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INSTITUTO LOGOS

Walter Oliveira Alves

HOMEOPATIA E PSICANÁLISE

ARARAS - SP 2014


INSTITUTO LOGOS

Walter Oliveira Alves

HOMEOPATIA E PSICANÁLISE

Monografia apresentada ao Curso de HOMEOPATIA no INSTITUTO LOGOS, como requisito parcial à obtenção do título de terapeuta em homeopatia.

Orientador: Professor Doutor Gabriel Lopes

ARARAS - SP 2014


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DEDICÁTÓRIA

Dedico esta tese a todos os profissionais da área de saúde, psicólogos, psicanalistas e terapeutas em geral, bem como a professores que fazem de sua profissão uma missão sagrada de educar crianças para formar homens de bem.


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―A mente que se abre a uma nova idéia, jamais voltará a seu tamanho original‖.

Albert Einstein


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AGRADECIMENTO

Agradeço imensamente a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram na realização desta obra. Aos professores, orientadores e amigos,

meus sinceros

agradecimentos. Especialmente nosso imenso agradecimento a Deus, nosso Pai e Criador que nos permite viver, aprender e progredir sempre.


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RESUMO

Homeopatia

é uma forma de terapia iniciada por Samuel Hahnemann (1755-1843) quando em 1796 publica a sua primeira obra no assunto. Baseia-se no princípio similia similibus curantur (semelhante pelo semelhante se cura). O tratamento ocorre a partir da diluição e dinamização de determinada substância que produz o sintoma num indivíduo saudável. A doença é uma perturbação da energia vital e a homeopatia provoca o restabelecimento do equilíbrio. O tratamento homeopático consiste em estabelecer uma reação de restauração da saúde por suas próprias forças, de dentro para fora. Este tratamento seria para a pessoa como um todo e não somente para a doença. Deve estabelecer um equilíbrio mental, emocional e físico.

Psicanálise é um campo de investigação da psique humana, sendo também uma teoria da personalidade e um procedimento de psicoterapia. Da mesma forma a Psicanálise, como psicoterapia, propõe a cura de dentro para foram, procurando equilibrar o homem como um todo, no sentido mental, emocional e físico. Daí decorre a íntima relação entre homeopatia e psicanálise.


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Homeopathy is a form of therapy pioneered by Samuel Hahnemann (1755-1843) when in 1796 published his first work on the subject. Is based on the principle similia similibus curantur (similar by similar heals) . Treatment occurs from the dilution and dynamization of a substance that produces symptoms in a healthy individual. The disease is a disturbance of the vital energy and homeopathy causes restore the balance. Homeopathic treatment is to establish a reaction restoration of health by their own forces, from the inside out. This treatment would be for the whole person and not just the disease. Must establish a mental, emotional and physical balance. Psychoanalysis is a field of research of the human psyche, is also a theory of personality and psychotherapy procedure. Similarly psychoanalysis as psychotherapy proposes healing from the inside were trying to balance the whole man, the mental, emotional and physical sense. Hence the close relationship between homeopathy and psychoanalysis.


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_____________________ PRIMEIRA PARTE

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HOMEOPATIA Samuel_Hahnemann Christian Friedrich Samuel Hahnemann nasceu em Meissen, Saxônia, a 10 de Abril de 1755 e faleceu em Paris, em 2 de julho de 1843. Foi o terceiro de quatro filhos do segundo casamento de seu pai, Christian Gottfried Hahnemann, um pintor de porcelana, considerado um mestre na sua arte.

Em 1775 foi para Leipzig, a capital intelectual da Saxônia, para estudar medicina. Em 1777 Hahnemann segue para Viena, onde vai frequentar a nova escola médica de Van Swieten, que tomava como importante o ensino clínico junto do doente. Durante mais de seis meses Hahnemann acompanhou e observou as visitas do Dr. Joseph Quarin ao Hospital onde era médico responsável. Em 1779 vai para Erlangen, onde defende a sua tese de doutoramento em medicina, seguindo depois para Dessau, onde conhece o farmacêutico Haeseler e a sua filha Henriette, com quem casou. Quando traduzia a obra Matéria Médica de Cullen, Hahnemann criticou a opinião do autor sobre os efeitos da quina no tratamento da malária, que dizia tratar pelo seu sabor amargo. Hahnemann escreveu que a quina curava a malária não por ser amarga, mas por causar os efeitos semelhantes aos da malária se tomada por alguém saudável, o que ele experimentou. Deste fato surge a origem do primeiro enunciado do princípio da semelhança.


