Edição 34

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Animal em Extinção

NESTA EDIÇÃO

GAZETA DO MEIO AMBIENTE

02- EXPEDIENTE \ EDITORIAL 03- DEGELO NA ANTÁRTIDA E NA GROENLÂNDIA SURPREENDE CIENTISTAS 04- COM QUASE 7 BI, POPULAÇÃO MUNDIAL PREOCUPA 05- OCEANO PACIFICO GANHA SANTUÁRIO PARA TUBARÕES 06- GOVERNO ESPERA QUE DESMATE SEJA O MENOR DESDE 1991 07- URSO MALAIO 09- O MAIS TRAIÇOEIRO DOS PREDADORES 10- GREENPACE CRITICA BRASIL POR INVESTIR EM ENERGIA NUCLEAR 11- DENGUE 16- ÍNDIOS DO XINGU TEMEM O AQUECIMENTO GLOBAL 19- O GRANDE “GENERAL” DOS INCAS 20- O ALTO PREÇO DE VER UMA ONÇA NA NATUREZA 21- PLANTAS EM ESCRITÓRIOS DIMINUEM POLUENTES QUE CAUSAM PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS 22- OS PODEROSOS GORILAS 24- MENU DA VIDA SAUDÁVEL 25- QUADRINHOS 26- “PARA-RAIO” DA POLUÇÃO / GRIPE SUÍNA, DOSE ÚNICA DA VACINA PODE COMBATER VÍRUS 27- PARANÁ PARTICIPA DE PUBLICAÇÃO SOBRE A SUSTENTABILIDADE DE ÁREAS PROTEGIDAS 28- TORNADOS NO BRASIL 30- SOL CASTIGA TERRA COM ÍONS EM PERÍODO DE SUPOSTA “CALMARIA” 31- ENTRETENIMENTO

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Ano X - Edição n° 34 2009 Distribuição Dirigida Circulação Trimestral

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02 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Para Refletir

Expediente Veículo de Comunicação Social - Gazeta do Meio Ambiente Orgão de Divulgação do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis em Defesa da Fauna, Flora e Mananciais CNPJ.: 06.914.142/0001-40 Rua José Merhy, 516 Bairro Boa Vista - Curitiba - Paraná CEP 82540-090

É bastante comum realizarmos, por ocasião do dia mundial do meio ambiente Atividades didáticas voltadas

E assim como ocorre com relação ao homem, todos os elementos da natureza encontram-se mutuamente Interligados e interdependentes. Sendo assim, a destruição da natureza nada mais é que a nossa própria destruição. Sejamos mais conscientes da importância de nossas atitudes conservacionistas, perante a este cenário ou espaço em que vivemos.

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para a questão ambiental. Entretanto, em geral, a nossa concepção de meio ambiente é ainda estritamente de caráter natural.

Diagramação e Arte: Carlos A. Jomes Jr.

Colaboradores

Vemos o homem separado da natureza, como se este fosse o telespectador e

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. - (IBAMA). Http://www.ibama.gov.br

a natureza, o cenário.

No entanto, fazemos parte deste cenário e este, ao contráIBAMA rio de ser essencialmente natural; É um cenário construí“Os textos são de inteira responsabilidade de seus autores. do e modificado pelo homem. Algumas das fotos turísticas foram extraídas de sites da Internet”.

Quanto tempo a natureza leva para absorver: Jornais = 2 a 6 semanas Embalagens de papel = 1 a 4 meses Cascas de fruta = 3 meses Pontas de cigarro = 2 anos Chicletes = 5 anos Nylon = 30 a 40 anos Latas de alumínio = 100 a 500 anos Sacos e copos de plástico = 200 a 450 anos.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 03 Degelo na Antártida e na Groenlândia surpreende cientistas

Cientistas estão surpresos com a extensão do degelo na Antártida e na Groenlândia, mostrou um estudo que pode ajudar a prever o tamanho do aumento do nível do mar associado à mudança climática. Análises de milhões de

imagens a laser de satélites da Nasa (agência espacial norte-americana) revelaram que a maior perda de gelo foi causada pela aceleração do fluxo das geleiras em direção ao mar, de acordo com cientistas do Grupo Britânico de Pesquisas Antárticas (BAS, na sigla em inglês) e da Universidade de Bristol. "Estamos surpresos em ver um padrão tão forte de diminuição de espessura das placas de gelo por áreas tão

grandes da costa é um fenômeno amplo e em alguns casos se estende por centenas de quilômetros em terra", disse Hamish Pritchard, do BAS, que liderou o estudo. "Nós acreditamos que as correntes Pesquisadores brasileiros perfuram manto oceânicas aqueci- de gelo da Antártida; estudo sobre degelo na das que atingem a região e Groenlândia surpreende cientistas costa e derretem o Londres e Buenos Aires. gelo são a causa mais prováO secretário-geral da ONU vel da aceleração do fluxo das (Organização das Nações geleiras", afirmou em comuniUnidas), Ban Ki-moon, disse cado. neste mês que o aquecimento "Esse tipo de derretimento do global, provocado principalgelo é tão pouco compreendimente pela queima de comdo que continua sendo a parte bustíveis fósseis, pode mais imprevisível do aumento aumentar o nível do mar de futuro do nível do mar", acres0,5 a 2 metros neste século centou. O BAS afirma que o mais do que a maioria dos estudo deu o "quadro mais especialistas tem antecipado. amplo" até aqui do derretiEntre as conclusões, o estudo mento do gelo. desta mostra que 81 das 111 O aumento do nível do mar geleiras com degelo rápido na causado pelo degelo de Groenlândia têm diminuído a grandes quantidades de gelo uma velocidade duas vezes na Antártica e na Groenlândia mais rápida que áreas de pode ameaçar ilhas do degelo mais lento na mesma Pacífico, áreas litorâneas em altitude. todo o mundo e cidades como Fonte: Reuters

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04 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Com quase 7 bi, população mundial preocupa

Pense na maior multidão com a qual você já esteve talvez 50 mil pessoas em um estádio. Em apenas 6 horas a partir de agora, haverá mais este número de pessoas no mundo, e outras 50 mil nas próximas 6 horas, e assim por diante. Não é de admirar que o aumento da população humana é visto, muitas vezes, como um dos maiores problemas do nosso mundo. Neurocientista nega que cérebro tenha "casinhas isoladas" Anatomia cérebral explica alucinações auditivas esquizofrênicas Dengue acompanhou salto populacional Há quase 7 bilhões de seres humanos atualmente, o dobro do que havia em 1965, com a adição média de 75 milhões de pessoas por ano. Projeções da ONU dizem que pode haver um adicional entre

2 e 4 bilhões até 2050. O planeta jamais passou por algo semelhante. O mundo consegue sustentar este crescimento populacional? É uma questão controversa. Embora esteja claro que a população não possa aumentar para sempre, a história está repleta com terríveis, mas falhas, previsões de fome e morte resultantes da superpopulação. A mais famosa delas é a de Thomas Malthus, que alertou, há mais de dois séculos, que a população seria mantida "sob controle" pela elevação da mortalidade. O que ele não previu foi a capacidade das sociedades recémindustrializadas para suportar um grande número de pessoas. Hoje, o "problema populacional" está de volta à agenda. No começo deste ano, o conselheiro científico do governo britânico John Beddington projetou uma população sob crise global em 2030. Mais: um grupo de bilionários influentes, incluindo Bill Gates e George Soros, identificou a superpopulação como a

maior ameaça que a humanidade enfrenta. Toda a vez que a "New Scientist" publica um texto detalhando mais uma das desgraças ambientais do planeta, leitores respondem argumentando que o problema real é a superpopulação. As estatísticas populacionais são, de fato, impressionantes. Números brutos, contudo, escondem uma infinidade de complexidades. Olhando atentamente, fica claro que a suposição, baseada no senso-comum de que a população é a raiz de todos os males, é simplista. Por exemplo, enquanto a população está crescendo em números absolutos, a taxa de crescimento (média) está reduzindo a velocidade de um máximo de 2% nos anos 1960 para 1% hoje. No Japão, Rússia e muitos dos países europeus, mulheres estão tendo poucos filhos, o que está diminuindo a população, ou vai diminuir, em breve. Ao mesmo tempo, as populações de muitas das nações menos desenvolvidas estão explodindo, com mulheres em alguns países dando origem a mais de cinco filhos, em

média. Algumas dessas complexidades são desfeitas por especialistas. O demógrafo Paul Ehrlich, que reacendeu o debate há uma geração com seu best-seller "A Bomba Populacional", endossa a afirmação de que é preciso agir para conter a fecundidade (leia o artigo, em inglês, aqui). Por outro lado, o escritor de ambiente Fred Pearce insiste que enfocar na população traz uma distração perigosa da questão real: o consumo. Depois, há o "admirável mundo novo" do encolhimento populacional que está em curso na Europa, como explica o demógrafo Reiner Klingholz. "Estamos muito pesados para o mundo, os recursos são escassos para nós. A natureza já não nos sustenta". Assim escreveu Tertuliano, um dos primeiros cristãos, no século 3. Naquela época, a população mundial era de cerca de 200 milhões. Dezoito séculos depois, e com 34 vezes mais pessoas no planeta, o debate continua. Fonte: New Scientist

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 05 Oceano Pacífico ganha santuário para tubarões

A pequena república de Palau, no oceano Pacífico, vai criar o primeiro "santuário para tubarões", proibindo toda a pesca comercial de tubarões em suas águas. O presidente de Palau, Johnson Toribiong, deve anunciou a proibição durante a sessão da Assembleia Geral da ONU. O presidente também vai pedir pela proibição global da extração das barbatana de tubarões. A barbatana de tubarão é uma commodity cobiçada principalmente no sudeste asiático, onde é usada para fazer sopa. Cerca de 100 milhões de tubarões são mortos todos os anos no mundo inteiro. As águas territoriais do arquipélago de Palau, com mais 200 ilhas no noroeste da

Oceania, ocupam uma área de cerca de 600 mil quilômetros quadrados, do tamanho da França. "Estas criaturas estão sendo massacradas e talvez estejam prestes a serem extintas a não ser que sejam implantadas medidas positivas para protegê-las", afirmou Toribiong. "Sua beleza física e força, na minha opinião, refletem a saúde dos oceanos, eles se destacam", disse o presidente à BBC na sede da ONU em Nova York. Restrições Vários países já implantaram limites para a captura de tubarões e restrições à retirada de barbatanas. Mas, de acordo com ambientalistas que estão mais próximos da elaboração do projeto, a iniciativa de Palau leva a proteção aos tubarões a um novo nível. "Palau reconheceu como os tubarões são importantes

para ambientes marinhos saudáveis e eles decidiram fazer o que nenhum outro país fez e determinar que toda sua Zona Exclusiva Econômica é um santuário para os tubarões", afirmou Matt Rand, diretor do setor de conservação global de tubarões no Grupo Ambientalista Pew, dos Estados Unidos. "Eles lideram o mundo na conservação de tubarões", acrescentou. Rand afirmou que cerca de 130 espécies ameaçadas de tubarões frequentam as águas próximas de Palau e devem ser beneficiadas pela iniciativa. O país, por seu lado, acredita que também obterá beneficiar da inciativa. Palau recolhe a maior parte de sua renda do turismo e os tubarões são uma grande atração para mergulhadores Os animais também poderão ter um papel na conservação dos ecossistemas nos corais da região. No mundo todo, 21% das espécies de tubarão estão na

categoria de "ameaçadas". Outros 18% estão na categoria de "ameaça próxima".

