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ETF em carteiras de gestão ativa
ETF
EM CARTEIRAS DE GESTÃO ATIVA
A questão já não é tanto sobre optar por ETF ou fundos de gestão ativa, mas sim como combinar ambos. Contudo, para lá das vantagens, há cuidados a ter na seleção dos ETF.
Nos últimos anos, uma das questões que tem dominado a indústria da gestão de ativos tem sido o forte aumento dos ativos sob gestão dos Exchange Traded Funds (ETF) – para mais de 8 biliões de USD, a nível global –, e até que ponto os mesmos poderão substituir os tradicionais fundos de investimento de gestão ativa? Trata-se, de facto, de um debate interessante, tendo em conta a elevada percentagem de produtos de gestão ativa que não conseguem, de forma consistente, bater os respetivos benchmarks, não justificandoas comissões cobradas, significativamente superiores às comissões dos ETF.
Na minha opinião, haverá sempre lugar para ambas as abordagens. A questão não deverá ser entre optar por uma ou outra, mas como combiná-las em carteiras de investimento diversi cadas. Na gestão de um fundo de gestão muito ativa, por exemplo, faz todo o sentido incluir ETF na carteira.
DIVERSIFICAÇÃO
REDUÇÃO DE CUSTOS FLEXIBILIDADE
CONTROLAR A EXPOSIÇÃO SETORIAL
ETF
NA SELEÇÃO DOS ETF DEVEM TER-SE ALGUNS CUIDADOS, COMO A ANÁLISE DA SOCIEDADE GESTORA OU A LIQUIDEZ DO ETF
Tal opção deve-se às vantagens identificadasneste tipo de fundos-índice, nomeadamente: - Diversificação,na medida em que com uma única linha se obtém exposição a um conjunto alargado de ações. Na nossa opinião, em carteiras de gestão ativa, por seu lado, faz sentido ter ETF na componente de ações, como forma de reduzir o risco específicoda carteira. Isto tendo em conta que, na componente de obrigações, tipicamente, preferimos exposição direta a créditos de empresas, cuja correlação com as ações pode ser significativa sobretudo, quando os mercados corrigem, os ETF permitem reduzir o risco específicoda carteira total; - Redução de custos, dadas as baixas comissões de gestão deste tipo de produtos. Com uma única transação é possível comprar/vender um cabaz de várias ações (menores custos de transacção). Diversificaçãoa baixo custo; - Flexibilidade, no sentido que permitem aumentar (ou reduzir) de forma muito rápida (e barata) a alocação a um determinado mercado ou setor. Trata-se de uma vantagem relevante quando falamos de fundos de investimento abertos, com subscrições e resgates diários, onde a gestão da liquidez se reveste de grande importância. -Trading Intra-day. Ao contrário dos fundos de investimento tradicionais, os ETFs, sendo transaccionáveis em bolsa, permitem a realização de compras e vendas na mesma sessão. - Controlar a exposição setorial. Através dos ETF setoriais, os investidores podem mais facilmente gerir a alocação setorial pretendida nas respetivas carteiras. De qualquer forma, alguns cuidados devem ser igualmente considerados. Em primeiro lugar, deve ser analisada a sociedade gestora do ETF, devendo ser privilegiadas as gestoras de renome e com track-record. Em segundo, é importante verificarfactores como a liquidez do ETF, ou seja, o volume de transações, a diferença para o Net Asset Value (NAV) e o spread bid-ask. Por último, importa ter presente que os ETF market weighted, isto é, que distribuem os constituintes em função da sua capitalização bolsista, tendem a sobreponderar os títulos que mais subiram. Isto pode ser importante porque, no caso de grandes subidas do mercado, através dos ETF tende a comprar-se as ações que subiram mais e não as necessariamente mais baratas.
RISCO DE CRÉDITO
Outro aspecto a ter em atenção é que alguns tipos de ETP (Exchange-Traded Products), têm risco de crédito do emitente como é o caso do ETC (Exchange-traded-Commodities) e ETN (Exchange-traded Notes). Relativamente aos ETF, os ativos da carteira estão segregados em contas independentes, isoladas do risco de falência do emitente do produto e confiadasa depositários independentes com responsabilidades de supervisão (sem risco de crédito).
Concluindo, os ETF são um instrumento poderoso na gestão de carteiras de investimento. Mais do que o market-timing e o stock-picking, o principal driver da rendibilidade (e risco) de uma carteira de investimento é a alocação de ativos. E, neste sentido, os ETF podem ser de grande utilidade.
A OPINIÃO DE
ISABEL VENTO Responsável de Negócio para a Península Ibérica, BlackRock
Os nossos clientes estão cada vez mais preocupados sobre como as suas estratégias estão a responder à transição para uma economia de emissões zero. Cada vez mais questões nos chegam sobre como proteger um portefólio dos riscos físicos ou sobre como podem medir o seu compromisso sobre os targets de emissões líquidas zero, entre outros tópicos. É por isso que, à medida que a transição se torna crescentemente um elemento central dos portefólios, na BlackRock estamos comprometidos em ajudar a responder a todas essas questões e a providenciar as ferramentas necessárias para que a transição esteja integrada em cada portefólio. Os investidores estão a defini estratégias e caminhos para um modelo líquido zero. Contudo, nós queremos colocar à sua disposição um leque de capacidades para que esta transição, independentemente da velocidade que lhe seja atribuída pelos titulares das carteiras, tenha lugar de forma sustentável, mas sem perder o foco na criação de valor no longo prazo. Não podemos esquecer que a transição para um modelo de zero emissões irá demorar décadas e que, por isso, temos de direcionar os nossos esforços para envolver mais e mais setores, e não deixá-los fora do processo. É por isso que na BlackRock estendemos a mão aos investidores, para que seguir em frente juntos seja a melhor maneira de alcançar um objetivo comum, que é a descarbonização da economia.