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EDIÇÃO N° 1 2019
FUNDO BARNABAS - AGÊNCIA DE AJUDA PARA A IGREJA PERSEGUIDA - TRAZENDO ESPERANÇA PARA OS CRISTÃOS QUE SOFREM
ARÁBIA SAUDIRA E IRÃ Histórias contrastantes de perseguição Cristã
MYANMAR (BIRMÂNIA)
A perseguição implacável do exército continua
Esperança para os necessitados Ajudando Cristãos desabrigados e traumatizados no Myanmar (Birmânia)
A ABELHA DE SALOMÃO
Somente a sabedoria de Deus pode guiar em tempos de decepção
A Diferença do Fundo Barnabas Nós trabalhamos: ●● Direcionando nossa ajuda prioritariamente para Cristãos, embora possa beneficiar outros (“Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé. ” Gálatas 6:10, ênfase adicionada) ●● Direcionando recursos de Cristãos para Cristãos (nós não enviamos pessoas, só enviamos dinheiro) ●● Direcionando o dinheiro através de estruturas existentes nos países para qual o dinheiro é enviado (ex. Igrejas locais ou organizações Cristãs) ●● Utilizando o dinheiro para financiar projetos desenvolvidos por Cristãos locais em suas comunidades, países ou regiões ●● Considerando qualquer pedido, independentemente do tamanho ●● Agindo como parceiros iguais com a Igreja perseguida, nos quais os lideres ajudam no direcionamento geral ●● Agindo em nome da Igreja perseguida, sendo a sua voz – tornando suas
Como nos encontrar Brasil Londrina - PR Pr Paulo Fiori Telefone: 43 99646 9259 Thiago T. Biazin Telefone: 43 99958 9537 Email: informacoes@barnabasfund.org EUA 6731 Curran St, McLean, VA 22101 Telefone (703) 288-1681 ou ligue grátis 1-866-936-2525 Fax (703) 288-1682 Email usa@barnabasaid.org Austrália PO BOX 3527, LOGANHOLME, QLD 4129 Telefone (07) 3806 1076 ou 1300 365 799 Fax (07) 3806 4076 Email bfaustralia@barnabasfund.org
O que faz com que o Fundo Barnabas seja diferente de outras organizações Cristãs que lidam com perseguição?
necessidades conhecidas pelos Cristãos ao redor do mundo e a injustiça de sua perseguição conhecida a governantes e as organizações internacionais
Nós buscamos: ●● suprir tanto necessidades práticas como espirituais ●● encorajar, fortalecer e capacitar a Igreja local e comunidades Cristãs existentes – para que eles possam manter sua presença e testemunho ao invés de montar nossa própria estrutura e enviar missionários ●● enfrentar a perseguição em sua raiz tornando conhecido os aspectos da fé Islâmica e outras ideologias que podem resultar em injustiça e opressão aos Cristãos e a outros ●● informar e habilitar Cristãos no Ocidente para responder ao Islamismo, que tem sido um desafio crescente para a Igreja, para a sociedade e para as missões em seus próprios países ●● facilitar a interseção global pela Igreja
perseguida provendo material de oração compreensível ●● defender e proteger nossos voluntários, equipes, parceiros e beneficiados ●● manter nossos custos baixos
Nós acreditamos: ●● nós somos chamados a endereçar ideologias tanto religiosas quanto seculares que negam à completa Liberdade das minorias Cristãs – enquanto continuamos a mostrar o amor de Deus para todas as pessoas ●● no ensino Bíblico claro de que Cristãos devem tratar todas as pessoas, de todas as religiões e credos com compaixão, mesmo aqueles que buscam persegui-los ●● no poder que a oração tem de mudar a vida e situação das pessoas, seja pela graça para enfrentar o sofrimento ou pelo livramento “O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram. ”
Você pode entrar em contato o Fundo Barnabas nos seguintes endereços Reino Unido 9 Priory Row, Coventry CV1 5EX Telefone 024 7623 1923 Fax 024 7683 4718 De fora do Reino Unido Telefone +44 24 7623 1923 Fax +44 24 7683 4718 Email info@barnabasfund.org Número de registro de caridade 1092935 Empresa registrada na Inglaterra com o número 4029536 Para uma lista com todas instruções, favor entrar em contato Barnabas Fund UK em Coventry endereço acima. Nova Zelândia PO Box 276018, Manukau City, Auckland, 2241 Telefone (09) 280 4385 ou 0800 008 805 Email office@barnabasfund.org.nz
Alemanha Doadores da Alemanha podem enviar doações para o Fundo Barnabas via Hilfe für Brüder que irá prover um recibo para deduzir imposto. Favor mencionar que a doação e para “SPC 20 Barnabas Fund”. Se quiser que sua doação vá para um projeto especifico, do Fundo Barnabas, favor informar o escritório do Fundo Barnabas em Pewsey, UK. Titular da conta: Hilfe für Brüder International e.V. Número da conta: 415 600 Banco: Evang Kreditgenossenschaft Stuttgart IBAN: DE89520604100000415600 BIC: GENODEF1EK1
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desculpas por qualquer erro ou omissão e será grato por qualquer informação futura relacionada aos Direitos Autorais.
Bíblia foram borradas por motivo de segurança, para assim manter em segredo sua tribo.)
barnabasaid a revista do Fundo Barnabas
©Barnabas Aid Inc. 2019. Para permissão para poder reproduzir os artigos desta revista, favor entrar em contato com a Sede Internacional citada acima.
Publicado por Barnabas Aid Inc.
nomes podem ter sido modificados ou omitidos. Obrigado pela compreensão.
A menos que mencionado, as referências da Bíblia são retiradas da Nova Versão Internacional.
JANEIRO/FEVEREIRO 2019
Todo esforço foi feito para encontrar os autores e obter permissão para as histórias e imagens utilizadas nesta publicação. O Fundo Barnabas pede
Capa: Uma Cristã desabrigada do Myanmar (Birmânia) segura uma Bíblia em sua própria língua, a qual foi dada pelo Fundo Barnabas. (As palavras da capa da
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(Mateus 25:40)
Editorial
Conteúdo
A abelha de Salomão
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Compaixão em Ação Assistência e reconstrução para Cristãos Indonésios atingidos pelo terremoto
D
Princípios que foram construídos em valores Bíblicos e judaico Critsão estão desaparecendo rapidamente
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Na sombra da morte A perseguição contrastante de Cristãos na Arábia Saudita e Irã
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Sujeitos à perseguição Perseguição em destinos de férias populares nas Maldivas
Impulsionando
e acordo com a tradição Judaica, quando a Rainha Sabá foi visitar o Rei Salomão em Jerusalém, ela decidiu colocar à prova sua famosa sabedoria. Ela montou dois arranjos de flores, um com flores verdadeiras e outro artificial. Ela desafiou o Rei a distinguir o arranjo verdadeiro do falso sem chegar perto deles. O Rei Salomão, como diz a tradição, abriu uma janela e logo em seguida uma abelha entrou voando. Claro, ela foi diretamente para as flores verdadeiras em busca do néctar e assim Salomão pôde identificar o verdadeiro e o falso. O ano de 2018 foi um período quando se tornou muito difícil distinguir a verdade da mentira, ou certo do errado. As velhas certezas se foram e às vezes parece que a única coisa que nós temos certeza é do crescimento da incerteza em nosso tempo. No mundo Ocidental, nossa cultura está entrando em colapso. Princípios que foram construídos em valores Bíblicos e Judaico Cristão estão desaparecendo rapidamente sob o ataque do humanismo secular. No mundo não Ocidental, novas ideologias baseadas no totalitarismo religioso ou nacionalista estão crescendo rapidamente. Em todas estas situações a Igreja está cada vez mais sob opressão. E nesta nova ordem, é difícil saber em quais países se pode confiar ... ou neste caso, quais instituições, igrejas ou líderes Cristãos. No caso de Aasia Bibi, por exemplo, o governo Britânico, guiado por uma Primeira Ministra que é filha de um vigário, deixou claro que esta mulher Cristã do Paquistão não é bemvinda no Reino Unido. Por outro lado, um enviado comercial Britânico renunciou seu cargo, em partes pela recusa do governo em receber Aasia Bibi; ele é um Muçulmano, e filho de um imame (título muçulmano que designa o sacerdote). Países que já se orgulharam de sua liberdade religiosa e dos direitos humanos e continuam falando, mas muitas vezes não agem como falam. A Arábia Saudita é um país onde é tão perigoso deixar o Islamismo e seguir a Cristo que Cristãos Sauditas têm que manter sua fé completamente em segredo por medo de serem executados. Certamente que o Irã torna a vida de Cristãos muito difícil e muitos foram presos, mas tem uma igreja de convertidos do Islamismo funcionando com um número estimado entre 350.000 a um milhão de membros (embora algumas estimativas cheguem a três milhões), que se reúnem para cultos como congregação, e somente uma pessoa foi executada. Mesmo assim a Arábia Saudita é reconhecida pelo Ocidente e o Irã é condenado. Hoje, Cristãos se encontram cada vez mais desorientados. Uma nova onda anti Cristã de marginalização, discriminação e perseguição está se desenvolvendo, e nós temos dificuldade em saber como responder. Vemos a Igreja crescendo em lugares opressores como Irã, Índia e China. Vemos a Igreja morrendo mesmo com a liberdade do Ocidente. Alguns Cristãos no Ocidente vivem suas respeitáveis vidas, ainda alheios à enxurrada que está chegando, e perguntam qual é o problema. Outros enxergam o perigo, e querem fugir - mas para onde? Outros ainda querem ficar e lutar, mas como? No Velho Testamento lemos sobre o homem de Issacar que entendeu as circunstâncias e sabia o que os Cristãos deveriam fazer (1 Crônicas 12:32). Nos dias de hoje existe uma grande necessidade de tais homens e mulheres – àqueles que podem entender nosso tempo, que conheçam os pensamentos de Deus para Seu povo em nossa época, que possam discernir a verdade entre um monte de mentiras e nóticias falsas. Jesus disse, “Eu sou ... a verdade.” (João 14:6) A palavra Grega para verdade é aletheia que pode significar na verdade o oposto a ouropel (aparência enganosa de luxo), falsidade e fingimento. Melhor do que qualquer abelha, nós temos Cristo, a sabedoria de Deus (1 Coríntios 1:24) que pode verdadeiramente nos guiar nesta realidade e em Seus caminhos. Então saberemos como deveremos viver, como devemos servi-Lo e como devemos servir e cuidar de Seu povo perseguido ao redor do mundo.
