Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva (FIMS)
Relatório de Atividades e Gestão Ano de 2019
Índice Introdução .5 I. CICA .9 1. Os acervos: acolher, tratar e disponibilizar .11 1.1. Tratamento técnico e gestão de plataformas digitais
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1.2. Apoio a investigadores .14 1.3. A FIMS enquanto espaço de formação e território de investigação
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1.3.1. Projetos de investigação .16
1.3.2. A Fundação enquanto espaço de trabalho
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II. Comunicação .19 1. Dinamização cultural e artística: estudar, debater e divulgar 1.1. Em torno dos acervos recentemente acolhidos na Fundação
.21 .22
1.1.1. Fernando Lanhas .22 1.1.2. Bartolomeu Costa Cabral .24 1.2. Mostrar, pensar, debater: outras iniciativas propostas pela Fundação
.25
1.3. A Fundação em rede: acolhimento, colaboração, apoio
.30
1.3.1. Na sede da Fundação .30
1.3.2. Colaborações em iniciativas a decorrer em espaços externos
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1.3.3. Apoios à divulgação .37 2. Atividade editorial
.39
2.1. Projetos promovidos pela Fundação Marques da Silva
.40
2.1.1. Edições impressas .40 2.1.2. Edições digitais .41 2.1.3. Edições em preparação .41 2.2. Distribuição comercial e ações promocionais
.41
2.3. Apoios a projetos editoriais externos
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3. Gestão de plataformas de comunicação e divulgação .44
III. Património EDIFICADO .47 1. Imóveis da Fundação Marques da Silva
.48
1.1. Casas-Sede da Fundação .48
1.2. Outros imóveis: Porto e Barcelos
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2. Intervenção Pública .49
IV. Contas .51 V. Perspetivas futuras e eventos subsequentes
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Conclusão .53
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Introdução O presente Relatório retrata as Atividades desenvolvidas na e pela Fundação Instituto Arquitecto José Marques da Silva ao longo de 2019, um ano que representa um forte investimento na capacidade estrutural da instituição, tornando mais claro e expressivo o caminho que tem vindo a percorrer de consolidação interna e afirmação pública. Um caminho que tem vindo a ser construído no sentido de ampliar a sua capacidade de preservação e tratamento documental, ampliar a capacidade expositiva própria e ampliar o trabalho de cooperação e colaboração em rede. Desenvolvidas em consonância com as linhas orientadoras do seu Plano Estratégico, estas atividades passaram pela requalificação e reorganização funcional dos espaços onde se encontra localizada a instituição, no Porto – Casa-Atelier José Marques da Silva, Palacete Lopes Martins, Pavilhão e Jardins; pelo acolhimento de 6 novos e significativos acervos - Francisco Granja, Bartolomeu Costa Cabral, GPA (Grupo de Planeamento e Arquitectura), de momento a parte correspondente à atividade de Bartolomeu Costa Cabral naquele escritório, estando em curso a restante, Luiz Botelho Dias, Manuel Graça Dias e Manuel Marques de Aguiar, assim como novas doações de revistas e livros pertencentes a Margarida Coelho; pela proposição de um número diversificado de iniciativas que divulgaram e deram a conhecer parte da documentação preservada na instituição e relativa a praticamente todos os arquitetos nela representados – exposições, lançamentos de livros, encontros, visitas, notícias, …; pelo acolhimento e colaboração em iniciativas programadas por e conjuntamente com outras instituições congéneres por território nacional e internacional – colóquios, exposições, projetos editoriais e de investigação; pela assinatura de novos protocolos de colaboração com instituições de referência – Universidade de Aveiro, Universidade de Coimbra, Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitectos. É de referir que a Fundação Instituto Arquiteto José Marques da Silva tem como desígnio ser uma instituição de referência no domínio da cultura arquitetónica, a nível regional, nacional e internacional. Através da atuação articulada e complementar de três unidades orgânicas: Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica (CICA), Comunicação e Produção, Gestão Administrativa, Financeira e do Património, assegura o cumprimento do respetivo Plano de Atividades. Congrega, por fim, um conjunto de circunstâncias que a tornam única: ancorada na missão de promover científica, cultural, formativa e artisticamente o património arquitetónico de José Marques da Silva, assim como proceder à classificação, preservação, investigação e divulgação do seu acervo arquitetónico, artístico e bibliográfico legados pela sua filha e genro – os arquitetos Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva –, desde 2011, tem vindo a reunir, no espaço onde estas duas gerações de arquitetos implantaram os seus lugares de vida e de exercício profissional, um corpo documental cada vez mais relevante no panorama da Arquitetura Portuguesa. Documentação a requerer um intensivo e continuado trabalho de classificação, estudo, disponibilização e divulgação.
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Apesar do reconhecimento do trabalho desenvolvido que os resultados apresentados no presente Relatório permitem constatar, o reforço logístico, nos equipamentos físicos e nos recursos humanos envolvidos perante os desafios presentes, aliados a um plano de abertura ao público e à captação de contributos de investigadores qualificados, pretendem não só fortalecer a assertividade e eficácia das respostas dadas, criando circunstâncias que permitam materializar a construção de um Centro de Documentação de raiz nos jardins das Casas-Sede e junção do CICA com o Centro de Documentação da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, como criar condições que permitam manter para futuro esta dinâmica de crescimento, com o acolhimento continuado de novos acervos e um plano definido e objetivo de projetos expositivos próprios, centrados na divulgação da riqueza documental que alberga, mas também em sintonia com temáticas atuais no domínio da Arquitetura e Urbanismo. O impacto da informação que tem vindo a ser reunida e produzida, é sempre potenciado pelo recurso a plataformas digitais que, no caso da Fundação Marques da Silva, continuam a ser as plataformas Aleph e AtoM (esta em open access). Consideradas ferramentas privilegiadas para gestão e divulgação de conteúdos bibliográficos e documentais, e obedecendo a uma orientação metodológica que pressupõe a aplicação da teoria sistémica, onde se define uma estrutura orgânico-funcional para cada Sistema de Informação, compreendendo a inter-relação da generalidade dos componentes constituintes de cada um desses Sistemas (documentos em papel, desenhos, livros, periódicos, maquetas e outros suportes), têm vindo a ser implementadas, conjuntamente com a Universidade do Porto, garantindo assim a sua disponibilização a um universo sem fronteiras e onde é garantida a relação entre documento e/ou objeto físico, documento digital original e cópias digitais. Em paralelo com o trabalho desenvolvido sobre a documentação, a instituição continua a promover ações de divulgação do seu conteúdo informacional ou do conhecimento técnico adquirido no seu tratamento, cuidando da valorização científica, cultural e social do significado que este pode representar no quadro do estudo, análise e leitura da Arquitetura Portuguesa. Iniciativas que passam por acolher ou colaborar em projetos de investigação, pela dinamização de uma linha editorial, pela planificação de um conjunto diversificado de iniciativas que sublinham a importância da preservação da memória documental como via de questionamento e compreensão da realidade que marca o presente dos espaços onde decorre a nossa vida, pela partilha pontual mas contextualizada de documentos e informações relativas ao percurso dos arquitetos representados na instituição, pelo incentivo a um olhar informado sobre o património construído. Citem-se, entre outras iniciativas e a este propósito: - Exposições que deram a ver e a conhecer documentação própria, como as iniciativas em torno do acervo de Fernando Lanhas, iniciadas ainda em 2018, em particular a exposição “e-Nunciar Fernando Lanhas: Tópicos Desenhados”, ou a exposição “Vasco
Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes”, na Fundação, mas também a participação nas exposições “Um edifício, muitos museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo” e “El carácter de la tradición en la arquitectura de Barney, Távora, Coderch”, e o apoio à exposição “A Ética das Coisas: Bartolomeu Costa Cabral 1953-2012”; - Espaços de reflexão e debate, caso de mais uma edição das Conferências Arquiteto Marques da Silva, em 2019 com o arquiteto e cenógrafo José Capela, “modos de não fazer nada”, a conferência de João Luís Marques sobre o Santuário de São Torcato, “São Torcato: a construção de um Santuário”, projeto de Marques da Silva, a conferência dedicada ao Centenário de Ventura Terra, o encontro em torno do filme de Antonioni “Blow-Up: entre a essência cinematográfica e a expressão arquitetónica”, a apresentação do projeto de investigação “(EU)ROPA- Rise of Portuguese Architecture”, a participação no coloquio internacional “Team Ten Farwest: Critical Revision of the Modern Movement in the Iberian Peninsula, 1953-1981”, o acolhimento da sessão dedicada às mulheres na Arquitetura do ciclo “E contudo elas movem-se…”; - O lançamento de 3 novos títulos que não só transportam um novo entendimento sobre a documentação preservada na instituição, como mantêm a aposta no aprofundamento e alargamento de temáticas sobre o pensar e fazer arquitetura ou sobre a evolução do espaço urbano. Refira-se “Estação S. Bento. Marques da Silva”, de António Cardoso, Domingos Tavares e Cláudia Emanuel, “Poética Urbana”, de Marta Llorente, e “O Ensino Moderno da Arquitetura”, de Gonçalo Canto Moniz, bem como a publicação de um texto em versão ebook de José Pedro Tenreiro, “Ventura Terra e o Porto”; - A resposta aos pedidos de realização de visitas guiadas aos espaços expositivos ou à sede da instituição, mas também noutros territórios, caso da colaboração prestada às visitas realizadas no âmbito do VI Congresso de Arquitetura Religiosa Contemporânea e a visita dedicada às obras de Rául Hestnes Ferreira, “Rumo ao Sul”; - A sinalização de efemérides, seja das datas de nascimento dos arquitetos integrados na FIMS, às datas internacionalmente celebradas, como, a título de exemplo, o Dia do Livro, da Poesia, do Teatro, da Fotografia, a mostrar a riqueza da documentação preservada na instituição. Um enunciar não exaustivo de iniciativas que marcaram a sua passagem por lugares tão distintos quanto Porto, Lisboa, Guimarães, Vila Franca de Xira, Évora, Avis, Beja, Moita e Albarraque, ou Calí (Colômbia). Ações demonstrativas da vitalidade deste projeto institucional e da missão, da capacidade para continuar a expandir as fronteiras da intervenção, mantendo parceiros privilegiados e fazendo crescer a rede colaborativa com outras entidades, a nível regional, nacional e internacional. Ressalve-se ainda que a instituição continua a manter um ainda reduzido, mas flexível e polivalente, quadro de recursos humanos - 4 elementos na sede do Porto; 2 elementos para cuidar do património rural em Barcelos –, apoiado por colaborações externas, mas, muito em particular por entidades e personalidades, maioritariamente prestadas a título gracioso ou no contexto de parcerias e apoios, com particular destaque para a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
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I. CICA manuel marques de aguiar
São 25 os acervos de arquitetura à guarda do Centro de Centro de Documentação e Investigação em Cultura Arquitetónica (CICA) da Fundação Marques da Silva. Traduzem-se em 427,36 m/l de peças escritas e fotografia, 47.465 peças desenhadas acondicionadas em 224 gavetas, 381 maquetas, 65.681 imagens digitais, das quais 6.393 estão disponíveis online no Arquivo Digital da Fundação Marques da Silva, mais cerca de 300 m/l ocupados pelas bibliotecas associadas aos acervos e Biblioteca corrente da instituição, com aproximadamente 4000 títulos já consultáveis online através da plataforma Aleph, um impressionante conjunto documental que se estende, cronologicamente, do século XIX à atualidade e com expressão nacional e internacional. Um trabalho de recolha e tratamento de documentação relativa ao exercício da prática da arquitetura, iniciado de forma sistemática em 2011, ano em que o acolhimento do acervo de Fernando Távora vem associar-se aos acervos de José Marques da Silva e dos fundadores da instituição, Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva e que, desde então, tem assegurado um crescimento continuado, com 2019 a assinalar a entrada de 6 novos acervos. Por ordem de entrada no Centro de Documentação, e para além dos já mencionados acervos fundadores dos arquitetos José Marques da Silva, Maria José e David Moreira da Silva, a Fundação Marques da Silva tem à sua guarda os arquivos e grande parte das bibliotecas profissionais dos arquitetos Fernando Távora, José Carlos Loureiro, Alcino Soutinho, João Queiroz, Manuel Teles, Alfredo Matos Ferreira, José Porto, Octávio Lixa Filgueiras, Fernando Lanhas, Carlos Carvalho Dias, Raúl Hestnes Ferreira, Rui Goes Ferreira, Francisco Granja, Bartolomeu Costa Cabral, GPA (Grupo de Planeamento e Arquitectura), parte correspondente à atividade de Bartolomeu Costa Cabral naquele escritório, Luís Botelho Dias, Manuel Graça Dias e Manuel Marques de Aguiar. Com uma presença parcial, integra documentação produzida pelos arquitetos Álvaro José Cancela Meireles, Alfredo Duarte Leal Machado e António Menéres, neste caso, ainda em curso novas transferências documentais. De natureza diferenciada, mas complementar, registam-se os acervos, doados pelo historiador António Cardoso, de particular importância para documentar o processo de investigação desenvolvido sobre a obra de José Marques da Silva, bem como a documentação digital cedida pela família do engenheiro Alberto Álvares Ribeiro. Exclusivamente de carácter bibliográfico, são as doações do arqueólogo e arquivista Manuel Real, do fotógrafo Luís Ferreira Alves e da arquiteta Margarida Coelho que, em 2019, reforçou a primeira doação com a entrada de mais um núcleo bibliográfico. O arquiteto Alexandre Alves Costa ofereceu, em momentos distintos, livros e peças desenhadas que fazem agora parte do acervo da instituição. Organizados segundo a teoria sistémica, estes acervos encontram-se em fase diferenciada de tratamento. O CICA tem como missão promover e garantir a preservação, estudo, valorização e disponibilização deste corpo documental. Ou seja, cabe-lhe proceder à análise, tratamento e organização destes sistemas de informação segundo as premissas do modelo científico adotado e de acordo com normas nacionais e internacionais de descri-
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ção arquivística, bibliográfica e museológica. Garante a conservação, integridade e acondicionamento adequado das várias espécies documentais que os compõem e elabora instrumentos de pesquisa que possibilitem o acesso à informação, organizando, gerindo e comunicando conteúdos, tanto aos investigadores que presencialmente os procuram, quanto na resposta a outros projetos internos ou externos e ao público em geral. O ano de 2019, para além das tarefas descritas, foi ainda marcado por um complexo processo de transferências documentais, dado o investimento no reequipamento de espaços existentes e na reorganização de novos espaços de arquivo como resposta à entrada de um número substantivo de nova documentação e da aplicação de um novo plano de ocupação das casas-sede da Fundação Marques da Silva. Esta situação implicou um necessário reforço dos recursos humanos. Importante para a formação dos recursos humanos da FIMS foi a participação do CICA no mais importante evento internacional sobre arquivos de arquitetura, o Congresso Internacional de Arquivos de Arquitetura, organizado este ano em Braga pela SAR-ICA (Secção de Arquivos de Arquitetura do Conselho Internacional de Arquivos) e pelo Arquivo Distrital de Braga, nos dias 25 a 27 de setembro de 2019, subordinado ao tema “Experiências Profissionais na Diversidade Cultural”.
