Relatório de Atividades e Gestão 2016

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Relatório de Atividades e Gestão 2016 Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva (FIMS)




Índice:

Introdução

2

1. Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica (CICA)

5

1.1 Gestão do acervo

6

1.1.1 Plataformas digitais e a divulgação da informação

7

1.1.2 Tratamento técnico dos acervos

8

1.1.2.1 Sistema de Informação Alcino Soutinho

8

1.1.2.2 Sistema de Informação Marques da Silva/ Moreira da Silva

9

1.1.2.3 Sistema de Informação Fernando Távora

10

1.1.3 Incorporações

11

1.2 Apoio a investigadores

12

1.3 A FIMS enquanto espaço de formação

12

1.4 Participação em congressos, conferências, ações de formação, etc.

13

1.5 Candidatura de projetos

14

2. Dinamização cultural e artística

16

2.1 Nas instalações da FIMS

16

“Lançamento do Mapa de Arquitectura Fernando Távora”

17

“Um objecto e seus discursos – Esquissos de viagem, Fernando Távora”

18

“Doação do acervo do Arquiteto Manuel Teles à FIMS”

19

Dia Internacional dos Museus: “A Encomenda”

20

“Lançamento do livro “Casas Ermas”

21

Assinatura do Contrato de Doação do Acervo de Alfredo Matos Ferreira à Fundação Marques da Silva e abertura do primeiro módu22 módulo expositivo do programa “Terra D’ Alva” 22 Visitas guiadas à sede da FIMS

23

2.2 Para além da sede da FIMS

24

2.2.1 Iniciativas promovidas pela Fundação

25

No Centenário da Avenida da Cidade

25

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios: Visita ao Pavilhãoe Jardins do Palácio de Cristal

27

Jornadas Europeias do Património: “Do Monte Pedral a Ramalde”

28

Conferência Marques da Silva 2016: “Poética Urbana: Aproximações à ideia e à imagem da cidade através da palavra literária”

30

“Veneza - Finissage da Bienal de Arquitectura 2016” 2.2.2 Colaborações com outras entidades “Revisitar Fernando Távora”

31 32 32

Exposição: “DEMO:POLIS - The Right to Public Space” Organizada pela Akade

32

Exposição: “Les Universalistes”

32

“O Theatro e a Memória: 100 anos do Theatro Circo de Braga”

32

Exposição: “Aurélia, mulher artista”

32


“Porto Tram Fest 2016”

33

“Conversas com…” “Open House”

33 34

Exposição: “Ei-los que partem”

35

Colóquio: “Os Caminhos-de-Ferro e a Guerra”

35

“Visita de Estudo ao Luso-Lima”

35

MoMoWo: Women’s creativity since the Modern Movement

35

2.2.3 Apoio institucional 2.2.4 Efemérides e outros acontecimentos

36 36

2.3 Atividade editorial: Projetos promovidos pela FIMS e ações de comercialização e divulgação

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2.3.1 Lançamentos

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2.3.1.1 Edições impressas

38

“Mapa de Arquitectura Fernando Távora” “Casas Ermas: a Arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do Moderno” 2.3.1.2 Edições digitais

38

“Alcino Soutinho, uma apresentação”

38 39 39

“Mapa Távora”

39

“Távora: Desenho de Viagem, Desenho Objeto”

39

Textos das Visitas - Guiadas de “No Centenário da Avenida”

39

2.3.2 Projetos editoriais em preparação e desenvolvimento

40

2.3.3 Distribuição comercial e ações promocionais 2.3.4 Apoios a edições

40 41

3. Gestão de plataformas de comunicação e divulgação

42

4. Intervenção arquitetónica: em defesa do património construído

44

4.1 Prática de restauro e intervenção pública

44

4.2 Intervenção junto das entidades proprietárias de imóveis

44

5. Património imóvel: Gestão corrente

46

5.1 Casas-Sede da Fundação

46

5.2 Outros imóveis

46

6. Recursos Humanos

47

7. Contas

48

Conclusão

50



RELATÓRIO DE ATIVIDADES E GESTÃO 2016 l 2

Introdução

Ao longo do ano de 2016, em sintonia com o Plano Estratégico que rege a instituição, manteve-se o esforço de convergência e complementaridade entre as principais linhas de ação previstas e que têm vindo a ser implementadas: acolhimento e preservação documental; estudo, promoção e divulgação; intervenção e preservação patrimonial. Foi assegurada a continuidade e concretização de projetos anteriormente anunciados e congregados os meios necessários para dar corpo a iniciativas emergentes de contextos que foram surgindo ao longo do ano e não previstos no Plano de Atividades. A tendência de crescimento manteve-se e foi consolidado o caminho que tem vindo a ser percorrido com a integração de novos acervos, bem como a preparação e/ou finalização de iniciativas que alargaram o escopo geográfico a uma escala internacional. A Casa-Atelier José Marques da Silva, concluída a sua reabilitação, passou a representar igualmente um impulso motivador e qualificador do trabalho a desenvolver, seja pela requalificação das condições de funcionamento do Centro de Documentação, aí instalado, seja enquanto local de acolhimento de iniciativas de carácter público. Um conjunto diversificado de ações que passaram pela atualização dos suportes informativos e comunicacionais, transversal aos vários domínios, articulados com a produção ou participação em conferências, exposições, encontros, lançamentos editoriais e visitas orientadas, entre outras, suscitaram uma maior afluência de investigadores e de público, num sentido genérico, bem assim como o aumento global de parcerias e colaborações com outras instituições congéneres ou que partilham interesses comuns; dados e parâmetros que permitem afirmar que a instituição tem vindo a cumprir, de uma forma sustentada, o desejo de se impor como uma instituição de referência, de projeção nacional e internacional. Assinale-se ainda o esforço desenvolvido para concretizar iniciativas que, assinalando efemérides ou circunstâncias específicas, tiveram como propósito produzir conhecimento, continuar a relacionar a memória documental com a obra construída e a cidade do Porto em particular, bem como destacar informação relevante relativa a cada um dos arquitetos representados no universo documental da Fundação Marques da Silva. De projeto institucional que proporciona o estudo, tratamento, conservação e divulgação de documentação de arquitetura, a entidade que assume responsabilidades no campo da intervenção patrimonial, por via direta e/ou indireta pela salvaguarda e pelo respeito pelas boas práticas, a Fundação Marques da Silva tem, de uma forma coerente e continuada, vindo a reforçar a sua capacidade propositiva. Para além de disponibilizar a informação contida nos vários acervos, lançou temáticas que através das várias ações lançadas, cientificamente fundamentadas, foram cumprindo o duplo objetivo de valorizar e reconhecer a importância dos arquivos de arquitetura tanto quanto sublinhar o seu contributo para o conhecimento da construção das cidades e dos espaços urbanos, relacionando-os com a realidade presente. Cite-se, a título de exemplo, o projeto de sinalização do Centenário do arranque das obras da Avenida dos Aliados e construção do Edifício dos Paços do Concelho na cidade do Porto.


Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva

O âmbito de intervenção da FIMS, ancorado na preservação e investigação dos acervos doados ou à sua guarda, foi ampliado e potenciado com a integração dos acervos de Manuel Teles e de Alfredo Matos Ferreira e de um significativo conjunto de revistas especializadas em temáticas de arquitetura, urbanismo e património oferecidas por Margarida Coelho. O acervo de Fernando Távora também incorporou novos e importantes elementos, tanto a nível do conjunto bibliográfico quanto arquivístico. Novas doações e integrações que, dando cumprimento aos desígnios da fundadora, representam um voto de confiança no trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, reforçam o alcance e potencial digital dos acervos e permitem aspirar a uma clara afirmação do prestígio e do papel a desempenhar pela instituição. No seu conjunto, o sentido e significado da documentação produzida pelos arquitetos que passam a estar representados no seio da instituição têm vindo a demarcar e consolidar como território prioritário de intervenção a vinculação à cultura arquitetónica e artística portuense e portuguesa de finais do século XIX à atualidade, com particular incidência no século XX, bem como a sua filiação à cidade do Porto enquanto local de formação e sede preferencial de exercício para a prática da arquitetura. A maturidade e coesão do projeto institucional, permitiu ainda, não obstante a necessidade de manter uma contenção económica e financeira como forma de garantir a sua sustentabilidade futura, concluir de uma forma tranquila e estável, sem interferência no grau de desempenho e funcionamento, o novo processo de revisão estatutária a que a Fundação Marques da Silva foi sujeita, por imposição legal de enquadramento na Lei-Quadro das Fundações, dele saindo um estreitamento dos laços que a ligam à entidade instituidora, a Universidade do Porto.


Relatรณrio de Atividades e Gestรฃo 2016 I 4


1. Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica (CICA)

O Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica (CICA) da Fundação Marques da Silva é uma unidade orgânico-funcional criada para promover e garantir a preservação, a valorização e a divulgação dos acervos recebidos por legado testamentário da filha e do genro do Arquiteto José Marques da Silva, para acolher novas doações e comodatos e para fomentar e apoiar o estudo e a investigação sobre a vasta obra destes e de outros arquitetos, em especial portugueses. No cumprimento dos seus objetivos, o CICA tem desenvolvido o tratamento contínuo dos acervos que tem à sua guarda, incluindo novas incorporações, e tem prestado apoio à investigação através da consulta presencial e virtual por parte de todos investigadores que procuram informação para os seus trabalhos. Esta unidade orgânica tem colaborado em múltiplas iniciativas nacionais e internacionais e alargado as redes de contactos institucionais, no sentido de promover a divulgação dos acervos documentais, bibliográficos e museológicos que tem à sua guarda e, assim, contribuir para o desenvolvimento de estudos em torno da arquitetura portuense e portuguesa. O ano de 2016 ficou marcado por novas incorporações que enriqueceram o acervo da FIMS, por medidas tendentes a garantir a preservação e boa gestão do acervo, bem como pela aposta na divulgação online da informação arquitetónica.