Uma História da Perseguição Cristã Parte 9: Perseguição no Extremo Oriente – parte 1
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Nossa Liberdade Religiosa 300 anos da revogação do primeiro Ato de Prova
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Em Resumo Absolvição de Aasia Bibi pela Suprema Corte da acusação de “blasfêmia”
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Desabrigados, necessitados e traumatizados Contínua perseguição de minorias Cristãs no Myanmar (Birmânia)
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Em contato Neto fiel em oração manda sua mesada para ajudar Cristãos perseguidos
como barnabas está ajudando Dignidade e autossuficiência para refugiados Cristãos Somalianos Cristãos Somalianos pobres vivendo no campo Dadaab no Quênia receberam maquinas de costura e treinamento para começar seus próprios pequenos negócios. “Sua dignidade foi restaurada ao não se verem mais como mendigos,” disse o parceiro de projetos do Barnabas.
Alívio no inverno para Cristãos devastados pela guerra na Síria No meio da neve do inverno, o Natal é frio e impiedoso para as famílias Cristãs na Síria, cujas vidas e subsistência foram destruídas pela guerra civil.
Nove mulheres e seis homens frequentaram a primeira rodada de treinamento e compartilham cinco máquinas de costura. Um homem de 30 anos, surdo já é um alfaiate talentoso. O manual de treinamento dos líderes foi traduzido para a linguagem de sinais para ele. O projeto foi “resposta de oração” que possibilitou Cristãos vulneráveis “a começarem a trabalhar com as próprias mãos e obter um sustento”.
O Fundo Barnabas está fornecendo aquecedores e cobertores para os Cristãos na Síria, assim como cestas básicas contendo arroz, farinha, óleo de cozinha, atum, carne enlatada e chá. Nós também enviamos recursos para que crianças Cristãs em Damasco, Homs, Hama e Tartus possam receber um pacote de presente de Natal especial com uma manta de inverno, cachecol, gorro e luvas. Cada criança também vai receber um conjunto de mochila e estojo, com livros de atividades e para desenhar, canetas, lápis de cor, uma régua e um kit de geometria.
Os Cristãos Somalis, do grupo étnico Bantu, são negligenciados e maltratados por outros Somalis. Se eles são identificados como assumidamente convertidos ao Cristianismo, eles podem ser mortos. As autoridades do Quênia estão forçando o fechamento do campo e que os refugiados Somalianos sejam repatriados de volta para a Somália, onde Cristãos podem enfrentar ainda mais perseguição.
O presente das crianças não é somente para levar um sorriso em seus rostos, mas para ajudar a curar o trauma causado pelo conflito. O parceiro do Barnabas explica, “O peso psicológico de viver durante oito anos se perguntando se hoje vai ser seu último dia é enorme. Por fim, é necessário que o estresse das crianças acabe ou que pelo menos seja reduzido, e nós estamos planejando que este Natal seja um marco nesta trajetória.
A primeira oficina de costura (foto) foi acompanhada por mais de cinco meses para se certificar de que as máquinas estavam sendo bem utilizadas R$ 2.613,00 por cinco máquinas de costura Singer, 1.879,00 para cobrir os custos de treinamento Referência do Projeto: 47-840
O Fundo Barnabas continua dando suporte para famílias Cristãs na Síria provendo o tão necessitado alívio no inverno R$ 405.000 para aliviar o inverno de Cristãos Sírios; aquecedor R$ 153,00, cobertores R$ 55,00, gorro, cachecol e luvas para as crianças R$ 40,00 Referência do Projeto: 00-1032 (Fundo do Oriente Médio para ajudar Cristãos na Síria)
Painéis solares ajudam Igreja da Guiné ser luz na escuridão Painéis solares instalados em cinco igrejas locais, na Guiné, estão transformando toda comunidade Cristã. “Isto não trouxe somente luz para estas igrejas mas também uma nova vida,” disse o Pastor Michel, “despertou um novo avivamento em meio ao povo de Deus.” Antes da instalação da iluminação, aconteceram vários furtos nas igrejas, o que tornava difícil realizar cultos à noite. A iluminação encorajou a congregação a participar dos cultos no meio da semana e no final da tarde, assim como vigílias de oração durante à noite, fortalecendo a fé dos Cristãos sitiados. Michel diz que “é uma mudança de paradigma.” As igrejas estão na Região de Floresta da Guiné, uma das quatro áreas apenas, que ainda não foram completamente dominadas pelo Islamismo. Nos últimos anos, algumas igrejas foram incendiadas na região e os Cristãos na Guiné estão sob crescente opressão vinda de parte da maioria Muçulmana.
“Através deste projeto as pessoas estão disponíveis para que os pastores os ensine a Palavra de Deus ... o que definitivamente vai fortalecê-los” – Pastor Michel R$ 17.045,00 para prover iluminação solar para cinco igrejas no Guiné, África Ocidental; custo do equipamento e instalação por igreja R$ 3.407,00 Referência do Projeto: 17-1396
Fortalecido e encorajado. Isto é o que ouvimos frequentemente dos Cristãos que receberam ajuda do Fundo Barnabas. Obrigado por tornar isso possível. Aqui estão somente alguns exemplos das diversas maneiras pelas quais temos ajudado os Cristãos perseguidos e que vivem sobre opressão.
Restauração das ruínas para Cristãos vítimas das enchentes na Índia “Houve pânico ... quando eles viram a água da enchente chegando em suas casas,” explicou um parceiro de projetos do Fundo Barnabas. Cristãos na Índia do Sul testemunharam “casas, utensílios, móveis, eletrodomésticos, roupas, alimentos, rebanhos - tudo arruinado.” No meio da completa devastação, Barnabas forneceu itens de necessidades básicas como arroz, dal (lentilhas), feijão, açúcar, café, medicamentos, roupas e calçados para crianças e colchonetes. Mais de 200.000 Cristãos Indianos foram afetados. Muitos são Dalits, os considerados “intocáveis” e muito abaixo na sociedade de maioria Hindu. Barnabas está ajudando os Cristãos a reconstruir suas vidas, trabalhando através das igrejas locais para os ajudar a tornar suas casas seguras e habitáveis novamente. Algumas têm rachaduras que precisam ser arrumadas e outras foram totalmente destruídas.
Fundo Barnabas está levando restauração para Cristãos que tiveram as vidas arruinadas R$ 722.433 para fornecer alívio da enchente e ajudar Cristãos Indianos a limpar e reparar suas casas Referência do Projeto: 00-634 (Fundo de Alívio a Desastres)
Empoderamento de líderes Cristãos para o crescimento da Igreja de Deus na Ásia Central Barnabas ajudou Cristãos em um país na Ásia Central a plantar uma igreja de convertidos do Islamismo pagando os salários dos líderes da igreja, assim como aluguel e custos de transporte e recursos para ajudar com o ministério infantil. O pastor explica que a implantação da casa igreja “criou a oportunidade de falar sobre a fé em Jesus e testemunhar como nós nos rendemos à Deus.” Muitos Muçulmanos suspeitam dos Cristãos, enquanto o estado regula rigorosamente a atividade Cristã, principalmente se forem Evangélicos. A casa igreja está se tornando uma testemunha milagrosa. Uma senhora que tinha visitado a casa igreja uma vez, foi levada para o hospital com problema incurável de saúde. A igreja “a visitou constantemente e orou” e dois meses depois ela recebeu alta. Agora, ela diz para todo mundo que sobreviveu por causa das orações e sua família vai às reuniões frequentemente.
Alguns membros da pequena congregação, que enfrentam desconfiança e desprezo de cidadãos locais, mas agora estão construindo relacionamentos R$ 8.579,00 para ajudar no sustento de um casal plantador de igreja e seus dois filhos com custos diários e ministeriais Referência do Projeto: 00-478 (Fundo de Sustento Evangelista)
Ajuda Barnabas Janeiro/Fevereiro 2019 5
Alívio e reconstrução para Cristãos da Indonésia depois do terremoto No dia 28 de Setembro, o terremoto de magnitude 7.4 seguido de tsunami que atingiu a ilha Indonésia de Sulawesi, deixou mais de 2.000 mortos e devastou cidades e vilarejos. Com o foco em áreas isoladas, Barnabas rapidamente proveu pacotes de ajudas emergenciais e montou cozinhas comunitárias para fornecer refeições. Os pacotes contiam itens como artigos de higiene, toalhas, cobertores, vitaminas e alimentos. Depois de suprir as necessidades imediatas, Barnabas está ajudando a restaurar as casas de Cristãos que foram devastadas e reconstruir os templos de cultos – pelo menos 84 igrejas foram danificadas ou destruídas. Nós estamos fornecendo materiais simples para pavilhões multiuso (que podem ser utilizadas como igrejas e escolas) e para casas pré-moldadas; Cristãos precisam desesperadamente de um teto antes que cheguem as chuvas de Fevereiro. Cristãos correspondem aproximadamente 17% da população de Celebes Central e enfrentam discriminação crescente da maioria Muçulmana; trabalhadores voluntários viram um hospital na capital regional Palu que só oferece tratamento para Muçulmanos.
Barnabas enviou ajuda emergencial de alimentos para famílias Cristãs na região de Palu R$ 307.854,00 para alívio emergencial e reconstrução em Celebes Referência do Projeto: 00-634 (Fundo de Alívio a Desastres)
6 Janeiro/Fevereiro 2019 Ajuda Barnabas
Na
SOMBRA da MORTE
A perseguição contrastante de Cristãos na Arábia Saudita e Irã
Arábia Saudita e Irã
A
Arábia Saudita e o Irã são de fato os líderes de duas denominações do Islamismo: Sunita e Xiita. Historicamente, comunidades Cristãs existiram na Península Arábica e na Pérsia (Irã). No século vinte e um, tanto a Arábia Saudita quanto o Irã têm algumas centenas de milhares de Cristãos em seus territórios. Mas, enquanto muitos dos que vivem no Irã podem viver abertamente como Cristãos, todos na Arábia Saudita devem manter sua fé escondida. Ambos os países têm pena de morte para apostasia do Islamismo, mas o Irã tem pelo menos 350.000 Cristãos Iranianos convertidos do Islamismo – talvez seja muito mais – enquanto o número de Sauditas convertidos na Arábia Saudita é pequeno. Interesses Ocidentais no petróleo e um desejo por uma “estabilidade” regional significa que a Arábia Saudita é vista como aliada ao tão chamado Ocidente “Cristão”, apesar dos conhecidos esforços do país em exportar sua violenta marca Islâmica jihadista e um programa determinado de ajuda ao redor do mundo. Enquanto o Irã, cujo governo assumiu o poder somente depois que protestos destituíram o instalado regime Ocidental, que agora é denunciado como um estado pária, supostamente responsável por grande parte da desarmonia que atormentou o Oriente Médio na última década. Comunidades Cristãs históricas foram eliminadas da Arábia Saudita há muito tempo, mas ainda dão frutos no Irã, onde estimativas apontam para a existência de mais de meio milhão de Cristãos, ainda que convertidos do Islamismo enfrentam repressão e perseguição (veja revista Ajuda Barnabas Novembro-Dezembro 2018, p. 6-9). Em contraste, o número de cidadãos Sauditas que são convertidos
Trabalhadores imigrantes são empregados em indústrias em todo Oriente Médio. A maioria da população Cristã da Arábia Saudita é de trabalhadores imigrantes da África e da Ásia
Ajuda Barnabas Janeiro/Fevereiro 2019 7
é desconhecido, pois um Muçulmano se converter ao Cristianismo é um crime capital e crentes em segredo que contaram para outros a respeito de sua fé, às vezes são mortos por membros da sua própria família. Cristãos Sauditas são efetivamente invisíveis, condenados à pena de morte por praticar secretamente sua fé. Enquanto o Irã agora é o alvo de intensificação das sanções dos EUA e foi denominado por líderes Americanos como um dos “piores violadores” da liberdade religiosa, a Arábia Saudita é recebida como um aliado na guerra contra o terror – uma grande contradição que ignora o tratamento que o país dá a Cristãos e o antigo envolvimento com violência jihadista ao redor do mundo. O amplo apoio incondicional dos governos Ocidentais à Arábia Saudita é um insulto para os seguidores de Cristo no país que vivem na sombra da morte.