1. Os acervos: acolher, tratar e disponibilizar Ao longo do ano de 2019 foram rececionados os acervos profissionais de Francisco Granja, Bartolomeu Costa Cabral, GPA (Grupo de Planeamento e Arquitectura), parte correspondente à atividade de Bartolomeu Costa Cabral naquele escritório, Luiz Botelho Dias, Manuel Graça Dias e Manuel Marques de Aguiar. A integração de novos colaboradores na área de Arquivos do CICA possibilitou o tratamento documental dos acervos dos arquitetos Rui Goes Ferreira e Bartolomeu Costa Cabral, e o levantamento dos acervos de Manuel Graça Dias e Manuel Marques de Aguiar, constituídos essencialmente por documentos escritos, peças escritas e peças desenhadas de processos de obra, fotografias e maquetes. As fases de tratamento técnico, descrição arquivística e de acondicionamento da documentação do arquivo de Rui Goes Ferreira decorreram de junho a setembro de 2019 e ficaram concluídas (correspondendo a 579 Unidades de Descrição). A fase de organização intelectual, para posterior representação e disponibilização online na plataforma AtoM, continua em curso. Quanto ao arquivo de Bartolomeu Costa Cabral, deu-se início ao tratamento documental da documentação, nas suas fases de tratamento técnico, descrição arquivística, acondicionamento e organização intelectual. Foi também dado o apoio necessário aos investigadores interessados nestes dois fundos documentais, quer pela via presencial quer pela via web. Dadas as mudanças estruturais nos espaços dos edifícios da FIMS ocorridas em 2019, tendo em vista sobretudo a preparação de exposições e visitas guiadas futuras, foram transferidos vários núcleos de documentação, anteriormente presentes em diversos espaços, para o depósito de arquivo do Pavilhão, adaptado para o efeito com as novas estantes compactas móveis. Esta gestão de espaços de depósito exigiu também reordenar as peças desenhadas e maquetes presentes neste mesmo depósito. Outros espaços foram readaptados para as necessidades de acolhimento e tratamento da documentação, nomeadamente a sala de triagem e a sala de conservação e restauro. Foi necessário efetuar/atualizar documentos de apoio técnico de controlo da documentação transferida de espaços antigos para novos espaços, tanto ao nível arquivístico quanto bibliotecário. Só no que se refere à Biblioteca, foram transferidos para a Casa-Atelier José Marques da Silva cerca de 4000 titulos pertencentes à Biblioteca pessoal e profissional de Fernando Távora, assim como reorganizadas as bibliotecas de Alcino Soutinho e Marques da Silva/Moreira da Silva nas novas estantes compactas instaladas no Pavilhão. Foi igualmente assegurada a incorporação de um novo núcleo de revistas e livros de arquitetura, urbanismo e património, doadas pela arquiteta Margarida Coelho, ainda em fase de tratamento.
francisco granja
A colaboração do CICA abrangeu ainda o processo de preparação da exposição “Mais que Arquitectura”, a inaugurar em 2020, e da consequente abertura do Palacete Lopes
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O quadro seguinte reflete as entradas documentais e bibliográficas registadas em 2019:
Martins, nomeadamente a preparação dos espaços de exposição, bem como na seleção, cotagem, registo de controlo de saída e entrega de documentos a serem expostos. As plataformas Aleph e AtoM (esta em open access) continuam a ser consideradas ferramentas privilegiadas para gestão e divulgação de conteúdos documentais. A resposta aos vários pedidos de cedência documental no âmbito de projetos expositivos e outras ações de divulgação foi assegurada, da mesma forma que garantida a resposta a todos os pedidos de consulta presencial e não presencial. ----------- 1.1.
Tratamento técnico e gestão de plataformas digitais O fundo arquivístico, bibliográfico e museológico custodiado pela Fundação Marques da Silva integra um extenso e diversificado conjunto de documentação e de objetos, em múltiplos suportes e de diferentes proveniências que, ao longo de 2019, foi significativamente ampliado com a incorporação de novos acervos documentais que dilatam a representatividade geográfica e geracional dos arquitetos representados no seu Centro de Documentação. Tendo como critério distintivo a aplicação da teoria sistémica, esta diversidade documental é enquadrada pelo contexto pessoal de todos os intervenientes, uma abordagem que considera os interlocutores e o seu contexto pessoal para lhe encontrar um sentido unitário. Ponderando as mais recentes incorporações, o CICA reúne documentação relativa a 25 acervos de arquitetos e documentação parcial relativa a mais 4 arquitetos, 1 engenheiro e 1 historiador, sendo de sublinhar que 21 destes acervos têm núcleos bibliográficos associados.
Nº refª Sistema de Informação
Biblioteca (metros lineares)
Arquivo (metros lineares)
Áreas temáticas
1
Francisco Granja (1914-1988)
2,5 m/l
5 m/l
Arquitetura
2
Bartolomeu Costa Cabral (1929-)
8 m/l
34,5 m/l
Arquitetura e urbanismo. Documentos caráter pessoa fotografias
3
GPA * (Grupo de Planeamento e Arquitectura) (1969-1997)
0
16 m/l
Arquitetura e urbanismo
4
Luiz Botelho Dias ([1929]-2007)
0,82
0,W08 m/l
Arquitetura
5
Manuel Graça Dias (1953-2019)
16
43,2 m/l
Arquitetura
6
Manuel Marques de Aguiar (1927-2015)
5,3
9,7 m/l
Arquitetura e urbanismo
* parte correspondente à atividade de Bartolomeu Costa Cabral naquele escritório A incorporação de trabalhos académicos (em formato impresso e/ou digital), desenvolvidos sobre a documentação FIMS e das edições lançadas pela instituição, seja pelas ofertas decorrentes de apoios e permutas (em 2019 com a Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian e a Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitetos), seja ainda por aquisição de títulos relacionados com as principais áreas temáticas contabilizou a entrada de 51 novos títulos para a Biblioteca corrente da Instituição. Tal como nos anos transatos, a política de gestão quotidiana do CICA continua a pautar-se pelo objetivo bem definido de ir ao encontro do utilizador, abrindo-se a todas as potenciais comunidades de investigadores, proporcionando uma utilização facilitada, permanente, intensiva e extensiva dos acervos. Um trabalho de mediação entre Utilizador e Informação assegurado pela implementação de procedimentos sincronizados que tanto permitem agilizar o acesso, a recuperação e a reutilização da informação, quanto estabelecer canais de divulgação e partilha da informação, no quadro da prossecução da missão traçada para a instituição.
ATELIER MANUEL GRAÇA DIAS
ATELIER BARTOLOMEU COSTA CABRAL
Daqui resultou igualmente o esforço de atualização permanente das bases de dados e o crescimento contínuo da informação disponibilizada à comunidade através das plataformas digitais, criadas a partir de parcerias com diversas unidades orgânicas da Universidade do Porto.
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Manteve-se assim a utilização do AtoM para a documentação arquivística. Destacou-se, em 2019, a migração da antiga versão para nova a versão AtoM 2.5.3-172; versão mais dinâmica, interativa e funcional, para acompanhar as atualizações do sistema. Esta plataforma conta atualmente com 10.450 descrições arquivísticas, tendo sido registadas 19.220 visitas ao Arquivo Digital, 4.041 pesquisas e visualizadas 104.179 páginas.
(fazer percentagem). Número ampliado pelo apoio via webmail e/ou telefone garantido a investigadores que se encontram geograficamente impossibilitados de o fazer. E número que deve ser associado aos numerosos utilizadores que elegem a consulta virtual e autónoma das plataformas disponíveis (AtoM, Aleph e página eletrónica da FIMS) como acesso preferencial aos conteúdos documentais, referidos no item anterior.
Em 2019, concluiu-se a catalogação da documentação do acervo do arquiteto Fernando Lanhas e deu-se seguimento à catalogação do acervo de Manuel Teles e Octávio Lixa Filgueiras. Com o aumento de recursos humanos foi possível iniciar-se a catalogação dos acervos de Rui Goes Ferreira (neste caso concreto, a descrição arquivística e acondicionamento da documentação foram concluídos, num total de 579 unidades de descrição), Raúl Hestnes Ferreira e Bartolomeu Costa Cabral, tendo-se dado início à sua disponibilização presencial e online, embora, ainda de acesso restrito.
As consultas foram, maioritariamente, no domínio temático da Arquitetura e Urbanismo, mas tiveram em consideração outras temáticas como viagens, literatura, arquivística e pintura. Os Sistemas de Informação mais requisitados continuam a ser o de Fernando Távora, Marques da Silva/Moreira da Silva e Alcino Soutinho, mas tanto José Queiroz, José Carlos Loureiro, Octávio Lixa Filgueiras, Alfredo Matos Ferreira, Manuel Teles, Raúl Hestnes Ferreira, Bartolomeu Costa Cabral, Francisco Granja e José Porto tiveram investigadores interessados na sua consulta. Abrangendo um leque muito diferenciado de investigadores, estas consultas foram realizadas no contexto de trabalhos académicos, maioritariamente mestrados e doutoramentos, mas também de projetos de investigação de natureza diversa, incluindo editoriais e expositivos. São de registar, igualmente, consultas que visaram obter informação para projetos de índole pessoal ou profissional.
No que respeita ao arquivo digital da FIMS, foi ainda definido um novo plano de preservação digital, que passou pelo aumento de espaço no servidor da Universidade do Porto para acolhimento/gestão dos ficheiros digitais, resultado de processos de digitalização, iniciados em meados de 2005. A plataforma digital Aleph, utilizada para a documentação bibliográfica, destinada a armazenar e disponibilizar os registos bibliográficos referentes aos diversos sistemas de informação, conta atualmente com 6.645 registos. Foi dada continuidade à inserção de registos da biblioteca Fernando Távora (mais 100 registos) e do Arquiteto Alcino Soutinho (mais 100 registos), num total global de 200 registos. Na continuidade do trabalho de tratamento da documentação solta incorporada juntamente com a biblioteca Fernando Távora (inventariação e acondicionamento), relativos à coleção de manuscritos, alguns inéditos, adquiridos ao longo da vida de Fernando Távora, que são de particular relevo no quadro da geração de Orfeu, foram inseridos 430 novos registos no AtoM. A plataforma Index Rerum tem-se mantido suspensa e em fase de transição para um modelo que permita responder às especificidades das múltiplas espécies museológicas a abranger, em consonância com as normas de descrição internacionais e as singularidades de cada uma das entidades museológicas que se encontram sob tutela da Universidade do Porto. ----------- 1.2.
Apoio a investigadores Em 2019, foram recebidos 99 novos investigadores para consulta presencial, no entanto, ressalva-se que esta contabilização apenas considera a primeira consulta, sendo que, na sua quase totalidade, implicaram recorrentes regressos ao Centro de Documentação. Este número representa um aumento de 12% relativamente a 2017
No âmbito das investigações em curso, de projetos expositivos e do programa editorial, efetuaram-se, em 2019, digitalizações de documentos (1100 na instituição e 88 recorrendo a contratação externa), que passaram a constar do arquivo digital da Instituição, tendo sido associadas aos respetivos acervos. ----------- 1.3.
A Fundação enquanto espaço de formação e território de investigação A promoção e acolhimento de projetos de investigação centrados na documentação preservada na Fundação Marques da Silva constitui uma linha estratégica de ação para esta instituição. Trata-se de cumprir um duplo desafio: por um lado, dar continuidade à construção de conhecimento sobre os sistemas de informação geridos pela Fundação; por outro, acrescer-lhes significado, fazendo aportar novos enquadramentos e um novo posicionamento sobre as temáticas que suscitam e que visões externas se lhes propõem desenhar. Num outro sentido, o acolhimento de projetos de estágio e contratação de investigadores e técnicos para apoiar os recursos humanos da Fundação, dado o acréscimo de documentação em tratamento e as tarefas decorrentes das mudanças internas, com reflexos no seu acondicionamento e a exigir um acompanhamento seguro, tem-se revelado uma estratégia muito positiva, permitindo acelerar respostas tendo em vista a disponibilização ao público da informação contida nos acervos recentemente doados.
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1.3.1 Projetos de investigação Em termos de projetos de investigação que se distinguem em 2019, destaca-se a investigação desenvolvida por Helena Barranha sobre o acervo de Alcino Soutinho para a Exposição sobre o Museu do Neo-Realismo; a abordagem à documentação de Fernando Lanhas que tem vindo a ser concretizada por Luís Viegas e Rui Américo Cardoso para o programa em curso de sinalização do acolhimento deste acervo, onde se inclui também a orientação da pesquisa empreendida por Catarina Alves Costa, investigadora do Programa de Doutoramento em Arquitetura da Faculdade de Arquitetura da U.Porto; o regresso ao projeto para São Torcato, por João Luís Marques. Em todos estes projetos é de sublinhar o referido duplo olhar sobre a documentação, pois têm uma natureza autónoma, mas aportam um novo enquadramento à documentação aqui preservada. Mas, para além dos projetos referidos, são ainda de citar trabalhos de investigação que, enquadrados por diferentes motivações e circunstâncias, trarão um novo entendimento sobre os acervos de João Queiroz, Francisco Granja, José Porto e Fernando Távora. Clara Pimenta do Vale, investigadora e professora da Faculdade de Arquitetura da U.Porto, com particular interesse e trabalho desenvolvido na história da construção em Portugal, séculos XIX e XX, teve como projeto, durante a sua licença sabática, elaborar um estudo analítico da Biblioteca profissional de João Queiroz, doada à Fundação Marques da Silva em 2015, cruzando-a com a documentação associada a este acervo. Revelou-se ainda uma colaboradora essencial para a Fundação Marques da Silva enquanto intermediária no processo de doação do acervo do arquiteto Francisco Granja, tendo já iniciado um trabalho de inventariação e acompanhamento especializado ao longo do processo de transferência das espécies documentais doadas. André Eduardo Tavares, com o apoio da Fundação Marques da Silva e do arquiteto Abílio Mourão, continuou a investigação que se propôs desenvolver no âmbito do Programa de Doutoramento em Arquitetura da Faculdade de Arquitetura da U. Porto e que permitirá aprofundar substancialmente o conhecimento da obra projetada por José Porto, trazendo um outro entendimento à documentação doada em 2017. David Ordoñez, a desenvolver uma tese de doutoramento sobre o arquiteto Fernando Távora e sobre os pontos de encontro entre arquitetura moderna e património herdado, investigação integrada no Programa de Doutoramento em Património Arquitetónico, Civil, Urbanístico e Reabilitação das Construções Existentes da Universidad del País Vasco UPV/EHU, elaborou um parecer sobre a Casa da Igreja de Mondim de Basto para a Fundação Marques da Silva. Refira-se que, para além deste projetos e investigadores, o Centro de Documentação em Cultura Arquitetónica e Urbanística da Fundação Marques da Silva continua a acolher regularmente o expressivo número de investigadores e estudantes que solicitam a consulta dos múltiplos acervos e núcleos bibliográficos.