INSTITUTO LOGOS Começou então a perceber que um remédio pode provocar as condições mórbidas de doença como curá-las, quando testado em voluntários humanos saudáveis. Mais tarde teve dois casos que ajudaram a essa sua teoria. Numa família com quatro crianças, três tiveram escarlatina e apenas uma, que estava a tomar Belladona para a artrite, escapou à infecção. Numa outra família com oito crianças, três tinham escarlatina, e Hahnemann deu às outras cinco Belladona em doses muito baixas. Nenhuma das cinco crianças ficou doente.

Com o tempo juntaram-se a ele diversos entusiastas da prática em conjunto, testando várias drogas com todos os cuidados possíveis para eliminar o erro. Estes testes foram meticulosamente relatados, formando o núcleo da matéria médica homeopática, compilados na clássica Matéria Médica Pura, publicada em 1811. Em 1810, Hahnemann publicou a primeira edição do famoso ORGANON da medicina racional, que foi uma ampliação do seu trabalho A medicina da experiência. Em vida publicou mais quatro edições, corrigidas e aumentadas em função das modificações da sua teoria, segundo a sua experiência. Passou a chamar-se ORGANON A Arte de Curar. Este livro depressa se tornou um clássico.

Princípios da homeopatia  Lei dos Semelhantes: Hahnemann anuncia esta Lei universal da cura: similia similibus curantur. Exemplificando, um medicamento capaz de provocar, em uma pessoa sadia, angústia existencial que melhora após diarréia e febre, curaria uma pessoa cuja doença natural apresente essas características.  Experimentação na pessoa sadia: não se fazem experiências com animais, mas em seres humanos saudáveis. Esses medicamentos são capazes de alterar o estado de saúde da pessoa saudável e justamente o que se busca são os efeitos puros dessas substâncias. A essa experiência da-se o nome de patogenesia.  Doses infinitesimais: A preparação homeopática dos medicamentos consiste em diluições infinitesimais seguidas de sucussões rítmicas, ou seja: mistura-se uma pequena quantidade de uma substância específica em muita água e/ou álcool e agita-se bastante. A tese é de que essa técnica


INSTITUTO LOGOS "desperte" as propriedades latentes da substância. Isso é chamado de "dinamização" ou "potencialização" do medicamento.  Medicamento único: Sendo o caso, usa-se um medicamento por vez, levando-se em conta a totalidade sintomática do paciente. Só assim é possível ver seus efeitos, a resposta terapêutica e avaliar sua eficiência ou não. Após a primeira prescrição é que se pode fazer a leitura prognóstica, ver se é necessário repetir a dose, modificar o medicamento ou aguardar a evolução dos sintomas.

ENERGIA VITAL E MIASMAS

Para Hahnemann existe uma força ou energia vital responsável pelo funcionamento saudável do corpo. A doença surge quando existe um desequilíbrio da energia vital pelos mais diversos motivos, Sendo os principais de origem mental, emocional e volitivo, ou seja, um desequilibro entre o pensar, o sentir e o agir. Muitas vezes, esse desequilíbrio da energia vital demora a se manifestar a nível físico. A energia vital desequilibrado pode existir no individuo na forma de miasma como efeito de uma doença oculta, mas que se manifestará oportunamente. Ora, a semelhança com os princípios da psicanálise são enormes.


