad.: 1,5% Sem religião: 8,9% Língua Oficial Inglês Superfície 21.042 Km2 População 5,7 milhões Religiões Cristãos: 88,2% Católicos: 51% Protestantes: 35,7% Outros: 1,5% Outras religiões: 0,8% Sem religião: 0,8 Língua Oficial Espanhol
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BELIZE “Passou-se de 50% de católicos… a 35% desde os anos oitenta”, afirma o Padre Noël Leslie, pároco belizenho da Igreja de São José, na cidade de Belize. Considera como causa da falta de padres, o desenvolvimento de um Protestantismo conquistador e o declínio de um ministério eclesiástico a meio gás que “faz como a avestruz para não ver os problemas”. Colónia britânica até 1981, data da sua independência, o Belize teve de acolher
EL SALVADOR É a história de um país à parte. A taxa de homicídios aproxima-se dos 41,2. Os maras, bandos de jovens cobertos de tatuagens, muitas vezes retornados a casa após uma emigração infeliz, gangrenam o território. O crime organizado prospera. É certo que mais de 34% da população vive abaixo do limiar da pobreza e um em cada quatro salvadorenhos habita fora do país. É verdade que o país se considera como o país mais pequeno da América Central mas – e este “mas“ faz toda a diferença – “o povo possui um notável espírito empreendedor”, conta um missionário local. Em 2010, coloca-se como mediador entre a Nicarágua e a Costa Rica quando a crise bilateral
de rajada mais de 30 mil pessoas que fugiam das guerras civis de El Salvador e da Nicarágua. Exilados, maioritariamente protestantes, tornaram-se belizenhos. Para além disso, o país menos povoado da América Central luta para ter um lugar no mapa. “Para viver felizes temos de viver escondidos?” A dúvida é permitida nesta monarquia constitucional onde a taxa de homicídios saltou de 17,2, em 2000 para 44,7, em 2012. começa a assemelhar-se a um conflito armado. Durante doze anos de guerra civil, continua a ser um dos países mais dinâmicos da região. Actualmente, é o mais povoado da América Central. Do mesmo modo, apesar de haver muitas inquietações relativamente à Igreja Católica, esta continua a resistir. Aumenta o número dos Evangélicos devido à “falta de formação dos padres” e à “diminuição dos fiéis” - salientou o Arcebispo de São Salvador – mas “as pessoas são muito crentes” regozija-se a Irmã Maryse, religiosa de Charles de Foucauld, nos arredores da capital. “Há uma fé sólida” confirma outro missionário local.
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América Central Os Salvadorenhos conservam uma fé sólida, apesar da violência permanente.
Superfície 112.492 Km2 População 6,5 milhões Religiões Cristãos: 87,6% Católicos: 50,3% Protestantes: 36,6% Outros: 0,7% Outras religiões: 0,7% Religiões trad.: 1,1% Sem religião: 10,6% Língua Oficial Espanhol
HONDURAS A ONU afirma que “o mais elevado índice de homicídios pertence às Honduras” com uma taxa de 90,4. O país mais perigoso do mundo – fora os Estados em guerra – atrai a preferência de todos os traficantes de droga. Particularmente utilizado como corredor entre a Colômbia produtora e os EUA consumidores, fecha-se num círculo vicioso de violência-corrupção-assassinato. Nicolas de Dinechin, leigo consagrado de Points-Coeur, no local há quatro anos, constata que “contrariamente aos salvadorenhos, os hondurenhos parecem marcados por uma forte inércia. Dão a ideia de serem reticentes a projectar-se no futuro”. Causa? Consequência? Mecanismo de protecção? Em todo
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o caso “a corrupção instala-se facilmente neste tipo de terreno”. A desresponsabilização também. As famílias monoparentais são imensas, tendo o pai ou a mãe abandonado o lar. Apesar de tudo, quando é forjado pelo olhar de Cristo, este temperamento faz que haja uma “distância em relação aos acontecimentos do quotidiano” e sobretudo “uma grande fé”. “Tudo passa, Deus sabe isso” parecem repetir os hondurenhos que “aguentam o sofrimento com muita acuidade, sem desespero e infinitos ganhos para si próprios”. Hoje, a Igreja Católica está em processo de reforma, apesar de ainda ter falta de padres. Contam-se 223 paróquias contra 125 nos anos cinquenta.
