A META FÍSICA POR GABRIELLI MARTINS
ABRIL, 2017 OSASCO - SÃO PAULO
METAFÍSICAS
SEÕÇPECNOC SETNEREFID
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ARISTÓTELES
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MEDIEVAL
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KANT
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NIETZSCHE
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HUSSERL
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HEIDEGGER
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ARTE METAFÍSICA
Metafísica é uma palavra com origem no grego e que significa "o que está para além da física". Portanto, busca o conhecimento da essência das coisas. Em sua forma mínima, é a atividade de “descrição categorial”. Ao falarmos da realidade, fazemos inúmeras divisões, algumas das quais são mais gerais, como a distinção entre coisas e suas propriedades, entre eventos e seus tempos e lugares, etc.
Aristóteles
"SE NÃO EXISTISSE NADA DE ETERNO TAMBÉM NÃO PODERIA EXISTIR O DEVIR"
Categorias Aristotélicas Em sua obra "Categorias", Aristóteles fez uma lista de dez categorias ou “predicáveis”. Ao dizer “Aristóteles está no Liceu”, o predicado é “está no Liceu”, ou seja, estamos predicando
"TODOS OS HOMENS, POR NATUREZA, DESEJAM CONHECER, UMA PROVA DISSO É O PRAZER DAS SENSAÇÕES, POIS, FORA ATÉ DA SUA UTILIDADE, ELAS NOS AGRADAM
“estar no Liceu” de alguma substância, que no caso é Aristóteles. Porém, é possível que não se trata de uma análise sintática de uma sentença, de uma discussão sobre linguagem, mas sim de uma discussão sobre a realidade. Cada categoria designa um tipo de coisa, não um tipo de termo linguístico ou de ideia. No entanto, para investigar as categorias, Aristóteles precisava investigar a estrutura da linguagem e do pensamento. O estudo dos entes mais gerais
POR SI MESMAS E, MAIS
da realidade passa por um estudo da linguagem
QUE TODAS AS OUTRAS,
e pensamento, que fornecem as estruturas
AS VISUAIS"
S
conceituais mais gerais com as quais categorizamos o mundo.
Metafísica Medieval
Por Gabrielli Martins No período medieval, alguns filósofos problematizaram questões relativas aos domínios da fé e da razão, levando em consideração em sua teses as questões bíblicas e filosóficas da Antiguidade. Dessa forma, surge então, a metafísica cristã, cujos principais temas eram Deus e a salvação humana. Vale ressaltar, que esses pensamentos desenvolveram-se durante a fase Patrística e Escolástica. Na primeira agregou-se ao cristianismo alguns elementos platônicos e neoplatônicos. Já na Escolástica o que foi mais presente foram elementos aristotélicos.
Querela dos universais A Europa enfrentou grande limitação em relação ao acesso às obras gregas, em decorrência de disputas políticas. Dessa forma, até o século XIII, os pensadores da Escolástica estudavam o pensamento aristotélico por meio das obras de outros autores. Assim, inúmeros pensadores dedicaram-se a refletir sobre as relações entre o mundo das coisas e da linguagem. Nesse contexto, surgiram algumas investigações sobre ideias gerais, como espécie ou gênero. PÁGINA
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METAFÍSICA KANTIANA Por
Gabrielli
Martins
As categorias em Immanuel Kant provêm do pensamento, não das coisasem-si, ao contrário do que ocorre com Aristóteles. A fonte das “formas do entendimento” em Kant foi a lógica tradicional. A “quantidade” de um juízo pode ser universal, particular ou singular; a “qualidade” pode ser afirmação, negação ou infinitude; a “relação” pode ser categórica, hipotética ou disjuntiva; e a “modalidade” pode ser problemática, assertiva ou apodítica. Disso, provêm as doze categorias kantianas, que são, respectivamente: unidade, pluralidade ou totalidade; realidade, negação ou iimitação; substância e acidente, causa e efeito, ou interação recíproca; possibilidade, existência ou necessidade. Segundo Kant, o objeto do nosso conhecimento especulativo repousa sobre os princípios sintéticos. Esses devem ser a priori, um juízo que une a universalidade com a sinteticidade. Um juízo que fundamenta a ciência e o conhecimento, porém que seja possível de ser conhecido e universalizado. Sobre este é que deve se fundamentar o conhecimento humano.
Age de modo que consideres a humanidade tanto na tua pessoa quanto na de qualquer outro, e sempre como objectivo, nunca como simples meio.
Kant afirmava que as leis morais eram universais e estabelecidas a priori pela razão. Com isso, ele queria dizer que todo ser racional tinha capacidade de estabelecer leis para si mesmo e escolher segui-las, ainda que entrassem em conflito com as necessidades e os desejos individuais. Segundo ele, essa capacidade era anterior a qualquer experiência vivida pelo ser racional e permitia um modo de agir designado como "ação livre por dever".
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A CRÍTICA À METAFÍSICA POR NIETZSCHE
Por
Gabrielli
Martins
O CAMELO
O LEÃO
A CRIANÇA
Comparava a "carga" pesada carregada pelos adeptos da moral cristã com a de um camelo, animal que suporta tudo.
Por outro lado, Nietzsche julgava necessário dizer não, livrar-se dessa "carga" e destruir os "ídolos", com a força de um leão selvagem.
Somente após livrar-se dessa carga que poderá trilhar um caminho novo, como uma criança, sem ressentimentos.
“Três transformações do espírito vos menciono: como o espírito se muda em camelo, e o camelo em leão, e o leão, finalmente, em criança.” No fim do século XIX, Friedrich Nietzsche apresentou-se como um grande crítico do pensamento metafísico, por considerá-lo um obstáculo à afirmação da vontade de poder ou vontade de potência. Ele condenava a Metafísica por considerar que a mesma promove a crença em uma realidade para além daquela que se percebe e por justificar a moral em virtude da busca da verdade. Nietzsche discordava de Platão, defendendo que a fidelidade humana à terra, isto é, a vida como ela se apresentava, sem procurar nenhum consolo de um "mundo metafísico". Um dos objetivos da metafísica apresentada por ele, era abrir novos caminhos para um nova moral, a moral "além do homem". Com inspiração nos pensamento de Heráclito, ele entendia a realidade como um eterno devir, um jogo inocente, que se repete sem nenhuma finalidade; por esse motivo considerava o movimento e a tragicidade como aspectos necessários na existência humana.
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HUSSERL ONTOLOGIA COMTEMPORÂNEA O filósofo Edmund Husserl foi um dos pensadores contemporâneos que defenderam a importância das reflexões metafísicas. Portanto, ele não aceitava que a Filosofia fosse subordinada aos métodos das ciências exatas. Assim dedicouse ao estudo do conhecimento, da consciência e fundou uma nova área de estudos, denominada Fenomenologia.
▬ ONTOLOGIAS REGIONAIS Husserl discordou daquilo que já tinham proposto e levantado antes e preferiu trilhar um novo caminho e realizar uma nova crítica do conhecimento. Para isso, retomou as noções de Kant relacionadas ao sujeito transcendental e de fenômeno para poder refletir sobre a consciência. Além disso, para designar os elementos que formam a realidade, foi necessário utilizar alguns termos, como: fenômenos, essências ou eidos (ideia). Os pontos de partida das suas reflexões filosóficas foi o procedimento de "colocar entre parênteses" as verdades científicas e filosóficas, assim como a atitude natural representada pelas crenças irrefletidas, muito frequente no cotidiano das pessoas. Depois de realizá-lo, Husserl percebeu que, para constituir o conhecimento, restava apenas a consciência: atividade e estrutura universal, caracterizado pela intencionalidade. Assim, ao dizer que a consciência é intencional equivale a afirmar que ela é sempre consciência de algo, os entes tomados das diversas regiões do ser, sob perspectivas diferentes, de acordo com as circunstâncias, aos quais ela confere aos significados. Dessa forma, concebeu a Fenomenologia como investigação dos modos segundo os quais os noemas (fenômenos, ideias) se apresentam à noésis (consciência intencional). Propôs ontologias regionais, ou seja, o estudo do ser diferenciado em noemas de regiões distintas, os quais se apresentam à consciência intencional de formas distintas.
"Eu existo, e tudo o que não sou eu, é um mero fenómeno que se dissolve em ligações fenomenais. " - Edmund Husserl
HEIDEGGER E A RETOMADA DA QUESTÃO DO SER
O filósofo alemão Martin Heidegger foi aluno de Husserl, destacou a relevância de se refletir sobre o ser, entendido como a condição de possibilidade de todos os entes. Ele denunciou o esquecimento da questão do ser no estudo dos entes, ou seja, mostrou que a Ciência e a Metafísica passaram a tratar das coisas que são (os entes), esquecendo-se de investigar suas condições de possibilidade (o ser).
Heidegger dedicou-se a investigações metafísicas, afirmando que era fundamental perguntar pelo sentido do ser, tema que havia sido abandonado pelas ciências modernas. Decidiu começar pela interpretação do modo de ser do único ente que poderia responder essa pergunta: o ser humano, a quem chamava de dasein. Para ele, o dasein é o único ente que existe, os demais apenas são. Afinal, ele considerava que existir significava ter uma compreensão prévia do ser e a capacidade de questionar ou não essa capacidade. Para Heidegger, a existência autêntica do dasein dependeria da investigação do ser e do enfrentamento da angústia. Essa seria a consciência humana da morte como horizonte de vida. Assim a condição do dasein era a de "ser para a morte", buscando um modo autêntico de exisir, sem fugas. Ele afirmava que a Filosofia consistia em colocar em marcha a Metafísica entendida como a própia essência do dasein, e não apenas como uma disciplina filosófica. A busca de Heidegger pelo sentido do ser começou com a Analítica Existencial, isto é, com a análise das estruturas essenciais do dasein. Porém, na segunda fase de sua reflexão, o filósofo radicalizou sua busca do ser para além das estruturas do dasein, confrontando-se com os limites da linguagem conceitual da Filosofia. Assim, ele concluiu que a verdadeira morada do ser era a linguagem poética, uma arte sem limitações para representar o que realmente sente, somente assim o homem poderia demostrar a sua verdadeira essência.
A ARTE METAFÍSICA OBRAS DE ESCHER E MAGRITTE ANALISADAS POR BRUNA MAYUMI, DANILO RALHEONCO, FELIPE REZENDE, GABRIELLI MARTINS E MICHELE RUFINO
A CONDIÇÃO HUMANA I
O FILHO DO HOMEM
Pode-se relacionar essa obra com os estudos metafísicos de Kant, com a estrutura da razão humana, pois para ele essa estrutura permitia o acesso somente aos fenômenos e não ao nôumeno. Portanto ao olhar rapidamente para a imagem imaginamos uma paisagem, porém ao reparar melhor podese perceber que há um quadro que impossibilita enxergarmos o que realmente há atrás do mesmo. Dessa forma, é impossível saber se o que há por trás é mesmo a continuação da paisagem.
Essa obra apresenta uma concepção metafísica baseada nos estudos de Heidegger, pois ele considerava que existir significava ter uma compreensão prévia do ser e a capacidade de questioná-la ou não; ao questionar alcançaria a existência autêntica e portanto o verdadeiro ser. "O filho do homem", apresenta um possível homem com o rosto escondido por uma maçã, sugerindo que tudo o que vemos esconde algo e sempre há uma curiosidade em saber o que é esse "algo".
QUEDA D'ÁGUA
CÉU E ÁGUA
Pode ser estabelecer uma relação entre essa obra e as concepções metafísicas aristotélicas, relacionadas com o mundo sensível e inteligível. Assim é válido analisar que essa obra representa o mundo inteligível, constituído pelas ideias e formas acessíveis apenas ao pensamento. Há diversas interpretações dependendo do ângulo observado, alguns podem achar que a água sobe e outros que ela desce.
Essa obra segue os conceitos da metafísica aristotélica, pois Aristóteles entendia que a transformação dos objetos sensíveis como realização de suas próprias essências e não como uma imperfeição. É possível nota que o peixe e o pássaro estão em constante transformações, e mesmo sendo diferentes, ambos viram a mesma coisa no fim, a mesma matéria sem nenhuma distinção.
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