Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020

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Plano EstratĂŠgico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020


Ficha Técnica Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020 Equipa de Desenvolvimento:

Propriedade:

Fundo de Maneio, Lda. Consultoria, Recursos Humanos e Investimentos Rua Bento José Morais, 23, 1.º NE 9500-772 Ponta Delgada Telefone/Fax: (+351) 296 654 047 www.fundodemaneio.com fm@fundodemaneio.com

m-arquitectos, Lda. Monteiro, Resendes & Sousa Arquitectos Rua Dr. Hugo Moreira n.º 58 R/C 9500-792 Ponta Delgada Telefone: 296 654 296/ 925 800 076 www.m-arquitectos.net m-arquitectos@mail.telepac.pt

Observatório do Turismo dos Açores Solmar Avenida Center Avenida Infante D. Henrique, nº71 - Esc. 230/231 9504-529 Ponta Delgada Telefone: 296 287 237 geral@observaturismo.com www.observatorioturismoacores.com

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Câmara Municipal de Ribeira Grande

Câmara Municipal da Ribeira Grande Largo Conselheiro Hintze Ribeiro 9600-509 Ribeira Grande Telefone: (+351) 296 470 730 www.cm-ribeiragrande.pt geralcmrg@cm-ribeiragrande.pt

Ribeira Grande, maio de 2015

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Câmara Municipal de Ribeira Grande

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Sumário Executivo Efetivamente, o estudo aprofundado do mercado e das principais tendências identificadas permitiu aferir o grande potencial existente na Ribeira Grande

para a aposta na atividade turística. Existem inúmeros recursos naturais, culturais e patrimoniais de grande valor material e imaterial, mas que não têm sido totalmente capitalizados e que conferem ao concelho uma capacidade de diferenciação muito significativa. As oportunidades de investimento e desenvolvimento são notórias, principalmente num momento crucial, que envolve o Período de Programação Comunitária 2014-2020, a entrada em vigor do Plano Operacional Açores 2020 e a liberalização do espaço aéreo regional. Compreendendo a importância crítica de todo este contexto, centrou-se a O Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020 foi

construído com o objetivo fundamental de identificar e estruturar as condições necessárias para potenciar o desenvolvimento turístico a médio prazo do concelho. Apesar de historicamente o turismo não ter sido um setor central na economia local, apresenta-se como um novo paradigma de afirmação, que perspetiva o aproveitamento do potencial existente, a coesão territorial, a dinamização da atividade económica local, a criação de emprego e o estímulo da iniciativa privada e do empreendedorismo. Este é um desígnio que a Câmara Municipal de Ribeira Grande pretende perseguir, assumindo um compromisso claro perante o mercado e os seus munícipes.

conceção do Plano Estratégico para o Turismo da Ribeira Grande 2015-2020 numa ótica de mercado e com a devida atenção ao equilíbrio entre a oferta e a procura. Assumiu-se uma metodologia que favoreceu a perceção dos desejos do consumidor (o turista), dos interesses do investidor institucional (Câmara Municipal e/ou Governo Regional) e do investidor privado. Desta forma, apresentam-se soluções integradas, transformando o documento num guia de investimento e desenvolvimento, que contempla as relações sinergéticas a desenvolver e as grandes linhas de orientação inerentes. Neste particular, é de referir a atenção permanente para a articulação de esforços na estruturação da oferta e na conceção de uma proposta de valor transversal a todo o território.

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Sumário Executivo O estudo teve por base um exaustivo levantamento de informação que inclui

focar um destino de aventura na natureza e da irreverência do mar,

um inquérito a turistas e entrevistas a agentes turísticos. Do lado da procura

enriquecido pela tranquilidade, tradição e autenticidade.

(o turista), destaca-se a satisfação e a surpresa com a natureza, com a paisagem e com a tranquilidade, referindo-se, contudo, a necessidade de apresentar programas de aventura e de haver mais trilhos para percorrer. Os agentes turísticos confirmam que a natureza é o fator com maior capacidade de diferenciação do concelho, apesar do turismo cultural ser o mais maduro e desenvolvido, apontando, ainda, outros fatores que necessitam melhorar, como o alojamento, uma das grandes limitações do concelho. Referem que a Ribeira Grande não apresenta a preparação necessária para explorar o setor turístico, mas reconhecem o trabalho significativo que tem sido desenvolvido recentemente para esse fim. Identificaram-se vários produtos com diferentes graus de importância para

Os inúmeros dados interpretados, os contactos mantidos com diversos

estruturar a oferta. Como produtos estratégicos destacam-se o turismo de

stakeholders e a análise crítica da informação recolhida permitem afirmar

natureza, o touring cultural, o turismo de saúde e bem-estar e o turismo

que o concelho da Ribeira Grande apresenta um imenso potencial para o

náutico. Complementarmente, são de referir o turismo gastronómico, o

desenvolvimento do turismo. Existem várias oportunidades de investimento

turismo industrial, Sol & Mar, o turismo desportivo e o turismo sénior. Cada

e muitas atividades para desenvolver, potenciadas por recursos endógenos

produto tem as suas especificações e perfil de consumidor, mas é

singulares e por um momento crítico no desenvolvimento turístico do

fundamental desenvolver um oferta integrada, facilitando a qualificação do

Açores. Todo o contexto se alinha para novos horizontes, destacando-se,

destino, capitalizando os recursos existentes e ultrapassando as limitações

agora, a necessidade de passar das palavras à ação, envolvendo esforços

inerentes à atividade turística, como a sazonalidade e as ineficiências

conjuntos da Câmara Municipal, da população e de todos os investidores

operacionais e promocionais. Assim, a proposta de valor a oferecer deverá

interessados.

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Índice 1. Apresentação 2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho 2.1. Caracterização Institucional 2.2. Enquadramento Económico 2.2.1. Breve Apontamento Demográfico 2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego 2.2.3. Análise à Evolução Económica 2.2.4. Fatores de Competitividade

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional 3.1. Evolução do Turismo Mundial 3.2. Evolução do Turismo em Portugal 3.3. Evolução do Turismo nos Açores 3.4. Cadeia de Valor no Setor do Turismo 3.5. Principais Tendências no Setor do Turismo 4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande 4.1. Evolução da Atividade Turística 4.1.1. Oferta e Procura 4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico 4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico 4.1.4. Análise SWOT

4.2. Enquadramento Arquitetónico do Desenvolvimento Turístico do Concelho 4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 4.2.2. Património Arquitetónico Local

4.3. Recursos e Atrações Turísticas 4.4. Condições de Suporte da Atividade Turística 4.5. Visão e Objetivos Estratégicos 4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor 4.7. Proposta de Valor e Posicionamento 4.8 Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos 5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho 6. Considerações Finais 7. Bibliografia 8. Anexos

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7 21 24 27 28 32 38 42

44 47 55 67 79 89 98 101 102 111 120 127

133 134 146

192 215 229 235 292 305 321 332 339 346

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1. Apresentação


Índice 1. Apresentação

7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho

21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional

44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande

98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

321

6. Considerações Finais

332

7. Bibliografia

339

8. Anexos

346

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1. Apresentação No concelho da Ribeira Grande perspetiva-se um novo paradigma de

1.

desenvolvimento, lançando novos desafios à base económica local. O

turismo surge neste cenário como um setor-chave para suportar esta evolução, procurando não só o aumento da atividade turística, mas também a valorização do destino. Tendo em consideração as opções assumidas no Plano Estratégico e Operacional de Desenvolvimento 2014-2020 da Ribeira Grande, projetou-se a conceção do Plano Estratégico para o Turismo do concelho, no horizonte temporal 2015-2020. Os trabalhos seguem uma sequência natural e coerente, justificando os horizontes temporais definidos de acordo com o Período de Programação Comunitária 2014-2020. Este é, aliás, um fator de extrema importância. Com a entrada em vigor do Plano Operacional Açores

2020 surgem oportunidades para o desenvolvimento do concelho a médio prazo que dificilmente se repetirão. O objetivo deste trabalho centrou-se no diagnóstico detalhado das oportunidades do destino e na projeção do seu desenvolvimento com base nos recursos endógenos e numa proposta de valor construída de acordo com

as principais dinâmicas do mercado. Pretende-se, desde o primeiro momento, a conceção de um documento capaz de responder às questões críticas de base para o desenvolvimento da oferta turística do concelho e a apresentação de soluções concretas para a sua efetivação. Plano Estratégico para o Turismo

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1. Apresentação Todo o constructo envolvente a este documento fundamentou-se nas

sequência, analisou-se o contexto regional, através do Plano de

melhores práticas técnicas e científicas adotadas em entidades e empresas

Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA),

de referência na área do planeamento, consultoria e desenvolvimento

publicado em 2008 e com alterações posteriores em 2010. Perspetiva-se a

turístico. Procedeu-se a uma recolha de informação e consulta bibliográfica

publicação de um plano estratégico para os Açores, decorrente do trabalho

de diversas fontes, procurando uma perspetiva macro da problemática em

realizado a nível nacional para o Turismo 2020, mas, como ainda não são

causa que conduziu à identificação e conceção de soluções devidamente

conhecidos os conteúdos desse documento, complementou-se o trabalho

adequadas ao contexto do concelho da Ribeira Grande. Entre as principais

com a análise das informações de mercado disponíveis, com particular

referências metodológicas encontram-se a Organização Mundial de Turismo

atenção para dados e estudos publicados pelo Observatório Regional do

(UNWTO), o Conselho Mundial de Turismo de Viagens (WTTC), o Turismo de

Turismo.

Portugal, a Delloite e a PwC. Uma das preocupações no processo de diagnóstico e planeamento foi a necessária articulação da oferta turística da Ribeira Grande com o

preconizado a nível nacional e, em particular, a nível regional. Este é um período de transição, com novos desígnios para o desenvolvimento turístico e a conceção de novas estratégias e posicionamentos competitivos. Neste sentido, procedeu-se a uma análise evolutiva da situação, de modo a adequar as decisões assumidas para a Ribeira Grande às evoluções registadas no País e na Região. Primeiro, aferiram-se as alterações processadas ao longo do tempo no Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT), concebido em 2007, para, em seguida, averiguar a transição para o Turismo 2020 – Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo de Portugal. Em Plano Estratégico para o Turismo

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1. Apresentação existente, os níveis competitivos atuais da indústria do turismo exigem uma alteração profunda em elementos estruturais do concelho, em particular na

qualificação da população. A nível mundial, o setor do turismo apresenta excelentes indicadores e previsões de evolução. Não obstante se terem verificado importantes impactes negativos em resultado da crise económico-financeira, prevê-se que até 2030 a taxa média de crescimento do setor se paute nos 3,3%,

representando, através de efeitos diretos e indiretos, 9% do PIB mundial. Nas economias emergentes, o crescimento é ainda mais acentuado, prevendo-se No diagnóstico efetuado ao concelho identificou-se imediatamente um

um crescimento médio de 4,4%. A Europa é e continuará a ser a região líder

grande potencial para o desenvolvimento turístico, apesar de existirem

nas chegadas internacionais, aglomerando mais de metade do valor mundial.

diversas debilidades a ultrapassar. A Ribeira Grande possui condições

No entanto, fruto da maturidade do mercado e do crescimento de outros

naturais muito interessantes, apresentando recursos diversificados que

mercados, em particular na Ásia e Pacífico, essa dominância será menos

permitem a exploração de diferentes mercados. Em termos económicos, é

pronunciada a longo prazo. O lazer e as férias são ainda o principal motivo

um concelho com um enquadramento particular, dada a importância

turístico, representando mais de 50% das viagens. França é o principal

histórica da indústria. O setor secundário é aquele que gera maior valor

destino, com mais de 83 milhões de chegadas internacionais, mas são os EUA

acrescentado bruto (VAB) e maior volume de negócios, apesar de haver mais

que mais receitas turísticas geram, acima dos 140 mil milhões de dólares. Em

empresas e mais emprego a ser criado no setor terciário. A população local é

termos médios, cada turista gasta 803€, sendo que esse valor sobe para 966€

muito jovem, com uma pirâmide etária que demonstra a predominância dos

em economias avançadas e atinge os 615€ nas economias emergentes. Os

indivíduos abaixo dos 35 anos. No entanto, os níveis que qualificação são

BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) apresentam índices de crescimento

críticos, conferindo um entrave importante ao progresso do setor terciário,

substancialmente elevados, sendo já a China o país que mais gasta com o

em geral, e à atividade turística, em particular. Apesar do grande potencial

turismo internacional (quase 130 mil milhões de dólares).

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1. Apresentação Em Portugal, após uma quebra abrupta em 2009 e de um período de

Nos Açores tem-se verificado o aumento da oferta hoteleira, apesar dos

recuperação nos anos seguintes, 2014 foi o melhor ano de sempre no setor

restantes indicadores não apresentarem um boa performance. Ao nível do

do turismo. Neste último ano atingiram-se, pela primeira vez, os 16,1 milhões

número de hóspedes, 2008 foi o ano com melhor registo (mais de 353 mil

de hóspedes, sendo os principais mercados emissores o Reino Unido,

hóspedes), tendo-se verificado reduções posteriores que chegaram a apenas

Espanha, França e Alemanha. Numa oferta de alojamento crescente e

326 mil hóspedes em 2012. Esta situação deveu-se em muito à quebra da

dominada pelos hotéis, registaram-se mais de 46 milhões de dormidas. Em

procura registada no mercado português, levando a que os mercados

todo o setor foram gerados 10,4 mil milhões de euros de receitas, o que, em

estrangeiros já representem, no seu conjunto, mais turistas que o nacional.

termos médios, representa uma receita por turista de 646€, ainda longe da

Também nos mercados estrangeiros se verificou uma alteração substancial

média registada a nível internacional.

no perfil do turista, com os países nórdicos a perderem importância e os mercados do centro europeu a ganharem relevância, em particular o mercado alemão, que já representa mais de 20% da procura estrangeira. As dormidas foram, necessariamente afetadas pela quebra da procura, e em 2012, pela primeira vez na última década, registaram-se menos de um milhão de dormidas. Em resultado, as taxas de ocupação mantêm-se baixas e a estadia média não ultrapassa os 3,1 dias. Outros indicados como o RevPar e os proveitos globais do destino também se mantêm baixos e vão denotando a incapacidade de capitalizar o efeito multiplicador. Em comparação com a Madeira ou Canárias, destinos concorrentes, os Açores ficam a perder em

todos os indicadores, evidenciando a baixa capacidade competitiva da oferta atual. No entanto, esperam-se alterações substanciais nos próximos anos, fruto da liberalização do espaço aéreo regional e da maior acessibilidade ao destino “Açores”. Plano Estratégico para o Turismo

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1. Apresentação Em concreto sobre o concelho da Ribeira Grande, constata-se que o turismo

Posto de Turismo da Ribeira Grande, que se destaca pelo trabalho realizado

só agora começa a ser encarado como um setor fundamental. Um dos

junto dos turistas. São recorrentes e muito elogiosas as referências à

sintomas dessa situação é a frágil e incompleta informação disponível,

capacidade informativa dos técnicos desta unidade, bem como à sua

sobretudo para caracterização da oferta e da procura, bem como para a

hospitalidade e capacidade de comunicação. De facto, foi através do Posto

promoção do destino. A capacidade de alojamento é muito deficitária e

de Turismo da Ribeira Grande que se conseguiram algumas informações

pouco competitiva, registando-se apenas 26 unidades (incluindo alojamento

importantes relativas à oferta e à procura, confirmando-se, por exemplo, que

local e turismo no espaço rural), que representam 336 camas. Estas unidades

o perfil do turista que visita o concelho é semelhante ao que viaja para os

estão sobretudo concentradas na Zona Poente do concelho, refletindo a

Açores.

assimetria de desenvolvimento existente face à Zona Nascente, onde, apesar do potencial endógeno, não tem havido a capacidade necessária para desenvolver a atividade turística. Atualmente, com a nova visão do executivo camarário e alguns projetos que estão a ser executados, como o Eco Beach Resort de Santa Bárbara, começa a existir maior dinamismo na diversificação e qualificação da oferta. Regista-se que a animação turística é uma das atividades que necessitará de maiores impulsos e de maior iniciativa do setor privado, de modo a aumentar o tempo de permanência do turista no concelho. Este é uma das grandes debilidades locais, pois a maioria dos turistas apenas perspetiva passar um dia em visita à Ribeira Grande, o que limita, necessariamente, os índices de consumo e, por conseguinte, a capacidade de criação de valor. Apesar do défice de informação existente, é de ressalvar a prestação do Plano Estratégico para o Turismo

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1. Apresentação Os produtos turísticos associados ao turismo cultural são atualmente aqueles que apresentam maior maturidade na Ribeira Grande, sendo as principais

atividades realizadas pelos turistas a visita a museus e locais culturais e religiosos. No entanto, as atividades na natureza são aquelas que mais potencial por explorar apresentam. Os maiores desejos dos turistas para a Ribeira Grande prendem-se com a criação de programas de aventura e mais trilhos pedestres. As principais atrações visitadas são a Lagoa do Fogo, a Fábrica de Chá Gorreana e a Caldeira Velha, destacando-se a paisagem e o sossego como os fatores mais diferenciadores do concelho na ótica do turista. Apesar de um elevado grau de satisfação global e da possibilidade de regresso, os visitantes apontam a sinalização como algo a retificar, referindo, igualmente, o entretenimento, a animação noturna e as atividades culturais como os fatores onde menos se sentem satisfeitos. De forma crítica, os diversos agentes do setor turístico que foram

As informações recolhidas junto dos agentes turísticos apontam, ainda, para

consultados identificam as principais debilidades e potencialidades do

a falta de preparação do concelho para a atividade turística, tanto no setor

destino de um modo semelhante ao que foi indicado pelos turistas.

público como no setor privado, detetando lacunas como a falta de estratégia

Notoriamente, destacam a paisagem como o fator com maior capacidade de

e rumo, a incapacidade de promoção adequada, os focos de degradação

diferenciação do concelho, elegendo o turismo de natureza como o principal

social e a baixa capacidade de iniciativa e empreendedorismo. Contudo,

produto a desenvolver para projetar a oferta turística local. Revelam,

reconhecem os esforços empreendidos recentemente para alterar esse

também, a necessidade de articulação com a oferta global do destino

paradigma e afirmam o potencial existente, bem como a necessidade de

“Açores”, mantendo, contudo, uma vincada capacidade de diferenciação.

desenvolvimento do setor, descrevendo a liberalização do espaço aéreo regional como a grande oportunidade a explorar.

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1. Apresentação Perspetivando um desenvolvimento mais harmonioso e equilibrado da atividade turística no concelho, foram sinalizadas zonas concretas com

potencial para o desenvolvimento da oferta. Ao todo, foram identificadas 10 áreas consideradas como potenciadoras do turismo e com capacidade para produzir impactes na economia circundante. A sinalização destas zonas está associada ao seu potencial de desenvolvimento, mas também aos recursos endógenos e às atrações turísticas existentes.

Efetivamente, o concelho da Ribeira Grande é extremamente rico, tanto em termos naturais como culturais, permitindo a construção de uma oferta diversificada e de qualidade. O vasto património existente possui traços arquitetónicos e enquadramentos históricos singulares, enriquecido por um ambiente cultural diversificado através de um núcleo museológico com várias unidades, para além de festividades e eventos diferenciadores, como as De um modo geral, para além da natureza, os agentes turísticos elegem o

Cavalhadas, a Feira Quinhentista ou a Festa da Flor. Na dimensão natural, a

mar, a cultura e os recursos termais como os principais fatores a potenciar

Costa Norte apresenta zonas balneares de grande qualidade, como o Areal

para a qualificação do destino e desenvolvimento de produtos turísticos

de Santa Bárbara e a Praia dos Moinhos, enquanto a Serra de Água de Pau

competitivos. Complementarmente, referem a gastronomia e a atividade

agrega atrações como a Lagoa do Fogo ou a Caldeira Velha. Por todo o

industrial como elementos distintivos, com capacidade para diversificar a

concelho existem vários trilhos de grande qualidade, estando concentrado na

oferta e melhorar a experiência do turista. Não obstante, mantêm uma

Zona Nascente um ambiente mais rural e potenciador do agroturismo,

grande preocupação com a sustentabilidade ambiental e a preservação dos

também com atrações singulares como a Lagoa de São Brás.

principais recursos locais, não só naturais, mas também culturais.

complemento existem, ainda, instalações industriais peculiares, que incluem

Em

as únicas plantações de chá da Europa, na Gorreana e no Porto Formoso. Plano Estratégico para o Turismo

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1. Apresentação Ao nível das condições de suporte, verifica-se que uma das grandes

concelho para a atividade turística; aumentar o número de visitantes (first

limitações do concelho da Ribeira Grande é não deter uma infraestrutura de

time e repetentes), o seu tempo de permanência e o valor criado na

transportes estratégica, como um aeroporto ou porto de passageiros, apesar

economia local; desenvolver as condições estruturais para melhorar a

da proximidade existente às infraestruturas existentes na ilha. As

experiência e a vivência do turista; e aumentar a notoriedade e atratividade

acessibilidades terrestres são de grande qualidade, havendo, no entanto,

do concelho dentro do destino “Açores”. Este enquadramento define os

algumas lacunas em acessos secundários, nomeadamente na Zona Nascente.

vetores orientadores de atuação, perspetivando um desenvolvimento de

Outras condições foram avaliadas, como o alojamento, a restauração, o

médio prazo e da afirmação do destino através da sua preparação e da

comércio, a animação turística, as instalações e equipamentos desportivos,

estruturação de uma oferta integrada e diferenciada.

bem como outras serviços de apoio, notando-se algumas deficiências estruturais, mas também vários elementos que se destacam pela boa qualidade existente. Considerando todo este contexto, a proposta de valor para o desenvolvimento turístico do concelho da Ribeira Grande construiu-se a partir de uma visão que se fundamenta no potencial intrínseco do destino, no entendimento político local para o setor, nas principais tendências de mercado e na capacidade instalada. Assim, pretende-se estimular o desenvolvimento do turismo como atividade fundamental na dinâmica socioeconómica da Ribeira Grande, através de uma oferta diferenciada e suportada pela inovação e recursos endógenos do concelho. Para cumprir com esse desígnio, definiram-se quatro grandes objetivos estratégicos, que visam: qualificar e melhorar a preparação da população e das empresas do Plano Estratégico para o Turismo

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1. Apresentação particular o surf). Os produtos complementares e capazes de diversificar a

oferta de uma forma única verificam-se no turismo gastronómico (aproveitando a cozinha tradicional), o turismo industrial (valorizando instalações e unidades peculiares, como o chá, os licores e os laticínios), o turismo de sol & mar (através de praias de excelente qualidade), o turismo desportivo (capitalizando a cultura desportiva, as instalações e equipamentos locais) e o turismo sénior (que é uma das grandes tendências do mercado e que poderá ser transversal a vários outros produtos muito importantes na Ribeira Grande). Com o devido alinhamento das diretrizes estratégicas fundamentais (a visão, os objetivos e os produtos), promoveu-se a articulação das mesmas com as principais características e recursos do concelho e da sua população, Foram identificados vários produtos, que tirando vantagem dos recursos

desenvolvendo o processo de construção sistematizada e sustentada da

endógenos do concelho, favorecem a valorização do destino e a prossecução

proposta de valor para o turismo local. A Ribeira Grande fica, assim, definida

dos objetivos estruturantes definidos. Estes produtos foram classificados

como um destino de aventura na natureza e da irreverência do mar,

como estratégicos ou complementares, consoante a capacidade de atração e

enriquecido pela tranquilidade, tradição e autenticidade. Seguindo esta

de criação de valor transversal na economia local. Em termos estratégicos,

linha de planeamento, e considerando os inputs do mercado, assumiu-se um

definiram-se o turismo de natureza (com destaque para a aventura e

posicionamento forte do concelho como destino de natureza e turismo

ecoturismo), o touring cultural (com potencial para o touring genérico e para

ativo. Não obstante, não se inviabilizam outros posicionamentos mais

o touring temático), o turismo de saúde e bem-estar (com foco no

segmentados

termalismo) e o turismo náutico (onde se diferencia a náutica desportiva, em

existentes, como o surf, o património cultural, o chá, a gastronomia ou o

que

procurem

capitalizar

elementos

diferenciadores

termalismo. Plano Estratégico para o Turismo

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1. Apresentação No que concerne a elementos operacionais de marketing, houve uma

estruturantes definidos, com a indicação do horizonte temporal, nível de

particular preocupação em conjugar diferentes variáveis que enriqueçam a

investimento envolvido, potenciais fontes de financiamento e métricas de

projeção do concelho e o desenvolvimento harmonioso. Atualmente, a

avaliação que permitam aferir a real performance e impactos. Em

promoção é um das debilidades identificadas, pelo que se desenvolveu um

complemento, sinalizaram-se os projetos identificados como estruturantes

trabalho de conceção para identificação precisa de elementos fundamentais

para o desenvolvimento turístico do destino, onde se inclui a conclusão do

para a devida coerência da mensagem e da atuação prática. Neste sentido,

Passeio Atlântico, a construção de um spa geotermal com aproveitamento

um dos focos foi o branding territorial, algo cada vez mais crítico na

de uma das centrais geotérmicas e a reabilitação da Praia do Monte Verde.

valorização e competitividade de cidades e destinos turísticos, abordando questões relativas à identidade, ao logótipo e ao posicionamento (genérico e segmentado). Para além disso, conhecendo a realidade da Ribeira Grande, reforçou-se a importância do marketing interno para mobilização da população e desenvolvimento de uma mentalidade vocacionada para a atividade turística, para o espírito hospitaleiro e para a qualidade do serviço. Apontaram-se, ainda, as principais características relativas ao marketing mix, assumindo os 7P, ou seja, produto, preço, promoção, distribuição, indivíduos e processo. Num trabalho mais específico ao nível da promoção, são referenciados vários mecanismos para explorar e implementar técnicas comunicacionais, online e offline. Como este trabalho visa um processo consequente e com implicações reais, o planeamento culminou com a estruturação adicional de um plano de ação. Foram formuladas mais de 80 ações concretas a partir dos objetivos Plano Estratégico para o Turismo

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1. Apresentação Em suma, o trabalho desenvolvido na construção do Plano Estratégico para o

oportunidades únicas a aproveitar.

Turismo da Ribeira Grande assentou em alguns pressupostos críticos,

nomeadamente a adaptação do desenvolvimento turístico do concelho às tendências internacionais do setor, a relação equilibrada entre a oferta e a procura (integrando a transversalidade das diferentes atividades económicas com o turismo), a potenciação dos recursos endógenos, a harmonia transversal a todo o território e a consequência prática do planeamento. Trata-se de um estudo aprofundado do mercado a nível internacional, nacional, regional e local, para além de uma caracterização detalhada do potencial e da capacidade instalada no concelho. A conceção da proposta de valor foi constantemente alinhada e articulada com as mais-valias do destino, capitalizando as suas potencialidades e definindo soluções para ultrapassar as principais debilidades. É de referir que este trabalho não foi e não deverá

Este documento, que consubstancia o Plano Estratégico para o Turismo da

ser estanque, uma vez que se procurou auscultar um vasto leque de

Ribeira Grande, para além da apresentação global, está estruturado de

stakeholders, tanto nas dinâmicas associadas à oferta como à procura, e

forma sequencial em quatro capítulos principais, seguindo-se o destaque das

deverá manter uma evolução e adaptação constantes à realidade do

principais conclusões do estudo. Esta estrutura obedece a uma metodologia

mercado. Ressalve-se que a Ribeira Grande vive um momento de transição

de trabalho progressiva, que se desenvolve a partir da análise geral e culmina

do setor turístico, com um novo dinamismo, o que representou grandes

em indicações objetivas, de âmbito mais particular. Ressalve-se que o

desafios na preparação deste planeamento e a sua permanente adequação

documento e a sua estrutura foram desenvolvidos tendo em consideração os

ao surgimento de novas iniciativas neste setor. Salvaguarde-se, porém, a

vários interesses que podem gravitar em torno do setor do turismo na

importância desta dinâmica, pois o período de programação comunitária

Ribeira Grande, atendendo não só ao investimento público, mas também à

2014-2020 e a liberalização do espaço aéreo regional perspetivam

iniciativa privada.

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1. Apresentação No capítulo 2, procede-se a uma caracterização socioeconómica genérica da Região e do concelho da Ribeira Grande. Procura-se, assim, descrever de

forma sucinta o contexto atual e a sua evolução nos últimos anos, em particular no que concerne à capacidade de criação de valor económico, perfil dos setores de atividade económica, estrutura etária e nível de qualificação da população. Seguidamente, no capítulo 3, desenvolve-se um estudo ao setor do turismo

internacional, nacional e regional. Sinalizam-se os principais indicadores de atividade do setor, a evolução recente e as perspetivas a longo prazo. Para além disso, identificam-se as principais tendências internacionais e mostra-se o efeito multiplicador do turismo na economia. O capítulo 4 configura o núcleo central do documento, pois integra as

grandes definições estratégicas para o concelho, para além de um diagnóstico ao estado atual do setor. São apresentados os principais produtos a desenvolver, as diretrizes estratégicas assumidas e as linhas de orientação para o plano de ação a implementar. O capítulo 5, que antecede as conclusões finais, destaca, de forma resumida, alguns projetos estruturantes para o concelho. O objetivo deste capítulo é evidenciar, perante os decisores e investidores privados e institucionais, alguns projetos que podem transformar o paradigma do turismo na Ribeira Grande e orientar os esforços de desenvolvimento do setor. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

20


2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho


Índice 1. Apresentação

7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho

21

2.1. Caracterização Institucional

24

2.2. Enquadramento Económico

27

2.2.1. Breve Apontamento Demográfico

28

2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego

32

2.2.3. Análise à Evolução Económica

38

2.2.4. Fatores de Competitividade

42

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional

44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande

98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

321

6. Considerações Finais

332

7. Bibliografia

339

8. Anexos

346

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

22


2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho Para a conceção e estruturação de um plano estratégico consequente e

2.

coerente, independentemente da sua tipologia, é fundamental compreender

a realidade em que será inserido e aplicado. Neste estudo, procedeu-se a uma rigorosa análise para caracterizar as dinâmicas económicas e sociais envolventes, procurando definir adequadamente a base de trabalho e os pressupostos de formulação estratégica a adotar. Numa primeira dimensão procedeu-se à caracterização genérica do enquadramento natural e institucional da Região Autónoma dos Açores e do concelho da Ribeira Grande. Reconhecendo, empiricamente, o potencial natural do concelho para a atividade turística, esta caracterização facilita uma melhor perceção do enquadramento específico nos Açores, em geral, e na ilha de São Miguel, em particular. Posteriormente, apresenta-se um enquadramento económico devidamente fundamentado com dados estatísticos oficiais. De forma natural, procurou-se descrever com rigor a evolução e as dinâmicas socioeconómicas regionais e do concelho, no sentido de identificar o potencial de desenvolvimento existente, bem como a correta orientação das linhas estratégicas a conceber. O cariz introdutório deste capítulo permite definir um claro contexto de trabalho, cujos inputs auxiliam a análise crítica à envolvente, com as respetivas repercussões nos resultados finais do plano estratégico.

Plano Estratégico para o Turismo

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23


2.1. Caracterização Institucional O contexto em que se insere o concelho da Ribeira Grande é único em toda a

2.1.

Região. Embora existem traços comuns comparativamente a outros

Caracterização Institucional

concelhos açorianos, as peculiaridades derivadas da riqueza natural e da localização sui generis atribuem à Ribeira Grande potencial para o desenvolvimento turístico. Importa, assim, conhecer, de forma genérica esse paradigma e as suas perspetivas de evolução. Região Autónoma dos Açores

Os Açores, definidos como Região Autónoma desde 1976 pela Constituição da República Portuguesa e pelo Estatuto Político Administrativo da Região Autónoma dos Açores, estão situados em pleno Oceano Atlântico, dispersando-se ao longo de um eixo sudeste-noroeste ligeiramente superior a 600 km e abrangendo uma área total de 2.322 km2. A Região possui governo próprio com poder executivo e uma assembleia legislativa regional, eleita por sufrágio universal direto, composta por nove ilhas de dimensões muito heterogéneas e relativamente reduzidas, que distam pouco mais de 3.300 km de Boston (Estados Unidos da América) e sensivelmente 1.400 km de Lisboa. Este enquadramento define-a como região ultraperiférica (RUP) da União Europeia (UE), em paralelo com Madeira, Canárias, Guadalupe, Guiana Francesa, Martinica, Reunião, Saint-Barthélemy e Saint-Martin. Alguns dos grandes

desafios

de

desenvolvimento

dos

Açores

provêm

deste

distanciamento dos centros de decisão agravado pela fragmentação e dispersão do seu mercado interno. Plano Estratégico para o Turismo

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24


2.1. Caracterização Institucional Figura 01 – Localização geográfica do arquipélago dos Açores

Historicamente, a localização e as condições geográficas do arquipélago têm produzido inerentes desafios estruturais e oportunidades estratégicas para o

seu desenvolvimento. Por um lado, a pequena dimensão das ilhas e a sua dispersão resultam numa grande fragmentação do mercado, com naturais repercussões na eficiência dos recursos, na atividade económica e na multiplicação de estruturas e equipamentos produtivos. Esta situação é agravada pela heterogeneidade da dimensão das ilhas, com impactos diretos Fonte: www.visitazores.com

na concentração populacional e no grau de desenvolvimento económico. Por

As ilhas possuem condições edafoclimáticas particulares, que têm

outro lado, a localização das ilhas tem conferido à Região, desde o tempo dos

influenciado diretamente, ao longo do tempo, o desenvolvimento

Descobrimentos, uma importância estratégica em vários domínios,

socioeconómico da Região. A origem vulcânica resulta numa configuração

nomeadamente logístico e militar, através da confluência de rotas

peculiar e acidentada do relevo, mas também numa notável diversidade

transatlânticas, do desenvolvimento de serviços e estruturas de apoio à

paisagística e numa riqueza geológica valorizadoras da imagem do

navegação e à aviação e ao apoio a manobras militares nos grandes conflitos

arquipélago. Nos Açores existem 26 sistemas vulcânicos ativos, incluído 8

mundiais. A utilização da Base das Lajes, na ilha Terceira, revelou essa

submarinos, o que acoplado à localização numa zona de junção de três placas

importância nas relações entre os Estados Unidos da América e a Europa,

tectónicas (Norte-Americana, a Eurasiática e a Africana) e à presença do Rifte

que ainda poderá ser mais notório aquando da entrada em vigor da Parceria

da Terceira, origina uma atividade sísmica intensa e manifestações geológicas

Transatlântica de Comércio e Investimento (vulgo Acordo de Comércio Livre).

de diferentes naturezas. A riqueza ambiental e paisagística da Região,

Por último, há a referir o imenso potencial da Zona Económica Exclusiva dos

caracterizada pela abundância da cor verde, é também influenciada por um

Açores, uma das maiores da União Europeia, que confere à Região e ao País

clima temperado marítimo, de temperaturas amenas ao longo de todo o ano

grandes oportunidades de desenvolvimento em torno da economia do mar,

(e consequente amplitude térmica reduzida), pluviosidade regular e grande

integrando setores como a logística, pescas, investigação científica e turismo

variabilidade das condições climatéricas.

náutico e desportivo.

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25


2.1. Caracterização Institucional Figura 02 – Delimitação do Concelho da Ribeira Grande na ilha de São Miguel

agrícola em toda a cadeia de valor e, mais recentemente, nas atividades pecuárias e de produção de leite. As características naturais do concelho da Ribeira Grande são semelhantes ao verificado em todo o arquipélago. O enquadramento natural é dominado pelo relevo irregular da Serra da Água de Pau, pelas nascentes e cursos de

Fonte: Câmara Municipal da Ribeira Grande

água mineral e pelas manifestações vulcânicas. A riqueza existente conduziu à definição de áreas protegidas, incluindo áreas inseridas no Parque Natural

Concelho da Ribeira Grande

de Ilha de São Miguel e na Rede Natura 2000. Para além disso, a tipologia

O concelho da Ribeira Grande é um dos 19 concelhos dos Açores e um dos

acidentada do litoral possibilitou a formação de algumas praias, que devido

seis concelhos da ilha de São Miguel. É composto por 14 freguesias e situa-se

às condições das correntes marítimas originou locais de grande procura para

na costa norte da ilha. É o único concelho a fazer fronteira com os restantes

a prática de desportos como o surf.

cinco concelhos micaelenses, ocupando uma área global de 180,15 km2,

apenas superado, nesta ilha, por Ponta Delgada (232,99

km2).

Devido às características vulcânicas do concelho, nas últimas décadas do século XX, assistiu-se a um grande desenvolvimento da geotermia, com a

A 29 de junho de 1981, em reconhecimento da importante malha urbana

instalação de duas centrais geotérmicas (a Central da Ribeira Grande e a

instalada e da capacidade de geração de riqueza, a Ribeira Grande foi

Central do Pico Vermelho). A produção combinada destas unidades

elevada a cidade. Na realidade, todo o concelho é um dos mais ricos dos

representa aproximadamente 40% da energia elétrica consumida na ilha.

Açores, dada a fertilidade dos seus terrenos, a facilidade de cultivo em torno

Esta é uma característica única na Região, colocando a Ribeira Grande no

da ribeira e a capacidade produtiva que se foi desenvolvendo nos vários

topo da hierarquia da produção de energia através de fontes renováveis e

ciclos económicos. Estas características atribuíram consecutivamente ao

com um grande potencial de desenvolvimento de atividades conexas à

concelho uma importante posição nos diferentes períodos de prosperidade

exploração geotérmica.

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26


2.2. Enquadramento Económico Em termos económicos, a Região Autónoma dos Açores tem apresentado

2.2.

uma tendência convergente com o país e com a União Europeia. Contudo,

Enquadramento Económico

dada a fragilidade estrutural da economia regional, os impactos da crise económico-financeira que se vem registando desde 2007 a nível internacional, mas com maior intensidade a partir de 2011 nos Açores, abalaram fortemente toda a composição social e a capacidade de criação de riqueza. Setores tradicionalmente de grande relevância na economia e com grande capacidade de criação de emprego, como a construção civil, foram afetados de forma crítica, gerando várias insolvências e, consequentemente, um grande volume de desemprego. Por outro lado, em termos demográficos, a Região Autónoma dos Açores apresenta uma população extremamente jovem, apesar de um progressivo envelhecimento. Neste caso em particular, o concelho da Ribeira Grande destaca-se, com vários indicadores que lhe garantem excelentes perspetivas futuras. Não obstante, a ainda baixa escolarização é um grande desafio para o desenvolvimento social e económico. A conjugação deste contexto, da capacidade instalada e do potencial natural existente confere ao turismo uma referência como setor de atividade económica com maior capacidade para a recuperação imediata da economia regional e concelhia. Os dados atuais permitem perceber que há oportunidades por explorar, mas identificam, igualmente, várias lacunas na oferta.

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27


2.2.1. Breve Apontamento Demográfico 2.2.1. Breve Apontamento Demográfico

Tabela 01 – População residente (n.º) por Local de residência (à data dos Censos) 2001 Total

De acordo com os dados dos Recenseamentos da População e Habitação (Censos), a população residente da RAA variou 2,1% entre 2001 e 2011,

Santa Maria Vila do Porto

significando um aumento de 5.009 indivíduos. Paradoxalmente, apenas em

São Miguel Lagoa Nordeste Ponta Delgada Povoação Ribeira Grande Vila Franca do Campo

sete dos 19 concelhos regionais se verificou um efetivo aumento populacional, tendo sido a Ribeira Grande a apresentar, destacadamente, a maior variação positiva com 12,8%, muito acima da média regional. Este registo permitiu ao concelho ultrapassar os 30.000 habitantes, valor atingido

2011 Total

5.578 5.578

5.552 5.552

Variação % -0,5% -0,5%

131.609 14.126 5.291 65.854 6.726 28.462 11.150

137.856 14.442 4.937 68.809 6.327 32.112 11.229

4,7% 2,2% -6,7% 4,5% -5,9% 12,8% 0,7%

55.833 35.581 20.252

56.437 35.402 21.035

1,1% -0,5% 3,9%

apenas em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada.

Terceira Angra do Heroísmo Praia da Vitória

Este aumento da população é, sobretudo, o resultado de um saldo natural

Graciosa Santa Cruz da Graciosa

4.780 4.780

4.391 4.391

-8,1% -8,1%

São Jorge Calheta Velas

9.674 4.069 5.605

9.171 3.773 5.398

-5,2% -7,3% -3,7%

Pico Lajes do Pico Madalena São Roque do Pico

14.806 5.041 6.136 3.629

14.148 4.711 6.049 3.388

-4,4% -6,5% -1,4% -6,6%

Grande, sendo este último aquele que proporcionalmente mais contribuiu

Faial Horta

15.063 15.063

14.994 14.994

-0,5% -0,5%

para este resultado. Relativamente ao saldo migratório existem poucos

Flores Lajes das Flores Santa Cruz das Flores

3.995 1.502 2.493

3.793 1.504 2.289

-5,1% 0,1% -8,2%

425 425

430 430

1,2% 1,2%

241.763

246.772

2,1%

positivo, conforme atestado pelos dados disponíveis no Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA), que registam, entre 2001 e 2011, um valor agregado de 5.098 indivíduos. Repare-se que o saldo natural positivo é particularmente relevante nos principais centros urbanos da ilha de São Miguel, nomeadamente os concelhos de Lagoa, Ponta Delgada e Ribeira

dados sobre a sua evolução, mas poder-se-á inferir que apresenta um ligeiro valor negativo, dado que o crescimento da população é inferior ao saldo natural agregado de 2001 a 2011.

Corvo Corvo Açores

Fonte: INE (2014)

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28


2.2.1. Breve Apontamento Demográfico Tabela 02 – Saldo natural agregado 2001 a 2011, por concelho,

Pelos dados dos Censos, verifica-se, ainda, que nos Açores há uma ligeira

calculado pela diferença entre o número de nados vivos e o número de óbitos

predominância do número de mulheres, com uma distribuição de 50,8% de

Santa Maria Vila do Porto São Miguel Lagoa Nordeste Ponta Delgada Povoação Ribeira Grande Vila Franca do Campo Terceira Angra do Heroísmo Praia da Vitória

indivíduos do sexo feminino e 49,2% do sexo masculino, o que representa,

Sd.n. 2001-2011 -1 -1

sensivelmente, 97 homens por cada 100 mulheres. Apenas em três concelhos esta relação se inverte, Ribeira Grande, Lajes das Flores e Corvo.

6.886 988 -100 2.965 -77 2.736 374

Não deixa de ser curioso o facto de, na Ribeira Grande, existirem mais homens que mulheres e mesmo assim este ser o segundo concelho com mais nascimentos, deduzindo-se que número médio de filhos por mulher será um dos maiores da Região.

195 -47 242

De uma forma geral, a análise a estes dados indica que o concelho da Ribeira

Graciosa Santa Cruz da Graciosa

-382 -382

Grande foi aquele que mais cresceu na última década nos Açores. Para além

São Jorge Calheta Velas

-432 -134 -298

disso, será relevante notar que a variação populacional na Ribeira Grande foi

Pico Lajes do Pico Madalena São Roque do Pico

-837 -359 -312 -166

partindo do pressuposto de coerência entre os dados do INE e do SREA,

Faial Horta Flores Lajes das Flores Santa Cruz das Flores Corvo Corvo Açores

de 3.650 indivíduos, enquanto o saldo natural se registou em 2.765, o que,

indicia um saldo migratório muito significativo para a realidade regional. A relevância dos números apresentados nos vários indicadores poderá

-94 -94

configurar o concelho como aquele que apresenta maior potencial de

-210 -86 -124

desenvolvimento socioeconómico a médio prazo, integrando várias oportunidades nos diferentes setores de atividade económica.

-27 -27 5.098

Fonte: SREA (2014)

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29


2.2.1. Breve Apontamento Demográfico Gráfico 01 – Pirâmide etária da Região Autónoma dos Açores,

Gráfico 02 – Pirâmide etária da Região Autónoma dos Açores,

construída com os dados dos Censos 2001

construída com os dados dos Censos 2011

75 ou mais 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 Menos de 10 anos 20.000

Homens

15.000

10.000

75 ou mais 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 Menos de 10 anos

Mulheres

5.000

0

5.000

10.000

15.000

20.000

20.000

Homens

15.000

10.000

Fonte: INE (2014)

À semelhança do resto do país, a Região Autónoma dos Açores está a assistir a um envelhecimento da população, conforme se comprova pela comparação dos dados censitários de 2001 e 2011. Verifica-se uma clara diminuição das faixas etárias abaixo dos 30 anos e um significativo aumento das faixas etárias acima desse patamar, alterando, de forma notória, a configuração da pirâmide. Um dos dados de particular preocupação é relativo à redução muito substancial da faixa etária com menos de 10 anos,

Mulheres

5.000

0

5.000

10.000

15.000

20.000

Fonte: INE (2014)

indivíduos, confirmando uma diminuição da taxa de natalidade.

Não obstante, é pertinente sublinhar que a Região Autónoma dos Açores apresenta, ainda, uma população consideravelmente jovem, ao contrário do que se verifica no país. Esta é uma das atuais mais-valias relevantes da Região, assegurando alguma estabilidade a médio e longo prazo do equilíbrio na renovação da população ativa.

em ambos os géneros, dado que já verificam números abaixo dos 15.000 Plano Estratégico para o Turismo

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30


2.2.1. Breve Apontamento Demográfico Gráfico 03 – Pirâmide etária do concelho da Ribeira Grande,

Gráfico 04 – Pirâmide etária do concelho da Ribeira Grande,

construída com os dados dos Censos 2001

construída com os dados dos Censos 2011

75 ou mais 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 Menos de 10 anos 3000

Homens

2000

75 ou mais 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 Menos de 10 anos

Mulheres

1000

0

1000

2000

3000

3.000

Homens

2.000

Fonte: INE (2014)

Mulheres

1.000

0

1.000

2.000

3.000

Fonte: INE (2014)

O progressivo envelhecimento da população a nível regional é também

Não será despiciendo ressalvar que o concelho da Ribeira Grande integra a

visível no concelho da Ribeira Grande, como demonstra a comparação entre

freguesia com menor média de idades em toda a Região, uma vez que Rabo

a pirâmide etária de 2001 e 2011. Contudo, a juventude é ainda prevalecente

de Peixe regista 28,4 anos, sendo a única freguesia regional com valores

no concelho, onde mais de 50% da população se encontra nas faixas etárias

abaixo dos 32 anos.

abaixo dos 35 anos. De facto, os dados dos Censos permitem aferir que a Ribeira Grande é o concelho mais jovem da Região Autónoma dos Açores, com uma média de idades de 32,4 anos, seguido do concelho de Lagoa (34,4 anos) e contrastando com uma média regional de 37,3 anos. Plano Estratégico para o Turismo

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Este paradigma, apesar de requerer o acompanhamento da sua evolução, apresenta-se muito favorável ao desenvolvimento económico. O potencial humano é significativo, aportando boas perspetivas a eventuais decisões para investimentos produtivos. 31


2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego Em 2000, o PIB regional apenas representava 1,9% da riqueza gerada no país,

2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego

enquanto em 2012 esse valor se cifrava em 2,2%. A variação do PIB per

A partir do final da década de 90 do século XX, tem-se verificado uma

capita é ainda mais evidente, uma vez que no início do século este indicador

convergência da economia regional relativamente ao país e à União

nos Açores (10.071€) correspondia a 81% do valor nacional (12.485€) e

Europeia. De facto, fruto de assimetrias no crescimento do PIB, a Região

atualmente já atinge os 91% (14.927€). Se recuarmos ainda mais no tempo,

Autónoma dos Açores aproxima-se da capacidade de criação de riqueza

verificamos que em 1995 o PIB per capita nos Açores era apenas de 7.200€

nacional e tem reduzido, substancialmente, a diferença para o restante

face a 9.000€ a nível nacional (80%). Demonstra-se, assim, uma evolução

espaço comunitário. É, no entanto, de referir que a diferença face à Região

significativa na capacidade de criação de riqueza, mesmo num período de

Autónoma da Madeira não se tem esbatido de forma clara e até se agravou

grande instabilidade económica, como o experienciado desde 2007, cujo

no início dos anos 2000.

impacto em pequenas e frágeis economias – como a açoriana – é amplificado.

Tabela 03 – PIB e PIB per capita na União Europeia (milhões de euros) 2000

2007

2011

2012

2013

2014

Um facto relevante na análise à evolução económica da Região prende-se

PIB per capita

com o crescimento contínuo do rendimento disponível per capita. Entre 2000

União Europeia (28)

19.600

25.800

26.000

26.500

26.600

27.300

Portugal

12.485

16.643

16.686

16.136

16.372

16.800

RA Madeira

11.150

16.418

16.412

15.302

15.526

-

RA Açores

10.071

14.647

15.226

14.688

14.927

-

apesar de uma ligeira quebra em 2011. Esta evolução revela um notório

RAA/UE (27)

51%

57%

59%

55%

56%

-

aumento da qualidade vida nos Açores, com impactos diretos na economia.

RAA/Portugal

81%

88%

91%

91%

91%

-

Curiosamente, os dados regionais apresentam uma performance superior

PIB (milhões de euros) União Europeia (28)

9.552.216

12.900.957

13.173.517

13.425.649

13.519.751

13.920.541

128.466

175.468

176.167

169.668

171.211

174.384

RA Madeira

2.715

4.306

4.367

4.035

4.071

-

RA Açores

2.428

3.603

3.760

3.633

3 694

-

Portugal

e 2011, este indicador cresceu 43,5%, passando de 8.083€ para 11.606€,

Fonte: EUROSTAT (2015), INE (2015)

Plano Estratégico para o Turismo

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aos dados nacionais e têm vindo, progressivamente, a aproximar-se da Região Autónoma da Madeira. O comportamento deste indicador demonstra o aumento da capacidade de consumo nos Açores, com os consequentes impactos na economia regional e na dinamização de diversos setores. 32


2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego Em termos setoriais, verifica-se que o setor terciário é aquele onde é gerado

prazo, não contribuindo, geralmente, de forma direta, para o equilíbrio da

maior valor acrescentado bruto (VAB), verificando-se uma tendência

balança comercial. Verifica-se, ainda, que as atividades de comércio por

progressiva de aumento dessa dominância e perda de importância relativa

grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos;

dos outros dois setores. Em 2012, 75% do VAB gerado nos Açores era

transportes e armazenagem; atividades de alojamento e restauração

proveniente deste setor, em comparação com 72% no ano 2000. Para além

representam 26% do valor gerado nos Açores.

disso, é cada vez mais notório o peso reduzido do setor primário, que já

Tabela 04 – VAB por ramos de atividade na Região Autónoma dos Açores

representava em 2012 menos de 10% do VAB regional (9,6%). Ano

Gráfico 05 – VAB por setor na Região Autónoma dos Açores, 2012

Terciário 74,8%

Secundário 15,6%

2000

2005

2010

2011

2012

Atividades artísticas e de espetáculos; reparação de bens de uso doméstico e outros serviços

46

61

97

100

99

Atividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares; atividades administrativas e dos serviços de apoio

64

93

106

108

109

Atividades financeiras e de seguros

73

95

116

111

96

169

212

262

267

283

636

831

989

967

873

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

252

278

285

293

299

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos; transportes e armazenagem; atividades de alojamento e restauração

507

708

828

818

818

Numa análise detalhada, é facilmente percetível a importância das atividades

Construção

175

217

207

192

159

produtoras de bens não transacionáveis, verificando-se, por exemplo, que a

Indústrias extrativas; indústrias transformadoras; produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar frio; captação, tratamento e distribuição de água;

178

243

327

324

329

51

64

62

62

59

Atividades imobiliárias Primário 9,6%

Administração pública e defesa; segurança obrigatória; educação, saúde humana e ação social

Fonte: SREA (2014)

administração pública é a atividade que gera maior VAB. Neste caso, em 2012, representava 28% de todo o VAB regional. Repare-se que este tipo de atividade é aquele que tem menor capacidade de criação de riqueza a longo Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Informação e comunicação

social

Fonte: SREA (2015)

33


2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego A atividade de construção é a única que produziu menor VAB em 2012 do

Gráfico 06 – Empresas por setor de atividade na Ribeira Grande, 2012

que no ano 2000 (-9,1%). Efetivamente, esta foi, provavelmente, a atividade

económica mais abalada pela crise económico-financeira, que, após uma

Terciário 59,0%

concentração de grandes obras até 2010, assistiu a uma acentuada

Primário 23,8%

diminuição do número de construções e das áreas de construção. Em sentido inverso, várias atividades apresentam boas performances. Porém, dada a

Secundário 17,2%

relevância para a cadeia de valor, ressalve-se um importante aumento do VAB (85%) no ramo de atividades que engloba as indústrias extrativas;

Gráfico 07 – Volume de negócios por setor de atividade na Ribeira Grande, 2012

indústrias transformadoras; produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar frio; e captação, tratamento e distribuição de água.

Terciário 28,5%

Primário 5,8%

No que concerne diretamente ao concelho da Ribeira Grande, verifica-se um enquadramento muito peculiar, onde o setor secundário, em particular a

indústria transformadora (e dentro desta, a indústria alimentar, com

Secundário 65,7%

destaque para os laticínios), apresenta uma importância capital para a criação de riqueza. Apesar de só concentrar 17,2% do número de empresas do concelho, o setor secundário apresenta praticamente dois terços do volume de negócios e do VAB gerado na economia local. Pelo contrário, o

Gráfico 08 – VAB por setor de atividade na Ribeira Grande, 2012 Terciário 28,8%

Primário 8,2%

setor terciário, concentrando 59% das empresas, apenas consegue cerca de 29% do volume de negócios e do VAB. O setor primário, apesar da importância histórica e estrutural no concelho, nomeadamente ao nível da produção de leite, apenas gera 5,8% do volume de negócios e 8,2% do VAB. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Secundário 63,0%

Fonte: SREA (2014)

34


2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego As dinâmicas económicas da Região têm, naturalmente, um impacto direto

No ano 2000, a nível regional, a média (trimestral) de pessoas empregadas

no mercado de trabalho, tanto ao nível das oportunidades como na

era de 96.171, atingindo o pico em 2009, com 112.171. Em 2013, a média de

qualidade do emprego criado. A criação de emprego acompanhou a

pessoas empregadas desceu para 99.458, apesar da ligeira inversão desta

tendência de crescimento económico até 2009. A partir de 2010, registou-se

situação em 2014, com uma média dos primeiros três trimestres de 100.913.

uma significativa redução neste indicador, fruto dos fortes impactos da crise

Note-se que o concelho da Ribeira Grande foi bastante afetado por esta

económico-financeira regional, aproximando o número de pessoas

conjuntura, dado o peso específico do setor da construção civil na economia

empregadas dos valores registados em 2000. Para esta redução, muito

local.

contribuiu o desemprego gerado no setor da construção civil, que, para além

Gráfico 10 – População empregada por setor de atividade em 2013

de empregar muitas pessoas, apresentava, igualmente, um baixa taxa de escolarização (que dificulta novas oportunidades no mercado de trabalho).

Terciário 72,6%

Primário 12,9%

Gráfico 09 – Evolução da população empregada e do rendimento disponível per capita Indivíduos 115.000

14.000 €

110.000

12.000 €

Secundário 14,4%

10.000 €

105.000

8.000 € 100.000

Fonte: SREA (2014)

6.000 € 95.000 90.000 85.000

4.000 €

O mercado de trabalho regional revela, igualmente, o elevado nível de

2.000 €

terciarização da economia. Em 2013, mais de 70% da população empregada

0€

desenvolvia a sua atividade profissional neste setor. De notar que o setor

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 População Empregada

Rendimento Disponível per capita

Fonte: SREA (2014)

primário é aquele que menos pessoas emprega (12,9%), verificando-se um decréscimo progressivo ao longo do tempo. O setor secundário, integrava 14,4% da população empregada.

Plano Estratégico para o Turismo

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35


2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego A realidade do concelho é ligeiramente diferente, dado o peso do setor

Gráfico 12 – Evolução da taxa de desemprego na Região Autónoma dos Açores

secundário. O pessoal ao serviço neste setor (42,7%) quase que iguala o

20%

pessoal ao serviço no setor terciário (45,6%).

18% 16%

Gráfico 11 – População ao serviço por setor de atividade na Ribeira Grande em 2012

14% 12%

Terciário 42,7%

10%

Primário 11,7%

8% 6% 4%

Secundário 45,6%

2%

0% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Taxa desemprego

Fonte: SREA (2014)

Fonte: SREA (2015)

Atualmente, o desemprego é o maior desafio para a economia regional. Na

Um dos grandes problemas estruturais da sociedade açoriana e que produz

realidade, desde 2006 que já se registava uma ligeira tendência crescente,

uma influência direta no combate ao desemprego é o nível de qualificação da

mas as ondas de choque que resultaram da crise económica e financeira

população. A comparação entre os dados dos censos de 2001 e 2011 revelam

internacional, com reflexos profundos na economia regional, conduziram a

uma clara evolução nessa realidade, mas, na verdade, a qualificação dos

taxas de desemprego historicamente elevadas nos Açores. Em 2000, a taxa

recursos humanos mantém-se muito baixa, com apenas 8,2% da população a

de desemprego era inferior a 4% (tendo mesmo rondado os 2% entre 2001 e

deter o ensino superior completo. O número de indivíduos que possui

2003), porém no primeiro trimestre de 2014 chegou a atingir os 18%, a mais

habilitações a partir do ensino secundário é inferior a 20% (19,1%). Esta

elevada do país. A inversão deste paradigma é complexa, sabendo-se que no

situação dificulta, naturalmente, a identificação de mão-de-obra qualificada

resto do país a tendência já é notoriamente decrescente, enquanto nos

para as empresas, principalmente tendo em conta as novas tendências de

Açores se mantém muito elevada.

atividades intensivas em conhecimento e especialização.

Plano Estratégico para o Turismo

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36


2.2.2. Criação de Riqueza e Emprego Tabela 05 – Nível de escolaridade da população dos Açores e da Ribeira Grande

Ressalve-se, no entanto, a evolução significativa nos níveis de escolaridade da população da Ribeira Grande entre 2001 e 2011. Houve uma notória

Açores

Ribeira Grande

diminuição do número de indivíduos sem habilitações literárias e um

2001

2011

2001

2011

Nenhum

30,2%

20,9%

38,6%

26,6%

aumento muito substancial dos indivíduos acima do ensino secundário. A

Ensino Básico - 1.º Ciclo

29,8%

26,8%

27,0%

26,0%

intensificação da atividade da Escola Profissional da Ribeira Grande terá

Ensino Básico - 2.º Ciclo

16,1%

17,5%

18,5%

20,2%

contribuído para esta evolução, refletindo a necessidade de continuidade

Ensino Básico - 3.º Ciclo

12,1%

15,7%

8,9%

13,6%

Ensino Secundário

7,2%

10,1%

4,5%

7,7%

Ensino Pós-Secundário

0,5%

0,7%

0,2%

0,6%

Superior

4,2%

8,2%

2,3%

5,3%

100%

100%

100%

100%

dessa aposta e de ajustamento da oferta formativa às carências do mercado de trabalho e aos desígnios de desenvolvimento futuro do concelho. De uma forma geral, verifica-se que, apesar da grande recuperação encetada pelos Açores e da notória convergência com a União Europeia, a economia

Fonte: INE (2014)

O problema da falta de qualificação da população é ainda mais grave no concelho da Ribeira Grande, onde mais de 50% dos indivíduos ou não tem habilitação ou apenas possui o 1.º Ciclo do Ensino Básico. Aumentando um pouco mais o espectro, nota-se que 66,8% (mais de dois terços da população) tem habilitações inferiores ao 3.º Ciclo do Ensino Básico. Parte desta realidade poderá ser explicada pela pirâmide etária do concelho, com

uma população muito jovem. Porém, é evidente que existe uma necessidade

regional mantém-se muito frágil e suscetível a impactos de fatores externos. As debilidades estruturais refletem-se na incapacidade de desenvolver

atividades produtoras de bens transacionáveis, particularmente em setores de elevado valor acrescentado, o que é, também, dificultado pela baixa escolarização da população. O turismo surge, assim, como um setor de grande potencial, dada a capacidade instalada e o potencial natural existente, mas será necessário reforçar a aposta na qualificação do destino, que inclui a preparação da população e dos profissionais do setor.

de melhoria dos níveis de escolaridade locais, sobretudo quando se pretende vocacionar o desenvolvimento da Ribeira Grande para atividades económicas como o turismo, onde a qualificação dos recursos humanos é fundamental. Plano Estratégico para o Turismo

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37


2.2.3. Análise à Evolução Económica 2.2.3. Análise à Evolução Económica

O desenvolvimento observado nos Açores, e por inerência no concelho da Ribeira Grande, nos últimos anos, em particular no período anterior ao início da crise económico-financeira, aproximou-se dos preceitos do conceito de desenvolvimento sustentável. De facto, houve uma preocupação dos diversos quadrantes da sociedade regional – incluindo Governo, sistema político e sociedade civil – de promover um crescimento harmónico que projetasse a Região para o futuro, em particular através de um binómio que associava as preocupações de desempenho económico competitivo a um

Neste paradigma, revelou-se a preocupação de articular uma economia mais evoluída a uma sociedade mais justa e equitativa. Registaram-se avanços no mercado de trabalho regional, que possibilitaram a aproximação à realidade

reforço da coesão social.

da União Europeia, quer ao nível dos rendimentos como da formação, para além de evoluções significativas na qualidade da oferta, na sofisticação e

exigência da procura e na disseminação e acessibilidade da tecnologia. Em complemento, empenharam-se esforços para o bem-estar social, de onde se destaca o aumento da rede de equipamentos sociais, a redefinição de políticas sociais, a mobilização em torno da igualdade de género, o estímulo e o enaltecimento da iniciativa empresarial e do empreendedorismo, o apoio ao associativismo jovem e a sensibilização para a importância da preservação do meio ambiente, não só como veículo de desenvolvimento económico, mas, sobretudo, como pilar de um desenvolvimento equilibrado e sustentado. Plano Estratégico para o Turismo

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38


2.2.3. Análise à Evolução Económica sobredimensionado. A orientação até agora adotada, aliada à necessidade atual de revitalizar a economia tendo em conta a oportunidade que se abre com a entrada em vigor do período de programação comunitária 2014-2020 e à emergência dos grandes desafios competitivos oriundos de diversos setores críticos na economia regional, como o fim das quotas leiteiras e a liberalização do espaço aéreo regional, conduzem à obrigatoriedade de favorecer um progresso socioeconómico vocacionado predominantemente para um futuro assente no conhecimento, na inovação, no empreendedorismo (social, empresarial e associativo) e na aplicação de novas tecnologias, para além da otimização das vantagens comparativas resultantes do enquadramento natural da Região. Efetivamente, nos Açores encontram-se domínios de

vanguarda que contribuem para essa visão, cuja devida valorização e Os efeitos da crise económico-financeira tiveram repercussões neste cenário.

aproveitamento económico se tornam indispensáveis para afirmar o real

Alguns setores de grande importância para a economia regional, como a

potencial existente. Esses domínios estão, sobretudo, associados ao

construção civil ou o comércio, mostram crescentes dificuldades para lidar

conhecimento relativo às especificidades geológicas, biológicas e químicas do

com a nova realidade, conduzindo a várias insolvências e a um elevado

território açoriano; à capacidade de inovar e reinventar em setores

desemprego. Na realidade, apesar de um desenvolvimento aparentemente

tradicionais; às peculiaridades demográficas e culturais da população

harmonioso, constatou-se falta de preparação no setor privado para lidar

açoriana e a outros vetores de potencialidades incalculáveis, como a energia

com as exigências e com os desafios competitivos do mercado global, por

(sobretudo de fonte renovável) e a economia do mar.

contrapartida a um setor público excessivamente intervencionista e Plano Estratégico para o Turismo

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39


2.2.3. Análise à Evolução Económica Tendo em consideração os recursos existentes, a capacidade instalada (e a que se prevê instalar a curto prazo) e o know-how local, a investigação

científica ligada à fauna e à flora, ao mar, ao espaço e à energia, sob o ponto de vista de inovação empresarial, pode abrir novas oportunidades aos produtos açorianos no mercado mundial, conduzindo a uma evolução do modelo económico atual e proporcionar um novo paradigma socioeconómico e de qualidade de vida na Região. Estes aspetos conjugam-se num bom ponto de partida para o aproveitamento da onda da Nova Economia, que assenta não só no conhecimento, na inovação contínua e aplicada e no aumento da difusão da tecnologia, mas também no empreendedorismo e na qualificação dos recursos humanos.

potencial endógeno ou capacidade instalada. Há, ainda, que considerar as dinâmicas cada vez mais intensas e rápidas do mercado. A integração no espaço comunitário e a abertura a um mundo global expõem toda a economia a desafios constantes, mas também a inúmeras oportunidades. Estas forças induzem permanentes alterações no perfil do consumidor, tanto a nível regional como concelhio, e abrem novos horizontes ao empreendedorismo e à iniciativa privada no que concerne à exploração do mercado local. Não obstante, dadas as oportunidades que surgem nesse âmbito e a dimensão e fragilidade do mercado regional, o mercado exterior deve ser cada vez mais explorado, desenvolvendo produtos e serviços diferenciadores e identitários que tenham a capacidade para se

O concelho da Ribeira Grande não é de todo alheio a esta realidade e irá

deparar com mercados altamente competitivos.

deparar-se com vários desafios à sua estabilidade económica e social. Repare-se que um dos maiores problemas no desemprego regional atual é a baixa qualificação dos desempregados. A necessidade de qualificação e escolarização da população é, efetivamente, um dos grandes desafios que o concelho enfrenta. A aposta no reforço das suas unidades educativas e formativas é imprescindível e deverá ser posicionada de modo a acompanhar também as exigências impostas pela economia baseada no conhecimento. Para além disso, haverá, certamente, a necessidade de diversificar a base económica do concelho, desenvolvendo setores, como o turismo, onde exista Plano Estratégico para o Turismo

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40


2.2.3. Análise à Evolução Económica Em suma, a principal transformação na economia açoriana traduziu-se na crescente terciarização resultante de uma significativa viragem no final dos

anos 1990, determinada por um crescimento acentuado do investimento

efeitos da distância e da fragmentação do mercado regional; e • Melhorar a performance da administração regional.

público e privado. A iniciativa privada, apesar do elevado peso do setor público regional, assumiu um papel cada vez mais decisivo na dinamização da economia regional e impulsionou o setor terciário. Destas alterações resultaram políticas públicas e estratégias empresariais com vista a: • Incrementar progressivamente os níveis de qualificação profissional no tecido económico-social; • Dinamizar a economia de proximidade num mercado regional, cada vez mais aberto, em estreita interligação com a promoção da coesão social, económica e territorial da Região; • Reforçar a rendibilidade do setor primário e secundário, através do aumento do valor acrescentado bruto gerado; • Modernizar as atividades económicas tradicionais através da introdução de novas tecnologias; • Tornar emergente o turismo como área potenciadora da afirmação do setor terciário na estrutura produtiva regional; • Reforçar a eficiência das estruturas de transportes, de modo a minimizar os Plano Estratégico para o Turismo

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41


2.2.4. Fatores Regionais de Competitividade 2.2.4. Fatores Regionais de Competitividade

Neste prosseguimento a competitividade de um grande número de unidades produtivas regionais tem vindo gradualmente a melhorar, em particular

De uma forma sumária, constata-se que no período económico atual importa

aquelas que desenvolvem a sua atividade nos setores de bens

garantir que as bases de uma economia competitiva são a inovação, o

transacionáveis. Desta forma, a necessidade de ombrear com produtos e

conhecimento, o empreendedorismo e a tecnologia. Por inerência, a

players extraordinariamente competitivos vem determinando, em especial, a

economia regional, pretendendo e necessitando da sua afirmação no

modernização dos processos de criação, transformação e comercialização de

contexto internacional, terá que continuar a desenvolver esforços para

produções tradicionais no domínio da agricultura e das pescas.

impulsionar a capacidade de modernização e de penetração no mercado As evoluções registadas nestes domínios e nestas empresas e negócios vêm

global.

também em sequência de fatores aliados ao desenvolvimento regional e à influência da inserção no espaço comunitário europeu. Entre esses fatores destaca-se a implementação de algumas medidas de incentivo, como sejam o apoio ao empreendedorismo e ao investimento, a adoção de medidas de

natureza imaterial no domínio da facilitação da inovação e do fomento de ambientes exigentes em matéria de qualidade e certificação, a par da implementação e aperfeiçoamento de outros instrumentos inseridos nos quadros comunitários de apoio. De frisar, também, a melhoria contínua da formação profissional dos agentes, a dinamização de parcerias entre institutos públicos, a universidade e as empresas, a ténue atração do investimento externo e ainda outras vertentes específicas relacionadas com a modernização do sistema produtivo regional.

