Editorial
expediente
E aí? Vai esperar a água bater no bolso?
Editor Chefe
Rafael Rossi Silveira
Redatores
Pois é, caros colegas, prenúncios de mudança no ar. Confesso que, no começo, eu era partidário da posição do Professor Marcos Fernandes, que nos escreveu na Edição 68, e que realmente acreditava que todo esse antagonismo com o Rio era, em grande parte, rivalidade, medo de mudança, sei lá. Então veio a demissão do Professor Zeitlin, por motivos administrativos, logo após ele se manifestar contra o procedimento das 15 demissões anteriores. Depois o cancelamento das eleições para Diretor. Agora, nos deparamos com a demissão do Professor Norberto, um dos nomes mais queridos da EAESP, por justa (?) causa e a perspectiva de um novo regimento imposto pela Presidência. Em uma coisa sou obrigado a concordar com o Professor Carlos Ivan: uma organização não precisa, necessariamente, de democracia. Mas, esquecem-se, precisa de legitimidade e é uma crise deste tipo a que enfrentamos. Não apenas se passou por cima de qualquer procedimento para mudanças regimentais como também se consagrou um clima de incertezas muito grandes. Em entrevista à Gazeta Vargas, na Edição 63, o Professor Carlos Ivan enunciava: “Quer manifestar opinião? Ótimo! Estou sempre disposto a ouvir todo mundo”, mas restou explicitar quais as conseqüências para aquele que se faz ouvido. Nesta Edição, trataremos de assuntos quentes, como a demissão do Professor Norberto e a introdução do novo regimento. Quando comecei na Gazeta, queria apenas me concentrar na produção das Capas; hoje percebo que não dá mais para ficar só tratando do que gosto, mas também do que precisa ser tratado. Nesta minha estréia como Editor-Chefe, chamo os alunos não só a refletir e debater, mas também a se posicionarem, levantarem, a tomarem uma atitude! Pouco importa se a Edição está em chamas se ninguém se inflamar com a situação atual. Este é um tempo de mudanças; mudanças que podem e vão afetar suas mensalidades e perspectivas de remuneração! E aí? Você vai se mobilizar ou vai esperar a água bater no bolso?
Rafael Rossi Silveira - ra_rossi@hotmail.com
Diretor de Redação Felipe Fabris - felipefabris@uol.com.br
Luiza Prada - luiza_s_prada@hotmail.com Pedro Guerra - pedro_gguerra@hotmail.com
Colunistas Felipe Salto - felipessalto@gmail.com Pedro Fida - pedro.fida@uol.com.br
Equipe de Arte Rafael Rossi Silveira
AGRADECIMENTOS AIESEC, Conexão Local, DAGV, RH Júnior, Dolores da Dir. de Operações, Prof, Norberto A. Torres, Prof. Michael P. Zeitlin, Eduardo Migliano e a todos que contribuíram ao espaço aberto.
INSTITUCIONAL Diretora Presidente Thais Gasparian Moraes thais-moraes@uol.com.br
Diretor Executivo Rafael Rossi Silveira ra_rossi@hotmail.com
Diretor Financeiro André Calábria andre.savastanoc@gmail.com
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Capa Rafael Rossi Silveira
Diagramação Eduardo Migliano
Tiragem 3000 Exemplares
Edição 72* 28 de março de 2008
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chamadas matériaReflexiva “Humilhado com o trote dado por seus companheiros advogados que colaram na prova de Direitos Humanos, Zero Um foi forçado a manter relações sexuais em plena via pública com o asfalto. Não agüentou. Soltou o bico.”
regimento 'Mas como esperar, então, que as mudanças pretendidas para a EAESP sejam de fato exitosas se não há envolvimento direto dos interessados – refiro-me aos professores, funcionários e, claro, alunos?” Pagina 13
políticaInterna “Quando ando pela faculdade, tenho a impressão de que o Big Boss da escola nos olha por cima e pensa “olha lá o palhaço, que gozado”. A GV, apesar da excelência em ensino prevista na própria missão da escola, parece ter certeza de que ninguém vê ou se importa com aquilo que se passa no backstage desse nosso picadeiro.”
