NADA
O triunfo do silêncio
Inauguração - 17 de junho - 17h
até 8 de setembro de 2023
Hoje tudo parece ter que ser excessivo como se o excesso fosse necessária prova de vida.
Tudo menos o silêncio, que num mundo de alarido, demasiados tendem a considerar opressivo e deprimente, coisa para produzir e consumir com muita moderação.
Escreve-se muito sobre Arte, fala-se muito de algo que é para ver, fazem-se muitos eventos sociais com muita gente a pretexto de (supostamente) apreciar uma coisa que afinal não fala às multidões mas aos quietos, aos inativos, aos atentos, aos solitários, que se faz ouvir tanto mais quanto maior for o silêncio.
E do artista, neste mundo ruidoso, é urgente que pense, que capte o essencial, que faça obra e arte e que a linguagem em que se expresse seja a das formas, das cores e sensações que sente que ressoam com ele e com a realidade que ele vê, silenciosamente. Só assim pode aparecer o inaudito; ainda que seja um desenho-pintura de um quase nada que nos traz memória difusa de um tempo antecedente, suspenso, que ainda ecoa num silêncio triunfante.
Algo que, já há décadas, nos tenta ensinar Deleuze*:
“O problema já não é levar as pessoas a exprimir-se, mas fornecer pequenos momentos de solidão e de silêncio nos quais elas possam encontrar qualquer coisa para dizer. As forças repressivas não impedem as pessoas de se exprimirem mas, pelo contrário, forçam-nas a isso. Que alívio não ter nada para dizer, ter o direito de nada dizer, pois só então se torna possível apoderarmo-nos dessa coisa rara, cada vez mais rara: o que vale a pena ser dito.”
*Gilles Deleuze, Conversações, 1972-90, Fim de Século Edições, 2003
Today everything seems to have to be excessive, as if excess were a necessary proof of life.
Everything except silence, which in a world of fuss, too many people tend to consider oppressive and depressing, something to be produced and consumed with great moderation.
A lot is written about art, a lot is said about something that is to be seen, a lot of social events are held with a lot of people under the pretext of (supposedly) appreciating something that after all doesn't speak to crowds, but to the quiet, the inactive, the attentive, the solitary, that is heard all the more when the silence is greater.
And from the artist, in this noisy world, it is urgent that he thinks, that he captures the essential, that he makes work and art and that the language in which he expresses himself is that of the forms, colors and sensations that he feels resonate with him and with the reality that he sees, silently. Only in this way can the unheard appear; even if it is a drawing-painting of an almost nothingness that brings us diffuse memories of an antecedent, suspended time that still echoes in a triumphant silence.
Something that, for decades now, Deleuze* has been trying to teach us:
"The problem is no longer to get people to express themselves, but to provide small moments of solitude and silence in which they can find something to say. The repressive forces do not prevent people from expressing themselves but, on the other hand, force them to do so. What a relief to have nothing to say, to have the right to say nothing, for only then does it become possible to seize that rare, increasingly rare thing: what is worth saying."
*Gilles Deleuze, Conversações, 1972-90, Fim de Século Edições, 2003
Reflect I
165x120 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Unclear I
70x90 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Reflect II
70x50,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Unclear II
70x50,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Reflect III
90x70 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Nulo I
90x70 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
48x34 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Nulo IIUnclear III
33x23,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Reflect IV
33x23,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Silence III
124x87,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Unseen landscape (process) I
48x34 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Unseen landscape (process) II
48x34 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Overlap I
48x34 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Lap
48x34 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Obscuro I
90x70 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
33x23,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Nulo III33x23,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Nulo IV33x23,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Obscuro II