Plano Estratégico para o Turismo

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42


2.2.4. Fatores Regionais de Competitividade Não obstante, ainda subsistem os efeitos relacionados com a insularidade, o

Neste paradigma, o concelho da Ribeira Grande apresenta grande potencial

afastamento dos grandes centros de decisão, a pequena dimensão e

no contexto regional. Para além da sua histórica relação com o mar, que lhe

dispersão geográfica, as condições climatéricas e geológicas difíceis e as

confere variadíssimas oportunidades na economia do futuro, o concelho

características socioeconómicas, como a elevada aversão ao risco e os baixos

integra recursos diferenciadores ao nível da fertilidade dos solos, mas

níveis de rendimento per capita e de formação. Todavia, no que concerne à

também na localização geográfica e características geológicas. O concelho da

insularidade, o Relatório Solbes (2011) sugere que as RUP possuem várias

Ribeira Grande é o único que faz fronteira com todos os restantes concelhos

características com potencial económico que necessitam ser capitalizadas.

micaelenses, situando-se “no coração” da ilha de São Miguel, incorporando

Especificamente, existem oportunidades de relacionamentos comerciais com

condições singulares ao nível termal e de manifestações vulcânicas, que

diferentes áreas geográficas, de investigação e desenvolvimento, de

permitem o desenvolvimento de setores de atividade complementares,

prestação de serviços na área ambiental, de turismo, de utilização dos

como a produção de energias renováveis e o turismo.

recursos presentes nas vastas zonas económicas exclusivas, de introdução de TIC e exploração de produtos agrícolas.

Relativamente aos Açores, estas oportunidades referem-se, sobretudo, à exploração de vários setores da Nova Economia, como as Novas Tecnologias, a Tecnologia Espacial, a Bio Economia e a Economia do Mar, em consonância com as recomendações de algumas instituições internacionais, como a OCDE e a Comissão Europeia. Adicionalmente, face às características endógenas do arquipélago – em matéria de termalismo, de paisagens naturais, onde impera o sossego, e acessibilidades – os Açores oferecem excelentes condições para o turismo de saúde e de bem-estar, com vantagens comparativas muito interessantes. Plano Estratégico para o Turismo

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43


3. Contexto TurĂ­stico Internacional, Nacional e Regional


Índice 1. Apresentação

7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho

21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional

44

3.1. Evolução do Turismo Mundial

47

3.2. Evolução do Turismo em Portugal

55

3.3. Evolução do Turismo nos Açores

67

3.4. Cadeia de Valor no Setor do Turismo

79

3.5. Principais Tendências no Setor do Turismo

89

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande

98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

321

6. Considerações Finais

332

7. Bibliografia

339

8. Anexos

346

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

45


3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional O setor do turismo tem sido um dos mais dinâmicos no mercado mundial,

3.

evoluindo muito significativamente nos últimos anos, tanto na oferta como

na procura. Recentemente, foram ultrapassados os mil milhões de turistas num único ano e todas as previsões apontam para um crescimento contínuo e muito acelerado nos próximos 15 anos. O grande desenvolvimento das economias emergentes será o principal motor deste crescimento, atribuindo a países como China, Brasil e Rússia um papel de relevo no setor. O continente asiático será aquele que mais crescerá, enquanto a Europa, como mercado já maduro, manterá a liderança mundial em termos absolutos e relativos, mas com taxas de crescimento reduzidas. Apesar de toda esta dinâmica, o setor turístico foi afetado pela crise económica e financeira internacional. O ano de 2009 foi um dos piores da

última década, com reflexos notórios no número de hóspedes, dormidas e receitas em Portugal e nos Açores. De notar que, devido à atual fragilidade da economia portuguesa, o turismo interno está a perder importância para o turismo externo e nos Açores o número de turistas estrangeiros já ultrapassou o número de turistas de território nacional.

As perspetivas de evolução do setor turístico revelam alterações substanciais na relação da oferta com a procura. Dada a relevância do efeito multiplicador deste setor na economia é fundamental acompanhar as mudanças e preparar toda a atividade económica para um novo paradigma. Plano Estratégico para o Turismo

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46


3.1. Evolução do Turismo Mundial Segundo a Organização Mundial de Turismo (UNWTO), prevê-se que o setor

3.1.

do turismo cresça a uma taxa média anual de 3,3%, atingindo um valor global

Evolução do Turismo Mundial

de 1,8 mil milhões de chegadas internacionais de turistas em 2030. Refira-se que em 1950 este número se limitava a 25 milhões, tendo ultrapassado, pela primeira vez, os mil milhões em 2012. A importância da atividade turística ao nível da criação de valor é cada vez mais notória, estimando-se que contribua, de forma direta e indireta, com 9% do PIB mundial. Gráfico 13 – Crescimento do número de chegadas internacionais de turistas

5,7%

6,5%

6,4%

5,0%

5,0% 4,0%

2,0%

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

-3,9%

Fonte: UNWTO (2014)

Após um período de menor fulgor entre 2008 e 2009, também influenciado pela crise económico-financeira internacional, o número de chegadas

internacionais de turistas cresceu 6,5% em 2010, o melhor registo desde 2005. Estes dados revelam o potencial ainda por explorar nesta área de negócio, dado que os crescimentos retomaram de forma imediata após os primeiros impactos negativos de uma crise transversal a toda a economia. Plano Estratégico para o Turismo

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47


3.1. Evolução do Turismo Mundial É interessante, por exemplo, analisar o crescimento da importância do setor

Por outro lado, a Europa continua a ser o líder do setor, recebendo mais de

turístico nas economias emergentes, que aumentaram a sua quota no

metade dos turistas internacionais (51,8% em 2013) e registando uma taxa

mercado global de turismo, principalmente desde o ano 2000. Contudo, nos

média de crescimento entre 2005 e 2013 de 2,9%. Em 2013, a taxa de

últimos 3 anos, apesar de se manterem elevadas taxas de crescimento no

crescimento foi de 5,4%, ou seja, um incremento de cerca de 29 milhões de

setor, a relação proporcional das economias emergentes e das economias

turistas, o maior crescimento mundial em termos absolutos. Nesta região, a

consideradas avançadas tem-se mantido constante. Ainda assim, as previsões

sub-região do centro e leste europeu destacou-se nos dois últimos anos com

da UNWTO apontam para que o crescimento médio nas economias

dados disponíveis (2012 e 2013), registando crescimentos de 8,3% e 6,5%.

emergentes (4,4%) represente o dobro do registado nas economias avançadas (2,2%) até 2030, demonstrando o seu imenso potencial.

No entanto, a região com maior crescimento relativo é o da Ásia e Pacífico, com uma taxa média de 6,2%, superando desde o início do milénio o

Gráfico 14 – Evolução das quotas de mercado (market share) no setor do turismo

mercado das Américas. Atualmente, a região da Ásia e Pacífico representa 22,8% do mercado internacional e apresenta a única sub-região que em 2013

68,0% 63,4%

cresceu acima dos 10%, o Sudeste Asiático (10,5%). Ressalve-se, ainda, o

62,2% 56,9%

53,4%

53,4%

46,6%

46,6%

comportamento do mercado africano com registos de crescimento assinaláveis, nomeadamente na sub-região subsariana, com uma média

43,1% 36,6%

37,8%

(2005-2013) de 7,1%.

32,0%

O mercado americano apresenta uma clara dualidade, com as sub-regiões da América do Sul (5,2%) e da América Central (4,9%) a crescerem 1990

1995

2000

Economias avançadas

2005

2010

2013

Economias emergentes

substancialmente mais do que a América do Norte (2,6%) e Caraíbas (1,5%). Este mercado não tem mantido a mesma capacidade de crescimento do mercado asiático ou da Europa, representando atualmente apenas 15,4% do

Fonte: UNWTO (2014)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

setor turístico internacional. 48


3.1. Evolução do Turismo Mundial Gráfico 15 – Evolução do número de chegadas internacionais de turistas por mercado 600

Var12-13 = 5,4%

Gráfico 16 – Fluxos inbound de turismo por meio de transporte, 2013 Estrada 40%

500

400

300 Var12-13 = 6,3% 200

Var12-13 = 3,2%

100

Caminho de ferro 2%

Ar 53%

Água 5%

Var12-13 = 5,5%

Adaptado: UNWTO (2014)

Var12-13 = -0,2%

0 2000 Europa

2005 Ásia e Pacífico

2010 Américas

2013 África

Médio Oriente

Fonte: UNWTO (2014)

Após a procura ter excedido as expetativas em 2013, para 2014 as previsões apontam para um crescimento global de 4% a 4,5%. São valores superiores à média estimada até 2030 (3,3%), sendo os mercados da Ásia e Pacífico e de

Os dados publicados pela UNWTO revelam que o meio aéreo (53%) é o mais utilizado para as viagens turísticas, mas também demonstram a importância

do transporte terrestre, nomeadamente as vias rodoviárias (40%). Não obstante, a UNWTO frisa que a tendência registada revela o contínuo crescimento da via aérea, que continuará a aumentar a sua dominância.

África os que apresentam maiores expetativas de aumento da procura.

No que respeita aos propósitos das viagens, o lazer e gozo de férias são os

Prevê-se que o mercado europeu, apesar de 2013, normalize e regresse a

principais objetivos, com 52% das referências, o que representa,

taxas de crescimento entre os 3% e os 4%, semelhantes ao mercado das

sensivelmente, 568 milhões de pessoas. Os negócios e motivos profissionais

Américas.

O mercado do Médio Oriente é o que apresenta piores

resultam em 14% das viagens e as visitas a familiares e amigos, motivos

performances e uma situação mais volátil, fruto, naturalmente, dos conflitos

religiosos e saúde representam um peso agregado de 27%. Restam, ainda,

registados e que se estão a intensificar nessa zona do mundo.

7% de viagens cujo motivo não é especificado.

Plano Estratégico para o Turismo

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49


3.1. Evolução do Turismo Mundial Gráfico 17 – Fluxos inbound de turismo por propósito de visita, 2013 Visita a familiares /amigos, saúde, religião 27%

Negócios e atividades profissionais 14%

Tabela 06 – Top 10 mundial de chegadas internacionais de turistas Turistas (milhões)

Não especificado 7%

Lazer, recreação e férias 52%

Adaptado: UNWTO (2014)

No que concerne aos destinos turísticos, a França mantém, há alguns anos, a

Variação (%)

2012

2013

2011/2012

16,3 milhões do que os Estados Unidos da América, que ocupam a segunda posição do ranking. Os dados de 2013 relativos a França ainda não são conhecidos, mas perspetiva-se a consolidação da liderança, uma vez que os Estados Unidos atingiram os 69,8 milhões de chegadas internacionais de turistas, ainda longe dos valores normalmente atingidos pelos franceses.

2012/2013

2012

2013

1

França

83,0

..

1,8

..

8,0

..

2

EUA

66,7

69,8

6,3

4,7

6,4

6,4

3

Espanha

57,5

60,7

2,3

5,6

5,6

5,6

4

China

57,7

55,7

0,3

-3,5

5,6

5,1

5

Itália

46,4

47,7

0,5

2,9

4,5

4,4

6

Turquia

35,7

37,8

3,0

5,9

3,4

3,5

7

Alemanha

30,4

31,5

7,3

3,7

2,9

2,9

8

Reino Unido

29,3

31,2

-0,1

6,4

2,8

2,9

9

Rússia

25,7

28,4

13,5

10,2

2,5

2,6

10

Tailândia

22,4

26,5

16,2

18,8

2,2

2,4

liderança do ranking dos países mais visitados. Em 2012, o número de

chegadas internacionais de turistas a França cifrou-se nos 83 milhões, mais

Quota (%)

Posição

Fonte: UNWTO (2014)

Ao nível económico, as conclusões da UNWTO confirmam a forte correlação existente entre o número de chegadas internacionais de turistas e o nível de receitas geradas. Estas cresceram em termos reais (considerando as variações nas taxas de câmbio e na inflação) 5% em 2013, a mesma taxa de crescimento verificada para o número de chegadas internacionais. Assim, no

setor do turismo foi gerado, a nível mundial, um total de receitas de 873 mil

No top 10 mundial de 2013, destaca-se, ainda, a recuperação do terceiro

milhões, resultando numa média de cerca de 803 euros por turista, sendo

lugar pela Espanha, que ultrapassou a China, e para a entrada, pela primeira

que nas economias avançadas essa média se cifrou nos 966 euros e nas

vez, da Tailândia, que regista um grande crescimento nos últimos anos.

economias emergentes correspondeu a 615 euros.

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50


3.1. Evolução do Turismo Mundial Tabela 07 – Top 10 mundial de receitas turísticas

Oito dos destinos que marcam presença no top 10 de chegadas internacionais estão também inscritos no top 10 dos destinos que mais

Receitas Variação (%) (mil milhões dólares) 2012 2013 2011/2012 2012/2013

Posição

receitas geram. Tal como a UNWTO analisa, este registo é bastante curioso,

126,2

139,6

9,2

10,6

Espanha

56,3

60,4

-6,3

7,4

3

França

53,6

56,1

-2,2

4,8

4

China

50,0

51,7

3,2

3,3

5

Macau

43,7

51,6

13,7

18,1

6

Itália

41,2

43,9

-4,2

6,6

exemplo, nas diferenças existentes entre França, líder do ranking em

7

Tailândia

33,8

42,1

24,4

24,4

chegadas internacionais e apenas terceiro nas receitas geradas, e os EUA,

8

Alemanha

38,1

41,2

-1,9

8,1

segundo no ranking de chegadas e primeiro no ranking de receitas. Os EUA

9

Reino Unido

36,2

40,6

3,3

12,1

conseguem obter uma receita média aproximada de 1.892 dólares, enquanto

10

Hong Kong

33,1

38,9

16,2

17,7

pois existem diferenças substanciais no tipo de turistas que cada um desses destinos atrai, bem como na estadia média e gasto médio por viagem e por noite. Naturalmente que quanto mais turistas chegam a um destino maior é o potencial de geração de valor, no entanto, o perfil de consumo do turista influencia significativamente os resultados finais atingidos. Repare-se, por

1

EUA

2

que em França apenas se atingem os 645 dólares, ou seja, três vezes menos.

Fonte: UNWTO (2014)

É, ainda, de ressalvar a presença e o comportamento de Macau e Hong Kong

A valorização do euro face ao dólar levou a que, no total, o mercado

no top 10 dos destinos com mais receitas turísticas. De facto, estas duas

europeu, onde se geram mais de 42% das receitas globais do setor,

regiões administrativas especiais da China têm crescido sempre a dois

apresentasse o maior crescimento absoluto em 2013 (aproximadamente 15

dígitos, evoluindo, respetivamente, de 3,2 mil milhões de dólares e 5,9 mil

mil milhões de euros). O mercado da Ásia e Pacífico foi o que cresceu mais

milhões de dólares para 51,6 mil milhões de dólares e 38,9 mil milhões de

em termos relativos, acima dos 8%, gerando 14 mil milhões de euros

dólares, desde o ano 2000 até 2013. De referir também a performance da

adicionais. O mercado das Américas aumentou 5,9 mil milhões de euros,

Tailândia, com crescimentos acima dos 20% nas receitas turísticas.

enquanto os mercados africano e do médio oriente perderam receitas (-0,9 e -0,3 mil milões de euros, respetivamente).

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51


3.1. Evolução do Turismo Mundial Mais um dado relevante das dinâmicas do mercado turístico é a indicação

Os dados analisados demonstram a grande importância que o mercado da

que a grande maioria dos turistas visita destinos dentro da sua região de

Ásia e Pacífico estão a ter nas dinâmicas internacionais do turismo. Dentro

origem. Aproximadamente quatro em cada cinco turistas é proveniente da

desse mercado, a China surge com particular destaque, com uma evolução

mesmo região do destino.

notável a todos os níveis. Com uma população de aproximadamente 1,3 mil

A Europa mantém também a principal região emissora de turistas (555,9 milhões) mas, fruto de alterações socioeconómicas substanciais, os mercados asiáticos estão a evoluir muito positivamente neste domínio. Em 1990 representavam apenas 13,5% da origem dos turistas e atualmente já registam um valor acima de 23%, tendo crescido mais de quatro vezes em termos absolutos (de 58,7 milhões para 250,2 milhões de turistas).

Europa

Turistas (milhões) 1990

2000

2010

e mais de quatro vezes a população dos EUA), a China regista um imenso potencial de crescimento, quer na emissão quer na atração de turistas. Em 2012, assumiu-se, pela primeira vez, como o país que mais gasta no turismo, destacando-se nessa liderança no ano seguinte com um significativo aumento de 26%, ou seja, quase 27 mil milhões de dólares incrementais (que corresponde à soma do aumento das despesas dos restantes nove países do

Tabela 08 – Chegadas internacionais de turistas por região de origem (milhões) Origem

milhões de habitantes (quase três vezes a população total da União Europeia

top 10 que mais gastam a nível internacional).

Quota (%) 2012

2013

2013

A UNWTO nota que a pujança do crescimento da China se deve a vários

250,3

388,8

496,6

537,3

565,9

52,1

Ásia e Pacífico

58,7

114,2

206,3

237,2

250,3

23,0

Américas

99,3

130,8

156,3

171,6

178,1

16,4

Médio Oriente

8,2

14,1

34,6

31,6

32,3

3,0

Registe-se que as despesas internacionais da China com o turismo

África

9,8

14,9

28,3

31,9

33,4

3,1

aumentaram mais de 10 vezes desde 2000, passando em 12 anos de sétimo

Origem não especificada

7,8

14,1

26,3

25,7

26,8

2,5

para primeiro na classificação dos países que mais gastam.

Total

434

677

948

1.035

1.087

Mesma região

348,7

532,5

728,1

799,6

840,2

77,3

Outras regiões

77,6

130,3

194,0

210,0

219,8

20,2

fatores, incluindo o aumento do rendimento disponível, menores restrições à circulação internacional de pessoas e uma valorização da moeda (Yuan).

Fonte: UNWTO (2014)

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3.1. Evolução do Turismo Mundial Tabela 09 – Gastos com o turismo internacional Gastos (mil milhões de dólares)

Posição

2012

2013

milhões de dólares). Repare-se, no entanto, que o valor total anual de gastos Quota (%)

do Brasil nessa rubrica é inferior ao aumento de 2012 para 2013 registado na

2013

China. A diferença entre o primeiro e o décimo da tabela é, assim, superior a

1

China

102,0

128,6

11,1

2

EUA

83,5

86,2

7,4

3

Alemanha

81,3

85,9

7,4

Para o futuro, as projeções da UNWTO apontam para um crescimento médio

4

Rússia

42,8

53,5

4,6

global de 3,3%, atingindo em 2020 cerca de 1,4 mil milhões de turistas e em

5

Reino Unido

51,3

52,6

4,5

6

França

39,1

42,4

3,7

7

Canadá

35,0

35,2

3,0

crescimento vai naturalmente abrandando, com a maturação de mais

8

Austrália

28,0

28,4

2,4

mercados a nível internacional. Nesta dinâmica, as chegadas internacionais

9

Itália

26,4

27,0

2,3

de turistas serão maiores nas economias emergentes, atingindo 57% em

10

Brasil

22,2

25,1

2,2

Fonte: UNWTO (2014)

No aspeto dos gastos internacionais, há ainda a destacar o crescimento na

100 mil milhões de dólares.

2030 aproximadamente 1,8 mil milhões. Ao longo do tempo, a taxa de

2030. Este será um paradigma de enorme relevância na economia mundial e no desenvolvimento local e regional, uma vez que o efeito multiplicador do

turismo afeta transversalmente a generalidade das atividades económicas.

Rússia, com 25%, ou seja, quase 11 mil milhões de dólares incrementais, para

A liderança no crescimento pertencerá à Ásia e Pacífico, onde se espera

ascender ao quarto lugar na tabela. A Rússia duplicou as suas despesas em

registar em 2030 mais de 535 milhões de turistas por ano. África e o Médio

apenas três anos e é o segundo mercado em maior crescimento neste

Oriente também registarão crescimentos muito relevantes, mais do que

aspeto. Não obstante, as recentes dificuldades da economia russa e a grande

duplicando os seus valores absolutos de 2010, cifrando-se, respetivamente,

depreciação do Rublo podem afetar esta evolução. Por fim, uma nota para o

em 134 milhões e 149 milhões de turistas. Dada a maturidade dos mercados

Brasil, que entra no top 10, com um crescimento de 13%, o que significa que

da América do Norte, Europa do Norte e Europa Ocidental, as regiões das

China, Brasil e Rússia juntos representam quase metade do crescimento do

Américas e da Europa terão ritmos de crescimento mais baixos.

total de despesas a nível internacional (40,2 mil milhões de dólares em 81 mil Plano Estratégico para o Turismo

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53


3.1. Evolução do Turismo Mundial Não obstante, em termos absolutos, continuará a ser a Europa a liderar a chegada internacional de turistas, com 744 milhões de turistas, ou seja, uma

quota de mercado de 41,1%. Este é um dado relevante, pois a quota de mercado da Europa nessa projeção estará abaixo dos 50%. Por outro lado, a região da Ásia e Pacífico atingirá os 29,6% de quota de mercado, mais do dobro da quota a registar nas Américas, o que representará, previsivelmente, interessantes alterações geopolíticas, económicas e sociais. Gráfico 18 – Quotas de mercado por regiões, segundo as previsões da UNWTO 60% 51,8% 50% 41,1% 40% 29,6%

30% 22,8% 20%

15,4%

13,7%

10%

5,1%

8,2%

7,4%

4,7%

0% Europa

Ásia e Pacífico

Américas

Quota de Mercado 2013

África

Médio Oriente

Quota de Mercado 2030

Fonte: UNWTO (2014)

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54


3.2. Evolução do Turismo em Portugal Dada a importância estrutural na economia, o turismo tem sido definido e

3.2.

encarado como um setor estratégico para Portugal. Em 2007, foi publicado o

Evolução do Turismo em Portugal

Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT), “para servir de base à concretização de ações definidas para o crescimento sustentado do Turismo nacional nos anos seguintes, e orientar a atividade do Turismo de Portugal, I.P., entidade pública central do setor”. Foi, assim, construída uma visão de longo prazo para as diferentes regiões do país, procurando capitalizar de forma especializada, mas integrada, a capacidade instalada, os recursos humanos disponíveis e os recursos naturais existentes. Na realidade, era assumido que o país tinha vantagens competitivas no turismo sem paralelo em nenhum outro setor de atividade. Em consequência, a aposta passou por fatores diferenciadores –

nomeadamente “Clima e luz”, “História, Cultura e Tradição” e “Diversidade Concentrada” – e em elementos qualificadores da oferta – “Autenticidade moderna”, “Segurança” e “Qualidade competitiva”. Não obstante, eram já apontados desafios estruturais que afetavam diretamente a performance do setor turístico português. Para além da

grande dependência de um número restrito de mercados emissores, o desempenho nacional estava alicerçado fundamentalmente nos resultados de três regiões (Algarve, Lisboa e Madeira), contando, ainda, com uma elevada sazonalidade e limitações nas ligações aéreas. Plano Estratégico para o Turismo

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55


3.2. Evolução do Turismo em Portugal Neste contexto, o PENT foi concebido numa base muito ambiciosa, prevendo

turistas. Contudo, verificou-se uma oscilação negativa em 2009, refletindo as

um crescimento acima da média europeia. O objetivo delineado previa um

dificuldades financeiras conjunturais. A recuperação posterior é visível,

crescimento anual de 5% no número de turistas, procurando atingir 20

apesar de em 2013 se registar uma nova redução no número de

milhões em 2015. Adicionalmente, perspetivava-se um crescimento anual

estabelecimento hoteleiros. Entre 2009 e 2014 o crescimento cifra-se em 3%,

nas receitas turísticas de 9% por ano, ultrapassando os 15 mil milhões de

representando um aumento de 60 estabelecimentos no setor.

euros em 2015. Todavia, a conjuntura macroeconómica e os fortes impactes da crise financeira internacional impediram um desenvolvimento desta dimensão, levando a revisões e alterações das estratégias definidas originalmente.

Um dinâmica interessante é a qualificação da oferta hoteleira. Em 2007, apenas 31,2% dos estabelecimentos eram hotéis (634), enquanto em 2014 essa proporção já era de 54,7% (1.121 hotéis). Esta alteração demonstra uma efetiva melhoria da oferta, uma vez que os estabelecimentos classificados

Gráfico 19 – Estabelecimentos hoteleiros em Portugal

como “outros” foram os que mais perderam em termos relativos (passando 2.048

2.041 2.031

2.028

Gráfico 20 – Proporção de estabelecimentos hoteleiros em Portugal por tipologia, 2014

2.019 2.011

de 49% para 24,6%).

2.008

Outros 24,6%

1.988 Apartamentos Turísticos 9,6% 2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Fonte: Turismo de Portugal /INE(2015)

O número de estabelecimentos hoteleiros aumentou 0,8% entre 2007 e

Aldeamentos Turísticos 2,2% Pousadas 1,7% HotéisApartamentos 7,1%

Hotéis 54,7%

2014, disponibilizando, assim, um total de 2.048 unidades disponíveis para Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

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3.2. Evolução do Turismo em Portugal Não obstante, verifica-se que a tipologia de hotel está a tender para

crescimento médio anual do número de camas, entre 2007 e 2014, situa-se

classificações com menor número de estrelas, indiciando empreendimentos

nos 2%, mas neste último ano verificou-se um incremento de 3,8%. Entre

de pequena dimensão e, eventualmente, menor qualidade. Entre 2009 (o

2007 e 2014 o aumento total foi de 16,8%, confirmando uma intensificação

primeiro ano em que há dados disponíveis) e 2014, houve uma notória

do desenvolvimento do setor. Portanto, a oferta em estabelecimentos

tendência para o crescimento dos hotéis de 1 e 2 estrelas, uma diminuição

hoteleiros foi reforçada com cerca de 45.000 camas desde 2007, sabendo-se

da proporção da oferta hoteleira de 3 e 4 estrelas e um ligeiro aumento nos

que apenas na tipologia de classificação “outros” houve uma diminuição (-

hotéis de 5 estrelas. Esta situação poderá indiciar uma alteração no padrão

26.096), enquanto nos hotéis houve um aumento superior a 55.000 camas.

de consumo e no perfil do turista que procura Portugal. Gráfico 22 – Capacidade de alojamento em Portugal (camas) Gráfico 21 – Proporção de hotéis em Portugal por tipologia

320.000

39,9% 35,5% 31,4%

31,8%

28,3%

300.000

16,3% 8,2%

280.000

8,6%

5*

4*

3* 2009

2* e 1*

260.000

2014

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015) 240.000 2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Em 2014, a capacidade de alojamento em Portugal ultrapassou, pela primeira vez, as 300 mil camas, sendo que praticamente 60% da oferta é

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

disponibilizada por hotéis. Um destaque particular para os hotéis 4*, que disponibilizam quase 26% das camas totais e 43,3% das camas em hotéis. O Plano Estratégico para o Turismo

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57


3.2. Evolução do Turismo em Portugal A evolução do número de camas está a acompanhar, naturalmente, as

taxas anuais de ocupação do quarto têm apresentado alguma volatilidade.

tendências registadas nos estabelecimentos hoteleiros, aumentando a

Efetivamente, o ano de 2009 foi o que maior quebra registou, mas, desde

dominância dos hotéis e a redução da oferta menos qualificada, em virtude,

então, ainda não houve uma recuperação consolidada. Os dados disponíveis

provavelmente, do surgimento de unidades com grande capacidade.

indicam uma tendência de crescimento a partir de 2013, confirmada com a

Gráfico 23 – Camas por tipologia de estabelecimento hoteleiro em Portugal, 2014

Apartamentos Turísticos 11,8%

aos meses homólogos dos dois anos anteriores, situação particularmente

Outros 7,9%

Aldeamentos Turísticos 5,5% Pousadas 1,1%

excelente performance em 2014, com taxas de ocupação sempre superiores

evidente na época alta. Registe-se, ainda, a notória alteração de comportamento na procura a partir de abril (início da denominada época média), que estará relacionada com a Páscoa. Gráfico 24 – Número de camas por tipologia de hotel em Portugal Hotéis 59,8%

79.988

HotéisApartamentos 14,0%

65.440 47.901 41.769

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

33.688 23.248

21.286

13.080

Numa análise mais recente, entre 2009 e 2014, em todas as tipologias de hotel, verificou-se um incremento no número de camas. Em termos relativos, os maiores aumentos registaram-se nas classes de 1 e 2 estrelas, com 77,7%, e na classe de 5 estrelas, com 58,3%. Porém, em termos absolutos, a maior variação foi nos hotéis 4 estrelas, com uma variação total de 14.548 camas.

5*

4*

3*

2009

2* e 1*

2014

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Apesar do contínuo aumento da oferta de alojamento, a realidade é que as Plano Estratégico para o Turismo

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58


3.2. Evolução do Turismo em Portugal Gráfico 26 – Taxa de ocupação (quarto) mensal em Portugal

Gráfico 25 – Taxa de ocupação do quarto em estabelecimentos hoteleiros em Portugal 100%

59,0% 57,0%

57,1%

80% 60%

53,2%

52,3%

40%

51,9% 51,4%

51,3% 20% 0%

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

jan

fev

mar

abr

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

mai 2012

jun

jul 2013

ago

set

out

nov

dez

2014

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Analisando o comportamento mensal das taxas de ocupação, confirma-se a forte propensão sazonal. O pico de atividade regista-se em agosto, enquanto

O rendimento por quarto (RevPar) apresentou, igualmente, alguma

a época de menor fluxo regista-se entre dezembro e janeiro. Em 2013, foi

volatilidade e uma efetiva diminuição desde 2007, ano em que registou um

essencialmente o comportamento na época alta que possibilitou resultados

valor de 31,6€. Em 2014, o RevPar a nível nacional situou-se nos 33,1€, já

melhores do que no ano anterior, pois a taxa de ocupação na época baixa foi

demonstrando alguma recuperação depois de se ter atingido o valor de

inferior à de 2012.

28,1€ em 2009. É de notar que os valores apresentados pelo INE para este indicador de desempenho financeiro na hotelaria incluem as várias tipologias

de estabelecimento hoteleiro, nomeadamente hotéis, pensões, estalagens, pousadas,

motéis,

hotéis-apartamentos,

aldeamentos

turísticos

apartamentos turísticos.

Plano Estratégico para o Turismo

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59

e


3.2. Evolução do Turismo em Portugal Gráfico 27 – RevPar em Portugal

O ano de 2014 foi o melhor de sempre para o turismo nacional no que 33,1 €

31,6 €

concerne ao número de hóspedes em estabelecimentos hoteleiros, ultrapassando os 16 milhões. Pela análise evolutiva deste indicador,

31,3 € 30,2 €

constata-se que 2009 foi efetivamente um ano de quebra na procura, com

29,5 € 28,1 €

uma diminuição relativa de 3,9%, que significa em termos absolutos -528.465

28,5 €

28,3 €

hóspedes. Verifica-se, igualmente, que a taxa média de crescimento anual desde 2007 (3,5%) está longe das perspetivas da primeira versão do PENT (5%). Todavia, 2014 apresentou um novo paradigma, com um crescimento 2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

espetacular de 12%, o maior da última década.

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Decompondo a procura, é possível verificar que a proporção de hóspedes Em termos individuais, as pousadas apresentam sempre o RevPar mais

estrangeiros tem vindo a aumentar, situando-se já perto dos 60% (9,3

elevado destas tipologias, com uma média anual no período de 2007 a 2014

milhões). Em 2009, o número total de hóspedes estrangeiros diminuiu 8,9%,

de 41,6€, enquanto as pensões apresentam o valor mais baixo, com uma

com claras consequências na procura total. Porém, desde 2010 que a taxa

média 13,6€. No entanto, é de notar que a rubrica hotéis inclui todas as

média anual de crescimento é de 7,6%, sendo em 2014 de 12,3%. Os

tipologias de hotel, desde 1 a 5 estrelas, que apresentam, naturalmente,

hóspedes nacionais mantiveram um comportamento regular, atingindo o

valores muito diferentes no RevPar. Isoladamente, os hotéis 5 estrelas

pico da procura em 2010 (mais de 6,7 milhões), reduzindo consecutivamente

apresentam uma valor acima dos 60 euros. Refira-se, por último, que o

até 2013. Em 2014 registou novo máximo (6,8 milhões). Note-se que todos

RevPar dos hotéis (-2,3€) e pousadas (-4,5€) permanece inferior a 2007.

estes valores indicam que 2009 foi o ano de menor performance no setor

De uma forma geral, é percetível uma recuperação paulatina do setor turístico no país, mas ainda existem fatores que continuam sem atingir o patamar que apresentavam antes da crise financeira internacional. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

turístico nacional, em resultado da crise financeira internacional de 2008. Contudo, o número de hóspedes portugueses cresceu nesse ano e no seguinte, revelando o diferimento dos efeitos daquela conjuntura. 60


3.2. Evolução do Turismo em Portugal Gráfico 28 – Número de hóspedes por origem em Portugal (milhões)

Em termos evolutivos é também interessante verificar o comportamento de 16,1

13,4

7,0

13,5 7,1

12,9

13,5 6,8

6,5

14,0

7,4

13,8

7,7

14,4

8,3

9,3

alguns mercados desde 2007. Até 2013, a Rússia foi o país que mais cresceu,

registando um aumento de 225,3% e, apesar de ter representado menos de 170.000 hóspedes, poderá ser um mercado muito importante no futuro, uma vez que se posicionou em 11.º nos mercados emissores para Portugal. O

6,3

6,3

6,4

6,7

6,6

6,2

6,1

6,8

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Brasil é também um mercado em grande crescimento chegando perto dos 600 mil hóspedes em 2014 e subindo à quinta posição do top 10 (em

De Portugal

Do Estrangeiro

contraponto com a oitava posição em 2007). Existem, igualmente, mercados do centro europeu que têm registado crescimentos relevantes, apesar de

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

ainda representarem quotas de mercado baixas. Nota ainda para o

Considerando os dados provisórios do Turismo de Portugal para 2014, os

crescimento de hóspedes de outras origens. Inversamente, o mercado

principais mercados emissores estrangeiros são o Reino Unido (17,0%),

italiano é dos que mais tem diminuído, apesar de uma recuperação em 2014.

Espanha (15,5%), França (10,7%) e Alemanha (10,6%), que juntos

Posiciona-se atualmente em 9.º lugar quando em 2007 era 5.º nos maiores

representam quase 54% do somatório da procura. É, no entanto, de referir

mercados emissores para Portugal.

que entre 2007 e 2014, destes quatro países, apenas França aumentou o seu peso relativo (sendo mesmo um dos países que mais cresceu no número de hóspedes em Portugal).

A Alemanha praticamente não alterou a sua

proporção, mas aumentou em termos absolutos, enquanto o Reino Unido

reduziu o peso relativo em virtude de uma efetiva diminuição na emissão do número de hóspedes. Após um ano de 2009 com uma acentuada quebra no mercado britânico (-22,5%), o número de hóspedes tem voltado a crescer.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Efetivamente, as grandes alterações registadas nos dez principais mercados emissores para Portugal foram a subida do Brasil e a descida da Itália. Na comparação entre 2007 e 2013, as restantes posições mantêm-se inalteradas ou refletem pequenas oscilações devido aos valores próximos entre mercados.

No entanto, apesar de uma redução de 58,2% para 53,8%,

continua a haver uma grande dependência dos quatro maiores mercados emissores, que representam 5 milhões de hóspedes. 61


3.2. Evolução do Turismo em Portugal Gráfico 29 – Proporção do número de hóspedes nos dez maiores mercados emissores

Gráfico 30 – Número de dormidas em estabelecimentos hoteleiros em Portugal

estrangeiros para Portugal, 2014 (dados provisórios)

(milhões) 46,1

17,0% 53,8%

15,5%

10,7%

39,7

39,2

36,5

37,4

39,4

39,7

41,6

10,6%

32,3

26,8

26,2

23,2

23,6

26,0

27,3

29,4

13,0

13,0

13,2

13,8

13,4

12,4

12,2

13,8

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

6,2% 4,6%

4,2%

3,9%

3,8% 2,5%

Reino Unido

Espanha

França

Alemanha

Brasil

Holanda

Escandinávia

EUA

Itália

Irlanda

De Portugal

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Do Estrangeiro

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Nos últimos anos, os valores das dormidas têm batido records sucessivos, com o máximo registado em 2014. Em 2013, ocorreram mais de 41,5 milhões de dormidas em estabelecimentos hoteleiros, ultrapassando pela primeira vez a barreira dos 40 milhões e representando uma subida de 4,8% face ao ano anterior. A taxa média de crescimento anual desde 2007 é mais modesta, cifrando-se em 2,7%, por influência das reduções verificadas em 2008 (-1,3%) e, sobretudo, 2009 (-7,1%). Nos últimos três anos, o crescimento médio anual foi de 5,5%, resultando num crescimento total entre 2011 e 2014 de 17% e passando de 39,4 milhões para 46,1 milhões de

O peso relativo das dormidas de estrangeiros continua a aumentar, representado em 2014 mais de 70%, ou seja, mais de 32 milhões de dormidas. Porém, os dez maiores mercados neste aspeto continuam a ser os mesmos de 2007, mantendo-se uma liderança destacada do Reino Unido. Dentro deste ranking, registam-se algumas alterações substanciais, como a subida de França ao quarto lugar (quinto em 2007) - mais do que duplicou o

número de dormidas - e do Brasil à sétima posição (décimo em 2007), com aumentos muito significativos (108% e 144%, respetivamente).

dormidas.

Plano Estratégico para o Turismo

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62


3.2. Evolução do Turismo em Portugal Apesar de tudo, os dez maiores mercados, no seu conjunto, têm vindo a

Em consequência de um crescimento contínuo, em 2014 as receitas turísticas

perder peso, uma vez que em 2007 representavam 58,5% da procura e em

representaram aproximadamente 6,0% do PIB nacional, um registo muito

2014 registaram um peso de 57,8%. Esta é uma situação também

significativo e que demonstra a importância do setor para a criação de

influenciada pelo crescimento de mercados como a Rússia, que em 2013

riqueza no país e para o equilíbrio da balança comercial.

atingiu o 11.º lugar dos mercados com maior número de dormidas (um crescimento de 196% face a 2007).

10,4

10

Gráfico 31 – Dormidas de estrangeiros em Portugal por país (milhões) 7,7

Gráfico 32 – Receitas turísticas em Portugal (mil milhões de €) e peso relativo no PIB 12

8

7,7

6

7,4 4,2%

7,4

4,2%

6,9 3,9%

7,6 4,2%

8,1 4,6%

8,6

5,1%

9,2 5,4%

10% 9% 8%

6,0%

7% 6% 5% 4%

4

3%

4,4 3,9 3,4

3,0 1,4

1% 1,8

2,1

0

1,8 1,7

1,4 0,6

Reino Unido

Alemanha

Espanha

2%

2

3,6

França

Holanda

Escandinávia

2007

Brasil

1,0 1,2 1,0 0,9

Irlanda

Itália

0,7 0,8 EUA

2014

0% 2007

2008

2009

2010

Receitas Turísticas (mil milhões)

2011

2012

2013

2014

Peso das receitas turísticas no PIB

Fonte: Turismo de Portugal/Banco de Portugal/INE(2015)

Em 2014, os 10,4 mil milhões de euros provenientes dos serviços de viagens Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

e turismo representaram 45,6% das exportações nacionais de serviços e

Seguindo a mesma tendência, as receitas turísticas têm vindo a aumentar

14,6% do total de exportações (bens e serviços). Nos últimos anos, o turismo

significativamente e a contribuir de forma notória para o PIB nacional. Entre

tem sido considerado como o setor mais exportador do país (com marco

2007 e 2014, as receitas turísticas cresceram 3 mil milhões de euros,

efetivo em 2013), reforçando a sua importância para o desenvolvimento dos

passando de 7,4 mil milhões de euros para 10,4 mil milhões de euros - um

serviços e para a economia nacional.

aumento de 40% em apenas sete anos. Plano Estratégico para o Turismo

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63


3.2. Evolução do Turismo em Portugal É de notar, no entanto, que em 2014, fruto de alguma recuperação da

Ainda no que concerne às receitas turísticas, é interessante verificar as

economia, os setores exportadores de bens, como bens de equipamento

dinâmicas dentro dos vários mercados explorados tradicionalmente pelo

(11,1 mil milhões), bens intermédios (16,5 mil milhões) e bens de consumo

turismo português. Até 2011, o mercado com maior vitalidade e que gerava

(16,7 mil milhões), apresentaram valores superiores ao setor do turismo. Não

mais receitas era o britânico. A partir de 2012 , o mercado francês começou

obstante, esse registo não elimina a importância que o turismo teve e tem

a liderar a tabela da origem das receitas turísticas em Portugal, mesmo

para a economia portuguesa numa época de crise e de grandes dificuldades.

apresentando menos de 60% dos hóspedes britânicos e menos de 35% das

Após ter perdido algum peso nas exportações (de 2000 para 2007), o peso relativo das receitas turísticas (tanto de serviços como totais) voltou a aumentar em 2014. Na realidade, o crescimento do setor tem sido bastante

dormidas deste mercado. Estes são dados que demonstram que o turista francês gasta em média mais do que o turista britânico e que representa uma potencial mais-valia económica. Tabela 11 – Receitas turísticas em Portugal por mercados emissores

acentuado nos últimos anos, sendo 2014 um ano, de facto, extraordinário no crescimento e fortalecimento do setor turístico. Com um aumento de 12,4% face a 2013, 2014 pautou-se, destacadamente, como o melhor ano de

sempre na geração de receitas. Tabela 10 – Evolução do peso relativo das receitas turísticas nas exportações (milhões de €)

Exportações de bens Exportações de serviços

2000

2007

2014

27.215

38.294

48.181

10.152

Total Exportações

37.367

16.891 55.185

22.817 70.998

Receitas turísticas

5.720

7.402

10.394

Peso das receitas turísticas sobre as exportações de serviços

56,3%

43,8%

45,6%

Peso das receitas turísticas sobre as exportações totais

15,3%

13,4%

14,6%

Fonte: Banco de Portugal/INE(2015)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

2007

País

2014

Posição

Quota

Posição

Quota

França

2

15,3%

1

19,9%

Reino Unido

1

24,2%

2

18,9%

Espanha

3

14,9%

3

13,8%

Alemanha

4

10,6%

4

11,8%

Angola

15

1,2%

5

6,7%

EUA

5

4,0%

6

5,1%

Holanda

6

3,7%

7

4,6%

Brasil

10

2,4%

8

3,7%

Bélgica

9

2,6%

9

3,4%

Suiça

11

2,0%

10

2,8%

= =

=

Fonte: Turismo de Portugal/Banco de Portugal (2015)

64


3.2. Evolução do Turismo em Portugal Na evolução entre 2007 e 2014 da tabela dos dez maiores mercados

Em termos competitivos, a revisão do PENT em 2012 definiu os mercados de

emissores na geração de receitas turísticas em Portugal, para além da

Espanha, Itália, França, Grécia, Turquia, Croácia, Egito, Marrocos, Bulgária e

presença da Suíça e da subida do Brasil, destaca-se o surgimento de Angola

Tunísia como os principais concorrentes diretos de Portugal. O país é, assim,

em 5.º lugar, que subiu da 15.º posição. Repare-se que Angola nem surge

naturalmente integrado no grupo mediterrânico, onde predomina a procura

nos 25 maiores mercados emissores para Portugal, representando, a nível

por produtos turísticos associados ao sol e mar. Nos últimos três anos,

turístico, um elevado volume de receitas per capita. Em situação inversa, é

Portugal tem apresentado uma capacidade competitiva muito relevante,

de frisar a saída da Irlanda e da Itália, anteriormente posicionadas em 7.ª e

conseguindo superar todos os seus concorrentes no crescimento de

9.º posição. Os EUA e a Holanda, apesar de terem melhorado ao nível da

chegadas internacionais de turistas, de acordo com os dados da UNWTO.

quota, desceram uma posição cada, fruto da grande ascensão de Angola.

Tabela 12 – Evolução das chegadas internacionais de turistas nos principais destinos concorrentes de Portugal

Os dados provisórios do Turismo de Portugal limitam a análise para 2014, uma vez que não apresentam o número de hóspedes para Suíça, Angola e

2010

2011

2012

Variação 2010-2013

2013

Bélgica. Assim, considerando os restantes mercados, aplicou-se o quociente

Portugal

6.832

7.412

7.685

8.324

21,8%

entre o total de receitas turísticas e o número de hóspedes por país

Espanha

52.677

56.177

57.464

60.661

15,2%

procurando perceber em termos unitários quais aqueles que têm revelado

Itália

43.626

46.119

46.360

47.704

9,3%

França

77.648

81.550

83.013

..

Grécia

15.007

16.427

15.518

17.923

19,4%

maior capacidade de criação de valor. França surge na liderança, com uma receita média de 1.844€ e na segunda posição surgem os EUA, com 1.301€.

..

Turquia

31.364

34.654

35.698

37.795

20,5%

De referir que em 2013, o turista francês já liderava, com uma receita média

Croácia

9.111

9.927

10.369

10.955

20,2%

de 2.000€, seguido do turista suíço, com 1.501€ (Angola continua fora desta

Egito

14.051

9.497

11.196

9.174

-34,7%

análise). Globalmente, a informação publicada indica que em 2014, por cada

Marrocos

9.288

9.342

9.375

10.046

8,2%

Bulgária

6.047

6.328

6.541

6.897

14,1%

Tunísia

6.902

4.785

5.950

6.269

-9,2%

turista em Portugal, foi gerada uma receita média de 645,5€, em contraponto com os 554€ de 2007.

Adaptado: UNWTO (2014)

Plano Estratégico para o Turismo

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65


3.2. Evolução do Turismo em Portugal Numa visão transversal, constata-se que a evolução do turismo em Portugal tem apresentado um comportamento muito positivo. Apesar de conter

vários elementos desajustados e estar baseado numa realidade que se alterou substancialmente, o PENT foi um instrumento muito importante nesta evolução. De facto, os dados disponíveis revelam números muitos significativos e um mercado com grande dinâmica. Verificaram-se crescimentos sustentados em todos os indicadores, para além de uma qualificação contínua da oferta de alojamento, permitindo manter uma procura estável nos mercados tradicionais e atrair e estimular novos mercados emissores, nomeadamente em países com um crescente nível de vida, como Brasil, China ou Rússia. O turismo desempenha atualmente um papel fundamental na economia

portuguesa, assumindo-se já como o setor mais exportador e com cada vez mais capacidade para gerar receitas. Na realidade, para além do aumento absoluto das receitas turísticas, também derivado do aumento do número de turistas, é notória a evolução na receita média obtida por cada turista. Contudo, nesse aspeto, a média nacional de 2014 (645,5€) ainda está substancialmente distante da média internacional (803€) e mais ainda da média das economias avançadas (966€). Portugal é um destino cada vez mais competitivo, mas ainda apresenta um potencial de crescimento muito substancial em diferentes vertentes e em diferentes mercados. Plano Estratégico para o Turismo

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66


3.3. Evolução do Turismo nos Açores Na projeção do desenvolvimento económico dos Açores, o turismo foi

3.3.

encarado como um pilar estratégico. As características naturais das ilhas, as

Evolução do Turismo nos Açores

mais-valias comparativas existentes e a crescente terciarização da economia tornaram essa decisão numa opção facilmente compreensível. De facto, a evolução registada demonstra o grande potencial de criação de valor latente neste setor e a capacidade de alavancagem da economia regional. O Inquérito à Satisfação do Turista que Visita os Açores: Verão IATA 2014, promovido pelo Observatório do Turismo dos Açores, revela o agrado dos turistas com a qualidade e value for money oferecidos pelo destino, demonstrando, igualmente, o grande potencial do word of mouth (recomendações) existente. Todavia, o turismo nos Açores não ficou indiferente aos impactos da crise financeira e após alguns anos de

crescimento continuado, a partir de 2008, e em particular em 2009, registaram-se quebras em todo o setor. Um dos indicadores que demonstra essa realidade é o número de passageiros desembarcados provenientes de voos internacionais. Para além de uma primeira redução em 2008, agravada no ano seguinte, a recuperação verificada em 2010 e 2011 voltou a ser abalada por uma nova redução em 2012. Nos dois últimos anos, porém, verificou-se um assinalável crescimento, superando os 120.000 passageiros de voos internacionais desembarcados nos Açores.

Plano Estratégico para o Turismo

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67


3.3. Evolução do Turismo nos Açores A oferta hoteleira não variou muito nos últimos anos. Entre 2007 e 2014

Gráfico 33 – Passageiros de voos internacionais desembarcados nos Açores

regista-se apenas um saldo positivo de apenas mais um estabelecimento. O 150.000

maior destaque deverá ser o surgimento do primeiro hotel 5 estrelas na 120.000

Região, que está situado na cidade de Angra do Heroísmo. Saliente-se, ainda,

90.000

que do total de 82 estabelecimentos hoteleiros, a maioria são hotéis e que

60.000

essa proporção tem vindo a aumentar. Uma última nota para a entrada do

30.000

Grupo Pestana no mercado dos Açores, um dos maiores e mais competitivos players nacionais do setor turístico, que certamente terá um impacto

0 2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

significativo na qualificação e dinamização da oferta hoteleira.

Fonte: SREA(2015) Gráfico 34 – Estabelecimentos hoteleiros nos Açores

No que diz respeito aos cruzeiros, após um período de franco crescimento, os 66

últimos anos registaram uma redução tanto nas escalas de navios como no número de passageiros. As previsões para 2015 apontam para um novo crescimento, atingindo as 160 escalas, que representará quase do dobro do

36

verificado em 2014, 90 escalas. O número de passageiros naturalmente

28

também crescerá, prevendo-se que se aproxime dos 135 mil. 8

Tabela 13 – Dados relativos à entrada de Navios de Cruzeiros nos Portos dos Açores Ano

Passageiros Embarcados

Escalas

Passageiros Desembarcados

Passageiros em Trânsito

Tripulantes

2012

122

790

697

101.394

54.117

2013

92

243

230

86.964

41.888

2014

90

636

170

94.915

44.806

3 Hotéis

Hotéis-Apartamentos

7 2

2

Pousadas

2007

11 0

Apartamentos Turísticos

Outros

2014

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Fonte: Portos dos Açores (2015)

Plano Estratégico para o Turismo

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68


3.3. Evolução do Turismo nos Açores O número de quartos cresceu 4,8% entre 2007 e 2014, o que representa 195

Gráfico 35 – Evolução do número de hóspedes e do número de camas nos Açores

quartos a mais. Comparando este dado com a evolução do número de

Hóspedes 360.000

estabelecimentos hoteleiros, verifica-se que o número de quartos cresceu

350.000

mais que o número de estabelecimentos, o que permite inferir que os

340.000

estabelecimento hoteleiros que surgiram nesse período têm mais capacidade

330.000

de alojamento que os que despareceram. O número de camas acompanhou

320.000

esta tendência, com um crescimento de 5%, fixando-se em 8.816 camas em

9.000 Camas 8.900 8.800 8.700 8.600 8.500 8.400 8.300 8.200 8.100

310.000 2007

2014 (ainda assim, abaixo das 8.871 registadas em 2011).

2008

2009 2010 Hóspedes

2011

2012 Camas

2013

2014

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015) Tabela 14 – Evolução da oferta em estabelecimentos hoteleiros nos Açores 2007 Estabelecimento hoteleiros

2008

81

Quartos

4.056

Camas

8.397

2009

2010

2011

2012

2013

2014

Efetivamente, após um pico de 353.479 hóspedes em 2008, tem-se registado uma grande instabilidade neste indicador, sem nunca ter conseguido atingir

83

82

82

80

79

80

82

+2,5%

-1,2%

0,0%

-2,4%

-1,3%

+1,3%

+2,5%

4.178

4.219

4.181

4.222

4.058

4.138

4.251

novamente aquele valor. Aliás, apesar da quebra acentuada nos Açores em

+3,0%

+1,0%

-0,9%

+1,0%

-3,9%

+2,0%

+2,7%

8.662

8.806

8.699

8.871

8.560

8.713

8.816

2009 e de este ter sido o ano com pior performance a nível internacional e

+3,2%

+,17%

-1,2%

+2,0%

-3,5%

+1,8%

+1,2%

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

nacional no panorama recente, 2012, no que toca ao número de hóspedes, ainda registou valores inferiores na Região (326.370). Esta é uma indicação clara da dificuldade que o destino “Açores” sentiu perante as novas

Comparando a evolução do número de hóspedes com a evolução do número de camas, constata-se a grande volatilidade que existiu no mercado deste 2007. Curiosamente, este cruzamento de dados poderá levar à interpretação de que o setor turístico regional foi mais reativo do que proativo, uma vez que entre 2008 e 2011 a evolução da oferta e da procura esteve permanentemente desfasada. Plano Estratégico para o Turismo

dinâmicas existentes no mercado. Entre 2007 e 2012, a Região apresentou um saldo negativo no número de hóspedes de 24.459, ou seja, uma descida

de 7%. Quando comparado com 2008, o melhor ano de que há registo, esta variação aumenta para 7,7% (-27.109 hóspedes). Os anos de 2013 e 2014 já apresentam uma recuperação, registando-se, em 2014, 345.422 hóspedes (-1,5% que em 2007).

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69


3.3. Evolução do Turismo nos Açores A principal causa da descida verificada é a quebra muito acentuada no

Analisando a evolução entre 2007 e 2013 da tabela dos dez maiores

mercado português, que historicamente era o melhor mercado emissor para

mercados emissores estrangeiros para os Açores, confirma-se a mudança de

os Açores. Em 2007, 60,9% dos hóspedes provinham de território nacional,

paradigma. Os mercados nórdicos perderam importância, sendo substituídos

mas em 2013, pela primeira vez, essa proporção ficou abaixo dos 50%

por mercados da Europa central. É sintomático, por exemplo, perceber que a

(48,8%). De 2007 a 2013, a quebra nesse mercado foi de 23,7%, ou seja,

Dinamarca passou do 1.º lugar na tabela para a 10.ª posição, representando

50.702 hóspedes. Por outro lado, a tipologia dos mercados emissores

uma quebra mais de 60% no número de hóspedes dinamarqueses (ou seja,

estrangeiros alterou-se substancialmente, conduzindo a um aumento de

quase 13.000 turistas). Por sua vez, a Alemanha foi, em termos absolutos, a

24,3% de hóspedes com origem externa ao mercado nacional. Este

grande responsável pelo aumento do número de hóspedes estrangeiros, com

crescimento representa uma variação absoluta de mais 33.319 hóspedes,

um incremento de 22.805 indivíduos, ou seja, 147,8%. Registe-se, ainda, os

tornando o número de hóspedes estrangeiros maioritários nos Açores

aumentos substanciais no mercado espanhol (6.284 hóspedes, i.e. 79,1%) e

(51,2%). Em 2014, o cenário manteve-se, mas a proporção de hóspedes

no mercado belga (6.927 hóspedes, i.e. 377,7%), o único mercado emissor do

estrageiros já foi menor (50,5%), perspetivando-se uma eventual

top ten 2013 que não constava nessa tabela em 2007.

recuperação do mercado nacional que se poderá efetivar com a liberalização do espaço aéreo.

Mesmo não figurando nos dez maiores mercados emissores para os Açores, é interessante verificar o comportamento e o crescimento relativo de alguns

Gráfico 36 – Número de hóspedes nos Açores, por origem (milhares)

mercados não tradicionais do centro europeu. A Suíça já se encontra perto do top ten (12.º lugar), com um crescimento entre 2007 e 2013, de 96,8%,

137

139

127

134

145

147

171

174

214

214

201

214

200

180

163

171

2012

2013

2014

2007

2008

2009

2010 De Portugal

2011

(249,7%) e Luxemburgo (208,8%) estão a aumentar consideravelmente a

Do Estrangeiro

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Plano Estratégico para o Turismo

enquanto mercados como Polónia (595%), República Checa (413,5%), Rússia

Câmara Municipal de Ribeira Grande

procura pelo destino “Açores”. Alguns destes mercados poderão ser determinantes no futuro, considerando a evolução do mercado e da economia mundial, com destaque, por exemplo, para o mercado russo, que está a crescer em todas as dimensões. 70


3.3. Evolução do Turismo nos Açores Tabela 15 – Evolução 2007-2013 do número de hóspedes nos dez maiores mercados

Tabela 16 – Evolução 2007-2014 no número de hóspedes nos principais mercados

emissores estrangeiros para os Açores

emissores para os Açores

País

2007 Posição

2013 Hóspedes

Posição

Hóspedes

País

Alemanha

3

15.433

1

38.238

Alemanha

Espanha

8

7.948

2

14.232

Espanha

EUA

5

10.634

3

13.861

Escandinávia

Holanda

7

9.604

4

13.858

EUA

França

9

6.806

5

10.750

Reino Unido

4

13.227

6

2007

2013

2014*

Variação 2007-2014

Variação 2013-214

15.433

38.238

40.855

164,7%

6,8%

7.948

14.232

19.049

139,7%

33,8%

51.777

26.840

18.826

-63,6%

-29,9%

10.634

13.861

17.618

65,7%

27,1%

Holanda

9.604

13.858

14.635

52,4%

5,6%

9.139

França

6.806

10.750

10.866

59,7%

1,1%

13.227

9.139

9.943

-24,8%

8,8%

Suécia

2

16.349

7

8.826

Reino Unido

Bélgica

16

1.834

8

8.761

Bélgica

1.834

8.761

8.407

358,4%

-4,0%

Finlândia

6

9.898

9

7.797

Canadá

3.829

6.550

8.028

109,7%

22,6%

7.398

Suíça

2.789

5.489

5.558

99,3%

1,3%

Dinamarca

1

20.341

10

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015) *Dados provisórios

Os dados provisórios de 2014 agregam a Dinamarca, a Finlândia, a Noruega e

O número de dormidas também apresentou uma fraca performance em

a Suécia no mercado escandinavo. Não obstante, é possível verificar que são

2009 e, sobretudo, 2012, ano em que pela primeira vez desde 2005 se

mercados que continuam a perder importância no turismo regional, pois

registaram menos de um milhão de dormidas nos Açores. Assim, os

juntos já nem conseguem atingir metade do mercado alemão ou o registo do

mercados emissores estrangeiros aumentaram o seu domínio nas dormidas

mercado espanhol. A Alemanha consolida a liderança no número de

face ao mercado nacional, passando de 54,6% em 2007 para 62,6% em 2014.

hóspedes, com 40.855 (crescimento de 6,8% face ao ano anterior), mas

A Alemanha lidera o número de dormidas, com 161.324, mas o mercado

assinalam-se crescimentos superiores entre 2013 e 2014 no mercado de

escandinavo ainda apresenta uma estadia média superior, com 5,4 noites

Espanha (33,8%), EUA (27,1%), Canadá (22,6%) e Reino Unido (8,8%).

contra 3,9 noites dos alemães. Individualmente, o melhor mercado é o holandês (4,5 noites).

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

71


3.3. Evolução do Turismo nos Açores Gráfico 37 – Número de dormidas nos Açores, por origem (milhares) 1.184,4

número de dormidas e o número de hóspedes 1.127,5 1.004,8

646,7

Gráfico 38 – Estadia média nos Açores, por mercado, calculada pelo quociente entre o

597,6

1.035,0

1.033,5

954,7

1.054,1

1.063,8

4,7 3,8 3,4

526,4

515,2

554,8

545,2

679,5

666,3

537,7

529,9

489,6

508,7

478,7

409,5

374,6

397,5

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

De Portugal

Do Estrangeiro

3,1

2,5

2,3

2007

2014 Estrangeiro

Portugal

Global

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Fonte: Turismo de Portugal/INE (2015)

Um dos grandes problemas no setor turístico regional tem sido a

Naturalmente, as taxas de ocupação de quartos ressentem-se de todo este

incapacidade de aumentar a estadia média, que historicamente apresenta

paradigma. Na realidade, nunca foram muito elevadas, mas a tendência

números baixos. Dividindo o número de dormidas pelo número de hóspedes

recente tem sido de diminuição. Em 2013 registou-se alguma recuperação,

verifica-se que a estadia média na Região tem, na realidade, vindo

chegando aos 46,2%, depois de em 2012 se ter verificado o valor mais baixo

progressivamente a decrescer. Esta descida é mais pronunciada nos

da última década (41,7%), mas em 2014 houve uma nova redução para

mercados emissores estrangeiros do que no mercado nacional. Não

45,0%. A última vez que se registou uma taxa de ocupação superior a 50% foi

obstante, ressalve-se que 2013 foi o primeiro ano, desde 2006, que o

em 2004 (55,2%). A média de 2007 a 2014 situa-se apenas nos 44,9%.

indicador da estadia média aumentou, voltando a descer no ano seguinte.

Comparativamente com a Madeira, estes valores revelam falta de

Em 2014, a estadia média nos Açores cifrou-se em 3,1 noites, um número

competitividade. Nos últimos 10 anos, a taxa de ocupação mais baixa na

substancialmente mais baixo do registado na Madeira, que ronda as 5 a 6

hotelaria madeirense foi de 55,6% (2010) e a mais alta de 67,5% (2014). A

noites, e nas Canárias, que se posiciona nas 9 noites.

média de 2007 a 2014 pautou-se nos 61,5%.

Plano Estratégico para o Turismo

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72


3.3. Evolução do Turismo nos Açores Para as Canárias apenas estão disponíveis dados a partir de 2009, mas os

2014, o RevPar da hotelaria desta região foi de 50€ e a média registada entre

números são reveladores e contrastam ainda mais com a realidade dos

2009 e 2014 foi de 41,63€. Considerando este horizonte temporal, a média

Açores do que o paradigma da Madeira, atingindo os 74,9% em 2014.

registada nos Açores foi de 22,7€ e na Madeira de 31,9€.