contraPonto “Em outras palavras, alguns professores lavam suas mãos em relação ao que exigem como leitura prévia, incumbindo o aluno de desrespeitar a lei ou comprar livros caros para que se leia uma meia dúzia de páginas. Outros, assim como os alunos, desrespeitam os direitos autorais.” Página 7
matériaCentral, Entrevista Prof. Norberto “Pessoas que sempre fizeram o bem para a instituição se vêem agora tendo que percorrer longos caminhos na justiça para tentar obter a justiça que o senso comum na EAESP evidencia o tempo todo. O que fizeram essas pessoas contra a instituição? O que ocorreu me traz um sofrimento que eu não esperava, difícil de descrever, sobre uma perda em muitas dimensões, especialmente a do relacionamento com pessoas queridas, a de estar em um lugar em que se cria o novo.” Página 15
miniEditorial Demos uma de nero... ... e botamos fogo na Gazeta, ou melhor, a FGV se encheu de pólvora e nós acendemos aquele pavio de várias edições atrás. Não deu outra, explodiu. Abordamos, desta vez, temas um tanto polêmicos, que a princípio podem parecer independentes, mas que atingem as mesmas pessoas: nós, alunos. Esclarecer assuntos como esses é essencial para o bom entendimento dos problemas por que passamos nos últimos meses. E o caso do xérox, por exemplo. Vê-se muitos alunos indignados com o fato de não podermos mais xerocar livros, sem nem mesmo se darem ao trabalho de compreender o que se passa. “Não pode mais, a culpa é do DA”, diriam. O papel que a Gazeta sempre tentou desempenhar não foi só o de veículo crítico, mas principalmente esclarecedor e formador de opinião dos gvenianos. Por isso, trouxemos uma entrevista com o coordenador do xérox para deixar claro o porquê de estarmos todos meio perdidos a respeito de textos, apostilas etc.
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Por isso, trouxemos uma entrevista com o coordenador do xérox para deixar claro o porquê de estarmos todos meio perdidos a respeito de textos, apostilas etc .Em complemento à entrevista, trouxemos um Contra Ponto discutindo direitos autorais, quem ganha e quem perde com cópias não autorizadas, por que devemos, ou não, compreender medidas de proibição e qual o reflexo disso no bolso dos autores, reais merecedores de reconhecimento intelectual das obras. Uma boa oportunidade para refletir sobre aquela pilha de textos que você estoca, arquiva, usa de rascunho ou bota fogo no fim do ano, junto com algumas anotações do semestre, Gazetas antigas, etc. É um momento delicado por que estamos passando e a cautela é essencial (além da crítica sustentada, é claro) ao aluno que deseja interar-se dos recentes acontecimentos dentro da FGV. O Espaço Aberto é sempre uma porta àqueles que desejam se manifestar, e incentivamos sempre que isso aconteça. Participe do seu ambiente acadêmico (não, não é só o DA), você vai ver que ele tem muito mais a ensinar do que aquilo que vão te cobrar nas provas finais.
Felipe Fabris GAZETA VARGAS
notas Nota da Diretoria Há um comunicado singelo nos murais da EAESP informando que, devido ao afastamento do Professor Norberto Torres, o Professor Samuel Hazzan assumiria o cargo de chefe de departamento do IMQ, “em obediência ao regimento da EAESP”. Não sabia se colocava isso nas notas ou na seção de Humor...
Obrigado Dolores! Mesmo depois de intrépidas escaladas do primeiro ao décimo andar, intensas negociações com entidades e uma pressa desgraçada, se não fosse por ela não teríamos conseguido. Aqui vai um abraço da Equipe da Gazeta para a querida Dolores!
