Entrevistas
Jack Neele, Robeco Tom Riley, AXA IM LegislaçãO
Alteração ao regime de fundos de pensões e entidades gestoras Estratégias
Ações mundiais em COVID-19, Novidade ou déjà-vu? Com estilo
Número 32 Maio e junho 2020
.
Cinco minutos a galope viagem de uma vida
O grande confinamento vs. A crise financeira global Embora estejamos perante uma crise única pode ser interessante viajar a um lugar incómodo, a 2008, e analisar, para o bem ou para o mal, porque é diferente desta vez.
Com a colaboração do Allfunds
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The Alphabet of Asset Management.
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Edi O hábito faz o monge, e a boa-vontade também to rial S
32 I Maio e junho 2020
e em fevereiro alguém nos dissesse que estaríamos fechados em casa durante dois meses, seríamos os primeiros a querer partir essa bola de cristal. O ser humano reage mal a projeções demasiado longas, a futurologia, e a planos essenciais para a empresa “projetados para o triénio 2021-2023”. Prova disso é que a digitalização e o teletrabalho, provavelmente, sempre foram um post scriptum nos planos de atividades de muitas empresas.
A gestão de ativos nacional parece estar a responder da melhor forma àquela que é uma crise com pouca história de comparação. Saber fazer de uma pedra no sapato a nova pedra basilar onde se suporta o negócio exige visão e flexibilidade.
A necessidade aguça de facto o engenho, e a gestão de ativos nacional parece ter tido uma pronta resposta aos tempos que se vivem. Encurtou a distância entre o cliente - não a física, claro – da melhor forma possível, e conseguiu, até em determinadas áreas, tirar o melhor partido do que uma situação adversa pode significar. Veja-se o caso das Sociedades de Consultoria para Investimento que, nas páginas desta edição, contam como é que a sede de informação dos clientes lhes trouxe novos contactos, e até novas formas de olhar para o negócio. O próprio investidor, por seu lado, parece já não ser bem o mesmo que vimos na crise financeira de 2008 – embora esta seja de outra índole. No tema que dá o mote a esta edição, responsáveis de gestoras internacionais falam mesmo de menos resgates em fundos de investimento entre os clientes ibéricos. Estarão estes mais informados? Embora esta seja uma crise sem precedentes, uma pandemia que pouca comparação tem com outros surtos epidémicos, importa também olhar para o trabalho de quem coloca a mão na massa – ou seja, nas carteiras – e que tem know how suficiente conferido por outros tempos atribulados. Como terá sido a resposta dos fundos de ações mundiais, que ostentam Selo FundsPeople, a crises epidémicas como o Ébola, o SARS ou a Gripe das Aves? Neste contexto, e mais uma vez na história da gestão de ativos, os profissionais serão desafiados a arranjar alternativas de investimento que satisfaçam a sede de retorno de clientes, mas também que consigam acompanhar os prováveis vaivéns de política monetária que estão por vir. A gestão da tesouraria tornou-se outro dos imperativos, e numa das secções desta edição dedicamos-lhe a atenção necessária. Por outro lado, com a manutenção das taxas de juro em níveis muito baixos, os produtos de mercado monetário ou de curto prazo continuarão com taxas negativas e as obrigações terão retornos muito baixos… um responsável de uma gestora de fundos imobiliários mostra nesta edição o que se poderá, eventualmente, esperar do imobiliário, mas também dos fundos que investem nesta classe de ativos. O hábito faz o monge, costuma-se dizer, e esperemos que, mais uma vez, a indústria de gestão de ativos saiba responder a mais uma pedra no sapato. No Estrangeiro, de Albert Camus, quando Meursault está já há alguns dias na prisão, denota precisamente essa caraterística da condição humana: a do hábito, mas também da construção dele, deliberada. “No início da detenção, no entanto, o mais duro foi virem-me à cabeça os pensamentos de homem livre”, pode ler-se. “Depois, passei a ter unicamente pensamentos de prisioneiro. Aguardava o passeio quotidiano no pátio ou então a visita do advogado. (…) Acabamos por nos habituar a tudo, gostava a minha mãe de dizer”. O hábito faz o monge, mas a boa-vontade também. Maio e junho I Fundspeople 3
in di ce 32 I Maio e junho 2020
80
PANORAMA 12 E m vários cantos
76
TENDÊNCIAS
82
14 Oportunidade na volatilidade 17 Barómetro ABC 20 Fórum APFIPP 26 Ranking Selo FundsPeople 36 Mercado europeu de fundos de investimento quebra senda de crescimento
40 O grande confinamento vs crise financeira global 46 Galardões à distância 50 PSI 20 vs fundos de ações portuguesas 54 COVID-19: Novidade ou déjà-vu? 58 P olítica monetária e baby boom 62 A lteração ao novo regime de fundos de pensões e entidades gestoras 64 Pandemia: afasta ou aproxima os clientes das SCI? 68 Pode a economia comportamental resolver o problema da poupança? 72 Depositários: o lado menos visível da gestão de ativos
ENTREVISTAS 76 Jack Neele 80 Miguel Taledo de Sousa 82 George Saffaye 86 Raúl Póvoa 88 Tom Riley 92 Armando Nunes
88
PRODUTOS
94 Quando a teconologia moveu o mundo 100 Alternativos multi-estratégia 103 Gestão de tesouraria na incerteza 106 A dívida emergente com Selo FundsPeople 2020 110 Sustentável e resiliente 114 ETF Inversos 117 O imobiliário como classe de ativos alternativo e não correlacionado
ESTILO DE VIDA 120 Cinco minutos a galope 122 V iagem de uma vida 4 Fundspeople I Maio e junho
86
92
co labo ra do res
103
Responsável de Market and financing services, BNP Paribas Securities Services Spain Gestão de tesouraria num contexto incerto
50
62
Borja Rodríguez Cano
114
Carlos Alberto T. Rodrigues
Antonio Durán Garrido
Presidente, direção da Maxyield - Clube dos Pequenos Acionistas PSI 20 vs fundos ações portuguesas
Profissional da indústria de gestão de ativos ETF Inversos – São instrumentos eficazes em quedas do mercado?
117
Ana Algarvio de Sousa e Hugo Monteiro
Pedro Coelho Administrador, Square Asset Management O Imobiliário como classe de ativos alternativo e não correlacionado
Associados Sénior, PRA-Raposo, Sá Miranda & Associados Alteração ao novo regime de fundos de pensões e entidades gestoras
68
120
Gonçalo Sommer Ribeiro, CFA
Portfolio Manager, Math Fund Pode a economia comportamental resolver o problema da poupança?
100
contributos do mês 32 I Maio e junho 2020
Nota de redação A Primer Decil Consultores y Editores S.L. informa-o que os seus dados de carácter pessoal, obtidos na sua condição de subscritor da revista FundsPeople fazem parte do ficheiro 397084/2010 inscrito na Agência Espanhola de Proteção de Dados, sendo os mesmos apenas utilizados para os fins de envio desta revista e outras informações sobre produtos e/ ou atividades da entidade e/ou daquelas com as quais sejam celebrados acordos, assim como produtos e/ou atividades
6 Fundspeople I Maio e junho
Rui Broega Director coordernador, Asset Management, BiG Cinco minutos a Galope
122
Manuel Yutaro Rubio
Marta Carvalheiro
Analista, Allfunds Fundos multiestratégia, multiativos
Executive director, Haitong Bank A viagem de uma vida
de patrocinadores e/ou colaboradores da revista e/ou da entidade, incluindo-se o envio de comunicações comerciais através de meios de comunicação à distância, efetuando, de igual modo, resumos estatísticos e/ou históricos. O leitor tem reconhecidos os direitos de acesso, retificação, cancelamento e oposição dos seus dados pessoais mediante comunicação individual que deverá enviar para o seguinte endereço de correio electrónico: protecciondatos@fundspeople.com A FundsPeople é uma revista dirigida exclusivamente a profissionais do sector financeiro e, em particular, a
entidades consideradas como contrapartes elegíveis ou investidores profissionais, ao abrigo da legislação aplicável. A informação sobre instituições de investimento coletivo ou outros instrumentos financeiros, constante da FundsPeople é apresentada unicamente com fins informativos e ilustrativos e nunca deve ser interpretada como uma oferta de venda ou uma recomendação de investimento. A informaçao não constitui uma descrição completa das instituições de investimento coletivo ou de outros instrumentos financeiros, mercados, ou desenvolvimentos a que se faz referência.
Paul Doyle Head of Europe ex-UK Equities
Covid-19: uma pandemia sem precedentes na economia moderna
O surgimento do Covid-19 desestabilizou os mercados de ações em todo o mundo. Desde que a China alertou a Organização Mundial da Saúde para casos de "pneumonia fora do comum" em Wuhan em dezembro passado, entramos no que a OMS chama de "território desconhecido". A Itália foi a primeira na Europa a fechar todo o país, outros a seguiram. O vírus tem sido rápido e indiscriminado, infetando da mesma forma realeza, políticos e trabalhadores mal pagos. Mas antes de avaliarmos como essa situação se pode desenvolver no futuro, vale a pena examinar a saúde financeira da Europa no ponto de entrada na crise. O ano passado terminou em alta, com os mercados globais de ações com uma subida de 27% e a Europa de 29%, apesar do fraco crescimento dos lucros. Isto foi motivado por uma confluência de eventos: os conservadores de Boris Johnson venceram as eleições no Reino Unido e as ansiedades do Brexit diminuíram; as tensões comerciais entre os EUA e a China diminuíram; e nos EUA, as hipóteses de Elizabeth Warren e Bernie Sanders ganharem a indicação democrata diminuíram. Também houve boas notícias na Fase 1 das negociações comerciais EUA/China, pois o governo dos EUA permitiu que o prazo das tarifas de automóveis na Europa passasse. E em novembro, a China, os EUA e o Banco Central Europeu retomaram o QE. Os otimistas esperavam que tudo isso estimulasse um crescimento global mais forte ... mas depois veio o Covid-19. No princípio, o vírus estava
limitado à província de Hubei, onde fica Wuhan, um centro industrial chinês de tamanho médio. Os investidores digeriram o impacto, muitos assumindo que este era outro SARS e não pior. Mas o vírus espalhou-se, rápida e desigualmente. A Itália foi a mais afetada e, dada a população mais velha, a mortalidade foi alta. Mas foi acompanhada pela França e superada pelo Reino Unido e pelos EUA. Encerramentos de fronteiras, cancelamentos de voos, outras restrições de viagem, trabalho em casa, limites de contato social - todos foram aplicados globalmente com efeitos variados. Mas o que tem sido universal tem sido o impacto no mercado de ações - quedas acentuadas. Então, todos nós perdemos dinheiro - infelizmente. Mas certas abordagens e estilos se destacam. Os investidores em valor, que se concentram numa avaliação simplista do preço foram os que mais sofreram, especialmente quando as suas carteiras eram inclinadas para ações de lazer ou bancos aparentemente baratas. A qualidade do modelo de negócios e a resistência à volatilidade tornaram-se valorizadas - o suficiente para minimizar, se não evitar, as quedas nos preços das ações. E agora? Esta é uma recessão impulsionada por um evento, não sistêmica, e, embora o choque inicial possa desaparecer rapidamente, existe o risco de um ciclo de feedback negativo acontecer. O bull-market de 11 anos foi impulsionado pela criação de emprego
que alimentou os gastos dos consumidores. O aumento nas reivindicações iniciais de desemprego nos EUA de Covid-19 para 6,6 milhões garante que a taxa de desemprego vai subir bem acima da taxa relatada de 4,4% em março. O impacto no consumo, no entanto, pode não ser tão mau, dado o apoio que o governo está a dar às famílias. A recuperação será conduzida medicamente, através da desaceleração ou interrupção da propagação do vírus, permitindo que os bloqueios diminuam e que retorne alguma normalidade económica. Isso precisará de acontecer rapidamente, se a crise não se transformar numa recessão auto-reforçada. Porém, se o bloqueio for removido muito rapidamente, as infeções poderão aumentar novamente. O suporte A resposta monetária e fiscal foi rápida. O Fed fez mais em três semanas do que em todo a GFC. O BCE comprometeuse a comprar títulos governamentais e corporativos a uma taxa nunca antes vista: um pacote de gastos de 2,3% do PIB da Zona Euro com mais 13% do PIB em garantias de crédito. Os déficits orçamentais da zona do euro atingirão 10%-13% do PIB este ano. A combinação de gastos mais altos e queda na produção elevará os índices de dívida em relação ao PIB em 20 a 40 pontos percentuais. Acreditamos que isso significará que haverá uma recuperação em forma de U na atividade económica que não começará até o final de 2020, no mínimo, com o Q2
a mostrar um declínio muito acentuado (números de dois dígitos), o Q3 mostrando fraqueza contínua e talvez um salto no quarto trimestre. Uma paralisação económica mais prolongada pode estender a recessão até 2022 porque, seja qual for o prazo, a recessão é certa. Os efeitos a longo prazo da crise do Covid-19 são numerosos. As interrupções na cadeia de fornecimento causadas por paralisações na China reforçarão a visão de que a mudança da produção industrial para países de baixo custo foi longe demais. Por exemplo, 80% dos antibióticos dos EUA vêm da China. Haverá uma enorme pressão política e social para reverter a terceirização, para quem vencer as eleições nos EUA. Na Europa, o sistema de fronteiras abertas de Schengen foi desmantelado e não está claro quando os controlos serão removidos; a livre circulação de pessoas deve ser uma pedra angular do espírito da UE. A globalização mantinha a inflação sob controlo. Isso vai mudar agora? A análise tradicional do ciclo de negócios não fornece respostas para uma pandemia, tornando difícil adivinhar a recuperação. A vantagem que temos é que a nossa abordagem se concentra em modelos de negócios de alta qualidade e com altos retornos - altos e sustentáveis mesmo em ambientes difíceis. Portanto, os nossos portfólios estão bem posicionados para lidar com isso até agora, apesar não podermos negar que os próximos meses serão muito interessantes.
Di re tó rio ÍNDICE DE EMPRESAS
32 I Maio e junho 2020
Abc
Aberdeen Standard Investments 17, 26, 106 Acatis 14, 17, 26 Ageas Pensões 20 Algebris Investments 36 AllianceBernstein 17, 26, 36 Allianz Global Investors 17, 26, 36, 54 Amundi 17, 26, 36, 100, 106 Atlantic 20 AXA IM 14, 17, 26, 54, 88, 106 Baluarte Wealth Advisors 64 Banca Generali 12 Banco BIC Português 72 Banco BPI 72 Banco Comercial Português 72 Banco Invest 72, 86 Banco Santander Totta 72 Bankinter 72 Bankinter Gestão de Ativos 20, 72, 80 BBVA AM 56 BBVA Fundos 20 BiG - Banco de Investimento Global 120 BlackRock 12, 17, 26, 36, 40, 106 Bluebay AM 17, 26 BlueCrow Capital 64 BMO GAM 26 BMO Private Bank Asia 12 BNP Paribas AM 17, 26 BNP Paribas Securities Services 12 BNY Mellon IM 12, 17, 26, 36, 40, 82, 100, 106 BPI Gestão de Activos 20, 26, 54, 72 BPI Vida e Pensões 20 Brown Advisory 17, 26 Caixa Central de Crédito Agrícola 72 Caixa Económica Montepio Geral 72 Caixa Geral de Depósitos 72
Caixa Gestão de Ativos Candriam Capital Group Carmignac Cartesio Inversiones CGD Pensões Columbia Threadneedle Investments CPR AM Credit Suisse Crédito Agrícola Gest
20, 26, 46, 72 17, 26, 106 17, 26, 46, 106 17, 26 36 20 17, 26, 54 17, 26 26 20
DEF
DPAM 17, 26, 106 Dunas Capital - Gestão de Activos 20, 72 DWS 17, 26, 36, 100 ECS - SICAFI, SA 20 Edmond De Rothschild AM 17, 94 Eleva 17 Epsilon Capital 106 Eurizon 14, 26 Evli 17, 26 Fibeira Fundos 20 Fidelidade - SGOIC 20 Fidelity International 14, 17, 26, 36, 54, 94, 106 First Eagle Investment Management 17, 26 Fisher Investments 26 Floresta Atlântica 20 Flossbach von Storch 14, 17, 26 Franklin Templeton Investments 12, 17, 26, 94, 100 Fund Box - SGFII 20 Fundger 20 Fundiestamo 20 Fundsmith 17, 26 Futuro 20
GHI
GAM 17, 26, 106 Gef 20 Gef 20 Gesfimo 20 GFM Capital 20 GNB - SGFIM 20 GNB - SGFP 20 GNB - SGP 20 GNB Gestão de Ativos 26, 46, 72 GNB Real Estate 20 Goldman Sachs AM 17, 26, 36, 106 Grupo BIZ 92 Haitong Bank 122 Hawkclaw Capital Advisors 64 Hermes Fund Managers 17, 26 HSBC 17, 26, 100 iCapital Network 12 IM Gestão de Ativos 20, 26, 46, 72, 112 Imofundos 20 Imopolis 20 Imorendimento 20 Institucional Investment - Part. GmbH 20 Interfundos 20 Invesco 14, 17, 26, 36, 100 Invest Gestão de Activos 20, 72 Investec 26, 46 iShares 36
JKL
J.P. Morgan AM 17, 26, 36, 94, 106 Janus Henderson 17, 26, 94 Jupiter AM 17, 26 Kames Capital 26 La Financiere De L’Echiquier 26 La Française 17, 26, 100 LarrainVial 12 Lazard AM 26 Legal & General IM 36 Legg Mason AM 17, 26 Libertas 20 Lisbon Family Office 64
8 Fundspeople I Maio e junho
LYNX Asset Managers Lyxor Asset Management
20 36
MN
M&G Investments 17, 26, 36, 40, 106 Mahindra Asset Management 12 Man Group 17, 36 Manulife 12 Marshall Wace 17, 26 Mercer 36 Merian Global Investors 17 MFS IM 14, 17, 26, 46, 106 Millennium bcp 50 Mirabaud 26 Mirae Asset 17, 26 Montepio Gestão de Activos 20, 46, 72 Montepio Valor 20 Morgan Stanley IM 14, 17, 26 Morningstar 12 Muzinich 17, 26 Neuberger Berman 17, 26, 46, 106 Nevastar Finance 26 Newport Beac 12 NN IP 17, 26 Nordea AM 17, 26, 106 Norfin 20 Northern Trust AM 36 Novo Banco 72
OPQ
Oddo BHF Asset Management 17, 26 Optimize Investment Partners 20, 26, 46, 72 PFA Asset Management 36 Pictet AM 17, 26, 40, 94, 100, 106 PIMCO 12, 17, 26, 106 PineBridge 12 PNC Financial 12 Polar Capital 26 Popular Gestão de Activos 20, 72 Previsão 20 Profile - SGFIM 20 Prudential Financial 36
RST
Raffles Financial Group 12 Real Vida Seguros 20 Refundos 20 Robeco 17, 26, 54, 76 Ruffer 14, 26 S.G.F.P. Banco de Portugal 20 Salar Fund 17 Santander AM 20, 26, 72 Santander Pensões 20 Schroders 17, 26, 40, 106 SEI 36 Seilern 17, 26 SFS - Gestão de Fundos 20 SGF 20 Silar - SICAFI, SA 20 Silvip 20 Sixty Degrees 20, 72 Square Asset Management 20 State Street 36 Sustainalytics 12 Swiss Re 36 T. Rowe Price 17, 26, 46 TF Turismo Fundos 20
UWXYZ UB Asset Management 17, 26 UBS AM 17, 26, 36, 40, 100 Vanguard 26, 36 Victoria - Seguros de Vida, SA 20 Vila Gale Gest 20 Violas Ferreira - SICAFI, SA 20 Vontobel AM 17, 26, 36, 106 Wells Fargo AM 17, 26 WisdomTree 36 Xtrackers 36
diretor Gonzalo Fernández gonzalof@fundspeople.com Redação NACIONAL MARGARIDA PINTO margarida.pinto@fundspeople.com catarina vinagre catarina.vinagre@fundspeople.com Internacional ÓSCAR RODRÍGUEZ orodriguez@fundspeople.com ANA PALOMARES ana.palomares@fundspeople.com REGINA RIVERA regina.webb@fundspeople.com Davide mosca davide.mosca@fundspeople.com FILIPPO LUINI filippo.luini@fundspeople.com ANÁLISE Diretora MARÍA FOLQUÉ mfolque@fundspeople.com MIGUEL RÊGO, CFA miguel.rego@fundspeople.com Joel silva joel.silva@fundspeople.com MONTSERRAT FORMOSO mformoso@fundspeople.com Simone Vidotto simone.vidotto@fundspeople.com marketing Responsável Publicidade RAQUEL ALONSO raquel.alonso@fundspeople.com Responsável Negócio IÑIGO IMBERT iimbert@fundspeople.com Publicidade BORJA ANTÓN borja.anton@fundspeople.com Responsável Eventos Iberia aida cisneros aida.cisneros@fundspeople.com Responsável conteúdo patrocinado Iberia Gema Velasco gema.velasco@fundspeople.com Responsável Negócio Itália DAVIDE PASIMENI davide.pasimeni@fundspeople.com Resp. eventos e conteúdo patrocinado Itália Giovanna Vagali giovanna.vagali@fundspeople.com Redação conteúdo patrocinado CRISTINA JAOUEN cristina@fundspeople.com paginação: Kembeke. funds@kembeke.com FOTOGRAFIA: Vitor duarte e Máximo García IMPREssão: Rivadeneyra EDITADO por © Primer Decil Consultores y Editores S.L. Todos os direitos reservados. SUbscrições: pt.fundspeople.com Depósito legal M-48220-2008 Redação Madrid Velázquez, 126. 4 Izquierda. 28006 Madrid Tel. (+34) 91 755 35 58 redaccion@fundspeople.com es.fundspeople.com Redação Lisboa Espaço Amoreiras . Rua D. João V, nº 24, 1.03, E.26 - 1250-091 Lisboa Tel. (+351) 210 415 957 portugal@fundspeople.com PUBLICIDADE publicidad@fundspeople.com
Pedra angular Em mercados instáveis, são fundamentais alicerces sólidos. O fundo de ações globais BNY Mellon Long-Term Global Equity Fund pode atuar como pedra angular, fornecer estabilidade no longo prazo a qualquer carteira, para melhor resistir às forças do mercado, que se lhe podem deparar.
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32 I Maio e junho 2020
O mais
Notícias 1. A análise BiG do contexto Coronavírus 2. Guia para entender o que se está a passar no petróleo: pontos-chave e consequências
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3. João Pratas é o novo presidente da APFIPP 4. Condições especiais de reembolso sem penalização dos PPR durante o estado de emergência
5. Os PPR com as melhores rentabilidades a 1 e 5 anos 6. Chart of the Week - O Regresso ao trabalho 7. MFW e MFO: Soluções financeiras e não financeiras para famílias de maior património 8. Entidade a entidade: as captações do primeiro trimestre e do mês de março
Período de recolha de dados: 15/04/2020 - 15/05/2020 em pt.fundspeople.com
perfis
Fernando Castro Solla Haitong
Jorge Jardim Gonçalves Multi Family Wealth
Elena Villalba Mirabaud
José Veiga Sarmento Outros
Carlos Capela Hermes Investment Management
José António de Mello Multi Family Wealth
Pedro Vieira, CFA IM Gestão de Ativos
Ana Luísa Aguiar IM Gestão de Ativos
Multi Family Wealth
PASS
GNB Gestão de Ativos, Grupo Novo Banco
Selecta SGFII
Norfin
Hawkclaw Capital Advisors
NB Euro Bond
PIMCO GIS Dynamic Bond Fund
NB Obrigações Europa
Seilern World Growth Fund
BPI Portugal
Fidelity Funds - Global Multi Asset Income Fund
Empresas
SYZ Asset Management
ABANCA
Produtos
JPMorgan Funds - EU Government Bond Fund
Alves Ribeiro PPR
10 Fundspeople I Maio e junho
Diogo Gomes
Diretor de Vendas, UBS AM
China: do desconfinamento à recuperação?
Dois fatores são importantes: em primeiro lugar, o governo chinês tomou medidas drásticas. As pessoas estavam confinadas às suas casas e cumpriram rigorosamente as regras impostas. Em segundo lugar, o executivo tem utilizado novas tecnologias para ajudar a monitorizar os movimentos populacionais. A Tencent - uma das maiores empresas de tecnologia da China - desenvolveu códigos QR que informam sobre o estado de saúde e aconselham os utilizadores sobre o que devem fazer. Além disso, ajudaram a separar as pessoas de alto risco das de baixo risco, utilizando big data para verificar se os utilizadores tinham estado perto do local de um surto ou de pessoas infectadas. Mas mais tráfego não significa necessariamente um “regresso ao normal”. Se olharmos para os indicadores de atividade, como os níveis de tráfego e o consumo de carvão, estamos a ver sinais de melhoria progressiva. Vejase, por exemplo, o congestionamento do tráfego; os dados mostram que os níveis se aproximaram de 2019. No entanto, devemos tomar isso como um indicador que não é necessariamente muito exato, uma vez que poucas pessoas utilizam os transportes públicos para evi-
• A economia da China está a recuperar da Covid-19, mas ainda não voltou ao normal. • O Covid-19 revelou uma série de mudanças comportamentais na China, como a mudança de práticas offline para práticas online, o que apresenta oportunidades de investimento em sectores como a educação não formal, os serviços financeiros e os cuidados de saúde. • As empresas líderes beneficiarão da consolidação em muitos sectores, uma vez que as pequenas empresas enfrentam mais dificuldades. • À medida que os mercados obrigacionistas mundiais entrem em território de rentabilidades negativas, as obrigações soberanas chinesas oferecem aos investidores uma proposta de valor única, baseada numa baixa correlação e volatilidade, bem como em yields atrativas.
tar viajar em grupo, pelo que as estradas urbanas estão cheias de automóveis. Em termos mais gerais, as viagens de automóvel entre cidades continuam reduzidas, pelo que não é verdade que os indicadores de tráfego - que muitos dizem ser um indicador da economia - tenham regressado aos 100%. Uma das mudanças na tendência é no sentido de um aumento do trabalho e dos negócios online. O ensino online é um sector que também beneficiará desta mudança. As principais empresas de formação não presencial sofreram um enorme aumento dos downloads de material educativo durante o surto de Covid-19 e acreditamos que as melhores empresas neste domínio têm potencial para aumentar a sua quota de mercado em relação a outros concorrentes. Por conseguinte, afastar-se dos índices e escolher os países certos será cada vez mais importante e acreditamos que a China precisa de fazer parte das carteiras globais dos investidores. E as razões são óbvias, pois trata-se de um ativo que oferece diversificação, baixa volatilidade, rendimento e baixo risco de crédito no universo das obrigações governamentais, já que a China continua a ser uma nação credora líquida.
PANORAMA RADAR INTERNACIONAL
EUA PNC Financial sai da BlackRock
EUA Morningstar assume o controlo da Sustainalytics
A PNC Financial sai da BlackRock anunciando a venda da sua participação de 22,4%. O banco dos EUA, que investiu na entidade gestora em 1995, era o maior acionista da gigante da gestão de ativos. A parcela da BlackRock sujeita à venda é estimada em cerca de 17 mil milhões de dólares. A PNC anunciou que está a procurar novas oportunidades em negócios enfraquecidos pela crise do Covid-19.
EUA Franklin Templeton compra a AdvisorEngine
A Franklin Resources, empresa que controla a Franklin Templeton, comprou a plataforma de robo-advisory AdvisorEngine. A empresa Fintech disse que a sua administração continuará a administrar o negócio como uma unidade independente dentro da Franklin Templeton, um dos grandes players do sector de gestão de ativos com ativos sob gestão de aproximadamente 580 mil milhões de dólares.
EUA A iCapital Network expande o negócio em alternativos
A iCapital Network, uma plataforma de gestão de património especializada em investimentos alternativos, adquiriu o rival Artivest. O acordo inclui a maioria dos ativos geridos pela Artivest, incluindo a sua tecnologia e a plataforma operacional Open Network, que oferece produtos alternativos para aproximadamente 1.800 consultores financeiros e os seus clientes de alto património líquido.
áreas com
A Morningstar sobe para 100% a sua participação na Sustainalytics graças à aquisição dos 60% restantes do fornecedor global independente de classificação e análise ESG, do qual já possuía 40% desde 2017. A empresa de research de Chicago avaliou o provedor de dados em 170 milhões de euros. O objetivo da operação é expandir o acesso aos dados ESG, pesquisa e análise para investidores em todo o mundo.
EUA PIMCO integra a atividade europeia de ETF na unidade global
A PIMCO decidiu integrar o negócio europeu de ETF com a sua plataforma global de fundos de índice. Como parte da transação, a PIMCO e a Invesco cessarão a sua parceria de distribuição no Velho Continente. De acordo com a gestora de ativos de Newport Beach, o alinhamento ajudará a expandir o negócio de instrumentos passivos europeus, que atualmente possui um volume de 7,8 bilhões de euros.
CHILE Acordo entre PineBridge e LarrainVial
A gestora de ativos dos EUA, PineBridge Investments, assinou uma parceria de distribuição com a corretora financeira chilena LarrainVial. Graças ao acordo, a LarrainVial comercializará os fundos UCITS da PineBridge por meio do canal de gestão de ativos destinado a clientes e investidores offshore dos EUA do Chile, Peru, Colômbia, Argentina, Uruguai e Panamá.
movimentos
em vários ca 12 Fundspeople I Maio e junho
a opinião de
FRANÇA Aliança entre BNP Paribas SS e BlackRock
Acordo estratégico entre a BNP Paribas Securities Services e a BlackRock para a gestão dos investimentos dos clientes que têm em comum por meio da plataforma Aladdin Provider. A parceria permite que os serviços de intermediação, gestão de fundos e custódia do BNP Paribas Securities Services sejam integrados na infraestrutura Aladdin, de propriedade da gestora de ativos dos EUA.
ÍNDIA Manulife Investment foca no mercado indiano
A Manulife Investment adquiriu uma participação de 49% na Mahindra Asset Management. A transação permitirá que o grupo canadiano estimule a penetração de fundos na Índia, onde a Mahindra AM administra ativos no valor de 978 milhões de dólares. Graças à joint venture, as empresas pretendem desenvolver produtos e serviços para investidores em rápido crescimento no país asiático.
ITÁLIA Parceria entre BNY Mellon e Banca Generali
A BNY Mellon Investment Management e a Banca Generali assinaram um acordo para a comercialização de fundos para investidores individuais em Itália. Os clientes do Banca Generali Private poderão aceder a fundos da linha BNY Mellon IM, incluindo os principais fundos da gestora de ativos dedicados a tendências estruturais, como energia renovável, infraestrutura, inovação em transporte e sustentabilidade.
SINGAPURA Sinergia entre Raffles e BMO Private Bank
Foi assinada uma parceria entre o Raffles Financial Group e o Bank of Montreal Private Bank Asia para o desenvolvimento de clientes de elevado património em Singapura e Hong Kong. Raffles trabalhará com a BMO para identificar indivíduos com alto património líquido (HNWI) que precisam de serviços de consultoria financeira, gestão familiar, depósitos e contas bancárias privadas.
antos
Os movimentos do mês de abril foram ecléticos: desde a gestão de elevados patrimónios, passando pelas mudanças acionistas, até acordos de distribuição... por todo o mundo.
Andy Acker Gestor do Global Life Sciences, Janus Henderson Investors
As oportunidades trazidas pelo COVID-19 Perante o desafio que representa o coronavírus, assistimos a uma volatilidade sem precedentes nos últimos meses. Os valores farmacêuticos tal como as biotecnologias de grande capitalização, comportaram-se melhor que o mercado acionista geral, já que muitos destes produtos são concebidos precisamente para poderem enfrentar a magnitude deste problema. As empresas medtech estão a desenvolver diagnósticos que poderão oferecer o resultado em apenas cinco minutos. Também se estão a desenvolver produtos de anticorpos que atacam diretamente o vírus e que poderão ser úteis como tratamento e também como prevenção, especialmente os profissionais de saúde na linha da frente. Em paralelo procuram-se tratamentos que tratam de apagar o sistema imunitário para que não se descontrole e, em última instância, não provoque a morte do paciente. Muito cedo teremos dados que nos vão dizer como podem eliminar o vírus mais rapidamente a abrandar aa sua propagação. A curto prazo, esperamos que a volatilidade continue nos mercados, mas vamos sair desta e vão surgir oportunidades importantes. Muitos dos nossos valores que temos em carteira negoceiam com descontos importante face ao seu valor intrínseco. Sem dúvida, é um momento excelente para os gestores ativos. Maio e junho I Fundspeople 13
PANORAMA smart consensus por Miguel Rêgo, CFA
Oportunidade na volatilidade O impacto que este coronavírus teve nos mercados, sejam eles de ações, crédito ou dívida pública, foi repentino e inesperado. No entanto, gestores de ativos disciplinados e focados no longo prazo viram nesta volatilidade oportunidade para rever o posicionamento das carteiras no sentido de extrair algum alfa do mercado.
V
ivemos já há mais de uma década num contexto de taxas muito baixas e compras massivas de ativos pelos bancos centrais. Os ativos de risco têm sido espremidos mês após mês, ano após ano, de todo e qualquer valor intrínseco e rendimento, ao ponto de as ações cotarem em máximos históricos e uma parcela cada vez maior das obrigações negociar com yield negativa. Que contexto mais difícil poderia haver para um gestor de ativos que queira pôr em prática toda a sua experiência e formação académ-
ica na gestão dos investimentos? Há que reaprender toda uma teoria dos mercados. Coisas que eram um facto deixaram de o ser. Os futuros de curto prazo do petróleo a cotar a preços negativos terão sido a cereja no topo do bolo num mundo que se rege agora por uma nova lógica. Num contexto assim, um pico de volatilidade terá sido, para muitos gestores, uma lufada de ar fresco. O mercado não se move mais todo no mesmo sentido. As emissões high yield pagam um retorno digno dessa classe de ativos, as obrigações do tesouro mostraram o seu perfil defen-
Fundos que compõem a carteira de consenso da FundsPeople em 2020 (*) fundo
Acatis Gané Value Event Fonds
Categoria Morningstar
Moderate Allocation
AXA World Funds Global Optimal Income
Flexible Allocation
Eurizon Fund Azioni Strategia Flessibile
Flexible Allocation
Fidelity Funds Global Multi Asset Income Fund Flossbach von Storch Multiple Opportunities II
Moderate Allocation Flexible Allocation
Invesco Global Income Fund
Moderate Allocation
MFS Meridian Funds Diversified Income Fund
Moderate Allocation
MSIF Global Balanced Income Fund
Flexible Allocation
Nordea 1 Stable Return Fund
Moderate Allocation
Ruffer SICAV Ruffer Total Return International
Moderate Allocation
14 Fundspeople I Maio e junho
Selo FundsPeople 2020
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Capitalizando no trabalho que envolve o Selo FundsPeople, a nossa equipa de Análise construiu uma carteira de consenso Smart Consensus, que será a mesma para Espanha, Portugal e Itália. A carteira Smart Consensus é composta pelos fundos das categorias mistos moderados e mistos flexíveis que tiveram selo nos três países. O resultado é uma carteira formada por 10 fundos multiativos com o mesmo peso, seis moderados e quatro flexíveis. Fonte: elaboração própria com dados da Morningstar. Dados de 29 de fevereiro de 2020. (*) Carteira Smart Consensus FundsPeople 2020, com Selos FundsPeople 2020.
Distribuição por ativos OBRIGAçÕES aÇõES liquidez e OBRIGAçÕES a curto prazo OUTROS (DIVISAS, ALTERNATIVOS e IMOBILIáRIOS)
70% 60% 50% 40%
sivo e muitas emissões remuneram os investidores - ao invés dos emitentes -, e as ações são agora um espaço de investimento disperso e variado onde os gestores ativos podem aplicar as suas filosofias e gerar (potencialmente) um valor diferenciado. Corrado Gaudenzi, gestor do Eurizon Azioni Strategia Flessibile, da entidade gestora do grupo bancário italiano Intesa Sanpaolo, foi um dos gestores que viu oportunidade na volatilidade. “Em março, depois da segunda perna da queda do mercado, o nosso CAPE proprietário entrou num regime atrativo e a exposição a ações do fundo foi aumentada gradualmente. A 23 de março, no pico da atratividade, as ações em carteira chegaram a pesar 66%”, explica. Exatamente na mesma linha moveram-se Henrik Muhle e Uwe Rathausky, gestores do fundo Acatis Gané Value Event da alemã Acatis. “Tirámos partido do medo no mercado para investir alguma da nossa liquidez. Como em fases prévias, agimos de forma contra-cíclica”, comentam.
30% 20% 10% 0%
M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M 2018
2020
Distribuição geográfica da componente de ações europa (incluI reino unido)
américa do norte (EUA e CANADá)
EMERGENTES (INCLUI PAÍSES ASIÁTICOS DESenvolvidos)
japão e austrália
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M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M 2018
2019
2020
Alocação da componente de obrigações
Os números
Os números de março da carteira de smart consensus em 2020 refletem isso mesmo: um declínio significativo do peso da liquidez no agregado das carteiras, em favor das ações, mas também das obrigações. Especificamente no que se refere a estas últimas, o que os dados mostram é que os fundos da carteira smart consensus aproveitaram a volatilidade e o alargamento de spreads para realocar uma componente elevada da liquidez e equivalentes a, principalmente, instrumentos de dívida pública. Vemos também, no entanto, um movimento ascendente do peso das obrigações
2019
Corporativas
Soberanas
CASH
Outras
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20%
10%
0%
M M A A M M JJ JJ A A S S O O N N D D JJ FF M M A A M M JJ JJ A A SS O O N N D D JJ FF M M 2018 2018
2019 2019
2020 2020
Maio e junho I Fundspeople 15
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PANORAMA smart consensus
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a opinião de
A carteira de Henrik Muhle e Uwe Rathausky
Gestores do Acatis Gané Value Event Fund
“Apesar de esperarmos uma maior volatilidade no curto prazo, acreditamos que estabelecemos as fundações para ganhos de preço significativos. Os resultados estão ser publicados por estes dias e o coronavírus está a testar de forma severa os balanços das empresas de um elevado número de indústrias. Em contraste, as nossas empresas mostraram uma força operacional e financeira incrível.”
Corrado Gaudenzi
Gestor do Eurizon Azioni Strategia Flessibile
“Dados os elevados níveis de volatilidade atuais, a alocação contrarian dinâmica da estratégia deverá manter-se ativa nos próximos meses. Esperamos aumentar a nossa exposição a equity em caso de fragilidade do mercado de ações e reduzir a mesma caso o mercado complete uma recuperação em V”.
corporativas em carteira. De realçar, no entanto, que estes dados não refletem ainda o mês de abril e a recuperação acentuada que se deu no mercado de ações e de crédito - na dívida pública periférica o alargamento de spreads manteve-se. 16 Fundspeople I Maio e junho
declínio significativo do peso da liquidez no agregado das carteiras em favor das ações, mas também das obrigaçõess moderados e quatro flexíveis Contudo, Corrado Gaudenzi dá uma pista sobre o que podemos verificar nas carteiras em abril. O gestor comenta que no final do quarto mês do ano, depois da “significativa recuperação do mercado de ações”, a exposição foi reduzida para cerca de 57%. “Dados os elevados níveis de volatilidade atuais, a alocação contrarian dinâmica da estratégia deverá manter-se ativa nos próximos meses. Esperamos aumentar a nossa exposição a equity em caso de fragilidade do mercado de ações e reduzir a mesma caso o mercado complete uma recuperação em V”, explica. Para os gestores do fundo da Acatis, “apesar de se esperar uma volatilidade elevada no curto prazo”, acreditam que estabeleceram as fundações “para ganhos de preço significativos. Investimos de forma prudente nas melhores empresas do mundo cujas valuations estão em níveis desproporcionados face à sua rentabilidade de longo prazo. Os balanços das empresas de uma série de indústrias estão a ser testados. Em contraste, as nossas empresas mostraram uma força operacional e financeira impressionante”, esclarecem.
Simon Bond Diretor de Investimento responsável e gestor de carteiras, Columbia Threadneedle
Coronavírus provoca um viés social no mercado de obrigações O COVID-19 perfila-se como um problema social que provocou uma perturbação sem precedentes nas sociedades e está-se a repercutir no bemestar da população mundial. Os mercados de capitais estão a fazer frente a este desafio com mais de 9.000 milhões de USD em obrigações sociais emitidos nas três últimas semanas, todos procedentes de entidades supranacionais. Não obstante, ainda se pode fazer mais, e isto representa uma enorme oportunidade para que os governos deem o exemplo. Quando se analisam os investimentos ESG (ambientais, sociais e de governance), os aspetos sociais costumam se ignorados, dado que se presta mais atenção aos fatores ambientais e de governance. Isto pode dever-se a que os aspetos ambientais e de governo corporativo de uma empresas se tornem mais fáceis de avaliar, ou seja, podemos medir as emissões de carbono de um avião ou a diversidade de um conselho de forma relativamente fácil. Os aspetos sociais são um pouco mais difíceis de quantificar. Por exemplo, a criação de emprego representa um elemento importante e essencial para estimular uma economia, mas devemos examinar a qualidade dos postos de trabalho criados (as condições e a remuneração dos trabalhadores). Não obstante, podermos estar a entrar num período em que o investimento social ocupará o primeiro plano.
PANORAMA BARóMETRO
Descubra os fundos com Selo São produtos que contam com a preferência dos analistas, se destacam pela sua consistência ou por serem blockbuster.
N
um mercado como o português, que conta com mais de 2.500 fundos registados para venda, a FundsPeople divulga os fundos com Selo FundsPeople 2020. São 501 produtos com selo, que se destacam por um ou vários dos seguintes três critérios:
A Favoritos dos Analistas. Fundos
que acumulam um mínimo de cinco votos dos selecionadores dentro de cada questionário anual realizado em Portugal, Espanha e Itália, dirigido aos analistas de fundos, sobre os seus produtos favoritos. Existem 50 fundos que conseguem este selo.
B Blockbuster.
São os ‘super-vendas’ do mercado. Incluem-se os produtos com mais de 100 milhões de euros distribuídos no mercado ibérico ou 50 milhões de euros no caso dos produtos nacionais. Adicionalmente, a estes últimos exigem-se captações líquidas a três anos superiores ou iguais a um quarto dos AUM no fecho do ano: cerca de 349 fundos alcançam esta classificação.
C Consistentes. A equipa de Análise da FundsPeople, dirigida por Maria Folqué, desenvolveu um modelo de seleção próprio para destacar os produtos mais consistentes em cada categoria, a partir da base da Mornings-
tar Direct, com referência ao final do último ano. São analisados os fundos registados para venda em Portugal, com uma antiguidade mínima de três anos à data de referência da análise. De cada fundo é selecionada uma classe, a mais representativa segundo um conjunto de critérios. Esta classe selecionada será comparada com os restantes fundos da sua categoria através de dois scorecards. No primeiro, são considerados critérios de rentabilidade e volatilidade acumulada a 3 e 5 anos, e no segundo, dados individuais
dos últimos cinco anos civis. Em ambos os casos, a rentabilidade e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Do modelo resultam os fundos que se situam no primeiro quintil em ambos os scorecards. Há 210 fundos com classificação Consistente FundsPeople. Nos três casos são excluídas da análise as categorias de fundos com garantia de capital, target date, do mercado monetário, obrigações de muito curto prazo e rentabilidade ou maturidade objetivo.