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1.1 Gestão do acervo

A política de gestão quotidiana do CICA tem-se caraterizado pela certeza de que não basta incorporar. É, pois, necessário incorporar, mas para tratar cientificamente a informação e com o objetivo bem definido de divulgá-la junto de um público alargado. É certo, também, que na Era da Informação e do Conhecimento é imperioso ir ao encontro do utilizador, abrir-se a todas as potenciais comunidades de leitores, proporcionando uma utilização facilitada, permanente, intensiva e extensiva dos acervos. Neste trabalho de mediação entre Utilizador e Informação, a equipa técnica do CICA tem vindo a desenvolver um conjunto de tarefas complementares entre si, que têm como objetivos supremos a preservação do acervo, o seu tratamento descritivo segundo as premissas do modelo científico, a sua divulgação em regime de open access, a procura e o acompanhamento permanente do Utilizador e, sempre que possível, a partilha do conhecimento gerado no decurso das tarefas que desenvolve, através da participação em ações de formação e do acolhimento de alunos de licenciatura, de mestrado e de doutoramento. As sucessivas incorporações realizadas pela FIMS têm contribuído paulatinamente para o seu posicionamento como Instituição de referência no panorama nacional vocacionada para a salvaguarda e divulgação de arquivos de arquitetos. A integração de novos acervos acarreta, contudo, um conjunto de novos desafios que importa solucionar a curto prazo. Deve ser salientado, desde logo, a necessidade de garantir as condições necessárias para o acolhimento da nova documentação de natureza arquitetónica dotada de múltiplas tipologias e especificidades segundo as boas práticas recomendadas pelas instituições nacionais e internacionais. Neste sentido, tornou-se premente providenciar a racionalização dos depósitos e das unidades de instalação, o correto acondicionamento da documentação física já existente – especialmente dos documentos de grande formato e a gestão da informação nadodigital que, desde meados da década de 90 do século XX, ganhou particular importância no quotidiano dos escritórios de Arquitetos em detrimento dos métodos clássicos de registo da informação.

Nesta primeira fase da abordagem aos acervos, decorrida em 2016, foi dada particular atenção à informação arquivística, pela necessidade premente de garantir a sua estabilização a curto prazo, sendo certo que as próximas fases serão dedicadas à informação museológica e bibliográfica. Foi, assim, iniciada a reorganização do arquivo físico e digital da FIMS, definindo uma estrutura classificativa comum às duas dimensões. A tarefa consistiu na adequação de vários procedimentos internos, tendo em vista a melhoria contínua dos serviços prestados pela Instituição à comunidade, sendo de salientar a elaboração de índices topográficos de todos os acervos, que providenciaram a sincronização de dados sobre o arquivo físico e o digital, bem como o reacondicionamento de cerca de 20.675 peças desenhadas. Neste trabalho contínuo, de manuseamento peça a peça, tem sido recolhida informação da maior importância para construir um diagnóstico global do estado de conservação dos acervos que certamente contribuirá para a definição de prioridades na implementação uma política efetiva de preservação e de conservação bem como para consolidar e aprofundar o modelo vigente de representação da informação, através da revisão da matriz de procedimentos de descrição e de indexação que deverá, a curto prazo, ser aplicada a todos os arquivos. Foram, também, lançadas as bases para a implementação de um plano de preservação digital consistente e em linha com as normas nacionais e internacionais aplicadas nesta área da gestão da informação. Com o desenvolvimento destas tarefas, pretendemos contribuir decisivamente para agilizar os procedimentos relacionados com o acesso, a recuperação e a reutilização da informação no sentido de propiciar um desenvolvimento mais eficaz dos processos de prossecução da missão da FIMS. O ano de 2016 providenciou, também, um crescimento assinalável da informação disponibilizada à comunidade através das plataformas digitais, bem como o estabelecimento de parcerias com diversas unidades orgânicas da Universidade do Porto e com instituições nacionais e internacionais.


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1.1.1 PLATAFORMAS DIGITAIS E A DIVULGAÇÃO DA INFORMAÇÃO

As plataformas digitais são instrumentos incontornáveis na relação quotidiana da FIMS com os utilizadores. Atualmente, é utilizado o AtoM para a documentação arquivística, o Aleph para a documentação bibliográfica, e o Index Rerum para as espécies museológicas. A utilização de bases de dados específicas para cada uma destas áreas (arquivística, biblioteconomia e museologia) que é decorrente da contínua especialização que se tem verificado e aprofundado nestas disciplinas coloca entraves à compreensão da unicidade que caracteriza os sistemas de informação dos arquitetos, em que as partes se relacionam permanentemente entre si. Neste sentido, tem sido realizado o esforço contínuo de providenciar a convergência da informação de cada acervo para uma única estrutura orgânicofuncional da informação, através da introdução de hyperlinks que permitem ao utilizador relacionar a informação disponibilizada nas três bases de dados. Não obstante, a construção de um interface comum de pesquisa continua a ser um dos objetivos maiores do CICA no que diz respeito à gestão das plataformas digitais. O AtoM é uma ferramenta open source concebida pelo Conselho Internacional de Arquivos (CIA) e tem vindo a ser utilizado pela FIMS no sentido de disponibilizar a informação dos acervos em regime de acesso livre. Neste processo contínuo de adequação e parametrização da base de dados deve ser salientado a contínua colaboração da equipa da U.P. Digital. O Arquivo Digital conta atualmente com 7.409 descrições arquivísticas, das quais 5.956 com imagem digital associada, o que representa, comparativamente ao ano anterior, um aumento de 66% no primeiro indicador e de 95% no segundo indicador. Durante o ano de 2016, foram registadas 12.218 visitas ao Arquivo Digital (mais 159 % comparativamente ao ano anterior); 4.040 pesquisas (mais 68 %); visualizadas 136.069 páginas (mais 32 %); e o número de downloads cifrou-se em 721 (mais 133%). Os totais acumulados dos acessos ao Arquivo Digital desde o início da utilização da plataforma AtoM em Maio de 2015 e até ao dia 31 de dezembro de 2016 atestam o sucesso da opção seguida pela FIMS: 16.936 visitas; 239.499 visualizações de páginas; 6.443 pesquisas; 1.030 downloads.

A plataforma digital Aleph, destinada a catalogar e a disponibilizar registos bibliográficos pertencentes aos diversos sistemas de informação, conta atualmente com 5.241 referências, mais 500 do que no ano de 2015. Em Abril de 2016 foi concluído o projeto Quimera, que tinha como objetivo a criação de um sistema integrado de gestão das bibliotecas pertencentes à U. Porto e às suas unidades orgânicas, sem prejuízo da autonomia de cada uma delas. A disseminação de boas práticas de gestão, a partilha de experiências e promoção da cooperação, bem como o melhoramento do serviço prestado à comunidade da UP, através da inclusão dos serviços diretos aos utilizadores, foram os vetores principais deste projeto. Foi, depois, iniciada a revisão integral do catálogo bibliográfico da FIMS no sentido de promover a sua convergência para o catálogo único da U. Porto. É de salientar também a integração da FIMS no grupo de trabalho de controlo de autoridades tendo em vista a uniformização de critérios de indexação. Estas atividades terão continuidade em 2017. Para a gestão do acervo museológico, a FIMS utilizava, desde 2008, a plataforma Index Rerum, contendo 919 fichas de inventário. No entanto, estando integrada desde 2015 no projeto do “Museu Digital da U.P.” que tem conhecido resultados extremamente animadores a FIMS tem vindo a participar em diversas reuniões de trabalho e a colaborar na definição de requisitos para a adoção e implementação de uma nova plataforma digital, comum a todas as estruturas museológicas desta Universidade. Paralelamente a este trabalho conjunto, a Fundação Marques da Silva encontra-se a rever sistematicamente o inventário do seu acervo museológico – tendo sido identificados até ao momento 1.106 itens pertencentes ao Sistemas de Informação Marques da Silva/ Moreira da Silva, Fernando Távora e Alcino Soutinho – aplicando os pressupostos da perspetiva sistémica, mas adequando, também, a metainformação descritiva aos preceitos da norma SPECTRUM, cuja utilização será transversal aos Museus da U.P.. Cremos que o ano de 2017 será determinante para a adoção de uma nova plataforma digital e para a disponibilização em pleno do acervo museológico da FIMS.


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1.1.2 TRATAMENTO TÉCNICO DOS ACERVOS

1.1.2.1 SISTEMA DE INFORMAÇÃO ALCINO SOUTINHO

A 30 de junho foi concluído o projeto “Inventariação, digitalização e disponibilização do acervo documental do Arquiteto Alcino Soutinho”, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, tendo sido produzido o competente relatório final. Na componente da digitalização foram produzidas 4.266 imagens digitais referentes a 4.175 peças desenhadas e 196 imagens fotográficas referentes a 32 maquetas. No que diz respeito à divulgação, foram disponibilizadas online 3.110 descrições arquivísticas, 3.028 com imagem digital associada. O arquivo foi integralmente acondicionado. O projeto contou com a colaboração de um prestador de serviços contratado em regime de exclusividade.


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1.1.2.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO MARQUES DA SILVA/ MOREIRA DA SILVA

O Sistema de Informação Marques da Silva/ Moreira da Silva tem sido alvo de atenção especial e continuada por parte do CICA. Deve ser salientada a disponibilização online de um total de 2.634 descrições arquivísticas, das quais 1.910 com imagem digital associada. Foi iniciada a migração de 1.303 DVD’s contendo imagens digitais produzidas em anteriores projetos de digitalização, assim como a sua convergência para a estrutura de dados do Arquivo Digital da FIMS. No final do mês de dezembro tinham sido migrados 1.010 DVD’s e um total de 16.337 imagens digitais. Como já referimos, um dos grandes desafios de 2016 consistiu no reacondicionamento dos arquivos de José Marques da Silva e de Maria José e David Moreira da Silva, uma medida tendente a racionalizar os depósitos, garantir o correto acondicionamento dos documentos e dotar o acervo de um índice topográfico. Assim sendo, na subsecção José Marques da Silva foram identificados e acondicionados cerca de 6.500 peças desenhadas; enquanto na subsecção do casal Maria José e David Moreira da Silva foram identificados e acondicionados cerca de 10.000 peças desenhadas.


