PLANEJAMENTO E ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL|API V
Gabriela de Brito Riccioppo 11111ARQ011 Guilherme Duarte Cunha 11411ARQ001
LOCALIZAÇÃO O terreno de implantação do Projeto de Habitação de Interesse Social está localizado no Bairro Nossa Senhora da Aparecida, setor central, da cidade de Uberlândia-MG. Encontrase numa localização privilegiada quando comparado aos lotes que são destinados a programas sociais, que estão em regiões mais afastadas da cidade.
O bairro possui uma Unidade de Atenção Primária à Saúde, UAPS Brasil, que realiza atendimento médico e ações de enfermagem. Em relação às instituições educacionais públicas, possui uma EMEI, duas escolas estaduais e uma federal credenciada a UFU. Está também próximo ao Center Shopping e a Universidade Federal de Uberlândia.
LEVANTAMENTO FOTOGRテ:ICO
Fotos do terreno
Rua Natal
Rua Natal
Cruzamento entre R. Natal e Av. Floriano
Av. Floriano Peixoto
Cruzamento entre Av. Floriano e R. Belém
R. Belém
Cruzamento entre Av. Cesário e R. Belém
Av. Cesário Alvim
ENTORNO O entorno próximo do lote destinado ao projeto possui várias residências, com os comércios predominando nas Avenidas Afonso Pena e Floriano Peixoto, que são duas importantes vias da cidade. Há também, em uma quantidade significativa, a presença de lotes mistos com áreas comerciais no térreo e residenciais no pavimento superior O transporte coletivo é realizado por 7 linhas de ônibus, e todas param bem próximas ao local de implantação do projeto.
GABARITO As construções presentes no entorno do terreno são de predominância de 2 pavimentos, onde frequentemente temse o uso misto da construção, com comércio no térreo e habitação no 2º pavimento. Os outros gabaritos presentes pertencem a edifícios residenciais
1 a 2 pavimentos
Via Estrutural
3 a 5 pavimentos
Via de Transposição
6 a 8 pavimentos
Ponto de ônibus
Terreno
RESTRIÇÕES MUNICIPAIS De acordo com o Zoneamento da cidade de Uberlândia, o terreno se situa em uma Zona Mista (ZM), sendo permitido nessa zona o uso de: Habitação Unifamiliar, Habitação Multifamiliar Horizontal, Habitação Multifamiliar Vertical, habitação de interesse social, Comércio Varejista Local, Serviço Local, Equipamento Social e Comunitário-Local, Indústria de Pequeno Porte e Usos Mistos. Na Zona Mista, a taxa de ocupação permitida é de 60%. Para casos de Habitação Multifamiliar Vertical (H2V) com mais de 4 pavimentos, a taxa de ocupação abaixa para 40% (mantendo a taxa de 60% para o primeiro pavimento).
60%
RESTRIÇÕES MUNICIPAIS O coeficiente de aproveitamento imposto pela Prefeitura é 3, sendo assim pode-se construir, respeitando a taxa de ocupação citada anteriormente, um edifício de até 7 pavimentos.
TO = 40%
TO = 60% 20% Afastamento frontal mínimo 3,0 m
Afastamento de fundo mínimo 1,5 m Afastamento lateral mínimo 1,5 m
A área permeável mínima imposta pelo município é de 20% do total da área do lote
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO Topografia do Lote de implantação Área edificada
terreno
Corte aa
Corte aa
O terreno apresenta um declive de aproximadamente 3 metros em direção a Av. Cesário Alvim.
INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO Fachada Noroeste
Fachada Sudoeste
Fachada Sudeste
Fachada Nordeste
Em relação à insolação do terreno, a fachada voltada para a Av. Cesário Alvim recebe sol no período da manhã durante todo o ano, sendo que no verão até às 12h com este horário reduzindo no inverno até às 10h. A fachada voltada para a Av. Floriano Peixoto encontra-se em uma situação mais critica, recebendo toda a insolação do período da tarde ao longo de todo o ano. Essa fachada recebe sol também na parte da manhã do outono até o começo da primavera. Já na fachada voltada para a Rua Natal também recebe insolação direta no período da tarde, sendo que esta começa no verão a partir das 11h30 e reduz o tempo de insolação para às 15h30 no inverno. Na fachada voltada pra a Rua Belém, a insolação ocorre predominantemente no período da manhã, sendo que no inverno se estende até as 15h30. Também é essa fachada que recebe os ventos predominantes advindos do nordeste Av. Cesário Alvim
Av. Floriano P.
