Especial Dia do Médico 2016

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GAZETA DO SUL Terça-feira 18 de outubro de 2016

mĂŠdico

Carreira

feita tambÊm de emoçþes Por mais que o mÊdico precise empregar conhecimentos, tÊcnicas e racionalidade em suas açþes, a sensibilidade humana não se dissocia do seu ofício. Em muitos momentos, ele precisa, inclusive, contê-la. Mas isso não quer dizer que ela não esteja presente em tudo o que ele faz.

"EM MAIS QUE PARABENIZAR

NĂ˜S QUEREMOS AGRADECER A VOCĂ? POR EXERCER A ARTE DE CUIDAR DA VIDA COM RESPEITO

AMOR E DIGNIDADE ANOS

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18 DE OUTUBRO

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Divulgação/GS

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Sensibilidade é item do currículo

Apesar de priorizar conhecimento, técnica e seriedade para exercer seu papel, emoções também fazem parte do dia a dia do profissional

O

foco e a determinação que se costuma ver em um médico em ação muitas vezes comprometem a visão que se tem dele. A convicção e o preciosismo em sua atividade são tamanhos, que sua sensibilidade parece sumir sob o jaleco. Há ocasiões em que conter

as emoções e empregar somente a razão é realmente necessário. Mas em muitos momentos, o lado humano do profissional, mesmo que ele não demonstre, fala alto, fazendo com que pacientes e histórias o marquem da mesma forma que ele marca várias pessoas.

O médico santa-cruzense Jorge Luís Ritt, de 53 anos, está desde 1994 no campo da Oncologia. Formou-se pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) em 1988. Depois disso, atuou como médico no 10º Batalhão Logístico em Alegrete (RS), em 1989, e especializou-se em Medicina Interna pelo Hospital São Lucas da PUC/RS. Mas foi após se especializar na atual área e tornar-se membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc), em 2001, da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em 2004, sócio do Instituto de Oncologia Saint Gallen e médico do Centro de Oncologia Integrado do Hospital Ana Nery e do Hospital Santa Cruz que ele passou a lidar com as situações mais extremas. Assim, guarda na memória muitos episódios emblemáticos. Alguns, inclusive, nos quais salvar a vida contraria prognósticos e a difícil realidade que geralmente a oncologia engloba. Há cerca de 15 anos, por exemplo, atendeu um paciente na faixa dos 60 anos, que apresentava um grande tumor na

região anterior do tórax, inclusive com cheiro fétido – o que causava desconforto e mal-estar ao paciente. O diagnóstico era de um carcinoma indiferenciado, ou seja, um tumor cuja origem não havia sido bem esclarecida. Não havia possibilidade de ressecção devido ao tamanho da lesão. Médicos tinham lhe dado poucos meses de vida. O paciente já havia feito radioterapia no tumor, sem resultado positivo. No entanto, após esse tratamento, foi encaminhado a Ritt para uma avaliação. O médico realizou a revisão do laudo com um patologista e novos testes, com os quais conseguiu o diagnóstico exato. Tratavase de um linfoma (câncer do sistema linfático), que é curável e responde bem à quimioterapia. Assim, iniciou-se o tratamento, que resultou na regressão completa do tumor. “O paciente ficou muito feliz, pois saiu de uma sentença de morte para a cura da doença e viveu por muitos anos, vindo a falecer, posteriormente, por outra causa”, lembra Ritt, que tem em casos como esse uma das grandes satisfações pelo caminho que decidiu seguir.

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Parabéns aos profissionais que aceitaram ter em suas mãos nosso maior dom, a vida!

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Feliz Dia do Médico

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Aprendizado a cada situação O cardiologista Cassiano AndrÊ Nardi, de 43 anos, tambÊm mantÊm na memória com muita consideração episódios que vivenciou na carreira. Natural de Sobradinho, sua residência foi na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Em 2003, estabeleceu-se em Santa Cruz do Sul, começando a fazer plantþes nas emergências e UTIs da cidade e atendimento em consultório. Em 2005, juntou-se à equipe do

Centrocor na realização de exames complementares em cardiologia. Em 2009, ao lado do sócio Edson Gassen, inaugurou a Clínica Angiocardio que, em 2014, com o encerramento das atividades do Centrocor, agregou o serviço de diagnóstico cardiovascular. Atualmente, alÊm do atendimento clínico e de diagnóstico na Angiocardio, atua no serviço de alta complexidade cardiológica do Hospital Santa Cruz e como