Campanha Adote uma Nota e Ganhe um Pirulito Devido ao descaso de nossos leitores para com esta pobre seção, inauguramos aqui a Campanha Adote uma Nota e Ganhe um Pirulito! Já tentamos ameaçar retirá-las de circulação, provocamos Deus e o mundo e ainda assim não obtemos respostas às pobres Notinhas... A partir de agora, para cada resposta às Notas, o leitor ganha um Pirulito oficial da Gazeta Vargas (melhor que o da Gozeta)
Veto do Financeiro Aproveito pra tornar público o VETO que o nosso financeiro impôs à campanha citada anteriormente... Como não tem muito o que falar e está sobrando espaço mesmo, mantenho a nota anterior... Quem sabe alguém se solidariza com a situação das pobres Notinhas sem precisar de um incentivo econômico...(Quem sabe não libera um docinho pra um comentário excepcional?). E falando em financeiro...
Um abraço caloroso ao financeiro da EAESP.... Do fundo do coração de toda a nossa equipe, nosso muito obrigado! Valeu por NÃO mandarem os valores das mensalidades dos últimos anos. Podemos sempre não contar com vocês.
E a mensalidade? Já que pagamento de DP virou assunto morto mesmo (eles venceram e o mundo está fechado pra nós, que somos jóóóóvens), resta sonharmos com uma estabilidade da mensalidade. Desde a saída do Consult a mensalidade subiu quase 60%, “levemente acima da inflação”. Será que os custos aumentaram nessa proporção de lá pra cá? E agora? Será que com a saída do PEC ela se mantém ou de repente a condição da EAESP, ao se tornar subitamente e inexplicavelmente mais deficitária, dará ensejo a novo aumento?
Enem teve como... Este semestre, um aluno inaugurou o novo processo de ingresso na FGV; aprovado em AP, não teve acesso ao financiamento sem endividamento. Não permaneceu no curso. Dizem por aí que estão tentando resolver o problema, que a fundação está se mobilizando. Será que eles realmente acreditam naquele negócio de “nunca nenhum aluno deixou de estudar aqui por falta de recursos”? Só eu, conheço um que desistiu precisamente por isso e outro que tem que lutar todo semestre pra provar que a situação econômica da família dele permanece a mesma (não podendo passar de um financiamento de 70% para 30% de um semestre pra outro).
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notas Cadastro no LEPI Por um segundo ousei pensar que, de tanto que enchi o saco deles nas últimas edições, tinham finalmente aderido ao auto-cadastro... Fiquei tão feliz em não ter que pegar a fila pra dar o código... Não sei por que desistiram, ou se o programa ainda está em fase de testes... Vamos não me deixem na expectativa! Afinal, isso é uma promessa de mudança ou brincadeira cruel com as minhas esperanças?
FALECEU O SENHOR EAESP Faleceu na 2a. feira, dia 11 de Fevereiro, após longa enfermidade, o Prof. Gustavo de Sá e Silva. O Prof. Gustavo foi o primeiro diretor eleito da EAESP e foi reconduzido ao cargo em outras ocasiões. Por sua gigantesca colaboração na construção da instituição - EAESP - era carinhosamente chamado por seus amigos da Escola de Sr. EAESP. Efetivamente ninguém contribuiu tanto para o prestigio que a Escola granjeou, nacional e internacionalmente. Homem franco, generoso, democrático, contava entre seus grandes amigos ex-alunos da escola, alguns dos quais no exercício de representação discente haviam travado com ele batalhas históricas, sempre, para o bem da instituição. No próximo número da Gazeta Vargas, publicaremos uma descrição mais justa sobre a atuação do SR. EAESP. Michael Paul Zeitlin
Professores, funcionários e alunos, estas notas esperam suas respostas, colocações e ponderações que serão publicadas na próxima edição da GAZETA VARGAS. Envie objetivamente para gazetavargas@gvmail.br
Errata .O texto publicado no Espaço Aberto da Ed. 72 “A Arte daEnrolação” foi escrito por Roberto T. Cestari e não por Felipe Fabris, como divulgado.
altoseBaixos altos
Preços do Rockafé; Economíadas se aproximando em pleno primeiro semestre (os formandos agradecem); Campanha de recrutamento da Gazeta! Recorde de inscritos! As entidades parecem estar tramando algo...
naMesma
Piano do DAGV (tsc, tsc, tsc)
baixos
Segurança em expressar contrários à Presiedência/ Filas no Xérox (Quem diria que uma liminar da justiça traria a solução para esse problema?)