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América Central Superfície 130.373 Km2 População 5,1 milhões Religiões Cristãos: 85,8% Católicos: 58,4% Protestantes: 26,4% Outros: 1% Outras religiões: 0,3% Religiões tradicionais: 1,4% Sem religião; 12,5% Língua Oficial Espanhol
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NICARÁGUA Paradoxal. Esta palavra poderia ter sido inventada pela Nicarágua. Sobre um fundo grená, o rosto do actual Presidente da República, Daniel Ortega, aparece impresso ao lado do slogan “cristão, socialista, solidário”. Eis como o antigo marxista arrependido seduziu os seus eleitores em 2011, num país quase com quase 60% de católicos. Em Outubro de 2013, o Bispo de Esteli denunciou, todavia, “as perseguições dissimuladas à Igreja Católica por parte das autoridades”: telefones sob escuta, intimidações, ameaças. Será que a liberdade de expressão de que a Igreja é defensora e o diálogo que ela prega, que engloba os oponentes do Governo, terão desagradado ao presidente? A realidade é que o chefe de Estado não hesita em retirar ou conceder as suas subvenções às escolas católicas, de acordo com as suas orientações políticas. No entanto, desde Março de 2014 que o diálogo prossegue entre o Estado e uma Igreja Católica dinâmica, cujos bispos escolheram, sem hesitar, a esperança: “Confiamos a nossa pátria à Virgem que pode abrir os corações”, escreveram em Maio de 2014. Na verdade, num
país onde 46% dos habitantes vivem na pobreza, mas cuja taxa de homicídios não ultrapassa os 12 - número particularmente baixo para a América Central – nada é impossível.
Cerca de 91% dos Costa-riquenhos dizem-se cristãos.
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América Central Superfície 23.965 Km2 População 312.700 habitantes Religiões Cristãos: 90,9% Católicos: 66,7% Protestantes: 22,7% Outros cristãos: 1,5% Outras religiões: 1,2% Sem religião: 7,9% Língua Oficial Espanhol
Superfície 77.082 Km2 População 3,4 milhões Religiões Cristãos: 93% Católicos: 75,3% Protestantes: 16,3% Outros: 1,4% Outras religiões: 2,2% Sem religião: 4,8% Língua Oficial Espanhol
COSTA RICA São José, Santa Ana, São Rafael… com este desfile de nomes das cidades – apenas patronímicos de santos – não é de espantar que 91% dos costa-riquenhos se assumam como cristãos, dos quais 66% católicos. Contrariamente às outras religiões, a Igreja Católica beneficia de um estatuto jurídico especial. Na América Central, só a Costa Rica declara o Catolicismo como religião oficial. Acrescentese a isto os trunfos de um país que está a apostar no ecoturismo, a estabilizar a sua democracia e que dissolveu o seu exército nacional
PANAMÁ Uma enorme estátua e Nossa Senhora – maior que a do Cristo Redentor no Rio – abrirá em breve os braços aos Panamenses, cujo presidente se reivindica católico praticante tal como 75% dos seus cidadãos. Aí, a Igreja Católica representa um penhor de moralidade, uma referência. Para evitar as fraudes eleitorais, ela nomeou observadores em cada mesa de voto em 2014 e ninguém se queixou. Aliás, tal como a Costa Rica e a Nicarágua, o país resiste melhor à violência. Todavia, há ainda
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em 1949, e o cenário está montado. Poderá esta pequena nação de 51.000 Km2 ser a imagem do último bastião pacífico numa região onde grassa a violência? Mesmo assim, a sua taxa de homicídios passou de 6,3 a 8,5 em dez anos (em França não ultrapassa 1). A causa é o narcotráfico e as desigualdades sociais, em progressão constante, que colocam a Costa Rica à cabeça dos maus alunos da América Latina. Vinte por cento da população vive na pobreza. Portanto, a imagem de Épinal está a começar a estalar.
um desafio de monta: a falta de padres. Em 2004 havia um padre para 3.000 católicos panamenses. Em 2014, cada padre tem a seu cargo 11 mil almas.