Produtos com a tripla classificação do selo FundsPeople 2020 FUNDO Acatis Gané Value Event Fonds Brown Advisory US Equity Growth Eleva UCITS F. - Fonds Eleva Abs. Ret. Europe Evli Short Corporate Bond Fidelity Funds - Gl. Multi Asset Income Fund Jupiter Global Fund - Jupiter Eur. Growth M&G (Lux) Optimal Income Fund
CATEGORIA Moderate Allocation US Equity Large Cap Growth Long/Short Equity Europe Fixed Income Moderate Allocation Europe Equity Large Cap Cautious Allocation
MFS Meridian F. - European Research Fund
Europe Equity Large Cap
MFS Meridian Funds - European Value Fund
Europe Equity Large Cap
MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund
Aggressive Allocation
Morgan Stanley Invest. F. - Gl. Brands Fund
Global Equity Large Cap
Nordea 1 - European Covered Bond Fund
Europe Fixed Income
Nordea 1 - Global Climate and Envir. Fund
Global Equity Mid/Small Cap
Oddo BHF Avenir Europe
Europe Equity Mid/Small Cap
Pictet-Multi Asset Global Opportunities
Cautious Allocation
PIMCO GIS Income Fund
Global Fixed Income
Schroder Internat. Sel. F. EURO Corp. Bond Vontobel Fund - US Equity
Europe Fixed Income US Equity Large Cap Growth
Maio e junho I Fundspeople 17
PANORAMA BARÓMETRO
Os fundos internacionais ‘super-vendas’ na península ibérica
ara ter o selo de Blockbuster (B), os produtos internacionais devem alcançar os 100 milhões de euros de património distribuído no mercado P ibérico. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras. 750
1.000
01 Fixed income
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02 Multiativos e Alternativos
250 UBAM - Global HY Solution BGF Euro Short Duration Bond Fund Deutsche Floating Rate Notes Muzinich Enhancedyield Short Duration Fund UBAM - Dynamic USD MS INVF - Euro Corporate Bond Fund CARMIGNAC SECURITE PIMCO GIS Income Fund AXA IM FIIS Europe Short Duration High Yield MS INVF - Short Maturity Euro Bond Fund Candriam Bonds Euro Short Term Jupiter Dynamic Bond GAM Local Emerging Bd AXA IM FIIS US Short Duration High Yield JPM US Aggregate Bond Fund GS EMD Carmignac Port. Unconstrained Euro Fixed Income AXA WF Euro Credit Short Duration Bluebay Investment Grade Euro Gov. Bond Fund MFS Emerging Markets Debt Total Invesco Euro Short Term Bond Fund PIMCO GIS Global Investment Grade Credit Fund Vontobel Fund - EUR Corporate Bond Mid Yield Fidelity Funds - Euro Short Term Bond Fund Allianz Enhanced Short Term Euro UBAM - Absolute Return Low Vol FI UBAM - Dynamic Euro Vontobel Fund - Emerging Markets Debt Janus Henderson Horizon Euro Corporate Bond Fund PIMCO GIS Global Bond Fund JPM Income Opportunity Fund MS INVF - Global Fixed Income Opportunities Fund BNY Mellon Euroland Bond Fund Muzinich Short Duration Highyield Fund Pictet-EUR Short Term Corporate Bonds NN (L) US Credit Pictet-Short Term Emerging Corporate Bonds EdRF Bond Allocation BGF US Dollar Short Duration Bond Fund Invesco Euro Corporate Bond Vontobel Fund - TwentyFour Strategic Income Fund AMUNDI FUNDS BOND GLOBAL AGGREGATE BNP Paribas Enhanced Bond 6M Allianz Advanced Fixed Income Short Duration Templeton Global Total Return Fund Allianz Floating Rate Notes Plus AB AMERICAN INCOME Muzinich Global Tactical Credit Fund Muzinich Emerging Markets Short Duration Fund BGF Emerging Markets Local Currency Bond Fund JPM Global Strategic Bond Muzinich Americayield Fund Candriam Bonds Emerging Markets Franklin U.S. Low Duration Fund Nordea 1 - European Covered Bond Fund Pictet-Emerging Local Currency Debt Candriam Bonds Euro High Yield AXA IM FIIS US Corporate Intermediate Bonds
Nordea 1 - Stable Return Fund JPM Global Income Fund Merian Global equity absolute return BSF Fixed Income Strategies Fund Janus Henderson United Kingdom Absolute Return Fund Pictet-Multi Asset Global Opportunities Invesco Pan European High Income Fund JPM Global Income Conservative Fund Candriam Bonds Credit Opportunities FIRST EAGLE AMUNDI INTERNATIONAL FUND M&G (Lux) Dynamic Allocation Fund BGF Global Allocation Fund LFIS Vision UCITS - Premia BSF European Absolute Return Fund Pictet TR-Diversified Alpha BNY Mellon Global Real Return Fund (EUR) Marshall Wace TOPS MFS Prudent Wealth Total Franklin K2 Alternative Strategies Fund Man GLG Alpha Select Alternative Salar Fund JPM Global Convertibles Fund Fidelity Funds - Global Multi Asset Income Fund BSF Global Event Driven Fund Investec Global Multi-Asset Income Pictet TR-Agora CARMIGNAC PATRIMOINE Legg Mason Western Asset Macro Opportunities Bond ACATIS GANE VALUE EVENT
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18 Fundspeople I Maio e junho
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750
250 JPM Global Short Duration Bond Fund DWS Invest Euro Bonds (Short) BNP Paribas Euro Government Bond JPM US Short Duration Bond NN (L) Euro Fixed Income BGF Fixed Income Global Opportunities Fund AMUNDI FUNDS BOND EURO CORPORATE AMUNDI FUNDS PIONEER US BOND Nordea 1 - Emerging Market Bond Fund JPM EM Corporate Bond Fund Muzinich Europeyield Fund AMUNDI FUNDS EMERGING MARKETS BOND JPM EU Government Bond Fund M&G (Lux) Global Floating Rate High Yield Fund BGF Euro Bond Fund BNP Paribas Euro Medium Term Bond BNY Mellon Emerging MKTS. Debt Local Currency Fund JPM EM Local Currency Debt Fund GS Global High Yield JPM Income Fund ODDO BHF Euro Credit Short Duration MS INVF - European High Yield Bond Fund Pictet-USD Short Mid-Term Bonds Legg Mason Western Asset US Core Plus Bond Pictet-EUR Short Mid-Term Bonds AB EUROPEAN INCOME Fidelity Funds - US Dollar Bond Fund DWS Invest Short Duration Credit BGF Euro Corporate Bond Fund Fidelity Funds - US High Yield Fund Aberdeen Standard SICAV I - Emer. Mark. Crp. Bond Fund BNY Mellon Global Short-Dated High Yield Bond Fund AXA WF US High Yield Bonds Carmignac Portfolio Unconstrained Global Bond GAM Star MBS Total Return Inv M&G (Lux) Emerging Markets Bond Fund M&G (Lux) Euro Corporate Bond Fund Nordea 1 - Flexible Fixed Income Fund PIMCO GIS Capital Securities Fund PIMCO GIS Dynamic Bond Fund PIMCO GIS Low Average Duration Fund PIMCO GIS Total Return Bond Fund PIMCO GIS US High Yield Bond Fund AMUNDI FUNDS EURO AGGREGATE BOND AXA WF Emerging Markets Short Duration Bonds AXA WF Global Strategic Bonds DPAM L Bonds Emerging Markets Sustainable - F Evli Short Corporate Bond Flossbach von Storch - Bond Opportunities Franklin European Total Return Fund Franklin Strategic Income Fund GAM Star Credit Opportunities EUR Inv Neuberger Berman Short Duration Emer. Mrk.Debt Fund Nordea 1 - European High Yield Bond Fund PIMCO GIS Diversified Income Fund PIMCO GIS Emerging Markets Bond Fund PIMCO GIS Euro Income Bond Fund Templeton Global Bond Fund
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GS Global Strategic Macro Bond Pictet-Absolute Return Fixed Income MFS Global Total Return Total MFS Prudent Capital Total JPM Global Macro Opportunities Fund BSF Americas Diversified Equity Absolute Return Fund Allianz Dynamic Multi Asset Strategy 15 SRI Invesco Global Targeted Returns Fund UBS (Lux) Strategy Fund – Yield (EUR) Allianz Dynamic Multi Asset Strategy 50 SRI Vontobel Fund - TwentyFour Absolute Return Credit Allianz Income and Growth Invesco Global Income Fund Allianz Dynamic Asset Strategy 75 SRI Man GLG European Equity Alternative UBS (Lux) Strategy Fund – Balanced (EUR) Pictet TR-Atlas Invesco Balanced-Risk Allocation Fund AXA WF Global Optimal Income M&G (Lux) Optimal Income Fund PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund Ruffer Total Return International Fund AMUNDI RENDEMENT PLUS Flossbach von Storch - Multi Asset - Balanced Flossbach von Storch - Multi Asset - Defensive Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II M&G (Lux) Income Allocation Fund AMUNDI FUNDS ABSOLUTE RETURN MULTI-STRATEGY Eleva Absolute Return Fund
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03 Ações
250 MFS European Value Total MS INVF - Global Brands Fund Allianz Europe Equity Growth Invesco Pan European Equity Fund Robeco Global Consumer Trends Equities MFS Global Equity Total Schroder ISF Emerging Markets MS INVF - US Advantage Fund DWS Invest Top Dividend Fidelity Funds - European Dynamic Growth Fund MS INVF - Global Opportunity Fund GS EM CORE Equity Fidelity Funds - Global Technology Fund AXA Rosenberg US Enhanced Index Equity Alpha Fund AMUNDI FUNDS PIONEER US EQUITY FUNDAMENTAL GROWTH Schroder ISF EURO Corporate Bond Schroder ISF EURO Equity Pictet-USA Index CAPITAL GROUP NEW PERSPECTIVE Vontobel Fund - US Equity JPM EM Equity Fund Fidelity Funds - Emerging Markets Fund MFS European Research Total Pictet-Europe Index Pictet-Security Seilern World Growth Pictet-Robotics UBAM - 30 Global Leaders Equity GAM Star Continental European Equity Investments Pictet-Global Megatrend Selection BNY Mellon Long-Term Global Equity Fund JPM Europe Startegic Value Fund BGF Continental European Flexible Fund AMUNDI FUNDS EUROLAND EQUITY MFS European Smaller Companies Total ODDO BHF Avenir Europe Pictet-Water JPM US Select Equity Fund Invesco Japanese Equity Advantage Fund JPM Europe Equity Plus Fund Franklin U.S. Opportunities Fund Janus Henderson Horizon Euroland Fund BNP Paribas Europe Small Cap Fidelity Funds - Global Financial Services Fund Nordea 1 - Global Climate and Environment Fund Fidelity Funds - Iberia Fund BGF World Healthscience Fund Franklin India Fund Templeton Euroland Fund Vontobel mtx Sustainable Emerging Markets Leaders Pictet-Premium Brands AMUNDI FUNDS EUROPEAN EQUITY VALUE M&G (Lux) European Strategy Value Fund Pictet-Digital Schroder ISF Japanese Equity Franklin Technology Fund GS Europe CORE Equity BGF Euro-Markets Fund Janus Henderson Horizon Gl. Property Equities Fund AMUNDI INDEX MSCI NORTH AMERICA Invesco Pan Euro Structured Equity Fund Fidelity Funds - Global Dividend Fund Schroder ISF EURO Credit Conviction Fidelity Funds - America Fund M&G (Lux) Global Dividend Fund Schroder ISF Emerging Markets Debt Absolute Return Fidelity Funds - European Growth Fund Fidelity Funds - Asia Focus Fund MS INVF - Global Property Fund GS Global CORE Equity AB AMERICAN GROWTH JPM Europe Dynamic Technologies Fund
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250 GS Japan Fidelity Funds - China Consumer Fund Schroder GAIA Sirios US Equity JPM Global Focus Fund Jupiter European Growth Legg Mason ClearBridge US Large Cap Growth Pictet-Japanese Equity Opportunities NN (L) US Enhanced Core Concentrated Equity JPM Asia Pacific Equity Fund BGF European Special Situations Fund GS US CORE Equity Candriam Equities L Biotechnology Schroder GAIA Egerton Equity Schroder ISF Global High Yield Schroder ISF Asian Opportunities Pictet-Nutrition JPM Europe Equity Fund UBS (Lux) Equity SICAV - Long Term Themes (USD) Schroder ISF EURO Bond MS INVF - US Growth Fund JPM Europe Strategic Growth Fund Fidelity Funds - World Fund Janus Henderson Horizon Global Technology Fund Pictet-Global Environmental Opportunities MFS US Value JPM EM Small Cap Fund JPM US Technology Fund JPM Euroland Equity Fund BSF European Opportunities Extension Fund BGF World Gold Fund Legg Mason RARE Infraestructura Value BGF World Mining Fund Fidelity Funds - European Larger Companies Fund Aberdeen Standard SICAV I - Asia Pacific Equity Fund Mirabaud Global Focus JPM Europe Startegic Dividend Fund Allianz European Equity Dividend FAST - Europe Fund AB EUROZONE EQUITY Capital Group Investment Company of America Allianz Global Sustainability BMO Responsible Global Equity JPM US Value Fund Aberdeen Standard SICAV I – Asian Smaller Companies JPM Japan Equity Fund Janus Henderson Horizon Pan Europ. Smaller Comp. Fund Aberdeen Standard SICAV I - Japanese Equity Fund Allianz Euroland Equity Growth MS INVF - Asia Opportunity Fund BNP Paribas Japan Small Cap BNP Paribas US Small Cap Fidelity Funds - Euro Blue Chip Fund Brown Advisory US Equity Growth Fund Eleva European Selection Fund AMUNDI INDEX MSCI EMU AMUNDI INDEX S&P 500 AXA Rosenberg Global Equity Alpha Fund AXA Rosenberg US Equity Alpha Fund CPR Invest - Global Disruptive Opportunities Merian North American equity Mirae Asia Great Consumer Equity Fund Neuberger Berman US Multi Cap Opportunities Fund T. Rowe Price Funds US Blue Chip T. Rowe Price Funds US Equity T. Rowe Price Funds US Smaller Companies Templeton Asian Growth Fund Templeton Emerging Markets Fund Templeton Global Climate Change Fund Threadneedle (Lux) Global Focus Fund UBS (Lux) Equity Fund – China Opportunity (USD) UBS (Lux) Equity SICAV – Euro Countries Income (EUR)
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Fundos com mais de 1.000 milhões de euros nas mãos de clientes ibéricos.
os favoritos dos analistas europeus em 2020
Entre parêntesis o número total de votos. Fundo Jupiter Dynamic Bond (24) Fidelity Funds European Dynamic Growth (18) MFS Meridian European Value (17) PIMCO GIS Income (16) Flossbach von Storch - Multiple Opp. II (16) Schroder EUR Corporate Bond (13) Morgan Stanley - US Advantage Fund (12) DWS Concept Kaldemorgen (11) Muzinich Enhanced Yield Short Term (11) Eleva European Selection (11) Vontobel US Equity (11) Franklin K2 Alternative Strategies (10) Morgan Stanley Global Brands (10) Morgan Stanley Global Opportunity (10) M&G Lux Optimal Income Fund (9) MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund (9) Capital Group New Perspective Fund (9)
Categoria Fixed Income Equity Equity Fixed Income Allocation Fixed Income Equity Alternative Fixed Income Equity Equity Alternative Equity Equity Allocation Allocation Equity
Fundo Robeco Global Consumer Trends (9) Candriam Bonds Credit Opportunities (8) Fidelity Funds - Gl. Multi Asset Inc. Fund (8) Pictet-Multi Asset Global Opportunities (8) Salar Fund (8) Jupiter European Growth (8) Fundsmith Equity (8) Vontobel MTX Sustainable Em. Markets Leaders (8) Nordea 1 - Stable Return Fund (7) Invesco Pan European High Income (7) NB FCP Euro Bond (7) MFS Meridian European Research (7) Brown Advisory US Equity Growth (7) Eleva Absolute Return Europe (6) HSBC GIF Multi Asset Style Factors (6) Legg Mason Western Ass. Macro Opp. Bond Fund (6) Acatis - Gane Value Event Fonds (6)
Categoria Equity Alternative Allocation Allocation Convertibles Equity Equity Equity Allocation Allocation Fixed Income Equity Equity Alternative Alternative Alternative Allocation
Fundo Ruffer Total Return International (6) Nordea 1 - European Covered Bond Fund (6) Hermes Global Emerging Markets (6) Nordea 1 - Global Climate and Envir.Fund (6) Allianz Europe Equity Growth (6) Fidelity Global Dividend (6) Oddo Avenir Europe (5) Seilern World Growth (5) BlueBay Invest. Grade Euro Gov. Bond Fund (5) DPAM Bond Emerging Markets Sustainable (5) Evli Short Corporate Bond (5) BNY Mellon LT GLobal Equity (5) DPAM Equities NewGems Sustainable (5) Seilern America (5) Threadneedle Global Focus (5) Wells Fargo (Lux) WF U.S. All Cap Growth Fund (5)
Categoria Allocation Fixed Income Equity Equity Equity Equity Equity Equity Fixed Income Fixed Income Fixed Income Equity Equity Equity Equity Equity
Maio e junho I Fundspeople 19
PANORAMA Fórum APFIPP
Total DE fundos mobiliários PATRIMÓNIO
Fundos de Curto Prazo Harmonizados
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
14000
PATRIMÓNIO 400 300 200 100 0 -100 -200 -300 -400 -500 -600
13000
12000
11000
março 2019
março 2020
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
2300
100 80 60 40 20 0 -20 -40 -60 -80 -100
2200 2100 2000 1900
março 2019
março 2020
Evolução do mercado nacional de Organismos de Investimento Coletivo em 2020 A evolução de mercado nacional de Organismos de Investimento Coletivo (OIC), ou Fundos de Investimento como são mais comummente designados, neste início de ano, encontra-se marcada, como não podia deixar de ser, pela pandemia COVID-19 e pelos seus efeitos na economia, em geral, e nos mercados financeiros, em particular. 20 Fundspeople I Maio e junho
Fundos de obrigações PATRIMÓNIO
Fundos Mistos
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
2500
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
PATRIMÓNIO 120
Fundos de ações
5000
150
90
100
60
50
30 0
2000
-30
4000
D
março 2020
e facto, considerando OIC Mobiliários e OIC Imobiliários, o volume global sob gestão, no final de março, totalizou 22,3 mil milhões de euros, o que representa uma redução de 5,1% em relação ao final de 2019. Devido ao crash nos mercados bolsistas, especialmente dos acionistas, observado no mês de março, os OIC mobiliários foram os mais afetados pela atual situação, tendo registado uma diminuição trimestral de 9,3%, nos ativos sob gestão. As categorias mais afetadas, como seria de esperar foram as mais expostas ao segmento acionista: os Fundos de Ações caíram 21,7% no primeiro trimestre de 2020 e os Fundos Multi-Ativos e Fundos Flexíveis, registaram uma redução de 10%, no mesmo período. Apesar do elevado volume de resgates que se registou no mês de março (quase 600 milhões de euros), a elevada procura que se registou nos primeiros dois meses do ano permitiu atenuar estas saídas, resultando um saldo negativo, no primeiro trimestre do ano, de apenas 56,8 milhões de euros, o que representa menos de 5% da redução nos montantes sob gestão. Um destaque, pela positiva, para os Fundos PPR que conseguiram ar-
20
-20
1500
-40
-100
-60
-150
-80
-200
-120
março 2019
40
0
-50
-90 -150
2000
0
-60
1500
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
PATRIMÓNIO
3000
-250
março 2019
1000
-100
março 2020
março 2019
março 2020
Distribuição dos AuM por tipologia de oIC DEZ-2019
Mar-2020
OIC Mobiliários
(MilhÕes €)
12.997,8
11.785,5
OIC Imobiliários
10,511,6
10.513,7
0,0%
23.509,4
22.301,2
-5,1%
Total OIC
variação
-9,3%
Fonte: APFIPP
AUM e subscrições por categoria de fundo mobiliário (MilhÕes €)
F. Mercado Monetário F. Curto Prazo
MOntantes sob GestÃO DEZ-2019
Mar-2020
variaçÃo
SUbsc. Líquidas 1º Trim. 2020
247,5
239,6
-3,2%
-7,9
1.828,1
1.680,2
-8,1%
-120,2
F. Obrigações
2.011,7
1.910,1
-5,1%
12,7
F. Acções
1.753,9
1.372,8
-21,7%
-44,0
3.484,9
3.135,7
-10,0%
-26,6
794,4
713,8
-10,1%
16,4
2.572,3
2.447,4
-4,9%
128,4
F. Multi-Activos F. Flexíveis F. PPR Outros Fundos Total OIC Mobiliários
304,9
288,0
-5,6%
-15,8
12.997,8
11.787,5
-9,3%
-56,9
Fonte: APFIPP
recadar mais de 128 milhões de euros de novas subscrições, no primeiro trimestre do ano, permitindo mitigar o efeito da desvalorização dos ativos em carteira, registada no mês de março. De facto, os Fundos PPR foram das categorias que menos viram reduzidos os montantes sob gestão, com uma redução de 4,9%, neste período.
Em contraste com o que se passou no segmento dos OIC Mobiliários, os OIC Imobiliários foram, neste período, menos afetados pela conjuntura pandémica, mantendo praticamente inalterados os montantes sob gestão, em relação ao final de 2019. O bom momento que se vem sentindo no mercado imobiliáMaio e junho I Fundspeople 21
PANORAMA Fórum APFIPP
Rentabilidade média dos Organismos de Investimento Imobiliário Abertos (%) 1 ano
3 anos
5 anos
10 anos
Fundo Abertos Acumulação
2,30
1,60
-1,65
-1,23
Fundos Abertos Rendimento
2,70
3,87
1,23
0,79
Fonte: APFIPP
rio nacional tem permitido aos OIC Imobiliários, sobretudo os Abertos, manter níveis de remuneração muito atrativos face a outras aplicações tradicionais, como os depósitos, o que
As Gestoras em março de 2020
Dados de património em milhões de euros
Fundos de Pensões Ageas Pensões CGD Pensões BPI Vida e Pensões GNB - SGFP S.G.F.P. Banco de Portugal Futuro Santander Pensões BBVA Fundos Real Vida Seguros SGF Previsão Victoria - Seguros de Vida, SA Total
Dezembro 2019
Quota (%)
5.975,90 4.099,81 3.095,33 2.340,19 2.049,51 1.723,12 1.161,31 506,94 251,23 79,60 79,45 16,58 21.378,96
27,95 19,18 14,48 10,95 9,59 8,06 5,43 2,37 1,18 0,37 0,37 0,08
Dezembro 2018 5.211,95 3.640,82 2.819,79 2.035,84 1.941,66 1.566,12 980,62 387,78 240,02 70,10 77,79 15,66 18.988,16
Quota (%)
Var. (%) 2018
27,45 19,17 14,85 10,72 10,23 8,25 5,16 2,04 1,26 0,37 0,41 0,08
14,66 12,61 9,77 14,95 5,55 10,02 18,43 30,73 4,67 13,55 2,13 5,92 12,59
Nota: Amostra = 97,9% do total gerido por Fundos de Pensões (Em Dezembro de 2019)
Gestão de Patrimónios
Março 2020
Quota (%)
BMO GAM (F&C Portugal) Caixa Gestão de Activos GNB - SGP Santander Asset Management BPI Gestão de Activos Montepio Gestão de Activos Crédito Agrícola Gest Bankinter Gestão de Ativos Optimize Investment Partners Dunas Capital - Gestão de Activos LYNX Asset Managers Total
14.568,42 9.524,79 5.750,11 5.658,04 3.018,97 1.433,20 1.270,81 483,43 92,91 12,87 5,30 41.818,86
34,84 22,78 13,75 13,53 7,22 3,43 3,04 1,16 0,22 0,03 0,01
Dezembro 2019 15.353,48 21.993,16 6.194,36 6.008,47 3.194,59 1.514,73 1.411,84 546,02 107,24 15,64 5,43 56.344,98
Quota (%)
Var. (%) 2020
27,25 39,03 10,99 10,66 5,67 2,69 2,51 0,97 0,19 0,03 0,01
-5,11 -56,69 -7,17 -5,83 -5,50 -5,38 -9,99 -11,46 -13,36 -17,72 -2,27 -25,78
Nota: Amostra = 88,8% do total de activos da Gestão de Patrimónios (Em Fevereiro de 2020)
22 Fundspeople I Maio e junho
tem suscitado uma procura crescente por parte dos aforradores nacionais. No segmento da gestão discricionária, o trimestre fica marcado por uma queda significativa nos montantes sob gestão, motivada pelo levantamento parcial de um cliente institucional de elevada dimensão. Por este motivo, mas também, obviamente, como resultado da desvalorização dos mercados financeiros que se registou em março, o montante sob gestão discricionária reduziu-se para 41,8 mil milhões de euros, menos 25,8% do que no final de 2019.
Fundos de Investimento Imobiliário
Março 2020
Quota (%)
Interfundos Square Asset Management GNB Real Estate Caixa Gestão de Ativos Norfin BPI Gestão de Activos Santander Asset Management Montepio Valor SFS - Gestão de Fundos Silvip Fidelidade - SGOIC Libertas Gef Imofundos LYNX Asset Managers Fundiestamo Institutional Investment - Part. GmbH Profile - SGFIM Fund Box - SGFII TF Turismo Fundos Violas Ferreira - SICAFI, SA Imopolis Atlantic Refundos Gesfimo Vila Gale Gest ECS - SGOIC Crédito Agrícola Gest Imorendimento Fibeira Fundos Floresta Atlântica Invest Gestão de Activos Silar - SICAFI, SA Fundger Total
1.311,87 1.133,67 1.074,85 758,65 700,12 550,35 422,36 406,74 402,36 400,72 338,86 297,42 295,94 294,11 283,14 276,62 253,92 220,08 187,28 162,58 160,39 98,50 92,33 78,14 61,50 61,04 44,45 35,49 30,98 26,34 23,97 17,01 11,94 0,00 10.513,73
12,48 10,78 10,22 7,22 6,66 5,23 4,02 3,87 3,83 3,81 3,22 2,83 2,81 2,80 2,69 2,63 2,42 2,09 1,78 1,55 1,53 0,94 0,88 0,74 0,58 0,58 0,42 0,34 0,29 0,25 0,23 0,16 0,11 0,00
Fundos de Investimento Mobiliário
Março 2020
Quota (%)
Caixa Gestão de Activos BPI Gestão de Activos IM Gestão de Ativos Santander Asset Management GNB - SGFIM Montepio Gestão de Activos Bankinter Gestão de Ativos Optimize Investment Partners Invest Gestão de Activos Popular Gestão de Activos Dunas Capital - Gestão de Activos Crédito Agrícola Gest LYNX Asset Managers Sixty Degrees - SGFIM GFM Capital - SICAF IAF Total
4.377,48 2.637,48 2.559,82 2.367,03 583,49 180,95 153,92 138,90 90,24 89,74 43,25 20,02 12,40 4,78 4,75 13.264,24
33,00 19,88 19,30 17,85 4,40 1,36 1,16 1,05 0,68 0,68 0,33 0,15 0,09 0,04 0,04
Dezembro 2019 1.308,83 1.144,80 1.096,47 0,00 976,92 553,11 420,80 400,77 399,51 503,57 334,49 27,92 296,50 286,38 276,13 270,97 144,27 221,23 187,32 161,72 151,25 97,50 92,51 76,46 63,86 71,15 4,32 35,64 30,92 26,62 24,56 17,48 11,27 796,36 10.511,61
Dezembro 2019 4.385,73 2.603,99 2.386,02 2.322,81 573,29 189,40 132,94 135,92 82,95 98,94 44,82 19,99 12,39 3,26 5,33 12.997,77
Quota (%)
Var. (%) 2020
12,45 10,89 10,43 0,00 9,29 5,26 4,00 3,81 3,80 4,79 3,18 0,27 2,82 2,72 2,63 2,58 1,37 2,10 1,78 1,54 1,44 0,93 0,88 0,73 0,61 0,68 0,04 0,34 0,29 0,25 0,23 0,17 0,11 7,58
0,23 -0,97 -1,97 NA -28,33 -0,50 0,37 1,49 0,71 -20,42 1,31 965,21 -0,19 2,70 2,54 2,09 76,00 -0,52 -0,02 0,53 6,04 1,03 -0,20 2,19 -3,69 -14,21 928,63 -0,40 0,18 -1,07 -2,39 -2,72 5,99 -100,00 0,02
Quota (%)
Var. (%) 2020
33,74 20,03 18,36 17,87 4,41 1,46 1,02 1,05 0,64 0,76 0,34 0,15 0,10 0,03 0,04
-0,19 1,29 7,28 1,90 1,78 -4,46 15,78 2,19 8,79 -9,30 -3,49 0,17 0,10 46,64 -10,91 2,05
P
TNE
Dados em milhões de euros 1500
1.500 1.250 1000
1.000 750 500
500 250 00
-250 -500 -500
-750 -1000 -1000
-1.250 -1.500 -1500
captações Mar-2020
Fundos de investimento imobiliário por gestora
Mar-2020
Begoña Gomez Responsável de Vendas, Invesco
Flexibilidade para um contexto complicado
Desde início do ano
Últimos 12 meses
Crédito Agrícola Gest
0,000
0,000
0,000
GFM Capital - SICAF IAF
0,000
0,000
0,000
LYNX Asset Managers
-0,634
-0,456
-1,937
-1,556
8,940
33,570
Invest Gestão de Activos Dunas Capital - Gestão de Activos
-2,185
-3,237
-4,922
Bankinter Gestão de Ativos
-3,897
20,492
34,920
Optimize Investment Partners
-4,321
2,302
Montepio Gestão de Activos
-11,338
-13,868
22,662
GNB - SGFIM
-29,695
-10,644
123,684
7,446
BPI Gestão de Activos
-58,614
19,074
-248,243
Santander Asset Management
-110,255
-22,721
339,295
IM Gestão de Ativos
-130,628
81,863
516,254
Caixa Gestão de Activos
-242,833
-131,059
59,363
-7,537
-39,481
Popular Gestão de Activos Sixty Degrees - SGFIM Total
Fundos de investimento imobiliário por categoria de fundo F. Mercado Monetário Euro FIA de Retorno Absoluto
n.d.
n.d.
n.d.
-595,957
-56,854
842,613
Mar-2020
Desde início do ano
Últimos 12 meses
5,878
-7,858
0,000
0,000
24,057 -8,716
Fundos PPA
-0,102
-0,211
-0,489
FIA Flexíveis
-0,389
-0,216
-1,882
Fundos de Acções Sectoriais
-0,534
0,652
-0,054
Fundos de Acções Ibéricas
-0,834
-3,445
-7,348
FIA de Obrigações
-0,871
-1,145
3,133
Fundos de Acções Nacionais
-1,972
-6,519
-18,613
F. Acções da U.E., Suíça e Noruega
-3,669
-10,468
-21,605
F. Multi-Activos Agressivos
-3,872
-5,906
-2,590
F. Acções da América do Norte
-9,858
-5,658
-3,267
-13,043
17,405
15,468 -62,237
Fundos de Obrigações Internacional Outros FIA
-15,699
-15,800
Fundos PPR
-29,897
128,394
411,678 231,331
Fundos Flexíveis
-33,629
16,566
F. Multi-Activos Equilibrados
-46,631
-24,181
52,554
Fundos de Obrigações Euro
-49,159
54,169
255,199 157,476
Outros F. Acções Internacionais
-72,300
-18,320
F. Obrigações Taxa Indexada Euro
-82,276
-57,685
49,116
Fundos de Curto Prazo Euro
-92,737
-120,165
-398,980
F. Multi-Activos Defensivos
-144,363
3,535
332,447
FIA Multi-Activos
-1,645
FIA de Curto Prazo
-168,704
Outros Fundos Total
11,282 -595,957
AR
a opinião de
O bom momento no mercado imobiliário nacional tem permitido aos OIC Imobiliários manter níveis de remuneração muito atrativos face a outras aplicações tradicionais
Entradas e saídas dos fundos mobiliários
P
R
TNE R
AR
-56,854
847,613
Enquanto se aclaram as consequências económicas das medidas de confinamento adotadas pelo coronavírus, os mercados de obrigações veemse submetidos a uma grande pressão. Ainda que por um lado os investidores prevejam que as taxas de juro estarão em níveis muito baixos durante muito tempo pela grande depressão económica, por outro lado os défices públicos vão disparar e isso vai multiplicar as emissões de novos títulos de dívida governamental. Do ponto de vista corporativo, apesar de se anteciparem as dificuldades em alguns sectores, o certo é que em investment grade o dinheiro entrou fortemente enquanto as yields se colocaram em níveis considerados atrativos. Como é evidente que as obrigações devem fazer parte de uma carteira diversificada, acreditamos que no contexto atual a flexibilidade e a gestão ativa são pontos-chave para construir uma alternativa dentro desta classe de ativos. Pensamos num fundo como o Invesco Global Total Return Bond Fund que tem a capacidade de se adaptar rapidamente às condições em constante mudança do mercado, com uma flexibilidade que lhe permitirá num caso extremo colocar 100% em liquidez ou movimentar-se numa vasta faixa de duração. Isto permite-lhe colocar-se no primeiro quartil do seu grupo de comparáveis (obrigações flexíveis em euros) em todos os prazos temporais. Maio e junho I Fundspeople 23
A N E
Os Sta Fo
1) Forum Nachhaltige Geldanlangen (FNG-Siegel) reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund (2 estrelas), Nordea 1 – Global Stars Eq 1) Forum Nachhaltige Geldanlangen reconhece a validade dos 1fundos Nordea – Emerging Equity Fund (2 estrelas), Nordea 1 – Global Stars (2 lidade dos fundos Nordea 1 –(FNG-Siegel) Emerging Stars Equity Fund, Nordea – Global Stars1Equity Fund,Stars Nordea 1 – European Stars Equity Fund e Nordea 1 –Equity NorthFund Americ lidade dos fundosAmerican Nordea 1 Stars – Emerging Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund,1Nordea 1 – European StarsFund EquitydeFund e Nordea 1 – North American Stars Equ 1 – North EquityStars FundEquity de 01.10.2019 a 30.09.2020 e do fundo Nordea – European Stars Equity 01.07.2019 a 30.06.2020; Label ISR reconhe 1 – North Stars Code Equityreconhece Fund de 01.10.2019 a 30.09.2020 do fundo 1 – European Stars Equity Fund 1de a 30.06.2020; Label ISR reconhece a validade SRIAmerican Transparency a validade dos fundoseNordea 1 –Nordea Emerging Stars Equity Fund, Nordea – 01.07.2019 Global Stars Equity Fund, Nordea 1 – European Stars SRI Transparency Code reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund, Nordea 1 – European Stars Equity Fund em fornecer informações precisas, adequadas e oportunas para permitir que as partes interessadas, em particular os consumidores, entendam as políticas e prática em fornecer informações precisas, adequadas e oportunas para permitir que as partes interessadas, em particular os consumidores, entendam as políticas e práticas de Investim ser encontradas no site www.eurosif.org, e informações sobre as políticas e práticas dos fundos Nordea STARS pode ser encontradas no site nordea.lu/STARS. As Di ser encontradas no site www.eurosif.org, e informações sobre as políticas e práticas dos fundos Nordea STARS pode ser encontradas no site nordea.lu/STARS. As Diretrizes de Tra acima e não deve ser considerado como um endosso sobre qualquer companhia, organização ou indivíduo em particular. acima e não deve ser considerado como um endosso sobre qualquer companhia, organização ou indivíduo em particular. Os subfundos mencionados da1,Nordea SICAV, uma sociedade de investimento de capital variável no Luxemburgo (Société d’Investissemen Os subfundos mencionados formamformam parte daparte Nordea SICAV, 1, uma sociedade de investimento de capital variável sediada no sediada Luxemburgo (Société d’Investissement à Capital Va material publicitário e não divulga as informações pertinentes relativas aos subfundos apresentados. Qualquer decisão de investimento nosdeve subfundos material publicitário e não divulga todas astodas informações pertinentes relativas aos subfundos apresentados. Qualquer decisão de investimento nos subfundos ser feitadeve com e semi-anual do fundo, por via electrónica em inglês e na língua local do mercado onde o mencionado OICVM está autorizado para distribuição, e poder solicita e semi-anual do fundo, por via electrónica em inglês e na língua local do mercado onde o mencionado OICVM está autorizado para distribuição, e poder ser solicitado,ser sem ônus tribuidor em Portugal é BEST Banco Electrónico de Serviço Total, S.A., devidamente constituído sob as leis de Portugal e registado na CMVM como intermediário fi tribuidor em Portugal é BEST - Banco Electrónico de Serviço Total, S.A., devidamente constituído sob as leis de Portugal e registado na CMVM como intermediário financeiro. Pub
Alguns falam sobre ASG. Alguns falam sobre ASG. Nós fazemos. Alguns falam sobre ASG. Nós fazemos. Está no nosso DNA nórdico. Nós Está nofazemos. nosso DNA nórdico. Está no nosso DNA nórdico.
O D A I O M D E A PRI O M
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Nordea STARS – Soluções ASG Nordea STARS – Soluções ASG Nordea STARS – Soluções ASG
Os fundos Nordea 1 de ações Emerging Stars, Global Stars, European Stars e North Americ s fundos Nordea 1 de ações Emerging Stars, Global Stars, European Os fundos Nordea 1 de ações Emerging Stars, Global Stars, EuropeanStars StarseeNorth NorthAmerican American Stars foram reconhecidos pelos principais selos ESG1 LuxFLAG, Towards Sustainabili ars foram reconhecidos pelospelos principais selos ESG1 LuxFLAG, Towards Stars foram reconhecidos principais selos ESG1 LuxFLAG, TowardsSustainability, Sustainability, Forum Nachhaltige Geldanlangen, e obtiveram o European SRI Transparency Cod Nachhaltige Geldanlangen, eISR obtiveram o European SRITransparency Transparency Code2 orumForum Nachhaltige Geldanlangen, ISR ISR e obtiveram o European SRI Code2
Equity (2 estrelas), estrelas),Nordea Nordea – European Fund (3 estrelas) – NorthStars American Equity Fund (2 estrelas) durante 2020. Towards Sustainability reconhece EquityFund Fund (2 1 –1European StarsStars EquityEquity Fund (3 estrelas) e Nordeae1Nordea – North 1American Equity Stars Fund (2 estrelas) durante 2020. Towards Sustainability reconhece a va2rican estrelas), NordeaFund 1 –de European Stars Fund (3 estrelas) e Nordea 1 –a North American Stars Equity Fund (2 estrelas) durante 2020. Towards Sustainability a vacan Stars de 07.11.2019 aEquity 07.11.2020. LuxFLAG ESG Label reconhece a dos validade fundos Nordea 1Stars – Emerging Stars Equity 1 – reconhece Global Equity Fund e N Stars Equity Equity Fund 07.11.2019 a 07.11.2020. LuxFLAG ESG Label reconhece validade fundosdos Nordea 1 – Emerging Equity Fund, Nordea 1 –Fund, GlobalNordea Stars Equity Fund eStars Nordea uity de 07.11.2019 a 07.11.2020. LuxFLAG ESG Label reconhece a validade dos fundos Nordea 1e–Nordea Emerging StarsAmerican Equity Fund, Nordea 1 –Stars Global StarsFund Equity e Nordea hece validade dos Nordea 1– Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Equity Fund 1 –eNorth StarsAmerican Equity Fund de 22.11.2019 a 21.11.2022; European eceFund aa validade dosfundos fundos Nordea 1Emerging – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 –Stars Global Stars Equity Fund Nordea 1 – North Equity deFund 22.11.2019 a 21.11.2022; Euro dos fundos 11––1 Emerging Stars Stars Equity Fund, Nordea 1 de – Global Stars e Nordea 1 – North American Fund a 21.11.2022; European Equity Fund eNordea North American Equity Fund de 10.2019 a 10.2020. 2)Equity O logoFund Europeu deEuropeu Transferência SRI significaStars que Nordea Investment FundsInvestment S.A. está comprometida srseEquity Fund eNordea Nordea – North American Stars Equity Fund 10.2019 a 10.2020. 2) O logo de Transferência SRIaEquity significa quedea 22.11.2019 Nordea Funds S.A. está comprom e Nordea 1 – North American Responsável Stars EquitySRI Fund de 10.2019 a 10.2020. 2) O logo Europeu de SRI significa que a Nordea Investment Funds S.A. está comprometida cas deInvestimento Investimento Socialmente Responsible Investment) relacionadas ao Transferência fundo. Informações detalhadas sobre as Diretrizes Europeias de Transparência as de Socialmente Responsável (Socially SRI (Socially Responsible Investment) relacionadas ao fundo. Informações detalhadas sobre as Diretrizes EuropeiasSRI depodem Transparência SRI p mento Socialmente Responsável SRI (Socially Responsible Investment) relacionadas aoEuropeu fundo. Informações detalhadas sobre as Diretrizes Europeias podem Diretrizes de Transparência são geridas pela Eurosig, uma organização independente. O logo Transferência SRI reflete o comprometimento do gestorde doTransparência fundo conformeSRI detalhado iretrizes de Transparência são geridas pela Eurosig, uma organização independente. O logodeEuropeu de Transferência SRI reflete o comprometimento do gestor do fundo conforme deta ansparência são geridas pela Eurosig, uma organização independente. O logo Europeu de Transferência SRI reflete o comprometimento do gestor do fundo conforme detalhado
ent à Capital Variable), legalmente constituída e a operar em conformidade com as leis do Luxemburgo e com a Directiva 2009/65/EC do Conselho, de 13 de Julho de 2009. Este documento é
nt à Capital Variable), legalmente e a operar conformidade com asDestinadas leis e docom Luxemburgo com aque Directiva 2009/65/EC de 13Este de Julho de 2009. ve ser feitalegalmente com base noconstituída Prospecto em vigor e no deem Informações Fundamentais ao Investidore2009/65/EC (KIID), estão disponíveis, com relatórios anual corrente documento é Este docume ariable), e aconstituída operar emdocumento conformidade com as leis do Luxemburgo a Directiva do Conselho, dejuntamente 13do deConselho, Julho deos 2009. etado, ser feita com junto base aem no Prospecto em vigor e S.A., no de Informações Fundamentais Destinadas ao Investidor (KIID), estão disponíveis, com os relatórios anual co sem Nordea Funds 562, rue de Neudorf, PO Box 782, L-2017 Luxemburgo, representantes locais,disponíveis, agentesque de informação, oucom nossos distribuidores. Nosso dism base no ônus, Prospecto vigorInvestment e no documento de documento Informações Fundamentais Destinadas ao Investidor (KIID), que estão juntamente osjuntamente relatórios anual corrente ado, sem ônus, junto a Nordea Investment Funds S.A., 562, POP.O. BoxBox 782, L-2017 Luxemburgo, representantes locais, agentes informação, ou nossos distribuidores. Noss Publicado pela Nordea Investment Funds S.A., sita emrue 562, rueNeudorf, de Neudorf, 782, L-2017 Luxembourg,locais, que é agentes autorizado Comission dede Surveillance du Secteur Financier. s,financeiro. junto a Nordea Investment Funds S.A., 562, rue de Neudorf, PO de Box 782, L-2017 Luxemburgo, representantes depela informação, ou nossos distribuidores. Nosso disfinanceiro. Publicado pela Nordea Investment S.A., em 562, rue P.O.Luxembourg, Box 782, L-2017 que é autorizado Comission de Surveillance du Secteur Fina blicado pela Nordea Investment Funds S.A., sitaFunds em 562, ruesita de Neudorf, P.O. de BoxNeudorf, 782, L-2017 queLuxembourg, é autorizado pela Comission de pela Surveillance du Secteur Financier.
