Edição 33

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Animal em Extinção

GAZETA DO MEIO AMBIENTE

LOBO-GUARÁ

NESTA EDIÇÃO 02- EXPEDIENTE \ EDITORIAL 03- GRIPE SUÍNA: QUAIS OS SINTOMAS E COMO PREVENIR? 04- EMPRESA É MULTADA EM R$ 27,7 MILHÕES POR ARMAZENAR PNEUS USADOS IMPORTADOS 05- MAPA DA GALÁXIA ESFRIA TESE ALTERNATIVA SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL 06- BRASIL DESCUMPRE META PARA AMBIENTE 07- BUGIO 08- PRESERVAR E ECONOMIZAR ÁGUA É IMPORTANTE PARA A VIDA NO PLANETA 10- ESTUDOS INDICAM QUE AS ABELHAS ESTÃO DESAPARECENDO 12- COMÉRCIO DE CARNE BOVINA OMITE ORIGEM DO PRODUTO 13- QUANTIDADE DE GELO NO ÁRTICO “DESPENCOU” 14- GEÓLOGO DATA NASCIMENTO DO AMAZONAS 16- LOBO GUARÁ 18- A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO DO LIXO NA PRESERVAÇÃO DA NATUREZA 19- DENGUE 24- ECO-TURISMO CAPELA DO TAMANDUÁ 26- GOVERNO ORIENTA PARA CONSUMO CONSCIENTE DO PINHÃO 27- ÁGUAS DE SP TÊM 86 PEIXES E INVERTEBRADOS SOB RISCO 28- ARARINHA AZUL 29- LIXO DO MUNDO PARA NA ILHA DO MEL 30- ENTRETENIMENTO

Ano X - Edição n° 33 2009 Distribuição Dirigida Circulação Trimestral

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02 GAZETA DO MEIO AMBIENTE EDITORIAL

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Colaboradores

IBAMA

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. - (IBAMA). Http://www.ibama.gov.br

O Meio Ambiente Pede Socorro. Com a evolução do saber o homem passou a moldar o Meio Ambiente, a viver em sociedade, modificando a natureza tirando proveito disto, começou a realizar queimadas e desmatar para fazer suas plantações. Decorrendo o tempo, veio a exploração demográfica, a revolução industrial o inicio dos grandes problemas ambientais. O homem tornou-se o “inimigo” do meio ambiente. Inicia-se a queima demasiada de combustíveis fósseis, o desrespeito aos rios, os agentes químicos, o lixo atômico, milhares de automóveis nas ruas todos os dias lançando na Atmosfera enormes quantidades de poluentes causadores do efeito estufa. Sem nunca preocupar-se com as conseqüências de seus atos. Contudo esse desrespeito começou a mostrar seus efeitos. Grandes alterações climáticas, problemas respiratórios, de pele, infecções, anomalias, entre outros males, mas mesmo assim nós o ignoramos. Nos preocupamos sempre com os condicionantes econômicos. Embora alguns estudos tenham sido realizados em outras épocas para alertar a humanidade, só agora começamos a dar ouvidos aos cientistas, tornando-se parte de debates de várias nações. Principalmente dos mais desenvolvidos, que são em geral os grandes malfeitores do planeta. Podemos então ressaltar que, a Terra já está dando seus sinais de “cansaço”, nos alertando das enormes catástrofes que vem por ai, se assim continuarmos a agir. Devemos resolver ou pelo menos amenizar, o problema ambiental que nós e nossos antepassados causamos ao meio ambiente. Enquanto o ser humano não tomar consciência da importância do meio ambiente, nossa própria ambição nos destruirá. Preservar o meio ambiente hoje é garantir o futuro para nossos filhos e netos amanhã.

Salve o meio ambiente.

“Os textos são de inteira responsabilidade de seus autores. Algumas das fotos turísticas foram extraídas de sites da Internet”.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 03 Gripe suína: quais os sintomas e como prevenir? gripe suína ocorre, como nas outras formas da doença, por meio de gotículas de saliva, a prevenção, segundo o infectologista, segue os mesmos cuidados indicados para evitar o contágio da gripe comum: evitar o contato muito próximo de pessoas doentes. A influenza A (H1N1), mais conhecida como gripe suína, vem registrando milhares de casos ao redor do mundo e tomou as proporções de uma pandemia. A doença vem sendo causada por um vírus composto por segmentos dos genes humano, da ave e do porco. É a primeira vez que esta combinação genética ocorre. “A gripe suína se parece com a gripe normal. O indivíduo tem dor de cabeça, dores musculares e nas juntas, ardor nos olhos, febre acima de 38ºC e início abrupto. Parte das pessoas que contraíram a doença tiveram diarréia, isso não é muito comum na gripe, mas pode acontecer”, explica Celso Granato, assessor médico em Infectologia do Fleury. Como o contágio da

Segundo Granato, a vacina contra a doença anunciada recentemente por uma indústria farmacêutica foi desenvolvida por uma nova tecnologia, que já estava sendo trabalhada pela empresa, daí a rapidez com que foi apresentada. O infectologista ressalta, porém, que ainda não se pode afirmar sua eficácia. "Ainda é necessário provar se ela é tão segura e eficaz quanto as vacinas tradicionais." Apesar de não proteger contra a gripe suína, a vacina contra a gripe comum continua sendo importante, afirma o médico. “Essa vacina vai proteger contra várias outras formas de vírus influenza que estão circulando pelo mundo e que têm mais chances de acontecer agora. As pessoas, portanto, devem continuar o seu planejamento de vacinação”, aconselha o infectolo-

gista. Precauções para quem acaba de voltar das regiões afetadas Segundo Jessé Reis Alves, assessor médico do serviço de Vacinação e da Consulta do Viajante do Fleury, viajantes que acabam de retornar dos países em que há um grande volume de casos de gripe suína registrados devem ficar atentos à sua saúde. "Caso apresente febre e outros sintomas gripais, esse indivíduo deverá procurar imediatamente um serviço de saúde, relatando seus sintomas e a realização da viagem, caso esta tenha ocorrido nos últimos dez dias. Os profissionais de saúde estão sendo orientados a relatar todos os casos suspeitos e as devidas medidas de atendimento serão então desencadeadas. Somente o médico deverá prescrever medicações e orientar o tratamento adequado."

permanência nas áreas afetadas. Substituir sempre que necessário. Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável. Evitar locais com aglomeração de pessoas. Evitar o contato direto com pessoas doentes. Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal. Evitar tocar olhos, nariz ou boca. Lavar as mãos freqüentemente com sabão e água, especialmente depois de tossir ou espirrar. Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história.

Medidas de prevenção a quem se destina às áreas mais afetadas Usar máscaras cirúrgicas descartáveis durante toda a

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04 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Empresa é multada em R$ 27,7 milhões por armazenar pneus usados importados como infração ambiental, cabível de multa, a importação de pneu usado ou reformado, incorrendo na mesma pena quem comercializa, transporta, armazena, guarda ou mantém em depósito o pneu usado ou reformado, importado nessas condições.

Uma microempresa do Paraná terá que pagar uma multa de R$ 27,7 milhões por armazenar cerca de 70 mil pneus usados importados. A multa de R$ 400 por unidade, aplicada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), foi questionada no STJ (Superior Tribunal de Justiça) pela empresa. O Tribunal, em sua decisão de manter a multa, tratar-se de uma medida de proteção à saúde pública e em defesa do meio ambiente. O Decreto 3.179/99 considera

A importação de pneu usado vinha sendo autorizada por meio de liminares, enquanto o tema não era julgado pelo STF (Supremo Tribunal federal). Mas, no último dia 24 de junho, o STF vetou definitivamente a importação. A decisão do Supremo era esperada pelo governo federal desde 2006, e permitiu ao Brasil cumprir a determinação da OMC (Organização Mundial do Comércio). O órgão havia fixado a data de 17 de dezembro passado para o governo brasileiro vetar totalmente a importação de pneus usados ou abrir seu

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mercado para a entrada desse tipo de produto. Entenda a polêmica A decisão era esperada desde 2006 pelo governo federal e permitirá que o Brasil cumpra decisão da OMC (Organização Mundial do Comércio), que havia fixado a data de 17 de dezembro de 2008 como prazo para que o governo brasileiro vetasse totalmente a importação de pneus remoldados ou abrir seu mercado à entrada desse tipo de produto de qualquer país. Por questões ambientais e de saúde pública, o governo brasileiro proibiu a importação de pneus remoldados da União Européia. No entanto, desde 2003, por força de decisão do Tribunal Arbitral do Mercosul, o Brasil é obrigado a aceitar a importação desse tipo de produto dos países que integram o bloco econômico. Liminares judiciais também vinham autorizando a entrada de pneus remolda-

dos no país. A União Européia decidiu, então, questionar a postura brasileira na OMC. O órgão autorizou o país a manter a proibição desde que também fossem suspensas as importações do produto dos países do Mercosul e a entrada do material importado, permitida por decisões judiciais.

O Brasil reduziu, então, as cotas de importação do Uruguai e do Paraguai, depois de fracassar nas negociações com os sócios do Mercosul para chegar a um regime comum para a comercialização de pneus remoldados. Fonte: Agência Brasil

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 05 Mapa da galáxia esfria tese alternativa sobre o aquecimento global Uma das principais teorias alternativas de explicação do aquecimento global --daquelas que isentam de culpa a queima de combustíveis fósseis-- acaba de receber um duro golpe. A hipótese de que a crise do clima se deve a uma mudança na incidência de raios cósmicos na Terra está errada, afirma agora um trio de astrônomos liderado por Adrian Melott, da Universidade do Kansas (EUA). O estudo que pode vir a dar um fim à hipótese alternativa do aquecimento de origem espacial, sugerida pelo físico dinamarquês Henrik Svensmark, ainda não foi publicado em nenhuma revista científica. Portanto, não foi avaliado por nenhum grupo independente. A versão inicial do trabalho, porém, já está sendo comentada em publicações de entidades como o IOP (Instituto de Física, do Reino Unido) e o MIT (Institut o d e Te c n o l o g i a d e Massachusetts). O estudo está, por enquanto, apenas no site arxiv.org, um banco de dados de trabalhos pré-publicação. Apesar de controversa entre climatólogos, a teoria de Svensmark ganhou algum

espaço nos últimos anos, adotada por grupos contrários ao corte de gases do efeito estufa. Se aquilo que causa o atual aquecimento da Terra for uma queda na incidência de raios cósmicos, não haverá motivo para parar de queimar derivados de petróleo. Raios refrescantes O que Svensmark defende, basicamente, é que raios cósmicos ajudam a formar as nuvens de altitude baixa, que têm efeito resfriador sobre a Terra. O que está acontecendo agora, segundo o físico dinamarquês, é que o movimento natural do Sol na galáxia está levando a Terra para fora de uma região de alta concentração de estrelas. Com menos estrelas para explodir e produzir raios cósmicos no entorno do Sistema Solar, menos nuvens se formam na Terra, e o planeta esquenta. Segundo o autor da teoria, isso serve para explicar por que a Terra aquece e resfria a temperaturas extremas ao longo de sua história, a cada 140 milhões de anos, em média. Isso seria resultado de o Sol entrar e sair periodicamente dos braços da galáxia, regiões com maior

concentração de estrelas. O problema com a teoria de Svensmark, diz o trio de físicos americanos, é que os braços da Via Láctea não estão dispostos de forma regular. O ciclo de temperatura de 140 milhões de anos, portanto, não pode ser explicado pela teoria de Svensmark. A descoberta foi possível com o uso de dados novos do telescópio espacial Spitzer, que fez um mapeamento da galáxia com precisão sem precedentes. Assimetria escancarada "A gritante assimetria dos braços espirais na imagem atual da galáxia é difícil de refutar", disse à Andrew Overholt, físico que assina o estudo com Mellot. Segundo ele, sua análise considera quase todos os braços da Via Láctea, inclusive os do lado oposto ao que está o Sol. "O modelo anterior usado para desenvolver o ciclo de 140 milhões de anos considera apenas dois braços." Svensmark, em resposta, diz que o trabalho dos americanos está errado, e tenta enquadrar o jornalista. "É importante notar que o estudo do grupo de Mellot não está publicado, e o ideal

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seria que ele não fosse debatido na imprensa", diz o cientista dinamarquês. Em mensagem enviada à Folha, ele afirma que os americanos cometeram erros de estimativa ao analisar a velocidade de rotação da galáxia e de seus braços. Uma correção, segundo o dinamarquês, compensaria a assimetria da Via Láctea de forma que seus dados poderiam ser encaixados novamente. "A análise de Mellot não é consistente com os dados do Spitzer", afirma Svensmark, que aponta ainda outros problemas técnicos no trabalho. O debate, pelo visto, só vai ser resolvido após o estudo do trio americano ser analisado por revisores independentes em uma revista científica. “O trabalho foi submetido recentemente para publicação e já está sendo avaliado", diz Overholt. Por enquanto, a teoria de consenso para o aquecimento global continua sendo a do agravamento do efeito estufa, e os ciclos de temperatura de 140 milhões de anos são mais bem explicados por anomalias na movimentação do planeta.