Oração Para que o amor de Deus, que a Igreja Católica se esforça por semear nos corações, renove a fé dos povos da América Central e ajude no combate à pobreza e à violência, nós Te pedimos Senhor!
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Oração NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS OU DA MEDALHA MILAGROSA 27 DE NOVEMBRO A aparição de Nossa Senhora das Graças ocorreu no dia 27 de Novembro de 1830 a Santa Catarina Labouré, irmã da caridade (religiosa de S. Vicente Paulo). A santa encontrava-se em oração na capela do convento, em Paris (rue du Bac), quando a Virgem Santíssima lhe apareceu. Tratava-se de uma “Senhora de mediana estatura, o seu rosto tão belo e formoso... Estava de pé, com um vestido de seda, cor de branco-aurora. Cobria-lhe a cabeça um véu azul, que descia até os pés... As mãos estenderam-se para a terra, enchendo-se de anéis cobertos de pedras preciosas...” A Santíssima Virgem disse: “Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem ...”. Formou-se então em volta de Nossa Senhora um quadro oval, em que se liam em letras de ouro estas palavras: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Então o quadro voltou-se e Santa Catarina viu no reverso a letra M encimada por uma cruz, com um traço na base. Por baixo, os Sagrados Corações de Jesus e Maria - o de Jesus cercado por uma coroa de espinhos e a arder em chamas, e o de Maria também em chamas e atravessado por uma espada, cercado de doze estrelas. Ao mesmo tempo ouvio distintamente a voz da Senhora a dizer-lhe: “Manda cunhar uma medalha por este modelo. As pessoas que a trouxerem por devoção hão-de receber grandes graças”. O Arcebispo de Paris Dom Jacinto Luís de Quélen (1778-1839) aprovou, dois anos depois, em 1832, a medalha pedida por Nossa Senhora; em 1836 exortou todos os fiéis a usarem a medalha e a repetir a oração gravada em torno da Santíssima Virgem: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós”. Em 1846, em Roma, após a conversão de Afonso Rastisbonne, o Papa Gregório XVI confirmou as conclusões do Arcebispo de Paris. Esta piedosa medalha - segundo as palavras do Papa Pio XII - “foi, desde o primeiro momento, instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, protecções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo lhe chamou desde logo Medalha Milagrosa”. A Medalha Milagrosa é instrumento da incansável bondade de Maria para com os pecadores e os que sofrem. Adaptado de Evangelho Quotidiano
Oração a Nossa Senhora das Graças Eu vos saúdo ó Maria, cheia de graça! Das vossas mãos voltadas para o mundo as graças chovem sobre nós. Nossa Senhora das Graças, vós sabeis quais as graças que são mais necessárias para nós; mas eu vos peço, de maneira especial, que me concedais esta que vos peço com todo o fervor da minha alma (pedir a graça). Jesus é todo-poderoso e vós sois a Mãe d’Ele; por isto, Nossa Senhora das Graças, confio e espero alcançar o que vos peço. Ámen.
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2015 - Ano da Vida Consagrada
FILHAS DA CARIDADE DE SÃO VICENTE DE PAULO As Filhas da Caridade de S. Vicente de Paulo, outrora conhecidas por Irmãs da Caridade, hoje, conhecidas entre nós por Irmãs de S. Vicente de Paulo, vão celebrar no próximo ano 150 anos da Fundação em Portugal da sua Província Religiosa. São reconhecidas, na Igreja, como uma Sociedade de Vida Apostólica. Além dos votos de Pobreza, Castidade e Obediência, fazem um Voto Especial de Serviço dos Pobres.
HISTÓRIA A Companhia das Filhas da Caridade foi fundada em França, no século XVII por S. Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac. O início da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo foi muito simples e inesperado. Uma família que vivia na aldeia, hoje cidade de Chatillon - Sur - Chalaronne, estava ameaçada pela doença e em casa não havia nenhuma pessoa em condições de dar assistência aos doentes. Durante a Missa, São Vicente recomenda esta família necessitada aos fiéis. E à tarde, quando ele próprio
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vai visitá-la, encontra uma multidão de pessoas que iam e vinham. São Vicente soube ler este sinal de Deus: é apenas necessário canalizar e organizar a caridade que as pessoas já trazem no coração. Neste dia, nasceu a Confraria das Senhoras da Caridade. São Vicente descobriu a miséria material e espiritual de sua época e consagrou a sua vida ao serviço e à evangelização dos pobres. Para isso fundou as Confrarias da Caridade (Senhoras da Caridade, hoje, AIC - Associação Internacional da Caridade) e a Congregação da Missão.
