Brochura adernal final

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Pequeno arbusto mediterrânico com uma distribuição ampla em Portugal Continental tem sido muito usado como ornamental em jardins e para arranjos natalícios, como substituto do azevinho, pela aparente semelhança com este, sendo no entanto protegido na Europa pelo Anexo V da Diretiva Habitats. A gilbardeira possui “falsas folhas” designadas por cladódios, muito apreciados para fazer vassouras. É muito abundante no sub-bosque da Floresta Relíquia da Mata Nacional do Buçaco, sendo uma das espécies caraterística dos Habitats Naturais aí existentes.

Gilbardeira Ruscus aculeatus

O azereiro é um arbusto de folhagem perene, com folha coriácea ligeiramente brihante, de médio a grande porte (normalmente crescendo até 3 a 8 m de altura). É uma relíquia da floresta de Laurissilva que outrora terá coberto a bacia do Mediterrâneo no Terciário. Este arbusto é nativo de Portugal, Espanha e sudoeste de França. Apresenta floração em Junho. É uma espécie muito cultivada como ornamental em outros países do oeste da Europa, tornando-se algumas vezes uma espécie naturalizada.

Azereiro Prunus lusitanica

Espécie arbustiva de folhagem persistente, com floração a ocorrer no Inverno, desde Dezembro até Março. As flores são solitárias ou em pequenas umbelas com 1 a 3 unidades. Apresenta a sua distribuição na Península Ibérica e sudoeste de França. É muito comum em urzais e outros matos ripícolas e em orlas de bosques. A torga apresenta tendência para ocupar locais húmidos e sombrios. Em Portugal ocorre sobretudo no centro e sul. É uma planta melífera que atrai grande quantidade de insetos.

Torga Erica arborea

O tojo-molar é um arbusto espinhoso até cerca de 1m de altura, com uma intensa floração amarela entre março e setembro. A sua ocorrência distribui-se ao longo do sudoeste da Europa e Macedónia. É uma espécie comum em Portugal, exceto nas zonas mais continentais. Cresce em matagais e terrenos incultos, com preferência por locais temporariamente encharcados, até aos 900 m de altitude. Apresenta um papel importante na alimentação do gado nas áreas montanhosas no centro e norte de Portugal.

Arbusto de grande porte da família das rosáceas, nativo da Europa. Pode apresentar pontualmente o porte arbóreo. Apresenta folhagem caduca, que pode ser utilizada para fazer chã, e ramagem provida de espinhos longos e aguçados. É espontâneo em diversas condições, indiferente ao pH, tendo contudo preferência por solos frescos e profundos, surgindo em baixas altitudes ou no fundo dos vales. Necessita de humidade no solo para se desenvolver em plenitude.

Tojo-molar Ulex minor

Pilriteiro Crataegus monogyna

O selo-de-Salomão é um geófito rizomatoso originário do sul, norte e centro da Europa e Ásia temperada. Enquanto geófito as suas gemas de renovo encontram-se abaixo da superfície do solo, pelo que a planta pode aparentemente desaparecer e voltar a crescer. Esta herbácea é muito comum na Mata Climácica da MNB e encontra-se normalmente no sub-bosque dos adernais e carvalhais. No final da Primavera apresenta uma flor branca, de pequena dimensão. Cresce em solos húmidos e sombrios.

Selo-de-Salomão Polygonatum odoratum

Género de pteridófitas até cerca de 30 cm de altura, com soros dispostos em conjuntos redondos, dispostos em ambos os lados da nervura central das folhas. Uma das espécies mais comuns em Portugal é o Polypodium vulgare, que cresce frequentemente em telhados, muros e troncos de árvores. Polypodium deriva do grego polys (muitos) + podium (raíz). O nome terá haver com o denso rizoma que cresce horizontalmente, dando origem a várias frondes que emergem à superfície.

O umbigo-de-Vénus ou coucelos é uma planta rupícola, com flor carnuda, da família das crassuláceas. É uma herbácea que cresce até cerca dos 20 a 30 cm de altura. O seu nome deve-se à forma das suas flores que apresentam um orifício central semelhante a um umbigo. Encontra-se distribuída por toda a Europa Central e Meridional, sobretudo na região mediterrânica. Em Portugal distribui-se por todo o território, crescendo frequentemente em muros, telhados e troncos de árvores.