Tolerância versus destruição total
No Irã, por volta de 651 DC, as comunidades Cristãs primitivas enfrentaram oposição do estado Zoroastriano e esporadicamente mais tarde, perseguição severa depois que o Irã foi conquistado pelo Islamismo. No entanto, ainda existam remanescentes destas comunidades Cristãs primitivas, assim como prédios históricos de igrejas e cemitérios. Igrejas proeminentes podem ser encontradas em Teerã, a capital do Irã, e o atual presidente do país tem até mesmo se gabado publicamente da liberdade que as comunidades Cristãs históricas tem para adorar e buscar representação política. Na Arábia Saudita, não é permitido lugares de adoração que não sejam Muçulmanos. Tampouco existe qualquer sinal público de prática religiosa não Muçulmana. Em 2012, quando questionado sobre prédios de igrejas no Kuwait, o Grande Mufti da Arábia Saudita, afirmou que era “necessário destruir todas as igrejas na região”. Seu comentário foi baseado em um hadith (um tradicional registro das ações e palavras de Maomé) que narra que Maomé declarou em seu leito de morte, “Não pode haver duas religiões na Península (Arábica).” Em Maio de 2018, uma história alegando que o governo Saudita estabeleceu um acordo com o Vaticano para permitir a construção de igrejas foi amplamente publicada pela mídia Ocidental, e posteriormente foi desmentida como fake news depois que o Vaticano negou o acordo e o jornal Egípcio que publicou a história se retratou.
8 Janeiro/Fevereiro 2019 Ajuda Barnabas
Arábia Saudita e Irã Suporte Ocidental para Arábia Saudita mas desconfiança com o Irã
Esta igreja do século quatro em Jubail, na Arábia Saudita, estava enterrada na areia até ser descoberta acidentalmente da década de 80. É uma evidência tangível de comunidades Cristãs indígenas que existiram por séculos. Autoridades Sauditas não permitem visitas ao local A última evidência física das comunidades Cristãs que uma vez floresceram na Arábia Saudita provavelmente foi destruída no sétimo século DC. Oito dioceses Cristãs existiram antes de Maomé assumir o poder, mas quando tribos Judaicas se recusaram a reconhecer suas profecias, ele declarou Cristão e Judeus como inimigos do Islamismo, ao invés de indivíduos monoteístas amigáveis. Depois de sua morte em 632, os sucessores de Maomé seguiram suas instruções de somente permitir o Islamismo na região. Depois de 650 não existem mais registros históricos de Cristãos na Arábia Saudita.
Cristãos e a Sociedade Saudita
Na Arábia Saudita, é ensinado para as crianças na escola, uma imagem extremamente negativa dos Cristãos. Foi encontrado nos livros escolares para o ano 2017-18 “conteúdo promovendo violência e intolerância ... incluindo linguagem permitindo a execução de apóstatas [do Islamismo] ... caracterizando Cristãos como mentirosos e Judeus como pessoas que querem destruir o Islamismo”. Com isso, não surpreende o fato da sociedade Saudita, de maneira geral, desprezar Cristãos. Hoje, existe uma estimativa de dois milhões de não Muçulmanos entre os oito milhões de trabalhadores estrangeiros no país, entre os quais, existem centenas de milhares de Cristãos, mas sua capacidade de exercer sua fé é extremamente limitada. Eles só são capazes de se reunirem para adorar secretamente e reuniões já foram invadidas pela polícia religiosa. Apesar de ser tecnicamente legal para estrangeiros, imigrantes do Ocidente foram deportados por se encontrar para adorar em particular. Se trabalhadores imigrantes Asiáticos e Africanos são pegos reunidos para adorar, eles enfrentam prisão, onde ficam vulneráveis a violência dos guardas.
O apoio dos governos Ocidentais à Arábia Saudita e a desconfiança com o Irã está baseada nas diferentes respostas dos dois países aos interesses Ocidentais. O Irã virou suas costas para o Ocidente em 1979, quando a Revolução Islâmica derrubou o xá pró Ocidente, encerrando a exploração Britânica às reservas de petróleo do Irã. Não aconteceu nada parecido na Arábia Saudita, onde a família real que detém o poder tem mantido relacionamento próximo com governos Ocidentais, incluindo lucrativos acordos armamentistas e
Ibn Saud se encontrando com o presidente americano Franklin Roosevelt pela primeira vez em 1945. Roosevelt escreveu para ele alguns meses depois prometendo não realizar ações “que poderiam demonstrar hostilidade para o povo Árabe” financiamento de bases militares. A nação moderna da Arábia Saudita foi formada por Ibn Saud na década de 20, ganhando reconhecimento do Reino Unido em 1927, embora os políticos Britânicos estivessem bem cientes da verdadeira natureza de seu regime político. No início da década de 20, Winston Churchill, que era o Secretário Colonial, descreveu a vida cotidiana sobre o Islamismo com a interpretação Wahhabista Saudita: “Eles mantêm isso como um artigo de dever, assim como de fé, matar todos aqueles que não compartilham de suas opiniões ... mulheres foram mortas em vilas Wahhabistas simplesmente por aparecerem nas ruas ... Homens foram mortos por fumarem um cigarro”. Hoje, a Arábia Saudita é um dos nove países que formalmente incluem as punições Huddud (isso significa que a pena é especificada no Alcorão) dentro de seu sistema legal, mas é o país mais conhecido por dar sentenças como açoites e amputações. No entanto, para sucessivos governos Ocidentais, o desejo por um “amigo” em regiões ricas em petróleo parece compensar qualquer escrúpulo de líderes individuais possam ter sobre apoiar a Arábia Saudita. A última manifestação desta visão de mundo distorcida pode ser vista na
Arábia Saudita e Irã
Ajuda Barnabas Janeiro/Fevereiro 2019 9
O nascimento do Wahhabismo
O rigoroso movimento Wahhab dentro do Islamismo foi fundado por Abd al-Wahhab na década de 70, que garantiu a sobrevivência de seu movimento ao fazer uma aliança com a família real Saudita. O Wahhabismo procura purificar o Islamismo Sunita e espalhar a ideologia Salafista que busca retornar ao Islamismo fundamentalista “verdadeiro”, enfatizando a interpretação original do jihad (conflito) como guerra física contra inimigos religiosos. Entre os grupos que adotaram esta ideologia está a Al-Qaeda, que por sua vez moldou o nascimento do grupo militante do Estado Islâmico.
Eles mantêm isso como um artigo obrigatório, assim como de fé, matar todos aqueles que não compartilham de suas opiniões Winston Churchill discursando no Parlamento em 1921 sobre Wahhabismo na Arábia Saudita insistência do atual governo dos EUA em repetidamente condenar o Irã por violações às liberdades religiosas, enquanto ignoram a repressão brutal da Arábia Saudita a todas as religiões que não sejam o Islamismo.
Exportando o jihadismo
A exportação da ideologia jihadista Wahhabi pela Arábia Saudita modificou profundamente o mundo e especialmente o Oriente Médio. As reservas de petróleo do país estão sendo usadas para financiar mesquitas, instituições de caridade e Islâmicas ao redor do mundo, assim como grupos radicais Islâmicos. Quinze dos 19 terroristas responsáveis pelos ataques de 11 de Setembro nos EUA em 2001 eram Sauditas. O Wahhabismo está se espalhando na África. O número de mesquitas e madraças (escolas Islâmicas) Wahhabistas aumentou dramaticamente nas últimas décadas. O impacto pode ser visto em vários países fortemente Cristãos, incluindo a Etiópia, Chade e Quênia. Em poucas décadas, o Wahhabism se tornou a forma dominante do Islamismo em parte do nordeste do Quênia, onde Cristãos têm sido repetidamente alvos de terroristas Al-Shabaab.
Uma Iraniana convertida do Islamismo sendo batizada
No Oriente Médio, a Arábia Saudita financiou para jihadistas Sunitas na Síria e no Iraque e é geralmente conhecido por ajudar diretamente o Estado Islâmico. No Iêmen, ajudou tropas do governo Sunita contra forças Iranianas apoiadas por Houthis Xiitas em uma guerra civil que se tornou a última expressão de aproximação de luta da Arábia Saudita em busca de domínio do Oriente Médio. No Iêmen, o Islamismo tradicional Chafeíta foi afetado por décadas por ideias fundamentalistas da Arábia Saudita, o que aumentou a hostilidade entre Sunitas e Xiitas, alimentando a violência na comunidade. Em contraste, muitas ações do Irã no Oriente Médio, enquanto são condenadas pelo Ocidente, no contexto, podem ser consideradas como defesa da população Xiita, muitos dos quais vivem como minorias sob o domínio de Islâmicos Sunitas. O apoio Iraniano ao governo de Assad na Síria é popularmente criticado, mas é esquecido que, no governo de Assad, os Cristãos desfrutam de plena liberdade religiosa, igualdade e proteção. Agora, a violência dos grupos Sunitas, apoiados pela Arábia Saudita, exilou a maioria dos Cristãos da Síria. Em busca da verdade para Cristãos perseguidos no Oriente Médio Em uma era da fake news, quando a verdade é a primeira vítima dos relatos excessivamente simplificados da mídia Ocidental, os Cristãos destacam corretamente os abusos Iranianos nos Cristãos convertidos. Mas nós não deveríamos aceitar as narrativas dos governos e mídias Ocidentais que justificam a quase erradicação do Cristianismo na Arábia Saudita e ignoram o apoio Saudita à disseminação da violência jihadista, que levou terror ao Ocidente e ajudou grupos Islâmicos que continuam vitimando nossos irmãos e irmãs ao redor do mundo.