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1.1.2.3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO FERNANDO TÁVORA

O Arquivo do arquiteto Fernando Távora tem sido alvo de trabalhos continuados, sendo de salientar a elaboração do respetivo índice topográfico que identificou a existência de 14.212 peças desenhadas e de cerca de 1.541 dossiês de peça escrita, para além da informação nado-digital que, naturalmente, deverá convergir para a estrutura informacional. Os dados recolhidos no decurso desta tarefa têm permitido repensar a metainformação descritiva de cada processo de obra e de cada processo de projeto, reajustando a sua estrutura interna às premissas da legislação em vigor ao tempo da sua conceção e, não menos importante, à realidade concreta da prática da Arquitetura no escritório de Fernando Távora.


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1.1.3 INCORPORAÇÕES

O ano de 2016 foi marcado pelo crescimento contínuo do número de acervos que a FIMS tem à sua guarda. O Sistema de Informação Fernando Távora foi enriquecido com sucessivas incorporações, por iniciativa da sua Família e, também, por iniciativa institucional. No primeiro caso, é de salientar a doação pela Família de um conjunto de vinte monografias que foram associadas ao núcleo bibliográfico já existente; no segundo caso, a entrega, pelo Professor Manuel Mendes, de um dossier contendo 27 peças desenhadas pertencentes à obra “Mercado Municipal de Santa Maria da Feira” e de uma monografia, ambos pertencente a Fernando Távora, mas que se encontravam no Arquivo do Arquiteto Alfredo Viana de Lima, hoje pertencente à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. No dia 29 de fevereiro, a arquiteta Margarida Coelho doou um conjunto de 145 números de revistas especializadas nas temáticas da arquitetura, do urbanismo e do património, que reuniu no desempenho da sua atividade profissional ligada ao exercício e ao ensino da arquitetura e à salvaguarda, conservação e valorização do património cultural. Em maio foi incorporado o Arquivo do Arquiteto Manuel Teles (1936-2012) composto por um total de 1.753 unidades informacionais, sendo de salientar 400 peças desenhadas acrescidas de 303 rolos da mesma tipologia, 289 dossiers de peça escrita e, ainda, correspondência profissional, monografias, periódicos e imagens fotográficas (provas positivas e diapositivos).

Em novembro foi dada continuidade ao processo de incorporação do arquivo do Arquivo José Carlos Loureiro tendo sido transportados para a sede da FIMS um total de nove armários verticais contendo peças desenhadas de várias obras da sua autoria. No início do mês de dezembro foi elaborado o recenseamento do Arquivo do Arquiteto Alfredo Matos Ferreira (1928-2015), tendo em vista a sua incorporação através do protocolo de doação que foi assinado entre a FIMS e a Família do Arquiteto. Este arquivo é composto por 1.414 unidades informacionais produzidas e acumuladas pelo Arquiteto durante a sua vida de estudante, de arquiteto e de professor na Escola Superior de Belas Artes do Porto e na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. São de salientar, naturalmente, os 96 projetos de arquitetura, compostos por peça desenhada, peça escrita, maquetas e imagens fotográficas, diversas monografias, relatórios e dissertações académicas e, ainda, uma parte do mobiliário que pertencia ao seu escritório.


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1.2 Apoio a investigadores

Em 2016, foram recebidos 70 novos investigadores para consulta presencial, o que representa um aumento de 30 % relativamente a 2015. A este valor a soma-se o apoio prestado via webmail e/ou telefónico e, também, os utilizadores que elegem a consulta virtual como acesso preferencial. As consultas foram, maioritariamente, dirigidas aos Sistemas de Informação Távora, Marques da Silva/ Moreira da Silva e Alcino Soutinho, e visaram o desenvolvimento de trabalhos académicos de doutoramento, de mestrado e de licenciatura, mas também de projetos de investigação de natureza diversa. São de registar, igualmente, outros utilizadores que pretendem obter informação para o desenvolvimento das suas atividades pessoais e profissionais.

1.3 A FIMS enquanto espaço de formação Em 2016, Gilberto Faria da Silva, aluno do Curso de Mestrado em Ciência da Informação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, terminou o estágio e prestou provas públicas da sua dissertação de mestrado intitulada “Preservação da informação digital em arquivos de arquitetos: o caso da Fundação Instituto Marques da Silva”. Foi, ainda, dada continuidade ao estágio de Thaís Santos, aluna do Curso de Doutoramento em Informação e Comunicação em Plataformas Digitais, lecionado em parceria pelo Departamento de Ciências da Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e pela Universidade de Aveiro, que prevê a apresentação de uma tese final sobre a importância da Taxonomia e da Folksonomia na recuperação da informação, a partir de um estudo desenvolvido sobre o acervo de imagens da Fundação Marques da Silva. A defesa pública da tese está prevista para o ano de 2017.


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1.4 Participação em congressos, conferências, ações de formação, etc.

Ao longo de 2016, os colaboradores da FIMS participaram em seminários, workshops e diversas ações de formação, num esforço contínuo e simultâneo de atualização e de partilha do conhecimento. É de salientar a participação da FIMS como entidade formadora no painel “Software Open Source para a gestão e serviços de informação: Bibliotecas, Arquivos e Museus” no “3º Encontro de Bibliotecas do Ensino Superior”, organizado Grupo de Trabalho das Bibliotecas de Ensino Superior, da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, que decorreu nos dias 2 e 3 de junho de 2016 no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC). Nos dias 20 e 21 de Junho, assistiu ao 2º Seminário de Preservação Comum de Património Digital, organizado pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e Bibliotecas (DGLAB), no edifício da Torre do Tombo. No dia 20 de Setembro, esteve presente na ação de formação “Serviço de Descoberta da Universidade do Porto”, promovida pela Unidade de Gestão da Documentação e Informação da mesma Universidade em parceria com a EBSCO. No dia 30 de Setembro, participou na Conferência do Grupo de Trabalho “Sistemas de Informação em Museus”, da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, que se realizou no Instituto Superior de Engenharia do Porto. No dia 21 de Outubro, integrou o evento “Citizen Lab PERSONAL [U.]PORTO” que teve como mote os conteúdos já produzidos no âmbito do projeto Museu Digital da U.Porto, que decorreu no âmbito do evento “Future Places” - uma iniciativa do Programa Doutoral em Media Digitais da U.Porto subordinada ao tema “Mobs, Memes, Meanings and Minds”. A sessão de encerramento, que se realizou no Passos Manuel, no dia 22 de outubro, incluiu, ainda, uma breve apresentação do projeto Museu Digital da U.Porto que visa a sua projeção como um Future Place do Património, Memória e Identidade da U.Porto


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1.5 Candidatura de projetos

A Fundação Marques da Silva tem procurado permanentemente estabelecer parcerias a nível nacional e internacional que permitam angariar os meios necessários para garantir o desenvolvimento e aperfeiçoamento da missão que está consignada nos seus estatutos. Em 2016 foram estabelecidos contactos, especialmente com o Conselho Internacional de Arquivos, no sentido de angariar recursos para o desenvolvimento do projeto “The arrangement and dissemination of architectural information: linking architects libraries, archives and museums according to the systemic information organization model”. Este projeto prevê o desenvolvimento de um plano de preservação digital, de um interface comum de pesquisa aplicado às bases de dados arquivística, bibliográfica e museológica, a criação de uma linha editorial de e-books e, ainda, a organização de um workshop de âmbito nacional e de um seminário de âmbito internacional. A candidatura, que conta com o apoio da U.P. Digital e da unidade de Gestão da Documentação e da Informação da Universidade do Porto, foi submetida à linha de apoios Programme Commission (PCOM), encontrando-se a ser avaliada por este organismo.


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2. Dinamização cultural e artística

A programação de um conjunto amplo e diversificado de iniciativas de âmbito cultural e artístico, sustentada na marca identitária dos acervos que se encontram sob sua gestão, constitui um domínio prioritário de intervenção da Fundação Marques da Silva. Através dela, tem-se procurado firmar uma imagem externa capaz de refletir a vitalidade da instituição e demonstrar a relevância e credibilidade, na contemporaneidade, do seu projeto institucional. Consciente do legado cultural e patrimonial que, no quadro da missão consignada no Plano Estratégico, lhe compete transmitir e divulgar, e seguindo uma perspetiva integrada e complementar dos vários acervos, tem-se constituído um polo de valorização dos contributos arquitetónicos e artísticos dos arquitetos neles representados, atento às dinâmicas urbanas que condicionam o pulsar da sociedade, em diálogo com a cidade e capaz de integrar uma rede cada vez mais abrangente de equipamentos e entidades culturais locais e internacionais. As ações programadas, não obstante os reduzidos recursos humanos e financeiros, têm vindo a ampliar a área de intervenção e alcance da instituição, seja em termos quantitativos (número de ações, de público, de entidades envolvidas), seja em termos geográficos (numa escala nacional e internacional), seja em termos da natureza e pluridisciplinaridade das várias ações realizadas. É também de sublinhar o número igualmente crescente de iniciativas propostas pela instituição ou onde surge como entidade organizadora. Realizadas a partir ou nos próprios espaços sede da instituição, explorando as potencialidades oferecidas pela recém-restaurada Casa-Atelier José Marques da Silva, em espaços externos ou percorrendo a cidade, pretendem imprimir uma dinâmica própria ao estudo e investigação dos vários conjuntos documentais, promovendo a produção de conhecimento, de espaços de reflexão e debate sobre temáticas relacionadas direta ou indiretamente com a cultura Arquitetónica e Artística, bem como criando ou dinamizando canais adequados à sua divulgação, para fidelização e sensibilização de um público cada vez mais vasto e participativo.