PANorama BArómetro
fundos com selo FundsPeople em 2020 fuNDO
RENTABILIDADe ANUAL
SELO
5 anoS
3 AnOS
1 AnO
Dados a 30-4-20 VOLAT. 3 anos
DIVISA BASE
8,10
USD
Asia Fixed Income HSBC GIF Asia Bond AC
ABC
Emerging Markets Fixed Income BNY Mellon EM Dbt Lcl Ccy USD X Acc Candriam SRI Bond Em Mkts R USD Acc Pictet-Short Term Em Corp Bds Z USD BNY Mellon Em Mkts Corp Dbt USD X Acc Neuberger Berman Shrt DurEM DbtUSD I Acc AS SICAV I EM Corp Bd X Acc USD M&G (Lux) Em Mkts Bd C EUR Acc DPAM L Bonds Emerging Markets Sust E EUR AS SICAV I Frntr Mkts Bd X Acc USD Neuberger Berman EM DbtHrdCcy USD I C MFS Meridian Emerging Mkts Dbt A2 USD PIMCO GIS Em Mkts Bdd E USD Inc JPM Emerg Mkts Corp Bd A (acc) USD Capital Group EM Lcl Ccy Dbt(LUX) Z Pictet-Emerging Local Ccy Dbt Z USD Schroder ISF EM Dbt Abs Rt C Acc USD GAM Multibond Local Emerging Bond USD C JPM Emerg Mkts Lcl Ccy Dbt A (acc) EUR Muzinich EmergingMktsShrtDur HEUR Acc A Fidelity Em Mkt Lcl Ccy Dbt Y-Acc-USD Nordea 1 - Emerging Market Bond BP EUR GS Em Mkts Dbt Base Acc USD Vontobel Emerging Mkts Dbt N USD Amundi Fds Em Mkts Bd C EUR C Candriam Bds Em Mkts R USD Cap AXAWF Em Mkts Sh Dur Bds E Cap EUR H BGF Emerging Markets Lcl Ccy Bd A2
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
6,03 1,97 0,00 -1,76 0,48 -3,54 -3,17 -2,05 -6,41 -4,63 -0,88 -2,03 -2,59 -1,00 -0,98 -0,51 -2,85 -1,12 -5,55 -4,67 -9,21 -6,49 -9,84 -8,68 -11,10 -7,76 -3,41
1,68 1,49 1,50 1,40 3,15 1,22 4,41 1,17 2,70 0,60 3,47 0,45 3,46 0,16 2,24 0,05 3,76 0,04 3,03 -0,11 1,83 -0,26 2,14 -0,70 1,79 -0,82 1,12 -0,92 0,50 -1,07 1,24 -1,20 0,21 -1,29 -0,78 -1,59 0,10 -1,80 -0,10 -1,98 1,86 -2,11 1,50 -2,16 2,63 -2,37 1,17 -2,70 1,47 -2,79 -0,88 -3,64 -0,63
Europe Fixed Income NB Euro Bond NB Obrigações Europa FIMAO BlueBay Inv Grd Euro Govt Bd I EUR Acc JPM EU Government Bond A (acc) EUR PIMCO GIS Euro Bond Instl EUR Acc Vanguard Euro Govt Bd Idx Ins EUR Acc BNP Paribas Euro Government Bd Privl C Schroder ISF EURO Bond C Acc EUR Nordea 1 - European Covered Bond BP EUR Schroder ISF EURO Crdt Convct C Acc EUR MS INVF Euro Bond I Capital Group Euro Bond (LUX) Z Schroder ISF EURO Corp Bd C Acc EUR BGF Euro Bond A2 Candriam Bds Euro High Yld R EUR Cap Optimize Obrigações FIMAO Invesco Euro Bond E EUR Acc Caixagest Oportunidades FIAMA T. Rowe Price Euro Corp Bd Z EUR NN (L) Euro Fixed Income P Cap EUR Janus Henderson Hrzn Euro Corp Bd A2 EUR Invesco Euro Corporate Bond A EUR Acc MS INVF Euro Corporate Bond I M&G (Lux) Euro Corp Bd CI EUR Acc BGF Euro Corporate Bond A2 EUR Amundi Fds Euro Aggt Bd F2 EUR C Franklin European Ttl Ret A(acc)EUR BNY Mellon European Credit EUR C Acc BNY Mellon Euroland Bond EUR W Acc Vontobel EUR Corp Bd Mid Yld C EUR Nordea 1 - European High Yld Bd BI EUR Fidelity Euro Short Term Bond A-Acc-EUR Amundi Fds Euro Corp Bd A EUR C ODDO BHF Euro High Yield Bond CI-EUR AB European Income C2 Acc Carmignac Pf Uncons Euro FI A EUR Acc Pictet-EUR Short Term Corp Bds Z Muzinich Europeyield HEUR Acc A
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
4,41 2,30 4,76 4,69 2,79 4,34 4,26 3,79 3,08 0,64 3,23 2,08 0,92 2,52 -0,71 0,34 1,55 -1,50 -0,42 2,12 -0,33 0,59 -0,64 -0,61 -0,88 -0,40 2,50 -1,47 -0,56 -0,59 -5,29 0,96 -2,79 -4,21 -2,97 0,92 -1,87 -6,28
6,33 3,52 5,62 3,32 4,06 3,25 3,02 1,86 2,90 2,26 2,83 1,84 2,66 1,69 2,49 1,76 2,46 2,00 2,30 3,21 2,28 1,81 2,21 1,80 2,14 2,66 1,98 1,41 1,97 3,17 1,79 1,28 1,67 1,18 1,67 1,91 1,62 2,00 1,42 0,81 1,31 1,09 1,31 0,83 1,22 1,79 1,12 1,40 1,09 1,50 0,99 -0,07 0,74 0,83 0,71 1,18 0,66 0,51 0,59 0,78 0,55 2,64 0,40 0,50 0,14 0,47 0,11 1,82 -0,04 0,53 -0,12 -0,44 -0,15 0,38 -0,22 1,95
26 Fundspeople I Maio e junho
6,36
3,00
gestor
Alfred Lap Chung Mui; Steven Wong;
8,66 USD — 8,55 USD Diliana Deltcheva; Marie-Bénédicte Guignan; Christopher Mey; 7,94 USD Luke Chua; Alain Nsiona Defise; 12,88 USD Colm McDonagh; Rodica Glavan; 8,19 USD Bart van der Made; Nish Popat; Jennifer Gorgoll; 11,63 USD — 10,42 EUR Claudia Calich 8,38 EUR HUGO VERDIERE; Michaël Vander Elst; 11,84 USD — 10,82 USD Rob Drijkoningen; Gorky Urquieta; Bart van der Made; Mike Reyes; 9,88 USD Matthew W. Ryan; Ward Brown; Neeraj Arora; 10,22 USD Michael A. Gomez; Javier Romo; Pramol Dhawan; 9,10 USD Scott D. McKee; Pierre-Yves Bareau; 10,58 USD Robert H. Neithart; Kirstie Spence; 10,23 USD Mary-Therese Barton; Alper Gocer; 5,45 USD Abdallah Guezour 10,42 USD Paul McNamara 10,30 EUR Didier Lambert; Pierre-Yves Bareau; Diana Kiluta Amoa; 6,63 EUR Warren Hyland 10,69 USD Eric Yung Wong; Steve Ellis; Marton Huebler; 13,07 EUR David Bessey; Cathy L. Hepworth; 11,84 USD Angus Bell 13,63 USD Luc D’hooge; Wouter Van Overfelt; 13,40 EUR Yerlan Syzdykov; Ray Jian; 13,72 USD Helena Clijsters; Magda Branet; Diliana Deltcheva; Christopher Mey; 8,24 EUR Mikhail Volodchenko; Sailesh Lad; 12,21 USD Sergio Trigo Paz; Michal Wozniak; Laurent Develay; 7,38 EUR Vasco Teles 7,73 EUR Vasco Teles 4,17 EUR Mark Dowding; Kaspar Hense; 4,01 EUR Séamus Mac Góráin 3,89 EUR Andrew Bosomworth; Andrew Thomas Balls; Lorenzo Pagani; 3,70 EUR — 3,82 EUR Claude Guérin; Patrick Caillieux; 4,16 EUR Bob Jolly; Paul Grainger; 2,13 EUR Henrik Stille 6,89 EUR Patrick Vogel 3,25 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Richard Class; 4,12 EUR Thomas H. Høgh 6,09 EUR Patrick Vogel 4,01 EUR Michael Krautzberger; Ronald van Loon; 6,04 EUR Philippe Noyard; Patrick Zeenni; Nicolas Jullien; 5,16 EUR Pedro Oliveira Lino; Carlos Pinto; 4,83 EUR Gareth Isaac; Luke Greenwood; Thomas Sartain; Lyndon Man; 3,14 EUR — 5,35 EUR David X Stanley 4,43 EUR Sylvain De Ruijter; Hans van Zwol; Jaco Rouw; 5,10 EUR Thomas Ross; Tim Winstone; 5,57 EUR Paul Read; Julien Eberhardt; 5,99 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Dipen Patel; 5,18 EUR Stefan Isaacs 5,02 EUR Tom Mondelaers; Jozef Prokes; 4,99 EUR Marie-Anne Allier; Isabelle Vic-Philippe; 4,17 EUR John W. Beck; David Zahn; Sonal Desai; 6,30 EUR Lucy Speake 5,31 EUR — 6,82 EUR Mondher Bettaieb; Claudia Wyss; 9,24 EUR Sandro Naef; Torben Skødeberg; Laust Johnsen; 1,95 EUR Rick Patel; Ario Emami Nejad; 6,62 EUR Hervé Boiral; Alexandra Van Gyseghem; 7,65 EUR Alexis Renault; Frauke Wolkewitz; 7,30 EUR Scott A. DiMaggio; Jorgen Kjaersgaard; John Taylor; 4,48 EUR Guillaume Rigeade; Eliezer Ben Zimra; 2,60 EUR Frédéric Salmon; Mathieu Magnin; Justine Vroman; 9,19 EUR Thomas Samson
fundos com selo FundsPeople em 2020 fuNDO
BNP Paribas Euro Medium Term Bd C C S Euro Short Dur Bd Plus I Acc EUR G Pictet-EUR Short Mid-Term Bonds I PIMCO GIS Euro Income Bond E EUR Acc Allianz Enhanced Shrt Trm Euro AT EUR Allianz Advcd Fxd Inc S/D A EUR Allianz Floating Rate Notes+ IT EUR DWS Invest ESG Euro Bonds (Short) FC Candriam Bds Euro Short Term C EUR Cap MS INVF Short Maturity Euro Bond I BNP Paribas Enhanced Bond 6M I C Invesco Euro Short Term Bond E EUR Acc ODDO BHF Euro Credit Short Dur DP-EUR EdRF Bond Allocation A EUR Acc BGF Euro Short Duration Bond A2 EUR Caixagest Obrigações FIMAO IMGA Euro Taxa Variável FIMA IMGA Rendimento Semestral FIMA DWS Invest Short Duration Credit FC DWS Floating Rate Notes LC GAM Star Credit Opps (EUR) Instl EUR Acc Evli Short Corporate Bond B IMGA Rendimento Mais FIMA Carmignac Pf Sécurité A EUR Ydis UBAM Dynamic Euro Bond AC EUR IMGA CA Rendimento FIMAO MS INVF European HY Bd I AXAWF Euro Credit Short Dur E Cap EUR
SELO
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
RENTABILIDADe ANUAL 5 anoS
-0,79 -1,43 -0,99 -4,43 -0,89 -1,65 -0,97 -1,39 -1,49 -1,53 -2,05 -1,44 -3,78 -3,59 -1,52 -2,74 -2,30 -3,07 -3,47 -2,23 -6,48 -4,34 -4,21 -0,53 -2,53 -3,41 -7,71 -2,35
3 ANOS
1 AnO
Dados a 30-4-20 VOLAT. 3 anos
DIVISA BASE
gestor
-0,29 -0,07 1,81 EUR Eric Plantier; Arnaud-Guilhem Lamy; -0,32 0,29 2,04 EUR — -0,35 -0,16 1,34 EUR Frédéric Salmon; Mathieu Magnin; Justine Vroman; -0,40 1,10 5,12 EUR Ketish Pothalingam; Eve Lagrellette Tournier; Alfred T. Murata; -0,46 -0,36 0,45 EUR Klaus Kusber; Lars Dahlhoff; -0,49 -0,26 1,68 EUR Maxence-Louis Mormede; Ralf Jülichmanns; -0,51 0,98 EUR Vincent Tarantino; Ali Ozenici; -0,57 -0,11 1,80 EUR Andrea Ueberschär; Claus Meyer-Cording; -0,57 -0,22 1,41 EUR Philippe Dehoux; Nicolas Forest; HUGO VERDIERE; -0,59 -0,27 1,45 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Richard Class; -0,64 -0,20 2,62 EUR Eric Plantier; Fadi Berbari; -0,71 -0,40 2,01 EUR Luke Greenwood; Lyndon Man; -0,75 0,31 4,44 EUR Alexis Renault; Haiyan Ding; -0,79 0,92 4,66 EUR Julien Tisserand; Nicolas Leprince; -0,80 -0,42 1,86 EUR Michael Krautzberger; Christopher Allen; Jozef Prokes; -0,81 -0,12 2,76 EUR — -0,83 -0,43 2,55 EUR Aitor Zubeldia; Ana Aguiar; -0,86 -0,27 3,40 EUR Aitor Zubeldia; Ana Aguiar; -0,89 -0,14 3,72 EUR Oliver Krenn; Karsten Rosenkilde; -0,90 -0,42 2,30 EUR Christian Reiter; Torsten Haas; -0,93 1,73 12,04 EUR — -0,97 0,21 4,74 EUR Juhamatti Pukka -1,00 -0,10 4,16 EUR Duarte José; Ana Aguiar; -1,03 2,91 EUR Marie-Anne Allier; Keith Ney; -1,13 -0,79 2,18 EUR Christel Rendu de Lint -1,18 -0,25 3,36 EUR Duarte José; Ana Aguiar; -1,18 1,11 11,99 EUR Leon Grenyer; Sarah Harrison; -1,27 -0,87 2,31 EUR Anne Velot; Thomas Coudert; Boutaina Deixonne;
IDEIAS FOCADAS RESULTADOS SÓLIDOS A AllianceBernstein caracteriza-se por uma análise rigorosa que gera perceções claras e distintas. Perceções focadas que dão origem a estratégias de investimento e decisões mais firmes. Perceções que podem oferecer resultados sólidos aos nossos clientes. Obtenha mais informações sobre a forma como as nossas perceções focadas podem oferecer resultados sólidos ao investidor. AllianceBernstein.com AB Iberia +34 639 153 380
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RENTABILIDADe ANUAL
SELO
5 anoS
3 AnOS
1 AnO
Dados a 30-4-20 VOLAT. 3 anos
DIVISA BASE
gestor
BPI Reforma Obrigações PPR/OICVM FIAO Caixagest Obrig Mais FIMAO AXAIMFIIS Europe Short Dur HY E Cap EUR BPI Obrigações Mundiais FIAO BPI GIF High Income Bond I
ABC ABC ABC ABC ABC
-3,73 -5,18 -7,32 -6,53 -8,32
-1,61 -0,86 3,91 EUR Duarte Rodrigues -1,83 -0,83 5,45 EUR — -2,51 -0,61 7,23 EUR James Gledhill; Yves Berger; -3,08 -0,15 7,90 EUR Duarte Rodrigues -3,23 0,54 10,36 EUR Duarte Rodrigues
Fixed Income Miscellaneous PIMCO GIS Capital Scs Instl USD Acc Santander Multicrédito CA FIMAO GAM Star MBS Total Return USD Acc Santander Latin American Corp Bd A
ABC ABC ABC ABC
2,23 -0,75 -2,19 -3,18
Global Fixed Income PIMCO GIS Glb Bd Instl USD Acc Jupiter Dynamic Bond D USD Acc HSC PIMCO GIS Divers Inc Instl USD Acc Schroder ISF Glbl Mlt Crdt C Acc USD FvS Bond Opportunities RT MS INVF Global Fixed Income Opps Z GS Global Sovereign Bd I Acc EUR-Prtly H Amundi Fds Glbl Aggt Bd G USD C Candriam Bds Global Hi Yld R EUR Cap T. Rowe Price Divers Inc Bd I USD BGF Fixed Income Global Opps A2 T. Rowe Price Glb HY Bd Z USD UBAM Global High Yield Solution AC USD JPM Global Strat Bd A perf (acc) USD PIMCO GIS GlInGd Crdt Instl EURH Acc M&G (Lux) Glb HY Bd C USD Acc T. Rowe Price Glb High Inc Bd I USD BNY Mellon Glb ShrtDtd HY Bd USD W Acc Nordea 1 - Flexible Fixed Income BP EUR UBS(Lux) BS Glb Infl Lnkd$ EURH P-acc AXAWF Global Strategic Bds E Cap EUR H Schroder ISF Glbl Hi Yld C Acc USD Carmignac Pf Uncons Glb Bd A EUR Acc Eurizon Bond High Yield Z EUR Acc Vontobel TwentyFour StratInc AMH Hdg EUR GS Glbl Hi Yld Base Inc USD Schroder ISF Strat Crdt C Dis SV Muzinich Global Tact Crdt HEUR Acc R PIMCO GIS Income Instl EURH Acc UBAM Abs Ret Low Vol Fxd Inc APC EUR JPM Global Short Duration Bd A(acc)EURH Muzinich Enhancedyield S-T HEUR Acc R Templeton Global Bond W(Mdis)USD PIMCO GIS Dynamic Bd E EUR H Acc Templeton Global Ttl Ret A(acc)USD M&G (Lux) Glb Fl Rt HY C H EUR Acc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
8,97 9,79 4,88 5,08 6,49 2,87 6,36 4,58 1,48 0,25 3,97 -1,04 -2,68 3,52 0,68 -3,46 -4,10 -3,36 1,01 1,27 1,18 -4,31 3,82 -2,89 -2,25 -4,49 -3,87 -0,37 -4,34 -0,91 -0,27 -3,96 -4,09 -4,03 -7,87 -13,26
Sterling Fixed Income Threadneedle SterlingCorpBd Ins Inc
ABC
US Fixed Income Capital Group US Corp Bd (LUX) Z Fidelity US Dollar Bond A-Dis-USD NN (L) US Credit P Cap USD T. Rowe Price US Aggr Bd Jd USD PIMCO GIS Ttl Ret Bd Inv USD Acc JPM US Aggregate Bond A (dist) USD Legg Mason WA US Core+ Bd A USD Acc GS US Mortgg Bckd Secs I Acc USD Amundi Fds Pioneer US Bd A2 USD C Pictet-USD Short Mid-Term Bonds I JPM Income A (acc) USD GS US Dollar Short Dur Bond I Acc USD JPM US Short Duration Bond D (acc) USD BGF US Dollar Short Duration Bd A2 USD AB American Income A Inc UBAM Dynamic US Dollar Bond AC USD PIMCO GIS Low Avrg Dur E USD Inc Fidelity US High Yield A-Dis-USD MS INVF US Dollar High Yield Bond Z
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
16,10 18,06 14,73 11,01 12,19 12,08 10,47 9,80 6,56 7,87 0,24 6,36 6,81 4,29 1,45 2,49 5,15 -3,76 -5,12
28 Fundspeople I Maio e junho
1,25 -2,24 -8,79 -10,32
4,37
4,23 -0,31 0,58 0,54
4,39 4,52 4,20 4,57 3,79 5,06 3,71 3,63 4,07 3,12 3,42 2,89 2,38 2,06 2,17 3,21 1,93 1,81 2,06 1,81 3,97 1,63 3,71 1,48 2,10 1,19 1,89 1,17 3,64 1,11 1,02 0,86 0,87 0,71 0,34 0,29 0,45 0,23 2,89 0,12 1,24 0,02 2,00 0,00 -0,20 1,36 -0,24 -1,24 -0,33 0,50 -0,40 1,58 -0,58 -0,33 -0,71 -0,61 -0,86 0,19 -0,89 0,06 -1,64 -0,79 -3,14 -0,65 -3,94 -1,03 2,44
0,77
11,41 2,45 11,65 13,35
USD EUR USD USD
Philippe Bodereau; Matthieu Loriferne; Michael Bogecho; Carmen Borondo Tom J. Mansley Alfredo Mordezki
6,54 USD Andrew Thomas Balls; Lorenzo Pagani; Sachin Gupta; 7,65 USD Ariel Bezalel 8,22 USD Daniel J. Ivascyn; Eve Lagrellette Tournier; Alfred T. Murata; 9,97 USD Patrick Vogel; Julien Houdain; 5,95 EUR Frank Lipowski 7,70 USD Christian G. Roth; Michael B. Kushma; Richard Ford; James Caron; 4,77 EUR — 7,82 USD Laurent Crosnier; Myles Bradshaw; 4,92 EUR Philippe Noyard; Patrick Zeenni; Nicolas Jullien; Thomas Joret; 8,80 USD Kenneth A. Orchard 7,23 USD Rick Rieder; Bob Miller; Aidan Doyle; 10,23 USD Mark J. Vaselkiv; Michael Della Vedova; 8,49 USD Christel Rendu de Lint 6,16 USD Robert Michele; Iain T. Stealey; 6,61 EUR Mark R. Kiesel; Jelle Brons; Mohit Mittal; 10,76 USD Stefan Isaacs; James Tomlins; 12,41 USD Mark J. Vaselkiv; Michael Della Vedova; 8,67 USD Ulrich Gerhard; Cathy Braganza; 1,92 EUR Karsten Bierre 4,86 EUR Kevin Ziyi Zhao; Jerry Jones; Alexander Wise; 3,04 EUR Nick Hayes; Nicolas Trindade; 11,35 USD Martha Metcalf 5,88 EUR Charles Zerah 8,12 EUR Raffaella Tommaselli; Elena Musumeci; 6,51 EUR Gary Kirk; Eoin Walsh; Felipe Villarroel; Mark Holman; 11,17 USD — 11,55 GBP Peter Harvey 5,36 EUR Michael L. McEachern 5,78 EUR Daniel J. Ivascyn; Joshua Anderson; Alfred T. Murata; 0,86 EUR Christel Rendu de Lint 1,49 EUR Myles Bradshaw; Iain T. Stealey; Linda Raggi; 5,51 EUR Tatjana Greil-Castro 7,95 USD Michael J. Hasenstab; Calvin Ho; 3,40 EUR Marc P. Seidner; Daniel J. Ivascyn; Mohsen Fahmi; 9,02 USD Michael J. Hasenstab; Calvin Ho; 10,26 EUR James Tomlins 10,07
GBP
Alasdair Ross
6,41 6,17 7,80 USD Scott Sykes; Karen Choi; 6,36 4,95 7,28 USD Rick Patel; Ario Emami Nejad; 5,96 5,35 8,53 USD Anil Katarya; Travis King; 4,47 3,94 7,08 USD Brian J. Brennan 4,33 3,92 6,74 USD Scott A. Mather; Mark R. Kiesel; Mihir P. Worah; 4,17 3,60 6,92 USD Richard D. Figuly; Justin Rucker; 3,86 3,62 7,06 USD — 3,59 6,31 USD — 2,66 2,90 7,90 USD Kenneth J. Taubes; Timothy D. Rowe; Bradley Komenda; 2,58 2,46 6,06 USD Frédéric Salmon; Mathieu Magnin; Justine Vroman; 2,50 3,30 8,51 USD J. Andrew Norelli; Andrew Headley; 2,34 6,20 USD — 1,85 1,73 6,12 USD Cary J. Fitzgerald; Toby Maczka; 1,46 1,79 6,57 USD Thomas F. Musmanno; Scott MacLellan; 1,44 2,65 8,92 USD Paul J. DeNoon; Douglas J. Peebles; Matthew S. Sheridan; 1,15 1,59 6,42 USD Christel Rendu de Lint; Philippe Gräub; 1,05 1,25 6,00 USD Scott A. Mather; Jerome M. Schneider; 0,98 2,91 10,03 USD Harley Lank; Alexandre Karam; 0,83 3,82 11,12 USD Richard J. Lindquist; Jack Cimarosa;
fundos com selo FundsPeople em 2020 fuNDO
RENTABILIDADe ANUAL
SELO
5 anoS
3 AnOS
1 AnO
Dados a 30-4-20 VOLAT. 3 anos
DIVISA BASE
gestor
IMCO GIS US Hi Yld Bd E USD Acc P Santander Go Short Duration Dollar A Wells Fargo (Lux) WF US HY Bd I USD Acc MS INVF US Dollar Short Dur HY Bd Z Muzinich ShortDurationHY HUSD Acc R Franklin Strategic Income I(acc)USD AXAIMFIIS US Corp Itmt Bds E EUR Cap H Franklin US Low Duration A(Mdis)USD AXAIMFIIS US Short Dur HY E Cap EUR H Muzinich Americayield HEUR Acc R JPM Income Opp A perf (acc) EURH AXAWF US High Yield Bonds E Cap EUR H AB Mortgage Income AX Inc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
-2,67 3,94 -3,99 -7,21 -1,60 -2,43 1,29 -2,37 -4,68 -6,49 -3,85 -6,88 -14,71
0,77 0,69 0,44 0,41 0,35 -0,07 -0,16 -0,99 -1,59 -1,77 -1,80 -1,94 -3,75
3,09 0,79 3,14 3,10 1,57 1,16 -0,02 0,33 -0,69 -0,19 -0,58 -0,31 -0,26
9,21 USD Andrew Jessop; Hozef Arif; 6,01 USD — 9,69 USD Philip Susser; Niklas Nordenfelt; 9,84 USD Richard J. Lindquist; Jack Cimarosa; 7,33 USD David A. Bowen 8,35 USD David Yuen; Patricia O'Connor; Sonal Desai; William Chong; 5,02 EUR Frank Olszewski; Steven Nelson; 7,63 USD David Yuen; Kent Burns; Sonal Desai; Tina Chou; 4,44 EUR Carl Whitbeck; Peter V. Vecchio; 7,84 EUR Clinton J. Comeaux 2,88 EUR William H. Eigen; Jeffrey Wheeler; 6,80 EUR Carl Whitbeck; Michael P. Graham; 14,10 USD Michael S. Canter; Janaki Rao;
Africa Equity Franklin MENA I(acc)USD
ABC
-22,23
-0,09
-3,37
18,99
USD
Bassel Khatoun; Salah Khaled Chamma;
Asia Equity JPM Pacific Equity A (dist) USD
ABC
2,89
6,65
6,88
14,65
USD
Aisa Ogoshi; Robert Lloyd;
Asia ex-Japan Equity MS INVF Asia Opportunity A Mirae Asset Asia Great Consumer Eq I USD Fidelity Asia Pacific Opps A-Acc-EUR T. Rowe Price Asian Opp Eq I USD GS Asia Equity R Acc USD Threadneedle Asia Ins Acc GBP Fidelity Asia Focus A-Dis-USD UBS (Lux) ES As Smlr Coms (USD) P-acc Schroder ISF Asian Opports C Acc USD JPM Asia Pacific Equity A (acc) USD Fidelity Emerging Asia A-Acc-USD Schroder ISF Asian Ttl Ret C Acc USD AS SICAV I Asia Pac Eq X Acc USD Templeton Asian Growth A(Ydis)USD AS SICAV I Asn Smllr Coms X Acc USD
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
11,09 12,54 2,05 2,32 0,62 -1,18 -4,78 4,47 -8,38 -5,08 -9,52 -6,73 -5,37 -8,15 -9,46
16,90 12,34 5,17 8,15 8,55 7,45 6,53 6,17 4,83 5,53 3,82 5,09 3,58 4,44 3,93 4,20 6,14 3,40 2,82 2,91 2,95 2,24 4,90 2,11 1,17 -1,60 -1,29 -2,67 -1,62
17,69 USD Kristian Heugh; Krace Zhou; 15,11 USD Joohee An; Sol Ahn; 17,45 EUR Anthony Srom 15,61 USD Eric C. Moffett 15,83 USD — 16,95 GBP Soo Nam Ng; George Gosden; 15,48 USD Dhananjay Phadnis 15,25 USD Raymond M. Wong; Projit Chatterjee; Shou-Pin Choo; 17,34 USD Toby Hudson 16,04 USD Mark Davids; Oliver R. Cox; Alice Wong; 15,96 USD Teera Chanpongsang 15,02 USD King Fuei Lee; Robin Parbrook; 14,60 USD — 16,67 USD Sukumar Rajah; Eric Mok; 16,74 USD —
Consumer Goods & Services Sector Equity Fidelity Global Cnsmr Inds A-Dis-EUR ABC Pictet-Premium Brands I EUR ABC
1,78 -2,82
6,94 5,11
6,98 2,70
13,07 15,18
EUR EUR
Aneta Wynimko Caroline Reyl; Laurent Belloni;
Equity Miscellaneous Pictet-Water I EUR Pictet-Nutrition I EUR
ABC ABC
1,46 -3,01
4,74 2,95
6,59 2,59
15,55 12,68
EUR EUR
Hans Peter Portner; Philippe Rohner; Louis Veilleux; Cédric Lecamp; Gertjan Van der Geer; Alice De Lamaze; Mayssa Al Midani;
Europe Emerging Markets Equity Amundi Fds Russian Equity A EUR C Schroder ISF Emerging Europe C Acc EUR
ABC ABC
-5,38 -13,42
2,50 0,40
6,86 3,68
22,51 23,07
EUR EUR
Andrea Salvatori; Marcin Fiejka; Mohsin Memon; Rollo Roscow;
Europe Equity Large Cap Fidelity FAST Europe A-ACC-EUR Fidelity European Dynamic Gr A-Dis-EUR Jupiter European Growth L EUR Acc AXAWF Fram Switzerland A Cap EUR Threadneedle European Sel Ins Acc GBP MFS Meridian European Value A1 EUR BGF European Special Situations A2 Allianz Europe Equity Growth W EUR BGF Continental Eurp Flex E2 EUR JPM Europe Strategic Growth A (dist) EUR MFS Meridian European Research A1 EUR Threadneedle European Ins Acc GBP BSF European Opps Extension A2 EUR MFS Meridian European Smlr Coms A1 EUR Pictet-European Sustainable Eqs I EUR MFS Meridian European Core Eq A1 EUR Allianz Euroland Equity Growth AT EUR Fidelity Germany A-Dis-EUR CS (Lux) European Div Plus Eq EB EUR DWS Invest II Eurp Top Div XC M&G (Lux) Pan European Select C EUR Acc Eleva UCITS Eleva Eurp Sel I EUR acc Candriam SRI Equity EMU R EUR Acc Amundi Fds Eurp Equity Cnsv G EUR C BNP Paribas Eur MulFtr Eq I EUR C
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
8,09 4,32 2,72 7,66 2,05 -5,28 -1,76 -1,80 -0,91 -2,96 -4,33 -3,10 -5,13 -8,53 -4,34 -8,18 -3,94 -9,25 -6,15 -6,52 -11,53 -11,18 -11,02 -7,25 -15,82
10,37 4,23 7,88 7,95 6,13 5,69 5,37 6,13 3,94 3,75 3,24 3,82 2,70 3,42 2,66 4,00 2,62 3,39 2,20 3,87 1,94 1,89 1,90 1,93 1,58 6,81 1,15 3,32 0,88 1,55 0,88 2,65 0,27 2,53 -0,10 1,47 -0,13 0,31 -0,16 0,87 -0,54 0,80 -0,67 1,19 -1,00 -1,59 -0,04 -1,71
13,85 14,26 14,17 12,03 13,97 13,11 14,90 16,45 15,91 15,01 13,25 14,75 15,49 16,00 13,99 14,33 16,48 16,85 12,39 13,27 15,95 16,65 15,62 11,84 16,39
EUR EUR EUR EUR GBP EUR EUR EUR EUR EUR EUR GBP EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR
Fabio Riccelli Fabio Riccelli; Karoline Rosenberg; Mark Heslop; Mark Nichols; Guillaume Robiolle; Hervé Mangin; Dave Dudding; Benjamin Moore; Florence Taj; Gabrielle G. Gourgey; Benjamin Tingling; Michael Constantis Thorsten Winkelmann; Robert Hofmann; Alister M. Hibbert; Giles Rothbarth; Michael Barakos; Ben Stapley; Gabrielle G. Gourgey Paul Doyle; Frederic Jeanmaire; David Tovey; Christopher Sykes; Peter F. Fruzzetti; Sandeep Mehta; Laurent Nguyen Gabrielle G. Gourgey; Roger M. Morley; Benjamin Tingling; Andreas Hildebrand; Marcus Morris-Eyton; Darina Valkova; Christian Von Engelbrechten Nicola Nolè; Felix Maag; Stephan Werner; Marc Althaus; John William Olsen Eric Bendahan Laurent Milliat Melchior Dechelette; Olivier Avertin; Laurent Lagarde; Henri Fournier;
Maio e junho I Fundspeople 29
PANorama BArómetro
fundos com selo FundsPeople em 2020 fuNDO
RENTABILIDADe ANUAL
SELO
5 anoS
3 AnOS
ictet-Europe Index P EUR P Lazard Dividendes Min VaR C GAM Star Continental Eurp Eq Ord USD Acc BGF Euro-Markets A2 GS Europe CORE® Equity Base Acc EUR Fidelity European Growth A-Dis-EUR Fidelity European Lgr Coms A-Dis-EUR JPM Europe Equity A (dist) EUR Amundi IS MSCI EMU AE-C Schroder ISF EURO Equity C Acc EUR Fidelity Euro Blue Chip A-Dis-EUR UBS (Lux) ES Euro Countrs Inc€ P-acc Invesco Pan Eur StructEq E EUR Acc JPM Europe Equity Plus D perf (acc) EUR JPM Euroland Equity A (dist) EUR Fidelity Iberia A-Dis-EUR Amundi Fds Euroland Equity C EUR C Janus Henderson Hrzn Euroland A2 EUR Allianz European Equity Div AT EUR M&G (Lux) Eurp Strat Val CI EUR Acc AB European Eq Ptf C Acc AB Eurozone Eq Ptf CX Acc Santander Acções Europa CA FIMA Templeton Euroland W (Acc) EUR JPM Europe Strategic Dividend D (acc)EUR Invesco Pan European Equity A EUR Acc Amundi Fds European Eq Val A USD C JPM Europe Strategic Value A (dist) EUR
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
-11,76 -1,90 -12,50 -2,01 -5,82 -2,80 -9,94 -2,94 -13,08 -3,01 -15,42 -3,20 -15,53 -3,27 -13,44 -3,30 -14,78 -3,36 -9,44 -3,38 -13,90 -3,65 -19,73 -4,82 -13,75 -4,85 -14,29 -4,95 -17,55 -5,05 -14,60 -5,17 -15,41 -5,52 -13,51 -5,62 -19,42 -5,63 -17,44 -5,85 -18,73 -5,92 -20,61 -6,06 -17,84 -6,54 -19,33 -6,88 -19,85 -7,44 -21,96 -8,22 -24,59 -8,44 -26,43 -10,28
Europe Equity Mid/Small Cap Echiquier Agenor SRI Mid Cap Europe A Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmCpOpps ZE Oddo BHF Avenir Europe CR-EUR T. Rowe Price Eurp Smlr Cm Eq I EUR BNP Paribas Europe Small Cap I C Fidelity European Smlr Coms A-Dis-EUR Janus Henderson Hrzn PanEurpSmrComs A2€
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
3,18 -1,04 -5,58 -5,87 -10,41 -13,47 -15,61
7,30 4,10 1,12 0,99 0,41 -1,74 -4,79
Financials Sector Equity Polar Capital Global Ins I EUR Acc Fidelity Global Financial Svcs A-Dis-EUR
ABC ABC
-14,67 -14,62
0,47 -2,07
Global Emerging Markets Equity GS BRICs Eq E Acc EUR Nordea 1 - Emerging Mkts Foc Eq BP EUR Fidelity Emerging Mkts Foc I-Acc-USD Vontobel mtx Sust EmMkts Ldrs B USD Candriam SRI Equity Em Mkts R EUR Acc JPM Emerging Markets Equity D (acc) USD Capital Group New World (LUX) Z Hermes Global Emerging Mkts R EUR Acc T. Rowe Price EM Eq I USD Schroder ISF Em Mkts C Acc USD Wells Fargo (Lux) WF EM Eq I EUR Acc BMO Responsible Glb Em Mkts Eq A Inc USD BGF Emerging Markets Eq Inc A2 USD Fidelity Em Mkts A-DIST-USD Templeton Emerging Markets A(Ydis)USD GS EM CORE Eq I Acc USD Close MFS Meridian Emerging Mkts Eq I1 EUR JPM Em Mkts Small Cap A (acc) perf USD
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
-4,45 6,15 1,27 5,03 -4,68 5,01 -4,49 3,59 -1,68 3,42 -6,45 2,97 -4,60 2,87 -7,73 2,82 -7,17 2,78 -7,49 1,57 -5,81 1,50 -10,83 1,15 -9,92 0,87 -8,25 0,60 -11,00 -0,24 -11,42 -0,67 -14,49 -1,05 -13,97 -1,91
Global Equity Large Cap MS INVF Global Opportunity Z Robeco Global Consumer Trends D € Threadneedle (Lux) Global Focus ZU DPAM INVEST B Eqs NewGems Sust A Dis Fundsmith Equity I Acc NSF SICAV Wealth Defender Glbl Eq I USD Seilern World Growth CHF H R MS INVF Global Brands A Mirabaud Equities Global Focus A USD Acc MS INVF Global Quality Z
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
30 Fundspeople I Maio e junho
11,42 9,93 13,72 11,30 5,62 6,37 9,23 6,23 -3,48 7,33
1 AnO
Dados a 30-4-20 VOLAT. 3 anos
-0,69 -0,09 0,56 -0,08 0,73 -1,20 -1,30 -0,98 -0,60 -0,09 -2,33 -2,31 -2,25 -2,30 -1,23 -1,68 -2,02 -1,11 -3,70 -2,12 -1,76 -0,68 -2,74 -1,64 -5,03 -5,62 -4,40 -4,82
DIVISA BASE
gestor
14,54 13,78 15,66 15,99 16,60 16,59 16,61 16,11 16,69 17,77 17,18 14,27 15,36 16,79 17,33 15,09 17,12 18,10 16,34 18,16 18,39 18,29 16,06 18,12 17,05 18,60 19,52 19,84
EUR EUR USD EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR USD EUR
Roland Riat; Jean−Michel Piuz; Scander Bentchikou Niall Gallagher Andreas Zoellinger; Tom Joy; — Matt Siddle; Helen Powell; Matt Siddle; Helen Powell; Alexander Fitzalan Howard; Stephen Macklow-Smith; Lionel Brafman Martin Skanberg Alexandra Hartmann; Karoline Rosenberg; Fred Sykes; Ian Paczek; Patrick Zimmermann; Urs Räbsamen; Michael Fraikin; Thorsten Paarmann; Michael Barakos; Nicholas Horne; Ben Stapley; Richard Webb; Stephen Macklow-Smith; Philippa Clough; Fabio Riccelli; Karoline Rosenberg; Mac Elatab; Fabio Di Giansante; Lorenzo Angelini; Nick Sheridan Jörg de Vries-Hippen; Gregor Rudolph-Dengel; Richard Halle Tawhid Ali; Andrew Birse; Tawhid Ali; Andrew Birse; Leticia Santaolalla Dylan Ball; Peter M. Moeschter; Michael Barakos; Ian Butler; Thomas Buckingham; John Surplice; Martin Walker; Andreas Wosol; Roberto Campani; Michael Barakos; Ian Butler; Thomas Buckingham;
8,07 6,44 4,62 5,11 2,84 2,22 1,53
14,14 17,76 16,12 19,15 18,00 21,34 23,86
EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR
Stéphanie Bobtcheff; José Berros; Guillaume Puech; Philip Dicken; Mine Tezgul; Pascal Riegis; Sébastien Maillard; Grégory Deschamps; Ben Griffiths Damien Kohler; Fiona Wills; Joseph George Edwards; James Maun; Ollie Beckett; Rory Stokes;
5,60 0,62
15,25 17,44
EUR EUR
Nick Martin Sotiris Boutsis
3,55 3,74 4,01 4,59 2,24 3,34 3,38 3,38 3,45 1,91 3,06 3,15 2,63 0,85 1,15 0,83 0,96 1,15
17,44 EUR — 16,27 EUR Juliana Hansveden; Emily Leveille; 15,09 USD Alex Duffy 14,95 USD Roger Merz; Thomas Schaffner; 15,84 EUR Philip Screve; Mohamed Lamine Saidi; Jan Boudewijns; 16,33 USD Austin Forey; Leon Eidelman; 14,84 USD Robert W. Lovelace; Carl M. Kawaja; Jonathan Knowles; 16,95 EUR Gary Greenberg 16,26 USD Gonzalo Pangaro 16,65 USD Robert Davy; Tom Wilson; 16,63 EUR Jerry Zhang; Derrick Irwin; Richard Peck; 14,20 USD Sam Mahtani; Rishikesh Patel; Gokce Bulut; 16,06 USD Emily Fletcher; Stephen Andrews; 16,56 USD Nick Price; Amit Goel; 17,38 USD Andrew Ness; Chetan Sehgal; 15,83 USD — 17,40 EUR José Luis García; Robert W. Lau; Harry Purcell; 17,11 USD Austin Forey; Amit Mehta;
16,32 16,03 13,92 10,77 13,43 11,54 12,28 8,79 11,80 13,31 10,95 10,74 9,63 9,70 9,77 9,65 5,85 9,49 9,57
16,92 14,51 14,28 15,62 14,59 14,08 15,08 13,29 13,87 13,61
USD Kristian Heugh EUR Richard Speetjens; Jack Neele; USD Dave Dudding EUR Alexander Roose; Dries Dury; Quirien Lemey; GBP Terry Smith USD Tanguy Besrest Franco Suíço Marco Lo Blanco; Michael Faherty; USD William D. Lock; Bruno Paulson; Vladimir A. Demine; Nathan Wong; USD Anu Narula; Paul Middleton; USD William D. Lock; Bruno Paulson; Vladimir A. Demine; Nathan Wong;
fundos com selo FundsPeople em 2020 fuNDO
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SELO
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Dados a 30-4-20 VOLAT. 3 anos
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Investec GSF Glb Frchs IX Acc USD CPR Invest Glbl Dsrpt Opp A EUR Acc Pictet-Security I USD BNY Mellon Long-Term Glbl Eq USD C Acc Capital Group New Pers (LUX) Z BMO Responsible Global Equity A Inc EUR BPI Ações Mundiais FIAA UBAM 30 Global Leaders Equity AHC EUR Vontobel Global Equity N USD Pictet - Global Envir Opps I EUR Pictet-Global Megatrend Sel Z USD Allianz Global Sustainability A USD Caixagest Ações Líderes Globais FIMAA Investec GSF Glb Qual Eq Inc IX Inc USD Vanguard SRI Global Stock Ins EUR Acc Fidelity FIRST All Country Wld I-Acc-GBP Pictet - Global Defensive Eqs I USD Fidelity World A-Dis-EUR Fidelity Global Dividend A-Acc-EUR Hdg BNY Mellon Global Equity Inc USD C Inc MFS Meridian Global Equity A1 USD GS Global CORE® Eq R Acc USD Snap M&G (Lux) Glb Dividend CI EUR Acc JPM Global Focus D (acc) EUR DWS Invest Top Dividend FC AXA Rosenberg Glb Eq Alpha E EUR Acc UBS(LUX) ES Glb Hi Div USD P-acc UBS (Lux) ES L/T Thms $EUR H P Templeton Glb Climate Change A(Ydis)EUR M&G (Lux) Glb Themes C EUR Acc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
6,58 9,09 9,18 12,88 USD Clyde Rossouw 5,66 8,99 18,77 EUR Estelle Ménard; Wesley Lebeau; 2,94 8,64 7,71 16,63 USD Yves Kramer; Alexandre Mouthon; Rachele Beata; 0,98 8,59 7,52 13,87 USD — 2,61 7,94 7,64 15,35 USD Robert W. Lovelace; Steven T. Watson; Jonathan Knowles; 2,36 7,94 6,59 15,40 EUR Jamie Jenkins; Nick Henderson; 8,06 7,78 7,47 14,40 EUR Rui Araújo 0,14 7,62 6,24 15,06 EUR Martin Moeller 3,69 7,61 9,12 14,23 USD Matthew Benkendorf; Ramiz Chelat; 4,88 7,52 7,63 16,16 EUR Gabriel Micheli; Luciano Diana; Yi Du; 1,50 6,93 6,71 15,82 USD Hans Peter Portner 5,00 6,72 6,22 14,75 USD Paul Schofield; Jeremy Kent; 0,21 6,65 7,08 13,50 EUR — 4,55 5,47 6,99 12,94 USD Clyde Rossouw; Abrie Pretorius; -1,91 4,27 4,90 15,43 EUR — -2,39 4,24 4,70 15,01 GBP Matt Jones; Hiten Savani; -1,77 4,12 5,83 13,97 USD Laurent Nguyen -2,34 3,88 4,80 15,72 EUR Jeremy Philip Elliot Podger; Jamie Peter Harvey; -2,38 3,11 3,73 10,26 EUR Daniel Roberts -4,76 2,96 5,05 13,34 USD Robert Hay; Jonathan Bell; Paul Flood; Ilga Haubelt; -4,81 2,73 4,15 15,21 USD Roger M. Morley; Ryan P. McAllister; -7,11 2,46 5,35 17,47 USD — -9,83 1,60 2,71 19,71 EUR Stuart Rhodes -1,76 1,24 2,56 16,39 EUR Helge Skibeli; Rajesh Tanna; Timothy Woodhouse; -3,03 1,02 2,91 11,08 EUR Thomas Schüssler; Stephan Werner; -9,12 0,73 2,17 17,23 EUR — -8,49 0,56 2,65 14,16 USD Ian Paczek; Patrick Zimmermann Egloff; Urs Räbsamen; -9,19 0,20 17,68 EUR Bruno Bertocci; Joseph R. Elegante; Alix Foulonneau; -9,34 -2,56 -1,68 16,46 EUR Tina M. Sadler; Maarten Bloemen; Katherine S. Owen; 3,29 EUR Alex Araujo
Global Equity Mid/Small Cap Nordea 1 - Global Climate & Envir BI EUR BNP Paribas Climate Impact I C Vanguard Glbl Small-Cap Idx Ins USD Acc
ABC ABC ABC
2,68 5,68 -3,92 3,35 -12,81 -0,87
8,52 16,98 EUR Thomas Sørensen; Henning Padberg; 6,13 16,78 EUR Bruce Jenkyn-Jones; Jon Forster; 2,69 20,06 USD —
Greater China Equity UBS (Lux) EF China Oppo(USD) P USD acc Invesco China Focus Equity E EUR Acc AB China Opportunity S Acc Fidelity China Consumer A-Acc-EUR
ABC ABC ABC ABC
9,42 0,63 2,77 -0,49
16,93 9,59 9,17 7,15
11,03 5,50 3,58 3,41
16,39 15,52 16,69 16,58
USD EUR USD EUR
Bin Shi; Denise Cheung; Morris Wu; Mike Shiao Stuart Rae; John Lin; Raymond Ma
Healthcare Sector Equity BGF World Healthscience A2 Candriam Eqs L Biotech R USD Cap
ABC ABC
20,37 25,13
11,78 10,48
7,77 5,80
13,71 20,73
USD USD
Erin Xie Rudi Van den Eynde; Servaas Michielssens;
India Equity Schroder ISF Indian Opports C Acc USD Schroder ISF Indian Equity C Acc USD Mirae Asset India Sector Leader Eq I USD Franklin India I(acc)USD
ABC ABC ABC ABC
-9,65 0,28 3,76 -16,38 -3,00 2,57 -19,26 -5,38 0,41 -18,94 -7,19 -0,08
21,48 USD — 21,59 USD Manish Bhatia 23,35 USD Rahul Chadha; Saniel Chandrawat; 23,69 USD Sukumar Rajah
Infrastructure Sector Equity Legg Mason RARE Infras Val A EUR Acc
ABC
0,09
14,34
Japan Equity JPM Japan Equity A (dist) USD T. Rowe Price Jap Eq I EUR Jupiter Japan Select D USD Acc Threadneedle Japan Ins Acc GBP GS Japan Equity Base Acc JPY Invesco Japanese Eq Adv A JPY Acc Vanguard Japan Stock Index Ins USD Acc Schroder ISF Japanese Eq C Acc JPY Pictet-Japanese Equity Opps I GBP AS SICAV I Japanese Eq X Acc JPY BNP Paribas Japan Sm Cp Cl C Janus Henderson Hrzn Jpn Smr Coms A2 USD
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
8,09 7,67 2,18 6,63 1,73 -4,99 -0,88 -3,72 -2,37 6,04 0,81 2,32
9,81 7,47 5,91 5,75 3,63 2,99 2,00 1,63 1,46 1,05 1,04 0,10
7,98 8,77 4,81 4,54 3,14 4,90 2,46 2,58 3,30 2,65 7,88 5,87
16,73 USD Nicholas Weindling; Shoichi Mizusawa; Miyako Urabe; 14,75 EUR Archibald A. Ciganer 14,05 USD Dan Carter; Mitesh Patel; 14,05 GBP Daisuke Nomoto 12,86 Yen Ichiro Kosuge 12,74 Yen Tadao Minaguchi 12,16 USD — 12,98 Yen Kazuhiro Toyoda 15,18 GBP Sam Perry; Adrian Hickey; Serena Robinson; 13,38 Yen — 16,19 Yen Shunsuke Matsushima; Tadao Kimura; 15,99 USD Yun Young Lee
Latin America Equity Nordea 1 - Latin American Equity BP EUR
ABC
-33,08
-7,08
-4,14
29,65
EUR
William Scott Piper
Natural Resources Sector Equity BGF World Mining A2 Amundi Fds CPR Global Resources AU-C Pictet-Timber I EUR
ABC ABC ABC
2,28 -0,91 -2,47
0,35 1,06 0,63
25,21 22,08 22,50
USD USD EUR
Evy Hambro; Olivia Markham; Arnaud du Plessis; Stéphane Soussan; Gabriel Micheli; Christoph Butz; Mikael Jafs;
-6,38
-3,04 0,16 -8,51
EUR
Richard Elmslie; Nick Langley; Charles Hamieh; Shane Hurst;
Maio e junho I Fundspeople 31
PANorama BArómetro
fundos com selo FundsPeople em 2020 fuNDO
RENTABILIDADe ANUAL
SELO
5 anoS
3 AnOS
1 AnO
Dados a 30-4-20 VOLAT. 3 anos
DIVISA BASE
gestor
Precious Metals Sector Equity DWS Invest Gold and Prec Mtl Eqs FC BGF World Gold A2
ABC ABC
64,03 57,29
17,03 8,13
12,48 8,79
32,47 EUR — 31,56 USD Evy Hambro; Thomas Holl;
Real Estate Sector Equity Janus Henderson Hrzn PanEurpPtyEqs A2EUR Janus Henderson Hrzn Glbl Pty Eqs A2 USD Neuberger Berman Glb RE Secs USD I Acc MS INVF Global Property I
ABC ABC ABC ABC
-4,39 -5,73 -4,34 -20,99
5,54 3,55 3,04 -5,25
4,05 3,78 3,23 -2,92
18,14 16,61 14,93 18,28
EUR USD USD USD
Guy Barnard; Nicolas Scherf; Guy Barnard; Tim Gibson; Steve S. Shigekawa; Brian C. Jones; Gillian Tiltman; Anton Kwang; Theodore R. Bigman; Michiel te Paske; Sven Van Kemenade;
Technology Sector Equity JPM US Technology A (dist) USD Polar Capital Global Tech I Inc Janus Henderson Glb Tech I USD Acc Franklin Technology A Acc USD Fidelity Global Technology A-Dis-EUR Janus Henderson Hrzn Global Tech A2 USD Pictet - Robotics Z USD Pictet-Digital PUSD JPM Europe Dynamic Techs Fd A (dist) EUR
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
16,05 17,91 16,67 11,36 12,88 11,62 6,50 0,63 2,64
24,78 20,13 22,20 20,91 20,69 18,88 19,90 18,01 16,65 17,17 15,61 15,15 13,95 9,29 10,43 7,78 10,35
23,04 18,63 18,03 19,65 18,39 18,70 21,12 15,96 18,83
USD USD USD USD EUR USD USD USD EUR
Timothy RV Parton; Joseph Wilson; Ben Rogoff; Nick Evans; Fatima Lu; J. Bradley Slingerlend; Denny Fish; John P. Scandalios; James Cross; Jonathan Curtis; HyunHo Sohn Alison Porter; Graeme Clark; Richard Clode; Peter Lingen; John Gladwyn; Sylvie Sejournet; Olivier Djopwouo; Stanislas Effront; Jonathan Ingram; John Baker; Alex Whyte;
UK Equity Large Cap Threadneedle UK Extnd Alpha Ins Acc GBP GlobalAccess UK Opportunities Z Acc GBP
ABC ABC
-16,76 -19,43
-3,62 -4,45
-1,75 -2,77
20,00 17,27
GBP GBP
Chris Kinder Stephen Peters
US Equity Large Cap Blend Wells Fargo (Lux) WF USAllCpGr I USD Acc Franklin US Opportunities A(acc)USD Investec GSF American Fran A Inc USD Santander GO North American Equity B JPM US Select Equity A (acc) USD Vanguard US 500 Stock Index Ins USD Acc Pictet-USA Index P USD Amundi IS S&P 500 A4E-C Amundi IS MSCI North America AE-C AXA Rosenberg US Enh Idx Eq Alp B $ Acc T. Rowe Price US Eq I USD GS US CORE® Equity Base Acc USD Close NN (L) US Enh Cr Concntr Eq X Cap USD BNP Paribas US Mul-Ftr Eq Cl Acc Merian North American Equity I USD Acc Neuberger Berman US MltCp Opps USD1 IAcc Capital Group Inv Co of Amer(LUX) Z
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
8,59 16,41 10,34 13,62 8,84 12,49 9,05 9,66 6,74 8,17 2,49 8,08 2,23 7,80 2,03 7,73 1,74 7,49 1,75 7,24 1,51 6,71 -1,00 6,25 -2,78 5,64 -4,86 5,35 -1,16 5,01 -5,20 4,98 -0,61 4,74
12,90 10,42 11,34 9,77 8,25 8,86 8,54 8,32 8,02 7,72 8,57 7,50 6,27 7,92 7,63 7,11 6,44
20,34 USD Bruce C. Olson; Thomas C. Ognar; Joseph M. Eberhardy; 18,43 USD Grant Bowers; Sara Araghi; 14,60 USD Paul Vincent 17,30 USD — 17,50 USD Steven G. Lee; Scott Davis; 16,53 USD — 16,52 USD Stéphane Cornet; David Billaux; 16,87 EUR Shan Zhao 17,12 EUR Arnaud Choblet 16,65 USD — 15,79 USD Jeffrey Rottinghaus 17,01 USD — 17,16 USD Vincent J. Costa 16,96 USD Laurent Lagarde; Henri Fournier; 18,53 USD Ian Heslop; Amadeo Alentorn; Mike Servent; 18,21 USD Richard S. Nackenson 15,32 USD James B. Lovelace; Donald D. O'Neal; Joyce E. Gordon;
US Equity Large Cap Growth MS INVF US Growth I Brown Advisory US Equity Growth $ B Wells Fargo (Lux) WF USLrgCpGr IEUR Acc MS INVF US Advantage I T. Rowe Price US Blue Chip Eq Q USD AB American Gr Ptf C Acc Seilern America USD U R MFS Meridian US Concentrated Gr A1 USD Legg Mason CB US Lg Cp Gr A USD Acc Amundi Fds Pinr US EqFdm Gr C USD C Vontobel US Equity C USD
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
17,91 14,16 14,96 14,74 14,15 13,39 14,63 11,17 11,75 8,99 9,95
22,17 16,81 17,43 18,90 18,29 14,81 15,10 16,07 16,53 15,78 15,42
USD USD EUR USD USD USD USD USD USD USD USD
Dennis P. Lynch; David S. Cohen; Sandeep (Sam) G. Chainani; Kenneth M. Stuzin Michael T. Smith; Christopher J. Warner; Dennis P. Lynch; David S. Cohen; Sandeep (Sam) G. Chainani; Larry J. Puglia Frank V. Caruso; John H. Fogarty; Vinay Thapar; Corentin Massin; Quentin Macfarlane; Jeffrey C. Constantino; Joseph Skorski; Peter Bourbeau; Margaret B. Vitrano; Paul Cloonan; Andrew Acheson; Edwin Walczak; Matthew Benkendorf;
US Equity Large Cap Value DWS Invest CROCI US Dividends USD LC MFS Meridian US Value A1 USD AXA Rosenberg US Equity Alpha E (H)€ Acc JPM US Value D (acc) USD Fidelity America A-Dis-USD
ABC ABC ABC ABC ABC
-2,81 -6,52 -10,55 -7,71 -15,67
5,16 1,20 0,51 -0,31 -3,37
18,43 16,92 18,36 18,05 15,58
USD USD EUR USD USD
Julien Boulliat Steven R. Gorham; Nevin P. Chitkara; Katherine Cannan; — Clare Hart; David Silberman; Andrew Brandon; Angel Agudo; Ashish Bhardwaj;
US Equity Small Cap T. Rowe Price US Smlr Cm Eq Q USD Fisher Invst Instl US SmCp Cr Eq ESG USD Neuberger Berman US Sm Cap USD Instl Acc BNP Paribas US Small Cap Classic R
ABC ABC ABC ABC
2,56 -5,03 -4,17 -12,67
9,11 9,51 7,47 5,21 7,52 0,60 3,44
19,36 23,24 18,91 22,68
USD USD USD USD
Curt J Organt Kenneth L. Fisher; Jeffery L. Silk; William J. Glaser; Judith M. Vale; Robert W. D'Alelio; Geoffry Dailey; Pamela J. Woo;
Convertibles Salar A1 USD JPM Global Convert (EUR) D (acc) EUR BNP Paribas Europe Sm Cp CnvrtI C FvS Global Convertible Bond EUR RT UBS (Lux) BFConvert Eurp EUR P EUR Acc
ABC ABC ABC ABC ABC
-0,88 -3,36 -4,72 -4,50 -8,79
7,86 9,64 6,76 6,39 8,79
USD EUR EUR EUR EUR
Rupert Mathews Paul Levene; Hart Woodson; Eric Bouthillier; Caroline de Bourleuf; Thorsten Vetter; Carolin Emrich; Uli Sperl; Alain Eckmann;
32 Fundspeople I Maio e junho
19,25 15,64 16,37 11,71 9,77 14,56 9,26 5,68 5,39 7,36 2,77
22,21 18,71 18,69 16,85 16,01 14,82 14,56 13,19 12,05 9,44 8,26
0,21 -0,70 -1,20 -1,86 -4,15
7,56 3,97 2,19 1,99 0,51
1,21 -0,89 0,33 0,03 -1,42
© Getty Images
Um parceiro de confiança é um parceiro responsável quando contribui para a luta contra as alterações climáticas.