Expos tos à p erseg uição
10 Janeiro/Fevereiro 2019 Ajuda Barnabas
Apesar da impactante paisagem de um destino de férias luxuoso, as Maldivas é um dos lugares mais difíceis do mundo para ser um Cristão
O
lindo arquipélago das Maldivas, localizado no Oceano Índico, é um destino popular para os que buscam dias de sol e para os amantes de esportes aquáticos. Viagem e turismos correspondem a quase metade do PIB das Maldivas e nos primeiros sete meses de 2018, as ilhas receberam aproximadamente 850.000 visitantes, apesar de ter uma popula;’ao permanente de menos de 450.000 habitantes. Mas longe das praias de palmeiras enfileiradas e hotéis luxuosos, os Cristãos, nesta nação fortemente Islâmica, enfrentam opressão e perseguição. Islamismo é a única religião
reconhecida na República das Maldivas, que é esmagadoramente Muçulmana. O pequeno número de Cristãos Maldivos, menos que 0,2% da população, é rejeitado, discriminado e observado atentamente. Não é permitido que não Muçulmanos ocupem cargos públicos e muitos Muçulmanos Maldivos têm uma imagem negativa do Cristianismo, em parte por causa da visível imoralidade dos turistas Ocidentais.
As ilhas foram povoadas por imigrantesdo Sri Lanka que se converteram ao Islamismo Sunita em 1153 DC sobre as ordens do governante local. Mas com o tempo, um pequeno número de Maldivos vieram a crer em Cristo, apesar de sempre serem uma pequena minoria. Em 1998, autoridades iniciaram uma repressão brutal sobre o Cristianismo. Policiais cercaram e prenderam cerca de 50 fiéis que foram aprisionados e torturados. Vinte deles foram mantidos presos por quase quatro meses. O governo introduziu uma nova constituição em 2008 que afirmava que “um não Muçulmano não pode se tornar um cidadão das Maldivas.
Somente Muçulmanos podem se encontrar abertamente para adorar nas Maldivas Isto abre a preocupante possibilidade de que um convertido Cristão poderia ser destituído de sua cidadania. Simplesmente por decidir seguir a Cristo, fiéis estão infringindo a lei. Propagar qualquer religião que não seja o Islamismo é uma ofensa
criminal, punida por uma sentença de até cinco anos de prisão. Cristãos Maldivos encontrados com Bíblias dentro de casa também podem enfrentar a prisão. A constituição do país afirma que “nenhuma lei contrária a qualquer princípio do Islamismo deve ser aprovada nas Maldivas” e, em 2016, o governo aprovou um Ato de Difamação e Liberdade de Expressão, que criminaliza comentários contra “qualquer princípio Islâmico”. Efetivamente, isto equivale a uma lei Islâmica de “blasfêmia”. Qualquer um condenado recebe uma multa que pode chegar a 5 milhões de rufiyaa (cerca de R$1.192.500,00) e aqueles incapazes de pagar podem ficar presos de três a seis meses. Em Dezembro de 2017, o Presidente Abdulla Yameen afirmou publicamente que não tem “espaço para qualquer outra religião” além do Islamismo nas Maldivas. As restrições à liberdade religiosa se aplicam tanto aqueles que vivem no país quanto aos turistas. De acordo com a lei Maldiva, “não Muçulmanos vivendo ou visitando o país são proibidos de expressarem abertamente suas crenças religiosas, realizar reuniões públicas para atividades religiosas ou envolver Maldivos em tais atividades.” Visitantes que quebrarem a lei podem ser multados ou deportados. Quando o Ministro do Estado para Assuntos Islâmicos foi previamente questionado sobre a construção de locais de adoração para outras religiões, ele respondeu, “Nós não vamos aceitar, sobre qualquer circunstância ... Todos os Maldivos são Muçulmanos.”
Impulsionando
Uma História da
PERSEGUIÇÃO
Cristã
Cópia de uma gravação em uma pedra de granito talhada em 781 DC, como ela deveria aparecer originalmente. A pedra medindo aproximadamente 3m X 1m conta a história dos Cristãos na China até aquela data
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Perseguição no Extremo Oriente – parte 1
O
leste da Ásia tem sido evangelizado durante um período de mais de 1.300 anos por quatro das maiores divisões do Cristianismo por vez: a Igreja do Leste, Católicos, Ortodoxos e Protestantes. Perseguição cruel e mártires corajosos têm sido temas recorrentes. CHINA A Religião Iluminada da Síria O Evangelho foi levado para a China pela primeira vez em 635 CD¹ por missionários Siríacos da Igreja do Leste, que viajaram da Pérsia, onde o Cristianismo era uma fé minoritária sobre o domínio do Zoroatrianismo. O líder do grupo missionário foi Alopen, que foi recebido pelo Imperador em sua capital, Changan (perto da moderna Xian, na província de Xianxim). As Escrituras Cristãs foram traduzidas na Biblioteca Imperial e sua doutrina analisada. Então o Imperador deu permissão para que o Cristianismo fosse propagado, e também disponibilizou uma igreja em Changan. Ao longo dos dois séculos seguintes, surgiram muitas comunidades Cristãs Chinesas, de norte a sul. O primeiro século e meio é relatado detalhadamente em uma placa de granito, esculpida em 781, em uma cruz no cabeçalho e as seguintes palavras “Monumento da vinda da Religião Iluminada da Síria para a China”.² Também está relatado com detalhes as crenças dos missionários Cristãos, mostrando claramente sua doutrina da Trindade. Por exemplo, Não existe nenhum outro além do nosso maravilhoso Três em Um, o Senhor verdadeiro sem começo, Alaha. Alaha significa “Deus” em Siríaco, um idioma derivado do Aramaico, o qual o Próprio Cristo falava. A encarnação de Cristo, a morte na cruz para nossa salvação, ressureição e ascensão aos céus estão relatadas, assim como Cristo sendo o cumprimento das profecias do Velho Testamento e o trabalho do Espírito Santo. Também existe informações sobre o Novo Testamento, batismo, adoração diária e Eucaristia semanal.
A perseguição por Budistas – e como a Igreja se recuperou
Para os Cristãos, os problemas começaram em 683 quando o Imperador (filho daquele que tinha recebido Alopen) morreu e sua viúva, Wu Hou, tomou o poder
político do país. Ela usou sua nova autoridade para promover o Budismo, que logo se tornou a religião do estado. Budistas atacaram e destruíram os prédios das igrejas. Finalmente, em 732, mais reforços missionários vieram da Pérsia e em pouco tempo os Cristãos estavam desfrutando da proteção dom Imperador, que deu a eles cem rolos de seda e porta-retratos dele e de seus quatro antecessores. Dois anos mais tarde, chegou outro grupo de missionários, que foram “enviados para dirigir a adoração no palácio”.
A perseguição por Taoístas: 20 meses que foram fatais para a Igreja?
Em 845 a China foi governada por um Imperador a favor do Taoísmo que decidiu reprimir toda religião não Chinesa. Seus alvos incluíam o Budismo – que, de uma perspectiva Chinesa veio do Ocidente, uma vez que se iniciou na Índia – e, é claro, o Zoroatrismo (que teve origem mais para o ocidente) e o Cristianismo (originado ainda mais ao ocidente ainda). A política de perseguição do Imperador durou 20 meses, depois da qual Budistas com vastos recursos voltaram. No entanto, parece que o Cristianismo, uma comunidade muito menor, foram tão prejudicadas por esta provação que ficaram incapazes de se recuperarem novamente. Depois do ataque prévio de perseguição no final do século sétimo e início do século oitavo, missionários vieram da Pérsia para fortalecer a enclausurada Igreja Chinesa. Mas isto não foi tão fácil na segunda metade do nono século, pois a China estava, então, destroçada por desordem e guerras civis. Este caos levou ao fim o comércio marítimo com a China do Sul e também a comunicação pacífica por terra através da Ásia Central. A enfraquecida Igreja na China foi separada da sua Igreja Mãe. “Fiel é o Senhor. Seus trabalhadores não são rejeitados, sois mártires. Cristo Rei não passou desapercebido para vós que o amaram no território da China.” De um livro Siríaco do décimo terceiro século comemorativo “dos mártires da China” A presença Cristã diminui a tal ponto que uma expedição enviada pelo Oriente Médio em 980 relatou que o Cristianismo na China estava extinto, os Cristãos tinham perecido, suas igrejas tinham sido destruídas e só tinha sobrado um Cristão no território.
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ii Janeiro/Fevereiro 2019 Ajuda Barnabas
A Religião da Pessoa Abençoada
Felizmente, a situação não era tão ruim assim. Parece que um remanescente da Igreja Siríaca do Leste sobreviveu na China. e certamente cresceu em áreas vizinhas da Ásia Central durante os quatro séculos que seguiram. Desta forma, quando os Mongóis, liderados por Gengis Khan conquistaram a China no décimo terceiro século, a igreja começou a florescer e crescer novamente, desfrutando primeiro a aceitação e depois o favorecimento do poder vigente. Alguns dos líderes Mongóis se tornaram Cristãos. Durante o período Mongol, a Igreja Siríaca do Leste era chamada de a Religião de Yelikewen, que é a transcrição da expressão Mongól para “Pessoa Abençoada”.
A Perseguição por Muçulmanos
No final do décimo terceiro século, missionários Católicos Europeu chegaram na China e logo ganharam convertidos. A fé e a coragem tanto dos missionários como dos Cristão Chineses frente a perseguição foram notáveis. Este espaço não permite mencionar mais do que alguns exemplos, mas um tem que ser mencionado, o massacre de Ili, em 1342. Ili era uma remota cidade da fronteira (agora chamada de Kuldja, na província de Xinjiang) onde criminosos e Cristãos perseguidos foram banidos. Em 1342, um Muçulmano fanático se tornou o Khan governante (ao envenenar seu antecessor) e imediatamente ordenou que todos os Cristãos se convertessem ao Islamismo ou seriam mortos. Nem os Europeus nem os Chineses tomaram conhecimento, mas continuaram a viver e adorar abertamente como Cristãos. Os sete missionários foram presos, torturados em frente a uma multidão de Muçulmanos raivosos e depois decapitados. Os Cristãos locais, que inicluíam Uirgures, Cazaquês, Mongóis, Russos e Chineses Han, se recusaram a fugir, foram presos e torturados como escravos.Muitos deles morreram.
A Perseguição por Chineses
Em 1368 os Chineses se levantaram contra a dinastia Mongol Yuan que os tinha governado por mais de um século. Centenas de milhares de Mongóis foram sacrificados. Cristãos Yelikewen foram alvos da revolta por terem relação próxima com os Mongóis. O vitorioso Han Chinês estabeleceu a dinastia Ming, que logo aboliu todas as formas de Cristianismo da China.