Rua Natal
Rua Belém (Fachada
(Fachada Sudeste)
(Fachada Noroeste)
(Fachada Sudoeste)
Nordeste)
6h30 - 10h00
10h00 - 17h30
15h30 -17h30
6h30 - 15h30
Equinócio
6h00 - 11h00
11h00 - 18h00
13h30 - 18h00
6h00 - 13h30
Solstício de Verão
5h30 - 12h00
12h00 - 18h30
11h30 - 18h30
5h30 - 11h30
Solstício de
Inverno
NORMAS DE ACESSIBILIDADE | NBR 9050 Dimensões para pessoas em pé (em metros)
Dimensões para pessoas em cadeira de rodas (em metros)
NORMAS DE ACESSIBILIDADE | NBR 9050 Ergonometria (em metros)
NORMAS DE ACESSIBILIDADE | NBR 9050 Ergonometria (em metros)
NORMAS DE ACESSIBILIDADE | NBR 9050
Acessos feitos por escadas e rampas (em metros)
NORMAS ESPECÍFICAS | CORPO DE BOMBEIROS Separação entre edificações (isolamento de risco)
A distância (d) é calculada da seguinte maneira: • Relacionar as dimensões (largura/altura ou altura/largura) do setor da fachada a ser considerado, dividindo-se sempre o maior parâmetro pelo menor (largura e altura) para obter o valor x; • Determinar a porcentagem de aberturas y no setor a ser considerado
Onde: d = distância em metros α = coeficiente obtido em tabela em anexo na norma, em função da relação da % de aberturas β = coeficiente de segurança (1,5 m)
NORMAS ESPECÍFICAS | CORPO DE BOMBEIROS ÍNDICE DAS DISTÂNCIAS DE SEGURANÇA α
No caso de edifícios residenciais, constituídos por duas torres, com altura máxima de 12 m e com área útil de construção até 750 m² em cada torre (incluindo-se a área da escada, proporcionalmente), serão consideradas isoladas quando atenderem aos requisitos abaixo: • Houver afastamento entre as torres de no mínimo 4 m, podendo haver ligação por meio de uma escada simples, com ventilação permanente (janelas) nas extremidades, abrindo para o espaço livre exterior.
NORMAS ESPECÍFICAS | CORPO DE BOMBEIROS As edificações devem conter saídas de segurança utilizadas para evacuações de emergências. Essas saídas de emergências são dimensionadas de acordo com a população residente no edifício.
Conforme a norma, a largura das saídas deve ser dimensionada em função do número de pessoas que por elas deva transitar. Assim temos:
As larguras mínimas das saídas de emergência, em qualquer caso, devem ser as seguintes: a) 1,10 m, correspondente a duas unidades de passagem de 55cm, para as ocupações em geral. b) 1,65 m, correspondente a três unidades de passagem de 55 cm, para as escadas e descarga. c) 1,65 m, correspondente a três unidades de passagem de 55 cm, para as rampas, acessos e descarga d) 2,20 m, correspondente a quatro unidades de passagem de 55 cm, para as rampas, acessos às rampas e descarga das rampas.
NORMAS ESPECÍFICAS | CORPO DE BOMBEIROS SISTEMA DE HIDRANTES E MANGOTINHOS PARA COMBATE A INCÊNDIO Os pontos de tomada de água devem ser posicionados: • nas proximidades das portas externas, escadas e/ou acesso principal a ser protegido, a não mais de 10 m; • fora das escadas ou antecâmaras de fumaça; • de 1,0 a 1,5 m do piso; • No caso de projetos utilizando hidrantes externos, deverá atender ao afastamento de no mínimo 15 m ou uma vez e meia a altura da parede externa da edificação a ser protegida;
Volume de Reserva de Incêndio mínima (m³ ) para grupo A-2 (Habitação multifamiliar)
CUSTOS GERAIS APROXIMADOS|METRAGENS|DENSIDADES Para a realização dos custos gerais estimados, será usado como base um trabalho de conclusão de curso feito na cidade de pato branco no paraná, sendo este voltado para habitações de interesse social. Segundo ECKER e MARTINS (2014), o custo para a construção de uma residência de 50m² utilizando como sistema construtivo o steel frame é de R$ 43.937,03 (incluso material e mão de obra). Com isso, calcula-se que o preço do metro quadrado de uma residência construída a partir do steel frame é por volta de R$ 878,74 reais.