Mais de metade das espécies que passam a maior parte do tempo nas camadas superiores do oceano, expostas à pesca, estão na lista das ameaçadas. A retirada ilegal das barbatanas é a causa principal da ameaça - mas a caça legal e a captura acidental de tubarões em redes de pesca de atum e marlim também pesam. Palau poderá ter problemas para aplicar a proibição, pois tem um único barco equipado para o monitoramento de suas águas. Uma inspeção aérea recente encontrou 70 barcos de pesca na área, a maioria deles ilegal. Fonte: BBC Brasil

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06 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Governo espera que desmatamento seja o menor desde 1991

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) informou nesta que o índice de desmatamento na Amazônia atingiu em agosto pelo menos 498 km 2 de floresta. A área equivale a quase metade do município do Rio de Janeiro. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 34%, quando 756 km2 foram desmatados. O ministro já antecipara os dados. Ainda assim, o ministro disse que a expectativa é de que o desmatamento em 2009 seja o menor índice desde 1991. "Vamos ter o menor desmatamento um índice abaixo de 9 mil km2, o menor desde 1991 quando foi registrado 11, 100 mil km2. Agora, o menor ainda é muito grande e então eu não comemoro", afirmou.

Em agosto, o Pará liderou a lista de Estados que mais contribuíram, sendo responsável pela devastação de 301 km2 da floresta --cerca de 60% -segundo os dados registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em agosto. Na comparação com julho, o desmatamento no Pará sofreu uma queda de 48%, quando foram identificados 577, 06 km2. No ranking dos maiores desmatadores da Amazônia, o Pará é seguido por Mato Grosso, Rondônia e Maranhão que juntos somam 160,81 km2. A maior queda ocorreu no Maranhão, 88%, em relação ao desmatamento de julho, passando de 37,64km 2 para 4,64 km 2 . Rondônia teve aumento de 48% --passando de 34,51km2 em julho, para 50,93 km2. No Mato Grosso, houve queda de 15%, sendo que a floresta perdeu uma área de 123,78

km2 em julho e 105,24 km2 em agosto. O ministro atribuiu, mais uma vez, a redução do ritmo de devastação da Amazônia às ações de fiscalização e combate, promovidas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), pela Polícia Federal e pela Força Nacional de Segurança e, em menor medida, à oferta de alternativas sustentáveis para quem desmatava, como o apoio a planos de manejo, assistência técnica rural e a regularização fundiária. Segundo o ministro, desde janeiro até o início do mês, autos de infração aplicados somam R$ 1,166 bilhão em multas. De acordo com levantamento da Polícia Federal, só no Pará, desde março do ano passado, foram apreendidas 93,936 mil m3 de madeira ilegal e instaurados 214 inquéritos policiais para apurar crimes ambientais. Em todo o país, foram 200 mil m3 de produtos madeireiros. "A gente não pode ficar o resto da vida brincando de gato e rato. Isso é muito caro. Os

desmatamentos são cada vez menores, fica difícil combater. Traz problemas políticos enormes. Nós somos os maus, estamos fechando o carvão e a serraria. Minha esperança para o ano que vem é o avanço do Arco Verde, Fundo Amazônia, zoneamento econômicoecológico e regularização fundiária. Com isso tudo, com a moratória da soja, pacto da madeira e rastreabilidade da pecuária", disse. Minc disse que tem procurado os governadores dos Estados que aparecem no topo do desmatamento para articular operações conjuntas de combate. Ao saber dos dados de agosto, o ministro ligou para a governadora Ana Júlia Carepa e pediu a intensificação de medidas de combate plano de manejo pirata, sem licença, por exemplo, para tirar árvores. "A gente não pode ficar a mercê do humor do governador. Agora, eles quando assinam um convênio com o governo, eles se comprometem a dar mais musculação ao combate", disse.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 07

Urso malaio

Nome Comum: Urso malaio ou urso-dos-coqueiros Nome em inglês: sum bear Nome em espanhol: oso malaio Nome científico: Helarctos malayanus Filo: Chordata Subfilo: Vertebrata Classe: Mammalia Ordem: Carnivora Família: Ursidae Gênero: Helarctos Comprimento: qaté 130 cm Altura: até 60 cm Peso: até 65 kg Reprodução: uma cria por ano. De um a três filhotes em

cada cria. Os filhotes ficam com a mãe por um ano. Período de gestação: 96 dias Maturidade Sexual: 3 – 4 anos Tempo de vida em cativeiro: 28 anos Distribuição demográfica: encontrado sudeste asiático, de Myanmar e Tailândia à Malásia, Sumatra e Bornéu. Habitat: vivem na selva tropical, sozinhos ou em pequenos grupos. Alimentação: os ursos malaios são onívoros e seu alimento preferido é os brotos de coqueiros, mas o urso malaio come também insetos, pequenos mamíferos, aves, ovos e mel. Ele aprecia também os cupims. Característica Física: Tem a cabeça grande, focinho comprido, olhos brilhantes e orelhas pequenas. A pelagem marrom-brilhante é áspera. As garras não são retraveis. É o menor dos grandes ursos ainda vivos e é chamado de “sun bear” (urso do sol) por causa de

suas manchas visivelmente amarelo-alaranjadas no tórax. Estilo de vida: Os ursosmalaios agarram superfícies com facilidade, devido às solas sem pêlos de seus pés, e suas garras curvas fazem com que sejam hábeis escaladores. Eles também usam suas garras fortes para abrir colméias e outros ninhos de insetos. Os menores entre os grandes ursos, estes animais passam grande parte do dia nas árvores, onde constroem abrigos para

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dormir. Status: AMEAÇADO: Como o habitat do urso-malaio está se tornando cada vez mais limitado, às vezes ele procura alimento em terras cultivadas. Ele é caçado por causa de sua vesícula biliar e garras, usadas pela medicina tradicional chinesa. Por esses motivos, o urso-malaio está ameaçado de extinção. O urso malaio filhote não é um animal perigoso. Na Índia ele é criado como bicho de estimação e os filhotes são admitidos nas casas, onde brincam com as crianças. Quando adultos, eles são menos delicados e mais daninhos.

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08 GAZETA DO MEIO AMBIENTE

O mais traiçoeiro dos predadores

Nenhum animal se compara ao ser humano na voracidade em caçar outras espécies. Sua nova vitima são os tigresde-bengala, que desaparecem dos parques indianos O tigre-de-bengala, um dos símbolos tradicionais da Índia, esta desaparecendo a um ritmo alarmante. Dos 40000 espécimes que viviam nas florestas indianas há um século, hoje restam apenas 1000. na semana passada, noticio-se que a segunda maior reserva natural da Índia, o Parque Nacional de Panna, não tem mais nenhum dos

24 tigres que abrigava até 2006. Em 2004, desapareceram os últimos tigres da maior das reservas indianas, o Parque Nacional de Sariska, e, segundo relatórios de organizações ambientais, o mesmo esta acontecendo no parque de Sanjay. O motivo para o sumiço dos animais é um só- a ação implacável dos caçadores. Vender um tigre aos pedaços pode render até 50000 dólares. O principal destino dos tigres mortos é a China, onde persiste o costume de usar partes de animais selvagens na medicina, a chamada opoterapia.. muitos

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chineses acreditam que os ossos dos tigres tem propriedades anti-inflamatórias e os testículos, servidos a mesa, seriam poderosos afrodisíacos. Os parques nacionais indianos foram criados nos anos 70 justamente com o objetivo de evitar a caça indiscriminada aos tigres. Durante um tempo deu certo. E m u m a década, a população de tigres saltou de 1800 espécimes para 4000. de la pra ca, porém, a sanha dos caçadores aumentou e o comercio de animais cresceu associado aos cartéis do trafico de

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drogas. Desde tempos ancestrais o homem teme os animais predadores. Ainda hoje há registros de ataques freqüentes a humanos. Na Tanzânia, país onde vive o maior contingente de leões selvagens, mais de 500 pessoas foram devoradas por eles desde o inicio dos anos 90. Acreditase que esses ataques ocorram por dois motivos: o avanço das populações sobre seu território e a redução do numero de suas presas naturais , como gazelas e antilopes, em conseqüência da caça e da devastação da vegetação.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 09

Nenhum animal, porém, se compara ao ser humano na voracidade em caçar outras espécies, mesmo que elas se encontrem sob risco de desaparecer do planeta. “As principais causas da extinção de animais são direta ou indiretamente ligadas ao homem, como a destruição dos habitats, a introdução de espécies que desequilibram os ecossistemas e a caça”, disse a Veja o biólogo equatoriano Arturo Mora, da International Union for Conservation of Nature, sediada na Suíça. Assim como os tigres indianos, outros animais selvagens de grande porte encontram-se ameaçados de extinção pela ação humana. Em 100 anos, a população de orangotangos

foi reduzida em 91%. Os 30000 espécimes que restam continuam a ser caçados e vendidos como alimento. A situação dos orangotangos tende a piorar nos últimos vinte anos, 80% de seu habitat foi destruído. Nos últimos 60 anos, o numero de espécimes foi reduzido de 5 milhões para 700000. nesse

caso, a cobiça dos caçadores recai sobre as presas de marfim. Todo ano a organiza-

ç ã o a m b i e n t a l Wo r l d Wildlife Fund divulga uma lista dos principais animais ameaçados de extinção. Na lista de 2009, entre os mamíferos, figuram espécies de elefante, rinoceronte e urso. A escalada na eliminação de animais selvagens da África e da Ásia é, em parte, conseqüência da exploração econômica das regiões. A instalação de madeireiras, mineradoras e carvoarias nas selvas exige que se rasguem estradas para o escoamento da produção. E s s a s m e smas estradas servem para que os caçadores penetrem cada vez mais nas selvas em busca das suas presas. No caso dos parques nacionais, o problema é de outra ordem. Eles são feitos para preservar os animais e permitir que se reproduzam,

mas os governos não conseguem controlar a ação dos caçadores, que muitas vezes contam com a conivência de guardas corruptos. Diante do desaparecimento dos tigresde-bengala da reserva nacional de Panna, o ministro indiano das Florestas, Rajendra Shukla, se disse surpreso e anunciou uma investigação rigorosa para apurar o que aconteceu. Seja qual for o resultado da investigação, é certo que os tigres de Panna foram vitimas do mais traiçoeiro e contumaz dos predadores do planeta, o próprio homem. Fonte: Veja

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10 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Greenpeace critica Brasil por investir em energia nuclear

A energia nuclear é um investimento "burro", caminha na "contramão" do desenvolvimento sustentável, além de ser "incapaz" de combater os efeitos do aquecimento global, disse o ativista do Greenpeace André Amaral, que considera um equívoco o governo brasileiro dar prioridade à geração eletronuclear. "Somos contra a implantação das centrais nucleares. Não vai ser efetivo para o Brasil cumprir seus compromissos globais", destacou Amaral, que é biólogo e coordena a campanha de energia nuclear da ONG no Brasil. O ativista considera "um erro" o governo colocar a geração nuclear dentro das metas de

Copenhague para a discussão das mudanças climáticas: "A energia nuclear nunca deixou de ser suja". Ele conversou com a Agência Lusa paralelamente ao maior evento nuclear da América Latina, que acontece nesta semana no Rio de Janeiro, e aproveitou para rebater o argumento de que a energia nuclear é limpa, afirmando que isso "é um lobby feito pela indústria nuclear que propaga a sua suposta renascença". A favor Já o presidente da (Aben) Associação Brasileira de Energia Nuclear, Guilherme Camargo, rejeitou a visão do ambientalista e afirmou que esse recurso energético não só pode servir para combater o aquecimento global como também seria uma alternativa à crise financeira. "A energia nuclear está para ganhar um novo interesse. Hoje se fala no seu renascimento para a geração de energia elétrica, pois uma usina nuclear não emite efluentes líquidos ou gasosos para o meio ambiente e não emite gases de efeito estufa", argumentou. VIDRAÇARIA PARANÁ LTDA