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Providencialmente, encontrou Luísa de Marillac que colaborou estreitamente nas suas acções de caridade. Mais tarde apresentou-se Margarida Naseau, simples camponesa, para se dedicar aos serviços mais humildes que as Senhoras das Confrarias não podiam assumir. Com amor genuinamente evangélico, ela fez-se a serva dos mais abandonados. O seu exemplo foi comunicativo. Outras jovens seguiram-lhe os passos e assim nasceu imperceptivelmente, como acontece com as coisas de Deus, a Companhia das Filhas da Caridade. Desde 1630, o Padre Vicente confiou a Luísa as primeiras Irmãs que se dedicavam a diversas confrarias. A 29 de Novembro de 1633, reuniram-se sob a sua direcção, para viver o seu ideal em Comunidade fraterna. No início cuidavam dos pobres doentes no seu domicílio, depois, à medida que surgem as necessidades, ocuparam-se: dos doentes nos hospitais, da instrução
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das jovens, das crianças abandonadas, dos condenados às galés, dos soldados feridos, dos refugiados e das pessoas idosas. Em 1652, convencidos de que a caridade de Cristo, que deve impelir a Companhia, não conhece fronteiras, os Fundadores enviaram para a Polónia um primeiro grupo de Irmãs. A 18 de Janeiro de 1655, a Companhia foi aprovada pelo Cardeal de Retz, Arcebispo de Paris, e a 8 de Junho de 1668, recebeu a provação pontifícia do Papa Clemente IX. O apelo ouvido pelas primeiras Irmãs é sempre o mesmo que, no mundo inteiro, suscita e congrega as Filhas da Caridade. Em 4 de Fevereiro de 1858, foi erecta a 1ª Província Portuguesa das Filhas da Caridade.
ESPIRITUALIDADE A Filha da Caridade, atenta ao convite de Jesus. “Tudo o que fizerdes a um destes irmãos mais pequeninos é a mim que o fazeis” descobriu a beleza e a grandeza da entrega total ao Senhor e deseja servi-l’O
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2015 - Ano da Vida Consagrada na pessoa dos mais pobres e mais abandonados da sociedade.
actuais, trabalhando em: creches, escolas, lares de 3ª idade, hospitais, orfanatos, visitas a domicílio, escola superior de enfermagem, centros de dia, dispensários, catequese, prisões, deficientes profundos, leprosos, apoio a imigrantes e todo o género de carências que surjam no mundo de hoje.
PORTUGAL Estão presentes de norte a sul do país.
PRESENÇA NO MUNDO A oração sustenta o seu serviço e o seu serviço alimenta a sua oração. É aí que encontram a unidade da sua vida. A Eucaristia é o centro da sua vida e missão. Aí se encontram com Cristo e com os irmãos e Lhe confiam as alegrias, as esperanças e as angústias de toda a humanidade. A oração, em comunidade, e a partilha da vida umas com as outras, dá força à sua Missão. “Se estais na capela em oração e um pobre bater à porta, deixai a oração e ide servir o pobre porque é deixar Deus por Deus”. (S. Vicente de Paulo)
MISSÃO O Serviço é para as Filhas da Caridade, a expressão da sua consagração a Deus na Companhia e dá-lhe todo o sentido. Atentas aos apelos de Deus e aos sinais dos tempos tentam responder às necessidades
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Como S. Vicente previa, hoje estão presentes em 93 países, em todos os continentes, quase 23 mil Irmãs, sendo a Casa Mãe em Paris, na rue du Bac. (ver rubrica Oração, na página 10)
CONTACTOS Casa de S. Vicente de Paulo Av. Marechal Craveiro Lopes,10 1700 -284 Lisboa Tel.: 217521430/21 7591413 Fax: 217521438 E-mail: fc.curia@iol.pt; curia.svp@iol.pt Site: http://filhasdacaridade.pt
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Actualidade
HISTÓRIA DO SANTUÁRIO NACIONAL DE CRISTO REI