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GAZETA VARGAS
contraPonto Legitimidade dos direitos de propriedade Luisa Prada É opinião geral que o copyright é uma instituição sem a qual estaríamos em melhor situação, podendo baixar na Internet a música que quiséssemos, tirar xérox daquele texto de marketing sem ter que comprar o livro, ter acesso àquele filme que acabou de estrear no cinema. Mas também é opinião geral que estaríamos melhor se o chocolate não desse espinhas, ou se DPs não existissem. O que não torna tais cenários possíveis ou mais justos. E não é possível a extinção dos direitos autorais que, é bom destacar, foram criados para dar direitos ao autor, e não para nos dar ônus, porque tais direitos são legítimos, ao estarem diretamente relacionados aos direitos de propriedade, nos quais os sistemas legal e social contemporâneos se baseiam. Existe uma construção legal paralela entre os direitos de propriedade sobre uma idéia, qualquer que seja o meio utilizado na sua representação, e os direitos de propriedade sobre um bem que se tenha adquirido ou construído. Por isso, se fosse negada a propriedade intelectual, seria hipocrisia deixar de negar os outros tipos de propriedade, sem os quais a sociedade como a conhecemos entraria em colapso. No entanto, existem algumas supostas benfeitorias que ou compensariam essa hipocrisia da lei ou a necessidade de mudança e reestruturação social. Edição 72* 28 de março de 2008
Entre elas, as mais famosas são as noções de que uma ausência de copyright estimularia a disseminação de informações e, portanto, o aprendizado. Porém, dado que tal disseminação acontecesse, ela não seria necessariamente útil. Por exemplo, uma pessoa que baixasse músicas pela Internet, xerocasse livros na faculdade, comprasse DVDs queimados livremente, necessariamente tem acesso à Internet, estudo ou aparelhos de DVD, o que significa que, provavelmente, tem condições financeiras de adquirir músicas, textos e filmes pagando, para isso, a licença de uso. Por não disseminar informações para pessoas que não têm possibilidade de acesso a essas informações, o fim do copyright não teria o suposto efeito de estimular a produção intelectual, já que o fluxo de informações criado pelo fim do copyright não teria impacto significativo. Além disso, com o fim dos direitos de propriedade intelectual, o uso sem fonte de informações e trechos seria possível, diminuindo a confiabilidade das informações. Por fim, vale lembrar que os direitos autorais, por protegerem o autor, são uma escolha deste. Ou seja, o autor escolhe se deseja ou não proteger a sua obra, e quanto dela pretende proteger. E, como usuários de uma propriedade de outro indivíduo, respeitamos essa decisão, do mesmo modo que respeitamos a decisão de um proprietário de deixar-nos entrar ou não em seu imóvel, que, se desrespeitada, significa contrafação, e é ilegal. Mesmo que isso não seja a situação que achamos justa ou que desejaríamos se pudéssemos escolher. 07
espaçoAberto Por de trás da excelência. Certa vez fui perguntada se a FGV é mesmo tudo aquilo o que dizem por ai. Frustrame reconhecer que não. A escola que eu sempre sonhei em estudar e pela qual eu me dediquei inteiramente durante quatro meses na Consolação sofre de alguns grandes e inconcebíveis problemas. É de se causar indignação a falta de homogeneidade do ensino dentro da EASP. Se comparados os alunos das três diferentes salas, será notória a discrepância entre o conhecimento acumulado entre eles. Isso acontece em decorrência não das habilidades pessoais dos estudantes, mas sim pela falta de congruência entre os conteúdos ministrados por cada um dos professores de uma mesma matéria. O que se exige aqui não é uma sincronia, nem mesmo um modelo de aula - é compreensível que todo professor possua uma maneira particular de ensinar -, porém é inegável a necessidade de padronizar o que será ensinado. Apenas dessa forma conseguir-se-á que todos aqueles que foram submetidos a uma mesma avaliação recebam a mesma formação. Essa incompatibilidade, além a da do ensino propriamente dito, estende-se às demais áreas que também acabam afetando os alunos. Ao mesmo tempo em que a escola exige um número mínimo de faltas para o aluno, garantindo a sua reprovação caso este limite seja superado, os professores possuem livre autonomia para decidir se farão, ou não, a chamada e com que freqüência. Ora, se a mesma regra de reprovação segue para todas as matérias, sejamos, então, no mínimo coerentes e apliquemos um mesmo método para todos, por uma noção de ordem e justiça. Todavia, de todas as mazelas a que mais me incomoda é a do fato de alguns professores fingirem que ensinam, enquanto os alunos fingem que aprendem.