30 unidades de 50m² = R$1318110, 00 30 unidades de 60m² = R$1581732,00 5 unidades de 70m² = R$ 307599,00 Total = R$ 3207401,00
No projeto proposto serão estimadas: 30 unidades de 50m² (6,5 x 8,0 metros) 30 unidades de 60m² (8,0 x 9,0 metros) 5 unidades de 70m² (7,o x 10,0 metros) População total estimada: 235 pessoas Área total: 3600 m²
De acordo com o projeto proposto, calculou-se uma estimativa de 65 unidades habitacionais sendo 30 de 50 m² e 60 m² cada e 5 unidades de 70 m². Sendo assim os custos gerais estimados são:
Densidade: 0,06 pessoas/m²
MATERIALIDADE STEEL FRAME: tendo como a industrialização, a precisão e a velocidade de execução como principais características, o Steel Frame utiliza-se de estruturas autoportantes que são compostas por montantes de perfis estruturais de aço conformados a frio. Os perfis típicos são obtidos a partir de bobinas de aço revestidas com zinco ou com liga alumínio-zinco. • O dimensionamento da estrutura é regido em norma pela ABNT - NBR 14.762 O sistema possibilita erguer edificações com até sete pavimentos integralmente com perfis de aço galvanizado. Em construções de maior altura, em que a estrutura principal é de concreto ou metálica (com perfis mais robustos), o Steel Frame pode ser utilizado para compor fachadas. • Para a execução do sistema é importante ressaltar que ele utiliza de: - Dispositivos de fixação: parafusos de fixação e chumbadores; - Barreiras impermeáveis à água e permeáveis ao vapor de água; - Materiais isolantes térmicos: placas de lã de rocha ou lã de vidro, poliestireno expandido ou outro material. - Materiais absorventes acústicos: mantas de lã de rocha, de lã de vidro ou de fibras cerâmicas; - Aplicável a qualquer tipo de fundação (mais utilizado em radiers e sapatas corridas) - As paredes funcionam como shafts, facilitando a execução e manutenção das instalações.
MATERIALIDADE STEEL FRAME: ETAPAS BÁSICAS DE EXECUÇÃO - Terraplanagem - Fundação - Montagem da estrutura metálica - Envelopamento (fechamento lateral e cobertura). - Conjuntamente com o envelopamento devem ser instaladas tubulações elétricas e hidráulicas - Instalação das mantas termo acústicas entre as paredes e forro - Instalação de esquadrias, portas e janelas - Piso e acabamento.
O Steel Frame também pode ser utilizado para construção de lajes e coberturas.
MATERIALIDADES Vedação externa: a vedação externa das edificações será com placas cimentícias parafusadas diretamente nos perfis da estrutura, com tratamento das juntas com massa elastomérica e tela. As placas são instaladas sobre uma barreira de vapor que impede a entrada de água, mas deixa a parede respirar, evitando condensação de água em seu interior.
Uso de placas de cimentícias em estruturas de steel frame
Vedação interna: será o sistema de drywall, parafusado sobre os perfis das paredes, com tratamento nas juntas e aspecto final liso e sem emendas. As placas de gesso acartonado possuem composição adequada para aplicação em cada áreas específica. Além disso, receberão tratamento acústico e térmico com lã de pet ISOSOFT, feita de material sustentável e reciclável. Laje: steel deck que são compostas por uma telha de aço galvanizado e camada de concreto.