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1.3.2 A Fundação enquanto espaço de trabalho Neste domínio, destacam-se as colaborações que, em estreita colaboração com a equipa técnica da Fundação colaboraram em processos de incorporação de acervos, nomeadamente: Raúl Hestnes Ferreira, Octávio Lixa Filgueiras, Rui Goes Ferreira e Bartolomeu Costa Cabral. Alexandra Saraiva, ao abrigo de uma Bolsa de Pós-Doutoramento atribuída pela Fundação para Ciência e Tecnologia, com a tese de doutoramento , “A monumentalidade revisitada - Hestnes Ferreira, entre intemporalidade europeia e classicismo norte-americano (1974-2018)” do ISCTE-IUL, investigadora do grupo Dinâmia’CET-IUL, propôs-se apoiar o processo de tratamento do acervo deste arquiteto, recentemente incorporado no Centro de Documentação da Fundação Marques da Silva, em particular nas tarefas de inventariação e descrição, e alargar deste modo a sua investigação à totalidade da obra de arquitetura de Raúl Hestnes Ferreira, reconstruindo contactos, apontando influências, interpretando as obras e o seu impacto. Um trabalho que continua a ser inestimável para o trabalho de inventariação e descrição do acervo de Raúl Hestnes Ferreira, desenvolvido no âmbito e em consonância com as linhas orientadoras do CICA. Mas a Fundação Marques da Silva colaborou ainda com as Faculdades de Letras e de Engenharia da Universidade do Porto, no âmbito da Licenciatura em Ciência de Informação que une estas duas instituições universitárias, ao acolher e orientar o estágio de Adriana Martins no tratamento da biblioteca Octávio Lixa Filgueiras, cumprindo todas as etapas previstas neste tipo de estágio formativo. A experiência revelou-se essencial num momento em que a técnica responsável pelo tratamento bibliográfico da instituição entrou em licença de parto, tendo Adriana Martins sido convidada a integrar temporariamente a equipa para garantir a substituição parcial de Ana Ramos e dar resposta a assuntos correntes relativos a este domínio específico. Para apoiar nas tarefas de tratamento arquivístico do acervo de Rui Goes Ferreira, a Fundação Marques da Silva contratou José Guilherme Gouveia, que acabaria por vir a a apoiar noutras tarefas relativas ao tratamento documental do acervo de Bartolomeu Costa Cabral, neste caso, em parceria com Mariana Couto, arquiteta que desenvolveu um trabalho de doutoramento sobre este arquiteto e que não só apoiou logisticamente o processo de transferência da documentação do atelier da rua da Alegria, em Lisboa, para a instituição, como acabou por ser contratada para apoiar no seu tratamento físico e digital. É, por fim, de referir que os técnicos de informação da Fundação Marques da Silva estiveram presentes no Congresso Internacional de Arquivos de Arquitetura, Experiências Profissionais na Diversidade Cultural, realizado em Braga, durante o mês de setembro. Tratou-se de um encontro entre mais de 100 arquivistas e outros profissionais relacionados com a arquivística arquitetónica, provenientes de todo o mundo, com diferentes origens culturais, experiências e tradições de trabalho. Nesse contexto, apresentaram ainda dois posters: A informação e os seus contextos: um olhar sistémico sobre a documentação de dois ilustres arquitetos e De sombra e luz: conservação e restauro dos desenhos de Marques da Silva discípulo de Victor Laloux (1890-1896), este último desenvolvido em parceria com a Oficina de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos da U. Porto.
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II. Comunicação FERNANDO TÁVORA
A Fundação Marques da Silva caracteriza-se por uma visão integrada das várias áreas funcionais que estão na base da sua estrutura organizativa: CICA, Comunicação e Gestão Patrimonial. Isto significa que a atividade desenvolvida em cada uma destas áreas implica um forte cruzamento de ações e a sua confluência no interesse comum de cumprir a missão estabelecida para a instituição: o acolhimento, preservação, tratamento, investigação e promoção cientifica, cultural, formativa e artística da documentação e património que lhe estão confiados, bem como como o estudo, classificação e divulgação do património arquitetónico e urbanístico em geral. Cabe à Comunicação implementar um conjunto de ações que ajude a dar visibilidade ao trabalho técnico desenvolvido com base no seu vasto corpo documental, promover iniciativas que estimulem, acompanhem e fixem a produção de conhecimento no domínio da cultura arquitetónica, em particular sobre os acervos preservados na instituição, contribuir para a continuidade e crescimento da rede de ligações com instituições congéneres e providenciar instrumentos e plataformas de divulgação que visem a consolidação de uma imagem pública que reforce o seu papel enquanto memória e referencial de uma época que se estende de finais do século XIX à atualidade, intimamente ligada à cidade e à Arquitetura, à Escola e aos arquitetos do Porto, sem perda de sentido nacional e internacional. O momento de ampliação significativa do corpo documental confiado à Fundação Marques da Silva e a vontade de criar espaços expositivos abertos ao público em permanência implicaram a necessidade de intervir nos espaços sede da instituição, com os inevitáveis constrangimentos físicos: presença de obras e reajustamentos na forma de utilização com transferência interna de pessoas e bens. Contexto que acabou por não ser impeditivo da proposição de um conjunto de iniciativas de dinamização cultural e artística, amplas e diversificadas, que passaram pela realização ou participação em conferências, exposições, encontros, projetos editoriais e multimédia, visitas orientadas, dentro e fora das suas portas, a atualização contínua dos suportes informativos e comunicacionais, e uma presença assídua nas redes sociais. Um plano de ações que continuou a pautar-se por critérios de rigor científico, com intuitos cívicos, culturais e formativos, com sentido de atualidade, procurando destacar o valor específico e identitário do percurso e obra de cada um dos arquitetos representados na Instituição e a sublinhar o interesse de se estabelecerem leituras transversais e complementares. Uma estratégia comunicacional que teve ainda em vista alimentar e ampliar uma rede de colaborações potenciadora do alcance público das suas ações e da sua representatividade externa. Em suma, um conjunto de iniciativas a confluir no objetivo comum de revelar o manancial informativo dos acervos preservados na instituição e contribuir para a consolidação da relevância do projeto institucional. Muitas das ações implementadas e adiante discriminadas deram voz a investigadores e qualificados interlocutores, nacionais e internacionais, a firmar a capacidade de instituição promover espaços de reflexão e debate, por sua iniciativa, em parceria
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ou em resposta a desafios de outras entidades, numa dinâmica que foi também captando o interesse da imprensa e dos media, com artigos publicados em jornais como Público e o Observador e com reportagens televisivas da Porto Canal e da RTP. A colaboração com a Faculdade de Arquitectura da U.Porto e o Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, bem como com a Ordem dos Arquitetos - de forma especial com a Seção Regional Norte – continua a ser prioritária. A assinatura de um Protocolo de Cooperação Institucional com a OASRN, no âmbito do recém-criado Centro de Estudos Norte 41º - Centro de Arquitectura, Criatividade e Sustentabilidade, a reedição e edição de novos Mapas de Arquitetura veio, aliás, reforçar os laços de cooperação com a OASRN, assim como a assinatura de um Protocolo de Cooperação com o Centro de Estudos Sociais para materialização do projeto de investigação “(EU)ROPA: rise of Portuguese Architecture”, com o Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra. Este ano, foi ainda assinado um Protocolo de Colaboração com a Universidade de Aveiro, tendo em vista a promoção de ações conjuntas. 2019 foi também um ano em que a presença da Fundação Marques da Silva no seio do Centro Português das Fundações (CPF) se tornou visível, tendo sido recolhido o testemunho da Presidente do investigador Gonçalo Canto Moniz, no âmbito de um projeto lançado pelo CPF. Uma presença pública que denota o reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por esta Fundação, apostada em ir começando a antecipar um programa mais ambicioso de abertura à comunidade que terá o seu pleno incremento em 2020 e do qual, a abertura da sala de jantar após obras de reabilitação constituiu um primeiro passo.
1. Dinamização cultural e artística: estudar, debater e divulgar O delineamento de ações de divulgação e dinamização cultural, artística e patrimonial continua a estar ancorado no acolhimento e tratamento de novos acervos e conjuntos documentais e bibliográficos, bem como na intenção de dar a conhecer o percurso e obra desenvolvida pelos arquitetos representados na FIMS, estimulando um renovado interesse e continuadas pesquisas a partir da documentação recebida e que, em articulação com a obra construída se reflitam em leituras inovadoras e contributos para o conhecimento dos territórios urbanos que ajudaram a definir. Ao longo de 2019, com o acervo de Fernando Lanhas em destaque e a entrada de novos acervos, caso de Bartolomeu Costa Cabral, GPA, Francisco Granja e Manuel Graça Dias, mesmo com o processo de incorporação em curso, praticamente todos os acervos pertencentes ao Centro de Documentação da instituição foram alvo de notícias ou ações mais complexas. Foi também um ano em que a figura da Maria José Marques da Silva foi incluída em novos processos de investigação com alcance internacional e que trabalhos de tratamento e restauro de fundos documentais, caso do acervo de Vasco Vieira da Costa, desenvolvidos pela Fundação Marques da Silva estiveram na base de projetos expositivos. Contextos como a sinalização dos atos de doação ou da receção da nova documentação, a participação da Fundação em programas de âmbito nacional/internacional, como sejam o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, o Dia Internacional dos Museus ou as Jornadas Europeias do Património, ou tão somente da evocação do Dia do Livro, da Poesia, do Teatro, da Fotografia e da Arquitetura ou outras efemérides, como a já tradicional sinalização das data de nascimento dos arquitetos aqui representados, ou o lançamento de livros, impressos ou digitais, enquadraram a proposição de várias iniciativas e, no caso concreto dos aniversários, a divulgação de documentos e/ou informação que pudessem lançar um olhar sobre o seu trajeto pessoal ou obras projetadas. Realizou-se a 13ª edição do Ciclo de Conferências Arquiteto José Marques da Silva e foi ainda assegurada a colaboração solicitada por entidades externas, mas afins aos interesses e áreas de ação da instituição, em função da natureza dos projetos que pretendiam desenvolver. Em 2019, a atividade editorial, que só a partir de iniciativas promovidas pela instituição assinalou o lançamento de 3 novos títulos e de um texto em versão ebook, continuou a afirmar-se enquanto plataforma privilegiada de promoção e valorização científica e cultural de todos os sistemas de informação atualmente custodiados pela Fundação Marques da Silva.
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----------- 1.1.
Em torno dos acervos recentemente acolhidos na FIMS Dentro e fora de portas, a Fundação Marques da Silva tentou promover o diálogo entre a documentação, a cidade e a obra construída, mediado por uma investigação sistemática e rigorosa.
----------- A Casa do Espaço: Fernando Lanhas (1958/62) 19 de março / Faculdade de Arquitectura da U.Porto
A entrada de novos acervos constitui uma circunstância privilegiada para um primeiro momento de apresentação pública do potencial informativo que eles congregam, sempre com o objetivo de promover o seu conhecimento generalizado, um estudo continuado e a valorização futura, seja da memória documental, seja da obra construída. Propostas que vão sendo desenhadas em consonância com a singularidade e carácter próprio de cada um destes acervos, o estado de receção e dimensão da documentação e/ou peças e livros recebidos, ritmos de eventuais projetos de investigação em curso, do sentido da obra e da figura que documentam.
A terceira edição da Oficina Didática “The Thinking Hand” desenvolvida a partir do projeto de Fernando Lanhas, A Casa do Espaço, iniciativa inserida no eixo investigação-ensino da DiPDArq, sob orientação de Assucena Maria Miranda, Rui Américo Cardoso e Luís Viegas reuniu, na Faculdade de Arquitetura da U. Porto, 24 crianças do Pré-escolar do Centro Escolar de Folgosa do Agrupamento Levante da Maia e 12 estudantes do MIArq/FAUP. Partindo de uma história inédita imaginada por Maria Moura com as crianças envolvidas, enriquecendo o reconhecimento do autor no processo de investigação em curso em parceria com a Fundação Marques da Silva, e na sequência do encontro “Imaginar a Casa do Espaço” (decorrido na Casa-Atelier José Marques da Silva em dezembro de 2018), com Manuel Marques, Elsa Lé, José António Gomes e Pedro Lanhas, foram objetivados e concretizados quatro modelos físicos (maquetas).
Sempre que possível incentiva-se o estabelecimento de ligações a entidades congéneres para a promoção de redes de cooperação, nomeadamente através de ações de divulgação, reflexão e debate em áreas de interesse da Fundação.