48x34 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Obscuro III
48x34 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Reflect V
140x100 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Statement / Dicitur
140x100 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
140x100 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
The cloak IInoperative I
33x23,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Inoperative II
33x23,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Unseen
124x87,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
116x137 cm, carvão sobre papel fabriano, 2022
The cloak IIUnseen landscape II
109x152 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Silent I
146x110 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Silent II
45,5x32,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
The Aftermath I
113,5x90 cm, carvão sobre papel fabriano, 2022
Silent Effect I
85,5x62 cm, carvão sobre papel fabriano, 2022
Blank
100x120 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Confrontation
135,5x109 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Inoperative
III
70x90 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Overlap II
33x23,5 cm, carvão sobre papel fabriano, 2023
Exposições individuais (seleção)
2023 NADA - O triunfo do silêncio. Galeria Sete (Coimbra, PT)
2021 Commentarium in Apocalypsin, em colaboração com Magda Delgado. NO·NO Gallery (Lisboa, PT)
2019 Establishment, Casa Garden, Fundação Oriente (Macau, CN)
2019 Escape | The Assumption of Blue, Galeria Sete e Museu Machado de Castro. Prog. Paralelo Bienal de Coimbra (Coimbra, PT)
2018 Dismantle - to Dissipate , Acervo - Arte Contemporânea (Lisboa, PT)
2016 Passage, CAPC - Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (Coimbra, PT)
2016 Transition, Galeria Cinco, Cidadela Art District (Cascais, PT)
2015 par•al•lel, Casa das Artes de Miranda do Corvo (Miranda do Corvo, PT)
2013 Inside, Museu Dr. Santos Rocha (Figueira da Foz, PT)
2011 No future! ? Utopia as construction ... , Rooster Gallery (Nova Iorque, EUA)
Exposições coletivas (seleção)
2023 Descuradas. Obras da Coleção Norlinda e José Lima, cur. Sara & André. Centro de Arte Oliva (S. João Madeira, PT)
2023 O fisiologista, o viajante e o tempo. Obras da Coleção ER, cur. Eduarda Neves. Ciclo de Desenho como Pensamento (Universidade de Aveiro, PT)
2022 Drawing Room Lisboa, stand NO-NO Gallery (Lisboa, PT)
2021 Chegar à boca da noite. Cur. José Maçãs de Carvalho. Centro de Arte Contem porânea de Coimbra (Coimbra, PT)
2021 First come, First Served. AZAN (Lisboa, PT)
2020 Not an Island I. NO·NO Gallery (Lisboa, PT)
2020 Leap of Faith, curadoria Miguel Mesquita. NO·NO Gallery (Lisboa, PT)
2020 ARCO’20 Live on Artsy. NO·NO Gallery (Online)
2019 JustMad - Feria Arte Emergente, stand Acervo - Arte Contemporânea (Madrid, ES)
2019 JustLx - Lisbon Contemporary Art Fair, stand Acervo - Arte Contemporânea (Lisboa, PT)
2018 JustMad - Feria Arte Emergente, stand Acervo - Arte Contemporânea (Madrid, ES)
2016 Book-Hop, CAV Centro de Artes Visuais (Coimbra, PT)
2016 Periplos Arte Portugués de Hoy, Centro Contemporâneo de Málaga (Málaga, ES)
2014 O Porto e a Península, Galeria Península (Porto Alegre, BR)
2013 (un) seen, Fountain Gallery (Nova Iorque, EUA)
2010 Sustentável Leveza, Casa Municipal da Cultura / Galeria Sete (Coimbra, PT)
2004-07 Arte Lisboa - Feira de arte contemporânea (Lisboa, PT)
2004 Art Cologne 38 - Internationaler Kunstmarkt (Colónia, DE)
2003 Prémio Ariane de Rotschild de Pintura, promovido pelo Banque
Privée Edmond de Rothschild. (Júri: Vicente Tódoli, Julião Sarmento, João Pinto Ribeiro, Paulo Pimen ta e membros do Banco)
Coleções
Coleção Norlinda e José Lima (São João da Madeira, PT)
Fundação Calouste Gulbenkian - Coleção de Livros de Artista (Lisboa, PT)
Embaixada de Portugal nos Estados Unidos (Washington, EUA)
Carpe Diem - Arte e Pesquisa (Lisboa, PT)
Coleções particulares em Portugal, Espanha, França, Itália, Englaterra, Holanda, Dinamarca e Estados Unidos da América
Exposição
NADA - O triunfo do silêncio
17 de junho a 8 de setembro de 2023
Artista
Pedro Pascoinho
Produção
Galeria Sete
Conceção e Coordenação de Montagem
Pedro Pascoinho
Galeria Sete
Textos
Galeria Sete
Tradução
Galeria Sete
Créditos Fotográficos
Pedro Pascoinho
Conceção Gráfica
Galeria Sete
Exhibition
NOTHING - The triumph of silence
June 17 to September 8, 2023
Artist
Pedro Pascoinho
Producion
Galeria Sete
Design and Mounting Coordination
Pedro Pascoinho
Galeria Sete
Texts
Galeria Sete
Translation
Galeria Sete
Photo Credits
Pedro Pascoinho
Graphic Design
Galeria Sete
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