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06 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Brasil descumpre meta para ambiente O Brasil está aquém das metas de preservação da biodiversidade que assumiu para 2010 dentro da CDB (Convenção sobre Diversidade Biológica), o mais importante acordo internacional para gestão da fauna e da flora do planeta. Em vigor desde dezembro de 1993, o tratado entra agora numa fase crítica sob o risco de virar uma peça de ficção, por culpa do Brasil e de outros países signatários.

Brasil foi extremamente mal conduzida pelo governo", disse à Folha o botânico Carlos Joly, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Segundo ele, que acompanha as políticas para a biodiversidade há décadas, o país não vai atingir as promessas de 2006. "O meu medo é que a gente chegue a Nagoya sem condição de dizer quanto realmente o país deixou de cumprir as metas."

Outro lado: "Mundo inteiro" falhou em metas para ambiente, afirma ministério

Charles Clement, pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), diz que a CDB "não teve efeito desejado nem na Amazônia, nem no Brasil, nem no mundo". Segundo ele, esse quadro se delineou desde o encontro de Joanesburgo, em 2002, apelidado de Rio+10 (em alusão ao encontro de 1992 no Brasil).

No ano que vem, em Nagoya (Japão), os membros da convenção terão de mostrar se fizeram a lição de casa. Um dos indicadores para saber se a CDB vem sendo seguida nas nações que assinaram o texto é o conjunto de metas que cada uma delas definiu para si. O Brasil apresentou suas metas em 2006. Duas delas são até ambiciosas --zerar o desmatamento da mata atlântica e reduzir em 75% o desmate amazônico--, mas não serão cumpridas. O país provavelmente será cobrado pelo cumprimento daquilo que foi colocado no papel. Vexame global "A internalização da CDB aqui no

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"Desde então, a taxa de extinção continua a aumentar e os benefícios econômicos esperados não aparecem em uma velocidade apropriada para frear esse processo", diz. Segundo Joly, nem mesmo os cientistas conseguiram produzir os dados que gostariam, atrasados por entraves burocráticos. "Não há pesquisa, basicamente, porque ninguém consegue as licenças para as coletas na

mata", diz Joly. O diretor de conservação da biodiversidade do MMA (Ministério do Meio Ambiente), Braulio Dias prefere enxergar as metas com uma abordagem alternativa. "Elas devem ser vistas como uma primeira etapa de um longo processo de mudança de paradigmas, de como as sociedades e os governos usam a biodiversidade", diz. "Na COP 10 [sigla que designa a próxima reunião da CDB] deveremos aprovar um novo plano estratégico da convenção com metas para 2020 e 2050", afirma Dias, do MMA. Fabio Scarano, diretor-científico do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, uma instituição federal, diz que parte da lição de casa está sendo feita. "A primeira lista de espécies de plantas do Brasil, que terá mais de 40 mil nomes, ficará pronta em dezembro, dez meses antes de Nagoya", afirma. Segundo Scarano, outro documento importante --o livro vermelho de espécies ameaçadas de extinção da flora brasileira-- ainda não está pronto, mas deve ser concluído até a próxima reunião da CDB.

convenção -como redução do desmatamento e combate a espécies invasoras- não serão atingidas. O ritmo de criação de unidades de conservação florestal teve um aumento substancial, mas também ficará abaixo da meta. "Neste campo, dava para ter avançado um pouco mais", diz Joly. Repartição de benefícios O receio de que as metas da CDB pudessem não ser cumpridas existia desde quando o acordo nasceu, na Rio-92, reunião patrocinada pela ONU no Rio de Janeiro há 17 anos. A intenção do documento, que passou a vigorar em 1993, era criar um marco diplomático para ajudar a preservar a biodiversidade global, mas pouca coisa foi feita como o documento previa. O grande gargalo das discussões hoje é a repartição dos benefícios pelo uso dos conhecimentos de índios e comunidades tradicionais. Sem o desfecho desse nó --algo que pode ocorrer na próxima reunião da convenção, em outubro de 2010-- a contribuição real do documento será quase nula, dizem os especialistas no tema.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 07 Bugio

Nome Vulgar: BUGIO Nome em inglês: Red Howler Monkey Nome Científico: Alouatta seniculus Outros Nomes: Guariba, barbado bugio e roncador. Classe: Mammalia Ordem: Primates Família: Cebidae Espécies: 5 Subespécies: 21 do gênero

Alouatta

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Distribuição: Ocorrem desde as matas costeiras do sul do México até o Chaco e o sudeste brasileiro Habitat: Uma variedade de ambientes que vai da floresta tropical úmida aos campos cerrados. Hábito: Diurno Comportamento: Grupo de até 10 indivíduos Longevidade: 20 anos Maturidade: Fêmea - 4 a 5 anos, Macho - 6 anos Época reprodutiva: Durante todo o ano Gestação: 4 a 5 meses Desmame: 1,5 a 2 anos Nº de filhotes: 01

Peso adulto: 5 a 9 Kg

Características: O corpo é forte e maciço. A cabeça, também maciça, nos machos parece ainda maior, devido aos longos pêlos que revestem o queixo, (por isso ele também é conhecido como macaco barbado) e ao grande desenvolvimento do osso hióide, em forma de cápsula, que funciona como caixa de ressonância. A cauda é muito musculosa, com a porção inferior da ponta desprovida de pêlos e dotada de grande sensibilidade. Enrola-se firmemente nos galhos e funciona como um quinto membro, sustentando o corpo por longos períodos de tempo, por exemplo, enquanto o animal se alimenta. Cor: Sua coloração varia do preto ao vermelho. Em uma das espécies, encontrada no Brasil central (Alouatta caraya), os machos são completamente negros enquanto que as fêmeas e os filhotes apresen-

Tamanho: até 70 cm de comprimento Peso filhote: 120 a 130 g Alimentação na natureza: Folhas e frutas

estudado de perto, em seu próprio meio, e logo se encontrou a razão de tais gritos. Sabe-se atualmente que esses macacos vivem em bandos e que os bandos se comunicam por meio de gritos. Os guaribas emitem uma série de sons: uivo, latido, gemidos, etc. Cada som tem um significado: perigo, um filhote perdido, um companheiro ferido, e muitos outros. De onde vem então a história do hino matinal? Como cada bando de guariba tem seu próprio território, os gritos servem para participar aos vizinhos os limites desse território, do qual os estranhos devem manter distância. Quando os dois bandos se encontram, sua hostilidade também é mostrada por meio de gritos. E vence quem gritar mais alto!

Alimentação em cativeiro: Frutas diversas, verduras e iogurte Causas da extinção: Tráfico de animais. A espécie encontra-se ameaçada de extinção, principalmente devido à destruição de seu hábitat e também à caça indiscriminada. Sua carne e pele são muito apreciados pelos índios e caboclos. Havia uma história interessante a respeito dos guaribas ( ou bugios). Quando o grito matinal desses macacos ecoava pela floresta amazônica, acreditava-se que eles estavam entoando um hino ao sol e que os gritos eram acompanhados por ritos que só os animais conheciam. Contudo, os naturalistas destruíram essa lenda. O guariba foi

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08 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Preservar e economizar água é importante para a vida no planeta

A escassez de água doce de boa qualidade para consumo Setenta por cento da superfície do planeta é coberta por água. Quase toda a água que existe na Terra (97,5%) é salgada e está nos oceanos, sendo imprópria para o uso agrícola e industrial. (UNESCO) Apenas 2,5% da água do nosso planeta é doce e a maior parte está em geleiras. Menos de 1% de toda a água que existe é própria para consumo do homem e está nos rios, lagos e lençóis subterrâneos (difícil acesso). Segundo o RDH - Relatório de Desenvolvimento Humano (PNUD - ONU, nov. 2006) : - cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água tratada no mundo; - por volta de 2,6 bilhões não têm instalações básicas de saneamento (maioria dessa

população vivendo na África e na Ásia); - metade dos leitos hospitalares é ocupado por doenças causadas pelo uso de água imprópria; - a diarréia tira a vida de 4.900 crianças menores de 5 anos por dia. Enquanto um habitante de Moçambique usa, em média, menos de 10 litros de água por dia, um europeu consome entre 200 e 300, e um norte-americano, 575 (50 litros só nas descargas). Cada pessoa deveria ter disponíveis ao menos 20 litros de água para consumo, por dia. A água está distribuída pelo planeta de forma desigual. Vários países da África e Oriente Médio já não tem água. De toda a água doce disponível no planeta, aproximadamente 13,7 % estão no Brasil. A Bacia Amazônica concentra 73% do volume de água doce do país. Os 23% restantes distribuemse desigualmente pelo Brasil, para atender a 93% da população. O Nordeste com 28% da população possui menos de 5% das reservas. O acesso à água atinge 90% da

população brasileira. Dos municípios brasileiros com rede de distribuição de água, muitos convivem com racionamento. Em relação ao saneamento básico, 75% da população brasileira tem coleta de esgoto, o que exclui cerca de 43 milhões de pessoas. Apenas 32% do esgoto produzido no país recebe tratamento, segundo diagnóstico do Ministério das Cidades (dez. 2006). O lançamento de esgoto não tratado em rios, córregos e mares são uma grande ameaça à saúde pública. A demanda de consumo de água pelo homem moderno vem aumentando. O uso da água triplicou de 1950 para cá. A população mundial em 1820 era de 1 bilhão de habitantes, 2 bilhões em 1930, 3 bilhões em 1960, 4 bilhões em 1974, 5 bilhões em 1988, 6 bilhões em 2000 e 6,5 bilhões em 2006. Diante da escassez, há mais riscos de disputas e conflitos entre nações pelo controle das fontes mundiais de água. A poluição ambiental é um dos principais fatores que colaboram com a degradação dos recursos hídricos do país. Os rios são poluídos por

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agrotóxicos, resíduos industriais, resíduos de lixões e lançamento de esgoto doméstico sem tratamento. Desmatamento das margens dos rios faz com que o solo fique desprotegido e sem árvores, a água das chuvas escoa rapidamente para os rios, causando enchentes e arrastando detritos que podem obstruir o leito dos rios. Favelas e loteamentos clandestinos crescem às margens dos rios e represas, poluindo os reservatórios e ameaçando a saúde de todos. A irrigação para cultivos agrícolas atualmente responde por mais de dois terços de toda a água retirada de lagos, rios e reservatórios subterrâneos, segundo a FAO-ONU. Ao desperdiçar comida, desperdiça também a água usada para produzi-la. Nas lavouras são utilizados métodos de irrigação pouco eficientes que desperdiçam muita água. Os agrotóxicos utilizados na agricultura são compostos químicos venenosos, cujos resíduos podem provocar várias doenças. Alguns não se degradam cotaminando por muito tempo, a água, o subsolo e o ar.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 09

A pecuária demanda grandes quantidades de água, com a manutenção do rebanho, na fase do abate, no preparo agroindustrial dos cortes e na oferta de produtos derivados, tais como leite e ovos, segundo o CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hídricos. A indústria é a segunda maior consumidora da água doce disponível. Além do desperdício e da falta de técnicas modernas de reúso de água, o lançamento de efluentes industriais não tratados nos rios comprometem a vida dos peixes e outras formas de vida. Precificação da água : cobrar pela água em si e não só pela distribuição, como se vinha fazendo, incentiva agricultores e industriais a não desperdiçar. O alto consumo doméstico de água acaba gerando muito esgoto, que quando não tratado, polue os rios. O Brasil possui a maior reserva de água doce do mundo e é um grande desperdiçador de água

potável. Parte da água tratada que sai das redes distribuidoras não chega ao consumidor final por motivo de vazamento ou redes clandestinas. A água sai através de tubulações e canos mal conservados que se rompem ou é desviada. Em alguns trechos do Rio São Francisco, a derrubada das matas, que cobriam suas margens e encostas, provocou o assoreamento do leito do rio, que é a formação anormal de bancos de areia, o que prejudica a navegação e o habitat dos peixes. Em outros lugares, a falta de tratamento de esgoto das cidades ribeirinhas provocou a poluição das águas. O Ministério do Meio Ambiente coordena um programa de revitalização da bacia do São Francisco. Ação Global A crise da água e do saneamento é, acima de tudo, uma crise dos pobres. Segundo a ONU, a maioria dos países dispõe de água suficiente para satisfazer as necessidades domésticas, industriais, agrícolas e ambientais. O problema está na gestão. O relatório (RDH, 2006) defende um Plano de Ação Global,

liderado pelos países do G8, que concentre os esforços para a mobilização dos recursos e coloque a água e o saneamento no centro da agenda de desenvolvimento. Um ponto crucial para essa ação seria a adoção da água como um direito humano básico. Os governos deveriam ter como objetivo mínimo um gasto de 1% do PIB para água e saneamento.