Estratégias associadas ao meio ambiente e clima Porque responsabilidade é sinónimo de rentabilidade sustentável, a Amundi compromete-se a utilizar soluções inovadoras perante os grandes desafios com os quais se depara em termos de meio ambiente e alterações climáticas: • com estratégias centradas em ações, obrigações “amigas do ambiente” (green bonds) e ativos reais que financiam a transição energética e ecológica, • com estratégias de baixas emissões de carbono (low carbon) a fim de reduzir a exposição das carteiras dos seus clientes aos riscos associados às alterações climáticas, • e com iniciativas específicas de orientações dos fluxos de investimento no sentido de projetos sustentáveis, especialmente em países emergentes. _ amundi.pt #ResponsiblePartner #Ambition2021 Documento com carácter publicitário, simplificado, reservado para investidores portuguesas e sem valor contratual. Não constitui, em caso algum, uma recomendação, solicitação, oferta de aconselhamento sobre investimentos. Informação fornecida por Amundi Asset Management, sociedade anónima francesa (“Société Anonyme”) com capital social de 1.086.262.605€ e aprovada pelo regulador francês (Autorité des Marchés Financiers – AMF) sob o nº GP 04000036 como sociedade gestora de carteiras, Bd Pasteur 90, 75015 Paris – França – 437 574 452 RCS Paris - amundi.com - Amundi Iberia SGIIC, SAU, registada na CNMV com o nº 31 (Pº de la Castellana 1, Madrid 28046). ESG: meio ambiente, responsabilidade social, bom governo corporativo, nas suas siglas em inglês - Responsible Partner: Sócio responsável - Ambition: Ambição. Junho 2020. |
PANorama BArómetro
fundos com selo FundsPeople em 2020 fuNDO
RENTABILIDADe ANUAL
SELO
5 anoS
3 AnOS
-8,59
Dados a 30-4-20 VOLAT. 3 anos
DIVISA BASE
-8,50
11,68
USD
Christopher Schütz
1 AnO
gestor
Commodities Broad Basket CS (Lux) CommodityAllocation EB USD
ABC
-20,19
Alternative Miscellaneous BSF Global Event Driven A2 USD
ABC
4,18
3,20
8,25
USD
Mark McKenna
Global Macro JPM Global Macro Opps A (acc) EUR
ABC
1,26
4,93
6,60
EUR
Shrenick Shah; Josh Berelowitz; Benoit Lanctot;
Long/Short Credit Pictet Absolute Ret Fxd Inc ZX USD Legg Mason WA Mcr OppBd A USD Acc GS Glbl Strat Macro Bd I Acc USD Schroder ISF EURO Crdt Abs Rt C Acc EUR M&G (Lux) Absolute Return Bond CI EURAcc Candriam Bds Crdt Opps C EUR Cap Vontobel Ttfr Abs Ret Crdt AH Hdg EUR BSF Fixed Income Strategies A2 EUR
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
6,97 3,43 3,58 2,88 2,34 4,00 3,98 0,89 2,85 -1,44 0,56 -1,35 0,34 0,25 0,15 0,97 -1,10 -0,18 -1,76 -0,81 -0,27
Long/Short Equity Eleva UCITS Eleva Abs Ret Eurp R EUR acc Schroder GAIA Egerton Equity C Acc EUR Schroder GAIA Sirios US Eq C Acc USD Pictet TR - Atlas I EUR Janus Henderson UK Abs Ret R£ Acc Polar Capital UK Absolute Eq I EUR Hdg
ABC ABC ABC ABC ABC ABC
Market Neutral Man GLG Alpha Select Alt ILH EUR Acc BSF European Absolute Return A2 EUR Pictet TR - Agora I EUR Man GLG European Equity Alt DN EUR BSF Americas Div Eq Abs Ret A2 EUR H Marshall Wce Tps MN UCITS EUR C Acc Merian Global Equity Abs Ret I EUR H Acc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
6,09 7,14 4,87 3,93 5,86 3,63 -2,67 -0,98 -0,65 -1,39 -0,29 -1,73 -11,69 -5,70
Multialternative HSBC GIF Multi-Asset Style Factors IC BNY Mellon Glbl Rl Ret (USD) W Acc BNY Mellon Glbl Rl Ret (EUR) W Acc DWS Concept Kaldemorgen EUR FC Pictet TR - Div Alpha J EUR UBAM Multifunds Alternative UC USD Amundi Fds Abs Ret MS A EUR C Invesco Global Targeted Ret Z EUR Acc Franklin K2 Alt Strats I(acc)EUR-H1 LFIS Vision UCITS Premia R EUR LFIS Vision Premia Opportunities IS EUR
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
6,67 5,37 0,80 -0,82 5,14 1,54 -1,30 0,70 -6,09 -10,57 -24,38
3,48 3,15 2,94 1,37 0,88 1,04 2,25 0,82 1,07 0,72 0,16 -1,54 -0,92 -1,60 -0,35 -1,74 -0,44 -3,10 -6,42 -0,89
4,94 8,29 6,57 6,47 2,75 7,41 4,70 2,87 5,30 6,49 13,92
EUR USD EUR EUR EUR USD EUR EUR EUR EUR EUR
Mathieu Guillemet Suzanne Hutchins; Aron Pataki; Andrew Warwick; Suzanne Hutchins; Aron Pataki; Klaus Kaldemorgen; Henning Potstada; Christoph-Arend Schmidt; Philippe de Weck; Federico Canè; Robert J. Khoury Davide Cataldo; Francesco Dall'Angelo; David Millar; Sebastian Mackay; Richard Batty; David Jubb; Anthony Zanolla; Brooks Ritchey; Robert Christian; Guillaume Dupin Guillaume Dupin
Aggressive Allocation MFS Meridian Prudent Wealth I1 USD MFS Meridian Prudent Capital I1 USD BSF Managed Index Port Growth A2 EUR Allianz Dyn MltAst Stgy SRI75 CT EUR First Eagle Amundi International FU-C Santander Select Dinâmico B FIMA
ABC ABC ABC ABC ABC ABC
11,24 8,49 -2,44 -4,49 -5,76 -6,16
9,28 7,82 7,14 2,34 0,43 1,88 -1,32 0,71 -1,67 -1,07
5,76 6,12 12,57 12,50 12,85 9,43
USD USD EUR EUR USD EUR
Barnaby M. Wiener; Edward Dearing; Barnaby M. Wiener; David P. Cole; Edward Dearing; Stephen Walker; Christopher Downing; Rafael Iborra; Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; Andreas de Maria Campos; Matthew B. McLennan; Kimball Brooker; Julien Albertini; Marta Bretones
Cautious Allocation G S Global MA Cnsv I Acc USD Invest AR PPR FIMA Investec GSF Glb MltAst Inc A Acc USD NB PPR/OICVM FIMA FvS Der erste Schritt R Pictet-Multi Asset Global Opps I EUR FvS - Multi Asset - Defensive RT Allianz Dyn MltAst Stgy SRI15 AT EUR BSF Managed Index Port Defesv A2 EUR Caixagest Seleção Global Moderado FIMA JPM Global Income Cnsrv D (acc) EUR M&G (Lux) Optimal Income C EUR Acc Caixa Inv Socialmente Resp FIMA Santander Poupança Prudente FPR FIAA Caixagest Seleção Global Defensivo FIMA BPI Moderado FIAF Invesco Pan European Hi Inc A EUR QD Amundi Rendement Plus P C
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
4,65 -3,49 0,01 -6,57 0,95 0,35 1,81 0,09 -0,35 -0,86 -0,89 -4,28 -3,69 -1,82 -0,99 -1,35 -4,11 -4,27
34 Fundspeople I Maio e junho
3,12 -4,34 -3,78 3,48 1,01 -21,25
2,11
5,59 3,03 3,84 1,76 2,61 1,32 -0,46 -1,75 -1,34 6,55 5,10 1,77 3,56 -1,02 0,10 0,60 -1,94
6,51 USD Ella Hoxha; Andres Sanchez Balcazar; 8,97 USD — 6,36 USD Michael Swell; Jonathon Orr; 5,47 EUR Patrick Vogel 5,46 EUR Jim Leaviss; Wolfgang Bauer; 2,60 EUR Philippe Noyard; Patrick Zeenni; Nicolas Jullien; 2,42 EUR Chris Bowie 3,33 EUR Michael Krautzberger; Tom Mondelaers; Johan Sjogren; 4,29 10,99 9,94 2,11 7,45 25,79
EUR EUR USD EUR GBP EUR
Eric Bendahan John C. Armitage John F. Brennan Matthieu Fleck Luke Newman; Benjamin Wallace; Guy Rushton
3,07 EUR Charles Long; Nick Judge; 3,49 EUR David Tovey; Stefan Gries; 3,54 EUR Elif Aktug; Benoît Capiod; Vincent Ijaouane; 4,48 EUR Neil Mason 5,71 EUR Raffaele Savi; Travis Cooke; 6,09 EUR — 5,38 EUR Ian Heslop; Amadeo Alentorn; Mike Servent;
2,85 3,40 8,13 USD — 1,75 3,19 7,98 EUR Paulo Monteiro 1,59 2,60 6,62 USD John Stopford; Jason Borbora-Sheen; 1,46 0,81 8,66 EUR Paulo Joaquim 0,98 0,77 2,71 EUR Elmar Peters; Wilhelm Wildschütz; 0,95 1,20 4,44 EUR Andrea Delitala; Marco Piersimoni; 0,93 1,62 6,44 EUR Elmar Peters 0,70 0,64 4,91 EUR Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; Andreas de Maria Campos; 0,52 6,12 EUR Stephen Walker; Christopher Downing; Rafael Iborra; 0,43 0,45 6,76 EUR — 0,23 4,91 EUR Michael Schoenhaut; Eric J. Bernbaum; -0,03 1,32 7,00 EUR Richard Woolnough -0,03 7,28 EUR — -0,04 0,18 4,68 EUR Carmen Borondo -0,23 3,48 EUR — -0,50 4,14 EUR Eduardo Monteiro -0,64 0,57 8,68 EUR Paul Read; Paul Causer; Stephanie Butcher; -1,04 -0,56 6,05 EUR Yannick Quenehen; Alexandre Burgues;
fundos com selo FundsPeople em 2020 fuNDO
RENTABILIDADe ANUAL
SELO
5 anoS
3 AnOS
1 AnO
Dados a 30-4-20 VOLAT. 3 anos
DIVISA BASE
gestor
ABC ABC ABC ABC ABC
-4,46 -1,39 -0,96 6,75 EUR Fernando Nascimento; Pedro Vieira; -6,03 -1,46 -0,33 7,94 EUR Roland Kramer; Sebastian Richner; Nicole Fenner; -8,90 -1,66 0,03 7,97 EUR Robert D. Arnott; Daniel J. Ivascyn; Christopher J. Brightman; -0,92 EUR -3,69 EUR
Flexible Allocation FvS Multiple Opportunities II RT PIMCO GIS Dyn Mlt-Asst Instl EUR Acc BNP Paribas Target Risk Balanced Cl R Eurizon Azioni Strategia Flss Z EUR Acc MS INVF Global Balanced Income Z Invesco Balanced-Risk Allc A EUR Acc AXAWF Global Optimal Income E Cap EUR M&G (Lux) Dynamic Allocation C EUR Acc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
Moderate Allocation T. Rowe Price Glb Alloc I USD Acatis Gané Value Event Fonds A GS Global MA Inc I Acc USD BGF Global Allocation A2 FvS Multi Asset - Balanced RT Allianz Income and Growth IT H2 EUR MFS Meridian Diversified Income I1 USD MFS Meridian Global Total Ret A2 USD BSF Managed Index Port Mod A2 EUR Fidelity Global Mlt Ast IncA-MInc(G)-USD Invesco Global Income A USDH Acc Ruffer Total Return Intl C EUR Cap Kames Global Diversified Inc EUR C Acc Allianz Dyn MltAst Stgy SRI50 AT EUR Nordea 1 - Stable Return BP EUR M&G (Lux) Income Allocation C EUR Acc Santander Private Moderado FIMA Santander Select Moderado B FIMA BBVA DIF Multi-Asset Moderate EUR A UBS (Lux) SF Balanced (EUR) P-acc JPM Global Income A (div) EUR AS SICAV I Dvrs Gr I Acc EUR Carmignac Pf Patrimoine A EUR Acc Caixa Wealth Moderado A FIMA Santander Rendimento FIMA
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
1,21 4,61 10,53 USD Charles M. Shriver 0,63 4,53 4,28 11,57 EUR Henrik Muhle; Uwe Rathausky; -0,05 2,73 3,28 10,47 USD — 4,25 2,52 2,57 9,87 USD Russ Koesterich; David Clayton; Rick Reider; 2,76 2,23 2,87 8,39 EUR Elmar Peters -4,19 2,10 2,78 12,19 EUR Douglas G. Forsyth; Michael E. Yee; 0,00 1,91 3,25 9,93 USD Geoffrey L. Schechter; Matthew W. Ryan; Richard R. Gable; -0,38 1,53 2,45 9,40 USD Steven R. Gorham; Katrina A. Mead; Owen Murfin; Erik S. Weisman; -2,86 1,22 9,71 EUR Stephen Walker; Christopher Downing; Rafael Iborra; -2,28 1,17 2,61 8,78 USD Eugene Peter Philalithis; Chris Forgan; George Efstathopoulos; -3,90 1,16 3,05 11,75 USD Paul Read; Paul Causer; Stephen Anness; 8,40 0,77 1,78 6,21 EUR Jacques Hirsch; Alex Lennard; -6,77 0,68 11,15 EUR Vincent McEntegart; Jacob Vijverberg; -3,24 0,11 0,51 9,04 EUR Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; Andreas de Maria Campos; 1,38 -0,04 1,12 4,87 EUR Asbjørn Trolle Hansen; Claus Vorm; Kurt Kongsted; -4,42 -0,27 0,84 10,02 EUR Steven Andrew -3,51 -0,77 -0,49 5,52 EUR Marta Bretones -3,86 -1,01 -0,72 5,53 EUR Marta Bretones -7,22 -1,22 -1,17 7,20 EUR JOSE MARIA DE YRAOLA AVENDAÑO; LAURA DE FRUTOS; -7,88 -1,64 -0,22 10,13 EUR Roland Kramer; Sebastian Richner; Nicole Fenner; -7,79 -1,70 -0,29 8,70 EUR Michael Schoenhaut; Eric J. Bernbaum; -7,94 -1,87 8,46 EUR — 2,00 -2,18 -2,01 6,25 EUR Rose Ouahba; David Older; -0,30 EUR -6,32 EUR
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I MGA Poupança PPR/OICVM FIAPR UBS (Lux) SF Yield (EUR) P-acc PIMCO GIS Strategic Inc Instl EURH Acc Caixa Wealth Defensivo A FIMA Santander Sustentável FIMA
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A opinião de Jaime Pérez Maura Diretor de Desenvolvimento de Negócio, Allfunds
O fundamental é o coletivo... etc. No outro dia lia que por detrás de cada “três pontos”, ou etc. se esconde o importante, pelo que será simplesmente descuido ou má intenção de quem o omite. Isto, em tempos em que o que se
4,43 4,71 -2,93 -3,97 -5,06 -7,73 -10,60 -8,95
4,39 4,08 2,66 0,67 0,98 0,13 1,94 -1,14 0,16 -1,60 -0,36 -1,69 -0,72 -2,63 -0,09
8,61 4,78 7,85 8,02 6,59 7,50 9,11 11,53
EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR
Bert Flossbach Mihir P. Worah; Geraldine Sundstrom; Tarek Issaoui; Fabien Benchetrit; Corrado Gaudenzi Andrew Harmstone; Manfred Hui; Scott E. Wolle Serge Pizem; Stéphane Castillo-Soler; Juan Nevado; Craig Moran;
diz é que o fundamental é o coletivo e o público predomina, não deixa de ter um maior sentido e gera perguntas sobre quem proclama como deve ser o nosso futuro. O coletivo faz-nos mais fortes, sem dúvida, mas não deixa de ser um paradoxo que o melhor de nós sempre aparece de forma individual, muitas vezes do privado, de uma forma espontânea, sem necessidade que reguladores ou autoridades nos tutelem. Maior paradoxo é ver que as únicas medidas que nascem dos governos são subsídios desordenados ou um incremento da dívida pública, sem que a descida dos impostos seja alguma vez uma alternativa. É um equilíbrio que necessita das duas alavancas para funcionar. O segundo
apelido de Keynes deveria ter sido Laffer. Na nossa indústria, os incentivos têm sido marginais o que mostra que dependemos e dependeremos apenas de nós próprios. De nós, como coletivo, sem gerar grandes esperanças de que algum governante vá zelar pelos interesses da indústria, algo que não é necessariamente mau, mas que deve aumentar a nossa consciência de que temos um papel mais importante do que pensamos. Não podemos fazer grandes planos, de momento, mas podemos abraçar uma nova realidade onde a colaboração entre os agentes de mercado se multiplica num modelo de relação diferente. Somos a pedra sobre a qual muitas vezes tropeçamos, não dependemos de ninguém para mudar as coisas, e sabê-lo faz-nos mais fortes...etc. Maio e junho I Fundspeople 35
PANORAMA O sector em números
FEVEREIRO e MARÇO
por Catarina Vinagre
na Europa
Barómetro
Mercado europeu de fundos de investimento
quebra senda de crescimento Pela primeira vez desde junho de 2019, o mercado europeu de fundos de investimento quebra a tendência constante de crescimento com um tombo de mais de 1.200 milhões de euros entre fevereiro e março.
FUNDOS INTERNACIONAIS QUE MAIS CAPTAM
(PRODUTOS EUROPEUS DISTRIBUÍDOS EM VÁRIOS PAÍSES) EM AÇÕES
EM OBRIGAÇÕES
EM MARÇO 2020
fUndo
Vol.
EM MULTIATIVOS E OUTROS Vol.
fUndo
Vol.
iShares Core MSCI Europe UCITS ETF (Inc)
1.034
Focused Sicav - US Treasury Bond USD
5.317
Invesco Physical Gold ETC
1.559
Vanguard Funds Plc - V. FTSE A.-W.H.D. Y. UCITS ETF
1.021
Focused Sicav - High Grade Bond USD
1.637
iShares Physical Gold ETC
1.358
1.240
Amundi Physical Gold ETC
iShares STOXX Europe 600 (DE)
766
Focused Sicav - High Grade Long Term Bond EUR
iShares Core FTSE 100 UCITS ETF
659
Vanguard Investment Series Plc - V. US T. I.-P.S. I. F.
772
Allianz Global Investors F. - Allianz Vol. Strategy
771 386
Lyxor CAC 40 (DR) UCITS ETF
647
Mercer Global Investments - Global H. Yield B.
677
Midgard Fixed Income Fund
Vanguard Funds Plc - Vanguard FTSE A.-W. U. ETF
619
Focused Sicav - High Grade Long Term B. USD
587
SEI Global Master - Global Managed Volatility
211
Lyxor UCITS ETF EURO STOXX 50
568
iShares $ Corporate Bond UCITS ETF
557
Cartesio Income
187 170
215
Fidelity Funds - European Dyn. Growth F. ABC
512
SSgA SPDR Barclays Capital 1-3 Year E. Gov. B. ETF
462
Man Funds VI plc - Man AHL TargetRisk
iShares Core MSCI World UCITS ETF
477
State Street EUR Liquidity Standard VNAV F.
400
Mercer QIF - Synthetic Eq.-Linked Real Bond
127
443
JPMorgan Funds - Global Government Bond F.
WisdomTree Physical Gold
124
fUndo
Vol.
Allianz Global Investors F. - Allianz E. Eq. Gr.
ABC
fUndo
EM FEVEREIRO 2020
fUndo
Vol.
fUndo
361
Vol.
JPMorgan Income Fund ABC
1.770
SEI Global Master Global Managed Volatility
980
PIMCO GIS Diversified Income Fund ABC
1.088
Swiss RE (Lux) Long Term Asset Alloc. Euro
Fidelity European Dynamic Growth ABC
874
M&G (Lux) Investment FCP Euro Credit
1.036
AB SICAV I All Market Income Portfolio
329
Invesco S&P 500 UCITS ETF
545
AB FCP I American Income Portfolio ABC
1.019
Man Funds VI plc Man AHL Active Balanced
286 276
GS Global Future Tech. Leaders Equity Portf. UBS MSCI Emerging Markets UCITS ETF
1.061
417 368
493
Algebris Financial Credit Fund
515
DWS Concept Kaldemorgen ABC
Pictet Gl. Environmental Opportunities
466
Mercer Tailored Credit Fund
512
Man AHL TargetRisk
275
UBS (Lux) Equity Long Term Themes (USD) ABC
464
Xtrackers II EUR Corporate Bond UCITS ETF
508
iShares Physical Gold ETC
267
Allianz China A Shares
419
Vontobel Emerging Markets Debt
481
Janus Henderson Capital Balanced
234
Vanguard Emerging Markets Stock Index
363
iShares $ Treasury Bond 7-10yr UCITS ETF
390
WisdomTree Physical Swiss Gold
Mercer GI Passive Emerging Markets Equity
338
Xtrackers II Japan Gov. Bond UCITS ETF
372
Fidelity Global Multi Asset Income
BlackRock Gl. Funds World Healthscience
ABC
Fonte: Broadridge FundFile e J.P. Morgan AM. Em milhões de euros.
36 Fundspeople I Maio e junho
211 203
ETF e ouro em destaque
No segmento das ações, o produto que mais se destacou foi o GS Global Future Tech. Leaders Equity Portfolio. Este fundo da Goldman Sachs AM conseguiu captações na ordem dos
DISTRIBUIÇÃO DO PATRIMÓNIO NA EUROPA EM MARÇO MERCADO Internacional (*)
OBRIGAÇÕES
AÇÕES
MONETÁRIOs
MONETÁRIOs DINÂMICOS
519.727
887.036
14.397
4.895.534 1.246.053
OUTROS
MISTOS
111.076
TOTAL
1.644.169
1.719.130
Reino Unido
247.199
654.835
43.239
165.737
132.695
2.348
Alemanha
120.404
154.479
147.884
151.975
17.625
6.049
598.415
94.416
154.737
45.774
53.866
202.317
7.362
558.472
Suíça
182.427
209.865
42.342
59.339
27.454
3.488
524.917
Itália
179.143
61.284
10.236
205.499
25.896
1.034
483.093
Suécia
53.796
212.626
4.871
45.690
18.936
0
335.919
Espanha
74.407
31.594
19.590
38.956
7.132
271
171.950
2.831.041
3.423.026
461.353
1.341.617
1.377.902
37.707
9,472,645
França
Total
DISTRIBUIÇÃO DE CAPTAÇÕES LÍQUIDAS NA EUROPA, EM FEVEREIRO E MARÇO MERCADO Internacional (*) Reino Unido Alemanha
OBRIGAÇÕES
AÇÕES
OUTROS
MISTOS -22.256
MONETÁRIOs -22.144
MONETÁRIOs DINÂMICOS
TOTAL
-3.116
-224.980
-121.990
-52.819
-2.654
-9.346
-1.465
555
-3.354
5.660
-244
-8.194
-196
-8.113
992
-695
3.179
-396
-5.229 -43.037
França
-1.936
-397
651
-1.649
-38.980
-726
Suíça
-1.972
5.595
1.302
-644
526
-238
4.568
Itália
-2.598
-2.748
312
-2.903
3.702
-285
-4.520
Suécia
-3.102
-7.115
-261
-1.011
3.769
0
-7.720
Espanha
-2.741
482
-710
-550
209
-19
-3.329
-150.577
-77.330
-269
-35.023
-39.296
-5.505
-307.998
Total
1,061 milhões de euros. Em março, entre os que mais captaram, oito são ETF e quatro dos quais pertencem à iShares, o braço de gestão passiva da BlackRock. O produto que mais captou foi o iShares Core MSCI Europe UCITS ETF (Inc), seguido de muito perto pelo Vanguard Funds Plc - Vanguard FTSE All-World High Divi-
*Inclui Luxemburgo e Dublin. Dados em milhões de euros
É
impossível falar dos meses de fevereiro e março sem referir a pandemia da COVID-19. Com os casos de infetados a crescerem além da fronteira chinesa e com Itália, Coreia do Sul e Irão a passarem a ser os grandes protagonistas, foi o pânico geral em todas as classes de ativos, o que levou a fortes quedas que há muito não se assistia. Face a esta desventura dos mercados, tanto a Reserva Federal norte -americana como o Banco Central Europeu não ficaram de braços cruzados e em apenas dois meses tomaram mais medidas do que durante toda a crise financeira mundial de 2008-2009. Mas… Terá sido suficiente para acalmar os mercados? Através dos dados recolhidos pela Broadridge e pela J.P. Morgan AM, exclusivamente para a FundsPeople podemos perceber que face a janeiro, em fevereiro o mercado europeu de fundos de investimento caiu 373,212 milhões de euros, terminando assim a tendência de crescimento verificada desde junho do ano passado. Contudo, foi em março que se verificou o grande baque. Comparativamente ao mês anterior, o património na Europa desceu 1,263,215 milhões de euros. É preciso recuarmos ao terceiro trimestre de 2017 para vermos o mercado europeu de fundos de investimento atingir um valor tão baixo.
É preciso recuar ao 3.º trimestre de 2017 para ver o mercado europeu num nível tão baixo Maio e junho I Fundspeople 37
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PANORAMA O sector em números
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a opinião de Lucía Gutierrez-Mellado Diretora de Estratégia, J.P. Morgan AM
As formas possíveis da recuperação económica dend Yield UCITS ETF, da gestora norte-americana Vanguard. Nas obrigações, quatro fundos de quatro entidades gestoras passaram a barreira dos mil milhões no que a captações diz respeito. O que atingiu um valor mais elevado foi o JPMorgan Income Fund, um fundo que conta com Selo FundsPeople em 2020 pela sua classificação de Blockbuster e Consistente. Em março, a UBS fez o pleno com três dos seus fundos a ocupar o pódio. O Focused Sicav - US Treasury Bond USD alcançou um volume de captações de 5,317 milhões de euros, valor este muito acima da média que costumamos ver nesta análise. No que concerne os multiativos, as diferenças entre março e fevereiro foram claras. Enquanto em fevereiro a média de captações não foi além dos 287 milhões de euros, em março quase duplicou, particularmente graças a três produtos que investem em ouro. Apesar de o metal amarelo conhecido
como ativo refúgio não ter escapado à volatilidade causada pela pandemia, conseguiu recuperar e terminar o trimestre com subidas sustentadas pelo aumento da procura.
Casas gestoras
Ao nível das captações a MMC/Mercer e a Fidelity International alçaram valores idênticos em fevereiro: 2,316 e 2,180 milhões de euros, respetivamente. Em março e sem qualquer margem para dúvidas, a BNY Mellon IM foi a casa gestora que melhor saldo de subscrições líquidas obteve. Excluindo da equação o conjunto dos fundos monetários, em fevereiro foi a J.P. Morgan AM que conseguiu sobressair. No mês seguinte foi a Vanguard, mas com a MMC/Mercer no seu encalço. Curiosamente, a grande ausência deste ranking é a BlackRock. A entidade que durante meses e meses se manteve nos lugares cimeiros, em fevereiro e março não os conseguiu alcançar.
GRUPOS QUE MAIS CAPTAM EM FEVEREIRO Em milhões de euros. COM MONETÁRIOS
SEM MONETÁRIOS
MMC/Mercer
2.316
JP Morgan AM
2.095
Fidelity
2.180
Fidelity
1.878
Vontobel
1.772
Vontobel
1.776
Amundi
1.724
Alliance Bernst.
1.493
Alliance Bernst.
1.493
PIMCO
1.481
GRUPOS QUE MAIS CAPTAM EM MARÇO Em milhões de euros. COM MONETÁRIOS BNY Mellon Vanguard Legal & General
5.287 1.161
SEM MONETÁRIOS Vanguard
1.161
MMC/Mercer
1.107
1.065
Northern Trust
517
Northern Trust
659
Prud. Financial
266
MMC/Mercer
442
Cartesio Inver.
265
38 Fundspeople I Maio e junho
Nem este vírus nem as medidas de distanciamento social que surgiram vão desaparecer por completo até termos uma vacina. Este cenário deixa uma incerteza sobre o grau em que se vão flexibilizar as medidas de distanciamento social e, em consequência, do quão rápido vão recuperar as economias. Na coluna deste mês analisamos as distintas formas possíveis da recuperação económica. O cenário de subida será aquele em que continuam algumas medidas de proteção, mas a maior parte da economia mundial volta a recuperar a atividade e o desemprego diminui rapidamente. Esta será uma recuperação em forma de V. O cenário negativo assume uma recessão mais profunda e mais longa em forma de L, e nela comtemplase a possibilidade de que reapareça o surto. Neste caso, o desemprego persistente pesa cada vez mais no gasto dos consumidores e debilita as perspetivas de investimento das empresas, o que põe em marcha um círculo vicioso. O mais provável é que o resultado seja em forma de U, em algum lugar entre estes dois extremos. O cenário de subida provavelmente enfrentará dois obstáculos estruturais, e o de queda provavelmente é demasiado extremo se tivermos em conta o sucesso relativo das medidas de confinamento no momento de conter a propagação do vírus.
Há partes do corpo imprimíveis.
A sério?
A sério. Melhorar a qualidade de vida não é caro. Com o sistema de impressão em 3D, agora é possível conseguir uma prótese por menos de 100 euros. A Fidelity analisa e investe nestas megatendências através do Fidelity Funds Global Technology Fund.
www.fidelity.pt
O valor dos investimentos gerados podem subir ou descer, razão pela qual o investidor poderá não recuperar o montante investido. Os investimentos devem ser efetuados tendo em conta a informação no prospeto vigente e no documento de informações fundamentais para o investidor (DFI) que estao disponiveis a titulo gratuito juntamente com os relatorios anuais e semestrais através dos nossos distribuidores e do nosso Centro Europeu de Atenção ao Cliente: FIL (Luxembourg) S.A. 2a, rue Albert Borscette BP 2174 L-1021 Luxemburgo, assim como em https://www.fidelity.pt/fundos/documentos-legais. A Fidelity/FIL e a FIL LImited e as suas respetivas subsidiarias e empresas afiliadas. A Fidelity Funds é uma sociedade de investimento coletivo de capital variavel constituida no Luxemburgo. A comercialização em Portugal está autorizada pela CMVM. Fidelity, Fidelity International e o logotipo da Fidelity International e o simbolo F são marcas da FIL Limited. Emitido por FIL (Luxembourg) S. A. CS1050
Tendências CAPA por Montserrat Formoso
O grande confinamento vs. A crise financeira global
Embora estejamos perante uma crise única pode ser interessante viajar a um lugar incómodo, a 2008, e analisar, para o bem ou para o mal, porque é diferente desta vez.
U
ma crise necessita de um marco de referência. A crise do COVID-19 começou remetendo-nos para o SARS e semanas depois estávamos a falar da Grande Depressão dos anos 30. As referências foram-se pelos ares e a história não dá visibilidade à qual se agarrar, e se o impacto económico da paralisação da economia carece de precedentes, as medidas em cima da mesa excederam qualquer previsão, tanto do ponto de vista monetário como fiscal. No momento que se escrevem estas linhas é cedo para fazer um balanço de danos certeiro de até onde será afetada a economia, quando recuperaremos, ou quão endividados ficarão os Estados;
40 Fundspeople I Maio e junho
O grande confinamento surge com a ruptura da oferta e o colapso da procura
as estimativas continuam a ser revistas em baixa. Estamos perante o Grande Confinamento que, segundo o FMI, implicará uma queda do PIB mundial de 3% em 2020, sendo Portugal uma das economias mais fustigadas. Apesar desta crise ser única, pode ser interessante viajar a um lugar incómodo, a 2008, e analisar até que ponto a situação é distinta. O que refere Carmen M. Reinhart é que desta vez sim é diferente, começando pela natureza da crise. Enquanto em 2008, a GFC (Global Financial Crisis) começou como uma crise do sistema financeiro que colocou em causa o sistema capitalista global, hoje estamos perante uma crise sanitária. Nesse sentido, o Grande Confinamento não surge como um
desastre financeiro estatal, bancário, empresarial ou individual ocasionado pela excessiva acumulação de dívida (uma das razões das crises que vem nos livros), mas sim por uma rutura da oferta e o colapso da procura. Embora pouco importe a foto de final de 2019, o retrato prévio ao início da crise determina a vulnerabilidade ao golpe e a capacidade de recuperação. Álvaro Cabeza, responsável de Vendas da UBS, assinala que “a profundidade de qualquer recessão depende do aumento da alavancagem prévia”. Neste sentido, em 2008 as famílias estavam muito endividadas e os bancos muito pouco capitalizados, enquanto que hoje as famílias e os bancos estão numa situação muito mais saneada. No
€ Maio e junho I Fundspeople 41
Tendências CAPA
balanço dos bancos centrais Biliões de dólares. taxa de variação 12 meses
balanço
7
22
6
20 18
5
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4
14
3
12
2
10 8
1
6
0
4
-1
2 0
-2 07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Fonte: J.P. Morgan AM.
Yield das obrigações a 10 anos Rentabilidade %. alemanha
eUA
reino unido
7 6 5 4 3 2 1 0 -1 98
00
02
04
06
08
10
12
14
16
18
20
Fonte: J.P. Morgan AM.
A crise de 2008 permitiu escrever os manuais de atuação da fed, o que tem facilitado atuar com rapidez 42 Fundspeople I Maio e junho
entanto, por parte das empresas, depois do ciclo económico mais longo da história, estas mostram-se mais vulneráveis e com maior nível de alavancagem. O rápido aumento dos spreads de crédito, particularmente no mercado de high yield, reflete estas debilidades. Outra das diferenças assinaladas relativamente à GFC é que então não se sabia onde estava o problema, quão grandes eram as perdas em ativos misteriosos, nem os buracos nos balanços. A crise atual, segundo Richard Woolnough, gestor da equipa de obrigações da M&G, “sabemos porque está a ocorrer, temos uma ideia muito mais clara do que habitual sobre a sua duração e podemos traçar hipóteses de grande solidez sobre como terminará”. E enquanto se mede o tamanho da fratura, as autoridades monetárias e fiscais respondem com medidas sem precedentes quanto à rapidez e contundência. Em matéria monetária, por detrás da rapidez está a crise de 2008, que permitiu escrever os manuais de atuação da Fed (o BCE teve que esperar por 2012); por detrás da contundência, os números. Segundo Patrick Zweifel, economista chefe da Pictet AM, “as medidas não convencionais somam 15% do PIB nos EUA, e 8,9% do PIB na zona euro. A injeção de liquidez conjunta dos cinco principais bancos centrais do mundo pode somar 10% do PIB nominal mundial em 2020, face a 7,8% de 2009.
Resposta do investidor
Outra das diferenças tem estado na resposta do investidor. Embora seja cedo
Global Financial Crisis (GFC) Rentabilidade acumulada do Stoxx USA 900 (%) 0
-10
-20
-30
na crise de 2008 não se sabia onde estava o problema, hoje está identificado
-40
-50
-60 j
j
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J
f
m
a
m
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j
2009
2008 Fonte: Qontigo.
Crise COVID-19 Rentabilidade acumulada Stoxx USA 900 (%)
para tirar conclusões, Carla Bergareche, diretora geral da Schroders para Portugal e Espanha, assinala que tanto na Península Ibérica como a nível global, apesar das quedas nos mercados mais rápidas e pronunciadas que na GFC os resgates de fundos estão a ser menores. “O investidor institucional, apesar de preocupado, não entrou em pânico. Teremos que ver, no entanto, quando e como saímos desta crise para avaliar se já passámos pelo pior, tanto a nível de mercado como a nível psicológico”, aponta Bergareche. A rápida queda dos mercados que deixou os investidores sem tempo de reagir também não tem precedentes. Enquanto que na GFC o bear market se estendeu durante um ano e meio dando aos investidores margem para ajustar as suas carteiras, nesta ocasião as correções verticais foram de semanas. O pensamento do cliente, tendo uma visão de longo prazo, é que a determinado nível de valorizações não teria sentido o materializar perdas.
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-10
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-30 n
d 2019
J
f
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2020
Fonte: Qontigo.
evolução do Stoxx USA 900 A rápida queda dos mercados que deixou os investidores sem tempo de reagir também não tem precedentes. Enquanto que na GFC o bear market se estendeu durante ano e meio dando aos investidores margem para ajustar as suas carteiras, nesta ocasião as correções verticais aconteceram em semanas.
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Tendências CAPA
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a opinião de Mário Pires Diretor de Clientes Institucionais e do Mercado Português, Schroders
Paciência ainda compensa
hoje não há alternativa para as partes conservadoras da carteira como aconteceu em 2008, quando a divída pública oferecia uma yield atrativa
Será que pensa assim o investidor ibérico de 2020, a quem se lhe presume maior formação financeira e uma maior tolerância ao risco? “O investidor hoje é mais tolerante ao risco”, aponta Aitor Auregui, responsável da BlackRock para Portugal, Espanha e Andorra. “Tem interiorizado a volatilidade e, em linhas gerais, é mais tolerante a ela. Deu-se conta de que o importante é ter um objetivo de investimento e não tanto fazer market timing”. Outra das diferenças é que hoje não há alternativa para as partes conservadoras da carteira como aconteceu em 2008 quando a dívida pública, ativo refúgio por excelência, oferecia uma yield atrativa. O papel da banca peran44 Fundspeople I Maio e junho
€ te a sua necessidade de financiamento teve um papel chave. “Na crise financeira houve uma grande necessidade de depósitos por parte dos bancos que necessitavam de reforçar os seus balanços”, assinala Sasha Evers diretor geral para Ibéria e América Latina da BNY Mellon IM. Falta muito caminho por percorrer. Os investidores movem-se em terra de ninguém entre as bazucas das autoridades e a realidade económica. Dentro da gestão de ativos no nosso país há que monitorizar os movimentos do investidor, tanto de retalho como institucional, segundo evoluam os mercados, e o seu impacto, por exemplo, no negócio das gestoras internacionais.
Desde o início da pandemia, o turbilhão das notícias e dos mercados dificultaram que víssemos além do curto prazo, mas as ações de governos e bancos centrais permitem agora que olhemos um pouco mais longe. As medidas de estímulo ajudaram a conter vários riscos e as da Fed, em particular, apoiaram a estabilização dos mercados de crédito. A longo prazo mantémse, no entanto, o perigo da dívida pública excessiva e de medidas financeiras ainda mais repressivas, com as taxas de juro a prolongarse abaixo da inflação. A questão é perceber se esta ideia já se reflete nos preços do mercado, sabendo nós que algumas restrições sociais deverão persistir no próximo trimestre, travando o contágio, mas também a recuperação da procura e da atividade. Olhando para os vários ativos, parece-nos que o dólar e outras coberturas, como o iene, se tornaram caros, assim como as obrigações governamentais e o ouro, e que as ações mantêm o risco da exposição ao ciclo. Já o crédito empresarial sobressai pelo seu potencial de retorno e pelos spreads que continuam atrativos. Com esta perspetiva e alguns sinais de que a taxa de infeção pelo coronavírus pode estar a estabilizar, a nossa vontade de assumir riscos é ligeiramente maior, mas tal como na nossa vida pessoal, a paciência ainda compensa e é necessária mais alguma antes de aumentarmos exposição às áreas economicamente mais sensíveis.
Tendências negÓcio por Joel Silva
Galardões à distância
Morningstar Awards 2020
Todos os anos a casa de análise revela a sua seleção de fundos e entidades que se destacam em Portugal pela obtenção de rentabilidades a longo prazo, aliada a uma contenção de risco. Descubra neste artigo os vencedores da edição deste ano.
A
Morningstar ganhou fama pelo seu papel ímpar no fornecimento de dados e informação financeira, e em especial do universo de fundos de investimento. Contudo, para além de facilitar o trabalho aos vários profissionais da indústria da gestão de ativos, a própria casa de análise traz-nos todos os anos uma seleção própria de fundos e entidades, destacadas nos Morningstar Awards.
46 Fundspeople I Maio e junho
Estes prémios procuram, sobretudo, reconhecer os fundos e as entidades gestoras que mostraram capacidades de obter retornos atrativos no longo prazo, sem incorrer num nível risco indevido. Trata-se por isso de uma distinção por desempenho e consistência, assente num minucioso processo quantitativo e qualitativo, e que no final gera vencedores para seis categorias. Em condições normais, estas páginas estariam repletas de fotografias
deste evento, habitualmente marcado pela pompa e circunstância e networking da comunidade de fundos nacionais e internacionais a operar em Portugal. Apesar das imposições colocadas pela pandemia que enfrentamos terem impedido a realização formal da cerimónia, a FundsPeople não deixa de destacar os fundos e entidades nacionais e internacionais galardoados este ano, que pode conferir nas páginas seguintes.
Melhor fundo nacional de Alocação
Melhor fundo nacional de Obrigações
Melhor fundo nacional de Ações Portugal
Optimize Investimento Activo
Optimize Obrigações
IMGA Ações Portugal
Optimize Investment Partners
Este fundo, a cargo de Carlos Pinto e Pedro Lino, segue uma matriz de investimento flexível, apostando na diversificação e composição equilibradas entre ações e obrigações, e dando preferência a ativos de elevada liquidez (ações ou fundos harmonizados de ações; obrigações ou fundos harmonizados de obrigações de taxa fixa e variável, e instrumentos do mercado monetário). O fundo assume uma postura de prudência e uma diversificação abrangente na composição dos seus ativos, dando um enfoque na agilidade e flexibilidade para adaptar o seu posicionamento aos desafios e oportunidades impostas pela conjuntura económica.