A perseguição do Lótus Branco (1616-1617)
A Sociedade do Lótus Branco era uma seita secreta Budista que aparentemente teve seu início no final do décimo terceiro século e era muito ativa contra os odiados governantes Mongóis, que em breve se tornou o que pode ser chamado de “crime organizado”.³ Na década de 1610 coordenou revoltas contra o governo no poder. Nesta época, mais uma vez os Cristãos estavam crescendo em número. Foi uma questão fácil para Shen Que, governante que odiava Cristãos, ordenar a perseguição aos Cristãos juntamente com represálias contra o Lótus Branco por ambas serem “sociedades secretas”. Era para missionários estrangeiros serem expulsos e Cristãos Chineses apreendidos por um mês e torturados na temível gaiola, uma pequena jaula feita de madeira ou bambu na qual o prisioneiro era trancado com sua cabeça e mãos para fora. Com muita coragem, Cristãos Chineses tentaram defender e ajudar os missionários Europeus que foram torturados impiedosamente.
Mais missionários
Em 1683, uma igreja Ortodoxa Russa foi estabelecida em
Pequim e em 1715 uma missão. O primeiro missionário Protestante chegou em 1807.
A Rebelião Taiping (1850-1864)
A Rebelião Taiping é melhor descrita como uma guerra civil, na qual Cristãos eram colocados contra a dinastia Qing. Ela começou como uma resposta à perseguição a Cristãos pelo governo Qing e teve início com um Cristão chamado Hong Xiuquan. Ele esperava derrubar o governo e transformar a sociedade Chinesa espiritualmente e moralmente, resultando em uma China Cristã. Hong se estabeleceu em Tianjin (Nanquim hoje) e organizou o que ele chamava de Reino Celestial de Taiping. Seu exército conquistou o controle de uma porção substancial do território, com isso, a essa altura, o Reino Celestial Taiping tinha uma população de quase 30 milhões de pessoas. Com o desenvolvimento da rebelião, interesses Ocidentais se envolveram, principalmente o Reino Unido, Grã-Bretanha e França. Com isso se desenvolveu uma das guerras mais sanguinárias que existiu. Tal gravidade das atrocidades cometidas (por ambos os lados) que é estimado o número de mortos entre 20 a 100 milhões. As crenças milenares de Hong e o fato de ele afirmar ser o irmão mais novo de Jesus levou alguns a desconsiderarem este conflito de 14 anos e minimizar sua importância na história da perseguição Cristã na China.
A Perseguição dos Boxeadores
No final do século dezenove, um subgrupo da Sociedade do Lótus Branco desenvolveu o chamado dos Pulsos Justos e Harmoniosos, mais conhecidos como os Boxeadores. Neste momento, a China estava humilhada por derrotas em várias guerras. As pessoas estavam desesperadamente pobres e os desastres naturais tornaram seu sofrimento ainda pior. Os Boxeadores culpavam os “demônios estrangeiros” de olhos azuis assim como os Cristãos Chineses , que tinham ofendido os “deuses da felicidade e prosperidade” ao decidirem seguir a Cristo – consequentemente faltou chuva, diziam os Boxeadores. Em 1900 os Boxeadores se rebelaram, com o objetivo de retornar à cultura Chinesa os valores de Confúcio como respeito pelos idosos, ancestrais, família e imperador. Eles queriam livrar a China de todos os cidadãos do Ocidente e sua religião “Ocidental”, o Cristianismo. Eles mataram 188 missionários estrangeiros e cerca de 32.000 Cristãos Chineses.
A Perseguição por Comunistas
Em 1949, quando os Comunistas conquistaram o controle do continente Chinês, missionários estrangeiros deixaram o país. Muitas igrejas Protestantes, que estavam no caminho certo para se tornarem autossuficientes e autônomas, tinham somente que adicionar autopropaganda para se tornarem igrejas dos “Três Autos”, ou seja, completamente independente da contribuição de missionários estrangeiros. Os Cristãos Chineses tinham que escolher se submeter ou não ao controle do governo Comunista. Muitas igrejas Protestantes se submeteram e são conhecidas como Movimento Patriota dos Três Autos. Outras continuaram como igrejas não oficiais, operando ilegalmente, frequentemente chamada de “casas igrejas”. Os Católicos de dividiram de uma maneira semelhante com a Igreja Católica Patriótica Chinesa, sob o controle do governo Chinês, e uma Igreja Católica ilegal sob a autoridade do Papa. Durante a Revolução Cultural (1966-1976) não era
... Impulsionando permitida nenhuma expressão religiosa na China, nem mesmo as igrejas dos Três Autos. Toda atividade Cristã tinha que ser clandestina, e como resultado, as casas igrejas cresceram. Desde então, a perseguição de Cristãos tem ido e vindo, variando também entre partes diferentes do país. Normalmente os alvos são Protestantes. Prisões, encarceramentos e às vezes tortura são bastante comuns, mas mártires (morte quando em custódia) são relativamente raros. Apesar de tudo isso, as casas igrejas continuam crescendo e agora, o número de Cristãos ultrapassa consideravelmente a quantidade de membros do Partido Comunista da China. JAPÃO
Cristianismo Oriental?
Enquanto a Igreja Siríaca do Leste estava ativa em Changan, tinham vários monges Budistas Japoneses distintos estudando na mesma área. Estudiosos especulam que Cristãos e Budistas podem ter tido contato uns com os outros na multicultural e cosmopolita capital Chinesa, talvez levando a presença de uma Igreja Siríaca do Leste no Japão já no século oitavo ou nono. Mas aparentemente, caso tenha acontecido, desapareceu sem deixar rastros.
O “Século Cristão”
O Cristianismo Ocidental foi levado para o Japão pelos Portugueses. O missionário Católico, Francis Xavier chegou em 1549, a data que é considerada o marco do início do “Século Cristão” do Japão, no qual muitos Japoneses adotaram a fé Cristã. No início da década de 1630 era estimado que tivesse 760.000 Cristãos no Japão, ou “Kirishitans” como eram chamados, chegando a 6% da população. Aparentemente, negociar com mercadores Portugueses era um forte fator de conversão de muitos daimyos (nobres), seguido por conversões em massa das populações que eles controlavam. O porto de Nagasaki se tornou uma cidade Cristã. Muitos tiveram uma fé genuína, como mostrado pela inacreditável coragem com a qual Kirishitans se agarraram a Cristo apesar da terrível perseguição. Sem dúvidas, as palavras do Senhor Jesus levaram esperança e conforto para os pobres e oprimidos desta sociedade feudal. A perseguição começou abruptamente em 1587 quando o daimyo Hideyoshi emitiu uma ordem para expulsar todos os missionários estrangeiros. De fato, a maioria ficou, mas trabalharam mais discretamente do que antes. Nove anos mais tarde, decretou que todos os líderes Kirishitan em Quioto e Osaka deveriam ser executados. No dia 5 de fevereiro de 1597, vinte Cristãos Japoneses e seis estrangeiros de várias partes do Japão foram crucificados em Nagasaki. Hideyoshi morreu no ano seguinte, mas a perseguição não morreu com ele. Em 1614 uma ordem foi emitida para banir completamente a religião Kirishitan do Japão e expulsar os missionários e os líderes importantes da igreja. Trinta anos de uma perseguição selvagem se seguiram, produzindo muitos mártires. As autoridades Japonesas logo descobriram que os métodos “simples” de execução como decapitação, crucificação e queimar na fogueira, aparentemente não causaram medo nos espectadores, mas sim, os inspiraram a uma fé ainda maior. Então eles inventaram novos métodos envolvendo sofrimento prolongado. O mais agonizante era suspender a pessoa de cabeça para baixo em um poço escuro cheio de excremento,
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com várias precauções sendo tomadas para evitar uma morte prematura. Alguns Cristãos ficaram pendurados por semanas antes de morrer com esta tortura específica. O terceiro xogum, Iemitsu, que chegou ao poder em 1623, foi muito minucioso ao organizar a opressão aos Kirishitans, através de várias regras novas que se mantiveram por mais de 200 anos. Por exemplo, aquele que denunciava Kirishitans obtinha uma recompensa financeira, mas se alguém falhasse ao denunciar um Kirishitan, ele e seu grupo de cinco famílias ⁴ deveriam ser todos executados. Em 1633 ele começou uma política de “pais fechado” para isolar o Japão o máximo possível do resto do mundo; esta política foi mantida por 220 anos.
Os séculos clandestinos
A proibição dos Kirishitans não foi retirada até 1873. Até então 4.045, cujos nomes são conhecidos, haviam sido martirizados, mas estima-se que o número total possa chegar a 40.000. De 1644 até 1873 os Kirishitans eram uma igreja clandestina, que sobreviveram fingindo serem Budistas. Mesmo assim, de tempo em tempos havia os kazure (desagregação) onde grandes cercos a Kirishitans eram feitos e muitos eram presos ou executados. Com o passar das gerações para a igreja clandestina, gradativamente as crenças dos Kirishitans mudaram para incluir as religiões indígenas Japonesas, mas eles ainda sabiam de cor longas orações Cristãs que foram ensinadas pelos primeiros missionários Portugueses a seus antepassados. Eles também tinham uma oração especial de contrição que eles recitavam em casa depois da cerimônia anual de pisotear uma gravura de Cristo em obediência a outra regulação anti Cristã de Iemitsu. Caminhando para o final deste período, chegaram missionários Protestantes e Católicos (1859), logo seguidos por Russos Ortodoxos (1861). Aparentemente, estes estrangeiros não eram considerados Kirishitans e, portanto, eram tolerados.