É de realçar o suporte científico das várias iniciativas, validado pela qualificação dos interlocutores convidados a colaborar na sua organização e concretização, nacionais e internacionais, maioritariamente associados a reconhecidas Escolas de Arquitetura, assim como a natureza das instituições com as quais tem vindo a desenvolver projetos de cooperação que visam contribuir para preservar a memória da evolução da arquitetura portuguesa, em particular a portuense, ao longo século XX e da sua influência no século XXI. Demonstrar a necessidade de preservar a memória em torno de um património que reforça a nossa identidade e encara a salvaguarda de um legado e de uma tradição com um sentido de presente e de futuro.

2.1 Nas instalações da FIMS A conclusão do restauro da Casa-Atelier José Marques da Silva e o equipamento com mobiliário básico das áreas anteriormente destinadas a habitação, permitiu que este espaço, projetado pela figura tutelar da instituição e lugar de formação e prática de um conjunto de arquitetos que deixaram a sua marca na cidade, se tornasse o palco preferencial de realização de um número substantivo de ações que vão de encontros, conferências, exposições, projeção de filmes, a visitas guiadas ou sessões protocolares de receção de novos acervos. Na medida em que a Casa-Atelier e o Palacete Lopes Martins formam um conjunto edificado de raro valor patrimonial, histórico e cultural, a proposição e o acolhimento destas iniciativas permitiu simultaneamente aos seus participantes a experiência de acederem a estes espaços, tornando-se testemunhas das transformações que têm vindo a ser implementadas. Uma dinamização que deu a conhecer um exemplo prático de intervenção patrimonial e reflete o dinamismo e consistência do projeto institucional que a promoveu. Do programa realizado, e por ordem cronológica, listam-se os seguintes acontecimentos:


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— 14.03 “Lançamento do Mapa de Arquitectura Fernando Távora” O Mapa Fernando Távora assinala um conjunto de 48 obras da autoria deste arquiteto, localizadas na zona Norte do país e construídas no período compreendido entre 1952 e 2004. Editado em português/inglês e espanhol/francês, teve uma tiragem de 4.000 exemplares. A sua produção resultou da parceria estabelecida pela Secção Regional Norte dos Arquitectos e da Câmara Municipal do Porto com a Fundação Marques da Silva. O lançamento decorreu a 14 de março, na Casa Atelier de José Marques da Silva, que se revelou pequena para acolher a grande afluência de público registada. A sessão, para além dos representantes das instituições editoras, contou com as comunicações de Carlos Martins, um ex-colaborador de Fernando Távora, e Jorge Figueira, crítico de Arquitetura, com vários textos publicados sobre o trabalho de Fernando Távora.


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— 09.04 “Um objecto e seus discursos – Esquissos de viagem, Fernando Távora” Inserida no programa “Um objecto e seus discursos”, ciclo promovido pela Câmara Municipal do Porto, a sessão foi moderada pela Presidente do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, Fátima Marinho, e teve como convidados o arquiteto Sergio Fernandez e o artista plástico Nuno Sousa. O ‘Objeto’ em destaque e ponto de partida para uma incursão sobre os desenhos de viagem de Fernando Távora, foi um esquisso realizado por este arquiteto do interior da Capela do Bom Jesus de Valverde, em Évora, no decurso de uma viagem de estudo com alunos do primeiro ano do curso de Arquitetura, em julho de 1993, e oferecido ao Arquiteto Sergio Fernandez, que então o acompanhava. Mais uma vez a sala encheu-se de público.


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—09.05 “Doação do acervo do Arquiteto Manuel Teles à FIMS” A cerimónia pública de assinatura do Contrato de Doação acervo profissional do arquiteto Manuel Teles, constituído por documentação relativa à prática profissional, como arquiteto e como docente, monografias e periódicos impressos realizou-se na Casa-Atelier. Para além da Presidente do Conselho de Administração da Fundação Marques da Silva, Maria de Fátima Marinho, e do representante da família, Vasco Teles, a sessão contou ainda com a participação especial do Diretor da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, Carlos Guimarães, que fez uma breve apresentação da figura e obra do arquiteto Manuel Teles.


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— 18.05 Dia Internacional dos Museus: “A Encomenda” No dia 18 de maio, por ocasião da edição de 2016 do Dia Internacional dos Museus, que teve por tema “Museus e Paisagens Culturais”, foi exibida a curta-metragem “A Encomenda”, realizada por Manuel Graça Dias em 2013 no âmbito do projeto “Ruptura Silenciosa”, coordenado por Luís Urbano. A sessão contou ainda com a projeção da entrevista então realizada ao arquiteto Raúl Hestnes Ferreira que marcou presença no átrio da Casa-Atelier, transformado nessa noite em sala de cinema. O programa encerrou com uma conversa informal entre Manuel Graça Dias, Luís Urbano e Patrícia Miguel, autora de um artigo sobre a viagem de Hestnes Ferreira à Escandinávia em 1957.


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— 14.10 “Lançamento do livro “Casas Ermas” A sessão de lançamento do livro de Luís Soares Carneiro, “Casas Ermas: a Arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do Moderno”, quarto volume da coleção Conferências Marques da Silva a ser publicado depois de um interregno de 5 anos, decorreu igualmente na Casa-Atelier e, como habitualmente, foi recebido com casa cheia. A apresentação esteve a cargo de António Gonzalez-Capitel, Professor Catedrático da ETSAM – Escola Politécnica de Madrid e autor de uma vasta obra sobre Arquitetura do século XX.


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— 20.12 Assinatura do Contrato de Doação do Acervo de Alfredo Matos Ferreira à Fundação Marques da Silva e abertura do primeiro módulo expositivo do programa “Terra D’ Alva” A figura ímpar de Alfredo Matos Ferreira foi recordada por Álvaro Siza, António Menéres, Sergio Fernandez, Mário Brochado Coelho e Joana Matos Ferreira de Sá, numa sessão moderada pela Presidente do Conselho de Administração, Maria de Fátima Marinho. Com os seus testemunhos enquadraram a assinatura do contrato de doação do acervo à Fundação Marques da Silva, seguindo-se a abertura da exposição-instalação “Terra d´Alva”, um roteiro desenhado sobre e em diálogo com os espaços da Casa-Atelier por Manuel Mendes para assinalar a doação e apresentar uma primeira mostra do homem e do arquiteto, elegendo os trabalhos realizados para Urros e Barca d´Alva, espaço matricial e determinante na sua forma de ser e de estar.


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— Janeiro a dezembro Visitas guiadas à sede da FIMS A crescente visibilidade e interesse pela Fundação traduziu-se também por um vasto número de solicitações para realização de visitas guiadas aos espaços da sede da instituição que sempre procurou responder positivamente aos pedidos que lhe foram sendo dirigidos. Entre janeiro e dezembro, no âmbito das visitas programadas ou efetuadas por solicitação externa de particulares ou instituições, onde não só foi possível mostrar as diferentes valências dos espaços e falar da sua história, como dar a conhecer a instituição e o trabalho aí desenvolvido, passaram cerca de três centenas de visitantes pelos vários espaços da Fundação, número que revela um crescimento de 50% face ao ano anterior.


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2.2 Para além da sede da FIMS

O diálogo com a cidade e a obra construída, por um lado, e a presença externa e o estabelecimento de ligações a entidades congéneres para a promoção de redes de cooperação tendo em vista a conjugação de esforços e de recursos nos domínios de intervenção da Fundação, por outro, são dimensões cruciais do Plano Estratégico traçado para a instituição. Neste sentido, continuou a ser fomentada a realização de ações para além dos espaços sede, por iniciativa da instituição ou em colaboração com outras entidades, sendo de destacar a Faculdade de Arquitectura da UP, parceiro privilegiado, mas também a promoção de parcerias e a concessão de apoios, traduzíveis em participações, cedência de conteúdos expositivos ou reforço de divulgação, a um abrangente leque de eventos que alargaram consideravelmente os horizontes geográficos e programáticos. Neste sentido é de assinalar a presença de documentação pertencente à Fundação Marques da Silva em projetos expositivos realizados em várias zonas geográficas do país - Porto, Lisboa, Braga, Vila Nova de Cerveira – e no estrangeiro - Berlim, Paris. O considerável aumento de solicitações para estas múltiplas formas de colaboração, constatado ao longo do ano de 2016 vem, por sua vez, sublinhar a importância da existência de instituições com competências e rigor técnico-científico na área da salvaguarda, conservação, tratamento, investigação e divulgação de acervos de arquitetura.


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2.2.1 INICIATIVAS PROMOVIDAS PELA FUNDAÇÃO