Gráfico 39 – Taxa de ocupação por quarto nos Açores

Gráfico 40 – RevPar nos Açores 60 €

80%

50 € 60% 40 € 30 €

40%

20 € 20% 10 € 0%

0€ 2007

2008

2009 Açores

2010

2011

Madeira

2012

2013

2014

Canárias

2007

2008

2009 Açores

2010

2011

Madeira

2012

2013

2014

Canárias

Fonte: Turismo de Portugal/INE/ISTAC (2015)

Fonte: Turismo de Portugal/INE/ISTAC (2015)

Em termos económicos, a falta de competitividade é também notória. Nos

É também importante realçar que, de acordo com o comportamento

Açores o RevPar (revenue per available room), um dos mais importantes

demonstrado pelos gráficos, se nota uma maior dificuldade da hotelaria

indicadores de performance da hotelaria, apresentou em 2014 um valor de

açoriana em recuperar a sua rendibilidade, comparativamente àquilo que

22,2€ e uma média no período 2007-2014 de 23,6€. Na Madeira, o valor de

acontece na Madeira e nas Canárias. Na Madeira, por exemplo, a descida

2013 foi de 37,1€, enquanto a média naquele período situou-se em 33€. Em

entre 2008 e 2010 foi muito significativa, mas a evolução posterior já

relação às Canárias, a disparidade de valores é ainda mais significativa. Em

aproxima o RevPar dos valores de 2007. Pelo contrário, nos Açores, a tendência de descida poucas vezes tem sido contrariada.

Plano Estratégico para o Turismo

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73


3.3. Evolução do Turismo nos Açores O nível de proveitos gerados nos Açores, em estabelecimentos hoteleiros,

No que concerne aos aposentos, a relação entre os proveitos globais gerados

aldeamentos e apartamentos turísticos e outros, confirma-se a ainda baixa

nos Açores e na Madeira continua muito díspar. A média anual 2007-2014

capacidade de criação de valor do setor turístico em relação aos mercados

nos Açores foi de 34,6 milhões de euros, enquanto na Madeira ascendeu a

concorrentes. Em termos globais, entre 2007 e 2014, a média anual de

164,3 milhões de euros. Concomitantemente, nos Açores os proveitos

proveitos cifrou-se nos 48,2 milhões de euros. Na Madeira, a média anual

gerados pelo alojamento têm maior peso nos proveitos totais do que na

ultrapassou os 266 milhões de euros, existindo permanentemente uma

Madeira e esse peso tem vindo a aumentar: era 69,9% em 2007 e passou a

relação de 1 para 5 ou mesmo 1 para 6 entre o nível proveitos gerados nos

73,6% em 2014 (enquanto na Madeira variou de 61,3% para 62,1%). Esta

Açores e na Madeira. Em 2014, esta relação foi de 1 para 6,6, revelando bem

situação demonstra, também, a menor capacidade de gerar proveitos para

as diferenças existentes entre dois destinos concorrentes.

além do aposento e revela um menor aproveitamento do efeito multiplicador do setor e das atividades de animação turística.

Gráfico 41 – Proveitos globais e por aposento em estabelecimentos hoteleiros,

aldeamentos, apartamentos turísticos e outros nos Açores (milhões de euros)

Numa análise um pouco mais aprofundada de alguns destes indicadores, com dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores, constata-se que existe

55

55

49 38

38

uma grande discrepância na atividade turística nas diferentes ilhas. Em parte,

49

47

45

42 35

35

34

30

45 33

esta realidade está associada às diferentes dimensões de cada uma delas, 33

mas também à capacidade de atração e retenção dos turistas. São Miguel é a ilha que mais hóspedes recebe e mais dormidas regista, seguida da ilha Terceira e da ilha do Faial. Estas três ilhas juntas representam, em média, mais de 85% do número de hóspedes e mais de 88% do número de dormidas

2007

2008

2009

2010

Proveitos Globais

2011

2012

2013

2014

Proveitos por Aposento

Fonte: Turismo de Portugal/INE(2015)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

nos Açores. Repare-se que São Miguel, Terceira e Faial são os principais pontos de entrada nos Açores, pelo que esta poderá ser uma das razões para o maior número de turistas. 74


3.3. Evolução do Turismo nos Açores Tabela 17 – Hóspedes, dormidas e estadia média por ilha

No que concerne à estadia média, um dos indicadores com pior performance nos Açores, São Miguel e Flores são as ilhas que apresentam melhores

registos, apesar da grande diferença entre estas duas ilhas em todos os restantes itens. De ressalvar que a ilha Terceira apresenta a estadia média mais baixa da Região, facto muito relevante atendendo a que, de momento,

Santa Maria

São Miguel

é a única ilha que possui um hotel 5 estrelas, para além de ser a segunda com maior população e atividade económica e possuir uma agenda cultural

Hóspedes*

Dormidas*

Estada Média*

2014

11.416

33.901

3,0

Média 2000-2014

9.214

25.321

2,8

2014

226.170

803.459

3,6

Média 2000-2014

192.926

710.083

3,7

2014

67.342

158.142

2,3

Média 2000-2014

59.598

145.342

2,4

2014

4.728

12.591

2,7

Média 2000-2014

4.471

11.907

2,7

2014

11.001

25.637

2,3

Média 2000-2014

8.547

21.576

2,5

2014

22.897

66.115

2,9

Média 2000-2014

20.476

53.918

2,6

2014

45.036

107.255

2,4

Média 2004-2014

39.825

100.557

2,7

2014

6.851

20.533

3,0

Média 2000-2014

5.680

21.155

3,8

2014

623

1.650

2,6

Média 2000-2014

388

992

2,6

Terceira

bastante dinâmica. Graciosa

Em síntese, apesar do potencial intrínseco do destino “Açores” e da capacidade instalada, a realidade demonstra que há ainda muito por fazer para capitalizar estes fatores. A fragilidade da economia regional e do setor

São Jorge

turístico ficou bem espelhada com os efeitos da crise que se vem

prolongando há alguns anos. Todavia, há um novo paradigma que surge no

Pico

horizonte e que deriva da liberalização do espaço aéreo açoriano e da entrada das companhias aéreas low cost Easy Jet e Ryan Air. A exposição à

Faial

procura internacional será muito maior e em mais mercados, prevendo-se um acréscimo considerável na afluência turística aos Açores. Este poderá

Flores

representar um ponto de viragem competitivo no turismo regional e uma nova oportunidade para a afirmação internacional do destino, aportando, não obstante, novos desafios e oportunidades para todo o setor, para a comunidade local e para o equilíbrio ambiental. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Corvo

Fonte: SREA(2015) *Valores integram hotelaria tradicional, turismo no espaço rural, alojamento local, pousadas da juventude e parques de campismo

75


3.3. Evolução do Turismo nos Açores

44.639.311€ Proveitos Globais

82 Figura 03 - Principais indicadores do turismo nos Açores (2014)

Estabelecimentos Hoteleiros

Alemanha Maior mercado emissor estrangeiro

22,2€ RevPar

3,1 Noites de estadia média

345.442 Hóspedes

4.251

8.816

Quartos

Camas

1.063.790 Dormidas Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

45% Taxa de ocupação

76


3.3. Evolução do Turismo nos Açores •Um dos nove destinos do mundo imperdíveis na Primavera de 2013 •Family Travel

•Primeira região portuguesa a integrar o restrito lote da Rede Europeia de

Destinos Turísticos Sustentáveis de Excelência.

Principais distinções e referências aos Açores •Uma das 50 viagens a fazer em 2012 •National Geographic Traveler •ECTAA’s Preferred Destination of the Year 2014 •Federação Europeia das Associações de Agências de Viagens (ECTAA). •Entre os cinco melhores locais para visitar em 2012 •Revista da Universidade de Nottingham. •1.º lugar – 2014 Sustainable Destinations Global Top 100 •Green Destinations •Um dos 15 destinos obrigatórios em 2012 •Visão (com base nas apostas da World Travel Market) •Melhor destino turístico verde da Europa – Quality Coast Gold Award 2013 •European Coastal and Marine Union (EUCC) •Um dos melhores destinos para 2012 •Budget Travel •1.º destino distinguido com o Quality Coast Platinum Awrad (em 2014) •European Coastal and Marine Union (EUCC) •Segundas Melhores Ilhas do Mundo para Turismo Sustentável. •National Geographic Traveler •Um dos 25 locais do mundo a visitar em 2013 •Fodor's Travel Intelligence

Plano Estratégico para o Turismo

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77


3.3. Evolução do Turismo nos Açores •Um dos Melhores Destinos de Verão 2011

•Santa Maria entre os 20 destinos de férias para 2013

•National Geographic Traveller

•The Guardian

•Furnas – A Zona Vulcânica mais apelativa do Mundo

•Prémio Creative Advertisement

•World Travel Guide.

•Jornal Borsen

•Destino Único (2010)

•1º prémio - Fotografia de Divulgação de um Projeto cofinanciado - Centro de

•Forbes

Interpretação do Vulcão dos Capelinhos.

•Top Ten Mundial para a Observação de Cetáceos,

•Projeto LIFE Priolo distinguido com o prémio Best of the Best – Nature 2010

•Sunday Telegraph

•Comissão Europeia

•Duas das sete Maravilhas Naturais de Portugal são nos Açores, a Lagoa das Sete Cidades, na ilha de São Miguel, e a Paisagem Vulcânica da Montanha do Pico, na ilha do Pico.

•Azores – A Mountain Bikers Paradise •Pinbike.com (maior comunidade online de BTT)

•Um dos melhores destinos mundiais em 2008

•Pico entre as cinco melhores ilhas secretas do mundo

•Lonely Planet

•BBC

•Um dos melhores destinos para pedestrianismo e geoturismo

•“Açores são um pedaço do paraíso”

•BootsnAll

•Daily Mirror

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

78


3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo O setor do turismo tem efetivamente uma enorme relevância a nível

3.4.

internacional, integrando uma cadeia de valor transversal, capaz de

Cadeia de Valor do Setor do Turismo

despoletar um efeito multiplicador que provoca um impacto continuado em várias atividades económicas que gravitam em seu redor. Atualmente, este setor é cada vez mais destacado como pilar de desenvolvimento socioeconómico em vários países e regiões, com particular relevo nos países emergentes, induzindo o aumento das exportações, a criação de empresas e emprego e o desenvolvimento de infraestruturas. É, portanto, notório, que o impacto da atividade turística ultrapassa os efeitos económicos, contribuindo para o bem-estar coletivo das sociedades e para o seu progresso sustentado. A dinâmica do mercado turístico, associada às alterações de ciclos económicos, tem induzido uma necessidade crescente de reinvenção e

inovação em toda a cadeia de valor. Desde a hotelaria à restauração, incluindo a promoção e até os meios de transporte, impera a necessidade de sucessivas formas de adaptação às novas exigências e tendências do mercado, aumentando a disponibilidade da oferta e a sua competitividade. Um exemplo concreto é o surgimento das companhias aéreas low cost, com modelos de negócio que revolucionaram o mercado e potenciaram o acesso a destinos outrora inacessíveis. Torna-se claro que esta perspetiva evolutiva produz efeitos ramificados em toda a economia, favorecendo um efeito encadeado e cumulativo de criação de valor e desenvolvimento. Plano Estratégico para o Turismo

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79


3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo Couto et al. (2009) referem que o turismo não é uma atividade isolada, dado

Figura 04 – Organização funcional do turismo

o seu relacionamento com várias atividades humanas. Entendem-no, Subsistema sujeito

portanto, como um sistema multidisciplinar suportado por uma inter-relação de diversos subsistemas, incluindo o económico, o social, o político, o

Visitante

cultural, o ecológico e o tecnológico. Complementarmente, citam Cunha (2001) que apresenta um modelo de influências mútuas entre diferentes

PROCURA

componentes da oferta e da procura que sustentam o sistema funcional do OFERTA

turismo.

Subsistema objeto

Repare-se que a procura está concentrada no visitante, ou seja, o turista, ou seja, o consumidor de uma vasta multiplicidade de elementos que compõem a oferta turística. Contudo, este visitante possui inúmeros perfis de consumo, que influenciam diretamente a forma como a oferta é estruturada, como os

produtos turísticos são concebidos e como os recursos de cada destino são

Promoção e informação

Transportes

capitalizados e apresentados para consumo. Por outro lado, a oferta sustenta-se num sistema vivo, com vários elementos, que, em conjunto,

Destinos Localidades Turísticas

promovem a preparação do destino, os canais de acesso e a qualificação das experiências do turista. Recolhendo os inputs diretos da procura, com a perceção das necessidades e desejos, a organização e o enriquecimento da oferta assentam num modelo complexo, que inclui esforços públicos e

Organizações turísticas

Empresas de serviços turísticos

privados, onde se procuram sinergias que potenciem a atratividade e a Adaptado: Cunha (2001), apud Couto et al. (2009)

competitividade dos destinos. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

80


3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo Consequentemente, a atividade turística produz efeitos transversais aos vários setores económicos,

Figura 05 – Sistema produtivo do turismo CADEIA A JUSANTE

CADEIA PRINCIPAL

CADEIA A MONTANTE

constituindo uma cadeia de valor complexa e com grande capacidade para produção de impactos diretos e indiretos na economia de um país, região

Património natural, histórico e cultural

Serviços terceirizados

Atrações turísticas

ou concelho. Essa cadeia de valor poderá ser interpretada segundo três blocos encadeados que,

Sistema de transporte

em conjunto, permitem qualificar a oferta turística, bem como favorecem, potenciam e estimulam o

Equipamentos de Hotelaria

Atividades culturais Indústria do móvel

Agentes de receção Hotéis e pousadas

Na cadeia principal, posicionam-se os agentes que têm os principais contactos com os turistas, quer

Indústria de confeções

Organizadores de eventos

através do desenvolvimento de produtos e serviços que os seduzam, quer através de serviços básicos

Comércio

Produção de artesanato

Operadores de turismo

destino, interagindo e desenvolvendo recursos para outros agentes de outras fases da cadeia de valor.

Agências e organizadores de viagens

Construção civil

desenvolvimento económico e social. A montante estão, sobretudo, as atividades que “preparam” o

Infraestrutura turística, de eventos e negócios

Distribuição de alimentos

Bares e restaurantes

Empresas de entretenimento

Publicidade de gráficas

de apoio. Note-se que a hotelaria, principalmente,

e a restauração possuem um papel central neste modelo. Por fim, a jusante encontram-se as atividades que colhem frutos da venda direta aos

Indústria de alimentos e bebidas Indústria de cosmética e perfumaria

Divulgação e venda

Promoção e Marketing Turístico

turistas no mercado local. Adaptado: SEBRAE (2008)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

81


3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo aquisição da viagem/pacote turístico, e pode prolongar-se em destinos de trânsito, quando o turista faz escalas e consome produtos e/ou serviços

locais. Para além disso, através das exportações para os destinos turísticos, muitas economias com perfil fornecedor (ex.: mobiliário para hotelaria) acabam por beneficiar da procura e desenvolvimento do turismo em outros países e regiões. Assim, a criação de valor começa ainda antes do início da viagem e do consumo do produto turístico. Na realidade, a génese está na preparação do destino, uma vez que muitos serviços começam a beneficiar da intervenção de entidades públicas (ex.: construção de acessos) e do investimento privado A complexidade da cadeia de valor do turismo é tal que se estima um impacto direto ou indireto em mais de 50 atividades económicas. A UNWTO (2013) ressalva que estes impactos são ainda mais relevantes em pequenas economias e em países em desenvolvimento, uma vez que a dinâmica própria do setor origina uma procura, por diversos produtos e serviços, que não existiria se não houvesse atividade turística. O modelo de análise da cadeia de valor do turismo apresentado pela UNWTO (2013) torna clara a magnitude do setor e a capacidade intrínseca para dinamizar a economia. Este modelo revela explicitamente que a atividade turística, para além de produzir impactos no destino, produz também efeitos em várias outras economias: inicia-se na origem, com o planeamento e Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

(construção de hotéis) na qualificação da oferta e nas atividades de promoção turística. Manifestamente a capacidade de impacto direto é muito

maior durante a viagem, com várias atividades e setores a desenvolverem e a implementarem soluções especificas devido à presença do turista, mas os impactos indiretos propagam-se transversalmente quer antes como durante a presença do turista. Repare-se, ainda, que o esquema reflete três atividades principais para a

qualificação do destino turístico: planeamento, desenvolvimento e operações. Cada uma destas fases requer intervenções diferenciadas, mas que se refletem e influenciam mutuamente numa perspetiva continuada e dinâmica. 82


3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo Figura 06 – Cadeia de valor do turismo

Instituições de suporte: Pasta do Turismo e Cultura; Câmara do Comércio; Associações do Turismo; Bancos; etc.

Serviços alfandegários

Artistas (pintura, música)

Fornecedores de agricultura e aquacultura: têxteis, madeira, alimentação

Empresas comerciais

Merchandising I N D I R E T O

Construção e imobiliárias

Sinalização

Grossistas e fornecedores exclusivos

Restauro

Importações e lojas de tecnologias

Autoridades portuárias Mobiliário e equipamento

Pasta do Turismo e Cultura

Pasta dos Transportes

Lojas (no alojamento)

Fábricas alimentares e áreas rurais

Fábricas

Atividades promocionais Manutenção Comunicação social, imprensa e media

Organização de viagens e reservas

Na origem

D I R E T O

Livros, CDs e DVDs

Internet

Call center

Escalas (destinos de trânsito)

Agência de viagens Companhias Aéreas

Agência de imigração

Vendas e Marketing

Transporte

Alojamento

Armazenagem e Distribuição

Fornecedores de Alimentos

Fornecedores de Artesanato

Comida & Bebida

Hotéis

Bares e restaurantes

Lojas de Artesanato

Centrais/terminais de autocarro

Apartamentos

Bares noturnos

Artesãos

Táxis

Pousadas

Fast food

Workshops de artesanato

Roteiros gastronómicos Pousadas da Juventude

Transportes informais Souvenirs (comida)

Da origem para o destino

Ativos culturais: comunidades arqueológicas, etnias, museus, atrações turísticas, festivais, ativos culturais intangíveis (música, dança, lendas, etc.) Ativos naturais: lagoas, ribeiras, fundos marinhos e montanhas, florestas, fauna e flora, etc.

Quiosques Operadores turísticos e grossistas

Manutenção

Ativos turísticos do destino

Artesanato

Rent-a-car

Ferry

Fábricas industriais

Gestão

Postos de abastecimento de combustíveis

Brochuras

Excursões e passeios de lazer

Serviços de Apoio

Eventos

Centros de informação

Empresas de guias turísticos

Retalhistas/lojas de conveniência

Guias turísticos independentes

Lavandaria

Pacotes de turismo

Guias em transportes

Serviços bancários e de segurança

Atividades de bem-estar e spa

Cibercafés

No destino

Desperdícios

Materiais de construção

Energia

Água

Educação

Comunicações

Saúde e Segurança Pública

Infraestruturas de suporte

Fases da cadeia de valor

Planeamento Desenvolvimento Operações

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Adaptado: UNWTO (2013)

83


3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo Como se torna percetível, o encadeamento das várias

Figura 07 – Níveis de impacto da indústria turística

atividades económicas que se relacionam com o turismo

resulta em diferentes tipos de impacto na economia. O World Travel and Tourism Council (WTTC) hierarquiza e classifica esses impactos em três níveis distintos: diretos, indiretos e induzidos.

Alojamento, catering, entretenimento, recreação, transporte e outros serviços relacionados com viagens

Os impactos diretos incluem apenas o emprego direto e o valor acrescentado gerado para o setor, isto é, apenas integram o valor acrescentado do alojamento, da animação, do transporte e de serviços relacionados. Os

Gráficas, editoras, utilitários, serviços financeiros, serviços sanitários,

impactos indiretos refletem os efeitos na cadeia logística

fornecedores de equipamento e mobiliário, serviços

e de fornecimento, integrando as inúmeras ligações

de segurança, produção de automóveis, administração de transportes, promoção turística,

inter-indústria. Por último, os efeitos induzidos são o

construção naval, indústria da aviação,

resultado direto e indireto produzido pelo consumo e

desenvolvimento de resorts, indústria vidreira,

geração de receitas na economia local. A soma de todos

indústria do metal

estas parcelas revela o impacto total que o turismo tem na economia. Distribuição alimentar e de bebidas, retalhistas, serviço de apoio às empresas,

grossistas, tecnologias de informação, utilitários, manufaturas diversas, serviços

A organização das diferentes atividades e impactos

pessoais, imobiliário

nestes três níveis é algo muito discutido, dada a dificuldade de medir a tipologia do impacto do turismo Adaptado: WTTC (2014)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

em algumas dessas atividades. 84


3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo Figura 08 – Fluxo do gasto do turista na economia – efeito multiplicador Turistas gastam com:

Empresas Turísticas gastam com:

•Acomodação

•Transporte interno

•Salários e remunerações

•Licenças

•Alimentação

•Passeios

•Impostos

•Prémios de seguros

•Bebida

•Diversos serviços e

•Comissões

•Alugueres e arrendamentos

•Entretenimento

utilidades

•Atrações e direitos de autor

•Juros e amortizações de

•Vestuário

•Gorjetas e cortesias

•Gastos administrativos e

empréstimos

•Presentes e souvenirs

gerais

•Outras taxas

•Fotografias

•Serviços profissionais

•Remuneração e reposição do

•Cuidados pessoais,

•Compra de alimentos e

capital

remédios e cosméticos

suprimentos •Manutenção •Propaganda, publicidade e promoções •Energia, água e gás •Transporte

Adaptado: Inskeep (1991)

Evasão por importações

Beneficiários finais:z •Agricultores •Arquitetos •Arrumadores •Artesanato (lojistas e artesãos) •Auxiliares administrativos •Bancários •Bilheteiros •Carpinteiros •Carros de aluguer •Cinemas •Clínicas •Concessionários de serviços públicos •Confeiteiros •Contabilistas •Cozinheiros •Dentistas •Despachantes •Editores e gráficas •Eletricistas e canalizadores •Empregadas de limpeza •Engenheiros •Retalhistas •Fábricas de automóveis •Governo •Instituições de caridade

•Instituições de ensino •Jardineiros •Jornalistas •Lojas de conveniência •Lojas de móveis •Lojas de presentes e recordações •Lojas de roupas •Médicos •Meios de transporte •Oficinas mecânicas •Organizações culturais •Padeiros •Pescadores •Pintores •Porteiros •Postos de gasolina •Publicitários •Químicos •Resorts •Restaurantes •Seguradoras •Serviços de praia •Talhos •Trabalhadores da indústria •Táxis

Numa análise mais focada nos fluxos financeiros e económicos, modelo de

por toda a sociedade, induzindo a criação de emprego e o crescimento dos

Inskeep (1991) espelha o efeito multiplicador existente numa comunidade.

negócios locais. No entanto, como em qualquer dinâmica da economia, a

Repare-se que, naturalmente, o turista é a fonte de riqueza, aplicando

criação de riqueza dependerá da capacidade de fixar o valor criado, ou seja,

diretamente o seu dinheiro em vários produtos e serviços nas empresas da

há a necessidade de evitar as importações de produtos e serviços,

economia local. Essas empresas, designadas como empresas turísticas,

valorizando a produção e as empresas locais. Este até pode ser um traço

necessitam recorrer aos seus próprios fornecedores, alguns deles locais e

diferenciador e distintivo de um destino e da sua genuinidade, reforçando a

outros exteriores. No limite, os múltiplos impactos indiretos propagam-se

identidade local.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

85


3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo Toda a dinâmica do setor turístico torna-o um dos mais importantes para o

O setor turístico empregava diretamente mais de 100 milhões de pessoas em

PIB e para a criação de emprego a nível mundial. O WTTC indica que a

2013, ou seja, 3,3% do emprego mundial. Em termos totais, representava

contribuição direta do turismo para o PIB em 2013 foi de 2,9%, mas a sua

mais de 265 milhões de empregos (8,9% dos postos de trabalho a nível

contribuição total, integrando os impactos diretos, indiretos e induzidos,

mundial), produzindo grandes impactos em pequenas economias.

atinge os 9,5%. Entre 2000 e 2013, o crescimento da contribuição direta do

Gráfico 43 – Contribuição do turismo para o emprego a nível mundial (milhões)

turismo para o PIB mundial cresceu 93%, ou seja, um incremento superior a mil milhões de dólares. Os dados de 2013 indicam que o turismo se posiciona

9,7%

no sexto lugar dos setores com maior capacidade de contribuir diretamente

243.124

9,7%

8,9%

273.160

265.855

para o PIB, apenas superado por setores como serviços financeiros (6,9%), telecomunicações (4,4%), indústria mineira (4,2%), banca (3,9%) e educação

3,5%

(3,8%).

89.586

Gráfico 42 – Contribuição do turismo para o PIB mundial (mil milhões de dólares) 9,5% 6.991

9,9%

2000

3,5%

3,3%

99.594

100.894

2007 Contribuição Direta

2013 Contribuição Total

Fonte: WTTC (2015)

5.592

Ao nível do investimento, em 2013 foram aplicados mais de 755 mil milhões

10,3% 3.438

3,1%

3,3% 1.764

1.117 2000

2007 Contribuição Direta

2,9%

de euros em todo o mundo no setor do turismo, o que representa 4,3% do

2.156

investimento em termos globais. Até 2009 registou-se um crescimento muito

2013

turismo resultou num abrandamento do investimento. Não obstante, desde

Contribuição Total

Fonte: WTTC (2015)

Plano Estratégico para o Turismo

significativo desta rubrica, mas a crise internacional que afetou também o

Câmara Municipal de Ribeira Grande

o ano 2000 o investimento no setor do turismo aumentou mais de 150%.

86


3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo Um estudo de 2012 da WTCC e da Oxford Economics, que abrangeu mais de

De referir, ainda, que os gastos dos turistas internacionais numa dada

20 países, indica que o efeito multiplicador do turismo (calculado pelo

economia são considerados exportações para o país de destino e

quociente entre a contribuição total e a contribuição direta para o PIB) se

importações para o país de residência do turista. Deste modo, em termos

encontra acima da média de toda a economia. A média de todos os setores

macroeconómicos, o turismo aumenta ainda mais a sua importância,

situava-se em 2,7, ou seja, por cada dólar introduzido na economia são

nomeadamente em países/regiões com fraca capacidade exportadora,

gerados de 2,7 dólares adicionais, incluindo os impactos indiretos e

permitindo um menor desequilíbrio (ou até mesmo equilíbrio) da balança

induzidos. O setor do turismo, por si só, apresentou um efeito multiplicador

comercial. Em 2013, as exportações mundiais nestes moldes ascenderam a

de 3,2, valor que se tem mantido relativamente estável nos últimos anos e

1.296 mil milhões de dólares, ou seja, 5,4% das exportações a nível global.

que representa um ganho adicional em relação à média da economia. Em termos globais, apenas a indústria automóvel e a indústria química conseguem superar o turismo na propagação da criação de valor. Seguindo a mesma metodologia e utilizando os dados do WTTC, constata-se

Todos estes indicadores comprovam a real dimensão do setor do turismo, a sua capacidade intrínseca de criação de valor, bem como a imensa influência que o setor tem no resto da economia, não só na geração de riqueza, mas também na criação de postos de trabalho.

que, em Portugal o efeito multiplicador do turismo é cerca de 2,7, ou seja, inferior à média internacional para este setor. Considerando que nos Açores o PIB per capita é 91% do registado a nível nacional, poder-se-á proceder a uma estimação aproximada do efeito multiplicador do turismo para os Açores, tendo por base a criação de valor unitária. Assim, pela correção induzida pelo PIB per capita, regista-se um valor de 2,46, o que significa que por cada dólar introduzido no setor do turismo regional serão gerados 2,46 dólares adicionais. A conversão para euros a uma taxa de câmbio de 0,82638 euros (valor a 31/12/2014) resulta num efeito multiplicador de 2,03 euros. Plano Estratégico para o Turismo

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87


3.4. Cadeia de Valor do Setor do Turismo Figura 09 – Peso do setor do turismo na economia mundial por região, 2013

Europa América do Norte

•PIB: 9% •Emprego: 8% •Exportações: 5% •Investimento: 5% •Multiplicador: 2,82

UE-27 •PIB: 9% •Emprego: 10% •Exportações: 6% •Investimento: 5% •Multiplicador: 2,74

•PIB: 8% •Emprego: 10% •Exportações: 7% •Investimento: 5% •Multiplicador: 3,06

Nordeste Asiático •PIB: 9% •Emprego: 8% •Exportações: 4% •Investimento: 3% •Multiplicador: 3,22

Médio Oriente Norte de África

Caraíbas •PIB: 14% •Emprego: 11% •Exportações: 18% •Investimento: 11% •Multiplicador: 3,20

•PIB: 12% •Emprego: 12% •Exportações: 10% •Investimento: 7% •Multiplicador: 2,15

•PIB: 6% •Emprego: 6% •Exportações: 5% •Investimento: 4% •Multiplicador: 2,62

África Subsariana América Latina •PIB: 9% •Emprego: 8% •Exportações: 5% •Investimento: 6% •Multiplicador: 2,72

•PIB: 7% •Emprego: 6% •Exportações: 6% •Investimento: 6% •Multiplicador: 2,61

Mundo •PIB: 9,5% •Emprego: 8,9% •Exportações: 5,4% •Investimento: 4,3% •Multiplicador: 3,20

Plano Estratégico para o Turismo

Sul da Ásia •PIB: 6% •Emprego: 7% •Exportações: 4% •Investimento: 6% •Multiplicador: 2,82

Sudeste Asiático •PIB: 12% •Emprego: 10% •Exportações: 7% •Investimento: 7% •Multiplicador: 2,43

Oceânia •PIB: 11% •Emprego: 12% •Exportações: 9% •Investimento: 9% •Multiplicador: 3,79

Fonte: WTTC (2015)

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88


3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo Considerando os dados e as previsões da UNWTO (2014), o setor do turismo

3.5.

continuará a crescer significativamente até 2030. Com uma taxa média de

Principais Tendências do Setor do Turismo

crescimento de 3,3%, prevê-se atingir mais de 1,8 mil milhões de chegadas internacionais de turistas dentro de 15 anos. Este crescimento estará, sobretudo, suportado pela evolução registada nas economias emergentes, com um crescimento médio anual de 4,4%, em contrapartida com 2,2% nas economias avançadas, em particular em países com um acelerado incremento do poder de compra, como o Brasil, a China e a Rússia. Esta evolução está a transformar o mercado, gerando novas oportunidades e desafios transversais a todo o setor do turismo. A procura por produtos turísticos muito específicos, a massificação de mercados outrora mais limitados e a afirmação da tecnologia representam um novo paradigma que

acarreta tendências em permanente mutação. O WTTC (2013) define quatro grandes “drivers”, também definidos como “macro-tendências globais”, a ter em atenção no setor do turismo, cada uma com as suas oportunidades, mas também com ameaças inerentes ao seu desenvolvimento: • Conectividade Global • Sustentabilidade ambiental (eco-limits) • Economias Emergentes • Desenvolvimento e Bem-Estar Socioeconómico

Plano Estratégico para o Turismo

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89


3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo Conectividade Global

Sustentabilidade ambiental (eco-limits)

Os desenvolvimentos tecnológicos das últimas décadas e a rápida

O sucesso da indústria do turismo e dos seus principais produtos está

afirmação e crescimento do mercado mobile alteraram radicalmente a

diretamente relacionado com a capacidade de preservação de recursos

forma como as pessoas comunicam e interagem entre si, com as

naturais. O mar, as praias, as florestas, a vida selvagem e muitos outros

empresas e com as mais variadas entidades. A informação circula mais

recursos são fundamentais para o turismo e sem eles o setor

rapidamente por muito mais gente, em qualquer lugar no mundo. Deste

praticamente deixaria de existir. Para além disso, as alterações

modo, há cada vez maior ligação entre culturas e pessoas, entre

climáticas estão a afetar seriamente vários destinos turísticos e a tornar

serviços e clientes, quer em termos físicos como, sobretudo, virtuais,

voláteis e muito difíceis de prever os efeitos sazonais. Há ainda a

levando, assim, a um estímulo do consumo e do entendimento

considerar os feitos do setor energético no turismo, dada a necessária

multicultural. A indústria do turismo, como uma das pioneiras da

utilização intensa de energia e combustíveis no turismo. A gestão de

globalização, detém grandes oportunidades para desenvolver novos

recursos terá que ser previdente, ao mesmo tempo que se exploram

produtos e mercados, beneficiando dos desenvolvimentos da era digital

novos nichos de mercado relacionados com o ecoturismo, o turismo

e expandindo os horizontes de marketing e a capacidade de

sustentável, o turismo de natureza e todas as outras variantes

distribuição. Na realidade, existem inúmeros meios que cada destino

relacionadas. Neste cenário, a procura por estas tipologias turísticas

terá que acompanhar para não perder competitividade, incluindo social

está a aumentar significativamente, originando novos modelos de

media,

engine

negócio e produtos turísticos, aliadas, igualmente, à aventura e à

optimization), multimédia (com produção de vídeos e fotografias

filosofia go green. A sustentabilidade ambiental é, e será ainda mais no

promocionais com forte cariz profissional) e capacidade para penetrar e

futuro, um fator de diferenciação e de valorização dos destinos,

obter reviews online em sites de referência.

nomeadamente, os menos massificados.

desenvolvimento

Plano Estratégico para o Turismo

web,

incluindo

SEO

(search

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90


3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo Economias emergentes

Desenvolvimento e bem-estar socioeconómico

O crescimento da população mundial, o aumento do poder de compra e

A era digital e a globalização despertaram novas formas de consciência

o incremento da atividade turística estarão, sobretudo, relacionados

coletiva e equidade social. De todos os quadrantes, incluindo governos,

com as dinâmicas de mercados emergentes, como o Brasil, Rússia, Índia

empresas e consumidores, surgem preocupações com o bem-estar

e China (BRIC). Este novo paradigma significa uma mudança nos hábitos

social e com a justiça do desenvolvimento económico. Um pouco por

de consumo, nas características da procura, no perfil do turista e nas

todo o mundo, têm sido inúmeras as manifestações dessas vontades,

expetativas de novos segmentos de mercado. Haverá, assim, a

quer com o surgimento de movimentos cívicos ou alterações políticas

necessidade de adaptar a oferta às novas exigências do mercado,

significativas. Exemplos concretos são a “Primavera Árabe” ou a eleição

concebendo produtos e serviços turísticos ajustados à procura, mas

de um partido de extrema esquerda (Syriza) para o governo da Grécia.

também explorando novos canais de comunicação e distribuição, para

Assim, a capacidade de geração de riqueza do setor do turismo terá que

além do devido ajustamento das mensagens e estratégias promocionais.

ser acompanhada por uma distribuição da mesma e pela criação de

Esta dinâmica provocará efeitos ainda mais abrangentes, como a

emprego e valorização da economia e das sociedades locais. Para além

inevitabilidade de repensar a cadeia de valor e o surgimento de

disso, é essencial assegurar a preservação das comunidades e culturas

oportunidades para mais e diferentes fornecedores das empresas

mais vulneráveis, desenvolvendo e disseminando o conhecimento

turísticas, para além da necessidade de encontrar e integrar recursos

dessas realidades (“local knowledge”). O turista valoriza cada vez mais

humanos qualificados para os novos desafios impostos pela procura.

esse paradigma, potenciando novas oportunidades e o novos nichos de

Tudo isto induzirá o desenvolvimento do setor educativo, tanto na

mercado, como acontece atualmente com as peregrinações, cujo

educação básica como, fundamentalmente, na implementação de

contributo para o crescimento sustentável do turismo foi reconhecido

formação especializada para profissionais do setor turístico.

em setembro de 2014 em Santiago de Compostela.

Plano Estratégico para o Turismo

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91


3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo A visão da WTTC assenta numa perspetiva do mundo em rápidas e sucessivas

Principais Tendências da Procura

transformações, onde a incerteza passa a ser a norma. Na realidade, estas

• Envelhecimento da população/Turismo Sénior

quatro macrotendências integram muitas outras marcas evolutivas do

• Aumento do número de viagens de curta duração

mercado turístico. O que é incontornável é a mudança no padrão de

• Importância da sustentabilidade ambiental

consumo e a oportunidade que surge para desenvolver produtos

• Alteração do perfil do turista

diferenciados, muitos deles de nicho.

• Aumento de turistas oriundos de economias emergentes

Esta dinâmica e o cariz flexível da indústria implicam, portanto, mudanças

• Crescimento do Bleisure (business+leisure)

significativas na tipologia da oferta e da procura. Uma dessas evoluções está

• Preferência por companhias aéreas low cost

nos modelos de negócio e na capacidade de promoção dos destinos. O

• Força da Web & Mobile

mercado mobile revolucionou os dois lados da equação e exige novas

• Preocupações com a saúde e bem-estar

competências e abordagens, do mesmo modo que a competição para atrair

• Procura pelas viagens de cruzeiro

turistas é cada vez maior, levando à formulação de estratégias muito

• Crescimento do turismo gastronómico

agressivas por entidades locais.

• Despertar do turismo criativo • Importância de eventos desportivos

De um modo geral, as grandes consultoras internacionais, como a PwC ou Deloitte, as entidades diretamente relacionadas com o turismo, como a

Principais Tendências da Oferta

UNWTO ou o WTTC, e os principais planos estratégicos nacionais e

• Estabelecimento de parcerias e networking

internacionais, como o PENT, têm apontado para algumas tendências

• Vocação Web & Mobile

marcantes do lado da oferta e do lado da procura que, de uma maneira

• Valorização do capital humano

direta ou indireta, se encaixam nestas quatro macrotendências. Numa visão

• Alteração dos modelos de gestão hoteleira

de futuro, que se pretende consequente e competitiva, é fundamental

• Desenvolvimento das companhias aéreas low cost

considerar estas questões e perceber para onde se dirige o mercado.

• Promoção dos destinos

Plano Estratégico para o Turismo

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92


3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo Principais tendências do Turismo: Procura Impacto nos Açores Fatores críticos

Tendência

Curto prazo

Médio/longo prazo

*

**

**

***

***

***

*

**

•Novas necessidades e expetativas, que implicam o ajustamento da oferta. •Valorização da qualidade do serviço e das infraestruturas hoteleiras.

• Relevância da segurança e dos serviços de apoio no destino (ex.: saúde). •Envelhecimento da população/Turismo Sénior

•Muita importância do word of mouth (marketing boca-a-boca). •Disponibilidade para viajar, elevado poder de compra e propensão para gastar. •Aumento da estadia média e do gasto médio por turista. •Importância do turismo de saúde e bem-estar, cultural e religioso. •Aumento dos city breaks (estadia de curta duração em cidades).

•Aumento do número de viagens de curta duração

•Repartição das férias por mais períodos e aproveitamento de pequenos períodos (ex.: fins de semana) para shorts trips. •Diminuição da estadia média e procura por diversidade de experiências. •Crescimento aliado às oportunidades proporcionadas pelas companhias aéreas low cost. •Maior consciencialização dos turistas para a proteção e preservação ambiental.

•Implementação de novas filosofias e novos padrões de consumo (ex.: go green). •Importância da sustentabilidade ambiental

•Desenvolvimento de produtos e serviços ecofriendly. •Aumento da eficiência energética e diminuição da pegada ecológica. •Maior propensão para atividades na natureza e turismo ativo. •Surgimento de novos segmentos e nichos de mercado (ex.: sénior, multigeracional, solteiros,

•Alteração do perfil do turista

visita a familiares emigrantes, millenials, shopping …). •Novas expetativas e desejos, com maior propensão para o consumo. •Muito bem informados, com preferência por serviços e produtos personalizados.

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3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo Impacto nos Açores Tendência

Fatores críticos

Curto prazo

Médio/longo prazo

*

**

*

*

**

***

**

***

*

***

•Novos perfis de consumo e de expetativas. •Aumento de turistas oriundos de economias

•Desafios culturais e de comunicação.

emergentes

•Nova classe média muito exigente e valorizadora da qualidade do serviço. •Favorecimento do destino de férias e das experiências como fator de status social. •Aproveitamento de viagens de trabalho e negócios para o lazer.

•Crescimento do Bleisure (business+leisure)

•Particularmente relevante em zonas urbanas e de concentração de empresas.

•Resulta da globalização dos negócios e da atividade empresarial. •Gasto médio por turistas superior à média, mas com estadia média reduzida. •Preços de viagens mais reduzidos, com mais rotas e maior periodicidade de voos.

•Preferência por companhias aéreas low cost

•Favorecimento de city breaks, turismo de negócios e viagens de curta duração. •Facilidade de chegar a destinos outrora inacessíveis financeiramente. •Imediatismo e facilidade no acesso a informação de múltiplas fontes. •Afirmação das redes sociais (social media) e da disseminação de informação.

•Força da Web & Mobile

•Importância crescente dos reviews (de especialistas e de outros turistas) em sites especializados e nas redes sociais (ex.: TripAdvisor).

•Capacidade de personalizar a experiência da viagem e aumento do DIY (do it yourself). •Comparação de preços e serviços, privilegiando o last minute booking. •Novos hábitos alimentares e filosofias de vida, como vegetarianismo, produtos biológicos e exercício físico. •Preocupações com a saúde e bem-estar

•Expetativas de serviços e soluções adequadas a essas necessidades. •Valorização do culto pela beleza e dos cuidados com o corpo. •Procura do relaxamento, dos spas e do bem-estar físico e espiritual.

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3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo Impacto nos Açores Tendência

Fatores críticos Curto prazo

Médio/longo prazo

**

***

*

**

*

**

*

***

•Segmento de mercado com idade superior a 45 anos. •Procura pelas viagens de cruzeiro

•Diversidade de rotas e experiências a bordo. •Reconhecimento de destinos para futuras visitas mais prolongadas. •Expetativa de adequação das infraestruturas de suporte e dos serviços à saída dos navios. •Procura de conhecimento por novos sabores e diversidade de experiências.

•Crescimento do turismo gastronómico

•Advento da culinária no show biz. •Nova vaga da alta cozinha. •Interesse em eventos mundiais de culinária e gastronomia. •Valorização da arte, da arquitetura, do património e da genuinidade cultural.

•Procura de locais e obras marcantes. •Despertar do turismo criativo

•Expetativa do novo e da surpresa artística. •Participação em experiências criativas, deixando o cunho pessoal. •Multiplicação de nichos de elevado valor acrescentado (ex.: turismo científico). •Participação ou acompanhamento de eventos desportivos. •Elevado efeito multiplicador local em eventos de média/longa duração.

•Importância de eventos desportivos

•Valorização de características únicas para a prática de determinados desportos (ex.: ondas classificadas e o surf). •Vários nichos de mercados associados: profissionais; amadores; associações; federações; escalões de formação; competições (locais, regionais, nacionais, internacionais).

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95


3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo Principais tendências do Turismo: Oferta Impacto nos Açores Tendência

Fatores críticos Curto prazo

Médio/longo prazo

***

***

**

***

*

***

**

***

•Necessidade de agir em esforços concertados entre vários players da promoção e oferta de serviços turísticos. •Estabelecimento de parcerias e networking

•Redução de ineficiências e otimização de recursos na captação de turistas. •Implementação de novos modelos de negócios adequados às constantes alterações do

mercado. •Desenvolvimento dos canais de venda direta e adequação à progressiva desintermediação

(intensificação das OTA - online travel agencies). •Vocação Web & Mobile

•Perceção do comportamento da procura e aceitação do paradigma do DIY. •Profissionalização e disciplina da gestão de conteúdos online e de redes sociais. •Reforço das competências de marketing online. •Ajustamento dos meios disponíveis online ao novo perfil do turista. •Aposta na formação especializada e aumento da exigência de habilitações mínimas.

•Valorização do capital humano

•Valorização de competências e desenvolvimento da capacidade de comunicação. •Multiplicidade de experiências e conhecimento de novos mercados. •Implementação de serviços profissionalizados de alta qualidade. •Redução de margens operacionais. •Segmentação pronunciada.

•Alteração dos modelos de gestão hoteleira

•Maiores esforços de marketing. •Elevada concorrência de serviços substitutos (ex.: hostels, turismo rural,…) •Maior relevância da personalização da oferta , dos hotéis de charme e dos boutique hotels.

Plano Estratégico para o Turismo

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96


3.5. Principais Tendências do Setor do Turismo Impacto nos Açores Tendência

Fatores críticos Curto prazo

Médio/longo prazo

**

***

**

***

•Crescimento do número de rotas e progressivo aumento do poder de escolha. •Desenvolvimento das companhias aéreas low

•Melhoria significativa da qualidade do serviço.

cost

•Privilégio à venda direta, evitando a intermediação. •Desenvolvimento de bases de operações locais. •Aumento significativo da concorrência a nível mundial. •Desenvolvimento do branding e difrenciação dos destinos.

•Promoção dos destinos

•Melhoria das acessibilidades a destinos remotos. •Intensificação da segmentação e surgimento de novos destinos e experiências turísticas. •Melhoria da experiência local e dos serviços integrados na cadeia de valor.

Plano Estratégico para o Turismo

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97


4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande


Índice 1. Apresentação

7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho

21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional

44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande

98

4.1. Evolução da Atividade Turística

101

4.1.1. Oferta e Procura

102

4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

111

4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico

120

4.1.4. Análise SWOT

127

4.2. Enquadramento Urbanístico do Desenvolvimento Turístico do Concelho

133

4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

134

4.2.2. Património Arquitetónico Local

146

4.3. Recursos e Atrações Turísticas

192

4.4. Condições de Suporte da Atividade Turística

215

4.5. Visão e Objetivos Estratégicos

229

4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

235

4.7. Proposta de Valor e Posicionamento

292

4.8 Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

305

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

321

6. Considerações Finais

332

7. Bibliografia

339

8. Anexos

346

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

99


4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande Historicamente, o turismo tem sido uma atividade económica de relevo

4.

relativamente incipiente no concelho da Ribeira Grande. No entanto, existe

muito trabalho realizado em alguns produtos, nomeadamente no turismo cultural. Para a adequada projeção estratégica do desenvolvimento turístico do concelho, procedeu-se a um trabalho centrado em três grandes componentes: diagnóstico, conceção estratégica e plano de ação. Em termos de diagnóstico, procedeu-se, numa primeira fase, a um estudo

focado nas dinâmicas de mercado, identificando as características da oferta e da procura e procurando perceber o grau de preparação do concelho para a atividade turística. Em seguida, aplicou-se uma análise ao enquadramento urbanístico e aos recursos e atrações turísticas existentes. Com base em toda esta informação, estruturaram-se as principais diretrizes

estratégicas, os produtos turísticos que deverão configurar a oferta do concelho e a atuação de marketing territorial. Note-se que se privilegiou uma abordagem objetiva e holística, procurando a projeção do destino como um todo, que integra vários produtos diferenciadores e valorizadores da experiência do turista na Ribeira Grande. Procurando uma manifestação tangível e consequente daquilo que foi definido estrategicamente e que perspetiva o desenvolvimento turístico local, concebeu-se adicionalmente um plano de ação, com indicação concreta de medidas a implementar, completando ciclo de planeamento. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

100


4.1. Evolução da Atividade Turística Um dos fatores fundamentais para promover o desenvolvimento da

4.1.

atividade turística é o acesso à informação e a relevância técnica da mesma.

Evolução da Atividade Turística

Reconhecendo esta importância, as entidades internacionais e nacionais que regulam e operam neste setor têm desenvolvido inúmeros esforços para o devido acompanhamento da atividade, produção e publicação rápida de informação e facilitação, aos restantes agentes, de dados que permitam o conhecimento das dinâmicas do mercado e das tendências locais, nacionais e internacionais. Este investimento na produção de informação é um dado revelador da maturidade do setor do turismo e da relevância histórica para a economia de uma determinada localização. Neste sentido, a realidade que se encontra atualmente no concelho da Ribeira Grande é paradigmática, uma vez que existem poucos dados oficiais que permitam caracterizar e perceber a evolução do turismo, nomeadamente nas dinâmicas referentes à procura. Efetivamente, apesar do enorme potencial endógeno existente no concelho, em particular em algumas zonas agregadoras de condições ótimas para determinadas atividades, a parca e frágil informação disponível demonstra a pouca relevância atribuída, até agora, ao turismo para o desenvolvimento económico da Ribeira Grande. Na realidade, o turismo é uma nova aposta, que pretende expandir horizontes no crescimento e progresso sustentado local, capitalizando os recursos endógenos e o potencial existente, pelo que se procedeu a uma recolha e análise de dados transversal, integrando a oferta e a procura.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

101


4.1. Evolução da Atividade Turística turista e, por conseguinte, captar o consumo.

4.1.1. Oferta e Procura

Tabela 18 – Estabelecimentos hoteleiros nos Açores, por concelho

Caracterização da Oferta Devido à complexidade da cadeia de valor do turismo e à tipologia dos diferentes tipos de impacto que cada atividade proporciona no seu funcionamento, importa observar a oferta sob várias perspetivas. Na Ribeira Grande, ressalve-se o foco em três atividades básicas, designadamente alojamento, animação e restauração. Ao nível do alojamento, uma das atividades centrais da principal cadeia de valor do turismo, existe grandes limitações. Os dados oficiais do INE apontam para a existência de apenas dois estabelecimentos hoteleiros no concelho, uma oferta que se mantém estagnada desde 2005. Refira-se que um

complexo de apartamentos turísticos com 18 apartamentos – Aparthotel

Total Açores Vila do Porto Lagoa Nordeste Ponta Delgada Povoação Ribeira Grande Vila Franca do Campo Angra do Heroísmo Praia da Vitória Santa Cruz da Graciosa Calheta Velas Lajes do Pico Madalena São Roque do Pico Horta Lajes das Flores Santa Cruz das Flores Corvo

Encosta do Mar – entrou em funcionamento em 2004, mas entretanto encerrou. Esta é uma clara evidência da fraca qualificação e disponibilidade da oferta de alojamento existente. Em comparação com os outros concelhos dos Açores, a Ribeira Grande posiciona-se numa situação competitiva muito deficitária, apresentando menos soluções (e com menor qualificação) do que concelhos substancialmente mais pequenos. É uma situação que deixa o concelho dependente do alojamento disponível nos restantes concelhos da ilha de São Miguel, em particular em Ponta Delgada, não permitindo fixar o Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

2013 80 4 4 0 25 4 2 2 10 9 3 1 2 2 3 0 5 0 3 1

2007 81 4 4 1 29 3 2 2 10 7 3 0 2 2 2 1 6 0 3 0

2002 62 2 2 1 22 2 1 2 8 5 3 0 2 2 2 1 5 0 2 0

Fonte: INE (2015)

Não obstante, há uma outra face desta realidade, uma vez que existem várias unidades de alojamento local e de turismo em espaço rural que diversificam a oferta e, de certo modo, a direcionam para uma tipologia

diferenciada. Estas unidades aumentam, obviamente, a oferta existente, mas de forma limitada à dimensão e capacidade empreendedora de cada proprietário, aportando, igualmente, menor impacto ao nível do efeito económico multiplicador. 102


4.1. Evolução da Atividade Turística No sentido de se conhecer, então, a real capacidade de alojamento do

procedeu-se ao cruzamento da informação das diversas fontes de

concelho, procedeu-se a um levantamento exaustivo de todas as unidades

informação e à respetiva triagem. Posteriormente, exploraram-se todos os

existentes, junto de diversas entidades. Não obstante, esta foi uma das

contactos telefónicos disponíveis, procurando recolher e confirmar a

primeiras dificuldades encontradas e reveladora da fragilidade da informação

informação disponível. No final, concebeu-se uma lista harmonizada, que

disponível para os turistas.

difere necessariamente de todas as outras, mas que poderá não estar isenta

Foram consultados dados provenientes de cinco canais diferentes, registando-se que a informação apresentou sempre diferenças, algumas significativas, em todos eles. Analisaram-se documentos recolhidos junto do Posto de Turismo da Ribeira Grande, no site da Direção Regional do Turismo, na lista de alojamento local da Direção Regional do Turismo, no site turismo.cm-ribeiragrande.pt e no site www.visitribeiragrande.com.

Com

efeito, constatou-se que a informação recolhida junto do Posto de Turismo

da Ribeira Grande é a mais atualizada e correta, apesar de ainda conter omissões. Este paradigma dificulta, notoriamente, o trabalho de análise ao nível do planeamento, mas é também uma debilidade no que concerne à informação para o turista. Note-se que há listas onde surgem unidades de alojamento já

extintas ou contactos incorretos. Estas lacunas limitam, obviamente, a confiança do turista e a credibilidade da informação turística local. Para diminuir a margem de erro na análise à oferta de alojamento atual, Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

de omissões, dadas as evidentes lacunas de informação existentes. De modo a exemplificar toda situação, revelam-se todas as listas consultadas nos quadros seguintes. Tabela 19 – Lista da Direção Regional do Turismo de estabelecimentos de alojamento local na Ribeira Grande Designação

Tipologia

António Vasco Vieira Neto Viveiros Casa A Fadinha Casa Cor-de-Rosa Casa da Canada/Villa Rural Casa do Mar Casa do Porto Formoso Casa do Rosário Casa dos Cedros Costa Norte-Guest House Lúcia da Conceição de Melo Pereira Garcia Mãe de Água Pico do Cavaco Quinta de São João Quinta do Castanheiro Quinta do Tanque Quinta dos Bravos

Moradia Moradia Moradia Moradia Moradia Moradia Moradia Moradia Quartos Moradia Moradia Moradia Moradia Moradia Estabelecimento de Hospedagem Estabelecimento de Hospedagem

Quartos Camas 2 2 1 2 2 3 3 2 3 4 0 2 1 4 2 4

4 5 2 4 6 6 6 4 9 8 2 4 2 6 4 11

Vivenda Xavier

Moradia

3

6

Fonte: DRT (2015)

103


4.1. Evolução da Atividade Turística Tabela 20 – Unidades de alojamento elencadas no site da Direção Regional do Turismo

Tabela 22 – Unidades de alojamento listadas no site www.visitribeiragrande.com

Tipologia

Designação

Tipologia

Turismo no Espaço Rural

A Quinta - Casas de Campo

Alojamento Turístico

Turismo de Habitação

Casa A Fadinha

Alojamento Local

Turismo no Espaço Rural

Casa Cor-de-Rosa

Alojamento Local

Turismo no Espaço Rural

Casa da Canada/Villa Rural

Alojamento Local

Turismo no Espaço Rural

Casa das Calhetas

Alojamento Turístico

Turismo no Espaço Rural/Turismo de Habitação

Casa de Hóspedes Santa Rita

Alojamento Local

Pensão (R) Ribeira Grande

Turismo no Espaço Rural/Turismo de Habitação

Casa do Lagar

Alojamento Turístico

Quinta do Pico do Refúgio

Turismo no Espaço Rural

Casa do Pico Arde

Alojamento Turístico

Solar de L´Além

Turismo de Habitação

Casa do Porto Formoso

Alojamento Local

Casa do Rosário

Alojamento Local

Herdade de Nossa Sra. das Graças

Alojamento Turístico

Mãe de Água

Alojamento Local

Pensão (R) Ribeira Grande

Alojamento Turístico

Pico do Cavaco

Alojamento Local

Quinta da Ladeira

Alojamento Local

Quinta da Saúde

Alojamento Turístico

Quinta das Laranjeiras

Alojamento Turístico

Quinta de Santana

Alojamento Turístico

Quinta de São João

Alojamento Local

Quinta do Castanheiro

Alojamento Local

Quinta do Pico do Refúgio

Alojamento Turístico

Quinta do Tanque

Alojamento Local

Quinta dos Bravos

Alojamento Local

Solar de L´Além

Alojamento Turístico

Vivenda Xavier

Alojamento Local

Designação A Quinta - Casas de Campo Casa das Calhetas Casa de Campo-Fátima Díonisio Casa do Pico Arde Herdade de Nª Sra. das Graças Hotel-Apartamentos Encosta do Mar

Fonte: DRT (2015) Tabela 21 – Unidades de alojamento listadas no site turismo.cm-ribeiragrande.pt Designação A Quinta - Casas de Campo Casa A Fadinha Casa Cor-de-Rosa Casa da Canada/Villa Rural Casa da Encosta Casa das Calhetas Casa de Santa Lúzia Casa do Pico Arde Herdade de Nª Sra. das Graças Pensão (R) Ribeira Grande Pico do Cavaco Quinta das Laranjeiras Quinta de Santana Quinta de São João Quinta do Pico do Refúgio Quinta dos Bravos Solar de L´Além Vivenda Xavier

Tipologia Turismo no Espaço Rural Residenciais Alojamento Local Alojamento Local Turismo no Espaço Rural Turismo no Espaço Rural Residenciais Turismo no Espaço Rural Turismo no Espaço Rural Alojamento com Pequeno Almoço Alojamento Local Campismo Turismo no Espaço Rural Alojamento Local Turismo no Espaço Rural Alojamento Local Turismo no Espaço Rural Alojamento Local

Fonte: www.visitribeiragrande.com (2015)

Fonte: turismo.cm-ribeiragrande.pt (2015)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

104


4.1. Evolução da Atividade Turística Tabela 23 – Lista de unidades de alojamento fornecida pelo

Cruzando e filtrando os dados apresentados pela Câmara Municipal da

Posto de Turismo da Ribeira Grande

Ribeira Grande (CMRG), no site VisitRibeiraGrande (o site mais atualizado),

Designação

Tipologia

Quartos Camas Apartamentos

pelo Posto de Turismo e pela Direção Regional do Turismo (DRT), no site

Quinta de Santana-Apartamentos Turísticos Turismo em espaço Rural/Apart. Turísticos

26

-

21

A Quinta-Casas de Campo

Turismo em espaço Rural-Casa de Campo

4

8

-

Solar de Lalém

Turismo em espaço Rural

10

20

-

Casa de Campo-Fátima Dionísio

Turismo em espaço Rural-Casa de Campo

4

8

-

Casa do Pico Arde

Turismo em espaço Rural

5

10

-

Herdade Nª Senhora das Graças

Turismo em espaço Rural-Agro Turismo

6

12

-

Quinta do Pico do Refúgio

Turismo em espaço Rural

8

16

-

Casa das Calhetas

Turismo de Habitação

3

5

-

Pensão (R) Ribeira Grande

Empreendimentos Turísticos-Pensão (R) 3ª

6

12

-

Casa Cor de Rosa

Alojamento Local

1

2

-

António Manuel Cabral Botelho Sebastião

Alojamento Local

2

5

-

Quinta do Tanque

Alojamento Local

2

4

-

Pico do Cavaco

Alojamento Local

2

6

-

Costa Norte-Guest House

Alojamento Local

3

9

-

Vivenda Xavier

Alojamento Local

2

6

-

Quinta de São João

Alojamento Local

1

2

-

Casa da Encosta

Alojamento Local

2

2

-

Pedro Mendes

Alojamento Local

2

5

-

Mãe d'Água

Alojamento Local

1

2

-

Quinta do Castanheiro

Alojamento Local

2

2

-

Quinta dos Bravos

Alojamento Local

4

11

-

Quinta da Saúde

Alojamento Local

4

7

-

As unidades de alojamento local são predominantes, representando 50% da

Quinta das Laranjeiras

Alojamento Local

30

90

-

oferta, seguidas das unidades de turismo rural. Nesta última tipologia, é de

Casa do Porto Formoso

Alojamento Local

3

6

-

133

250

21

Total

oficial do Governo Regional dos Açores, constata-se que existem, no total, 26 unidades de alojamento, incluindo um parque de campismo (julga-se que será um número por defeito, mas a triagem e filtragem da informação apenas permitiu chegar a esta quantidade). Gráfico 44 – Unidades de alojamento na Ribeira Grande por tipologia Turismo no espaço rural 7

Parque de Campismo 1 Apartamentos Turísticos 2 Empreendimentos Turísticos 1

Turismo de habitação 2

Alojamento local 13

Fonte: CMRG/DRT (2015)

salientar a existência de uma unidade de agroturismo – Herdade de Nossa Senhora das Graças – uma das poucas existentes nos Açores e que permite

Fonte: Posto de Turismo da Ribeira Grande (2015)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

efetivamente alguma diferenciação. 105


4.1. Evolução da Atividade Turística Dada a dimensão territorial do concelho e a organização em 14 freguesias,

Analisando com maior detalhe, verifica-se que as unidades existentes são

importa analisar a localização das várias unidades de alojamento,

realmente de pequena dimensão. As maiores estão localizadas na freguesia

percebendo o grau de dispersão existente. Verifica-se que a Zona Poente é

da Maia (Solar de Lalém) e em Rabo de Peixe (Quinta de Santana e Quinta do

aquela que mais unidades concentra, com particular destaque para as

Pico do Refúgio). No total apurado, estão apenas disponíveis 336 camas no

freguesias de Rabo de Peixe (seis) e Calhetas (cinco). As cinco freguesias que

concelho da Ribeira Grande, sendo 114 delas (33,93%) pertencentes ao

delimitam a cidade da Ribeira Grande – Ribeira Seca, Santa Bárbara,

empreendimento Quinta de Santana. Trata-se de um cenário que limita

Conceição, Matriz e Ribeirinha – agregam no total nove unidades de

substancialmente a escolha do consumidor. É, ainda, necessário ter em

alojamento. Entre a freguesia do Porto Formoso e a da Lomba de São Pedro

consideração que, numa parte considerável desta oferta, a venda é feita por

apenas existem quatro unidades, o que torna a Zona Nascente do concelho

casa ou apartamento e não por quarto, elevando o esforço financeiro

bastante deficitária em oferta de alojamento e na consequente capacidade

associado à estadia e segmentando o público-alvo.

de atração e retenção de turistas.

Refira-se, ainda, que está a ser preparada uma nova unidade de alojamento

Figura 10 – Número de unidades de alojamento na Ribeira Grande por freguesia

Fenais da Ajuda

Ribeirinha Calhetas 5

0 Maia

Porto Formoso

Matriz

Ribeira Seca

Lomba de São Pedro

0

4 1

0

6

1

0

Rabo de Peixe

Santa Bárbara

2

de cerca de 2 milhões de euros, com um total de 14 unidades (7 apartamentos T1 e 7 apartamentos T2), o que corresponderá a um máximo de 70 camas, 42 fixas e 28 convertíveis. É um projeto que se localiza nas

muito direcionado para o turismo de praia e de desportos náuticos, com

1

2 Pico da Pedra

existente. O projeto Eco Beach Resort Santa Bárbara prevê um investimento

imediações da Praia de Santa Bárbara, freguesia da Ribeira Seca, e que estará

2

2

que irá promover uma melhoria significativa relativamente à oferta

São Brás

Lomba da Maia

especial foco no nicho do surf. O empreendimento integrará outras valências, mas a qualificação da oferta de alojamento será o grande marco deste projeto.

Conceição

Fonte: CMRG/DRT (2015)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

106


4.1. Evolução da Atividade Turística No que concerne à animação turística é de assinalar que a oferta existente

Tabela 24 – Informação detalhada das unidades de alojamento na Ribeira Grande1 Nome

Freguesia

Tipologia

A Quinta - Casas de Campo

Rabo de Peixe

Turismo no Espaço Rural

4

5

-

3

Casa A Fadinha

Matriz

Alojamento Local

1

3

-

1

Casa Cor-de-Rosa

Calhetas

Alojamento Local

1

1

1

-

Casa da Canada/Villa Rural

Ribeirinha

Alojamento Local

2

4

-

1

Casa das Calhetas

Calhetas

Turismo de Habitação

3

3

-

-

Casa de Campo-Fátima Dionísio

Calhetas

Turismo no Espaço Rural

4

5

1

1

Casa de Hóspedes Santa Rita

Matriz

Alojamento Local

6

6

-

-

Casa do Lagar

Calhetas

Turismo no Espaço Rural

3

3

-

-

Casa do Pico Arde

Conceição

Turismo no Espaço Rural

4

10

4

-

Casa do Porto Formoso

Porto Formoso

Alojamento Local

3

6

-

-

Costa Norte-Guest House

Matriz

Alojamento Local

3

9

-

-

Eco-Beach Resorts Santa Bárbara

Ribeira Seca

Apartamentos turísticos

-

70

14

-

Herdade de Nª Sra. das Graças

Lomba da Maia

Turismo no Espaço Rural

4

8

-

-

Mãe de Água

Matriz

Alojamento Local

1

2

-

1

Pensão (R) Ribeira Grande

Conceição

Empreendimentos Turísticos

9

12

-

-

Alojamento Local

2

4

-

-

3

3

1

1

Pico do Cavaco

Rabo de Peixe

Quartos Camas Apartamentos Casas

Quinta da Saúde

Ribeira Seca

Turismo no Espaço Rural

Quinta das Laranjeiras

Rabo de Peixe

Parque de Campismo

62

-

-

-

Apartamentos turísticos

32

114

25

-

Alojamento Local

1

1

-

-

4

-

1

24

8

-

Quinta de Santana Quinta de São João

Rabo de Peixe Rabo de Peixe

Quinta do Castanheiro

Pico da Pedra

Alojamento Local

-

Quinta do Pico do Refúgio

Rabo de Peixe

Turismo no Espaço Rural

-

Quinta do Tanque

Calhetas

Alojamento Local

2

4

-

-

12

-

-

Quinta dos Bravos

Pico da Pedra

Alojamento Local

8

Solar de L´Além

Maia

Turismo de Habitação

10

20

-

-

Vivenda Xavier

Porto Formoso

Alojamento Local

3

3

-

-

115

336

54

9

Total

noutros

concelhos,

nomeadamente

Ponta

Delgada,

contempla

o

desenvolvimento da atividade também na Ribeira Grande. Assim, a análise recai sobre os agentes que estão identificados no site da DRT com uma morada ou unidade comercial no concelho da Ribeira Grande. Neste grupo incluíram-se três tipologias de atividade: animação turística, atividades náuticas e rent-a-car. Gráfico 45 – Agentes (n.º) de animação turística por tipo de atividade na Ribeira Grande Atividades náuticas 3

Rent-a-car 1

Animação 7

Fonte: DRT (2015)

O reduzido número de agentes comprova o fraco dinamismo da atividade turística no concelho. Porém, as atividades de animação são predominantes, sabendo-se que os sete agentes registados se subdividem do seguinte modo: uma empresa de aluguer de bicicletas, uma empresa de pedestrianismo e

1

Lista resultante do cruzamento e filtragem de informação da DRT e da CMRG e consulta direta aos responsáveis das unidades de alojamento identificadas. 2

agentes de tours personalizados em táxi/carrinha.

