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PORTFÓLIO GABRIEL PUNDEK SCAPINELLI


Gabriel Pundek Scapinelli 1983 São Paulo-SP

Nasci em São Paulo por ordem das estatísticas. Cidade grande dos imigrantes e das indústrias. Logo fugi para Cotia, onde pude nadar em represas e andar de bicicleta despreocupado, minha infância e adolescência foram repletas de desbravamento das matas e exploração dos insetos. Aos 18 decidi ir fazer faculdade em Florianópolis, não exatamente pelo curso, mas pela cidade, terra natal de minha mãe, onde passei pelo menos alguns dias de todos os verões de minha vida. Ali descobri a Arquitetura como instrumento de dominação do canteiro, e então fugi para a oficina/ ateliê, comecei a trabalhar numa marcenaria, o Xilocoletivo. Também fiz uma segunda graduação, Artes Visuais, onde desenvolvi outro grupo de trabalho autônomo, o Grupo Fora, peripatéticos errantes, em busca de jardins. Hoje moro em Belo Horizonte, onde faço um mestrado em Arquitetura e Urbanismo, aqui busco desdobrar em linguagem a partilha do sensível que descobri em certas veredas urbanas.


FERIADO DE SOLSTÍCIO DE INVERNO. 2010. Festejo de data cosmológica. Florianópolis/SC Produção de evento, através da divulgação da data através de cartazes, e realização de um sarau, sob a lua cheia, no sambaqui da Ponta das Almas – Lagoa da Conceição.

IMAGEM: CARTAZ EM GIZ PASTEL


FERIADO DE SOLSTÍCIO DE INVERNO. 2011. Festejo de data cosmológica. Florianópolis/SC Produção de evento, através da divulgação da data através de cartazes, e realização de um sarau, sob a lua cheia, no sambaqui da Ponta das Almas – Lagoa da Conceição.

IMAGEM: Recorte Colagem (precisa achar a imagem com mais definição)


Calendário Lunar 2013, 2014, 2015 2016. Calendários com as datas das luas cheias os calenários lunares soam como uma iniciativa a uma atenção à Lua: corpo celeste que dita diversos ciclos de nossas vidas sem nos darmos conta. Elemento marcante nas tradições agrícolas e mitológicas dos povos antigos, porém pouco decifradas no dia dia conteporâneo. os calendários são lançados na rede, e distribuídos aos 20 primeiros que derem o endereço para envio por correio. IMAGEM: Aquarela sobre papel



LUNA. 2016. É uma das deusas mais importantes para os povos do planeta terra. Irmã mais velha de gaia nos protege e nos ensina sobre nossas essências. Astro mineral de poder sobre as águas, do mar, dos céus, dos corpos. Matriz de nossos ciclos, da seiva, da prana, ou do sangue, Luna atua diretamente na nossa composição eletromagnética, nossa gravidade, nosso equilíbrio, nosso metabolismo. Ao mesmo tempo auxilia a conexão cósmica, refletindo informações astrais do universo, atua como uma lente, um espelho, mapa celeste, distribuindo os códigos enviados a nós, por deuses mais distantes. Luna mensageira. Luna alquimista. (O que falar de seu papel pros amantes?) IMAGEM: Recorte Colagem


LUNA. 2016. Luna, quando jardineira, rega e semeia plantas, que vigoram. Deusa flutuante, com capa e carruagem, percorre todo o planeta em algumas horas, causando milagres como chuvas, fertilizações, germinações, amadurecimentos, e claro, não deixa de brincar e fazer gracejos como as daninhas em escorpião e os ipês amarelos em leão. O jardineiro e o agricultor devem cultuá-la, evoca-la e emaná-la, pois estão trabalhando sob seus olhares. IMAGEM: Recorte Colagem

IMAGEM: Recorte Colagem


MAPA NÔMADE. 2010 2010. CARTOGRÁFIA AFETIVA DE TERRENOS BALDIOS – TCC. ARQUITETURA / UFSC Produção de narrativas de terrenos baldios, chamados agora de Jardins Abertos. Foram feitas fotos, mapas, descrições, de 25 terrenos na periferia da cidade de Florianópolis/ SC. O mapa Nômade se conforma em uma publicação com esse material.