— 01.02.2016 a 31.01.2017 No Centenário da Avenida da Cidade

Tratou-se de uma iniciativa proposta pela Fundação Marques da Silva e desenvolvida em parceria com a Câmara Municipal do Porto para comemorar os 100 anos passados sobre o início do processo de construção do centro cívico do Porto, simbolicamente datado a 1 de fevereiro de 1916, com a cerimónia de remoção da primeira pedra do edifício da antiga Câmara Municipal pelo então Presidente da República, Bernardino Machado. O programa, comissariado por Domingos Tavares, teve em vista resgatar a memória do processo de transformação do centro cívico da cidade do Porto, da antiga Praça D. Pedro até à atual Avenida dos Aliados, com a construção dos ‘novos’ Paços do Concelho, dando a conhecer os vários planos e projetos relativos ao espaço público e aos edifícios, permitindo o confronto entre o que foi sendo idealizado e a realidade efetivamente concretizada, promovendo espaços de reflexão sobre a construção e evolução da cidade. O momento de celebração do centenário foi evocado no dia da efeméride através da sessão "Primeira Pedra". Realizada no átrio dos Paços do Concelho foi pontuada pelas intervenções da Presidente do Conselho de Administração, Maria de Fátima Marinho, do Vereador do urbanismo, Manuel Correia Fernandes, do Comissário, Domingos Tavares, e do historiador Gaspar Martins Pereira. O programa propriamente dito, aberto à cidade, articulou-se em três módulos, de natureza e forma distintos, mas complementares entre si: 5 visitas guiadas; 3 conferências/debate; 1 exposição virtual. O primeiro módulo - Visitas guiadas - abordou a Arquitetura da Avenida. Foram 5 visitas, a 5 edifícios emblemáticos, apresentados por 5 arquitetos. Decorreu entre 21 de maio e 2 de julho, e com ele se pretendeu trazer ao debate a importância da conceção particular dos diferentes edifícios que, pela sua escala, material ou expressão, à medida que se foram construindo, estabeleceram a caraterização espacial do Centro Cívico do Porto, transformando um plano abstrato de intenções formais como

foi o estudo de Barry Parker de 1915, numa cidade real ao serviço do povo. Foram visitados os seguintes edifícios: A Nacional (Carlos Machado); o Banco de Portugal (Francisco Sousa Rio); a sede portuense da Culturgest (João Pardal Monteiro); o edifício nº 136 (CREA – Miguel Ribeiro e André Camelo); os Paços dos Concelho (Domingos Tavares). O segundo módulo - Conferências-Debate - decorreu entre 19 de setembro e 3 de outubro, no Café-Concerto do Teatro Rivoli. De carácter internacional, pretendeu proporcionar a ocasião para debater as diferentes ideologias e soluções equacionadas ao longo do processo, bem como a síntese plasmada no construído. Esteve distribuído por 3 sessões: 19 de setembro, às 19:00, “A teoria de Centro Cívico em Raymond Unwin e o projecto de Barry Parker para o Porto”, com Andrew Saint e Rui Tavares; 26 de setembro, às 19:00, "A ideologia do boulevard: das experiências de Paris à refundação", com Elisabeth Essaïan e Manuel Mendes; 3 de outubro, às 21h30, “A Avenida da Cidade como síntese urbana do republicanismo portuense”, com Paulo Pereira e o comissário do programa, Domingos Tavares. O terceiro módulo - Exposição Virtual -, com conceção e orientação científica de Clara Pimenta do Vale, com abertura simbolicamente agendada para 31 de janeiro de 2017, tinha como objetivo apresentar o resultado de um processo de questionamento sobre o que faz sentido recuperar e transmitir para futuro, sobre o modo como num espaço restrito se pode condensar um tempo longo de criação e alteração de um espaço urbano e de um conjunto de edifícios que lhe servem de fronteira e definição. A plataforma apresenta uma leitura alicerçada em níveis diferenciados de referenciação histórica e geográfica, onde se vão sobrepondo as diferentes narrativas e perspetivas de entendimento de um processo histórico em constante devir.


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— 18.04 Dia Internacional dos Monumentos e Sítios: Visita ao Pavilhãoe Jardins do Palácio de Cristal A Fundação Marques da Silva voltou a assinalar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, a 18 de abril, neste ano subordinado ao tema “Desporto um Património Comum”, organizando uma visita ao Pavilhão dos Desportos do Palácio de Cristal (posteriormente designado Pavilhão Rosa Mota) orientada pelo autor do projeto, José Carlos Loureiro. O percurso proposto pretendeu articular três leituras deste espaço pelo que, para além do arquiteto, teve a participação de José Pedro Bento, Professor da FADE, ex-jogador de Hóquei em Patins, responsável pelo Pavilhão Rosa Mota entre 1996 e 2000, atual Presidente do Académico Futebol Clube, e de Teresa Portela Marques, Professora da FCUP, arquiteta paisagista que se tem dedicado à investigação da história do Palácio de Cristal, em particular na perspetiva dos seus jardins. A visita contou ainda com a presença de Fernando Claro, Presidente da Federação de Patinagem de Portugal, sendo então possível evocar a modalidade e o acontecimento desportivo que marcou a construção do Pavilhão: o campeonato Mundial de Hóquei, em 1952.


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— 24.09 Jornadas Europeias do Património: “Do Monte Pedral a Ramalde” Inserida no Programa das Jornadas Europeias do Património 2016, foi promovida, a 24 de setembro, uma visita guiada pelos arquitetos Eliseu Gonçalves e Maria Tavares ao longo de um percurso traçado entre o bairro do Monte de Pedral e o bairro de Ramalde, enquadrado e acompanhado pelos arquitetos, com início a partir da Casa-Atelier José Marques da Silva. A visita teve como objetivo revelar os modos como a cidade periférica foi pensada ao longo do século XX, a partir da obra de alguns arquitetos representados na FIMS, particularmente Marques da Silva e Fernando Távora.


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— 24.10 Conferência Marques da Silva 2016: “Poética Urbana: Aproximações à ideia e à imagem da cidade através da palavra literária” A décima edição deste ciclo anual de Conferências realizou-se no dia 24 de outubro, no Auditório Fernando Távora da Faculdade de Arquitectura da UP, instituição parceira desde a primeira edição, e teve como conferencista convidada, Marta Llorente, arquiteta e professora da Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona, autora de obras de referência no âmbito da arte, da antropologia e da arquitetura. A conferência partiu do conceito “poética urbana”, expressão genérica que se refere ao conjunto de textos que possuem uma intenção estética relativa ao contexto urbano; por outras palavras, à literatura urbana. O evento integrou a programação da ARQOUT, promovida pela Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos para celebrar outubro como Mês da Arquitetura e, para além do apoio da FAUP, contou com o apoio da TVU, que procedeu à gravação e edição em vídeo. O registo videográfico encontra-se disponível ao público através das páginas eletrónicas da FIMS e da TVU.


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— 24 a 27.11 “Veneza - Finissage da Bienal de Arquitectura 2016” A Fundação Marques da Silva organizou, de 24 a 27 de novembro, uma viagem a Veneza, operacionalizada pela Talkie-Walkie e pela Agência Pinto Lopes, para acompanhar o programa de encerramento da Representação Oficial Portuguesa à 15ª Exposição Internacional de Arquitetura, organizado pela DGArtes, Casa da Arquitectura e Ordem dos Arquitectos, nomeadamente: no dia 25, o debate “Bienal de Veneza, 1976-2016: a relação entre a arquitectura italiana e a portuguesa”, com a participação dos Arquitetos Vittorio Gregotti e Álvaro Siza, moderado por Alberto Ferlenga, Reitor do IUAV, que decorreu na Aula Magna Tolentini, e uma visita guiada à exposição “NEIGHBOURHOOD - Where Alvaro meets Aldo”, com o arquiteto Álvaro Siza e os curadores Nuno Grande e Roberto Cremascoli, no Pavilhão de Portugal, Campo di Marte, Giudecca, a 26. No âmbito da deslocação foi ainda possível aos participantes visitar outros pontos de interesse arquitetónico que a cidade oferece.


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2.2.2 COLABORAÇÕES COM OUTRAS ENTIDADES

— 23 a 25.02 “Revisitar Fernando Távora” Viagem de Lisboa ao Minho para dar a conhecer 23 obras de Fernando Távora, acompanhada por antigos colaboradores deste arquiteto e docentes da Faculdade de Arquitetura de Lisboa. O projeto, comissariado por Ana Motta Veiga, Pedro Pacheco e José Aguiar, contou com o apoio da Fundação Marques da Silva - na cedência de conteúdos, na participação numa sessão preparatória da viagem e no acolhimento do grupo em visita à Fundação - e foi distinguido com a Menção Honrosa do Open Call Comissariado Viagem Pop-Up, promovido pela OASRS.

— 12.03 a 29.05 Exposição: “DEMO:POLIS - The Right to Public Space” Organizada pela Akade Organizada pela Akademie der Künste, em Berlim, esta exposição propôs-se abordar a pluralidade de significados do Espaço Público contemporâneo. Encontrou-se estruturada em três grandes núcleos: Transformações, Paradigmas (onde se insere a referência à intervenção de Fernando Távora no centro urbano de Guimarães) e Visões. O projeto teve a curadoria de Wilfried Wang. Foi editado catálogo. — 13.04 a 29.10 Exposição: “Les Universalistes” Exposição comissariada por Nuno Grande, arquiteto, professor e crítico, sobre os últimos 50 anos da arquitetura portuguesa, numa iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e da Cité de l’Architecture et du Patrimoine, em Paris. Ancorada em 50 projetos de arquitetos portugueses, entre os quais constam os nomes e obras referenciais de Fernando Távora, Alcino Soutinho e José Carlos Lou-

reiro, e num conjunto de pensamentos de Eduardo Lourenço, traçou um panorama da história do próprio país a partir da década de 60. Foi editado catálogo.

— 19.05 “O Theatro e a Memória: 100 anos do Theatro Circo de Braga” O lançamento deste livro, coordenado por Andreia Garcia, representou o culminar do ‘Projeto Memória’, um programa que procurou através de múltiplas iniciativas recuperar e dar a conhecer os cem anos de história do Theatro Circo de Braga. O segundo módulo expositivo deste programa integrou documentação relativa ao projeto de Marques da Silva para este Theatro, tendo sido, na altura, consignada ao Teatro bracarense a venda da litografia com desenho do projeto não construído de Marques da Silva para este Teatro. O livro foi apresentado por Luís Soares Carneiro.

— 13.06 a 30.10 Exposição: “Aurélia, mulher artista” Na exposição que teve lugar na Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio, por ocasião do 150º aniversário de Aurélia de Sousa, organizada pela Câmara do Porto em parceria com a Câmara de Matosinhos, a Fundação Marques da Silva apoiou a sinalização da efeméride, cedendo para exposição e reprodução em catálogo um óleo sobre tela da autoria da artista, intitulado “Bebé e Lilita”, um quadro de pequenas dimensões mas revelador da sua grande mestria enquanto pintora.


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— 21.05 “Porto Tram Fest 2016” A celebração do carro elétrico em formato de Festival, o Porto Tram Fest pretendeu trazer a toda a Baixa e Marginal da cidade do Porto um programa variado de animação a bordo de um conjunto de carros elétricos e no próprio Museu do Carro Elétrico, entidade promotora da iniciativa. A Fundação Marques da Silva associou-se ao evento através da organização de visitas guiadas por Jaime Magalhães Júnior e largamente concorridas para o percurso Batalha/Museu do Carro Elétrico.