----------- Assinatura de contrato de doação e exposição: e-Nunciar Fernando Lanhas: tópicos desenhados
Este ano, estiveram em destaque Fernando Lanhas, dando continuidade a um conjunto de iniciativas propostas anda em 2017, e Bartolomeu Costa Cabral, em fase inicial de receção e tratamento, mas já com eventos em curso, editoriais e expositivos, que serão estruturantes para projetos futuros de divulgação com envolvimento direto da Fundação. -
1.1.1. Fernando Lanhas Luís Viegas e Rui Américo Cardoso, docentes e investigadores da Faculdade de Arquitectura da U.Porto, foram designados, em 2018, curadores de um programa que visava sinalizar a doação do acervo de Fernando Lanhas à Fundação Marques da Silva. Tinham como linhas orientadoras não só contextualizar a incorporação do acervo no Centro de Documentação da instituição, como ajudar a delinear linhas de investigação e propor iniciativas que visassem divulgar e promover a figura e obra deste arquiteto portuense. Foi neste contexto que, no ano anterior, decorreu o encontro “Diálogos com Fernando Lanhas” e a sessão “A Casa do Espaço: Fernando Lanhas 1958/62”, integrada na Oficina Didática, “The thinking hand”, um projeto do DiPDArq/MDT/CEAU-FAUP. A continuidade do programa lançado por Luís Viegas e Rui Américo Cardoso foi assegurada ao longo de 2019, com: a proposição e acompanhamento da tese de doutoramento de Catarina Alves Costa, a desenvolver-se com base no mapeamento, investigação e contextualização da documentação incorporada na Fundação Marques da Silva; o apoio à realização da terceira sessão da Oficina Didática “The thinking hand” dedicada à Casa do Espaço, de Fernando Lanhas, desta vez na Faculdade de Arquitetura; e a montagem de uma exposição na Casa-Atelier José Marques da Silva com base nos registos em arquivo na Fundação. Esta exposição acabou por enquadrar a formalização da entrada deste acervo, ao inaugurar, em Dia Internacional dos Museus, com a cerimónia de assinatura do Contrato de Doação pelos representantes dos herdeiros e da Fundação Marques da Silva.
18 de maio / Casa-Atelier José Marques da Silva A inauguração da exposição e-Nunciar Fernando Lanhas: tópicos desenhados foi o momento simbolicamente escolhido para formalizar a doação deste importante núcleo documental à Fundação Marques da Silva, através da assinatura pública do contrato de doação pelos representantes das partes envolvidas, Fundação e família de Fernando Lanhas. Aí se referiu o significado desta incorporação no contexto do Centro de Documentação da instituição e da Universidade do Porto, bem como, por parte de Pedro Lanhas, a surpresa e o contentamento de estar a (re)descobrir a obra do pai à medida que a documentação ia sendo inventariada. Em dia Internacional dos Museus, a Casa-Atelier José Marques da Silva abriu assim as suas portas para dar a ver uma primeira mostra sobre o acervo de arquitetura de Fernando Lanhas. A exposição deu a ver a resposta dos três curadores, Luís Viegas, Rui Américo Cardoso e Catarina Alves Costa, ao desafio de, a partir da documentação doada à Fundação Marques da Silva, reinterpretar o pensamento e processo de projeto de um arquiteto invulgar, pela constelação de domínios que suscitaram o seu interesse e ação, pela permanente inquietação, pela vontade de tudo compreender. Em e-Nunciar Fernando Lanhas: tópicos desenhados, estiveram expostos registos maioritariamente inéditos, a confirmar a riqueza da documentação doada, anunciadores de promissoras linhas futuras de estudo e investigação sobre a obra deste arquiteto. A exposição manteve-se patente ao público até 30 de junho.
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----------- Visita Guiada à exposição e-Nunciar Fernando Lanhas: tópicos desenhados 25 de junho / 18h30 / Casa-Atelier José Marques da Silva Rui Américo Cardoso e Catarina Alves Costa, dois dos curadores da exposição e-Nunciar Fernando Lanhas: tópicos desenhados realizaram uma visita guiada, tendo partilhado com o grupo de visitantes a circunstância e o modo como este projeto surgiu e se foi estruturando. Explicaram, assim, que este projeto expositivo representa uma paragem de um tempo mais longo, que vai deixando antever o que pode ir oferecendo um acervo ainda em investigação, um conjunto documental com múltiplos sentidos e caprichosas formas de expressão. Contudo, nela se foram dando a conhecer testemunhos maioritariamente inéditos de um arquiteto com consciência urbana, para quem o humano informa e conforma, mas sobretudo de um entusiasta do aprender, do reconhecer e do dar a ver.
1.1.2. Bartolomeu Costa Cabral ----------- Apoio à exposição, A Ética das Coisas 29 de junho a 15 de setembro / Salas do Noviciado, Convento de Cristo / Tomar O acervo de Bartolomeu Costa Cabral foi doado à Fundação Marques da Silva, tendo já sido transferido para Centro de Documentação da Instituição. Para além das operações inerentes à integração e tratamento de um vasto corpo documental, composto por registos relativos a mais de cento e trinta projetos representativos da abrangente atividade deste arquiteto, entre edifícios públicos e privados de diferentes programas e escalas, concursos de arquitetura, planos de urbanização ou mobiliário, a Fundação apoiou a divulgação da exposição, A Ética das Coisas. A 14 de setembro, no encontro que assinalou o encerramento desta exposição, o Vice-Presidente da Fundação Marques da Silva, Luís Urbano, integrou o painel de convidados. Participou assim na conversa com Bartolomeu Costa Cabral, juntamente com Madalena Cunha Matos, Mariana Couto, Pedro Baía, Rui Mendes, Rui Serrano e Telmo Cruz. ----------- Apoio à segunda edição do livro Bartolomeu Costa Cabral. 18 Obras O livro Bartolomeu Costa Cabral. 18 Obras, editado por Paulo Providência e Pedro Baía, apresenta 18 obras projetadas entre 1960 e 2012 pelo arquiteto Bartolomeu Costa Cabral, uma seleção que ilustra o seu percurso singular pela cultura arquitetónica portuguesa, desde o projeto do Bloco das Águas Livres até ao mais recente projeto da casa da Taipa. A segunda edição deste livro da Circo de Ideias contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, no âmbito do acolhimento do acervo do arquiteto Bartolomeu Costa Cabral, e passou a estar disponível na Loja online.
----------- 1.2.
Mostrar, pensar, debater: outras iniciativas propostas pela Fundação Mostrar e divulgar a obra e os documentos produzidos pelos Arquitetos FIMS continua a ser o eixo coordenador das iniciativas programadas, mas também a proposição de espaços de reflexão e de debate focado nas temáticas próximas do universo da instituíção: arquitetura, urbanismo, cidade, sempre que possível integrando a colaboração de outras entidades. ----------- Lançamento da segunda edição, revista e ampliada, do livro de António Cardoso, Domingos Tavares e Cláudia Emanuel, Estação S. Bento. Marques da Silva apresentação por Raquel Henriques da Silva 20 de maio / Sala da Torre do Relógio (“The Passenger Hostel”) A sala da torre do relógio, um espaço de características construtivas singulares situado no torreão norte da Estação de S. Bento, atualmente gerido pelo “The Passengers Hostel”, mostrou ser o local ideal para acolher o lançamento da segunda edição de Estação S. Bento. Marques da Silva. Aí se falou do sentido de oportunidade deste livro, de como estes equipamentos se apresentam como palimpsestos, como estruturas de continuidade que preservam a espessura da história e das questões que cada tempo se e lhe coloca. De como esta Estação Central, que foi edificada quando o comboio era o principal meio de transporte da época, com uma modernidade evidente, contínua, nos dias de hoje, a ser percorrida por cerca de 11 milhões de passageiros por ano, e a suscitar renovados olhares sobre os seus autores, José Marques da Silva e Jorge Colaço, os seus engenheiros, os seus construtores; sobre o modo e a forma de construir; sobre os valores estéticos que refletem e os contextos políticos que foram cruzando e sobre ela atuaram. Este livro, através dos três autores que passam a integrar esta segunda edição, fixa o olhar de um historiador que “viveu” em intimidade profunda com José Marques da Silva, António Cardoso; de um arquiteto que pratica e estuda arquitetura, Domingos Tavares; de uma doutoranda sobre Jorge Colaço, Cláudia Emanuel. Se um nos traz a narrativa histórica, outro acrescenta a reinterpretação do(s) projeto(s), com lugar ainda para a análise dos 26.352 azulejos de Jorge Colaço, naquela que foi a sua terceira grande encomenda e a primeira de outras importantes obras também expressas na cidade do Porto. Coube a Raquel Henriques da Silva apresentar o livro e moderar a participação dos autores. Na abertura da sessão, que teve lugar no dia em que passaram 144 anos sobre a ligação ferroviária com o Minho, cena histórica representada na decoração azulejar do átrio, intervieram Luís Urbano e José Ribeiro, representantes da Fundação e das Edições Afrontamento, respetivamente, instituições coeditoras, e ainda Paula Azevedo, representante da IP Infraestruturas de Portugal, entidade gestora deste equipamento. O livro, profusamente ilustrado, distribuído na rede livreira pelas Edições Afrontamento, passou a estar disponível para venda na loja online da Fundação Marques da Silva.
----------- Postal de Boas Festas da Fundação Marques da Silva para 2019 A Fundação convidou e Bartolomeu Costa Cabral aceitou desenhar o Postal de Boas Festas para 2019. O desenho, especificamente realizado para o efeito, foi graficamente trabalhado por Rui Guimarães.
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----------- Lançamento do livro de Marta Llorente, Poética Urbana: A cidade da palavra literária Apresentação de António Guerreiro e moderação de Fátima Vieira 4 de junho / Salão Nobre do Palácio do Bolhão [5 de agosto / Faculdade de Arquitectura da UFB; São Paulo, Brasil] Na sessão de lançamento de Poética Urbana. A cidade de palavra literária, leu-se Federico Garcia Lorca e Jaime Gil de Biedma, falou-se de como a cidade se oferece à literatura e de como a literatura pode transformar o nosso olhar sobre a cidade. Entre a conversa da autora, Marta Llorente, uma arquiteta sensível e atenta às incidências literárias da arquitetura, com Fátima Vieira e a análise de António Guerreiro, falou-se da consubstancialidade entre cidade e poesia, da cidade enquanto prosa do mundo, da reciprocidade entre texto e cidade, das paisagens urbanas que se identificam com os autores que as representaram e recriaram, como a Lisboa de Pessoa, a Dublin de Joyce ou a Praga de Kafka. Trata-se de um livro que parte da emergência do fenómeno urbano na literatura para colocar em destaque Cervantes, Baudelaire, Eliot, Lorca, Martín Santos, Jaime Gil de Biedma, num percurso que termina… ou se abre às palavras de Javier Pérez Andújar. São evocações de textos e poemas que povoam o universo pessoal de autores de Marta Llorente, conferencista da edição 2016 das Conferências Arquiteto Marques da Silva, arquiteta, investigadora e professora da ESTAB. Neste livro procura a voz, o conhecimento do lugar, a relação dos seres humanos com os espaços que habitam, sejam eles longínquos no tempo ou os recantos periféricos e frágeis das grandes metrópoles dos nossos dias, transformando-os assim em dispositivos de interpretação do território urbano, em ferramentas de pensamento e de ação. O livro, o sexto título a ser publicado no âmbito da coleção Conferências Arquiteto Marques da Silva, encontra-se agora à venda no circuito de distribuição da Fundação e na loja online. ----------- Jornadas Europeias do Património: Blow-Up: entre a essência cinematográfica e a expressão arquitetónica | Luis Urbano e Francisco Ferreira 27 de setembro / Palacete Lopes Martins “Artes Património Lazer” foi o tema agregador das Jornadas Europeias do Património 2019, que se realizaram entre 27 e 29 de setembro. E como cinema, fotografia, arquitetura moderna, música, moda, jogo e uma trama urdida no território ambíguo de paisagens urbanas, interiores e exteriores, características de Antonioni, se encontram presentes em “Blow-Up”, por tudo isso, foi sobre a projeção e debate deste filme que se estruturou a proposta de participação da Fundação Marques da Silva nestas Jornadas. A sessão, moderada por Luís Urbano e Francisco Ferreira, teve lugar na sala de jantar do Palacete Lopes Martins, recentemente remodelada.
----------- Conferência Arquiteto Marques da Silva: José Capela, modos de não fazer nada 31 de outubro / Auditório Fernando Távora / Faculdade de Arquitectura da U.Porto Na edição 2019 das Conferências Marques da Silva, a décima terceira deste ciclo anual de conferências realizado em parceria com a Faculdade de Arquitectura da U.Porto, o arquiteto José Capela discorreu sobre “modos de não fazer nada”, isto é, as muitas formas de sublinhar a individualidade de cada lugar cénico - destine-se ele a espetáculos (teatro, ópera ou dança), exposições ou instalações -, recorrendo a uma reinvenção de experiências por si projetadas e desenvolvidas. Mostrar o que lá está, deslocar outro sítio replicando-o no palco, dar a ver o modo como se faz, delegar autorias, utilizar objetos “ready made”, ou copiar com assumido despudor foram os vários caminhos que tem vindo a seguir como cenógrafo. Um percurso já reconhecido e premiado pela construção de cenografias que tem na instrumentalização da fotografia e na apetência pela manipulação da imagem a sua linha de continuidade. Os trabalhos apresentados tornaram evidente o jogo entre a bidimensionalidade e a tridimensionalidade das imagens como forma de alimentar a ilusão inerente ao espaço cénico, ainda que a sua leitura final apenas seja plenamente realizada quando todas a componentes se unem no momento em que o espetáculo acontece. A abrir esta Conferência, estiveram presentes Fátima Vieira, Presidente da Fundação Marques da Silva, instituição organizadora, e João Pedro Xavier, Diretor da Faculdade de Arquitectura da U. Porto, entidade parceira desta iniciativa. ----------- Lançamento do livro de Gonçalo Canto Moniz, O Ensino Moderno da Arquitetura Apresentação por Alexandre Alves Costa e José António Bandeirinha 11 de novembro / Casa-Atelier José Marques da Silva Na sessão de lançamento deste livro mostrou-se por que razão é importante voltar o olhar para o passado e procurar compreender a forma como as primeiras Escolas de Arquitetura, no Porto e em Lisboa, foram construindo a sua identidade. Só assim é possível perceber qual o lugar que hoje ocupam, num território necessariamente diferente, mais partilhado e diversificado, herdeiro da matriz beauxartiana que imperou na primeira metade do século XX e das experiências pedagógicas que se sucederam e foram afirmando outros paradigmas de ensino, numa permanente tentativa de aproximação aos contextos reais que vão moldando e testemunhando a prática da arquitetura. O livro de Gonçalo Canto Moniz, O Ensino Moderno da Arquitetura, apresenta uma primeira leitura monográfica deste campo de análise. José António Bandeirinha destacou o rigor e utilidade científicos do estudo realizado, tal como a importância do carácter instrumental que agora adquire; Alexandre Alves Costa, também orientador do trabalho de tese que está na sua origem, considerou que a sua consulta se torna essencial para traçar a história do ensino da Arquitetura em Portugal e em particular no Porto, juntamente com o trabalho de Eduardo Fernandes e Raquel Paulino, entre outros.