IMAGEM: MAPA EM RECORTE COLAGEM


Jardins Abertos. 2010. ‘O terreno baldio remete aos sonhos, por não haver em si formalidades ou vigias. Atrai para si os curiosos e apaixonados, que enxergam beleza nesses vestígios da natureza. Um local, que em seu abandono, ocasiona surpresa, o inusitado e a descoberta da paisagem. O terreno em desuso é rapidamente tomado pela natureza. Em pouco tempo surgem animais e vegetais onde antes havia agricultura, ou mesmo construções (espaço-ruína). Gramíneas, capins, cipós, arbustos, samambaias, ervas, orquídeas são componentes vegetais do jardim aberto. Um jardim feito de movimento e sobreposições instáveis.’ IMAGEM: Fotografia Analógica


Jardins Abertos. 2010. IMAGEM: Fotografia Analรณgica


Jardins Abertos. 2010. IMAGEM: Fotografia Analรณgica P & B


Jardins Abertos. 2010. IMAGEM: Fotografia Analรณgica


Jardins Abertos. 2010. IMAGEM: Fotografia Analรณgica P & B


Jardins Abertos. 2010. IMAGEM: Fotografia Analรณgica


Meio dia e meio & Meia noite e meia. 2010. Dípico quepropõe o uso efêmero do espaço, numa inviabilidade de construções permanentes. Nesta proposta a imaginação é a modifcadora do ambiente que aos poucos vai ganhando algumas ações e inserções, como por exemplo: a realização de um churrasco com os amigos, um espaço para acampar, uma festa, a produção e acompanhamento de hortas, entre tantas outras possibilidades que poderão ser exploradas.

IMAGEM: Técnica Mista



Estrada para a Tapera. 2011 A estrada para a tapera é um vídeo em lopping que escurece pouco a pouco. A tomada é feita de dentro do carro em movimento. A imagem se faz em três planos. Cada qual com a sua velocidade. A frente, os mourões da cerca passam a 80km/h, ritmo constante, batendo como um tambor e demarcando a fronteira da propriedade privada. No segundo plano há um pasto enorme, que também se movimenta. Em poucos segundos uma vaca entra em cena na esquerda do vídeo e atravessa o campo visual saindo de cena a direita, dando lugar a um out-door, que por sequência dá lugar a uma clareira repleta de palmeiras, uma casa azul contornada de luzinhas neon e um bosque de restinga arbórea... IMAGEM: Guache sobre papel


Estrada para a Tapera. 2011 ... As รกrvores, as vacas, os matagais, os rios, viram manchas, que atravessam a cena. Ao fundo, no terceiro plano, os morros, as antenas de TV e as favelas da cidade permanecem estรกticos, inabalรกveis, mas pouco a pouco noite os engole. O cenรกrio escurecido apresenta vultos de troncos e poucas luzes entre as frestas, cada vez menos.

IMAGEM: Guache sobre papel


Pastinho. 2011 IMAGEM: Guache e carvĂŁo sobre tela


Possiveis dispositivos de jardim. 2011. ‘O jardim carrega em si todos os recursos para criar essa abertura, um espaço de ordem dinâmica, fundamentado em inter-relações entre espécies, como também com o meio e seu entorno. Assim os jardins abertos, dispostos informalmente nos terrenos baldios, além de espaços propensos para pausas, respiros, silêncios e abertura visual, são espaços de possibilidades múltiplas, do imprevisto e da sobreposição de situações. No jardim aberto o paisagista lida com processos biológicos, possibilitando o que há de mais essencial no vazio, o movimento.’ IMAGEM: Grafite sobre papel


Morro das antenas. 2011 IMAGEM: Calcogravura sobre Kraft


Vazio no Cheio. 2011. IMAGEM: Guache sobre papel.


Mastros de Jurerê. 2011. IMAGEM: Aquarela e Carvão sobre papel


BR 101. 2011 IMAGEM: Guache e carvĂŁo sobre papel.