Quartéis de tendas

Plano Estratégico para o Turismo

turismo de natureza, uma empresa de mergulho e pedestrianismo e quatro

Câmara Municipal de Ribeira Grande

107


4.1. Evolução da Atividade Turística demonstram o número de empresas existentes em alguns dos setores relacionados com o turismo. Note-se que o setor da restauração e similares é

aquele que mais empresas contabiliza, sendo notória a diminuição entre 2007 e 2012. Ressalve-se, ainda, o número reduzido de empresas no setor do alojamento em comparação com as unidades existentes, o que poderá indiciar a exploração de várias unidades em nome pessoal. Gráfico 25 – Número de empresas com sede na Ribeira Grande por atividade económica relacionada com o turismo Atividade Económica

O setor da restauração é aquele que apresenta maior oferta na Ribeira Grande. É uma atividade tradicionalmente reconhecida no concelho, com vários restaurantes de cozinha regional e pratos típicos, que se têm afirmado

Alojamento Restauração e similares Agências de viagem, operadores turísticos, outros serviços de reservas Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas

2007

2012 12

11

136

121

2

2

44

54

Fonte: INE (2015)

na gastronomia micaelense. No entanto, os efeitos da crise financeira afetaram a atividade, com alguns estabelecimentos a cessarem o serviço e a

Por último, há ainda a notar que a promoção e comunicação dos vários

não surgirem novos elementos para diversificação da oferta. Note-se que

agentes é, na generalidade, de baixa qualidade. Para muitas unidades de

está a ser desenvolvido e implementado um “Roteiro Gastronómico”, que

alojamento não existem sites, alguns estão apenas na versão portuguesa,

valoriza esta atividade na Ribeira Grande e que possibilitou um lugar nos três

muitos estão desatualizados, revelam amadorismo e pouco cuidado de

finalistas do concurso “Terra de Culinária” organizado pela APTECE -

imagem e tratamento de informação. Também se constata que são poucos

Associação Portuguesa de Turismo de Culinária e Economia, Turismo de

os referenciados em redes como o TripAdvisor ou o Airbnb. Para além disso,

Portugal e DGARD – Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.

vários contactos, sobretudo telefónicos, estão errados. Tudo isto dificulta, obviamente, a aquisição da confiança do turista e o processo de venda, pelo

Para complementar esta análise, há ainda a considerar os dados do INE que Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

que é, notoriamente, um aspeto a corrigir e a melhorar. 108


4.1. Evolução da Atividade Turística Caracterização da Procura

Analisando o número de hóspedes por concelho, verifica-se que a Ribeira

A informação relativa à procura é ainda mais escassa do que a relativa à

Grande não está a explorar o seu potencial turístico. Os únicos dados

oferta. Na verdade, para o concelho da Ribeira Grande há apenas dados do

disponíveis são relativos a 2010, que indicam apenas 482 hóspedes em

INE referentes a 2010, enquanto vários outros concelhos dos Açores

estabelecimentos hoteleiros. Dada a reduzida oferta hoteleira do concelho,

apresentam informação permanente há vários anos. Por outro lado, o Posto

este é um registo natural. Poder-se-ia assumir que, devido à oferta existente

de Turismo da Ribeira Grande apresenta alguns dados, que, embora não

em Ponta Delgada, haveria mais dificuldade em captar interessados para a

permitam

Ribeira Grande, mas se analisarmos os dados relativos a outros concelhos da

grandes

conclusões,

promovem

algumas

interpretações

pertinentes.

ilha de São Miguel, como Lagoa ou Povoação, é notório que há algo por

Tabela 26 – Hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros nos Açores por concelho Região Autónoma dos Açores Vila do Porto Lagoa Nordeste Ponta Delgada Povoação Ribeira Grande Vila Franca do Campo Angra do Heroísmo Vila da Praia da Vitória Santa Cruz da Graciosa Calheta Velas Lajes do Pico Madalena São Roque do Pico Horta Lajes das Flores Santa Cruz das Flores Corvo

2007 350.829 9.100 9.182 175.603 10.814 51.639 13.374 3.420 0 39.866 0 3.158 0

2010 347.902 9.215 10.405 182.125 10.226 482 42.434 13.030 5.644 0 36.678 0 5.050 0

2013 333.446 6.610 6.481 0 172.311 9.928 8.912 41.880 19.690 4.193 13.490 0 33.589 0 5.405 -

Fonte: INE (2015)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

explorar. Como consequência, o número de dormidas é também reduzido: apenas 1.788 em 2010. Tabela 27 – Dormidas nos estabelecimentos hoteleiros nos Açores por concelho Região Autónoma dos Açores Vila do Porto Lagoa (R.A.A) Nordeste Ponta Delgada Povoação Ribeira Grande Vila Franca do Campo Angra do Heroísmo Vila da Praia da Vitória Santa Cruz da Graciosa Calheta (R.A.A.) Velas Lajes do Pico Madalena São Roque do Pico Horta Lajes das Flores Santa Cruz das Flores Corvo

2002 777.935 431.472 66.547 28.873 9.976 0 75.821 0 0

2007 1.184.375 24.657 54.440 705.287 33.409 125.892 30.405 8.012 0 91.627 0 8.259 0

2010 1.035.031 23.933 57.643 593.336 28.497 1.788 100.029 31.478 16.043 0 81.032 0 14.229 0

2013 1.054.102 21.061 32.421 0 622.142 30.070 39.293 108.606 38.342 10.943 32.654 0 77.054 0 13.136 -

Fonte: INE (2015)

109


4.1. Evolução da Atividade Turística Curiosamente, a estadia média em 2010 foi ligeiramente maior na Ribeira

turistas de Portugal Continental, que já não figuram nos três primeiros

Grande (3,7 noites) do que em Ponta Delgada (3,3 noites) e do que no global

lugares, e que é, também, um reflexo da diminuição recente do número de

dos Açores (3,1 noites). Apenas a Lagoa superou estes valores (5,5 noites). A

turistas portugueses nos Açores.

análise destes dados ao longo do tempo seria substancialmente mais

Gráfico 46 – Turistas que procuraram o Posto de Turismo da Ribeira Grande

importante, de modo a verificar as tendências de cada indicador e a comparação entre os concelhos e com o global regional. Não obstante, há que reter que estes dados não revelam informação sobre o turismo rural e

3.862

3.949

2011

2012

4.671

4.739

2013

2014

3.127

alojamento local (a principal oferta de alojamento na Ribeira Grande), que, certamente, espelhariam uma realidade diferente. A intensificação do esforço de recolha de informação junto destas unidades seria muito relevante e traria benefícios no planeamento e preparação turística do

2010

concelho.

Os dados registados no Posto de Turismo da Ribeira Grande indicam um

Tabela 47 – Turistas que procuraram o Posto de Turismo da Ribeira Grande, por nacionalidade (top 3)

número crescente de turistas que procuram este serviço nos últimos cinco anos. Apesar de não serem dados que permitam conclusões inequívocas,

855

836

798

estes registos poderão indiciar um crescimento da procura turística no concelho, nomeadamente na cidade da Ribeira Grande. Um dos dados de

464

462 375

maior interesse é a liderança dos turistas de nacionalidade alemã desde

394

456 307

2012. No entanto, há uma tendência de descida do seu número, apesar da Alemanha ser atualmente (e desde 2009) o principal mercado estrangeiro emissor para os Açores. Destaque, ainda, para a redução do número de Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

2012

2013

2014

Fonte: Posto de Turismo da Ribeira Grande (2015)

110


4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico 4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico

A avaliação à qualidade de um destino turístico reflete-se numa avaliação à oferta (no seu todo), tornando, assim, a procura (os turistas) o avaliador ideal. Deste modo, foi estruturado um inquérito para aplicar junto de uma amostra aleatória dos turistas que visitaram a ilha de São Miguel, procurando a sua apreciação a vários elementos da oferta turística dos Açores e do concelho da Ribeira Grande em concreto. Foram recolhidas 132 respostas validadas, durante o mês de março de 2015. O erro probabilístico associado à amostra é de 9% para um intervalo de confiança de 90%. O número de inquéritos recolhidos e o consequente erro

• Informação sobre o processo de planeamento e decisão da viagem: com o objetivo de perceber a facilidade de recolha de informação relativa ao destino e a origem da ideia de viajar para os Açores;

associado à amostra foram condicionados pelo desenvolvimento do trabalho

na época baixa do turismo regional, com a agravante de se processar no

• Informação sobre a estadia no concelho da Ribeira Grande: para aferir as

período que antecedeu o início das operações das companhias aéreas low

atividades realizadas e as atrações visitadas, bem como quais os principais

cost Ryan Air e Easy Jet.

fatores diferenciadores do concelho;

O inquérito integrava 33 questões estruturadas de acordo diferentes

• Informação sobre a satisfação do visitante: para avaliar o grau de

objetivos de análise, procurando, fundamentalmente, informações sobre os

satisfação do turista relativamente à sua passagem pelo concelho da

seguintes tópicos:

Ribeira Grande, quer em termos genéricos, quer em termos específicos.

• Informação sobre a viagem: com o intuito de perceber como se processou a viagem para os Açores, qual o seu objetivo e caraterísticas da estadia;

Os principais dados a extraídos do questionário são apresentados resumidamente em formato infográfico, revelando os elementos que realmente se destacam nas características da procura.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

111


4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico Informação sobre a viagem

79,2% nunca tinham estado nos Açores

96,8%

54,6%

91,3%

iniciaram as viagens em Portugal (27,3%) ou Alemanha (27,3%)

apenas visitam uma ilha

3,2%

29,9% têm um estadia de 7 dias

92,3% vêm passar férias

54,1% são acompanhados por familiares adultos

78,3% visitam o concelho da Ribeira Grande, mas…

86,4%

78,7%

Ficam num hotel ou apart-hotel

não ficam alojados nenhuma noite no concelho

41,8% são acompanhados por amigos adultos

0

46,0%

1

Apenas passam um dia na Ribeira Grande

2

Plano Estratégico para o Turismo

78,2%

3

ficam sempre na mesma unidade de alojamento

4

Câmara Municipal de Ribeira Grande

46,0%

5 ou mais

112


4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico Informação sobre o planeamento da viagem

Encontrou facilmente informação sobre?

3 principais critérios de decisão para viajar

Açores

Ribeira Grande

Alojamento

para os Açores:

39,6% não concorda nem discorda e 28,6% concorda

54,7% concorda e 34,0% concorda totalmente

93,7%

Animação

Natureza/Paisagem

51,0% concorda e 21,0% concorda totalmente

41,1% não concorda nem discorda e 26,7% concorda

Atrações 49,0% concorda e 29,0% concorda totalmente

36,3% não concorda nem discorda e 36,3% concorda

44,1% Clima

Infraestruturas 45,2% concorda e 31,2% não concorda nem discorda

32,3%

52,3% não concorda nem discorda

Custo de vida

Preço da viagem

55,8% não concorda nem discorda

49,5% não concorda nem discorda

Tradições

38,0%

55,2% concorda

43,0% não concorda nem discorda e 33,7% concorda

Recomendação de familiares/amigos Gastronomia

35,7% Informação na internet

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

52,4% concorda

37,6% não concorda nem discorda e 37,6% concorda

113


4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico Atividades no concelho da Ribeira Grande 75,5%

As principais atividades realizadas são:

Considera que a Paisagem Natural é o principal elemento diferenciador do concelho da Ribeira Grande

70,4% Visitas a museus e locais culturais/religiosos

Principais atrações visitadas:

53,9% Trilhos pedestres

47,1%

69,4%

1.º

O Sossego/Tranquilidade é o segundo elemento de diferenciação

Lagoa do Fogo

2.º 26,1%

63,0% Fábrica de Chá da Gorreana

Visitas a feiras e eventos

3.º

58,3% Caldeira Velha

25,2% Praia

4.º

52,8% Caldeiras da Ribeira Grande

5.º Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

39,8% Centro da cidade/zona histórica

114


4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico Satisfação com o destino Ribeira Grande Maior satisfação:

Menor satisfação:

Paisagens

Entretenimento

66,7%

9,3

56,0%

5,4

Atribui nota 10 à sua satisfação

Média da satisfação

Atribui nota de 1 a 5

Média da satisfação

Simpatia dos Profissionais

Animação Noturna

44,0%

8,4

51,4%

5,6

Atribui nota 10 à sua satisfação

Média da satisfação

Atribui nota de 1 a 5

Média da satisfação

Simpatia da População Local

Atividades Culturais

41,4%

8,4

48,9%

5,8

Atribui nota 10 à sua satisfação

Média da satisfação

Atribui nota de 1 a 5

Média da satisfação

Atividades na Natureza

Atividades Náuticas

38,5%

8,4

69,4%

6,5

Atribui nota 10 à sua satisfação

Média da satisfação

Atribui nota de 5 a 8

Média da satisfação

Segurança

Conservação dos Edifícios

29,6%

8,0

63,5%

6,7

Atribui nota 10 à sua satisfação

Média da satisfação

Atribui nota de 5 a 8

Média da satisfação

Relação Qualidade-Preço

Locais e Oferta Comercial

29,3%

8,0

58,3%

6,9

Atribui nota 10 à sua satisfação

Média da satisfação

Atribui nota de 5 a 8

Média da satisfação

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

115


4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico Satisfação com o destino Ribeira Grande

36,0% Dão nota 8 à satisfação global com o concelho da Ribeira Grande

As expetativas forma superadas em: 80,9%

28,0%

Afirmam que as Paisagens superaram as expetativas

Dão nota 9

Em média, a satisfação global com o concelho da Ribeira Grande é 8,16.

55,7% Afirmam que a Simpatia dos Profissionais superou as expetativas

42,3%

54,9% Afirmam que a Simpatia da População Local superou as expetativas

Afirmam que provavelmente voltarão aos Açores nos próximos 5 anos

31,5% De certeza voltarão

53,2% Afirmam que as Atividades na Natureza superaram as expetativas

52,4% Afirmam que a Limpeza da Via Pública superou as expetativas

40,7%

50,6%

Afirmam que provavelmente voltarão à Ribeira Grande nos próximos 5 anos

Afirmam que a Preservação Ambiental superou as expetativas

20,4%

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

De certeza voltarão 116


4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico Satisfação com o destino Ribeira Grande As melhorias que gostariam de ver no regresso:

Novos projetos a implementar no concelho:

33,3% Melhor sinalização nas estradas e nas atrações turísticas

36,1%

36,1%

Programas de Aventura

Trilhos pedestres

25,3% Melhores vias públicas e passeios

25,0% Mais eventos de animação cultural e turística

25,3% Maior oferta de alojamento

25,3%

20,8%

20,8%

20,8%

Nada. Está tudo bem.

SPA

Turismo náutico

Estruturação de rotas

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

19,4% Termalismo

117


4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico Principais conclusões

No que respeita especificamente à Ribeira Grande, constata-se a parca oferta

De um modo geral, os resultados do inquérito confirmam algumas das

de alojamento e a consequente baixa percentagem de visitantes do concelho

informações recolhidas junto de diversas fontes consultadas, em particular

que fica alojada em unidades locais. Além disso, evidencia-se a baixa

de agentes do setor turístico regional e concelhio. Para além de uma

capacidade de retenção dos turistas, tornando-se num destino de passagem,

avaliação transversal à oferta, recolheram-se igualmente dados importantes

uma vez que a maioria apenas perspetiva passar apenas um dia no concelho.

sobre as expetativas e interpretações da procura, que permitem projetar o planeamento estratégico do setor.

É também relevante frisar que é mais fácil encontrar informação sobre os Açores do que sobre o concelho da Ribeira Grande. As informações que se

O principal motivo da visita aos Açores são as férias, resultando em viagens

encontram mais facilmente são relativas à gastronomia, tradições e atrações

com acompanhantes (familiares ou amigos). Normalmente, permanecem

turísticas. Este é um ponto importante, uma vez que comprova a dificuldade

apenas numa unidade de alojamento. Nota-se a necessidade de atrair o

de “vender” o destino e chegar de modo sustentado e atrativo ao

turista desde o processo de planeamento da sua viagem para os Açores.

consumidor. As principais atividades desenvolvidas na Ribeira Grande são as visitas a museus e a locais culturais e religiosos, seguidos dos trilhos pedestres. No entanto, as principais atrações turísticas visitadas são ligadas à natureza – Lagoa do Fogo, Caldeira Velha e Caldeiras – e à indústria (nomeadamente a Fábrica de Chá da Gorreana). Repare-se que a oferta cultural, ao nível das atrações, está bastante desenvolvida na Ribeira Grande, com uma grande

diversidade de museus e unidades culturais. Pelo contrário, a oferta de animação de natureza, particularmente no que concerne à natureza hard (ex.: aventura) está muito pouco estruturada, o que condiciona, naturalmente, o tipo de atividades realizadas pelos turistas. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

118


4.1.2. Qualidade do Concelho como Destino Turístico Os principais elementos considerados como diferenciadores do concelho da Ribeira Grande são a paisagem e o sossego/tranquilidade. Refira-se que a

identificação clara destes dois elementos é bastante importante, pois potencia as bases para a definição da proposta de valor do destino. Note-se, ainda, que os fatores que causam maior satisfação nos turistas estão relacionados com a natureza e com a hospitalidade, revelando, de forma inequívoca, características que proporcionam a qualificação do destino. Por outro lado, a menor satisfação advém da parca estruturação da oferta, em particular da falta de entretenimento, incipiente animação noturna e escassas atividades culturais (situação particularmente notória na época baixa). De um modo geral, a satisfação global com o destino é elevada e com grande probabilidade de regresso, revelando o grande potencial turístico

implementar para aumentar a atratividade do destino. Em suma, nota-se a importância da natureza para o turismo do concelho, definindo-a como o grande fator diferenciador e o elemento que maior impacto causa junto dos turistas. No entanto, é de ressalvar que a preservação desta é fundamental, assim como a devida estruturação e melhoria contínua dos produtos e atividades turísticas com ela relacionados. Refira-se, ainda, que o espaço cultural é atualmente o mais desenvolvido e deverá ser mais capitalizado, de uma forma organizada e dinâmica. Reparese, por exemplo, na mais-valia singular das plantações de chá, as únicas da Europa, com uma tradição secular e que despertam a curiosidade dos turistas.

existente e a eventual capacidade de criação de valor inerente, caso se desenvolva uma oferta estruturada e adequada ao concelho. Projetando o futuro, surgem claras indicações para a necessidade de melhorar a sinalização, a oferta de alojamento e as atividades de entretenimento de forma geral. Na realidade, analisando de forma objetiva, alguns destes elementos são centrais na qualificação da oferta turística, pois estão presentes na cadeia de valor principal. Por último, o desenvolvimento de programas de aventura, de mais trilhos pedestres, de atividades culturais, de bem-estar e náuticas, para além de estruturação de rotas, são projetos a Plano Estratégico para o Turismo

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119


4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico 4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico

No sentido de obter uma visão próxima da realidade e que atendesse às várias atividades e dinâmicas influenciadas pelo setor do turismo, após uma análise de benchmark, procurou-se recolher indicações diretamente de vários agentes (locais e regionais) a operar neste setor. Foi concebida uma extensa lista de empresários, operadores e agentes turísticos, que expressaram as suas opiniões sobre múltiplas questões relativas ao estado atual e perspetivas futuras do desenvolvimento turístico no concelho da Ribeira Grande. Os principais tópicos abrangidos sustentam-se nas seguintes

objetiva e facilitadora de conclusões concretas. 1. Perspetiva Estratégica do Turismo A generalidade dos agentes consultados entende que o turismo é um setor fundamental para o desenvolvimento futuro do concelho da Ribeira Grande, em particular, e dos Açores, em geral. Considerando a atual conjuntura e os efeitos profundos da crise económico financeira, o turismo é entendido como um elemento determinante para alterar a base económica da Ribeira Grande, um concelho muito afetado com o declínio do setor da construção civil, complementando o atividade agrícola, piscatória e industrial.

dimensões essenciais: 1. Perspetiva Estratégica do Turismo 2. Potencialidades e Dificuldades 3. Tipologias de Atividade Turística 4. Elementos Estruturais 5. Linhas Orientadoras de Desenvolvimento De notar que se adotaram diferentes abordagens técnicas, consoante o

tópico em análise, de modo a investigar informações complementares. Para os tópicos 1, 2, 5 e 6 apresentaram-se perguntas abertas, procurando ideias e argumentações estruturadas. Para os tópicos 3 e 4, privilegiou-se uma classificação quantitativa de vários fatores, conduzindo a uma análise mais Plano Estratégico para o Turismo

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120


4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico Apesar do potencial natural que a torna um dos concelhos da Região mais atrativos para o turista, a Ribeira Grande apresenta grandes lacunas a vários

níveis, denotando falta de preparação para a aposta estratégica neste setor, sobretudo no setor público. Não obstante, têm sido empenhados esforços importantes para alterar este paradigma e criar condições de base, sendo o desenvolvimento de um plano estratégico entendido como um passo fundamental para esse fim. Em sequência, é entendido que a evolução do concelho neste ramo de atividade deverá estar alinhada com o trabalho aplicado para o destino “Açores”, promovendo parcerias sinergéticas e simbióticas, e ser parte ativa de uma oferta integrada e geradora de valor para a Região. Contudo, será essencial promover a diferenciação da oferta turística local e apresentar

Ressalve-se, porém, que são apontadas, de forma quase unânime, algumas

produtos e atividades que marquem a diferença no mercado e sejam capazes

características que tornam o concelho extremamente atrativo e capaz de

de atrair e reter os turistas na Ribeira Grande. De ressalvar que todo este

aproveitar novas oportunidades como a liberalização do espaço aéreo

desenvolvimento deverá promover a sustentabilidade ambiental, a proteção

regional e o início das operações das companhias aéreas low cost.

dos recursos e a preservação das tradições e da cultura local.

natureza, o mar, a cultura, o potencial termal e o enquadramento industrial

A

são referidos recorrentemente como as grande mais-valias da Ribeira 2. Potencialidades e Dificuldades

Grande. Por outro lado, as principais debilidades manifestam-se, sobretudo,

A vivência diária com a realidade do concelho permite aos agentes do setor turístico uma análise pragmática do contexto operacional. Deste modo, a informação recolhida facilita uma análise detalhada, o diagnóstico e a prospetiva, que será apresentada posteriormente na análise SWOT. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

na inexistência de uma estratégia para o setor, que resulta na falta de estruturação da oferta, na parca informação e na escassez de promoção turística, a que se soma um baixo índice de empreendedorismo e dinamismo na iniciativa privada e alguns focos de degradação social. 121


4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico turismo de aventura (por definição enquadrada na componente de Turismo de Natureza) é também entendida como um fator importante, configurando

já uma perceção do que deverá ser o posicionamento da oferta turística do concelho. Esta é uma indicação inequívoca que, juntamente com a avaliação aos recursos e atrações turísticas locais, deverá nortear o planeamento do desenvolvimento do destino turístico “Ribeira Grande”. Seguidamente, a cultura, a gastronomia, a saúde e bem-estar e o turismo sénior são, no entendimento dos agentes do setor turístico, os produtos a

3. Tipologia de Atividades Turística Decorrendo das considerações relativamente às grandes potencialidades turísticas do concelho da Ribeira Grande, os agentes do setor consultados apresentam indicações bastante claras no que concerne à tipologia das atividades turísticas que devem marcar a oferta local e o posicionamento no mercado. Estas indicações podem, inclusivamente ser “hierarquizadas”, apresentando prioridades de desenvolvimento e estruturação da oferta. O Turismo de Natureza é encarado pelos especialistas como o produto turístico por excelência da Ribeira Grande. Numa avaliação de 1 a 5, sendo 1 indicativo de “sem importância” e 5 indicativo de “muito importante”, a avaliação média da importância estratégica desta tipologia é de 4,85, sendo que 85% dos especialistas avaliam-na como muito importante, o que a leva a destacar-se de todas as restantes opções. De notar que a tipologia de Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

desenvolver no concelho da Ribeira Grande. De notar a grande complementaridade que existe em vários destes produtos, o que favorece o desenvolvimento de uma aposta integrada e a estruturação não só de produtos per si, mas essencialmente de uma experiência transversal e

sinergética. Ainda assim, é necessário notar que para definir adequadamente esta oferta, será necessário ter em conta as principais tendências do mercado e o potencial de crescimento de cada um dos segmentos em causa. Numa última dimensão, o turismo desportivo, industrial e de negócios recolhem algumas indicações. Note-se que o concelho da Ribeira Grande já

detém um posicionamento e reconhecimento internacional bastante interessante no turismo desportivo (sobretudo devido à prática de surf) e um enorme potencial no turismo industrial, que poderão elevar a importância destes produtos. 122


4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico 4. Elementos Estruturais

As paisagens são, de forma destacada e praticamente unânime, o grande

Procurando recolher uma avaliação crítica a algumas condições de base e

fator diferenciador do concelho. Note-se que é, novamente, um fator

fatores de atratividade do concelho que permitisse compreender pontos

relacionado com a natureza e que potencia o desenvolvimento de produtos

fundamentais de diferenciação e outros onde é necessária uma intervenção,

turísticos neste segmento. Note-se que contribuem, ainda, para a valorização

recolheu-se junto dos agentes entrevistados a sua perspetiva relativamente a

do destino fatores como acessos às atrações turísticas, atividades na

33 elementos estruturais. Deste trabalho, destaca-se a identificação de

natureza e culturais, a gastronomia, os museus, as zonas balneares e a

fatores de grande importância para a estruturação da oferta, mas também se

preservação ambiental.

detetam várias dimensões onde é necessário

introduzir melhorias

substanciais para poder aumentar a qualidade do destino.

Por outro lado, é de referir que o alojamento e os fatores relacionados com a animação, no qual se incluem entretenimento, animação noturna, atividades náuticas, qualidade dos serviços e sinalização, são os mais criticados e classificados com desempenhos mais fracos. Daqui se depreende a incapacidade de capitalizar alguns segmentos de elevador valor, como o

turismo náutico. 5. Linhas Orientadoras de Desenvolvimento A visão de futuro para o desenvolvimento turístico do concelho da Ribeira Grande é também muito similar entre os vários agentes turísticos consultados. Em termos globais, é evidente a perceção que os projetos a

implementar devem estar adequados à dimensão do concelho, mantendo, no entanto, uma ambição de afirmação e diferenciação no espaço regional e a capacidade de mobilização da iniciativa privada. Por outro lado, existem, a montante, necessidades de investimentos públicos estruturantes. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

123


4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico O desenvolvimento da oferta de alojamento, a elevação da respetiva

população, a formação de recursos humanos qualificados, a segurança

qualidade e a adequação dos projetos neste âmbito a uma estratégia de

pública e a sustentabilidade ambiental são fatores críticos que urge atender.

diferenciação são elementos transversais às opiniões dos agentes

Sem uma boa performance nestes elementos, toda a restante estruturação e

consultados. É notória a preocupação de melhorar este aspeto, uma vez que

planeamento será frágil. Note-se que, por exemplo, os Açores promovem

a Ribeira Grande, quer no centro da cidade quer na periferia, apresenta

fatores diferenciadores relacionados com um destino quase imaculado,

graves lacunas a este respeito. No entanto, deverá ser promovida a

hospitaleiro e cândido, o que significa que a existir problemas de segurança

diferenciação da oferta face à existente em Ponta Delgada, optando-se pelo

pública, falta de educação e civismo ou focos de degradação associados à

charme, ruralidade e proximidade.

toxicodependência, estes irão, certamente, diferenciar pela negativa o local e

Existem, igualmente, várias indicações para melhorar a atratividade da

inviabilizar os esforços de atratividade.

Ribeira Grande e a capacidade para reter turistas, ocupando-os com atividades que potenciem a criação de valor local. A melhoria contínua dos espaços culturais, das infraestruturas públicas de apoio e dos transportes

públicos, a aposta em produtos diferenciadores como o wellness, a estruturação de rotas, a intensificação das atividades culturais, náuticas e de algumas festividades, como a Feira Quinhentista ou as Cavalhadas, a melhoria da sinalização e a inovação na restauração assumem importância capital para a qualificação do destino.

Numa dimensão a montante, há indicações que requerem uma atenção especial da Câmara Municipal e de todas as instituições públicas que zelam pelo desenvolvimento socioeconómico do concelho. A educação cívica da

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

124


4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico Resumo de indicações relevantes

indicações para chegar aos locais quer dos próprios locais). • Desenvolver espaços de estacionamento para viaturas turísticas (táxis,

Condições estruturantes • Melhorar a educação cívica da população.

• Melhorar a segurança pública e diminuir assaltos a viaturas de turistas. • Melhorar a limpeza de atrações turísticas e espaços naturais. • Melhorar os serviços de saúde locais. • Potenciar a formação especializada, através da Escola Profissional. • Assegurar a sustentabilidade ambiental e as condições naturais das atrações turísticas com o aumento do número de turistas. • Estimular a iniciativa privada, concebendo benefícios fiscais para empresas e agentes turísticos

• Reabilitação e conservação de imóveis e atrações turísticas nos centros urbanos, melhorado o centro histórico. • Construção de casas de banho públicas no centro da cidade, miradouros e pontos de interesse.

Oferta Turística

• Promover a transversalidade com outras áreas de atividade, como a agricultura e a pesca. • Diferenciar a oferta através dos recursos endógenos, construindo roteiros

Transportes públicos e infraestruturas de apoio • Complementar a oferta de transportes públicos do centro da cidade à zona nascente do concelho (ex.: utilização de minibus). • Afirmar o novo porto de Rabo de Peixe como uma marina/porto de recreio de referência, em equipamento e serviços, desde que criadas as condições necessárias. • Desenvolver uma rede de ciclovias e passeios pedonais.

• Requalificar a orla costeira da cidade, prosseguindo a construção do Passeio Atlântico. • Melhorar substancialmente o sistema de sinalização turística (quer das Plano Estratégico para o Turismo

autocarros, minibus, minivans, jeeps, etc.)

Câmara Municipal de Ribeira Grande

e percursos turísticos. • Estimular o turismo de natureza e aventura. • Potenciar o recurso “mar” e preparar uma melhor oferta de atividades, incluindo a náutica de recreio (ex.: iatismo), whale & dolphin watching e mergulho. • Desenvolver e capitalizar atividades diferenciadas e inseridas no meio social e cultural nas diferentes freguesias do concelho, procurando lógicas de complementaridade e não de concorrência. • Introduzir programas de animação de rua e desenvolvimento da oferta comercial e de restauração, criando valor e capacidade de retenção. 125


4.1.3. Diagnóstico Global de Agentes do Setor Turístico • Implementar atividades interativas nos museus. • Reativar as termas das Caldeiras e estruturar uma aposta estratégica no

• Perspetivar um hotel próximo do mar (é uma necessidade eventualmente já colmatada com o Santa Bárbara Eco-Beach Resort).

• Necessidade de hotel 3 ou 4 estrelas ou hotel de charme no centro da

termalismo e bem-estar. • Manter, melhorar e intensificar a promoção de festividades e manifestações culturais, como a Feira Quinhentista, as Cavalhadas e o Festival do Monte Verde.

cidade. • Apostar numa unidade de alojamento como hostel ou pousada da juventude perto ou no centro da cidade.

• Estruturar um roteiro e/ou festival gastronómico, como forma de amenizar os efeitos da sazonalidade. • Conceção de um roteiro industrial e respetiva preparação das unidades

• Desenvolver unidades de alojamento com instalações termais. • Potenciar o turismo rural, nomeadamente na zona nascente. • Desenvolver um parque de campismo integrado em zonas naturais.

nele integradas. • Reabilitação dos moinhos de água e criação de um roteiro cultural. • Reabilitar a Praia do Monte Verde, sem comprometer o centro histórico. • Desenvolver os esforços de marketing e promoção turística do concelho. • Melhorar a informação disponível para o turista. • Estimular atividades diferenciadoras como o balonismo ou a aviação de lazer (através da recuperação do aeródromo de Santana). • Potenciar a prática desportiva e a organização e receção de eventos desportivos como já acontece com o surf.

Notoriamente, a Ribeira Grande tem um imenso potencial turístico e existem inúmeros projetos, perfeitamente identificados, que poderão potenciar a

qualidade enquanto destino turístico. A definição de uma estratégia clara e a

Alojamento • Estimular a diferenciação das unidades de alojamento.

agregação de esforços entre o público e o privado são elementos

• Favorecer pequenas unidades de alojamento, enquadradas na paisagem e

fundamentais para o desenvolvimento turístico do concelho e respetiva

adequadas ao contexto rural, agrícola e costeiro. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

afirmação regional. 126


4.1.4. Análise SWOT 4.1.4. Análise SWOT Pontos Fortes (Strenghts) •Localização do concelho, no “coração da ilha” e confinando com os restantes cinco concelhos da ilha e com o mar •Beleza e paisagens naturais •Atrações naturais únicas – Lagoa do Fogo, Lagoa de São Brás, Salto do Cabrito, Caldeira Velha, Ponta do Cintrão •Áreas protegias e integração na Reserva Ecológica Regional e Reserva Natura 2000 •Ruralidade pronunciada em várias localidades •Posto de turismo funcional e capacidade de interação com os turistas •Praias de grande qualidade, nomeadamente Areal de Santa Bárbara e Praia dos Moinhos •Abundância de água (lagoas, ribeiras, mar, termas, nascentes) •Recursos termais e geotérmicos •Exploração da energia geotérmica •Manifestações vulcânicas •Rede de trilhos pedestres regionais e municipais •Excelentes condições para a prática de surf e desportos náuticos •Património cultural material e imaterial •Rede de museus e espaços culturais •Património imóvel (ex.: solares) •Festividades religiosas e profanas únicas •Património religioso •Diversidade de fábricas e unidades industriais •Únicas plantações de chá da Europa •Boas acessibilidades •Gastronomia e restauração •Aplicação com informação turística para smartphones •Artesanato de grande qualidade e tradição •Existência da Associação de Turismo da Ribeira Grande (ATURG) •Existência de uma Escola Profissional com capacidade para adequar a oferta formativa

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Elevado    

Impacto Médio Reduzido

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Tendências ↗ = ↘                          

127


4.1.4. Análise SWOT Pontos Fracos (Weaknesses) •Falta de formação no setor do turismo dos recursos humanos locais •Baixa qualidade e capacidade de resposta das infraestruturas de apoio existentes •Desagregação e falta de estruturação da oferta, que dificulta a retenção dos turistas •Proximidade de Ponta Delgada, que concentra a maioria da oferta de alojamento hoteleiro •Fraca sinalização de ruas, espaços comerciais, monumentos, museus e atrações turísticas •Oferta de alojamento muito reduzida e desagregada •Falta de informação em várias línguas para o turista, quer antes da chegada quer após a chegada ao destino •Inexistência de uma estratégia de desenvolvimento turístico do concelho •Parca articulação entre esforços públicos e privados, que acabam por concorrer entre si em algumas situações •Má preparação e apresentação do centro histórico para acolher e cativar os turistas •Presença recorrente de lixo nos principais locais e atrações turísticas •Baixa iniciativa empreendedora e capacidade de surgimento de empresas de animação turística •Fraca ou inexistente animação noturna •Incapacidade de desenvolvimento de ofertas de entretenimento •Focos de degradação social evidenciada por fenómenos associados à toxicodependência •Diminuição da segurança, com assaltos a viaturas turísticas (ex.: rent-a-car) •Formação cívica e mentalidade local não preparada para as dinâmicas turísticas •Dificuldade de comunicação em outros idiomas •Baixa qualidade da generalidade dos serviços, com fraco atendimento e receção •Esforços de marketing e promoção pouco desenvolvidos, não articulados e sem uma estratégia definida •Horários de museus e estruturas de apoio desajustados das necessidades da procura •Deficiente identificação das carreiras e autocarros •Baixo aproveitamento da transversalidade da atividade turística •Falta de demarcação de trilhos de BTT •Pouco desenvolvimento das atividades náuticas •Espaços de estacionamento centralizados e adequados às rotas e roteiros turísticos •Poucas evoluções na inovação da oferta comercial, gastronómica e de restauração

Plano Estratégico para o Turismo

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Elevado   

Impacto Médio Reduzido

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Tendências ↗ = ↘                           

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4.1.4. Análise SWOT Oportunidades (Opportunities) •Liberalização do espaço aéreo e início de operações das companhias aéreas low cost Easy Jet e Ryan Air •Quadro comunitário de apoio 2014-2020 •Conceção do Plano Estratégico Regional para o Turismo em 2015 •Aumento da procura por emoções, experiências e vivências únicas •Crescimento do turismo de saúde e bem-estar •Aumento da procura internacional pelo turismo de natureza •Importância crescente da sustentabilidade ambiental e do ecoturismo (integrado no turismo de natureza) •Requalificação da orla costeira da cidade •Integração da produção local e de produtos regionais em produtos turísticos como a gastronomia •Desenvolvimento da oferta de alojamento local e turismo rural •Criação de alojamento diferenciado, como hostel ou hotel de charme •Promoção da inovação na restauração •Organização de eventos e festas temáticas em várias épocas do ano (ex.: desporto, gastronomia, cultura, etc.) •Estruturação de trilhos longos de mais de um dia (trekking) •Fomento da animação de rua •Promoção da transversalidade do turismo com a agricultura, a pesca e a indústria •Crescente importância dos canais Web & Mobile na divulgação e consumo de informação turística •Desenvolvimento de rotas e circuitos de curta, média e longa duração Ameaças (Threaths) •Sazonalidade pronunciada, com maior procura no período estival tradicional (Verão) •Riscos para a sustentabilidade de vários recursos naturais com aumento do número de turistas •Incompreensão dos turistas relativamente à incipiente preparação do concelho para a atividade turística •Desagregação da oferta do destino “Açores”, com concorrência entre ilhas, concelhos e localidades •Fragilidades dos ecossistemas marinhos e terrestres, que configuram as principais atrações turísticas •Dinâmicas sociais e económicas, especialmente em épocas de recuperação de crise, não adequadas ao correto ordenamento do território e preservação do ambiente

Plano Estratégico para o Turismo

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Elevado  

Impacto Médio Reduzido

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Tendências ↗ = ↘     

Elevado   

Impacto Médio Reduzido

Tendências ↗ = ↘                  

129


4.1.4. Análise SWOT Estratégias Genéricas •Conceber produtos estruturados de turismo de natureza, capitalizando a beleza, as paisagens, as atrações naturais únicas, a abundância de água e a rede de trilhos do concelho, para corresponder ao aumento da procura internacional por estes produtos. •Aproveitar a rede de trilhos e a localização no “coração da ilha” para desenvolver trilhos longos (com duração de mais de um dia), com locais de pernoita (ex.: campismo ou lodges) e estabelecendo uma ligação sinergética com outros concelhos. •Preservar e valorizar as áreas protegidas da Serra de Água de Pau, correspondendo à importância crescente da sustentabilidade ambiental e do ecoturismo. •Desenvolver uma oferta de alojamento diferenciada, adequada a cada localidade – centro da cidade com hotel de charme ou hotel 3 ou 4 estrelas e zonas rurais, nomeadamente zona nascente, com turismo rural – e transformando o concelho num local de “ancoragem” para os turistas, dada a sua proximidade, ligação direta a todos os restantes concelhos e qualidade das acessibilidades.

Estratégias de Desenvolvimento (S-O) Strenghts Vs. Opportunities

•Capitalizar a ruralidade pronunciada para desenvolver ofertas de alojamento local e rural e animação diferenciada (ex.: agroturismo), que correspondam à procura por experiências, vivências e emoções personalizadas. •Aproveitar as manifestações vulcânicas e os recursos termais e geotérmicos do concelho para criar uma oferta diferenciada e de referência para o segmento do turismo de saúde e bem-estar. •Valorizar as praias e as excelentes condições para a prática de surf e desportos náuticos para organização de eventos e competições desportivas e desenvolver mais atividades náuticas (ex. iatismo). •Estruturar rotas temáticas e atividades interativas, capitalizando a rede de museus, o património religioso, cultural, imóvel, as festividades e outras características singulares, como as plantações de chá. •Definir roteiros de turismo industrial, aportando valor para o turista e para as fábricas, empresas e unidades industriais. •Estimular a animação de rua, integrando várias atividades interativas, mostras e vendas de artesanato, espetáculos espontâneos com artistas e jovens locais, gastronomia e restauração. •Promover a transversalidade do turismo com as explorações agrícolas, com a comunidade e atividade piscatória e com as instalações industriais, valorizando a autenticidade local e o desenvolvimento integrado e simbiótico das atividades económicas. •Aproveitar a liberalização do espaço aéreo e o início de operações de companhias aéreas low cost para estruturar uma oferta adequada às novas dinâmicas de procura turística e penetrar em segmentos em grande crescimentos (ex.: turismo de natureza e turismo de saúde e bem-estar). •Utilizar o novo enquadramento comunitário 2014-2020 para desenvolver a oferta turística, potenciar e preservar recursos naturais e promover a transversalidade das áreas definidas na RIS3 para os Açores (Turismo, Agricultura e Mar).

•Intensificar o desenvolvimento de informação turística, aproveitando o know-how existente na equipa do Posto de Turismo, a existência da ATURG e capitalizando recursos já funcionais, como a aplicação para smartphones. •Estruturar meios diversificados (site, redes sociais, apps, newsletters, vídeos, e-papers, catálogos, jogos, etc.) para aproveitar a facilidade de circulação da informação no meio digital e a crescente importância do Web & Mobile para o consumo de informação turística. •Valorizar o papel da ATURG como elemento dinamizador e orientador do setor do turismo na Ribeira Grande, reforçando as sinergias entre poder público e iniciativa privada, e favorecendo a formação de um focus group ou até mesmo de um cluster (consoante a maturação e massa crítica da iniciativa). •Desenvolver uma oferta formativa de qualidade no setor do turismo (animação, alojamento, etc.) através da Escola Profissional da Ribeira Grande.

Plano Estratégico para o Turismo

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130


4.1.4. Análise SWOT •Aproveitar os recursos termais, instalações industriais, atrações e festividades culturais e religiosas para desenvolvimento de uma oferta turística capaz de diminuir a sazonalidade do destino. •Desenvolver mecanismos (que poderão incluir o pagamento de entradas) que intensifiquem a preservação das atrações turísticas naturais, das áreas protegidas e reservas ecológicas, de modo a minimizar os impactos do aumento do número de turistas, particularmente em épocas de maior intensidade turística (verão), nos ecossistemas mais frágeis.

Estratégias de Manutenção (S-T) Strenghts Vs. Threats

•Conceber a informação turística e o posicionamento do concelho com destaque para a autenticidade e ruralidade, procurando cativar os turistas através das características genuínas da população, amenizando a incompreensão com a incipiente preparação para a atividade turística. •Aproveitar o know-how técnico da equipa do Posto de Turismo para preparar e implementar ações de formação, sensibilização e mobilização da população, agentes turísticos, empresas e serviços do concelho, de modo a dotá-los de mais e melhores técnicas de receção, cativação e desempenho. •Potenciar a localização do concelho da Ribeira Grande para desenvolver produtos integrados com os restantes cinco concelhos (ex.: grande rota termal de São Miguel, da Ribeira Grande às Furnas), valorizando o destino “Açores” e promovendo uma relação sinergética em vez de concorrencial entre concelhos. •Promover, de forma intransigente, a sustentabilidade ambiental e o correto ordenamento do território e acompanhar adequadamente o desenvolvimento da oferta turística, comercial e industrial no concelho, de modo a evitar a degradação de atrações e zonas turísticas de excelência. •Desenvolver produtos turísticos de qualidade e um posicionamento forte nos segmentos em que exista um maior potencial local – como o turismo de natureza, turismo náutico, turismo de saúde e bem-estar e turismo cultural – diferenciando a oferta do concelho face aos restantes, mas capaz de promover a estruturação global da oferta do destino “Açores”. •Aproveitar a existência da ATURG para promover uma intervenção permanente e profissionalizada na preparação técnica, implementação de medidas operacionais e monitorização das várias dinâmicas de desenvolvimento turístico do concelho. •Capitalizar a Escola Profissional da Ribeira Grande para oferecer formação especializada, de média e curta duração, no setor do turismo, favorecendo a preparação dos diversos agentes do concelho.

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131


4.1.4. Análise SWOT •Integrar e adequar o desenvolvimento turístico do concelho aos novos desígnios estratégicos (Turismo 2020 e Quadro Comunitário 2014-2020), capitalizando os recursos disponibilizados para melhorar as infraestruturas públicas de apoio, a formação dos recursos humanos do setor e a sinalização e qualificação de zonas e atrações turísticas. •Aproveitar o expectável aumento da massa crítica de turistas que resulta do início de operações das companhas aéreas low cost para reestruturar e readequar a oferta turística, incluindo serviços de apoio, alojamento e animação turística.

Estratégias de Crescimento (W-O) Weaknesses Vs. Opportunities

•Estimular uma nova estratégia de relacionamento entre as entidades públicas, nomeadamente a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia, para a promoção de eventos, animação de rua, entretenimento, animação noturna e transversalidade de vários setores de atividade económica. •Promover a transversalidade e a inovação dos produtos turísticos, desenvolvendo uma oferta que valorize as mais-valias e os recursos endógenos do concelho com capacidade para atração e retenção de turistas. •Estruturar rotas e circuitos de curta, média e longa duração, dentro dos centros urbanos e nas zonas rurais, e implementar ações de animação de rua, oferecendo experiências e vivências singulares e aumentando a capacidade de retenção dos turistas e de valorização do centro histórico da cidade da Ribeira Grande. •Diferenciar a oferta de animação e de alojamento, eliminando potenciais dificuldades inerentes à proximidade geográfica com Ponta Delgada e oferecendo experiências que distingam o destino dos demais. •Reforçar a aposta no desenvolvimento de soluções para os canais Web & Mobile, com mais e melhor informação detalhada em várias línguas (sobre atrações, rotas, festas, produtos, animação, atividades, empresas, etc.), e maior capacidade de promoção do destino. •Assumir a sustentabilidade ambiental como valor intrínseco da comunidade e protetor dos recursos e da comunidade local, favorecendo a preservação das atrações naturais e a limpeza das mesmas. •Aproveitar os recursos financeiros do Quadro Comunitário 2014-2020, nomeadamente o Sistema de Incentivos para a Competitividade Empresarial – Competir+, para estimular o empreendedorismo, a iniciativa privada e o desenvolvimento da oferta de alojamento e animação turística, em particular no turismo de natureza, nas atividades náuticas, no entretenimento, bem-estar e termalismo. •Requalificação da orla costeira, com particular relevo para a construção do Passeio Atlântico, desenvolvendo uma zona turística de excelência e potenciadora do desenvolvimento de uma oferta renovada e inovadora de comércio e serviços, incluindo entretenimento, animação noturna e restauração, para além de elevar a qualidade de rotas turísticas e circuitos pedonais. •Desenvolver esforços de formação e sensibilização da população e dos diversos agentes turísticos para prepará-los para as exigências do setor e para a integração numa estratégia de hospitalidade e bem receber.

Estratégias de Sobrevivência (W-T) Weaknesses Vs. Threats

•Reforçar os avisos, a fiscalização e atuação junto de atrações turísticas e espaços naturais de modo a promover a limpeza dos mesmos, a sustentabilidade dos recursos e do ambiente e a segurança. •Acompanhar ativamente as dinâmicas sociais, procurando evitar focos de degradação que comprometam recursos turísticos e a atratividade do destino. •Desenvolver uma estratégia integrada que contemple o desenvolvimento do concelho e perspetive esforços de marketing e comunicação, permitindo a adequação ao destino “Açores” e minimize os impactos da sazonalidade. •Promover condições para o desenvolvimento das atividades de animação turística em estado mais incipiente que se coadunem com as perspetivas estratégicas da Região, nomeadamente atividades náuticas, animação noturna e entretenimento. •Adequar os horários e modelos de funcionamento de atrações turísticas, como museus e espaços culturais, e aproveitar a fácil transversalidade do turismo com outros setores de atividade para reduzir os impactos da sazonalidade.

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132


4.2. Enquadramento Urbanístico do Desenvolvimento Turístico do Concelho O desenvolvimento económico e social do concelho da Ribeira Grande tem

4.2.

estado historicamente associado à atividade industrial e ao setor primário,

Enquadramento Urbanístico Turístico do Concelho

do

Desenvolvimento

fruto de uma riqueza natural ímpar. No entanto, ao longo do tempo, estas dinâmicas favoreceram, igualmente, o surgimento de várias manifestações e edifícios de elevado valor patrimonial, urbanístico e arquitetónico, completados por referências religiosas. A associação direta do património existente a este desenvolvimento confere a todo o concelho um enquadramento histórico e cultural de incalculável valor. Esta imaterialidade, o ambiente que potencia e a singularidade que estimula conferem à Ribeira Grande a capacidade de desenvolvimento de uma oferta e de uma dinâmica de atratividade diferenciadas no destino “Açores”. São identificadas várias referências dentro do concelho que devem

ser potenciadas e integradas de forma estruturada na oferta global do destino. Compreendendo, igualmente, a configuração natural da Ribeira Grande e as inerências resultantes do seu desenvolvimento, identificaram-se várias zonas turísticas e de potencial turístico, perspetivando a tipologia dos projetos a

implementar em cada uma delas. Note-se que a assimetria, os recursos disponíveis e as características peculiares que se encontram nas diversas zonas do concelho, podendo representar alguns desafios, possibilitam também inúmeras oportunidades para a diversificação da oferta. Plano Estratégico para o Turismo

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133


4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM

O concelho da Ribeira Grande apresenta um elevado potencial turístico, com

Cada área identificada foi devidamente relacionada com o PDM (quando

uma grande diversidade de recursos. Atendendo ao enquadramento do

possível) e caracterizada com parâmetros urbanísticos e apontamento das

território foram identificadas dez áreas de grande interesse para o

tipologias turísticas adequadas. Procedeu-se, ainda, a uma listagem do

desenvolvimento da oferta turística, sobretudo no que concerne ao

património de interesse que está contido nessas áreas. Pontualmente,

alojamento e equipamentos. A definição destas zonas teve em consideração

identificaram-se exemplos de projetos estruturantes que podem ser

não só o enquadramento natural, mas também a posição geográfica a oferta

desenvolvidos em algumas das áreas de maior potencial.

de instrumentos de animação nas zonas circundantes e a capacidade de expansão e desenvolvimento futuro. Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 01. Área Turística das Calhetas Localização: Freguesia das Calhetas

Listagem da Área Turística Solar da Boa Viagem

Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Hotel Pedras do Mar

Piscinas Naturais das Calhetas

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

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135


4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 02. Área Turística do Campo de Golfe da Batalha Localização: Freguesia das Calhetas/Pico da Pedra

Parâmetros Urbanísticos (art.º 55 da secção III, Capítulo II do PDM) •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Listagem da Área Turística Campo de Golfe da Batalha

Casa de Habitação de Interesse Arquitetónico

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

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136


4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 03. Área Turística do Morro de Baixo Localização: Freguesia da Ribeira Seca Unidade de Execução da Área Turística do Morro de Baixo

Parâmetros Urbanísticos (art.º 55 da secção III, Capítulo II do PDM)

Listagem da Área Turística Praia de Santa Bárbara

North Shore Resort

•Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 04. Área Turística do Monte Verde Localização: Freguesia da Ribeira Seca/Conceição Unidade de Execução da Área Turística do Monte Verde A área turística do Monte Verde, abrangida pelas freguesias urbanas da Ribeira Seca e Conceição, é constituída pelo espaço urbano da cidade da Ribeira Grande envolvente à Praia do Monte Verde, onde se destaca o enquadramento paisagístico e a relação geográfica de proximidade com o centro urbano que confere um elevado potencial na regeneração e requalificação de toda a orla costeira. Trata-se de uma importante área do território citadino, estratégica para o desenvolvimento da relação da cidade com o mar, onde se prevê uma nova ocupação edificada segundo os índices urbanísticos definidos no instrumento de gestão do território, designadamente a Unidade de Execução do Monte Verde.

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Listagem da Área Turística Complexo das Piscinas Municipais das Poças

Convento de São Francisco Museu do Franciscanismo

Moinho da Condessa

Praia do Monte Verde Praia da Santa Bárbara

Solar do Vencimento

Casa do Arcano

Mercado Municipal Museu da Emigração

Conjunto Habitacional (Rua dos Coelhos)

Antiga Fábrica do Álcool Centro de Artes Contemporâneas

Pico Arde

Solar dos Botelhos

Museu Municipal Solar de São Vicente Ferreira

Núcleo Antigo da Ribeira Grande

Solar da Mafoma

Miradouro do Palheiro

138


4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 04. Área Turística do Monte Verde Localização: Freguesia da Ribeira Seca/Conceição Unidade de Execução da Área Turística do Monte Verde

Parâmetros Urbanísticos (art.º 51 da secção III, Capítulo II do PDM)

Apresenta-se um conjunto de apartamentos turísticos na Indonésia, como exemplo para o segmento do surf.

Komune Resort Beach Club

•Índice de Ocupação Máxima (I.O.S)……………… 0,6 •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 1.0 •Número de Pisos…………………………………………... 4 •Cércea Máxima……………………………………….……. 12,5m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

Projetos – Referências de Serviços de Alojamento Turístico De acordo com os parâmetros urbanísticos da área turística em análise, prevê-se o desenvolvimento de serviços de alojamento turístico distintos. Estes devem potenciar o mar como elemento fulcral para agilizar o crescimento turístico. Deve-se procurar desenvolver segmentos de mercado específicos, tal como o surf ou outros desportos náuticos e a talassoterapia. Palavras-chave: Mar – Frente Marítima – Talassoterapia – Surf

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Fonte: www.komuneresorts.com

139


4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 05. Área Turística do Pico Vermelho Localização: Freguesia da Conceição/Matriz

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

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Listagem da Área Turística Futura Piscina Termal

Salto do Cabrito

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4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 06. Caldeira Velha

Listagem da Área Turística

Localização: Freguesia da Conceição

Piscina Termal – Caldeira Velha

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

Miradouro da Lagoa do Fogo

Vale das Lombadas

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4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 07. Área Turística das Caldeiras Localização: Freguesia da Matriz

Listagem da Área Turística Antigo Edifício Termal (em recuperação)

Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Central Hidroelétrica da Fajã do Redondo

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

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4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 08. Área Turística do Porto Formoso Localização: Freguesia do Porto Formoso (PDM: U.O.P.G. 5, AT4 – Área Turística da Ladeira da Velha)

Listagem da Área Turística Praia dos Moinhos

Casa de Habitação – Antiga Casa do Povo

Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Complexo Agropecuário – À Ponta Formosa

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

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143


4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 09. Área Turística da Maia

Listagem da Área Turística

Localização: Freguesia da Maia (PDM: U.O.P.G. 6)

Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A)

Piscinas Naturais da Maia

Museu do Tabaco

Praia da Viola

Solar de Lalém

Fábrica de Chá da Gorreana

Moinhos da Viola

Fábrica de Chá do Porto Formoso

•Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

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4.2.1. Caracterização de Zonas Turísticas e Enquadramento no PDM 10. Área Turística dos Fenais da Ajuda Localização: Freguesia dos Fenais da Ajuda

Listagem da Área Turística Monte dos Fenais de Vera Cruz

Parâmetros Urbanísticos •Índice de construção máxima (C.O.S.)………….. 0,2 •Número de Pisos…………………………………………... 2 •Cércea Máxima……………………………………….……. 8m

Tipologias Turísticas (art.º 5.º do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A) •Empreendimentos de Turismo no Espaço Rural •Apartamentos Turísticos •Conjuntos Turísticos (equipamentos)

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145


4.2.2. Património Arquitetónico Local 4.2.2. Património Arquitetónico Local

Um dos mais importantes ativos culturais, históricos e valorizadores do

património arquitetónico de relevância e com maior potencial de integrar

concelho da Ribeira Grande é o seu património arquitetónico. Inúmeros

uma oferta atrativa. Dentro do turismo cultural, poderão ser explorados

edifícios e monumentos apresentam traços únicos, com testemunhos

vários nichos e desenvolvidas vários produtos e atividades relacionados com

singulares de diferentes épocas de desenvolvimento. Esta riqueza material,

este património, incluindo a criação de rotas temáticas (industrial, religiosa,

que se encontra subaproveitada, poderá configurar um fator de atratividade

histórica, etc.) que permitam prolongar a estadia (e o consumo) local dos

muito relevante se devidamente estruturada e conservada.

turistas.

Compreendendo a importância que o património imóvel da Ribeira Grande

Note-se, no entanto, que muito desse património está degradado,

pode representar para o desenvolvimento da oferta turística e para a

necessitando de uma intervenção cuidada e um acompanhamento

valorização do destino, procedeu-se à sinalização e caracterização do

aprimorado para configurar uma efetiva mais-valia para o destino.

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 01. Solar da Boa Viagem ou Solar das Calhetas

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um edifício de habitação (o solar propriamente dito), construções anexas e jardins envolventes. O edifício de habitação é composto por um corpo mais

antigo, retangular, situado na esquina da Travessa do Morgado com a Rua da Boa Viagem, e por outro em forma de "U", cujo braço norte encosta ao tardoz do corpo rectangular e que se articula em torno de um pátio encerrado por um muro, na Travessa do Morgado, onde se situa o pórtico principal de entrada […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [009] •Localização: Calhetas, Rua da Boa Viagem, 2 •Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída •Categoria: •Época de Construção: Século XVIII/ Século XIX •Utilização Atual: Turismo de Habitação e Convento (das Clarissas) •Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Resolução n.º18/93, de 11 de Fevereiro •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Público •Propriedade: Privada e Privada de Uso Público Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 02. Casa de Habitação – Rua Maria do Céu, 1, 3

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Casa de habitação de grandes dimensões situada no canto posterior direito de um recinto quadrangular, murado, com uma zona ajardinada à frente da fachada principal e um conjunto de

construções anexas delimitando o lado esq. da propriedade. A casa é, actualmente, constituída por dois corpos dispostos em "L", correspondendo ao braço mais pequeno do "L" um anexo de construção mais recente. A fachada principal, simétrica, é constituída por três módulos que obedecem a um esquema geométrico e proporcional […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [012] •Localização: Pico da Pedra, Rua Maria do Céu, 1, 3 •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Doméstica •Época de Construção: Século XVIII/Século XIX •Utilização Atual: Habitação •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: •Propriedade: Privada

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 03. Quinta de Nossa Senhora dos Prazeres

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística formada por duas casas de habitação, sete construções anexas de apoio à agricultura, ermida, “teatro" (império), pátio, jardins e campos de pasto e cultivo.

As casas e os anexos principais dispõem-se em torno de um pátio rectangular lajeado, ficando a ermida e o " teatro " numa zona mais afastada, sobranceira ao conjunto, acessível também directamente do exterior. O " teatro" é uma pequena construção de planta rectangular, aberta na frente e do lado esquerdo e assente num "pódio" elevado sobre três degraus. A sua configuração assemelha-se a um templo, com cobertura de duas águas em telha de meia-cana tradicional e beiral simples. Na fachada principal a arquitrave é suportada pelos pilares/cunhais e por duas colunas de secção •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [023] •Localização: Pico da Pedra, Rua João Luísa Pacheco da Câmara, 41

quadrada que enquadram a entrada. Na fachada lateral esquerda há também duas colunas de secção quadrada a suportar a arquitrave, mas são

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

mais curtas por assentarem num murete. As colunas, os pilares e a arquitrave

•Categoria: -

são em pedra à vista. O pavimento é lajeado […]

•Época de Construção: Século XV/ Século XVII •Utilização Atual: Habitação, lazer e apoio à atividade agropecuária •Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Resolução n.º 174/2002, de 24 de outubro •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Público •Propriedade: Privada Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

04. Solar de São Sebastião

in Instituto Açoriano de Cultura: Casa solarenga constituída pelo corpo de habitação, pelo corpo da capela e por um corpo que liga a habitação à capela sobre uma passagem em abóbada de canhão. O corpo da habitação, de

planta rectangular, tem dois pisos e sótão (lojas no rés-do-chão e habitação nos pisos superiores) […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [026] •Localização: Rabo de Peixe, Largo de São Sebastião •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Doméstica •Época de Construção: Século XVIII •Utilização Atual: Habitação e Ermida •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Privada

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 05. Sede da Sociedade Filarmónica Progresso do Norte

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto composto por dois edifícios (A e B) com características formais semelhantes. O edifício "A" está inserido na frente de rua, tem um só piso e é do tipo "janela/porta/janela". A fachada

principal organiza-se segundo um eixo de simetria rigoroso e é rematada por platibanda. Os vãos são rematados em arco de volta inteira apoiado em impostas salientes e as respectivas molduras têm os fechos em relevo. Ao lado da porta há uma há uma lápide, em mármore, com a inscrição "CENTRO DE CONVÍVIO / DE IDOSOS / DA CASA DO POVO / DE RABO DE PEIXE". A platibanda é encimada por duas pinhas de loiça, nos extremos, e uma urna do mesmo material ao centro. O edifício "B" tem dois pisos e ocupa um gaveto muito agudo, com a frente cortada, resultando numa planta •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [028] •Localização: Rabo de Peixe, Largo 1.º de dezembro •Grupo Tipológico: Conjunto Edificado

trapezoidal. A fachada principal corresponde à face menor do trapézio e apresenta uma porta, a eixo, encimada por uma janela de sacada com a guarda da varanda em ferro […]

•Categoria: Arquitetura Doméstica •Época de Construção: Século XIX •Utilização Atual: Centro de Convício e Filarmónica •Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Resolução n.º9/2000, de 27 de janeiro •Grau Proposto: Manter •Propriedade: Pública Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 06. Casa Rural – Rua do Rosário, 202

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística composta por um terreno murado e compartimentado por meio de muros e “abrigos“ (sebes), no extremo do qual se encontra uma casa de habitação com os seus anexos e

estruturas de apoio à actividade agrícola. As sebes, de metrosíderos aparados,

delimitam

“quartéis"

com

plantações

de

vários

tipos,

nomeadamente de laranjeiras e maracujazeiros. A casa de habitação é constituída por dois corpos, que formam um "L": o corpo principal tem dois pisos e ocupa quase todo o braço maior do "L"; o corpo da cozinha tem um piso e preenche o braço menor do "L" e um pequeno troço do braço maior. Ao topo do braço menor encosta o volume do forno que se prolonga lateralmente no volume da retrete e é antecedido por uma enorme chaminé •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [039]

[…]

•Localização: Rabo de Peixe, Rua do Rosário, 202 •Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída •Categoria: •Época de Construção: Século XIX •Utilização Atual: Habitação e apoio à atividade agrícola •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: •Propriedade: Privada

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 07. Ermida de Nossa Senhora da Conceição das Vinhas

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Ermida de pequenas dimensões situada junto à estrada regional num antigo terreno de vinha hoje dedicado ao pasto. É uma construção de planta rectangular, de uma só nave, com sacristia e

alpendre encostados à fachada lateral esquerda. A fachada principal é delimitada por dois grossos cunhais e encimada por um frontão triangular. Junto aos vértices laterais do frontão encontram-se pináculos com remates esféricos. O vértice superior está cortado e foi substituído por uma cruz sobre uma grande base de pedra. A porta única tem a altura da fachada principal até à cornija que constitui a base do frontão. Entre o lintel e a cornija da porta há um friso com três rombos em ponta de diamante característico do “estilo micaelense"[…] •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [041] •Localização: Rabo de Peixe, Estrada Regional •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Religiosa •Época de Construção: Século XVII/XVIII •Utilização Atual: Ermida •Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Pública Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

08. Igreja de São Pedro

in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja rodeada por um adro nivelado e murado. É composta por: um corpo principal, rectangular, que corresponde às três naves; a torre sineira, situada do lado direito da fachada principal; o

baptistério, situado simetricamente à torre sineira; o corpo da capela-mor, com os cunhais muito pronunciados e robustos; a capela colateral do lado da epístola; dois corpos que correspondem à sacristia, adossados do lado do evangelho, um dos quais engloba a respectiva capela colateral; e ainda dois anexos do lado da epístola. […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [052] •Localização: Ribeira Seca, Largo de São Pedro •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Religiosa •Época de Construção: Século XVIII/XIX •Utilização Atual: Igreja Paroquial •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Pública

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 09. Ruína de Fontanário – Largo de São Pedro

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Ruína de fontanário construído em pedra aparelhada, parcialmente soterrada por uma erupção vulcânica. Está visível a parede onde se localiza a bica e grande parte da bacia de recolha de água.