Camargo defendeu a tese de que a energia nuclear faz parte da relação de medidas anticíclicas que atuam como "motor para vencer a crise econômica", com investimentos em infraestruturas e geração de empregos qualificados. Na reunião sobre o clima que será realizada em dezembro na Dinamarca, o presidente da Aben disse acreditar ser inevitável a discussão do tema nuclear: "Não há como atingir as metas que estão a ser propostas [para a redução da emissão de gases de efeito estufa] sem geração nucleoelétrica". O ativista do Greenpeace, porém, afirmou que a alegação de que este tipo de energia pode ser usado como alternativa ao aquecimento global é "uma grande mentira". Ao se posicionar contra a construção da usina de Angra 3, no Rio de Janeiro, e das futuras centrais nucleares no Nordeste e Sudeste, Amaral lembrou ainda que a energia nuclear continua a ser um fator de instabilidade nas relações internacionais no que diz respeito à proliferação

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de armas nucleares em países como Irã e Coreia do Norte. Já o presidente da Aben qualificou este pensamento de "em desuso e totalmente fora de moda". Lixo sem tratar "Enquanto os governos têm uma meia-vida de dois anos, o urânio tem uma meia-vida de um bilhão de anos e a política energética tem uma meiavida de centenas de anos", ressaltou. O ativista do Greenpeace afirmou que mais usinas nucleares significam mais lixo radioativo e lembrou que ainda não existem depósitos ou formas de tratar os dejetos das centrais. Segundo ele, a indústria nuclear está "relutante" em lidar com a questão do lixo radioativo. "Até hoje, nada foi feito sobre o estoque do lixo. É arriscado, inseguro e ainda é um problema sem solução para as outras gerações". Para Amaral, investir em energia nuclear significa apostar em um futuro incerto. "Não temos mais tempo para isso", acrescentou. Fonte: Agência Lusa

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 11 Dengue

O que é dengue? É uma doença infecciosa aguda de curta duração, de gravidade variável, causada por um arbovírus, do gênero Flavivírus (sorotipos: 1,2,3 e 4). No Brasil, circulam os tipos 1, 2 e 3. O vírus 3 está presente desde dezembro de 2000 e foi isolado em janeiro de 2001, no Rio de Janeiro. A dengue é transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti infectado mas também pelo Aedes albopictus. Esses mosquitos picam durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica durante a noite. O Aedes aegypti é principalmente encontrado em áreas tropicais e subtropicais do mundo, inclusive no Brasil, pois as condições do meio ambiente favorecem seu o desenvolvimento e proliferação. As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos

chuvosos. A dengue está se expandindo rapidamente, e a grande preocupação é que nos próximos anos a transmissão aumente por todas as áreas tropicais do mundo se medidas eficientes não forem tomadas para a contenção das epidemias. Modo de transmissão A transmissão se dá pela picada do mosquito Aedes aegypti que ficou infectado porque picou uma pessoa doente. Esse mosquito infectado, picando uma pessoa sadia, passa o vírus da dengue e esta pessoa fica doente. A doença só acomete a população humana. Os transmissores de dengue, principalmente o Aedes aegypti, proliferam-se dentro ou nas proximidades de habitações (casas, apartamentos, hotéis etc.) em qualquer coleção de água limpa (caixas d'água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas). As bromélias, que acumulam água na parte central (aquário), também podem servir como criadouros. A transmissão da dengue é mais comum em cidades. Também pode ocorrer em áreas rurais, mas é incomum

em locais com altitudes superiores a 1200 metros. Não há transmissão pelo contato direto de uma pessoa doente para uma pessoa sadia. Também não há transmissão pela água, por alimentos ou por quaisquer objetos. A dengue também não é transmitida de um mosquito para outro. Quem pica é a fêmea e o faz para sugar o sangue. Os mosquitos acasalam 1 ou 2 dias após tornarem-se adultos. A partir daí, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que fornece as proteínas necessárias para o desenvolvimentos dos ovos. As fêmeas têm preferência pelo sangue humano. Elas atacam vorazmente. São ativas durante o dia, podendo picar várias pessoas diferentes, o que explica a rápida explosão das epidemias de dengue. Locais onde ocorre a doença No Brasil, a erradicação do Aedes aegypti na década de 30, levada a cabo para o controle da febre amarela, fez desaparecer também a dengue. No entanto, em 1981 a doença voltou a atingir a Região Norte (Boa Vista, Roraima). No Rio de Janeiro (Região Sudeste) ocorreram duas grandes epidemias. A primeira em 1986-87, com cerca de 90 mil casos, e segunda em 1990-91, com aproximadamente 100 mil casos confirmados. A partir de 1995, a dengue passou

a ser registrada em todas as regiões do país e, em 1998, o número de casos chegou a 570.148. Em 1999 houve uma redução (210 mil casos), seguida de elevação progressiva em 2000 (240 mil casos) e em 2001 (370 mil casos). Nesse último ano, a maioria dos casos (149.207) ocorreu na região Nordeste. No Estado de São Paulo, em 1990, começa uma grande epidemia na região de Ribeirão Preto, que se disseminou para outras regiões. Em 1995, já haviam 14 municípios envolvidos com a transmissão da dengue. As primeiras prováveis epidemias de dengue datam do final do século XVIII. Nesta época, a doença era conhecida como "febre quebra-ossos" devido às fortes dores que causava nas juntas. Já durante os séculos XIX e XX, foram registradas diversas epidemias ao redor do mundo atribuídas à dengue: - Zazibar (1823; 1870), - Calcutá (1824; 1853; 1871; 1905), - Antilhas(1827), - Hong Kong(1901), - Estados Unidos (1922), - Austrália (1925-26; 1942), - Grécia (1927-28), - Japão (1942-45). Na década de 50, foi reconhecida

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12 GAZETA DO MEIO AMBIENTE e descrita pela primeira vez uma grave manifestação clínica associada à dengue, a febre ou dengue hemorrágica. Não se sabe bem porque, mas a dengue hemorrágica se comportou como uma doença relativamente rara antes da década de 50. Isso pode ter acontecido devido aos fatores de ordem social, como a intensa urbanização e maior intercâmbio entre as diferentes regiões do planeta, que podem ter contribuído para o aumento da incidência da dengue de maneira geral possibilitando o aparecimento de grandes contingentes populacionais com experiências imunológicas com a dengue, fazendo com que assim existisse o risco da dengue hemorrágica. O Estado de São Paulo registrou a ocorrência de 78.614 casos autóctones (adquiridos no próprio Estado) de dengue, em 358 municípios, entre janeiro e outubro de 2007, com considerável expansão da doença para novas áreas. Durante todo o ano de 2006 foram registrados 50.021 casos em 254 municípios. Atualmente, temos 508 municípios infestados com o Aedes aegypti, excluindo-se apenas alguns municípios do Vale do Ribeira e do Paraíba e das Regiões Metropolitanas de São Paulo e de Campinas. O único modo possível de evitar a introdução de um novo tipo do

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vírus da dengue é a eliminação dos transmissores. O Aedes aegypti também pode transmitir a febre amarela. Sintomas

A dengue clássica é usualmente benigna. A infecção causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da dengue produz as mesmas manifestações. A determinação do tipo do vírus da dengue que causou a infecção é irrelevante para o tratamento da pessoa doente. A dengue é uma doença que, na grande maioria dos casos (mais de 95%), causa desconforto e transtornos, mas não coloca em risco a vida das pessoas. Iniciase com febre alta, podendo apresentar cefaléia (dor de cabeça), prostração, mialgia (dor muscular, dor retro-orbitária - dor ao redor dos olhos), náusea, vômito, dor abdominal. É fre-

qüente que, 3 a 4 dias após o início da febre, ocorram manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou rubéola, e prurido ("coceira"). Também é comum que ocorram pequenos sangramentos (nariz, gengivas). A maioria das pessoas, após quatro ou cinco dias, começa e melhorar e recupera-se por completo, gradativamente, em cerca de dez dias. Em alguns casos (a minoria), nos três primeiros dias depois que a febre começa a ceder, pode ocorrer diminuição acentuada da pressão sangüínea. Esta queda da pressão caracteriza a forma mais grave da doença, chamada de dengue "hemorrágica". Este nome pode fazer com que se pense que sempre ocorrem sangramentos, o que não é verdadeiro. A gravidade está relacionada, principalmente, à diminuição da pressão sangüínea, que deve ser tratada rapidamente, uma vez que pode levar ao óbito. A dengue grave pode acontecer mesmo em quem tem a doença pela primeira vez. O doente se recupera, geralmente sem nenhum tipo de problema. Além disso, fica imunizado contra o tipo de vírus (1, 2, 3 ou 4) que causou a doença. No entanto, pode adoecer novamente com os outros tipos de vírus da dengue. Em outras

palavras, se a infecção foi com o tipo 2, a pessoa pode ter novamente a dengue causado pelos vírus dos tipos 1, 3 ou 4. Em uma segunda infecção, o risco da forma grave é maior, mas não é obrigatório que aconteça. Existem diferentes teorias para explicar o surgimento da dengue hemorrágica. Alguns afirmam que ela passa a ter alta incidência em uma população já anteriormente exposta a um outro tipo de vírus da dengue. Seria a exposição seqüencial a um segundo diferente tipo de vírus, que causaria a dengue do tipo hemorrágica. Para outros, a dengue hemorrágica dependeria da maior virulência de determinadas cepas do vírus, isto é, existiriam formas virais mais agressivas do que outras. Uma última explicação seria que as formas hemorrágicas da dengue estariam mais associadas ao tipo 2 do vírus. O mosquito O Aedes aegypti pertence à família Culicidae, a qual apresenta duas fases ecológicas interdependentes: a aquática, que inclui três etapas de desenvolvimento - ovo, larva e pupa -, e a terrestre, que corresponde ao mosquito adulto. A duração do ciclo de vida, em condições favoráveis, é de aproximadamente 10 dias, a partir da oviposição até a idade adulta. Diversos fatores influem na duração desse período, entre

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 13 eles a temperatura e a oferta de alimentos. Detalhes do ciclo de vida OVO Os ovos são depositados pela fêmeas acima de meio líquido à superfície da água, ficando aderidos à parede interna dos recipientes. Após a postura tem início o período de incubação, que em condições favoráveis dura 2 a 3 dias, quando estarão prontos para eclodir. A resistência à dessecação aumenta conforme os ovos ficam mais

velhos, ou seja, a resistência aumenta quanto mais próximos estiverem do final de desenvolvimento embrionário. Este completo, eles podem se manter viáveis por 6 a 8 meses. A fase de ovo é a de maior resistência de seu biociclo. LARVA As larvas são providas de grande mobilidade e têm como função primária o crescimento. Passam a maior pare do tempo alimentando-se de substâncias orgânicas, bactérias, fungos e protozoários existentes na água. Não

selecionam alimentos, o que facilita a ação dos larvicidas, bem como não toleram elevadas concentrações de matéria orgânica na água. A duração da fase larval, em condições favoráveis de temperatura (25 a 29º C) e de boa oferta de alimentos, é de 5 a 10 dias, podendo se prolongar por algumas semanas em ambiente adequado. PUPA A pupa não se alimenta, apenas respira e é dotada de boa mobilidade. Raramente é afetada por ação de larvicida. A duração da fase pupal, em condições favoráveis de temperatura é de 2 dias em média. ADULTO Macho e fêmea

alimentam-se de néctar e sucos vegetais, sendo que a fêmea depois do acasalamento, necessita de sangue para a maturação dos ovos. Há uma relação direta, nos países tropicais, entre as chuvas e o aumento do número de vetores. A temperatura influi na transmissão da dengue. Raramente ocorre transmissão da dengue em temperaturas abaixo de 16º C. A transmissão ocorre preferencialmente em temperaturas superiores a 20º C. A temperatura ideal para a proliferação do Aedes aegypti estaria em torno de 30 a 32 ºC. Medidas gerais de prevenção O melhor método para se

combater a dengue é evitando a procriação do mosquito Aedes aegypti, que é feita em ambientes úmidos em água parada, seja ela limpa ou suja. A fêmea do mosquito deposita os ovos na parede de recipientes (caixas d'água, latas, pneus, cacos de vidro etc.) que contenham água mais ou menos limpa e esses ovos não morrem mesmo que o recipiente fique seco. Não adianta, portanto, apenas substituir a água, mesmo

que isso seja feito com freqüência. Desses ovos surgem as larvas, que, depois de algum tempo vivendo na água, vão formar novos mosquitos adultos. O combate ao mosquito deve ser feito de duas maneiras: eliminando os mosquitos adultos e, principalmente, acabando com os criadouros de larvas. Para eliminação dos criadouros é importante que sejam adotadas as seguintes medidas: - Não se deve deixar objetos que possam acumular água expostos à chuva. Os recipientes de água devem ser cuidadosamente limpos e tampados. Não adianta apenas trocar a água, pois os ovos do mosquito ficam aderidos às paredes dos recipientes. Portanto, o que deve ser feito, em casa, escolas, creches e no trabalho, é: substituir a água dos vasos das plantas por terra e esvaziar o prato coletor, lavando-o com auxílio de uma escova; utilizar água tratada com água sanitária a 2,5% (40 gotas por litro de água) para regar bromélias, duas vezes por semana*. 40 gotas = 2ml; não deixar acumular água nas calhas do telhado; não deixar expostos à chuva pneus velhos ou objetos (latas, garrafas, cacos de vidro) que possam acumular água; acondicionar o lixo domiciliar em