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Com a autoridade decorrente de quem viveu na primeira pessoa uma parte significativa do processo histórico que o livro procura reconstituir, Alexandre Alves Costa partilhou as suas “histórias”, dando voz às utopias que alimentaram a lenta transformação operada: a ilusão de modernidade transportada pela Reforma de 57; a vontade de aproximação ao real, com a imersão na(s) cidade(s); a emergência da análise e a proposta de um espírito científico; a urgência de uma síntese que o Inquérito enquadrou; ou a paradoxal reivindicação do Desenho e da História após a revolução de abril. Assim se percorreram os caminhos distintos de cada Escola e se chegou ao tempo atual, sendo esta história sentimental e vivida, afinal, o ponto de partida para a investigação de Gonçalo Canto Moniz, que agora, traduzida em livro, procura ser um contributo ativo no repensar das práticas pedagógicas das Escolas de Arquitetura do presente. Nesta sessão foi também feita uma homenagem à figura de Marques da Silva, no ano em que passam 150 anos sobre o seu nascimento, personagem decisivo nesta narrativa pela forma de ensino que ajudou a implementar e pela forma de fazer arquitetura que praticou. Gonçalo Canto Moniz reconheceu a riqueza dos acervos da Fundação Marques da Silva e da Universidade do Porto e a sua fulcralidade na investigação realizada.
----------- Programação paralela à Mostra Vasco Vieira da Costa:
O livro, distribuído na rede livreira pelas Edições Afrontamento, passou a estar disponível para venda na loja online da Fundação Marques da Silva.
Manuel Correia Fernandes, José Quintão e Carlos Madureira, sob moderação de Eliseu Gonçalves, recordaram episódios vividos no gabinete de Vasco Vieira da Costa, em Luanda, nos primeiros anos da década de 70. Com muito humor, partilharam essa experiência comum junto de uma figura que entendiam ser intrinsecamente arquiteto e que então assumiu uma dimensão quase paternal. Falaram do seu modo de ser, do seu percurso e dos traços que caracterizam a sua Arquitetura, citando obras de referência como o Mercado de Kinaxixe, a Casa Inglesa ou o Edifício Mutamba, atual sede do Ministério da Habitação e Obras Públicas angolano, foram alguns dos exemplos citados. Uma sessão altamente concorrida e que contou com a presença de um dos filhos de Vasco Vieira da Costa e Barbara Gratz-Carr, e com um testemunho de José Manuel Soares.
Este livro teve um pré-lançamento na Faculdade de Arquitectura da Universidade Federal da Bahia (Brasil), por ocasião da presença do seu autor nesta Escola para uma conferência e conversa com Nivaldo Andrade e Edson Fernandes, em torno da presença do “ensino moderno” nas práticas pedagógicas contemporâneas. ----------- Mostra Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes 14 de novembro a 20 de dezembro, Casa-Atelier José Marques da Silva A Mostra Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes, comissariada por Margarida Quintã, vencedora, com Luís Ribeiro da Silva, do Prémio Távora 2019, deu a conhecer um conjunto de desenhos particularmente focado em soluções e pormenores construtivos provenientes do acervo documental de Vasco Vieira da Costa, cerca de 1300 desenhos - património da Universidade Agostinho Neto - que, entre 2014 e 2015, foram alvo de tratamento e restauro, numa intervenção desenvolvida pela Fundação Marques da Silva em parceria com a Oficina de Conservação e Restauro da U. Porto. Esta operação, viabilizada pela Iperforma, teve como primeiro propósito tornar acessível a informação neles contida, mas pretende ir mais além e, em iniciativas como a desta Mostra, suscitar um novo olhar sobre Vasco Vieira da Costa, chamando a atenção para a necessidade de se reunir a totalidade do seu acervo como forma de potenciar a investigação sobre a obra de um arquiteto central para a Arquitetura Angolana da segunda metade do século XX. Desenhos que se destinam, assim, após o seu regresso a Luanda, a servir de base à criação de um Centro de Documentação. A Mostra integrou ainda a exposição de documentos relativos ao CODA de Vasco Vieira da Costa, pertencentes ao Centro de Documentação.
Mesa redonda 1 António Madureira, José Quintão e Manuel Correia Fernandes e moderação de Eliseu Gonçalves 14 de novembro / Casa-Atelier José Marques da Silva Mesa redonda 2 Ana Freitas, Ana Tostões, Daniel Quintã e Julia Albani e moderação de Luís Urbano 12 de dezembro / Casa-Atelier José Marques da Silva Se, na primeira mesa redonda, se ouviram as vozes de quem pessoalmente conheceu e trabalhou com Vasco Vieira da Costa, na segunda, estiveram em debate as questões que envolvem a preservação de arquivos de arquitetura.
Ana Freitas, Ana Tostões, Daniel Quintã e Julia Albani abordaram, sob diferentes perspetivas e recorrendo a situações concretas, as questões que se colocam perante um arquivo de arquitetura, da recolha e dos lugares de acolhimento ao tratamento do documento físico e à sua disponibilização pública, passando pelas narrativas que sobre ele se podem construir ou da sua ligação ao construído. Esta segunda sessão, moderada por Luís Urbano, teve um enquadramento inicial de Margarida Quintã, a curadora da mostra Vasco Vieira da Costa: Biblioteca de Detalhes.
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----------- 1.3.
A Fundação em rede: acolhimento, colaboração, apoio A Fundação Marques da Silva tem previsto no seu Plano Estratégico o estabelecimento de ligações a entidades congéneres e a promoção de redes de cooperação enquanto prática a ser implementada sempre que possível para conjugação de esforços e de recursos no domínio da intervenção cultural, artística e arquitetónica. Iniciativas que permitam valorizar e reconhecer a importância dos arquivos de arquitetura e da sua relação com a construção dos vários territórios, assim como potenciar a participação de um número mais vasto de interlocutores e de públicos. Em 2019 foram várias as parcerias estabelecidas, incluindo parcerias internacionais. Com a concretização dos vários projetos, entre exposições, conferências, livros, encontros, a Fundação abriu várias frentes de divulgação, demonstrativas nomeadamente da riqueza dos seus acervos, da qualidade do trabalho técnico desenvolvido na instituição, da capacidade de acolhimento e da capacidade de participar em redes alargadas de investigação.
1.3.1. Na sede da Fundação ----------- Centenário da morte de Ventura Terra Alda Serra e José Tenreiro, moderação de Fátima Vieira 30 de abril / Casa-Atelier José Marques da Silva No dia em que se cumpriram 100 anos sobre a morte de Miguel Ventura Terra decorreu uma sessão dupla: à tarde, na Casa-Atelier José Marques da Silva, após uma introdução à figura e obra deste arquiteto, feita por Alda Sarria, José Pedro Tenreiro apresentou o Porto de Ventura Terra, uma comunicação realizada com base numa investigação aturada sobre a forma como Ventura Terra, embora vivendo em Lisboa, se propôs intervir também no Porto, muitas vezes em parceria com Teixeira Lopes, e que a Fundação veio a publicar em versão ebook; à noite, na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto, com a projeção do documentário produzido pela Câmara de Lisboa, em grande parte graças ao trabalho incansável de promoção que Alda Sarria Terra tem feito, através da Associação Ventura Terra, do legado da sua família. É de ressalvar que, quando José Marques da Silva chega a Paris, em 1889, já Miguel Ventura Terra se encontrava nesta cidade, como bolseiro de Arquitetura. Chegam a cruzar-se no recém-fundado Atelier de Victor Laloux. Ambos regressam ao seu país de origem, mas enquanto Marques da Silva se fixa no Porto, caberá a Ventura Terra a opção pela cidade de Lisboa como espaço privilegiado da sua prática profissional. A distância geográfica não ditou, porém, o desvanecimento de evidentes cumplicidades, pessoais e profissionais, testemunhadas até ao falecimento precoce de Ventura Terra, a 30 de abril de 1919. Em agosto, foi lançado, em versão ebook, o texto de José Pedro Tenreiro, José Pedro Tenreiro, Ventura Terra e o Porto.
----------- Apresentação do Projeto (EU)ROPA - Rise of Portuguese Architecture Jorge Figueira e Bruno Gil | Ana Vaz Milheiro, Carlos Machado e Moura, Carolina Coelho, Eliana Sousa Santos, Gonçalo Canto Moniz, José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia, Nuno Grande, Patrícia Pedrosa e Rui Lobo 16 de julho / Casa-Atelier José Marques da Silva (EU)ROPA - Rise of Portuguese Architecture é um projeto em busca de um novo olhar para a Arquitetura Portuguesa e a sua conexão com o mundo de hoje, sob coordenação de Jorge Figueira e Bruno Gil. Na Fundação Marques da Silva, foram reveladas as intenções desta linha de investigação, assumidamente polissémica, transversal e aberta à participação e à internacionalização. Para traçar uma nova perspetiva sobre o que define a identidade da Arquitetura Portuguesa, a forma como esta foi sendo construída e como se tem vindo a afirmar, foram propostas dez chaves interpretativas que colocam em diálogo diferentes vozes, gerações, tempos e geografias. Assim, depois das intervenções dos investigadores responsáveis, Jorge Figueira e Bruno Gil, a definir a estrutura geral do projeto, foi a vez de cada um dos investigadores convidados a coordenar as várias linhas temáticas - Ana Vaz Milheiro, Carlos Machado e Moura, Carolina Coelho, Eliana Sousa Santos, Gonçalo Canto Moniz, José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia, Nuno Grande, Patrícia Pedrosa e Rui Lobo - dar a conhecer posicionamentos e metodologias. Diferentes prismas de aproximação e questionamento crítico ao fenómeno de ‘ascensão’ e disseminação da Arquitetura Portuguesa a partir da História, da Historiografia, do Fascismo, do Colonialismo, da Sociedade, da Educação, da Investigação, das Práticas desalinhadas e alternativas ou do Género, do que significa ser Portuguesa. A sessão foi aberta pela Presidente da Fundação Marques da Silva, Fátima Vieira que sublinhou a relevância da parceria estabelecida com o CES para a concretização de (EU)ROPA: Rise of Portuguese. ----------- Sessão dedicada à Arquitetura do ciclo E contudo, elas movem-se… Marinela Freitas, Patrícia Pedrosa, Jorge Figueira e Joana Lage. 11 de outubro / Palacete Lopes Martins A Fundação Marques da Silva, espaço e projeto que materializa a vontade e o sonho de uma mulher arquiteta, Maria José Marques da Silva, acolheu a sessão do ciclo “E contudo, elas movem-se: Mulheres nas Artes e nas Ciências” que tinha como propósito centrar o debate sobre a presença das mulheres no domínio da Arquitetura. Falou-se da produção de conhecimento, da presença das mulheres no ensino, na atividade projetual e no desenho do território urbano. Levantou-se a questão da visibilidade e do papel que a investigação e os arquivos podem desempenhar na recuperação da memória e no reconfigurar da historiografia relativa a tempos onde o direito ao exercício disciplinar da arquitetura teve de ser conquistado. Falou-se do pioneirismo de Maria José Marques da Silva e da surpreendente modernidade expressa nos seus trabalhos académicos. Referiu-se a necessidade de se construir uma consciência crítica e de se estabelecerem redes que assegurem a representatividade e o reconhecimento das mulheres também num tempo que é o nosso. Participaram neste debate, moderado por Marinela Freitas, Patrícia Pedrosa, Jorge Figueira e Joana Lage.
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----------- Programação paralela à Exposição Um edifício, muitos museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo: Visita dos Urban Sketchers, em companhia de Eduardo Salavisa
----------- Visitas guiadas à sede da FIMS Casa-Atelier José Marques da Silva, Palacete Lopes Martins, Pavilhão e Jardins de janeiro a dezembro
16 de março
Entre janeiro e dezembro, foram recebidos, se contar com os participantes das visitas guiadas aos projetos expositivos aí apresentados, aproximadamente quatro centenas de visitantes, integrados em grupos representativos de um amplo leque etário: das crianças do primeiro ciclo do Externato das Escravas do Sagrado Coração de Jesus, a grupos organizados por universidades seniores ou associações direcionadas para atividades de interesse cultural, bem como grupo de estudantes ligados a escolas de Arquitetura, nacionais e internacionais, caso dos alunos do 3º ano do Curso de Arquitetura da Academia Real de Belas Artes da Dinamarca. Estas visitas permitem conhecer o espaço onde se encontra instalada a Fundação Marques da Silva, um conjunto edificado de raro valor patrimonial, histórico e cultural, que integra a Casa-Atelier projetada por Marques da Silva, em 1909, o Palacete Lopes Martins, edificado durante a década de 70 do século XIX, um pavilhão agora transformado em Arquivo de Arquitetura e os jardins, bem como o seu projeto institucional.
Visita guiada a Vila Franca de Xira | Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo: do projeto ao edifício, da exposição à cidade, com Helena Barranha e Pedro Nogueira / 13 de abril Foram várias, as iniciativas propostas a partir da exposição, Um edifício, muitos museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo, mas citam-se aquelas que envolveram o apoio da Fundação. No primeiro caso, a presença dos Urban Sketcher, com a sua paixão pelo desenho, em termos de divulgação, seja do seu agendamento, seja de alguns dos desenhos produzidos. Note-se que o grupo contou previamente com uma visita guiada pela curadora, a Professora e Arquiteta Helena Barranha.
1.3.2. Colaborações em iniciativas a decorrer em espaços externos Fernanda Lamelas/ Urban skeTchers
----------- Exposição Um edifício, muitos museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo 9 de fevereiro a 29 de setembro, Museu do Neo-Realismo (Vila Franca de Xira)
É de destacar que o trabalho de investigação subjacente a este projeto expositivo apenas se tornou possível graças a um esforço conjunto de reconhecimento e tratamento arquivístico de um amplo núcleo documental, onde à documentação disponível se veio associar a integração de novos registos e a recuperação de materiais nativos originais em suporte digital. O processo decorreu num invulgarmente curto espaço de tempo e implicou uma estreita articulação entre a equipa da Fundação Marques da Silva e em particular de Ana Sofia Ramos, a curadora, Helena Barranha, e a arquiteta Andrea Soutinho. No sequente conjunto de operações viabilizadoras da cedência de materiais para exposição, cite-se ainda a colaboração da Oficina de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos da U.Porto.