— 01.06 “Conversas com…” A propósito dos 160 anos da primeira viagem de comboio em Portugal e da centenária Estação de Porto São Bento, a CP organizou um conjunto de conversas que decorreram entre 30 de maio e 2 de julho, a bordo de um Comboio Histórico – a locomotiva a vapor de 1925 - estacionada na Estação de S. Bento. A 1 de junho, a Fundação Marques da Silva, entidade apoiante, esteve representada pelo Arquiteto Nuno Tasso de Sousa, para falar, na primeira carruagem, sobre o arquiteto José Marques da Silva e o projeto para a Estação de S. Bento, juntamente com o historiador Hugo Pereira.


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— 18 e 19.06 “Open House” A Casa-Atelier e os jardins que a envolvem integraram o roteiro de espaços a visitar no âmbito da edição de 2016 do “Open House Porto”, uma coprodução da Casa da Arquitectura e da Trienal de Arquitectura de Lisboa com a parceria da Câmara Municipal do Porto como Parceiro Estratégico e dos Municípios de Gaia e Matosinhos como Parceiros do evento. Realizaram-se duas visitas guiadas: com Alexandre Alves Costa, a 18, e Paula Abrunhosa, a 19. No total dos dois dias, receberam-se cercas de 500 visitantes.


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— 05.10 a 03.12

— 07.11

Exposição: “Ei-los que partem”

“Visita de Estudo ao Luso-Lima”

A abertura desta exposição decorreu no dia 5 de outubro, no átrio da Estação de S. Bento, para assinalar o centenário da inauguração desta Estação, projetada por José Marques da Silva. Tratou-se de uma iniciativa das Infraestruturas de Portugal, que contou com o apoio da Fundação, traduzido na cedência de documentação relativa à memória do projeto. A iniciativa estava integrada num conjunto mais alargado de ações que, com a parceria do Exército, incluiu, para além desta efeméride, a sinalização dos 160 anos de caminhos-de-ferro em Portugal e o centenário da declaração de guerra da Alemanha a Portugal. A 28 de outubro a exposição transferiu-se para a Bienal de Vila Nova de Cerveira onde esteve patente ao público até 3 de dezembro.

Tratou-se de uma iniciativa dos arquitetos Ricardo Vieira de Melo e Jorge Carvalho, docentes do Curso de Arquitetura da Universidade Lusíada Norte, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva para organizar aos alunos de Arquitetura II uma visita ao Conjunto Habitacional Luso-Lima guiada pelo arquiteto José Carlos Loureiro, autor do projeto.

MoMoWo: Women’s creativity since the Modern Movement Foi cedida documentação relativa a Maria José Marques da Silva para constar da exposição itinerante (Oviedo, Lisboa, Grenoble, Leiden, Turim e Liubliana) e respetivo catálogo, em resposta ao pedido da representação portuguesa neste projeto de âmbito europeu.

— 14.10 Colóquio: “Os Caminhos-de-Ferro e a Guerra” Tendo decorrido no Instituto Superior de Engenharia do Porto, este colóquio foi uma das iniciativas integradas no programa de evocação dos 100 anos da Entrada de Portugal na Grande Guerra, dos 100 anos da Estação de S. Bento e dos 160 anos dos Caminhos-de-Ferro em Portugal. Em representação da Fundação Marques da Silva, entidade apoiante, esteve presente o arquiteto Nuno Tasso de Sousa, com a comunicação “Estação Central do Porto - S. Bento”.


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2.2.3 APOIO INSTITUCIONAL

Ao longo do ano de 2016, a Fundação Marques da Silva continuou a ser abordada no sentido de conceder apoio à divulgação de iniciativas, em diversas tipologias e temáticas, por parte de entidades que, reforçando laços, formal ou informalmente têm vindo a ser estabelecidos, consideraram este apoio importante potenciador de angariação de público ou mesmo qualificador da própria ação. Incluem-se neste domínio, o noticiar de um conjunto de ações que a Fundação apoiou no âmbito dos protocolos firmados – caso da Faculdade de Arquitetura da UPorto; do Circulo Dr. José de Figueiredo/Amigos do Museu Nacional Soares dos Reis, da Associação City Scopio; do projeto ‘Coleção de Desenhos. Escola de Arquitectura do Porto’ ou OASRN. Pelo seu carácter extraordinário, citam-se ainda: - “2º Congresso Internacional de História da Construção Luso-Brasileira - ‘Culturas Partilhadas’ (2CIHCLB)”, 14-16 Setembro 2016, Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. - “Aulas de Autor”, 18 de fevereiro, 7 de abril, 18 de maio, 2 de julho. - “Aqui ao Lado – Percursos de Arquitectura em Barcelos”, 21 de maio. Visita guiada a 6 edifícios de Barcelos, em forma de percurso pedonal a partir da Casa Sá Cortinas, com a participação de arquitetos e oradores convidados que contextualizaram e analisaram as obras: Edifício Barjona de Freitas (José Marques da Silva), Mercado Municipal de Barcelos (José Carlos Loureiro), Edifício Campo S. José (Adalberto Dias), Edifício João Duarte (Gaspar de Sousa Coutinho), Edifício Redondo (Maria José e David Moreira da Silva); Bairro de Santa Marta (Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas). O programa encerrou com uma mesa redonda que contou, para além dos guias (Eduardo Fernandes; Fernando Matos; José Martins; Fernando Matos Rodrigues; Maria Tavares), com a presença de Alexandre Alves Costa. - III Colóquio ‘A Casa Senhorial’: anatomia de interiores, realizado entre 16 e 17 de junho, uma iniciativa do CITAR. - 14th Docomomo International Workshop, realizado em Lisboa, entre 1 e 5 de Setembro. - Reflections on the future Museum(s) of Architecture inPortugal #2, iniciativa da associação Contentor e Conteúdo, decorrida em Serralves, a 8 de setembro.

- 2ª sessão do “Ciclo de Conferências e Debates – Arquivos de Famílias. Património, Memória e Conhecimento” dedicado à temática «O “arranjamento” dos arquivos: preservação e tratamento de arquivos pessoais e de famílias», organizado pela Associação Portuguesa de Arquivos Históricos Privados, a 29 de outubro. - Autofocus’16 From Darwin to Dissanayake, iniciativa integrada no projeto AUTOFOCUS, que reúne contributos da área da Arquitetura, Filosofia e Neurociências, sob coordenação de Pedro Borges de Araújo. Decorreu entre 8 e 9 de novembro, na FAUP e na FLUP, sendo que a Fundação recebeu a oradora convidada Ellen Dissanayake e ofereceu algumas das suas publicações.

2.2.4 EFEMÉRIDES E OUTROS ACONTECIMENTOS

Outras datas e momentos com ressonância no universo dos acervos sob salvaguarda desta Fundação foram sendo assinalados através dos canais de divulgação online geridos pela FIMS, nomeadamente: datas de nascimento de David Moreira da Silva, Fernando Távora, Maria José Marques da Silva, José Marques da Silva, Alcino Soutinho; Dia Internacional do Livro (23 de abril); Dia Mundial da Criança (1 de junho); Dia Mundial da Fotografia (19 de agosto); Dia Mundial da Arquitetura (5 de outubro). Da mesma forma foram noticiados outros acontecimentos considerados relevantes


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2.3 Atividade editorial: Projetos promovidos pela FIMS e ações de comercialização e divulgação

A linha editorial da Fundação Marques da Silva, nas suas várias coleções e formatos, desempenha um papel preponderante pois trata-se de um canal privilegiado de afirmação da instituição enquanto centro promotor de estudo e investigação. A divulgação de textos e obras que refletem leituras e perspetivas inovadoras no campo da arquitetura e da arte, resultante da investigação desenvolvida sobre estas áreas temáticas, com particular ênfase nas pesquisas desenvolvidas sobre os acervos documentais que esta instituição alberga ou de um pensamento sistematizado sobre as temáticas emergentes no contexto das áreas de intervenção institucionais ou de assuntos relevantes no contexto atual, permite articular e potenciar a riqueza informativa dos vários legados e coleções documentais, bem como sedimentar o conhecimento que vai sendo produzido ou transmitido no decurso de muitas das iniciativas propostas. Sem abdicar de um reconhecido rigor editorial e identidade gráfica de qualidade, tem-se tentado encontrar formas de promover a sua máxima difusão, adotando uma estratégia que tanto passa por assegurar a continuidade da coleção “Conferências Arquiteto Marques da Silva”, pela parceria estabelecida com as Edições Afrontamento para a produção de novas monografias, bem como pelo recurso ao suporte digital como forma de agilizar e ultrapassar constrangimentos de carácter financeiro para divulgação de textos breves ou o apoio a iniciativas editoriais promovidas por outras entidades. É ainda de destacar o apoio da Reitoria da Universidade do Porto, integrando os títulos da FIMS em ações de grande visibilidade público, como é o caso da Mostra U.P. ou, sobretudo, da Feira do Livro do Porto. Por sua vez, os momentos de lançamento converteram-se ou enquadraram-se em iniciativas de divulgação com uma vertente pedagógica e científica que auferiram, regra geral e no caso de 2016, de grande impacto público. Também as promoções procuraram ter uma base de sustentação justificada em conteúdos ou momentos de significado no contexto dos acervos ou apoios FIMS.


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2.3.1 LANÇAMENTOS

2.3.1.1 EDIÇÕES IMPRESSAS

— 14.03

— 14.10

“Mapa de Arquitectura Fernando Távora”, um roteiro das obras de Fernando Távora projetadas na região norte do País, inserido na coleção que a OASRN tem vindo a publicar, em parceria com a Câmara Municipal do Porto. A pesquisa e organização de conteúdos foram desenvolvidos pela equipa da Fundação, em articulação com o arquiteto José Bernardo Távora, e o texto de enquadramento a associar à publicação foi redigido pelo arquiteto Manuel Mendes. O lançamento decorreu na Casa-Atelier José Marques da Silva e contou, para além das representantes da Fundação e da OASRN, com a participação de Jorge Figueira e Carlos Martins. Os mapas podem ser também consultados em formato digital no site da Fundação Marques da Silva.