Melhor entidade gestora nacional de fundos de Ações
Montepio Gestão de Activos
Optimize Investment Partners
IM Gestão de Ativos
Esta estratégia, distinguida com Selo FundsPeople 2020 pela classificação de Consistente prima pela estabilidade conseguida através da diversificação, aspeto que ficou facilitado após a Optimize IP ter alargado o âmbito de investimento do fundo para lá das ações europeias, abandonando consequentemente o nome Optimize Europa Obrigações. Carlos Pinto e Pedro Lino, gestores do fundo, afirmam que, com isto, “apesar de se tratar de um fundo investment grade, acaba por ser bastante diversificado ao nível da qualidade creditícia”, sendo constante a procura “dívida de boa qualidade que ao mesmo tempo ofereça um bom rendimento”.
Tal como o próprio nome indica, a estratégia no investimento deste fundo de investimento aberto de ações da IM Gestão de Ativos concentra-se na aplicação do seu património em equity de empresas nacionais cotadas. Esse empreendimento pode ser levado a cabo tanto através de veículos de investimento direto como indireto, apesar da preferência recair sobre deter títulos de ações em carteira. De momento, a equipa de gestão do IMGA Ações Portugal, liderada por Nuno Marques, atribui um maior peso da carteira a ações de sectores com menos dependência ao ciclo económico, tais como retalho e telecomunicações.
A Montepio GA repete o feito do ano passado, altura em que viu o seu fundo Montepio Acções ser um dos galardoados nos Morningstar Awards, desta vez pela distinção de Melhor Fundo Nacional Ações Europa. A gestora de ativos do grupo Montepio apresenta uma gama de 19 fundos de investimento, dos quais nove são produtos especializados em ações. Neste conjunto são de destacar as estratégias temáticas de investimento em ações sectoriais que constituem uma especialidade da entidade gestora. Dos sete fundos nacionais desta categoria cinco pertencem à Montepio GA, como é o caso do Montepio Euro Financial Services (sector financeiro e segurador), Montepio Euro Healthcare (saúde e farmacêutico) e do Montepio Euro Utilities (ações de utilities).
Embora sem evento presencial, A morningstar voltou a premiar a gestão de ativos
Maio e junho I Fundspeople 47
Tendências negÓcio
quatro dos fundos premiados ostentam selo Fundspeople 2020
Melhor fundo internacional de Alocação
Capital Group Global Allocation Capital Group
A estratégia de investimento deste fundo assenta sobre três objetivos principais: a apreciação a longo prazo do capital, a preservação do mesmo e a obtenção corrente de rendimento. Para tal o fundo não se prende apenas a uma classe de ativos, investindo tanto em ações (mínimo de 45% da carteira) como em obrigações (pelo menos 25% em investment grade e máximo de 5% em subinvestment grade), mas nunca numa proporção estanque. Através desta diversificação o Capital Group Global Allocation consegue captar as variações positivas do mercado através da componente de equity, e conter a volatilidade com uma seleção cuidadosa de obrigações.
48 Fundspeople I Maio e junho
Melhor entidade gestora nacional de fundos Global e de Obrigações
Caixa Gestão de Ativos
Melhor fundo internacional de Obrigações
NB Euro Bond
GNB Gestão de Ativos
Melhor fundo internacional de Ações Europeias
MFS Meridian European Smaler Companies MFS Investment Management
A outrora denominada Caixagest conseguiu uma dupla distinção ao arrecadar dois prémios na edição deste ano dos Morningstar Awards, repetindo desta forma o feito de 2019 em que também foi duplamente destacada exatamente nas mesmas categorias. Fundada em 1990, a Caixa Gestão de Ativos é das entidades gestoras mais antigas a operar em solo nacional, somando 3.878,9 milhões de euros de ativos sob gestão e uma quota de mercado de 33% (fonte: APFIPP, dados de final de março 2020). No último ano a gestora do Grupo Caixa Geral de Depósitos incorporou a Fundger e deu mais um passo no compromisso que tem no caminho do investimento socialmente responsável, tornando-se signatária dos PRI.
Este produto da GNB Gestão de Ativos é parente do lusitano NB Obrigações Europa, partilhando com o mesmo a filosofia de investimento, a estratégia e a equipa de gestão, encabeçada por Vasco Teles, e conta também com Selo FundsPeople 2020 pela dupla classificação de Favorito dos Analistas e Consistente (AC). A estratégia especializa-se no investimento em dívida governamental em euros e pode ser definida como uma que privilegia o potencial de rentabilidade, já que a gestão da carteira não tem como principal preocupação a diluição de riscos, mas sim a maximização da rentabilidade esperada, da flexibilidade e velocidade de reação.
A estratégia da casa americana lançada em novembro de 2001 especializa-se em ações de small caps europeias, visando a apreciação do capital e mitigando o risco da carteira através da seleção de negócios de alta qualidade e sustentáveis. O fundo ambiciona uma carteira diversificada e livre de restrições, havendo liberdade para alocar mais peso a títulos com a melhor relação risco-retorno percecionada. Para tal, existe um grande pormenor atribuído ao processo de seleção das empresas que cumpram com os pressupostos de crescimento sustentável acima da média, negócios duráveis e sustentáveis, uma valuation atrativa e o foco no longo prazo.
P
TNE
Investec Global Strategy Fund Global Quality Eq. Income Fund Ninety One Asset Management
Melhor entidade gestora internacional de fundos de Ações
Melhor entidade gestora internacional Global
Neuberger Berman
T. Rowe Price
Ao longo da sua história a Neuberger Berman preservou com afinco o facto de ser uma entidade independente, sem dependências de terceiros que pudessem interferir com as suas operações e interesses dos clientes. As suas equipas de gestão contam com uma vasta experiência na indústria, uma perspetiva global facultada pelos escritórios em mais de 35 cidades, e um montante de ativos sob gestão na casa dos 330 mil milhões de dólares. Em termos de oferta, a gestora marca a sua posição com uma convicção bem assente na gestão ativa, dispondo de produtos que vão desde a dívida emergente, estratégias de obrigações, liquid alternatives e absolute return não correlacionadas.
Fundada em plena Grande Depressão (1937), a T. Rowe Price soma mais de 80 anos de experiência na indústria da gestão de ativos, contando no final do ano passado com 1,2 mil milhões de dólares em ativos sob gestão e 82% da gama dos fundos T. Rowe Price SICAV a registar um desempenho a 10 anos acima da mediana da sua categoria Morningstar. Para além de arrecadar este prémio pelo segundo consecutivo, 2020 também foi sinónimo de renovações no âmbito Sul Europeu, com a nomeação de Donato Savatteri para assumir o controlo direto da gestão das atividades da casa de investimentos em Portugal, Espanha e Itália. Além do mais, são 13 as estratégias da T. Rowe Price que ostentam Selo FundsPeople 2020.
AR
Melhor fundo internacional de Ações Globais
O Investec Global Quality Equity Income Fund trata-se de um fundo sem restrições, focado no investimento em empresas de qualidade que possibilitem um crescimento sustentado do dividendo. A filosofia de investimento assenta sobre a crença de que o rendimento proporcionado por empresas de qualidade é mais durável e apresenta mais perspetivas de crescimento do que qualquer outra fonte de rendimento associado a ações. Uma carteira concentrada, a contenção de volatilidade e o privilégio de uma equipa de gestão global são algumas das bandeiras do fundo que também ostenta Selo FundsPeople 2020 pela classificação de Consistente.
P
R
TNE R
AR
a opinião de Chris Iggo CIO de investmentos core, AXA IM
Lições da crise As grandes crises financeiras fornecem lições valiosas nestes tempos de pandemia. Em primeiro lugar, temos que assumir que a crise atual não é a de 2008. O impacto tem sido mais amplo e indiscriminado, mas também têm sido superiores a velocidade e a contundência da resposta política. Em segundo lugar, olhemos para os mercados. Na crise anterior, o crédito investment grade tocou no fundo em outubro de 2008; o high yield em dezembro e as ações em março de 2009. Definitivamente, os mercados de crédito costumam ser os primeiros a recuperar. A minha sugestão é que os mercados de crédito investment grade podem já ter tocado fundo, e é difícil que se repita outro mês como o de março. À medida que se normaliza a curva de crédito, os spreads dos vencimentos mais curtos caíram mais rápido do que os vencimentos mais longos. Dado que as taxas de juro se mantêm em zeros, é válida a possibilidade de implementar estratégias com obrigações de curto prazo. Por último, a recuperação a longo prazo é algo das ações. Embora não consigamos escolher quando é que as bolsas tocarão no fundo, nem toda a economia está parada e numa estratégia de longo prazo faz sentido começar a adicionar ações. Não nos esqueçamos que estamos perante um cenário de três fases: primeiro o controlo da expansão do vírus; depois o levantamento do confinamento e, por último, o longo caminho da recuperação. Maio e junho I Fundspeople 49
Tendências GESTãO
por Carlos Alberto T. Rodrigues
PSI 20
vs Fundos de ações portuguesas O mercado nacional de ações já foi mais pujante, e hoje o PSI-20 é composto por 18 ações, sendo o valor do índice no final do último ano 65% abaixo do máximo histórico registado em 25 de fevereiro de 2000. Como é o universo empresarial integrado no PSI20 atualmente, e que contexto se espera com esta pandemia?
A
informações quantitativas têm origem na agregação de valores de diferentes variáveis empresariais, incluídas na apresentação anual de resultados de 2019 por todas as sociedades cotadas do PSI20, informação de mercado da Euronext Lisboa e estatísticas da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários. Os rendimentos consolidados das 18 empresas do universo PSI20, atingiram em 2019 o valor de 72,5 mil milhões de euros representando 34% do
50 Fundspeople I Maio e junho
PIB nacional a preços correntes (212,3 mil milhões de euros). A geração de caixa com base nas atividades operacionais, com exclusão dos impactos financeiro e fiscal, atingiu 13,9 mil milhões de euros, que se traduz numa rentabilidade dos negócios de 19,1% (EBITDA /rendimentos). As sociedades do PSI20 obtiveram 3,2 mil milhões de euros de resultados líquidos, sendo que 11 cotadas têm propostas de distribuição de dividendos no valor de 2,1 mil milhões de euros, correspondendo a um payout de 65%.
Capitalização Bolsista no final de 2019 16.000
12.000
8.000
4.000
sonae
s.capital
semapa
ren
pharol
nova base
nos
navigator
mota-engil
J.MARTINS
IBERSOL
GALP
EDP
Renovaveis
CTT
Corticeira
Fonte: Elaboração própria, 31 de dezembro de 2019
Peso das sociedades cotadas no final de 2019 16.0%
12,0%
8,0%
4,0%
navigator
nos
nova base
pharol
ren
semapa
s.capital
sonae
nos
nova base
pharol
ren
semapa
s.capital
sonae
mota-engil
navigator
J.MARTINS
IBERSOL
GALP
EDP
Renovaveis
CTT
Corticeira
BCP
0,0% Alti
A dívida líquida financeira e locações atingiram 32,6 mil milhões de euros, que corresponde a 2,6 x EBITDA (com exceção do Millennium bcp). O investimento (CAPEX) envolveu 6,8 mil milhões de euros, que corresponde a 17% da formação bruta de capital fixo do país (40 mil milhões de euros). Os meios libertos pela atividade operacional proporcionaram um cashflow de exploração de 10 mil milhões de euros, que em termos agregados foi bastante para suportar a distribuição de dividendos e o CAPEX, razão pela qual se assistiu no 2º semestre a uma redução da dívida líquida em 1,9 mil milhões de euros das sociedades cotadas.
BCP
Alti
0
Caracterização do PSI20
Fonte: Elaboração própria, 31 de dezembro de 2019
Free Float no final de 2019 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10%
mota-engil
J.MARTINS
IBERSOL
GALP
EDP
Renovaveis
CTT
Corticeira
BCP
0% Alti
A capitalização bolsista, que corresponde ao produto das cotações pelo número de ações em circulação, atingiu em 31 de dezembro de 2019 o valor agregado de 61.920 milhões de euros, sendo que quatro sociedades cotadas representam 72,4% e claramente identificadas no gráfico. O volume de transações permite apurar o peso das empresas cotadas no PSI 20, que expressa grande desequilíbrio a nível da sua importância relativa, sendo que apenas quatro sociedades (EDP, J. Martins, Galp e BCP) representam 50,6% no PSI 20. O desequilíbrio a nível de importância relativa no índice, é menor relativamente à capitalização bolsista, sendo de assinalar o volume de transações do BCP, NOS, Navigator e Sonae SGPS.
Fonte: Elaboração própria, 31 de dezembro de 2019
Maio e junho I Fundspeople 51
Tendências GESTãO
Valor investido em ações nacionais através de fundos Ações
Valor
% Total
MERCADO NACIONAL BCP
13.8
Navigator Company
13.6
9.2%
EDP
12.1
8.2%
GALP ENERGIA
11.5
7.8%
9.3%
NOS
11.4
7.7%
Jerónimo Martins
10.6
7.2% 6.6%
SONAE SGPS
9.8
EDP Renovaveis
7.6
5.1%
REN
7.3
4.9%
ALTRI SGPS Sub-total
7.3
4.9%
104.9
71.1%
Outras
42.6
28.9%
TOTAL Ações Nacionais
147.5
100.0%
A EDP Renováveis tem uma importante capitalização bolsista, mas sem peso equivalente no PSI 20, por possuir o mais baixo free float do mercado (16,3%), provocado pela elevada concentração do seu capital na EDP. Por essa razão, o Millennium bcp, pelo volume de transações e elevado free float (48,8%) ocupa o quarto lugar no peso das sociedades cotadas.
Fonte: CMVM, dezembro de 2019
As 10 maiores posições dos fundos de ações portuguesas BPI Portugal, BPI Gestão de Activos Top 10 de posições
EDP Renovaveis SA
% peso na carteira
IMGA Ações Portugal, IM Gestão de Ativos Comprado primeiro em
Top 10 de posições
% peso na carteira
Comprado primeiro em
9,36
30-09-2017
GALP Energia SGPS SA
9,36
30-9-2017
Banco Comercial Portugues SA
7,61
28-02-2017
EDP - Energias de Portugal SA
7,08
31-05-2018
Jeronimo Martins SGPS SA
7,36
31-07-2006
The Navigator Co SA
6,33
30-11-2008
REN-Redes Energeticas Nacionais Sgps SA
7,07
31-10-2011
Banco Comercial Portugues SA
6,08
31-10-2012
Sonae SGPS SA
6,74
31-12-2012
REN-Redes Energeticas Nacionais SGPS SA
4,84
31-01-2013
CTT-Correios de Portugal SA
4,85
31-12-2013
Jeronimo Martins SGPS SA
4,60
30-11-2006
Galp Energia SGPS SA
4,82
30-11-2006
SONAE SGPS SA
4,60
30-09-2012
Nos SGPS SA
4,41
30-04-2010
Corticeir Amorin SGPS
4,54
31-08-2018
The Navigator Co SA
2,21
30-11-2008
Altri SGPS SA
4,52
31-10-2018
2,1º3
31-05-2018
CTT- Correios de Portugal
4,49
21-12-2013
SEMAPA SA Fonte: Morningstar Direct, final de março
Fonte: Morningstar Direct, final de março
NB Portugal Ações, GNB Gestão de Ativos Top 10 de posições
% peso na carteira
Santander Acções Portugal, Santander Asset Management Comprado primeiro em
Top 10 de posições
% peso na carteira
Comprado primeiro em
Nos Sgps SA
8,87
30-04-2004
Altri SGPS SA
8,10
31-07-2013
Jeronimo Martins SGPS SA
9,86
31-12-2010
EDP Renovaveis SA
8,16
31-03-2018
The Navigator Co SA
7,83
31-12-2014
The Navigator Co SA
5,31
30-09-2015
Jeronimo Martins SGPS SA
7,57
31-05-2013
Sonae SGPS SA
5,18
31-05-2008
EDP - Energias de Portugal SA
6,43
31-03-2017
Corticeira Amorin SGPS SA
4,81
30-09-2006
REN-Redes Energeticas Nacionais SGPS SA
4,75
30-04-2015
Galp Energia SGPS SA
4,77
30-11-2006
Galp Energia SGPS SA
4,66
30-11-2006
Nos SGPS SA
4,66
30-11-2006
Corticeira Amorin SGPS SA
4,15
30-06-2012
Novobase SGPS
4,23
30-11-2006
Banco Comercial Portugues SA
3,66
31-07-2014
Altri SGPS SA
4,16
30-11-2006
Novobase SGPS
3,61
30-04-2004
Sonaecom SA
4,07
31-01-2014
Fonte: Morningstar Direct, final de março
52 Fundspeople I Maio e junho
Fonte: Morningstar Direct, final de março
P
AR
P
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TNE R
AR
TNE
a opinião de Nina Petrini Responsável de Gestão Passiva e ETF, UBS AM Iberia
Cresce o apetite pela sustentabilidade, também nos ETF A evolução do mercado bolsista português, vai depender do termo da epidemia, recuperação das bolsas internacionais e retoma da económica mundial, sendo a imprevisibilidade a única certeza com que podemos contar. Contudo é expectável que os mercados bolsistas antecipem a retoma económica e que posteriormente venham a ser impulsionados por esta. O perfil da retoma será diferenciado, podendo ocorrer em forma de U (lenta e prolongada), V (mais rápida e acelerada), L (grande estagnação), Nike (suave e sustentável) ou W (recuperação com reversão associada a eventual 2ª vaga do vírus) numa geometria variável dependente da sensibilidade dos diversos sectores de atividade e exposição dos espaços regionais ao coronavírus. Desde o seu máximo em 25 de fevereiro de 2000, o índice PSI 20 passou de 14.706 para 5.214 no final de 2019, sendo que emagreceu com a saída de importantes sociedades designadamente PT, Cimpor, Brisa, BES e BPI.
Free float
Mas, igualmente neste tempo histórico sofreu a influência de dois crashs bolsistas, envolvendo em 2001 a bolha das dotcom e em 2008 a grande recessão, sendo que em ambos os casos o PSI 20 acompanhou a recuperação internacional dos mercados bolsistas, mas longe da pujança do início deste século. A importância dos pequenos investidores é avaliada pelo free float que se caracteriza pelo conjunto das participações sociais inferiores a 2% corresponde a 38% do capital das sociedades cotadas. Em termos de capitalização bolsista representa 23,5 mil milhões de euros.
O free float é fortemente suportado por investidores portugueses e internacionais de natureza institucional ou qualificada, bem como investidores individuais nacionais. Os CTT e a Pharol apresentam os mais elevados níveis de free float a nível do PSI20, mas têm um fraco peso no índice. Os restantes títulos com elevado free float ocupam os lugares cimeiros no PSI20. De acordo com as estatísticas divulgadas pela CMVM, no final de 2019 a gestão de ativos nacional aplicava no mercado bolsista nacional o valor de 735,7 milhões de euros que representa 3,1% do free float, que se reparte pela gestão individual (588,2 milhões de euros) e gestão coletiva de ativos (147,5 milhões de euros). A gestão individual de ativos, ou gestão de patrimónios, é assegurada por 27 entidades gestoras, sendo que 90% do mercado é assegurado pelas 6 maiores entidades gestoras de patrimónios nacionais. A gestão coletiva de ativos, ou gestão de fundos mobiliários tem um peso menos relevante nas ações nacionais, e mobiliza 147,5 milhões de euros, através de 156 fundos enquadrados por 15 entidades gestoras, das quais seis representam 94% das aplicações e estão integradas nos maiores bancos nacionais. Estes investimentos são fortemente orientados para empresas com altos níveis de free float e elevado peso no mercado bolsista, que conferem forte liquidez às respetivas ações. É por esta razão que as ações do BCP, Navigator, EDP, GALP e NOS, ocupam o top cinco das aplicações dos fundos, conforme podemos observar pelo quadro seguinte.
A UBS AM foi das primeiras gestoras a oferecer ETF sustentáveis com o lançamento do ETF MSCI World Socially Responsible em 2011. Desde então, a gama de produtos ESG não parou de crescer, tendo atualmente 19 com critérios sustentáveis. Em março a gama de ETF sustentáveis da UBS AM chegou aos 10.000 milhões de AuM. Um aumento de quase 10 vezes em apenas três anos. Hoje a UBS AM está entre os maiores provedores de ETF sustentáveis da Europa, com uma quota de mercado de mais de 33%. O ETF MSCI World Socially Responsible da UBS foi o primeiro ETF socialmente responsável na Europa a alcançar os 1.000 milhões de euros em 2019; atualmente tem 2.000 milhões de euros em AuM. Fomos também o primeiro provedor a introduzir um ETF com um filtro de sustentabilidade no S&P 500 Index: UBS ETF S&P 500 ESG. Este tipo de investimento está a tornar-se cada vez mais uma área-chave para as gestoras. No mercado ibérico o apetite pelos ETF com critérios ESG cresceu muito entre os investidores institucionais, que cada vez mais desejam integrar critérios específicos de sustentabilidade nas carteiras. Queremos ser o principal provedor de produtos financeiros sustentáveis, permitindo aos nossos clientes combinar os seus objetivos de investimento com os seus objetivos de sustentabilidade. Maio e junho I Fundspeople 53
Tendências Estratégias
por Joel Silva
COVID-19
à j -v é d
Ao contrário do que acontece com grande parte da população, enfrentar crises pandémicas não é uma novidade para a indústria da gestão de ativos. Neste artigo analisamos o desempenho dos fundos de ações mundiais com Selo FundsPeople e com maior histórico ao longo dos surtos virais do século XXI.
vidad
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Fundos de ações mundiais com selo FundsPeople Fundo
Entidade
Data lançamento
Morningstar Category
Selo FundsPeople 2020
Threadneedle (Lux) Global Focus
Columbia Threadneedle Investments
31/3/93
Global Large-Cap Growth Equity
ABC
Fidelity Funds World Fund
Fidelity International
6/9/96
Global Large-Cap Blend Equity
ABC
Robeco Global Consumer Trends
Robeco
3/6/98
Global Large-Cap Growth Equity
ABC
AXA Rosenberg Global Equity Alpha Fund
AXA Investment Managers
30/9/99
Global Large-Cap Blend Equity
ABC
Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund
Morgan Stanley Investment Managers
30/10/00
Global Large-Cap Growth Equity
ABC
BPI Ações Mundiais
BPI Gestão de Activos
4/12/00
Global Large-Cap Blend Equity
ABC
Allianz Global Sustainability
Allianz Global Investors
2/1/03
Global Large-Cap Growth Equity
ABC
54 Fundspeople I Maio e julho
SARS
Gripe das Aves
janeiro 2003 - março 2003
janeiro 2004 - agosto 2004
106
114
104
112
102
110
100
108
98
106
96
104
94
102
92
100
90
98
88 86
96
84
94
82
92 01/2003
02/2003
03/2003
Threadneedle (Lux) Global Focus W AXA Rosenberg Glb Eq Alpha A US Allianz Global Sustainability A USD
Threadneedle (Lux) Global Focus W
05/2004
Fidelity World A-Dis-EUR MS INVF Global Brands A EAA Fund Global Large-Cap Growt
Período de tempo: 01/12/2013 to 28/02/2014 Fundo
02/2004
08/2004
Robeco Global Consumer Trends D BPI Ações Mundiais FIAA
Período de tempo: 01/01/2020 to 04/05/2020
Retorno
Desv. Padrão
Rácio de Sharpe
Fundo
Retorno
Desv. Padrão
Rácio de Sharpe
-3,92
22,64
-1,00
Threadneedle (Lux) Global Focus W
0,92
14,66
0,10
-11,80
26,98
- 2,02
Fidelity World A-Dis-EUR
3,28
16,09
-0,14
Robeco Global Consumer Trends D
-8,12
32,29
-0,54
Robeco Global Consumer Trends D
6,87
18,56
0,27
AXA Rosenberg Glb Eq Alpha A US
-3,18
21,92
-0,86
AXA Rosenberg Glb Eq Alpha A US
1,51
12,91
0,19
MS INVF Global Brands A
-8,80
18,12
-3,01
MS INVF Global Brands A
0,54
11,52
0,02
BPI Ações Mundiais FIAA
-0,92
11,77
1,94
BPI Ações Mundiais FIAA
Allianz Global Sustainability A USD
-5,20
29,24
-0,99
EAA Fund Global Large-Cap Gro
-4,73
11,94
-1,73
Fidelity World A-Dis-EUR
8,45
8,40
0,42
Allianz Global Sustainability A USD
-3,83
16,03
-0,55
EAA Fund Global Large-Cap Gro
-3,18
9,45
-0,59
Fonte: Morningstar Direct. Rácio de Sharpe anualizado.
N
a emancipação da pandemia de COVID-19, as novidades não se remetem apenas ao novo coronavírus. Também nas nossas vidas quotidianas somos agora confrontados com uma nova normalidade e preparamo-nos também para enfrentar uma nova recessão económica. Contudo, para a indústria da gestão de ativos, encarar conjunturas como esta não é um exercício tão estranho como seria de esperar. Ainda que não existam registos de que a atividade de gestão de ativos seja tão antiga ao pon-
to de ter testemunhado a maior crise pandémica da História - a Peste Negra do século XIV -, os profissionais desta indústria já presenciaram (e ultrapassaram) a sua quota-parte de ocorrências de surtos virais. Neste artigo propomo-nos voltar aos períodos dessas mesmas ocorrências, analisando o desempenho conseguido num conjunto de fundos de investimento. Iremos focar-nos nos principais surtos virais desde o início do século, ou seja, no surto de SARS no início de 2003, na gripe das aves de 2004, no surto de Ébola de 2014 e
na atual pandemia de COVID-19. No que diz respeito aos fundos, serão selecionadas estratégias de ações que detenham Selo FundsPeople 2020, que pertençam à categoria Morningstar EAA Fund Global Large-Cap Growth Equity ou Large-Cap Blend Equity, e que tenham presenciado as quatro ocorrências acima descritas. O conjunto é então formado pelos fundos Threadneedle (Lux) Global Focus (Columbia Threadneedle Investments), Fidelity Funds World Fund (Fidelity International), Robeco Global Consumer Trends (Robeco), Maio e julho I Fundspeople 55
Tendências Estratégias
Ébola
COVID-19
dezembro 2013 - fevereiro 2014
janeiro 2020 -
110
115
108
110 105
106
100
104
95
102
90 100
85
98
80
96
75
94
70
92
65 12/2013
01/2014
02/2014
Threadneedle (Lux) Global Focus W AXA Rosenberg Glb Eq Alpha A US Allianz Global Sustainability A USD
02/2020
Fidelity World A-Dis-EUR MS INVF Global Brands A EAA Fund Global Large-Cap Growt
Período de tempo: 01/12/2013 to 28/02/2014 Fundo
01/2020
03/2020
04/2020
Robeco Global Consumer Trends D BPI Ações Mundiais FIAA
Período de tempo: 01/01/2020 to 04/05/2020
Retorno
Desvio padrão
Rácio de Sharpe
Fundo
Threadneedle (Lux) Global Focus W
5,51
14,79
2,20
Threadneedle (Lux) Global Focus W
Fidelity World A-Dis-EUR
4,19
12,94
2,50
Fidelity World A-Dis-EUR
Robeco Global Consumer Trends D
1,14
14,99
1,09
AXA Rosenberg Glb Eq Alpha A US
3,55
12,26
1,73
MS INVF Global Brands A
1,55
14,14
0,70
BPI Ações Mundiais FIAA
8,10
18,14
Allianz Global Sustainability A USD
4,15
13,38
EAA Fund Global Large-Cap Gro
3,59
10,26
Retorno
Desvio padrão
Rácio de Sharpe
-2,75
55,50
0,03
-12,83
45,81
-1,03
Robeco Global Consumer Trends D
0,36
49,89
0,03
AXA Rosenberg Glb Eq Alpha A US
-17,29
52,49
_
MS INVF Global Brands A
-5,13
38,82
-0,43
2,73
BPI Ações Mundiais FIAA
-2,89
52,45
-0,23
1,85
Allianz Global Sustainability A USD
-7,33
45,23
-0,54
1,92
EAA Fund Global Large-Cap Gro
-7,69
32,84
_
Fonte: Morningstar Direct. Rácio de Sharpe anualizado.
A OPINIão Do SELECionador
Luís Sancho
Gestor de carteiras, BBVA Asset Management
Para gestores ativos em ações com uma visão de médio e longo prazo e que, naturalmente, na grande maioria do tempo estão totalmente investidos e onde cada analista mediante uma análise criteriosa dos setores seguidos procura eleger as ações que no seu entendimento são as melhores apostas para colocar em carteira, a decisão de vender prematuramente não é feita de ânimo leve. Aliás, se isolarmos a questão das epidemias, per si, e excepturamos esta última, a conclusão que podemos retirar é que os períodos de volatilidade são bastante curtos e que normalmente após os primeiros sinais de abatimentos as recuperações são bastante vigorosas, não distorcendo as análises de médio e longo prazo. Em momentos como este, o bom senso e a tentação de não ceder ao pânico são as melhores qualidades de um bom gestor.
56 Fundspeople I Maio e julho
AXA Rosenberg Global Equity Alpha Fund (AXA Investment Managers), Morgan Stanley Investment Funds Global Brands Fund (Morgan Stanley IM), BPI Ações Mundiais (BPI Gestão de Activos) e Allianz Global Sustainability (Allianz Global Investors), que serão comparados com a média da sua categoria Morningstar (Global LargeCap Growth Equity). Todos os dados provêm da Morningstar Direct, a um de maio de 2020.
SARS e gripe das aves
A primeira ocorrência sob análise, apesar de ser a mais antiga deste grupo, é aquela que mais se assemelha à
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a opinião de Ana Carrisso Senior sales manager, Fidelity International
Dividendos na crise do coronavírus
atual pandemia: também ela tratou-se de um síndrome respiratório severo, provocado por um coronavírus, com origem na China. Ao longo do primeiro trimestre de 2003, período em que o surto teve a sua maior incidência, os fundos de ações globais viram a sua performance em baixa, visto que nenhuma estratégia devolveu retornos positivos. Contudo, todos os fundos conseguiram bater a média da categoria, com especial enfoque para o lusitano BPI Ações Mundiais, que para além de ter obtido o melhor retorno do conjunto também conseguiu a maior contenção de volatilidade e melhor nível de rácio de Sharpe. Sensivelmente um ano depois dáse um novo surto de gripe das aves, desta vez mais duradouro do que a ocorrência anterior, estendendo-se entre janeiro e agosto de 2004, e com especial incidência no sudoeste asiático. Durante esta ocorrência assistiu-se a um desempenho misto no grupo de fundos selecionado. A maioria dos fundos registou um desempenho positivo, contudo apenas o BPI Ações Mundiais e o Robeco Global Consumer Trends conseguiram a média do peer group em termos de performance. Não obstante, o destaque segue novamente para a estratégia portuguesa pela relação rentabilidade/risco conseguida, fruto da contenção da volatilidade muito acima dos seus pares.
Ébola e COVID-19
Entre finais de 2013 e 2014 deu-se um dos surtos mais intensos de Ébola, nos países do oeste africano. No período apresentado é possível observar que a seleção obteve, na sua totalidade,
rentabilidades positivas que ultrapassaram a média dos fundos da mesma categoria Morningstar, o que se pode ficar a dever a uma relativa menor exposição das carteiras à zona geográfica mais afetada. À semelhança das ocorrências anteriores os níveis de volatilidade foram pronunciados, com o BPI Ações Mundiais novamente a obter os valores mais elevados de retorno, risco e rácio de Sharpe, embora desta vez acompanhado de perto pelos fundos Threadneedle Global Focus e Fidelity World Fund neste último indicador. Finalmente, ao observar o desempenho dos fundos no contexto da atual pandemia de COVID-19 conseguimos discernir algumas dinâmicas muito próprias. Nos primeiros meses de 2020 constata-se que os fundos e o índice apresentavam uma performance positiva, que caiu abruptamente no início de março, altura em que o vírus se propaga pela Europa. Até sensivelmente o fim desse mês existiu um movimento negativo generalizado no retorno das estratégias, seguindo-se de uma recuperação progressiva, para perto de níveis de início de março. Neste surto registam-se os valores de volatilidade mais elevados dos quatro cenários analisados, com apenas um fundo a conseguir retornos positivos à data dos dados - o Robeco Global Consumer Trends. Como é fácil de inferir pelo atual momento que vivemos, não existe manual de instruções para contornar estas crises. Resta-nos por isso contar com a experiência e expertise das equipas de gestão dos fundos, reforçadas ao longo dos anos a navegar nestes cenários adversos, para retirar o melhor partido desta nova normalidade.
O sell-off inicial em março devido à crise do Covid-19 foi indiscriminado, mas não trouxe uma mudança na liderança. Os vencedores da última década vão permanecer os vencedores nesta stay-at-home economy: Amazon, Netflix, Microsoft, etc. Relacionado com isto, o mercado dos EUA continuou a ter uma performance melhor do que o resto do mundo. No contexto global, os dividendos europeus são a maior ameaça. No entanto, enquanto o mercado europeu apresenta um yield de cerca do dobro dos EUA, a yield total - dividendos e buybacks como percentagem do valor da ação - tem sido notoriamente semelhante durante os últimos anos. O que torna isto mais desafiante atualmente é o facto de que não ser suficiente determinar se uma empresa pode ou está disposta a pagar um dividendo – também é necessário considerar a pressão da regulamentação política e societária nos dividendos. Relativamente à performance do nosso fundo-bandeira de equity income, o FF Global Dividend, como esperado - oferecemos alguma proteção nos mercados em queda e perdemos muito pouco à medida que os mercados recuperavam. Desde o início do ano e até ao fim de abril, o fundo está à frente do benchmark e isso foi conseguido apesar de ter uma alocação relativamente baixa nos EUA e de ter um viés por dividendo/value, que tem sido um importante vento de popa estilístico. Portanto, no geral, embora sempre queiramos sempre melhorar, estamos razoavelmente satisfeitos com o comportamento da estratégia. Maio e julho I Fundspeople 57
Tendências planificação por María Folqué
Política monetária e
BABY BOOM
Investigadores do Banco de Inglaterra e do Conselho de Governadores da Reserva Federal analisam o impacto que as quedas das taxas de juro, via pagamentos dos créditos hipotecários, têm tido nas taxas de natalidade do Reino Unido e dos EUA.
O
s economistas e os políticos têm debatido largamente a questão de como e quanto influencia a política monetária a economia real. As decisões que se tomam as famílias têm sido uma peça fundamental neste debate. Muitos estudos têm-se centrado no efeito da queda dos pagamentos hipotecários no investimento em bens duradouros ou de consumo discricionário. Fergus Cumming, do Banco de Inglaterra (BoE) e Lisa Dettling, do Conselho de Governadores da Reserva Federal, exploram como a forte queda
58 Fundspeople I Maio e junho
de taxas na crise financeira global, que começou em 2008, influenciou as taxas de natalidade britânicas e americanas. No começo da Grande Recessão, cerca de metade das famílias britânicas em idade de ter filhos eram proprietárias de uma casa com hipoteca. Desta metade, metade tinha uma hipoteca de taxa variável e a outra metade uma hipoteca de taxa fixa, que se convertia numa de taxa variável após um período de tempo. Na maioria das hipotecas, as penalizações por amortização antecipada faziam com que fosse praticamente impossível o refinanciamento.
Taxa de natalidade e taxas de juro no Reino Unido e Eua Reino Unido
EUA 15
14 5
12 10
0
8 2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
18 10
16
Taxa Fed
10
Taxa de natalidade ajust. 1.000 mulh.
18 16
15
20
Taxa BOE
Taxa de natalidade ajust. 1.000 mulh.
20
14 5
12 10
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8 2002
2004
2006
2008
2010
2012
2014
O eixo da esquerda mostra a taxa de natalidade ajustada pelos intervalos de idade em termos de nascimentos por 1.000 mulheres (linha a branco). O eixo da direita, a evolução das taxas de juro oficiais (linha cinza). Em azul claro o período de aumento do desemprego.
Assim, quando o BoE baixou as suas taxas em 4,5 pontos percentuais entre 2008 e 2009, os pagamentos de hipotecas caíram imediatamente para um quarto das famílias britânicas, enquanto que para outro quarto a descida demorou um pouco mais a chegar; à metade restante não afetou por não terem uma hipoteca. Para as famílias com uma hipoteca de taxa variável, os pagamentos caíram em média cerca de 1.000 libras no trimestre. A análise de Cumming e Dettling centra-se nas diferenças entre as classes de hipotecas para estimar como a queda das taxas de juro entre 2008 e 2009 afetou as decisões familiares sobre a natalidade nos três anos posteriores.
Resultados
Os dados indicam que uma queda de um ponto percentual nas taxas de juro britânicas (que reduziram as prestações hipotecárias em cerca de 12%
em média) resultaram num aumento de 5% na natalidade das famílias com uma hipoteca de taxa variável, que se traduziu num aumento de 2% da natalidade a nível nacional. A análise das diferentes subamostras mostra que os efeitos foram maiores em grupos com um alto rácio de dívida sobre receitas, ou de dívida sobre o valor da casa ou com baixas receitas médias. O número de nascimentos aumentou no Reino Unido no período em estudo, mas noutros países como os EUA aconteceu o contrário. Em ambos os países as taxas de nascimento começaram a cair tão rápido como o desemprego começou a aumentar, mas no Reino Unido a tendência reverteu-se quando as taxas começaram a baixar. Nos Estados Unidos a queda manteve-se durante a recessão. Com uma simulação contrafactual, os autores estimam que sem
o estudo mostra que a política monetária pode ter um efeito a longo prazo na procura agregada, não só a curto prazo
Maio e junho I Fundspeople 59
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Tendências planificação
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a opinião de Ana Claver Gaviña, CFA Diretora executiva para Portugal, Espanha e Chile, Robeco
Agora mais do que nunca, o verdadeiro investimento sustentável
O estímulo da política monetária é maior conforme maior for a percentagem de hipotecas de taxa variável o efeito da política monetária, o aumento do desemprego e a queda dos preços das habitações resultariam numa queda dos nascimentos no Reino Unido, algo consistente com a literatura académica que considera que a fertilidade é pró-cíclica. Ou seja, o estímulo da política monetária britânica foi suficiente para compensar os efeitos da recessão. Com outra simulação, os autores encontram que com cerca de 30% de hipotecas de taxa variável, a variação na taxa de natalidade converte-se em positiva durante a recessão. Este nível é muito superior ao da percentagem dessa classe de hipotecas nos EUA.
Contribuição
Os autores consideram que a sua investigação mostra evidências não exploradas da transmissão da política monetária à economia real. Ter filhos é custoso e tem impacto direto no gasto de consumo. Há estimativas que indicam que o custo médio de criar uma criança no seu primeiro ano de vida pode ascender às 11.000 libras no Reino Unido, e a 230.000 em toda a sua vida. Ao contrário de outros estudos, este mostra que a política monetária pode ter um efeito a longo prazo na procura agregada, não só a curto prazo. 60 Fundspeople I Maio e junho
Mas para que essa transformação funcione é importante que a proporção de hipotecas a taxa variável seja significativa. Os autores estimam que a queda das taxas de juro produz um estímulo três vezes superior se cerca de 75% das famílias estão hipotecadas a taxa variável. Essa percentagem explica as diferenças entre EUA e Reino Unido. Nos EUA, mais de 80% das hipotecas são a taxa fixo (FRM) pelo menos durante os primeiros 10 anos e o instrumento mais popular é a FRM a 30 anos. Em 2007, a proporção de hipotecas a taxa variável estava abaixo dos 6%. No entanto, as amortizações antecipadas não costumam ser muito penalizadas, ao contrário do que acontece no Reino Unido. No período da crise, a taxa de desemprego americana aumentou de 4,4% em 2007 para cerca de 9,5% em 2010, e o Reino Unido passou de cerca de 5,2% em 2007 para 8,4% em 2011. O BoE reduziu taxas em 4,5 pontos percentuais entre o final de 2008 e 2009, o mesmo corte que fez a Fed entre final de 2007 e 2008. Tendo em conta a semelhança dos dados, a diferença entre as taxas de hipotecas pode explicar em parte a diferença entre as trajetórias das taxas de natalidade britânica e americana.
Há umas semanas, no último relatório da ShareAction, a Robeco foi reconhecida como a Primeira Gestora Global na Avaliação de Investimento Responsável. Isso anima-nos a continuar a conseguir as mais elevadas classificações, investindo na análise ou na medição de impacto. É um reconhecimento de uma atividade consolidada num terreno que nem sempre esteve tanto na boca de todos: a sustentabilidade e a sua aplicação ao investimento. Não se pode considerar sustentável uma gestora que não investe em atividades controversas; deve existir maior compromisso. A exclusão é um primeiro passo para a integração da sustentabilidade nas decisões de investimento, seguida de políticas de integração, de voto, e da análise do investimento de impacto. Uma gestora que entenda de investimento sustentável investigará e usará a sua experiência. Por exemplo, investirá em óleo de palma com empresas que, cumprindo rigorosos padrões de desflorestação controlados, estejam certificadas pelo “Roundtable on Sustainable Palm Oil” e com a verificação via satélite da mudança de uso que dão à terra. Em vez de proibi-lo a Robeco trabalha para melhorar a indústria de óleo de palma e fazê-la mais sustentável. Isso sim é uma gestora que sabe o que significa um investimento sustentável.
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Este documento é de natureza promocional e, como tal, as opiniões que constam do mesmo não deverão ser encaradas como um conselho ou uma recomendação de compra ou venda de qualquer investimento ou participação no produto ou produtos aqui referidos. Importa salientar que o valor dos investimentos e o rendimento decorrente dos mesmos poderá oscilar consoante as condições de mercado e os acordos tributários, podendo os investidores não vir a receber a totalidade do montante investido. Tanto o desempenho como a rentabilidade obtida no passado poderão não constituir um indicador fiável do desempenho a obter no futuro. Não existe qualquer garantia de que qualquer previsão efetuada se venha a concretizar. O Documento de Informações Essenciais do Investidor (KIID) e qualquer documento de oferta local aplicável estão disponíveis, sem encargos, a pedido, junto do emissor JPMorgan Asset Management (Europe) S.à.r.l., European Bank & Business Centre, 6 route de Trèves, L-2633 Senningerberg, Grão-Ducado do Luxemburgo, do seu consultor financeiro, do seu distribuidor local ou do seu representante habitual da J.P. Morgan Asset Management. Poderá aceder à Política de Privacidade EMEA em www.jpmorgan.com/emea-privacy-policy A J.P.Morgan Asset Management (Europe) S.à r.l. é a entidade distribuidora global da J.P. Morgan Investment Funds e da J.P. Morgan Funds e encontra-se sujeita à supervisão da Commission de Surveillance du Secteur Financier do Grão-Ducado do Luxemburgo. A comercialização do referido organismo de investimento coletivo em Portugal foi devidamente comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, cumprindo as disposições legais, regulamentares e administrativas em vigor. LV-JPM52542 | 01/20 | 0903c02a827e1285
Tendências legislação
por Ana Algarvio de Sousa e Hugo Monteiro
Alteração E ao novo regime de fundos de pensões e entidades gestoras Da aplicação do novo regime excluir-seão alguns fundos de pensões profissionais que já se encontrem fechados a novos participantes.
62 Fundspeople I Maio e junho
ncontra-se em fase de aprovação final na Assembleia da República legislação destinada à transposição da Diretiva (UE) 2016/2341 do Parlamento Europeu e do Conselho de 14 de dezembro de 2016, relativa às atividades e supervisão das instituições de realização de planos de pensões profissionais (IRPPP), expectavelmente plasmada no regime jurídico da constituição e funcionamento dos fundos de pensões e das entidades gestoras de fundos de pensões Na senda do dispositivo comunitário, não se introduzindo alterações profundas ao sistema atualmente em vigor (Decreto-Lei nº 12/2006, de 20 de janeiro), almeja-se a uniformização no tratamento e regulação dos fundos de pensões, independentemente do tipo de plano e o reforço dos deveres de informação e protecção dos participantes e beneficiários, na esteira das mais recentes iniciativas legislativas estritamente ligadas ao sector financeiro, em particular o Regime Jurídico da Distribuição de Seguros e Resseguros, aprovado pela Lei nº 7/2019, de 16 de janeiro e a Lei nº 35/2018, de 20 de julho, incorporando as regras de comercialização de produtos financeiros e de organização dos intermediários financeiros. A proximidade temporal destes normativos (nalguns casos representando a adoção tardia de normativos comunitários) tem permitido a adoção de soluções com equilíbrio entre as normas regulatórias e o funcionamento do mercado, com claras vantagens na construção de um corpo jurídico que, embora tenha necessariamente que atender aos particularismos de cada subsector, crie regras unitárias e,
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a opinião de James Tomlins Gestor do M&G (Lux) Global Floating Rate High Yield Fund, M&G Investments
Arriscado, mas potencialmente rentável tanto quanto possível, transversais ao sector financeiro. Da aplicação do novo regime excluir-se-ão alguns fundos de pensões profissionais que já se encontrem fechados a novos participantes (desde 2014) ou sujeitos a medidas que impliquem a intervenção de entidades administrativas ou judiciais destinadas a preservar ou restabelecer a sua situação financeira, incluindo processos de liquidação, enquanto vigorar essa intervenção, bem como os regimes de garantia em caso de insolvência, aos regimes de compensação e aos fundos nacionais de reserva de pensões e ao pagamento único efetuado pelo empregador a um trabalhador no termo da respetiva relação laboral, sem conexão com a realização de planos de pensões. Por outro lado, consolidam-se também as regras relativas ao governance das entidades gestoras, quer por mecanismos internos de controlo do risco, quer pelas atribuições de controlo prudencial e de supervisão, atribuídas à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. Do regime previsto na referida proposta de Lei é de destacar os seguintes aspetos: • Previsão de novas regras da atividade de seguros e resseguros, relativas às participações qualificadas e registo das pessoas que dirijam e fiscalizem a entidade gestora; • Obrigação de realização periódica de autoavaliação do risco, divulgação pública e existência de declaração de princípios da política de investimento para cada fundo de pensões; • Sistematização das obrigações de reporte e divulgação pública de informação por parte da ASF.
A densificação das normas aplicáveis representa um importante passo na estabilização e confiança do sector • Diferenciação, no teor dos contratos, do regime aplicável aos planos de benefícios, contribuição e delimitação das contingências que conferem direito ao seu recebimento dos benefícios, forma e prazos de pagamento; • Clarificação do regime de aquisição e manutenção dos direitos adquiridos nos planos de pensões profissionais financiados, em complemento do regime existente. Destarte, a densificação das normas aplicáveis e o incremento do rigor exigível às entidades gestoras no diploma em aprovação representa um importante passo na estabilização e confiança no segmento dos planos de pensões, com crescente relevo na pressão financeira relacionada com os apoios em situação de reforma, exponencialmente sensível em sociedades modernas, com o aumento progressivo da esperança média de vida da população e a pressão crescente sobre os sistemas de segurança social.