INSTITUTO LOGOS SEGUNDA PARTE

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PSICANÁLISE

ANTES DE FREUD A preocupação com o estado mental do paciente vem desde os médicos gregos, em especial Hipocrates (460-377 a.C.), cuja filosofia é muito bem retratada na famosa frase do poeta romano Juvenal: Mens sana in corpore sano. Em 1587, Oliva Sabuco (1562 - 1609), filósofa espanhola, descreve como as emoções podem causar forte impacto no corpo, conclamando os médicos para que observassem os pacientes em sua totalidade de corpo e alma. Philippe Pinel (1745 -1826) foi um médico francês, considerado por muitos o pai da psiquiatria. Ao contrário do que acontecia na França da época, afirmou que os que sofriam perturbações mentais eram doentes e deveriam ser tratados como doentes e não de forma violenta. Foi o primeiro a tentar descrever e classificar algumas doenças mentais. Franz Anton Mesmer (1734 - 1815), médico e magnetizador, iniciou, em 1773, o tratamento por meio do magnetismo animal, sendo seu caso mais famoso a cura da cegueira da famosa pianista Maria Theresa Paradis. Foi o primeiro a utilizar o termo fluido universal em sua tese de doutorado. No entanto, foi totalmente rejeitado pelas Sociedades Médicas da época.


INSTITUTO LOGOS Interessante é que em 1785 Mesmer abandona Paris, tendo se encontrado em Zurique com o pastor Johann Kaspar Lavater (1741-1801), entusiasta do magnetismo animal na suíça. William Cullen (1710-1790), médico escocês, foi o primeiro a ver uma analogia entre delírio e sonhos estranhos, criando o termo neurose. Curioso é que foi justamente um artigo de Cullen sobre a substância quina que levou Samuel Hahnemann (1755-1843) a iniciar suas pesquisas que culminaram na homeopatia, valorizando o estado mental do paciente. Por volta de 1818, o médico alemão Johann Heinroth (1773-1843) já afirmava que muitas doenças do corpo tinham sua origem na alma, tendo utilizado o termo psicossomática pela primeira vez. Jean-Martin Charcot (1825 — 1893) médico e cientista francês, diretor do maior manicômio de Paris, o Salpêtrière, utilizava a hipnose no estudo da histeria. Pierre Janet, (1859 - 1947), aluno de Charcot, também se notabilizou no estudo da histeria. Freud, que também trabalhou com Charcot no hospital Salpêtrière, foi quem mais aprofundou os estudos sobre as doenças mentais. Dentre os seguidores de Freud temos Carl Gustav Jung (1875-1961), psiquiatra suíço e Alfred Adler (1870 - 1937), psicólogo austríaco. Embora a psicanálise, a psicologia analítica, e outros métodos de análise mental tenham surgido com esses estudiosos, é interessante notar que Michel de Montaigne (1533-1592), escritor francês, já utilizava a autoanálise nos seus ―ensaios‖, publicados a partir de 1580, em três volumes, como um ensaio pessoal ou auto retrato.


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SIGMUND FREUD

Sigmund Freud (1856-1939) nasceu em Freiberg, na época parte do Império Austríaco, tendo sido médico neurologista, considerado o criador da psicanálise. Ainda criança, sua família muda para Viena. Inicia seus estudos na universidade aos 17 anos. Depois de se dedicar à pesquisa científica em um laboratório de Viena, Trabalhou por muitos anos no Hospital Geral de Viena e como professor de Neuropatologia na Universidade de Viena. Em 1885, Freud obteve da Universidade de Viena uma bolsa de estudos para viajar a Paris e acompanhar os estudos de Charcot, no Hospital de Salpêtrière.

Foi a partir de então que Freud se afastou de seu tema


INSTITUTO LOGOS preferido, a anatomia do sistema nervoso para os problemas da histeria e do hipnotismo.

FREUD E CHARCOT Jean-Martin Charcot (1825-1893), em 1856, era médico interno do hospital, quando iniciou os primeiros estudos de doenças nervosas crônicas, com enorme número de enfermos do hospital. Durante doze anos deu aulas como professor voluntário até que em 1881 foi instituído no Salpêtrière uma cátedra de Neuropatologia a ele confiada. Quando lá chegou, em 1885, Charco já possuía grande número de alunos ou discípulos, tendo Freud se juntado a eles. Assistia às aulas teóricas e práticas, junto aos pacientes do grande hospital. Foi em uma dessas aulas que Freud ouviu de Charco que ―o trabalho em anatomia estava encerrado. O que precisava ser abordado a seguir eram as neuroses‖. E seu trabalho centralizou-se quase por completo nas neuroses, principalmente na histeria. Ao observar a melhora nos pacientes de Charcot, concluiu que a causa da doença era psicológica e não orgânica. Iniciou, então, seus estudos pela utilização da hipnose como método de tratamento para pacientes com histeria.