SOLENIDADE DE CRISTO REI – 22 DE NOVEMBRO A ideia da construção do Monumento a Cristo Rei surge em 1934, aquando de uma visita ao Brasil do então Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira. Ao passar pelo Rio de Janeiro, viu a imponente imagem de Cristo Redentor do Corcovado e logo no seu coração nasceu o desejo de construir semelhante obra em frente a Lisboa. Em 1936, a ideia de construir o Monumento a Cristo Rei foi transmitida ao “Apostolado de Oração”, que a acolheu entusiasticamente. Para ser Nacional, o Monumento precisava de aprovação e cooperação de todos os Bispos Portugueses. Tal sensibilização aos Bispos é conseguida, sendo proclamada oficialmente na Pastoral Colectiva da Quaresma de 1937. As condições económicas e sociais que os países ocidentais enfrentaram após a I Guerra Mundial (1914-1918), obrigaram à reconstrução das economias, endividamento, crises de superprodução. A queda dos valores das acções na bolsa em Nova Iorque originou igualmente uma profunda recessão económica em 1929, (que se prolongou durante a década de trinta), provocando agitação social, desemprego em massa e consequente pobreza. Em Portugal, as condições sociais não eram muito melhores e o descontentamento era geral. A vizinha Espanha vivia uma sangrenta Guerra Civil, iniciada em 1936 e estava também ameaçada pelo perigo da proliferação do comunismo ateu nos países ditos de tradição cristã, algo que Nossa Senhora, em Fátima, já previra, ao afirmar que a Rússia haveria de espalhar os seus erros pelo mundo.
PROFECIA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA No dia 13 de Julho de 1917, em Fátima, Nossa Senhora apareceu aos Três Pastorinhos, naquela que foi a Sua terceira aparição na Cova de Iria. Nesse dia revelou o “segredo de Fátima” a Jacinta, Lúcia e Francisco. Solicitada pelo Bispo, Lúcia desvendou mais tarde, em 1937, o conteúdo do segredo. Nossa Senhora afirmou que era essencial o sacrifício pelos pecadores e entre várias profecias, acrescentou que a Rússia haveria de espalhar os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, algo que estava a ser cumprido, pois para além do governo comunista deste país de leste da Europa, também o México era governado pela mesma ideologia. Face a este contexto social e político vivido nos anos trinta, os Bispos Portugueses apontaram três razões para a construção do Monumento a Cristo Rei: 1 – O dever de um desagravo social pela conspiração universal de Cristo. 2 – Um grande dever de gratidão nacional, pois ao contrário de outros países, em Portugal, por uma singular providência vivia-se em paz, num progresso espiritual e o monumento seria assim um profundo e sentido agradecimento a Cristo. 3 – Uma exigência de restauração nacional.
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Sementes de Esperança | Novembro 15
Actualidade Em 1939, inicia-se a II Guerra Mundial e foi durante este período que a ideia da construção do Monumento a Cristo Rei ganhou um novo sentido e vigor. Em 20 de Abril de 1940, em Fátima, os bispos nacionais, no final do seu Retiro anual, formularam o seguinte voto: “Se Portugal fosse poupado da Guerra, erguer-se-ia sobre Lisboa um Monumento ao Sagrado Coração de Jesus, sinal visível de como Deus, através do Amor, deseja conquistar para Si toda a humanidade”. Portugal manteve uma posição de neutralidade na II Guerra Mundial, não participando directamente nas acções bélicas e esse facto foi decisivo para que se colocasse em marcha uma campanha nacional de angariação de fundos, para que a construção fosse uma realidade. No entanto, esta campanha tornou-se lenta devido ao contexto de guerra. Mesmo assim e apesar de todas as dificuldades, em 1941 foi adquirido o terreno para a construção do Monumento. Cerca de um ano após o final da II Guerra Mundial, em 18 de Janeiro de 1946, na Pastoral Colectiva, o Episcopado português para além de fazer referência ao 3º Centenário da Coroação de Nossa Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal, declarou formalmente ter feito a promessa de erguer o Monumento a Cristo Rei e, a partir daí, a campanha de angariação de fundos intensificou-se activamente. Devemos também fazer referência à participação de todas as crianças