Lã Pet ISOSOFT
Placas de gesso acartonado. resistência ao fogo (rosa), áreas secas (cinza) e molhadas (verde)
PÚBLICO ALVO O Projeto de Habitação de Interesse Social tem como objetivo beneficiar as populações com renda familiar de 1 a 5 salários mínimos (R$880,00 a R$4400,00). Essa renda, tendo como referência o programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal, contempla os projetos destinados às Faixas I e II do programa. O perfil dessas faixas caracteriza-se por ter, em sua maioria, o Ensino Médio Completo, e com perfil familiar ainda em processo de estruturação, com idades variando de 20 a 40 anos. Em relação à Classe C cerca de 80% possui trabalho formal. Com isso, o poder de consumo aumentou, priorizando gastos com lazer, sejam com viagens ou passeios nos fins de semana, com a alimentação, estudos e equipamentos para a casa. Buscam a casa própria e melhores condições de moradia.
PERFIL SOCIOCULTURAL DO ENTORNO O Bairro Nossa Senhora Aparecida possui 11390 habitantes, segundo o Censo 2010. A renda familiar dos domicílios predominante é de 2 a 5 salários mínimos. Em relação à alfabetização, as idades de 20 a 49 anos correspondem 50% da população alfabetizada.
Renda Familiar
24%
15%
Alfabetização
1 a 2 salários mínimos
20% 20 a 29 anos
2 a 5 salários mínimos
25%
36%
5 a 10 salários mínimos
30 a 39 anos
50%
15%
40 a 49 anos Outras idades
Outras rendas
15%
Renda Familiar e Alfabetização no Bairro Nossa Senhora da Aparecida
ABRANGÊNCIA A abrangência projeto da unidade habitacional irá trazer para o bairro Nossa Senhora Aparecida uma nova dinâmica, uma vez que o mesmo, sendo um edifício vertical, proporcionará uma nova paisagem urbana para o bairro que possui uma predominância de edifício térreos ou com 2 pavimentos. O bairro concentra uma grande quantidade de atividades do setor terciário e a implantação desse projeto acarretará uma maior concentração de pessoas, que irá exigir uma demanda maior de serviços capazes de suprir as necessidades da população. A nível de abrangência municipal, o projeto irá proporcionar um maior deslocamento de pessoas advindas de diversos bairros e de diferentes setores, sendo um projeto de habitação de interesse social que se difere do que se tem construído na cidade a nível de habitação social, tornando-se um modelo com uma melhor qualidade habitacional.
Abrangência a nível do bairro
Abrangência a nível municipal
LISTA DE ATIVIDADES
REFERÊNCIAS PROJETUAIS Conjunto nexus world| steven holl architects Localização: Japão Ano: 1991
O edifício busca explorar a experiência espacial em vez da forma. Possui em seu nível térreo lojas com fachadas contínuas para a rua. Os apartamentos são em geral quitinetes ou duplex, onde desfrutam da flexibilidade nos layouts internos. Faz uso de divisórias de dobrar permitindo que os espaços sejam facilmente alterados, acrescentando ou retirando cômodos, conforme as necessidades da família.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS Apartamentos Mirador| VRDV + Blanca Lléo Localização: Madri Ano: 2004
O tamanho e a escala do edifício o torna altamente visível. O projeto possui uma ampla variedade de tipos de apartamentos e algumas outras tipologias foram desenvolvidas conforme a inserção de cada unidade no bloco. As plantas abaixo ilustram a utilização de um planta flexível para a sala de estar e cozinha, possuindo divisórias de correr possibilitando serem fechadas ou abertas.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS Habitação Social em Valleca´s Eco-boulevard | Olalquiaga Arquitectos Localização: Madri, Espanha Ano: 2013
O objetivo principal dos arquitetos era a construção de um bloco aberto e fraturado que permitisse diversas possibilidades, como a busca pela insolação natural nas áreas abertas; a flexibilidade, com espaços de tamanhos e alturas diversos; perspectivas internas e externas com diferentes vistas. O edifício possui 163 apartamentos, distribuídos em cinco andares, espaços comerciais e estacionamento. São quatro blocos com corredores centrais diversificados, através da subtração e substituição de módulos habitáveis, que geram um aumento ou liberação de espaço nos corredores, proporcionando mais vistas e entrada de luz natural.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS Projeto de Habitação e Desenvolvimento Urbano em Manresa | PichAguilera Architects Localização: Barcelona, Espanha Ano: 2013
Estratégias climáticas no verão e no inverno
A utilização de diversos parâmetros e da inovação tecnológica são os pontos que mais chamam a atenção nesse projeto, por meio da economia ia de água e energia. Os mecanismos adotados para a economia de água foram: criação de uma cobertura ecológica com reservatório; reutilização das águas cinzas; regulagem da pressão de água na entrada do edifício; sistema de economia para banheiros e torneiras, com redutores de vazão. Em relação à energia, centraram-se no comportamento bioclimático e na utilização de sistemas construtivos. Foram enfatizados aspectos, como o isolamento térmico, com o aumento das espessuras; ventilação cruzada garantida em todas as tipologias; painéis industrializados; instalações solares ativas e garantia de qualidade térmica sem a instalação de ar-condicionado.