O NASCIMENTO DA PSICANÁLISE


INSTITUTO LOGOS BREUER E FREUD Josef Breuer (1842-1925) foi um médico e fisiologista austríaco, a quem também se atribui a fundação da psicanálise. Em 1880, ele consegue aliviar os sintomas de depressão e hipocondria de uma paciente, Bertha Pappenheim, de 21 anos. A paciente melhorou depois de ser induzida a recordar experiências traumatizantes sofridas na infância, através da hipnose e de um método novo, a chamada terapia da conversa. Os problemas de Bertha eram depressão e nervosismo, com um quadro de hipocondria com os mais diversos sintomas, na época denominado ―histeria‖. Os sintomas surgiam e se alteravam: paralisia e contraturas musculares, perda de sensibilidade na pele, impossibilidade de deglutir, distúrbios visuais e outros. Breuer submeteu-a a hipnose, tendo a paciente recordado casos de sua infância, sentindo-se melhor após o transe. Depois, substituiu a hipnose pela conversa habilmente dirigida no sentido de provocar recordações difíceis de serem trazidas à consciência, percebendo que a hipnose poderia ser dispensada. Entendeu

que

os

sintomas

tinham

conexões

simbólicas

com

recordações dolorosas relacionadas à morte do pai. Breuer concluiu que os sintomas neuróticos resultam de processos inconscientes

e

desaparecem

quando

esses

processos

se

tornam

conscientes. Chamou a esse processo catarse. Embora tenha parado de clinicar, ensinou seu método a Freud, tendo ambos discutido diversos casos dos pacientes de Freud.

Em 1893 ambos publicaram, em conjunto, um

artigo sobre o método e, dois anos depois, publicaram o livro Estudos sobre a Histeria, considerado o marco inicial da psicanálise. Esta técnica passou a ser o ponto central do tratamento de Freud, surgindo daí o conceito de inconsciente e memórias reprimidas. No entanto,


INSTITUTO LOGOS para Freud, essas ―memórias reprimidas‖ eram sempre de natureza sexual, o que causou o rompimento com Breuer, que discordava deste ponto de sua teoria. A contribuição mais significativa de Freud é o conceito de inconsciente e a proposta de que a mente é dividida em camadas ou níveis, onde existem vontades primitivas escondidas sob a consciência, mas que se manifestam nos sonhos e em algumas ocasiões excepcionais, como nas hipnoses e nas técnicas de análise. Segundo sua teoria, as pessoas podem experimentar pensamentos e sentimentos tão dolorosos que não podem suportá-los, que acabam sendo expulsos do consciente, mas que permanecem a nível inconsciente. Seus conceitos de inconsciente, desejos inconsciente e repressão foram revolucionários. Mas, no início a classe médica chegou a marginalizar as idéias de Freud. Até os dias de hoje, a idéia do inconsciente não é aceita por várias áreas da ciência, em especial da psicologia comportamental, cuja base teórica é o behaviorismo.

A PSICANÁLISE SEGUNDO FREUD As principais idéias de Freud, citadas abaixo, abriu um novo campo de estudos que possibilitou o avanço da psicanálise por outros estudiosos, mesmo aqueles que discordavam de algumas de suas idéias. O EGO E O ID


INSTITUTO LOGOS Em 1923, no livro O Ego e o Id, Freud expôs uma divisão da mente humana em três partes: O Id, o Ego e o Superego. O Id designaria os impulsos, desejos e motivações mais primitivas do ser. Para Freud, esses impulsos seriam de natureza sexual. O Id seria inconsciente, mas procura alcançar o consciente para realizar os seus desejos. A partir de 1920, Freud também passa a atribuir ao Id os desejos agressivos. O Superego ou ―supereu‖ representa os valores da sociedade, normas e regras a que o indivíduo se submete, dentro de seu processo cultural. Pode representar um ―eu ideal‖, a pessoa boa e virtuosa. De forma inconsciente, censura os impulsos ou pulsões do Id, impedindo a manifestação dos instintos e desejos. O Ego ou Eu seria o centro da consciência. Corresponde à soma dos conhecimentos, idéias, sentimentos, lembranças e percepções sensoriais. Corresponde, pois ao conjunto de processos psíquicos que, em contato com a realidade objetiva, procura guiar o comportamento do indivíduo. Esta entre o Id e o Superego, selecionando e controlando as exigências do Id, sem transgredir o controle do Superego.