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14 GAZETA DO MEIO AMBIENTE sacos plásticos fechados ou latões com tampa; tampar cuidadosamente caixas d'água, filtros, barris, tambores, cisternas etc. Para reduzir a população do mosquito adulto, é feita a aplicação de inseticida através do "fumacê", que deve ser empregado apenas quando está ocorrendo epidemias. O "fumacê" não acaba com os criadouros e precisa ser sempre repetido, o que é indesejável, para matar os mosquitos que vão se formando. Por isso, é importante eliminar os criadouros do mosquito transmissor. Além da dengue, se estará também evitando que a febre amarela, que não ocorre nas cidades brasileiras desde 1942, volte a ser transmitida. Medidas Individuais de Prevenção Devem ser adotadas medidas de proteção contra infecções transmitidas por insetos, que são as mesmas empregadas contra a febre amarela e a malária. É importante saber que, embora a transmissão dessas doenças possa ocorrer ao ar livre, o risco maior é no interior de habitações. Em locais de maior ocorrência dessas doenças, deve-se usar, sempre que possível, calças e camisas de manga comprida, e repelentes contra insetos à base de DEET nas roupas e no corpo, sempre observando a concentração máxima para crianças (10%) e adultos (30%). Pessoas que

estiveram em uma área de risco para dengue e que apresentem febre, durante ou após a viagem, devem procurar um Serviço de Saúde. Perguntas mais freqüentes 1. O que é dengue? É uma virose transmitida por um tipo de mosquito (Aedes aegypti) que pica apenas durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica de noite. A infecção pode ser causada por qualquer um dos quatro tipos (1, 2, 3 e 4) do vírus da dengue, que produzem as mesmas manifestações. Em geral, o início é súbito com febre alta, dor de cabeça e muita dor no corpo. É comum a sensação de intenso cansaço, a falta de apetite e, por vezes, náuseas e vômitos. Podem aparecer manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou da rubéola, e prurido (coceira) no corpo. Pode ocorrer, às vezes, algum tipo de sangramento (em geral no nariz ou nas gengivas). A dengue não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra. 2. O que uma pessoa deve fazer se achar que está com dengue? - Procurar um Serviço de Saúde logo no começo dos sintomas. Diversas doenças são muito parecidas com a dengue, e têm outro tipo de tratamento. - Beber bastante líquido, evitando-se as bebidas com cafeína (café, chá preto). Não tomar

remédios por conta própria, mesmo aqueles normalmente indicados para dor ou febre. Todos os medicamentos podem ter efeitos colaterais e alguns que podem até piorar a doença. A dengue não tem tratamento específico. Os medicamentos são empregados para atenuar as manifestações (dor, febre). - Informar ao médico se estiver em uso de qualquer remédio. Alguns medicamentos utilizados no tratamento de outras doenças (Marevan®, Ticlid® etc.) podem aumentar o risco de sangramentos. Não tomar nenhum remédio para dor ou para febre que contenha ácido acetil-salicílico (AAS®, Aspirina®, Melhoral® etc.) - que pode aumentar o risco de sangramento. Os antiinflamatórios (Voltaren®, Profenid® etc) também não devem ser utilizados como antitérmicos pelo risco de efeitos colaterais, como hemorragia digestiva e reações alérgicas. Os remédios que tem dipirona (Novalgina®, Dorflex®, Anador® etc.) devem ser evitados, pois podem diminuir a pressão ou, às vezes, causar manchas de pele parecidas com as da dengue. O paracetamol (Dôrico®, Tylenol® etc), mais utilizado para tratar a dor e a febre na dengue, deve ser tomado rigorosamente nas doses e no intervalo prescritos pelo médico, uma vez que em doses muito altas pode causar

lesão hepática. 3. Como é feito o diagnóstico de dengue? O diagnóstico inicial de dengue é clínico (história + e exame físico da pessoa) feito essencialmente por exclusão de outras doenças. Feito o diagnóstico clínico de dengue, alguns exames (hematócrito, contagem de plaquetas) podem trazer informações úteis quando analisados por um médico, mas não comprovam o diagnóstico, uma vez que também podem estar alterados em várias outras infecções. A comprovação do diagnóstico, se for desejada por algum motivo, pode ser feita através de sorologia (exame que detecta a presença de anticorpos contra o vírus da dengue), que começa a ficar reativa ("positiva") a partir do quarto dia de doença. 4. É necessário esperar o resultado de exames para iniciar o tratamento? Não. Uma vez que, excluídas clinicamente outras doenças, a dengue passa a ser o diagnóstico mais provável, os resultados de exames (que podem demorar muito) não podem retardar o início do tratamento. O tratamento da dengue é feito, na maioria das vezes, com uma solução para reidratação oral (disponível nas Unidades de Saúde), que deve ser iniciada o mais rápido possível. 5. A comprovação do diagnóstico de dengue é útil para o

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 15 tratamento da pessoa doente? Não. A comprovação sorológica do diagnóstico de dengue poderá ser útil para outras finalidades (vigilância epidemiológica, estatísticas) e é um direito do doente, mas o resultado do exame comumente estará disponível apenas após a pessoa ter melhorado, o que o torna inútil para a condução do tratamento. O exame sorológico também não permite dizer qual o tipo de vírus que causou a infecção (o que é irrelevante) e nem se a dengue é "hemorrágica". 6. O que é dengue "hemorrágica"?

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Dengue "hemorrágica" é a dengue mais grave. Apesar do nome, que é impreciso, o principal perigo da dengue "hemorrágica" não são os sangramentos, mas sim a pressão arterial muito baixa (choque). É importante saber que outras doenças, como a meningite meningocócica, podem ser muito parecidas com a dengue, embora a pessoa

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fique grave muito mais rápido (logo no primeiro ou segundo dia de doença). A dengue pode se tornar mais grave apenas quando a febre começa a diminuir. O período mais perigoso está nos três primeiros dias depois que a febre começa a desaparecer. Pode aparecer qualquer uma dessas alterações: - dor no fígado (nas costelas, do lado direito) - tonteiras, desmaios - pele fria e pegajosa, suor frio - sangramentos - fezes escuras, parecidas com borra de café 7. O que fazer se aparecer qualquer um desses sintomas? Procurar imediatamente o Centro Municipal de Saúde ou o Hospital mais próximo. 8. A dengue "hemorrágica" só ocorre em quem tem dengue pela segunda vez? Não. A forma grave da dengue também pode ocorrer em quem tem a doença pela primeira vez. 9. A dengue "hemorrágica" é obrigatória em que tem a doença pela segunda vez? Não. O risco é maior do que na primeira infecção, mas a imensa maioria das pessoas que têm a doença pela segunda ou terceira vez não apresenta a forma grave da dengue. 10. Quantas vezes uma pessoa pode ter dengue?

Até quatro vezes, pois existem quatro tipos diferentes do vírus da dengue (1, 2, 3 e 4). No Rio de Janeiro, até agora, existem os tipos 1, 2 e 3. Cada vez que a pessoa tem dengue por um tipo, fica permanentemente protegido contra novas infecções por aquele tipo. É por isso que só se pode ter dengue quatro vezes. 11. Quem teve dengue fica com alguma complicação? Não. A recuperação costuma ser total. É comum que ocorra durante alguns dias uma sensação de cansaço, que desaparece completamente com o tempo. 12. Todo mundo que é picado pelo Aedes aegypti fica doente? Não. Primeiro é preciso que o Aëdes esteja contaminado com o vírus da dengue. Além disso, cerca de metade das pessoas que são picadas pelo mosquito que tem o vírus não apresenta qualquer sintoma.

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13. O que fazer para diminuir o risco de pegar dengue? O Aedes aegypti é um mosquito doméstico, que vive dentro ou nas proximidades das habitações. O único modo possível de evitar ou reduzir a duração de uma epidemia e impedir a introdução de um novo tipo do vírus da dengue é a eliminação dos transmissores. Isso é muito importante porque, além da dengue, o Aedes aegypti também pode transmitir a febre amarela. O "fumacê" é útil para matar os mosquitos adultos, mas não acaba com os ovos. Por isso, deve ser empregado apenas em períodos de epidemias com o objetivo de interromper rapidamente a transmissão. O mais importante é procurar acabar com os criadouros dos mosquitos. Qualquer coleção de água limpa e parada, inclusive em plantas que acumulam água (bromélias), pode servir de criadouro para o Aedes aegypti.

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16 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Índios do Xingu temem o aquecimento global Como as mudanças climáticas podem afetar a vida nas aldeias juliana arini, do Parque Nacional do Xingu Um grupo de trinta índios nos aguarda no centro da aldeia Ngoiweré, no Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso. O clima do encontro é tenso, com os semblantes fechados, os índios nos recebem para conversar sobre um tema delicado no parque indígena: o aquecimento global. A reunião acontece em um local construído no centro da aldeia para reuniões e festas. Há dois anos, tive o privilégio de visitar a mesma aldeia durante uma dessas festas para comemorar a construção de novas casas. Os índios estavam igualmente pintados, porém muito mais receptivos. Mulheres e crianças brincavam e cantavam pelo mesmo pátio. Um clima bem diferente daquela manhã. Apenas os líderes, guerreiros e velhos iriam participar da nossa reunião. A maioria armada com bordunas, uma espécie

de porrete de madeira, e arcos com flechas de pontas venenosas.

Indígenas debatem o aquecimento global no Parque Nacional do Xingu Eles temem que a destruição causada pelo "homem branco" afete seu modo de vida. "Vamos começar", diz o cacique Wanrumbatxi quebrando o silêncio. Um dos velhos da aldeia levanta e faz um longo discurso em suyá, a língua dos índios kisedjês. Peço para Winti, o presidente da associação, traduzir a fala. Ele faz um sinal de positivo com a cabeça, mas continua com os olhos fixos no chão em um sinal claro de respeito. "Árvore é igual gente. Vocês não sabem, mas eu converso

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Os jovens e as lideranças bem articuladas que aparecem na mídia são pequenas exceções no mundo dos índios. Eles estudam, cursam faculdades e muitos fazem até pós-graduação. Mas o grosso da população do Xingu, e de outras terras indígenas, é formada por velhos, mulheres e crianças que quase não falam o português. Para muitos desses índios o planeta não é redondo. A grande maioria nasce, cresce e morre sob a cosmologia de sua etnia. Uma visão de mundo na qual a nossa geografia não tem tanto valor quanto os mitos e lendas de seus antepassados. Para esses índios, o mundo pode ser

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agitam e começam a conversar em suyá. Penso o quanto é difícil para as pessoas das cidades compreenderem a lógica dos índios e o quanto a recíproca também é verdadeira. cacique Wanrumbatxi em reunião com líderes indígenas A palavra "carbono", associada ao aquecimento global, não é bem-vinda.