Pagina anterior: Vista da Joaquinna. 2011 IMAGEM: Aquarela sobre papel.. Vista do TĂşnel. 2011 IMAGEM: Monotipia sobre papel


Rastros vegetais. 2011. De repente, intuitivamente pus a planta sobre o papel de algodão. Amassei-a mais um pouco, posicionei-a: folhas, flores, caules, raízes. Eu queria fixar a planta contra o papel e depois inundar tudo com aguada de aquarela colorida. A ideia era ir pingando as cores, e planta deveria ir sugando a água e o pigmento que lhe fosse aceitável, para marcar então o papel. Parece que as plantas podem contar algumas coisas. Seiva, grafite, guache, aquarela, carvão.

IMAGEM: Aquarela sobre papel.


ROCAMBÓLIDES GRUPO FORA. 2011. Intervenções Vegetais – Oficina realizada no Grito Rock. Florianópolis / SC São intervenções vegetais, feitas de sacos de juta [fibra têxtil vegetal, o famoso saco de batata], terra e palha. Abrimos e costuramos os sacos de juta, formando um grande tecido retangular, preenchemos todo o tecido com palha, terra, composto e sementes. As sementes são principalmente de ervas daninhas, pouco utilizadas no paisagismo urbano. Enrolamos o tecido e seu recheio, formando um corpo cilíndrico, recipiente - rocambole.


Assa Peixe. 2011. IMAGEM: Aquarela sobre papel.


GervĂŁo azul. 2012 IMAGEM: Aquarela sobre tela.


Tanchagem 2012. IMAGEM: Aquarela sobre tela.


Montana Hecis 2011. IMAGEM: Aquarela sobre tela.


Esboรงos. arnica. 2011. IMAGEM: Aquarela sobre papel.


Esboรงos. Serraglia. 2011. IMAGEM: Aquarela sobre papel.


Caixa de Areia. Textos e ilustrações para TCC em Artes Visuais. 2012. ‘Estávamos seduzidos pela ideia de nos tornarmos pássaros. Fomos migrando, fazendo caramanchões, subindo nas árvores, comendo das frutas. A nossa cidade não dava mais bola pro concreto ou pro espetáculo. Desejávamos aroeiras ou castanheiras, os capins e as ervas daninha. Andávamos atentos aos espaços verdes, as alteridades a céu aberto, as esculturas sociais, a agricultura natural,/#7 e quando encontrávamos um jardim, parque, ou matagal pousávamos, e ali festejávamos.’ IMAGEM: Guache sobre papel.


Caixa de Areia. Textos e ilustrações para TCC em Artes Visuais. 2012. ‘Agora, o cenário se reapresenta como ruínas. As montanhas se fazem de lixo, entulho, resíduo eletrônico. Sambaquis modernos. Terra vermelho-sangue, aberta, cortada pelas retro-escavadeiras. Margem da cidade materialista. Do alto, de baixo, entre o mato, avista-se uma superfície vermelha, feita de lama ou sangue. Entre ruídos dessintonizados, flashes, imagens pixeladas, monta-se um outro vídeo. Devastopia/#9. O delay envolve as imagens, uma nas outras. Tudo acontece simultaneamente e sem ordem certa. IMAGEM: Caneta e aquarela sobre papel


Caixa de Areia. Textos e ilustrações para TCC em Artes Visuais. 2012. IMAGEM: Giz sobre papel.


Caixa de Areia. Textos e ilustrações para TCC em Artes Visuais. 2012. ‘Não havia vento, ondas nem barulhos, aparentemente nada acontecia a não ser o próprio movimento dos olhos e do pescoço. Eu contemplava o tempo procurando um sinal, um chamado, um piscar da superfície muda das coisas. Foi então – e só depois que me dei conta – que percebi estar imerso em névoa, pouco a pouco a montanha havia a agrupado as nuvens, em volta de seu cume formando um enorme edredom branco que se espalhava, irredutível, por toda a paisagem...’

IMAGEM: Giz sobre papel.


JARDIM CASTANHEIRAS GRUPO FORA. 2011 – Uso de terreno baldio para promoção de eventos sociais. Florianópolis / SC Construção de bancos de super adobe, platôs de paralelepípedos e canteiros, assim como realização de encontros e piqueniques num terreno baldio no bairro Campeche.