LIBIDO A palavra libido vem do latim, significando ―desejo‖ ou ―anseio‖. É caracterizada como a energia aproveitável para os instintos de vida. Interessante é que Santo Agostinho foi o primeiro a distinguir três tipos de desejos: a libido sciendi, desejo de conhecimento, a libido sentiendi, desejo sensual em sentido mais amplo, e a libido dominendi, desejo de dominar.


INSTITUTO LOGOS Sigmund Freud retoma o conceito de libido, conferindo um papel de destaque na psicanálise, compreendendo a libido como a energia sexual no sentido de impulso do desejo e do prazer. Segundo sua teoria, na infância a libido de desenvolve por fases: oral, anal, fálica, latência e finalmente genital. Distúrbios no desenvolvimento da libido pode levar a transtornos mentais. Para Jung, no entanto, a libido é vista em seu sentido geral, como toda a energia mental de um homem, lembrando os conceitos do oriente do chi ou prana.

DESENVOLVIMENTO PSICOSEXUAL

Os estágios do desenvolvimento psicosexual também contribuíram para melhor conhecimento do desenvolvimento da criança. Estágio oral: de 0 a 18 meses, aproximadamente - estágio mais primitivo, quando a percepção e expressão do bebê estão concentrados na boca e órgãos relacionados com a zona oral. As sensações orais incluem a sede, fome, o ato de mamar e a deglutição. Estados de tensão levam a procura da gratificação oral: beber, comer e, no final relaxar e dormir. Pode surgir uma fase de agressão na ação de morder ou cuspir, vinculados aos desejos primitivos de morder, devorar e destruir. O bebê é egocêntrico e enxerga a mãe como uma extensão dele próprio. A inveja e o ciúme podem estar relacionados aos distúrbios nessa fase.

Estágio anal: de 18 meses a 3 anos, ativado pela maturação do controle do esfíncter, especialmente do esfíncter anal, maior controle voluntário sobre a retenção ou expulsão das fezes. Segundo alguns autores é um período de esforço por independência e fuga do controle dos pais. Pode também ocorrer


INSTITUTO LOGOS manifestação de desejos agressivos ligados à descarga das fezes como armas de destruição. Traços patológicos desta faze podem revelar cólera, desafio, desordem e até neuroses obsessivo-compulsivas. Alguns autores incluem também a fase uretral relacionada ao prazer em urinar e na retenção uretral, semelhante à retenção anal. Estágio Fálico: de 3 a 6 anos, aproximadamente - corresponde ao interesse sexual quanto à estimulação e excitação da área genital. Nesta fase pode surgir o conflito edípico ou complexo de Édipo. O menino deseja seduzir a mãe. Jung incluiu nesta fase o Complexo de Electra, onde a filha deseja seduzir o pai. Estágio Latência: 7 a 12 anos tem sua origem na dissolução do Complexo de Édipo (ou de Electra). Surge sentimento de pudor, identificação com os pais, intensificação das repressões e desenvolvimento de sublimação. Aprendizagem e atividades lúdicas, exploração do ambiente e aumento de habilidades. Estágio genital: 12 anos até atingir a vida adulta - é o último estágio do desenvolvimento sexual. Supõe-se que seja estabelecida uma relação heterossexual amadurecida. Nos Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, Freud esclarece: ―A diferença desta última reside apenas em que a concentração das pulsões parciais e sua subordinação ao primado da genitália não são conseguidas na infância, ou só o são de maneira muito incompleta. Assim, o estabelecimento desse primado a serviço da reprodução é a última fase por que passa a organização sexual.‖

COMPLEXO DE ÉDIPO

Segundo Freud, o Complexo de Édipo ocorre quando a criança atinge o período sexual fálico na segunda infância e dá-se então conta da diferença de


INSTITUTO LOGOS sexos, tendendo a fixar a sua atenção libidinosa nas pessoas do sexo oposto no ambiente familiar. O conceito foi descrito por Freud e recebeu a designação de complexo por Carl Jung, que desenvolveu semelhantemente o conceito de complexo de Electra.