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com elas e as árvores cantam para mim. Faço isso porque sou um pajé e tenho essa poder", diz o Toni, um senhor de cerca de 70 anos. "Os brancos não sabem que a floresta é viva e matam tudo sem dó. E deixam os espíritos com muita raiva. Quando vejo as matas verdes, sei que as árvores estão felizes, mas nas terras dos brancos já destruíram tanta coisa e espantaram tantos espíritos que a natureza está brava", afirma. "É por isso que tem furacão nas cidades de vocês. Isso é a natureza brava". A fala do velho é recebida com muita seriedade por todos os índios. Eles se

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 17 dividido em muitas camadas habitadas por vários tipos de seres míticos, mágicos e animais que tomam a forma de humanos. Continuo calada, mas o velho olha para mim e pergunta se concordo com ele. Medindo cada palavra respondo que muitos cientistas falam – de uma forma diferente – a mesma coisa. Que a destruição que nós (os brancos) fizemos ao construirmos as nossas cidades gerou consequências muito perigosas. E que a poluição dos carros e das indústrias está afetando o equilíbrio da natureza. O velho sorri. Aproveito a deixa para perguntar se eles já perceberam alguma mudança no clima e no tempo em suas aldeias. Cincos índios começam a falar ao mesmo tempo. Eles reclamam das fazendas vizinhas. O pajé interrompe a todos com um gesto de mãos e volta a discursar. O limite das terras dos kisedjês é cercado por milhares de hectares de pastos e soja. As poucas áreas verdes que restam estão dentro das reservas indígenas. Outro

problema que os índios enfrentam são ocupações ilegais de suas terras. Muitas das aldeias que estão nas margens do Parque já foram invadidas por grileiros. Os índios conseguiram expulsar os ladrões de terras, porém a floresta dessas áreas ainda não se recompôs da degradação. A aldeia Ngoiweré, onde acontece a reunião, é um exemplo dessa situação. O chão batido e a ausência de árvores altas denunciam a destruição recente. Para caçar os kisedjês precisam percorrer quilômetros de barco dentro dos rios do Xingu. Winti começa a traduzir a fala do pajé.

Crianças da aldeia brincam nas águas do rio Os mais velhos temem que, no futuro, não será possível viver do cultivo e da caça

"Aprendemos a plantar com os nossos antepassados. E até hoje, vivemos da mesma maneira", diz o pajé. "A gente só planta quando o murici floresce e a primeira estrela surge no céu. Daí vem o tracajá e coloca seus ovos nas praias e as cigarras cantam. Mas tem dois anos que a gente espera e a chuva não vem. As águas do rio não baixam e os tracajás não colocam ovos", afirma. "As sementes secam e perdemos nossa colheita. O resultado é que ficamos sem mandioca, e sem biju". A comida é uma espécie de tapioca feita pelas mulheres e ainda é a base da alimentação dos 25 mil índios que vivem Xingu. A grande maioria sobrevive na região apenas do que planta e colhe. Os índios passam a metade do tempo de suas vidas trabalhando nas roças e na produção do polvilho para fabricar o biju. A atividade une o grupo. As mulheres plantam, as velhas cuidam das

sementes, os homens ajudam no transporte, na fabricação e armazenamento do polvilho. Quando perdem uma colheita as roças são abandonadas e todas essas atividades são interrompidas. Winti conta em voz alta que os kisedjês começaram a compram arroz industrializado para que as aldeias não enfrentem a fome.

Índios em rio próximo à aldeia As alterações climáticas mexeram com a reprodução dos peixes e das tartarugas e deixam os habitantes das aldeias preocupados. Além de alterar o modo de vida do Xingu, a comida industrializada pode deixar os índios doentes. "Os índios não estão acostumados com o sal e o açúcar", diz Kamami Trumai que também é chefe da Funai na região. "Quando

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18 GAZETA DO MEIO AMBIENTE ir para as cidades comprar comida, a maioria compra açúcar e sal, coisas que não tinha aqui antes. O resultado é um aumento nos casos de hipertensão e diabete". A dependência de dinheiro para adquirir alimentos é o terceiro grande problema que uma aldeia enfrenta quando perde a sua roça. Para comprar arroz, os índios passam a sobreviver do comércio de artesanato e do auxílio do governo federal, por meio de programas como Bolsa Família. "O sol está mais quente também. É impossível andar descalço, ou ficar sem roupa", diz Kamani. Um avião começa sobrevoar uma área próxima à aldeia. "É para jogar veneno na soja. O piloto fica lá durante todo o mês, espirando veneno de um lado para o outro e fazendo barulho de besouro", diz o cacique. "As fazendas estão cada vez mais próximas, dessa vez cortaram até o limite da placa que indica o começo do Parque", diz. "O mais triste é que estamos passando fome, ao lado das lavouras de arroz de vocês". Winti e o cacique começam a contar do avanço da agricultura que hoje cerca toda a parte

Sul do Parque do Xingu. "Há quinze anos, a gente ia para a cidade de Canarana e no caminho eu só via árvores. Agora, só têm pasto e soja", diz Winti. A fala me traz à mente uma cena que marcou a viagem para a aldeia. Percorremos quase dez quilômetros entre centenas de pontos de irrigação de um campo de arroz. A imagem ia além do horizonte e dava uma noção exata do alcance do agronegócio em volta do parque indígena. No centro da plantação, reconheci o silo da marca de arroz que eu costumava comprar, em São Paulo. Confesso que depois da visita aos kisedjês, não dá mais para comer aquele arroz sem lembrar da cena. Segundo dados do IBGE restam apenas 35% das matas originais do Xingu. A floresta na região concentra-se no parque, que em imagens de satélite pode ser reconhecido como um grande marco verde encravado no mapa do Brasil. Winti interrompe meus pensamentos e faz um sinal mostrando que outro velho quer falar. Índios ao lado de placas de energia solar Os equipamentos são usados para puxar água dos poços. A

dos rios, antes potável, não pode mais ser consumida por causa da poluição. "Ficamos bravos quando falam de aquecimento global, porque sabemos que é culpa do que está acontecendo é dos brancos. Vocês cortaram todas as árvores, queimaram tudo e até hoje jogam veneno na terra. E somos nós que ficamos sem comida. E agora, chegam aqui e vem nos dizer que a culpa é do carbono", diz Manti. A palavra carbono gera uma nova onda de irritação entre os índios. Muitos se levantam e começam a falar alto. "Carbono, o que é isso? Fumaça? Não gosto dessa palavra", diz o cacique. Um dos maiores problemas dos índios em relação ao aquecimento global não é compreender as suas causas e consequências, mas sim, lidar com linguajar técnico. Para tentar minimizar essa tensão, o Instituto Socioambiental (ISA), uma das ONGs que atua com os índios do Xingu,

Apesar das dificuldades com os termos científicos, os índios sabem reconhecem a dimensão do problema que são as mudanças climáticas. "Tenho medo do futuro. Nós preservamos as nossas florestas, elas estão todas aqui, mas mesmo assim parece que não vamos conseguir garantir nosso modo de vida", diz Manti. "Precisamos encontrar um caminho para que nossos netos não passem fome". Os índios ficam em silêncio e o cacique finaliza a reunião acaba. Somos gentilmente convidados a ir embora. Quando o assunto é aquecimento global, é difícil ser bem vindo no Xingu.

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vem promovendo reuniões para debater as mudanças climáticas nas aldeias. Em uma delas, alguns técnicos e antropólogos do ISA usaram balões na forma do planeta Terra. Foi uma tentativa de mostrar aos índios como vemos o mundo, que para nós, é redondo. Mas, mesmo nessas reuniões falar termos como gás carbônico gera muitas discussões. Em muitas aldeias a palavra está praticamente proibida.

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 19 O grande "general" dos incas Foram alterações climáticas que levaram essa civilização a vencer guerras e anexar territórios. Reconhecidos por historiadores como uma das mais ricas culturas da América précolombiana, acredita-se que os incas dominavam mais de 700 idiomas e reuniam diversas nações. Essa supremacia se dava pela diplomacia e, quando necessário, também pela sua decantada habilidade estratégica na arte de guerrear. Na semana passada, o pesquisador Alex Chepstow-Lusty, coordenador do Instituto Francês de Estudos Andinos, expôs uma tese que segue na contramão daquilo em que até então se acreditava. Segundo ele, os incas não eram guerreiros tão excepcionais.

Adolfo Hitler quando, cada um à sua época, tentaram invadir a Rússia. Para os incas também o clima jogou sempre a favor, embora tenha de se reconhecer, na opinião de Chepstow-Lusty, que lhes cabe o mérito da criatividade ao se aproveitar do derretimento de geleiras para montar um dos mais bemsucedidos sistemas de irrigação do período pré-colombiano. O pesquisador chegou a essas conclusões analisando detalhadamente amostras geológicas e sedimentos encontrados na região de Cuzco, no Peru, onde se localizava a capital do império inca.

O que tiveram foi, isso sim, a natureza como forte aliada ao longo de cinco séculos: alterações climáticas secaram lagos e outras fontes de água de seus adversários bélicos, deixando-os à míngua em suas terras áridas. Na verdade, o clima, especificamente o inverno, já derrotou poderosos exércitos como os de Napoleão Bonaparte e

Esse império teve, então, um poderoso general como aliado: a elevação da temperatura da região, bastante branda, mas catastrófica para quem não soube tirar proveito dela, uma vez que se fez constante por quase meio milênio. Contra tropas nazistas, falou-se da tática do "general inverno". Contra os inimigos dos incas, pode-se falar, em palavras muito em voga nos dias atuais, de "general aquecimento global". Eles inovaram ao estabelecer normas de convívio político e social, como a compra de territórios e a oferta e garantia de alimentação aos povos agregados, mas isso não seria possível sem o aumento da produtividade de suas colheitas e a morte da vegetação em outras regiões. "O fato está ligado ao aquecimento global", diz ChepstowLusty O pesquisador fez a análise química de sedimentos do Lago Marcacocha e descobriu evidências de mudanças climáticas. Durante a maior parte do primeiro milênio depois da era cristã, esses sedimentos indicaram pouca presença de agricultu-

ra sustentada no Lago Titicaca, o que, provavelmente, correspondeu a um período relativamente frio na região. Já por volta do ano 880, uma seca teria ocasionado a redução do volume da água eliminando duas culturas rivais andinas - a dos wari e a dos tiwanaku. Depois disso, os incas conquistaram definitivamente o seu território quando se impuseram com o plantio na região central da cordilheira, acuando adversários como, por exemplo, os chimús. "A elevação da temperatura nos Andes, a partir do ano 1100, foi literalmente o divisor de águas na evolução da civilização dos incas", diz o cientista. Aí se explica, então, por que o derretimento de geleiras coincide com o advento de técnicas de irrigação que lhes permitiram elevar a sua produtividade agrícola e galgar altitudes bem mais elevadas. Chepstow-Lusty e sua equipe verificaram, ainda a partir desse período, a existência de altos níveis de pólen de uma espécie de árvore andina chamada Alnus acuminata, cuja expansão só ocorreu com o reaproveitamento de solos degradados. "Os incas não apenas sobreviveram ao aquecimento global de seu tempo, mas também se valeram dele para prosperar", diz Chepstow- Lusty. Fonte: Istoé

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20 GAZETA DO MEIO AMBIENTE O alto preço de ver uma onça na natureza