PAPAGAIO NÃO FALA... VOA GRUPO FORA. 2012. Residência Artística EMCOMODO. Diamantina / MG Oficina de pipas oferecidas em residência artística. Durante a manha construíamos pipas junto às crianças da comunidade, e a tarde íamos empiná-las. O festival culminou com a realização de uma série de pipas com Leds, que ao final foram empinadas no morro do cruzeiro. Brincar de pipa é a produção, o estudo das estruturas, suas diversas geometrias, a composição dos papéis, a intimidade com os materiais, com a cidade e seu relevo, o vento. O vento que se modifica diariamente e requer observação, paciência, sentidos.


ADOTE UM JARDIM. ASSA PEIXE, QUARESMEIRA, PICÃO E CIA. GRUPO FORA. 2012. Museu Victor Meirelles – Florianópolis / SC Série de canteiros flutuantes (vasos feitos em caixas de feira, preenchidos com substrato e plantas recolhidos em terrenos baldios) coletados em terreno recém-loteado onde a vegetação seria suprimida, e deslocadas para o centro da cidade. Dispostos em estantes/ arquibancadas feitas de madeira/ tábuas de caixaria. Esse projeto fez parte da exposição Mar... que Falta realizada pelo Museu Victor Meirelles. https:// marquefalta.wordpress.com/2012/12/12/adote-um-jardim-no-largo-victor-meirelles/


BICHO BANCO GRUPO FORA. 2013. Marquise FUNARTE – Brasília / DF Mobiliários urbanos com formas inspiradas em insetos. Cigarra, Bicho-Pau, Mariposa, Grilo e Percevejo. Feitos em Itaúba, Eucalipto e Peroba. Solucionados em módulos parafusados, de forma que se tornam desmontáveis. A ideia dos mobiliários é ser um dispositivo de jardim, potencializando o uso de áreas verdes da cidade. Se instalando em espaços abertos pouco utilizados, e então, proporcionando aconchego, pausa, intervalo. Este projeto foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Arte Contemporânea - Atos Visuais 2013 para visitar o site do grupo de artistas acesse foragrupo.hotglue.me


Dispensar. 2015 [Significado de Dispensar - v.t. Isentar, desobrigar de: dispensar do serviço militar. Prescindir, não precisar de: dispensou a ajuda de muletas. Dar, conferir, distribuir.] DISPENSAR é construir estantes e instalar em terrenos vagos (pontos estratégicos urbanos), para troca de objetos, utensílios, sementes, recados, entulhos... A intenção dos dispositivos ESTANTES é indicar a possibilidade de utilização temporária dos espaços, e criar situações que envolvam o público com um ponto de reflexão e troca de valores. IMAGEM: Lápis sobre papel.


CANTEIROS DE PROTEÇÃO GRUPO FORA. 2014. Florianópolis / SC Os canteiros de proteção são bolsões de daninhas que crescem dentro de áreas demarcadas com faixas de segurança, a faixa se faz fundamental para impedir o corte das plantas, atitude padrão de funcionários da prefeitura. O cercado logo permite o devir vegetal, as pioneiras logo lançam suas flores, e logo estão cheios de borboletas e mariposas. Canteiro de daninhas – sem podas, viva o capim!


VASOS RECICLADOS 2015. Florianópolis / SC Vasos feitos de barro em moldes obtidos de material encontrado nos depósitos de lixo, sobretudo garrafas, galões, caixas e pneus. É comum utilizar vasos de garrafas pets, ou encontrar no mato uma planta nascendo numa lata. Uma pequena alquimia de transmutação, da modelagem à queima. A terra colocada no vaso deve ser retirada de um terreno baldio. As plantas devem nascer espontaneamente.


CARAMANCHÃO 2015 – ilustrações - Caramanchão – Revista Coletiva em torno das relações Artes/ Agroecologia. (1000 exemplares) Publicação feita a partir de uma pesquisa ação de um grupo editorial, que viajou e documentou produtores agroecológicos no estado de Santa Catarina. O desdobramento do processo de produção de alimentos e manejo da terra para a linguagem artística foi o foco do processo. Projeto contemplado pelo Edital Elisabete Anderle/ Fundação de Cultura de Santa Catarina. Material acessível em https://issuu.com/grupofora/docs/caramancha__odigital1


Bacias grรกficas. 2013 IMAGEM: Monotipia sobre papel


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