Quando o Imperador é um deus
Em 1873 os quadro de madeiras banindo a religião Kirishitan foram retirados, os missionários podiam evangelizar abertamente, e muitos dos Kirishitans não se esconderam mais,⁵ fazendo com que parecesse que tivesse acontecido uma grande onda de conversões. Isto desencorajou as autoridades Japonesas, que tentaram contrariar um ‘Cristianismo solto mais uma vez”⁶ reforçando o sistema do Imperador. Em pouco tempo, a veneração ao Imperador, o chefe divino da religião Shinto do estado se tornou obrigatório. Os dias de tortura e execuções pode ter passado, mas a opressão ainda continuou sobre os Cristãos Japoneses nas décadas seguintes. Principalmente os protestantes queriam mostrar que eram cidadãos leais no meio das várias guerras nas quais o Japão estava envolvido mesmo assim se encontraram em dificuldades com questões tais como reverenciar o Imperador. Em 1891, durante o ritual anual de veneração a Rescrito em Educação do Imperador,⁷ um professor Japonês, protestante, chamado Uchinura Kanzo, hesitou momentaneamente. Então ele curvou sua cabeça, mas não fez uma reverência apropriada. A subentendida falta de respeito em uma sociedade onde a relativa profundidade de uma reverência tem toda importância. Uchimura foi acusado de blasfêmia e lèse majesté,⁸ e consequentemente, teve
... Impulsionando
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que renunciar seu posto de professor. Em idade avançada, ele transitou entre vários tipos de Cristianismo, tentando desenvolver uma forma Japonesa específica de sua fé. A década de 1930 foi particularmente uma época de tensão entre o Cristianismo e o Xintoísmo, com os militares pressionando os Cristãos a participar de cerimônias em santuários Xintoísta do estado para venerar as vítimas da guerra. O dilema para os Cristãos era se isto seria ou não adoração. “Conformidade e compromisso eram as ordens do dia”⁹ com a maioria dos Cristãos se apegando ao argumento de que o ritual não era religioso, mas simplesmente mostrar patriotismo e lealdade. No entanto, alguns dos grupos Protestantes menores, como os grupos Holiness e Brethren, começaram a ser perseguidos pela Tokko (Alta Polícia Especial), que consideravam seus pontos de vista subversivo.
Antes e depois da Segunda Guerra Mundial
Eventos internacionais estavam levando à Segunda Guerra Mundial. Considerava-se que os poderes Ocidentais estavam adotando uma postura anti Japonesa, e isto fez com que houvesse um senso de urgência para os Cristãos Japoneses se mostrarem verdadeiramente como Japoneses, sem influência estrangeira ou lealdades. Em 1940 um novo Corpo de Leis Religiosas entrou em vigor, impondo várias restrições e dando poder ao governo de reprimir organizações religiosas caso suas doutrinas não fossem aprovadas ou fossem muito pequenas. Somente denominações com pelo menos 50 prédios de igrejas e 5.000 membros teriam seus estatutos renovados. Isso significava que mais de 30 das 44 denominações protestantes não seriam mais reconhecidas legalmente. Apressadamente, as menores começaram a unir umas com as outras. A Igreja Ortodoxa cortou seus laços com a Patriarca em Moscou em uma aposta para manter seu estatuto. Mas os Católicos Romanos, tendo removido todos os Ocidentais de cargos de liderança (assim como os Protestantes), se recusaram a cortar seus laços com o Papa em Roma. No final, o governo Japonês recuou na questão do Papa. Em 1941 dois pastores da Igreja Holiness irritaram as autoridades: um se recusou a fazer as peregrinações diárias ao santuário local pelas vítimas da guerra e o outro pregou um sermão que as autoridades consideraram que prejudicou o kokutai (identidade nacional, soberania e sistema de governo). Em 1942 a polícia prendeu aproximadamente cem membros da Igreja Holiness, os acusando de “negar o kokutai”. Os ensinamentos da Holiness sobre a pecaminosidade de todas as pessoas, incluindo o Imperador, e sobre a Segunda Vinda de Cristo, quando o Japão se tornaria parte do Seu Reino, foram citadas como incompatíveis com o kokutai.
Muitos membros da Igreja Holiness foram torturados e mortos na prisão. No ano seguinte, o governo dispensou todos os pastores da Holiness e baniram a denominação. Com a proximidade do fim da guerra, a perseguição anti Cristã aumentou novamente, com cléricos Anglicanos e outros sendo presos com a suspeita de serem espiões ou terem uma atitude derrotista. O tratamento mais severo era dado a Cristãos Coreanos e Taiwaneses.
Liberdade religiosa pós-guerra
Depois da guerra, a relação estreita entre o estado e o Xintoísmo se desfez sobre a tutela da ocupação dos Aliados no Japão. Em 1945 o fundo para o Zantoísmo do governo foi extinto, embora fosse permitido a permanência dos santuários. Em 1946, o Imperador emitiu um Rescrito no qual ele aparentemente renunciou seu status divino. Em 1947 uma nova constituição garantiu a liberdade religiosa (Artigo 20). 1 Existe uma evidência anedótica de que o Evangelho possa ter alcançado a China no século DC, mas é geralmente aceito o ano de 635 como a data mais antiga da qual se tem evidências claras. 2 O nome para o Cristianismo Siríaco nesta época na China era Jingjiao, uma palavra com muitas nuances. As vezes é traduzida como “Religião Iluminada” indicando o sentido de importância e grandeza. 3 As gangues Tríades de hoje podem ser consideradas como um legado da Sociedade do Lótus Branco. 4 O grupo de cinco famílias (gonin gumi) era um sistema de vizinhos locais associados compreendendo cinco unidades familiares. O grupo era obrigado a denunciar famílias Kirishitan entre eles. 5 Aqueles que saíram do esconderijo são referidos como “Kirishitans ressurretos”. No entanto, alguns escolheram continuar com a forma distorcida de fé que estavam praticando em seus dias de clandestinidade; eles eram chamados de “Kirishitans ocultos”. 6 Richard Fox Young, “Primeiras Respostas ao Cristianismo no Japão e Coréia (1549-1854/1876)” em Mark R. Mullins e Richard Fox Young (eds), Perspectivas do Cristianismo na Coréia e Japão, 1995, New York, The Edwin Mellen Press, pg.6. 7 Este documento foi assinado pelo Imperador Meiji no dia 30 de Outubro de 1980. Ele estabelece as políticas governamentais na educação, com os princípios de Confúcio e lealdade ao Imperador. Ele era lido em voz alta nos eventos das escolas e os alunos tinham que memorizar o texto. Era considerado a base da moralidade pública e tinha seu próprio poder espiritual. 8 Jesus foi acusado dos mesmos crimes. Veha “Uma História da Perseguição Cristã Parte 1, A Perseguição de Jesus”, Ajuda Barnabas, Maio - Junho 2017, pg. ii. 9 John Breen, “Xantoímso e Cristianismo” em Mullins, Manual do Cristianismo no Japão, 2003, Boston, Brill, pg.266.
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Nossa Liberdade Religiosa
Ajuda Barnabas Janeiro/Fevereiro 2019 11
ANIVERSÁRIO DE 300 ANOS DO PRIMEIRO ATO DE PROVA NOSSA LIBERDADE RELIGIOSA
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#FoRB
A primeira revogação de um Ato de Prova pelo Parlamento Britânico no dia 10 de Janeiro de 1719 foi um marco de enorme importância no desenvolvimento da liberdade religiosa ou crença e sua propagação ao redor do mundo – é uma herança que jamais devemos esquecer.
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á trezentos anos, no dia 10 de Janeiro de 1719, a Câmara dos Comuns Britânica deu sua terceira leitura de um projeto para revogar o Ato de Cisma, que já tinha passado a Câmara dos Lordes. Durante o debate, o advogado geral disse ao Parlamento que eles deveriam revogar esta lei, pois ela infringia os “direitos naturais” das pessoas. Os Atos de Prova, assim como o Ato de Cisma de 1714, eram leis que tornavam admissíveis para certos trabalhos, cargos públicos, ou até mesmo estudar em uma Universidade, a condição de um indivíduo declarar uma determinada religião ou conjunto de crenças. Os indivíduos eram submetidos a um “teste” para provar que concordavam com as crenças exigidas. Na Inglaterra, o Ato de Cisma barrou não Anglicanos de se tornarem professores escolares ao aplicar o “teste” de que indivíduos teriam que ter comungado em uma igreja Anglicana nos últimos doze meses. Com esta primeira revogação histórica começou um processo de remoção das restrições que tinham
sido acrescentadas gradativamente por vários Atos de Prova que foram aprovados entre 1672 e 1714. Com os Atos de Prova sendo revogados, entre 1719 e 1888, a liberdade religiosa completa estava sendo conquistada gradativamente – primeiramente para os Não Conformistas, depois para os Católicos e Judeus. Finalmente, com a aprovação do Ato dos Juramentos, era permitido que até mesmo os ateus ocupassem assentos no Parlamento.
O aumento da Cristianofobia e a necessidade de proteger nossa liberdade religiosa hoje
No entanto, agora, no século vinte, um novo “teste” está sendo aplicado cada vez mais no Reino Unido entre outros países Ocidentais. Desta vez, não é uma denominação Cristã, mas o humanismo secular que está tornando um conjunto de crenças requeridas para poder ter uma vida pública ou conseguir vários tipos de empregos. Em 2004, a candidatura do Italiano Rocco Buttinglione ao posto de Comissário da Justiça da União Europeia, foi recusada por causa da sua visão Bíblica quanto a natureza do casamento e vida em família. O Parlamento Europeu votou para retirar o apoio a sua candidatura em
Rocco Buttiglione, político Italiano que teve a nomeação para um cargo de Comissário Europeu rejeitada por causa de suas convicções pessoais com visão Bíblica sobre casamento e família meio a dúvidas de que seus pontos de vista podessem influenciar as “decisões políticas”. O presidente da União Europeia sugeriu que as crenças do Sr. Buttinglione poderiam não ser um problema caso ele tivesse um cargo menos importante, tal como “se ele fosse encarregado de beterrabas”. O termo Cristianofobia apareceu pela primeira vez em uma discussão acadêmica na sequência do caso do Sr. Buttglione.
Em Resumo
12 Janeiro/Fevereiro 2019 Ajuda Barnabas
Cristãos convertidos do Islamismo são presos e torturados em Darfur SUDÃO
Pastor Tajdeen, que é um convertido do Islamismo, se recusou a negar a Cristo apesar de ser espancado e torturado
No dia 13 de Outubro, autoridades Sudanesas invadiram uma casa igreja em Darfur do Sul, no Sudão e prenderam 13 Cristãos. Dois, que eram de famílias Cristãs foram liberados, enquanto os outros onze, todos convertidos do Islamismo, foram presos. Os contatos do Fundo Barnabas relataram que os oficiais “os torturaram batendo neles um dia e uma noite inteira e dizendo que eles enfrentavam a morte porque mudaram de religião”. Conforme relatos, dez foram soltos depois de serem torturados para negarem sua fé, mas o pastor se recusou a negar a Cristo e foi mantido preso por mais alguns dias. Posteriormente, ele foi solto e foi exigido que todos os convertidos se reportassem diariamente às autoridades, mas se esconderam por questões de segurança. O Sudão é hoje um dos poucos países no mundo onde pessoas foram executadas por apostasia nos tempos atuais. Em Darfur, existe uma abertura para o Evangelho em meio aos Muçulmanos Africanos Sudaneses que sofreram muito na guerra que tem tomado o Sudão desde 2003. Nas regiões de maioria Muçulmana, os Cristãos tem sido alvos de autoridades e de Muçulmanos extremistas. Em Março de 2018, um pastor foi morto em Darfur, juntamente com sua esposa e duas filhas depois de se recusar a ceder a pressão para parar de pregar o Evangelho.