portuguesas na campanha de angariação de fundos para a construção do Monumento, campanha essa que se chamou “Pedras Pequeninas” estendendo-se desde 1939 até 1958. O princípio que norteou esta campanha foi sobretudo o valor do sacrifício das crianças e a eficácia da sua oração. Ao longo do ano as crianças iam renunciando a algo, colocando essa renúncia num mealheiro que depois era depositado no Presépio das suas Paróquias no dia dos Santos Inocentes (28 de Dezembro). É de salientar que esta Campanha rendeu cerca de 7.500,00 €. Na história, tão cheia de grandeza e fé, da devoção a Cristo e em especial ao seu Sacratíssimo Coração, há algo importantíssimo, que merece referência para explicar a data para o lançamento da primeira pedra do Monumento. Na cidade do Porto, por coincidência a “Cidade da Virgem”, viveu a Irmã Maria do Divino Coração, que influenciou o Papa Leão XIII a determinar a consagração de todo o género humano ao Coração de Jesus. Em 1949, comemorava-se o 50º aniversário desse fausto acontecimento religioso e esse motivo fez com que o Cardeal Cerejeira escolhesse propositadamente esse ano. A 18 de Dezembro é solenemente lançada a 1ª Pedra do Monumento a Cristo Rei. No total utilizaram-se cerca de 40 mil toneladas de betão. Depois de construído, foi esculpido à mão num trabalho de minúcia, desenvolvido a mais de cem metros do chão. Importa salientar que nenhum homem morreu na construção deste imponente monumento. A 17 de Maio de 1959 (Dia de Pentecostes) perante a imagem de Nossa Senhora de Fátima, com a participação de todo o Episcopado Português, os Cardeais do Rio de Janeiro e de Lourenço Marques (Maputo), autoridades civis e de 300 mil pessoas, inaugurou-se o Monumento. Sua Santidade, o Papa João XXIII fez-se presente por Radiomensagem. Na ocasião, o Cardeal Cerejeira fez uma consideração eloquente: “Este será sempre um sinal de Gratidão Nacional pelo dom da Paz”. Importa referir que a imagem de Cristo Rei é da autoria de Mestre Francisco Franco, sendo que o projecto tem como autores o arquitecto António Lino e o Engenheiro D. Francisco de Mello e Castro. O Monumento de Cristo Rei é um farol divino, uma mensagem de amor, uma grandiosa profissão de Fé! Adaptado de http://cristorei.pt/aboutus.aspx Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre
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Destaque
Estrela de Natal
“Lumen requirunt lumine. Esta sugestiva frase de um hino litúrgico da Epifania refere-se à experiência dos Magos: seguindo uma luz, eles procuram a Luz. A estrela aparecida no céu acende, nas suas mentes e corações, uma luz que os move à procura da grande Luz de Cristo. Os Magos seguem fielmente aquela luz, que os penetra interiormente, e encontram o Senhor. Neste percurso dos Magos do Oriente está simbolizado o destino de cada homem: a nossa vida é um caminhar, guiado pelas luzes que iluminam a estrada, para encontrar a plenitude da verdade e do amor, que nós, cristãos, reconhecemos em Jesus, Luz do mundo.(…) Importante é estar atento, velar, ouvir Deus que nos fala – sempre nos fala.”
Suporte de vela em vidro transparente, em formato de estrela. Inclui uma vela t-light aromática. Formato: 8 x 2,5 cm
Cód. DI077
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In O Espírito do Natal, do Papa Francisco SEMENTES DE ESPERANÇA - Folha de Oração em Comunhão com a Igreja que Sofre PROPRIEDADE Fundação AIS DIRECTORA Catarina Martins de Bettencourt REDACÇÃO E EDIÇÃO P. José Jacinto Ferreira de Farias, scj, Maria de Fátima Silva, Alexandra Ferreira, Ana Vieira e Félix Lungu FONTE L’Église dans le monde – AIS França FOTOS © AIS
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Vitral Cristo Rei - Igreja Episcopal de S. Jorge, Nova Iorque 11 Edições Anuais Gráfica Artipol JSDesign Isento de registo na ERC ao 352561/12 abrigo do Dec. Reg. 8/99 2182-3928 de 9/6 art.º 12 n.º 1 A
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