Os países desenvolvidos precisam elevar sua contribuição para solucionar esta crise emergencial. Água limpa e saneamento estão entre os mais eficientes remédios preventivos para reduzir a mortalidade infantil. Você sabia ? Dia 22 de março é o Dia

Mundial da Água. As algas produzem a maior parte do oxigênio da Terra. O corpo humano possui na sua composição 3/4 de água. O homem pode passar até 28 dias sem comer, mas apenas 3 dias sem água. Na água originaram os primeiros organismos vivos que surgiram na Terra, há mais de 3 bilhões de anos. São exemplos de doenças de veiculação hídrica : febre, disenteria, cólera, hepatite, poliomelite, malária, dengue, etc. O gotejamento de uma torneira desperdiça de 46 litros por dia. Isto é, 1.380 litros por mês. Um filete de 2 milímetros totaliza 4.140 litros num mês. E um filete de 4 milímetros, 13.260 litros por mês de desperdício. Um buraco de 2 milímetros no encanamento pode causar um desperdício de 3.200 litros por dia, isto é, mais de três caixas dágua. A água é um recurso vital. Todos podem colaborar fazendo a sua parte : agricultores, poder público, empresas, instituições e a sociedade. Fonte: Fantástico - Globo

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10 GAZETA DO MEIO AMBIENTE

Estudos indicam que as abelhas estão desaparecendo Em Portugal a população de abelhas também tem diminuído, mas Vilas Boas acredita que “não houve nenhum surto mortífero como nos outros países”. Este fato é confirmado por João Casaca, da Federação Nacional de Apicultores (FNAP). “Em todo o País, ficou conhecida apenas uma situação de um apicultor que viu as suas colmeias completamente dizimadas.” As abelhas estão desaparecendo. Nos últimos anos, um pouco por todo o mundo, milhões de colmeias têm sido dizimadas. O cenário é apocalíptico para os insetos, mas também para a humanidade. Como disse Albert Einstein: “Quando as abelhas desaparecerem da face da Terra, o homem terão apenas quatro anos de vida.” Mas por que as abelhas estão desaparecendo? “A causa ainda é desconhecida, o que os investigadores sabem é que há vários fatores que podem ter causado esta situação”, explica o professor universitário e especialista nesta matéria Miguel Vilas Boas. Apesar de as abelhas terem

um inimigo sem rosto, há uma doença que os especialistas acreditaram ser responsável por várias mortes: a varroose. Considerada a “Aids das abelhas”, este vírus é provocado por um ácaro – a varroa – que “enfraquece as abelhas e torna-as suscetíveis a outras doenças”. Só no ano passado desapareceram nove mil milhões de abelhas na Espanha. Para combater este voo para a extinção, uma equipe de universitários de Córdoba decidiu criar aquilo a que chamaram “superabelhas”. Neste processo as rainhas são inseminadas e as abelhas nascem fortificadas, resistentes a ácaros.

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Mas a varroose também preocupa os apicultores nacionais. Tendo em conta o boletim do Ministério da Agricultura, só entre 2004 e 2007 houve uma quebra de 3,5 mil milhões de abelhas. O número impressiona, mas é amenizado por especialistas que garantem que o número de apicultores também reduziu significativamente. Ora, “menos apicultores, menos abelhas”. Ainda assim, a varroose está presente em Portugal. E os apicultores têm noção do perigo, pois é a doença que destrói mais colmeias no País. Aliás, consciente desta situação, o Ministério da Agricultura chegou a distribuir

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gratuitamente produtos para travar o flagelo. Agora, já não são doados, mas continuam disponíveis. É talvez por isso, que o combate à varroose em Portugal se centre num único método. “O uso de acaricidas”, esclarece João Casaca, que garante que por aqui não se criam “superabelhas”

como na Espanha. A ação também não está prevista para um futuro próximo. Isto porque, como explica Vilas Boas “ninguém está a utilizando a inseminação, o único programa que existe é de seleção das rainhas. Nada mais.”

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 11 Em Portugal, os números também não são tão catastró-

caso de algumas ilhas dos Açores. Apocalipse a preto e amarelo

ficos. “É um processo que tem custos, mas está controlado”, explica Vilas Boas. Além disso, o País tem a “bênção” de ter uma das poucas regiões do mundo onde a varroose não existe, como é o

O perigo de extinção das abelhas é real. Nos EUA, a segunda potência da apicultura, depois da China, mais de 60% das populações de abelhas desapareceram em 24 estados. A crise é tal que o Congresso teve de aprovar um plano de emergência, como faz em tempo de guerra ou de crise econômica. Aliás, sob o pretexto econômico, a secretária da Agricultura norte-americana lembrou que “sem abelhas, deixaria de existir Coca-Cola”. Como

EUA emprestam US$ 8 bi para produção de carros que consumam menos gasolina O Departamento de Energia dos EUA anunciou que as montadoras Ford, Nissan e Tesla receberão empréstimos federais no valor total de quase US$ 8 bilhões para o desenvolvimento de tecnologias que reduzam o consumo de gasolina. O anúncio foi feito. A Ford será a principal beneficiada pela medida, já que receberá US$ 5,9 bilhões para transformar fábricas nos estados

quem diz: senhores do capital mexam-se, que a coisa é séria. Os números na Europa não são mais animadores. Segundo o diário espanhol El Mundo, na Itália, Bélgica e Alemanha metade das abelhas desapareceram. A varroose não será o único problema e Vilas Boas acredita que “quando descobrirem a causa real, ela vai variar de país para país”. João Casaca lembra algumas das potenciais causas em diferentes países: “Na Alemanha tem a ver com o cultivo de sementes, na França pensa-se que seja a utilização de pesticidas nas culturas e em Espanha

americanos de Illinois, Kentucky, Michigan, Missouri e Ohio, nas quais produzirá 13 modelos de consumo reduzido. A japonesa Nissan obterá US$ 1,6 bilhão para renovar a fábrica que tem no estado do Tennessee, a qual produzirá automóveis elétricos e baterias.

será a sobreprodução. Há apicultores a mais.” Certo é que estes polinizadores continuam a desaparecer. E como seria o mundo sem abelhas?. “Era uma catástrofe”, alerta Miguel Vilas Boas. “Todo o ecossistema seria alterado e Einstein, provavelmente, teria razão. Seria uma crise muito pior que a econômica porque nós [humanidade] ficaríamos sem comida.” É por este cenário que muitos especialistas chegam a evocar o hino do Reino Unido, God Save the Queen. Em português, Deus Salve a Rainha. A rainha das abelhas, entenda-se.

trabalhos, reduzirão a dependência do petróleo e limitarão as emissões dos gases que provocam o efeito estufa", disse o secretário de Energia americano, Steven Chu, por meio de um comunicado.

Já a Tesla, uma nova marca americana especializada na produção de veículos elétricos, receberá um empréstimo de US$ 465 milhões para produzir automóveis na Califórnia. Estes investimentos "criarão novos

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12 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Comércio de carne bovina omite origem do produto Na prateleira, picanha com selo de frigorífico de Marabá (PA), fraldinha e maminha de frigorífico de Tangará da Serra (MT). Outras carnes vistas na gôndola vêm de frigoríficos das cidades paulistas de Promissão, Bauru e Andradina. Mas por quais fazendas passou esse gado agora exposto nos supermercados? Vieram de áreas que desmataram a floresta amazônica ilegalmente? O consumidor que se depara com os produtos e lê os rótulos não consegue responder. Nas lojas do Wal-Mart, do Carrefour e do Pão de Açúcar, e em todas a situação é recorrente. A Apas (Associação Paulista de Supermercados) e os supermercados admitem que os consumidores não têm como saber de forma exata a procedência das carnes que compram. Em outros países, a situação é parecida. Segundo Daniela de Fiori, vice-presidente de sustentabilidade do Wal-Mart Brasil, a única forma, hoje, de os consumidores terem garantia de não compactuar com o desflorestamento da Amazônia é frequentar mercados em que confiam. Após denúncias da ONG Greenpeace que relaciona-

ram a pecuária com a derrubada da floresta e de o Ministério Público Federal no Pará mover ações civis públicas pedindo indenização de R$ 2,1 bilhões de pecuaristas e frigoríficos, três grandes redes Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar suspenderam a compra de carne de fazendas do Estado. No entanto a reportagem encontrou carne de frigorífico do Pará no Wal-Mart do Morumbi (zona oeste da capital paulista). As peças foram embaladas em maio (antes das denúncias). Também havia carne de frigoríficos de outros Estados da Amazônia Legal. Para Marcio Astrini, do Greenpeace, os supermercados têm de estender o embargo para toda a região amazônica. Além do embargo ao Pará, a representante do Wal-Mart diz que as três redes exigem, agora, que os frigoríficos contratem auditorias. "Dada a gravidade das denúncias, entendemos que não há outro caminho, mesmo que isso custe para o setor. As outras medidas [como a suspensão da compra de carne do Pará] são paliativas." Rastreamento Na visita da reportagem a

uma loja do Carrefour em Santo Amaro (zona sul da capital), além da falta de informação, houve um diálogo inusitado com um dos atendentes. "Como assim, o boi come a floresta?", disse o funcionário ao repórter quando ele quis saber se aquela carne em específico vinha de uma área de desmatamento ilegal. Na prática, os fazendeiros amazônicos transformam a floresta em pasto. O Carrefour, por meio de assessoria de imprensa, disse que 40% da carne comercializada por ela tem um selo de origem na embalagem. Essas carnes, diz a empresa, são totalmente garantidas, inclusive do ponto de vista ambiental. Em outros produtos, como os embalados a vácuo, existe normalmente apenas o nome da cidade onde o frigorífico fornecedor opera. Ou seja, mesmo conhecendo muito a geografia brasileira, é complicado saber se determinada cidade está localizada na Amazônia ou não. "Nós não suspendemos a compra pelo CNPJ dos fornecedores. O controle é feito pelo número do SIF (Serviço de Inspeção Federal), ele que é importante [para rastrear o animal desde o local onde nasceu]", diz

Nelson Raymundi, gerente de comercialização de carnes do Grupo Pão de Açúcar. Ele afirma que a maior parte da carne da rede vem de Mato Grosso (que faz parte da Amazônia Legal), Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Segundo o Pão de Açúcar, sua etiqueta Taeq, que representa 3% das carnes vendidas, é a única que tem 100% de controle. Direito à informação João Sanzovo Neto, presidente da Apas, defende a rastreabilidade para o setor. Enquanto isso não ocorre, porém, afirma que os supermercados devem pedir aos fornecedores, em especial os citados em denúncias, a lista das fazendas. E devem repassar a informação para o consumidor. ONGs e entidades de defesa do consumidor ressaltam a corresponsabilidade entre governo, empresas e consumidores na manu-tenção do problema e a pressão de quem compra carne, de acordo com eles, poderá ser essencial para mudar a realidade. Fonte: Folha de S.Paulo

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 13 Quantidade de gelo no Ártico “despencou”, diz estudo! De acordo com dados coletados pelo Centro de Observação Polar do University College de Londres - parte do Centro Nacional da GrãBretanha para Observação da Terra - no último inverno o gelo tinha diminuído de espessura em uma média de 26 centímetros abaixo da média de invernos entre 2002 e 2008.

