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DA CIDADE
HISTÓRIA
CONHEÇA O PROJETO HISTÓRIA Desde 2017, a Prefeitura de Extrema, através da Secretaria Municipal de Cultura, desenvolve uma pesquisa sobre a história de Extrema. Denominado Projeto História, esse trabalho teve início com a realização de uma pesquisa documental que objetivou identificar e reunir cópia de documentos históricos que lançam luz sobre aspectos da história do município e região. Concomitantemente, a Divisão de História realizou levantamentos bibliográficos destinados a localizar obras que tratam de temas da história da região. Assim, arquivos, bibliotecas e universidades de São Paulo, de Belo Horizonte, Ouro Preto, Campanha, Camanducaia, de São João del Rei, de Bragança Paulista e Pouso Alegre foram contatados, consultados e/ou visitados. Também foram identificados documentos pertencentes a instituições do Rio de Janeiro, Brasília e Lisboa (Portugal). Parte dos documentos históricos localizados foi, mediante obtenção de autorização expressa (de cada instituição), reproduzida no Acervo Digital Regional de Extrema (Adre) – plataforma que conta atualmente com cerca de 5 mil páginas/itens e cujo endereço é www.extrema.mg.gov.br/siscultura/acervo. Outra parte é utilizada para a pesquisa – que dá destaque ao período visto após a implantação do Registro do Jaguari – um posto guarnecido por uma guarda (que também vigiava a divisa entre Minas Gerais e São Paulo) e onde funcionários específicos registravam a entrada de mercadorias na Capitania de Minas Gerais e cobravam os quintos (entre outros). Um pouco dessa pesquisa pode ser vista na Exposição Virtual “O Morro do Lopo e a Demarcação de Thomaz Roby (1749)”, na plataforma do Adre, sendo que, ainda neste ano, serão realizadas outras exposições.
Para o secretário de Cultura, Pablo Farina, o Projeto História da Secretaria de Cultura é um legado que a atual gestão quer deixar. Segundo o gerente de Cultura, João Batista Gomes Pinto, um dos grandes temas da pesquisa trata da fundação do povoado que deu origem ao atual município de Extrema. “Esse trabalho é contínuo. E com a melhora da situação gerada pela pandemia e com a reabertura de instituições no Brasil, em breve, a pesquisa documental será retomada”. João ainda afirmou que já é expressivo o trabalho realizado até agora. De acordo com a chefe de Divisão de História, Rafaela Ferreira da Silva, documentos localizados e estudados, até o presente momento, demonstram que pouco tempo depois da instalação de um registro às margens do Rio Jaguari, pessoas fixaram-se nas imediações do registro. Isso pode ser visto em documentos da segunda metade do século XVIII nos quais constam referências ao “Lugar do Registro”, ao “Cemitério do Registro” e ao “Bairro do Registro” – indícios de densidade populacional. “A documentação consultada evidencia, ainda, que casamentos foram celebrados no Registro do Jaguari, na presença de um visitador diocesano do Bispado de São Paulo, entre 1812 e 1815. Entre os nubentes e as testemunhas, constam moradores do Bairro do Registro, do Bairro do Salto, do Bairro da Itapeva, entre outros lugares. De forma significativa, um dos primeiros registros que contém referência à Capela de Santa Rita é o assento de óbito do Tenente Braz Esteves da Silva, morador do Bairro do Registro, que faleceu em agosto de 1817. Nesse assento de óbito, entre outras questões, vê-se que o corpo do referido tenente foi “sepultado no Adro da Capela de Santa Rita”, conforme assento efetuado pelo Coadjutor José da Silva dos Guimarães e Veiga (de Camanducaia)”, concluiu. Foto: Arquivo Paroquial de Camanducaia
Assento de óbito do Tenente Braz Esteves da Silva