REFERÊNCIAS PROJETUAIS Habitação para todos – CDHU |24.7 Arquitetura e Design 1º Lugar no Concurso Nacional O projeto frisa aspectos como a heterogeneidade das unidades, com fachadas variando em cores e materialidades. O programa é reduzido, resolvido a partir de dois blocos lineares interligados por um terceiro bloco com funções distintas, sendo um módulo para os dormitórios e banheiro, outro para a área de serviços (cozinha e lavanderia) e um terceiro - de ligação - abriga a sala de refeições e a sala de estar, havendo possibilidade de expansão. Soluções como, cobertura verde, a iluminação direta dos cômodos e efeito chaminé, garantem o conforto das residências. Além disso, algumas plantas foram realizadas por meio de uma modulação de 90 cm, que asseguram a total locomoção de pessoas portadoras de deficiência física.
REFERÊNCIAS CONCEITUAIS COELHO, A.B. Soluções de realojamento I: reflexões preliminares sobre a recente solução da Residencial Alexandre Mackenzie para realojamento da favela Nova Jaguaré, em São Paulo. Infohabitar, Ano VI, n.º 289. O artigo faz um breve estudo sobre o realojamento de 400 famílias da favela Nova Iguaré, em São Paulo, para o “Residencial Alexandre Mackenzie”, projetado pelo Arquiteto Marcos Boldarini, projeto este que apresentou várias questões importantes em situações críticas de realojamento. O Residencial é composto por prédios de cinco pavimentos e casas sobrepostas, totalizando 427 habitações. Um aspecto importante no projeto é a definição do território de intervenção, em que os muros são baixos e os portões fechados apenas “no trinco”, dando um pertencimento de globalidade. Além disso, as variações volumétricas e de cores, com menos padrões e regularidades, fortalecendo a relação entre o interior e exterior e as relações de vizinhança. O terraço que reforça o convívio e a separação dos espaços para se cozinhar, lavar/ passar, lazer/estar, conferindo flexibilidade e funcionalidade aos cômodos, foram outras soluções marcantes do projeto e que lhe conferem qualidade construtiva e espacial, importantes para situações de realojamento. JORGE, P. A.F. A dinâmica do espaço na habitação mínima. Arquitextos, São Paulo,ano 14, n. 157.01, Vitruvius, jun. 2013 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/14.157/4804>. O texto em questão aponta soluções adotadas por grandes arquitetos para propiciar a espaços em habitações sociais uma maior flexibilidade. Dentre os vários exemplos, destaca-se os banheiros, que podem ter vaso sanitários e chuveiro separados do lavabo, possibilitando que as pessoas que só queiram higienizar as mãos não ocupem o restante do espaço do banheiro que poderia estar sendo utilizado por outra. Outro exemplo citado é sobre a forma de disposição da cozinha, que ora pode ter a possibilidade de integração com a sala, ora pode ser construída como outro cômodo comum. Desta maneira, o autor destaca as várias tipologias adotadas para algumas áreas especificas das residências e seus usos que continuam pertinentes ou obsoletos nos dias atuais.
REFERÊNCIAS CONCEITUAIS ABREU, R.; HEITOR, T. Estratégias de flexibilidade na arquitetura doméstica holandesa: da conversão à multifuncionalidade. Infohabitar 122.