Sete são mortos em tiroteio a ônibus com Cristãos como alvos EGITO
No dia 2 de Novembro de 2018, um ataque terrorista a três ônibus que levavam Cristãos Egípcios para um local histórico Cristão muito conhecido, deixando pelo menos sete mortos e 19 feridos. Seis dos sete mortos eram de uma mesma família. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico, que também atacou um ônibus que levava Cristãos para o mesmo lugar em Maio de 2017, quando 29 foram mortos. O último ataque foi condenado pelo Presidente al-Sisi, que falou dos seus “sentimentos pelos mártires” – um reconhecimento bem vindo de que os Cristãos foram alvos por causa de sua fé – e pela histórica Universidade de Alazar, no Cairo, a instituição Sunita acadêmica líder no mundo. Universidade de Alazar condenou “os autores deste ato terrorista covarde”.
Governador de distrito ordena que famílias Cristãs saiam ou enfrentem a prisão LAOS
Em Novembro, um governador regional, afirmou que o Cristianismo é uma “religião estrangeira”, deu um mês para 20 famílias Cristãs deixar seu vilarejo no nordeste do Laos ou seriam presos. Apesar dos líderes locais terem mostrado para ele documentos provando que o Cristianismo não é ilegal no Laos, o governador local insistiu que não permitiria fiéis na região. Sob a ameaça de serem presos, cinco famílias renunciaram sua fé, mas contatos do Fundo Barnabas relataram que os outros estão “se mantendo firmes” e complementou, “O que nós mais precisamos agora é oração.” O governo Comunista do Laos impõe restrições rígidas a organizações religiosas, embora o Budismo, que corresponde a maioria da população, desfrutam de uma relativa liberdade religiosa em partes do país. Autoridades locais normalmente tem grande desconfiança de Cristãos, em partes por causa da visível conexão com o Ocidente.
Famílias de missionários fogem sob ameaça de ataque terrorista do Al Shabaab QUÊNIA
Em Novembro de 2018, dois casais de missionários Cristãos do Quênia, juntamente com seus cinco filhos, tiveram que ser removidos do nordeste do Quênia depois que ameaças diretas foram feitas e o risco eminente de um ataque contra suas vidas. As famílias, que trabalham em comunidades Muçulmanas, suportaram semanas de repetidos ataques apedrejando suas casas. As comunicações também foram cortadas quando o poste telefônico foi destruído por terroristas Islâmicos e as forças de segurançalocal disseram ser incapazes de proteger a família. Um pastor local pediu ao Barnabas, “Por favor, ore conosco! Nós tivemos que tomar a decisão de nos retirar. Em Setembro, trabalhadores Cristãos na região foram escolhidos e mortos – por esta razão nós temos que levar estas ameaças a sério.” O Fundo Barnabas ajudou com os custos para remover as duas famílias. A população do Quênia é composta por aproximadamente 80% de Cristãos e 10% de Muçulmanos. A maioria da população Muçulmana do país, muitos dos quais são Somalis, vivem no nordeste do país. O grupo terrorista de base Somali Al Shabaab tem atacado Cristãos Quenianos repetidamente.
O Fundo Barnabas está ajudando pastores e evangelistas como Charles, Grace e sua família no Quênia
Em Resumo
Ajuda Barnabas Janeiro/Fevereiro 2019 13
Autoridades lacram igreja de vilarejo por risco a “saúde e segurança” ARGÉLIA
No dia 16 de Outubro de 2018, autoridades do vilarejo de Azaghar, a cerca de 180 quilômetros ao sudeste de Argel, lacraram o prédio de uma igreja alegando que este não cumpriu as regulamentações de saúde e segurança. Apesar da congregação de 300 membros ter respondido a solicitação anterior de instalar saídas de incêndio e extintores, o prédio foi lacrado mesmo assim. A igreja tem um ministério poderoso de ministração para Muçulmanos locais. Na Argélia, é exigido que grupos
religiosos não Muçulmanos sejam registrados para realizar cultos, embora que na prática, as autoridades frequentemente permitiram igrejas registradas com organizações religiosas oficiais e até grupos Cristãos não registrados se reunirem sem a necessidade de uma autorização específica. No entanto, em 2018 várias igrejas foram fechadas, tanto com alegações de violações nos requisitos de saúde e segurança quando por, segundo as autoridades, não estarem devidamente registradas.
Mais de 40 assassinados em ataque à missão Cristã REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA
Aasia Bibi foi absolvida pela Suprema Corte e libertada da prisão, mas ainda corre grande perigo PAQUISTÃO
Comunidades Cristãs na República Centro-Africana tem repetidamente sido alvos da milícia Muçulmana
Aasia Bibi com suas filhas antes de ser presa Aasia Bibi, Cristã, mãe, que ficou no corredor da morte desde Novembro de 2010 depois de ter sido condenada sob a conhecida “lei de blasfêmia” do país, foi salva do enforcamento por um tribunal de três juízes da Suprema Corte que, no dia 31 de Outubro de 2018, anunciaram sua decisão de absolvê-la. O anúncio levou à uma onda de protestos furiosos pelas ruas de todo Paquistão. O mal estar civil só terminou quando o governo se rendeu
a pressão de Islâmicos radicais e concordou em proibi-la de deixar o país e não se opor aos potenciais esforços de “apelos” contra o veredito da Suprema Corte, embora não exista precedente legal ou mecanismo para que um julgamento da Suprema Corte no Paquistão seja revisto. Para sua segurança, Aasia foi mantida na prisão por mais alguns dias e depois levada para Islamabad, a capital do Paquistão.
No dia 15 de Novembro de 2018, mais de 40 pessoas foram mortas em um ataque da milícia à uma missão Cristã a cerca de 290 quilômetros ao leste da capital Bangui. Os agressores incendiaram uma igreja e forçaram 20.000 pessoas desabrigadas a fugir para a mata. A região é o reduto de uma milícia Muçulmana chamada União da Paz, um ramo do grupo Islâmico Seleka, que em 2012 derrubou o governo. A implantação de uma força de paz internacional da ONU e repetidas negociações de cessar fogo entre o governo e os grupos armados tiveram pouco impacto na violência no local. Vários meios de comunicação informaram que o ataque de 15 de Novembro à civis abrigados na missão Cristã foi uma “represaria” pela violência da milícia “anti-balaka” – que enganosamente se denominam Cristãos, apesar de suas ações serem condenadas pelos líderes da igreja.
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Myanmar (Birmânia)
14 Janeiro/Fevereiro 2019 Ajuda Barnabas
Desabrigados, necessitados e traumatizados
A implacável perseguição de minorias Cristãs no Myanmar (Birmânia)
“P
orque eu sou Cristão, eles me fizeram imitar Jesus em uma cruz, como na crucificação. Nós fomos tratados como animais porque eles menosprezam os Kachins.” Uma vítima descreveu como foi humilhada pelos militares de Myanmar por causa de sua fé. Este testemunho perturbador de uma vítima da perseguição Cristã destaca a dificuldade dos Cristãos Kachin de enfrentar a “limpeza étnica”, feita pelo exército de Myanmar (Birmânia), conhecido como Tatmadaw. O Cristianismo é retratado como uma religião estrangeira no Myanmar, com Budistas correspondendo a 87% da população, embora o país tenha presença de Cristãos desde os anos de 1700, principalmente da minoria étnica não Birmanesa como os Chin, Karen, Naga e Kachin. Os 135 grupos não Birmaneses reconhecidos correspondem a aproximadamente 40% da população do país e vivem principalmente nos estados com fronteiras com os vizinhos Tailândia, Laos, China,
Índia e Bangladesh. Durante muito tempo, estas áreas ricas em recursos têm sido zonas de conflitos onde centenas de milhares de pessoas têm sido expulsas de suas casas e vivem como pessoas desabrigadas internamente (PDIs). Durante décadas, o governo controlado por militares tem oprimido brutalmente pessoas de grupos étnicos minoritários, incluindo Cristãos e Muçulmanos. Em 2016, a Liga Nacional pela Democracia (LND) de Aung San Suu Kyi recebeu mais de dois terços dos votos da primeira eleição disputada abertamente no Myanmar em 25 anos. No entanto, apesar da esperança inicial de que o governo LND iria conduzir mudanças, as ações militares hostis contra étnicos Cristãos continuaram e se intensificaram no último ano. O Exército ainda tem um punho forte no governo do Myanmar. De acordo com a constituição, um quarto das vagas do parlamento são atribuídas aos militares, o qual também tem controle sobre a nomeação dos ministros da Defesa, de Assuntos Internos e de Assuntos de Fronteiras.
Myanmar (Birmânia)
Ajuda Barnabas Janeiro/Fevereiro 2019 15
Cristãos perseguidos violentamente em seus estados natais e discriminados como cidadãos
A identidade étnica Burman está intimamente ligada com o Budismo, e Cristãos nos Myanmar enfrentam discriminação a nível nacional. Autoridades restringem cargos governamentais estritamente para Budistas. Educação gratuita é oferecida para a minoria étnica Cristã em escolas Budistas, mas as crianças devem aprender e praticar o Budismo. Qualquer um que oficialmente se converter ao Budismo tem garantia de empregos do governo e sua nova religião é registrada em suas carteiras de identidade nacional. Centenas de milhares de Cristãos tiveram a oportunidade de votar negada nas eleições históricas de 2016 quando a votação foi cancelada por motivos de segurança nos estados Kachin e Karen. Regionalmente, nos estados Kachin, Karen, Shan e Chin, a perseguição violenta contra minorias étnicas Cristãs continua por décadas em um programa militar agressivo de limpeza étnica. Bombardeios aéreos e terrestres já desabrigaram internamente centenas de milhares de Cristãos em quase meio século de ação militar. O Tatmadaw, fundado em 1942 por Aung San, pai de Aung San Suu Kyi, já prendeu e matou Cristãos até mesmo em regiões onde não existe nenhum conflito ativo, de acordo com o relatório de 2018 do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDHNU) publicado em Setembro de 2018. Um homem Kachin descreveu como seu irmão de 25 anos foi morto em 2012. “Naquela tarde de Domingo, eu fui ao culto com meu irmão. Um grupo de cinco soldados Tatmadaw nos pararam e perguntaram, ‘Onde vocês estão indo e vocês são Kachin?’ Quando respondemos que éramos Kachin, os soldados começaram a me bater. Eles me deram socos no rosto. Eles confiscaram nossas identidades de estudantes ...” Levaram os irmãos para o campo militar, os soldados começaram a torturá-los com uma faca quente, e por fim, esfaquearam um dos irmãos até a morte. Myanmar com a localização étnica dos estados
1. 2. 3. 4.