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A questão é: deixemos então por isso mesmo, elas por elas, todos aprovados e felizes? Seria um comportamento um tanto quanto incoerente para uma elite intelectual que desembolsa mensalmente cerca de dois mil reais por uma formação de qualidade e que tem a consciência de que um diploma já não lhes assegura quase nada. Como combater, então, os famosos professores picaretas e fazer valer o investimento que se tem feito na escola? Indigna-me perceber que não há saída. Os alunos respondem, no final de todos os semestres, um questionário avaliativo dos professores. Por mais que os alunos se manifestem, nenhuma mudança fora ainda presenciada - pelo menos não durante um ano e meio em que eu estou na escola. Parece-me que a única voz que os alunos possuem não está sendo ouvida. Uma das maiores escolas superiores do país, que tem como proposta a excelência do ensino para a formação de profissionais que atuarão diretamente no desenvolvimento econômico e social do país, tem permitido falhas inconcebíveis naquela que deveria ser sua preocupação primordial: a impecabilidade do seu ensino. É inquestionável a competência da Fundação na formação de profissionais capacitados e competitivos, bem como a indubitável existência de professores sérios e altamente capacitados, que viabilizam essa formação. Porém, não há mais como tapar os olhos para questões estruturais que afetam diretamente os estudantes. Em poucas linhas foram levantadas três graves situações: a incompatibilidade do que é ensinado nas diferentes turmas, a falta de uniformidade na aplicação da norma e o mais grave de todos, a falta de profissionalismo e competência de alguns membros do corpo docente. E essas foram apenas as minhas decepções.
Flávia Carvalho 4º semestre GAZETA VARGAS
resposta A arte da 'enrolação', episódio II Felipe Fabris Não sei o que pensavam aqueles sumérios!! (ou foram os persas?) Não sei. Seja lá quem tenha inventado essa tal de escrita, esta invenção é, no mínimo, derivada de alguma influência extraterrestre. E me parece uma arma muito poderosa. Nossa limitação humana pode até ser capaz de criar máquinas minúsculas com botõezinhos vermelhos que explodem o nosso e outros mundos, mas duvido muito que tenhamos inventado a escrita. Não há ciência que explique, nem história que se conte. Aliás Viva o paradoxo! -, não há texto que ensine o surgimento dessa intrínseca habilidade. Explico: Que melhor manipulação pode existir do que o poder de persuasão, de enrolação? Homem iludindo homem. Palavras. Tudo bem, não somos tão rápidos nas conversas - felizes aqueles que o são. Por isso, Eureka, a escritas nos dá o fator essencial: tempo. Jamais teria eu a audácia de tentar dizer tudo isso em discurso falado diretamente a meu público alvo. Uso do próprio artifício para provar seu poder. Escrever liberta-nos de todos aqueles pensamentos jogados que não somos capazes de unir em frases com sentido. Escrever é mostrarmos tudo aquilo em que pensamos junto com tudo o que nos é apresentado. Escrever é mostrar aos outros tudo aquilo que eles querem ou não ver ou ouvir, com palavras que queremos ou não usar. Não é de forma alguma natural. Não há escritor que feche os olhos, pegue caneta e papel e faça aparecer seus puros pensamentos. Não pensamos em palavras. Escrever é manipulá-las para que o impacto seja maior. Ou seja, de qualquer forma, escrever é enrolar. Quem escreve não pensa no texto, pensa em quem lê. Edição 72* 28 de março de 2008