Em seu redor foi construído um murete circular (com cerca de 40 cm de altura), com um gradeamento de protecção. […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [053] •Localização: Ribeira Seca, Largo de São Pedro •Grupo Tipológico: Vestígios Arqueológicos •Categoria: Arquitetura Pública Civil •Época de Construção: Século XV/XVII •Utilização Atual: Ruínas •Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Municipal – Edital n.º 7/2011, de 18 de julho •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Público •Propriedade: Pública Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

10. Solar da Mafoma

in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística composta por uma casa solarenga, anexos e infra-estruturas de apoio, fontanário, fábrica de chá, jardins e quinta para cultivo de árvores de fruto. A habitação é composta

essencialmente por dois corpos de planta rectangular, com dois pisos, formando um "L": o corpo principal, de maiores dimensões, disposto ao longo da rua e o corpo da cozinha que é perpendicular ao primeiro. No corpo maior, a eixo, há um torreão que se destaca na fachada formando um terceiro piso […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [069] •Localização: Ribeira Seca, Rua Dr. Hermano da Silva Mota, 137 •Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída •Categoria: •Época de Construção: Século XVIII/XIX •Utilização Atual: Habitação e agricultura •Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril •Grau Proposto: Manter •Propriedade: Privada Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 11. Antiga Fábrica de Álcool – Centro de Artes Contemporâneas

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Antigo complexo industrial composto por dez corpos e alguns anexos, situados no interior de um grande recinto murado rectangular. Os corpos principais, maioritariamente rectangulares, têm dois

ou três pisos e uma orientação norte-sul bem marcada pelas cumeeiras dos telhados. Organizam-se grosseiramente segundo um "L" decomponível em quatro grupos. O grupo mais a norte é composto por quatro corpos paralelos, seguindo-se um grupo com dois corpos paralelos, depois um grupo de dois corpos em linha e, finalmente, no extremo sul, mais um par de corpos paralelos que não encosta ao grupo anterior. Do lado nascente, adossada aos corpos em linha, situa-se uma chaminé de grandes dimensões, troncocónica, assente numa base quadrangular. Ao lado da chaminé, adossado também •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [072] •Localização: Conceição, Rua Adolfo Medeiros, 40 •Grupo Tipológico: Construção Utilitária

aos corpos em linha, desenvolve-se um pequeno anexo de um só piso. No interior do recinto, junto ao muro, encontram-se mais alguns corpos anexos […]

•Categoria: Arquitetura Industrial •Época de Construção: Século XIX •Utilização Atual: Equipamento Cultural •Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 143/2010, de 21 de outubro •Grau Proposto: Manter •Propriedade: Pública Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 12. Igreja e Claustro do Antigo Convento de São Francisco

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: A igreja e o claustro do antigo convento de São Francisco situam-se numa plataforma nivelada e elevada em relação à rua. O acesso faz-se por uma escadaria que acompanha a fachada principal

da igreja onde se abrem três vãos em arco, protegidos por portões de ferro, através dos quais se passa ao nártex. O nártex está segmentado por uma parede que separa a entrada para a portaria do antigo convento (com acesso directo ao claustro), correspondente ao arco do lado esquerdo, da zona de acesso às duas naves da igreja cujas portas estão respectivamente no enfiamento do arco axial e do arco do lado direito […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [075] •Localização: Conceição, Rua de São Francisco •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Religiosa •Época de Construção: Século XVII/XVIII •Utilização Atual: Igreja e pátio do Centro de Saúde da Ribeira Grande •Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril •Grau Proposto: Manter •Propriedade: Pública Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

13. Solar do Vencimento

in Instituto Açoriano de Cultura: Solar com capela implantado numa posição proeminente da periferia oeste da Ribeira Grande. A entrada na propriedade faz-se por um portal monumental incompleto do qual se vê o embasamento e

os arranques das pilastras. Dá acesso a um terreiro aproximadamente rectangular limitado a norte por um murete com banquetas que se apoia num muro de suporte do terreno e a sul pela habitação. No terreiro destacam-se duas araucárias de grande porte. Do lado poente está limitado por

uma

pequena

construção

com

cobertura

de

quatro

águas,

correspondente à garagem, e por um muro alto com um portão de acesso ao jardim. Este portão está enquadrado por pilastras encimadas por pináculos e por uma cornija dupla. A habitação é constituída por dois corpos implantados •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [076] •Localização: Conceição, Rua de Nossa Senhora do Vencimento

em "T": o corpo principal, com a fachada virada a norte, tem dois pisos mais sótão e planta rectangular; o corpo menor, que corresponde à cozinha,

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

entesta a meio do tardoz do corpo principal, é também rectangular, mas tem

•Categoria: Arquitetura Doméstica

um só piso implantado ao nível do segundo piso da habitação. Neste último

•Época de Construção: Século XVII/XVIII

destaca-se o volume de uma chaminé de grande dimensão […]

•Utilização Atual: Habitação •Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/80, de 30 de abril •Grau Proposto: Manter •Propriedade: Privada Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 14. Habitação na Rua do Infante Dom Henrique

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Casa de habitação urbana com dois pisos mais sótão. Está assente sobre um embasamento atravessado por degraus para acesso à soleira das portas. A fachada principal está dividida por uma

pilastra em duas secções desiguais. Na secção esquerda, mais estreita, apresenta três portas no piso térreo sendo as duas mais à esquerda encimadas por duas janelas de sacada com varanda comum. Na secção direita apresenta três portas (alternadas com dois óculos ovais), ao nível do piso térreo, sobre cada uma das quais há uma janela de sacada com varanda individual. Todas as sacadas estão ligadas às portas inferiores por um elemento rectangular de cantaria e têm as molduras encimadas por frisos com dois rombos em ponta de diamante, ladeados por suásticas e rematadas •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [081]

por cornijas, característicos do “estilo micaelense” […]

•Localização: Conceição, Rua do Infante Dom Henrique, 7 a 17 •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Doméstica •Época de Construção: Século XVII/XVIII •Utilização Atual: Comércio •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Privada

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 15. Conjunto Edificado do Mercado Municipal

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Mercado municipal constituído por três zonas distintas, situadas no interior de um recinto murado e protegido com gradeamentos em ferro: o mercado da carne, do lado esquerdo, o mercado

agrícola, ao centro, e o mercado do peixe, do lado direito. O recinto do mercado da carne, rectangular, tem seis corpos edificados, estando o principal, de maiores dimensões, situado ao centro do recinto. É enquadrado por dois torreões de planta quadrangular situados à face do muro da Rua do Estrella. Os restantes três corpos, em banda, encostam ao muro posterior ocupando toda a sua extensão. A zona do mercado agrícola é constituída por uma estrutura de alpendre em "U", com lojas, ocupando um grande recinto quadrado, e tem, no enfiamento do portão, um templete com três arcos de •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [083] •Localização: Conceição, Rua do Estrela

volta inteira que se destaca no conjunto. O pátio está parcialmente coberto por um telheiro em cruz, de construção recente, que atravessa toda a largura

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

do "U“ intersectando-o. O pavimento é lajeado e tem, ao centro, uma fonte

•Categoria: Arquitetura Pública Civil

em cantaria. Neste pátio existem quatro araucárias de grande porte, nos

•Época de Construção: Século XIX

vértices de um quadrado virtual, que se destacam na paisagem urbana. A

•Utilização Atual: Mercado

zona do mercado do peixe é simétrica em relação à do mercado da carne,

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

mas sem os corpos em banda. O tratamento das fachadas também é

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal

uma passagem para o mercado agrícola […]

•Propriedade: Pública

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diferente, havendo um maior número de vãos em forma de meia-lua. Tem

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 16. Igreja de Nossa Senhora da Conceição

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja situada numa plataforma nivelada e elevada, acessível por uma escadaria contínua que compensa a inclinação da rua. É composta por um corpo principal, que corresponde às naves, pela torre

sineira, pelo corpo da capela-mor e por cinco corpos anexos […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [086] •Localização: Conceição, Rua de Nossa Senhora da Conceição •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Religiosa •Época de Construção: Século XVIII •Utilização Atual: Igreja Paroquial •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Pública

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 17. Escola do Ensino Básico – Rua do Alcaide

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Edifício escolar recuado em relação à rua e situado num terreno murado. É constituído por dois corpos dispostos em "T". O corpo principal, de planta rectangular, é paralelo à rua e tem três pisos

mais sótão. O primeiro piso corresponde à cave e é acessível pelo interior do edifício. O segundo e terceiro pisos correspondem à zona das aulas e apresentam vãos de assumida verticalidade. As fachadas organizam-se segundo eixos de simetria. A fachada principal apresenta uma secção central saliente, onde se localiza a porta de entrada, rematada por um frontão com o vértice cortado. No tímpano há um óculo circular para iluminação do sótão […] •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [093] •Localização: Conceição, Rua do Alcaide •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Pública Civil •Época de Construção: Século XX •Utilização Atual: Escola do Ensino Básico •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Pública

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

18. Pico Arde

in Instituto Açoriano de Cultura: Casa rural de dois pisos situada num terreno de grandes dimensões. O acesso faz-se por um caminho ladeado por hortênsias que atravessa um terreno de pasto. É constituída por dois corpos

dispostos em "L": um corpo de um piso e sótão, com a fachada virada a noroeste, e um corpo de dois pisos, estreito e comprido, com um dos topos na continuidade da fachada do primeiro corpo. A fachada do corpo mais baixo divide-se em três secções separadas por pilastras. Ao meio da secção central situa-se a porta de entrada e ao meio de cada secção lateral há uma janela de peito com avental aparente. O acesso à porta faz-se por um pequeno balcão com uma escada de quatro degraus de cada lado. As guardas do balcão estão alinhadas pelas pilastras que enquadram a porta. Na empena •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [100] •Localização: Conceição, Rua das Dezasseis Pedras, 83 •Grupo Tipológico: Edifício Isolado

esquerda, junto ao cunhal direito, há mais uma janela de peito com avental aparente. Ao nível do sótão, a eixo, há uma janela de sacada com guarda de madeira à face […]

•Categoria: Arquitetura Doméstica •Época de Construção: Século XVIII/XIX •Utilização Atual: Turismo no Espaço Rural •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: •Propriedade: Privada

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 19. Conjunto dos Moinhos da Levada da Condessa

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de onze moinhos de água (de um conjunto inicial de catorze) e respectivo canal artificial de transporte de água (levada). A levada divide as freguesias da Conceição e da Matriz e tem início

no açude da Ribeira Grande (Mãe de Água). Termina na praia e encontra-se incompleta, pois aí existia mais um moinho que foi destruído pelo mar. Ao longo do percurso existem vários moinhos, situados a distâncias irregulares, dos quais apenas quatro estão em actividade. Os restantes sete ainda existentes, ou estão abandonados, ou adaptados a outras funções. A maioria dos moinhos é de dois pisos, sendo o piso superior destinado à habitação do moleiro. No piso inferior situa-se a zona de moagem, tendo, em geral, quatro mós. Sob o piso das mós, abaixo da cota da rua, há ainda um meio piso, com •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [101] •Localização: Conceição, Levada dos Moinhos da Condessa

arcos, onde se encontram os rodízios de penas utilizados para mover as mós. A água chega a cada moinho a um nível elevado e cai a pique sobre os

•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado

mecanismos de moagem de modo a ganhar força para os mover. Escoa-se

•Categoria: Conjunto de edifícios e de outras construções

sob os arcos, passando geralmente por um fosso fronteiro antes de ser

•Época de Construção: Século XIX

reconduzida à levada […]

•Utilização Atual: Moinhos de água, habitação e produção artesanal •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal •Propriedade: Privadas

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

20. Ponte dos Oito Arcos

in Instituto Açoriano de Cultura: Ponte sobre a Ribeira Grande que liga a Rua Sousa e Silva, na margem direita, à Rua do Estrella na margem esquerda. É construída sobre oito arcos de volta inteira assentes em pilares de secção

rectangular. Os pilares são reforçados, nas faces externas, por pilastras que se prolongam até à guarda e são intersectadas, a meia altura, pelas impostas dos arcos. As impostas são denteadas nos lados internos dos arcos. A guarda do tabuleiro é perfurada em todo o comprimento e assenta sobre uma cornija reforçada por cachorros. A ponte é construída em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco nas guardas e nos panos de parede do lado sul, e em cantaria à vista com as juntas argamassadas nas restantes superfícies […] •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [104] •Localização: Matriz •Grupo Tipológico: Construção Utilitária •Categoria: Aqueduto ou Ponte •Época de Construção: Século XIX •Utilização Atual: Ponte •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal •Propriedade: Pública

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

21. Ermida de Santo André

in Instituto Açoriano de Cultura: Ermida implantada na periferia do largo de Santo André. É constituída pelo corpo da nave única, rectangular, pelo corpo da capela-mor, mais estreito que o da nave e apenas com a profundidade do

altar, e por um corpo de planta quadrangular encostado à fachada lateral direita (sacristia?) que comunica com a nave através de dois arcos de volta inteira apoiados numa coluna toscana, atarracada e desproporcionada em relação aos arcos e à respectiva imposta. A capela-mor tem acesso por um arco triunfal de volta inteira […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [105] •Localização: Matriz, Largo de Santo André •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Religiosa •Época de Construção: Século XV/XVII •Utilização Atual: Ermida •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal •Propriedade: Pública

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

22. Paços do Concelho

in Instituto Açoriano de Cultura: Edifício formado por dois corpos de dois pisos e uma torre. O corpo principal é de planta rectangular e tem acesso por uma escadaria axial de lanços simétricos, com guarda de grossos balaústres,

que conduz a uma porta de entrada ladeada por janelas de peito com aventais aparentes. Estes vãos são encimados por três janelas de sacada com varanda comum. Sob o patamar da escada há uma passagem em túnel que dá acesso a mais um piso semienterrado. A porta de entrada é encimada por um lintel com o brasão municipal ladeado por dois rombos, ligado à consola da varanda do piso superior. Na fachada posterior podem ver-se janelas menos cuidadas (mais recentes) entre as quais uma janela rematada em arco abatido (com bandeira com motivos geométricos), situada no canto superior •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [108] •Localização: Matriz, Largo do Conselheiro Hintze Ribeiro

esquerdo, e um vitral de iluminação da escada. O segundo corpo, menos profundo, encosta do lado direito do corpo principal e une este corpo à torre

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

formando uma "ponte". O piso térreo fica, assim, substituído por um arco de

•Categoria: Arquitetura Pública Civil

grandes dimensões, com um soco moldurado muito saliente, por baixo do

•Época de Construção: Século XVIII

qual passa uma rua. No piso superior há duas janelas de sacada com

•Utilização Atual: Paços do Concelho

varanda, do lado da fachada principal, e duas janelas de peito (de guilhotina),

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 64/84, de 30 de abril

com avental não rebocado, na fachada posterior […]

•Grau Proposto: Manter •Propriedade: Pública Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

23. Teatro Ribeiragrandense

Inaugurado em 1933, o Teatro Ribeiragrandense é a sala de espetáculo por excelência de Ribeira Grande. Foi construído na primeira metade do século XX, sendo depois renovado em 1988 e reinaugurado em 2000. Atualmente,

decorrem aqui diversas atividades, tais como conferências, congressos, filmes, espetáculos teatrais, festivais, entre outros.

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [112] •Localização: Matriz, Largo 5 de Outubro •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Pública Civil •Época de Construção: Século XX •Utilização Atual: Equipamento Cultural •Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Resolução n.º 152/89, de 5 de dezembro •Grau Proposto: Manter •Propriedade: Pública Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

24. Casa do Arcano

in Instituto Açoriano de Cultura: Antiga casa de habitação urbana, com dois pisos e sótão, implantada num gaveto. A fachada principal organiza-se segundo um eixo de simetria, estando os vãos dos dois pisos alinhados entre

si. O piso inferior tem duas portas perto do eixo de simetria e duas janelas de peito, uma em cada lado. Os dois vãos centrais do piso superior são duas janelas de sacada com uma varanda única. Entre estas duas janelas há um painel em azulejos com moldura, nas cores azul e branco […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [115] •Localização: Matriz, Rua João D’horta, 19, 21 •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Doméstica •Época de Construção: Século XVIII/XIX •Utilização Atual: Equipamento Cultural •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Pública

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 25. Igreja de Nosso Senhor dos Passos ou da Misericórdia

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja de características barrocas, com duas naves desiguais, situada num gaveto. A fachada principal é convexa, acessível por uma escadaria em toda a sua largura e tem uma organização

perfeitamente simétrica que contraria a assimetria interna. É enquadrada por pilastras com capitéis coríntios e rematada por uma possante cornija. Os dois portais, muito trabalhados, preenchem quase toda a largura da fachada. São encimados por janelas rectangulares ladeadas por enrolamentos decorativos em relevo. As portas têm as molduras enquadradas por colunas de secção quadrada, com capitéis coríntios apoiadas em grandes mísulas que suportam cornijas duplas onde, por sua vez, se apoiam os plintos dos elementos decorativos que ladeiam as janelas. As duas colunas mais próximas do eixo •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [118] •Localização: Matriz, Largo 5 de Outubro

de simetria estão envolvidas por um laço. O pouco espaço que sobra entre os dois portais está preenchido por um elemento decorativo em alto-relevo com

•Grupo Tipológico: Edifício Isolado

a forma de um hissope. A grande cornija da fachada é interrompida, a eixo,

•Categoria: Arquitetura Religiosa

por uma grande concha em relevo. Sobre a cornija assenta um remate tipo

•Época de Construção: Século XVIII

frontão contracurvado, bordejado por elementos decorativos concheados e

•Utilização Atual: Igreja

cachos de uvas […]

•Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Decreto n.º 39175, de 17 de abril de 1953 •Grau Proposto: Manter •Propriedade: Pública Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 26. Igreja de Nossa Senhora da Estrela

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Igreja situada numa plataforma nivelada e elevada em relação à rua, com uma grande escadaria em volta do adro. O edifício é constituído por doze corpos, dos quais se destacam o corpo

principal, correspondente às naves, a torre sineira, o baptistério, a sacristia, a capela-mor, as capelas colaterais e o falso transepto […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [123] •Localização: Matriz, Largo Gaspar Frutuoso •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Religiosa •Época de Construção: Século XV/XVII •Utilização Atual: Igreja Paroquial •Grau e Enquadramento Legal: Imóvel de Interesse Público – Decreto n.º 39175, de 17 de abril de 1953 •Grau Proposto: Manter •Propriedade: Pública Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 27. Casas de Habitação – Rua do Botelho, 11 a 17

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de quatro casas de habitação tipo chalé, em banda, situadas na frente de rua e antecedidas de balcão por onde se faz o acesso. As casas e respectivos balcões, também contíguos, estão

nivelados entre si, numa rua inclinada, pelo que o número de degraus aumenta com o desnível. Cada casa tem um piso e sótão, com uma porta entre duas janelas no piso inferior e uma janela axial ao nível do sótão. Cada fachada é emoldurada por uma faixa de reboco saliente, pintada de cinzento, que alarga junto ao balcão simulando um soco. Há uma faixa horizontal em relevo que divide os pisos. Na divisória das duas casas do lado direito há uma cartela, acima da faixa horizontal, com a inscrição "CM / 1930” […] •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [130] •Localização: Matriz, Rua do Botelho, 11 a 17 •Grupo Tipológico: Conjunto Edificado •Categoria: Conjunto de edifícios ou de outras construções •Época de Construção: Século XX •Utilização Atual: Habitação •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Privadas

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

28. Solar dos Botelhos

in Instituto Açoriano de Cultura: Casa solarenga de dois pisos situada na frente de rua. A fachada principal está dividida em seis módulos separados por pilastras, sendo os primeiros cinco dispostos regularmente e o sexto, mais

estreito, resultante de uma ampliação. No cimo de cada pilastra há uma gárgula em forma de canhão. Em cada módulo há uma porta no piso térreo encimada, ao nível do piso superior, por uma janela de sacada com varanda saliente. […] A casa está elevada em relação à rua, sendo o acesso feito por uma plataforma nivelada e estreita onde, junto à porta axial, se recortam alguns degraus. A fachada encontra-se dividida em dois níveis por uma faixa horizontal estriada ao nível das consolas das varandas. O nível inferior não está actualmente rebocado ficando a pedra aparelhada à vista em contraste •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [132]

com o branco do piso superior […]

•Localização: Matriz, Rua do Botelho, 21 a 29 •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Doméstica •Época de Construção: Século XVII/XVIII •Utilização Atual: Serviços •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Privada

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 29. Solar de São Vicente Ferreira

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Casa solarenga de dois pisos mais sótão, de planta rectangular, com capela, situada na frente de rua. A fachada principal está enquadrada por um soco saliente, cunhais e cornija e está dividida por

pilastras em três secções. A secção esquerda corresponde à capela, a central tem uma largura correspondente a quatro vãos e a da direita, com um vão, faz uma espécie de simetria com a capela. A parte correspondente à habitação tem, portanto, cinco portas no piso térreo, cada uma encimada por uma janela de sacada com varanda saliente. As sacadas estão ligadas às portas inferiores, formando faixas verticais contínuas desde o soco à cornija. Todas as molduras dos vãos do segundo piso são rematadas superiormente por frisos com dois rombos em ponta de diamante ladeados por suásticas, •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [133]

característicos do “estilo micaelense", encimados por cornijas […]

•Localização: Matriz, Rua de São Vicente, 4 a 14 •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Doméstica •Época de Construção: Século XVII/XVIII •Utilização Atual: Equipamento Cultural •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Pública

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 30. Conjunto Protegido da Zona Histórica da Ribeira Grande

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Sistema urbano constituído por um feixe de três ruas inclinadas (Rua do Passal, Rua de Medeiros Correia e Rua Sousa e Silva) e respectivas transversais, que se desenvolve em torno do Largo da

Igreja Matriz (Largo Gaspar Frutuoso), dando origem a um conjunto de quarteirões irregulares. Inclui e fica delimitado a nordeste pela origem do feixe, no Largo do Rosário, a sudoeste pelo Largo Hintze Ribeiro e pela Rua da Praça, a norte pela Rua Sousa e Silva e respectivos edifícios, e a sudeste pela Rua do Passal e respectivos edifícios. Os edifícios inseridos neste sistema, sendo de diversas épocas e de diferente qualidade arquitectónica, constituem, com a estrutura urbana, um todo coerente. De um modo geral têm dois pisos e são construídos em alvenaria rebocada e caiada ou pintada •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [141] •Localização: Matriz e Conceição

de branco, com os socos, os cunhais, as cornijas, as molduras dos vãos, as consolas das varandas e os elementos decorativos em cantaria à vista ou

•Grupo Tipológico: Conjunto Edificado

pintada de cinzento. As coberturas são, na maioria, em telha de meia-cana

•Categoria: Sistema Urbano

tradicional […]

•Época de Construção: Século XV/XVII •Utilização Atual: Sistema Urbano •Grau e Enquadramento Legal: Conjunto de Interesse Municipal – Edital n.º 8/2011, de 19 de julho •Grau Proposto: Conjunto de Interesse Público •Propriedade: Privadas, Privadas de Uso Público e Públicas Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 31. Caldeiras da Ribeira Grande

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um vale atravessado por uma ribeira e envolvido por vegetação densa. Integra um conjunto de edifícios disposto ao longo de uma via de comunicação que

atravessa o vale e alguns dispersos nas encostas. No centro do vale situa-se uma caldeira de grandes dimensões, o antigo edifício termal e, do outro lado da via, uma "fumarola" junto à qual se construiu um conjunto de três tanques de pedra e grelhadores para refeições ao ar livre. No ponto mais alto situa-se uma ermida rodeada por um adro de onde se pode avistar toda a unidade. As casas de habitação são, na maioria, de um ou dois pisos, construídas em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco, com cobertura em telha de meia-cana com telhão na cumeeira. A vegetação delimita os espaços públicos •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [155] •Localização: Matriz, Caldeiras

e privados criando "cortinas de camuflagem" que envolvem as construções num ambiente peculiar. Os espaços públicos foram requalificados e têm uma

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

presença marcante na paisagem […]

•Categoria: •Época de Construção: Século XIX •Utilização Atual: Habitação, comércio, turismo e termas •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Conjunto de Interesse Municipal •Propriedade: Privadas, Privadas de Uso Público e Públicas

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 32. Central Hidroelétrica da Fajã do Redondo

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Central hidroeléctrica situada no fundo de um vale, junto a uma ribeira. Está implantada numa plataforma de nível limitada por um muro de suporte do lado da ribeira. A plataforma está unida

à outra margem através de uma pequena ponte de madeira. A central é constituída pelo edifício das turbinas e respectivas estruturas de apoio. O edifício das turbinas é composto por três corpos, sobressaindo o corpo principal, de planta rectangular, pelas suas dimensões. É uma construção de características industriais, com uma grande porta e quatro janelas abertas na fachada virada à ribeira segundo uma disposição assimétrica […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [156] •Localização: Ribeirinha, Fajã do Redondo •Grupo Tipológico: Construção Utilitária •Categoria: Arquitetura Industrial •Época de Construção: Século XX •Utilização Atual: Central Hidroelétrica •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Pública

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 33. Passos de Procissão da Matriz e Conceição

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de cinco passos de procissão localizados em pontos diversos da cidade da Ribeira Grande. São pequenas construções de planta rectangular, semelhantes entre si, situadas, de uma

forma geral, na frente de rua. Cada fachada é enquadrada por duas pilastras/cunhais, por uma cornija e por um degrau que ocupa toda a largura da fachada. Sobre a cornija assenta um pequeno frontão delimitado por duas volutas que elevam uma cruz. No tímpano tem uma concha em relevo sobre a qual se situa uma pequena roseta. De cada lado do frontão, na vertical das pilastras, assenta um pináculo. A porta, com duas folhas, ocupa quase toda a fachada. A respectiva verga é curva e mais espessa que as ombreiras […] •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [158] •Localização: Matriz e Conceição •Grupo Tipológico: Conjunto Edificado •Categoria: Conjunto de edifícios ou de outras construções •Época de Construção: Século XVIII •Utilização Atual: Passos de Procissão •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Pública

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

34. Solar de Santo António

in Instituto Açoriano de Cultura: Pequeno solar com capela implantado junto à estrada num terreno de pequenas dimensões. O edifício tem dois pisos e desenvolve-se segundo uma planta em "T“ irregular, denotando sucessivas

ampliações e remodelações. A capela está adossada ao "pé" (muito curto) do "T". O corpo principal, um rectângulo constituído pelos "braços" do "T", tem uma orientação norte/sul. Tem “lojas" no piso térreo e a habitação propriamente dita no piso superior. O piso térreo foi parcialmente adaptado a garagem acessível pela porta larga no topo norte do corpo principal situado à face da estrada […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [160] •Localização: Ribeirinha, Estrada Regional •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Doméstica •Época de Construção: Século XVIII •Utilização Atual: Habitação e apoio à atividade agrícola •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Privada

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

35. Fábrica da Chicória

in Instituto Açoriano de Cultura: Antiga fábrica de chicória situada num terreno murado perto do centro da povoação. É composta por seis corpos, destacando-se, entre os corpos rectangulares de um só piso, o volume vertical

da torre de secagem. Junto ao portão de entrada situa-se o corpo dos escritórios, à frente do qual há uma balança de pavimento. Dois armazéns e a torre de secagem são contíguos formando uma banda de três edifícios com a torre ao centro. A torre, por sua vez, resulta da "colagem" de três volumes: um prisma rectangular a cuja face posterior encosta uma das faces de um prisma hexagonal e cuja face anterior, ao nível do último piso, é prolongada por um pequeno corpo de planta trapezoidal suportado por duas grandes mísulas com a forma de lâminas triangulares. A torre, no interior, divide-se •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [163] •Localização: Ribeirinha, Rua do Jogo

em cinco pisos que comunicam entre si por uma escada. Esta dá acesso, em cada piso, a uma sala indiferenciada e à coluna dos fornos de secagem que

•Grupo Tipológico: Construção Utilitária

ocupa todo o corpo de planta hexagonal. Em frente a estas três construções

•Categoria: Arquitetura Industrial

situa-se um pequeno edifício onde se picava a chicória. Ao fundo do terreno

•Época de Construção: Século XX

situa-se mais um armazém de maiores dimensões […]

•Utilização Atual: •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Privada

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

36. Farol da Ponta do Cintrão

in Instituto Açoriano de Cultura: Complexo composto por um farol, habitação do faroleiro e respectivos anexos, situado numa ponta saliente na costa, no alto de uma falésia. Corresponde a um projecto-tipo executado também

noutros pontos do arquipélago. Os edifícios estão dispostos em linha, sendo o farol o que se encontra mais a norte, seguido pelo respectivo edifício de apoio, pela habitação e pelos restantes edifícios […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [169] •Localização: Ribeirinha, Ponta do Cintrão •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Pública Civil •Época de Construção: Século XX •Utilização Atual: Farol e Habitação •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Privada

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 37. Herdade da Ribeira do Salto

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um núcleo edificado, por terrenos de pasto e de cultivo, por uma pequena mata e por um "pomar de camélias" junto ao núcleo de construções. O núcleo

edificado situa-se perto da estrada, numa zona elevada, e organiza-se em torno da casa principal, uma construção de um piso que configura um pátio quadrangular parcialmente aberto do lado sul. Em frente à abertura do pátio situa-se um pavilhão de dois pisos que complementa a habitação. Do lado nascente, num nível inferior, está um grupo de edifícios de apoio às actividades agro-pecuárias, construídos em épocas diversas, dos quais se destacam dois silos cilíndricos e o corpo da vacaria cuja cobertura é suportada por asnas de madeira com esticadores metálicos. Do lado norte •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [171] •Localização: Ribeirinha, Lameiro

situam-se o “granel", uma grande eira circular (onde ainda se pode ver os pilares onde assentaria um grande cafuão) e uma horta murada de planta

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

rectangular […]

•Categoria: •Época de Construção: Século XIX •Utilização Atual: Agricultura, criação de gado, habitação, lazer e apoio à atividade agropecuária •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: •Propriedade: Privada Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 38. Complexo Agropecuário – À Ponta Formosa

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Complexo de apoio à actividade agropecuária, de grandes dimensões, composto por oito corpos dispostos em torno de dois pátios quadrangulares, configurando dois "Us", e mais um

corpo no canto de um terceiro recinto quadrangular murado. Os pátios estão ligados entre si através de passagens em arco sob os corpos edificados. Os "Us" estão fechados por um murete com uma abertura central para a passagem de viaturas. O braço comum aos dois "Us" é composto por três corpos, sendo o central mais alto e os laterais simétricos. O braço nascente tem dois pisos e é rematado a sul por um corpo mais largo que corresponde a uma habitação. Os restantes corpos têm, em geral, um piso. As fachadas internas dos "Us" têm séries de aberturas em arco abatido (quase todas •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [175] •Localização: Porto Formoso, Ponta Formosa •Grupo Tipológico: Construção Utilitária

entaipadas), a mais larga das quais corresponde, nos braços laterais, ao "túnel" de comunicação entre pátios. O corpo isolado no extremo nascente tem um piso e planta em "L“ […]

•Categoria: Agrária, piscatória ou de produção artesanal •Época de Construção: Século XIX •Utilização Atual: Armazéns •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: •Propriedade: Privada

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 39. Casa de Habitação – Rua da Rota, 6

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Casa de habitação com dois pisos, de planta rectangular, situada junto a um largo. A fachada principal organiza-se segundo um eixo de simetria, tendo no piso térreo uma porta com duas

janelas de peito de cada lado. A cada um destes vãos corresponde uma janela de peito no piso superior. A porta é rematada por um arco de volta inteira rodeado por uma pequena cornija que simula assentar em impostas. Define uma bandeira semicircular com vitrais. Sobre a janela central do piso superior, junto ao beiral, situa-se uma cartela decorativa com a data "1878". A fachada lateral tem duas janelas no piso superior e uma no piso térreo, alinhada pela da esquerda do piso superior. Há um balcão adossado ao tardoz […] •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [178] •Localização: Porto Formoso, Rua da Rota, 6 •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Doméstica •Época de Construção: Século XIX •Utilização Atual: •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: •Propriedade: Privada

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

40. Fábrica de Chá Gorreana

in Instituto Açoriano de Cultura: O edifício da fábrica é composto por dois corpos: o maior tem planta em "L" e o menor fica continuidade do braço mais pequeno do "L". O corpo principal tem a altura de dois pisos. Na fachada

principal só tem vãos ao nível do piso térreo, dispostos regularmente e agrupados dois a dois excepto a porta de entrada que está isolada ao centro. A cota de soleira encontra-se ligeiramente abaixo da cota do caminho de acesso, havendo um pequeno espaço ajardinado que envolve o terreiro da entrada e faz a transição entre os dois níveis. Por cima da porta há um pequeno painel de azulejos (de fabrico recente) com a data "1883". À esquerda, sobre um par de janelas, há um alpendre apoiado em dois pilares cilíndricos e com cobertura em chapa ondulada de fibrocimento. A parede •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [185] •Localização: Maia, Gorreana de Cima

cega ao nível do piso superior está em grande parte ocupada por um grande letreiro em letras vermelhas que diz "CHÁ GORREANA". A fachada lateral

•Grupo Tipológico: Construção Utilitária

direita tem os vãos dispostos irregularmente, tendo cinco janelas no piso

•Categoria: Arquitetura Industrial

inferior e apenas três no piso superior. Neste último piso há uma porta entre

•Época de Construção: Século XIX

as duas janelas do lado direito […]

•Utilização Atual: Fábrica de Chá •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: •Propriedade: Privada de Uso Público

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

41. Fábrica de Tabaco

in Instituto Açoriano de Cultura: Complexo da antiga fábrica de tabaco, composto por oito edifícios que se dispõem em ambos os lados de um caminho perpendicular à estrada. Do lado direito da entrada situam-se dois

edifícios perpendiculares ao caminho, com fornos, e um terceiro, paralelo ao caminho (que faz um "L“ com o quarto edifício), onde se armazenava o tabaco por preparar. Do lado esquerdo situa-se o conjunto formado pelo edifício dos escritórios, o armazém do produto pronto e o edifício da confecção dos cigarros […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [189] •Localização: Maia, Rua de São Pedro •Grupo Tipológico: Construção Utilitária •Categoria: Arquitetura Industrial •Época de Construção: Século XX •Utilização Atual: Equipamento Cultural/Unidade Museológica •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Pública

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

42. Solar de Lalém

in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por um solar com capela, respectivas estruturas de apoio, espaços ajardinados e campos de cultivo. A entrada no recinto faz-se por um portal imponente,

ladeado por duas secções de muro rematadas com volutas. O portal é enquadrado por duas pilastras rematadas por pináculos e unidas por uma cornija comum ao portão. Por cima da cornija situa-se um frontão contracurvado delimitado por duas volutas e encimado por duas suásticas e uma cruz. No tímpano tem uma moldura rectangular em pedra, com elementos decorativos em relevo, que divide ao meio os algarismos da data "1742". O portal dá acesso a um terreiro através do qual se acede ao solar e à zona ajardinada. O solar situa-se numa plataforma nivelada e elevada em •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [190] •Localização: Maia, Rua de São Pedro

relação ao terreiro, acessível por uma escadaria semicircular. A casa de habitação, de planta rectangular, tem o eixo alinhado com o da escadaria. O

•Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída

espaço sobrante da plataforma funciona como um balcão que percorre a

•Categoria: -

fachada em todo o comprimento e contorna-a pelo lado direito. Deste lado, o

•Época de Construção: Século XV/XVII

balcão assenta numa arcada formada por três arcos abatidos sobre impostas,

•Utilização Atual: Turismo de Habitação

assentes em pilares rectangulares, também acessível por uma escada de um

•Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado

lanço recto […]

•Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Privada de Uso Público

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4.2.2. Património Arquitetónico Local •Descrição:

43. Moinhos da Viola

in Instituto Açoriano de Cultura: Conjunto de cinco moinhos de água de rodízio, em ruína, muito próximos uns dos outros e alinhados perpendicularmente ao mar. Os moinhos eram alimentados por uma levada

de água única (hoje incompleta) que os interligava. Cada um está implantado num patamar nivelado e de tal forma que a "torre de descarga" fica num ponto elevado. Eram construídos em alvenaria de pedra à vista e tinham cobertura de duas águas. Apenas restam partes das paredes exteriores, sendo visíveis algumas das "torres de descarga" e algumas bancadas onde se situavam as mós. Todos tinham uma janela virada para o mar. Dos cinco moinhos, três tinham um corpo anexo de pequenas dimensões […] •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [198] •Localização: Lomba da Maia, Ribeira do Salto •Grupo Tipológico: Conjunto Edificado •Categoria: Conjunto de edifícios ou de outras construções •Época de Construção: Século XIX/XX •Utilização Atual: •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Público

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 44. Monte dos Fenais de Vera Cruz

•Descrição: in Instituto Açoriano de Cultura: Unidade paisagística constituída por casas de habitação, infra-estruturas de apoio às actividades agro-pecuárias, zona ajardinada e terrenos de pasto. Os edifícios dispõem-se ao longo do caminho

de acesso, assumindo diferentes posições e configurando espaços distintos. A habitação do proprietário, de planta em "L", configura um dos ângulos do pátio exterior, rectangular, que a antecede. O braço do "L" que se situa na perpendicular ao caminho, rectangular e de um só piso, corresponde à zona mais antiga da casa e tem uma inscrição com a data "1858", junto ao beiral, por cima da janela mais à esquerda […]

•Inventário Instituto Açoriano de Cultura: [208] •Localização: Fenais da Ajuda, Monte dos Fenais de Vera Cruz •Grupo Tipológico: Unidade Paisagística Construída •Categoria: •Época de Construção: Século XIX •Utilização Atual: Habitação, apoio à atividade agropecuária, terrenos de pasto e de cultivo •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Privado Plano Estratégico para o Turismo

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4.2.2. Património Arquitetónico Local 45. Habitação no Largo Gaspar Frutuoso

•Descrição: A casa data do princípio do Séc. XX e presume-se que o arquiteto do projecto seja António Ayla Sanches. Arquiteto de construções reconhecidas como o antigo Coliseu Avenida, conhecido actualmente como o Coliseu Micaelense,

construído em 1917. A Casa insere-se numa corrente arquitetónica de influência italiana e distingue-se pela fachada rica em relevo e texturas, tais como frontões, vãos em arco, grelhas de respiração, varandas e varandins decorados em madeira e ferro. Esta habitação vivifica a vertente da arquitetura do início do séc. XX, que primava por ocultar parcialmente o esqueleto estrutural da construção. O conjunto edificado apresenta uma interessante composição volumétrica, marcada por um corpo único, de 2 pisos e umas águas furtadas. •Inventário Instituto Açoriano de Cultura: Sem identificação •Localização: Matriz, Largo Gaspar Frutuoso, 33 •Grupo Tipológico: Edifício Isolado •Categoria: Arquitetura Doméstica •Época de Construção: Século XX •Utilização Atual: Habitação •Grau e Enquadramento Legal: Não Classificado •Grau Proposto: Imóvel de Interesse Municipal •Propriedade: Privado

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4.3. Recursos e Atrações Turísticas A origem vulcânica e o posicionamento junto à costa atribuem ao concelho

4.3.

da Ribeira Grande condições naturais únicas para o turismo, nomeadamente

Recursos e Atrações Turísticas

o turismo de natureza, de aventura, náutico e desportivo. Paralelamente, a ação humana produziu também valências de elevado valor turístico, incluindo a identidade e património cultural, bem como unidades industriais únicas nos Açores. Em termos naturais, dadas as características da costa ribeiragrandense, algumas praias do concelho têm conseguido uma afirmação internacional na prática de deportos náuticos, em particular no surf. Por outro lado, as características naturais da Serra de Água de Pau e da Zona Nascente do concelho favorecem o desenvolvimento do segmento do turismo de natureza e aventura, com várias atividades a diversificar a oferta. No que concerne à ação do homem, o desenvolvimento do concelho da Ribeira Grande e os efeitos dos diferentes ciclos económicos levaram ao desenvolvimento de várias unidades industriais que marcaram e marcam o progresso local. Muitas dessas unidades apresentam um grande potencial turístico, dada a sua peculiaridade e inserção no meio ribeiragrandense. Por

último, os fortes traços identitários locais, sobretudo vincados pelo culto religioso, têm produzidos vários monumentos e elementos culturais que potenciam e valorizam as qualidades do destino.

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4.3. Recursos e Atrações Turísticas Costa Norte Descrição O concelho da Ribeira Grande beneficia de uma costa recortada que se estende ao longo de um eixo de 27 km, entre as freguesias de Calhetas (Oeste) e da Lomba de São Pedro (Este). Apenas duas das 14 freguesias do concelho

não possuem costa (Santa Bárbara e Pico da Pedra), o que favorece uma projeção significativa da atividade económica para o mar. Existem vários portos de pesca e de recreio ao longo daquele eixo, incluindo os portos de Rabo de Peixe, do Porto Formoso e da Maia. Contudo, na costa predominam as arribas, por vezes com falésias e escarpas, ainda que existam praias, algumas delas com características únicas para a prática desportiva, nomeadamente surf e bodyboard, e outras zonas balneares com piscinas naturais. Refira-se o grande investimento realizado na ampliação do porto de Rabo de Peixe, que aumentou o potencial do recreio na costa Norte da ilha.

Produtos Turísticos

Relevância Estratégica Atual

Futuro

• Turismo náutico de recreio

*

**

• Turismo náutico desportivo

**

***

• Praia (sol e mar)

**

**

• Birdwatching

*

**

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4.3. Recursos e Atrações Turísticas Costa Norte Atividades e Atrações Turísticas • Prática desportiva – surf, bodyboard, windsurf, kitesurf, vela, canoagem • Competições desportivas (regionais, nacionais e internacionais) • Praias e piscinas naturais – Areal de Santa Bárbara, Praia da Viola, Praia de Santana, Praia da Maia, Piscinas Municipais das Poças, Piscinas Naturais das Calhetas • Mergulho recreativo • Passeios de barco e pesca lúdica e desportiva

• Important bird area (IBA)da Ponta do Cintrão (birdwatching)

Pontos Fortes

Pontos Fracos • Agressividade do mar e das correntes marítimas

• Dimensão da costa • Excelentes condições para a prática desportiva

• Inconstância das condições do mar (ex.: formação

• Vários portos • Ampliação do Porto de Rabo de Peixe • Projeção internacional nos circuitos de surf • Bandeira azul em algumas zonas balneares • Investimentos qualificadores da oferta junto ao mar e às praias (ex.: North Shore Resorts)

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da costa norte

de ondas para o surf)

• Características de alguns portos que dificultam a atracagem e proteção das embarcações • Incapacidade de atracagem de cruzeiros • Predominância de arribas e escarpas

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194


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Serra de Água de Pau Descrição A Serra de Água de Pau é uma das mais belas formações geológicas dos Açores, cujas características naturais únicas, incluindo vários pontos de interesse turístico, sustentaram a definição de zonas especiais de conservação. O

ponto mais alto é o Pico da Barrosa (947 metros), onde nascem vários cursos de água, seguido do Monte Escuro 890 metros), que comunica diretamente com o concelho de Vila Franca do Campo. É na Serra de Água de Pau que se localiza o Vulcão do Fogo, cuja cratera originou a Lagoa do Fogo. As manifestações vulcânicas são várias, desde caldeiras a fumarolas, favorecendo a formação de uma paisagem acidentada e diversificada. O potencial geotérmico existente conduziu à exploração da energia geotérmica, com a instalação de duas centrais, que produzem mais de 40% da energia elétrica consumida na ilha de São Miguel.

Produtos Turísticos

Relevância Estratégica Atual

Futuro

• Ecoturismo

**

***

• Turismo desportivo/desportos radicais/aventura

*

***

• Turismo de saúde e bem-estar

*

***

***

***

• Touring paisagístico

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

195


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Serra de Água de Pau Atividades e Atrações Turísticas • Trekking e trilhos pedestres qualificados • Escalada, rappel, canyoning, BTT/mountain bike, moto 4, passeios todo-o-terreno • Fotografia e observação de fauna e flora • Manifestações naturais – Lagoa do Fogo, Caldeira Velha, Caldeiras da Ribeira Grande, Vale das Lombadas, Salto do Cabrito • Wellness e águas termais (Caldeira Velha e Caldeiras da Ribeira Grande, quando recuperado)

Pontos Fortes

Pontos Fracos

• Beleza natural e características paisagísticas únicas

• Ecossistema com baixa capacidade de carga

• Vastas áreas de natureza intocada

• Pouco trilhos qualificados

• Presença de água termal

• Baixa exploração do potencial termal

• Potencial para mais trilhos qualificados

• Pouca oferta de alojamento nas imediações

• Reserva Natural da Lagoa do Fogo e integração na

• Baixo desenvolvimento e diferenciação do produto

Rede Natura 2000 e na Reserva Ecológica Regional • Classificação da Caldeira Velha como Monumento Natural e Regional

Plano Estratégico para o Turismo

turístico de aventura • Inexistente integração e bundling de produtos • Ausência de locais de campismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

196


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Zona Nascente Descrição A Zona Nascente do concelho da Ribeira Grande, compreendida entre as freguesias de Porto Formoso e Lomba de São Pedro, é caracterizada por uma forte identidade rural e atividade agropecuária. É a área do concelho com

menor densidade populacional e maior isolamento, mas com atrações singulares, como praias e as únicas plantações de chá da Europa. Assim, possui traços diferenciadores, que preservam a genuinidade da população, com fortes valores tradicionais e um grande apego à Terra Natal. Esta zona do concelho, cuja área é substancial, apesar de conter várias pastagens, apresenta ainda vastas áreas naturais e de mata, com uma rede de caminhos agrícolas que podem ser potenciados, em conjunto, para o desenvolvimento de trilhos de longa duração, desportos radicais, ecoturismo e agroturismo (não só na vertente de alojamento, mas também da animação turística).

Produtos Turísticos

Relevância Estratégica Atual

Futuro

• Ecoturismo

**

***

• Turismo desportivo/desportos radicais/aventura

*

***

• Agroturismo

*

***

***

***

• Touring paisagístico

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

197


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Zona Nascente Atividades e Atrações Turísticas • Trekking e trilhos pedestres qualificados • Escalada, rappel, canyoning, BTT/mountain bike, moto 4, passeios todo-o-terreno • Fotografia e observação de fauna e flora • Lagoa de São Brás, Praias e Mata do Dr. Fraga • Moinhos de Água, Museu do Tabaco e Património Cultural • Agroturismo (experiência do contacto com animação e atividades agropecuárias em explorações privadas)

Pontos Fortes

Pontos Fracos

• Beleza natural e características paisagísticas únicas

• Ecossistema com baixa capacidade de carga

• Vastas áreas de natureza intocada

• Poucos trilhos qualificados

• Potencial para mais trilhos qualificados

• Reduzida oferta de alojamento

• Ruralidade e genuinidade da população

• Baixo desenvolvimento e diferenciação do produto

• Atividade agropecuária desenvolvida • Possui a única unidade de alojamento de

• Inexistente integração e bundling de produtos • Baixa preparação dos potenciais agentes locais

agroturismo dos Açores • Imenso potencial para desportos radicais

Plano Estratégico para o Turismo

turístico de aventura

para a transversalidade da atividade turística

Câmara Municipal de Ribeira Grande

198


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Instalações Industriais Peculiares Descrição O concelho da Ribeira Grande, ao longo da sua história, foi desenvolvendo diversas iniciativas no setor transformador, que diferenciaram a capacidade produtiva local. É aqui que se localizam as únicas plantações de chá

da Europa, que originaram a instalação de duas fábricas de chá. Existem outras unidades fabris, como a Fábrica de licores da marca Mulher de Capote, a fábrica da Cerâmica Micaelense e a Fábrica da Telha na Ribeira Seca ou as fábricas de produção de laticínios da Fromageries Bel e Insulac, a fábrica de peixe da Cofaco e as centrais geotérmicas da Ribeira Grande e Pico Vermelho. Finalmente, é ainda a referir unidades que atualmente já não estão em atividade, mas que ainda representam oportunidades de valorização, como a Fábrica do Álcool, Fábrica da Chicória e Fábrica do Tabaco. Todas estas unidades relacionam-se intimamente com a história e com os ciclos de desenvolvimento económico do concelho.

Produtos Turísticos

Relevância Estratégica Atual

Futuro

***

***

• Turismo industrial

*

**

• Turismo gastronómico

*

**

• Touring

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

199


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Instalações Industriais Peculiares Atividades e Atrações Turísticas • Fábricas de Chá – da Gorreana e do Porto Formoso • Fábrica de Licores Mulher do Capote • Fábrica Cerâmica Micaelense e Fábrica da Telha • Fábricas de Laticínios (Fromageries Bel e Insulac), Fábrica de Rações Santana e Fábrica de Peixe (Cofaco)

• Centrais Geotérmicas – Ribeira Grande e Pico Vermelho • Antigas instalações da Fábrica do Álcool, Fábrica da Chicória, Fábrica de Tabaco e das fábricas de chá (Canto, Barrosa, Mafoma), com potencial para centros interpretativos

Pontos Fortes

Pontos Fracos

• Diversidade de atividades industriais diferenciadas • Produção com potencial comercial como souvenir • “Rota do Chá” já definida com trilho pedestre • Únicas plantações de chá da Europa • Projeto de instalação do Centro de Arte Contemporânea na antiga Fábrica do Álcool • Várias unidades registadas no inventário do Património Imóvel dos Açores

Plano Estratégico para o Turismo

• Mau estado de conservação das instalações onde já não há atividade industrial e cultural • Pouco conhecimento e desenvolvimento do segmento de turismo industrial nos Açores

• Ausência de um roteiro para o turismo industrial no concelho • Baixa preparação das unidades fabris para relacionamento e atração de turistas

Câmara Municipal de Ribeira Grande

200


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Acervo e Identidade Cultural Descrição Estão localizadas várias unidades culturais e manifestações religiosas no concelho da Ribeira Grande, que permitem conhecer melhor o seu desenvolvimento histórico. São vários os museus já qualificados e os edifícios da igreja

católica que se distribuem pelas diferentes freguesias e que marcam um traço identitário muito forte, onde também se integram as artes ligadas ao artesanato. Para além disso, adicionalmente às típicas festas açorianas de cada freguesia, a Ribeira Grande apresenta vários eventos que a diferenciam de todos os outros concelhos dos Açores e mantêm uma atividade regular ao longo do ano. A considerar, ainda, várias outras estruturas, como o Teatro Ribeiragrandense e o Mercado Municipal, bem como o traço rural e a ligação muito forte da população às atividades agrícolas e piscatórias, resultando em elementos únicos da sua vivência diária.

Produtos Turísticos

Relevância Estratégica Atual

Futuro

• Touring cultural e religioso

**

***

• Turismo de experiências

*

**

• Turismo gastronómico

*

**

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

201


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Acervo e Identidade Cultural Atividades e Atrações Turísticas • Rede de museus – Museu Municipal, Museu Vivo do Franciscanismo, Museu da Emigração Açoriana, Casa do Arcano, Casa Lena Gal, Museu do Tabaco e Museu Local do Pico da Pedra • Festividades únicas – Cantar às Estrelas (Festa de Nossa Senhora da Estrela), Cavalhadas de São Pedro, Dia do Comércio, Feira Quinhentista • Património religioso (igrejas, capelas e ermidas ) e cultural (ex.: Teatro Ribeiragrandense) • Artesanato

Pontos Fortes

Pontos Fracos

• Traço identitário muito forte

• Ausência de um roteiro cultural e museológico

• Diversidade de festividades e património

• Dispersão e insuficiente projeção dos artesãos

• Festividades e manifestações culturais únicas

• Pequena dimensão dos museus e unidades

• Rede de museus gerida centralmente • Capacidade de mobilização do turismo interno • Grande potencial para o desenvolvimento de produtos turísticos diversificados • Feira agrícola

Plano Estratégico para o Turismo

culturais

• Vocação das estruturas para a chegada de turistas em circuitos e menor preparação para o DIY • Baixa transversalidade com outros setores • Baixa diferenciação da oferta gastronómica

Câmara Municipal de Ribeira Grande

202


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Atrações Turísticas Atrações Naturais

Existe

Facilidade de Acesso

Capacidade de carga

Atratividade

Observações

Praias

Muito boa

Média

Elevada

Excelentes condições para surf e lazer

Ribeiras e riachos

Muito boa

Média-Baixa

Elevada

Ideal para canyoning e aventura

Lagoas

Muito boa

Média-Baixa

Elevada

Belezas naturais com reconhecimento internacional

Parques naturais, florestas e reservas

Muito boa

Média-Baixa

Elevada

Necessita de maior estruturação

Áreas selvagens

Muito boa

Baixa

Elevada

Zonas de grande potencial turístico, mas necessitam preparação e proteção

Paisagens e miradouros

Muito boa

Média-Baixa

Elevada

Vários pontos de grande interesse turístico em todo o concelho

Trilhos

Muito boa

Média

Elevada

Enorme potencial para mais trilhos, que podem ser estruturados para trekking

Montes, montanhas e picos

Média

Média

Elevada

Zonas ideais para o turismo de aventura

Manifestações vulcânicas peculiares (ex.: fumarolas)

Boa

Média

Média

Capacidade de integração em produtos de saúde e bem-estar

Grutas

Muito Baixa

Elevada

Grutas marítimas visitáveis entre a Ribeirinha e os Fenais da Ajuda.

Nascentes termais

Boa

Média-Baixa

Elevada

Potencial para a diferenciação através do turismo de saúde e bem-estar

Fauna

Muito boa

Média

Média

Comum a toda a Região

Flora

Muito boa

Média

Média

Comum a toda a Região

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

203


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Atrações Turísticas Atrações Culturais

Existe

Facilidade de Acesso

Capacidade de carga

Atratividade

Observações

Museus, casas de cultura e galerias de arte

Muito boa

Média-Baixa

Alta

Diversidade de unidades, que requerem avaliação à massa crítica existente

Edifícios peculiares

Muito boa

Média-Baixa

Média

Muitos edifícios degradados que podem ser recuperados e valorizados

Edifícios religiosos

Muito boa

Média-Baixa

Média

Património vasto, por todo o concelho

Locais históricos

Muito boa

Média-Baixa

Média

Poucos locais valorizados com história e acontecimentos marcantes

Bibliotecas e arquivos

Muito boa

Média-Baixa

Média

Biblioteca Daniel de Sá é um elemento muito valorizador da cultura local

Explorações agrícolas

Boa

Alta

Baixa

Potencial de transversalidade com o turismo, mas sem agentes preparados

Portos de pesca e comunidades piscatórias

Muito boa

Média-Baixa

Baixa

Potencial de transversalidade com o turismo, mas sem agentes preparados

Explorações vinícolas e adegas

X

-

-

-

Unidades industriais

Muito boa

Baixa

Alta

Várias unidades ainda por explorar nos circuitos turísticos

Feiras

Muito boa

Alta

Média

Feira semanal (quinta-feira) e feira anual em Santana

Festividades

Muito boa

Alta

Alta

Várias festividades singulares de grande potencial, como as Cavalhadas

Gastronomia típica

Muito boa

Média-Baixa

Alta

Um dos pontos mais fortes no concelho

Tradições

Muito boa

Média-Baixa

Alta

Particularmente fortes em épocas festivas e em zonas de maior ruralidade

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Não há tradição vinícola no concelho

204


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Resumo das Principais Atrações: Elementos Naturais e Trilhos Lagoa do Fogo

Trilho do Salto do Cabrito

• • •

• • •

Localização: Serra de Água de Pau Reserva Natural Rede Natura 2000

Trilho do Chá da Gorreana

Caldeira Velha • •

• • •

Localização: Serra de Água de Pau Monumento Natural

Localização: Gorreana Trilho classificado Integrado na “Rota do Chá”

Trilho da Praia da Viola

Caldeiras da Ribeira Grande • •

Localização: Caldeiras Trilho classificado Queda de água e central hidroelétrica

• • •

Localização: Caldeiras Termas

Localização: Maia/Lomba da Maia Trilho classificado Praia

Vale das Lombadas

Trilho do Feno

• •

• •

Localização: Serra de Água de Pau Nascentes de águas minerais gasocarbónicas

Trilho dos Moinhos da Ribeira Funda

Lagoa de São Brás •

• •

Localização: São Brás

• • •

Localização: Maia 15.000 m2

Ladeira da Velha • • •

Localização: Porto Formoso Nascente termal Relevância histórica: “Combate da Ladeira da Velha”

Plano Estratégico para o Turismo

Localização: Fenais da Ajuda Trilho classificado

Trilho da Ponta do Cintrão

Mata do Dr. Fraga • •

Localização: Fenais da Ajuda Trilho classificado

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Ribeirinha IBA – important bird area Trilho municipal

Trilho do Pico Queimado • •

Localização: Santa Bárbara (Mediana) Trilho municipal

205


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Resumo das Principais Atrações: Elementos Naturais e Trilhos Trilho do Chá do Porto Formoso • • •

Localização: Porto Formoso Associação à Rota do Chá Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Trilho da Caldeira Velha • •

Localização: Serra de Água de Pau Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Trilho de ligação da Ribeira Funda à Viola • • •

Localização: Fenais da Ajuda-Lomba da Maia-Maia Associação a outros trilhos e atrações Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Trilho de Downhill da Bandeirinha • • •

Localização: Serra de Água de Pau Diversificação das atividades de animação Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Trilho Lombadas/Lagoa do Fogo • • •

Localização: Serra de Água de Pau Uma das mais belas paisagens naturais dos Açores Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Trilho da Ladeira da Velha • • •

Localização: Porto Formoso Nascentes termais e acontecimentos históricos Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Miradouros • • •

Localização: Em todo o concelho Vários pontos de beleza e interesse Potencial para um miradouro na Ponta do Cintrão

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

206


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Resumo das Principais Atrações: Unidades Culturais Teatro Ribeiragrandense

Museu Local do Pico da Pedra

• •

• •

Localização: Matriz Eventos culturais

Museu Municipal • •

Localização: Pico da Pedra Temática local e galeria de arte

Cine Teatro Mira Mar

Localização: Matriz Museu de Comunidade ou Identidade

Localização: Rabo de Peixe

Museu Vivo do Franciscanismo

Biblioteca Municipal Daniel de Sá

• •

• •

Localização: Conceição Convento e práticas religiosas

Localização: Matriz Mais de 40.000 títulos

Museu da Emigração Açoriana

Arquivo Municipal

• •

• •

Localização: Conceição Reconversão do “Barracão do Peixe”

Casa do Arcano • •

Rota dos Moinhos de Água

Localização: Matriz Primeiro Tesouro Regional

• •

Localização: Conceição Pintura

Museu do Tabaco • •

Localização: Concelho Potencial para constituir uma ciclovia (como o caminho de Santiago)

Casa das Cavalhadas

Localização: Maia Dedicado à agroindústria do tabaco

Plano Estratégico para o Turismo

Localização: Matriz

Rota dos Romeiros

Casa Lena Gal • •

Localização: Matriz Documentos históricos desde 1507

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

207


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Resumo das Principais Atrações: Unidades Culturais Museu Agrícola • •

Localização: Santana Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Museu da Eletricidade • •

Localização: Conceição/Matriz Projeto a desenvolver pela CMRG e EDA

Museu do Mar • •

Localização: Rabo de Peixe Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Museu da Aviação •

Projeto a desenvolver pela Câmara Municipal

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

208


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Resumo das Principais Atrações: Festividades Cantar às Estrelas – Nossa Senhora da Estrela •

Data: Fevereiro

Festival de Balões de Ar Quente • •

Data: Julho A iniciar em 2015

Concurso de Chás e Pudins de Chá

Dia do Comércio

Data: Fevereiro

Data: Julho

Prim’Arte

Feira Quinhentista

Data: Março/abril

Data: Agosto

Festa da Flor

Festival Monteverde

• •

• •

Data: Maio A reativar em 2015

Festival Gastronómico

Cavalhadas de São Pedro •

Data: Agosto Iniciativa privada

• •

Data: Junho

Data: Dezembro Iniciado em 2014

Feira Agrícola de Santana •

Data: Junho

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

209


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Resumo das Principais Atrações: Festividades Divino Espírito Santo

Senhora da Saúde

Senhora da Graça

• • •

• • •

• • •

Localização: Maia Data: 3.º domingo de julho Santo Padroeiro

Localização: Caldeiras (Matriz) Data: 15 de agosto Santo Padroeiro

Localização: Porto Formoso Data: 1.º domingo de setembro Santo Padroeiro

Sagrado Coração de Jesus

Sagrado Coração de Jesus

Senhora das Dores

• • •

• • •

• • •

Localização: Conceição Data: 1.º domingo de agosto Santo Padroeiro

Localização: Ribeira Seca Data: 3.º domingo de agosto Santo Padroeiro

Localização: Lombinha (Maia) Data: 15 de setembro Santo Padroeiro

São Pedro

Senhora do Rosário

Senhora dos Prazeres

• • •

• • •

• • •

Localização: Lomba de São Pedro Data: 1.º domingo de agosto Santo Padroeiro

Localização: Lomba da Maia Data: 4.º domingo de agosto Santo Padroeiro

Localização: Pico da Pedra Data: 3.º domingo de setembro Santo Padroeiro

São Salvador do Mundo

Nossas Senhora das Victórias

Senhora da Boa Viagem

• • •

• • •

• • •

Localização: Ribeirinha Data: 2.º domingo de agosto Santo Padroeiro

Localização: Santa Bárbara Data: 4.º domingo de agosto Santo Padroeiro

Localização: Calhetas Data: 4.º domingo de setembro Santo Padroeiro

São Brás

Sagrado Coração de Jesus

Senhora do Rosário

• • •

• • •

• • •

Localização: São Brás Data: 3.º domingo de agosto Santo Padroeiro

Localização: Matriz Data: 1.º domingo de setembro Santo Padroeiro

Senhora da Ajuda

Senhora da Aflição

• • •

• • •

Localização: Fenais da Ajuda Data: 15 de agosto Santo Padroeiro

Plano Estratégico para o Turismo

Localização: Rabo de Peixe Data: 1.º domingo de outubro Santo Padroeiro

Localização: Ribeira Funda (Fenais da Ajuda) Data: 1.º domingo de setembro Santo Padroeiro

Câmara Municipal de Ribeira Grande

210


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Resumo das Principais Atrações: Unidades Industriais Central Hidroelétrica da Fajã do Redondo Fábrica da Cerâmica Micaelense •

• • •

Localização: Matriz

Localização: Fajã do Redondo Integrada no Trilho do Salto do Cabrito Património Imóvel dos Açores

Fábrica do Álcool Fábrica de Licores “Mulher de Capote” •

Localização: Conceição

Localização: Conceição Em conversão para Centro de Arte Contemporânea Património Imóvel dos Açores

Fábrica de Chá da Gorreana

Fábrica de Laticínios da Insulac • •

• • •

• • •

Localização: Ribeira Seca Ligação direta ao setor agrícola

Localização: Gorreana Integrada na “Rota do Chá” com trilho pedestre Património Imóvel dos Açores

Fábrica de Laticínios da Fromageries Bel

Fábrica de Chá do Porto Formoso

• •

• •

Localização: Matriz Ligação direta ao setor agrícola

Localização: Porto Formoso Integrada na “Rota do Chá”

Fábrica do Tabaco Central Geotérmica do Pico Vermelho •

Localização: Pico Vermelho

• • •

Localização: Maia Reconvertido para Museu do Tabaco Património Imóvel dos Açores

Fábrica da Telha Central Geotérmica da Ribeira Grande •

Localização: Proximidade da Lagoa do Fogo

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

• • •

Localização: Ribeira Seca Sem atividade Património Imóvel dos Açores

211


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Resumo das Principais Atrações: Unidades Industriais Fábrica da Chicória • • •

José Dâmaso e Filhas

Localização: Ribeirinha Sem atividade Património Imóvel dos Açores

• •

Localização: Matriz Transformação de basalto – “Pedra de Lavoura”

Fábrica de Rações Santana

Unidades Complementares

• •

• • • •

Localização: Rabo de Peixe (Santana) Ligação direta ao setor agríola

Fábrica da Cofaco • •

Explorações agrícolas Portos de pesca Lota Transversalidade da atividade turística atividades tradicionais

com

Localização: Rabo de Peixe Ligação direta à atividade piscatória local

Fábrica de Chocolates “O Chocolatinho” •

Localização: Rabo de Peixe

Herdeiros de Agostinho Ferreira Medeiros • •

Localização: Rabo de Peixe Transformação de basalto – “Pedra de Lavoura”

Grupo Marques • •

Localização: Pico da Pedra Transformação de basalto – “Pedra de Lavoura”

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

212


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Resumo das Principais Atrações: Igrejas Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres

Igreja do Senhor dos Passos

Localização: Pico da Pedra

Localização: Matriz

Igreja do Bom Jesus

Igreja do Santíssimo Salvador do Mundo

Localização: Rabo de Peixe

Localização: Ribeirinha

Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem

Igreja de São Brás

Localização: Calhetas

Localização: São Brás

Igreja de Santa Bárbara

Igreja do Divino Espírito Santo

Localização: Santa Bárbara

Localização: Maia

Igreja de São Pedro

Igreja da Nossa Senhora do Rosário

Localização: Ribeira Seca

Localização: Lomba da Maia

Igreja de Nossa Senhora da Estrela

Igreja dos Reis Magos

Localização: Matriz

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Fenais da Ajuda

213


4.3. Recursos e Atrações Turísticas Resumo das Principais Atrações: Igrejas Igreja de Nossa Senhora da Conceição

Igreja do Convento de São Francisco

Localização: Conceição

Localização: Conceição

Igreja de Nossa Senhora da Graça •

Localização: Porto Formoso

Igreja de Nossa Senhora das Dores •

Localização: Lombinha (Maia)

Igreja de Nossa Senhora dos Aflitos •

Localização: Ribeira Funda (Fenais da Ajuda)

.Igreja de Nossa Senhora da Ajuda •

Localização: Fenais da Ajuda

Igreja de São Pedro •

Localização: Lomba de São Pedro

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

214


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Apesar de nunca se ter promovido uma aposta estratégica no setor do

4.4.

turismo na Ribera Grande, em virtude das dinâmicas socioeconómicas do

Condições de Suporte à Atividade Turística

concelho, existem vários elementos que lhe conferem as condições básicas para o desenvolvimento desta atividade. Há, naturalmente, algumas lacunas em serviços de apoio e condições de suporte que carecem de resolução e melhoria, mas existem, igualmente, várias entidades e infraestruturas de boa qualidade que dotam o concelho de requisitos essenciais para a promoção da atividade turística. Os pontos mais fortes do concelho, neste momento, resultam das acessibilidades externas, com SCUT de grande qualidade; da atividade de restauração, essencialmente assente na gastronomia típica, mas que necessita de inovação no serviço; das infraestruturas desportivas e culturais;

do corpo de Bombeiros Voluntários; e dos serviços de informação no Posto de Turismo, elogiado pelos turistas estrangeiros. Existem ainda grandes potencialidades, como as valências da Escola Profissional da Ribeira Grande, que podem contribuir para uma melhor preparação do concelho. As debilidades estão identificadas no alojamento, muito reduzido e pouco

qualificado (com algumas exceções); na animação noturna; na atividade comercial; no material de informação turística; e nas atividades e animação turística. Repare-se, contudo, que o desenvolvimento destas valências exigem esforços da esfera pública, mas também da iniciativa privada. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

215


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Transportes e Acessibilidades

Fonte: Google Maps

O concelho da Ribeira Grande, e em particular a cidade da Ribeira Grande,

A cidade da Ribeira Grande dista menos de 25 km do Aeroporto João Paulo II

está muito bem munido de vias de acesso de construção recente, boa

e menos de 20 km do terminal de cruzeiros nas Portas do Mar em Ponta

qualidade e manutenção permanente. As vias rodoviárias atuais,

Delgada, o que significa um tempo médio de viagem automóvel de 20

nomeadamente a ENI1-1A, permitem um acesso rápido a todos os restantes

minutos para cada um destes pontos de entrada. As distâncias para Rabo de

pontos da ilha de São Miguel, com destaque para a facilidade e rapidez de

Peixe, o grande centro atual de alojamento do concelho, são ainda menores.

comunicação com os concelhos de Lagoa, Ponta Delgada, para além de Nordeste e Vila Franca do Campo. O acesso ao concelho da Povoação, não sendo tão cómodo como os restantes, também não deixa de ser fácil. A localização da Ribeira Grande, que lhe garante a comunicação direta com os cinco concelhos da ilha e com o mar, é um dos fatores mais importantes para valorizar o concelho e dotá-lo de uma posição central nas dinâmicas turísticas

micaelenses. Plano Estratégico para o Turismo

Contudo, alguns acessos secundários, principalmente para as freguesias e atrações da zona nascente do concelho, apresentam menor qualidade, algo que dificulta a chegada de turistas a pontos mais remotos e descentralizados. Esta situação carece de melhorias, uma vez que impede a capitalização de todo o potencial turístico existente. Não obstante, a solução implementada deverá estar adequada à estratégia de desenvolvimento turístico do concelho e à tipologia dos produtos turísticos oferecidos nesta zona.

