CAST cinema e cultura
hayao
Miyazaki O gênio japonês que revolucionou a animação e conquistou crianças e adultos
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Festival de Cinema do Rio é aberto com documentário sobre Chico Buarque
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O melhor do cinema alemão, em seleção da Cult
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Equipe Carta ao Leitor Você na Cast Review Agenda
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Godard abusa do 3D em ‘Adeus à linguagem’, sua estreia no formato
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A vida de Hayao Miyazaki e sua influência sobre suas animações mundialmente adoradas
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Eddie Redmayne vive transexual em ‘A garota dinamarquesa’
ÍNDICE
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Miyazaki A era digital traçou novos rumos para o cinema de animação. Porém, em meio às modernas animações tridimensionais, ainda existem aqueles que sabem se utilizar do traço artesanal para contar suas histórias, usando as tecnologias digitais apenas como uma mera ferramenta secundária. Hayao Miyazaki é um desses.
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especial
Vidas ao vento Miyazaki nasceu em meio à Segunda Guerra Mundial, no dia 5 de janeiro de 1941, numa família indiretamente ligada ao conflito. Seu pai era diretor da empresa familiar Miyazaki Airplane, que construía aviões usados pelos pilotos kamikazes. Essa proximidade o levou a aprender a desenhar aviões antes mesmo de aprender a desenhar pessoas. As máquinas voadoras se tornaram uma de suas paixões declaradas e um dos elementos mais presentes em seus filmes.
“Foi um deleite para o meu próprio prazer”. Essa foi a forma como Miyazaki definiu a produção de Porco Rosso (1992), um filme repleto de máquinas históricas e de batalhas
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(2013)
aéreas. Esse deleite permeia a sua cinematografia até mesmo em seu pretenso filme de despedida, o recente Vidas ao Vento(2013), que trata da biografia de um projetista de aviões. Ao declarar as primeiras motivações que o conduziram à carreira na animação, Miyazaki já citou vários elementos, como o mangá A Nova Ilha do Tesouro (1947) do mestre Osamu Tezuka, a sua inocente paixão platônica pela heroína do filme A Lenda da Serpente Branca (1958) de Taiji Yabushita e mesmo a curiosidade e o desafio de ser um desenhista apesar de formado em Ciências Econômicas e Políticas em 1962. Durante a faculdade, conheceu o mundo da literatura fantástica num clube de pesquisa de Literatura Infantil, quando teve contato
com obras de diversos escritores ocidentais que viriam a se tornar inspirações para suas obras futuras, como J.R.R. Tolkien, Philippa Pearce, Isaac Asimov, Rosemary Sutcliff, Julio Verne, Homero, entre tantos outros.
Seu primeiro emprego foi como intervalador na Toei Animation, o maior estúdio japonês de animação. Essa experiência o colocou em contato com duas pessoas que o acompanham até hoje: Isao Takahata, seu amigo e sócio, e Akemi Ota, que seria sua futura esposa. Durante uma década, ‘‘O conceito de retratar o mal Miyazaki trabalhou como intere depois destruí-lo - eu sei valador e animador, até começar a que é considerado comum, dirigir episódios de séries para telmas acho que é um estrago. evisão, como Lupin III, e começar a dar vida a seu próprio universo A ideia de que, sempre que fantástico. algo mau acontece, alguém
em particular pode ser culpado e punido por isso, na vida e na política, é destruidora.’’
A história de uma princesa que luta para defender o mundo dos males criados pela própria humanidade é o fio condutor do seu
o castelo animado
(2005)
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primeiro longa-metragem autoral, Nausicaä do Vale do Vento (1984). O que inicialmente era apenas um mangá desenhado nos intervalos entre seus trabalhos como animador surge na forma de um filme de técnica apurada e visual impactante. Outra característica do mestre japonês é a de se inspirar em pessoas próximas para a criação de seus personagens. A mais importante delas foi sua mãe, uma mulher forte e intelectualizada, que surge nas telas na forma da personagem Ma Dola em O Castelo no Céu (1986). Aparentemente grosseira e de caráter dúbio, Ma Dola é a chefe de uma gangue familiar de piratas, mas possui os ares de uma mamma italiana que mantém todos protegidos sob seus braços. Dois anos depois, a fase mais difícil da vida de sua mãe seria representada em Meu Vizinho Totoro (1988). Mei, a criança mais nova do filme, teria a mesma idade do menino Miyazaki quando sua família precisou se refugiar numa cidade campesina ao ter sua mãe acamada pela tuberculose. Apesar do contexto melancólico, com Totoro temos um filme leve e
Vários elementos marcarão a autoralidade das obras de Miyazaki, como a defesa da natureza, o forte papel feminino, o antibelicismo e a inocência inerente aos seres da natureza. O gêio Miyazaki já estava ali definido.
em seu próprio estilo, Miyazaki traz ao mundo A Princesa Mononoke(1997), A Viagem de Chihiro(2001) e O Castelo Animado(2004). Três magníficas obras, totalmente distintas, mas todas carregando a forte marca autoral de um mestre que soube o momento de aderir ao processo digital para aperfeiçoar sua técnica, sem que a computação sobressaísse ao seu estilo. Assim, o digital convive com o traço manual e torna possível que realizações fabulosas, como o Castelo de Howl (de O Castelo Animado), ganhassem vida. A partir de A Viagem de Chihiro, Miyazaki ameaça se aposentar e cada novo filme seu é anunciado como o último de sua carreira. Porém, parece que a paixão pela
animação sempre vence a vontade de descansar, pois, após mais de dez anos das primeiras tentativas de aposentadoria, já fomos deliciados por filmes quase derradeiros, como Ponyo – uma amizade que veio do mar(2008), O Mundo dos Pequeninos(2010) e Vidas ao Vento (2013). E este ele jura que será o último. Segundo boatos, Hayao Miyazaki continua indo diariamente ao Studio Ghibli…
Assim é Hayao Miyazaki: o artista que dominou as técnicas de animação, um gênio contador de histórias, divertido, às vezes sombrio e rabugento, mas sempre encantador.
delicado. Um dos talentos do mestre japonês é usar da simplicidade infantil para contar histórias envolventes, quebrando as barreiras de bem e mal, com personagens cativantes, divertidos e portadores de múltiplos sentimentos. A visibilidade e conquista do mercado mundial vem com três grandes filmes. Mostrando capacidade de inovar e surpreender meu vizinho totoro (1995)
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