A espessura do gelo no Oceano Ártico "despencou" no último inverno, segundo uma pesquisa do University College de Londres. Os cientistas britânicos afirmam que a espessura do gelo no mar Ártico diminuiu até 49 centímetros em algumas regiões, segundo informações enviadas por satélite. De acordo com os pesquisadores, estes resultados fornecem a primeira prova definitiva de que o volume total do gelo no Ártico está diminuindo.

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O gelo no mar do Ártico bateu o recorde negativo ao chegar ao se menor tamanho em 2007, quando sua área atingiu apenas 4,13 milhões de quilômetros quadrados. O recorde anterior era de 5,32 quilômetros quadrados, medidos em 2005. "A espessura do gelo estava constante nos últimos cinco invernos antes deste, mas despencou no inverno depois do mínimo (registrado) em 2007", afirmou uma das autoras da pesquisa Katherine Giles à BBC.

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principal do volume total de gelo diminuiu. Então isto significa derretimento; não significa que o gelo tenha apenas sido empurrado para a costa", acrescentou. "Estamos usando dados de satélite, o que significa uma cobertura em todo o Oceano Ártico (exceto no centro) e temos estes dados de forma contínua, portanto, conseguimos boa cobertura em termos de tempo e área", afirmou.

Causas Seymour Laxon, outro autor da pesquisa, afirmou que ainda não foram explicadas todas as causas deste proble-

Seymour Laxon acrescentou que as descobertas do projeto estão sendo usadas para ajudar a refinar as informações em projeções climáticas para o futuro.

"A extensão pode mudar, pois o gelo pode ser redistribuído, aumentando a quantidade de água exposta. Mas isso não reduz a quantidade total de gelo", disse o cientista à BBC.

"A época em que o Oceano Ártico vai desaparecer é uma informação aberta ao debate. Cerca de cinco anos atrás a projeção média para o desaparecimento era por volta de 2080", afirmou. "Mas os índices mínimos de gelo e esta prova de derretimento sugerem que devemos apoiar os modelos que sugerem que o gelo do mar vai desaparecer entre 2030 e 2040, mas ainda existe muita incerteza", acrescentou

ma.

"Para determinar se a redução do gelo no mar é o resultado do gelo se acumulando contra a costa ou se é o resultado do derretimento, é preciso medir a espessura." "Acredito que esta seja a primeira vez que podemos dizer, definitivamente, que o

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14 GAZETA DO MEIO AMBIENTE

Geólogo data nascimento do Amazonas oceano Atlântico, na foz do rio.

O rio Amazonas acaba de ganhar uma certidão de nascimento. Segundo ela, o curso d'água mais volumoso da Terra nasceu há 11,8 milhões de anos. A adolescência e a fase adulta do rio-mar também estão descritas no estudo, publicado no periódico "Geology". Ele é assinado por Jorge Figueiredo, geólogo da Petrobras que atualmente cursa doutorado na Universidade de Liverpool (Reino Unido) e colaboradores. Toda a história de vida do Amazonas está baseada em análises paleontológicas (fósseis de animais e pólen) e de proveniência sedimentar, feitas em amostras coletadas em poços perfurados no

De acordo com Figueiredo, existia um pequeno rio antes de 11,8 milhões de anos, no período chamado pelos geólogos de Mioceno Médio (Na África, nessa época, o gênero humano nem existia). Mas ele drenava apenas a parte oriental da atual região amazônica. Do lado ocidental, onde hoje estão o Peru, a Colômbia e os Estados do Amazonas e do Acre, havia um tipo de pantanal, uma grande área inundada. "Separando essas duas áreas existia uma região um pouco mais elevada que as grandes planícies amazônicas, a oeste de Manaus", diz Figueiredo. A situação, entretanto, começaria a mudar há 11,8 milhões de anos, diz o geólogo. De um lado, por causa do aumento do manto de gelo na Antártida, o mar começou a descer -uma queda de cerca de 120 metros em média em relação ao nível atual. De outro, a poderosa

cordilheira dos Andes exibia quase toda sua força, elevando-se a alturas próximas das atuais. Esses dois processos, que terminaram há aproximadamente 11,3 milhões de anos, fizeram com que os lagos do lado oeste fossem conectados ao riozinho do lado leste. O Amazonas, agora transcontinental, estava pronto para crescer e aparecer. Na infância do rio, entre 11,8 milhões e 6,8 milhões de anos, ainda havia um número muito grande de lagos ao longo do Amazonas, cujo curso era sinuoso, como o de vários rios pequenos da região hoje. Os sedimentos carregados pelas águas do rio acabavam sendo depositados no continente. Na sua adolescência, como os Andes subiram ainda mais, havia mais sedimento para ser transportado. E eles começaram a chegar em maior quantidade ao oceano, obliterando os lagos no caminho. Há 2,4 milhões de anos o Amazonas entrou na fase adulta. O riacho cheio de

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meandros de outrora tornouse o rio mais caudaloso do mundo. Cálculos do projeto Piatam (Petrobras) mostram que o rio lança todos os anos no Atlântico 6,3 trilhões de metros cúbicos de água (16% de toda a descarga mundial de água doce no mar) e 1,2 bilhão de toneladas de sedimento. É tanto entulho que a foz do Amazonas pode até estar afundando poucos milímetros por ano. "Era sabido que a evolução do Amazonas dependeu do tectonismo [elevação] dos Andes. O artigo científico, entretanto, apresenta uma idade mais fechada [para o nascimento do rio]", diz Michel Mahiques, professor do Instituto Oceanográfico da USP e especialista em oceanografia geológica. Segundo Figueiredo, os dados atuais estão em desacordo com uma hipótese levantada por outro grupo de pesquisa --a de que o rio Amazonas, há 5 milhões de anos, corria ao contrário, do Atlântico para aquilo que começava a ser os Andes.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 15

Fonte: Folha de S. Paulo

tíveis) aponta que cada litro da nova mistura reduz em 3% a emissão de gás carbônico. Assim, estimase uma diminuição anual de 1,2 milhão de toneladas nas emissões.

Mistura de 4% de biodiesel vai gerar economia de US$ 900 milhões A mistura de 4% de biodiesel ao óleo diesel comercializado em todo o país começa a ser obrigatória a partir de amanhã. A expectativa é que sejam economizados cerca de US$ 900 milhões por ano com a redução das importações de óleo diesel em função do uso de maior volume de biodiesel. Estudo feito pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombus-

Com a adição de 4% de biodiesel ao diesel, a estimativa é que

sejam consumidos 925 milhões de litros de biodiesel no segundo semestre deste ano. De janeiro a junho, com o B3 (3% de biodiesel), o consumo estimado foi de 615 milhões de litros de biodiesel. A demanda anual de biodiesel, com o B4, será de 1,72 bilhão de litros, incremento de 33% frente ao 1,29 bilhão demandado com o B3 ao longo de 2008. A obrigatoriedade do B4 é um forte indício de que a intenção do governo em antecipar o B5 de 2013 para 2010 será mesmo feita. Fonte: Folha Rio

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16 GAZETA DO MEIO AMBIENTE

Lobo Guará Frutas, carne, ovos e alimen-

Nome vulgar: LOBO GUARÁ Classe: Mammalia Ordem: Carnivora Família: Canidae Nome científico: Chrysocyon brachyurus Nome inglês: Maned Wolf Nomes na Argentina: Aguarú guazú, Lobo de crin, zorro potrillero, zorro grande, zorro de chaco. Nomes Indíginas: Gueken, guelken, huika(tehuelche septentrional). Indios Kamaiuras (alto rio Xingu)o auratsim. Tupíguaraní: guará Nome na Bolívia: Boroche Distribuição: Centro-Oeste

do Brasil, Paraguai, Leste da Bolívia e Norte da Argentina Habitat: Campos Hábito: Crepuscular/noturno Comportamento: Solitário Longevidade: 13 anos Maturidade: Após 3 anos Época reprodutiva: Julho a Agosto Gestação: 62 a 66 dias Nº de filhotes: 02 a 05 Nº de crias: 01 Peso adulto: 30 Kg Peso filhote: 350 g Alimentação na natureza: Pequenas cutias, pacas, aves, répteis, frutas (frutado-lobo), mel, cana-deaçucar, peixes, moluscos e insetos. Alimentação em cativeiro:

to vivo Causas da extinção: Caça e destruição do habitat Esse canídeo grande e de aspecto elegante é encontrado na América do Sul. Parece mais uma raposa do que um lobo, devido às suas pernas longas e finas. À noite, eles ficam debaixo as árvores, como que esperando que as frutas caiam. Solitários , eles se juntam no máximo aos pares. Mas seus gritos são ouvidos a grandes distâncias. E é por causa do som dos seus uivos - interpretado pelos indígenas como "Gua-á, gua-á" - que o Chrysocion brachyururs,espécie única do gênero, é chamado no Brasil de Lobo-guará. É o maior canídeo da América do Sul. Sua altura nas espáduas, chega a 87 cm; o peso é superior a 20 kg. A parte inferior das pernas, a extremidade da cauda e o focinho do guará são negros. O corpo é coberto de pêlos cor de ferrugem, e os pêlos dorsais, atrás da cabeça, ficam em pé quando o animal está excitado. O comprimento incomum das pernas facilita a tarefa de

subir morros. Velóz e ágil, o guará salta longe para apanhar a presa e consegue localizá-la de longe graças à

sua altura. Como as pernas dianteiras são um pouco mais curta que as traseiras, subir pode ser fácil, mas descer é mais difícil. Por esse motivo, os caçadores procuram fazer com que o guará se dirija a terrenos desiguais. Sua observação torna-se difícil por se tratar de um animal solitário e noturno.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 17

carneiros ou cabras dispersos no mato mas chega a capturar galinhas junto às casas isoladas. O guará é um animal pouco agressivo. As lutas entre os machos são raras e já se verificaram casos em que eles saem em socorro de um companheiro atacado. Quando dois indivíduos se encontram, mostram se ameaçadores, mas tentam evitar a briga, se chegarem a lutar, aquele que fica em desvantagem acaba fugindo para não ser ferido. Reúnem-se em casais apenas durante o período de reprodução, quando a fêmea convida o macho para o acasalamento um uma série de movimentos do corpo. A época do cio ocorre entre outubro e março, exceto entre as fêmeas jovens, que podem ter filhos assim que atingem a maturidade, mesmo no meio do ano. O macho faz corte assídua à fêmea. A gestação

dura cerca de 65 dias e os filhotes, em número de 2 a 5, exibem um colorido cinzento negrusco ao nascer. Através da Portaria nº 1.522, de 19 de dezembro de 1.989 e da Portaria n° 45-N, de 27 de abril de 1.992, o IBAMA tornou pública a lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção. O guará faz parte desta lista e é uma espécie em vias de extinção. Restam apenas alguns milhares de espécimes nas planícies de Mato Grosso, no Brasil. Antigamente, havia tanto lobo-guará no vale do rio

ser encontrado na Zona da Mata. Hoje, praticamente desapareceu das serras e dos pampas. Seu habitat natural foi tomado pela agricultura e urbanização. A caça predatória também ajudou a dizimá-lo: os fazendeiros acreditavam que o lobo-guará comia o gado. Como o lobo-guará está desaparecendo o governo se aliou à iniciativa privada para criar o Projeto Lobo-Guará. Seu objetivo: povoar o Parque do Caracol, na cidade de Canela, Rio Grande do Sul com o Lobo-guará. No mapa ao lado a região verde representa as Regiões de incidência onde se encontra o Loboguará.

Paraíba do Sul que o fato inspirou o nome da cidade paulista de Guaratinguetá. mas, ele também havia habitado os cerrados da região Centro-oeste, parte da caatinga do Nordeste e podia

Você sabia... Que Brasil é o país mais rico em água doce do planeta? 13,7 % de toda água do mundo está aqui. Que o Pantanal, no Mato Grosso do Sul, é a maior área úmida continental do mundo. Que a Amazônia abriga as mais extensas florestas alagadas do planeta. Que 70% das internações hospitalares do Brasil são causadas por doenças relacionadas à água. Em todo mundo, cerca de 10 milhões de mortes anuais resultam de doenças intestinais transmitidas pela água. Que menos de 1% da água doce do planeta está disponível para o consumo. Em todo mundo, a irrigação na agricultura responde por cerca de 70% do consumo de água; 20% vão para a indústria; e os 10% restantes destinam-se ao uso doméstico. Que, no Brasil, a agricultura consome 70% da água, as indústrias, 20%, e as residências, 20% também. Que cada minuto de banho gasta de 3 a 6 litros de água. Que você economiza 70 litros de água se fechar a torneira enquanto ensaboa a louça. O mau uso do solo nas regiões ribeirinhas é o maior causador das enchentes. Que, em todo o mundo, as enchentes causam perdas econômicas de cerca de cinco bilhões de dólares. 40 milhões de brasileiro não têm acesso a água. O uso de água mais que triplicou entre 1950 e 1980. Que, em São Paulo, 70% da poluição das águas é de origem doméstica e 30% de origem industrial. Que o índice de desperdício de água no Brasil chega a 40% entre a produção e os domicílios.