À medida que os países enfrentam o surto de Covid-19, muitas classes de ativos de risco foram liquidadas, incluindo as obrigações high yield (HY). Os spreads das obrigações HY alargaram aproximadamente 500 pontos base durante o pico da turbulência. A enorme queda nos preços do petróleo agravou os problemas, dado que o sector da energia constitui mais de 10% deste mercado. A pandemia também levou investidores famintos por rendimentos a abandonar a classe, acelerando a pressão para vender e removendo a necessária liquidez. O mercado de HY global caiu -13,6% no 1.º trimestre. Olhando para as seis ocasiões quando mercado de HY global teve uma queda trimestral de pelo menos 4%, isso acabou por levar a um excedente de retorno de 20% nos dois anos seguintes. Os spreads no mercado global de HY refletem no preço uma taxa de default cumulativa a cinco anos de 51% (assumindo uma recuperação de 40%). A taxa variável do mercado de HY reflete no preço uma taxa de default cumulativa a cinco anos de 70% (assumindo uma recuperação média de 60%). A taxa de default record anterior era de 31% e a taxa de default média durante as recessões é de 17% usando dados a partir 1980. Enquanto esperamos que os mercados de HY se mantenham voláteis no curto-prazo, a médio e longo prazo pensamos que os mercados de HY oferecem um potencial para fortes retornos graças a uma combinação de rendimento e retorno de capital significativo à medida que os spreads regressem a níveis normais. Maio e junho I Fundspeople 63
Tendências advisory por Margarida Pinto
Pedro Assis
Baluarte Wealth Advisors
“Esta é uma indústria de serviços financeiros e quem não se quer colocar ao serviço dos seus clientes provavelmente está na indústria errada”.
António Mello-Campello
BlueCrow Capital
“O nosso grande valor acrescentado não está tanto em ajudar um cliente a ganhar dinheiro, mas sim, e acima de tudo, em que este perceba o que têm na realidade em carteira”.
Pandemia N Afasta ou aproxima os clientes da consultoria para investimento? Quatro Sociedades de Consultoria para Investimento juntaram-se e deram os seus insights sobre o que o seu serviço pode acrescentar nesta altura a clientes sedentos de informação. 64 Fundspeople I Maio e junho
esta pandemia – embora nenhum de nós tenha, na verdade, uma real noção de outra comparável aprendemos que a distância social é que rege as regras do jogo. Temos de distanciar-nos, criar hábitos de saúde pública, de etiqueta respiratória, arranjar formas de trabalhar longe… mas próximos! Justamente a proximidade do cliente é uma das pedras basilares onde assenta o serviço de consultoria para investimento. O cliente senta-se com o seu consultor, et voilá: pergunta, comenta, debate, e em última análise informa-se. O contexto veio trazer a este negócio - como a muitos outros – um sentar menos físico, aparentemente mais distante. E porquê aparentemente? Numa conversa online com a FundsPeople, quatro responsá-
Francisco Falcão
Francisco Carneiro
Hawkclaw Capital Advisors
Lisbon Familly Office
“Acho que todos nós, neste âmbito, temos tentado alcançar mais informação. Diria que durante estas semanas o contacto que já costuma ser próximo, foi ainda mais próximo com os clientes”.
veis de Sociedades de Consultoria para Investimento (SCI) nacionais responderam à questão: É afinal este contexto uma oportunidade ou um desafio para as SCI? Um desafio é sempre, acreditam as entidades. Na opinião de Pedro Assis, da Baluarte Wealth Advisors, é importante começar por salientar que este contexto é desafiante para os clientes, porque “apesar de a nossa consultoria ter permitido mitigar muito os efeitos das fortes desvalorizações dos mercados nas carteiras dos clientes, ainda não foi possível recuperar por completo os valores anteriores à crise”. Em termos de negócio a perspetiva é outra, pois, nas palavras do profissional, “o negócio de consultoria sai muito reforçado cada vez que ocorre uma crise como esta”. Lembrando que a consultoria para investimento “coloca ao serviço dos clientes todo o conhecimento e recur-
“Falo com alguns dos clientes quase todos dias, mas está a ser uma experiência diferente… o não viajar está a criar-me alguns problemas, pois faço parte de comités de investimento de algumas empresas”.
sos de uma equipa de profissionais com mais de 25 anos de experiência, enquanto permite que os clientes retenham o total e absoluto controlo dos seus investimentos”, Pedro Assis recorda que, nesta e noutras crises, a experiência dos clientes com outros serviços, como a gestão discricionária, na qual os clientes não podem controlar os investimentos, resultou em que “alguns deles acabassem por ficar desagradavelmente surpreendidos com aquilo que afinal tinham em carteira”. Essa insatisfação dos clientes com esses outros serviços, confessa mesmo, já trouxe contactos de novos clientes à Baluarte. António Mello-Campello, da BlueCrow Capital, é coincidente. “Os períodos de volatilidade são períodos chave para empresas como as nossas. Os clientes geralmente vêm de um serviço bancário muito estereotipado, muito padro-
nizado, e acabam por não perceber o que lhes está a acontecer nas carteiras”, admite. O trabalho à distância com os clientes já existia, mas o responsável fala mesmo de uma “aproximação com as novas tecnologias”, que as tecnologias antigas não conferiam. “Fazemos mais facilmente uma zoom call, do que uma simples chamada por telefone: permite-nos mostrar dados, transmitir mensagens, etc”, exemplifica. A consciência relativa ao problema é agora outra, reforça, contudo, Francisco Falcão, da Hawkclaw Capital Advisors. Contrariamente ao que acontecia, por exemplo, nas crises de 2001 ou 2008, “o investidor está mais consciente do problema, porque são também empresários e sentem isso nas suas próprias empresas ou locais de trabalho”. A crise não se restringiu apenas aos mercados financeiros, lembra o profissional, que Maio e junho I Fundspeople 65
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Tendências advisory
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a opinião de
encontro virtual
As SCI desdobram-se, nesta fase, em encontros online com os seus clientes, de forma a combater a distância física. Reforçaram essa proximidade numa conversa com a FundsPeople, também ela online.
arrisca mesmo a dizer que “estando as pessoas mais conscientes, por vezes tentam encontrar algumas explicações que saem até do foro financeiro”. O relato de Francisco Carneiro, do Lisbon Familly Office, junta à conversa uma experiência mais recente. Com apenas um ano de existência, a SCI conta com “poucos clientes”, relativamente grandes, a maioria hedge funds localizados em São Paulo e em Nova Iorque. “Falo com alguns dos clientes quase todos dias, mas está a ser uma experiência diferente… o não viajar está a criar-me alguns problemas, pois faço parte de comités de investimento de empresas e existem vantagens em ver as pessoas cara a cara”, opina.
Estar ao serviço
O serviço prestado pelas SCI parece ser a jóia da coroa nesta fase. Pedro Assis apropria-se mesmo da génese da expressão serviços financeiros para o explicar. “Esta é uma indústria de serviços financeiros e quem não se quer colocar ao serviço dos seus clientes provavelmente está na indústria errada”, sentencia. Na mesma ótica, António Mello-Campello é da opinião de que “o grande valor acrescentado do consultor de investimento não 66 Fundspeople I Maio e junho
está tanto em ajudar um cliente a ganhar dinheiro, mas sim, e acima de tudo, em que este perceba o que têm na realidade em carteira. Não faz sentido dizermos a uma pessoa que ela vai bater os seus objetivos de investimento, se quando existem maiores períodos de volatilidade entram em pânico e destroem todo o trabalho que foi feito nos últimos cinco, 10 ou 15 anos”, acrescenta. Nesta fase, acrescenta Francisco Falcão, até os termos médicos começaram a ser explorados na tentativa de perceber o que se passa. “Acho que todos nós, neste âmbito, temos tentado alcançar mais informação. Diria que durante estas semanas o contacto que já costuma ser próximo, foi ainda mais próximo com os clientes, falando com eles diariamente, ou, pelo menos, semanalmente”, atesta. É quase certo que muita coisa mudará, e vivemos já num novo normal, que para Francisco Carneiro é preocupante. Como conclusão, fica algo que o espantou recentemente, e que, provavelmente, espantará todos os que o leiam agora: “Depois do 11 de setembro o tráfego aéreo demorou seis anos a voltar a ficar igual ao que estava antes”, expressa. Será “o que estava antes” melhor ou pior do que ainda está para vir?
Laura Donzella Responsável de Vendas para a Península Ibérica e América Latina, Nordea AM
As Covered Bonds: uma classe de ativos forte e resiliente Os efeitos do Covid-29 impactaram fortemente os mercados financeiros. Neste contexto, as Covered Bonds foram uma classe de ativos que demonstrou uma maior força e que pode ser uma das alocações mais seguras no universo de investimentos. Esta classe de ativos não teve um único incumprimento nos seus 200 anos de história, nenhuma outra classe demonstrou um histórico de segurança deste calibre. Isto traduz-se numa volatilidade reduzida, com spreads que mostraram uma resistência ainda maior comparativamente à dos seus títulos homólogos de dívida pública. As Covered Bonds estiveram à altura das expectativas dos investidores e demonstraram ser uma alocação defensiva de elevada qualidade. Não obstante, tendo em conta os reduzidos níveis da ainda latente volatilidade, devido às atuais condições de mercado, a geração de alfa tornou-se ainda mais importante para os investidores com escassa tolerância ao risco. A Nordea Asset Management conta com uma vasta experiência em matéria de Covered Bonds, já que gere ativos no valor de 40.000 milhões de euros neste segmento. A sua equipa de investimento especializado neste universo conta com uma média de 19 anos de experiência e uma contrastada trajetória no momento de gerar alfa.
DEIXE PARA TRÁS AS DÚVIDAS, NÃO OS SEUS OBJETIVOS A incerteza do mercado não deve desviá-lo dos seus objetivos financeiros. Os fundos da Janus Henderson podem oferecer soluções para ajudá-lo a ultrapassar o ambiente de incerteza que se vive atualmente: JANUS HENDERSON HORIZON GLOBAL SUSTAINABLE EQUITY FUND A2 ACC EUR - LU1984711512
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Para fins promocionais. Apenas para investidores profissionais. O valor de um investimento e o rendimento do investimento podem aumentar ou diminuir e o investidor poderá não recuperar o montante do investimento original. Nada na presente publicidade deve ser interpretado como aconselhamento. Não é uma recomendação de venda ou compra de qualquer investimento. Leia todos os documentos relativos ao fundo antes de investir. A Janus Henderson Capital Funds Plc é um OICVM constituído ao abrigo da Lei irlandesa, com responsabilidade separada entre fundos. Avisa-se os investidores que só devem efetuar o seu investimento com base no Prospeto mais recente. Emitido na Europa pela Janus Henderson Investors. Janus Henderson Investors é o nome sob o qual são disponibilizados os serviços e produtos de investimento pela Janus Capital International Limited (n.º reg. 3594615), Henderson Global Investors Limited (n.º reg. 906355), Henderson Investment Funds Limited (n.º reg. 2678531), AlphaGen Capital Limited (n.º reg. 962757), Henderson Equity Partners Limited (n.º reg. 2606646) (cada uma delas registada na Inglaterra e no País de Gales, com domicílio em Bishopsgate, London EC2M 3AE, Inglaterra, e reguladas pela Financial Conduct Authority) e pela Henderson Management S.A. (n.º reg. B22848, com domicílio em 2 Rue de Bitbourg, L-1273, Luxemburgo, e regulada pela Commission de Surveillance du Secteur Financier). Janus Henderson, Janus, Henderson, Perkins, Intech, Alphagen, VelocityShares, Knowledge. Shared e Knowledge Labs são marcas comerciais da Janus Henderson Group plc ou de uma das suas subsidiárias. © Janus Henderson Group plc. CCAT_1307/0420
Tendências I+D
por Gonçalo Sommer Ribeiro, CFA
Pode a economia comportamental resolver o problema da
poupança? O ramo que cruza economia e finanças com a psicologia humana tem ganho popularidade desde o início do século, apresentando soluções alternativas para resolver problemas crónicos.
68 Fundspeople I Maio e junho
A
tualmente, os estudos económicos/financeiros com componentes comportamentais têm crescido significativamente como consequência dos seus bons resultados práticos. A prova desse sucesso e da importância destes avanços no conhecimento da área da Economia e da das Finanças é reconhecida através da atribuição de dois prémios Nobel neste século. A economia comportamental nasce da interseção entre a ciência económica e a psicologia humana, em especial os comportamentos dos seres humanos quando confrontados com certas escolhas e os seus respetivos resultados. Podemos então considerar que dentro do campo da Economia e das Finanças, há um subcampo que adiciona aos seus modelos clássicos a parte da ação/ reação humana de forma a acomodar a natureza imperfeita de cada um de nós.
Tanto nos modelos económicos clássicos (teoria clássica do crescimento, modelo AK) como na teoria Financeira clássica (teoria de Markowitz e a fronteira eficiente, modelo CAPM) têm por base um pressuposto no mínimo discutível: o homo economicus. Este ser completamente racional tem a capacidade de usar todo o conhecimento existente até à data da tomada de decisão, não tem limites de capacidade computacional, não é afetado pelas emoções e por fim escolhe sempre o que é mais correto e eficiente. Revê-se? Pois, eu também não. Assim sendo este “novo” ramo (quem trouxe a questão emocional pela primeira vez foi o primeiro economista clássico, Adam Smith, no seu livro a “Teoria dos sentimentos morais”) vem propor uma nova perspetiva em que a base de toda a teoria assenta no pressuposto que os humanos são im-
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taxa de poupança das famíliaS portuguesas
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Proporção - % Fonte: Pordata
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perfeitos, tomam decisões enviesadas e não ótimas e deixam-se influenciar pelos seus sentimentos.
Enviesamentos
Neste novo contexto todos nós sofremos de alguns enviesamentos que foram provados através de várias experiências efetuadas com humanos. Na teoria comportamental, o ser hu-
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mano sofre de vários enviesamentos, de entre os quais: • Aversão às perdas (teoria que valeu o prémio Nobel a Daniel Kahneman em 2002) – para o mesmo valor de ganho ou perda económica, sentimos muito mais dor em relação às perdas do que damos valor aos ganhos da mesma dimensão,
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criando uma distorção na tomada de decisão quando confrontado com ganhos ou perdas. • “Ancoramento” de expectativas – quando ancoramos uma decisão económica a um número só porque foi o primeiro a ser mencionado (a negociação do valor do imobiliário é um bom exemplo); Maio e junho I Fundspeople 69
Tendências I+D
taxa de poupança das famílias e isflsf (soma acumulada de 4 trimestres) tx. var. do consumo final (escala à esquerda) taxa de poupança (escala à direita)
tx. var. do rendimento disponível (escala à esquerda)
10,0%
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2018
Fonte: INE
• Enviesamento do controlo próprio – em que, quando confrontados com duas opções, uma mais benéfica que a outra, e sabendo disso, podemos escolher a que não é ótima. Talvez o maior exemplo deste erro cognitivo é a nossa relação com a poupança: sabemos que podemos usar o nosso rendimento para consumo (benéfico no curto-prazo) ou para poupança/investimento (benéfico para o longo-prazo) mas como não sentimos agora as consequências/repercussões de não ter uma reforma ou 70 Fundspeople I Maio e junho
bons investimentos no futuro, temos a tendência de ser mais consumistas do que devíamos – até porque liberta uma sensação de bem estar no imediato.
Um empurrão
Uma das possíveis soluções para o problema do deficit crónico de poupança/investimento veio inspirada no livro que deu o prémio Nobel a Richard Thaler em 2017, e que teve como coautor Cass Sunstein: “Nudge, um pequeno empurrão. Como decidir
melhor em questões de saúde, riqueza e felicidade”. Afinal o que é um Nudge? É um mecanismo que faz ser fácil tomarmos boas decisões, sem nos forçar ou impedir de tomá-las. Neste livro, e com base no anterior estudo académico destes autores: “A Behavioral Approach to Law and Economics”, é aquiescido que os humanos têm três grandes limitações cognitivas no seu processo de decisão: 1º não são perfeitamente racionais, 2º a sua força de vontade tem limites e 3º nem sempre agem no seu
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a opinião de Sasha Evers Diretor geral para Portugal, Espanha e América Latina, BNY Mellon IM
um simples Nudge pode levar a tomar a melhor decisão financeira, mesmo sendo nós sujeitos a enviesamentos como o do controlo próprio interesse próprio. Como consequência precisam de um pequeno empurrão para tomarem as decisões certas, sem que sejam ditos o que fazer. O sucesso do livro foi de tamanha ordem que o coautor Cass Sunstein acabou a trabalhar na Casa Branca com a administração do Presidente Barak Obama e o Reino Unido criou um gabinete chamado Behavioural Insights Team – mais conhecida pela unidade Nudge, liderada por David Halpern. Um dos primeiros Nudge que implementaram é um bom exemplo da simplicidade e eficácia de como aplicar este conceito. De forma incentivar os cidadãos a pagarem os impostos a tempo, decidiram adicionar apenas uma linha ao texto que é enviado pelas Finanças: “A maioria das pessoas paga os impostos a tempo, você é uma das poucas pessoas a quem ainda falta fazê-lo”. Só esta frase fez os pagamentos de impostos aumentarem 15%. Mas talvez o Nudge que teve mais sucesso foi precisamente aquele que responde à necessidade de aumentar a poupança/investimento em detrimento do consumo. No Reino Unido as pessoas podiam optar, ou não, por contribuir com parte do seu salário para o seu fundo de pensões, de forma a contribuir para a sua poupança-reforma conjuntamente com a sua entidade empregadora, que já contribui com uma percentagem do salário automaticamente. Este sistema levava a que poucos decidissem contribuir com uma percentagem do seu salário no final de mês para o fundo de poupança. Dessa forma o Governo al-
terou as regras de subscrição dos fundos de pensões e agora todos os trabalhadores estão automaticamente a descontar do seu salário para os fundos de pensões, exceto se disserem que não querem. Este Nudge levou a que seja 37% mais provável os trabalhadores participarem num sistema de fundos de pensões no seu trabalho. E levou a que 88% das pessoas que trabalham atualmente no sector privado façam parte dos fundos de pensões existentes no seu trabalho. A maior incidência deste aumento é principalmente em trabalhadores na casa dos 20 anos, com salários baixos e aqueles que se juntaram a uma nova empresa recentemente, ou seja, precisamente aqueles que mais precisam de poupar. É estimado que as contribuições para os fundos de pensões por trabalhadores do sector privado seja de £2,5 mil milhões por ano (estimativa de abril 2015), com a expectativa que este número venha a aumentar significativamente. Com base nestes números é possível compreender que um simples Nudge nos pode levar a tomar a melhor decisão financeira, mesmo sendo nós sujeitos a enviesamentos como o do controlo-próprio. Em Portugal a taxa de poupança das famílias está (é) muito baixa, perto do 5%, o que é claramente sub-ótimo tanto para o aforrador como para as empresas que precisam destas poupanças para obterem financiamento para suas atividades económicas. Está na altura de replicarmos este Nudge de forma a aumentarmos a poupança nacional?
As três coisas a ter em conta perante as fortes contrações do PIB global 1. É provável que a maioria das economias sofram uma contração do PIB de cerca de 15%, entre os seus níveis máximos e mínimos. 2. As respostas em política fiscal e monetária serão fundamentais, mas o encerramento de empresas pode limitar o seu impacto. Acreditamos que os responsáveis pela formulação de políticas têm adotado medidas importantes para reduzir em grande medida os danos secundários do vírus, em particular para os sectores empresariais de consumo e investimento. No entanto, é possível que as pequenas e médias empresas necessitem de mais ajuda do que aquela que foi anunciada até agora. A promessa de um apoio político contínuo, em caso de ser necessário, dará aos investidores a possibilidade de examinar melhor a volatilidade a curto prazo. 3. Vigiar de perto o desemprego, as limitações da cadeia de fornecimento e as mudanças de comportamento para procurar pistas sobre a força do aumento potencial: O impacto psicológico desta situação a longo prazo também tem de se ter em conta. Quererão as empresas e as pessoas manter menos alavancagem ou mais liquidez, o que poderá aumentar a taxa de poupança, reduzir o consumo ou adiar o investimento? Maio e junho I Fundspeople 71
Tendências FUNDS SERVICES por Joel Silva
Bancos depositários
o lado menos visível da gestão de ativos
Entidades gestoras, investidores e depositários são o tripé base da indústria de gestão de ativos. A FundsPeople apresenta-lhe as entidades bancárias responsáveis pela custódia dos fundos mobiliários portugueses.
E
xistem incontáveis referências a conjuntos de três nas artes, ciências, história e cultura popular: três cores primárias, três lado de um triângulo, as três grandes pirâmides do Egipto, as três leis de Newton… Por todas as disciplinas o número três é um sinal de completude e denota um certo equilíbrio e harmonia. Contudo, a tríplice da indústria da gestão de ativos passa muitas vezes despercebida: se por um lado os investidores e as entidades gestoras são o habitual ponto de interesse, o mesmo não acontece com os bancos depositários, que são a terceira perna do tripé sob o qual as-
72 Fundspeople I Maio e junho
senta, genericamente, a atividade da gestão de ativos. E uma perna importantíssima por sinal, pois entre as suas competências e funções encontra-se a de operar pedidos de subscrição e de resgate das unidades de participação, assim como garantir o cumprimento do regulamento de gestão do fundo e ser responsável pela custódia dos ativos sob gestão. Neste artigo vamos dar-lhe a conhecer os bancos depositários que operam junto das entidades gestoras nacionais e são “as caixas fortes” do dinheiro dos seus produtos, baseandonos nos dados de fundos mobiliários e entidades disponíveis na Morningstar Direct no final de março. A atividade
bANCO DEPOSITÁRIO DE CADA gESTORA Banco Depositário
Entidades que costudiam
Caixa Gestão de Ativos Caixa Geral de Depósitos
Optimize Investment Partners Sixty Degrees
Banco BPI
3.669.460.406 € 125.450.745 € 4.812.643 €
BPI Gestão de Activos
Banco Santander Totta
Ativos sob Custódia
Popular Gestão de Activos Santander Asset Management
2.433.388.398 € 77.070.991 € 2.098.992.497 €
Banco Comercial Português
IM Gestão Activos
Novo Banco
GNB Gestão de Ativos
503.616.402 €
Caixa Central de Crédito Agrícola
IM Gestão de Ativos
298.582.696 €
1.955.557.874 €
Caixa Económica Montepio Geral
Montepio Gestão de Activos
156.675.384 €
Bankinter
Bankinter Gestão de Ativos
135.560.580 €
Banco Invest Banco BIC Português
Invest Gestão de Activos
81.863.073 €
Dunas Capital
37.636.366 €
IM Gestão de Ativos
Total
13.516.536 € 11.592.184.591 €
Número de fundos por Banco depositário Banco Depositário
Número de Fundos
Ativos sob Custódia
Caixa Geral de Depósitos
34
3.799.723.794 €
Banco Santander Totta
25
2.176.063.488 €
Banco BPI
23
2.433.388.398 €
Banco Comercial Portugues
21
1.955.557.874 €
Caixa Económica Montepio Geral
17
156.675.384 €
Novo Banco
13
503.616.402 €
Banco BIC Português
8
51.152.902 €
Bankinter - Sucursal em Portugal
5
135.560.580 €
Caixa Central de Crédito Agrícola
3
298.582.696 €
Banco Invest
2
81.863.073 €
151
11.592.184.591 €
Total
É um mercado muito concentrado. 90% dos ativos sob custódia estão à guarda de quatro bancos depositários.
Fonte: Morningstar Direct, final de março.
destas instituições no mercado nacional é bastante concentrada, existindo 10 entidades bancárias a desempenhar estas funções que somam entre si a custódia de mais de 11,5 mil milhões de euros de ativos. Contudo, 90% deste montante está à guarda de apenas quatro bancos depositários, que têm a seu cargo os ativos de seis entidades gestoras. A encabeçar a lista apresenta-se destacadíssima a Caixa Geral de Depósitos que opera como banco depositário da Caixa Gestão de Ativos, da Optimize Investment Partners e da Sixty Degrees, e soma 3,7 mil milhões de euros de ativos sob custódia, dos quais 97% pertencem a fundos da entidade ges-
tora do grupo CGD. Segue-se o Banco BPI que, sem surpresa, é o depositário dos 2,4 mil milhões de euros de ativos sob gestão da BPI Gestão de Activos, e bem próximo encontra-se o Banco Santander Totta, responsável pelos 2,1 mil milhões de euros da Santander Asset Management e Popular Gestão de Activos. O Banco Comercial Português fecha o top 4, com 1,9 milhões de euros de ativos sob custódia, e desempenhando funções de depositário da maior parte dos fundos mobiliários da IM Gestão Activos. De notar, contudo, que a IMGA não conta apenas com os serviços desta entidade bancária no que toca à cusMaio e junho I Fundspeople 73
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Tendências FUNDS SERVICES
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a opinião de Ariel Bezalel Responsável de estratégia em Fixed Income, Jupiter AM
Comissão média de depositário (média simples) Entidade Gestora
Banco Depositário
Comissão de Depositário (média)
Bankinter Gestão de Ativos
Bankinter
BPI Gestão de Activos
Banco BPI
0,10%
Caixa Gestão de Ativos
Caixa Geral de Depósitos
0,09%
0,08%
Dunas Capital
Banco BIC Português
GNB Gestão de Ativos
Novo Banco
IM Gestão Activos
0,17% 0,03%
Banco BIC Português
0,04%
Banco Comercial Português
0,03%
Caixa Central de Crédito Agrícola
0,04%
Invest Gestão de Activos
Banco Invest
0,50%
Montepio Gestão de Activos
Caixa Económica Montepio Geral
0,03%
Optimize Investment Partners
Caixa Geral de Depósitos
0,07%
Popular Gestão de Activos
Banco Santander Totta
0,25%
Santander Asset Management
Banco Santander Totta
0,02%
Sixty Degrees
Caixa Geral de Depósitos
0,15%
Comissão de Depósito Média Comissão de Depósito Média ponderada pelos Ativos sob Gestão
0,11% 0,07%
Fonte: Morningstar Direct, final de março.
tódia dos ativos dos seus fundos. De facto, esta entidade gestora é aquela que dispõe do serviço de depositário proveniente do maior número de bancos no universo nacional, juntando-se ao banco BCP o Banco BIC Português e Caixa Central de Crédito Agrícola. Esta variedade pode ficar a dever-se ao facto da IMGA gerir fundos mobiliários com marca EuroBIC e outros herdados da marca Crédito Agrícola aquando da aquisição da gestão dos fundos da entidade gestora deste grupo bancário em 2017, para além dos produtos nativos da casa.
Por número de fundos
Se olharmos para as entidades bancárias que custodiam o maior número de fundos mobiliários vemos sem surpresa surgir no topo da lista dois dos bancos depositários que operam junto de um maior número de casas gestoras: a Caixa Geral de Depósitos, com 34 fundos, e o Banco Santander Totta, com 25. Ainda na casa dos 20 fundos apresenta-se o Banco BPI (23) e o Banco Comercial Português (21), repetin74 Fundspeople I Maio e junho
do-se o mesmo top 4 dos bancos que com valor mais elevado de ativos sob custódia. Por fim, no que diz respeito às comissões de depósito cobradas por cada uma das entidades bancárias aos fundos das casas gestoras, observa-se uma grande variedade, por vezes até mesmo dentro do mesmo banco. A título de exemplo, os fundos da Caixa Gestão de Ativos pagam uma taxa de depósito média de 0,09% à Caixa Geral de Depósitos; já os fundos da Optimize IP cumprem com uma taxa de depósito média de 0,07%. No total do mercado, a taxa de depósito média mais baixa é paga pelos fundos da Santander Asset Management ao Banco Santander Totta (0,02%), enquanto a Invest Gestão de Ativos acarreta a taxa mais alta de 0,5%, atribuída à entidade bancária do grupo, o Banco Invest. No conjunto das entidades gestoras de fundos mobiliários nacionais, a comissão de depositário média cobrada situa-se nos 0,11%; já se ponderarmos a mesma comissão ponderada pelos ativos sob gestão o valor fica pelos 0,07%.
Defensivos em crédito. Porquê? Embora a massiva resposta fiscal e monetária tenha estabilizado os mercados financeiros, é difícil estas medidas terem impacto imediato, enquanto a economia global estiver em confinamento. Vimos em março uma primeira fase, a de liquidação, quando os investidores se apressaram a desfazer-se até dos ativos mais líquidos no chamado dash for cash. Acreditamos que é sensato esperar uma segunda fase de insolvência no final do ano. É nesta altura que empresas altamente endividadas, como também governos de certos mercados emergentes poderão não conseguir lidar com um nível de crescimento económico mais baixo. Para sustentar elevados níveis de dívida, é preciso crescimento e cashflow – ambos provavelmente estarão em falta num futuro próximo. Uma análise de crédito minuciosa é vital nesse tipo de ambiente. O “jogo da corda” entre estímulos agressivos por um lado, e fundamentais a deteriorarem-se por outro, provavelmente continuará por algum tempo. Este será um mercado de selecionadores de crédito, com oportunidades significativas para adicionar alfa, evitando downgrades e defaults, enquanto iremos procurar upside em empresas bem posicionadas para enfrentar a turbulência económica. Iremos aproveitar momentos de risk-off, para de forma seletiva adicionar nomes de qualidade a preços atrativos.
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ENTREVISTAS GURU
por Regina R. Webb
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Nos seus 20 anos de vida, o Robeco Global Consumer Trends adaptou-se consistentemente à transformação das tendências de consumo global da sociedade. Mas agora que o mundo se encontra paralisado num limbo, perante a expansão do COVID-19, podemos estar num ponto de inflexão. “As pessoas gravitaram agora no sentido do digital, mas nunca antes tinha ficado tão evidente o valor do mundo offline”, reflete Jack Neele, cogestor e responsável pela estratégia.
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cogestor e responsável de estratégia do Robeco Global Consumer Trends Maio e junho I Fundspeople 77
ENTREVISTAS GURU
DIVERSIFICAR COm TENDêNCIAS ESTRUturais
O fundo gravita sobre um objetivo principal, o de capturar as tendências seculares no consumo global. A carteira atualmente reflete três apostas: a digitalização, o aumento do consumo em mercados emergentes, e a força da marca ou a lealdade do consumidor.
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á uma certa ironia em falar do consumo global numa altura em que grandes segmentos deste consumo estão paralisados. Com mais de meio mundo com restrições de atividade, como será a vida depois de um regresso à normalidade? É a discussão que por estes dias tem ocupado o tempo da equipa de gestão do Robeco Global Consumer Trends. Nos mais de 20 anos de vida do fundo, é complicado eleger um período mais complexo para os gestores. Este fundo, com Selo FundsPeople 2020 pela sua tripla classificação de Favorito dos Analistas, Blockbuster e Consistente, resiste às quedas do ano. À data de 30 abril, ganhava 1,2% face aos -10,8% que corrigia a média da sua categoria, a de ações de consumo. Uma consequência lógica da sua relevante exposição ao sector tecnológico. “Vimos zonas da carteira imunes ao confinamento. Algumas até que beneficiaram”, reconhece Jack Neele, co-gestor e responsável pela estratégia desde 2007. “No final, as pessoas que estão confinadas nas suas casas a que se dedicaram?”. Pensar no consumidor depois da expansão do COVID-19 é muito mais que apostar em tecnológicas. É perguntar-se que áreas vão beneficiar da paralisia, mas também assumir que outras vão mudar para sempre. “Sim, as pessoas gravitaram para o digital, mas nunca antes tinha ficado tão evidente o valor do mundo offline; de ir livremente ao supermercado ou passar tempo com a família e amigos no exterior. Quiçá no longo prazo haja menos coisas que queremos fazer pela internet”, reflete. Estamos num olho de furacão de mudanças de hábitos de consumo. São mais as perguntas que as respostas sobre como será o futuro. “Veremos uma tendência para a nacionalização dos serviços de saúde? Quererá um turista voltar a ver-se por um longo período fechado num cruzeiro?”, pergunta Neele. Os bons resultados face ao índice e a rentabilidade ajustada ao risco conseguida no longo prazo têm 78 Fundspeople I Maio e junho
uma mesma explicação. Face a outros fundos temáticos ou sectoriais, o Robeco Global Consumer Trends bebe de múltiplas tendências estruturais em oito sectores da economia global. “Isto permite-nos navegar ao longo de um ciclo económico completo. Tendemos a evitar os anos negativos, mas ao mesmo tempo participamos nos anos positivos”, afirma Neele. Para o gestor, que faz parte da equipa de Tendências da Robeco, a chave para sobreviver ao ruído não é tanto eleger os vencedores como evitar os perdedores. O fundo gravita sobre um objetivo principal: capturar as tendência seculares no consumo global. Na prática, encontramos uma estratégia diversificada, mas com uma inclinação para a qualidade dos negócios. A carteira reflete atualmente três apostas: a digitalização, o aumento do consumo em mercados emergentes e a robustez da marca ou a lealdade do consumidor. “Os bons resultados do fundo devem-se à combinação destes três pilares”, afirma o gestor.
Três tendências atuais
O fundo está sempre posicionado com uma prudência oportunista. O primeiro pilar, o da digitalização, demonstrou ser quase independente do ciclo económico. Mesmo durante a atual crise, a população está a consumir produtos digitais em todas as suas facetas (videojogos, comércio eletrónico, etc.). “Tal como se viu durante a crise de 2008 e 2009”, recorda. Esse pilar pesa entre 30% e 35% da carteira, face aos 20% a 25% que pode pesar o segundo, ou seja, a exposição à temática do crescimento do consumo em países emergentes. Esta temática está relacionada com o auge da classe média nestes países, que tendem a estar menos representados, tanto pela sua maior sensibilidade ao ciclo como pela menor informação e visibilidade das empresas. A equipa de gestão, que fica completa com Richard Speetjens, como co-gestor, pode variar a exposição cíclica à qual quer estar exposta mediante estes dois pilares. O coração da carteira é
“as marcas dão forma às decisões das pessoas, e uma vez escolhidas é difícil mudar de opinião. o consumidor costuma repetir as suas compras”
composto pelo terceiro pilar, o das marcas fortes. Segundo explica Neele, a aposta em marcas fortes é a verdadeira parte defensiva da carteira; uma ferramenta sempre presente que ajuda a proteger nas quedas ou quando o crescimento mundial abranda. É certo que uma recessão irá afetar sectores como o de luxo, mas uma marca forte não opera somente na parte elevada da cadeia de valor. Como explica Neele, há marcas com poder de fixação de preços, outras percebidas pelo público consumidor como um luxo, mas outras que são muito fortes na parte baixa da cadeia de valor. A lealdade do consumidor pode-se encontrar em aspetos tão quotidianos como uma marca de pasta de dentes favorita. “As marcas dão forma às decisões das pessoas, e uma vez que decidiram, é difícil mudar a sua opinião. O consumidor costuma repetir as suas compras”, assegura o gestor. Maio e junho I Fundspeople 79
ENTREVISTAS GESTOR Português por Catarina Vinagre
Da Física ao Sporting
Miguel Taledo de Sousa
Diretor de Investimentos, Bankinter Gestão de Ativos Portugal
Disciplina e know how Uma filosofia de investimento disciplinada e o know-how da equipa são os fatores diferenciadores da gama de fundos mobiliários PPR da Bankinter GA pela qual Miguel Taledo de Sousa dá a cara.
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inco veículos de investimento, três fundos perfilados: assim é composta a gama de fundos mobiliários PPR da Bankinter Gestão de Ativos em Portugal. Miguel Taledo de Sousa, gestor ao leme desta gama, divide-a em duas categorias distintas: fundos de obrigações e fundos multiativos. “Ambas se enquadram numa filosofia de investimento disciplinada, que beneficia do know-how da equipa e de vários processos técnicos da gestora”, começa por contar. No que concerne os fundos puros de obrigações, o diretor de Investimentos da Bankinter Gestão de Ativos revela que tentam captar as melhores oportunidades nesse espaço “fugindo um pouco dos ratings mais elevados, em virtude dos seus retornos potenciais negativos, e investindo na zona intermédia do espaço investment grade”. O gestor define esta filosofia “como equilibrada e, no entanto, oportunista e de duração reduzida”, já que não ultrapassam os três anos de duration. Miguel Taledo de Sousa conta que “o processo de investimento inerente aos fundos de obrigações remete o PPR Rendimento para uma utilização predominantemente do formato indexado à Euribor”, enquanto que no caso do PPR Obrigações essa utilização é “mais do formato de cupão fixo, sendo utilizada em ambos os fundos uma construção de carteira de médio prazo que partilha a mesma análise e seleção dos emitentes”. Para os PPR multiativos, com exposição ao mercado acionista o processo é idêntico, com mais uma nuance. Acrescenta-se, diz, “a componente de ações de acordo com o peso-objetivo de cada fundo, bem como o posicionamento geográfico, sectorial e cambial”, menciona.
Posicionamento atual
O gestor apelida o posicionamento atual de todos os produtos de “transversal e proporcional a cada fundo”. Do lado das 80 Fundspeople I Maio e junho
Com gostos ecléticos, Miguel Taledo de Sousa tem como hobbies e interesses: cozinhar, carros antigos, fotografia, expedições de todo terreno, Física, Geopolítica, Astronomia, Politica, Costa Alentejana, Alpes, viajar de carro e o Sporting CP.
obrigações, há uma subponderação em dívida pública e em duration. Nas ações, por sua vez, estão subponderados em relação ao benchmark, mas sobreponderados em EUA e Reino Unido, e com menos exposição relativa à Europa e mercados emergentes.“Este posicionamento reflete a nossa visão atual do mundo, em que economicamente os EUA lideram; a Europa não convence do ponto de vista político e económico, apesar de ter boas empresas; e o Reino Unido beneficia de estabilidade política e da ambição de recuperar do processo de saída da UE”, explica o profissional.
Seleção e alocação
Nas palavras de Miguel Taledo de Sousa, a seleção quer de títulos individuais, quer de fundos de terceiros “decorre da avaliação de um universo significativo de ativos elegíveis” através da análise de indicadores quantitativos e qualitativos. Esta análise, consequentemente, reduz “o universo original a uma short list, com um scoring final, que a equipa de gestão pode utilizar de acordo com as especificidades de cada produto e cliente”. O diretor de Investimentos da Bankinter Gestão de Ativos refere ainda que utilizam fundos de terceiros sempre que, “do ponto de vista da gestão se justifica” para investir em zonas do globo onde não têm um conhecimento profundo dos mercados ou das empresas locais como na Ásia, ou em produtos cuja política de investimento só permite a utilização de fundos de terceiros. Relativamente à alocação, esta varia essencialmente em função da visão macroeconómica da equipa. “Mais positiva implica maior risco, menos positiva o inverso”, explica. Para Miguel Taledo de Sousa também é de extrema importância a gestão da alocação a diferentes tipos de instrumentos no mundo das obrigações, nomeadamente “a decisão de ter ou não, exposição aos vários níveis da estrutura de capital de cada emitente”.
O fator coronavírus
Sobre de que forma o fator coronavírus influenciou a gestão da carteira, Miguel Taledo de Sousa conta que aumentaram a liquidez para 10%, e reduziram a exposição a instrumentos de dívida mais subordinada e a nomes com beta mais elevado. “Nos PPR com exposição acionista mantivemos níveis elevados de exposição a ETF que nos permitem alterar significativamente a exposição a ações em segundos, caso tenhamos de tomar alguma decisão significativa em termos de dimensão e urgência”, finaliza.
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ENTREVISTAS GURU por Ana Palomares
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George Saffaye é uma rara avis do mercado, já que se mostra tranquilo quando é questionado sobre os efeitos que a longo prazo pode ter o coronavírus ou a guerra comercial, os dois grandes desafios que têm enfrentado os investidores nos últimos tempos. Para o gestor, mesmo nestes tempos de elevada volatilidade nos mercados, faz sentido ter uma estratégia em carteira como a que apresenta nesta entrevista. A estratégia em questão é a que aplica o fundo BNY Mobility Innovation Fund, que no próximo mês de agosto cumpre os seus primeiros dois anos. TNE
Estratega Global de Investimentos, Mellon Maio e junho I Fundspeople 83
ENTREVISTAS GURU carteira concentrada e variada
O BNY Mellon Mobility Innovation Fund parte de um universo de investimento de 250 empresas, das quais seleciona apenas 50
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aposta pelo investimento em todo o tipo de empresas que tenham parte do seu negócio enfocado numa sociedade cuja mobilidade não deixa de estar em constante transformação, tem dado à gestora um bom resultado em termos de rentabilidade desde o lançamento do fundo em agosto de 2018. E o objetivo da estratégia, que já gere 1.700 milhões de dólares a nível global, não é outro se não obter uma revalorização do capital investindo em empresas expostas ao desenvolvimento, adoção e integração de tecnologias associadas à nova era de mobilidade que se abre numa sociedade cada vez mais tecnológica. “O importante é que, ao contrário do que acontecia há 20 anos, agora a tecnologia não é um hype mas sim uma realidade”, afirma Saffaye. O especialista, que leva 20 dos seus 30 anos de carreira na gestão de ativos na Mellon, é uma das caras visíveis desta estratégia, mas há mais, muitos mais nomes, por detrás da seleção das poucas empresas que a compõem. “A equipa é formada por um total de 40 especialistas de investimento que contam com uma experiência média de 20 anos aos quais lhes encarregou a tarefa de criar uma carteira que versa sobre a automatização dos veículos. Trata-se de uma carteira muito diversificada, já que vai mais além da própria indústria automóvel: incluem-se critérios como a conectividade impulsionada pelo 5G, a segurança informática, etc.”, afirma Saffaye. Na verdade, entre os sectores onde se investem encontram-se aqueles relacionados de forma direta com a indústria automóvel (componentes de automóveis, bens duradouros para os lares), mas também outras áreas de sectores industriais (construção e engenharia, equipamentos elétricos, conglomerados industriais, maquinaria), de tecnologias de informação (equipamento de comunicações, equipamentos eletrónicos, instrumentos e componentes, internet e software e serviços, semicondutores, tecnologia, armazenamento de hardware e periféricos) e serviços de telecomunicações (serviços de telecomunicações sem fio). Em concreto, o universo de investimento está composto por um total de 250 empresas das diferentes áreas de negócio que têm que ver com as mudanças na mobilidade do transporte. Só integram a carteira ao dia de hoje num total de 53 ações, o que implica que é uma estratégia de alta convicção. A maneira de selecionar este grupo de empresas é algo dife84 Fundspeople I Maio e junho
rente daquela que pode ser aplicada na seleção de qualquer carteira de ações mais tradicional, já que, embora se tenham em conta critérios fundamentais, presta-se muita atenção ao potencial que apresenta uma determinada empresa para lá dos próximos 12 meses, e como será capaz de monetizar áreas de negócio que hoje podem não representar uma grande parte dos seus lucros, mas que o representarão no futuro. “Como investimos a cinco ou 10 anos, partimos da base de que nem todo o nosso universo de investimento está inventado, mas olhando para os fundamentais tentamos analisar como obterão as empresas essa monetização de lucros a médio prazo”, afirma.
O amanhã em vez de o hoje
Na verdade, ao contrário do que acontece com outro tipo de temáticas de investimento, este fundo não marca uma percentagem mínima de receitas que deve ter uma empresa procedentes da temática da mobilidade, mas tenta antecipar sim quanto representará essa temática nas suas receitas no futuro. “Se olhássemos no curto prazo não teria sentido, já que implicaria que o mercado já o estaria a ter em conta e, portanto, estaria a refletir isso no preço”, explica Saffaye, ao mesmo tempo que recorda que esta é uma estratégia de buy and hold. Contudo, isso não quer dizer que não tenham em conta a situação no mercado de empresas no momento atual, mas sim que são menos sensíveis aos movimentos que estas experimentam a curto prazo. “Somos menos sensíveis a rácios como o PER, já que é uma medida um tanto enganosa tendo em conta que se baseia nos lucros de curto prazo. O que tentamos é olhar para as receitas exponenciais destas empresas, monitorizar esses lucros, e só no final nos fixamos no preço. Necessitamos de conhecer as empresas antes de deixá-las de fora só pelo preço”, afirma. Também analisam os efeitos que os distintos eventos económicos podem ter nas margens das empresas que compõem o seu universo de investimento. “Analisamos se é um risco de curto ou de longo prazo, e se é de longo prazo podemos colocar a empresa em quarentena; agora não vemos mais risco do que há uns meses”, afirma. Esta visão é o que permite manter-se um tanto à margem dos eventos de curto prazo que se estão a ver no mercado, desde o coronavírus à previsível guerra tecnológica que podem manter os EUA e a China como consequência do desenvol-
A tecnologia não é um hype, mas sim uma realidade, ao contrário do que acontecia há 20 anos vimento de 5G. “Não sabemos qual será o passo seguinte na guerra comercial, mas se derivar numa guerra tecnológica o importante será a confiança. Há que ter em conta que o 5G é mais uma revolução do que uma transformação, já que para além de impulsionar a rapidez das conexões, impulsionará também a conectividade de todo o tipo de sistemas e serviços”. Cita vários exemplos para o explicar, desde a capacidade de automatizar os veículos dotando-os de uma maior
segurança, até à implementação de cada vez mais wearables, objetos de uso diário que temos sempre postos, aos quais se incorporou um microprocessador, que permite melhorar a conexão dos seres humanos com, por exemplo, os serviços de urgências dos hospitais de maneira cada vez mais rápida e reduzindo as margens de erro. “Há muitos investidores que ainda são céticos relativamente a estas ideias; tudo ok porque os investidores devem ser céticos, mas há que ter cuidado já que a tecnologia é o que vai transformar o mundo”. No entanto, Saffaye reconhece um risco que pode afetar a carteira da estratégia e que é indiretamente consequência da crise de mercado que se está a ver nos últimos meses: a possibilidade de que cada vez mais empresas fiquem nas mãos do capital de risco. “Ainda há muitas empresas que oferecem potencial no mercado público, mas vemos sim um risco que muitas empresas inovadoras fiquem em capital de risco. Calculamos que agora há mais de 3.000”. Maio e junho I Fundspeople 85
ENTREVISTAS DISTRIBUIDOR
por Miguel Rêgo, CFA
Trend stay at home O investimento temático é uma das abordagens de construção de carteiras da entidade. Recentemente lançaram a carteira “Trend Stay at Home”, que procura beneficiar da mudança de hábitos que vivemos.
Raúl Póvoa
Responsável pela distribuição e seleção de fundos, Banco Invest
“O Banco Invest não procura ser um hipermercado de fundos, mas sim disponibilizar os melhores fundos para cada classe de ativos” Assim define Raúl Póvoa o segmento de distribuição de fundos estrangeiros do Banco Invest. O conjunto de fundos disponibilizado é tão vasto e diversificado que chegaram a um ponto no tempo em que “a incorporação de novos fundos só é realizada se as estratégias adicionarem valor à oferta”.