E quem lê, este sim, pensa no texto e também em quem o escreveu, caso dos nossos trabalhos de faculdade, convenhamos. Depois de lerem nossas enrolações, os professores são capazes de trucar com comentários ainda mais enroladores. Quem é que ao escrever um trabalho não fica pensando “será que o professor vai gostar disto?” Como é fácil enrolar e ser enrolado, e como é difícil perceber. Tempo para pensar torna nossa inteligência muito perigosa. Perigosa para a percepção humana do que é verdade, moral, real. Percepção do que é. Começa aqui uma campanha que só autoriza a leitura àqueles que não sabem ler e a escrita àqueles que não têm idéia do que dizem. Não no sentido físico dos verbos. E não aceito opiniões, tampouco críticas, a respeito deste artigoresposta. Quem falou que não estou aqui enrolando o leitor da mesma forma com que tento me explicar? Repito, uso do próprio artifício para provar seu poder. O colega Roberto Cestari também o fez ao publicar o seu “A arte da 'enrolação'” na última edição (que por erro nosso acabou sendo publicado em meu nome, provando um dos pontos do texto – fui diversas vezes elogiado por uma coisa que não fiz). Até a nota de rodapé foi enrolação. Prolixo? Poderia ter sido mais lacônico na explicação, meu caro. Vêem a sutileza do uso das estratégias de enrolação? Assim como as próprias pessoas, ensinam os sábios, um texto não é apenas um texto. É no mínimo três. É o que o autor imagina que ele seja. É o que o leitor imagina que ele seja. E é o que ele realmente é. E isso meus amigos, não há quem saiba. Transformo aqui a explicação do status: Enrolar é falar de uma coisa que você não sabe, com palavras que você não entende, para mostrar a pessoas que você não conhece, um significado que você não garante. Que pensavam esses tais sumérios?
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entidadesAtlética Entrevista com o Jacaré Pedro Guerra Quando fui incumbido de entrevistar algum membro da Atlética que estivesse interessado em divulgar a entidade, fíquei com um pé atrás. Incomodado, mas certamente disposto a carregar o que, até então, seriam os ossos do ofício, marquei o encontro que, apesar de breve, certamente contribuiu, decisivamente, para reformular minhas opiniões. O bate-papo que tivemos segue agora em forma de entrevista, em que participaram dois membros da Atlética, Rodrigo Moccia e Felipe Gonzales. Gazeta – Em que tipo de atividades a Atlética focará seus esforços este ano? Rodrigo – Em 2008, a gente quer mudar a idéia que a maioria dos alunos tem da Atlética: de que só promovemos eventos e o esporte fica em segundo plano. Gazeta – Mas como, exatamente, pretendem fazer isto? Rodrigo – Este ano temos fortes chances nas Economíadas. Os times estão bem preparados e há mais gente interessada. Os bons resultados que pretendemos alcançar servirão de incentivo para que as pessoas se entusiasmem em praticar alguma modalidade das que a Atlética oferece. Gazeta – E a questão da invencibilidade da Mackenzie? Rodrigo – Ano passado, houve a primeira derrota deles, depois de uma seqüência incrível de vitórias. Assim como a FEA fez ano passado (a FEA foi quem quebrou a invencibilidade da Mack em 2007), temos chance de superar a Mackenzie.