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18 GAZETA DO MEIO AMBIENTE A importância do tratamento do lixo na preservação da natureza andamento em vários países e também no Brasil, a reciclagem é uma das formas ideais de lidar com uma parte do problema, o lixo inorgânico.

Um dos fatores da vida moderna que mais geram discussões entre ambientalistas, governo e população em geral é o problema do lixo. O Brasil produz uma média de 240 mil toneladas de dejetos/dia, ou 1,5 kg por habitante a cada dia, enquanto países como a Suécia, onde cada habitante produz apenas 400 quilos por ano. De acordo com experiências em

Em nosso país, a maior parte do lixo vai parar nos aterros (88%), enquanto apenas 2% dos dejetos são reciclados, e cerca de 4% vai para usinas de compostagem. O pouco fôlego da reciclagem no Brasil se deve ao fato de que o processo é quase 15 vezes mais caro que apenas aterrar o lixo. Além disso, a maior parte das cidades brasileiras ainda não dispõe de políticas de incentivo à reciclagem ou tampouco adotam a coleta seletiva. Portanto, reciclar é uma atitude individual, que aos poucos está chegando à

população em geral, cada vez mais zelosa do planeta no qual vive. Do ponto de vista ecológico, a reciclagem é o processo mais eficiente e ecologicamente responsável no trato de plástico, vidro, metal, papel e papelão. Ao reciclar, poupase a produção de materiais que demandariam uma grande extração de matériasprimas da natureza, além de evitar-se a necessidade de aterros e lixões. Há também grande economia de energia e água, que seriam usados na produção de novos produtos. Quem também sai ganhando é a sociedade, já que o processo é um forte gerador de empregos, movimenta uma economia considerável, combinando responsabilidade social e ecológica.

Para se ter uma idéia de como reciclar ajuda a economizar recursos naturais, para se produzir uma tonelada de alumínio são necessárias cinco toneladas de bauxita, enquanto cada 50 quilos de papel reciclado evita o corte de mais uma árvore do planeta. O vidro, por sua vez, pode ser reciclado infinitamente, já que cada quilo deste material rende outra quantidade exatamente igual. Você pode começar agora a mesmo a colaborar com a natureza, reciclando seu lixo inorgânico. Mantenha duas lixeiras separadas em casa, sendo uma para o lixo orgânico e outra para o inorgânico. Procure os pontos de coleta seletiva da sua cidade.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 19 Dengue

O que é dengue? É uma doença infecciosa aguda de curta duração, de gravidade variável, causada por um arbovírus, do gênero Flavivírus (sorotipos: 1,2,3 e 4). No Brasil, circulam os tipos 1, 2 e 3. O vírus 3 está presente desde dezembro de 2000 e foi isolado em janeiro de 2001, no Rio de Janeiro. A dengue é transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti infectado mas também pelo Aedes albopictus. Esses mosquitos picam durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica durante a noite. O Aedes aegypti é principalmente encontrado em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil, pois as condições do meio ambiente favorecem seu o desenvolvimento e proliferação. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou

imediatamente após períodos chuvosos. A dengue está se expandindo rapidamente, e a grande preocupação é que nos próximos anos a transmissão aumente por todas as áreas tropicais do mundo se medidas eficientes não forem tomadas para a contenção das epidemias. Modo de transmissão A transmissão se dá pela picada do mosquito Aedes aegypti que ficou infectado porque picou uma pessoa doente. Esse mosquito infectado, picando uma pessoa sadia, passa o vírus da dengue e esta pessoa fica doente. A doença só acomete a população humana. Os transmissores de dengue, principalmente o Aedes aegypti, proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações (casas, apartamentos, hotéis etc.) em qualquer coleção de água limpa (caixas d'água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas). As bromélias, que acumulam água na parte central (aquário), também podem servir como criadouros. A transmissão da dengue é mais comum em cidades. Também pode ocorrer

em áreas rurais, mas é incomum em locais com altitudes superiores a 1200 metros. Não há transmissão pelo contato direto de uma pessoa doente para uma pessoa sadia. Também não há transmissão pela água, por alimentos ou por quaisquer objetos. A dengue também não é transmitida de um mosquito para outro. Quem pica é a fêmea e o faz para sugar o sangue. Os mosquitos acasalam 1 ou 2 dias após tornarem-se adultos. A partir daí, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que fornece as proteínas necessárias para o desenvolvimentos dos ovos. As fêmeas têm preferência pelo sangue humano. Elas atacam vorazmente. São ativas durante o dia, podendo picar várias pessoas diferentes, o que explica a rápida explosão das epidemias de dengue. Locais onde ocorre a doença No Brasil, a erradicação do Aedes aegypti na década de 30, levada a cabo para o controle da febre amarela, fez desaparecer também a dengue. No entanto, em 1981 a doença voltou a atingir a Região Norte (Boa Vista, Roraima). No Rio de Janeiro (Região Sudeste) ocorreram duas grandes epidemias. A primeira em 1986-87, com cerca de 90 mil casos, e segunda em 1990-91, com aproximadamente 100 mil casos confirmados. A

partir de 1995, a dengue passou a ser registrada em todas as regiões do país e, em 1998, o número de casos chegou a 570.148. Em 1999 houve uma redução (210 mil casos), seguida de elevação progressiva em 2000 (240 mil casos) e em 2001 (370 mil casos). Nesse último ano, a maioria dos casos (149.207) ocorreu na região Nordeste. No Estado de São Paulo, em 1990, começa uma grande epidemia na região de Ribeirão Preto, que se disseminou para outras regiões. Em 1995, já haviam 14 municípios envolvidos com a transmissão da dengue. As primeiras prováveis epidemias de dengue datam do final do século XVIII. Nesta época, a doença era conhecida como "febre quebra-ossos" devido às fortes dores que causava nas juntas. Já durante os séculos XIX e XX, foram registradas diversas epidemias ao redor do mundo atribuídas à dengue: - Zazibar (1823; 1870), - Calcutá (1824; 1853; 1871; 1905), - Antilhas(1827), - Hong Kong(1901), - Estados Unidos (1922), - Austrália (1925-26; 1942), - Grécia (1927-28), - Japão (1942-45). Na década de 50, foi reconhecida

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20 GAZETA DO MEIO AMBIENTE vírus da dengue é a eliminação dos transmissores. O Aedes aegypti também pode transmitir a febre amarela. Sintomas

qüente que, 3 a 4 dias após o início da febre, ocorram manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou rubéola, e prurido ("coceira"). Também é comum que ocorram pequenos sangramentos (nariz, gengivas). A maioria das pessoas, após quatro ou cinco dias, começa e melhorar e recupera-se por completo, gradativamente, em cerca de dez dias. Em alguns casos (a minoria), nos três primeiros dias depois que a febre começa a ceder, pode ocorrer diminuição acentuada da pressão sangüínea. Esta queda da pressão caracteriza a forma mais grave da doença, chamada de dengue "hemorrágica". Este nome pode fazer com que se pense que sempre ocorrem sangramentos, o que não é verdadeiro. A gravidade está relacionada, principalmente, à diminuição da pressão sangüínea, que deve ser tratada rapidamente, uma vez que pode levar ao óbito. A dengue grave pode acontecer mesmo em quem tem a doença pela primeira vez. O doente se recupera, geralmente sem nenhum tipo de problema. Além disso, fica imunizado contra o tipo de vírus (1, 2, 3 ou 4) que causou a doença. No entanto, pode adoecer novamente com os outros tipos de vírus da dengue. Em outras

A dengue clássica é usualmente benigna. A infecção causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da dengue produz as mesmas manifestações. A determinação do tipo do vírus da dengue que causou a infecção é irrelevante para o tratamento da pessoa doente. A dengue é uma doença que, na grande maioria dos casos (mais de 95%), causa desconforto e transtornos, mas não coloca em risco a vida das pessoas. Iniciase com febre alta, podendo apresentar cefaléia (dor de cabeça), prostração, mialgia (dor muscular, dor retro-orbitária - dor ao redor dos olhos), náusea, vômito, dor abdominal. É fre-

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e descrita pela primeira vez uma grave manifestação clínica associada à dengue, a febre ou dengue hemorrágica. Não se sabe bem porque, mas a dengue hemorrágica se comportou como uma doença relativamente rara antes da década de 50. Isso pode ter acontecido devido aos fatores de ordem social, como a intensa urbanização e maior intercâmbio entre as diferentes regiões do planeta, que podem ter contribuído para o aumento da incidência da dengue de maneira geral possibilitando o aparecimento de grandes contingentes populacionais com experiências imunológicas com a dengue, fazendo com que assim existisse o risco da dengue hemorrágica. O Estado de São Paulo registrou a ocorrência de 78.614 casos autóctones (adquiridos no próprio Estado) de dengue, em 358 municípios, entre janeiro e outubro de 2007, com considerável expansão da doença para novas áreas. Durante todo o ano de 2006 foram registrados 50.021 casos em 254 municípios. Atualmente, temos 508 municípios infestados com o Aedes aegypti, excluindo-se apenas alguns municípios do Vale do Ribeira e do Paraíba e das Regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas. O único modo possível de evitar a introdução de um novo tipo do

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palavras, se a infecção foi com o tipo 2, a pessoa pode ter novamente a dengue causado pelos vírus dos tipos 1, 3 ou 4. Em uma segunda infecção, o risco da forma grave é maior, mas não é obrigatório que aconteça. Existem diferentes teorias para explicar o surgimento da dengue hemorrágica. Alguns afirmam que ela passa a ter alta incidência em uma população já anteriormente exposta a um outro tipo de vírus da dengue. Seria a exposição seqüencial a um segundo diferente tipo de vírus, que causaria a dengue do tipo hemorrágica. Para outros, a dengue hemorrágica dependeria da maior virulência de determinadas cepas do vírus, isto é, existiriam formas virais mais agressivas do que outras. Uma última explicação seria que as formas hemorrágicas da dengue estariam mais associadas ao tipo 2 do vírus. O mosquito O Aedes aegypti pertence à família Culicidae, a qual apresenta duas fases ecológicas interdependentes: a aquática, que inclui três etapas de desenvolvimento - ovo, larva e pupa -, e a terrestre, que corresponde ao mosquito adulto. A duração do ciclo de vida, em condições favoráveis, é de aproximadamente 10 dias, a partir da oviposição até a idade adulta. Diversos fatores influem na duração desse período, entre

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 21 eles a temperatura e a oferta de alimentos. Detalhes do ciclo de vida OVO Os ovos são depositados pela fêmeas acima de meio líquido à superfície da água, ficando aderidos à parede interna dos recipientes. Após a postura tem início o período de incubação, que em condições favoráveis dura 2 a 3 dias, quando estarão prontos para eclodir. A resistência à dessecação aumenta conforme os ovos ficam mais

velhos, ou seja, a resistência aumenta quanto mais próximos estiverem do final de desenvolvimento embrionário. Este completo, eles podem se manter viáveis por 6 a 8 meses. A fase de ovo é a de maior resistência de seu biociclo. LARVA As larvas são providas de grande mobilidade e têm como função primária o crescimento. Passam a maior pare do tempo alimentando-se de substâncias orgânicas, bactérias, fungos e proto-

zoários existentes na água. Não selecionam alimentos, o que facilita a ação dos larvicidas, bem como não toleram elevadas concentrações de matéria orgânica na água. A duração da fase larval, em condições favoráveis de temperatura (25 a 29º C) e de boa oferta de alimentos, é de 5 a 10 dias, podendo se prolongar por algumas semanas em ambiente adequado. PUPA A pupa não se alimenta, apenas respira e é dotada de boa mobilidade. Raramente é afetada por ação de larvicida. A duração da fase pupal, em condições favoráveis de temperatura é de 2 dias em

Marivane Tabaldi ME PINGO DE OURO

média. ADULTO Macho e fêmea alimentam-se de néctar e sucos vegetais, sendo que a fêmea depois do acasalamento, necessita de sangue para a maturação dos ovos. Há uma relação direta, nos países tropicais, entre as chuvas e o aumento do número de vetores. A temperatura influi na transmissão da dengue. Raramente ocorre transmissão da dengue em temperaturas abaixo de 16º C. A transmissão ocorre preferencialmente em temperaturas superiores a 20º C. A temperatura ideal para a proliferação do Aedes aegypti estaria em torno de 30 a 32 ºC.