UM EDIFÍCIO, MUITOS MUSEUS Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo
Sobre esta exposição foi ainda publicado, na revista Umbigo, uma recensão de José Pardal Pina, “A exposição de arquitetura como exercício de investigação”. Aí foi sublinhado que “Esta é uma das raras exposições que acrescentam matéria ao estudo da arquitetura, ao expor material inédito à luz das exigências da museografia, da tecnologia e dos parâmetros académicos atuais.” Ilustração a partir de esquisso de Alcino Soutinho, s.d. Arquivo Alcino Soutinho / Fundação Marques da Silva
A exposição “Um edifício, muitos museus. Alcino Soutinho e o Museu do Neo-Realismo”, com curadoria de Helena Barranha, resultou de uma parceria estabelecida entre a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira/Museu do Neo-Realismo e a Fundação Marques da Silva. Estando inicialmente previsto estar patente ao público de 9 de fevereiro a 26 de maio, acabou por se manter exposta até 29 de setembro. Aqui se deu a ver o Museu, projetado por Alcino Soutinho entre 2002 e 2007, enquanto espaço de convergência de várias viagens, pesquisas e projetos museológicos que marcaram a vida e a obra deste arquiteto. Obra do período de maturidade, reflete e sintetiza múltiplas referências, em resposta a um programa que articulava a especificidade do contexto urbano de Vila Franca de Xira e um programa museológico singular.
No segundo caso, tratou-se da programação de uma visita guiada a Vila Franca de Xira, uma visita que pretendia ir para além de um lugar e de um tempo. A pretexto do edifício, o Museu do Neo-Realismo, e de uma primeira imersão na exposição patente ao público, para abordar a arquitetura dos espaços museológicos projetados por Alcino Soutinho, as suas viagens, da formação e da passagem por Itália, aos cerca de 17 projetos por si desenvolvidos. Mas a visita pretendia igualmente mostrar o impacto desta construção, inaugurada em 2007 no centro urbano da cidade de Vila Franca de Xira, bem como conhecer o que a atualidade lhe acrescentou, com a visita à Biblioteca Municipal, a Fábrica das Palavras, de Miguel Arruda, inaugurada em 2014, e o arranjo da frente ribeirinha, a cargo do atelier Topiaris-Arquitetura Paisagista. Infelizmente, a viagem acabaria por não se verificar, tendo ficado, no entanto, entre a equipa do Museu e a Fundação, a vontade de a vir a realizar futuramente pela sua relevância.
----------- Ciclo de Conferências, Olhares sobre São Torcato João Luís Marques, “São Torcato, a construção de um Santuário” 16 de fevereiro / Irmandade de São Torcato (Guimarães) ENTRADA LIVRE ORGANIZAÇÃO:
PARCERIA
APOIO
Ao longo da tarde do dia 16 de fevereiro, na Irmandade de São Torcato, Aires Fernandes, Inês Gonçalves, João Luís Marques e Dom Jorge Ortiga partilharam o seu olhar sobre São Torcato, sobre o culto e sobre o santuário erguido em sua devoção, numa iniciativa da Irmandade de São Torcato que contou com o apoio e participação da Fundação Marques da Silva, representada pelo Professor, Arquiteto e Investigador João Luís Marques. Na sua comunicação, “São Torcato, a construção de um santuário – leitura do projeto a partir do espólio de Marques da Silva”, foi abordado o papel desempenhado
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por José Marques da Silva na direção das obras, bem como da sua filha e genro Maria José Marques da Silva e David Moreira da Silva, que, após 1947, continuaram a intervir no espaço. Como o próprio destacou, a partir da documentação desenhada e escrita reunidas na Fundação Instituto Marques da Silva foi retraçada a história da encomenda e dos projetos de arquitetura desenvolvidos para este Santuário, em particular desde a proposta inicial de Ludwig Bohnstedt, de 1867. A leitura cruzada do processo, considerando as alternativas estudadas e escolhas realizadas, permitiu ainda reconhecer a importância deste projeto no percurso de Marques da Silva, quer no que viria a significar no campo da encomenda religiosa, quer nas ligações com a cidade de Guimarães. ----------- Conferência: A presença de Jorge Colaço na Fábrica de Loiça de Sacavém 150 anos do nascimento de Jorge Colaço 23 de fevereiro / Museu de Cerâmica de Sacavém O programa celebratório dos 150 anos de Jorge Colaço, iniciado em 2018, reuniu o contributo de várias instituições, entre as quais, a Fundação Marques da Silva, cujo envolvimento passou pelo apoio a diferentes iniciativas, bem como pela publicação de uma nova edição da monografia Estação S. Bento. Marques da Silva. Em 2019, para além do lançamento do livro, acompanhou a realização da Conferência sobre Jorge Colaço na Fábrica de Loiça de Sacavém com um destaque relativo à intervenção deste artista na Estação de S. Bento, espaço onde, reforçando o caráter monumental e artístico do projeto de arquitetura desenhado por José Marques da Silva, veio a utilizar cerca de 25000 azulejos, da Fábrica de Sacavém, para 551 metros quadrados. Uma tarefa iniciada em 1905, traduzida em propostas de caráter histórico, religioso, pitoresco ou de costumes, em consonância com a ideologia dominante e as características do lugar, do tempo e da geografia ditada pelo sentido das linhas ferroviárias, rematadas por um conjunto de imagens alegóricas. Partillhou-se igualmente uma imagem do Museu Nacional do Azulejo (MNAz), relativa ao painel alusivo a Egas Moniz, quando este se apresenta, com a mulher e o filho, ao rei de Leão. ----------- Exposição e programa paralelo: El carácter de la tradición en la aquitectura: Barney, Távora, Coderch 9 de maio a 18 de agosto / Museo de Arte Moderno La Tertulia, (Cali – Colômbia) Patente ao público no Museo de Arte Moderno La Tertulia, entre 9 de maio a 18 de agosto, em Cali, esta exposição itinerante teve como curadores Andrés Felipe Erazo Barco (Universidad de San Buenaventura Cali, Colômbia), Antonio Armesto Aira (Universidad Politécnica de Cataluña, Espanha) e Manuel Augusto Soares Mendes (Universidade do Porto, Portugal), sendo a Fundação Marques da Silva, uma entidade parceira.
Esta exposição refletiu sobre o ethos, o carácter próprio da arquitetura (o seu modo de ser característico) e, por conseguinte, sobre a sua dupla utilidade genuína. E fê-lo através do trabalho de três arquitetos originários de três países distintos e não estritamente contemporâneos entre si, mas enquadráveis, de alguma forma, no quadro complexo da chamada Arquitetura Moderna, forjada no século XX: Benjamín Barney (Colômbia, 1941), Fernando Távora (Portugal, 1923-2005) e José Antonio Coderch (Espanha, 1913-1984). Este projeto surgiu na sequência do encontro com Andres Erazo, em 2018, com envolvimento, desde a primeira hora da Fundação Marques da Silva. Uma ação que se integra no trabalho contínuo, persistente, em atualização permanente, que esta Fundação tem vindo a desenvolver na promoção da arquitetura portuguesa, do seu estudo e investigação, nomeadamente a pessoa e obra de referência Fernando Távora. Aqui se recorreu ao processo projetual da Casa Dr. Ribeiro da Silva, em Ofir, contextualizando projeto e obra numa síntese que se estende ao Mercado Municipal da Feira, Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição e Escola do Cedro, em Gaia. A evocação valorizou e destacou os encontros e intersecções operativas que Távora sempre procurou e sintetizou entre as suas viagens pelos CIAM e por Portugal, nomeadamente pela região do Minho. Ainda no âmbito deste projeto, Manuel Mendes, a 1 de agosto, deslocou-se a Calí para proferir a última conferência do programa de ações paralelas à exposição, “Fernando Távora . Da circunstância: história tradição moderno, operatividade objetividade autenticidade, humanidade”, participando ainda numa conversa com Benjamín Barney e Andrés Erazo. Nesta deslocação à Colômbia, coube ainda a Manuel Mendes orientar, com Andres Erazo, uma visita guiada à Exposição e, no dia 31 de julho, assinalar a abertura do segundo semestre do Curso de Arquitetura da Faculdade de Arquitectura da Universidad de San Buenaventura, com uma aula sobre “Álvaro Siza, a naturalidade da síntese na evolução livre do pensar no desenho: talvez recomeçar a viagem?”. ----------- Conferência e Visita Guiada: Mergulhar no Sul de Raúl Hestnes Ferreira 5 e 6 de julho / Lisboa, Évora, Avis, Beja, Moita e Albarraque. Organizada por Alexandra Saraiva e Paulo Tormenta Pinto, do Dinâmia ISCTE-IUL, com o apoio da Fundação Marques da Silva, a visita Mergulhar no Sul de Raúl Hestnes Ferreira permitiu revisitar um conjunto significativo de obras projetadas por Raúl Hestnes Ferreira na companhia de Ana Tostões, António Bandeirinha, António Batista Coelho e alguns dos antigos colaboradores do atelier de Hestnes Ferreira. O roteiro incluía a passagem por obras situadas em Lisboa, Évora, Avis, Beja, Moita e Albarraque. A antecipar o início da viagem, no ISCTE-IUL, teve ainda lugar uma conferência que reuniu os testemunhos de antigos colaboradores do atelier de Raúl Hestnes Ferreira, dos organizadores, de Luís Urbano, em representação da Fundação Marques da Silva, e de Maria de Lurdes Rodrigues, Reitora da IUL.
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----------- Conferência de Jorge Figueira: Maria José Marques da Silva: arquitetura em várias frentes II Congresso da Associação de Brasilianistas na Europa (ABRE) 18 de setembro / EHESS, Paris A modernidade do projeto, do percurso associativo e do legado institucional daquela que foi a primeira mulher a formar-se em Arquitetura na cidade do Porto foi o tema abordado por Jorge Figueira, no âmbito da sua participação no II Congresso da Associação de Brasilianistas na Europa (ABRE), na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), em Paris. A comunicação integrou o painel “Género, arquitetura e domesticidade modernas” e foi apoiada pela Fundação Marques da Silva, nomeadamente através da cedência de documentação relativa ao tema. ----------- Congresso Internacional de Arquivos de Arquitetura: Experiências Profissionais na Diversidade Cultural 25 a 27 de setembro de 2019 / Braga A Secção de Arquivos de Arquitetura do Conselho Internacional de Arquivos (ICA-SAR) e o Arquivo Distrital de Braga da Universidade do Minho (UM-ADB) promoveram a realização de um Congresso que reuniu em Braga mais de 100 arquivistas e outros profissionais relacionados com a arquivística arquitetónica, provenientes de todo o mundo, com diferentes origens culturais, experiências e tradições de trabalho. A Fundação Marques da Silva esteve também representada, tendo apresentado 2 posters: A informação e os seus contextos: um olhar sistémico sobre a documentação de dois ilustres arquitetos e De sombra e luz: conservação e restauro dos desenhos de Marques da Silva discípulo de Victor Laloux (1890-1896), este último produzido em parceria com a Oficina de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos da U. Porto. ----------- Visita guiada por José Carlos Loureiro à Igreja de S. Veríssimo e visita à Igreja de Cedofeita VI Congresso de Arquitetura Religiosa Contemporânea 12 de outubro / Valbom e Porto O VI Congresso Internacional de Arquitetura Religiosa Contemporânea, “Arquiteturas para uma nova liturgia: Intervenções no património religioso depois do Concílio Vaticano II” decorreu no Seminário Maior do Porto, tendo incluindo, num programa complementar de visitas, uma visita à Igreja de S. Veríssimo (Paróquia de Valbom) guiada pelo seu autor, o Arquiteto José Carlos Loureiro, e uma visita ao remanescente da intervenção de Marques da Silva na Igreja de Cedofeita, no Porto.
----------- Congresso Internacional Team Ten Farwest: Critical Revision of the Modern Movement in the Iberian Peninsula, 1953-1981 28 a 30 de novembro / Faculdade de Arquitectura da U. Porto No ano em que passam 60 anos sobre o último CIAM, em Otterlo, decorreu na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto o Congresso Internacional Team Ten Farwest: Critical Revision of the Modern Movement in the Iberian Peninsula, 1953-1981. Ao longo de três dias de trabalho, mais de duas dezenas de intervenções de investigadores associados a vários centros de investigaçao europeus partilharam um espaço comum para apresentação e debate de ideias, projetos e novas perspetivas sobre os encontros do Team 10 e a sua repercussão na Península Ibérica. A Fundação Marques da Silva, entidade parceira, viabilizou a presença de Tom Avermaete, professor de Historia e Teoria do Urbanismo, na ETH de Zurique. cuja conferência foi apresentada por Luís Urbano, Vice-Presidente da instituição (o registo vídeo encontra-se disponível ao público no Site do Congresso). A Fundação apoiou igualmente a divulgação deste Congresso Internacional, bem como de outras ações paralelas, caso da publicação do número 10 da revista Joelho, dedicado ao tema “Team 10: Debate and Media in Portugal and Spain”.
1.3.3. Apoios à divulgação Ao longo do ano de 2019, a Fundação Marques da Silva continuou a ser abordada no sentido de conceder apoio à divulgação de iniciativas, em diversas tipologias e temáticas. Os convites vieram da parte de entidades que assim reforçaram laços que, formal ou informalmente, têm vindo a ser estabelecidos. Representam também um sinal de que este apoio é importante, potenciador de angariação de público ou mesmo qualificador da própria ação. ----------- Ações várias promovidas no contexto da Faculdade de Arquitectura da U. Porto Conferências matéria branca; a exposição “Beauty is a rare thing”; Apresentação de livro e documentário sobre Rui Jervis d’Athouguia, de Graça Correia; Quem dá mais? - Venda livre de peças de Arte: Exposição de peças e Leilão; Conferência “El Arquitecto y la Ciudad”, de Alfredo Brillembourg; a exposição e simpósio ‘Eileen Gray. Arte Total: Casa E.1027 à escala 1:1’.
A iniciativa, que contou com o apoio da Fundação Marques da Silva, foi organizada pelo Observatório de Arquitectura Religiosa Contemporânea (OARC), o Centro de Estudos de Arquitetura e Urbanismo da FAUP e o Centro de Estudos de História Religiosa – CEHR-UCP e reuniu especialistas de Espanha, Itália, Portugal, Brasil, Hungria, Croácia, México, Venezuela, Chile, Bélgica e Austrália.