Câmara Municipal de Ribeira Grande

216


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Transportes e Acessibilidades Transporte e Acessibilidades

Existe

Capacidade Operacional

Localização

Qualidade de serviço

Observações

Aeroporto

X

-

-

-

Aeroporto localizado em Ponta Delgada, a apenas 20 km

Aeródromo para pequenas aeronaves e aviação de recreio

X

-

-

-

Há potencial para reativar o aeródromo de Santana

Porto com condições de receber transporte de passageiros

-

-

-

Considera-se que existe potencial no Porto de Rabo de Peixe

Terminal de cruzeiros

X

-

-

Terminal em Ponta Delgada, a apenas 20 km

Marina

Boa

Razoável

Razoável

A localização é indicada como um ponto fraco, mas pode ser um ponto forte

Ferry

X

-

-

-

Não existe massa crítica que o justifique

Autoestradas e vias rápidas

Muito boa

Muito boa

Muito boa

SCUT novas com excelentes condições e manutenção permanente

Estradas secundárias e acessos interiores

Razoável

Razoável

Razoável

Existem necessidades de melhoria, em especial, na zona nascente do concelho

Central de táxis

Boa

Boa

Boa

Central de autocarros

Boa

Muito boa

Razoável

Necessidade de melhor identificação das carreiras e autocarros

Ligações externas de autocarros

Boa

Boa

Boa

Ligações frequentes entre os principais centros urbanos da ilha

Circuitos internos de autocarros

Boa

Razoável

Boa

Necessidade de mais ligações entre a cidade e a zona nascente do concelho

Circuitos de minibus ou serviços de cortesia semelhantes

X

-

-

-

Eventual solução para ligações entre a cidade e a zona nascente do concelho

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

A manter

217


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Elementos Qualificadores da Oferta Dada a ausência histórica de foco no setor do turismo no concelho da Ribeira

grandes superfícies), pelo rendimento per capita local e, mais recentemente,

Grande e a débil terciarização da economia, os elementos qualificadores da

pelos efeitos da crise económico-financeira. Neste momento, a oferta é

oferta e do destino encontram-se, na generalidade, num baixo estádio de

reduzida, indiferenciada e cada vez mais dominada pelos estabelecimentos

desenvolvimento e dinamização. Particularmente no que se refere aos

chineses. Não obstante, possui várias unidades importantes para o turista,

serviços da principal cadeia de valor do turismo (alojamento, restauração e

como o retalho alimentar e lojas de conveniência.

animação), é notória a baixa capacidade competitiva.

A oferta de animação turística no concelho é também bastante reduzida.

A capacidade de alojamento é um fator determinante na qualificação de um

Normalmente, são as empresas sedeadas em Ponta Delgada que trazem o

destino e é uma das maiores lacunas do concelho da Ribeira Grande. A oferta

turista à Ribeira Grande, existindo poucas empresas locais a desenvolver esta

é muito reduzida, pouco diferenciada e com baixa capacidade de atração. A

atividade. Existe muito potencial e várias áreas onde poderá ocorrer

diferenciação da oferta, com aposta no turismo rural e na hotelaria de

investimentos, mas será necessária uma aposta profissional, capaz de inovar

charme, é fundamental para poder qualificar o destino e evitar a

e de oferecer experiências de grande valor emocional.

concorrência direta com o alojamento oferecido em Ponta Delgada. A restauração é o ponto mais forte desta dimensão na Ribeira Grande, concelho com grande tradição gastronómica e com vários restaurantes de cozinha tradicional. Contudo, verificam-se necessidades de inovação e melhoria no serviço, que permitam uma melhor preparação para as exigências dos turistas. A atividade comercial na Ribeira Grande esteve sempre fortemente condicionada pela oferta disponível em Ponta Delgada (em particular das Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

218


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Elementos Qualificadores da Oferta Alojamento

Existe

Facilidade Capacidade de Operacional Acesso

Capacidade Localização de carga

Qualidade de Atratividade serviço

Observações

Resorts

Baixa

Muito boa

-

Considerou-se apenas o novo projeto Eco-Beach Resort de Santa Bárbara

Hotéis

X

-

-

-

Potencial para o surgimento na cidade, em particular na zona do Monte Verde

Pensões, residenciais e motéis

Baixa

Muito boa

Média

Oferta limitada e com pouca capacidade de modernização e inovação

Apartamentos turísticos

Média

Boa

Boa

Hostels, pousadas e albergues

X

-

-

-

Uma aposta fundamental para atrair novos turistas e backpackers.

Apartamentos e moradias (alojamento local)

Baixa

Razoável

Razoável

Oferta dispersa pelo concelho, mas mais concentrada na zona poente

Bead & Breaksfast (B&B)

X

-

-

-

Tipologia que permite a diferenciação da oferta e a atração de turistas jovens

Centros de estágio

X

-

-

-

Apenas justificável se houver uma aposta no turismo desportivo

Estâncias náuticas

X

-

-

-

Relevante para potenciar a náutica de recreio e competições náuticas

Turismo em espaço rural

Baixa

Muito boa

Boa

Tipologia fundamental para o concelho, que deve ser desenvolvida

Residências universitárias

X

-

-

-

Não existem polos universitários no concelho

Parques de campismo

Baixa

Muito boa

Muito boa

Potencial para mais unidades, em particular inseridas na natureza

Parques de caravanas

Média

Muito Boa

-

Primeiro parque integrado no novo estacionamento do Areal de St. Bárbara

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Principal oferta da Quinta de Santana

219


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Elementos Qualificadores da Oferta Restauração e similares

Existe

Facilidade Capacidade de Operacional Acesso

Capacidade Localização de carga

Qualidade de Atratividade serviço

Observações

Restaurantes

Média

Muito boa

Boa

Uma das melhores valências atuais do concelho, mas necessita de inovação

Cafés, bares e snack-bares

Elevada

Boa

Baixa

Proliferam vários estabelecimentos de baixa qualidade e indiferenciados

Estabelecimentos de fast food

Baixa

Boa

Razoável

Não existem marcas internacionais, de fácil identificação (ex.: Burger King)

Discotecas e clubes noturnos

X

-

-

-

Necessidade de oferta de qualidade e com capacidade de qualificar a oferta

Existe

Facilidade Capacidade de Operacional Acesso

Capacidade Localização de carga

Qualidade de Atratividade serviço

Observações

Comércio

Centros comerciais

X

-

-

-

Atividade comercial pouco diversificada

Lojas de conveniência

Elevada

Boa

Boa

Há uma tendência de redução destes estabelecimentos

Hiper, super e minimercados

Muito elevada

Boa

Muito boa

Oferta centralizada nos principais polos urbanos

Estabelecimentos de material desportivo diversificado

X

-

-

-

Essencial para o turismo de natureza, aventura e desportivo

Lojas de souvernirs

Baixa

Razoável

Boa

Há baixo aproveitamento de zonas turísticas de excelência

Mercados

Baixa

Muito boa

Baixa

Atividade bastante reduzida, mas com grande potencial

Farmácias e drogarias

Muito elevada

Muito boa

Muito boa

Oferta variada no concelho, mas com limitações na zona nascente

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

220


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Elementos Qualificadores da Oferta Animação

Existe

Facilidade Capacidade de Operacional Acesso

Regularidade Capacidade dade Operação carga

Atratividad Qualidade de serviço e

Observações

Empresas de animação turística

Baixa

Regular

Muito boa

Poucas empresas a sedeadas na Ribeira Grande

Guias turísticos

Média

Regular

Muito boa

Poucos guias qualificados e com bom conhecimento de todo o território

Operadores marítimo-turísticos

Baixa

Sazonal

Média

Poucos operadores e com a atividade pouco conhecida

Rotas, roteiros e circuitos estruturados

Boa

Regular

Média

Existem poucas rotas estruturadas e as que existem carecem de valorização

Organização de eventos

Boa

Regular

Boa

A organização de eventos pode ser um fator de diminuição da sazonalidade

Casinos e casas de jogo

X

-

-

-

Teatros

Média

Ocasional

Média

Necessidade de adequação da oferta e diversidade das peças de teatro

Cinemas

Baixa

Ocasional

Baixa

Oferta muito limitada

Espetáculos desportivos

Boa

Sazonal

Boa

Potencial para organização de mais espetáculos desportivos

Espetáculos de rua

X

-

-

-

Um importante elemento para animar locais públicos (ex.: Jardim do Paraíso)

Festivais de música

Boa

Ocasional

Boa

Festival do Monte Verde é a principal referência

Parques temáticos

X

-

-

-

-

Spas e centros de wellness

X

-

-

-

Perspetivam-se projetos para esta área nas Caldeiras

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

-

221


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Elementos Qualificadores da Oferta Instalações e equipamentos desportivos e de recreação

Existe

Facilidade Capacidade de Operacional Acesso

Capacidade Localização de carga

Qualidade de Atratividade serviço

Observações

Estádios

Baixa

Muito boa

Média

Campos de pequena dimensão, com vocação para a prática de futebol

Campos de golfe

Alta

Boa

Boa

Existe apenas um campo de Golfe, localizado na Batalha.

Piscinas

Média

Muito boa

Boa

Piscinas municipais e piscina aquecida nos Bombeiros

Ciclovias

Baixa

Razoável

Muito boa

Autódromos, kartódromos ou pistas de motocross

Baixa

Boa

Boa

Estruturas existentes podem ser mais aproveitadas para a animação turística

Pavilhões gimnodesportivos

Média

Boa

Boa

Alguns equipamentos de boa qualidade e outros de baixa qualidade

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Poucas ciclovias em todo o concelho

222


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Elementos Qualificadores da Oferta Dos elementos qualificadores da oferta analisados, três fazem parte da cadeia de valor principal do turismo. Neste sentido, torna-se importante perceber, de uma forma objetiva, como se posicionam essas três atividades em concreto face à média regional. Com esta informação torna-se percetível o esforço de estruturação e investimento que será necessário aplicar de modo a qualificar o destino “Ribeira Grande”. •Pouca capacidade de alojamento no concelho.

Avaliação global à qualidade da oferta

Baixo

Performance face à média

Muito fraco

Necessidades de investimento

Muito elevado

Avaliação global à qualidade da oferta

Elevado

Performance face à média

Bom

Necessidades de investimento

Médio

Avaliação global à qualidade da oferta

Baixo

Performance face à média

Muito fraco

Necessidades de investimento

Elevado

•Essencialmente Alojamento Local e Casas de Campo (Turismo Rural). Alojamento

•Apenas três unidades com capacidade superior a 20 camas (uma superior a 100). •Nenhum hotel 3 estrelas, hostel ou hotel de charme na cidade (e no concelho).

•Rabo de Peixe e Calhetas concentram a maior capacidade de alojamento. •Previsão de novas unidades (ex.: Eco-Beach Resort Santa Bárbara). •Vários restaurantes de boa qualidade. •Essencialmente vocacionada para a gastronomia tradicional. Restauração

•Baixa capacidade de inovação e diferenciação. •Matéria-prima de elevada qualidade (hortícolas, carne e peixe). •Um dos fatores mais fortes no concelho. •Apresenta necessidades na melhoria do serviço. •Muito poucas empresas e agentes ativos. •Atividades náuticas de recreio praticamente inexistentes.

Animação

•Baixa capacidade operacional de entretenimento noturno. •Atividades culturais são as mais ativas e dinâmicas, mas carecem de maior estruturação. •Muitos recursos e atrações turísticas. •Poucas atividades e eventos promotoras do ecoturismo

Plano Estratégico para o Turismo

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223


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Serviços e Equipamentos de Apoio

O concelho da Ribeira Grande possui várias entidades e unidades de apoio à

havendo necessidade de recorrer ao Hospital do Divino Espírito Santo, em

saúde e à segurança, que conferem as condições essenciais para atrair vários

Ponta Delgada que, apesar de tudo, não fica muito distante.

segmentos de mercado. Para além disso, existem outras unidades que permitem melhorar a experiência do turista no decorrer da estadia no concelho e possibilitam uma melhor preparação do destino.

A Escola Profissional é uma estrutura que poderá ter uma valia muito relevante na qualificação dos recursos humanos locais, mas que necessitará de adaptar a sua oferta formativa aos novos desafios do turismo. Existem,

Nas principais estruturas de saúde e segurança, os Bombeiros Voluntários do

também, vários equipamentos de apoio que carecem de uma maior atenção

concelho são reconhecidos pela sua capacidade de intervenção e valia

e preparação para a atividade turística, procurando promover o conforto e

técnica, conferindo uma importante estrutura de apoio, por exemplo, ao

comodidade dos visitantes. Não obstante, uma das melhores unidades de

turismo de natureza e aventura. Por outro lado, o Centro de Saúde da Ribeira

apoio é o Posto de Turismo da Ribeira Grande, referenciado de forma

Grande tem diminuído a sua capacidade operacional, reduzindo alguns

recorrente pelos turistas como uma entidade fundamental na recolha e

horários e a funcionalidade de vários serviços, incluindo o serviço de

interpretação de informação sobre a cidade, o concelho, as atividades e as

atendimento urgente. A capacidade de resposta é naturalmente afetada,

principais atrações a visitar.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

224


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Serviços e Equipamentos de Apoio Saúde e Segurança

Existe

Facilidade Capacidade de Operacional Acesso

Capacidade Localização de carga

Qualidade de Atratividade serviço

Observações

Unidade de Saúde (hospital, centro de saúde, etc.)

Baixa

Muito boa

Média

Centro de Saúde com horário reduzido e baixa capacidade de resposta

Polícia

Média

Boa

Elevada

Várias esquadras no concelho

Proteção Civil

Elevada

Muito Boa

Elevada

-

Bombeiros

Elevada

Muito boa

Elevada

Corpo de bombeiros de excelente qualidade e capacidade operacional

Existe

Facilidade de Quantidade Acesso

Capacidade Localização de carga

Qualidade de Atratividade serviço

Observações

Informação ao Visitante

Welcome Center/Posto de Turismo

Único

Boa

Muito boa

Posto de turismo com elevado nível de atendimento e informação

Sinalização turística

Baixa

Razoável

Baixa

Necessidade de sinalização em múltiplas línguas de atrações e roteiros turísticos

Informação estática em locais de interesse

Baixa

Razoável

Razoável

Centros interpretativos

Baixa

Boa

Boa

Brochuras informativas

Baixa

Baixa

Praticamente inexistentes, carecendo de investimento

Mapas turísticos

Baixa

Baixa

Necessidade de investimento na sua apresentação e modernização

Canais de informação web (site, perfis em redes sociais, etc.)

Elevada

Baixa

Informação dispersa e com lacunas, mas existe uma app para smartphone

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Poucos locais com informação estática Poucas unidades turística relevante

com

informação

225


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Serviços e Equipamentos de Apoio Outros Serviços e Equipamentos de Apoio

Existe

Facilidade Capacidade de Operacional Acesso

Capacidade Localização de carga

Qualidade de Atratividade serviço

Observações

Estação de correios

Baixa

Boa

Boa

-

Escolas especializadas

Elevada

Boa

Boa

Potencial para adaptar a atual oferta formativa aos desafios do turismo

Bancos e ATM

Elevada

Muito boa

Muito boa

Existem ATM em todas as freguesias do concelho

Cobertura de rede de telefones móveis

Elevada

Muito boa

Muito boa

Praticamente 100% do território com cobertura

Telefones públicos

Baixa

Baixa

Poucos telefones públicos disponíveis

Estacionamento para viaturas turísticas

Baixa

Razoável

Média

Pouca funcionalidade para aos circuitos turísticos na cidade

Oficinas mecânicas

Média

Boa

Boa

Dificuldade de resposta adequada a emergências em rent-a-car

Lavandarias

Baixa

Razoável

Baixa

Praticamente inexistentes

Casas de banho públicas

Baixa

Baixa

Poucas e pouco funcionais

Duches públicos

Média

Boa

Boa

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Presentes nas principais zonas balneares

226


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Estruturas de Apoio e de Complemento da Animação Centro de Saúde da Ribeira Grande

Clube Naval de Rabo de Peixe

Localização: Conceição

Localização: Rabo de Peixe

A.H. Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande

OASA – Observatório Astronómico de Santana

• •

• •

Localização: Conceição Possui instalações desportivas com piscina

Polícia de Segurança Pública • •

Associação Equestre Micaelense

Localização: vários locais Potencial de reconversão

• •

Localização: Conceição

A Ponte Norte – Cooperativa de Ensino e Desenvolvimento da Ribeira Grande •

Localização: Rabo de Peixe (Santana)

CPA – Centro de Promoção Ambiental

Posto de Turismo •

Localização: Rabo de Peixe Único centro de divulgação científica do concelho

Localização: Rabo de Peixe e Matriz

Localização: Matriz Integrado no Jardim do Paraíso

Azores Surf Center • •

Localização: Ribeira Seca Integrado nas estruturas do Areal de Santa Bárbara

Escola Profissional da Ribeira Grande

Clube Desportivo de Tiro de São Miguel

Localização: Rabo de Peixe e Matriz

Localização: Rabo de Peixe (Santana)

ATURG – Associação de Turismo da Ribeira Grande

Central de Táxis

Localização: Ribeira Grande

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: Matriz

227


4.4. Condições de Suporte à Atividade Turística Estruturas de Apoio e de Complemento da Animação Recinto da Associação Agrícola de São Miguel • •

Localização: Rabo de Peixe (Santana) Múltiplas valências

Mercado Municipal • •

Localização: várias

Associações Juvenis e Culturais

Localização: Matriz Património imóvel dos Açores

Jardim do Paraíso • •

Santas Casas

Localização: várias

Filarmónicas

Localização: Matriz Possui um pequeno anfiteatro

Localização: várias

Pavilhão Gimnodesportivo Municipal

Coros e Grupos Folclóricos

Localização: Conceição

Localização: várias

Pavilhão Gimnodesportivo da Escola Secundária

Centros Sociais e Paroquiais

Localização: Matriz

Localização: várias

Campos desportivos sintéticos

Casas do Povo

Localização: várias

Localização: várias

Centro Comunitário de Rabo de Peixe

Escoteiros

Localização: Rabo de Peixe

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Localização: várias

228


4.5. Visão e Objetivos Estratégicos O novo paradigma económico, o contexto dos Açores e a importância

4.5.

crescente do setor do turismo impulsionam atualmente o concelho da

Visão e Objetivos Estratégicos

Ribeira Grande para uma reestruturação da base económica. A aposta na atividade turística é um desígnio assumido pela Câmara Municipal para o desenvolvimento a médio prazo, proporcionando a requalificação do concelho e a valorização dos recursos endógenos. Assumindo este rumo de ação e compreendendo as perspetivas de futuro delineadas, estruturou-se uma visão para o desenvolvimento turístico do concelho, que assenta em quatro pilares essenciais e em princípios complementares de orientação. Para além de facultarem a perceção do rumo a seguir, estes elementos definem as características intrínsecas de toda a estratégia construída e facilitam a estruturação da proposta de valor para o

turismo do concelho. Em consequência, no sentido de superar os grandes desafios atuais que a Ribeira Grande enfrenta na procura do desenvolvimento turístico sustentado, definiram-se quatro objetivos estruturantes que balizam toda a ação. Estes objetivos estruturantes em conjugação com a proposta de valor

desenvolvida vão permitir a construção de um plano de ação concreto, com capacidade evolutiva e um horizonte temporal definido, promovendo o aproveitamento de várias oportunidades no âmbito do período de programação comunitária restante 2014-2020. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

229


4.5. Visão e Objetivos Estratégicos O constructo da visão estratégica para o desenvolvimento turístico do concelho da Ribeira Grande assentou em quatro pilares fundamentais – potencial turístico, visão política, tendências do mercado e capacidade instalada – que perspetivam um desenvolvimento integrado com base na valorização dos recursos endógenos existentes.

Potencial Turístico

Visão Política

Tendências do Mercado

Capacidade Instalada

Visão Estratégica para o Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande

Estimular o desenvolvimento do turismo como atividade fundamental na dinâmica socioeconómica da Ribeira Grande, através uma oferta diferenciada suportada pela inovação e recursos endógenos do concelho.

 Desenvolvimento do turismo

Valorizar, de forma efetiva, o potencial existente com perspetiva de futuro…

 Atividade fundamental na dinâmica socioeconómica da Ribeira Grande

… assumindo os desígnios atuais de reajustar a base económica do concelho…

 Oferta diferenciada

… através da conceção de uma oferta que potencie a diferenciação do destino…

 Inovação e recursos endógenos do concelho

… e da capitalização da riqueza natural e dos recursos endógenos disponíveis.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

230


4.5. Visão e Objetivos Estratégicos A essência desta visão associa-se, assim, à promoção do desenvolvimento

1. Desenvolvimento Local

local e à criação de um ambiente propenso ao investimento e à iniciativa

Com o aumento do investimento, criação de valor económico e de postos de

privada. Deste modo, elevam-se as expetativas de fortalecer a economia do

trabalho, com impacto multiplicativo por toda a economia do concelho.

concelho, de criar novos postos de trabalho e de favorecer o surgimento de bens e serviços que não seriam possíveis (ou viáveis) apenas com a exploração do mercado local. Por outro lado, o turismo é assumido como uma alavanca para o progresso sociocultural, na medida em que a sua capitalização deverá promover a educação, a formação e a qualificação da

2. Sustentabilidade Com a promoção do ambiente, conservação da natureza, proteção das comunidades e da cultural local e com a capacidade de autossustentar ciclos de criação de valor.

população. Note-se que a atividade turística é extremamente exigente ao

3. Transversalidade

nível da qualificação dos recursos humanos, mas também favorece uma

Promovendo uma interação permanente em toda a cadeia de valor entre a

oportunidade única para o intercâmbio cultural e social, contribuindo para o

atividade turística e outras atividades económicas tradicionais, como a pesca,

enriquecimento das comunidades.

a agricultura e a indústria, aumentando o impacto do efeito multiplicador.

Na mesma medida, a sustentabilidade da atividade turística proporcionará a

4. Competitividade

oportunidade para reinvestir na valorização interna do concelho, que incluirá

Elevando a qualidade e a diferenciação da oferta turística e a qualificação do

a reabilitação do edificado, a conservação das atrações e de outras

destino, assegurando maior atratividade e capacidade de competir com

infraestruturas culturais. Deste modo, é possível recuperar e revitalizar áreas

outros mercados.

e locais degradados e motivar permanentemente a população, aumentando a sua autoestima e a valorização do destino.

Considerando a visão definida e os princípios de futuro, perante a situação

atual, o concelho da Ribeira Grande apresenta quatro grandes desafios –

Neste contexto, assumem-se quatro princípios fundamentais que se

preparação do destino, desenvolvimento do destino, qualificação do

projetam para o futuro do turismo no concelho e que definem os grandes

destino e promoção do destino – que servem de molde à definição dos

desafios atuais e futuros da Ribeira Grande:

objetivos estratégicos de todo plano:

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

231


4.5. Visão e Objetivos Estratégicos • OE1. Qualificar e melhorar a preparação da população e das empresas do concelho para a atividade turística

• OE3. Desenvolver as condições estruturais para melhorar a experiência e a vivência do turista

A Ribeira Grande possui baixos níveis que qualificação da população e de

As tendências atuais do setor do turismo demonstram inequivocamente a

terceirização da economia. Para o desenvolvimento da atividade turística é

importância da experiência e das vivências, com grande valorização das emoções,

fundamental alterar esse paradigma e estimular e adquirir novas competências

dos sentimentos únicos e da personalização dos serviços. A qualificação da oferta

técnicas, para além de uma adaptação da mentalidade e da postura cívica da

de animação é um fator determinante para atingir esse objetivo e oferecer ao

população. É essencial generalizar a perceção da importância do turismo para a

turista motivações e argumentos que influenciem decisivamente o seu processo

economia local e para o bem-estar de toda a comunidade, favorecendo uma

de decisão. Este contexto, para além de funcionar como um fator de atratividade,

adaptação estrutural do comportamento perante o visitante, com maior

permite desenvolver o grau de fidelização do visitante, levando-o à repetição do

profissionalismo e hospitalidade, valorização da imagem do concelho e proteção

destino, bem como à recomendação (word of mouth) junto dos círculos de

do ambiente, das tradições e das atrações locais.

relações próximas ou canais mais abrangentes (blogs, redes sociais, etc.)

• OE2. Aumentar o número de visitantes (first time e repetentes), o seu tempo de permanência e o valor criado na economia local

• OE4. Aumentar a notoriedade e atratividade do concelho dentro do destino “Açores”

Devido à falta de estruturação da oferta de animação e a uma reduzida oferta de

A Ribeira Grande assume neste momento um processo de desenvolvimento da

alojamento, a Ribeira Grande tem dificuldade em atrair turistas e fixá-los por

sua imagem enquanto destino turístico, procurando posicionar-se na mente dos

períodos longos. Na realidade, a baixa estadia média é um problema comum a

potenciais consumidores. Não obstante, é fundamental capitalizar a sua

toda a Região, mas que se torna particularmente evidente neste concelho pela

integração no destino “Açores”, tirando proveito e sinergias dos esforços de

falta de oferta de alojamento (em termos quantitativos e qualitativos). Para além

promoção turística desenvolvidos pela Região, que já começa a ter um

disso, é necessário que o aumento da estadia média corresponda a um

reconhecimento internacional, em particular no Turismo de Natureza. Sendo

incremento na criação de valor para economia local, ou seja, que represente um

capaz de potenciar esta condição, a Ribeira Grande deverá promover um

aumento do gasto médio por turista nos vários serviços ao seu dispor, incluindo

posicionamento assertivo, que favoreça a sua diferenciação e valorize os seus

na restauração, comércio, transportes e atividades turísticas e culturais.

principais pontos fortes.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

232


4.5. Visão e Objetivos Estratégicos Desenvolvimento Local

Transversalidade

que os norteiam permite projetar todo o desenvolvimento estratégico tendo

Visão Sustentabilidade

A definição dos objetivos estratégicos a alcançar e dos princípios essenciais

Competitividade

em vista uma aplicação consequente para a superação dos grandes desafios a enfrentar. Deste modo, considerando os fundamentos do planeamento estratégico de destinos turísticos e partindo de uma base que assenta nas

Objetivos Estratégicos

potencialidades, debilidades, oportunidades e ameaças do concelho da Ribeira Grande, foi possível privilegiar uma metodologia que focaliza esforços na construção e sustentação de uma proposta de valor para o destino, que

Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

desemboca na conceção de um plano de ação capaz de materializar os Recursos e Atrações Turísticas

Condições de Suporte

Posicionamento e Proposta de Valor

desígnios estratégicos agora delineados. Assim, a construção do plano de desenvolvimento turístico do concelho fica completa, cumprindo o ciclo de diagnóstico, planeamento estratégico e conceção operacional.

Porém, para haver consequência são necessários veículos de implementação. Marketing Territorial

O contexto atual da Ribeira Grande apresenta várias entidades que se integram diretamente e indiretamente no setor do turismo e que, de uma forma organizada e coordenada, poderão configurar uma importante força

Plano de Ação

motriz para o desenvolvimento do setor. Assim, a devida estruturação de uma iniciativa conjunta, que envolva o setor público e o setor privado e que estimule o surgimento de mais intervenientes, poderá originar um cluster ou um grupo de atuação em torno da atividade turística, que potencie a prossecução da estratégia definida e da implementação do plano de ação.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

233


4.5. Visão e Objetivos Estratégicos a qualificação ou a modernização de um agregado de empresas com uma implantação espacial de expressão regional ou local, que fomentem, de

forma estruturada, a emergência de economias de aglomeração através, nomeadamente, da cooperação e do funcionamento em rede, entre empresas e entre estas e outros atores relevantes para o desenvolvimento dos setores a que pertencem e dos territórios em que se localizam. Os Clusters representam iniciativas que visam dinamizar e potenciar projetos coletivos, comuns e em cooperação, entre empresas e com as entidades de suportes, tais como entidades do Sistema Científico e Tecnológico dos Açores (SCTA), universidades, serviços de administração regional e local, entidades de desenvolvimento regional e associações de desenvolvimento local, Neste contexto, não será de negligenciar as oportunidades concedidas pelo Sistema de Incentivos para a Competitividade Empresarial – COMPETIR+, enquadrado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 12/2014/A, em particular o

catalisando uma nova abordagem de criatividade e inovação centrada na

partilha e na multiplicação dos efeitos gerados pela confluência das várias competências.

Subsistema de Apoio à Eficiência Empresarial, definido pelo Decreto

Este sistema de incentivos está integrado no período de programação dos

Regulamentar Regional n.º 17/2014/A, que prevê “Ações coletivas de

fundos comunitários 2014-2020, favorecendo um horizonte temporal que se

eficiência empresarial” e a “Constituição de Clusters”.

coaduna com as perspetivas de implementação e de desenvolvimento

De referir que as “Ações Coletivas de Eficiência Empresarial” se referem ao conjunto coerente e estrategicamente justificado de iniciativas integradas num plano de ação, suportado numa visão estratégica, que visem a inovação, Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

turístico de médio prazo da Câmara Municipal da Ribeira Grande. Será, assim, necessário mobilizar diversos agentes, incluindo a ATURG e a AEDRG, assumindo a Câmara Municipal um papel de liderança, de modo a impulsionar uma iniciativa coerente e consequente. 234


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor A grande diversidade e qualidade de recursos e atrações turísticas no

4.6.

concelho da Ribeira Grande possibilita e até facilita a estruturação de várias

Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

soluções de diferenciação do destino. Não obstante, existem claramente produtos turísticos mais desenvolvidos ou com maior potencial de desenvolvimento que outros, pelo que, de acordo com a análise e diagnóstico, se decidiu identificar e distinguir duas dimensões essenciais: produtos estratégicos e produtos complementares. A classificação dos vários produtos identificados em cada uma destas dimensões resulta do seu estado de maturidade, potencial de atração, poder de diferenciação do destino, capacidade competitiva e capacidade de criação de valor para a economia local. Assim, para os produtos estratégicos desenvolveu-se um análise profunda, mas objetiva, abordando elementos,

incluindo a definição do produto, perfil do consumidor, requisitos de desenvolvimento, enquadramento estratégico, perspetivas de evolução no concelho e, por fim, integrou-se um caso de estudo para cada produto, de modo a facilitar a perceção e compreensão do enquadramento do mesmo. Em termos estratégicos foram identificados quatro produtos: turismo de

natureza, touring cultural, turismo náutico e turismo de saúde e bem-estar. Os produtos complementares são cinco, que incluem o turismo industrial, sol & mar (praia), turismo gastronómico, turismo desportivo e turismo sénior. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

235


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor TURISMO DE NATUREZA

Dados do Mercado

Agentes do setor do turismo

Turistas (procura)

•Produto com melhor pontuação média e mais

•Natureza como principal fator da viagem para os Açores.

•Diversidade de recursos

referências, considerado o mais importante para o

•Paisagem indicada como o principal fator diferenciador

•Excelentes condições

concelho.

da Ribeira Grande.

•Diferenciadores

•Aventura é um dos produtos com grande potencial a

•Programas de aventura e mais trilhos são os maiores

•Imenso potencial na Serra de

desenvolver

desejos dos turistas.

Água de Pau e Zona Nascente

Avaliação Global

Recursos

Grau de Importância

Grau de Satisfação

Qualidade dos Recursos

Muito Importante

Muito Elevado

Muito Bom

Grau de Maturidade Local

Potencial de Crescimento

Potencial Competitivo Interno

Fatores Críticos de Decisão •Abundância de atrações naturais e cursos de água •Muitos recursos ainda por explorar devidamente •Grande capacidade de transversalidade

Análise Crítica

Crescimento

Muito Elevado

***

•Dimensão dos espaços naturais no concelho •Potencial endógeno para assumir uma posição de liderança como destino de aventura e atividades radicais. •Tendência de crescimento internacional do setor

Produto Estratégico Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

236


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor TOURING CULTURAL

Dados do Mercado

Agentes do setor do turismo

Turistas (procura)

•Indicado como o segundo produto mais importante

•Atividades realizadas pelos turistas são as visitas a

•Diversidade de recursos

para o concelho.

museus e a espaços culturais.

•Boas condições

•Reconhecimento da capacidade instalada.

•Indicação da necessidade de haver mais atividades

•Alguns são diferenciadores

•Reconhecimento da importância deste produto no

culturais

•Necessidade implementar uma

contexto atual do concelho.

•Valorização dos eventos, festividades e feiras existentes.

avaliação à massa crítica

Avaliação Global

Recursos

Grau de Importância

Grau de Satisfação

Qualidade dos Recursos

Muito Importante

Moderada

Muito Bom

Grau de Maturidade Local

Potencial de Crescimento

Potencial Competitivo Interno

Fatores Críticos de Decisão •Tradições, costumes e festividades peculiares •Forte implantação da Igreja Católica

Análise Crítica

Maturidade

Moderado

***

•Património imóvel de referência •Núcleo museológico estruturado •Facilidade de estruturação de rotas •Atualmente é o principal mercado turístico do concelho

Produto Estratégico Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

237


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR Agentes do setor do turismo

Recursos

Turistas (procura)

•Reconhecimento do potencial não valorizado do

Dados do Mercado

•Excelentes condições

concelho.

•Caldeira Velha e Caldeiras da Ribeira Grande são dos

•Diferenciadores

•Indicação da possibilidade de aproveitamento da

locais mais visitados pelos turistas.

•Eixo termal único na zona da

exploração geotérmica para qualificação da oferta.

•Desejo de atividades de termalismo e Spa no concelho.

Lagoa do Fogo, Pico Vermelho,

•Referência às Caldeiras da Ribeira Grande.

Caldeiras e Caldeira Velha

Grau de Importância

Grau de Satisfação

Qualidade dos Recursos

Elevado

Elevado

Muito Bom

Avaliação Global Grau de Maturidade Local

Potencial de Crescimento

Potencial Competitivo Interno

Fatores Críticos de Decisão •Recursos termais e possibilidade de diferenciação nos Açores. •Facilidade no bundling e cross-selling de produtos: sinergias com a

Análise Crítica

Introdução

Muito Elevado

***

exploração geotérmica, num triângulo composto pela Caldeira Velha, Central Geotérmica do Pico Vermelho e Caldeiras da Ribeira Grande. •Grande crescimento do mercado internacional •Potencial de propagação do efeito multiplicador do setor.

Produto Estratégico Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

238


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor TURISMO NÁUTICO Agentes do setor do turismo •Várias referências ao potencial “escondido” do concelho para a náutica de recreio.

Dados do Mercado

Recursos

Turistas (procura)

•Alusões à tradição de relacionamento com o mar e às perspetivas de aliar o turismo à pesca.

•Intenção de participar em atividades e whale watching e pesca desportiva. •Indicações para a necessidade de melhoria da oferta de atividades náuticas.

•Valorização das atividades ligadas ao surf.

•Boas unidades de apoio •Diferenciadores (ex.: ondas)

•Escassa concorrência na área •Excelentes condições para a náutica desportiva

Grau de Importância

Grau de Satisfação

Qualidade dos Recursos

Elevado

Moderado

Muito Bom

Avaliação Global Grau de Maturidade Local

Potencial de Crescimento

Potencial Competitivo Interno

Fatores Críticos de Decisão •Vários portos ao longo da costa. •Ampliação/Melhoramento do Porto de Rabo de Peixe.

Análise Crítica

Crescimento

Muito Elevado

***

•Praias de excelência para o desporto náutico. •Acolhimento de competições internacionais. •Já existe o reconhecimento da qualidade do destino na náutica desportiva, dos seus recursos e da “identidade surfista” do concelho.

Produto Estratégico Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

239


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor TURISMO GASTRONÓMICO

Dados do Mercado

Agentes do setor do turismo

Turistas (procura)

•Identificado como um dos produtos com maior valor

•Identificado como o terceiro fator mais diferenciador da

atualmente no concelho.

Ribeira Grande.

•Referências à

qualidade e

tradição

dos vários

restaurantes do concelho.

Recursos

•Referência à necessidade de melhorar a qualidade nos restaurantes.

•Diferenciadores •Foco na cozinha tradicional

•Restaurantes com tradição e reconhecimento •Baixa diversidade e inovação.

Grau de Importância

Grau de Satisfação

Qualidade dos Recursos

Elevado

Elevado

Bom

Avaliação Global Grau de Maturidade Local

Potencial de Crescimento

Potencial Competitivo Interno

Fatores Críticos de Decisão

•Restauração reconhecida, com distinções nacionais e regionais •Festival gastronómico e concursos gastronómicos

Análise Crítica

Maturidade

Moderado

***

•Foco na cozinha tradicional •Pouca diversidade na oferta, com dificuldade de modernização •Heterogeneidade nos padrões de qualidade

Produto Complementar Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

240


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor SOL & MAR (PRAIA) Agentes do setor do turismo

•Várias referências à boa qualidade das praias do

Dados do Mercado

Recursos

Turistas (procura)

concelho, em particular Areal de Santa Bárbara e Praia dos Moinhos.

•Uma das atividades mais realizadas é ida à praia, em particular ao Areal de Santa Bárbara. •Praias estão entre os cinco fatores mais diferenciadores do concelho.

•Excelentes condições •Boas condições de apoio

•Recursos diferenciados (Santa Bárbara vs. Moinhos) •Exposição à sazonalidade

Grau de Importância

Grau de Satisfação

Qualidade dos Recursos

Moderado

Elevado

Muito Bom

Avaliação Global Grau de Maturidade Local

Potencial de Crescimento

Potencial Competitivo Interno

Fatores Críticos de Decisão

•Praias com excelente qualidade e distinções •Boas infraestruturas em várias zonas balneares

Análise Crítica

Maturidade

Reduzido

**

•Limitado número de praias de média a grande dimensão •Agressividade e inconstância das condições do mar •Sazonalidade pronunciada e dependência das condições do clima

Produto Complementar Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

241


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor TURISMO INDUSTRIAL Agentes do setor do turismo

Dados do Mercado

Recursos

Turistas (procura) •Uma das principais atrações visitadas é a Fábrica de Chá

•Diversidade de recursos

•Conceção do turismo industrial como um bom produto

da Gorreana, para além da Fábrica de Chá do Porto

•Boas condições

complementar.

Formoso e da Fábrica de Licores Ferreira.

•Diferenciadores (ex.: chá)

•Identificação de fatores diferenciadores, como o chá.

•O chá é referenciado como um dos fatores mais

•Potenciação do cross-selling e

atrativos da Ribeira Grande.

da promoção de produtos locais

Grau de Importância

Grau de Satisfação

Qualidade dos Recursos

Elevado

Elevado

Muito bom

Avaliação Global Grau de Maturidade Local

Potencial de Crescimento

Potencial Competitivo Interno

Fatores Críticos de Decisão •Diversidade de unidades industriais •Transversalidade com outras áreas de atividade tradicionais •Valorização do saber-fazer local

Análise Crítica

Crescimento

Moderado

***

•Produto que contraria a sazonalidade •Potencial integração no Touring Cultural •Nicho de mercado com limitada capacidade de crescimento •Falta de preparação dos agentes locais

Produto Complementar Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

242


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor TURISMO DESPORTIVO Agentes do setor do turismo

•Identificação do potencial do concelho para o turismo

Dados do Mercado

desportivo, com particular destaque para o surf. •Referência

aos

vários

equipamentos

Recursos

Turistas (procura)

desportivos

disponíveis em todo o concelho.

•O estudo realizado indicou que, na generalidade, os

•Diversidade de recursos

turistas não vêm aos Açores para praticar desportos.

•Bons equipamentos de apoio

•No entanto, com os dados disponíveis, verifica-se que

•Boas condições

quando existem competições desportivas, o aumento do

•Facilidade de transversalidade

turismo desportivo é uma realidade e é significativo.

com natureza, praia e mar.

Grau de Importância

Grau de Satisfação

Qualidade dos Recursos

Moderado

Moderado

Bom

Avaliação Global Grau de Maturidade Local

Potencial de Crescimento

Potencial Competitivo Interno

Fatores Críticos de Decisão

•Tradição desportiva do concelho •Diversidade de infraestruturas

Análise Crítica

Introdução

Reduzido

**

•Associação a grande eventos desportivos (ex.: surf) •Ausência de centros de estágio e unidades de alojamento •Nicho de mercado muito especializado, mas com projeção

Produto Complementar Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

243


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor TURISMO SÉNIOR

Dados do Mercado

Agentes do setor do turismo

Turistas (procura)

Recursos

•Referências às oportunidades existentes e às tendências

•Procura de várias atividades que se enquadram no perfil

•Várias atividades adequadas

associadas a este produto turístico.

do turismo sénior (ex.: visitas a museus).

•Boas condições de apoio

•Reconhecimento da dificuldade e das exigências que

•Desejo/necessidade de atividades de bem-estar, que se

•Falta de informação

decorrem do público-alvo.

enquadram no potencial existente no concelho.

•Alojamento sem as soluções

•Identificação de várias lacunas a superar.

•Identificação da tranquilidade como fator diferenciador.

necessárias

Grau de Importância

Grau de Satisfação

Qualidade dos Recursos

Elevado

Elevado

Moderado

Avaliação Global Grau de Maturidade Local

Potencial de Crescimento

Potencial Competitivo Interno

Fatores Críticos de Decisão

•Grande potencial de crescimento do mercado internacional •Elevado poder de compra e consumo

Análise Crítica

Introdução

Muito Elevado

**

•Transversalidade e capacidade de diminuição da sazonalidade •Segmentação diferenciada dos restantes produtos turísticos •Exigências muito elevadas, com necessidade de alta qualidade nos serviços, produtos e funcionamento de estruturas de apoio

Produto Complementar Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

244


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Matriz de influência dos Produtos Turísticos Estratégicos na Ribeira Grande Turismo de Natureza

Touring Cultural

Turismo de Saúde e Bem-Estar

Turismo Náutico

•Natureza soft •Natureza hard

•Tour paisagístico •Ruralidade

•Enquadramento paisagístico •Tranquilidade •Passeios de relaxamento

•Whale Watching •Canyoning com saída pelo mar •Mergulho

•Tour paisagístico •Ruralidade

•Touring genérico •Touring temático

•Geotermia •Pontos de interesse turístico •Passeios de relaxamento

•Comunidade piscatória

•Enquadramento paisagístico •Tranquilidade •Passeios

•Geotermia •Pontos de interesse turístico •Passeios de relaxamento

•Turismo de saúde •Bem-estar geral •Bem-estar específico

•Whale Watching •Passeios de barco de relaxamento

•Whale Watching •Canyoning e rappel com saída pelo mar

•Comunidade piscatória

•Whale Watching •Passeios de barco de relaxamento

•Náutica de recreio •Náutica desportiva

Turismo Gastronómico

•Essencialmente complementar

•Tradições •Festividades •Roteiros

•Regimes dietéticos •Qualidade da produção local •Fornecimento de produtos especiais

•Essencialmente complementar

Sol & Mar

•Essencialmente complementar

•Essencialmente complementar

•Relaxamento •Bem-estar •Talassoterapia

•Pontos de interesse turístico •Sinergias em infraestruturas

Turismo Industrial

•Essencialmente complementar

•Evolução económica •Roteiros

•Geotermia

•Essencialmente complementar

•Desportos radicais (ex.: BTT) •Cicloturismo •Trail Run

•Essencialmente complementar

•Fitness •Treino desportivo

•Surf, bodyboard, kytesurf, windsurf •Vela •Big Game Fishing

•Atividades soft •Tour paisagístico

•Pacotes turísticos •Nível cultural elevado •Capacidade de consumo

•Tratamentos especializados •Programas especiais •Relaxamento e bem-estar

•Passeios de barco

Turismo de Natureza

Touring Cultural

Turismo de Saúde e Bem-Estar

Turismo Náutico

Turismo Desportivo

Turismo Sénior

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

245


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TURISMO DE NATUREZA • Definição • Perfil do Consumidor • Requisitos • Enquadramento Estratégico • Targeting • Perspetivas • Case Studie – Floresta Nublada de Monte Verde (Costa Rica)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

246


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Natureza | Definição Motivação Principal

Produto Estratégico Mercados

Potencial

Natureza soft

Viver experiências de grande valor

As experiências baseiam-se na prática de atividades ao ar livre de baixa

80% do total de

intensidade (passeios, excursões, percursos pedestres, observação da fauna,

viagens de natureza.

etc.).

simbólico, interagir e usufruir da Natureza hard

Natureza

As experiências relacionam-se com a prática de desportos da Natureza

20% do total de

(rafting, kayaking, hiking, climbing, etc.) e/ou de atividades que requerem um

viagens de natureza.

elevado grau de concentração ou de conhecimento (birdwatching, etc.).

Atividades

Modalidades com Potencial na Ribeira Grande

• Atividades desportivas • Contemplação da Natureza • Atividades de interesse especial

Plano Estratégico para o Turismo

• Tour paisagístico

• Escalada

• Birdwatching

• Pacotes aventura

• Hiking

• Rappel

• Passeios a cavalo

• Passeios temáticos

• Trekking

• Tirolesa

• Cicloturismo

• Jogos na natureza

• Orientação

• Slide

• Mountain bike/BTT

• Caça

• Geocaching

• Arborismo

• Moto 4/4x4

• Pesca

• Campismo

• Canyoning

• Balonismo

• Agroturismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

247


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Natureza | Perfil do Consumidor Âmbito

Consumidores de Natureza Soft

Quem são?

• • •

Famílias com filhos Casais Reformados

Através de que meio se informam?

• •

Onde compram?

Que tipo de alojamento compram?

Produto Estratégico Consumidores de Natureza Hard • • •

Jovens entre 20 e 35 anos Estudantes e profissionais liberais Praticantes/aficionados de desportos ou atividades de interesse especial

Informação interpessoal Brochuras

• • •

Revistas especializadas Clubes/associações Internet

• •

Agências de viagens Call centers

• •

Internet Associações especializadas

• •

Pequenos hotéis 3-4 estrelas Casas rurais

• •

Bed & Breakfast Alojamentos integrados na Natureza (casas de campo, campismo, …) Refúgios de montanha

• •

Primavera e Verão, dependendo do tipo de atividade ou desporto

Famílias Casais Grupo de amigos

• •

Individual Grupo de amigos

1 - 2 vezes por ano

Frequentemente (até 5 vezes)

• • • •

Descansar e desligar no meio natural Caminhar e descobrir novas paisagens Visitar atrativos interessantes Fotografia

• • •

Praticar desportos ou atividades e interesse especial Aprofundar o conhecimento da Natureza Educação ambiental

Em que período do ano compram?

Maioritariamente no Verão (época de férias)

Quem compra?

• • •

Quantas vezes ao ano compram?

Que atividades realizam?

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: THR (2006)

248


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Natureza | Requisitos

Produto Estratégico

Fatores-chave para o desenvolvimento do Turismo de Natureza •

Paisagens naturais únicas e com forte atratividade

Flora e fauna abundante e diversa

Adequadas infraestruturas de acolhimento, sinalização e equipamentos básicos (áreas de descanso, centros de acolhimento e informação, etc.)

Ampla e variada oferta de rotas e itinerários (extensão, dificuldade, etc.) adaptada a diversas tipologias de turistas/visitantes

Boa relação qualidade/preço

Bom grau de tecnologia, know-how e experiência na gestão de atividades especializadas

Bom funcionamento de prestadores de serviços de apoio: aluguer de equipamentos e materiais, transporte, etc.

Eficaz cobertura de seguros

Eficaz funcionamento dos serviços de resgate e dos serviços médicos de urgência

Excelentes guias e monitores, com domínio de idiomas

Alojamento integrado na envolvente natural

Sistema de certificação de espaços naturais

Sistema de certificação das empresas Fator-chave, imprescindível

Cumpre na totalidade

Fator-importante, mas não imprescindível

Cumpre moderadamente

Natureza Soft

Natureza Hard

Ribeira Grande

Não cumpre

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

249


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Natureza | Enquadramento Estratégico

Produto Estratégico

Na primeira estruturação do PENT em 2006, o Turismo de Natureza era o único produto turístico de 1.º nível regional, sendo os Açores a região onde o Turismo de Natureza era o produto turístico mais importante. Nesse mesmo documento, identificava-se a Alemanha como o principal mercado que procura este tipo de produto. Em revisão posterior, apontou-se a necessidade de estruturar melhor a oferta e aumentar as experiências no meio rural. O POTRAA (2008) definia o vulcanismo e a paisagem diversificada como os principais elementos estratégicos para o turismo em São Miguel, notoriamente fatores de importância fundamental no Turismo de Natureza. Adicionalmente, previa o apoio à qualificação, infraestruturação e valorização de espaços vocacionados para as práticas de turismo desportivo de feição radical e turismo ativo, garantindo a salvaguarda dos valores naturais das áreas em questão. Mais recentemente, com a nova perspetiva 2020, a RIS3 para os Açores (2013), que define o Turismo como uma área estratégica de especialização inteligente, aponta a importância do Turismo de Natureza nos Açores e a transversalidade do produto com outros setores de atividade, devendo-se valorizar elementos como ao recursos naturais e a biodiversidade. O Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal (Turismo 2020) é mais genérico, mas, tal como a RIS3, foca a ótica de desenvolvimento de um turismo sustentável. Está a ser estruturado um Plano Estratégico para o Turismo dos Açores, que aponta, sobretudo, o Turismo de Natureza como o produto turístico de eleição para a Região.

Mais-valias

Principais Desafios

• Potenciação da proteção do ambiente e da natureza.

• Gestão adequada da capacidade de carga dos espaços naturais.

• Valorização da Reserva Natural da Lagoa do Fogo.

• Desenvolvimento da oferta de alojamento inserida na natureza.

• Potenciação de todo o concelho como um “espaço de aventura”.

• Formação e qualificação dos profissionais do Turismo de Natureza.

• Aproveitamento de recursos naturais únicos.

• Desenvolvimento da iniciativa privada especializada.

• Transversalidade com o turismo náutico e de bem-estar.

• Desenvolvimento da identidade “aventura na natureza”.

• Estímulo ao turismo interno e aos backpackers estrangeiros.

• Correta estruturação e bundling de produtos.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

250


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Natureza | Targeting

Produto Estratégico

Turismo Ativo

Target Atual

• Natureza Soft

• A oferta disponível e a animação enquadram-se nas atividades de Turismo de Natureza

baixa intensidade, com excelentes sinergias com o bem-estar e touring cultural, focando-se essencialmente em trilhos de moderada Cidade

a baixa dificuldade e excursões (sightseeing).

Natureza

Evolução do Target

• • • •

Natureza Soft Natureza Hard Ecoturismo Aventura

• Dado os recursos existentes, o potencial reconhecido e os desejos identificados do lado da procura, o turismo de natureza da Ribeira Turismo Sedentário Potencial de crescimento muito elevado

Grande tem todas as condições para evoluir para o segmento hard,

em particular nos produtos de aventura, e para o ecoturismo, onde se identifica elevado potencial de crescimento. • Saúde e bem-estar (soft)

Potencial de crescimento elevado Potencial de crescimento moderado

Sinergias

• Excursões (soft) • Desporto (surf e trail run) (hard)

Potencial de crescimento reduzido Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

251


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Natureza | Perspetivas

Produto Estratégico

• O Turismo de Natureza é, efetivamente, o produto turístico que mais rapidamente é capaz de criar valor no concelho da Ribeira Grande. Existem vários recursos naturais, com qualidade e singularidade, capazes de favorecer a diferenciação e a qualificação da oferta turística, para além de valorizarem várias zonas do concelho como a Serra de Água do Pau ou a zona Poente. • Dentro do mercado do Turismo de Natureza, o Ecoturismo (que se enquadra no segmento hard ou soft) e o Turismo de Aventura (por inerência situado no segmento hard), são duas componentes com grande potencial no concelho. A morfologia do terreno, as manifestações vulcânicas e as características naturais presentes permitem a criação de vários produtos relacionados com a aventura, algo que corresponde ao espírito jovem e irreverente do concelho. Por outro lado, a existência de zonas protegidas, reservas naturais e monumentos naturais, para além da preocupação com a sustentabilidade ambiental, conferem oportunidades únicas para o desenvolvimento do ecoturismo e da valorização de atividades como

o birdwatching, o geoturismo ou os estudos científicos. • Existem grandes desafios a superar para melhorar e valorizar o Turismo de Natureza na Ribeira Grande, onde se inclui a formação e qualificação dos agentes turísticos, a oferta de alojamento integrado na natureza, definição de grandes rotas/trilhos e gestão da capacidade de carga nas várias atrações naturais. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

252


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Natureza | Case Studie Floresta Nublada de Monteverde A Floresta Nublada (cloud forest) de Monteverde é uma reserva biológica privada na Costa Rica. Este país é uma das maiores referências internacionais do ecoturismo, tendo sido mesmo pioneiro na exploração do conceito

através do aproveitamento dos seus recursos naturais singulares. Na Floresta Nublada de Monteverde foram desenvolvidas soluções de ecoturismo, que incluem a investigação científica, a educação ambiental, formação especializada, trilhos pedestres mapeados (com e sem guia), alojamento, restaurante, gift shop e centros de acolhimento e estudo de várias espécies animais. É um dos mais importantes produtos do turismo costarriquenho, reconhecido pela biodiversidade existente, mas também pela qualidade da conservação ambiental e da investigação científica desenvolvida.

Factos

Principais benefícios

• Área de cerca de 5.000 hectares.

• Preservação de grandes espaços naturais no país.

• Rede de 13 km de trilhos.

• O ecoturismo surgiu como alternativa a indústrias

• Cerca de 70.000 visitantes por ano. • Alojamento limitado e adequado capacidade de

• Elevado efeito multiplicador em toda a economia da cidade de Monteverde.

carga do ecossistema. • Todas as receitas revertem para programas educativos, de preservação e de investigação. • Manutenção diária de trilhos e infraestruturas. Plano Estratégico para o Turismo

prejudiciais ao ambiente.

• Um dos principais destinos turísticos associados à investigação científica. • Receitas adicionais com merchandising.

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.reservamonteverde.com

253


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Natureza | Case Studie Floresta Nublada de Monteverde Entradas na Reserva Estrangeiros

$ 18,00

Estudantes Estrangeiros (das 07h00 às 13h00)

$ 9,00

Estudantes Estrangeiros (das 13h00 às 16h00)

$ 7,00

Crianças Estrangeiras dos 6 aos 12 anos

$ 9,00

Costarriquenhos e residentes

$ 6,00

Estudantes Costarriquenhos

$ 4,00

Criança Costarriquenha dos 6 aos 12 anos

$ 3,00

Entradas no Refúgio de Aves de Los Cusingos Agências de viagens e estrangeiros

$ 13,00

Existe um grande compromisso com a sustentabilidade e preservação

Estudantes e crianças estrangeiras (maiores de 6 anos)

$ 6,00

ambiental. Por exemplo, a única unidade de alojamento integrada na reserva,

Nacionais (Costa Rica)

$ 3,00

“La Casona”, possuiu um traço rústico, em harmonia com a natureza, e todo a

Estudantes e crianças nacionais (maiores de 6 anos)

$ 2,00

seu modelo operacional foi otimizado para minimizar o impacto no ambiente.

Visitas guiadas

$ 10,00

Apenas possui uma capacidade máxima de 47 hóspedes e implementa várias medidas inseridas na Certificação de Turismo Sustentável da Costa Rica.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.reservamonteverde.com

254


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Natureza | Case Studie Floresta Nublada de Monteverde Alojamento – Lodging “La Casona” Tipologia

Oferta

Descrição

Preço

•6 quartos

Regular

Quartos

•25 camas

Inclui quarto para uma noite com

Privados

(incluindo 18 camas

casa

em beliche)

refeições e entrada na reserva.

de

banho

privada,

três

Regular Inclui uma noite com casa de banho partilhada, três refeições e entrada

Estrangeiro

Local

Adulto

$ 81,00

$ 68,00

Criança

$ 44,00

$ 37,00

Estrangeiro

Local

$ 70,00

$ 60,00

Estrangeiro

Local

$ 61,00

$ 54,00

Estrangeiro

Local

$ 44,00

$ 37,00

para a reserva.

Quartos Partilhados

•4 quartos

Estudantes (no mínimo 12 pessoas)

•19 camas

Inclui uma noite com casa de banho

(incluindo 18 camas

partilhada, três refeições e entrada

em beliche)

para a reserva. Crianças (2 a 10 anos) Inclui uma noite com casa de banho partilhada, três refeições e entrada para a reserva. Apenas para crianças acompanhadas pelos pais.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.reservamonteverde.com

255


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TOURING CULTURAL • Definição • Perfil do Consumidor • Requisitos • Enquadramento Estratégico • Targeting • Perspetivas • Case Studie – The Freedom Trail (Boston – EUA)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

256


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Touring Cultural | Definição

Produto Estratégico

Motivação Principal

Mercados

Potencial

Touring Genérico Tours, rotas ou circuitos de conteúdo abrangente e diverso. O tour, rota ou circuito são, em si mesmos, a essência do produto.

90% das viagens de touring

Descobrir, conhecer e explorar os

atrativos de uma região Touring Temático Tours, rotas ou circuitos focalizados num determinado tema, o qual constitui

o núcleo da experiência (exemplo: rota de castelos medievais).

Atividades

Percursos

em

tours,

rotas

ou

touring

Modalidades segundo o modo de transporte

Nichos por desenvolver na Ribeira Grande

Touring Independente

Turismo Literário

Viagem em veículo próprio ou fly & drive

Rotas literárias com base nos livros de Gaspar Frutuoso, Daniel de Sá e outros autores da Ribeira Grande e Açores.

circuitos de diferente duração e extensão, em viagens independentes

Touring em Grupo

e organizadas

Viagens em transporte coletivo

Plano Estratégico para o Turismo

10% das viagens de

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Turismo Militar (na perspetiva histórica) Rotas históricas sobre as invasões liberais, com destaque particular para o Combate da Ladeira da Velha.

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

257


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Touring Cultural | Perfil do Consumidor

Produto Estratégico

Âmbito

Consumidores Europeus

Quem são?

• • •

Casais sem filhos Empty nesters Reformados

• •

Nível de formação médio/médio-elevado Nível socioeconómico médio/médio-elevado

Através de que meio se informam?

• •

Revistas de viagens Brochuras/catálogos

• •

Recomendações de familiares e amigos Internet

O que compram?

• •

Destinos distantes: tours ou circuitos organizados (packages) Destinos próximos: alojamento e serviços avulso

Onde compram?

• •

Agências de viagens Internet

Quando compram?

• • •

Low cost travel: reservas de última hora High cost travel: meses de antecedência Viagens no período de férias escolares: 6 meses de antecedência

Que tipo de alojamento compram?

• •

Hotéis de 3 a 5 estrelas Pousadas

Em geral, as viagens de touring realizam-se durante todo o ano, embora persista uma maior concentração nos períodos de férias tradicionais

Como viajam?

• •

Casais Família

Qual a duração média da viagem?

• •

Destinos continentais: entre três dias e duas semanas Viagens long haul: entre 3 a 5 semanas

Quando viajam?

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

• •

Alojamentos privados e íntimos Apartamentos

Grupos reduzidos de amigos

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

258


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Touring Cultural | Requisitos

Produto Estratégico

Fatores-chave para o desenvolvimento do Touring Cultural

Classificação

Dispor de atrações turísticas diversificadas e de qualidade (cidades, aldeias, paisagens, monumentos, arquitetura, gastronomia, etc.)

Básico

Promoção eficaz, capaz de dar a conhecer o destino, estimular o interesse e atrair turistas

Básico

Ampla oferta de rotas e circuitos, quer de conteúdo geral, quer de conteúdo temático

De êxito

Boas vias de comunicação principais e secundárias

De êxito

Ampla rede de áreas de descanso e serviços básicos, como estações de serviço, oficinas, assistência na estrada, etc.

De êxito

Um bom e eficaz sistema de sinalização dos recursos e atrações turísticas

De êxito

Adequação dos horários de abertura e encerramento das atrações turísticas às necessidades dos visitantes

De êxito

Disponibilidade de ampla e completa informação ao visitante, em diversos idiomas, sobre as rotas e circuitos existentes, o tempo de viagem, as condições e características das estradas, as ligações entre os diversos pontos, os horários das estações de serviço e outros serviços, etc.

De êxito

Uma oferta ampla, variada e de qualidade

De êxito

Padrões de qualidade homogéneos em todos os serviços

De êxito

Ribeira Grande

Cumpre na totalidade Cumpre moderadamente Não cumpre

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

259


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Touring Cultural | Enquadramento Estratégico

Produto Estratégico

O Touring era definido no PENT (2007) como um produto de aposta prioritária para o crescimento de curto prazo do turismo nos Açores. Era definido como um produto de 2.º nível verificando-se a necessidade de alavancar as condições naturais da Região. A revisão do PENT para o horizonte temporal 2013-2015, apontava o Touring como produto “em desenvolvimento”, reconhecendo a necessidade de focar esforços na estruturação de circuitos turísticos religiosos e culturais, através da melhoria da informação em torno dos produtos turísticos, com georreferenciação, conceção de conteúdos e intensificação das experiências. No POTRAA (2008), o património edificado e a história e manifestações culturais eram definidos como produtos turísticos estratégicos para São Miguel, prevendo várias iniciativas para valorizar os ativos culturais, materiais e imateriais, dos Açores, incluindo infraestruturas de apoio e desenvolvimento e valorização do artesanato. A criação do Passeio Atlântico e demais estruturas complementares eram ações concretas focadas no concelho da Ribeira Grande. A RIS3 (2014) refere a importância do património e da tradição cultural para o desenvolvimento do turismo, enquanto o Plano de Ação do Turismo 2020 aponta o património local (natural e cultural, com destaque, ainda, para o património mundial reconhecido pela UNESCO) como recursos turísticos a valorizar. O Plano Estratégico da Ribeira Grande 2014-2020 dedica um dos seis eixos estratégicos à valorização do património cultural, natural e redes de visitação do concelho, prevendo projetos concretos de implementação.