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aúl Póvoa esclarece que o processo de seleção de fundos desenvolve-se em três etapas. Na primeira fase é “determinada a alocação de ativos recomendada para as carteiras dos clientes, baseada na evolução dos mercados financeiros e na análise da conjuntura macroeconómica”. Na segunda fase, para cada classe de ativos, a entidade recorre à análise quantitativa para filtrar os fundos, “ordenando-os de acordo com vários indicadores de desempenho ponderado pelo nível de risco, performance face ao respetivo benchmark e fundos comparáveis”. Finalmente, “os fundos que resultam deste screening são mantidos ou não, através de outros critérios, tais como, os ativos sob gestão, longevidade do track-record, dimensão da respetiva sociedade gestora, qualidade do serviço e da informação prestada, a credibilidade e a confiança na equipa de gestão dos fundos, entre outros”, configurando o passo de análise qualitativa no processo do Banco Invest. Os fundos que se destacam passam a integrar “o universo de fundos potencialmente a investir”, que Raúl Póvoa e a sua equipa acompanham regularmente. Executada a seleção, a equipa constitui também um conjunto de carteiras e fundos recomendadas aos seus clientes. Aqui, e como esclarece Raúl Póvoa, são combinadas duas principais abordagens, complementares entre si. “A primeira, mais estrutural, assenta nos princípios da alocação de ativos e da diversificação do investimento a médio-longo prazo. Nesta componente são utilizados fundos multi-ativos como um instrumento estrutural e core no centro das carteiras de investimento dos clientes. Estas posições devem ser de médio-longo prazo, garantindo, assim, a exposição à evolução da economia mundial e aos principais mercados financeiros e classes de ativos”.
Investimento temático
A segunda abordagem, segundo o profissional, consiste no investimento temático. Aqui constroem carteiras de fundos em torno de uma determinada tendência ou 86 Fundspeople I Maio e junho
tema, de curto ou médio-longo prazo. “A estas carteiras chamamos Invest Trends e, presentemente, disponibilizamos cerca de 30 Trends online. Estas carteiras são utilizadas em complemento à alocação estratégica nos fundos multi-ativos, numa ótica mais tática visando beneficiar de uma determinada tendência da atualidade”. Um bom exemplo desta abordagem, lançado recentemente, é destacado por Raúl Póvoa: a “Trend Stay at home”. “Esta carteira, composta por três fundos, procura beneficiar da mudança de hábitos que se tem assistido ultimamente com a pandemia. Na falta de uma vacina para conter o vírus, os países têm tentado limitar a sua propagação, com restrições de viagens, encerramento de escolas e quarentenas de milhões de pessoas, procurando ganhar tempo e diminuir a sobrecarga dos respetivos sistemas de
saúde. Neste contexto de elevada incerteza e volatilidade nos mercados financeiros, as empresas dos sectores da Saúde, Alimentação, e Telecomunicações, deverão registar um comportamento financeiro mais positivo relativamente a outros mais dependentes do consumo discricionário”.
Gestão passiva
O especialista destaca também o papel dos ETF na oferta do banco. “Regra geral, os ETF são utilizados para posições de cariz mais tático e de curto prazo, em torno da alocação estratégica, conforme referido atrás. Na seleção dos ETF utilizados são considerados fatores sobretudo quantitativos, como o total de ativos sob gestão, liquidez média e volume diário de transações, e comissões de gestão”, termina. Maio e junho I Fundspeople 87
ENTREVISTAS GURU por Regina R. Webb
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Quem diria que com uma melhor tecnologia a Betamax perderia a batalha do vídeo para o VHS. Um gestor que não se deixa encandear pelo hype de um novo produto e prefere centrar-se em fatores menos glamorosos do processo, como a distribuição. A dupla formada por Tom Riley e Jeremy Gleeson, no comando do AXA WR Framlington Robotech, aporta mais de uma década de experiência numa temática em constante evolução como é a robótica. TNE
Gestor do fundo AXA WF Framlington RobotEch 88 Fundspeople I Maio e junho
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ENTREVISTAS GURU
“No sector tecnológico se começamos por aplicar um filtro por preço são descartadas muito boas empresas. São empresas caras por uma razão: maior crescimento, maiores margens e maior visibilidade no seu negócio”. 90 Fundspeople I Maio e junho
DiversificaÇÃO NUMA única temática O AXA WF Framlington Robotech apenas investe na temática da robótica, mas nem por isso tem um universo limitado. O fundo constrói a carteira atendendo a quatro grandes áreas com o objetivo de diversificar. O braço industrial tende a ser mais cíclico, mais sensível à economía, enquanto que a saúde é mais defensiva.
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m toda a temática fortemente ligada à inovação, podem demorar anos até que se materialize o potencial de uma ideia revolucionária. Por isso, os gestores do AXA WF Framlington Robotech extremam a cautela. Porque uma e outra vez se viram casos de produtos ou empresas que geram expetativas demasiado boas que depois não se cumprem. Perante isso, o único remédio é a experiência. Jeremy Gleeson e Tom Riley aportam à gestão décadas a investir no segmento da tecnologia global. Gleeson tem há mais de 13 anos na mão um fundo de tecnologia, mas mais de 20 como investidor, marcados por períodos tão complexos como a bolha dotcom. “Nem sempre acertamos, mas o nosso expertise ajuda a evitar as armadilhas”, defende Riley. Dessa década de experiência nasce a sua principal lição ao investir em tecnologia: a relevância da distribuição. Segundo Riley, é crucial entender como se vai comercializar um produto. “É a parte menos glamorosa do processo, mas a mais importante”, assegura. E assim tem sido desde tempos imemoriais. No final dos anos 70 a batalha pelo consumo de vídeo nos lares fazia-se entre o VHS e o Betamax. A segunda era indiscutivelmente um melhor produto tecnológico, mas no final o VHS ganhou. Como? Tudo pela distribuição e a sua capacidade de penetrar nos lares. O fundo investe em quatro grandes áreas. Pensar num fundo de robótica é pensar na tecnologia industrial, e está presente na carteira, sem dúvida. Ao fim ao cabo, é onde nasce a temática, mas o universo é mais amplo. Uma segunda área é a de transporte e a transição do veículo do futuro. Não se trata necessariamente de encontrar o criador do carro autónomo do futuro. “Quiçá nunca cheguemos a ter veículos 100% autónomos”, reconhece o gestor. “O que sim sabemos é que os componentes elétricos cada vez têm mais relevância na fabricação. Um exemplo atual é o sistema de travagem de emergência ou de assistência de carril, que já estão nos carros atuais”, conta. É uma capa adicional de inteligência que a própria regulação está a empurrar. Uma terceira área é a da saúde, um dos nichos mais inovadores na robótica atualmente, na opinião do gestor. Cobre elementos como a cirurgia robótica. “Pode soar futurista, mas
a realidade é que a empresa líder, a Intuitive Surgical, levou a cabo um milhão de procedimentos no ano passado. São operações reais em pacientes reais; muitas vezes com melhores resultados”, assegura. Também é falar de cuidados digitais. Isto é, a confluência com a tecnologia para ajudar à monitorização e gestão dos pacientes. O quarto e último braço da carteira é para Riley um dos mais importantes: os habilitadores de tecnologia. São os sensores, o software, os semicondutores… tudo o que está incrustado nos sistemas de robótica e automatização. “São os elementos que verdadeiramente estão a acelerar o crescimento na indústria”, afirma. A robótica nasceu há meio século como uma ferramenta mais de montagem de veículos, mas graças ao incremento da tecnologia os seus préstimos evoluíram mais além da indústria pesada.
O preço a pagar
Este último ponto é crítico quando se planeou pela primeira vez a construção do AXA World Funds Framlington Robotech. Um dos benefícios de ter esse olhar amplo à temática da robótica é que a combinação de distintas áreas fornece diversificação. O braço industrial tende a ser mais cíclico, mais sensível à economia, enquanto que a saúde é mais defensiva. Por isso, face ao facto de as ações serem um ativo com maior volatilidade, a equipa gestora diria que a sua inclinação é defensiva, com um olhar sempre posto na proteção das quedas. “Somos investidores Growth at a Reasonable Price (GARP: crescimento a um preço razoável, em português), mas com um foco maior no G”, conta Riley. Não é que os gestores não tenham em conta as valorizações, mas sim que lhes parece que são mais relevantes as perspetivas de longo prazo. “No sector tecnológico se primeiro se filtrar por preço descartam-se muito boas empresas”, afirma. Os últimos anos têm sido uma boa mostra disso. No curto prazo algumas tecnológicas podem parecer caras face ao seu lucro atual, mas se se analisam num prazo de dois ou três anos, tendo em conta o potencial futuro de tail winds estruturais ou de grandes vantagens técnicas, “são empresas caras por uma razão: maior crescimento, maiores margens e maior visibilidade no seu negócio”, recorda Riley. Maio e junho I Fundspeople 91
ENTREVISTAS Projeto por Margarida Pinto
Integração A BIZ Capital SGOIC irá não só concentrar os serviços de gestão de fundos, mas também solicitar o passaporte europeu para atuar no Luxemburgo.
Armando Nunes board director e CEO, Grupo BiZ
Soluções concentradas numa só gestora, com o twist da Inteligência Artificial
oferta de fundos de capital de risco da sociedade BIZ Capital SCR, que disponibiliza atualmente duas opções - um fundo de investimento em PMEs ibéricas, e um fundo de investimento em projetos de energia renovável”. Uma particularidade na seleção de títulos que efetuam é o “recurso a algoritmos de Inteligência Artificial e modelos computorizados”. Na parte de ações, “a computorização é quase total, havendo apenas a intervenção humana no momento da decisão final”. Quer seja no asset allocation como um todo, ou no stock picking, “todas as sugestões resultam dos algoritmos de IA desenvolvidos pela equipa de gestão”. Armando Nunes atreve-se mesmo a dizer: “Julgo que do ponto de vista da gestão de ativos, deveremos ser dos poucos no mercado a utilizar modelos baseados essencialmente em computorização e algoritmos de IA”.
O Grupo BYZ nasceu com a etiqueta de corretora, mas temse vindo a reinventar. Às suas três áreas core atuais, juntar-se-á em breve a BIZ Capital SGOIC.
Os resultados desta abordagem que apelida de “diferenciadora” serão visíveis noutra área que nascerá em breve, a dos organismos de investimento coletivo. “Estamos na fase final de autorização junto da CMVM de três fundos abertos a nível nacional: um de ações europeias, um de obrigações europeias, e um PPR europeu. Estamos também a preparar o lançamento no Luxemburgo de um fundo fechado de capital de risco, essencialmente dedicado a grandes investidores institucionais europeus”, conta o CEO. Esta foi uma área projetada há já quatro anos, recorda Armando Nunes, altura em que “decidiram abandonar a atividade de corretagem”, e “concentrar a oferta de soluções de investimento para os seus clientes numa só sociedade gestora de fundos”. Relata que na altura optaram pela solicitação às autoridades de supervisão apenas do alargamento do objeto social da sociedade que já geria Fundos de Capital de Risco – BIZ Capital SCR, autorizações essas que ainda aguardam. O responsável pela entidade – que acredita que as autorizações estão para breve - adianta que “a BIZ Capital SGOIC irá não só concentrar os serviços de gestão de fundos, mas também solicitar o passaporte europeu para atuar no Luxemburgo”. Adicionalmente, adianta também, estão a preparar “o lançamento de um grande fundo de capital de risco, especializado em projetos de energia renovável, apenas para clientes institucionais estrangeiros”.
O
percurso do Grupo BIZ data ao início do século e, portanto, já acumula alguma história para contar. Desse caminho fez parte durante mais de uma década a atividade de corretagem, que, conta agora Armando Nunes, board director e CEO da entidade, acabou por ser descontinuada há cerca de dois anos. O foco do grupo é agora outro, e, atualmente, centram-se em três atividades através de três sociedades diferentes: Gestão de Patrimónios (BIZ Valor), Gestão de Fundos de Capital de Risco (BIZ Capital SCR) e Mediação de Seguros (BIZ Seguros). Com um raio de ação essencialmente no mercado de clientes particulares, o cliente tipo da entidade está dentro do espetro de high net worth individuals, com o que o profissional apelida de um perfil para “serviço personalizado, típico de private banking”. A esses clientes é oferecida uma vasta oferta de produtos, mas o foco no investimento direto em ativos de mercados de capitais europeus (ações e obrigações) sempre foi grande. Acresce, conta, “o acesso à 92 Fundspeople I Maio e junho
Concentração
Maio e junho I Fundspeople 93
PRODUTOS COMPARAÇÃO por Óscar R. Graña
Quando a tecnologia moveu o mundo eDMOND DE ROTHSCHILD FUND BIG DATA
FIDELITY GLOBAL TECHNOLOGY FUND
FRANKLIN TECHNOLOGY
Gestora: Edmond De Rothschild Lançamento: 31/8/2015 Divisa: Euro Património (mil. euros): 596 ISIN: LU1244894827
Gestora: Fidelity Lançamento: 12/9/2013 Divisa: Euro Património (mil. euros): 6.206 ISIN: LU0936579340
Gestora: Franklin Templeton Lançamento: 25/10/2013 Divisa: Dólar Património (mil. euros): 3.688 ISIN: LU0976566736
RENTABILIDADE 1 ANO: -5,46 RENTABILIDADE 3 ANOs: 4,4 RENTABILIDADE 5 ANOs: -
RENTABILIDADE 1 ANO: 13,85 RENTABILIDADE 3 ANOs: 17,66 RENTABILIDADE 5 ANOs: 18,14
RENTABILIDADE 1 ANO: 9,81 RENTABILIDADE 3 ANOs: 21,14 RENTABILIDADE 5 ANOs: 18,44
RENTABILIDADE
RENTABILIDADE
39,31
4
2,2
-2,90
1,31
7,9
20,50 2017
-0,37
20,63 2016
-12,75
11,88
19,88
41,03
31,15
47,81
RENTABILIDADE
2016
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1 1 1
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Fonte: Morningstar Direct. Dados de Rentabilidade a 31 de março de 2020.
Da crise do coronavírus sairá um mundo novo. O peso do sector tecnológico na sociedade e na economia será maior e isso abre uma clara oportunidade de investimento a longo prazo.
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e cada crise saem vencedores e perdedores. E, ainda que em algumas ocasiões seja difícil discernir quem estará em cada grupo, nesta ocasião há um amplo consenso de que o sector tecnológico vai ser um dos grandes beneficiados. Num mundo paralisado pelo COVID-19, a tecnologia foi o que permitiu continuar a funcionar, mantendo as constantes vitais. Quando o paciente despertar, tudo será diferente. Tudo o que gira em torno da economia digital sairá reforçado e o mundo virtual terá um papel mais relevante.
“Desta crise sairá uma nova sociedade baseada no distanciamento social, que vai favorecer a conetividade através da tecnologia”, augura Sebastián Velasco, diretor geral da Fidelity para Portugal e Espanha. O coronavírus poderá acelerar tendências já existentes no sentido de uma sociedade mais digital. E isso, do ponto de vista dos investimentos, poderá descobrir interessantes oportunidades. “O horizonte temporal que prevíamos para que as plataformas de comércio eletrónico, de teletrabalho e meios sociais registassem uma maior implantação na sociedade foi drastica-
mente avançado devido à pandemia. Mais do que uma recuperação efémera, um grande número destes comportamentos vai perdurar muito tempo após o desaparecimento do vírus, complementando os já poderosos temas tecnológicos da cloud, a Internet das coisas e a inteligência artificial” , diz Denny Fish, um dos responsáveis pela estratégia Global Technology and Innovation da Janus Henderson.
Os grandes vencedores
Neste cenário, as grandes empresas do sector parecem estar em vantagem, uma vez que as tendências
JANUS HENDERSON GLOBAL TECHNOLOGY AND INNOVATION
JPMORGAN US TECHNOLOGY FUND
PICTET DIGITAL
Gestora: Janus Henderson Lançamento: 31/3/2000 Divisa: Dólar Património (mil. euros): 246 ISIN: IE0002175093
Gestora: JPMorgan Lançamento: 5/12/1997 Divisa: Dólar Património (mil. euros): 1.807 ISIN: LU0082616367
Gestora: Pictet Lançamento: 14/11/1997 Divisa: Dólar Património (mil. euros): 3.119 ISIN: LU0101692670
RENTABILIDADE 1 ANO: 14,03 RENTABILIDADE 3 ANOs: 20,93 RENTABILIDADE 5 ANOs: 18,34
RENTABILIDADE 1 ANO: 13,42 RENTABILIDADE 3 ANOs: 25,02 RENTABILIDADE 5 ANOs: 19,58
RENTABILIDADE 1 ANO: -1,65 RENTABILIDADE 3 ANOs: 9,5 RENTABILIDADE 5 ANOs: 9,93
37,05
RENTABILIDADE
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-7,47
7,25
5,6
3,63
1,94
-0,39
8,32
13,01
25,3
41,25
45,96
RENTABILIDADE
43,7
42,32
RENTABILIDADE
2019
2020
5 5 5 6 6 6 Maio e junho I Fundspeople 95
PRODUTOS COMPARAÇÃO
eDMOND DE ROTHSCHILD FUND BIG DATA
Gestor Marcireau Jacques Aurélien
FIDELITY GLOBAL TECHNOLOGY FUND
Gestor Hyunho Sohn
FRANKLIN TECHNOLOGY
Gestor Jonathan Curtis
Captar as oportunidades do big data
Estratégia: investir a muito longo prazo
Gestão a partir do berço de Silicon Valley
O seu objetivo é captar as oportunidades que oferece a revolução do big data a grande escala e em todos os sectores, mais além dos valores relacionados com a tecnologia. O fundo tem cerca de 50% de exposição a tech media telecom, com os 50% restantes investidos nos melhores utilizadores de dados dos sectores tradicionais (como serviços empresariais, bancos e seguradoras). O seu objetivo é manter um perfil equilibrado em termos de sectores, estilo e fatores de capitalização de mercado. A sua filosofia GARP (crescimento a preço razoável) traduz-se numa carteira com caraterísticas de crescimento a preços que não são os adequados e uma forte geração de fluxo de caixa livre. A carteira tem cerca de 50 títulos. Os 10 de maior peso ocupam 40%. 60% são large caps, cerca de 29% mid caps, cerca de 9% small e quase cerca de 2% micro caps. O PER médio da carteira é de 13 vezes. Por regiões, os EUA centram metade da carteira, outros 25% estão na zona euro e cerca de 15% na Ásia
Investir em títulos tecnológicos aplicando um enfoque de investimento a muito longo prazo, com a intenção de aceder aos vencedores do futuro e tendo em conta as grandes megatendências estruturais que definirão o sector nos próximos anos, mas sem perder de vista as valorizações e oportunidades que brindam as anomalias do preço. O gestor procura empresas de elevado crescimento enfocadas na inovação e com uma tecnologia disruptiva, que sejam claros líderes nas tendências de longo prazo, embora a curto prazo possam ser muito mais voláteis, e com balanços sólidos. Para além disso, o gestor também gosta das empresas subvalorizadas com um significativo potencial de subida, mas sem catalisadores claros a curto prazo. 70% da carteira está investida em EUA e 15% em Ásia. A maior parte são large caps, embora perto de 28% sejam mid e small caps. A carteira, com um PER médio de 15,7 vezes, está composta por pouco mais de 60 títulos. O top 10 ocupa quase 40% do total.
O fundo conta com a caraterística de estar estrategicamente gerido a partir de Silicon Valley (Califórnia), perto de onde muitas empresas tecnológicas têm a sua sede. Centra-se nas empresas de maior qualidade que estejam em consonância com o tema da transformação digital e os subtemas conexos da inteligência artificial e a aprendizagem automática. Também se centra na computação na nuvem, a colaboração, o fluxo de trabalho e a análise de dados, a cibersegurança, o software como serviço, o comércio eletrónico, a tecnologia financeira e os pagamentos digitais, a publicidade digital, as perceções do cliente; DevOps (desenvolvimento de software e operações relacionadas com a tecnologia de informação) e comunicações da rede 5G. Há cerca de 60 empresas na sua carteira. As duas primeiras representam 40% do total. 87% estão nos EUA e cerca de 10% na Ásia Emergente, principalmente na China. O PER da carteira é de 27,2 vezes, segundo dados da Morningstar.
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JANUS HENDERSON GLOBAL TECHNOLOGY AND INNOVATION
Gestor Denny Fish
Qualidade, contexto e crescimento conceitos chave A maioria das ideias de investimento circunscrevemse a empresas tecnológicas clássicas em todo o espectro de capitalização bolsista, mas entre 20% e 40% podem enquadrar-se nos sectores não tecnológicos, com um crescimento exponencial ou vantagens competitivas que derivam da tecnologia. Na hora de filtrar as ideias novas e avaliar as existentes, tudo gira em torno de três conceitos: qualidade, crescimento e contexto. Por qualidade entendem cultura de inovação e ênfase no longo prazo. Por crescimento efeitos de rede, economia de plataformas, um mercado total objetivo amplo e por crescimento curvas S de longa duração e a capacidade de acumular curvas S adjacentes ao longo do tempo. Por contexto entendem valorização relativa, assim como fatores favoráveis e desfavoráveis. Na sua carteira há cerca de 60 títulos. As 10 principais posições ocupam 47%. 83% são norte-americanas, apenas 4% europeias e 10% asiáticas. O PER médio é de 27 vezes.
JPMORGAN US TECHNOLOGY FUND
Gestores Joseph Wilson y Timothy Parton
PICTET DIGITAL
Gestora Sylvie Séjournet
Procurando o que o mercado não refletiu no preço
O seu motor principal, a transição digital
A sua filosofia baseia-se na ideia de que uma carteira de empresas tecnológicas com fundamentais sólidos que não são plenamente apreciados pelo mercado deverão gerar uma rentabilidade superior. Tentam identificar e explorar oportunidades de crescimento a longo prazo subestimadas que surgem de mudanças estruturais na indústria, consistentes em indústrias emergentes e mudanças disruptivas nas cadeias de fornecimento das indústrias. Também tentam encontrar e explorar mudanças em empresas concretas, pelo que investem em ações tecnológicas de elevada qualidade com franchisings duradouros e sustentáveis, e que aumentem a sua quota de mercado. A sua análise fundamental concentra-se nos fatores quantitativos da atividade/produto e da gestão, assim como nos fatores qualitativos financeiros de uma empresa. Existem 60 títulos em carteira, 93% norte-americanos. 43% são em mid caps e o PER da carteira é de 30 vezes.
Trata-se de um fundo de seleção por convicção, sem visão macro. O motor do produto é a transição digital, uma mudança estrutural independente do ciclo económico. O universo inclui empresas inovadoras em comércio eletrónico, publicidade em linha, software como serviços e entretimento interativo, em muitos sectores (jogos, viagens, educação, saúde, finanças, segurança). Parte de um universo de 1.000 empresas, das quais 400 mostram um mínimo de 20% de exposição ao tema por receitas (em abril a pureza temática era de 66%). No universo investível tentam identificar empresas que ocupam uma posição dominante, com uma quota de mercado ascendente, vantagens competitivas e valorizações atrativas. A carteira está composta por 60 títulos. O top 10 representa 33%. 90% são large caps. 55% investem em EUA, cerca de 20% em Ásia e 10% no Japão. O PER da carteira é de 17 vezes, segundo a Morningstar.
Maio e junho I Fundspeople 97
PRODUTOS COMPARAÇÃO
2 3 2 3 2 2 3 3
FIDELITY GLOBAL TECHNOLOGY FUND
Património
Património
596 2.500
3.092 2.175
3.064 1.499
1.324
99
30
3.688
5.372
261
2016
Património
6.206
601 376
FRANKLIN TECHNOLOGY
847 2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
Fonte: Morningstar Direct. Dados de Património em milhões de euros a 31 de março de 2020.
1 1 1 1
eDMOND DE ROTHSCHILD FUND BIG DATA
30 30
25 20 20 15 15 10
Volatilidade Anualizada 3 Anos (%)
25
5
MAPA risco/rentabilidade
3
4
20
2 15
10
6
10 5
1
Edmond de Rothschild Fund - Big Data N EUR
2
Fidelity Funds - Global Technology Fund Y-DIST-EUR
3
Franklin Technology Fund W (Acc) USD
4
Janus Henderson Capital.l Technology Fund - Class I$acc
5
JPMorgan Funds - US Technology Fund A (dist) - USD
6
5
Pictet-Digital PUSD
1
5
Divisa base (euro)
0 15 0 15
0 15
Divisa base (dólar)
20
20
25
20 20
Rent. Anualizada 3 Anos (%)
25
Edmond de Rothschild Fund - Big Data N EUR
25 25
Fidelity Funds - Global Technology Fund Y-DIST-EUR
Franklin Technology Fund W (Acc) USD
Janus Henderson Capital Funds plc - Gl. Technology Fund
JPMorgan Funds - US Technology Fund A (dist) - USD
Pictet-Digital PUSD
RENTABILIDADE a trÊs ANOS %
4,4
17,66
21,14
20,93
25,02
9,5
VOLATILIDADE A trÊs ANOS %
17,71
18,5
19,77
18,38
22,9
16,77
DRAWDOWN MÁX. A 3 ANOS %
-22,2
-14,3
-16,41
-16,63
-18,92
-16,22
RÁCIO SHARPE A trÊs ANOS
0,23
0,88
0,98
1,04
1,02
0,52
Alfa A trÊs ANOS %
-4,14
7,98
10,66
10,65
14,02
1,06
Beta A trÊs ANOS %
1,01
1,02
1,06
1,01
1,11
0,92
98 Fundspeople I Maio e junho
Fonte: Morningstar Direct. Dados na divisa base do fundo a 31 de março de 2020.
25
JANUS HENDERSON GLOBAL TECHNOLOGY AND INNOVATION
44 4
Património
JPMORGAN US TECHNOLOGY FUND
55 5 Património
246
2.972
3.119
2.028 720
102 209
52 2018
2.706
1.307
136
2017
Património
1.807
177
2016
66 6
PICTET DIGITAL
2019
2020
das quais já estavam a beneficiar estão a acelerar, como efeitos de rede, elevadas barreiras à entrada e o aumento da concentração do mercado. O peso no S&P 500 da FAAMG, sigla com o qual o Facebook, Amazon, Apple, Microsoft e Google, as cinco maiores empresas do mercado americano, são conhecidas, atingiu 20%, o maior peso da história. “O número de videochamadas e mensagens no Facebook explodiu; a Amazon contratou 175.000 trabalhadores adicionais em dois meses para lidar com o aumento da procura pelo seu serviço de entrega on-line; a Apple viu como um número recorde de aplicações de jogos descarregadas na sua loja na China; a Microsoft relatou um aumento acentuado no recurso ao seu serviço de nuvem do Azure, como resultado de milhões de pessoas trabalharem de casa; e o YouTube Kids, propriedade da Google, foi a aplicação mais utilizada no primeiro trimestre de 2020 após o encerramento da maioria dos jardins de infância e escolas”, destaca Sean Marlowicz, analista da Schroders.
2016
355
2017
802
2018
2019
2020
Essas tendências explicam um fenómeno antigo e revelam uma tendência. O fenómeno: o melhor desempenho relativo das ações americanas em comparação com as europeias. A tecnologia suporta o mundo e o S&P 500. A tendência: os investidores estão a comprar a ideia de que, nesta crise, o setor de tecnologia ressurgirá mais forte. A questão, é claro, residirá em contar com os gestores que sabem como encontrar as melhores oportunidades de investimento, porque escolher as empresas em que apostar e dar a estas o peso correto no portefólio é exatamente onde está a grande dificuldade. Para tentar ajudar o investidor no processo de análise, selecionamos os fundos com exposição à tecnologia, com o Selo FundsPeople em 2020, que receberam os maiores fluxos de entrada nos últimos 12 meses e que têm mais de três anos de história. Cada fundo segue uma filosofia única, que por sua vez resulta em carteiras muito diferentes, razão pela qual a análise da estratégia e dos vieses de cada produto é crucial ... para evitar deceções e surpresas negativas.
2016
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2018
2019
2020
A informação sobre Organismos de Investimento Coletivo ou outros instrumentos financeiros incluída na FundsPeople é apresentada apenas com fim informativo e ilustrativo e não deve ser interpretada como uma oferta de venda ou recomendação de investimento. A informação não representa uma descrição completa dos OIC ou outros instrumentos financeiros e mercados a que faz referência.
Maio e junho I Fundspeople 99
PRODUTOS CARTEIRAS por Manuel Yutaro
O desempenho dos fundos multi-estratégia multi-ativos em 2020 foi geralmente bom em termos relativos. A dispersão entre as classes de ativos teve um impacto positivo para estas estratégias. 100 Fundspeople I Maio e junho
O
ano de 2020 começou com um trimestre transformacional para os mercados financeiros e para as economias globais. Isto como resultado do efeito da pandemia de COVID-19 e do confinamento global, com implicações graves em todos os sectores, indústrias e economias. Durante o trimestre, os mercados de ações caíram drasticamente, com o MSCI World a recuar 32% em relação ao seu pico, em meados de fevereiro. A volatilidade das ações, medida pelo CBOE VIX, alcançou máximos históricos acima de 82,69, ultrapassando o pico de 80,74 atingido em novembro de 2008. Os bancos centrais e os governos anunciaram os maiores planos de estímulo da história recente. O dólar dos EUA atingiu um máximo de 50 anos e a libra britânica caiu para o nível mais baixo em relação às moedas dos seus principais parceiros comerciais, mais fraca do que durante o processo do Brexit, a crise financeira de 2008-09 ou a saída do Reino Unido do Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio em 1992. Os títulos de dívida pública mantiveram-se positivos, inicialmente, com o anúncio de cortes de emergência nas taxas, mas as yields recuperaram à medida que os investidores precisaram de realizar liquidez nas partes mais líquidas
do mercado. A inflação breakeven dos EUA caiu e piorou com a atual crise do petróleo. Os mercados de crédito sofreram com baixa liquidez à medida que os spreads alargaram; o crédito com grau de investimento parece ter sido mais afetado inicialmente, e o high yield espera-se que deteriore à medida que as previsões de incumprimento são ajustadas. Os preços do petróleo recuaram de forma significativa, inicialmente num contexto de uma guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia e depois, fruto das implicações da pandemia de COVID-19 nas previsões de crescimento global. Os preços do ouro caíram no início, mas depois recuperaram à medida que a crise se desenvolvia no final do trimestre. O desempenho dos fundos multi-estratégia multi-ativos foi geralmente bom em termos relativos. A dispersão entre as classes e estratégias de ativos teve um impacto positivo para estas estratégias.
Em geral, os gestores ganharam em títulos de dívida de longo prazo e perderam dinheiro em ações. Além disso, a gestão de risco desempenhou um papel fundamental após a forte correção do mercado, já que alguns gestores ficaram de fora da recuperação de abril nos mercados financeiros. As obrigações contribuíram positivamente entre os gestores que beneficiaram de posições longas em títulos do Tesouro dos EUA de maturidade mais longa. As estratégias baseadas em fundamentais estavam, regra geral, longas em equity na chegada ao trimestre, posicionadas para um crescimento económico lento, mas contínuo. Sofreram em diferentes graus, dependendo de quão ágeis foram na redução de perdas. A maioria conseguiu encontrar oportunidades num contexto de volatilidade e estímulo em taxas e moedas. Os movimentos do mercado em moedas foram consistentes com o quadro de expectativas de crescimento em
A gestão de risco teve um papel fundamental após a correção de março, já que alguns gestores ficaram de fora da recuperação de abril nos mercados financeiros
FUndos alternativos multi-estratégia com selo Fundspeople 2020 Fundo
Amundi Funds - Absolute Return Multi-Strategy BNY Mellon Global Funds PLC - BNY Mellon Global Real Return Fund (EUR) DWS Concept Kaldemorgen Franklin K2 Alternative Strategies Fund HSBC Global Investment Funds - Multi-Asset Style Factors Invesco Funds - Invesco Global Targeted Returns Fund LFIS Vision Premia Opportunities LFIS Vision UCITS Premia Pictet TR - Diversified Alpha UBAM - Multifunds Alternative
Selo FundsPeople 2020
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
Retorno Total 1 Ano % (euros)
Retorno Total 3 Anos % (euros)
Retorno Total 5 Anos % (euros)
Desvio Padrão a 3 Anos % (euros)
Amundi
-1,30
-1,54
-0,92
4,70
BNY Mellon IM
0,80
1,37
0,88
6,57
DWS
-0,82
1,04
2,25
6,47
Franklin Templeton
-0,44
5,30
Entidade gestora
-6,09
-1,74
HSBC
6,67
3,48
Invesco
0,70
-1,60
-0,35
2,87
La Française
-24,38
-6,42
-0,89
13,92
La Française
4,94
-10,57
-3,10
Pictet AM
5,14
0,82
1,07
6,49 2,75
UBP AM
1,54
0,72
0,16
7,41
Fonte: Morningstar Direct. Fundos com Selo FundsPeople 2020 da categoria Morningstar de alternativos multiestratégia. Dados a 30 de abril de 2020.
Maio e junho I Fundspeople 101
P
R
TNE
BNY Mellon Gl. F. PLC - BNY Mell. Gl. R. R. F. (EUR) DWS Concept Kaldemorgen Franklin K2 Alternative Strategies Fund HSBC Global Invest. F. - Multi-Asset Style Factors Invesco Funds - Invesco Global Targeted Returns F. LFIS Vision Premia Opportunities LFIS Vision UCITS Premia Pictet TR - Diversified Alpha UBAM - Multifunds Alternative
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
Entidade gestora
Amundi
Náximo Data de drawInício do down % a Máximo 3 Anos Drawdown
-8,33
1/2/18
-10,09
1/2/20
DWS
-9,65
1/2/20
Franklin Templeton
-9,90
1/2/18
HSBC
-2,56
1/4/18
Invesco
-7,89
1/6/17
La Française
-25,53
1/12/19
La Française
-11,82
1/11/17
Pictet AM
-6,59
1/3/18
UBP AM
-7,47
1/2/18
BNY Mellon IM
Fonte: Morningstar Direct. Fundos com Selo FundsPeople 2020 da categoria Morningstar de alternativos multiestratégia. Dados a 30 de abril de 2020.
declínio e aversão ao risco. O dólar dos EUA, o franco suíço, o iene japonês e o euro foram os refúgios, enquanto as moedas vinculadas a commodities, como o dólar australiano, real brasileiro, peso mexicano e coroa norueguesa, foram os maiores perdedores. Apostas na inflação foram um detrator para alguns gestores posicionados em breakevens a 10 anos nos EUA, já que tanto o choque do petróleo da OPEP quanto a crise do COVID-19 foram uma combinação prejudicial. As estratégias de volatilidade e proteção dinâmica tiveram um desempenho muito positivo. Posições longas em volatilidade e curtas em ações foram rentáveis. Alguns destaques em fundos selecionados pela FundsPeople: Invesco Global Targeted Returns: este gestor fundamental multi-ativos, multi-estratégia global procura proporcionar uma performance positiva com metade da volatilidade das ações globais. O fundo, apesar de estar negativo no primeiro trimestre do ano, mostrou uma boa resiliência em resultado da sua flexibilidade e diversificação em diferentes e descorrelacionadas ideias de investimento. Enquanto o fundo beneficiou fortemente de uma posição curta em commodities e de uma compressão das yields em obrigações, sofreu com o seu posicionamento longo em equity e crédito. Em abril, o fundo mostrou uma performance positiva com baixa volatilidade. 102 Fundspeople I Maio e junho
AR
Amundi Funds - Absolute Return Multi-Strategy
Selo FundsPeople 2020
P
a opinião de
Fundos com selo fundspeople 2020 Drawdown Máximo a três anos Fundo
TNE R
PRODUTOS CARTEIRAS
AR
BNY Global Real Return: Este fundo procura porporcionar retornos positivos numa base móvel de três anos, investindo num vasto grupo de estratégias. No entanto, como a maioria dos fundos nesta categoria, sofreu um drawdown intenso em março, principalmente em resultado da exposição a equity, parcialmente compensado por alguns hedges e posições em metais preciosos. Em abril, no entanto, a estratégia recuperou 45% da sua queda do trimestre anterior, com os gestores a encontrar oportunidades interessantes em sectores mais defensivos à medida que reduziam gentilmente a exposição a obrigações de dívida pública em favor do ouro ou liquidez. DWS Kaldemorgen: esta estratégia de alocação global fundamental tática com um viés para equity tem um target de volatilidade de 10% e é gerida pelo Dr. Kaldemorgen. Este viés para as ações teve o seu impacto negativo no primeiro trimestre enquanto os mercados sofreram com os eventos já destacados. No entanto, este efeito foi parcialmente compensado pelas coberturas postas em prática e pelos contributos do stock picking. A estratégia também beneficiou do posicionamento em ouro (cerca de 9% da carteira) e pela sensibilidade negligenciável às taxas de juro. O fundo está posicionado em sectores defensivos e recuperou em abril mais de um terço do drawdown no anterior trimestre.
Juan San Pio Diretor comercial da Amundi ETF, Indexing & Smart Beta para a Península Ibérica e América Latina
Investimento responsável usando ETF O investimento responsável torna-se cada vez mais popular. No mercado europeu, em 2019, cerca de 16 biliões de euros em novos ativos foram alocados aos ETF que integram critérios ambientais, sociais e de governance (ESG em inglês), um resultado quatro vezes maior que os investimentos feitos em 2018. Os ETF oferecem a vantagem de ter uma metodologia de construção totalmente transparente, pois acompanham um índice de referência específico. Portanto, os investidores têm clareza sobre os objetivos ESG estabelecidos. Existem várias maneiras de combinar investimento responsável e ETF. Na Amundi todos os ETF excluem sistematicamente os fabricantes de armamento controverso. Além disso, a nossa política de compromisso e de voto permite-nos dialogar com as empresas para melhorar as suas práticas sociais e climáticas. Um investidor pode optar por um ETF que segue um índice de referência que inclui empresas com uma cotação ESG alta. Esses índices podem oferecer diversas políticas de exclusão (carvão, tabaco, etc.). Os investidores também podem selecionar um ETF com um objetivo específico, como por exemplo foco na redução de emissão de carbono. Os investidores não precisam de sacrificar a performace dos seus investimentos para agir de maneira responsável. Estudos publicados pela Amundi, mostram que portefólios com alto desempenho ESG podem ter uma performance acima da média.
PRODUTOS iNSTITUCIONAL
por Borja Rodríguez Cano
Gestão da Tesouraria num contexto incerto Como simular o inesperado Se o coronavírus trouxer consigo um período de recessão, a política monetária variará, e com ela os mecanismos de gestão de tesouraria serão mais determinantes na hora de otimizar os veículos de investimento.
Q
uando já se esperava que o atual contexto de taxas negativas se prolongasse durante os próximos cinco anos, surge agora a incerteza do impacto de situações não contempladas e que eram, inicialmente, descorrelacionadas de fatores económicos. Prévia à situação de alarme gerada pelo COVID-19, a expetativa de níveis baixos de inflação desenhava um cenário de taxas reais negativas para um período até 2024-25, que se esperava que fosse recuperando amparado por uma expetativa de crescimento da economia global. Eis agora que, ainda sem poder antecipar as consequências reais da emergência sanitária, tanto os organismos governamentais, bancos centrais e entidades financeiras devem simular ações e mecanismos para miti-
gar possíveis impactos perante diferentes cenários de propagação de alerta. Como indicam estudos económicos, previamente à situação atual, as entidades financeiras, cuja principal receita vinha derivada da intermediação financeira, estavam a ver esgotadas as suas margens com uma redução esperada de entre oito e 10 pontos base. Por um lado, a pressão regulatória está a atacar a obrigatoriedade de manter altos níveis de ativos de elevada qualidade, cuja rentabilidade é negativa ou nula. Por outro lado, o excesso de liquidez derivada dos depósitos, incita as empresas a incrementar a sua atividade de empréstimo e, por conseguinte, a elevar os seus níveis de risco toleráveis para tentar manter as margens. Por fim, a situação atual está a exigir às empresas capacidade para gerir de forma ativa a relação entre ativos e pasMaio e junho I Fundspeople 103
PRODUTOS iNSTITUCIONAL
indicadores de atividade e preços da zona Euro confiança empresarial, escassez de mão de obra: serviços Saldos e salários (taxa interanual %, escala direita)
IPC Harmonizado (Taxa interanual %, escala direita)
% 7
22 20
6
18 5 16 4
14
3
12 10
2
8 1 6 0
4
-1
2 00
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
Fonte: questionários da Comissão Europeia, Eurostat, bnp Paribas.
sivos e, como tal, ser capaz de adaptar a remuneração dos depósitos à existente dos investimentos em carteira. Esta situação, já complexa, foi intensificada pela emergência sanitária atual e pelas medidas adotadas, e as que se espera que chegarão, para adiar a desaceleração económica a nível mundial. Recentes estudos estimam que, dependendo da virulência com a qual evolui a pandemia a nível global, podemos enfrentar três possíveis cenários macroeconómicos que podem ir desde um impacto estacional com uma recuperação rápida, passando por um cenário intermédio de recuperação mais lenta e o posterior abrandamento da economia, até ao cenário mais extremo onde se antecipa uma recessão profunda. O relevante é que, independentemente do cenário que realmente se materialize, o impacto nas taxas de juro já se está a deixar notar. 104 Fundspeople I Maio e junho
Depois das últimas medidas iniciadas pela economia americana de redução das suas taxas de juro até níveis de 0%, espera-se que a União Europeia, com mais lentidão pela necessidade de coordenação entre os diferentes estados, avalie a necessidade de reduzir ainda mais as taxas atuais. Por sua vez, vislumbra-se um achatamento da inclinação da curva de taxas de juro, o que vai impor maior pressão às entidades na sua busca de rentabilidade e que stressará, ainda mais, os modelos e mecanismos de controlo dos riscos que as entidades estão dispostas a assumir para obter a rentabilidade desejada.
terramoto
Surge então a necessidade de avaliar como a situação já existente, de contexto de taxas de juro baixas ou negativas, se une a este terramoto, e como o cenário conjunto impacta as entidades de inves-
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AR
P
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TNE R
AR
TNE
a opinião de Teresa Mollins Diretora de Desenvolvimento de Negócio, Legg Mason AM
importância da sustentabilidade
tornou-se necessária a implementação de uma gestão de tesouraria muito mais diligente e ativa com o fim de mitigar o impacto das taxas negativas
timento e empresas seguradoras e, por conseguinte, um investidor particular. Durante os últimos cinco anos, as empresas de investimento e empresas de seguros tentaram navegar um contexto de taxas negativas. Por um lado, adaptaram as suas políticas de investimento para um contexto de maior risco, com o objetivo de continuar a manter um nível de rentabilidade razoável. Esta adaptação tem sido acompanhada, ao mesmo tempo, pela implementação de mecanismos de monitorização dos ditos riscos derivados, por um lado, de maiores exigências regulatórias e, por outro, de requerimentos internos vinculados ao aumento do rácio risco-rentabilidade dos clientes. Adicionalmente, tornou-se necessária a implementação de uma gestão de tesouraria muito mais diligente e ativa com o fim de mitigar o impacto das taxas negativas e a baixa rentabilidade dos subjacentes das obrigações. Tudo isto está a ser possível mediante o uso de técnicas de digitalização que permitem projetar no futuro as obrigações de liquidez que uma entidade ou veículo vai necessitar, e com isso gerir posições de tesouraria de forma conjuntan - cash pool-, assim como o seu reinvestimento direto - cash sweep - noutra tipologia
de ativos (por exemplo, fundos monetários ou depósitos em divisa). Mas o que acontece se a esta situação, já por si complexa, se unir o cenário de emergência atual onde os mercados, principais termómetros da economia e antecipadores dos movimentos futuros desta, caíram cerca de 30% em menos de duas semanas e as curvas de taxas de juro se estão a suavizar. Às entidades de investimento e empresas de seguros aparecem então perguntas como: existem mecanismos ou procedimentos que permitam prever o comportamento futuro da emergência sanitária?, devem desfazer as suas posições atuais?, devem procurar um ativo refúgio?, é a posição em tesouraria o mais adequado, ainda que com a penalização existente? As respostas às perguntas estão diretamente vinculadas à evolução futura do cenário atual. Por este motivo, dependendo de se no final superamos uma crise estacional ou se sucumbimos e entramos em recessão profunda, a política monetária variará, e como ela os mecanismos de gestão de tesouraria serão mais determinantes para a otimização futura dos veículos de investimento, assim como a manutenção da confiança por parte dos investidores .
Com o vírus a transformar a economia global em moldes que só agora começamos a compreender, torna-se cada vez mais importante para os investidores encontrar empresas com modelos de negócio e uma utilização de recursos que tenham em conta a sustentabilidade. O Legg Mason ClearBridge U.S. Equity Sustainability Leaders Fund é um fundo reconhecidamente pioneiro neste enfoque como principal critério de investimento numa abordagem de base alargada. O fundo faz parte do compromisso geral da Legg Mason ClearBridge Investments para com os princípios da sustentabilidade, aplicando-os quer na análise dos sectores empresariais, quer na construção das carteiras. Neste ano inédito, a Clearbridge está a elevar os seus compromissos a um nível novo, observando que “este período proporciona às empresas uma oportunidade única de se distinguirem. Os esforços do sector privado [para ajudar a resolver a pandemia] são essenciais para o sucesso do esforço mais alargado.” Ao colocar a sustentabilidade no centro do processo de investimento, o Sustainability Leaders Fund está bem colocado para ajudar os investidores a enfrentar a volatilidade e a manter-se posicionado para o longo prazo. Com efeito, este fundo superou os índices de ações mais alargados dos EUA este ano, continuando a atrair novos investidores. Maio e junho I Fundspeople 105
PRODUTOS emergentes
por Miguel Rêgo, CFA
A dívida emergente
no universo do Selo FundsPeople 2020 Grandes demais para serem ignoradas pelos investidores, as economias emergentes oferecem o acesso a universos de investimento em fixed income com exposição a distintos ciclos económicos e diferentes perfis de risco e retorno.
