mini guia de campo
Aderno
Phillyrea latifolia matagais mediterrânicos, associado a locais húmidos. Flores pequenas, agrupadas na axila das folhas e frutos ovoides (drupa), negros na maturação. Na Mata Nacional do Buçaco, nomeadamente aderno com porte e idade notáveis que constituem um verdadeiro e talvez único adernal no país. Característicos pelas suas múltiplas formas tortuosas, os adernos ornamentam o sinuoso e singular caminho da Floresta Relíquia.
Medronheiro Arbutus unedo
Árvore de pequeno porte, o medronheiro é uma planta que cresce em bosques ou matagais sempre verdes. Flores pequenas em forma de jarro com boca estreita, ocorrem no outono, em simultâneo com demoraram um ano a completar o amadurecimento. Na Mata Nacional do Buçaco existem vários exemplares de medronheiro, sua longa existência na mata.
Loureiro
Laurus nobilis
Relíquia da Laurissilva, o loureiro estende-se por todos os países da Bacia do Mediterrâneo, sendo difícil determinar a sua área natural, devido à sua cultura ter sido muito difundida. Em Portugal é espontâneo ou subespontâneo nas matas, nas margens dos rios do centro e sul do país e, também, cultivado em todo o país. Um olhar menos atento pode levar à confusão com o Pittosporum undulatum, distinguindo-se perfeitamente o loureiro pelo aroma das folhas, bagas pretas, folhas com margem não ondulada e nervura central bem evidente.
Azevinho
Ilex aquifolium
Relíquia da Laurissilva, ocorre espontaneamente em bosques e matagais húmidos. Conhecido pela sua beleza e particularmente pela utilização como ornamental, sobretudo na quadra natalícia, o azevinho tornou-se raro enquanto planta espontânea, pelo que houve necessidade de proibir a colheita dos seus ramos com frutos (exemplares femininos) e o corte no meio natural, através do Decreto-Lei nº 423/89. Na Mata Nacional do Buçaco podemos admirar vários exemplares frutíferos, com especial destaque para os existentes na Floresta Relíquia.
Flora autóctone árvores e arbustos
Azereiro
Prunus lusitanica
Relíquia da Laurissilva, o azereiro cresce espontaneamente em Portugal na região montanhosa do norte e do centro, sendo fragrantes reunidas em cachos alongados, frutos avermelhados e folhagem sempre verde. Floresce de maio a junho. A Floresta Relíquia conta com alguns exemplares notáveis pelo porte que exibem.
Carvalho-alvarinho Quercus robur
É a espécie de carvalho mais abundante em toda a Europa, contudo os bosques de Quercus robur, que outrora ocupavam a região norte e centro do país, estão atualmente reduzidos e/ou associados a outras folhosas, formando pequenos bosques mistos. Na Floresta Relíquia existe uma zona de carvalhal com predomínio do carvalho-alvarinho (Quercus robur) onde podemos observar exemplares seculares.
Gilbardeira
Ruscus aculeatus
Subarbusto mediterrânico com uma distribuição ampla em Portugal Continental. Tem sido muito usado como ornamental em jardins e para arranjos natalícios, como substituto do azevinho, sendo no entanto protegido na Europa pelo Anexo V da Diretiva Habitats. A gilbardeira possui “falsas folhas” designadas por que mais tarde dão origem às bagas vermelhas, quando maduras. É muito abundante no sub-bosque da Floresta Relíquia da Mata Nacional do Buçaco, sendo uma das espécies caraterísticas dos habitats naturais.
Torga
Erica arborea
Arbusto que ocorre em matas e sítios frescos, em clareiras e orlas de bosques. De uma forma ampla a torga ocorre em torno da região mediterrânica. Também conhecida por urze-branca possui uma madeira muito dura e pesada de cor avermelhada, muito apreciada como combustível e para obtenção de carvão. Na Floresta Relíquia é característica dos habitats alguns exemplares de grande porte.
Folhado
Viburnum tinus
Arbusto nativo das regiões do Mediterrâneo e Macaronésia, o folhado é uma relíquia da Laurissilva que pode ser observado em bosques sempre verdes, matagais, zonas ribeirinhas e outros locais húmidos. Atualmente é um dos arbustos autóctones ornamentais brancas e coloração azul-metalizado dos frutos quando maduros. Na Floresta Relíquia é uma espécie característica dos habitats naturais aí existentes.
Com a contribuição do instrumento financeiro LIFE da União Europeia
Lísia Lopes e Rosa Pinho Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro