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GABRIEL NERY PRATA www.gabrielprata.com/tgi
GABRIEL NERY PRATA
TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO DE SÃO CARLOS UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
junho de 2011
ÍNDICE INTRODUÇÃO AO TGI SÍNTESE DE REFERÊNCIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 O OBJETO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
PROCESSO ARQUITETURA, CIDADE E INDIVÍDUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 O SEGUNDO OBJETO . DISCUSSÕES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 VERTICALIDADE . PROPOSTA UNDERGROUND . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 CHAVES DE LEITURA . MONISMO, MATERIALIDADE, GEOMETRIA E NATUREZA. 26 A CONSTRUÇÃO A PARTIR DO DESENHO DO VAZIO AS OPERAÇÕES GEOMÉTRICAS DE SUBTRAÇÃO DE VOLUMES . . . . . . . . 33 GRELHA . A GEOMETRIA NA CONCEPÇÃO DO ESPAÇO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 LUZ . MANIFESTAÇÃO NATURAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 IMPLANTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 INVESTIGAÇÃO DE LUGARES PARA IMPLANTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 IMPLANTAÇÃO, GEOMETRIA E VAZIOS . DESENVOLVENDO DIAGRAMAS. . 54
ÁREA DE INTERVENÇÃO . CENTRO DE RIBEIRÃO PRETO – SP. . . . . . . . . . 62 CIRCULAÇÃO NO EDIFÍCIO . RELACIONANDO VAZIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 OPERAÇÕES GEOMÉTRICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 POSSIBILIDADES DE GERAÇÃO DE VAZIOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 EXTRAPOLANDO O OBJETO . COMPONDO A UNIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . 80 MATERIALIDADE E ILUMINAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84 PELES . A APROXIMAÇÃO DO EDIFÍCIO COM O LUGAR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 ESTUDOS EM PROCESSO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 MATERIALIDADE E ILUMINAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 PRODUÇÃO ATUAL . OS OBJETOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 EDIFÍCIO 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130 EDIFÍCIO 02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140 EDIFÍCIO 03 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150 EDIFÍCIO 04 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 162 CAP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169
introdução.ao
tgi
PRÉ.TGI. SÍNTESE DE REFERÊNCIAS Projetar, a meu ver, é uma das atividades mais gostosas e prazerosas que um arquiteto pode realizar, não por ser a principal tarefa de seu ofício, mas porque todo o processo de concepção e pesquisa, passando pela etapa de construção e confecção de peças e materiais, até chegar ao produto final que poderá perdurar por mais de uma vida, é bastante rico. E aqui se inicia o processo deste último projeto de minha graduação em arquitetura e urbanismo. Acredito que mais projetos virão, mas nenhum deles se aproximará tanto deste que se inicia, ou melhor, já se iniciara há algum tempo. Aprendemos muito nestes últimos cinco anos. Conhecemos vários arquitetos, metodologias de projeto, pensamento urbano e arquitetônico de anos e anos de história da disciplina. Foram tantos grupos de arquitetos e urbanistas que não daria para selecionar um aspecto de cada uma das obras desses acima citados. Por isso a etapa de síntese. O primeiro desenho de síntese reúne alguns aspectos das obras de cinco arquitetos: a espiritualidade através do uso da luz de Tadao Ando; a materialidade de Louis Kahn; a subjetividade de
Barragán; o pensamento urbano e sobre o indivíduo dos Smithson; a subjetividade e o ato de desenhar de Aldo Rossi, bem como sua relação com a pintura de El Chirico. Já no segundo desenho de síntese, os aspectos dos mesmos arquitetos foram mantidos, mas de modo diferente, ampliando a escala. Enquanto no primeiro, parecia se restringir apenas a uma cena dentro de um objeto arquitetônico, o segundo conta com a ampliação dos conceitos, trabalhando agora em uma situação de escala maior, como a cidade. Afinal, a idéia é se pensar a arquitetura e a cidade – qual a relação entre esta e a subjetividade, leia-se espiritualidade, do indivíduo que nela se insere e se apresenta?
PRÉ.TGI. O OBJETO Dentre muitas inquietações que a realidade das cidades é capaz de despertar, tal como as desigualdades, ações mercadológicas, os debates sobre as questões latentes, a busca por identidade e a produção de fragmentos, destaca-se algo bastante recorrente que consiste na busca pela recuperação do caráter subjetivo do cenário urbano, paulatinamente substituído outrora pelo pensamento maquínico da funcionalidade. Os espaços se tornam cada vez mais funcionais, exaltando com orgulho tal caráter excessivo, ou extremamente consumíveis, patrocinados pela indústria cultural em prol da afirmação da sociedade do consumo. Tal discussão, erguida a partir dos anos 1950 com início no trabalho dos Smithson, sendo bastante discutido a posteriori por Aldo Rossi, tendo como base ilustrativa a pintura de Chirico, chega até as obras de Tadao Ando, que propõe uma espiritualidade a ser evocada no indivíduo a partir de uma determinada materialidade. A partir dessa leitura urbana e do recorte histórico realizado, podemos chegar ao princípio do objeto, começando pela sua escala. Possui certa presença material, enquanto observado juntamente com o entorno, afirmando sua existência enquanto objeto. Contudo, por ser facilmente manipulado manualmente pelo indivíduo, demandando certa atenção nos movimentos, faz com que o indivíduo se concentre naquele pequeno objeto. Suas faces espelhadas começam a revelar, portanto, uma materialidade distinta daquela apreendida inicialmente. O indivíduo, portanto, passa a se relacionar com um objeto que reflete a imagem do próprio usuário. Porém essa reflexão imagética não é fiel, pelo contrário.
A reflexão procura relacionar três aspectos do próprio indivíduo: aquilo que o indivíduo é, em essência; aquilo que o indivíduo reconhece como experiência ou vivência, que acaba alterando ou dificultando sua imagem essencial; e aquilo que foi perdido com a experiência concreta, o que é real, material, e que esconde, a princípio, a realidade do indivíduo. Tal contraste entre a essência do indivíduo e sua interface concreta é fruto de uma reflexão sobre o papel que ele exerce enquanto parte de uma sociedade e o papel dele
enquanto indivíduo subjetivo, despido e descontaminado da maquiagem social e das camuflagens mercadológicas. Analisando sob a ótica de Venturi, aquilo que informa a sociedade do consumo e aquilo que serve de suporte para isso. Entretanto naquilo que a ótica do arquiteto reconhece como vazio e sem valor, na reflexão a ser trabalhado com o objeto procura revelar que tal suporte possui uma lógica muito mais complexa e rica do que o dispay social que suporta. O objeto procura materializar,
portanto, essas três instâncias a partir das possibilidades geradas com um mesmo material, no caso o espelho de vidro, que compõe as peças de cada face do cubo. A peça invertida – aquilo que é real, sem caráter subjetivo, material. A peça danificada – aquilo que é decorrente de traumas, experiências e vivências marcantes, que acabam por deformar ou danificar a imagem essencial do indivíduo. A peça intacta – a peça ideal, a essência. Aquilo que é. Ao ser manipulado, o objeto desafia o usuário a solucionar o enigma do cubo mágico. Em constante contato com a materialidade do objeto e seus reflexos fragmentados, o indivíduo busca, na verdade, encontrar sua essência, distinguindo-a das limitações reais produzidas pela realidade que o impedem e das experiências, vivências e traumas. Porém ele pode notar que não é tão fácil, e que tais instâncias são difíceis de serem dissociadas, principalmente pelo fato de o objeto subverter a lógica do jogo, a partir da justaposição de faces iguais nos cubos menores. O indivíduo procurará incansável e interminavelmente a sua completa essência, porém em vão, pois sempre haverá interferências, seja no campo concreto, seja a partir de sua própria vivência. Por fim, todo o mecanismo, as lógicas subvertidas, os conceitos trabalhados e a materialidade acabam proporcionando ao indivíduo um momento ímpar de reflexão. E mesmo que consiga, em determinados momentos, se aproximar de uma solução, tal resposta sempre será fragmentada.
01.2011 . INÍCIO DO PROCESSO ARQUITETURA, CIDADE E INDIVÍDUO No que poderia se pautar, no contexto filosófico, para justificar os passos projetuais e justificar aquilo que seria projetado. Relembrando a discussão sobre o pré-tgi, em que apresentara um objeto e um discurso que relacionava cidade, sujeito e busca de uma subjetividade bastante próxima de uma espiritualidade, ou consciência existencial do indivíduo, ou seja, propor ao indivíduo um olhar de fora para dentro, considerando o exterior “sujo e ordinário”, como diria Venturi, e um interior obscuro e contido perante a explosão pop da cultura mercadológica e de massas. Quem seria esse indivíduo? Por que seria um indivíduo? Será que uma arquitetura poderia identificar esta questão e propor alguma resposta? O objeto e a discussão tiveram base em uma escala urbana, em que claramente se via uma produção de cidade voltada para o
mercado, o comércio as relações entre mercados, capitais, mercadorias e informação. Tudo para grupos de interesse. Tudo para determinados indivíduos. Tudo para o papel produtorconsumidor do indivíduo, menos o indivíduo enquanto essência. Com base nessa discussão que, inicialmente, tratava-se de relações em uma escala macro, de cidade, tornou-se perceptível realmente o que poderia tratar em um projeto de tamanho significado teórico e propositivo. Uma arquitetura que não seja uma arquitetura glam, do espetáculo, reconhecida por sua exuberante linguagem tendenciosa. Mas uma arquitetura que produzisse espaços nos quais o indivíduo pudesse tomar consciência daquilo que ele se trata. Algum lugar em que ele pudesse se concentrar, executar algum tipo de atividade que o fizesse refletir naquela situação em que se encontrava, ou, até mais profundo, no que representaria para a vida em sociedade, para a vida em individualidade.
O SEGUNDO OBJETO. DISCUSSÕES Com base na reflexão desenvolvida, um segundo objeto foi elaborado, tendo em vista as questões levantadas sobre o indivíduo e sua relação com a cidade|arquitetura. Porém, diferente do primeiro objeto – em que também se buscava essa reflexão por parte do indivíduo, mas ainda parecia tímida, indo de encontro a uma subjetividade que não se aprofundava tanto na esfera crítica, deixando o indivíduo em uma posição bastante confortável, sem se questionar de fato sobre sua essência – o novo objeto buscou sintetizar o que imaginava enquanto materialidade e papel da arquitetura proposta. Será que a cidade possui algum mecanismo de tornar essa questão de essência relevante para ser enfrentada pelo indivíduo? E será que o indivíduo não possui consciência (ou coragem) para enfrentar esse desafio e procurar encontrar quem ele realmente é enquanto essência? Ou será que até mesmo a espiritualidade do indivíduo está se perdendo (ou já se perdeu) nesta cultura do consumo, em que tudo se capitaliza e se consome, até mesmo a própria fé? Afinal, retirando-se tudo aquilo criado pela sociedade, em busca de um convívio, manutenção natural (ou até mesmo exploração) da espécie até os tempos atuais, o que sobra? O que resta do indivíduo?
Esta é uma discussão que renderia páginas e mais páginas em outras esferas do conhecimento humano como a filosofia e a sociologia, tornando-se até mesmo um alvo de crítica social. Mas o que procuramos despertar no campo da arquitetura enquanto laboratório propositivo é justamente esta questão de reflexão acerca do indivíduo enquanto essência, desprovido de todos os rótulos, estigmas, dogmas, padrões e demais “camadas” sociais e da indústria do consumo. Como uma arquitetura pode ser criada de modo que o indivíduo possa refletir sobre ele mesmo, buscando por uma espiritualidade, tomando consciência de seu papel enquanto ser vivo, enquanto essencialmente ser? Retomando o que foi dito, o segundo objeto buscou sintetizar os pontos desta discussão. O espelho visto de frente permite a reprodução daquilo que o indivíduo quer se mostrar ser, carregando tudo aquilo que apreendeu durante sua existência, seja material – roupas, acessórios, maquiagens – seja pessoal – os modos, as articulações, o semblante, o pensamento que o leva a se mostrar daquela maneira. É o que pode se extrair dele enquanto indivíduo inserido em uma determinada sociedade. Daí a frase escrita no próprio espelho: “o que os outros vêem”. Ao virar o espelho, deparamo-nos com uma face ocre e sem reflexão do objeto. A realidade se torna ainda mais dura com o indivíduo ao se colocar a questão escrita no verso. “e o que você vê?”. O indivíduo nu, despido de toda e qualquer maquiagem social, estereótipos, significados, consumos. Se retirarmos tudo aquilo que esconde o indivíduo, o que lhe resta? Qual sua essência? A partir de então, com esse objeto, fica mais claro qual o papel que esta arquitetura, beirando a simplicidade, tal como o simples espelho, buscará trabalhar. Ainda que o processo de reflexão seja individual, procuro elaborar uma espacialidade que permita ao indivíduo dar o primeiro passo nessa discussão, definindo o papel da arquitetura enquanto intermediadora do processo de reflexão que se daria dentro do próprio indivíduo.
“devemos agir conforme a imagem real que queremos dar-nos a nós mesmos.” (Alberti)
VERTICALIDADE. PROPOSTA UNDERGROUND Na procura de se produzir algo que permita gerar a reflexão sobre o que seria essencial para o indivíduo, ficou claro que gostaria de propor uma arquitetura rica, e silenciosa com relação a sua presença enquanto elemento urbano. Então surgiu a possibilidade de se trabalhar a idéia do vazio. Tendo por base uma leitura crítica da construção de cidade atualmente, principalmente com relação às edificações e estratégias recorrentes de implantação, pode-se levar a crer que o movimento ascendente das grandes construções, ainda que permita ao indivíduo se aproximar dos céus, em uma metáfora metafísica, revela justamente o contrário: um caráter de ostentação mercadológica, tornando-se ícones de alto poder econômico. Ainda que sejam elevadas torres enormes até os céus, onde fica o indivíduo nesse processo todo? Nestas construções, como já dito, o poder de uma corporação ou um grupo maior se impõe, não contribuindo em nada para algum desenvolvimento espiritual e intelectual do indivíduo, fomentando apenas um sonho desesperado de exibicionismo e consumo. Acaba não possuindo de imediato uma lógica para a criação de espaços essenciais. Como expressão formal deste pensamento, a idéia de se propor uma arquitetura de crescimento descendente, que escava o terreno e se acomoda, no sentido contrário ao que se constrói, pode ser um caminho interessante. O que permite referenciar, de certa maneira, a obra de Tadao Ando e sua proposta de produção de “arquitetura de guerrilha”. “[...] Eram casas semelhantes a cavernas, opondo-se ao fluxo existente na sociedade de demandar uma vida moderna luminosa” (Tadao Ando) Uma arquitetura que falaria muito, mas sem gritar no meio da multidão. Discreta, mas com muito conteúdo e respeito. Mesmo silenciosa e discreta, não deixaria de ser crítica. Uma arquitetura que não intimida por possuir a maior altura do planeta, nem o mais caro dos revestimentos, nem a estrutura mais complexa do mundo. Uma arquitetura que se mostra receptiva e propositiva a quem a perceba, os indivíduos que buscariam sua essência; uma arquitetura profunda, que faça despertar a mesma subjetividade que existe em si para os indivíduos. E que desperte aquilo tudo que a sociedade de massa e consumo enterrara para dentro de cada um: sua espiritualidade, sua relação com a natureza, sua percepção consciente, simples, pagã, pura e sem conversões. É válido ressaltar que é necessário tomar cuidado com as dicotomias, entre crescimento vertical ascendente e descendente. Não que o mote do projeto seja desenvolver uma cidade subterrânea a partir da crítica da verticalidade mercadológica, mas a idéia de se propor um objeto arquitetônico que encontre no corte do terreno e que se desenvolva por ela, criando espacialidades mais puras, simples, voltando-se para uma lógica mais discreta, íntima e autônoma, que permita a quem estiver ali refletir na essência de si mesmo, compreendendo que todo o resto pode não ser necessário.
CHAVES DE LEITURA . MONISMO, MATERIALIDADE, GEOMETRIA E NATUREZA “como limpar o ocre para permitir que o indivíduo enxergue a si mesmo?“ Esta foi uma questão levantada durante o processo. Foi o início para uma pesquisa sobre como a arquitetura poderia auxiliar nesta situação. “Todo adorno é um delito” disse uma vez Adolf Loos. Então imaginei que o melhor caminho para buscar a essência é limpando aquilo que não faz parte de sua natureza original. O edifício teria, como principal função, despertar no indivíduo uma tomada de consciência sobre si mesmo, sobre aquilo que é e sobre aquilo que pretende ser ou está sendo. Mas como fazer isso?
A proposta de uma arquitetura que promova a reflexão se daria pela qualidade do espaço projetado. “a arquitetura deve chamar as pessoas à mediação, a fim de transformar a ordem espacial num fenòmeno consciente. É 'você' quem faz a mediação entre a ordem e os fenòmenos […] é 'você' quem sente uma reação interna crescer lentamente quando uma ordem geométrica estática adquire uma presença dinâmica em sua consciência” (FURUYAMA, 1997). É a qualidade do espaço que, de fato, irá intermediar a reflexão do indivíduo e que, com base na obra de Tadao Ando, podemos firmar três questões fundamentais: a materialidade, a geometria e a presença da natureza. Com a materialidade pode ser possível reproduzir determinada frieza, seriedade e sobriedade que componha um espaço que intimide e que prepare o indivíduo para a reflexão. Com a geometria, criar uma arquitetura simples, baseando-se na pureza e simplicidade dos volumes e dos elementos, evidenciando o caráter de expressão e intervenção humana enquanto espaço construído no terreno natural. 'A mesma dureza que fere o indivíduo é capaz de compor o espaço para espiritualizá-lo?' Ao se referir à presença da natureza, a idéia é de se utilizar de elementos naturais, buscando lapidá-los, ou seja, torna natureza presente a partir de determinados elementos – pedra, água, luz... –, porém dotada de certa racionalidade, no espaço que se
propõe, associando-a a materialidade, enquanto objeto natural, e à geometria, enquanto elemento que contribui para a construção do espaço. Ocorre, com isso, uma aproximação clara de um conjunto de obras de Tadao Ando que Masao Furuyama classifica como “obras monísticas”, no qual os elementos arquitetônicos valorizam a expressão e qualidade do espaço, gerando uma força de reflexão de foco no mesmo. A natureza cíclica e contínua se faz presente no espaço, influenciando tanto na qualidade do mesmo, quanto nas atividades humanas ali desenvolvidas. É esta experiência do lugar que é significante neste projeto em andamento. Em um exercício de síntese, o mote para este projeto consiste em
buscar uma qualidade espacial a partir da materialidade, da construção do espaço e da natureza com suas dinâmica cíclica e influência.
A CONSTRUÇÃO A PARTIR DO DESENHO DO VAZIO . AS OPERAÇÕES GEOMÉTRICAS DE SUBTRAÇÃO DE VOLUMES A construção do edifício se dá a partir da identificação do terreno enquanto um volume pré-definido, de acordo com o gabarito do entorno, do qual se extraem volumes menores, gerando os vazios do edifício no edifício. Vazios estes que se permitem estabelecer relações geométricas entre si, servindo tanto de intermédio entre a construção humana e a manifestação natural, quanto para a fluidez da circulação de pessoas.
registros de operações de construção de vazios encontradas na casa Azuma e no «Festival» em Naka.Okinawa, ambas obras de Tadao
GRELHA . A GEOMETRIA NA CONCEPÇÃO DO ESPAÇO A geometria possui um papel essencial no desenvolvimento do projeto, aliada à construção virtual de uma grelha que se desenvolve nas três dimensões do volume do edifício. É a partir de tal grelha que os volumes a serem subtraídos são criados; sobre a qual se fundamenta a estrutura física de distribuição das cargas até o solo; a partir da qual se define a modulação dos vãos para esquadrias e a dimensão dos espaços. A grelha possui modulação de 90 centímetro, permitindo a subdivisão em múltiplos de 3, tendo como base de sua concepção a modulação japonesa do tatame.
LUZ . MANIFESTAÇÃO NATURAL A luz tem dois papéis primordiais no projeto. Ela indica uma manifestação natural cíclica no espaço, variando suas características como intensidade e cor ao longo do dia e no decorrer do ano. E possui também um papel importante na construção da geometria do espaço, mais evidente nos espaços internos, onde a relação luz|sombra é mais perceptível, de acordo com o desenho das aberturas, contribuindo para a geração de eixos geométricos de luz que se alteram com o tempo.
IMPLANTAÇÃO Uma vez com os conceitos e o vocabulário arquitetônico a serem utilizados estabelecidos, surge a necessidade de migrá-los para o universo físico real. É então que se iniciam os estudos de implantação do possível edifício, levantando possibilidades de situação. A primeira consiste em implantar o edifício em lotes e terrenos ociosos em uma quadra parcialmente ocupada. Neste caso, o volume do edifício é desenhado pelas construções adjacentes pré-existentes que delimitam a área do projeto e que definem um gabarito máximo a ser alcançado.
Uma segunda possibilidade é a implantação em uma quadra totalmente desocupada. Neste caso, o traçado viário é o fator que delimita a área a ser ocupada pelo edifício. As construções das quadras vizinhas podem delimitar virtualmente a altura do volume, como também torna-se válido o gesto de assumir o local enquanto um espaço vazio e desenvolver o edifício abaixo da cota original do terreno.
Uma terceira possibilidade surge caso, a partir da análise do lugar, for constatada a presença de áreas ociosas ou desocupadas em diferentes quadras. Neste caso, surge a possibilidade de relacioná-las ou conectá-las, estabelecendo a idéia de conjunto arquitetônico. Em todas as situações, o espaço vazio é tido como o volume total do edifício que será alvo das operações de subtração de volumes menores. E o limite de altura definido pelos gabaritos dos edifícios vizinhos faz com que, caso seja necessário o volume do edifício se expandir, que este crescimento seja descendente.
INVESTIGAÇÃO DE LUGARES PARA IMPLANTAÇÃO Dado o conjunto de possibilidades encontradas pela concepção do terreno a ser lapidado, a lógica construtiva dos espaços se permite ser aplicada em qualquer cidade do mundo, pois o raciocínio geométrico pode ser aplicado universalmente, e também as cidades possuem suas parcelas de terrenos vagos, ociosos ou desocupados. Porém, do ponto de vista conceitual do projeto, a implantação desse edifício somente é válida em grandes centros urbanos ou em regiões em que a lógica da vida urbana se mostre latente, bastante intensa, caracterizando a situação urbana a ser confrontada pelo projeto, reforçando o caráter da proposta de uma “arquitetura de guerrilha”.
IMPLANTAÇÃO, GEOMETRIA E VAZIOS. DESENVOLVENDO DIAGRAMAS Uma vez obtido o volume através da localização do terreno e uma grelha que auxilia no desenvolvimento de espaços e estruturas moduladas, bem como a realizar as operações de geração de vazios, aliando-se também ao fato de que a questão programática não é fator contribuinte para o desenvolvimento dos espaços, o desenho do edifício se inicia a partir dos espaços de circulação. Os vazios se desenvolvem tanto no eixo horizontal quanto verticalmente, amparados sempre pela grelha virtual. Tais vazios verticais podem ou não ser utilizados para a circulação, ou seja, podem ser utilizados enquanto conexões entre andares, do mesmo modo que outros podem ser percursos desenhados a serem realizados pela água, luz e vento edificação adentro. A partir daqui, inicia-se o processo de desenvolvimento de diagramas que buscam relacionar e identificar os vazios do edifício, independente do terreno onde estiver localizado.
Estudos em uma área desocupada no cruzamento da 54thW e 55th W com a 8th avenue, em Nova York, adotando o vazio como volumetria e utilizando-se da grelha e de operações geométricas para compor os percuross do edifício.
Estudos em uma área desocupada em uma esquina no coração de Ribeirão Preto, em frente à Praça da Bandeira.
Estudos em uma área desocupada localizada em uma quadra parcialmente ocupada no centro de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
ÁREA DE INTERVENÇÃO. CENTRO DE RIBEIRÃO PRETO . SP Paralelamente ao processo de projeto, a busca por um local de implantação permitiu realizar experiências em diversas cidades, iniciando-se no coração da ilha de Manhattan, New York, até em cidades de pequeno-médio porte do interior de São Paulo, como São João da Boa Vista, passando por algumas áreas da região metropolitana da capital paulista, chegando em Ribeirão Preto, importante polo urbano no interior do estado. Esta última cidade, além de estar próxima, para eventuais visitas e levantamentos, contempla os requisitos conceituais para aplicação e desenvolvimento do projeto. O centro da cidade, denominado setor central, compreendido entre as avenidas indicadas a seguir, possui a dinâmica de um centro urbano, carregando indícios de uma atividade urbana bastante intensa visando objetivos econômicos em detrimento da subjetividade deixada em segundo plano da vida moderna. Consiste em uma área bastante saturada de comércio e serviços do setor terciário, grande densidade e saturação de transportes públicos e particulares, além de bem abastecida por equipamentos culturais, educacionais e de lazer. Isso tudo contribui para o intenso fluxo de pessoas e mercadorias na região, não apenas da população residente da área, como também de outros bairros, distritos e outras cidades da região.
JULHO AVENIDA NOVE DE JULHO IDA NOVE DE JULHO AVENIDA NOVE DE AVEN
Dentre as possibilidades de implantação levantadas durante o processo, as áreas encontradas na cidade permitem desenvolver, além da implantação em quadras parcialmente ocupadas, a possibilidade de relacionar áreas distintas independentemente da organização em quadras, possibilitando se pensar em um conjunto arquitetônico que extrapola o conceito urbano de organização por quadras.
CIRCULAÇÃO NO EDIFÍCIO. RELACIONANDO VAZIOS A circulação se dá a partir dos vazios gerados, conforme visto anteriormente, principalmente no eixo horizontal, relacionados às circulações de cada um dos pavimentos. Já a circulação vertical se dá em momentos em que os espaços de circulação horizontal se sobrepõem, vistos em planta, permitindo assim a inserção de escadas e elevadores. Cada pavimento possui uma circulação distinta. Inclusive cada pavimento pode ter mais de uma circulação, ou seja, para se acessar toda a área de um pavimento pode ser necessário subir ou descer até um determinado pavimento que possua a conexão para a outra parte do pavimento inicial . o mesmo é válido para a circulação vertical. As escadas e elevadores não garantem a compreensão total de todos os pavimentos, assim como a circulação horizontal não busca revelar todo o pavimento de uma única só vez. A idéia do percurso labiríntico busca causar certo estranhamento nos indivíduos que utilizam o edifício para suas atividades, tensionando o caráter de objetividade e clareza da circulação da linguagem moderna.
EIXO VISUAL
ELEVADORES
ESCADAS
OPERAÇÕES GEOMÉTRICAS. POSSIBILIDADES DE GERAÇÃO DE VAZIOS Duas estratégias foram elaboradas durante este espaço de experimentação. Elas se mostram similares em seus princípios e na base de um raciocínio geométrico, entretanto se divergem durante o processo e acabam se tornando distintas.
PERCURSO.0
geração de uma grelha geométrica da qual irão ser definidos os espaços, aberturas e altura dos pés-direitos
definição de vazios (pátios) e elaboração de uma segunda grelha de possibilidades de percursos, desconsiderando ainda os pavimentos e já localizando pontos para circulação vertical
a partir da segunda grelha, são definidos os percursos de cada pavimento e, em seguida, os vazios verticais de iluminação e ventilação.
PERCURSO.0
geração de uma grelha geométrica da qual irão ser definidos os espaços, aberturas e altura dos pés-direitos
além da grelha inicial, linhas de força são ativadas a partir de características geométricas do próprio terreno.
em seguida, são dessenhados os volumes a serem extraídos da volumetria do edifício, definindo assim os percursos de cada pavimento.
ao mesmo tempo, são desenhados os vazios verticais, tanto átrios e pátios cobertos, quanto os vazios de iluminação e ventilação.
OPERAÇÕES GEOMÉTRICAS. EXTRAPOLANDO O OBJETO. COMPONDO A UNIDADE Uma vez localizadas as áreas de intervenção do projeto, na tentativa de relacioná-las enquanto componentes de um conjunto, a disposição das mesmas permitiu se propor eixos visuais ou de percursos, de modo que, uma vez estando em determinados pontos da edificação, fosse possível, através de tais eixos, ter percepções do vazio edificado com relação ao lote, à quadra e até mesmo entre construções de quadras distintas. E a criação de tais eixos, mais uma vez, seria possível através das operações geométricas de subtração de volumes.
MATERIALIDADE E ILUMINAÇÃO A materialidade trabalhada durante o processo consiste na utilização do concreto aparente e no conceito de uma arquitetura monística, no desenvolvimento de espaços simples, puros e indagadores, sem adornos, visando colocar o indivíduo em uma posição fora do conforto que a vida moderna oferece de maneira objetiva e gratuita. Do mesmo modo que a iluminação proposta, relacionando espaços de luz e sombra, agregando valores às duas instâncias, busca tensionar o caráter da iluminação asséptica moderna. A utilização do concreto, além de permitir a produção de espaços monísticos, possibilita registrar o raciocínio geométrico utilizado para desenvolver todo o projeto através do desenho das fôrmas.
“PELES”. A APROXIMAÇÃO DO EDIFÍCIO COM O LUGAR EM QUE ESTÁ INSERIDO O uso exclusivo do concreto aparente na composição das elevações voltadas para as ruas, em um primeiro momento, é bem resolvido enquanto solução quando as dimensões da face são relativamente pequenas com relação a dimensão da quadra. Porém, ao analisar a área, nas faces que ocupam boa parcela da elevação da quadra, a superfície bruta de pedra acaba se destacando por demais. Em uma quadra de 80 metros de comprimento, uma grande superfície homogênea com pouco mais de 40 metros deixa de ser silenciosa e discreta e passa a revelar a frieza do objeto de imediato. A solução experimentada é compor a geometria das elevações de concreto juntamente com a inserção de “peles”, materiais translúcidos reflexivos ou opacos e reflexivos que, dispostos de determinado modo, permitam a passagem de informação luminosa.
Além de camuflar o edifício, não revelando sua totalidade, gera no edifício uma dinâmica cíclica. Enquanto os ciclos naturais interferem nas construções geométricas e nas atividades internas ao edifício, as elevações do edifício interferem na cidade com resultados das atividades humanas realizadas internamente ao edifício. Ao longo do dia, as peles refletem fragmentos da cidade ao redor e, ao mesmo tempo, informam aos transeuntes idéias do que está se passando internamente. Durante a noite, o uso do edifício é revelado por sua luz interna que ultrapassa a barreira translúcida e leitosa das peles, revelando informações luminosas de um objeto que, durante o dia, se mostrava silencioso.
ESTUDOS EM PROCESSO . ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO Partindo do universo de experimentação na geração dos espaços vazios internos ao volume do edifício, o processo se desenvolve, buscando um desenho mais elaborado, espaços melhores dimensionados e uma clareza na lógica do edifício, tanto de sua construção conceitual e técnica, quanto na lógica de uso e acessibilidade. Os pavimentos e acessos verticais ainda possuem as mesmas características enquanto concepção espacial e geométrica, porém estão melhores dimensionados enquanto espaços públicos, bem como as escadas, símbolos da circulação vertical, ocupam posições de maior destaque e organização do espaço de circulação.
RUA GENERAL OSÓRIO RUA GENERAL OSÓRIO RUA GENERAL OSÓRIO RUA GENERAL OSÓRIO RUA GENER
EDIFÍCIO.01
RUA SÃO SEBASTIÃO RUA SÃO SEBASTIÃO RUA SÃO S
RUA CERQUEIRA CÉSAR RUA CERQUEIRA CÉSAR RUA CERQUEIRA CÉSA
RAL OSÓRIO RUA GENERAL OSÓRIO RUA GENERAL OSÓRIO RUA GENERAL OSÓRIO RUA GENERAL OSÓRIO
EDIFÍCIO.02
EDIFÍCIO.03
SEBASTIÃO RUA SÃO SEBASTIÃO RUA SÃO SEBASTIÃO
EDIFÍCIO.04
EDIFÍCIO.01 2SB
1SB
T
1P
EDIFÍCIO.02 2SB
1SB
T
1P
EDIFÍCIO.03 2SB
1SB
T
1P
EDIFÍCIO.04 2SB
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ESTUDOS EM PROCESSO . MATERIALIDADE E ILUMINAÇÃO A opção pelo concreto aparente com registros da geometria no desenho das fôrmas ainda é mantida. Já a utilização de peles está sendo estudada para além do vidro translúcido e leitoso, sendo pensadas outras possibilidades de desenvolvimento de peles utilizando-se outros materiais, entretanto mantendo as características de camuflagem e revelação. Atualmente, os átrios estão sendo estudados enquanto composição geométrica com a utilização das peles e o desenho das aberturas para a entrada de luz nos espaços programáticos.
PRODUÇÃO ATUAL . OS OBJETOS Até o fechamento da edição deste caderno, o processo de projeto do TGI desenvolveu quatro objetos arquitetônicos. Cada edifício se diferencia dos demais devido ao seu volume e às possibilidades de trabalho geométrico que cada área permitiu atuar, gerando os espaços vazios. Entretanto eles se relacionam através de eixos visuais conseqüentes do mesmo processo de operações geométricas aliado aos estudos de materialidade e iluminação, presente em todas as instâncias dos edifícios do conjunto. As informações a seguir revelam o momento em que o projeto se encontra, com os espaços já melhores definidos, com o desenho dos espaços vazios, tanto para circulação de pessoas, como os para circulação de água, luz e ar, e, principalmente, no que tange a qualidade dos espaços buscada ao longo do período de trabalho, relacionando materiais, luz e sombra na construção de um espaço mais propositivo, imersivo e reflexivo.
EDIFÍCIO.01
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1P T 1SB 2SB vazio DIAGRAMA DE VAZIOS
ELEVAÇÃO . RUA SÃO SEBASTIÃO
ELEVAÇÃO . RUA CERQUEIRA CÉSAR
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B B
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C
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C C
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EIXO DE PERCURSO
RUA GENERAL OSÓRIO
EIXO VISUAL
CC
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RUA CERQUEIRA CÉSAR
EIXO VISUAL
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B
C
CORTE AA . COM ESTUDO DE ILUMINAÇÃO ATRAVÉS DOS VAZIOS
ÁTRIO E VAZIO ACOMPANHANDO UM DOS LIMITES DO VOLUME
CORTE BB
CORTE CC
ESTUDO DE COMPOSIÇÃO . PERSPECTIVA DE UM DOS ÁTRIOS
EDIFÍCIO.02
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ELEVAÇÃO . RUA CERQUEIRA CÉSAR
1P T 1SB 2SB vazio
DIAGRAMA
ESTUDO DE COMPOSIÇÃO . PERSPECTIVA DE UM DOS ÁTRIOS
2SB
1SB
EIXO VISUAL
T
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CORTE . AA
CORTE . BB
3 O.0 CI IFÍ ED 1P T 1SB 2SB vazio
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EIXO VISUAL
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1P
ÁTRIO POSTERIOR FACES NORDESTE E SUDESTE
ÁTRIO POSTERIOR FACES SUDESTE E SUDOESTE
ÁTRIO ANTERIOR FACES SUDOESTE E NOROESTE
ÁTRIO ANTERIOR FACES NOROESTE E NORDESTE
CORTE . AA
CORTE . BB
ELEVAÇÃO . RUA SÃO SEBASTIÃO
EDIFÍCIO.04
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ELEVAÇÃO NO CRUZAMENTO DAS RUAS CERQUEIRA CÉSAR E SÃO SEBASTIÃO ESTUDOS E EXPERIMENTAÇÕES COM PEDRAS E ESPELHOS D’ÁGUA
CORTE . AA ESTUDO DE ILUMINAÇÃO
CAP PAULO CESAR CASTRAL EULÁLIA PORTELA NEGRELOS JOUBERT JOSE LANCHA PAULO YASSUHIDE FUJIOKA SIMONE HELENA T. VIZIOLI
IAUSC | USP TGI . JUNHO 2011
GABRIEL NERY PRATA www.gabrielprata.com/tgi