Deixar restos de carne e peixes garante que o turista veja o animal, mas coloca em risco a população ribeirinha. Em um ano, foram registrados 8 ataques Juliana Arini Mais um ataque de onçapintada foi registrado no Pantanal. Um peão de fazenda foi mordido no pescoço e no braço em Nhecolândia, no Mato Grosso do Sul. O ataque foi filmado por turistas que registravam capivaras no rio Paraguai. Benevenil Alves de Moraes, 52 anos, foi salvo por outro peão, que golpeou a onça com um facão. Ao todo já foram registrados oito incidentes envolvendo onças-pintadas em menos de um ano. O mais grave desses registros ocorreu em julho de 2008, quando um pescador foi devorado pelo animal. Luiz Alex da Silva, de 22 anos, foi

atacado enquanto dormia em uma barraca às margens do rio Paraguai, em Cáceres, no Mato Grosso. Esse tipo de morte nunca havia sido registrando antes. "Casos de onças fazem parte das histórias da região, mas ninguém nunca conseguiu comprovar uma morte", diz Ronaldo Gonçalves Morato, chefe do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Preda-dores Naturais (Cenap) do Ibama. Ataques de onça-pintada no Pantanal Atraído por iscas deixadas por guias de turismo, os animais ficam na região e acabam atacando a população ribeirinha. Foram 8 incidentes registrados em um ano Biólogos acreditam que uma hipótese provável para o aumento desses ataques seja a pressão dos turistas. "Eles estimulam os barqueiros e guias da região a fazerem a ceva, que ocorre quando alguém coloca restos de carne e peixes em determinados pontos estratégicos para atrair as onças", diz Morato. A

prática de atrair onças com a ceva também ocorre em pousadas e hotéis da região. Alguns empreendimentos já foram notificados e investigados depois que moradores locais denunciaram um aumento incomum no número de onças próximo às pousadas. A prática da ceva é ilegal, pois altera o comportamento dos animais, que se acostumam a comer apenas a carne oferecida, e pior, também expõe os moradores da região a um contato perigoso com as onças-pintadas. "Na região de Cáceres conseguir mostrar uma onça para os turistas pode render até 200 reais aos barqueiros e guias", diz Morato. Essa aproximação é feita sem nenhum tipo de segurança. Vídeos feitos por turistas mostram cenas de onças atacando capivaras a menos de cinco metros dos barcos. "Existem guias que fazem esse tipo de turismo com mais cautela. Eles sabem quais são os pontos que as onças costumam visitar e levam os turistas até lá, mas não se aproximam das onças. O que estamos registrando agora é uma distorção

dessa situação", afirma Morato. Segundo o biólogo, o problema começa quando guias e ribeirinhos usam esturradeiras, um tipo de instrumento que imita o som de uma onça, e, no pior dos casos, fazem a ceva para garantir que as onças apareçam. Elas passam a frequentar os pontos onde os barqueiros levam os turistas. Uma das consequências dessa prática pode ser o aumento de acidentes como o que resultou na morte do pescador Luiz Silva. A onça que o atacou pode ter sido atraída pelos restos de peixe que estavam no barranco do rio onde ele pescava durante o dia. "O rapaz acabou fazendo uma ceva acidental", diz Morato. "Ver uma onça livre na natureza é algo inacreditável, mas não pode virar um comércio", diz. "Se os ataques começarem a acontecer com muita frequência, as populações tradicionais podem voltar a caçar as onças, já tão ameaçadas pelo aumento das fazendas e a perda de seus territórios". Fonte: Epoca

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 21 Plantas em escritórios diminuem poluentes que causam problemas respiratórios

O impacto positivo da vegetação sobre a qualidade do ar é mais do que conhecido. Entretanto, esses benefícios são pouco associados a ambientes domésticos ou a escritórios, locais em que os habitantes das grandes cidades passam a maior parte do tempo. Uma pesquisa realizada na Universidade do Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, concluiu que ambientes fechados que contam com vasos de plantas folhosas, como espada-de-são-jorge (Sansevieria trifasciata), clorofito (Chlorophytum comosum) ou jiboia (Epipremnum aureum), apresentam uma concentração mais baixa de ozônio, considerado um dos principais poluentes atmosféricos. O estudo, que foi publicado na revista "HortTechnology", da Sociedade Norte-Americana de

Ciência da Horticultura, não descobriu diferença significativa no impacto de cada tipo de planta nos ambientes. De acordo com Maria Helena Martins, gerente da divisão de qualidade do ar da Cetesb, as concentrações de ozônio em ambientes internos correspondem a uma porcentagem que varia de 10% a 80% das verificadas ao ar livre. "De modo geral, o problema é o ozônio que vem de fora. Nos dias em que a concentração está mais alta --como costuma ocorrer na primavera e no verão, com a maior incidência de luz solar e o clima mais quente-- é interessante fechar as janelas", afirma ela. Embora o ozônio do exterior consiga de fato penetrar nas residências e demais áreas internas, é nos escritórios que sua concentração costuma atingir níveis mais altos. Isso porque o poluente é liberado pelo funcionamento de impressoras, fotocopiadoras e luzes ultravioleta, segundo Paulo Saldiva, coordenador do

Instituto Nacional de Análise Integrada de Risco Ambiental da USP. De acordo com ele, o gás tem um papel na chamada síndrome do prédio doente. "São lugares que têm ar condicionado ruim, com presença de fungos, e um grande número de máquinas. O ozônio formado no escritório fica preso, criando um tipo de câmara de intoxicação", afirma. Segundo ele, o risco de sofrer doenças respiratórias é quase três vezes maior nesses locais do que em ambientes fechados com boa manutenção do ar condicionado e menor presença de máquinas. "No caso dos escritórios, o ozônio interno é muito mais importante. Na avenida Paulista, não há problema de ozônio externo porque tem muito poluente primário na rua para consumi-lo e as janelas são bem vedadas", explica. Na periferia das grandes cidades, assim como no interior do Nordeste e do Sul, a situação é diferente. Nessas regiões, seja pelas condições precárias de moradia, seja pelo clima frio, fogareiros improvisados geram muita poluição dentro das residências. Para Saldiva, a presença de plantas em ambientes internos é recomendada não só para

diminuir as taxas de ozônio, como apontou o estudo, mas também para aumentar a umidade do ar -principalmente em ambientes com ar condicionado, que costumam ser secos. "A planta reage com o ozônio e o retira de circulação. Para isso, quanto maior a superfície das folhas, melhor. Além do mais, o local fica mais bonito e não é preciso gastar muito", afirma. Mas nem todo mundo que trabalha em escritórios com grande concentração de ozônio está sujeito a doenças respiratórias. "Cerca de 10% das pessoas têm problemas crônicos, mas não há um conjunto de evidências que mostre um prejuízo a longo prazo na função pulmonar porque ele faz mal só para uma parte da população", explica. Saldiva cita, no entanto, pesquisas realizadas na Califórnia (EUA) e no México que mostram que o risco existe. Elas concluíram que crianças que moram em regiões com alto nível do gás apresentam um comprometimento da função pulmonar. Além de usar plantas folhosas na decoração, uma dieta rica em verduras e alimentos com betacaroteno ajuda a aumentar os níveis de antioxidantes e a reduzir o efeito deletério do ozônio no corpo. Fonte Folha de São Paulo

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22 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Os Poderosos Gorilas São vegetarianos, e um gorila adulto pode consumir até 30 kg de comida em um dia. Atingem a maturidade sexual aproximadamente aos 07/08 anos. A gestação das fêmeas é de 09 meses, como a dos humanos. Podem atingir 2m de altura e pesar de 140 a 275 kg. Mas as fêmeas sempre são menores. Alguns exemplares da espécie em cativeiro, chegam a pesar 300 Kg, pela fartura e constância dos alimentos oferecidos, enquanto que na selva, os obstáculos para a obtenção do alimento, são maiores. Os machos tornam-se adultos

NOME COMUM: Gorila NOME EM INGLÊS: Gorilla NOME CIENTÍFICO: Gorilla gorilla SUB-ESPÉCIES: Gorilla gorilla gorilla (planícies) e Gorilla gorilla beringei (montanhas). FILO:Chordata CLASSE:Mammalia ORDEM: Primatas FAMÍLIA: Pongidae Gigantescos, fortes, imponentes, os Gorilas exercem uma atração magnética, e também inspiram medo! Habitantes das florestas da África Central e ocidental, vivem em grupos de 05 a 40 indivíduos.

aos 18 anos e as fêmeas aos 15 anos. Os gorilas possuem uma caixa toráxica com uma massa imponente, não possuem cauda e as mãos e os pés são grandes. A arcada su-perciliar é proeminente e acaba parecendo maior devido a espessura da pele e dos supercílios grossos. Seus olhos são pequenos e castanhos. O nariz achatado, alargando-se para os lados. Boca larga, lábios espessos, muito semelhantes ao dos homens. As orelhas são menores que as de chimpanzés, mas maiores que a dos homens. Possuem o pescoço curto, dando a impressão da cabeça estar enterrada no tronco. As espáduas e o dorso são largos, ligeiramente arqueados. Possuem cinco dedos, sendo que, os três do meio grossos e unidos por uma membrana até a altura da 3a. falange. O pêlo é macio, longo e recobrindo o corpo todo.

Orelhas, mãos e pés são nus. Possuem uma dentadura

poderosa, com caninos que podem causar ferimentos mortais. Os gorilas se dividem em 2 subespécies reconhecidas pelos primatologistas, pois representam populações isoladas geograficamente, e que possuem certas diferenças. As duas populações de gorilas são as dos gorilas negros e a dos gorilas prateados. As denominações são: Gorilla gorilla gorilla (planícies) e Gorilla gorilla beringei (montanhas).

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 23

A 1a. espécie vive na região ocidental da floresta equatorial e a 2a. mais para leste, próximos ao Lago Kivu e dos Vulcões Virunga, no antigo Congo. Estas espécies estão separadas por uma distância de 1.000 km. Os gorilas gostam da luz crepuscular das florestas densas, se deslocam sobre os quatro membros e arrancam das árvores os ramos e folhas que pode alcançar, as vezes subindo em árvores para colher frutos. Na parte da manhã e da tarde, perambulam devorando sua comida e a noite escolhem árvores para poder dormir. Os machos preparam para as fêmeas grávidas, ninhos em árvores de cinco a oito metros de altura, que são feitos de ramos e folhas. Após a fêmea dar a cria ela abandona este

ninho feito pelo macho. Na época da reprodução, as fêmeas são disputadas pelos machos. Sua tática de defesa é correr em direção ao inimigo batendo vigorosamente com as mãos fechadas em seu peito, sendo que dificilmente completam o ataque. Em c a t i v e i r o , t o rnam-se animais tímidos, retraídos e melancólicos, na maioria das vezes se apegando a um tratador. Quando fêmeas são mortas

nas florestas, os bebês gorilas se agarram a elas, tornandose presas fáceis para os

caçadores. Muitas famílias de gorilas eram e ainda são mortas, tentando proteger seus filhotes. No Congo, centro-oeste da África, a caça e captura de gorilas é ilegal, mas para o governo, a proteção a eles não é uma prioridade, por isso, gorilas são uma raça em extinção. Grande admiradora e uma das mais destacadas pesquisadoras na área, Dian Fossey abandonou a civilização para se embrenhar nas florestas africanas e viver entre o Zaire e Uganda, nos Montes Virunga, estudando os gorilas. Durante anos enfrentou os perigos da floresta, doen-

ças, feitiçarias, caçadores nativos, caçadores brancos, mas nada a fez desistir de dedicar sua vida aos gorilas. Observou seus hábitos, catalogou, fotografou, deu nomes a eles e até muitas vezes se comportava como eles para ganhar a confiança desses animais. Se aproximou de uma tal forma que os gorilas a aceitavam tranquilamente em seu habitat, a ponto de haver contato físico entre eles. Dian os protegeu como pode e enquanto pode, mesmo assim, muitos gorilas por ela estudados foram assassinados, inclusive o seu preferido e adorado: Diget. Ela sofreu, se rebelou e lá, nas montanhas dos gorilas, em sua cabana na floresta, foi brutalmente assassinada a golpes de facão, crime até hoje não esclarecido. Atualmente seu nome batiza uma fundação de estudos e proteção aos gorilas. Dian foi enterrada ao lado de onde foi enterrado seu gorila preferido!, num funeral africano.