Polipódio Polypodium cambricum

Umbigo-de-Vénus Umbilicus rupestris

Estrato Herbáceo

Estrato Arbustivo

zonas húmidas

Trilho Adernal

Estrato Herbáceo zonas secas

Estrato Arbóreo

Medronheiro Arbutus unedo

Loureiro Laurus nobilis

O medronheiro é uma planta muito decorativa, devido à sua folhagem persistente e, sobretudo, aos seus frutos (medronhos) globosos de cor vermelha quando maduros, que podem ser acompanhados pelas flores, oferecendo estas um ótimo néctar para as abelhas. Cresce nos bosques e matagais de folhagem sempre verde, representando uma relíquia da Laurissilva. Na Mata Nacional do Buçaco existem vários exemplares de medronheiro, muitos deles de grande porte, com caules tortuosos que refletem a sua longa existência na mata.

O loureiro é uma espécie emblemática da Laurissilva. É um arbusto que pode crescer até aos 20 m de altura, apresentando contudo na generalidade uma dimensão até aos 10 m. Apresenta uma copa ovalada, com folhagem aromática densa. As suas folhas são coriáceas. É nativo do mediterrâneo e cultivado em muitas regiões da Europa. Apesar de atualmente ser utilizado com fim condimentar, as suas folhas eram outrora utilizadas para fazer as grinaldas dos imperadores e poetas clássicos.

Aderno Philyrea latifolia Árvore de pequeno porte, sempre verde, caraterística das florestas e matagais mediterrânicos, associado a locais húmidos. Na Mata Nacional do Buçaco destacam-se os magníficos exemplares, de porte e idade notáveis, que existem na Floresta Relíquia, próximo da Cruz Alta. Área onde a intervenção do homem não alterou tanto a naturalidade do local, entramos na floresta autóctone, onde existe o único adernal do país, que com as suas múltiplas formas tortuosas ornamentam o sinuoso caminho.

Azevinho Ilex aquifolium

Arenaria Arenaria montana

Uva-de-gato Sedum hirsutum

Arroz-das-paredes Sedum forsterianum

O azevinho é uma espécie dioica, sempre verde que foi alvo da apanha intensiva, sobretudo na época natalícia. Está classificada em perigo de extinção no estado selvagem, sendo uma das poucas espécies da flora portuguesa com legislação própria relativa à sua proteção (Decreto-Lei nº 423/1989, de 4 de Dezembro). Na Mata Nacional do Buçaco podemos admirar vários exemplares frutíferos, com especial destaque para os existentes na Floresta Relíquia.

A arenaria é uma planta perene, com pêlos, cespitosa, até 30 cm de altura. As folhas são opostas, moles, lanceoladas, agudas e finas nas margens. As inflorescências são solitárias, com poucas (seis no máximo), grandes e com pedicelos compridos. Na Mata Nacional do Buçaco pode-se observar esta espécie junto das zonas rochosas do adernal. A sua floração ocorre entre março a agosto.

Uva-de-gato é uma planta perene, glandulosa em todas as partes aéreas, com caules que podem atingir até 15cm. As folhas são opostas, obovadas, carnudas e esverdeadas. As flores são pentâmeras, com pétalas brancas ou rosadas. Na Mata Nacional do Buçaco pode-se observar esta espécie junto das zonas rochosas do Adernal. A sua floração ocorre entre junho e agosto.

Planta perene, de cor ferrugínea, mais ou menos carnuda, de pequeno porte, com raízes finas e abundantes que nascem dos rebentos anuais. As folhas são oblongo-lineares e agudas. As flores são pentâmeras ou hexâmeras, de pétalas livres, com uma cor amarelo intenso. Na Mata Nacional do Buçaco pode-se observar esta espécie junto das zonas rochosas do adernal. A sua floração ocorre entre abril e julho.

Arroz-dos-muros Sedum brevifolium Arroz-dos-muros é uma planta perene, glabra, esverdeada ou arroxeada, de pequeno porte (2 a 14 cm) mais ou menos ramificada, com folhas carnudas e brilhantes. As flores estão dispostas em inflorescências em cimeiras e possuem uma cor branca rosada. Na Mata Nacional do Buçaco podemos observar esta espécie junto das zonas rochosas do Adernal. A sua floração ocorre entre maio e julho.


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