Mais-valias

Principais Desafios

• Grande acervo cultural, material e imaterial.

• Estruturar rotas e atividades que favoreçam a permanência

• Vasto património imóvel e arquitetónico classificado.

prolongada dos turistas.

• Variadas e peculiares tradições e costumes.

• Recuperação e valorização de algum do património existente.

• Festividades repletas de simbolismo e singularidade.

• Aperfeiçoar a sinalética e a identificação das atrações turísticas.

• Núcleo museológico com diversas vertentes culturais.

• Melhoria na informação disponível e na difusão pelos turistas.

• Relevante património religioso.

• Avaliar a performance do núcleo museológico e a adequação da oferta

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

260


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Touring Cultural | Targeting

Produto Estratégico Turismo Ativo

Target Atual

• Touring Genérico

• O principal mercado do turismo na Ribeira Grande é atualmente o touring genérico, apesar de existirem alguns produtos temáticos. Este é o produto mais consolidado do concelho e que capitaliza o Cidade

know-how existente na área cultural.

Natureza Touring Cultural

Evolução do Target

• Touring Genérico • Touring Temático

• É relevante continuar a potenciar o touring genérico na Ribeira Grande integrando-o com o novo posicionamento do concelho. O Turismo Sedentário Potencial de crescimento muito elevado

touring temático deve ganhar maior importância do que tem atualmente, potenciando os recursos existentes e as solicitações do mercado, por exemplo com a definição e valorização de rotas

temáticas (ex.: chá). Potencial de crescimento elevado

Sinergias Potencial de crescimento moderado

• • • • •

Natureza soft Saúde e bem-estar Gastronomia Turismo industrial Turismo sénior

Potencial de crescimento reduzido Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

261


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Touring Cultural | Perspetivas

Produto Estratégico

• A Ribeira Grande possui um património material e imaterial de grande riqueza, cujo potencial turístico se deve destacar e capitalizar. O traço identitário do concelho é muito pronunciado, denotando um forte componente da religião, mas também tradições e festividades profanas que valorizam a experiência e a vivência turística. Contudo, a dispersão e, em muitos casos, a ausência de informação explícita e de fácil acesso são alguns dos principais óbices à valorização dessas valências, inviabilizando esforços de promoção e de atração turística. • O património imóvel da Ribeira Grande, com várias manifestações de períodos históricos e da arquitetura micaelense, tanto em edifícios habitacionais como industriais, é vasto e com imenso potencial de valorização do destino. Porém, muito desse património encontra-se degradado, com necessidade de recuperação e integração em rotas e circuitos turísticos que facilitem a estruturação de produtos turísticos agregadores de valores cultural e patrimonial para o concelho. • Uma das principais tendências (se não mesmo a principal) do turismo atual é a procura da experiência. Note-se que o viajante low-cost é, por norma, muito bem informado e procura a individualização das suas vivências. A intensificação da experiência terá que ser uma aposta estratégica para valorizar o turismo ribeiragrandense, algo que não é difícil de atingir dado o imenso potencial existente, mas que necessitará um correto planeamento e estruturação. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

262


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Touring Cultural | Case Studie The Freedom Trail O Freedom Trail é uma rota cultural na cidade de Boston que integra várias atrações turísticas relacionadas com a história local, designadamente com a Revolução Americana. No total, são 2,5 milhas (sensivelmente 4 km), que

atravessam a cidade e incluem a visitação a 16 locais históricos, cada qual enquadrado e valorizado individualmente, mas de modo integrado no roteiro e na cidade. No percurso, podem ser visitados museus, casas, bibliotecas, monumentos, igrejas, cemitérios e antigos locais de reuniões secretas. Toda a experiência está programada de forma integrada, mas deixa ao critério do turista a possibilidade de começar em qualquer ponto que lhe interesse. Paralelamente, desenvolveram-se outros projetos em torno da rota, incluindo comércio e serviços, mas também programas educacionais e eventos que valorizam a experiência do visitante.

Factos

Principais benefícios

• Estruturado por uma iniciativa popular em 1951.

• Gera mais de mil milhões de euros em receitas.

• Atrai mais de 3 milhões de pessoas anualmente.

• Gera mais de 165.000 empregos (diretos e

• Mais de 80.000 pessoas realizam visitas guiadas

• Permite a preservação de locais e monumentos.

anualmente na rota. • Foi

criada

uma

indiretos).

organização

não

lucrativa

especializada, para promover e preservar a rota. • Desenvolveu um programa educacional próprio. Plano Estratégico para o Turismo

• É uma das principais atrações turísticas de Boston. • Estabelece uma dinâmica geradora de valor entre história, turismo e educação.

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.thefreedomtrail.org

263


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TURISMO DE SAÚDE E BEM-ESTAR • Definição • Perfil do Consumidor • Requisitos • Enquadramento Estratégico • Targeting • Perspetivas • Case Studie 1 – Blue Lagoon (Islândia) • Case Studie 2 – Thalasso Nazaré Portugal

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

264


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Definição Motivação Principal

Produto Estratégico

Mercados

Potencial

Turismo de Saúde A experiência consiste na realização de um tratamento específico para a cura de uma doença. Recuperar o bem-estar físico e psíquico

Bem-Estar Geral A experiência baseia-se na procura do equilíbrio e da harmonia mental, emocional, física e espiritual. Bem-Estar Específico A experiência baseia-se na procura do bem-estar físico e psíquico através de um tratamento específico.

Atividades

Realização

20% do mercado de Saúde e Bem-Estar

60% do mercado de Saúde e Bem-Estar

20% do mercado de Saúde e Bem-Estar

Modalidades com Potencial na Ribeira Grande

de

tratamentos

centros especializados

Plano Estratégico para o Turismo

em

• Talassoterapia

• Sauna

• Pedras quentes

• Termalismo

• Meditação

• Hidroterapia

• Tratamento estético

• Yoga, Reiki, Shiatsu

• Fitoterapia

• Massagem

• Spa

• Fitness

• Antienvelhecimento

• Pacotes wellness

• Desintoxicação

• Anti-stress

• Cozinha saudável

• Banhos quentes

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

265


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Perfil do Consumidor

Produto Estratégico

Âmbito

Consumidores Europeus

Quem são?

• • • •

Jovens, dos 20 aos 24 anos, com níveis de rendimento médio Adultos, dos 40 aos 50 anos, com níveis de rendimento médio-alto Família jovens, de rendimentos médios e com filhos pequenos Seniores, dos 50 aos 60+ anos, com níveis de rendimento médio-alto

Através de que meio se informam?

• • •

Agências de viagens Internet Brochuras/catálogos

O que compram?

Pacotes de wellness, Spa e/ou talassoterapia, incluindo alojamento e tratamentos

Onde compram?

• •

Agências de viagens Internet

Quando compram?

• •

Com seis meses de antecedência para viagens de uma semana Compras de última hora para short breaks de 3 a 4 dias

Que tipo de alojamento compram?

• •

Hotéis 4 e 5 estrelas Hotéis de charme

Que tipo de transporte compram?

• •

Viatura para viagens dentro do destino Avião para viagens internacionais

Em que período do ano compram?

As viagens têm lugar ao longo do ano

Quem compra?

• • •

Casais Viagens individuais Grupo de amigos (sobretudo mulheres)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

• •

Imprensa especializada Informação de familiares e amigos

Fonte: THR (2006)

266


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Perfil do Consumidor

Produto Estratégico

Âmbito

Consumidores Europeus

Quantos dias de estadia compram?

• •

Fins-de-semana para viagens locais Sete a dez dias para viagens internacionais

Quantas vezes no ano compram?

Viajam, em média, duas a três vezes no ano

• • • •

Os mais jovens utilizam, essencialmente, programas de fitness Famílias jovens com filhos pequenos têm preferência por Spa Adultos procuram, essencialmente, métodos de prevenção de doenças e experiências de descontração Seniores procuram serviços de tratamento médico mais tradicional ou Spa, sendo a respetiva permanência de 2 a 3 semanas

Segundo informação do European Travel Monitor (IPK, 2004), as atividades realizadas pelos turistas internacionais de turismo de wellness são as seguintes:

Que atividades realizam?

Plano Estratégico para o Turismo

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13.

Hiking/walking Natação Relaxamento Descobrir paisagens e natureza Desfrutar Tratamento/Programa de Spa Visitar locais de interesse Massagem Abstração mental (switching off) Desfrutar de refeições e bebidas Exercício físico (fitness) Comida/dieta saudável Programa de wellness

Câmara Municipal de Ribeira Grande

14. 15. 16. 17. 18. 19.

Reduzir o stress Sauna Ciclismo Vida social/festas Desfrutar do alojamento Tratamento de beleza (estética)

Fonte: THR (2006)

267


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Requisitos

Produto Estratégico

Fatores-chave de êxito para o Turismo de Saúde e Bem-Estar •

Forte concentração de centros com instalações, equipamentos e serviços especializados de elevado nível

Singularidade e sofisticação dos serviços/experiências oferecidas

Presença de marcas internacionais

Elevada qualidade de arquitetura, design e cenário das instalações

Utilização de tecnologia de vanguarda nos equipamentos especializados

Cenário natural de beleza singular

Cenário ambiental confortável, tranquilo e seguro

Alojamento de elevada qualidade, com atributos de singularidade e personalidade

Oferta complementar (comercial, gastronómica, lúdica, etc.) variada e de qualidade Fator-chave, imprescindível

Cumpre na totalidade

Fator-importante, mas não imprescindível

Cumpre moderadamente

Destino de wellness

Instalações de wellness

Ribeira Grande

Não cumpre

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

268


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Enquadramento Estratégico

Produto Estratégico

A primeira versão do PENT apontava o Turismo de Saúde e Bem-Estar como um produto de 3.º nível, ou seja, com a mesma importância do turismo náutico. Aliás, neste documento, a perspetiva para aos Açores, assim como à Madeira, era de um grande potencial para definir uma oferta distintiva a nível internacional neste segmento. O exotismo e a grande beleza natural eram entendidos como as grandes mais-valias para alavancar este setor, conferindo aos Açores o estatuto de região prioritária para o desenvolvimento da oferta. Contudo, na revisão para o horizonte temporal 2013-2015, constatou-se que o produto turístico de Saúde e Bem-Estar não tinha expressão nos Açores, que se deverá à falta de planeamento, estruturação e preparação de um oferta adequada ao mercado. No POTRAA (2008), o termalismo é entendido como um dos produtos turísticos estratégicos da ilha de São Miguel, aliando-se às várias manifestações vulcânicas existentes, mas apenas às Termas das Furnas era apontada uma medida concreta. O Plano Estratégico e Operacional de Desenvolvimento da Ribeira Grande 2014-2020 integra uma forte aposta na revitalização do termalismo do concelho, em particular com o aproveitamento do antigo Balneário Termal das Caldeiras e com a perspetiva de novas piscinas termais.

Mais-valias

Principais Desafios

• Recursos termais endógenos.

• Planeamento de projetos ambiciosos e qualificadores da oferta.

• Potencial de sinergias com a exploração geotérmica local.

• Estruturação estratégica de uma oferta diferenciadora e devidamente

• Facilidade do bundling de produtos e estruturação de rotas, explorando a complementaridade com outros produtos turísticos • Núcleo formado pelas Caldeiras, Caldeira Velha e Central do Pico Vermelho, reforçado pelo enquadramento natural da Lagoa do Fogo

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

adequada ao mercado potencial. • Estímulo à cooperação entre a iniciativa privada e a intervenção pública para diversificação da oferta. • Correta conceção e implementação da promoção externa.

269


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Targeting

Produto Estratégico

Turismo Ativo

Target Atual

• Bem-Estar Geral

• Atualmente, a oferta da Ribeira Grande neste mercado é quase inexistente. Existe a recuperação do Balneário Termal das Caldeiras, que dotará o concelho de um oferta mais concreta, mas ainda assim Cidade

muito limitada.

Natureza

Evolução do Target

• Bem-Estar Geral • Bem-Estar Específico

• O potencial que advém da exploração geotérmica e dos recursos naturais do concelho, permitem perspetivar uma oferta mais

Turismo de Saúde e Bem-Estar

Turismo Sedentário Potencial de crescimento muito elevado

Potencial de crescimento elevado Potencial de crescimento moderado

desenvolvida e diferenciada daquilo que se verifica atualmente nos

Açores. Há, assim, a possibilidade de construir produtos específicos e direcionados para targets mais concretos.

Sinergias

• • • •

Natureza soft Touring cultural Gastronomia Turismo Sénior

Potencial de crescimento reduzido Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

270


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Perspetivas

Produto Estratégico

• O Turismo de Saúde e Bem-Estar é um dos segmentos turísticos com maior efeito multiplicador e cuja estadia média se encontra acima da média. É um mercado em franco crescimento, sobretudo atraindo a classe média-alta e o turismo sénior, onde se concentra um elevado poder de compra. O potencial de criação de valor é transversal ao local dos tratamentos e atividades de wellness, promovendo a melhoria substancial dos serviços e comércio, incluindo restauração e alojamento, para além de possuir uma forte capacidade para contrariar a sazonalidade. •

Os Açores, e em particular a Ribeira Grande, têm um grande potencial para o desenvolvimento de produtos de Saúde e Bem-Estar, em virtude da origem vulcânica. Esse potencial tem sido reconhecido recorrentemente, mas a capacidade de o aproveitar e capitalizar não tem sido efetiva. Trata-se de um produto de difícil estruturação e promoção (insere-se numa área extremamente sensível, que é a saúde humana), devendo ser planeado com visão e estratégia (de longo prazo). É uma área de elevada rendibilidade, mas onde não se espera retorno imediato.

• As termas são um dos recursos endógenos do concelho da Ribeira Grande que, neste momento, possui maior potencial latente. Um correto e cuidado planeamento e a implementação de projetos estratégicos qualificadores poderão conferir à Ribeira Grande um produto único e diferenciador nos Açores, facultando ao concelho um papel de destaque e referência na nova dinâmica turística regional. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

271


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 1 Blue Lagoon A Blue Lagoon é um Spa geotermal localizado na Islândia, formado em 1976 e que resultou da deposição das descargas de fluído geotérmico proveniente da central geotérmica de Svartsengi. A formação de uma pequena

lagoa atraiu os primeiros banhistas, que se aperceberam de melhorias na pele daqueles que sofrem de psoríase. Nos anos 80, procedeu-se a um investimento para qualificar a lagoa e dotá-la de infraestruturas técnicas para tratamentos, desenvolvendo, no processo, produtos de cosmética. No final dos anos 90, as instalações foram ampliadas e modernizadas, constituindo-se um Spa de referência, que integra um alojamento com 15 quartos e emprega 200 pessoas. Atualmente, a Blue Lagoon é uma das maiores atrações turísticas da Islândia, recebendo mais de 80% dos turistas dos país, o que representa mais de 21 milhões de dólares de receita anual.

Factos

Principais benefícios

• Oferta de alojamento limitada a 15 quartos.

• Receita anual superior a 21 milhões de dólares.

• Investimento faseado e adaptado à procura.

• Emprega 200 pessoas.

• 80% dos turistas da Islândia visitam a Blue Lagoon.

• Criou uma marca de produtos de cosmética que

• Sinergia perfeita entre a exploração geotérmica e o Turismo de Saúde e Bem-estar. • É o aspeto mais memorável para os turistas no Inverno (35,2%). Plano Estratégico para o Turismo

vende em todo o mundo. • Potenciou o desenvolvimento da oferta hoteleira qualificada na localidade. • Contraria a sazonalidade do turismo na Islândia.

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.bluelagoon.com

272


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 1 Blue Lagoon Adultos (>16 anos)

Adolescentes (14 e 15 anos)

Crianças (2 a 13 anos)

Deficientes

1 de janeiro a 31 de maio de 2015

35,00 €

20,00 €

Grátis

20,00€

1 de junho a 31 de agosto de 2015

45,00 €

20,00 €

Grátis

20,00€

1 de setembro a 31 de dezembro de 2014

35,00 €

20,00 €

Grátis

20,00€

Entradas – Preços Gerais

Adicional (apenas utilização)

Preço por pessoa

Extras

Preço por pessoa

Toalha

5,00 €

Máscaras de Algas no Bar da Lagoa

4,00 €

Fatos de banho

5,00 €

Cocktail Blue Lagoon

7,00 €

Roupão

10,00 €

Massagem e tratamentos

Chinelos

8,00 €

Lounge Exclusivo

1 jan a 31 dez

Fee de entrada (3 horas)

300,00 €

Hora extra por quarto

80,00 €

Passe de visitante

10,00 €

Plano Estratégico para o Turismo

Desde 15,00 €

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.bluelagoon.com

273


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 1 Blue Lagoon Alojamento

Single

Duplo

1 de outubro a 31 de dezembro

190,00 €

230,00 €

1 de janeiro a 31 de março de 2015

190,00 €

230,00 €

1 de abril a 31 de maio de 2015

230,00 €

270,00 €

1 de junho a 31 de agosto de 2015

250,00 €

300,00 €

1 de setembro a 30 de setembro de 2015

230,00 €

270,00 €

1 de outubro a 31 de dezembro de 2015

210,00 €

255,00 €

-

80,00 €

Cama extra

• Televisão

• Chaleira

• Wi-fi

• Acesso ao ginásio

• Telefone

• Lagoa geotermal privada

• Secador de cabelo

• Proximidade da Blue Lagoon (10 minutos a pé)

• Roupões

• Toalhas • Frigorífico

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.bluelagoon.com

274


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 2 Thalasso Nazaré Portugal A talassoterapia é uma técnica de tratamentos terapêuticos em ambiente marinho, que visa a promoção da saúde e do bem-estar físico e mental e que assenta na utilização da água do mar e outros elementos marinhos, como

lamas e algas. Implica a captação desses elementos, incluindo a água, e a sua integração em estruturas profissionais e com supervisão médica. O Thalasso Nazaré é um centro especializado neste tipo de terapias, possuindo instalações sofisticadas e uma equipa altamente especializada. A sua localização, contígua à praia com enquadramento para o Canhão da Nazaré e em plena Marginal, é um dos seus pontos e traços distintivos mais fortes, capitalizando uma das atrações mais importantes da cidade. Para além disso, este centro valoriza uma tradição local histórica do século XIX iniciada com os Banhos Quentes Salgados da Nazaré.

Factos

Principais benefícios

• Investimento de 2,2 milhões de euros.

• Valorização da história e da tradição local.

• Área de 967 m2.

• Dotação da região de um projeto âncora para o

• Capacidade para receber 400 pessoas por dia. • Investimento

em

eficiência

energética

desenvolvimento turístico. e

minimização da pegada ambiental. • Potenciado através de financiado comunitário (Mais Centro, QREN). Plano Estratégico para o Turismo

• Diversificação da oferta turística da cidade. • Capacidade de retenção do turista. • Integração na oferta turística, capitalizando as principais atrações locais.

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.thalassoportugal.com

275


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo de Saúde e Bem-Estar | Case Studie 2 Thalasso Nazaré Portugal Exemplos de Serviços e Programas

Duração

Preço Base

70 minutos

25,00€

Pack 10 sessões Circuito Thalasso

-

190,00€

Thalasso Experience (Circuito Thalasso + Envolvimento de lamas ou algas marinhas + creme hidratante ou óleo)

-

62,00€

Tratamentos de Talassoterapia

De 5 a 40 minutos

De 11€ a 68€

Hidroterapia

De 30 a 60 minutos

De 18€ a 45€

Massagens

De 30 a 60 minutos

De 31€ a 98€

Tratamentos Corporais

De 30 a 60 minutos

De 37€ a 68€

Tratamentos Faciais

De 40 a 60 minutos

De 49€ a 105€

Circuito Thalasso (Piscina dinâmica com água do mar aquecida, contracorrente, corredor pedonal, Banho Turco, duches de contraste, fonte de gelo e relaxamento)

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.thalassoportugal.com

276


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

TURISMO NÁUTICO • Definição • Perfil do Consumidor • Requisitos • Enquadramento Estratégico • Targeting • Perspetivas • Case Studie – Nazaré

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

277


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Náutico | Definição

Produto Estratégico

Motivação Principal

Mercados

Potencial

Náutica de Recreio

Experiências relacionadas com a realização de desportos náuticos ou de

85% do total das

Desfrutar de uma viagem ativa em

charter náutico, como forma de lazer e entretenimento. Inclui uma grande

viagens de náutica.

contacto com a água, com a

variedade de desportos: vela, windsurf, surf, mergulho, etc..

possibilidade de realizar todo o tipo de atividades náuticas, em lazer ou

Náutica Desportiva

em competição.

Experiências baseadas em viagens realizadas cujo objetivo é participar em

15% do total de

competições náutico-desportivas. É um mercado muito específico, com as

viagens de náutica.

suas próprias regras de funcionamento.

Atividades

Modalidades com Potencial na Ribeira Grande

• Vela, windsurf, surf, mergulho, remo, charter de cruzeiro, etc.

• Surf

• Kayaking

• Pesca submarina

• Windsurf

• Jet Sky

• Snorkeling

• Kitesurf

• Whale Watching*

• Mergulho

• Bodyboard

• Passeios de barco

• Longboard

• Vela

• Paddling

• Pesca desportiva

*O whale watching é uma atividade que se poderá inserir no turismo de natureza, mas cujas condições de base estão muito relacionadas com a náutica. Assim, optou-se pelo enquadramento no Turismo Náutico.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

278


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Náutico | Perfil do Consumidor

Produto Estratégico

Âmbito

Consumidores de Desportos Náuticos

Consumidores de Charter Náutico

Quem são?

• • • • •

• • • • • •

Jovens e adultos Entre 26 e 35 anos Maioritariamente homens Profissional médio Estudantes

Meio

Espanhóis

Ingleses

Alemães

Outros

-

51,6%

40,0%

52,7%

Revistas

11,8%

3,2%

6,0%

6,8%

Folhetos

-

6,5%

6,0%

4,4%

2,9%

8,1%

2,0%

8,1%

-

1,6%

2,0%

-

Outros utilizadores

41,2%

8,1%

24,0%

5,4%

Experiência própria

38,2%

19,4%

16,0%

18,9%

Outros meios

5,9%

1,6%

-

2,7%

Guias/livros

Feiras/salões

Através de que meio se informam?

Internet

Que tipo de alojamento compram?

Plano Estratégico para o Turismo

• •

Adultos Entre os 30 e os 50 anos Maioritariamente homens Técnico superior Empresário Profissionais liberais

Hotéis 3 e 4 estrelas Estações Náuticas

Câmara Municipal de Ribeira Grande

• •

Hotéis 4 e 5 estrelas Estações Náuticas

Fonte: THR (2006)

279


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Náutico | Perfil do Consumidor

Produto Estratégico

Âmbito

Consumidores de Desportos Náuticos

Consumidores de Charter Náutico

Em que gastam dinheiro?

• • •

Curso de deportos náuticos Aluguer de material Lazer e entretenimento

• • • •

Cursos de navegação Passeios de barco Atividades culturais Gastronomia local

Viajam em períodos do ano onde as condições para prática do desporto selecionado são mais apropriadas

Meses de Primavera e Verão

Em que período do ano compram?

Passeios de barco

Pesca desportiva

Vela ligeira

Windsurf

Mergulho

Contacto com a Natureza

33,4%

-

33,3%

27,0%

20,6%

Fazer desporto/exercício

4,2%

54,5%

50,0%

51,4%

29,4%

Conhecer melhor o destino

44,9%

9,1%

-

2,7%

5,9%

Conhecer pessoas

3,1%

-

16,7%

5,4%

-

Contacto com o mar

19,9%

27,3%

8,3%

10,8%

67,6%

Participar em competições

-

-

16,3%

-

-

Realizar viagens/travessias

11,5%

9,1%

-

5,4%

-

Provas

66,6%

-

8,3%

-

2,9%

Divertir-se

19,2%

18,2%

16,7%

29,6

29,4%

Outra

15,3%

18,2%

-

-

11,8%

Motivações

Que atividades realizam?

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: THR (2006)

280


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Náutico | Requisitos

Produto Estratégico

Fatores-chave para o desenvolvimento do Turismo de Natureza

Classificação

Boas condições naturais (mar, clima, etc.) para a prática de atividades náuticas

Básico

Uma ampla rede de instalações náuticas (portos desportivos, marinas, etc.) com todos os equipamentos e serviços necessários (corrente, água, tratamento de resíduos, etc.) facilmente acessíveis

Básico

Oferta de cursos de aprendizagem de desportos náuticos

Básico

Oferta de alojamento e restauração nas zonas envolventes dos locais onde se praticam desportos náuticos

Básico

Legislação adequada e estimuladora do desenvolvimento das atividades náutico-recreativas

De êxito

Existência de um bom número de empresas especializadas, com experiência e tradição no setor

De êxito

Ampla e variada oferta de atividades em todas as tipologias de desporto náuticos

De êxito

Serviços de elevada qualidade

De êxito

Presença de construtores e embarcações de reconhecido prestígio internacional

De êxito

Ampla cobertura de serviços e empresas de apoio especializadas (manutenção, reparação, venda de material e equipamentos, etc.)

De êxito

Desenvolvimento de produtos integrados de oferta desportiva e alojamento (estações náuticas)

De êxito

Excelentes condições de segurança em portos desportivos e marinas

De êxito

Realização de eventos desportivos de nível internacional (regatas e outros eventos náuticos)

De êxito

Ampla e variada oferta de entretenimento e serviços complementares nas zonas envolventes dos locais para a prática de desportos náuticos

De êxito

Disponibilidade de pessoal qualificado (tripulação, instrutores, etc.) com conhecimento de idiomas e com experiência no apoio aos turistas

De êxito

Eficaz funcionamento de serviços de resgate e serviços de emergência médica

De êxito Cumpre na totalidade

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Cumpre moderadamente

Ribeira Grande

Não cumpre

Fonte: THR (2006). Análise Fundo de Maneio

281


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Náutico | Enquadramento Estratégico

Produto Estratégico

Os Açores são identificados a nível nacional como a região que mais atrai os turistas para o turismo náutico, tal como registado na versão original do PENT (2006), apesar deste documento apenas classificar o Turismo Náutico como produto turístico de 3.º nível. A revisão para o horizonte temporal 2013-2015, apontava atividades como a observação de mamíferos marinhos e o mergulho como atividades qualificadoras da oferta, indicando, porém, a necessidade de melhor divulgação da oferta de surfing e melhor resposta ao nicho da náutica de recreio. O POTRAA (2008) apontava a náutica de recreio, o mergulho e os desportos radicais na lista de produtos estratégicos de São Miguel, para além de registar várias referências à melhoria de infraestruturas desportivas relacionadas com o mar e a estruturação de produtos turísticos em torno dos temas “Baleia” e “Mar/Mergulho”. De referir, ainda a preocupação de criar apoio à criação de novos eventos promocionais associados à temática mar/turismo náutico. O plano para a especialização inteligente dos Açores (RIS3), aponta a forte tradição do turismo náutico na Região e as potencialidades do aproveitamento do turismo marítimo e costeiro para o desenvolvimento local, ressalvando, ainda, a transversalidade existente com outras áreas de atividade económica, que deverá ser aproveitada. Refira-se que o Plano de Ação Turismo 2020 omite o turismo náutico como produto de relevância para a Região, focando sobretudo a necessidade de sustentabilidade genérica do setor. Este tema poderá ter outra perspetiva no plano que está a ser estruturado pelo Governo Regional.

Mais-valias

Principais Desafios

• Costa extensa e tradição marítima.

• Melhoria das condições de alguns portos de recreio.

• Vários portos de recreio.

• Formação e qualificação dos profissionais da náutica de recreio.

• Grande porto em Rabo de Peixe, com excelentes condições.

• Desenvolvimento da iniciativa privada especializada.

• Praias de excelência para a prática desportiva, nomeadamente surf.

• Aumento da oferta de produtos turísticos de desporto náutico.

• Tradição de presença de eventos internacionais de grande projeção.

• Perspetivar a estruturação de uma instância náutica.

• Alojamento junto ao local de prática: Santa Bárbara Eco-Beach Resort.

• Melhoria da qualidade dos serviços da cadeia de valor.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

282


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Náutico | Targeting Turismo Náutico

Produto Estratégico

Turismo Ativo

Target Atual

• Náutica de recreio – surf • Náutica desportiva

• As características naturais da costa da Ribeira Grande permitem uma oferta diversificada no turismo náutico. O desenvolvimento focalizou-se em atividades desportivas, nomeadamente o surf, Cidade Natureza

principalmente na ótica do recreio, onde já existe projeção internacional e o turismo interno é muito relevante. • Náutica de recreio – surf

Evolução do Target

• Náutica de recreio (geral) • Náutica desportiva

• Dadas as condições em terra, o potencial que existe e os desejos do mercado, a oferta náutica tem oportunidade para ser mais Turismo Sedentário

desenvolvida e mais transversal, sem perder a diferenciação oferecida pelo surf. Surgem boas possibilidades de introduzir o

Potencial de crescimento muito elevado

iatismo e de conferir as condições adequadas para a vela, passeios de barco e outras atividades náuticas de recreio.

Potencial de crescimento elevado Potencial de crescimento moderado Potencial de crescimento reduzido Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Sinergias

• • • • •

Turismo de natureza soft Turismo de natureza hard Saúde e bem-estar Gastronomia Desporto 283


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Náutico | Perspetivas

Produto Estratégico

• A extensão da costa no concelho da Ribeira Grande e a sua tradição marítima, acoplada à intenção do executivo em “virar o concelho para o mar”, conferem um contexto único para a exploração do turismo náutico. A vocação marítima e a aceitação natural do mar são ingredientes que favorecem a criação de uma atmosfera diferenciadora, que poderá marcar uma forte posição e assumir-se como uma referência, numa dimensão semelhante, por exemplo, à cidade da Horta (Faial). • A ampliação do Porto de Rabo de Peixe, e a consequente melhoria das condições para os profissionais, desportistas e turistas, abre novos horizontes para a atividade náutica na Ribeira Grande. Conseguindo atrair embarcações, o potencial existente é único, com forte potencialidade para a receção de regatas e competições internacionais, por exemplo, ligadas à vela e ao big game fishing. • O surf é atualmente o grande motor do turismo náutico na Ribeira Grande. O potencial existente nas praias, nomeadamente Santa Bárbara e Monteverde, tem uma notoriedade crescente, com grande reconhecimento a nível internacional e com capacidade comprovada de atração e organização de competições de elevado nível. A oferta que se está a desenvolver em torno deste segmento é um sintoma dessa dinâmica, que pode e deve ser intensificada, em termos estratégicos, operacionais e promocionais, de modo a maximizar o efeito multiplicador existente. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

284


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Náutico | Case Studie Nazaré – ZON North Canyon Show Na cidade da Nazaré regista-se um fenómeno natural, que recentemente tem sido capitalizado como ponto de atração turística relacionado com o surf. O “Canhão da Nazaré”, um desfiladeiro submarino que chega a atingir os

5.000 metros de profundidade, favorece a formação de ondas gigantes como em nenhum outro local do mundo. Reconhecendo o grande potencial existente, a Câmara Municipal local contactou big wave riders internacionais, conseguindo que Garrett McNamarra aceitasse o desafio de surfar estas ondas, originando o projeto ZON North Canyon. Desta forma, foi possível projetar internacionalmente, de forma muito agressiva, o destino de surf e praia da Nazaré, conseguido, inclusivamente, registos no Guinness World Records. A estratégia tem resultado num grande dinamismo do setor turístico e num efeito multiplicador com efeitos na economia local.

Factos

Principais benefícios

• Investimento de 500.000 euros para um projeto a

• Return on Investment (ROI) perspetivado para a

3 anos, financiado em 98% por grandes marcas

marca ZON calculado em 1 milhão de euros por

(ZON e RedBull).

ano só pelos efeitos nacionais.

• Recordes de visualizações em redes sociais.

• Notoriedade internacional do destino turístico.

• Campanha promocional com um surfista de elite

• Promoção da sustentabilidade do mar.

para promoção externa do destino. • Prémios e recordes internacionais.

Plano Estratégico para o Turismo

• Dinamização

do

comércio,

restauração

e

alojamento local.

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.zonnorthcanyon.com, BCSD Portugal (2013) e Madeira (2013)

285


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor

PRODUTOS COMPLEMENTARES Turismo Gastronómico

Sol & Mar

Turismo Industrial

Turismo Desportivo

Turismo Sénior • Descrição • Público-alvo • Case Studies

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

286


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Gastronómico | Overview Descrição

Produto Complementar Público-alvo

Produto turístico procurado pelo desejo de usufruir de produtos típicos

• Adultos entre os 35 e os 64 anos

e aprofundar o conhecimento sobre o património enológico e

• Casais e grupos reduzidos

gastronómico de um território. Engloba, essencialmente, a degustação

• Elevado poder de compra

de diversos produtos e a aprendizagem (e participação) em processos de produção. Integra três variantes: viagens de descobrimento (para conhecer), viagens de aprofundamento (monotemáticas) e viagens de

• Maioritariamente homens • Elevado nível sociocultural

aprendizagem (formação). Poderá estar integrado na estruturação do

• Preferência por alojamento de charme

Touring Cultural.

• Muito propensos a consumo de produtos culturais e de bem-estar

Case Studie – Rota da Bairrada A Rota Bairrada foi estruturada pela Associação Rota da Bairrada, que integra 32 associados, entre os quais oito Câmaras Municipais. Oferece uma abordagem integrada da cultura local, incluindo história, gastronomia, natureza e atividades. Em particular, a Bairrada é uma região com amplo reconhecimento gastronómico, cujas raízes advêm de uma cultura ligada à natureza, lavoura, pecuária e cultivo da vinha. Possui, por isso, uma identidade de costumes caseiros fortes, que resultou em iguarias nacionais. O Leitão da Bairrada é o exemplo mais paradigmático, distinguido como uma das 7 Maravilhas Gastronómicas do país, mas a rota favorece a visita a vários restaurantes e a degustação de vários outros produtos, como os Ovos Moles de Aveiro.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: THR (2006) e www.rotadabairrada.pt

287


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Sol & Mar (Praia) | Overview

Produto Complementar

Descrição

Público-alvo

O Turismo de Sol & Mar tem como motivações principais o

• Indivíduos entre os 35 e os 64 anos

relaxamento, o bronzeamento e a realização de atividades de baixa

• Empty nesters e grupos de amigos

intensidade. Está diretamente relacionado com período estival e/ou

• Elevado poder de compra

com o bom clima. É um produto turístico que integra três segmentos, Exotic (locais exóticos, com alojamento e praia de elevada qualidade), Sports (experiência essencialmente relacionada com o desporto) e Health & Wellness (procura do bem-estar e da forma física).

• Elevado nível cultural • Preferência por hotéis de luxo e serviços personalizados • Estadias prolongadas, em média de 7 a 10 dias • Média de uma viagem por ano

Case Studie – Luskentyre, ilha de Harris A Escócia não é um destino turístico afamado pela praia. Contudo, na ilha de Harris existem várias praias de grande qualidade, sendo uma delas a Praia de Luskentyre, eleita a melhor praia do Reino Unido nos TripAdvisor Travellers’ Choice Awards e uma das 10 melhores do mundo. Com grandes extensões de areia branca, possui uma água cristalina de tom azul-esverdeado e localiza-se numa zona pacata e pouco habitada. A envolvente e o enquadramento paisagístico favorecem atividades paralelas à praia, como passeios e cicloturismo. Em resultado do clima do país, nota-se o efeito pronunciado da sazonalidade, mas favoreceu o desenvolvimento de uma oferta de alojamento diferenciada, assente em casas de campo (cottage) de grande qualidade.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: THR (2006) e www.virtualheb.co.uk

288


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Industrial | Overview Descrição

Produto Complementar Público-alvo

O Turismo industrial poderá ser entendido como um produto integrado

• Segmento dentro do público-alvo do Touring Cultural.

do Touring Cultural, mas que, por si só, agrega um grande potencial de

• Escolas e estudantes

desenvolvimento local. Consiste na visita, em roteiros específicos, de

• Famílias e empty nesters

instalações industriais e unidades produtivas, com o intuito de conhecer, em espaços próprios para o efeito, o real contexto de laboração, os processos produtivos e a tecnologia aplicada, num

• Seniores e meia idade • Nível médio-alto de rendimentos e qualificação

cenário atual ou histórico. Permite diversificar as fontes de receita das

• Elevado nível sociocultural

unidades e valorizar a produção e marca industrial de localidades.

• Interesse pelo desenvolvimento económico das localidades

Case Studie – São João da Madeira O município de São João da Madeira, distrito de Aveiro, iniciou, em janeiro de 2012, um projeto de Turismo Industrial com a missão de projetar nacional e internacionalmente o município e consolidar e promover a sua dimensão turística ligada à indústria. Foi estruturado um programa de Circuitos pelo Património Industrial de S. João da Madeira, que inclui as fábricas da Heliotextil, da Cortadoria, da Helsar, da Evereste, da Fepsa e da Viarco, para além do Museu da Chapelaria, do Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado e do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal. Em três anos, já recebeu mais de 60 mil visitantes, mantendo uma procura crescente, com efeitos diretos e indiretos na dinamização da economia local.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.turismoindustrial.cm-sjm.pt

289


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Desportivo | Overview

Produto Complementar

Descrição

Público-alvo

Resulta da interseção de atividades que são simultaneamente desportivas e turísticas e que induzem motivações multidimensionais para a viagem. O turismo desportivo

integra duas componentes

• Adultos entre os 35 e os 64 anos • Tem equipamento próprio ou aluga no local

• Entusiastas do desporto e de modalidades específicas

fundamentais: o turismo de prática desportiva, onde o turista é

• Praticantes regulares ou esporádicos

praticante e procura um destino para a prática de um ou mais

• Nível de rendimento médio e médio-alto

desportos em concreto; e o turismo de espetáculo desportivo, onde o

• Preferência pelo alojamento próximo ou integrado no espaço da

turista é um espetador dos eventos e competições.

prática desportiva

Case Studie – Oeiras A Câmara Municipal de Oeiras definiu o Turismo Desportivo como um dos produtos centrais para o desenvolvimento turístico local. O elemento central desta decisão prendeu-se com a diferenciação conseguida pela presença do Centro Desportivo Nacional do Jamor, que permite um reconhecimento nacional e internacional do concelho. No sentido de capitalizar o potencial e as infraestruturas existentes e com o intuito de tornar o destino mais competitivo, foram promovidas e estimuladas parcerias com a hotelaria e vários agentes locais, otimizando os equipamentos desportivos e estruturando a oferta. Implementaram-se esforços promocionais, que incluíram a organização de eventos desportivos e captação de patrocinadores de referência.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: Carvalho e Lourenço (2009) e Neoturis (2007)

290


4.6. Produtos Turísticos e Perfil do Consumidor Turismo Sénior | Overview

Produto Complementar

Descrição

Público-alvo

Produto turístico segmentado em função da idade e direcionado para os pós-adultos (acima dos 55 anos), que pressupõe um universo muito

• Indivíduos com idade superior a 55 anos • Normalmente reformados

heterogéneo em várias dimensões (níveis de atividade e autonomia,

• Viagem em casal ou em grupo

situação profissional, estado de saúde, tempo livre e rendimento

• Elevado poder de compra

disponível). Integra dois subsegmentos em crescimento e constante

• Informadores e experientes: grande exigência na qualidade dos

mutação, os Young Active Seniors (55 a 64 anos), ativos e saudáveis, e os Seniores 65+ (idade superior a 65 anos), mais frágeis.

serviços e destinos • Procura de ofertas personalizadas e atividades sedentárias

Case Studie – Europe Senior Tourism O Europe Senior Tourism é um programa pioneiro a nível internacional promovido pelo governo espanhol, que visa proporcionar viagens e experiências personalizadas a seniores europeus com idade superior a 55 anos. Este programa integra vários produtos de envelhecimento ativo, concretizando uma oferta estruturada que inclui gastronomia, natureza, lazer e cultura em vários pontos de destino. O programa está vocacionado para funcionar entre os meses de outubro e maio, colocando ao dispor dos interessados os melhores hotéis e restaurantes, assumindo, claramente, uma estratégia de diminuição da sazonalidade. O Europe Senior Tourism iniciou-se em 2009 e já conseguiu atrair mais de 140.000 seniores europeus de 16 países diferentes.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Fonte: www.europeseniortourism.eu

291


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento As metodologias de referência do planeamento estratégico da atividade

4.7.

turística destacam, de forma clara, a importância estrutural da definição do

Proposta de Valor e Posicionamento

posicionamento do destino e a construção da proposta de valor para o consumidor, o turista. Na prossecução destes objetivos, foi implementado um modelo que partiu da visão estratégica para o desenvolvimento do concelho da Ribeira Grande e que desembocou numa definição concreta do que se perspetiva para o destino turístico. Foram considerados vários elementos críticos neste modelo, que progrediu de forma sustentada, tendo permanentemente a preocupação de avaliar a evolução do mercado, os fatores de diferenciação e o potencial existente. Na definição da proposta de valor para um destino importa avaliar o impacto de determinados fatores motivacionais e de atratividade, comparando-os,

igualmente, com potenciais competidores. Assim, foi desenvolvida uma lista de fatores a analisar, cruzando várias informações técnicas e científicas, de várias referências nacionais e internacionais, procurando cobrir, de forma exaustiva e pormenorizada, os elementos que valorizam um destino e o podem diferenciar dos demais. Esta lista contempla 44 fatores, que são analisados individualmente na sua performance atual e no seu potencial futuro, permitindo, deste modo, construir uma proposta de valor objetiva e consequente. Daqui resulta a identificação de produtos estratégicos para o concelho, de acordo com as mais-valias intrínsecas e potencial de evolução. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

292


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento Com o suporte da visão para o desenvolvimento turístico do concelho, é fundamental definir o posicionamento do destino, de modo a potenciar a

capacidade competitiva dentro de um setor em grande crescimento, mas também de extraordinária exigência concorrencial. Este é, aliás, um momento crucial para esta definição, uma vez que corresponde ao início das operações das companhias aéreas low cost para os Açores, com a perspetiva de aumento substancial da atividade turística, o que despoleta a necessidade de estabelecer uma traço identificativo forte para o destino “Ribeira Grande”. O posicionamento é exatamente a definição do espaço ocupado por uma marca na mente do consumidor, visando construir uma perceção imediata dessa marca, que influencie o processo de decisão.

•Estado atual: visa compreender, no momento da avaliação, o efetivo valor

A metodologia para desenvolver a proposta de valor assentou no estudo

acrescentado gerado pelos ativos que configuram cada fator, identificando

detalhado do paradigma atual, com particular atenção às potencialidades e

forças, debilidades e elementos sem expressão.

aos elementos distintivos da Ribeira Grande, e da análise crítica de 44 fatores de atratividade que potenciam a motivação para viajar para um destino. Esta lista de fatores derivou da integração de vários elementos, entre os quais se

•Potencial competitivo: favorece a comparação do poder competitivo de cada fator relativamente aos outros concelhos dos Açores.

destacam os parâmetros referenciados pelo Turismo de Portugal na

•Capacidade de diferenciação: permite identificar objetivamente os fatores

avaliação ao grau de satisfação dos turistas que visitam o país. A análise a

que integram condições para diferenciar o destino (ou que já diferenciam).

estes fatores de atratividade permite perceber o seu estado atual, o potencial competitivo perante outros concelhos da Região, a capacidade de diferenciação e as perspetivas de evolução futura do concelho. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

•Perspetivas: apresenta uma avaliação evolutiva de cada fator, assinalando a tipologia de intervenção requeria, desde a inovação completa, melhoria, manutenção ou, eventualmente, desinvestimento. 293


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento Perspetivas

Potencial Competitivo Interno

Pode ser fator diferenciador?

***

-

**

-

•Alojamento

*

•Animação noturna

*

-

•Atrações industriais

***

•Atividades culturais

**

•Atividades de bem-estar

***

•Atividades desportivas

***

•Atividades na natureza

***

•Atividades náuticas

***

**

-

Fatores de Atratividade

Estado Atual

•Acessibilidades

•Acesso a zonas /atrações turísticas

•Atualização tecnológica

Força

Debilidade

Plano Estratégico para o Turismo

Recriar/Inovar

Melhorar

Manter

Desinvestir

  

Sem expressão

Câmara Municipal de Ribeira Grande

294


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento Perspetivas

Potencial Competitivo Interno

Pode ser fator diferenciador?

•City Breaks

*

-

•Clima

*

-

•Comunicação e outros idiomas

*

-

**

-

*

-

***

-

•Envolvimento da população

**

-

•Eventos

**

-

*

-

•Gastronomia

**

•Golf

**

Fatores de Atratividade

Estado Atual

•Conservação dos edifícios

•Cruzeiros

•Design e arquitetura

•Estacionamento

Força

Debilidade

Plano Estratégico para o Turismo

Recriar/Inovar

Melhorar

Manter

Desinvestir

Sem expressão

Câmara Municipal de Ribeira Grande

295


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento Perspetivas

Potencial Competitivo Interno

Pode ser fator diferenciador?

•História e cultura

***

•Hospitalidade

***

-

*

-

**

-

***

-

*

-

Fatores de Atratividade

Estado Atual

•Iluminação da via pública

•Informação turística

•Limpeza da via pública

•Locais e oferta comercial

•Meeting Industry

Recriar/Inovar

Melhorar

•Monumentos e museus

***

•Recursos naturais e paisagens

***

**

-

***

•Praias e zonas balneares

Força

Debilidade

Plano Estratégico para o Turismo

Desinvestir

**

•Património religioso

Manter

Sem expressão

Câmara Municipal de Ribeira Grande

296


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento Perspetivas

Potencial Competitivo Interno

Pode ser fator diferenciador?

•Preservação ambiental

***

•Qualidade dos serviços

**

-

***

-

**

-

•Restaurantes

***

•Roteiros estruturados

***

-

•Segurança

***

-

•Serviços de transporte

**

-

•Serviços de saúde

**

-

•Sinalização

***

-

•Trânsito

***

-

Fatores de Atratividade

Estado Atual

•Reconhecimento/notoriedade

•Relação preço/qualidade

Força

Debilidade

Plano Estratégico para o Turismo

Recriar/Inovar

Melhorar

Manter

Desinvestir

Sem expressão

Câmara Municipal de Ribeira Grande

297


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento Resumo da Avaliação aos Fatores de Atratividade do Destino Potencial de Diferenciação

Recriar/Inovar

Melhorar (a partir do atual)

Manter

•Alojamento

•Alojamento

•Acesso a zonas/atrações turísticas

•Acessibilidades

•Atrações industriais

•Atividades de bem-estar

•Animação noturna

•City Breaks

•Atividades culturais

•Golf

•Atrações industriais

•Clima

•Atividades de bem-estar

•Informação turística

•Atividades culturais

•Cruzeiros

•Atividades desportivas

•Restaurantes

•Atividades desportivas

•Meeting Industry

•Atividades na natureza

•Roteiros estruturados

•Atividades na natureza

•Património religioso

•Atividades náuticas

•Atividades náuticas

•Trânsito

•Golf

•Atualização tecnológica

•Gastronomia

•Comunicação e outros idiomas

•História e cultura

•Conservação dos edifícios

•Monumentos e museus

•Design e arquitetura

•Recursos naturais e paisagens

•Envolvimento da população

•Praias e zonas balneares

•Eventos e entretenimento

•Preservação ambiental

•Estacionamento

•Restaurantes

•Hospitalidade

Desinvestir

•Iluminação da via pública •Limpeza da via pública •Locais e oferta comercial •História e cultura •Monumentos e museus •Recursos e paisagens naturais •Praias e zonas balneares •Preservação ambiental •Qualidade dos serviços •Reconhecimento/notoriedade •Relação preço/qualidade •Segurança •Serviços de transporte •Serviços de saúde •Sinalização

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

298


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento A análise aos fatores de atratividade deixa claro quais os elementos que

três elementos fundamentais – as mais-valias do destino, as dinâmicas do

deverão enriquecer a proposta de valor do destino turístico “Ribeira

mercado e a concorrência de outros concelhos dos Açores – procurando a

Grande”. Os fatores com potencial de diferenciação podem ser agrupados

conjugação ideal entre a oferta, a procura e a capacidade de diferenciação.

da seguinte forma:

Todo este processo de cruzamento de informação considerou os produtos turísticos que valorizam o destino e que apresentam maior capacidade de

Serviços •Alojamento •Restaurantes •Atividades de bem-estar

qualificação da oferta, nomeadamente o turismo de natureza, o turismo Natureza •Atividades na Natureza •Recursos e Paisagens •Preservação Ambiental

Desporto e Entretenimento •Atividades desportivas

industrial, o turismo gastronómico, o turismo sénior, o turismo desportivo e o turismo de praia (Sol & Mar). Mais-valias do destino

Mar •Atividades Náuticas •Praias e Zonas Balneares

náutico, o turismo de saúde e bem-estar, o touring cultural, o turismo

•Natureza e ambiente

Cultura •Atrações industriais •Atividades culturais •Gastronomia •História e cultura •Monumentos e museus

•Mar •Cultura •População jovem •Tranquilidade e sossego

Dinâmicas do mercado •Crescimento do turismo ativo e de natureza.

Este agrupamento define onde o destino se pode posicionar e onde detém

•Importância crescente da sustentabilidade ambiental

potenciais vantagens comparativas. Não obstante, para desenvolver uma

•Preocupações com a saúde e bem-estar

proposta de valor sólida e competitiva é fundamental perceber o grau de

•Concentração do poder de compra nos seniores

resposta da oferta aos desejos e tendências do mercado, bem como

•Procura de experiências personalizadas e marcantes

compreender onde a concorrência oferece maior valor. Assim, integraram-se

•Afirmação do alojamento diferenciado e de charme •Crescimento da importância dos voos low cost

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

•Importância dos canais web & mobile

299


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento Apetências do Mercado

Concorrência de outros concelhos •Turismo de Natureza: todos os concelhos dos Açores

•Touring Cultural: Ponta Delgada, Angra do Heroísmo, Praia da Vitória, Madalena, São Roque do Pico, Lajes do Pico, Corvo

Pacotes aventura Bem-estar

•Turismo de Saúde e Bem-Estar: Povoação (Furnas); Santa Cruz da Graciosa

Trilhos Spa

(Carapacho)

Experiências únicas

•Turismo Náutico: Horta, Ponta Delgada, Madalena, Angra do Heroísmo, Praia da

Animação cultural

Vitória, Vila do Porto, Vila Franca

Termalismo

Preservação ambiental

Em resultado desta análise, que agrega múltiplas variáveis e um nível de complexidade considerável, que culmina numa sobreposição das diferentes dimensões (esquema à direita), é identificada a superioridade de valor do destino (zona a verde), a paridade de valor (zona a azul) e a inferioridade de valor face à concorrência (zona a rosa). São precisamente os elementos destacados na superioridade de valor que sustentam a construção de uma

Rotas turísticas

Aventura Termalismo premium Paisagem Artesanato e cultura Geotermia Natureza soft Tranquilidade Sol & Mar Ruralidade Bem-estar Surf Termalismo Chá Gastronomia Cultura & Religião Ambiente

Turismo náutico

Paisagem Whale watching Iatismo City Breaks Hotel de cidade Meeting Industry Património UNESCO

Açores

Ribeira Grande

proposta de valor que permitirá distinguir o concelho da Ribeira Grande dentro da oferta do destino “Açores”. Assim, a combinação destes elementos com os fatores de atratividade que detêm potencial de diferenciação e com

os produtos estratégicos definidos para o concelho é possível definir uma proposta de valor concreta e construída de forma sustentada através das dinâmicas fundamentais do mercado: oferta e procura. Paridade de valor Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

300


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento Elementos com potencial de diferenciação

•Alojamento •Restaurantes •Atividades de bem-estar

Serviços

•Atividades na natureza •Recursos e Paisagens •Preservação ambiental •Atividades náuticas •Praias e zonas balneares

Natureza

•Atividades desportivas

Mar

Turismo de Natureza

Produtos Estratégicos

•Indústria •Atividades culturais •Gastronomia •História e cultura •Monumentos e museus

Desporto e Entretenimento

Cultura

Aventura Proposta de valor para o destino turístico “Ribeira Grande”

Turismo Náutico

Irreverência

Natureza, Mar e Cultura

Touring Cultural

Saúde e Bem-Estar

Paisagem

Tradição

Tranquilidade

Geotermia

Aventura

Tranquilidade

RIBEIRA GRANDE… … o destino da aventura na natureza e da irreverência do mar, … enriquecido pelo tranquilidade, tradição e autenticidade.

Autenticidade

Surf

Ruralidade

Chá

Termalismo premium

Cultura local

Fatores percecionados e valorizados pelo mercado Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

301


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento A proposta de valor construída para o destino turístico “Ribeira Grande”, de acordo com os preceitos da visão definida, considera os vários fatores

Aventura

diferenciadores do concelho da Ribeira Grande enquanto destino turístico e conjuga-os com o potencial dos vários recursos e atrações existentes, com as mais-valias da oferta atual e com as características intrínsecas da população.

Irreverência

Daqui resultam cinco valores base que suportam a proposta de valor a integrar na estratégia de desenvolvimento turístico do concelho. Estes cinco valores – aventura, irreverência, tranquilidade, tradição e autenticidade –

Tranquilidade

deverão nortear a estruturação dos produtos turísticos e o desenvolvimento do destino, favorecendo, posteriormente, a apresentação ao consumidor, a valorização da experiência e a promoção.

Tradição Aventura Autenticidade Irreverência

Natureza, Mar e Cultura

Tranquilidade

• • • • • • • • • • • • • • •

Natureza Mar Desporto Desconhecido Experiências individualizadas Desportos radicais Desportos náuticos Empreendedores industriais Adrenalina População jovem Wellness (bem-estar) Praia Férias Lazer Termalismo

• • • • • • • • • •

História Cultura Museus Monumentos Festividades Ruralidade Genuinidade Inspiração Simplicidade Singularidade

Para finalizar a análise, recorreu-se a um mapa conceptual para avaliação do potencial intrínseco e de crescimento dos produtos turísticos identificados, que relaciona três variáveis críticas – tipologia de atividade turística,

Tradição

Autenticidade

localização preferencial para a atividade turística e potencial de crescimento turístico – e que facilita a perceção do melhor posicionamento para o turismo no concelho da Ribeira Grande.

Plano Estratégico para o Turismo

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302


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento Proposta de valor para o destino turístico “Ribeira Grande” RIBEIRA GRANDE… Headline

… o destino da aventura na natureza e da irreverência do mar, … … enriquecido pela tranquilidade, tradição e autenticidade.

A Ribeira Grande possui uma riqueza natural e cultural que transforma todo o concelho num sistema vivo de experiências diversificadas. A tranquilidade e autenticidade das zonas rurais valoriza o contacto com uma população hospitaleira e genuína. A origem vulcânica do concelho proporciona paisagens deslumbrantes, Descrição

nascentes termais e aventuras surpreendentes. O mar norte oferece múltiplos spots para beachbreaks e para a prática de surf, com condições excecionais que permitem receber grandes competições internacionais. O património cultural integra múltiplas unidades, que incluem tesouros regionais singulares, para além de oferecer o contacto com as únicas plantações de chá da Europa. A Ribeira Grande é um destino com imensa essência para descobrir e com experiências marcantes para oferecer.

• Natureza deslumbrante com aventuras para descobrir. Fatores Críticos

• Condições únicas para a prática do surf e para beachbreaks. • Riqueza cultural e patrimonial, que inclui as únicas plantações de chá da Europa. • Tranquilidade propícia ao bem-estar e ao lazer.

Plano Estratégico para o Turismo

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303


4.7. Proposta de Valor e Posicionamento Turismo Ativo

Turismo Náutico

•O mapa conceptual do potencial turístico no concelho da Ribeira Grande, constituído por três variáveis críticas, aponta a Natureza como o grande trunfo a explorar. O atual posicionamento do destino “Açores” é semelhante (o Plano Estratégico Regional, a apresentar brevemente, deverá perspetivar

Turismo de Natureza

um reforço dessa posição), resultando em sinergias relevantes na promoção turística integrada. Natureza

Cidade

•Existe uma grande dispersão no que concerne à tipologia de atividade, estando o maior potencial de crescimento no turismo ativo. Existem, porém,

Sol & Mar

Touring Cultural

vários produtos turísticos importantes posicionados na tipologia mais sedentária/contemplativa, o que resulta uma perspetiva mista. Há, ainda, uma

Turismo industrial

grande mais-valia a integrar nesta equação, relacionada com a atual projeção Turismo Gastronómico

do concelho enquanto destino de surf, que se insere no turismo ativo. Daqui resulta, a adequação do posicionamento do concelho no segmento de

Turismo de Saúde e Bem-Estar

Turismo Sedentário

turismo ativo. Turismo sénior

•Devido às características, aos recursos do concelho e ao potencial de crescimento de cada segmento, o Turismo de Natureza, Náutico e de Saúde e

Potencial de crescimento muito elevado

Bem-Estar assumem-se claramente como os produtos estratégicos do concelho. É, porém, importante não limitar a interpretação do gráfico a uma

Potencial de crescimento elevado

análise estanque, sem compreender o histórico associado. O Touring Cultural é atualmente um dos produtos mais importantes para a Ribeira Grande,

Potencial de crescimento moderado Potencial de crescimento reduzido

assumindo-se como um fator fundamental a explorar. Apesar da evolução no posicionamento do destino, a cultura deverá manter-se como elemento estratégico no desenvolvimento turístico.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

304


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos O trabalho conceptual e de planeamento desenvolvido ao longo deste

4.8.

documento apresenta uma proposta de valor concreta e um posicionamento

Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos

específico para o destino turístico “Ribeira Grande”, perspetivando a sua projeção no mercado. Em consequência, é fundamental a definição de princípios básicos de marketing operacional que potenciem o sucesso daquelas definições estratégicas. Note-se que o marketing territorial, para além de encarar o destino numa lógica de mercado, deverá ser definido com o intuito de trazer valor para a população local ao mesmo tempo que permite atrair e satisfazer os turistas. Este processo é complexo e de difícil execução, apresentando uma multiplicidade de intervenientes e de partes interessadas, para além de algumas particularidades que diferem do marketing empresarial. Neste

sentido, são apresentados, de forma genérica, os fatores críticos do marketing mix dos produtos turísticos e são aprofundados os elementos de grande relevância no marketing territorial, como o branding do território e o marketing interno, procurando facilitar a construção do plano de ação. Por fim, são apresentados vários mecanismos comunicacionais, com a

indicação dos objetivos concretos da sua utilização. Esta última componente está vocacionada para orientar a operacionalização da equipa da Câmara Municipal de Ribeira Grande na promoção do destino, procurando a exploração de diferentes canais e estratégias complementares. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

305


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos que integrar duas variáveis fundamentais, a natureza e o turismo ativo. Estas

Enquadramento Estratégico O processo de planeamento de marketing envolve uma componente estratégica, que deve estar articulada com todas as definições de longo prazo do destino, bem como uma componente operacional, vocacionada para a intervenção de curto prazo. O processo constrói-se em torno de fases sequenciais, que envolvem, em termos estratégicos, a segmentação, o

são características que se complementam e permitem um aproveitamento e

valorização dos atributos distintivos do concelho. Não obstante, durante o processo, houve o cuidado de integrar na proposta de valor global do destino outros elementos com elevado potencial de valorização e diferenciação, como a tranquilidade e o bem-estar.

targeting e o posicionamento, e, ao nível operacional, a definição do

Todo este constructo possibilitou a identificação e a definição dos principais

marketing mix (neste caso baseado nos 7P: produto, preço, distribuição,

mecanismos operacionais que refletem as opções estratégicas e que

promoção, indivíduos, processo e evidência física).

perspetivam a projeção da Ribeira Grande no mercado. Estas influências são

Os targets e o posicionamento estão definidos e foram assumidos de acordo com a visão elaborada para o destino, os recursos existentes, as potencialidades detetadas, as debilidades identificadas e as oportunidades oferecidas pelo mercado. Note-se que, no decorrer deste processo, verificou-

particularmente pertinentes no branding do destino, dado o seu papel crítico e central no marketing territorial como instrumento de valorização do território, mas também de criação de uma identidade própria, diferenciadora

e competitiva.

se que os targets atuais podem evoluir e apresentar novas configurações no futuro. Este trabalho deve ser realmente estimulado no sentido de aproveitar todo o potencial do concelho da Ribeira Grande como destino turístico. Por outro lado, dados os principais fatores competitivos do concelho e a auscultação promovida junto do mercado, tanto do lado da oferta como do lado da procura, detetou-se que o posicionamento da Ribeira Grande teria Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

306


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Para o desenvolvimento da marca “Ribeira Grande”, foram considerados três

Branding do destino É um dado adquirido junto das grandes referências internacionais que uma marca é muito mais do que um símbolo, um nome ou um slogan. A evolução do marketing e da competitividade dos mercados, das empresas e dos produtos tem revelado o real poder das marcas, que se assumem cada vez mais como elementos críticos no relacionamento direto com os consumidores. Deste modo, as marcas possuem uma componente intangível

elementos centrais: identidade da marca; logótipo; e posicionamento da

marca. O objetivo foi articular, de forma coerente, diferentes elementos que devem orientar não só o marketing operacional do destino, mas também delinear concretamente o âmbito da marca. Para tal, recorreu-se aos vários inputs recolhidos junto dos agentes turísticos, Câmara Municipal de Ribeira Grande e turistas (internos e externos).

que pode e deve ser trabalhada, no sentido de representar valores

Identidade da marca

concretos, que se refletem, posteriormente, em perceções e sentimentos

• Definida segundo o modelo do prisma da identidade da marca

daqueles consumidores. Tornam-se, assim, num conjunto integrado de várias

sugerido por Kapferer (originalmente concebido em 1992). É um

componentes que assumem significados distintivos junto do mercado e que

elemento fundamental para definir o que é a Ribeira Grande e como se

favorecem o posicionamento na mente dos indivíduos, influenciando-os no

apresenta ao mercado.

seu processo de compra.

Posicionamento

Uma das componentes essenciais do marketing territorial é o branding do

• Partindo da proposta de valor definida para o concelho e assumindo a

território. Em concreto, o branding das cidades é algo de muito complexo,

identidade da marca, procura-se posicionar a marca nos vários

que requer uma visão de longo prazo e que deve estar alinhado com o

segmentos pretendidos.

conceito de desenvolvimento assumido. É encarado como um elemento

fundamental para aumentar a atratividade e a confiança, favorecendo os elementos essenciais para o aumento das exportações e desenvolvimento turístico. Na prática, aumenta a competitividade do território e permite que este se posicione no mercado, encarando os novos desafios conjunturais. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Logótipo • Análise ao logótipo atual que projeta a imagem da Câmara Municipal de Ribeira Grande, percebendo o seu ajustamento à estratégia proposta e ao posicionamento pretendido. 307


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Imagem do emissor (Ribeira Grande)

Interpretação do modelo de Kapferer: Divisão Horizontal Secção superior • •

(Físico + Personalidade) Define o destino Ribeira Grande

• •

Externalização

Secção Inferior (Reflexo + Autorreconhecimento) Define os turistas e o que procuram

Secção Central • •

(Relacionamento + Cultura) Matching entre o destino e o turista

Físico

Personalidade

• • • • • • • • • •

• • • • • •

Verde Azul Natureza Vulcão Mar Património Chá Lagoas Geotermia Gastronomia

Autêntico Hospitaleiro Irreverente Audaz Tranquilo Aventureiro

Relacionamento

Cultura

• • • • •

• • • • •

Segurança Confiança Bem-estar Proximidade Pequena comunidade

Tradicional Rural Simplicidade açoriana Sustentabilidade ambiental Preservação da comunidade

Internalização

Identidade da marca “Ribeira Grande”

Divisão Vertical Lado Esquerdo

Reflexo

Autorreconhecimento

• •

• • • • • • •

(Físico + Relacionamento + Reflexo) Componentes visíveis da marca, ou seja, a sua expressão social.

Lado Direito • •

(Personalidade + Cultura + Autorreconhecimento) O espírito da marca, ou seja, os valores intangíveis que representam as componentes visíveis.

Plano Estratégico para o Turismo

Sossego Natural Ingénuo Acolhedor Boa comida Descoberta Cultura

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Os turistas procuram experiências e vivências únicas e marcantes, como aventuras e descobertas. Querem divertir-se e relaxar, desfrutando de elementos surpreendentes, como uma paisagem exuberante e um povo acolhedor.

Imagem do recetor (Turista) 308


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Posicionamento da marca “Ribeira Grande”

RIBEIRA GRANDE… Proposta de valor

… o destino da aventura na natureza e da irreverência do mar, … … enriquecidas pela tranquilidade, tradição e autenticidade.

Inspiring Nature, surprising adventures.

Assinatura da marca

Natureza inspiradora, aventuras surpreendentes.

Inspiring Nature, …

… surprising adventures.

•A referência à natureza (Nature) é essencial para capitalizar o elemento

•A palavra aventuras (adventures) define o concelho como um destino de

diferenciador central e a grande mais-valia do concelho e aproveitar os

turismo ativo, para a descoberta e experiências fortes (note-se que a procura

esforços promocionais em torno do destino “Açores”.

pela experiência é uma das grandes tendências do mercado).