“Casas Ermas: a Arquitetura dos irmãos Rebelo de Andrade e os discursos do Moderno”, de Luís Soares Carneiro, conferencista da edição 2015 das Conferências Arquiteto Marques da Silva. Com a sua publicação retomou-se esta linha editorial, suspensa desde 2010, sendo este o quarto volume a ser lançado. O lançamento decorreu na Casa-Atelier José Marques da Silva e a apresentação esteve a cargo de António Gonzalez-Capitel. O livro contou com um largo número de apoios no que se refere à publicação de imagens: Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, Direção Geral do Património Cultural - Museu do Chiado, Família Rebelo de Andrade, Museu da Água da Empresa Municipal das Águas Livres, Teatro Nacional de S. Carlos e Teatro Nacional D. Maria II.


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2.3.1.2 EDIÇÕES DIGITAIS

“Alcino Soutinho, uma apresentação”, de Jorge Figueira. Publicação do texto de apresentação do percurso e obra de Alcino Soutinho escrito por Jorge Figueira para a cerimónia de doação do acervo deste arquiteto à Fundação Marques da Silva, em 2014. Uma “viagem panorâmica”, à qual foi associada uma listagem de obras, pelo que assim representa mais um contributo para a divulgação e estudo de um personagem importante no universo da FIMS e da Escola do Porto.

“Mapa Távora”, de Jorge Figueira. Publicação do texto proferido na sessão de lançamento do Mapa de Arquitetura. Um olhar que enquadra o projeto editorial e faz uma leitura das obras sinalizadas no Roteiro

“Távora: Desenho de Viagem, Desenho Objeto”, de Sergio Fernandez, traduz em formato texto a intervenção deste arquiteto na sessão do de “Um Objeto e seus Discursos”, do dia 9 de Abril de 2016, na Casa-Atelier José Marques da Silva. Trata-se de um testemunho que parte da história do esquisso da Capela do Bom Jesus de Valverde que lhe foi oferecido por Fernando Távora, para se traduzir numa homenagem à figura singular de Fernando Távora e num convite à Viagem e ao Desenho

Textos das Visitas - Guiadas de “No Centenário da Avenida”: Cada um dos arquitetos convidados a apresentar um dos 5 edifícios selecionados no âmbito do projeto “No centenário da Avenida da Cidade” produziu, posteriormente, um texto sobre o respetivo edifício com breves coordenadas sobre o projeto, o seu autor e o seu significado no contexto da transformação urbana do Porto da primeira metade do século XX. Em síntese, foram publicados 5 textos: sobre A Nacional, por Carlos Machado; sobre o Banco de Portugal, por Francisco Sousa Rio; sobre a sede portuense da Culturgest, por João Pardal Monteiro; sobre o edifício, nº 136, por Miguel Ribeiro e André Camelo; e, finalmente, sobre os Paços dos Concelho, por Domingos Tavares.


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2.3.2 PROJETOS EDITORIAIS EM PREPARAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

2.3.3 DISTRIBUIÇÃO COMERCIAL E AÇÕES PROMOCIONAIS

“O Ensino Moderno da Arquitectura: A formação do arquitecto nas Escolas de Belas-Artes em Portugal (19301970)” A Fundação Marques da Silva, em parceria com as Edições Afrontamento, está a preparar a publicação de um livro de Gonçalo Canto Moniz que tem como base o estudo desenvolvido no âmbito da tese de doutoramento, defendida em 2011, no Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra, agora revisto e adaptado, sobre as escolas de formação de arquitetos e métodos pedagógicos implementados no país entre 1930 e 1970. O projeto que já tem o apoio garantido das Escolas de Arquitetura de Porto, Lisboa e Coimbra, deverá estar concluído em finais de 2017.

O universo de livros e outras publicações comercializados pela FIMS é constituído por:

“Memória. Alfredo Matos Ferreira”. Ao longo dos últimos anos, Alfredo Matos Ferreira foi reunindo memória(s) do seu trabalho profissional, movido pela curiosidade de revisitar o que tinha produzido, e assim foi organizando o conjunto de projetos que elaborou ao longo de mais de cinquenta anos. Mais tarde surgiu a ideia de uma possível publicação que associa, para além dos textos memória da autoria do próprio Matos Ferreira, textos de apresentação de Álvaro Siza, Sergio Fernandez, Vítor Oliveira e Manuel Mendes, coordenador do projeto editorial a lançar pela Fundação Marques da Silva, durante o ano de 2017, em parceria com as edições Afrontamento e a Faculdade de Arquitectura da U. Porto, no âmbito da programação proposta para assinalar a doação do seu acervo de arquitetura à Fundação Marques da Silva. Conferências Marques da Silva. A coleção dedicada à publicação destas Conferências, interrompida desde 2010, foi retomada neste ano de 2016 com a publicação da conferência de 2015, de Luís Soares Carneiro. Agendado para 2017 está já o lançamento da conferência de José António Bandeirinha, proferida em 2014. Gonçalo Byrne, orador da edição de 2013, deverá ser o próximo conferencista a ser publicado. Giorgio Grassi. Opera omnia sic. Este projeto inédito de tradução para português da obra de Giogio Grassi, coordenado e traduzido por José Miguel Rodrigues, embora sem assinalar um lançamento em 2016, tem previsto para 2017 a publicação de um novo volume, estando em curso o trabalho de tradução e revisão de textos.

Edições impressas: livros – 7 títulos chancela IMS (esgotados 2 títulos: Estação de S. Bento e O aluno, o Professor, o Arquiteto) – 4 títulos livros da coleção “Conferências Marques da Silva” (esgotado 1 título: O Liceu Alexandre Herculano, no Porto) – 3 títulos da coleção “Monografias de Marques da Silva” (1 em parceria com a Afrontamento) – 3 títulos da coleção “Fernando Távora: ‘minha casa’” (em parceria com a FAUP e a Reitoria UP) – 1 título da coleção “Giorgio Grassi – opera omnia sic” (em parceria com a Afrontamento) – 2 títulos da coleção genérica de livros com abordagens inovadoras sobre arquitetura (1 em parceria com a Afrontamento) Edições impressas: outras publicações e merchandising – 6 litografias chancela IMS (esgotada a litografia Estação de S. Bento) – 2 cadernos de notas – 1 puzzle Livros em consignação: – 3 títulos (2 de J. Carlos Loureiro; 1 de Ana Cotter) Apoios: – 2 títulos da editora Quidnovi (coleção Arquitectos Portugueses) – 2 títulos editados pela Casa de Arquitetura (no âmbito do projeto Modernidade Permanente)


Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva

De forma a poder garantir a divulgação das suas edições, a Fundação Marques da Silva manteve uma rede de 21 pontos de distribuição para venda, em regime de consignação, dos livros e merchandising por si editados, com a exceção dos livros resultantes da parceria estabelecida com as Edições Afrontamento, que são distribuídos no mercado nacional por esta editora, e das edições em consignação ou existentes em função de apoios. Para contornar as restrições logísticas da venda de publicações na sede da Fundação, tem-se reforçado a dinamização da loja online onde estão, para além das publicações distribuídas em regime de consignação externa, disponíveis os livros editados em parceria com as Edições Afrontamento e os livros em consignação interna sobre ou da autoria de José Carlos Loureiro, e o livro da autoria de Ana Cotter sobre uma obra de Fernando Távora. O catálogo da exposição Modernidade Permanente e Diário de Bordo, os dois títulos editados pela Casa da Arquitetura, já atingiram o número máximo de vendas pelo que não constam da lista de edições disponíveis.

Sempre que possível, a FIMS participa em ações promocionais e/ou de divulgação editorial, bem como incentiva a criação de laços de cooperação com outras entidades, de forma a promover canais de comunicação e difusão das publicações FIMS. Em 2016, à imagem do que tem vindo a suceder, esteve presente na Mostra UP, entre 17 a 20 de março, no Pavilhão Rosa Mota, e, juntamente com as edições UP, na Feira do Livro, no pavilhão das Edições UP, que, no Porto, esteve patente ao público nos jardins do Palácio de Cristal, de 2 a 18 de setembro.

2.3.4 APOIOS A EDIÇÕES

A documentação contida nos acervos à salvaguarda da Fundação Marques da Silva é frequentemente requisitada para cedência de imagens digitais para publicações de caráter científico ou de divulgação, académicas ou para finalidade comercial, de caráter nacional e internacional. Para além dos catálogos das 5 exposições anteriormente referidas, todos publicados durante o ano de 2016, e do apoio a vários projetos académicos ou participações em Congresso, foram ainda cedidos elementos para publicação do guia de Arquitetura do Porto, pela A+A, a lançar em 2017; para a publicação do livro de Luís Grosso Correia, sobre o Liceu Rodrigues de Freitas; para um artigo a lançar pela revista Magnitude, sobre a Estação de S. Bento, em 2017; e para um Guia dos Jardins do Palácio de Cristal, da autoria de Teresa Portela Marques, igualmente a lançar em 2017.