Ăšnicos e especiais

preceptor na årea de cardiologia na residência de Clínica MÊdica da instituição. Realizado na sua profissão, Nardi define seu papel hoje na årea da cardiologia em duas frentes principais. Uma estå focada na prevenção e orientação de håbitos saudåveis de vida, diagnóstico precoce e tratamento de doenças que são fatores de risco para infarte e acidentes vasculares cerebrais, e outra no tratamento de doenças mais graves e jå estabelecidas (infartos, insuficiência cardíaca, arritmias complexas), com adição de novos mÊ-

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todos diagnósticos e terapêuticos que aumentam a sobrevida desses doentes. É nessas atividades

que ele aprende um pouco mais a cada dia e estabelece vĂ­nculos especiais, conforme seu relato.

Nos meus 17 anos de profissĂŁo tive a oportunidade de atender, diagnosticar, orientar e curar muitas pessoas, mas tambĂŠm de me frustrar e me resignar com mortes precoces e inesperadas, nas quais, depois do desfecho desfavorĂĄvel, ficava por semanas com a sensação de que talvez algo a mais pudesse ter sido feito. Com cada uma delas, aprendi um pouco. Alguns atendimentos foram rĂĄpidos, outros acompanho hĂĄ anos, alguns tenho a felicidade de encontrar o paciente casualmente depois de tempos e ele me contar que estĂĄ muito bem, jĂĄ outros, infelizmente, pela idade ou tipo de doença, terminam sua missĂŁo entre nĂłs. Todos os pacientes sĂŁo Ăşnicos e especiais, mas ĂŠ claro que alguns nos deixam marcas e lembranças. Como esquecer do dia que atendo o telefone, jĂĄ noite, e a esposa do meu paciente que conhecera em um feriado de PĂĄscoa, por ocasiĂŁo de ter sofrido um infarto e que vinha em tratamento, me diz: “Doutor, meu marido estĂĄ com muita falta de ar, começou agora hĂĄ pouco tudo de novo, acho que ele nĂŁo vai aguentar.â€? Respondi para levĂĄ-lo imediatamente Ă emergĂŞncia, mas ela nĂŁo tinha condiçþes de removĂŞ-lo e nem conseguiria tirar o carro da garagem; e nessa ĂŠpoca, nĂŁo tĂ­nhamos Samu e os bombeiros atendiam mais acidentes. Decidi entĂŁo buscĂĄ-lo no meu prĂłprio carro e, no trajeto, jĂĄ contatei hospital para ficar de prontidĂŁo. O paciente estava em edema agudo de pulmĂŁo, em franco sofrimento respiratĂłrio e com risco de morte iminente. Em poucos minutos, que pareceram horas, atravessamos a cidade, ele no banco da frente ereto e ela o segurando por trĂĄs para manter a posição mais adequado ao caso. Entramos direto na UTI e conseguimos reverter o quadro. Posteriormente, encaminhei-o para cirurgia cardĂ­aca com colocação de ponte de safena. Desse fato jĂĄ se passaram alguns anos e ele, muito zeloso com sua saĂşde e sob cuidados e dedicação de sua esposa, se mantĂŠm bem. E eu, com a certeza de que no momento fiz a melhor escolha e faria de novo, no intuito de salvar a vida de alguĂŠm. Esse episĂłdio foi muito gratificante, pois me despi da figura de mĂŠdico e fiz o que muitos familiares, amigos e vizinhos fazem em momentos delicados e, ĂŠ claro, isso acabou gerando um vĂ­nculo especial entre nĂłs.

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Edição e textos: Simoni Gollmann • Diagramação: Rodrigo Sperb

A“nova”

40,1%

atuação na Medicina

S

18,7% nessa faixa etária atuam exclusivamente no

tidade vivenciou e registrou o dia a dia de centenas de médicos com até 40 anos de idade e até dez anos de formação, associados e não associados, mediante entrevistas, grupos de discussão e acompanhamento de suas interações nas redes sociais. A pesquisa completa apresenta depoimentos, indicadores adicionais e conclusão e pode ser acessada no www.simers.org.br/pjm. Confira aqui alguns resultados.