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Gazeta – Ainda na questão de esportes, que tipo de incentivo, além da possível “glória” nas Economíadas, há para os alunos praticarem alguma modalidade? Rodrigo – Além de poder dizer que você vai ganhar as Economíadas deste ano, recebe créditos na faculdade. Como os alunos precisam alcançar uma determinada quantidade desses créditos, a prática dos esportes concilia prazer e o cumprimento deste requisito para que o aluno se forme. É o mesmo sistema adotado pelas faculdades americanas. Gazeta – Mudando um pouco de assunto...Quais os eventos para este ano? Rodrigo – Neste semestre, não teremos a JACA. Alguns ficaram decepcionados, mas a Atlética faz questão de dizer que isso ocorre porque, se fosse realizada, a JACA seria em uma data muito próxima das Economíadas. As Economíadas, por sua vez, prometem. Os esforços, no momento, estão todos voltados para ela. Gazeta – Quem vê vocês por aí (inclusive eu) acha que a Atlética é só diversão. O que vocês me dizem disso? Felipe – A Atlética definitivamente não é só diversão. Esse é só o resultado de meses de trabalho, organização e disciplina pra que os eventos transcorram da melhor maneira possível. Gazeta – E em que, exatamente, consiste esse trabalho de organização? Felipe – Desde dezembro, começamos a nos organizar para as Economíadas, por exemplo. Vamos atrás de cidades dispostas a sediar a evento que, obviamente, devem ter infra-estrutura para abrigar os 8.000 alunos das diversas faculdades, incluindo ginásios poliesportivos, com capacidade para uma média de 4.00 pessoas. Neste ano as Economíadas ocorrerão em 1º de maio.
GAZETA VARGAS
Temps que fazer o trabalho de montagem e legalização da tenda, das baladas, preparar as atrações, acompanhar as equipes, captar recursos e parceiros para a realização dos jogos e fazer a divulgação do evento. Gazeta – A Atlética arca com todas as responsabilidades? Felipe – A Atlética responde por tudo o que acontece nos alojamentos. Apesar de algumas críticas, não são freqüentes os problemas com alunos que quebram alguma coisa ou arrumam confusão. Uma vez, foi quebrado um vidro de um alojamento e, no mesmo dia, compramos e trocamos o vidro. Detalhe: estávamos em pleno domingo.
O compromisso da Atlética é de entregar os locais todos em ordem, limpos e sem qualquer danificação. Gazeta – Alguma mensagem para os alunos? Rodrigo – Bom, contamos com a presença do máximo de alunos nas Economíadas. Seja para praticar alguma das modalidades, seja para estar lá incentivando os alunos que estiverem defendendo a GV, convidamos todos a participarem, em 1º de maio, das Economíadas desse ano. * Até o momento da entrevista, o local para realização das Economíadas não havia sido decidido.
entidadesRH Junior Em nome de todos da RH Junior Consultoria, gostaria de parabenizá-los pelo ingresso nesta maravilhosa instituição que é a Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas. Gostaria de dizer que é um privilégio e uma honra para todos vocês e suas respectivas famílias o fato de estarem um passo mais próximo de um próspero e maravilhoso futuro. A RH Junior começou há 5 anos no formato de uma simples idéia, um sonho de um grupo de amigos que virou realidade. Somos a prova viva de que seus sonhos são possíveis e que basta um pouco de esforço para torná-los reais. Temos todo o orgulho do mundo em dizer que, cada dia mais, crescemos no mercado e nos tornamos referência “positivíssima” na área de Gestão de Pessoas. Realizamos projetos com pequenas, médias e grandes empresas. Estas atuam em todos os segmentos, seja público, marketing, editoras, pequeno varejo, grande varejo, etc.aprendizado aos nossos membros, para que Conquistamos, a cada novo projeto Edição 72* 28 de março de 2008