A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS

Em sua obra Interpretação dos Sonhos, Freud descreveu o extenso emprego de simbolismo nos sonhos, sobretudo para a representação do material sexual. Para ele tais símbolos podem ser comparados a sinais da taquigrafia, com uma significação fixa. Antes de Freud os sonhos eram tidos como efeitos de um trabalho desconexo, provocados por estímulos fisiológicos.

Os conhecimentos

desenvolvidos por Freud trouxeram os sonhos para o campo da Psicologia e demonstraram que estes estão relacionados com a realização de desejos, disfarçados ou não, satisfeitos em pleno campo psíquico. O sonho seria então a parte que aparece na consciência referente à atividade mental de nível inconsciente. Quando essa atividade mental é de natureza imoral ou não aceita pela consciência, surge de forma simbólica, nos sonhos. A interpretação dos sonhos levaria ao conhecimento da real atividade mental e, portanto, ao conhecimento do inconsciente. OS DISSIDENTES Dentre os seguidores de Freud, vários acabaram discordando do mestre sobre a questão sexual. Carl Gustav Jung (1875-1961) psiquiatra suíço, muito ligado a Freud, tendo o acompanhado aos Estados Unidos, discordava do conceito da libido e a exagerada valorização do sexo. Para Jung a libido representava toda a energia mental do indivíduo e não apenas a sexual. Conceito semelhante ao


INSTITUTO LOGOS citado por Santo Agostinho, séculos antes. Foi o fundador da psicologia analítica e será objeto de nossos estudos futuros. Alfred Adler (1870-1937) médico e psicólogo austríaco, também discordava de Freud quanto à supervalorização do sexo nos transtornos mentais. Foi o fundador da chamada psicologia do desenvolvimento individual Da mesma forma Wilhelm Reich (1897-1957) foi um psiquiatra e psicanalista austríaco-americano que acabou divergindo de Freud em alguns aspectos. Reich destaca a existência de uma substância intangível, vital, que ele chamou de orgone cósmico, equivalente ao fluido cósmico citado por Kardec. A energia orgônica ou orgônio corresponde à energia universal, à substância da vida ou força vital, semelhante ao ―Prana‖ no hinduísmo e ―Chi‖ na medicina chinesa.

CONCLUSÃO DA PRIMEIRA PARTE

Podemos concluir que Freud, aproveitando as idéias de Charco e Breuer, abriu um vasto campo de estudos baseado no conceito do inconsciente e na psicanálise. Alguns de seus discípulos ou seguidores, como Jung e Adler, ao romperem com Freud, abriram outros campos de estudos, sem se desviarem do conceito do inconsciente e da psicanálise como tratamento, mas desvendando outros universos da mente. Veremos a seguir as implicações da psicanálise e da homeopatia


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HOMEOPATIA E PSICANÁLISE

Tanto a homeopatia pode se beneficiar dos conhecimentos da psicanálise, como a a psicanálise pode se beneficiar da homeopatia. Diversos temas de estudos e mesmo psicopatias, pertencem tanto ao âmbito da psicanálise como da homeopatia. Por exemplo: A depressão é uma doença de caráter psíquico e também físico. Evidências demonstram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e dopamina)