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----------- Ações várias promovidas pela Ordem dos Arquitectos
2. Atividade editorial
Prémio Fernando Távora (OASRN); ciclo de Conferências “Habitação Coletiva: Cidade para todos”, que contou com a conferência de Madalena Vidigal, sobre o Bairro Social dos Pescadores, um projeto desenvolvido no atelier de Rui Goes Ferreira, durante a década de 70, em Câmara de Lobos (OA - Delegação Madeira, para celebração do Mês da Arquitetura);
A Fundação Marques da Silva tem, na sua atividade editorial, um instrumento de afirmação da sua vitalidade e abertura à comunidade. As várias coleções que, por sua iniciativa ou em parceria, tem vindo a lançar refletem uma dinâmica de investigação e produção teórica cada vez mais sólida. Se, por um lado, refletem um domínio cada vez mais profundo da documentação e do que a partir dela pode ser construído, por outro, demonstram que a instituição continua interessada em contribuir no trabalho em continuum de ampliar o corpus de conhecimento relativo ao domínio das suas áreas prioritárias de ação: arquitetura e urbanismo.
----------- Outras iniciativas: “Construções em Movimento: Filmes do Arquivo de Arquitetura do GTA / ETH Zurique” Exposição e Workshop, CCB - Garagem Sul (Lisboa); Ciclo CIRCA 1963. Conversas com Arquitectos e Cineastas, lançamento de livro e exibição de entrevistas, Teatro do Campo Alegre (Porto); “Físicas do Património Português. Arquitectura e Memória”, no Museu de Arte Popular (Lisboa); exposição e debates publicação do “Estudo de Renovação Urbana do Barredo”, de Fernando Távora por ocasião do cinquentenário, no Museu Nacional Soares dos Reis (Porto).
Os títulos editados, e este ano foram publicados três novos livros e um texto em versão ebook, neste caso como forma de partilha em livre acesso, dão a conhecer processos de investigação realizada sobre o conjunto documental preservado na instituição ou surgiram no contexto de ações por ela promovidas, ainda que também se mantenha em paralelo uma coleção destinada à divulgação de textos que traduzam leituras e perspetivas inovadoras no campo disciplinar que enquadra a atividade institucional. A publicação destes livros está, inevitavelmente, associada à necessidade de providenciar a sua disponibilização pública, inserindo-os no mercado de circulação livreira. Nesse sentido, para além de manter uma rede destinada à venda em regime de consignação, que - em 2019, teve um aumento significativo; de assegurar parcerias que permitem concretizar projetos editorias e a sua circulação a uma escala nacional e internacional, caso da parceria estabelecida com as Edições Afrontamento; de manter uma loja online ativa na página web da Fundação - os lançamentos convertem-se em iniciativas de divulgação com uma vertente pedagógica e científica, auferindo, regra geral, de grande impacto público. Sempre que possível, participa-se em ações de grande visibilidade pública para o mercado livreiro, caso da Mostra da UP, em 2019, na sua 17ª edição, e das feiras dos Livro do Porto e de Lisboa. O apoio ou resposta a iniciativas editoriais promovidas por outras entidades continuou também a ser assegurado ao longo de 2019. Deve ainda ser sublinhada a permuta de edições com outras instituições, designadamente com a Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, num total de 19 títulos, e a Biblioteca da Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitetos, num total de 3 títulos permutados.
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----------- 2.1.
2.1.2.
Projetos promovidos pela Fundação 2.1.1. Edições impressas Em 2018 foram lançados 3 livros: - “Estação S. Bento. Marques da Silva, de António Cardoso, Domingos Tavares e Cláudia Emanuel. O livro, através dos seus três autores, fixa o olhar de um historiador que “viveu” em intimidade profunda com José Marques da Silva, António Cardoso, para traçar a narrativa histórica deste projeto; de um arquiteto que pratica e estuda arquitetura, Domingos Tavares, para reinterpretar o alinhamento do(s) projeto(s) que estiveram na base do edifício; de uma doutoranda sobre Jorge Colaço, Cláudia Emanuel, para a análise dos 26.352 azulejos de Jorge Colaço, naquela que foi a sua terceira grande encomenda e a primeira de outras importante obras também expressas na cidade do Porto. Trata-se da segunda edição, revista e ampliada, da monografia publicada em 2007, entretanto esgotada. A reedição, agora em coedição com as Edições Afrontamento, teve lugar no âmbito do programa de celebração dos 150 anos do nascimento de Jorge Colaço. - Poética Urbana: a cidade da palavra literária, de Marta Llorente. Este livro aborda a imagem da cidade, entendida como ideia universal ou como um lugar concreto do mundo, a partir da literatura urbana, isto é, do conjunto de textos que possuem uma intenção estética relativa ao contexto urbano, tema desenvolvido e apresentado pela autora na edição 2016 das Conferências Arquiteto Marques da Silva. Trata-se do sexto título publicado desta coleção. - O Ensino Moderno da Arquitectura: A formação do Arquitecto nas Escolas de Belas-Artes em Portugal (1931-1969), de Gonçalo Canto Moniz. Este livro, publicado em parceria com as Edições Afrontamento e com o apoio da Faculdade de Arquitectura da U. Porto, acompanha o quotidiano das duas escolas então responsáveis pela formação dos arquitectos portugueses para traçar a lenta trajetória de construção de um paradigma de ensino moderno da Arquitetura em Portugal. Uma abordagem que permite repensar o papel do arquiteto num período central da arquitetura portuguesa, mas também refletir sobre a escola de Arquitectura hoje, 40 anos depois da sua entrada no sistema universitário democrático.
Edições digitais Em 2019 foi publicado mais 1 título: - Ventura Terra e o Porto, de José Pedro Tenreiro. Um texto ancorado na investigação feita pelo autor para traçar o rasto das ligações de Ventura Terra com o território e outros profissionais em exercício no Porto, cidade onde obteve a sua primeira formação em arquitetura. A presente publicação traduz o teor da intervenção deste investigador no encontro realizado a 30 de abril, na Casa-Atelier José Marques da Silva, por ocasião do centenário da morte do arquiteto Miguel Ventura Terra.
2.1.3. Edições em preparação Ao longo do ano de 2019, ainda que com lançamento previsto para 2020, encontram-se em fase de produção mais quatro projetos editoriais: - Do projeto Clássico à Memória da Ordem. Percurso de um Arquiteto, texto de José Ignazio Linazasoro referente à edição de 2017 das Conferências Arquiteto Marques da Silva, com tradução de Paula Abrunhosa. - Projeto e circunstância. A coerência na obra de Rogério de Azevedo, de Ana Alves Costa, em parceria com as Edições Afrontamento. - Vida de Arquitecto, de Giorgio Grassi, com tradução e notas de José Miguel Rodrigues, o terceiro título a publicar no âmbito do projeto Giorgio Grassi Opera omnia sic. - Mapas de Arquitetura, em colaboração com a Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos: reedição dos Mapas José Marques da Silva e Fernando Távora, primeira edição de um Mapa dedicado à Arquitetura de Agostinho Ricca. ----------- 2.2.
Distribuição comercial e ações promocionais O universo de livros e outras publicações comercializados pela Fundação Marques da Silva é constituído por: Edições impressas: livros 7 títulos chancela IMS (esgotados 2 títulos: Estação de S. Bento e O aluno, o Professor, o Arquiteto) 6 títulos livros da coleção “Conferências Marques da Silva” (esgotado 1 título: O Liceu Alexandre Herculano, no Porto) 4 títulos da coleção “Monografias de Marques da Silva”
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(2 em parceria com Ed. Afrontamento) 3 títulos da coleção “Fernando Távora: ‘minha casa’” (em parceria com FAUP e Reitoria UP) 2 títulos da coleção “Giorgio Grassi – opera omnia sic” (em parceria com Ed. Afrontamento) 5 títulos da coleção genérica de livros sobre arquitetura (3 em parceria com Ed. Afrontamento) Edições impressas: outras publicações e merchandising 6 litografias chancela IMS (esgotada a litografia Estação de S. Bento) 2 cadernos de notas
online estão ainda disponíveis para aquisição, 2 agendas, 1 puzzle e 5 litografias. Sempre que possível, a FIMS participa em ações promocionais e/ou de divulgação editorial, bem como incentiva a criação de laços de cooperação com outras entidades, de forma a promover canais de comunicação e difusão das publicações FIMS. Em 2019, continuou a marcar presença na Mostra UP, que decorreu no Largo Amor de Perdição, de 4 a 7 de abril, este ano com uma sessão extraordinária da Oficina Didática The Thinking Hand “A Casa do Espaço” (FLanhas, 1958/62), dinamizada pelos Professores Luís Viegas, Rui Américo Cardoso e Assucena Miranda. De novo integradas no Pavilhão das edições U.Porto, as edições da Fundação marcaram presença na Feira do Livro do Porto, patente ao público nos jardins do Palácio de Cristal, de 6 a 22 de setembro. No ano de 2019, foi renovada a parceria com a Editorial Blau para participação na Feira do Livro de Lisboa, que decorreu de 29 de maio a 16 de junho.
1 puzzle Parcerias: 1 segunda edição do livro Bartolomeu Costa Cabral. 18 obras Livros em consignação: 5 títulos (2 de J. Carlos Loureiro; 1 de Ana Cotter; 1 de Domingos Tavares; 1 de Graça Correia) 2 títulos da editora Quidnovi (coleção Arquitectos Portugueses) 2 títulos editados pela Casa de Arquitetura (no âmbito do projeto Modernidade Permanente, esgotados) A Fundação Marques da Silva continuou, ao longo de 2019, a garantir a divulgação das suas edições, em primeiro lugar através de uma rede que conta com 25 pontos de distribuição – mais 9 do que em 2018 - para venda em regime de consignação, dos livros e merchandising por si editados, com a exceção dos livros resultantes da parceria estabelecida com Edições Afrontamento, que são distribuídos no mercado nacional por esta editora, e das edições em consignação ou existentes em função de apoios. As restrições logísticas da venda de publicações na sede da Fundação são contornadas através da disponibilização na loja online de 32 títulos que incluem publicações distribuídas em regime de consignação, caso dos livros editados em parceria com Edições Afrontamento, os livros da autoria de José Carlos Loureiro, Ana Cotter e de Domingos Tavares, cujo livro apresentado na Casa-Atelier José Marques da Silva foi, entretanto, substituído pelo livro sobre a Casa de São Roque. A estes títulos, em 2019, veio juntar-se a segunda edição do livro da editora Circo de Ideias dedicado a Bartolomeu Costa Cabral, lançado com o apoio da Fundação Marques da Silva, assim como o livro de Graça Correia dedicado a Ruy d’ Atoughia. O catálogo da exposição Modernidade Permanente e Diário de Bordo, os dois títulos editados pela Casa da Arquitetura, já atingiram o número máximo de vendas pelo que não constam da lista de edições disponíveis. Na loja
----------- 2.3.
Apoios a projetos editoriais externos A documentação contida nos acervos à salvaguarda da Fundação Marques da Silva é frequentemente requisitada para cedência de imagens digitais para publicações de caráter científico ou de divulgação, académicas ou para finalidade comercial, de caráter nacional e internacional. Desse conjunto, destacam-se os apoios às seguintes publicações:
- O 1.º Congresso Nacional de Arquitectura, 1948-2018, de Deolinda Folgado, in Revelar o Património, Lisboa DGPC. - “The tectonic shift in Fernando Távora’s work in the post-CIAM years”, de Eduardo Fernandes, in Livro de Atas da International Conference Revisiting Post-CIAM Generation: debates, proposals and intelectual framework, CEAA/ESAP-CESAP. - La expresion del peso, Luiz Martínez Santa-Maria, Fundación Mies van der Rohe. - “Regresso a uma ‘casa-navio’: Manoel de Oliveira entre os arquitetos”, de Nuno Grande, in Manoel de Oliveira: A Casa (Catálogo da Exposição), Fundação de Serralves. - “O Porto há cem anos”, Maria Medeiros e Patrícia Santos, in Time Out. - Tradução para italiano e francês do livro de Fernando Távora, Da organização do espaço. - Tradução para italiano do Diário da Viagem de 1960 de Fernando Távora Foram ainda cedidas imagens digitais de documentação FIMS para projetos dos seguintes autores e/ou entidades: Luísa Cidraes, Pedro Álvares Ribeiro, João Martins, Teresa Ferreira, Luís Urbano, François Dufaux, Pedro Baía, Delegação da Madeira da Ordem dos Arquitetos e Câmara Municipal do Porto (BICCArochura).