Medidas gerais de prevenção O melhor método para se combater a dengue é evitando a procriação do mosquito Aedes aegypti, que é feita em ambientes úmidos em água parada, seja ela limpa ou suja. A fêmea do mosquito deposita os ovos na parede de recipientes (caixas d'água, latas, pneus, cacos de vidro etc.) que contenham água mais ou menos limpa e esses ovos não morrem mesmo que o recipiente fique

seco. Não adianta, portanto, apenas substituir a água, mesmo que isso seja feito com freqüência. Desses ovos surgem as larvas, que, depois de algum tempo vivendo na água, vão formar novos mosquitos adultos. O combate ao mosquito deve ser feito de duas maneiras: eliminando os mosquitos adultos e, principalmente, acabando com os criadouros de larvas. Para eliminação dos criadouros é importante que sejam adotadas as seguintes medidas: - Não se deve deixar objetos que possam acumular água expostos à chuva. Os recipientes de água devem ser cuidadosamente limpos e tampados. Não adianta apenas trocar a água, pois os ovos do mosquito ficam aderidos às paredes dos recipientes. Portanto, o que deve ser feito, em casa, escolas, creches e no trabalho, é: substituir a água dos vasos das plantas por terra e esvaziar o prato coletor, lavando-o com auxílio de uma escova; utilizar água tratada com água sanitária a 2,5% (40 gotas por litro de água) para regar bromélias, duas vezes por semana*. 40 gotas = 2ml; não deixar acumular água nas calhas do telhado; não deixar expostos à chuva pneus velhos ou objetos (latas, garrafas, cacos de vidro) que possam acumular água; acondicionar o lixo domiciliar em

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22 GAZETA DO MEIO AMBIENTE sacos plásticos fechados ou latões com tampa; tampar cuidadosamente caixas d'água, filtros, barris, tambores, cisternas etc. Para reduzir a população do mosquito adulto, é feita a aplicação de inseticida através do "fumacê", que deve ser empregado apenas quando está ocorrendo epidemias. O "fumacê" não acaba com os criadouros e precisa ser sempre repetido, o que é indesejável, para matar os mosquitos que vão se formando. Por isso, é importante eliminar os criadouros do mosquito transmissor. Além da dengue, se estará também evitando que a febre amarela, que não ocorre nas cidades brasileiras desde 1942, volte a ser transmitida. Medidas Individuais de Prevenção Devem ser adotadas medidas de proteção contra infecções transmitidas por insetos, que são as mesmas empregadas contra a febre amarela e a malária. É importante saber que, embora a transmissão dessas doenças possa ocorrer ao ar livre, o risco maior é no interior de habitações. Em locais de maior ocorrência dessas doenças, deve-se usar, sempre que possível, calças e camisas de manga comprida, e repelentes contra insetos à base de DEET nas roupas e no corpo, sempre observando a concentração máxima para crianças (10%) e adultos (30%). Pessoas que

estiveram em uma área de risco para dengue e que apresentem febre, durante ou após a viagem, devem procurar um Serviço de Saúde. Perguntas mais freqüentes 1. O que é dengue? É uma virose transmitida por um tipo de mosquito (Aedes aegypti) que pica apenas durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica de noite. A infecção pode ser causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da dengue, que produzem as mesmas manifestações. Em geral, o início é súbito com febre alta, dor de cabeça e muita dor no corpo. É comum a sensação de intenso cansaço, a falta de apetite e, por vezes, náuseas e vômitos. Podem aparecer manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou da rubéola, e prurido (coceira) no corpo. Pode ocorrer, às vezes, algum tipo de sangramento (em geral no nariz ou nas gengivas). A dengue não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra. 2. O que uma pessoa deve fazer se achar que está com dengue? - Procurar um Serviço de Saúde logo no começo dos sintomas. Diversas doenças são muito parecidas com a dengue, e têm outro tipo de tratamento. - Beber bastante líquido, evitando-se as bebidas com cafeína (café, chá preto). Não tomar

remédios por conta própria, mesmo aqueles normalmente indicados para dor ou febre. Todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns que podem até piorar a doença. A dengue não tem tratamento específico. Os medicamentos são empregados para atenuar as manifestações (dor, febre). - Informar ao médico se estiver em uso de qualquer remédio. Alguns medicamentos utilizados no tratamento de outras doenças (Marevan®, Ticlid® etc.) podem aumentar o risco de sangramentos. Não tomar nenhum remédio para dor ou para febre que contenha ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.) - que pode aumentar o risco de sangramento. Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid® etc) também não devem ser utilizados como antitérmicos pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas. Os remédios que tem dipirona (Novalgina®, Dorflex®, Anador® etc.) devem ser evitados, pois podem diminuir a pressão ou, às vezes, causar manchas de pele parecidas com as da dengue. O paracetamol (Dôrico®, Tylenol® etc), mais utilizado para tratar a dor e a febre na dengue, deve ser tomado rigorosamente nas doses e no intervalo prescritos pelo médico, uma vez que em doses muito altas pode causar

lesão hepática. 3. Como é feito o diagnóstico de dengue? O diagnóstico inicial de dengue é clínico (história + e exame físico da pessoa) feito essencialmente por exclusão de outras doenças. Feito o diagnóstico clínico de dengue, alguns exames (hematócrito, contagem de plaquetas) podem trazer informações úteis quando analisados por um médico, mas não comprovam o diagnóstico, uma vez que também podem estar alterados em várias outras infecções. A comprovação do diagnóstico, se for desejada por algum motivo, pode ser feita através de sorologia (exame que detecta a presença de anticorpos contra o vírus da dengue), que começa a ficar reativa ("positiva") a partir do quarto dia de doença. 4. É necessário esperar o resultado de exames para iniciar o tratamento? Não. Uma vez que, excluídas clinicamente outras doenças, a dengue passa a ser o diagnóstico mais provável, os resultados de exames (que podem demorar muito) não podem retardar o início do tratamento. O tratamento da dengue é feito, na maioria das vezes, com uma solução para reidratação oral (disponível nas Unidades de Saúde), que deve ser iniciada o mais rápido possível. 5. A comprovação do diagnóstico de dengue é útil para o

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 23 tratamento da pessoa doente? Não. A comprovação sorológica do diagnóstico de dengue poderá ser útil para outras finalidades (vigilância epidemiológica, estatísticas) e é um direito do doente, mas o resultado do exame comumente estará disponível apenas após a pessoa ter melhorado, o que o torna inútil para a condução do tratamento. O exame sorológico também não permite dizer qual o tipo de vírus que causou a infecção (o que é irrelevante) e nem se a dengue é "hemorrágica". 6. O que é dengue "hemorrágica"?

Hemorrágica Aguda

Dengue "hemorrágica" é a dengue mais grave. Apesar do nome, que é impreciso, o principal perigo da dengue "hemorrágica" não são os sangramentos, mas sim a pressão arterial muito baixa (choque). É importante saber que outras doenças, como a meningite meningocócica, podem ser muito parecidas com a dengue, embora a pessoa

fique grave muito mais rápido (logo no primeiro ou segundo dia de doença). A dengue pode se tornar mais grave apenas quando a febre começa a diminuir. O período mais perigoso está nos três primeiros dias depois que a febre começa a desaparecer. Pode aparecer qualquer uma dessas alterações: - dor no fígado (nas costelas, do lado direito) - tonteiras, desmaios - pele fria e pegajosa, suor frio - sangramentos - fezes escuras, parecidas com borra de café 7. O que fazer se aparecer qualquer um desses sintomas? Procurar imediatamente o Centro Municipal de Saúde ou o Hospital mais próximo. 8. A dengue "hemorrágica" só ocorre em quem tem dengue pela segunda vez? Não. A forma grave da dengue também pode ocorrer em quem tem a doença pela primeira vez. 9. A dengue "hemorrágica" é obrigatória em que tem a doença pela segunda vez? Não. O risco é maior do que na primeira infecção, mas a imensa maioria das pessoas que têm a doença pela segunda ou terceira vez não apresenta a forma grave da dengue. 10. Quantas vezes uma pessoa pode ter dengue?

Até quatro vezes, pois existem quatro tipos diferentes do vírus da dengue (1, 2, 3 e 4). No Rio de Janeiro, até agora, existem os tipos 1, 2 e 3. Cada vez que a pessoa tem dengue por um tipo, fica permanentemente protegido contra novas infecções por aquele tipo. É por isso que só se pode ter dengue quatro vezes. 11. Quem teve dengue fica com alguma complicação? Não. A recuperação costuma ser total. É comum que ocorra durante alguns dias uma sensação de cansaço, que desaparece completamente com o tempo. 12. Todo mundo que é picado pelo Aedes aegypti fica doente? Não. Primeiro é preciso que o Aëdes esteja contaminado com o vírus da dengue. Além disso, cerca de metade das pessoas que são picadas pelo mosquito que tem o vírus não apresenta qualquer sintoma.

Fumacê

13. O que fazer para diminuir o risco de pegar dengue? O Aedes aegypti é um mosquito doméstico, que vive dentro ou nas proximidades das habitações. O único modo possível de evitar ou reduzir a duração de uma epidemia e impedir a introdução de um novo tipo do vírus da dengue é a eliminação dos transmissores. Isso é muito importante porque, além da dengue, o Aedes aegypti também pode transmitir a febre amarela. O "fumacê" é útil para matar os mosquitos adultos, mas não acaba com os ovos. Por isso, deve ser empregado apenas em períodos de epidemias com o objetivo de interromper rapidamente a transmissão. O mais importante é procurar acabar com os criadouros dos mosquitos. Qualquer coleção de água limpa e parada, inclusive em plantas que acumulam água (bromélias), pode servir de criadouro para o Aedes aegypti.

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24 GAZETA DO MEIO AMBIENTE

Eco-Turismo Capela do Tamanduá

Na região paranaense dos campos gerais, mais precisamente no município de Balsa Nova, temos o registro de primeira Capela do Tamanduá que foi construída em madeira pelos frades Carmelitas, em 1709. Antonio Tigre, já bem avançado em anos, mandou erigir a atual capela, em alvenaria de pedra argamassa, cujas obras terminaram em 1730, ocasião em que foi feito o translado da imagem que se encontrava em Curitiba. Em 21 de abril de 1727 então Capitão Tigre e Dona Ana, fizeram uma escrita doando á Capela “meia légua de terra de campos, mais 200 vacas e 20 touros mais 12 éguas e um cavalo pastor, mais 7 peças escravas, a saber Baltazar e sua mulher Izabel e três filhas a saber Águeda, Bárbara, Domingas e um filho por nome de Bernardo e um negro machado Domingos, estando a Capela com ornamentos descentes e necessários para a dita benção”. Antes de 1731, com a morte de Dona Ana, todos os bens pertencentes a ela, foram também doados a capela de Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá. A Capela Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá foi elevada á freguesia colocada por alvará de 20 de março de 1813, pelo príncipe regente, atendendo representação do