No entanto, fatores psíquicos (mentais e

emocionais) e sociais podem estar na raiz do problema. Geralmente a causa profunda está na predisposição genética e em fatores ambientais, sociais e psíquicos. O tratamento da depressão, portanto, pode associar medicamentos homeopaticos e o tratamento psíquico que vai até as raízes do problema, atingindo suas causas. Da mesma forma a ansiedade e o transtorno do pânico tem aspectos psíquicos com consequências físicas. Durante o ataque, o paciente pode sentir alguns sinais, como disparo do coração, falta de ar, formigamento, suor nas mãos, palidez, tontura e náuseas. Algumas sensações são difíceis de descrever, como sentir-se ―sem chão‖, caindo, nas nuvens ou como se não percebesse o próprio corpo. Esses sentimentos são chamados de despersonalização e desrealização. Além dessas percepções físicas, alguns ideias costumam ocorrer durante a crise de pânico. O mais comum é o paciente pensar que vai morrer naquele instante ou que está sofrendo um infarto ou um derrame. Muitos têm


INSTITUTO LOGOS a sensação de que vão enlouquecer. Embora esses pensamentos sejam puramente imaginários, o indivíduo vivencia-os como reais. Como as crises de pânico são imprevisíveis, o paciente também se sente tenso e preocupado após o surto, pois fica imaginando quando ocorrerá o próximo episódio. Ele pode passar a temer que a crise aconteça, por exemplo, dentro de um ônibus lotado ou de um cinema, em um local onde não há alguém por perto para socorrê-lo ou quando houver tanta gente que ele sinta vergonha de passar mal. Esse sentimento denomina-se ansiedade antecipatória. Mesmo que não haja ataque de pânico, o indivíduo sofre de ansiedade, na expectativa do próximo surto. Com certeza, o paciente necessitará de cuidados psíquicos, mas também pode se beneficiar de medicamentos homeopáticos.

Conclusão Geral Percebemos, pois, muito claramente que tanto a psicanálise pode se beneficiar dos conhecimentos da homeopatia, como a homeopatia pode se beneficiar da psicanálise, como vimos. A psicanálise tem contribuído cada vez mais para a compreensão da mente humana, seus distúrbios e seu tratamento. A homeopatia, há muito, percebe que a etiologia das mais diversas doenças estão na mente, nas emoções, na conduta do próprio paciente, que tem sua parcela de responsabilidade perante suas enfermidades.

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Referências bibliográficas

HOMEOPATIA Manual prático do Homeopatia - Griffith, Colin - Editora: Cultrix Guia de Medicina Homeopática – Dr. Nilo Cairo – Ed. Teixeira Repertório de Homeopatia - Ariovaldo Ribeiro Filho - Ed. Organon Materia Medica Homeopatica - Lathoud - Editora: Albatros A Cura pela Homeopatia - Eliel S. Cunha - Editora: Nova Cultural O Que é Homeopatia - Flavio Dantas - Editora: Brasiliense A Homeopatia - Georges Vithoulkas - Editora: Nova Fronteira Tratado de Matéria Médica Homeopática - Bernardo Vijnovsky - Ed: Mukunda Homeopatia - Guia Prático - Cassandra Marks - Editora: Avatar Cura-te pela Homeopatia - Sérgio A. Teixeira - Editora: Ediouro

PSICANÁLISE Interpretação dos Sonhos - Freud - em Obra Completas de Sigmund Freud (23 volumes) - Imago. Estudos sobre a Histeria - Freud e Breuer - idem O Ego e o ID - Freud - idem


INSTITUTO LOGOS Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade - Freud - idem A Psicanálise depois de Freud, Bleichmar - Artmed Psicanálise e Educação - Jean-Claude Fillox - Expressão e Arte. Revista de Pedagogia Psicanalítica - Temas (1926-1937) Psicanálise - Introdução a Praxis - Freue Lacan - Rappaport, Clara Regina, Ed. EPU Fundamentos da Psicanálise de Freud a Lacan (2 volumes) - Marco A.C.Jorge - Ed.Jorge Zahar Introduçao a obra de Melanie Klein, Hanna Segal - 1975, Editora: Imago, A importância da formação de símbolos no desenvolvimento do ego. Obras Completas de Melanie Klein - Rio de Janeiro: Imago, 1996. A psicanálise de crianças. Obras Completas de Melanie Klein: Volume II A psicanálise de crianças (1932)". Rio de Janeiro: Imago, 1997.

APROVADO EM 10/06/2014 INST. LOGOS REG. 0760 PAGINA: 07 LIVRO: 01


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