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24 GAZETA DO MEIO AMBIENTE

Menu da vida saudável

Tomate – o licopeno, pigmento que dá cor vermelha ao tomate, é considerado uma arma poderosa na prevenção do câncer de próstata. Ao mesmo tempo, fortalece o sistema imunológico. Há dezenas de estudos sobre a substância. Os benefícios do licopeno são maiores se o tomate for cozido e acompanhado de um fio de azeite. Dessa forma, ele é mais bem absorvido pelo organismo. Salmão – fonte de ômega 3, que previne infartos e derrames, pois abaixa os níveis de triglicérides e colesterol ruim. Previne ainda o mal de Alzheimer e melhora a qualidade de vida sexual, ao estimular a produção de hormônios ligados ao desejo. Um filé de salmão três vezes por semana contém a quantidade ideal de ômega 3. Leite – é um dos principais fornecedores de cálcio e vitamina A, além de possuir proteínas de alto valor biológico. Adultos devem dar preferência aos leites desnatados e semidesnatados, mais indicados por apresentarem um nível de gordura inferior. Recomenda-se a ingestão de três copos por dia, principalmente para mulheres. Brócolis – contém fito químicos que inibem o desenvolvimento de bactérias causadoras de gastrite e de úlcera estomacal e ajudam na prevenção do câncer. Da família dos vegetais crucíferos, é rico em vitaminas C e A, acido fólico, potássio, cálcio e selênio. É também a hortaliça com a maior concentração de ferro. O ideal é comer o brócolis cozido, já que, quando cru, possui certas enzi-

mas que atrapalham a absorção de seus nutrientes. Iogurte - é indicado para a prevenção do câncer e para o controle do colesterol. As bactérias probióticas (benéficas à saúde) presentes nos iogurtes atuam no equilíbrio da microflora intestinal, como diarréias e constipações. Além disso, essas bactérias melhoram o sistema imunológico e aumentam a absorção de cálcio pelo organismo. É também uma importante fonte de proteínas, zinco e vitaminas A e do complexo B. Aveia – poucos alimentos são tão ricos em fibras quanto a aveia: 100 g de aveia em flocos contém 9 g de fibras solúveis contra os 5 g presentes na mesma quantidade de pão integral. Quatro colheres (sopa) por dia (misturadas no iogurte) são indicadas para quem precisa baixar os níveis de colesterol ruim, o LDL. Laranja – também tem flavonóides que previnem o câncer. Seu efeito é potencializado pela vitamina C. A sugestão é consumir o suco da fruta logo depois de preparado, para evitar a oxidação. Ingerir o bagaço auxilia no funcionamento do intestino. Soja – é rica em isoflavonas, substancias semelhantes ao hormônio estrógeno que previnem doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, como o de próstata e o de mama. Também atenua os sintomas da menopausa. Recomenda-se o consumo de 25 g do grão por dia, equivalente a uma xícara de chá. Azeite – possui gorduras monoinsaturadas, que ajudam a elevar o colesterol bom e reduzir o ruim. Também tem propriedades antioxidantes e combate os radicais livres, associados ao câncer. Para aproveitar melhor seus benefícios, é bom consumilo na forma exravirgem, Deve ser usado frio, no tempero da salada, por exemplo. Alho – pesquisas recentes demonstram que alguns de seus componentes, como a alicina, inibem uma bactéria que causa a úlcera e que tem sido apontada como precursora do câncer gástrico. Trabalhos científicos também mostram que ele ajuda a manter a pressão arterial regula-

da e a diminuir o colesterol ruim (LDL). É recomendável consumir o alho cru, já que o aquecimento acima de 50ºC destrói seus princípios ativos. Castanha-do-pará – é um alimento rico em gorduras benéficas e em selênio, oligoelemento relacionado ao sistema imunológico e às funções do Sistema Nervoso Central. O mineral é também uma das apostas dos cientistas para retardar o envelhecimento. Ajuda a baixar os níveis de colesterol ruim e aumentar os do bom. O ideal é consumir três unidades de castanha por dia. Cenoura – contém grande quantidade de beta caroteno, importante para a visão, para a manutenção da pele e dos ossos. A cenoura in natura oferece mais vitaminas que os suplementos farmacêuticos. Feijão – sua casca contém flavonóides, que favorecem a saúde do coração. Tem ainda proteínas e fibras, baixa quantidade de gordura, ácido fólico, ferro, potássio e zinco. É antioxidante e, por isso, previne o surgimento do câncer e o envelhecimento. Maça – com ação antioxidante, inibe a proliferação de células cancerosas. Além disso, é muito rica em pectina, fibra solúvel que ajuda no controle do colesterol e do diabetes. Seu consumo também aumenta a função pulmonar e acelera a perda de peso. Uva vermelha – o que faz bem na uva são os flavonóides, pigmentos encontrados em sua casca. Essas substâncias aumentam as taxas de colesterol bom e evitam o enrijecimento das artérias. Um copo de suco de uva por dia é suficiente. Já as sementes contêm polifenóis. Eficazes para manter a pele jovem, eles passaram a servir de matéria-prima para cremes antienvelhecimento. Carne branca – o peito do frango possui pouca concentração de colesterol. Contém principalmente, proteínas necessárias à construção do organismo, vitaminas do complexo B e sais minerais (ferro, fósforo, e iodo) os quais estão relacionados ao crescimen-

to, à capacidade de equilíbrio, concentração, aprendizado a manutenção e a regeneração das células., sendo fundamentais para a constituição dos ossos e músculos. A carne branca contém ainda importantes minerais, dos quais se destacam ferro e o zinco. Alcachofra – com grande concentração de fibras, magnésio, vitamina C e do complexo B, potássio, cálcio, fósforo e ferro, ajuda a diminuir os níveis de gordura do sangue e a tratar doenças hepáticas. Sua ação antioxidante também inibe o envelhecimento das células e o surgimento de tumores. Banana – possui quantidade de potássio, que previne a hipertensão por ser vasodilatador. Também melhora a circulação do sangue, diminuindo as cãibras. A banana contém ainda vitaminas A, B1, B2 e C, que ajudam a tranqüilizar o sono e melhoram o humor. Melancia – é rica em licopeno e apresenta grande quantidade de glutationa, compostos antioxidantes que combatem o câncer, além de exercerem atividade antibacteriana e aticoagulante branda. Ainda possui frutose, vitaminas do complexo B e sais minerais como cálcio, fósforo e ferro, nutrientes indispensáveis para a

produção de energia no organismo, melhorando a disposição.


GAZETA DO MEIO AMBIENTE 25 Quadrinhos


26 GAZETA DO MEIO AMBIENTE "Para-raio" da poluição Árvores artificiais que retêm CO2 são nova arma a favor do clima

Se o assunto é meio ambiente, é impossível que não se entre na questão da premência de se reduzir a emissão de dióxido de carbono na atmosfera. Esse gás, que atualmente não há quem não o conheça - é o tal do CO2 , é um dos grandes vilões no agravamento do efeito estufa. Na semana passada, uma nova expressão ingressou no arsenal de projetos que se propõem a combatê-lo. Trata-se da geoengenharia aplicada, disciplina que desembarcou no universo dos ambientalistas vinda do Instituto Britânico de Engenheiros Mecânicos. "Basta de teoria. Pela primeira vez estamos analisando iniciativas práticas para arrumar o estrago que já fizemos no planeta", diz o engenheiro Tim Fox, um dos maiores especialistas da Inglaterra em meio ambiente.

"A geoengenharia pode nos proteger." Essa proteção se traduz no arrojado projeto de construção de árvores artificiais capazes de operar como uma espécie de "pararaios" de CO2 em locais onde haja grande concentração desse gás, sugandoo e retendo-o em compartimentos especiais instalados em seu interior. Cada uma dessas árvores artificiais, segundo os engenheiros, medirá cerca de 12 metros de altura, custará aproximadamente US$ 20 mil e poderá "engolir" o volume de gás emitido por até 20 automóveis. O carbono será depois removido, processado e armazenado em lugares adequados, como antigos poços de petróleo. "Em pouco tempo as árvores artificiais poderão ser produzidas em larga escala", diz Fox. Na verdade, apoio do governo britânico nessa direção parece que não faltará, pelo menos nos dias atuais. Já houve um tempo em que as autoridades relegavam a geoengenharia a um segundo plano na luta contra a poluição. Desde a semana passada, no entanto, ela ganhou outro status - o de mais nova arma contra o implacável Co2. Fonte: Istoé

Gripe Suína, dose única da vacina pode combater vírus

Laboratórios dizem ter realizado, com sucesso, testes nos quais vacinas aplicadas em dose única criaram anticorpos contra a infecção pelo vírus A (H1N1). DOSE ÚNICA Técnicos fazem testes de gripe suína em Nápoles, na Itália, nesta sexta-feira (4). Dose única pode revolucionar a prevenção da doença Um estudo realizado na Universidade de Leicester, na Inglaterra, revelou que uma dose única da vacina que está sendo desenvolvida contra o vírus A (H1N1) dá uma “forte resposta imunológica” contra a chamada gripe suína. Se outros testes confirmaram o resultado, isto significaria vacinar o dobro de pessoas, já que até aqui os laboratórios vinham trabalhando com a possibilidade de a vacina ser

aplicada em duas doses. De acordo com Ian Stephenson, que liderou a pesquisa, os testes, feitos em 100 voluntários saudáveis de 18 a 50 anos, tiveram resultados melhores com o uso de duas doses, mas mesmo com a dose única houve “forte resposta imunológica”. “Isso significa que é possível induzir a criação de anticorpos contra a infecção do A (H1N1) após duas semanas da administração da vacina”, afirmou Stephenson. Os testes foram realizados com vacinas produzidas pelo laboratório Novartis. O objetivo dos testes e verificar qual a dose e qual o tipo da vacina necessário para proteger a maior quantidade de pessoas nas campanhas de vacinação que serão realizadas no outono do hemisfério norte, quando as autoridades de saúde avaliam que o contágio deve voltar a crescer em grande escala. “Concluímos que a vacina MF59 da Novartis com pouca quantidade de antígenos foi bem tolerada e gerou anticorpos mesmo após essa única dose”, disse Stephenson. Segundo ele, outros testes maiores estão sendo realizados em vários países e os resultados vão definir como a vacinação será feita ao redor do mundo. Fonte: Epoca

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 27 Paraná participa de publicação sobre a sustentabilidade de áreas protegidas O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, participou na noite do lançamento do volume I da Série Sustentabilidade Financeira de Áreas Protegidas - publicação sobre a contribuição dos Estados Brasileiros para a Conservação da Biodiversidade, com um diagnóstico financeiro das Unidades de Conservação Estaduais. O Paraná é um dos quatro Estados que contribuíram para a publicação, juntamente com Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O relatório foi elaborado pela organização não-governamental The Nature Conservancy (TNC) e pela diretoria de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente e lançado durante o VI Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), que acontece em Curitiba (PR). “Durante oito meses, coletamos e analisamos dados oficiais sobre os cenários financeiros dos estados. Mais de 300 técnicos dos cinco estados participaram do processo”, explica Ana Lucia Camphora, especialista em Economia da Conservação da TNC.