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3. Gestão de plataformas de comunicação e divulgação Divulgar ações promovidas ou realizadas com a colaboração e/ou apoio da Fundação Marques da Silva, difundir documentação confiada à instituição, devidamente enquadrada, partilhar informação de relevo no domínio da arquitetura e do urbanismo, áreas de ação prioritária da instituição, e promover a imagem pública da Fundação são as linhas que orientam a Comunicação. Difundir, promover, partilhar conhecimento com um sentido de atualidade, sensibilizar e captar público são assim conceitos condutores do que é veiculado a partir dos suportes comunicacionais que se encontram disponíveis: site institucional, redes sociais, newsletter e correio eletrónico. Em paralelo é potenciada a ampliação destes canais através de apoios à divulgação por parte de outras instituições que partilhem interesses ou colaborem nas iniciativas a publicitar. Neste sentido, e para além da divulgação desenvolvida em torno das atividades anteriormente designadas, de informações relativas a acervos integrados no CICA e uma nova entrada na Galeria de obras de Marques da Silva e de Maria José e David Moreira da Silva, da autoria de Eduardo Fernandes, sobre a sede da Sociedade Martins Sarmento em Guimarães, ou de outros acontecimentos ocasionais, foram ainda sinalizadas efemérides relativas ao universo da Fundação e datas celebradas a nível nacional e internacional, como: - Sinalização de aniversário de arquitetos representados na Instituição David Moreira da Silva (Palácio do Comércio, Porto), Alfredo Matos Ferreira (Edifício da Rua da Friagem, Porto), Manuel Teles (Estudo de Renovação da Área Urbana da Ribeira-Barredo / CRUARB), João Queiroz (Edifício ‘Inova casa p´todos, Porto), Octávio Lixa Filgueiras (Biblioteca doada à Fundação Marques da Silva), Fernando Távora (a Casa da Covilhã); Maria José Marques da Silva ( a Exposição de 53 e o descerramento da placa co fac-simile de Marques da Silva no Teatro de S. João), Fernando Lanhas (fotografia de um passeio para estudo de fósseis e minerais captada pelo seu filho Pedro Lanhas, na década de 90, a caminho de Mont´Alto), José Porto (desenhos da década de 30, em Paris), José Marques da Silva (plano de expansão da Fundação e fotografia do estaleiro
do edifício-quarteirão para o Conde de Vizela, Porto), Alcino Soutinho (fotografia na Chinati Foundation (Marfa, Texas), em 1998, captada por Laura Soutinho), Rui Goes Ferreira, Raúl Hestnes Ferreira (Biblioteca Municipal de Marvila, Lisboa)), José Carlos Loureiro (o arquiteto e a cidade do Porto, em texto de Manuel Correia Fernandes) e Alfredo Leal Machado (o arquiteto e a Escola de Belas Artes do Porto: trabalhos académicos e o projeto para o Pavilhão de Arquitetura). - Outras efemérides, como: Os 99 anos do TNSJ (peça desenhada da autoria de José Marques da Silva); Dia da Poesia (Mensagem, livro de Fernando Távora); Dia Mundial do Teatro (“Anverso e Reverso. 20 folhas volantes com notas e desenhos do Arquiteto José Marques da Silva”, de Luís Soares Carneiro), Dia do Livro (“A Decadência do Ocidente”, livro da biblioteca de Fernando Távora), Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (planeamento de visita guiada a Vila Franca de Xira); Dia Internacional dos Museus (inauguração da exposição dedicada a Fernando Lanhas); Dia da Fotografia (registos fotográficos da Igreja de Cedofeita projetada por Marques da Silva, Porto); Jornadas Europeias do Património (Blow up). No que se refere a dados quanto à publicação da Newsletter e alcance dos destaques publicados foram, em 2019: - Lançados 5 números da Newsletter digital; - Atualizada em permanência, em português e em inglês, a página web da Fundação que, no final de 2019, registava 249.644 visitas acumuladas, número que traduz um aumento de 1,62 % face aos números registados em 2018; - Assegurado que todas as iniciativas promovidas pela Fundação e por entidades parceiras fosse objeto de divulgação na página de facebook, que conta com 5.592 seguidores, no twitter, com 317 seguidores, tendo as iniciativas de maior relevância sido igualmente divulgadas através de correio eletrónico. Prevê-se para 2020 a ativação da conta no Instagram, com informação a disponibilizar regularmente, desde logo em articulação com os projetos expositivos a promover com as novas valências das Casas-Sede da Fundação Marques da Silva. De notar ainda que, em 2019, a atividade da instituição captou por diversas vezes o interesse dos Media. Nomeadamente em artigos publicados no jornal Público, recensões de livros no Observador, e reportagens na SIC e Porto Canal. Para o Centro Português de Fundações foram ainda gravados em vídeo os testemunhos da Presidente da Fundação Marques da Silva e de Gonçalo Canto Moniz, em resposta a um projeto mais amplo de divulgação que terá lugar em 2020.
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III. Património Edificado josé marques da silva
A Fundação Marques da Silva gere um conjunto de imóveis de particular significado patrimonial e de importância vital para o sucesso do projeto e missão que presidem a esta instituição. Desde logo porque na Casa-Atelier e no Palacete localizados na praça Marquês de Pombal, no Porto, está instalada a sua sede e centro operacional; porque parte tem o valor simbólico de traduzir a forma de projetar de José Marques da Silva, ou porque neles residem também memórias da vida familiar de Marques da Silva e das suas ligações familiares, caso dos imóveis mencionados, dos edifícios situados na rua das Carmelitas e da rua Alexandre Braga, no Porto, bem como do edifício e terrenos em Barcelos; mas também porque deles provêm as receitas que garantem o financiamento corrente da Fundação Marques da Silva. Isto pressupõe múltiplas ações: garantir a manutenção e preservação arquitetónica, adequar a novas funções e às exigências dos nossos dias espaços projetados para outras finalidades e datados no tempo da sua construção, com inerentes necessidades de modernização, bem como rentabilizar a sua utilização para maximizar respostas e/ ou entrada de fundos. Esta intervenção é, por sua vez, enquadrada pelas coordenadas definidas no Plano Estratégico delineado para a Fundação Marques da Silva e pela atividade que delas decorre, estando igualmente incorporado no seu plano de ação o acompanhamento de obras projetadas por arquitetos representados na instituição e que possam estar a ser alvo de projetos de reabilitação ou perante contextos de degradação ou perda de sentido arquitetónico e urbanístico. Por esta razão, tem vindo a lutar por desempenhar um papel ativo no processo de transformação urbana em curso, seja através do exercício de uma prática que possa ser considerada modelar – e, no passado, já por duas vezes reconhecida pela atribuição do Prémio Joao Almada (2015) e de uma Menção Honrosa (2018) –, pela produção de conhecimento ou disponibilização de documentação que possa contribuir para um ato projetual mais fundamentado, seja na promoção ou participação em espaços de debate. A elaboração de pareceres e proposição de processos de classificação patrimonial é outra das vertentes da sua atuação neste domínio, sobretudo procurando intervir junto das entidades proprietárias dos imóveis e influenciar a implementação de projetos capazes de potenciar a valorização patrimonial.
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1. Imóveis da Fundação Marques da Silva Os imóveis que se encontram sob gestão da Fundação encontram-se localizados no Porto e em Barcelos, constituindo estes a principal fonte de rendimento do projeto institucional. Durante o ano de 2019 as Casas-sede, situadas na praça Marquês de Pombal, no Porto, beneficiaram de um investimento significativo, colocando em prática um plano que tinha em vista assegurar a resposta a dois desafios: aumentar de forma expressiva a capacidade de acomodação de acervos documentais e otimizar os espaços expositivos do Palacete, reconvertendo a sua utilização face a anos anteriores. Este plano teve ainda de considerar a articulação funcional da Casa-Atelier José Marques da Silva, Palacete Lopes Martins, Pavilhão e Jardins, de forma a assegurar a continuidade da atividade desenvolvida na Fundação. Uma decisão que decorreu da necessidade de responder ao crescimento exponencial de acervos doados à Fundação e à estratégia da Direção, apostada em trazer maior visibilidade da Fundação através da abertura do Palacete ao público, para visita a exposições temporárias que tanto se destinam a divulgar a riqueza do património documental da instituição, quanto a promovê-la enquanto equipamento cultural capaz de gerar novas dinâmicas na zona oriental da cidade.
- Reconversão de alguns espaços da Casa Atelier para albergar os serviços administrativos O piso central manteve-se inalterado, ou seja, permanece disponível para a realização de iniciativas de caráter público, ficando o restante espaço a acolher serviços técnicos e administrativos, bem como uma área reservada a trabalhos de restauro e conservação documental. - Reconversão do Palacete Lopes Martins em espaço expositivo e de arquivo O palacete foi alvo de múltiplas intervenções de reabilitação e limpeza, com particular incidência na sala de jantar, agora reconvertida em sala de conferências. Estas ações implicaram a reacomodação de todos objetos, documentos, maquetas e mobiliário anteriormente depositado. A cozinha e um dos quartos, com uma área total de 82 m2, foram reconvertidos em espaço de arquivo. Os restantes espaços ficam agora disponíveis para acolher projetos expositivos num total aproximado de 500 m2. Prosseguiram ainda os habituais trabalhos de arranjo e manutenção dos jardins, que voltaram a estar integrados no Roteiro de Camélias do Porto. ----------- 1.2.
Outros imóveis: Porto e Barcelos
Paralelamente, prosseguiu a estratégia de otimização de rentabilidade dos restantes imóveis da Fundação que, tendo por base uma diligente e cuidadosa manutenção, bem como um forte investimento na recuperação/remodelação de imóveis para arrendamento, permitiu manter a quase total alocação dos imóveis sob sua gestão.
Em resposta aos problemas detetados, resultantes do desgaste normal do património construído, e à necessidade de tornar os imóveis comercialmente mais atrativos, incrementando a sua viabilidade económica, foram efetuadas diversas intervenções, a seguir discriminadas:
----------- 1.1.
Casas-Sede da Fundação
- Intervenções nos prédios da Rua das Carmelitas e da Rua de Ferreira Borges, no Porto, assim como, no prédio da Rua de Barjona de Freitas, em Barcelos, na sequência da reclamação de vários inquilinos.
O novo programa desenhado para a Sede da Fundação implicou a realização de trabalhos de manutenção e de readaptação, nomeadamente:
2. Intervenção pública
- Reconversão do Pavilhão do jardim em arquivo, com a instalação de estantes compactas A ocupação deste espaço localizado no interior do jardim do Palacete Lopes Martins encontra-se agora totalmente vocacionado para o acolhimento de documentação, tendo as áreas de trabalho remanescentes sido transferidas para a Casa Atelier José Marques da Silva. As estantes compactas agora instaladas passam a dotar o Pavilhão de capacidade para acolher mais de 500 ml de documentação escrita, tendo ainda sido equipado com 150 gavetas A0, destinadas a peças desenhadas, sobre as quais foram instaladas prateleiras que viabilizam a arrumação em depósito de um número significativo de maquetas de arquitetura.
Durante o ano de 2019, o investigador David Ordoñez concluiu a sua investigação sobre a Casa da Igreja de Fernando Távora, pelo que a eventual abertura de um processo de classificação foi sendo equacionada em conjunto com as autoridades municipais de Mondim de Basto.
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IV. Contas josé marques da silva
As contas que acompanham este relatório, o Balanço e a Demonstração de Resultados permitem evidenciar o esforço de cumprimento do orçamento previsto para o ano de 2019, apesar da manutenção das taxas das aplicações financeiras a um nível historicamente muito baixo. Verificou-se, no entanto, um aumento das receitas com rendas de 2,56 % para 277.185€, devido à reapreciação e renegociação de alguns dos contratos de arrendamento. Os gastos com pessoal diminuíram 14.952 € para 141.714 € devido à redução da carga de pessoal ocorrida em 2018 mas, por outro lado, os fornecimento e serviços externos aumentaram 26.609 € para 106.194 € devido principalmente à contratação de dois prestadores de serviços para aumento da capacidade de tratamento técnico dos acervos incorporados no decorrer do exercício. O resultado líquido do exercício aumentou para (-74.196 €), mantendo-se um resultado operacional (EBITDA) francamente positivo de 34.702 €, o que traduz a sustentabilidade da FIMS e a capacidade de pagar os fortes investimentos que têm sido feitos nos últimos anos.
V. Perspetivas futuras e eventos subsequentes Apesar das incertezas relacionadas com a pandemia da doença COVID-19, o Conselho Diretivo considera que o principio da continuidade é o mais apropriado na preparação das demonstrações financeiras reportadas a 31 de dezembro de 2019. Não obstante haver já alguns pedidos de suspensão de rendas por parte de arrendatários habitacionais e não habitacionais, a robustez financeira da Fundação permite-lhe assegurar o suporte de todas as atividades previstas para o exercício de 2020.
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Conclusão O ano de 2019 foi marcado pela definição, execução e monitorização de um plano de intervenção, reconversão e reorganização dos espaços onde a Fundação Marques da Silva desenvolve a sua atividade: o conjunto formado pela Casa-Atelier José Marques da Silva e o Palacete Lopes Martins, incluindo os jardins e o Pavilhão aí implantado, localizado na Praça Marquês de Pombal, no Porto. Um processo que permite à instituição, enquanto não vê materializado o desejo de construção de um Centro de Documentação de raiz, de contar com um aumento substancial da sua capacidade de acolhimento de documentação e da área expositiva, centrada agora no Palacete Lopes Martins, ainda que a Casa-Atelier, pelo simbolismo e nobreza de alguns dos seus espaços, continue a manter o piso principal reservado para a realização de encontros e instalações de caracter expositivo. Um plano complexo, implementado sem quebra de atendimento público e em simultâneo com a realização das iniciativas previstas no Plano de Atividades ou surgidas no decurso de convites externos não previstos. Sendo que, ao longo do ano, ainda se verificou a incorporação de 6 novos acervos, como os de Manuel Graça Dias ou Manuel Marques de Aguiar, de grande dimensão física e grande diversidade de suportes, e a preparação de um projeto expositivo, sob curadoria de Luís Urbano, tendo em vista a inauguração da exposição “Mais que arquitectura”, para dará a ver documentação e espaços renovados. A sua concretização e invulgarmente rápido tratamento, que tem igualmente em vista o abreviamento da disponibilização da nova documentação e dos núcleos integrados em 2018, a investigadores ou para projetos expositivos, foi acompanhada de um reforço dos seus recursos humanos, mais uma vez considerando uma visão integradora da dimensão técnica com a dimensão da investigação, enquanto fator de rigor científico na execução das múltiplas tarefas que executam ou se propõe desenvolver. Assim, a Fundação Marques da Silva encerra o ano de 2019 com o registo de resultados que traduzem a sua capacidade para continuar a expandir o território de atuação e a promessa de implementação de um plano estratégico que não somente acautele o desenvolvimento sustentável da instituição como providencie o crescimento do seu corpo documental através do acolhimento de novos fundos documentais e da materialização da união com o Centro de Documentação da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Por fim, capacitando-a de condições para o desenvolvimento de projetos que lhe possam trazer novas dinâmicas e uma renovada e ampliada visibilidade pública. Com uma já longa história a comprovar capacidades e competências, classificar, preservar, disponibilizar, investigar, relacionar, divulgar continuam a ditar orientações estruturantes da prática desta Fundação dedicada à preservação da memória documental arquitetónica, tal como a sedimentação e ampliação de parcerias e plataformas colaborativas, mantendo sempre uma prática pautada pelo rigor, diversificando diálogos e promovendo abordagens com base em objetivos claros, cientificamente definidos e fundamentados.
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A ligação entre memória documental e obra construída, a disponibilidade para contribuir para uma reflexão fundamentada sobre como intervir no património que nos é legado, património do Moderno incluído, continua a ser uma linha orientadora determinante para que se mantenha a ligação entre a obra do arquiteto e a leitura dos espaços que projetaram. Para além das fronteiras geográficas do projetado, da circulação da documentação nas várias ações promovidas e dos espaços de reflexão e debate, continua a ser potenciada a partilha da documentação e da informação na esfera digital, formas indispensáveis firmar esta instituição e a importância do seu projeto fundacional a uma escala regional, mas sobretudo nacional, internacional. Por todo o exposto, é convicção do Conselho Diretivo da FIMS que o Relatório de Atividades e Gestão e os demais documentos da prestação de contas, elaborados de acordo com o SNC-AP e as normas e os princípios contabilísticos geralmente aceites, reproduzem de uma forma verdadeira e apropriada o resultado das operações da Fundação, pelo que se propõe que sejam aprovados. Propõe-se que o resultado líquido negativo apurado no exercício de 2019, no montante de (-74.195,70 €), seja transferido, na sua totalidade, para a conta de resultados transitados.
Porto, 16 de abril de 2020
O Conselho Diretivo