O artigo aborda aspectos e estratégias para a flexibilidade nas construções domésticas, usando como estudo de caso quatro exemplos holandeses. Os autores citam que os promotores imobiliários, juntamente com os projetistas e os profissionais arquitetos são os agentes determinantes para o estímulo das estratégias de flexibilidade nas construções. O uso do espaço doméstico sofreu várias variações com certo dinamismo, e o mesmo tem que ser apto a esse processo. Outros aspectos importantes são a concepção estrutural do projeto, sendo essencial para qualquer tipo de estratégia de flexibilidade; e a utilização de divisórias independentes da estrutura, configurando um espaço mais livre. Com isso, concluiu-se que a partir dos estudos de caso feitos, observou-se a vontade dos residentes de modificarem o espaço de acordo com o seu gosto e de efetivamente necessitarem de alterá-lo de modo a adaptar-se à evolução do agregado familiar. Além disso, ressalta a falta de um melhor desenvolvimento e diversificação da indústria para com os sistemas flexíveis com mais qualidade. VILLA, S.B. A ineficiência de um modelo de morar mínimo: análise pós-ocupacional em habitação de interesse social em Uberlândia-MG. Observatorium: Revista Eletrônica de Geografia, v.5, n.14, p.121-147.
O artigo faz uma avaliação pós-ocupacional das habitações de interesse social construídas na cidade de Uberlândia, no Bairro Jardim Holanda. Esta avaliação, feita por questionários e levantamentos, analisou o entorno em que o projeto está inserido, mapeando os equipamentos urbanos disponíveis e que atendam aos moradores da habitação social, a relação e satisfação destes com o bairro de inserção, com o condomínio e os usos oferecidos por este e uma análise das unidades habitacionais. Percebeu-se que as casas atendem as dimensões mínimas, exigindo mobílias adequadas, que gera algumas dificuldades de adaptação e sobreposição de atividades, a qualidade construtiva é baixa e as atividades de lazer não são realizadas devido à falta de equipamentos e espaços verdes, tanto no bairro quanto no condomínio. Desta forma, como questões indicativas para as HIS, são sugeridas a moradia bem localizada, qualidade na habitação e no projeto, repensando o modelo tripartido e garantindo flexibilidade e funcionalidade aos cômodos. Além disso, a APO é uma importante ferramenta, norteando não apenas as construções de habitação social, como também a cidade como um todo.
REFERÊNCIAS CONCEITUAIS Sustentabilidade urbana: impactos do desenvolvimento econômico e suas consequências sobre o processo de urbanização em países emergentes. HABITAÇÃO SOCIAL E SUSTENTABILIDADE URBANA. Volume 3. Ministério do Meio Ambiente, Ministério das Cidades, ONU-HABITAT/ROLAC. 2015. texto em questão foi escrito para as discussões durante a Rio+20, tratando-se especialmente, em seu 3º volume, da “Habitação Social e Sustentabilidade Urbana”, tendo como principal foco o desenvolvimento sustentável em habitação, mobilidade e saneamento, reunindo discussões e apontamentos que estavam em acontecimento no cenário mundial. A discussão começa pela utilização de elementos nas habitações, que acabam por gerar mais custos e acarretando na redução do número de famílias a serem atendidas. Entretanto, esses elementos podem diminuir custos para as famílias, reduzindo o preço de tarifas de energia e água. Outro ponto destacado é a flexibilidade, onde projetos mais flexíveis são mais fáceis de execução e mais baratos, evitando a realização de reformas e ampliações, aumentando assim o nível de satisfação do usuário. Um aspecto importante tratado no texto é sobre a vida útil das construções, onde o aumento da mesma traz benefícios sociais, pois prolongam o tempo durante o qual uma família pode usar a casa e colaboram para diminuir os custos para com manutenção. Ao final o texto aborda uma crítica, onde ressalta que as pessoas ainda são pouco informadas e instruídas em relação aos elementos sustentáveis e as novas formas de se construir, o que causa resistências a aplicação desses.