Fundos de dívida emergente com selo Fundspeople 2020 Entidade gestora
Selo FundsPeople
Aberdeen Standard Frontier Markets Bond Fund
Global
Aberdeen Standard Investments
C
Amundi Emerging Markets Bond
Global
Amundi
B
AXA WF Emerging Markets Short Duration Bonds
Global
AXA IM
B
Candriam Bonds Emerging Markets
Global
Candriam
B
Candriam SRI Bond Emerging Markets
Global
Candriam
C
Goldman Sachs Emerging Markets Debt Portfolio
Global
Goldman Sachs
B
M&G (Lux) Emerging Markets Bond Fund
Global
M&G
B
MFS Meridian Funds Emerging Markets Debt Fund
Global
MFS IM
B
Muzinich EmergingMarketsShortDuration Fund
Global
Muzinich
BC
Neuberger Berman Emerging Mkt Debt - Hard Currency Fund
Global
Neuberger Berman
C
Neuberger Berman Short Duration Em. Market Debt Fund
Global
Neuberger Berman
B
Nordea 1 - Emerging Market Bond Fund
Global
Nordea M
B
PIMCO GIS Emerging Markets Bond Fund
Global
PIMCO
B
Schroder ISF Emerging Markets Debt Absolute Return
Global
Schroders
Vontobel Fund - Emerging Markets Debt
Global
Vontobel AM
Fundo
Categoria Morningstar
B BC
Epsilon Fund - Emerging Bond Total Return
Global EUR Biased
Eurizon
Aberdeen Standard Emerging Markets Corporate Bond Fund
Global Corporate
Aberdeen Standard Investments
BNY Mellon Emerging Markets Corporate Debt Fund
Global Corporate
BNY Mellon IM
C
JPMorgan Emerging Markets Corporate Bond Fund
Global Corporate
J.P.Morgan AM
B
Pictet-Short Term Emerging Corporate Bonds
Global Corporate
Pictet AM
B
BGF Emerging Markets Local Currency Bond Fund
Global Local Currency BlackRock
B
BNY Mellon Emerging Markets Debt Local Currency Fund
Global Local Currency BNY Mellon IM
B
Capital Group Emerging Markets Local Currency Debt Fund (LUX)
Global Local Currency Capital Group
C
B BC
Em moeda local
DPAM L Bonds Emerging Markets Sustainable
Global Local Currency Degroof Petercam AM
AB
Fidelity Funds Emerging Market Local Currency Debt Fund
Global Local Currency Fidelity
C
GAM Multibond Local Emerging Bond
Global Local Currency GAM
B
JPMorgan Emerging Markets Local Currency Debt Fund
Global Local Currency J.P.Morgan AM
B
Pictet Emerging Local Currency Debt
Global Local Currency Pictet AM
B
Fonte: Morningstar Direct e FundsPeople
106 Fundspeople I Maio e junho
E
stimativas do Fundo Monetário Internacional apontam para que em 2024, as economias emergentes e em desenvolvimento representem 63% do to PIB mundial numa base de paridade do poder de compra. Poderá parecer ambicioso, mas a verdade é que, por esta métrica, este conjunto de países representava já 59% do produto mundial numa base PPC em 2018. Não nos podemos esquecer - nem a China o deixa fazer - que este país asiático é já a segunda maior economia do mundo e a caminhar rapidamente para encurtar a sua distância da economia líder, a dos EUA. A Índia ocupa também a sua posição entre as maiores economias mundiais, e o Brasil e o México são também já relevantes demais para ser ignorados. Um outro fator de atratividade passa pelo facto de vermos também um movimento relevante por parte destas economias no sentido de se tornarem cada vez mais disponíveis para receber investimento externo, o que tem
% do PIB total mundial com base PPC Eurozone
MSCI EM
80 70
2018: 59%
60
contribuído para aumentar o universo investível. Se considerarmos apenas a dívida de mercados emergentes emitida em moeda forte, estas economias devem mais de 8,54 biliões de dólares ou o equivalente a 30% do produto interno bruto das economias desenvolvidas. Se a isso somarmos as emissões em moeda local o que encontramos é um universo vasto demais para ser ignorado, especialmente num contexto de mercado em que as economias desenvolvidas veem uma grande parcela da sua dívida a negociar com yields negativas, uma situação que tem todas as condições para continuar a agravar-se. O investidor que tenha estômago para aguentar o risco e as surpresas que muitas economias emergentes encerram, tem nesta classe de ativos - seja em moeda forte ou moeda local - uma multiplicidade de empresas e governos cuja dívida poderá proporcionar um retorno bem mais interessante do que proporciona o mundo desenvolvido. No entanto, se uma gestão de investimentos diligente, no geral, requer recursos e competências robustos, o investimento em mercados emergentes é ainda mais exigente e complexo. A multiplicidade de economias que constituem o universo investível, os ciclos económicos distintos e os fatores de risco específicos, como sejam a exposição a questões geopolíticas, exposição a commodities, as moedas ou o impacto da força do dólar nas economias e empresas, exigem muito mais das entidades gestoras. Exige-se que se conheçam as idiossincrasias de cada país e empresa, experiência e uma atenção redobrada a detalhes que
50
2018: 41%
40
2024: 63%
2024: 37%
30 1980
1984
1988
1992
1996
2000
2004
2008
2012
2016
2020
2024
Fonte: Aberdeen Standard Inv., International Monetary Fund, World Economic Outlook Database, abril 2019
Mercado total de dívida emergente (milhares de milhões de Dólares) Soberana em USD
CORPORATiva em USD
soberana em moeda LOCAL
12,000 10,000 8,000 6,000 4,000 2,000 0 2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Fonte: Aberdeen Standard Investments; JP Morgan, 31 de dezembro de 2018
Tamanho do mercado por sector soberana USD $1,08 biliões. 9%
Soberana LOCAL $8,36 biliões 72%
corporativa USD $2,16 biliões. 9%
Fonte: Aberdeen Standard Investments, JP Morgan, 31 de dezembro de 2018.
Maio e junho I Fundspeople 107
PRODUTOS emergentes
Posições médias superiores a 1% - total da amostra e moeda local
TOTAL
Polónia 2.3% Rússia 5.24%
Alemanha 1.09% Estados Unidos 5.82%
República Checa 1.04%
México 7.18%
China 4.42%
Turquia 3.5% Índia 2.49%
Colômbia (3.52%)
Malásia 2.84% Tailândia 1.6%
Peru 2.53%
Brasil (7.06%) Chile 2.16%
Indonésia 5.4%
África do Sul 4.98%
Argentina 1.54%
LOCAL
Polónia 6.4%
Rússia 8.51%
República Checa 2.53%
Estados Unidos 1.92%
Hungria 2.07% México 10.29%
Turquia 2.72%
Brasil 7.42% Chile 2.23%
China 2.39% Índia 1.79%
Colômbia 6.64% Peru 4.93%
Coreia do Sul 1.33%
Malásia 7.96%
Tailândia 4.81% Indonésia 9.02%
África do Sul 10.08%
Fonte: Morningstar Direct. Dados de carteiras mais recentes disponíveis. Total da amostra inclui todos os fundos de dívida emergente com Selo FundsPeople 2020. Moeda Local inclui apenas os categorizados pela Morningstar como Local Currency.
108 Fundspeople I Maio e junho
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a opinião de Álvaro Antón Luna Diretor geral para a Península Ibérica, Aberdeen Standard Investments
Será o fim dos dividendos? podem muitas vezes ser ignorados em mercados desenvolvidos.
Fundos destacados
Aqui, os Selos FundsPeople desempenham o seu papel ao investidor que precisa de filtrar a oferta do mercado para encontrar os melhores fundos para canalizar o seu investimento. São 28 os fundos de 22 casas de investimento distintas, com uma ou várias classificações do Selo FundsPeople em 2020, que se dedicam ao investimento nesta classe de ativos. Destes, 22 são classificados como Blockbuster, nove como Consistentes e apenas um apresenta a classificação de Favorito dos Analistas. Quatro dos 28 fundos acumulam mais do que uma classificação do Selo Funds People 2020. A grande maioria dos fundos classificados surgem enquadrados na categoria genérica de obrigações globais de mercados emergentes, muito embora encontremos neste conjunto produtos com abordagens distintas, como o sejam de mercados fronteira, short duration ou retorno absoluto. Os restantes fundos são categorizados como
São 28 os fundos de dívida emergente com selo fundspeople 2020, de 22 casas de investimento distintas
abordagens de investimento em dívida corporativa, ou moeda local.
Países que sobressaem
Em termos dos países que se destacam nas carteiras destas estratégias, dividimos a análise em dois universos. O universo completo de fundos com Selo FundsPeople 2020 e o universo dos fundos focados meramente no investimento em moeda local, segundo a Morningstar. São mostradas nos mapas apenas as posições médias superiores a 1%. No universo completo, os países que sobressaem, em média, na alocação das carteiras dos fundos são o México e o Brasil, com um peso médio superior a 7%. Seguem-se a Indonésia, Rússia e África do Sul. Os Estados Unidos da América também aparecem destacados na ponderação das carteiras, mas fruto de uma alocação, regra geral, a títulos do Treasury como instrumentos de gestão de liquidez ou de pólvora seca a aguardar oportunidades de investimento em mercados emergentes. Entre as estratégias em moeda local, a alocação geográfica muda significativamente; se bem que o Brasil mantém relativamente o mesmo peso em termos médios, o México e a África do Sul ganham preponderância, representando, em média, mais de 10% das carteiras dos oito fundos considerados. O conjunto de países que absorvem mais de 5% do investimento cresce consideravelmente - incluindo agora países como a Colômbia, Malásia e Polónia - e países que já apresentavam uma certa preponderância, saem reforçados neste universo mais restrito de fundos - nomeadamente, a Rússia e a Indonésia. Tailândia e Peru aproximam-se da marca dos 5%.
Esta crise mudou radicalmente tanto o nosso quotidiano como o das empresas. Os mercados caíram, ao mesmo tempo que empresas de todo o universo de investimento cancelaram ou atrasaram os seus dividendos. É neste cenário que surge a questão: será o fim do investimento de rendimento como o conhecemos? Uma das vantagens de investir na Europa é a profundidade e amplitude do mercado. Os investidores podem diversificar as suas oportunidades sem depender de apenas algumas empresas ou sectores. Logicamente, a Europa não ficou imune às quedas, mas os investidores focaram-se em empresas nas quais os dividendos pagos são relativamente altos e, portanto, estão supostamente em risco. Apesar disso, há muitas variáveis a ter em conta. A única coisa que os investidores têm pedido nos últimos três ou quatro anos é uma política orçamental expansionista. Apesar de terem obtido o que queriam, espero que esse dinheiro não se destine apenas ao resgate das economias, em vez de estimular o crescimento e a rentabilidade das empresas. É provável que a melhor opção se encontre no meio-termo. Entretanto devemos continuar ativos. Acreditamos que surgirão oportunidades e os dividendos continuarão a ser um componente fundamental da retorno à medida que navegamos em tempos de incerteza. Maio e junho I Fundspeople 109
PRODUTOS ISR
por María Folqué
SUS D TEN TA vel e resiliente
urante muito, muito tempo, um dos principais obstáculos que o investimento sustentável teve que vencer para se converter numa alternativa para os investidores foi a dúvida de se os seus retornos são comparáveis aos do investimento convencional. Rios de tinta académica correram sobre o assunto e finalmente chegaram ao mar de consenso de que não, não parece existir uma diferença significativa entre os resultados do investimento sustentável e o convencional. De facto, nos últimos anos cada vez mais estudos defendem o investimento sustentável como o mais vantajoso, nem que seja pela perspetiva da menor volatilidade, já que, ao fim ao cabo, mesmo para muitos gestores convencionais, os critérios ambientais, sociais e de bom governo (ESG) se converteram em referências na hora de gerir e controlar o risco. Como estamos a atravessar um desses momentos que podemos chamar de históricos, em termos dos movimentos registados, queremos comprovar como se comportou o investimento sustentável.
Analisamos o comportamento dos fundos de ações geridos com critérios de sustentabilidade, em comparação com os seus pares convencionais e a média da sua categoria, durante o mês de março e no primeiro trimestre do ano.
110 Fundspeople I maio E junho
Metodologia
Neste artigo vamos concentrar-nos em equity. Não recorremos a índices porque o nosso interesse é centrar na análise dos fundos e como estes comparam entre si. Usamos dados da Morningstar Direct sobre as categorias de fundos de ações de grande
rentabilidade em março de 2020: fundos de Ações sustentáveis vs. não sustentáveis e média da categoria
Dados em %
sustentáveis
não sustentáveis
-20
média
-15
-10
-5
-16,17
0
Ações Europa Large Cap Convencional -14,22
Ações Europa LC Sustentável
-15,77
Média categorias Morningstar ações Europa LC -12.96
Ações Globais LC Convencional -12,19
ações Globais LC Sustentável
-13,71
Média categorias Morningstar ações Globais LC -12,31
Ações EUA LC Convencional -10,76
Ações EUA LC Sustentável
-13,34
Média categorias Morningstar ações EUA LC
-16,87
Ações Emergentes Convencional
-17,03
Ações Emergentes Sustentável
-16,74
Média categorias Morningstar ações Emergentes
Fonte: Mornigstar Direct e elaboração própria.
RENTABILIDADe capitalização de mercado, europeias, norte-americanas, globais e de mercados emergentes globais, disponíveis no mercado ibérico. De cada fundo, usamos a classe com maior histórico entre as disponíveis. Em cada categoria regional dividimos a nossa amostra em dois, conforme o fundo tenha a marca de socially conscious da Morningstar ou não. De acordo com a definição da Morningstar, um fundo recebe a marca de socially conscious se investir de acordo com certos critérios não económicos (ambientais, sociais, direitos humanos…). Além disso, este grupo inclui os fundos que não
março 2020
no Ano até março 2020
12 m até março 2020
Anualizada 2 anos
3 anos
5 anos
Ações Europa LC Convencional
-16,17
-23,87
-16,32
-9,42
-5,90
-3,48
Ações Europa LC Sustentável
-14,22
-21,37
-12,19
-5,84
-3,59
-2,03
Média categorias Morningstar Ações Europa LC
-15,77
-22,90
-14,12
-7,09
-4,44
-2,30
Ações Globais LC Convencional
-12,96
-19,81
-12,09
-4,79
-1,48
0,71
Ações Global LC Sustentável
-12,19
-18,62
-9,69
-2,06
0,36
1,27
Média categorias Morningstar Ações Globais LC
-13,71
-21,86
-13,32
-7,49
-0,85
0,73
Ações EUA LC Convencional
-12,31
-17,70
-8,78
-0,80
2,44
3,45
Ações EUA LC Sustentável
-10,76
-15,99
-5,33
2,10
2,75
3,18
Média categorias Morningstar Ações EUA LC
-13,34
-20,65
-10,50
-2,59
2,28
3,71
Ações Emergentes Convencional
-16,87
-23,77
-19,00
-13,44
-4,78
-2,50
Ações Emergentes Sustentável
-17,03
-24,18
-18,85
-12,86
-4,74
-2,28
Média categorias Morningstar Ações Emergentes
-16,74
-24,89
-18,91
-14,01
-3,31
-1,49
Fonte: Morningstar Direct e elaboração própria.
maio E junho I Fundspeople 111
PRODUTOS ISR
VOLATILIDADe, Drawdown e Rácio DE SHARPE Data de cálculo
Desvio padrão 1 ano
3 anos
5 anos
Max Drawdown (a 3 anos)
Rácio de Sharpe 1 ano
3 anos
5 anos
Ações Europa LC Convencional
31/3/20
21,50
15,61
15,09
-26,67
-0,67
-0,28
-0,14
Ações Europa LC Sustentável
31/3/20
19,52
14,63
14,26
-23,10
-0,52
-0,14
-0,04
Média categorias Morningstar Ações Europa LC
31/3/20
20,87
15,30
14,75
-22,91
-0,56
-0,17
-0,05
Ações Globais LC Convencional
31/3/20
20,42
15,83
14,69
-22,44
-0,66
-0,08
0,05
Ações Globais LC Sustentável
31/3/20
19,30
15,04
14,15
-20,18
-0,58
0,02
0,09
Média categorias Morningstar Ações Globais LC
31/3/20
20,68
15,78
14,76
-22,65
-0,66
-0,07
0,06
Ações EUA LC Convencional
31/3/20
21,02
16,57
15,15
-21,19
-0,44
0,15
0,23
Ações EUA LC Sustentável
31/3/20
18,74
15,52
14,58
-18,66
-0,26
0,18
0,24
Média categorias Morningstar Ações EUA LC
31/3/20
21,29
16,62
15,26
-21,19
-0,48
0,13
0,25
Ações Emergentes Convencional
31/3/20
23,52
17,98
17,60
-30,29
-0,90
-0,27
-0,13
Ações Emergentes Sustentável
31/3/20
23,30
17,94
17,36
-28,98
-0,92
-0,25
-0,10
Media categorías Morningstar Ações Emergentes
31/3/20
23,28
17,80
17,74
-30,71
-0,87
-0,20
-0,06
Fonte: Morningstar Direct e elaboração própria.
A OPINIão Do SELECionador
Ricardo Líbano
selecionador de fundos, IMGA
Além dos argumentos de base que suportam o investimento socialmente responsável (ISR), a comparação entre o comportamento dos fundos geridos com critérios de sustentabilidade e os seus pares convencionais é um exercício pertinente e necessário. Os estudos disponíveis confirmam que os fundos geridos com base nesses critérios, apesar de partirem de um universo de investimento mais reduzido, não produzem necessariamente retornos relativos mais fracos. Esta constatação é muito importante e serve de suporte para os investidores que procuram estratégias ISR com a expectativa de obter retornos que não se desviem das soluções tradicionais de investimento. O crescimento da oferta de fundos que se enquadram no âmbito deste tipo de estratégias promove o interesse comprador em empresas cotadas que cumprem critérios de sustentabilidade. Apesar de não termos evidências concretas de que estes fundos geram retornos relativos superiores, devemos considerar que esta hipótese se poderá confirmar no futuro.
112 Fundspeople I maio E junho
investem em atividades relacionadas com álcool, tabaco, jogo ou com a indústria de defesa. Uma vez obtidas duas amostras por região - a sustentável e a convencional - comparamos entre si, bem como com a média das distintas categorias de ações de elevada capitalização da Morningstar (value, growth, flexible, income). Utilizámos dados de finais de março de 2020.
Resultados
Calculámos a média dos retornos em distintos períodos, bem como a volatilidade, max drawdown e rácio de Sharpe dos três grupos (convencional, sustentável e categoria). Comecemos pela rentabilidade e pelo mês de março. De acordo com os dados,
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a opinião de
Os fundos de investimento que investem em ações com critérios de sustentabilidade obtiveram, em média, melhores resultados e menor Drawdown os fundos de investimento sustentável registam, em média, uma queda menor que os fundos convencionais e que as médias das categorias regionais (Europa, EUA e global), à exceção dos mercados emergentes, ainda que por pouco. A região na qual o investimento sustentável mostra maior vantagem face ao investimento convencional e face às médias das categorias é exatamente aquela onde esta abordagem está mais desenvolvida, a Europa, seguida pelos EUA. Se ampliarmos a análise ao primeiro trimestre do ano, o melhor comportamento do investimento sustentável volta mostrar-se em termos semelhantes: a exceção são as ações sustentáveis de mercados emergentes e a maior diferença - positiva - é a dos fundos que investem em ações europeias. Se nos focarmos em períodos mais longos, a vantagem do investimento sustentável alarga-se também a mercados emergentes.
Volatilidade
Na análise das quedas, utilizando dados de máximo drawdown dos últimos três anos, os fundos de ações sustentáveis registam uma média de queda máxima menor em todas as regiões, incluindo os mercados emergentes globais. Novamente, é a Europa que mostra um maior diferença, seguida dos EUA. Em termos de volatilidade e numa análise a um ano, são novamante os fundos sustentáveis que sobressaem em todas as regiões. Verificamos o
mesmo resultado em períodos mais longos, mas também um estreitamento da vantagem. Por último, na análise dos rácios de Sharpe, os fundos de investimento sustentável voltam a mostrar melhores números, em média, em praticamente todos os prazos e todas as regiões, ainda que com resultado mais ajustados.
E agora?
Ah! Isso perguntamo-nos todos. Mas com o tema aqui em mãos, os fundos de investimento 3que investem em ações com critérios de sustentabilidade obtiverem, em média, melhores resultados e com menores quedas em momentos críticos. Os fundos que obtêm maior vantagem são os de ações europeias, provavelmente porque esta é a região com mais iniciativas sobre finanças sustentáveis e com um maior interesse por parte dos investidores pelo tema, o que inevitavelmente se traduz em mais empresas que implementam práticas sustentáveis, pelo que o universo de investimento é maior e a diversificação da carteira pode ser mais eficiente. O contrário ocorre nos mercados emergentes, ainda que em prazos mais longos, a vantagem dos fundos sustentáveis surja também nestas geografias. Será interessante ver o que ocorre nos próximos tempos. Seja como for a forma da recuperação, voltaremos a analisar a evolução do investimento sustentável.
Sebastian Thomas Gestor de carteiras de tecnologia, Allianz Global Investors
COVID-19 acelera implementação de Inteligência Artificial na Saúde Durante o século XIX, a esperança média de vida situava-se nos 36 anos. Hoje, graças à medicina moderna, a maioria das pessoas vive até à velhice. E o progresso não tem parado. Pelo contrário, acelerou-se com o surgimento da Inteligência Artificial (IA). Embora não esteja pronta a derrotar de forma rápida e eficaz o coronavírus, o novo contexto criou a consciência de como pode transformar a medicina moderna. Ao longo destas semanas, estão a ser compiladas enormes quantidades de dados em medicina. A IA pode definir quais os medicamentos antivirais que podem ser combinados e bloquear uma proteína na superfície do vírus, a forma que o mesmo utiliza para entrar nas células e replicar-se. A IA usa ainda dados genéticos para gerar centenas de quilómetros de novas moléculas que podem vir a ser utilizadas para tratar os efeitos do COVID-19. Desde o início da pandemia várias tecnológicas começaram a entrar neste mercado. As grandes da China, como a Baidu e a Alibaba, estão a disponibilizar as suas próprias ferramentas para combater o vírus. Assim, a Alibaba ofereceu a sua inteligência artificial de sequenciação do genoma de forma gratuita à comunidade científica, e a Baidu os seus algoritmos LinearFold, também de ajuda à sequenciação de genes. Acreditamos que tem potencial para transformar toda a indústria. E, enquanto continua a desenvolver-se rapidamente, começam já a obter-se benefícios para o indivíduo, para a sociedade e para a economia. maio E junho I Fundspeople 113
PRODUTOS eTF
por Antonio Durán Garrido
Inversos São instrumentos eficazes em quedas do mercado? Depois de uma exaustiva análise, a conclusão é que sim, mas sempre que se utilizem no curto prazo de maneira tática e com uma clara visão de bear market. A mais longo prazo, e sobretudo em mercados laterais, perdem a sua eficácia. 114 Fundspeople I Maio e junho
Evolução do ETF inverso e do Euro Stoxx (Dados a 31/03/2020) Evolução YTD %
Euro stoxx 50
etf inverso
60
Evolução 1 ano %
Euro stoxx 50
etf inverso
40
50
30
40 20 30
26,08%
20
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6,84%
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10 0
-10
-10
-16,85%
-20 -20 -25,59%
-30
-30
mar-20
fev-20
jan-20
dez-19
nov-19
out-19
set-19
ago-19
jul-19
mai-19
abr-19
mar-20
fev-20
jan-20
dez-19
mar-19
-40
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Fonte: Investing.com
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a segunda parte do primeiro trimestre deste ano assistimos à grande correção e espiral de queda à qual foram submetidos os mercados devido aos efeitos originados pela crise do COVID-19, provocando perdas significativas na maioria das carteiras dos investidores. Como podemos proteger as carteiras perante as quedas ou beneficiar de uma visão de queda do mercado? Existem estratégias tradicionais com posições curtas de ações ou utilizando derivados, contudo são estratégias mais custosas, com requisito de margens, com o risco que comporta a sua alavancagem e, para além disso, não estão ao alcance de todos os investidores. Então há alguma outra forma de beneficiar deste contexto de mercado? Uma maneira simples, e com menores riscos do que as anteriores seria a utilização de ETF inversos, uma variante dos ETF tradicionais, os quais têm experimentado um grande crescimento e cada vez gozam de mais popularidade entre os investidores.
Em que consistem estes produtos ETF inversos? Basicamente empregam derivados, como futuros ou swaps, para tentar replicar o movimento contrário ao índice que representam, ou seja, se o índice sobe numa percentagem x, o ETF baixa na mesma percentagem e vice-versa. No entanto, ao contrário das estratégias tradicionais anteriormente mencionadas, uma das caraterísticas destes ETF, o efeito de capitalização composta, faz com que a sua replicação contrária não seja perfeita, sobretudo a longo prazo e em mercados mais voláteis. Normalmente estes ETF replicam o movimento contrário ao índice de maneira diária, e é aqui que está o ponto chave. Se o índice sobe cerca de 2% num dia, o ETF inverso cairá na mesma proporção. Se o índice baixa cerca de 2% no dia seguinte, o ETF inverso subirá esses 2%. De um ponto de vista puramente matemático, se cai uma percentagem x de A a B, para voltar ao ponto A é necessária uma percentagem maior do que x. Por outras palavras, se cai cerca de 2% de
100 a 98, para voltar a 100 é necessário um incremento de 2,04%. Na tabela da página seguinte pode ver-se com maior clareza. Suponhamos um índice e o ETF inverso que o replica com as suas variações durante um prazo de cinco dias em que o índice volta ao seu valor inicial no final do período. Como podemos observar, o ETF inverso sofreu uma perda de 1,31% relativamente ao índice devido ao efeito do juro composto. Como mencionámos, este efeito amplifica-se com o prazo e a volatilidade, embora esta última possa jogar a nosso favor em grandes quedas de mercado e pronunciadas tendências de queda. Nos gráficos acima podemos observá-lo melhor, comparando um ETF inverso do EuroStoxx 50 com o índice. No primeiro podemos observar como é que desde o início do ano o ETF nos tem dado uma rentabilidade inversa ligeiramente maior do que o índice, ao ser um período com elevada volatilidade e tendência de queda, desde a segunda metade de fevereiro deste ano. No
Maio e junho I Fundspeople 115
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PRODUTOS eTF
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a opinião de
Comportamento do ETF inverso e do índice Valor Inicial 100
Revalorização índice
Revalorização ETF
Valor índice
Valor ETF
Dia 1
-5,00%
5,00%
95,00
105,00
Dia 2
4,00%
-4,00%
98,80
100,80
Dia 3
-5,00%
5,00%
93,86
105,84
Dia 4
8,00%
-8,00%
101,37
97,37
Dia 5
-1,35%
1,35%
100,00
98,69
Fonte: elaboração própria. Diferença -1,31
uma das vantagens destas estratégias é a sua acessibilidade para pequenas quantias, sem Desembolsar muito entanto, como podemos ver no segundo gráfico, num ano, o ETF inverso produziu menos de um terço da rentabilidade inversa da queda do EuroStoxx 50. Isto não quer dizer que não seja um instrumento adequado para colocar-se curto e aproveitar quedas de mercado. Contudo, como comentámos, estes produtos são mais eficazes em períodos curtos de tempo e com clara tendência de queda, perdendo a sua eficácia a mais longo prazo e sobretudo em mercados laterais. Historicamente, as bolsas têm subido a longo prazo, pelo que uma posição estratégica neste ativo não seria a mais adequada, mas sim usá-lo de maneira tática para se beneficiar das quedas ou cobrir as carteiras.
Regulação
Relativamente à sua regulação, estes produtos estão catalogados como complexos, não pela estrutura de derivados sobre a qual se baseiam, como futuros 116 Fundspeople I Maio e junho
ou swaps, que também utilizam alguns ETF tradicionais conhecidos como os de réplica sintética (sendo importante conhecer o provedor e calibrar o risco de contraparte e liquidez que podem ter), mas sim pela caraterística mencionada de replicação diária que provoca essa diferença de rentabilidades. No entanto, estes produtos gozam da vantagem de ao ser produtos à vista, com cotação diária e sem alavancagem nem requisitos de margens para o investidor, a perda está limitada ao montante investido. Outra vantagem é a sua acessibilidade com pequenos montantes, sem desembolsar muito, pelo que qualquer investidor pequeno ou médio pode aceder a eles. Relativamente aos custos, costumam ter um custo de gestão maior do que os ETF tradicionais que replicam o mesmo índice, já que têm que rebalancear-se diariamente para obter essa réplica contrária. Definitivamente, são uma boa opção se se utilizam no curto prazo de maneira tática com uma clara visão de queda, com menor risco e menor custo do que os tradicionais derivados a que nem todos os investidores podem aceder, daí que a sua popularidade e o seu uso se esteja a estender cada vez mais. Neste sentido, há um amplo leque de fornecedores de ETF que oferecem acesso à maioria das classes de ativos, existindo também ETF inversos de obrigações e matérias primas, o que tem democratizado este tipo de estratégias, permitindo ao investidor geral o acesso às mesmas. Estratégias que sem estes produtos não tinham podido implementar nas suas carteiras.
André Themudo Diretor, responsável de Negócio em Portugal, BlackRock
ETF europeus estão de parabéns Faz vinte anos que os ETF deram os seus primeiros passos no mercado europeu, uma jornada que esteve bastante determinada por um estéril debate sobre o que muitos denominavam gestão passiva. No entanto, os ETF têm demonstrado, durante estas duas décadas, a sua capacidade para se converterem numa ferramenta ativa fundamental na construção de carteiras. Estes veículos têm-se posicionado como uma ferramenta fundamental para implementar decisões ativas de uma maneira mais flexível, transparente e eficiente em custos. Para além disso, têm demonstrado uma grande resiliência em situações de stress de mercado, facilitando uma operacionalidade rápida em mercados secundários e garantindo o acesso a liquidez. Os ETF sempre funcionaram em episódios de grande volatilidade nos mercados. O grande comportamento que vemos quando olhamos para trás convida-nos a ser otimistas sobre o futuro destes veículos, já que têm um enorme potencial de crescimento. Os ativos veiculados em ETF representam unicamente cerca de 10% do universo global de ações, enquanto que em obrigações este peso é inferior a 2%, o que dá uma boa leitura da margem de crescimento que têm os veículos que, hoje em dia, gerem mais de 800.000 milhões na Europa. Os ETF continuarão a revolucionar sectores e a derrubar barreiras durante os próximos 20 anos.
PRODUTOS alternativos por Pedro Coelho
% retorno de diferentes classes de ativos no Reino Unido IPD Resid.
IPD Escrit.
AçÕes
obrigacÕes
60 50 40
Retorno %
30 20 10 0 -10 -20
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
-30
Fonte: JPMorgan e IPD
O Imobiliário como classe de ativos alternativo e não correlacionado Com a provável manutenção das taxas de juro em níveis muito baixos, os produtos de mercado monetário ou de curto prazo continuarão com taxas negativas, as obrigações terão retornos muito baixos… e o imobiliário, como se vai comportar?
N
um momento em que se começam a desenhar os cenários de um regresso a uma nova normalidade, com muitas cautelas e interrogações quanto ao futuro próximo e com alguma ansiedade quanto aos sinais positivos que nos têm vindo a ser dados do lado da investigação científica, no sentido de obter tratamentos ou vacina para o COVID 19, podemo-nos interrogar quanto ao comportamento do imobiliário e consequentemente dos fundos imobiliários como classe de ativos alternativo de investimento?
Chegados a um ponto que se transita (e isto é um bom sinal) de uma crise sanitária para uma crise económica, importa refletir sobre o regresso a uma normalidade global em termos geográficos mas a diferentes velocidades em termos sectoriais. Em termos globais o que muito afeta a nossa economia em particular os sectores mais fustigados serão aqueles que tiveram uma recuperação mais forte há cerca de cinco anos, ou seja, todos os que, direta ou indiretamente, se movem no sector do turismo: hotéis e outras modalidades de alojamento, comércio local, deMaio e junho I Fundspeople 117
PRODUTOS alternativos
Matriz de correlação do imobiliário com ativos financeiros e inflação nos EUA Imob. Comercial
Imob. Residencial
Imob. Compósito
S&P500
.14
-0.08
Small Caps
.16
.04
.06
Corp. Bonds
.05
.06
-0.08
T-Bonds
.04
.06
-.09
T-BILLS
.68
.53
.38
CPI
.57
.80
.85
-.06
Fonte: Frank Russel Company Property Indexes
Correlação entre segmentos do imobiliáro nos EUA Escritórios
Escritórios Retalho Armazém
Retalho
Armazém
1.00 .28
1.00
-.02
.06
1.00
Fonte: Frank Russel Company Property Indexes
Mais uma vez o imobiliário irá surgir como uma classe de investimento refúgio para toda a espécie de investidores
signadamente em zonas turísticas, e centros comerciais. Se pensarmos no longo prazo, é bem mais interessante pensar se, estruturalmente, a atitude da população terá impacto nas decisões futuras, quer de particulares quer de empresas. Será que as famílias vão evitar deslocar-se para hotéis de maior dimensão por permitirem um menor distanciamento social? Será que preferirão, inclusivamente, os alojamentos locais por estarem mais dispersos ou, pelo contrário, terão dúvidas quanto à capacidade de higienização dos mesmos? No sector da habitação, antecipamos uma transformação de alojamen118 Fundspeople I Maio e junho
tos locais em arrendamento de longo prazo, implicando isto, à partida, uma descida de preços de arrendamento no imediato devido ao aumento da oferta. Nos escritórios teremos, provavelmente, empresas a racionalizarem melhor o seu espaço, leia-se número de metros quadrados utilizados, por chegarem à conclusão de que, como o teletrabalho funciona, não necessitam de tantos postos de trabalho físicos. O sector mais beneficiado será o da logística, dado o aumento de peso do e-commerce na sociedade. Do ponto de vista económico, já é sabido que haverá uma recessão significativa. Essa recessão irá implicar um aumento brutal da dívida soberana dos Estados como forma de ajudar a economia. Consequentemente as notícias são, muito provavelmente, a manutenção de juros baixos por mais tempo, o que permite antever, no médio a longo prazo, uma recuperação relativamente rápida da economia. A consequência é que os produtos de investimento: • de mercado monetário ou de curto prazo continuarão com taxas negativas ou próximas de zero. • de obrigações terão retornos muito baixos
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a opinião de Isabel de Liniers Vendas sénior, DWS
Matriz de correlação do imobiliário com ativos financeiros no Reino Unido Imobiliário
Imobiliário Acções Obrigações
ações
A oportunidade de investir em ativos reais líquidos
obrigações
1.00 -0.90
1.00
-.24
.32
1.00
Fonte: Russell-Zisler, Inc.
Matriz de correlação do imobiliário com ativos financeiros em frança Imobiliário
Imobiliário Ações Obrigações
ações
obrigações
1.00 .11
1.00
-.26
.29
1.00 Fonte: JP Morgan, IPD
• de ações terão volatilidades elevadas, se bem que com algumas oportunidades numa lógica de cherry picking.
E o imobiliário?
O imobiliário tenderá a demonstrar todas as virtudes pelas quais num cenário de baixas taxas de juro se tem vindo a tornar numa classe de ativos cada vez mais importante e com maior peso na carteira das sociedades gestoras globais. O imobiliário sendo uma classe de ativos muito pouco correlacionada com as anteriores consegue ser uma classe de ativos muito resiliente em épocas de crise, conseguindo obter uma melhor relação risco/retorno do que as outras classes. Os fundos de investimento imobiliário nacionais têm vindo a demonstrar ao longo dos já 30 anos da sua existência, as suas principais características: baixa volatilidade, melhor retorno que os seus comparáveis de baixo risco, e mesmo nos momentos em que houve queda, essa queda ser menor do que a de outras classes de ativos. Assim achamos que, mais uma vez, o imobiliário irá surgir como
uma classe de investimento refúgio para toda a espécie de investidores: os pequenos aforradores como forma de poderem aplicar as suas poupanças, e os grandes investidores como forma de diversificarem as suas carteiras. No entanto, e relativamente a Portugal, o impacto será bastante diferente da crise anterior, já que não só esta pandemia afeta o mundo de um modo global como, pelo menos até agora, Portugal tem-se portado bem na gestão da mesma, quando comparado com muitos outros países, nomeadamente os latinos. De qualquer modo, os impactos no mercado imobiliário serão significativos. As boas notícias são, muito provavelmente, a manutenção de juros baixos por mais tempo, o que permite antever, no médio a longo prazo, uma recuperação relativamente rápida da economia. Finalmente, uma mensagem de otimismo, ainda que, a esta data, com algumas cautelas. Portugal será beneficiado pelo aumento do teletrabalho, o que poderá estimular a fixação de mais estrangeiros, agora que temos o melhor dos dois mundos: somos vistos como “a Suécia da Europa”, mas com o clima dos países latinos.
As taxas de juros vão permanecer baixas por um tempo, pois os bancos centrais vão continuar a adotar políticas acomodatícias para apoiar a economia global. Na DWS, acreditamos que, devido à incerteza que a pandemia de COVID-19 criou sobre o crescimento da economia, os ativos reais poderão beneficiar do movimento em direção a segmentos defensivos. Ativos reais líquidos permitem o acesso ao mercado imobiliário e de infraestruturas por meio de empresas listadas que possuem e operam ativos físicos. Historicamente, os ativos reais têm apresentado características interessantes: por um lado, oferecem proteção contra a inflação; por outro, apresentam baixa correlação com os ativos tradicionais; e, por fim, são fontes de geração de rendimentos, pois estes tipo de empresas geram dividendos estáveis. Essas características assumem um papel especial no contexto atual devido à capacidade desses ativos de oferecer aos investidores diversificação e proteção contra quedas, além de possuírem atualmente níveis de avaliação atraentes. Na DWS, estamos comprometidos com o sector das infraestruturas, que se mostrou resiliente em momentos de volatilidade e que desempenhará um papel importante na recuperação da economia. Uma equipa de especialistas é essencial para identificar as melhores oportunidades. Maio e junho I Fundspeople 119
estilo de vida cavalos por Rui Broega
Cinco minutos a
galope
Colocar de parte os iPads, a televisão, a Playstation, e aproveitar a conexão única oferecida pelos cavalos. Uma atividade campestre que une a mesma família, mas que cria ainda sinapses para o campo profissional… e para já sem necessidade de uma Bloomberg!
T
entamos tudo pelos nossos filhos, certo? Exatamente. Eu fiz o mesmo. E assim descobri uma paixão que transformou a vida e a dinâmica da minha família de uma forma tão natural que hoje não vos consigo dizer se se tratará meramente de um hobby ou de uma raiz que alimenta e conecta todos cá em casa – os cavalos. O Guilherme, o meu segundo filho, era um menino que fora do ambiente familiar se apresentava demasiado introvertido, receoso, com fraca autoestima e níveis de confiança baixos. Uma formiga era um elefante no caminho. Começámos a ficar preocupados. Nada disso resultava do que nós – os pais - procurávamos transmitir enquanto educadores. Tentámos uma variedade de atividades, terapias e dinâmicas que nos funcionassem como âncora para podermos tentar ajudar o nosso filho. Os cavalos foram o estabilizador que procurávamos. E assim começámos. Os cavalos passaram a ser os nossos companheiros. As crianças são naturalmente atraídas por eles e isso acabou por ter um impacto interessante na forma como ocupam (ocupamos) o tempo livre. Menos televisão, menos iPads, menos sofá e, pasmem-se, sem Playstation. 120 Fundspeople I Maio e junho
A contrapartida é passarmos mais tempo, sozinhos ou em grupo, no campo. Quando toda a família se envolve, no tempo dedicado aos cavalos, o nosso vínculo familiar reforça-se e, tenho a certeza, torna-se objeto de lembranças preciosas da infância. Rapidamente percebi que este seria um novo tempo para todos nós. A natureza dos cavalos tem sido uma influência positiva sobre nós enquanto pais mas não só. A experiência com estes animais permite estabelecer sinapses noutros campos da minha vida que me têm ajudado no equilíbrio da dinâmica pessoal, familiar e profissional.
Ensinamento constante
Não se pode fazer com que os cavalos se sintam culpados ou convencê-los a dizer sim, quando sabem que devem dizer não. Eles apenas reagem ao que o seu cavaleiro faz. Montar ensina-nos como as nossas decisões, atitudes e comportamentos afetam tudo o que está ao nosso redor. Manusear, montar e cuidar de um cavalo desenvolve uma série de características positivas em todos nós, incluindo responsabilidade, paciência, empatia, bondade e autodisciplina. É um ensinamento constante. A perseverança necessária para montar cada
vez melhor é, como a vida, um processo evolutivo que só conseguimos se estivermos focados e com intensidade. Não podemos estar desconcentrados quando conduzimos uma animal com 400kg. Somos o líder daquele conjunto e o líder tem de estar equilibrado, coordenado, flexível na sua função. Profissionalmente, esta foi a primeira crise, entre as quatro que já assisti, com cavalos. Uma crise diferente para uma experiência igualmente diferente. O passado mês de março teria sido mais difícil sem cavalos e sem campo… Cada 5 minutos a galope libertam o peso de cada 1% de queda no mercado. Não é científico, mas é uma terapia. O problema é que desta vez, foram muitos “1%” consecutivos e os meus companheiros estavam a ficar esgotados. Com a entrada em abril, os finais de tarde foram bem mais relaxados para todos. “Esperemos que assim continue” é o que consigo ler nos olhos de cada um dos cavalos. E eu concordo mas, infelizmente, se calhar não. O tempo no campo como nos mercados passa rápido e será sempre intenso para todos. Equilíbrio, coordenação e flexibilidade são elementos chaves. Não, os meus cavalos não precisam de um Bloomberg no estábulo… ainda!
Quando toda a família se envolve no tempo dedicado aos cavalos, o vínculo familiar reforça-se e torna-se objeto de lembranças preciosas da infância.
Maio e junho I Fundspeople 121
estilo de vida viagem por Marta Carvalheiro
Viagem de Uma Vida “Observar a felicidade nas mais pequenas coisas da vida!” A incursão numa África mais primitiva permite chegar àquilo que é mais essencial.
S
e há uma viagem que todos nós, europeus e não só, deveríamos fazer é a África e não estou a falar do Norte de África, por muito interessante que também seja. Estou a falar de uma África mais primitiva em praticamente todos os aspetos. A minha experiência com esta realidade do continente africano foi na Tanzânia (República Unida da Tanzânia, desde 1964). Ter sido o nosso destino de lua-de-mel elevou-a a outro patamar de significado para mim. Mas foi, sem 122 Fundspeople I Maio e junho
dúvida, a melhor viagem da minha vida. O objetivo era claro: fazer oito dias de safari intensivo na Tanzânia, seguido de uma semana de descanso nas praias turquesas de Zanzibar. Tudo começou em Arusha, uma cidade perto do Monte Meru (4,562m), a segunda mais alta montanha do país a seguir ao Kilimanjaro e a 70 km deste. A subida (ou tentativa de) não estava planeada e terá de ficar para uma segunda vez, embora a visão seja avassaladora. Ficámos apenas um dia no Parque Nacional de Arusha, onde o animal
selvagem que mais nos marcou foi o macaco colobus, que parece vestir um manto preto e branco, hoje uma espécie protegida, mas segundo o nosso guia Masai, era procurado e caçado pelo valor ornamental da pele. Seguimos para o Parque Nacional de Tarangire, aonde iniciámos a nossa busca pelos BIG 5; o leão, o leopardo, o rinoceronte, o búfalo e o elefante. A nossa viagem foi no início de novembro, já fora do período da Grande Migração que ocorre entre junho e outubro, mas as nossas expectativas não saíram frustradas. Impressionantes manadas de zebras, com gnus sempre atrás. Famílias e famílias de elefantes. Girafas, divertidos pumbas, as enigmáticas hienas, entre muitos outros animais que preencheram os nossos dias e nos afastaram da “nossa realidade”. Impressionantes também as árvores Baobá, típicas da savana africana, com os seus majestosos troncos. Foi na cratera de Ngorongoro, a maior cratera intacta do mundo, com mais de 19km de diâmetro que avistámos o raro e quase extinto rinoceronte negro e manadas de búfalos, um dos poucos
No Parque Nacional de Tanrangiree iniciou-se a busca pelos BIG 5, mas houve também espaço para apreciar árvores Baobá, típicas da savana africana, com os seus majestosos troncos.
Tanzânia Idioma oficial: Superfície Total: População: Moeda oficial:
animais selvagens temidos pelos Masai, e um dos mais perigosos de África. Este anfiteatro natural não teve intervenção do Homem, para além ter sido um território de tribos Masai. Ficámos a dormir no Olduvai Camp, um lodge de luxo montado numa formação rochosa no meio da savana e perto de uma tribo Masai. O chefe daquela tribo falava um inglês muito bom, ao contrário dos outros membros. Devia ser mais ou menos da minha idade, estudou e era o único com telemóvel. Enquanto nos levou a ver o pôr-do-sol, explicou-nos o seu lema de vida, a importância da família e do seu sustento, como são mais respeitados se matarem um leão, mas que a classe social/riqueza é determinada pelo número de vacas que possuem. Estivemos em vários sítios com Masai, muitos com estilos de vida próximos dos nossos, mas foi ali que sentimos estar mais perto das tribos nómadas tradicionais. Ficámos três noites no parque de Serengueti, sem rede de telemóvel, num acampamento com tendas tipo militar e com um Masai de guarda durante a noite. Indiscritível a sensação
de quão pequenos e frágeis nós somos, quando sentimos e ouvimos uma luta de hienas ou um rugido de leão perto da tenda ao lado, ou quando estamos debaixo de uma tempestade de raios e trovões com uma lona a proteger, e o Masai, claro. Simplesmente único foi ver as famílias de leões e as interações entre as diferentes gerações, as chitas, os leopardos, os hipopótamos, os crocodilos, e as suas caçadas ou tentativas, com abutres a voar em círculos por cima das presas cercadas.
contrastes
Em Zanzibar apercebi-me mais da pobreza que se vive no país devido ao contraste entre as condições de vida da generalidade da população e os resorts de luxo. Já tínhamos visto as crianças impecavelmente vestidas com as fardas oficiais da escola (ex-colónia inglesa) a caminhar ao longo das estradas de terra batida, com os irmãos mais velhos a cuidar dos mais novos nos quilómetros que separam a escola de casa, mas a experiência mais solitária do safari isolou-nos da realidade mais humana.
Suaíli 947.300 km2 51.822.621 Xelim Tanzaniano
Conhecida como a ilha das especiarias, teve presença portuguesa durante 200 anos, mas foi durante a ocupação árabe que se tornou um importante centro de comércio de marfim, escravos e especiarias. Ficámos a conhecer a história da ilha quando visitámos a parte mais antiga da cidade – Stone Town, onde logo nos deparámos com uma fortaleza portuguesa, e onde nasceu Freddy Mercury. Recomendamos ir almoçar ao restaurante The Rock. Apesar dos preços praticados, é um sítio único. O dono, um italiano que se apaixonou pela ilha, contribui ativamente para o bem-estar da comunidade, ajudando a financiar as escolas, fardas, livros e equipamentos desportivos. Somos uns privilegiados pela vida que temos. Mas, os tanzanianos, felizes, orgulhosos e sempre disponíveis, mostraram-nos uma maneira diferente de olhar para a vida, fazendo-nos pensar que podemos pôr de lado muitas coisas que achamos serem essenciais e, que no fundo, acrescentam pouco, ou nada. O mais importante, sempre, é a felicidade, e esta felicidade está nas coisas mais simples da vida. Maio e junho I Fundspeople 123
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