•Aliar o conceito de inspiração (inspiring) à natureza (Nature) remete para o

•A presença da palavra Natureza (Nature) e da palavra aventuras (adventures)

bem-estar, tranquilidade, para a alegria e felicidade e para a recuperação de

na mesma frase permite destacar o potencial do turismo de aventura e marcar

energia. Permite um posicionamento muito forte na mente do consumidor no

uma posição distintiva para o concelho dentro da oferta regional.

processo da decisão de compra/viagem.

•O conceito de surpresa (surprising) está incluído na frase, remetendo para o

•Inspiring Nature permite a penetração em vários segmentos de mercado,

desconhecido e para a descoberta. É algo que valoriza a população local, a

nomeadamente do ecoturismo, da sustentabilidade ambiental e da saúde e

tradição e as experiências genuínas.

bem-estar. Plano Estratégico para o Turismo

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309


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Posicionamento da marca “Ribeira Grande”

Propostas segmentadas

Natureza

Aventura Ecoturismo

Inspiring nature, surprising adventures Where the adventure begins

Adaptação à mensagem global do destino. Foco na aventura.

Cultura

Património História

History’s secret treasures Authenticity’s little treasures

Valorização da identidade, história e do património local.

Saúde e Bem-Estar

Termalismo Revitalização

Hot Springs of inner renewal Hot Springs of natural vitality

Foco no termalismo e nas energias da natureza.

Náutico

Surf

A Surfer’s Paradise Waves of excitement

Destaque para as condições únicas para o surf.

Gastronómico

Cozinha tradicional

Delightful tradition

Apelo a uma envolvência sensorial, com foco na cozinha tradicional.

Industrial

Chá Importância da indústria

The only tea grown in Europe The industrial center of the Azores

Valorização da singularidade do chá ou da diversidade industrial local.

Sol & Mar

Beachbreaks

Perfect for your beachbreaks

Postura marcante para reforçar o posicionamento das praias locais.

Desportivo

Cultura desportiva Desportos radicais

The spirit of challenge

Assume a cultura desportiva local, a vontade de superação e desafio.

Sénior

Descanso Sossego

Blissful satisfaction

Conceito centrado no descanso, na alegria e na satisfação genuína.

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

310


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Elementos centrais Logótipo A Câmara Municipal de Ribeira Grande apresentou recentemente uma nova imagem corporativa, que inclui, naturalmente, um logótipo representativo do

Representações de elementos naturais: fogo, ar, água e terra.

Formas triangulares.

Este logótipo torna a natureza no ponto central da Ribeira Grande, sobretudo através da prevalência do mar, terra e fogo. As formas triangulares remetem para uma atuação analítica e racional, mas também para o enquadramento natural da Ribeira Grande, nomeadamente pelos recortes da Serra de Água de Pau e da costa norte.

concelho. Este trabalho integra uma abordagem inovadora que procura refletir elementos valorizadores de todo o concelho, ao mesmo tempo que promove o seu reposicionamento perspetivando o desenvolvimento

turístico.

Valores intrínsecos •

Força, dinamismo e criatividade.

Harmonia e equilíbrio.

União e desenvolvimento

A força associada aos elementos naturais espelha características do concelho. Por um lado, espelha o calor geotérmico e a irreverência do mar. Por outro, demonstra a vontade e a persistência da população. No entanto, prevalece a harmonia e o equilíbrio entre todos os elementos, proporcionando uma oferta completa e diversificada.

Valor para o turismo Este logótipo integra vários elementos e valores que representam alguns dos elementos valorizadores do destino e que permitem efetivamente posicionar

o concelho no mercado turístico. Neste sentido, partindo de uma base já definida, importa alinhar o tratamento de imagem e apresentação do destino de forma coerente com o simbolismo atual, percebendo os pontos positivos e as limitações existentes. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

Conforme se confirma pelo estudo das perceções dos turistas e das projeções dos agentes turísticos, a natureza é um fator fundamental e o produto de excelência para o turismo da Ribeira Grande. Aliás, vários produtos turísticos estratégicos recolhem em elementos naturais fatores diferenciadores e qualificadores da oferta. Neste sentido, é relevante aproveitar o valor existente na imagem atual e potenciá-la. Note-se que este logótipo vai ao encontro do posicionamento definido para o concelho e consegue representar visualmente três dos quatro produtos estratégicos definidos (natureza, náutico e saúde e bem-estar), omitindo apenas o touring cultural.

311


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Logótipo Pontos Positivos

Pontos Negativos

•Foco central na natureza

•Não representação do touring cultural, um produto definido como

•Representa diretamente três dos quatro produtos estratégicos do

estratégico e o produto com maior importância atual.

concelho.

•Apesar de ter um foco concreto na natureza, corre o risco de não

•Formas que permitem a identificação do enquadramento natural da

apresentar

Ribeira Grande com a Serra de Água de Pau.

apresentando um valor genérico.

•Cores representativas do concelho e relacionadas com o destino

•Logótipo concebido para a Câmara Municipal e não para o turismo.

“Açores”.

•Elementos abstratos que podem não permitir uma identificação clara.

um

elemento

diferenciador

no

destino

“Açores”,

Uma perspetiva a considerar:

Inspiring Nature •

O logótipo atual foi construído numa base institucional, procurando uma

Aproveitando a headline que procura transmitir o posicionamento do destino e

representatividade da atuação do executivo camarário. Deste modo, integra a

retirando a expressão “Câmara Municipal”, consegue-se em termos visuais

expressão “Câmara Municipal”. No entanto, em termos turísticos, a expressão

recentrar todo o valor de projeção do concelho no setor turístico. Este trabalho

“Ribeira Grande” deverá valer por si própria, recentrando o valor no concelho e

deverá ser desenvolvido de forma precisa, recorrendo às técnicas de design e

não na atuação político-administrativa.

comunicação que estiveram na base do trabalho do criador. O importante é manter o valor atual do logótipo e capitalizá-lo em termos turísticos.

Plano Estratégico para o Turismo

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312


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos • Consciencializar os cidadãos para o papel vital que representam na

Marketing Interno Assumindo o princípio de que o marketing territorial para o concelho da Ribeira Grande, nomeadamente na vertente de promoção turística, pretende criar valor efetivo para a população local, é fundamental conseguir mobilizar

atratividade do concelho, na receção aos turistas e na valorização do

destino “Ribeira Grande”, envolvendo-os num compromisso de desenvolvimento de todo o concelho.

os ribeiragrandenses e envolvê-los em todo o processo. Não só é necessário

• Motivar todos os stakeholders locais, incluindo cidadãos, associações,

o apoio dos munícipes para desenvolver e implementar uma estratégia,

instituições, serviços públicos, empresas, empresários, agentes turísticos,

como também é essencial assegurar a participação ativa de todos.

etc., no sentido de colaborarem no desenvolvimento turístico local.

Neste contexto, atendendo a um novo paradigma de aposta estratégica no

• Mobilizar as empresas, empresários, empreendedores e investidores

desenvolvimento do turismo, é importante, para além da promoção externa,

locais (e externos) para o desenvolvimento da oferta e para o

promover também ações de marketing interno, que possibilitem a devida

investimento num setor encarado como estratégico para a economia do

informação à população, às instituições e às empresas. Esta é uma forma de

concelho.

mobilizar os atores locais, tornando-os recetivos e acolhedores, dinamizando o investimento no setor turístico e a qualificação da oferta. As ações de marketing interno deverão ter em consideração vários objetivos, dinâmicas e públicos-alvo, mas funcionar de forma integrada. Estes objetivos são incorporados em tarefas concretas, previstas no plano de ação: • Estimular a cultura de turismo, desenvolvendo a arte de bem receber, de hospitalidade, de apoio ao turista e valorização da oferta do destino.

• Reforçar o espírito de cada cidadão como promotor do destino Ribeira Grande, favorecendo o word of mouth (boca a boca) e uma postura de “vender” o destino perante potenciais turistas. • Estimular a qualificação pessoal e técnica e o desejo de o fazer, de modo a que todos os stakeholders tenham interesse em se prepararem

devidamente para receber os turistas (ex.: falar em línguas estrangeiras) ou desenvolver serviços no setor turístico.

• Sensibilizar a população para a importância do turismo na economia do concelho e na vida diária de cada cidadão. Plano Estratégico para o Turismo

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313


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Fatores críticos do marketing-mix Produto •Atributos e qualidade percecionada Produtos Estratégicos

Produtos Complementares

‒ Turismo de Natureza: singularidade emocional.

•Turismo de Natureza

•Turismo Gastronómico

‒ Touring Cultural: singularidade e diversidade.

•Touring Cultural

•Turismo Industrial

‒ Turismo de Saúde e Bem-Estar: Premium quality.

•Turismo de Saúde de Bem-Estar

•Sol & Mar

‒ Turismo Náutico: as melhores condições para surf e desporto náutico.

•Turismo Náutico

•Turismo Desportivo

‒ Turismo Gastronómico: cozinha tradicional de grande qualidade.

•Turismo Sénior

‒ Sol & Mar: praias de qualidade. ‒ Turismo Desportivo: competições internacionais e desafiantes.

•Produtos/Serviços a desenvolver e melhorar:

‒ Turismo Sénior: segurança, sossego e diversidade. Alojamento

Restauração

Entretenimento

Comércio

•Diferenciado

•Inovação

•Animação de rua

•Inovação

•Proximidade

•Cozinha tradicional

•Animação noturna

•Especialização

•Apoio e desenvolvimento

•Turismo Rural

•Gastronomia local

•Interatividade

•Artesanato

‒ Corresponder à identidade da marca do destino.

•Alojamento Local

•Qualidade

•Animação turística

•Souvenirs

‒ Promover o crosselling de produtos.

•Hotel na cidade

•Trilhos

‒ Criar pacotes (bundles) integrados para aumentar a experiência e a estadia.

•Hostel

•Whale Wtaching

‒ Posicionar os diferentes produtos de acordo com o tipo de produto e qualidade oferecida.

•Iatismo •Termalismo

‒ Favorecer a diferenciação e a inovação dos produtos dentro do destino Açores.

•Talassoterapia

Plano Estratégico para o Turismo

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314


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Preço

Promoção*

•Principais estratégias de pricing para o destino:

•Ação digital

‒ Premium pricing: preço elevado para qualidade elevada. Relevante na oferta de saúde e bem-estar, da náutica de recreio, bem como na hotelaria 5 estrelas.

‒ Site

‒ Pricing de penetração: preço baixo para ganhar quota de mercado, aumentando-o após atingir o objetivo. Muito relevante em segmentos competitivos como turismo rural. ‒ Pricing económico: preços permanentemente baixos, através de custos de operação e marketing reduzidos. Relevante quando existe abundância de oferta e pouco investimento promocional (ex.: alojamento local). ‒ Pricing de desnatação: preços altos devido a vantagens competitivas substanciais. Existem segmentos onde pode ser aplicado, mas de forma regrada, como turismo de natureza, surf e alguma restauração.

‒ Social Media ‒ SEO e Adwords ‒ Brochureware

Estratégia particularmente relevante para o contacto direto com o consumidor e para atrair o mercado internacional. Deve estar alinhada com a comunicação do destino “Açores” e ser dotada de uma gestão profissional da informação.

‒ Mobile

•Marketing relacional ‒ Relações Públicas ‒ Follow Up

• Elementos influenciadores do pricing:

Importante aplicação junto de agências de viagens, operadores turísticos (DMC) e outros agentes de promoção do destino. Propício a estratégia push (“empurrar” o produto para o intermediário que o procura vender ao cliente final).

‒ Perceção de valor/valorização correta do produto

‒ Competitividade

•Outras ações de marketing direto

‒ Sazonalidade

‒ Feiras

‒ Sustentabilidade ambiental

‒ Brochuras

‒ Capacidade de carga das atrações

‒ Outdoors

‒ Diferenciação

‒ Parcerias

‒ Tecnologia e inovação incorporada

‒ Revistas da especialidade

Também destinados ao consumidor final, mas com potencial menor alcance do que a estratégia digital. Alguns destes meios são mais eficazes no estímulo ao turismo interno (outdoors), enquanto outros são mais adequados ao turismo externo (ex.: feiras e revistas).

‒ Esforços promocionais *Vários destes elementos são abordados de forma mais pormenorizada numa explanação sobre os objetivos de promoção e comunicação.

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315


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Distribuição

Pessoas

•Agências de viagens

•Qualificação

São os meios mais utilizados tradicionalmente na procura internacional. São especializadas na gestão comercial da oferta turística e proporcionam o contacto direto com o consumidor final com a possibilidade da sugestão do destino.

O desenvolvimento da qualidade do destino turístico está intimamente associada à qualificação dos recursos humanos. É fundamental assegurar uma evolução contínua neste fator, aproveitando as valências locais e o estímulo à qualificação e valorização pessoais.

•DMC (Destination Management Companies) São intermediários da cadeia de valor com ampla capacidade de integração de produtos e capacidade de desenvolvimento de serviços integrados, influenciando diversas atividades, desde o transporte ao alojamento e animação. Possuem um conhecimento profundo dos locais, tanto da oferta como da procura, proporcionando a estruturação e implementação de programas que valorizam o destino. Estão vocacionados para o desenvolvimento do negócio, pelo que é muito importante desenvolver um estratégia push adequada junto destes agentes, com ampla informação e definição de objetivos concretos.

•Especialização Associada à qualificação está a especialização. Cada componente da cadeia de valor do turismo exige competências e técnicas diferentes, desenvolvendo-se a necessidade de especializar determinadas tarefas e agentes. É relevante considerar esta variável em todo o processo de planeamento e preparação do destino, procurando uma evolução qualitativa dos produtos e serviços.

•Comunicação

Estruturam programas e pacotes, em parcerias com outros intermediários. Apresentam um âmbito de atuação semelhante aos DMC, mas vocacionado para a componente turística, ou seja, para a experiência/consumo do turista. Possuem, assim, uma ampla rede de contactos e ligações especializadas.

A capacidade de comunicar, bem como o esforço para perceber os interlocutores e fazer-se perceber são fundamentais nos profissionais do turismo, que operem no setor público e no setor privado. O domínio de línguas estrangeiras, principalmente o Inglês, mas também o Espanhol e o Francês, é cada vez mais necessário. Note-se que esta evolução continuará e já se nota a necessidade de línguas até agora pouco aprendidas, como o Alemão (maior mercado estrangeiro dos Açores).

•Centrais de reservas

•Soft Skills

Agregam vários agentes do setor turístico, incluindo agentes de viagens, DMC e operadores turísticos, alavancando a capacidade de aquisição de serviços e produtos. São redes complexas e integradas, com uma vasta área de influência.

Diretamente relacionadas com a comunicação, o desenvolvimento das soft skills nos profissionais de turismo é determinante. A sua atividade depende da capacidade de interação com outras pessoas, da sua motivação e cativação. Faz parte da “arte de vender “o destino.

•Operadores turísticos

•Internet É o canal que mais cresce atualmente, com várias soluções com maior ou menor especialização. Tem uma grande facilidade de chegar a um vasto público com custos reduzidos, aumentando a projeção externa do destino. Permite a chegada direta ao consumidor final, podendo e devendo ser utilizado pelos agentes turísticos locais para apresentarem e distribuírem os seus produtos e serviços. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

•Cultura Os profissionais do turismo devem estar identificados com a Ribeira Grande e com a cultura de desenvolvimento turístico que se pretende implementar. Deverão inspirar-se na identidade da marca do destino e funcionar como agentes ativos de valorização do concelho.

316


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Processo

Evidência Física

•Bem intangível  recorda-se pela experiência emocional.

•Focos de avaliação

•Procura heterogénea  exigências e expetativas diversificadas.

‒ Infraestruturas de apoio

•Produzido e consumido ao mesmo tempo  necessidade de satisfação pela recordação/vivência.

‒ Alojamento ‒ Restauração

•Sazonalidade  gestão da procura e da oferta irregular ao longo do tempo. ‒ Atrações (naturais e culturais) Preparação do destino

Os stakeholders locais devem, em conjunto, contribuir para preparar o destino para a atividade turística

Informação

Deve ser produzida informação pormenorizada, precisa e objetiva sobre todas as componentes do destino, incluindo fatores sociais e económicos.

Desenvolvimento da oferta

A oferta deve ser estruturada e desenvolvida de acordo com o mercado, com os inputs da procura e com as definições estratégicas assumidas.

Processo de venda

O processo de venda deverá estar em consonância com o que é anunciado e com o que é possível efetivamente entregar ao consumidor.

Receção ao turista

Garantir a satisfação do turista com os vários produtos, serviços e elementos ao seu dispor, incluindo a hospitalidade e gestão de expetativas.

Valorização do destino

Recolher inputs dos diferentes stakeholders, procurando o equilíbrio do destino, a melhoria constante, a qualificação e a preservação.

Plano Estratégico para o Turismo

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‒ Via pública e edifícios

•Características essenciais ‒ Entrega (deliverance) em conformidade com o prometido ‒ Conforto ‒ Segurança ‒ Limpeza e higiene ‒ Preservação ambiental ‒ Conservação dos equipamentos e património ‒ WOW factor (fator de deslumbramento) ‒ Apresentação e asseio

‒ Facilidade de acesso aos produtos e serviços

317


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Comunicação Site

Online

O site é um instrumento fundamental na promoção turística atual. Os destinos internacionais de referência têm investido fortemente nestes mecanismos, mantendo-se atualizados ao nível da tecnologia, design e usabilidade. No entanto, este é elemento onde a Ribeira Grande não tem apresentado a qualidade adequada. Na realidade existem dois sites distintos, http://turismo.cmribeiragrande.pt/ e http://visitribeiragrande.com/, que até têm informação contraditória, sendo que o segundo apenas apresenta pouca informação e poucas opções de navegação. É importante rever a estratégia de atuação e redesenhar este canal de promoção e distribuição, introduzindo mais e melhor informação, com melhor organização, detalhe e atualização. Este é um trabalho em desenvolvimento e que apresenta boas perspetivas (www.ribeiragrande.pt). Para benchmark, podem ser utilizadas as seguintes referências: Nova Escócia (www.novascotia.com) e Nova Zelândia (www.newzeland.com).

Social Media

Online

As redes sociais são atualmente o meio que mais rapidamente propaga informação e o principal foco de word of mouth (boca a boca). É portanto, um canal que tem que ser explorado exaustivamente, com uma gestão profissional da informação e das ações de relações públicas. A informação deve ser atualizada e com permanente interatividade. Este é um canal fundamental para vários destinos turísticos, que assumem perfis exclusivos para o setor turístico. A Câmara Municipal da Ribeira Grande optou por concentrar a divulgação cultural e turística no perfil institucional do Facebook, o que poderá ter efeitos positivos no turismo interno, mas deixa amplamente descoberto o turismo externo. Nota-se que não há inclusivamente a tradução para Inglês da divulgação turística, mantendo apenas uma comunicação centrada no munícipe. Esta é uma estratégia que deve ser reavaliada, equacionando-se a utilização de outras redes sociais, nomeadamente Twitter, Pinterest ou Instagram. Plano Estratégico para o Turismo

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SEO

Online

A importância da internet levou à proliferação de sites e ao aumento substancial da importância dos motores de busca. O Search Engine Optimization (SEO) é uma técnica de otimização do sites e do seu conteúdo para serem mais facilmente detetados e relacionados com determinadas palavras-chave pelos motores de busca. Deste modo, conseguem mais facilmente aceder aos primeiros lugares em pesquisas, aumentando substancialmente a probabilidade de acesso dos internautas e/ou potenciais turistas. O SEO é atualmente uma das grandes armas na competitividade digital entre sites, pelo que deverá ser permanentemente monitorizado. Por exemplo, utilizando as palavras “Ribeira Grande Tourism” no motor de busca da Google, o site VisitRibeiraGrande não aparece nos 100 primeiros lugares, mas o topo da lista é ocupado pelo site http://turismo.cmribeiragrande.pt, que apresenta uma imagem e informação desatualizada. É algo que urge resolver e reformular para o desenvolvimento futuro.

Google AdWords

Online

O Google AdWords é outra ferramenta para aumentar a notoriedade de produtos, marcas ou empresas no mercado digital, através do relacionamento direto entre determinadas palavras (escolhidas pelo cliente) e o site. À medida que o internauta pesquisa estas palavras no motor de busca, o site é indicado nos resultados. Este mecanismo funciona no sistema pay per click, o que implica a alocação de um orçamento específico para este fim, e permite uma monitorização constante do número de visitas ao site resultantes da aplicação do mecanismo. Possibilita uma projeção segmentada, definindo-se o âmbito do público a alcançar. Esta é uma solução utilizada principalmente por empresas e sites de e-commerce, mas que se aplica aos restantes negócios, desde que o site tenha qualidade e capacidade suficiente para converter o internauta num cliente concreto. Este é, na realidade, o fator crítico, ou seja, a capacidade de converter potenciais clientes em clientes efetivos.

318


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Brochureware

Online

Com o advento do mundo digital, os flyers e as brochuras em papel perderam importância. Aliás, o alcance destes meios é reduzido e destina-se principalmente ao turismo interno. No entanto, o conceito de brochura, catálogo e flyer aplicado ao mundo digital resulta em brochureware, que não é mais do que ficheiros informativos em pdf, png, jpeg, entre outros, que permitem a visualização, o download e a partilha na web. Esta é uma excelente solução para apresentar, por exemplo, museus e a oferta cultural, trilhos, mapas e rotas. Na Ribeira Grande há muito trabalho para desenvolver neste campo. Já existem alguns ficheiros, mas estão dispersos, normalmente incompletos e pouco precisos. Existem várias atrações e atividades onde se perspetiva haver muito a ganhar com este mecanismo, que permitirá, igualmente, criar um portfólio importante de informação turística e valorizadora do destino.

Multimédia

Online

O desenvolvimento dos meios de comunicação online, em particular das redes sociais, acentuou a importância dos produtos multimédia. A facilidade de partilha de informação e de captação da atenção de potenciais consumidores tem proporcionado o aperfeiçoamento da utilização destes produtos e uma crescente especialização no seu desenvolvimento. A Câmara Municipal de Ribeira Grande tem recorrido a vários mecanismos que se enquadram nesta categoria, em particular através da fotografia e do vídeo. Recentemente, foi concebido um vídeo para divulgação na BTL, para além da apresentação de dois novos trilhos municipais pelo mesmo meio. Este tipo de trabalho deve ser intensificado com o foco especial no setor turístico, incluindo também paisagens, praias, museus, eventos, artesanato, nascentes termais e restaurantes. Deverão igualmente ser explorados outros produtos, como infografias, aplicações e jogos interativos (incluindo cenários gamificados).

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Mobile App

Online

As operações mobile são as que mais crescem atualmente no setor turístico. Todos os gadgets móveis (ex: smartphones, tablets, etc.) com ligação à internet são potenciais pontos de venda de produtos turísticos e são recorrentemente utilizados para pesquisas sobre destinos turísticos específicos. A Ribeira Grande inovou recentemente ao desenvolver uma aplicação móvel com informação sobre o destino. Esta aplicação é efetivamente um excelente meio informativo, mas possui pouco valor acrescentado no aumento da notoriedade/divulgação do destino. A introdução na aplicação de um sistema de alerta, com a indicação e calendarização, por exemplo, de eventos da agenda cultural seria um mecanismo muito importante para divulgação turística. Deste modo, não será apenas um software esquecido no telemóvel, mas passará a ser um “despertador” permanente, que facilitará, eventualmente, o regresso de turistas, tanto internos como externos.

Eventos

Offline

Os eventos possibilitam a prossecução de vários objetivos. Numa primeira dimensão, eventos como as festas tradicionais permitem a dinamização cultural e de entretenimento das localidades, envolvendo os cidadãos e proporcionando atrativos para os turistas. Por outro lado, alguns eventos temáticos favorecem a promoção de empresas, projetos inovadores ou tradicionais e setores de atividade, como a restauração ou a agricultura. Além disso, a organização de eventos mantém a agenda cultural preenchida, permitindo atenuar os efeitos da sazonalidade e estimular a economia local pontualmente. Com toda esta envolvência, é importante tirar partido destes acontecimentos para projetar a imagem externa do concelho, em particular quando se organizam/acolhem eventos com visibilidade internacional. O aproveitamento do Dia Mundial do Turismo é também uma forma de desenvolver o marketing interno e de preparar um evento e atividades com o propósito específico de promoção externa.

319


4.8. Marketing Territorial e dos Produtos Turísticos Feiras

Offline

Através da participação em feiras, é possível atingir vários públicos-alvo. A escolha adequada das feiras a explorar é muito importante e deve ser desenvolvida antecipadamente, de acordo com os preceitos estratégicos de promoção turística do concelho. Por um lado, podem ser exploradas feiras onde o contacto primordial se realize com intermediários da cadeia de valor do turismo, nomeadamente grandes operadores turísticos, DMC ou agências de viagem. Por outro lado, existem outras feiras mais vocacionadas para o contacto direto com o consumidor final, cujos interesses informativos são diferentes. É, ainda, de considerar uma outra variável que tem a ver com a temática das feiras. Existem feiras especializadas em diferentes produtos turísticos (ex.: turismo de aventura), que permitem atingir targets muito específicos e bem definidos. Todos estes parâmetros são de importância capital na preparação da promoção turística de um destino, devendo ser cuidadosamente planeados e orçamentados.

Outdoors

Offline

A utilização de outdoors deve perspetivar dois públicos-alvo diferentes, o turista interno e o turista externo. A colocação estratégica dos outdoors permite a divulgação, por exemplo, de eventos, acontecimentos ou novidades. São informações particularmente úteis para o turista interno. Por outro lado, informações mais genéricas, de divulgação da oferta global do destino, favorece a atração do turista externo que está em São Miguel e começa a explorar o destino. Este tipo de atuação coloca imediatamente a Ribeira Grande numa “luta” pela visibilidade com os restantes concelhos da ilha, pelo que é necessário antecipar adequadamente o ambiente competitivo que se registará. Os outdoors podem, também, servir de elementos qualificadores do destino, nomeadamente se integrarem, mensagens de boas vindas, informações pertinentes e úteis sobre o turismo local ou até inovações tecnológicas como o QR code para download da aplicação móvel desenvolvida pela Câmara Municipal.

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Revistas e Sites da Especialidade

Offline/Online

Do mesmo modo que as feiras, as revistas especializadas em turismo permitem chegar a um público vasto e com grande heterogeneidade de perfil. As revistas destinadas a produtos específicos (ex.: turismo náutico) favorecem uma comunicação mais assertiva para targets mais concretos. As dificuldades nestes meios é compreender realmente o perfil do consumidor, a abrangência da revista e o custo inerente à sua utilização. Por outro lado, os sites da especialidade aumentam substancialmente a exposição do destino e permitem uma potencial maior abrangência. Uma das formas de conseguir reviews e a projeção em revistas e sites especializados passa pela organização de fam tours (viagens de familiarização), trazendo jornalistas, bloggers e editores para conhecer o destino e vivenciar as principais experiências. Estas são “ações de charme”, que visam cativar os convidados, de modo a que possam colocar nos meios comunicacionais que exploram artigos e informações que promovam o destino.

Word of Mouth

Offline/Online

A publicidade boca a boca (word of mouth) é normalmente assumida como o melhor meio de promoção de qualquer coisa. É um meio que envolve um testemunho sobre uma experiência concreta, o que aporta mais confiança e “tangibilidade” ao que realmente esperar. Note-se que a competitividade é tão grande e as alegações de cada competidor são tão intrusivas e permanentes, que se torna necessário encontrar fontes fidedignas da informação. Manter o consumidor satisfeito e corresponder às suas expetativas é um passo fundamental para potenciar o word of mouth. A Web 2.0, em particular através das redes sociais e dos blogs, conferiu ainda mais importância a este meio de divulgação, podendo, em caso de má gestão da informação e das relações públicas, tornar-se muito pernicioso. É, assim, fundamental promover um acompanhamento permanente destes meios e avaliar o grau de satisfação dos turistas, promovendo intervenções onde necessário.

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5. Projetos EstratĂŠgicos para o Desenvolvimento TurĂ­stico do Concelho


Índice 1. Apresentação

7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho

21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional

44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande

98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

321

6. Considerações Finais

332

7. Bibliografia

339

8. Anexos

346

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322


5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho Dentro da visão estratégica definida para o concelho da Ribeira Grande e do

5.

plano de ação proposto para a sua materialização, existem projetos de

diferentes dimensões, quer no investimento e esforço necessários, quer no impacto esperado no destino. Os grandes projetos estruturantes para o concelho estão intimamente ligados a duas variáveis fundamentais: por um lado, os seus mais preciosos recursos, que influenciam também a proposta de valor e o posicionamento do destino e, por outro lado, as grandes debilidades atuais, como o alojamento. Vários destes projetos já vêm sendo identificados há algum tempo, como a requalificação da orla marítima da cidade, mas outros sugerem novidade na diversificação de serviços e produtos e na capitalização e valorização de recursos endógenos. Por várias vezes já se demonstrou e referiu que o concelho da Ribeira Grande é extremamente rico nos seus recursos e detentor de um grande potencial turístico. No entanto, o efetivo aproveitamento dessa riqueza e desse potencial apenas será uma realidade se se conseguir dotar o concelho de equipamentos, intervenções e serviços que lhe confiram atratividade e capacidade competitiva para se diferenciar no mercado. Ressalve-se que este é um momento-chave, por todo o contexto resultante do Quadro Comunitário de Apoio 2014-2020 e da liberalização do espaço aéreo regional. Se não for devidamente aproveitado, poderá representar a perda de uma grande oportunidade para efetivar o salto qualitativo necessário no desenvolvimento turístico da Ribeira Grande.

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5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho SPA Geotermal do Pico Vermelho • Localização: Conceição • Horizonte temporal: Médio e longo prazo • Grau de investimento: Elevado • Importância na qualificação do destino: Muito elevado

Descrição A Ribeira Grande é, atualmente, o único concelho dos Açores onde existe a exploração da energia geotérmica. Para além da sua função principal de produção de energia elétrica, este tipo de atividade permite o desenvolvimento de projetos paralelos com elevado grau de diferenciação. A água utilizada no processo pode ser aproveitada para criação ou aquecimento de piscinas e estâncias geotermais. O caso mais paradigmático é a Blue Lagoon, na Islândia, que representa uma das principais atrações do turismo islandês, estimando-se que 80% dos turistas que visitam o país vão a essas instalações. Dadas as características naturais dos Açores, há muito tempo que o turismo de saúde e bem-estar é apontado como um produto de grande potencial, mas as explorações atuais, para além de pequenas, não têm procurado um posicionamento forte nesse mercado, optando por algo mais mainstream. Um caso particular é o das Furnas, onde o Parque Terra Nostra e a Piscina da Dona Beija, apesar do potencial existente, posicionam-se nas atividades recreativas e de diversão e não no segmento mais próximo da saúde. Assim, com as condições naturais existentes, a criação de um SPA geotermal na Ribeira Grande em moldes semelhantes à Blue Lagoon, aproveitando a Central Geotérmica do Pico Vermelho, permitirá um posicionamento completamente diferenciador da oferta existente nos Açores. Este é um projeto destinado segmentos específicos, permitindo a penetração em mercados premium, de alto valor acrescentado, elevado impacto económico e indutores de um efeito multiplicador bastante profundo. Este tipo de projeto âncora é definidor de uma oferta, sendo igualmente marcante pela capacidade de minimização dos efeitos sazonais.

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5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho Conclusão do Passeio Atlântico • Localização: Matriz/Conceição/Ribeira Seca • Horizonte temporal: Médio e longo prazo • Grau de investimento: Muito elevado • Importância na qualificação do destino: Muito elevado

Descrição O Passeio Atlântico é um dos projetos mais importantes na requalificação urbanística e ambiental da cidade da Ribeira Grande. Num concelho com uma relação histórica e próxima com o mar, a execução deste projeto permite um novo posicionamento do seu principal centro urbano e o surgimento de inúmeras oportunidades de desenvolvimento, não só urbanístico e ambiental, mas também económico e social. O Passeio Atlântico é um projeto de grande dimensão, programado originalmente para um horizonte temporal de médio e longo prazo, com a perceção assumida do grande potencial de promoção turística inerente. Esta obra, quando concluída, representará inúmeras oportunidades de investimento, influenciando decisivamente o comportamento da iniciativa privada, e representará um foco estruturante de desenvolvimento da oferta turística, de alojamento e de entretenimento. Um dos mais importantes impactos deste projeto será decorrente do seu efeito multiplicador na economia local, contribuindo para a modernização da cidade e para uma nova perspetiva de desenvolvimento. É, por isso, considerado um projeto-âncora para catapultar o setor turístico da Ribeira Grande e estimular toda a iniciativa privada e empreendedora na preparação e disponibilização de uma oferta diferenciada, de qualidade e atrativa. Pela localização e relacionamento com a envolvente, este projeto é particularmente importante para o turismo náutico, de Sol & Mar, cultural e gastronómico. Note-se, ainda, o enquadramento único de relacionamento entre o mar, a praia, zonas verdes e o centro histórico que este projeto poderá permitir, que, sendo devidamente estruturado, representa uma proposta de valor extremamente competitiva.

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5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho Reabilitação da Praia do Monte Verde • Localização: Conceição/Ribeira Seca • Horizonte temporal: Médio prazo • Grau de investimento: Médio • Importância na qualificação do destino: Elevado

Descrição Na sequência da requalificação da orla marítima da cidade da Ribeira Grande, a reabilitação da Praia do Monte Verde é uma das ações que contribuirá para a melhoria da oferta turística. Esta praia apresenta uma localização estratégica para a cidade e um enquadramento natural privilegiado para potenciar o desenvolvimento turístico e económico em seu redor. As condições naturais atribuem-lhe características únicas ao longo do ano, em particular para alguns segmentos de mercado que já vêm sendo explorados na Ribeira Grande, como o surf. Para além disso, a extensão do areal permite a definição de uma longa linha de zonas balneares de excelência, que se inicia no Areal de Santa Bárbara, percorre o Monte Verde e termina nas piscinas municipais. Apesar de não existir uma continuidade perfeita, esta extensão é definidora da oferta e pode projetar definitivamente a Ribeira Grande para um destino diferenciador e de referência, com uma diversidade muito interessante de recursos e equipamentos relacionados com a oferta de Sol & Mar e turismo náutico desportivo. A área circundante apresenta um grande potencial de expansão e desenvolvimento, conferindo oportunidades muito interessantes para o investimento privado e para a diversificação da oferta de serviços e comércio. Para além de atividades mais tradicionais, o surgimento de projetos inovadores que tiram partido da proximidade e contacto com o mar é algo a ter em conta, permitindo a diversificação da oferta turística e de serviços complementares. A talassoterapia é um exemplo do tipo de atividades diferenciadas e especializadas que se podem desenvolver neste contexto, que por sua vez potencia o desenvolvimento de outro tipo de oferta, como restauração, fitness ou comércio.

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5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho Valorização do Centro Histórico • Localização: Conceição/Matriz • Horizonte temporal: Médio prazo • Grau de investimento: Médio • Importância na qualificação do destino: Muito elevado

Descrição O centro histórico da Ribeira Grande apresenta um património imóvel de grande riqueza e singularidade. Para além disso, existem inúmeras unidades culturais inseridas nesta área, com grande potencial turístico e capacidade de atratividade. Contudo, fruto de um desenvolvimento que privilegiou outras prioridades, a estruturação da oferta turística não se processou de uma forma adequada, negligenciando a organização, a apresentação e a própria experiência do turista no destino. Neste contexto, urge repensar a oferta turística e cultural no centro histórico da cidade, concebendo mecanismos e adequando práticas que enriqueçam as vivências dos visitantes e induzam a sua permanência por mais tempo no concelho e na cidade. Uma das formas de o conseguir é através da recuperação de algum património edificado, da integração da oferta cultural existente, da dinamização dos equipamentos culturais (com mais interatividade) e da estruturação de rotas temáticas dentro da cidade. Este trabalho terá que ser articulado entre as várias unidades disponíveis, mas também envolvendo os comerciantes da zona histórica. Sugerem-se, por exemplo, a Rota dos Moinhos de Água, a Rota dos Passos Quaresmais e a Rota dos Museus, procurando envolver vários outros equipamentos, como sejam o Jardim do Paraíso, o Mercado Municipal e os Paços do Concelho. É fundamental proporcionar a ocupação dos turistas e envolvê-los na experiência, não assumindo uma postura meramente passiva na apresentação da oferta. Note-se que equipamentos como o Mercado Municipal carecem de “vida” e de adaptação do seu funcionamento à atualidade, eventualmente, com a diversificação de serviços e animação cultural, abrindo também oportunidades à iniciativa privada.

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5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho Eco alojamento e campismo • Localização: Serra de Água de Pau e Zona Poente • Horizonte temporal: Médio prazo • Grau de investimento: Elevado • Importância na qualificação do destino: Elevado

Descrição O alojamento é uma das grandes lacunas na oferta do setor turístico da Ribeira Grande. Não existem grandes estabelecimentos hoteleiros, estando a oferta concentrada no alojamento local e no turismo rural. No entanto, dada a nova projeção do concelho neste setor, este contexto até confere a oportunidade para desenvolver uma oferta diferenciada e devidamente estruturada, com uma adaptação coerente à procura e às características intrínsecas da Ribeira Grande. Dada a notória importância do turismo de natureza e da beleza da paisagem, a criação de eco alojamentos é fundamental. Por um lado, será uma forma de diferenciar a oferta e, por outro, um meio de preservar o meio ambiente. A implementação de um eco resort na Lagoa do Fogo é um projeto que já vem sendo planeado e a sua efetivação constituirá realmente uma mais-valia para o concelho. No entanto, será necessário assegurar as condições ideais de proteção, preservação e conservação ambiental de toda a zona, dada a sensibilidade e importância estratégica para o turismo local. Em complemento à oferta de eco alojamento, a exploração do campismo (na vertente ecológica e de ecoturismo) adequa-se perfeitamente ao posicionamento no turismo de natureza e aventura. O desenvolvimento recente do turismo na Ribeira Grande está a privilegiar este mercado, mas é notória a ausência de uma grande parte de campismo inserido na natureza. Existe uma exploração privada, Quinta das Laranjeiras, e um parque público, no Porto Formoso, mas não existe uma estrutura que se enquadre verdadeiramente na tipologia de ecoturismo. Um benchmark interessante é o Parque de Campismo de Cerdeira, situado no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

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5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho Campos de Golf • Localização: Imediações da Serra de Água de Pau/Porto Formoso • Horizonte temporal: Longo prazo • Grau de investimento: Elevado • Importância na qualificação do destino: Elevado

Descrição O Golf é um produto que ainda não afirmou todo o seu potencial no turismo dos Açores. Um dos fatores que tem limitado o seu desenvolvimento é a falta de diversidade nos campos existentes. Em São Miguel, atualmente, apenas existem dois, sabendo-se que quando o turista do Golf procura um destino perspetiva, no mínimo, uma semana de férias e uma rotação por cinco campos diferentes. A Ribeira Grande, pelas características do território e localização geográfica, poderá tirar um vasto partido desta situação. Já foram várias vezes perspetivados investimentos no desenvolvimento do Golf no concelho, nomeadamente com a implementação de dois campos, um nas imediações da Serra de Água de Pau (eventualmente, associado ao Eco Resort da Lagoa do Fogo) e outro no Porto Formoso. Dada a integração do Campo de Golf da Batalha, a Ribeira Grande ficaria com três dos cinco campos necessários, concentrando 60% da oferta para um segmento onde o turista tem um consumo muito elevado e procura produtos de grande qualidade. Para além disso, as localizações referenciadas permitem uma diferenciação para a oferta disponível a nível internacional, quer pelo ambiente e natureza circundante (perto da Lagoa do Fogo), quer pelo enquadramento nas proximidades do mar. Repare-se que, inclusivamente, estes campos poderão potenciar o desenvolvimento local de pontos de elevadíssimo interesse turístico. O Porto Formoso, por exemplo, pelas oportunidades concedidas pela Praia dos Moinhos e proximidade com as únicas plantações de chá da Europa, poderá alavancar oferta de alojamento e efetivar a sua projeção como local estratégico para a oferta turística da Ribeira Grande.

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5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho Rede Integrada de Turismo Rural e Alojamento Local • Localização: Todo o concelho • Horizonte temporal: Curto prazo • Grau de investimento: Baixo • Importância na qualificação do destino: Médio

Descrição O Turismo em Espaço Rural e o Alojamento Local são, notoriamente, as duas tipologias de alojamento mais dinâmicas no concelho da Ribeira Grande. De facto, existem unidades muito bem conseguidas e atrativas, que proporcionam experiências diferenciadas e enriquecedoras aos turistas. No entanto, existe um claro défice na sua promoção, na apresentação ao consumidor e na exploração dos canais de distribuição e comunicação. Existem várias referências da promoção integrada da oferta do turismo em espaço rural no centro da Europa, mencionando-se, por exemplo, a Polónia, onde o agroturismo tem uma importância crescente. Este tipo de atuação favorece a coerência da mensagem e a identificação correta com o branding territorial, permitindo, igualmente, ganhos de eficiência em todo o processo. Atualmente, a promoção da oferta da Ribeira Grande está dispersa, incompleta e pouco cativante, necessitando de um trabalho de base com o efetivo envolvimento dos próprios promotores. Esta vertente terá que ser trabalhada a vários níveis, desde a recolha de informação periódica, estruturação de um sistema funcional da rede, identificação e exploração de meios comunicacionais e avaliação da sua eficiência. O objetivo deste trabalho é possuir uma base documentada e caracterizadora da oferta de alojamento disponível, facilitando a apresentação ao potencial turista no planeamento da estadia. O fluxo de informação é, assim, o ponto crítico do processo, procurando a atualização permanente e fidedignidade, de modo a conquistar a confiança no destino e na oferta apresentada. Para além da estruturação em rede, a componente digital e web (na informação, promoção e processo de venda) é fulcral, exigindo um investimento adequado.

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5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho Azores Wellness Art Resort • Localização: Calhetas (Canada do Tanque) • Horizonte temporal: Curto prazo • Grau de investimento: Médio • Importância na qualificação do destino: Médio

Descrição O projeto Azores Wellness Art Resort (designação provisória) agrupará um conjunto de apartamentos turísticos de 4 estrelas e um empreendimento hoteleiro de 3 ou 4 estrelas, com restaurante. Terá como foco o turismo de qualidade na vertente da saúde e bem-estar e da promoção da cultura e da arte dos Açores. A componente de wellness terá uma intervenção personalizada e adaptada às necessidades específicas de cada cliente. Terá como ponto de partida uma consulta média e análises de base, no ato de check-in na unidade de alojamento. De acordo com esta avaliação inicial será estruturado um pacote de tratamentos, desde talassoterapia, tratamento de vias respiratórias, saunas e banhos medicinais, até exercícios físicos, passeios pedestres, aulas de yoga ou massagens. A vertente artística será proporcionada pelo design interior, que servirá de expositor natural para o artesanato e obras de arte criadas localmente. Permitirá mostrar ao turista elementos da história do concelho e da região, despertando o seu interesse para conhecer melhor a cultura local. O investimento na Ribeira Grande deve-se à identificação de condições ótimas para o florescimento do mercado de saúde e bem-estar, com mais-valias resultantes de visitas a zonas termais do concelho, como a Caldeira Velha ou as Caldeiras. Como oferta diferenciada, contribuirá para a valorização do destino, captação de turistas e mitigação dos efeitos sazonais. Será um importante canal de promoção de recursos, atividades e produtos locais, como as águas termais, golf, surf, laticínios, chá, doçaria tradicional e carne. A localização central do empreendimento e a belíssima relação entre a paisagem rural e o mar são exemplos da valorização integrada das melhores características do concelho.

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6. Considerações Finais


Índice 1. Apresentação

7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho

21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional

44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande

98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

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6. Considerações Finais

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7. Bibliografia

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8. Anexos

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6. Considerações Finais A decisão atual de diversificar a base económica do concelho da Ribeira

6.

Grande apostando no desenvolvimento turístico perspetiva-se, efetivamente,

como assertiva. Pela sua dimensão, localização, características intrínsecas e património tangível e intangível, a Ribeira Grande apresenta um potencial turístico significativo. O próprio contexto atual é muito favorável a este desígnio, aumentando consideravelmente a probabilidade de sucesso da aplicação efetiva e estável de um estratégia concreta e com objetivos bem definidos. Este é um momento de transição para um novo paradigma, que inclui novas variáveis e com efeitos ainda por conhecer. O Plano Operacional Açores 2020 acabou de ser aprovado e entrar em vigor, conferindo inúmeras oportunidades de desenvolvimento sustentado pelos apoios comunitários. Por inerência, entrou igualmente em vigor o Sistema de Incentivos para a Competitividade Empresarial – Competir+, disponibilizando um novo instrumento ao dispor das empresas e que potencia o investimento privado. Ressalve-se, ainda, a liberalização do espaço aéreo regional e o início da oferta dos serviços de companhias low cost, o que confere um novo contexto às acessibilidades regionais, com profundos impactos esperados no volume e na tipologia da procura. Note-se que todos estes elementos se conjugam e perspetivam uma alteração transversal nas dinâmicas fundamentais do mercado turístico, induzindo não só mutações na procura, mas também a necessária adaptação da oferta.

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6. Considerações Finais No entanto, existem, igualmente, inúmeros desafios a ultrapassar e que implicam uma reestruturação global da oferta, mas também a preparação da

população e a adequação de várias condições básicas de suporte à atividade turística. Na realidade, uma das maiores debilidades locais e que pode obstar ao desenvolvimento turístico é, precisamente, a baixa qualificação da população e a falta de preparação cultural e técnica para o setor dos serviços, em geral, e para a atividade turística, em particular. Apesar da notória habilidade no que concerne à hospitalidade e à simplicidade de relacionamento, a generalidade dos indivíduos não está ainda consciente da postura necessária para a receção, tratamento, conceção da oferta e condições de prestação do serviço ao turista. Note-se que o setor turístico é extremamente competitivo e dentro do destino “Açores” já existem

vários setores de atividade. Os elementos naturais são claramente o recurso mais valioso e com maior capacidade de projeção e atratividade do concelho. É notória, do lado da procura, uma grande satisfação, surpresa e contentamento com a qualidade paisagística e natural existente. É particularmente curioso perceber que o “choque com a realidade” (o efeito surpresa) é realmente profundo no que respeita ao enquadramento natural, sendo a paisagem o fator de atratividade mais mobilizador, por larga margem, da satisfação dos turistas. Este é um ponto fundamental por vários motivos, que se prendem com a estruturação da oferta, com a diferenciação e promoção do destino, mas também com a preservação ambiental e proteção dos recursos.

concelhos e localidades com o desenvolvimento turístico muito superior ao da Ribeira Grande, o que, por si só, indica a necessidade de aplicar esforços redobrados na atratividade local. Este trabalho terá que ser transversal a toda as atividades, implicando um elevado nível de iniciativa e dinamismo no setor privado, aliado à capacidade de liderança da intervenção pública. Mesmo atividades e setores que apresentam tradicionalmente uma boa

performance, como a restauração, terão que desenvolver a sua oferta e acompanhar a qualificação do destino. Este comportamento será fundamental para potenciar o importante efeito multiplicador que existe no setor turístico e induzir mutuamente a capacidade de evolução entre os Plano Estratégico para o Turismo

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6. Considerações Finais Em relação à oferta, este contexto permite identificar claramente um fator diferenciador e potenciador da criação de experiências e vivências únicas,

marcantes e valorizadoras do destino. Para aproveitar todo este potencial, será necessário desenvolver alojamentos e produtos turísticos diversificados que mantenham o turista em contacto com a natureza, que o envolvam emocionalmente e o cativem para a repetição da experiência. Tanto a visão dos agentes do setor turístico, como a atual atuação da Câmara Municipal de Ribeira Grande, como também as características identificadas na procura apontam definitivamente para um posicionamento deste tipo e que permita explorar segmentos de mercado como a aventura e o ecoturismo. Não obstante, a riqueza da Ribeira Grande está longe de se esgotar na natureza. O património imóvel e cultural existente em todo o concelho é de extrema relevância turística, conferindo oportunidades de estruturação de vários produtos turísticos relacionados com o touring cultural. O núcleo museológico é diversificado, mas a apresentação da oferta carece de uma maior integração, do estabelecimento de mais sinergias entre as diferentes unidades e a implementação de atividades mais interativas. O património imóvel permite a conceção de várias rotas temáticas, que irão, certamente, aumentar o interesse pela cultura local e o tempo de permanência dos turistas. Este é, porventura, o produto mais desenvolvido na Ribeira Grande, mas que também necessita de se reinventar e readaptar às novas características da procura. Plano Estratégico para o Turismo

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336


6. Considerações Finais grande interesse para vários nichos de mercado e potenciar, por exemplo, o turismo sénior. Por outro lado, a genuinidade e a singularidade de algumas

festividades, como o Espírito Santo ou as Festas de São Pedro, aumentam o grau de diferenciação do destino e atribuem-lhe atrativos singulares e distintivos. Não obstante esta diversidade de eventos, nota-se a dificuldade de “distribuir” a atividade por todo o ano, de forma a reduzir os efeitos da sazonalidade. A época de verão é claramente a que mais concentra eventos e festividades, indicando a margem existente para desenvolver a oferta em épocas de menor intensidade turística e que sirva de atrativo extra. Um dos recursos turísticos onde a relação entre o potencial existente e o efetivo aproveitamento é mais baixo é o mar. Existem condições naturais de excelência, mas só recentemente o concelho tem conseguido maior projeção Por todo o concelho existem vários eventos e festividades que, com a sua peculiaridade, permitem aumentar o grau de atratividade local. A Ribeira Grande possui, atualmente, um cartaz de eventos marcante, que envolve momentos icónicos como as Cavalhadas, o Cantar às Estrelas, a Feira Quinhentista, o Festival do Monte Verde e a recentemente recuperada Festa da Flor. Uma grande parte das festividades existentes possui uma profunda

carga religiosa, que define a população e representa um elemento característico adicional. A importância da religião católica no concelho é realmente notória, tanto no património material como imaterial. Existem vários edifícios sinalizados, que poderão constituir uma ou mais rotas de Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

através do mercado do surf. A náutica desportiva poderá ser o principal produto da Ribeira Grande neste mercado, em particular pelas condições oferecidas pelo mar. O iatismo e a náutica de recreio apresentam-se também como produtos bastante importantes a desenvolver, considerando as novas condições do Porto de Rabo de Peixe. Contudo, existem ainda várias lacunas a colmatar no que concerne aos serviços de suporte e à capacidade de desenvolvimento da oferta. Por outro lado, a qualidade das zonas balneares, nomeadamente o Areal de Santa Bárbara e a Praia dos Moinhos, garantem uma boa oferta para o mercado de Sol & Mar, que ainda poderá ser melhorada com uma adequada reabilitação da Praia do Monte Verde. 337


6. Considerações Finais É ainda de destacar o enorme potencial que existe por aproveitar no setor do

aumento dos turistas e da sua permanência, a melhoria da experiência e a

turismo de saúde e bem-estar. A Ribeira Grande possui um enquadramento

adequada promoção da oferta junto dos targets definidos. É, assim, com

único em toda a Região, que lhe permite desenvolver uma oferta de

base nestas premissas que o desenvolvimento turístico da Ribeira Grande no

qualidade, diferenciada e extremamente competitiva. A exploração da

horizonte 2015-2020 deve ser promovido, conjugando os esforços locais com

energia geotérmica abre a oportunidade para a estruturação de projetos

o alinhamento regional e com o desenvolvimento global da oferta do destino

estratégicos paralelos e valorizadores do destino, com características

“Açores”.

singulares e em linha com uma das principais tendências turísticas mundiais, a sustentabilidade ambiental. É, no entanto, necessário desenvolver toda a envolvência deste mercado, que é extremamente exigente desde o processo de planeamento dos projetos até à prestação do serviço, envolvendo uma grande necessidade de mão-de-obra especializada e qualificada. Em termos globais, o concelho da Ribeira Grande detém excelentes

condições para o desenvolvimento da oferta turística, com destaque para os produtos relacionados com a natureza, a cultura, a náutica e o bem-estar. É percetível, e deve ser assumido, que há muito trabalho a realizar para estimular a capitalização do potencial existente, implicando a necessária redefinição do destino e do seu posicionamento. Com este planeamento estratégico, pretendeu-se exatamente isso, demonstrando-se, com dados e argumentos concretos, para além de análises pormenorizadas, a construção meticulosa de uma proposta de valor diferenciadora para o concelho. Os grandes objetivos a perseguir relacionam-se com a preparação do destino, o Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

338


7. Bibliografia


Índice 1. Apresentação

7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho

21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional

44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande

98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

321

6. Considerações Finais

332

7. Bibliografia

339

8. Anexos

346

Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

340


7. Bibliografia •Inskeep, E. (1991). Tourism Planning: An Integrated and Sustainable

Referências •Câmara Municipal da Ribeira Grande (1998). Ribeira Grande. Publiçor, Ponta Delgada. •Câmara Municipal da Ribeira Grande (2007). Ribeira Grande: Município 500

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1994. •Kapferer, J.-N. (1992). Strategic Brand Management. Free Press. New York, NY and Kogan Page, London.

anos 1507-2007. Publiçor, Ponta Delgada. •MEI (2007). Plano Estratégico Nacional do Turismo. Turismo de Portugal, •BCSD Portugal (2013). Caso de Estudo: ZON North Canyon Show by Garrett McNamara. Coleção BCDS Portugal, disponível em: http://www.bcsdportugal.org/wp-content/uploads/2013/10/Casos-2013ZONOPTIMUS-ZON-North-Canyon-Show.pdf

Lisboa, disponível em: http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/AreasAtividade/ApoioaoInvesti mento/Anexos/PENT_VERSAO_REVISTA_PT.pdf

•MEID (2011). Plano Estratégico Nacional do Turismo – Propostas para a

•Carvalho, P. e Lourenço, R. (2009). Turismo de prática desportiva: um

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•MEE (2013). Plano Estratégico Nacional do Turismo – Revisão e objetivos 2013-2015. Turismo de Portugal, Lisboa, disponível em:

disponível em: https://www.oxfordeconomics.com/Media/Default/Industry%20verticals/Tourism/E TC-%20Feb%202013%20Trends%20and%20Outlook.pdf

Plano Estratégico para o Turismo

•MEE (2012). Plano Estratégico Nacional do Turismo – Horizonte 2013-2015.

Câmara Municipal de Ribeira Grande

http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/ProTurismo/pol%C3%ADticase estrat%C3%A9gias/Documents/PENT_04Out_WEB.pdf

341


7. Bibliografia •Madeira, C. (2013). Nazaré surfa onda de promoção externa graças a

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•Moniz, A. (2009). A Sustentabilidade do Turismo em Ilhas de Pequena

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Dimensão: O Caso dos Açores. Centro de Estudos de Economia Aplicada do

•SPI (2014). Estratégia de Investigação e Inovação para a Especialização

Atlântico – CEEAplA.

Inteligente da Região Autónoma dos Açores – RIS3 Açores. Governo Regional

•OECD/UNWTO/WTO (2013). Aid for trade and value chains in tourism.

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WTO, disponível em:

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http://www.wto.org/english/tratop_e/devel_e/a4t_e/global_review13prog_e/touris m_28june.pdf

•SPI (2015). Ribeira Grande: Plano Estratégico e Operacional de

•Oxford Economics (2009). The return on investment of U.S. Business Travel.

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Fevereiro.

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•THR (2006). 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento do Turismo em Portugal: Gastronomia e Vinhos. Turismo de Portugal, Lisboa, disponível

•PwC (2014). Desafios do Turismo em Portugal 2014. PwC Portugal, disponível em: http://www.pwc.pt/pt_PT/pt/publicacoes/imagens/2014/pwc_desafios_do_turismo .pdf

•SEBRAE (2008).

em: http://www.turismodeportugal.pt/PORTUGU%C3%8AS/TURISMODEPORTUGAL/PUB LICACOES/Documents/Gastronomia%20e%20Vinhos%202006.pdf

•THR (2006). 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento do Turismo

Cadeia produtiva do turismo: Cenários económicos e

estudos setoriais. SEBRAE, Recife, disponível em: http://189.39.124.147:8030/downloads/Turismo.pdf

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em Portugal: Turismo de Natureza. Turismo de Portugal, Lisboa, disponível: http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/turismodeportugal/publicacoe s/Documents/Turismo%20de%20Natureza%202006.pdf

342


7. Bibliografia •THR (2006). 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento do Turismo

•UNWTO (2013). Sustainable Tourism for Development Guidebook,

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•THR (2006). 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento do Turismo

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http://mkt.unwto.org/publication/unwto-tourism-highlights-2014-edition

•THR (2006). 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento do Turismo em Portugal: Sol & Mar. Turismo de Portugal, Lisboa, disponível em: http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/turismodeportugal/publicacoe s/Documents/Sol%20e%20Mar%202006.pdf

•THR (2006). 10 Produtos Estratégicos para o desenvolvimento do Turismo em Portugal: Touring Cultural e Paisagístico. Turismo de Portugal, Lisboa,

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•WTTC (2013). Tourism for Tomorrow: The WTTC Perspective. WTTC,

•Turismo de Portugal (2015). Turismo 2020 – Plano de Ação para o

http://www.wttc.org//media/files/reports/mission/tourism%20for%20tomorrow%20-%20final_rgb.pdf

Londres, disponível em:

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•UNWTO (2013). UNWTO Annual Report 2012. UNWTO, Madrid, disponível

•WTTC (2013). Benchmarking Travel & Tourism – Global Summary. WTTC, disponível em: http://www.wttc.org//media/files/reports/benchmark%20reports/2013_global_summary_1.pdf

em: http://dtxtq4w60xqpw.cloudfront.net/sites/all/files/pdf/annual_report_2012.pdf Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

343


7. Bibliografia •WTTC (2014). Travel & Tourism: Economic impact 2014. WTTC, Londres, disponível em: http://www.wttc.org//media/files/reports/economic%20impact%20research/regional%20reports/world20 14.pdf

Legislação •Decreto Regulamentar Regional n.º 17/2006/A, de 10 de abril. Plano Diretor Municipal da Ribeira Grande. Diário da República n.º 71, Série-B I de 200604-10.

•Yeoman, I. (2011). Tomorrow’s Tourist: Scenarios & Trends. Routledge, Future Foundation, Advances in tourism research series, cap. 4, pp. 35,

•Decreto Legislativo Regional n.º 38/2008/A, de 11 de agosto. Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores. Diário da República

London.

n.º 154, Série I de 2008-08-11. Região Autónoma dos Açores – Assembleia Legislativa Regional. •Decreto Legislativo Regional n.º 13/2010/A, de 7 de abril. Suspensão parcial do Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores (POTRAA), aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 38/2008/A, de 11

de Agosto. Diário da República n.º 6, Série I de 2010-04-07. Região Autónoma dos Açores – Assembleia Legislativa Regional. •Resolução do Conselho do Governo n.º 61/2010, de 13 de maio de 2010. Presidência do Governo Regional. Jornal Oficial da Região Autónoma dos Açores n.º 76, I Série, de 2010-05-13. •Portaria n.º 102/2010, de 28 de outubro de 2010. Secretaria Regional da Economia. Jornal Oficial da Região Autónoma dos Açores n.º 172, I Série, de 2010-10-28. Plano Estratégico para o Turismo

Câmara Municipal de Ribeira Grande

344


7. Bibliografia Bases Estatísticas Online

Websites

•Banco de Portugal (BPStat): www.bportugal.pt/estatisticasweb

•http://turismo.cm-ribeiragrande.pt

•Instituto Nacional de Estatística: www.ine.pt

•www.azores.gov.pt

•Instituto Canário de Estadística: www.gobiernodecanarias.org/istac/ •Serviço Regional de Estatística dos Açores: http://estatistica.azores.gov.pt/

•www.bluelagoon.com •www.cm-ribeiragrande.pt •www.europeseniortourism.eu

•Turismo de Portugal – PROTURISMO: www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/ProTurismo/Pages/ProTurism

•www.inventario.iacultura.pt •www.observatorioturismoacores.com

o.aspx •World Travel & Tourism Council – Economic Data Search Tool: www.wttc.org/focus/research-for-action/economic-data-search-tool/

•www.reservamonteverde.com •www.rotadabairrada.pt •www.thalassoportugal.com •www.thefreedomtrail.com •www.turismodeportugal.pt •www.turismoindustrial.cm-sjm.pt •www.virtualheb.co.uk •www.visitribeiragrande.pt •www.zonnorthcanyon.com

Plano Estratégico para o Turismo

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345


8. Anexos


Índice 1. Apresentação

7

2. Caracterização Socioeconómica da Região e do Concelho

21

3. Contexto Turístico Internacional, Nacional e Regional

44

4. Caracterização e Desenvolvimento Turístico do Concelho da Ribeira Grande

98

5. Projetos Estratégicos para o Desenvolvimento Turístico do Concelho

321

6. Considerações Finais

332

7. Bibliografia

339

8. Anexos

346

Anexo I – Agentes turísticos entrevistados

348

Anexo II – Mapa turístico do concelho

349

Anexo III – Percursos Propostos no Centro Histórico da Ribeira Grande

350

Anexo IV – Catálogo de fotografias ASA – Action Sports Azores

351

Plano Estratégico para o Turismo

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347


Anexo I – Agentes Turísticos Entrevistados Nome

Cargo

Instituição

Albano Cymbron

Diretor

Agência de Viagens Melo

Ana Rodrigues

Presidente da Direção

ATURG – Associação de Turismo da Ribeira Grande

André Raposo

Empresário

Azorean Mountain Bike Tours

Carlos Silva

Empresário

Restaurante “O Silva”

Denis Correia

Empresário

Azores Magic Tours

Francelina Silva

Responsável de Operações

MB Travel

Horácio Franco

Presidente da Comissão

Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada – a Comissão Especializada no Turismo

Jan Delius

Empresário

Casa “Mãe de Água”

Jorge Rita

Presidente da Direção

Associação Agrícola de São Miguel

Luís Jerónimo

Diretor

Agência de Viagens Francisco Martins

Marta Pires

Administradora Executiva

Grupo Bensaúde

Nuno Costa

Presidente da Direção

AEDRG – Associação Empresarial da Ribeira Grande

Paulo Medeiros

Empresário

Restaurante da Associação Agrícola de São Miguel

Rosa Costa

Vendas e Marketing

Futurismo

Ruben Farias

Presidente

Clube Naval de Ponta Delgada

Rui Faria

Chefe de Divisão

Câmara Municipal de Ribeira Grande – Divisão de Cultura

Rui Medeiros

Empresário

Azores Private Tours

Sarah Santos

Empresária

Harmony Trail Azores

Serafina Silva

Guia Turístico

Freelancer

Sónia Moniz

Coordenadora

Câmara Municipal de Ribeira Grande – Posto de Turismo

Susana Tiago

Coordenadora

Museu do Tabaco

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Anexo II – Mapa Turístico do Concelho

Este anexo localiza de forma detalhada as zonas turísticas identificadas no capítulo 4.2.1. e o património referenciado no capítulo 4.2.2. para além de outros equipamentos e atrações turísticas. A consulta ao pormenor e com a respetiva legenda deverá ser realizada através do ficheiro em suporte digital fornecido com este documento.

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349


Anexo III – Percursos Propostos no Centro Histórico da Ribeira Grande Percurso da Rua Direita Percurso dos Moinhos de Água da Condessa Percurso dos Passos Quaresmais Percurso da Frente Marítima Percurso das Praças/Largos/Jardins

Serviços de Referência Passos Quaresmais Moinhos da Condessa Património de Referência

Este anexo define uma perspetiva mais pormenorizada sobre o centro histórico da cidade, zona de fundamental valorização para qualquer destino turístico (principalmente quando um dos produtos turísticos é relacionado com a cultura). Apresenta uma proposta de organização dos percursos a oferecer, de modo a estruturar a oferta e a aumentar a permanência do

turista. A consulta ao pormenor e com a respetiva legenda deverá ser realizada através do ficheiro em suporte digital fornecido com este documento. Plano Estratégico para o Turismo

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Anexo IV – Catálogo de Fotografias ASA - Action Sports Azores No desenvolvimento deste documento foram utilizadas imagens e fotografias de diferentes fontes. Para além da utilização de material recolhido pela

Fundo de Maneio e pela M-arquitetos, utilizaram-se imagens retiradas do site www.flaticon.com, recorreu-se ao vasto portfólio de imagens da Câmara Municipal de Ribeira Grande e, pontualmente, de forma exemplificativa, a imagens de sites institucionais de entidades referenciadas ao longo do texto. Não obstante, ressalva-se um agradecimento especial à Associação ASA – Action Sports Azores, que gentilmente cedeu várias imagens que foram incorporadas no documento. As fotografias utilizadas encontram-se nas seguintes páginas: 3, 5, 7, 21, 44, 67, 98, 100, 101, 111, 119, 133, 193, 194, 195, 196, 201, 202, 205, 234, 252, 271, 293, 369, 376, 380, 384, 387 e 394. As imagens são as que se seguem.

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Anexo IV – Catálogo de Fotografias ASA - Action Sports Azores

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