RESULTADOS APO A partir dos resultados obtidos na aplicação dos questionários de avaliação pós ocupação feita no condomínio Palmeira Real, pode-se destacar problemas relacionados as áreas de convivência e lazer, espaços em comum, que são poucos e de baixa qualidade. Além disso, a rigidez e na impossibilidade de ampliação no projeto das unidades habitacionais, para que possam atender a diversos tipos familiares, como também os problemas relacionados aos espaços mínimos das áreas de serviço (cozinha e lavanderia). Outo problemas é a acústica e privacidade interna da habitação, relacionados ao compartilhamento de paredes entre duas unidades habitacionais sem tratamento acústico e também a privacidade relacionada as aberturas voltadas para áreas de circulação, onde os moradores utilizam de cortinas e películas nas janelas na tentativa de impedir a visão para dentro da moradia. Sendo assim, essas questões levantadas irão servir como base no princípio de desenvolvimento do projeto, onde serão discutidas e repensadas na tentativa de propor novas e melhores soluções que atendam as necessidades dos moradores.
CONCEITOS DO PROJETO
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ABNT. NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.
•
ABREU, R.; HEITOR, T. Estratégias de flexibilidade na arquitetura doméstica holandesa: da conversão à multifuncionalidade. Infohabitar 122. disponível em: <http://infohabitar.blogspot.com.br/2007/01/estratgias-de-flexibilidade-na.html>. Acesso em abril de 2016.
•
ECKER, T.W.P.; MARTINS, V. Comparativo dos sistemas construtivos steel frame e wood frame para habitações de interesse social. Trabalho de conclusão de curso da Universidade Tecnológica Federal de Paraná. Pato Branco. 2014.
•
JORGE, P.A.F. A dinâmica do espaço na habitação mínima. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/14.157/4804>. Acesso em abril de 2016.
•
Código Municipal De Obras Do Município De Uberlândia E De Seus Distritos. Disponível em: < http://www.uberlandia.mg.gov.br/uploads/cms_b_arquivos/120.pdf >. Acesso em abril de 2016.
•
Corpo de Bombeiros militar de Minas Gerais. IT – 08 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA EM EDIFICAÇÕES. Disponível em: <http://www.bombeiros.mg.gov.br/images/stories/dat/it/it_08_saidas_de_emergencia_em-edificacoes.pdf>. Acesso em abril de 2016.
•
Corpo de Bombeiros militar de Minas Gerais. IT – 17 SISTEMA DE HIDRANTES E MANGOTINHOS PARA COMBATE A INCÊNDIO. Disponível em: <http://www.bombeiros.mg.gov.br/images/stories/dat/it/it_17_sistema_de_hidrantes_e_mangotinhos_para_combate_a_incendio.p df>. Acesso em abril de 2016.
•
Corpo de Bombeiros militar de Minas Gerais. IT – 05 SEPARAÇÃO ENTRE EDIFICAÇÕES (ISOLAMENTO DE RISCO). Disponível em: <http://www.bombeiros.mg.gov.br/images/stories/dat/it/it_05_separacoes_entre_edificacoes_-_isolamento_de_risco.pdf>. Acesso em abril de 2016.
•
Estrutura de Aço e Fechamentos em Steel Frame. Disponível em: <http://wwwo.metalica.com.br/estrutura-de-aco-efechamentos-em-steel-frame>. Acesso em abril de 2016.
•
Instalação de Light Steel Frame. Disponível em: < http://www.cbca-acobrasil.org.br/site/noticias-detalhes.php?cod=7050 >. Acesso em abril de 2016.
•
Lã de PET. Disponível em: <http://www.trisoft.com.br/blog/la-de-pet-substitui-la-de-rocha-vidro-isolamento-termicoacustico/>. Acesso em abril de 2016.
•
Light steel framing, sistema que permite racionalização ampliada do processo construtivo, ainda é considerado sistema inovador no Brasil. Disponível em: <http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/160/lightsteel-framing-sistema-que-permite-racionalizacao-ampliada-do-processo-330206-1.aspx>. Acesso em abril de 2016.
•
MVRDV. Disponível em: <https://www.mvrdv.nl/projects/mirador>. Acesso em abril de 2016.
•
Steven Holl Architects. Disponível em: <http://www.stevenholl.com/projects/fukuoka-housing>. Acesso em abril de 2016.
•
Zoneamento Do Uso E Ocupação Do Solo Do Município De Uberlândia. Disponível em: <http://www.uberlandia.mg.gov.br/uploads/cms_b_arquivos/1836.pdf>. Acesso em abril de 2016.