Em 2016, a comemoração do Dia do Médico é ainda mais especial no Estado, pois a Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) celebra, no dia 27 deste mês, 65 anos de serviços prestados à comunidade médica gaúcha. Ao longo desse período, foram muitas iniciativas que impactaram a sociedade de um modo positivo, promovendo conhecimento, cultura, saúde e

58,5%

qualificam como positivo pacientes com acesso à informação de medicina através de buscadores na internet

Dadas as mesmas condições salariais e de infraestrutura, os médicos prefeririam trabalhar nos setores público ou privado:

58,2% 41,8%

optariam por trabalhar no SUS

89%

escolheriam o setor privado

dos respondentes acreditam que o conhecimento atualizado em tecnologia de medicina possui um alto impacto na sua prática profissional

Entre os médicos formados há menos de dez anos:

45,1% são plantonistas 75,5% dos jovens médicos trabalham mais de 40 horas semanais

56,5%

A multiplicidade de empregos é mais comum entre os mais jovens. Dos que têm até 35 anos:

28,7% têm quatro ou mais vínculos empregatícios

Festa em dose dupla ■■

dos jovens médicos usam WhatsApp® para trocar informações com profissionais conhecidos

setor privado

Ao apresentar traços do perfil da nova geração de médicos, estudo pretende ajudar a melhor compreender e atender esses profissionais alvar vidas. Essa é a missão de todos aqueles que desejam ser médicos. E entender cada detalhe desse comportamento e a evolução do cenário da Medicina com a atuação do jovem médico são os principais objetivos do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), que realizou uma pesquisa para identificar como o grupo reage a esse complexo contexto. Para chegar às respostas, a en-

69%

dos profissionais com até 35 anos atuam exclusivamente no SUS

bem-estar. Em comemoração aos seus 65 anos e ao Dia do Médico, a entidade promoveu uma recepção especial para os médicos dos hospitais São Lucas da PUC-RS ontem. Hoje será oferecido um café da manhã nos hospitais Divina Providência e Ernesto Dornelles, com o objetivo de proporcionar um momento de confraternização entre os profissionais.

do total de respondentes esperam melhorias nas condições de trabalho e reforço da imagem do médico

Confraternização

Mudando caminhos

A Associação Médica de Santa Cruz do Sul, para celebrar a data em homenagem aos médicos, realiza na sexta-feira seu tradicional jantar de confraternização. O evento ocorrerá no Salão Rosa da Sede Campestre do Clube União Corinthians.

■ ■ O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), para festejar o Dia do Médico, elaborou uma série de peças publicitárias. Com o slogan Médico: mudando caminhos, a entidade reforça a mensagem de que esses profissionais são fundamentais para a transformação de vidas através de seu trabalho e comprometimento. Acesse o www.cremers.org.br/mudandocaminhos e confira o hotsite da campanha.

■ ■

Hoje é o dia de quem faz tudo para você e sua família viverem com saúde. Parabéns aos Médicos 18 de Outubro - Dia do Médico

Cruzeiro Farmácia

Ramiro Barcelos 1056, Fone: 3056-2923 Ten. Cel Brito 844, Fone: 3056-2924

Dia do Médico O médico desperta nas pessoas uma série de conceitos, dos mais variados, muitas vezes distorcidos ou exagerados. Alguns acreditam que somos corporativistas, mercantilistas e insensíveis. Pensam que somos autosuficientes, ricos e fortes, que levamos uma vida boa através da doença alheia. Felizmente a maioria sabe que o médico é aquele que luta por melhores condições de trabalho e de atendimento para as pessoas. O médico quer o melhor para seu paciente, nem que para isso ele precise lutar contra o Sistema e o Estado. Se trabalhássemos apenas pelo dinheiro, milhares de postos e hospitais

estariam sem médicos há muito tempo. Temos uma formação longa e que nunca termina. Levamos uma vida de trabalho árduo e nem sempre estamos tão fortalecidos ou saudáveis para trabalhar. Mas estamos lá, atendendo. Sofremos, e muito, por aquilo que acomete a saúde dos nossos pacientes. Parabéns a todos os médicos pelo nosso dia. Feliz da nação que valoriza aqueles que zelam por nossa saúde. Desejamos a todos os médicos que continuem servindo de exemplo e inspiração para as novas gerações. Diretoria da ASSOMESC


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