Relatório de Atividades e Gestão 2016 I 42

3. Gestão de plataformas de comunicação e divulgação

A definição, execução e monitorização da estratégia comunicacional da Fundação Marques da Silva tem cumprido um papel fundamental para sensibilização e divulgação junto de um largo espectro de públicos das atividades por si desenvolvidas ou apoiadas. Neste domínio, procurando transmitir uma imagem coerente com as grandes linhas orientadoras, tem sido assegurado: - a publicação regular de uma Newsletter em formato digital, num total de 6 números editados durante o ano de 2016; - a permanente atualização, em português e na versão em língua inglesa, da página eletrónica da FIMS que, em fevereiro de 2016, registava 236.426 visitas, número que traduz um aumento de 20% face aos números registados em 2016; - que todas as iniciativas promovidas pela FIMS e por entidades parceiras tenham sido objeto de divulgação igualmente na página de facebook, que conta com 4.601 seguidores, e no twitter, que conta com 175 seguidores, tendo as iniciativas de maior relevância sido divulgadas através de correio eletrónico;

Para além dos canais referidos: - está em preparação, pela TVU. o lançamento de uma plataforma digital, para divulgação ao grande público, construída a partir da exposição e roteiro de visitas guiadas promovido pela FIMS por ocasião dos 150 anos do nascimento do pintor Velosos Salgado “Mais que o sonho da passagem”. Este projeto contou um leque alargado de instituições parceiras: FBAUP; MNSR; Reitoria da UP: BPMP; Casa Museu Almeida Moreira; Casa Museu Teixeira Lopes; Palácio da Bolsa.


Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva


4. Intervenção arquitetónica: em defesa do património construído

No ano de 2016 prosseguiu-se a intervenção numa área de enorme importância para o reconhecimento do papel que a Fundação começa a desempenhar no campo da preservação do património arquitetónico e urbanístico construído. Esta intervenção desenrola-se contemplando a articulação e complementaridade de diversas formas de atuação: exercendo uma prática de restauro que se pretende exemplar no património imóvel sob gestão direta da Fundação; elaborando e propondo processos de classificação patrimonial; intervindo junto das entidades proprietárias dos imóveis, tentando provocar e influenciar o seu restauro, seguindo as boas práticas; emitindo pareceres com base numa pesquisa ancorada e impulsionada pela informação contida na documentação que tem à sua salvaguarda.

4.1 Prática de restauro e intervenção pública

4.2 Intervenção junto das entidades proprietárias de imóveis

Consciente da necessidade de exercer uma prática de intervenção perspetivada no contexto programático e estratégico da instituição, de respeito pelo legado material e imaterial a salvaguardar e assegurando a aplicação de uma metodologia assente em parâmetros de qualidade e rigor inquestionáveis, onde se torna fundamental o estabelecimento e valorização do diálogo com as fontes documentais que registam a génese das obras a intervir, a Fundação tem vindo, desde 2009, a intervir sobre o património edificado que tem sob gestão. No ano de 2016 destacou-se a elaboração do projeto e início da empreitada de Reabilitação das Caixilharias Exteriores dos prédios da Rua de Ferreira Borges, no Porto. Este projeto da autoria do Arq.to Nuno Valentim, irá contribuir para a preservação e adequação a níveis de conforto atuais das frações que compõem os prédios da Rua de Ferreira Borges, sob gestão da Fundação Marques da Silva.

- Foi remetida no passado mês de julho uma carta ao Ministério da Educação manifestando a preocupação da Fundação pelo atual estado de degradação do Liceu Alexandre Herculano. Essa carta mereceu resposta do Ministério dando conta da previsão de intervenção ainda no decorrer do ano de 2016, o que, no entanto, não se veio ainda a verificar. - Foi contactada a Santa Casa da Misericórdia do Porto no sentido de suspender a demolição da área exterior do complexo habitacional Luso-Lima onde se encontravam equipamentos de lazer ara crianças. A operação foi suspensa, estando a SAMP em negociações com o arquiteto para intervir sem perda da coerência e valor patrimonial e arquitetónico do projeto original.


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Relatório de Atividades e Gestão 2016 I 46

5. Património imóvel: Gestão corrente

Com imóveis localizados na área urbana do Porto e de Barcelos, a Fundação Marques da Silva tem como responsabilidade assegurar a articulação da vertente da preservação patrimonial com a vertente da rentabilização decorrente da sua exploração/utilização. Neste sentido, prosseguiu-se a estratégia de otimização de rentabilidade que, tendo por base uma diligente e cuidadosa manutenção, bem como um forte investimento na recuperação/remodelação de imóveis para arrendamento, permitiu manter a quase total alocação dos imóveis sob sua gestão.

5.1 Casas-Sede da Fundação

5.2 Outros imóveis

Tendo sido concluídas no mês de setembro de 2015 as obras de remodelação da Casa-Atelier, para onde foram transferidos os serviços do Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica, procedeu-se durante o ano de 2016 à aquisição do mobiliário mínimo indispensável ao acolhimento de iniciativas de promoção e divulgação, caso de exposições, conferências, mesas redondas, lançamento de livros, etc..

Em resposta aos problemas detetados, resultantes do desgaste normal do património construído, e à necessidade de tornar os imóveis comercialmente mais atrativos, incrementando a sua viabilidade económica, foram efetuadas diversas intervenções, a seguir discriminadas:

Prosseguiram os trabalhos de arranjo e manutenção dos jardins.

- Elaboração do projeto de reabilitação das caixilharias exteriores dos prédios da Rua de Ferreira Borges, pelo Atelier do Arq.to Nuno Valentim, lançamento do concurso e início da empreitada, com conclusão prevista para maio de 2017. - Diversas intervenções nos prédios da Rua das Carmelitas e da Rua de Ferreira Borges, no Porto, e no prédio da Rua de Barjona de Freitas, em Barcelos, na sequência da reclamação de vários inquilinos. As anomalias resolvidas foram ocasionadas principalmente por infiltrações de água pela cobertura e também para substituição de redes de abastecimento de água e de saneamento que se encontravam deterioradas devido à sua antiguidade. - Foi recuperada, pelo respetivo inquilino, a fração sita à Rua das Carmelitas, n.º 100, 1º E.


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6. Recursos Humanos

A operacionalização dos diferentes campos de atuação da FIMS tem vindo a ser assegurada por um quadro de pessoal que se carateriza pela polivalência e transversalidade de funções: 5 elementos na sede do Porto; 2 elementos para cuidar do património rural em Barcelos. Para otimização das funções e concretização das atividades, para além dos colaboradores contratualizados, a Fundação beneficiou e promoveu o estabelecimento de formas de colaboração complementares, que passaram pelo contributo, a título gracioso, de muitas das personalidades envolvidas nas diversas ações, por contratações externas pontuais para concretização de tarefas específicas, (trabalhos gráficos ou de indexação documental) assim como pelo acolhimento de estágios curriculares e profissionais que se refletiram igualmente em contrapartidas para o trabalho a desenvolver na instituição (caso já referido de Thaís Nascimento e Gil Silva). Ao longo do ano, foi facultada a todos os colaboradores a oportunidade de frequência de cursos e seminários para formação, atualização e partilha profissional (vide 1.4).


Relatório de Atividades e Gestão 2016 I 48

7. Contas

As contas que acompanham este relatório, o Balanço e a Demonstração de Resultados, permitem evidenciar o esforço de cumprimento do orçamento previsto para o ano de 2016, apesar da conjuntura económica adversa nomeadamente ao nível da rentabilidade das aplicações financeiras. Verificou-se um aumento das receitas com rendas de 253.193,16 € em 2015 para 263.467,46 €, resultado de uma gestão atenta e diligente do património imobiliário. Devido à forte redução verificada nas taxas de juro passivas no mercado bancário, as receitas com juros caíram para 11.986,36 €, face a 31.993,91 € no ano de 2015. Os gastos com pessoal aumentaram 23.382,37 € devido à contratação de um Gestor de Informação, no final de 2015, para reforço da equipa técnica. Os gastos de amortização aumentaram 25.020,47 € devido aos fortes investimentos realizados na recuperação dos imóveis sob gestão, nomeadamente na reabilitação da Casa Atelier, concluída em 2015. O resultado líquido do exercício diminuiu para (-65.456,57 €) mas manteve-se um resultado operacional (EBITDA) francamente positivo de 44.962,32 €.



Relatório de Atividades e Gestão 2016 I 50

Conclusão

Globalmente o presente relatório demonstra que foi materializado o Plano de Atividades e respetivo Orçamento aprovado para o ano de 2016, mas também um conjunto significativo de projetos que, não estando aí expressamente previstos, foram lançados em diversas áreas do seu desempenho, resultantes de ideias, propostas e oportunidades surgidas ao longo deste ano. A sua realização revela que, de uma forma sustentada, gradual e continuada, a Fundação Marques da Silva tem conseguido cumprir a Missão que lhe está designada, reforçar o seu posicionamento e imagem pública e ampliar, sem perda de qualidade e relevância, os resultados obtidos nas diferentes áreas de intervenção: da dinâmica implementada na receção, tratamento e divulgação de acervos de arquitetura, à promoção de condições de estudo e criação de mecanismos e redes de cooperação ou na promoção de conhecimento dentro do âmbito da sua área prioritária de intervenção: cultura arquitetónica e artística. Resultados compensadores que revelam a eficácia das coordenadas de ação que têm vindo a ser adotadas e o empenhamento das equipas. Com um campo de ação cada vez mais claro, bem como o sentido do projeto institucional, o trabalho desenvolvido representa uma base assertiva de como se pode articular, mantendo uma dinâmica de crescimento com um resultado que é mais significativo do que o mero somatório das partes, as vertentes de arquivo, estudo, divulgação e práticas de salvaguarda patrimonial. A sustentabilidade futura fica igualmente assente numa gestão equilibrada dos recursos financeiros, capaz de balizar as necessidades de funcionamento laboral e manutenção patrimonial, com o investimento em áreas e projetos estratégicos, ponderadas as circunstâncias pontuais de mercado. Por todo o exposto, é convicção do Conselho de Administração da FIMS que o Relatório de Atividades e Gestão e os demais documentos da prestação de contas, elaborados de acordo com o SNC e as normas e os princípios contabilísticos geralmente aceites, reproduzem de uma forma verdadeira e apropriada o resultado das operações da Fundação, pelo que se propõe que sejam aprovados. Propõe-se que o resultado líquido negativo apurado no exercício de 2016, no montante de (-65.456,57 €), seja transferido, na sua totalidade, para a conta de resultados transitados.

Porto, maio de 2017 O Conselho de Administração




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Relatório de Atividades e Gestão 2016 Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva (FIMS)


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