Bispo de São Paulo sobre a necessidade que havia de heregirse em freguesia colada a Capela do Tamanduá, desmembrando-se da freguesia de Curitiba, da qual achava distante mais de 10 léguas. Em cumprimentos do mandado, o padre Antonio Duarte Passos entregou em 12 de agosto de 1818, anos religiosos do Carmo da cidade de São Paulo, na pessoa de seu procurador Frei Joaquim de Santa Clara, a capela do Tamanduá e os ornamentos e alfaias que pertenciam á mesma, e não aqueles que foram dados pelo povo, e mudou a freguesia para o rincão da Palmeira, onde estava forcejando a edificar a matriz. Nesta mesma região dos campos gerais, no final do ano de 1880 foi construído o primeiro ramal de ferrovia ligando Curitiba, Porto Amazonas e Palmeira. Nesta época, augusto Bruel, descendente de franceses vindos para o Brasil na segunda metade do século IXX, começava sua careira profissional

trabalhando na Estrada de Ferro. Nesta mesma ferrovia construiu-se a Estação do Tamanduá, onde Augusto Bruel era encarregado. O trecho de ferro foi desativado em 1927. A chegada de imigrantes europeus para o Brasil, dentre eles a família Bruel na região de Balsa Nova, contribuiu com o desenvolvimento do lugar, onde desenvolveu - se a agricultura e pecuária. Augusto Bruel, juntamente com sua esposa, Maria Clara Cassou, a Vó Marica, contribuíram de forma expressiva com o desbravamento da região, tendo sido considerados pioneiros por historiadores e estudiosos no assunto. Conta a história que com a morte precoce de Augusto Bruel, Maria Clara Cassou, a Vó Marica, criou os 13 filhos do casal sozinha, mostrandose uma mulher extremamente forte e dedicada á família, numa época difícil e de poucos recursos para quem habitava na Região. Para está história não ficar muito longa, dentre os filhos do casal Augusto Bruel e Maria Clara Cassou, Luiz René Bruel e sua esposa Matilde Bruel, na época,

adquiriram um pedaço de terra com lindas cachoeira e piscinas naturais, e é neste pedaço de terra que um neto de Augusto Bruel está dando continuidade ao desenvolvimento da região. Ubiratan Pedro Bruel, aproveitando a beleza do lugar e o favorável potencial turístico do município de Balsa Nova e região, fundou a Pousada Cristal do Horizonte, explorando de forma sustentável o Turismo Rural. Se você gosta de “espreitar um passarinho, lavar na cachoeira algum cansaço alguma dor, abrir uma cancela e ver o sol na janela esquentando o cobertor” a Pousada Cristal do Horizonte tem tudo isso para oferecer a você e muito mais! A pouco mais de 50 km de Curitiba, na região dos Campos Gerais você vai poder desfrutar das belezas naturais que fazem parte da Pousada. Um rio da águas claras, magníficas cachoeiras e piscinas naturais, trilhas, passeios e visitas á Capela de Nossa Senhora da Conceição em 1730. Para aqueles com espírito mais aventureiro temos cavalgadas, hidromassagem de rio, rapel e uma culinária tropeira de dar água na boca! A Pousada tem instalações para receber 30 hóspedes, 02 restaurantes com capacidade para 230 pessoas, sala de jogos, cozinha de chão batido, podendo atender eventos como casamentos, festas de confraternização, aniversários e o que mais passar pela sua imaginação. Ah, não podíamos deixar de comentar sobre o nosso carneiro assado, temperado com uma receita que já atravessa gerações. Então, vista aquela roupa campeira, uma bota e um chapéu na mão, porque estamos esperando por você!


GAZETA DO MEIO AMBIENTE 25 GMA 01. Desde quando surgiu a idéia de um hotel fazenda, e quem foi o fundador? UBIRATAN. A idéia surgiu de um churrasco, no ano de 1995, com um grupo de amigos, que conheciam o lugar pela primeira vez. Encantados pela beleza do lugar e pelo banho de rio nas piscinas naturais e cachoeiras do Rio Tamanduá começarão a cobrar novas visitas ao local, inclusive prontificandose a pagar uma taxa pela utilização. Com esse pagamento não se sentiriam intrusos nem ficavam se achando inoportunos de voltarem e se deliciarem com as belezas naturais do lugar. A partir de 1998 já com a idéia amadurecida e estudada as possibilidades da implantação da pousada iniciamos as obras. O fundador foi um dos herdeiros da área Sr. Ubiratan Pedro Bruel. GMA 02. O hotel é ecologicamente correto, quem é o responsável? UBIRATAN. Consideramos a pousada ecologicamente correta, os responsáveis principais são todos os funcionários, porque tem o desafio de preservar a natureza nos seus afazeres diários e solicitar aos clientes e visitantes que também preservem o local, cuidando para não deixar nada jogado na beira do rio e matas da região.

GMA 03. Seguindo as idéias de ecologia, vocês visam o eco-turismo de que maneira?

UBIRATAN. Em todas as atividades da pousada, como cavalgadas, caminhadas, banho de rio... solicitamos ao hospede que quando levar plástico, metal, papel ou outros material poluente traga-o de volta e coloque nas lixeiras de coleta seletiva de material reciclado.Inclusive o proprietário da pousada solicitou junto a Prefeitura municipal uma coleta mensal de lixo reciclável, que está funcionando perfeitamente inclusive todos os moradores da região estão incluídos na coleta do lixo. GMA 04. Existe uma cachoeira e um rio com vários poços para banhista, qual a qualidade da balnebilidade? UBIRATAN. Como trata-se de rio de água cristalina e longe de qualquer esgoto doméstico, consideramos a balneabilidade muito boa, diria até excelente, não realizamos ainda exames técnicos para verificar o nível de pureza da água. GMA 05. Quando os visitantes estão se preparando para um piquenique é feito algum tipo de observação para não jogar lixo? UBIRATAN. Quando o hospede chega no local a pessoa responsável pelo recebimento, comunica as normas da pousada quando a deposição do lixo, tanto o reciclável como o comum, mostrando os locais de coleta seletiva. GMA 06. Como são os chalés? UBIRATAN. Os chalés são individuais contendo 01 cama de casal e 01 de solteiro, lareira, frigobar e televisão (antena parabólica) e banheiro, possuem sala e redes para colocação na varanda. GMA 07. E o cardápio? UBIRATAN. O cardápio

baseia-se principalmente na culinária tropeiro/ campeira, todo domingo fazemos costela em fogo de chão, carneiro assado, lingüiça e coxa de frango assada, a co m p a n h a d a d e a r r o z carreteiro, feijão tropeiro, quirera, farofa e sobremesa.

GMA 08. Criação, que tipo de animais vocês criam? UBIRATAN. Criamos bois, cavalos crioulos, carneiros e galinhas. GMA 09. Tem cavalos para montaria e passeio? UBIRATAN. Todas as cavalgadas são realizadas com os cavalos da fazenda e acompanhadas pelo guia. GMA 10. Quando os visitantes saem para passeio a cavalo, tem uma pessoa responsável para guia-los ou uma trilha especificada? UBIRATAN. Os Guias. GMA 11. O ambiente de mata da fazenda esta sendo preservado? UBIRATAN. Toda a área de mata nativa da fazenda é preservada, assim como os rios e nascente do local. GMA 12. Vocês têm alguma área reflorestada? U B I R A T A N . Possuímos 01 área reflorestada com eucalipto, de onde retiramos toda a lenha consumida na pousada. GMA 13. Existem animais nativos e quais são nas áreas próximas da fazenda?

UBIRATAN. Os animais nativos são muitos, cito alguns sussuarana, graxaim, lobo guará, tatu, lagarto, ouriço cobras... várias espécies de aves. GMA 14. Aonde é a nascente do rio tamanduá, está sendo preservada? UBIRATAN. A nascente não está recebendo os devidos cuidados, cabe uma gestão responsável dos órgãos ambientais e do poder municipal para preservá-la. GMA 15. Quais são os pontos turísticos próximo da fazenda? UBIRATAN. Capela de Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá, construída em 1707, é a segunda capela construída no Paraná. É tombada pelo patrimônio histórico estadual. Aponte “dos arcos” sobre o rio dos papagaios, fica na divisa com Porto Amazonas e a Lapa. GMA 16. É feito algum tipo de cultura musical e culinária regional? UBIRATAN. Não, culinária típicas da região. GMA 17. Em datas festivas vocês fazem algo especial? UBIRATAN. Procuramos sempre adequar as atividades e cardápios as datas festivas. GMA 18. Existe na fazenda material para separar detritos? U B I R ATA N . P o s s u í m o s lixeiras identificadas para coleta seletiva de lixo.


26 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Governo orienta para consumo consciente do pinhão

Entre os meses de maio a agosto, com a chegada do frio e as festas juninas, é tradicional o consumo de pinhão no Paraná. Por isso, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) estão orientando a população para a colheita correta e o consumo consciente da semente. De acordo com a portaria 054/2008 do IAP, a colheita do pinhão está permitida desde o dia 15 de abril e segue até o fim da queda do fruto dos pinheiros, próximo ao mês de julho. “Isso acontece porque antes desse período as sementes das araucárias (pinheiro brasileiro) ainda não estão

maduras e também não caíram do pé de forma natural. O pinhão só pode ser recolhido e comercializado se for encontrado dessa forma, no chão, e se não estiver verde”, explica o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues. O secretário aconselha os consumidores a não comprarem pinhões muito pequenos ou de coloração verde, que representa a retirada antes do período de maturação. O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko, conta que além da colheita do fruto o corte das araucárias também tem restrições. O corte de um pinheiro só é autorizado pelo órgão quando ele tem risco de queda ou quando ele for plantado, pois a preservação da espécie durante esse período é de extrema importância para a natureza, tanto para parte Rodizio de Peixe

florestal, com a fauna quanto para a fauna, com a avifauna. A fiscalização e o controle dessas árvores se tornam cada vez mais importantes devido à escassez de alimentos para a fauna paranaense e do pinheiro dessa espécie. De acordo com o chefe do escritório regional do IAP de Curitiba, Reginato Bueno, o Batalhão da Polícia Ambiental-Força Verde está autuando e fiscalizando a retirada e o comércio de pinhão no Estado. “A multa prevista para quem for flagrado colhendo pinhão de forma errada pode chegar a R$ 300,00 por quilo de pinhão apreendido, sendo que o responsável ainda deverá responder a uma ação penal junto ao Ministério Público, cuja pena varia de seis meses a um ano de detenção”. FISCALIZAÇÃO – Apenas

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nas fiscalizações realizadas pelo Batalhão Ambiental da Força Verde no mês de maio foi apreendido aproximadamente uma tonelada de sementes de pinhão. Estava sendo comercializado ilegalmente próximo à rodovia PR 208, entre os municípios de Clevelândia, Palmas e Pato Branco. Em apenas um final de semana de fiscalização foram abordados 18 pontos com três pessoas que estavam comercializando o pinhão ilegalmente, cada uma delas foram autuadas em R$ 2,4 mil.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 27 Dicas para melhoria da qualidade de vida

Águas de SP têm 86 peixes e invertebrados sob risco O Estado de São Paulo concentra o maior número de espécies de peixes e invertebrados aquáticos ameaçados de extinção no Brasil, indica um levantamento divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Das 238 espécies nessa situação, 86 vivem no Estado. A poluição dos rios e a ocupação das áreas ribeirinhas pelo homem, destruindo o habitat aquático, são os fatores que mais ameaçam os peixes. Os dados divulgados ontem completam o mapeamento dos 632 animais ameaçados de extinção. Répteis, anfíbios, mamíferos e invertebrados terrestres já tinham sido mapeados. O levantamento do IBGE foi feito a partir de dados do Ibama (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) compilados em 2004, e considera cinco diferentes graus de risco. O objetivo do IBGE ao fazer esse mapeamento é incentivar projetos para preservar a biodiversidade. "Visualizando

onde esses animais estão, fica mais fácil tomar iniciativas para preservá-los", afirma Lícia Leone Couto, coordenadora de Recursos Naturais do IBGE. O primeiro mapa, lançado em 2006, listou aves ameaçadas de extinção, em 2007 foi a vez dos mamíferos, répteis e anfíbios. E em 2008, as espécies de insetos e invertebrados terrestres foram mapeadas. Dos 632 animais sob risco de extinção no Brasil, a maioria são animais aquáticos (238). O grupo reúne peixes que variam de lambaris a tubarões, incluindo bagres e cações. Entre os invertebrados, há espécies de ostras, corais, lagostas e estrelas-do-mar, entre outros. O risco de extinção ocorre por três fatores, segundo Couto. "O homem ocupou as faixas costeiras do Brasil, causando a destruição dos habitats naturais dessas espécies. Além disso, a poluição das águas e a pesca --seja para consumo, esportiva ou ornamentaltambém contribuem para o fim das espécies aquáticas." Segundo a bióloga Mônica