Kachin Shan Chin Rakhine (Arakan)
Índia China 1
3
Linha de frente da ARSA
5. Karen
2
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Thailandia
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O relatório de 2018 do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas apresentou 800 testemunhos individuais de vítimas de perseguição e especificamente identificou a “intensão de perseguição” do Exército do Myanmar contra o povo Kachin, incluindo discriminação severa em campos étnicos e religiosos.
O Fundo Barnabas veio em ajuda de milhares de Cristãos Kachin desabrigados por ofensiva do Exército do Myanmar em 2018
“Eu apanhei com cintos e facas. Meus pais foram mortos. Eles foram amarrados e queimados. Sua casa foi incendiada por cinco soldados. Eles me viram do lado de fora da casa e me violentaram. Eu fui levada por um homem com três estrelas em seu distintivo para traz da casa. Ele me bateu com o cabo de sua arma e com seu cinto. Eles queriam dinheiro e não estavam felizes porque minha família era Cristã.” O testemunho de uma mulher Kachin Cristã A ONU solicitou um tribunal internacional de genocídio para pedir explicações a oficiais do exército por mais de 40 anos de perseguição cruel, levando a genocídio contra Muçulmanos Rohingya. Táticas iguais de limpeza étnica e perseguição foram identificadas sendo usadas contra o povo Kachin, de maioria Cristã. Aung San Suu Kyi e seu governo foram condenados vigorosamente por cumplicidade com as ações militares perpetradas contra seus próprios cidadãos. O relatório indicou, “Daw Aung San Suu Kyi, de fato não usou sua posição de Chefe do Governo, nem sua autoridade moral, para deter ou prevenir os eventos revelados, ou buscou caminhos alternativos para cumprir a responsabilidade do Governo de proteger a população civil ou até mesmo relatar e condenar o que estava acontecendo ... a Ignorância por parte das autoridades civis do Myanmar foi de fato impossível.”
Milhares de Cristãos Kachin fugiram dos intensos ataques militares em 2018
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Agora, décadas de perseguição no Myanmar é reconhecida pela ONU como genocídio
Pelo menos 10.00 civis Kachin fugiram do bombardeio aéreo feito pelos militares em Abril de 2018. Expulsos de suas casas e vilas somente com as poucas posses que podiam carregar, muitos se abrigaram em igrejas. Mais de 2.000, incluindo mulheres grávidas, idosos e crianças, suportaram ficar presos em áreas remotas de florestas por várias semanas sem ajuda ou suprimentos, até conseguirem escapar em segurança. Alguns saíram
16 Janeiro/Fevereiro 2019 Ajuda Barnabas
Myanmar (Birmânia)
Agora, Cristãos Chin estão ameaçados por conflitos entre rebeldes Muçulmanos e o Tatmadaw O povo Chin é formado principalmente pela minoria étnica Cristã do oeste o Myanmar que tem sido violentamente perseguido pelos militares e discriminados por causa de sua religião. Centenas de milhares de Chin têm procurado refúgio em países vizinhos. Agora existe uma nova fonte de sofrimento para o povo Chi. Com forças rebeldes Muçulmanas bem armadas e treinadas profissionalmente enfrentando os Tatmadaw, conflitos violentos continuam repercutindo no estado Chin de maioria Cristã. Desde 2015, a guerra tem resultado em muitas baixas civis e deixando milhares desabrigados. A região é cheia de minas antipessoais mortais, que ainda estão causando mortes e lesões terríveis. No final do ano de 2018, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou que está gradualmente retirando o status de refugiados do povo Chin, alegando que é seguro para eles retornarem para casa. Mas os refugiados Chin, que só na Malásia chegam a 30.000, disseram que continuam precisando de proteção. Apesar da afirmação da ACNUR de que “as condições que normalmente produzem refugiados não existem mais” no estado Chin, em Myanmar Ocidental, o povo Chin de maioria Cristã ainda enfrentam perseguição violenta nas mãos do Exército de Myanmar e o risco diário de lesões ou mortes por minas terrestres. Em Outubro de 2018, contatos do Fundo Barnabas relataram que o conflito entre o Exército de Myanmar e os rebeldes Muçulmanos no estado Chin está fazendo com que os Cristãos fujam de suas vilas. Agora, os aldeões desabrigados estão passando grande dificuldades e fome nos campos para Pessoas Deslocadas Internamente onde alimentos e suprimentos são escassos.
Cristãos Chin
O Exército da Salvação dos Rohingya de Arracão (ARSA) é altamente organizado, uma força Muçulmana muito bem treinada com um exército permanente de cerca de 2.500 soldados. O grupo recebe extenso apoio financeiro dos emigrantes Rohingya na Arábia Saudita, Paquistão e outras nações de maioria Muçulmana. O comandante da ARSA cresceu na Arábia Saudita e outros líderes militares foram treinados lá. Anteriormente chamado Harakah al-Yaqin (Movimento de Fé), o grupo tem sido culpado pelas autoridades do Myanmar de matar policiais, o que resultou na crise catastrófica de refugiados Rhngya de 2016-2017. Chin do Sul está localizado na rota primária entre o território principal do ARSA no estado de Rakhine e as linhas de frente da guerra. Nos anos recentes, muitos Cristãos Chin viram seus vilarejos e cidades se tornarem integrados à zona de guerra. Testemunhas locais no Estado Chin disseram de a milícia Muçulmana fundada na Arábia Saudita está deliberadamente expulsando o povo Chin de suas terras para facilitar o livre acesso entre a linha de frente de seu conflito com o Tatmadaw e suas bases no Estado de Rakhine e Bangladesh.
Myanmar (Birmânia) da floresta, incluindo uma mulher carregando seu bebê recém-nascido, entre outros, com a ajuda milagrosa de elefantes levados por fazendeiros locais. Muitas das vítimas da ofenciva militar recente são sobreviventes de ataques anteriores, onde crianças
Donos de elefantes locais foram ajudar os Kachin. “Jesus, muito obrigado por estes elefantes,” disse um contato do Fundo Barnabas
Ajuda Barnabas Janeiro/Fevereiro 2019 17
Ajuda Barnabas para os desabrigados
Enquanto a mídia geral internacional relataram que outras agências de ajuda não conseguiram operar na região, o Fundo Barnabas já estava conseguindo ajuda prática para os Cristãos Kachins desabrigados, trabalhando através de nossos parceiros Cristãos locais. O Fundo Barnabas atendeu as necessidades urgentes por abrigo seguro, alimentos, roupas, medicamentos e outras necessidades dos Cristãos desabrigados. Graças à generosidade de nossos apoiadores nós providenciamos arroz, peixe seco, lona (para abrigo), colchões, medicamentos, roupas íntimas, utensílios de cozinha, e outras necessidade para aproximadamente 5.4oo pessoas Kachin fugindo dos ataques. Um total de 1.500 em idade escolar receberam material escolar e livros, para que pudessem continuar aprendendo, apesar de estarem desabrigados. Continuar a educação também ajuda as crianças a se recuperarem dos traumas que vivenciaram, e a criar um senso de normalidade.
O Barnabas está ajudando famílias Cristãs Kachins nos campos a retornarem a uma sensação de vida normal
Jovens mães Kachin com seus bebês e crianças estavam entre os 2.000 encurralados na floresta, sem acesso a comida ou ajuda durante a ofensiva militar em 2018 foram usadas como antiminas, mulheres foram violentadas, e homens literalmente trabalharam até a morte carregando cargas pesadas para os soldados. Um jovem Cristão corajosamente carregou sua avó nas costas até estarem seguros ao fugirem do bombardeio militar na região Kachin no ano passado. “Eu disse para minha família me deixar sozinha em minha casa porque eu não posso andar,” ela disse, “Mas meu neto insistiu em me carregar. Eu fui refugiada por duas ou três vezes em minha vida, mas esta é a pior que já aconteceu.” Seu neto de 22 anos não pôde levar roupas ou suprimentos porque a estava carregando. Ele completou, “Eu estou feliz que pude ajudar minha avó a fugir do nosso vilarejo. No entanto, eu estou preocupado com sua saúde. Nós só queremos ir para casa.”
Esta senhora Cristã, desabrigada pela terceira vez pela guerra na região Kachin, foi carregada por seu neto até estar segura, ao fugirem dos ataques dos Tatmadaw em seu vilarejo em 2018
Fiéis corajosos em Myanmar passaram por trauma e sofrimento implacável. Milhares de sobreviventes dos ataques de 2018 agora vivem em condições básicas nos campos para Pessoas Desabrigadas Internamente, onde a falta de comida é frequente. Durante anos o Barnabas tem ajudado os Cristãos Kachin, incluindo o fornecimento de Bíblias para aqueles nos campos para Pessoas Desabrigadas Internamente. Nós estamos continuamente ajudando quanto às necessidades de longo prazo das comunidades desabrigadas, incluindo o suprimento de alimento, roupas e possibilitando que crianças continuem seus estudos escolares. Com a ajuda do Barnabas eles têm acesso às necessidades básicas que precisam para retornar a uma sensação de vida normal. Uma grata avó Cristã, que recebeu ajuda do Fundo Barnabas disse, “Eu sou velha, mas eu estou preocupada com o futuro de meus filhos e netos. Muito obrigado por vir e nos visitar. Muito obrigado por trazer ajuda e muito obrigado por orar por mim.”
Parceiros do Fundo Barnabas oraram com esta avó Cristã Kachin de 70 anos por nove netos no campo para Pessoas Desabrigadas Internamente. Ela estava desabrigada a 160 quilômetros de sua vila depois dos ataques de 2018. Ela falou da saudade da igreja de sua vila onde sua família frequentava os cultos toda semana; “Nós realmente amamos muito Jesus,” disse ela
18 Janeiro/F evereiro 2019 Ajuda Barnab as
Em Contato O neto comprometido em oração envia o dinheiro de sua mesada para ajudar Cristãos em sofrimento dinheiro para “Queridos Cristãos. Aqui está algum o Fundo ajudar vocês” foi o bilhete escrito para Ellis Dyson, de Barnabas em Outubro de 2018, por Reino Unido. cinco anos, que mora em Blackpool, de R$ 103,32, Junto com a carta tinha um cheque rias economias. fundos que Ellis pegou de suas próp
Jovem leitor da Ajuda Barnabas, Ellis Dyson, enviou sua mesada para ajudar Cristãos depois de orar com sua avó
pediu para orar Enquanto orava com sua avó, Ellis a na África”. pelas “pessoas que precisam de ajud a revista Ajuda Depois disso sua avó mostrou a ele ria mesada Barnabas e que resolveu dar sua próp de Olarias, para ajudar trabalhadores Cristãos tãs. O Fundo Vítimas de Violência e Escolas Cris a projeto. Barnabas enviou R$ 34,44 para cad
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