Segundo ela, foram utilizadas como base para o trabalho o Sistema de Projeção de Investimentos Mínimos para a Conservação (IMC) e a Ficha de Pontuação sobre Sustentabilidade Financeira - do Ministério do Meio Ambiente e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD. O diagnóstico subsidiará a elaboração de estratégias de sustentabilidade financeira para o fortalecimento das Unidades de Conservação nos Estados. “Os sistemas estaduais deverão garantir bases estáveis para um planejamento financeiro compatível com suas necessidades específicas”, completa Ana Lúcia. PARANÁ – De acordo com o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, nos últimos quatro anos, o governo investiu mais de R$ 20 milhões para garantir a conservação dos recursos naturais em áreas protegidas – Unidades de Conservação (UCs) - como parques, estações ecológicas e reservas biológicas. Deste total, cerca de R$ 7 milhões foram repassados para ampliação e reestruturação das 63 Unidades de Conservação

(UCs) existentes no Paraná. Outros R$ 12 milhões na aquisição de áreas transformadas em parques. Mais R$ 1,2 milhão foram direcionados à compra de equipamento para educação ambiental e manutenção das unidades, além de veículos de apoio, tratores e barcos para fiscalização das áreas protegidas. Com estes investimentos, o número de Unidades abertas à visitação quase dobrou se comparado ao início da primeira gestão do governador Roberto Requião. “Em 2003 tínhamos 17 unidades abertas; hoje são 25”, enumerou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues. O secretário lembrou ainda, que apenas nas obras da primeira fase do Jardim Botânico de Londrina, que será entregue no mês de novembro, estão sendo investidos R$ 15,8 milhões. As UCs dividem-se em Unidades de Proteção Integral, que permitem o uso indireto dos recursos naturais, e Unidades de Uso Sustentável, que compatibilizam a conservação com uso sustentável de parte dos recursos naturais. No Estado, são 36 Unidades de

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28 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Tornados no Brasil Por que somos vulneráveis a esse fenômeno climático que causou destruição e

morte nas regiões Sul e Sudeste Na esmagadora maioria das vezes, sempre que no Brasil se leu ou se ouviu a palavra tornado, ela veio acompanhada de imagens catastróficas de outros países - sobretudo dos EUA, geograficamente posicionados numa linha de vulnerabilidade de cerca de 70% em relação ao total de ocorrências desse fenômeno climático na Terra.

O Estado foi castigado por três tornados que, ainda deixavam um desolador saldo de quatro mortos, aproximadamente 120 mil pessoas sem água e luz, 170 feridos e pelo menos 22 mil desabrigados. O mais forte deles, com ventos que se estima tenham alcançado a incrível velocidade de 120 quilômetros por hora, fustigou em suas estonteantes colunas de ar giratórias a pequenina cidade de Guaraciaba. O município viveu um inferno em redemoi-

nho: possui dez mil habitantes, dos quais 9,4 mil ficaram ao relento. Lamentam-se, é claro, os tornados estrangeiros. Mas "é diferente quando esse vento e essa água em fúria entram em nossa casa", diz a agricultora Maria Possato. "Eu e meu marido tentamos proteger o sofá, que era novo. Quando percebi que não dava, me abracei a minha filha, mas o vento nos fez voar." Nas cidades vizinhas de Santa Cecília e Salto Veloso, foram 500 as casas atingidas e cerca de 70 pessoas ficaram feridas. Também o Rio Grande do Sul e o Paraná se viram alcançados pela chuva

e pelo vento descomunais, com feridos, residências destruídas e vastas regiões completamente inundadas. Foi o encontro do ar mais frio com o ar mais quente, prevalente na região, que formou nuvens com desenvolvimento (digamos performance) vertical (chamadas supercélulas) e gerou violentos ventos de mais de 100 quilômetros por hora. "A umidade da Amazônia se liberta, viaja até a Argentina, o Paraguai e o sul do Brasil", diz o meteorologista Flávio Varone, do Instituto Nacional de Meteorologia. Se somarmos a isso as ondas de calor e frio e o desmatamento, "temos a formação de áreas imensas de instabilidade". Eis a arquitetura de um tornado, eis a nossa vulnerabilidade a ele. Se o Sul ficou no epicentro do que se chama "funil" nesse fenômeno (coluna de ar giratória que se estende de uma nuvem até o solo), a região Sudeste, na qual a cidade de São Paulo foi bastante atingida, sofreu seus efeitos periféricos. Em sete horas, choveu em São Paulo o que se estimava para todo o mês de setembro.

Porém, o País inteiro ouviu falar, e muito, em tornado, só que desta vez assistindo a imagens trágicas e desesperadoras que remetiam particularmente à nossa região Sul e, mais precisamente ainda, a Santa Catarina. Fone: (41) 3569-0300 (41) 3569-3101 R. Major Vicente de Castro, 1632/1644 Vila Fanny - Curitiba - PR

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 29 Contavam-se nove mortos até a quinta-feira 10. Houve um mar de enchentes (o rio Tietê, que corta a cidade, não transbordava há quatro anos), faltou luz, ocorreram apagões de telefones e de internet e destruição de casas. Embora no Brasil não se esteja familiarizado com a expressão tornado, é certo que essa não é a primeira vez que aqui se forma e se desenvolve tal situação climática. "Na realidade, sempre houve tornados no País", diz Verone. Ocorre, porém, que muitas vezes eles se deram em áreas desabitadas ou em regiões que não têm estrutura tecnológica adequada para detectá-los com antecipação carência que não é uma exclusividade brasileira. O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), por exemplo, avisara sobre as condições do

tempo para as regiões Sul e Sudeste devido ao calor e à umidade, mas nada disse preventivamente sobre tornados. Eles foram confirmados, no entanto, pelo Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina. Em relação ao passado, o tornado de maior intensidade de que se tem notícia aconteceu em 1991 na cidade paulista de Itu, com ventos que oscilaram entre 334 e 419 quilômetros por hora.

Apple diz que 53% do gás estufa que emite vem do uso de seus produto A Apple anunciou que é responsável pela emissão de 10,2 milhões de toneladas de gases

Em 2000, a cidade gaúcha de Viamão viu-se atingida por esse evento do clima. E como será o futuro imediato, os próximos dias e as semanas? "Quando fazemos previsão, seguimos o modelo da pior opção para que pequemos pelo excesso e não o contrário", diz o estufa no seu último ano meteorologista do Cptec Olívio Neto. fiscal outubro de 2007 a Fonte: Istoé setembro de 2008. A informação foi divulgada em hotsite ambiental da empresa que entrou no ar. Desse total de poluentes, a empresa informou que 53% referem-se à emissão dos gases do efeito estufa após a venda dos produtos da empresa, ou seja, de seu uso. Para essa conta, foi considerada a estimatiFone: (41) 3374-3825

va do consumo de energia de quatro anos para computadores; e três anos para iPods ou iPhones vendidos no último ano fiscal. Outros 38% viriam da fabricação dos produtos, 5% do seu transporte, 3% das instalações e escritórios, e 1% com a reciclagem dos produtos. A Apple afirmou ser a primeira empresa do setor que considera o impacto ambiental de cada um de seus produtos, calculando todo seu ciclo e publicando as emissões do gás estufa. "Este relatório ajuda a educar nossos clientes sobre como os produtos da Apple afetam a pegada ambiental de cada um deles", diz a empresa. "E também permite que os clientes acompanhem o progresso da Apple na redução das emissões com cada novo produto". Fonte: Folha Online

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30 GAZETA DO MEIO AMBIENTE Sol castiga Terra com íons em período de suposta "calmaria", dizem cientistas

O Sol pode castigar a Terra com fortes ventos de íons que atrapalham as telecomunicações, a aviação e as redes elétricas mesmo quando está na fase "quieta" dos seus ciclos de 11 anos de atividade, afirmam pesquisadores americanos. Cientistas tradicionalmente têm usado o número de manchas na superfície do Sol para medir sua atividade. O número de manchas solares atinge um pico no período chamado de máximo solar, e só depois começa a cair até atingir um mínimo e reiniciar o ciclo.

intensos ventos solares no ano passado, quando o Sol parecia estar num período especialmente mais calmo. Surpresa "O Sol continua a nos surpreender", diz Sarah Gibson, do NCAR, autora principal do trabalho. "O vento solar pode atingir a Terra como um esguicho mesmo quando o Sol está virtualmente sem manchas". Antes disso, cientistas acreditavam que as correntes de energia que impulsionam o vento solar caíssem bastante à medida que o ciclo do Sol se aproximava do mínimo. Gibson e sua equipe compararam medições do atual período de mínimo solar, feitas em 2008, com medidas do mínimo solar anterior, de 1996. Apesar de os dados do período atual terem mostrado menos manchas solares do que qualquer outro mínimo em 75 anos, o efeito do Sol sobre o cinturão de radiação externa na Terra foi mais de três vezes maior que o de 1996. Os resultados da pesquisa, publicados em um estudo na

Durante o pico, intensas erupções solares e tempestades geomagnéticas ejetam grandes quantidades de íons partículas eletricamente carregadas ao espaço. Quando essas partículas atingem o campo magnético da Terra, causam o belo espetáculo atmosférico das auroras polares, mas derrubam a comunicação com os satélites. Cientistas do NCAR (Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA) e da Universidade de Michigan, porém, descobriram que a Terra foi bombardeada por

última edição da revista "Journal of Geophysical Research", revelaram que a prevalência de correntes de vento solar com alta velocidade durante o mínimo de 2008 estão relacionadas à estrutura do Sol. Mesmo com o o número total de manchas solares caindo nos últimos anos, grandes manchas eram vistas no Sol perto de seu equador. Fortes lufadas de vento solar que partiam dessa região varreram a Terra em 55% do período estudado em 2008, comparadas a apenas 31% dos dados colhidos em 1996. Um único "sopro" de partículas carregadas poderia durar de sete até dez dias. "As novas observações a partir do ano passado estão mudando a nossa compreensão sobre como os períodos de aquietamento do Sol afetam a Terra e sobre por que isso pode mudar de um ciclo para outro", afirma Janet Kozyra, da Universidade de Michigan, coautora do estudo. Fonte: Reuters

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GAZETA DO MEIO AMBIENTE 31 ENTRETENIMENTO Piadas A formiguinha Certo dia alguém ao passar por uma estrada de ferro viu uma formiga SAÚVA, sem a bunda, e chorando desesperadamente. Então esse alguém lhe perguntou: - Que aconteceu dona formiga? - Eu estava descansando sentada no trilho, quando veio um trem e cortou a minha bunda, respondeu a formiga. Então esse alguém deu-lhe uma sugestão: - Volta lá e procura a sua bunda, quem sabe ela está lá ainda inteira e você consiga enxertá-la novamente. A formiga então voltou e começou a andar pelo trilho, quando veio um outro trem, e passou por cima de sua cabeça. Moral da História: ´Não perca a cabeça por causa de uma bunda.´

POESIAS Cadê nossos Pinheiros Pinheiro amigo, te conheci Quando ainda era guri. Andando naquela mata, sem Querer te descobri. Teu tronco esplendoroso, Era tão grande, majestoso, Que igual eu nunca vi. As plantas que ao redor cresciam, A tua sombra as protegiam Parecia um rei que estava ali. A bicharada se divertia

O sapo e a cartomante O sapo foi se consultar com uma cartomante e assim que ela distribuiu as cartas sobre a mesa, profetizou: - Vejo uma moça loira, muito bonita e inteligente, querendo saber tudosobre você... - Croac! Quando e onde eu vou conhecer essa gatinha? - Semestre que vem, na aula de Biologia!

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Comendo seus pinhões, Esquilos, pacas, cotias... Seu galhos ainda serviam, Para pousada de gaviões. Depois de muito, tempo,lá voltei... E não mais te encontrei. Que tristeza deu em mim! Nem o rei da mata eles perdoaram. Todas as árvores, também cortaram. Em madeira te transformaram! É mais um pinheiro que chega ao fim! Por isso, protejam essa espécie, Que esta em extinção;

Para que um dia, você ainda possa, Escutar lá na mata Uma gralha azul cantar, Na hora de plantar o pinhão! Mais um dia De manhã quando o sol esquenta Majestoso, se apresenta Lá no céu a brilhar Vindo vagaroso, aquecendo Toda a terra, rios, planícies e montes É tão lindo de se olhar... As flores vão florescendo, Os passarinhos cantando, O orvalho está brilhando,

gotejando Vai caindo, para depois secar. Tudo vai se despertando Um novo dia está raiando Uma prece, vou fazendo Para a luta começar Assim, o dia vai indo O fim da tarde está surgindo O sol também vai sumindo... É hora de parar para descansar. Surge a noite, negra e bela Tudo fica em silencio Da janela eu contemplo a lua E escuto, lá na lagoa Sapos a coachar.


GAZETA DO MEIO AMBIENTE 32

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