Brick Peres, do Instituto Chico Mendes, a lista de animais ameaçados de extinção está crescendo mais acentuadamente por causa das espécies aquáticas. "Existem cerca de 30 mil espécies de vertebrados aquáticos no mundo, e só 4% já foi pesquisado. Dessa quantia, 39% correm risco de desaparecer", conta a bióloga. É o maior índice --entre os anfíbios pesquisados esse índice é de 31%; entre os répteis, 30%, mamíferos, 22% e aves, 12%. Segundo a bióloga, muitas espécies somem sem que nem tenham sido estudadas. "Conforme aumenta o número de [animais] pesquisados deve crescer também a quantia daqueles sob risco de extinção", diz. Segundo Couto, o bioma brasileiro que mais concentra peixes e invertebrados aquáticos sob risco é a mata atlântica. Os Estados que concentram o maior número de espécies ameaçadas são aqueles onde houve maior degradação desse tipo de ambiente, diz a bióloga. Fonte: Folha de S.Paulo

Manter sempre as lixeiras fechadas, quando estalar sua lixeira, prefira mantêla em local alto ou de difícil acesso aos animais de rua.Evite depositar seu lixo em terrenos baldios. Retire o excesso de líquido e material orgânico das embalagens, antes de jogá-las fora. Amasse latas e recipientes volumosos, para que não ocupem espaço desnecessário na sua lixeira. Quanto tempo a natureza leva para absorver: Jornais = 2 a 6 semanas Embalagens de papel = 1 a 4 meses Cascas de fruta = 3 meses Pontas de cigarro = 2 anos Chicletes = 5 anos Nylon = 30 a 40 anos Latas de alumínio = 100 a 500 anos Sacos e copos de plástico = 200 a 450 anos Garrafas e frascos de vidro = tempo indeterminado 63% das latinhas de alumínio vendidas no Brasil retornam ao mercado. A reciclagem de uma garrafa de vidro economiza energia suficiente para o funcionamento de uma lâmpada de 100 Watts durante quatro horas. O Brasil perde 4,6 milhões de Dólares por ano, por não reciclar todo o lixo que poderia ser aproveitado. A reciclagem de uma única lata economiza energia suficiente para deixar um televisor ligado por 3 horas. Carta Magma em seu artigo 225, diz que “Todos têm diretito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a coletividade o dever de defende-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações”. Podemos explorar o meio ambiente de forma sustentável lembrando sempre que “não somos donos da Terra, apenas a emprestamos dos nossos filhos”.

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28 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Ararinha azul NOME COMUM: Ararinha Azul NOME CIENTÍFICO: Cyanopsitta spixii (cyano = azul escuro; psitta = psitacídeo) NOME EM INGLÊS: Spix's macaw NOME EM ESPANHOL: Guacamayo Spixii NOME EM ITALIANO: Ara di spix FILO: Chordata CLASSE: Aves ORDEM: Psittaciformes FAM;ILIA: Psittacidae COMPRIMENTO: de 27 a 56 cm COMPRIMENTO DA CAUDA: 35 cm COR: Azul PESO: por volta de 350g. REPRODUÇÃO: Sua postura é de 3 a 4 ovos, e a maturidade sexual observada em aves cativas - é de 4 a 5 anos. OVOS: Seus ovos, medem aproximadamente 35 mm

de diâmetro. ALIMENTAÇÃO: sementes das caraibeiras (T. caraiba), de pinhão (Jatropha mollissima), faveleira (Cnidoscolus phyllacanthus) e de baraúna (Schinopsis brasiliensis). Em cativeiro é composta de grãos, frutas diversas, ração comercial para psitacídeos, suplementação mineral e polivitamínica. CAUSAS DA EXTINÇÃO: Esta espécie foi desaparecendo e sua população, que já era restrita desapareceu. Isso devido à captura para o tráfico de animais para servir como ave ornamental ou de estimação e também a destruição de seu habitat original.

Considerada extinta pelo IBAMA, em julho de 2002, é a Arara mais rara do mundo! O último exemplar selvagem conhecido dessa espécie e que habitava a região de Curaçá, no sertão da Bahia, desapareceu em outubro de 2000. Este macho de tão solitário (pois sua espécie é gregária, vivendo em grupos) acabou acasalando Rua Analberto Roscamp, 590 Curitiba - PR

com uma fêmea de Maracanã (Ara maracana), que também vive no mesmo habitat. Logicamente, mesmo com o casal tentando reproduzir, não houve filhotes. A Ararinha Azul vivia no extremo norte da Bahia ao sul do Rio São Francisco, na Caatinga, onde ocorrem caraibeiras, pinhões e faveleiras (plantas que ela utilizava). De hábitos sociais selvagens pouco conhecidos, faz seus ninhos em caraibeiras (Tabebuia caraiba), substituídos em cativeiro pelos ninhos de madeira. Atualmente (2002), existem apenas 60 exemplares em cativerio no mundo, o Brasil detém a propriedade de apenas oito. As demais estão em poder de mantenedores que integravam o grupo e de colecionadores particulares estrangeiros. Como se pode ver pela foto, esta Arara é também única na sua aparência. O azul é de um tom diferente. chegando em algumas penas a tornar-se cinzento, cores menos apelativas do que a

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antes de se encontrar em extinção, foram poucos os registros de criações com grandes sucessos.

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maioria das Araras que conhecemos. O bico é menor em relação as outras espécies e tem uma particularidade única, tem uma parte de pele nua de cor cinzento escura que vai desde a parte superior do bico até ao olho, esta parte cinzenta deixa sobressair a cor amarela da íris do olho.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 29

Lixo do mundo para na ilha do mel

Uma garrafa fechada com uma rolha é lançada ao mar. Dentro, um bilhete escrito à mão, para um destinatário anônimo, cujo conteúdo quase sempre remete a uma declaração de amor ou a pedido de socorro. A cena imortalizada no cinema como um gesto romântico e solitário, na vida real ilustra uma das mais graves agressões ao meio ambiente: o lixo jogado nos oceanos e que vem parar nas praias trazido pela maré. Uma pesquisa inédita, feita pela bióloga Andressa Rutz Debiazio, revela que o litoral do Paraná na está a salvo das garrafas, latas e embalagens que são arremessadas pelo homem em alto-mar e nas regiões costeiras. O estudo, que embasou monografia de conclusão do curso na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), foi feita na Estação

Ecológica Ilha do Mel, que compreende 95% da área total da ilha, no litoral do estado. O resultado foi surpreendente: a bióloga encontrou 148 embalagens de 42 países diferentes (como por exemplo: inseticida da Grécia, coquetel de frutas dos Emirados Árabes, água mineral da China, produto de limpeza do Japão, poliuretano da Turquia, etc.). Material descartável, mas perfeitamente reciclável como metal, vidro e, na maioria, plástico (61%). Lixo que demora de seis meses a 500 anos para se decompor na natureza. Cerca de 76% das embalagens são de produtos alimentícios (sólidos e líquidos), com destaque para as garrafas de água (42%). Os produtos foram identificados pelo idioma nos rótulos e, sobretudo, pelo código de barras, que segue uma tabela universal. Foram ao todo dez coletas realizadas entre outubro de 2004 e maio de 2005 ao longo dos 22 quilômetros de costa da reserva ambiental (a ilha toda tem 35 quilômetros). Uma

pequena amostra dos quilos e mais quilos de lixo estrangeiro que chegam às praias de todo o estado diariamente. A explicação para tamanha sujeira pode estar no vaivém de navios nos portos de Paranaguá e Antonina. Ao longo da pesquisa, Andressa trabalhou com algumas hipóteses para justificar a presença dos resíduos na Ilha do Mel: 1. Turistas estrangeiros: a maior parte das embalagens achadas é de alimentos, tipo de produto que não é trazido por turistas em viagens de férias. Hipótese descartada. 2. Moradores da Ilha: poucas famílias moram na Estação Ecológica e elas não têm acesso a esse tipo de produto internacional. Hipótese descartada. 3. Correntes marinhas: devido ao bom estado de conservação, é muito difícil que o lixo encontrado tenha viajado do alto-mar até o litoral. Por isso, a hipótese mais aceitável é que o lixo foi jogado próximo à costa e em razão da maré tenham chegado mais facilmente às praias. A proximidade com os portos de Paranaguá e Antonina é um agravante. Esta parece ser a hipótese mais provável. Diante dessa evidência, para ela ficou claro que os navios de todo o mundo que cruzam o Canal da Galheta em direção à Baía de

Paranaguá têm culpa no cartório. Segundo a bióloga, não há provas, mas acha difícil acreditar que não sejam os navios que estejam jogando esses resíduos na água. Por ano, os portos paranaenses recebem em média 2,5 mil embarcações de todo o mundo. De janeiro a junho de 2005, foram exatos 1099 navios de 30 nacionalidades diferentes. A maioria dos objetos encontrados pela bióloga foi fabricada na China e na Itália, mas isso não quer dizer que os navios com essas bandeiras sejam os campeões da sujeira. “Não posso afirmar que determinado lixo é do país tal. Um navio chinês pode ter atracado, por exemplo, no Chipre antes de vir ao Brasil e trazido mercadorias fabricadas lá e não na China”, esclarece. A questão principal, segundo ela, é o desrespeito à legislação internacional que rege o tratamento do lixo em navios. “Existe um certificado de origem que trata da questão do lixo. Cada vez que uma embarcação pára num porto precisa apresentar esse documento e aí recebe outro para apresentar no próximo porto. Até onde sei, o Brasil não solicita a apresentação desse certificado”. Fonte: Gazeta do Povo

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30 GAZETA DO MEIO AMBIENTE também não padeçamos por falta dos benefícios por ela proporcionados. Me considero um ser humano feliz, pois me satisfaço ao valorizar os esplendores da natureza, por muitos considerados comuns demais para serem valorizados.

ENTRETENIMENTO

Poesia Nostalgia dispensada Só eu sei o quanto é satisfatório não precisar sentir saudades de algo que despertaria inevitável nostalgia em alguém que como eu, tivesse tido contado durante toda a infância com o esplendor da natureza. Só o fato de poder sentir o cheiro agradável de mato impregnar-se nas narinas, sentir o rosto ser bombardeado pelas gotículas de chuva, esquecido pelo vento nas volumosas folhas que, se usarmos a imaginação, podemos até vê-las sorrir em agradecimento às nuvens, pelo anho refrescante, após a tortura escaldante do impiedoso sol. Como é bom ter como refúgio um lugar em que só a paz impera. Paz, proporcionada pelo som dos pássaros, primogênitos da mãe natureza, seres que sem tomar conhecimento de sua própria magnitude, cantam e encantam a qualquer um que tenha o privilégio da plena sabedoria, que é evidenciada pelo poder de escutá-los. Mesmo em meio ao devastador progresso que, com a ajuda do implacável “cimento armado” degrada as belezas naturais em prol do crescimento, a natureza encontra caminhos e mantém-se forte e encontra caminhos e mantém-se forte e resistente contra tamanhos desafios. Sua luta pela sobrevivência precisa se tornar a nossa luta, a fim de que

Abel Josinei de Arru

Piadas PAPAGAIO FOLGADO Um sujeito toma um avião, e fica surpreso ao ver que, ao seu lado, está um papagaio. Assim que o avião decola, o papagaio começa a armar a maior zorra: - Quero champanhe! A comissária chega apressada trazendo champanhe. - Caviar! grita o papagaio. - Eu quero caviar! E lá vem o caviar. O cara fica impressionado e começa a exigir tratamento igual. Champanhe! - grita o papagaio. - E pra mim uísque! E escocês! - grita o sujeito. - Caviar! - berra o papagaio. - Pra mim também! E no capricho! - diz o passageiro. A zorra vai crescendo até que os passageiros, revoltados, exigem uma providência. O comandante vai até lá, pega os dois e os joga para fora. O cara começa a despencar, enquanto o papagaio bate as asas e diz: - Pra quem não sabe voar, você até que é bem folgado, sabia?

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 31 O COELHO DOIDÃO O coelho entra na lavanderia a seco e pede uma cenoura. "Não vendemos cenouras" - responde o dono. "Procure o quitandeiro mais adiante." No dia seguinte, o coelho volta, pedindo: "Tem cenouras?" "Isto é uma lavanderia a seco" - diz o proprietário, irritado - "Vá à mercearia!" No outro dia, o coelho volta: "Tem cenouras?" pergunta. "Já disse que não!" - berra o dono - "Não vendemos cenouras! Se me perguntar de novo, vou pegar uma corda, amarrar você e entregá-lo ao açougueiro aqui ao lado!" No dia seguinte, o coelho volta, olha bem no olho do dono e pergunta: "Tem cordas?" "Não"... - diz o dono, intrigado. "Bem, então..." - diz o coelho - "tem cenouras?” O SAPO FALANTE

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