Conquistamos, a cada novo projeto realizado com excelência, o respeito do mercado, de modo que podemos continuar propiciando, assim, a experiência e aprendizado aos nossos membros, para que estes saiam para o mercado de trabalho competentes, esforçados e, mais importante, preparados. Gostaria de finalizar dizendo que estamos ansiosos por conhecer nossos novos trainees, uma vez que está observado o caráter diferenciado desta nova “leva de calouros” que nesta instituição de ensino ingressaram. Todos nós desejamos a todos um maravilhoso curso de Administração, uma perfeita experiência universitária no decorrer dos 4 anos da faculdade e um aprendizado e desenvolvimento sem igual nas empresas e demais entidades. Lembrem-se sempre apenas deste recado que damos a todos vocês: Independente do que seja, seja Independente. Seja RH Junior!! Caio Roberto Piccardi Malufe Diretor de Marketing RH Junior Consultoria
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entidadesAIESEC AIESEC apóia I Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade. O I Fórum Internacional de Não à toa, toda discussão que deverá ser Comunicação e Sustentabilidade, criado com a promovida pela primeira edição do Fórum finalidade de estabelecer diálogo entre Internacional de Comunicação e Sustentabilidade representantes dos três setores – governo, está fundamentada nos preceitos da Carta da Terra: empresas privadas e sociedade –, pretende Respeitar e Cuidar da Comunidade da Vida; promover e democratizar a discussão e o Integridade Ecológica; Democracia, Não Violência e entendimento sobre sustentabilidade e o papel Paz; e Justiça Social e Econômica. educativo da comunicação na inserção social O fórum apresenta em sua agenda um dos negócios e promoção do bem-comum. equilíbrio dos assuntos em discussão, bem como a Assim, o evento caminhará na busca de uma presença de representantes de todos os setores nas definição para o termo sustentabilidade – um mesas de debates. Em formato de talk show, o assunto que, apesar de preocupação constante, debate contará com a participação efetiva de 450 ainda não está esclarecido para grande parte da convidados e três mil estudantes universitários sociedade –, além de procurar respostas para provenientes de diversas universidades do País. questões que envolvem temas que DEBATE CONTARÁ COM A como comunicação e marketing, PARTICIPAÇÃO DE TRÊS MIL responsabilidade socioambiental ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS e o futuro dos negócios que não se PROVENIENTES DE DIVERSAS inserem socioambientalmente em UNIVERSIDADES DO PAÍS seus contextos. “A busca por soluções mais eficazes para Estão confirmados no fórum os desafios relacionados à sustentabilidade representantes do governo, da iniciativa privada e econômica, social e ambiental, tornou-se da sociedade. Dentre eles, os prêmios Nobel da Paz essencial na agenda das empresas e do planeta. Rajendra Pachauri (2007), economista e presidente Resultado disto, o conceito de sustentabilidade do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate pressupõe uma relação sistêmica e equilibrada Change) desde 2002; e Mohammad Yunus (2006), entre esses aspectos e prevê a revisão fundador do Grammeen Bank, o banco dos pobres. compartilhada de valores básicos, por meio dos Com realização da Atitude Brasil, o evento quais a conduta de todos os indivíduos, conta com a parceria dos ministérios do Meio organizações, governos e instituições, serão Ambiente, da Comunicação e dos Direitos guiadas e avaliadas”, explica Marta Rocha, Humanos; da Fundação Roberto Marinho, do diretora da Atitude Brasil, organizadora do Instituto Socioambiental (ISA); além da TV Globo, fórum. Ela explica que neste contexto, é inegável TV Cultura, Canal Futura, TV Pública, Revista o valor da comunicação na promoção desta Brasileiros e da AIESEC – organização internacional mudança de conduta, ajudando a aproximar o cujo objetivo é desenvolver o potencial dos discurso à prática. estudantes do mundo em benefício da sociedade.
Evento acontecerá nos dias 11 e 12 de junho, em Brasília, e contará com a presença de Rajendra Pachauri (Prêmio Nobel da Paz 2007) e Mohammad Yunus (Prêmio Nobel da Paz 2006). 12
GAZETA VARGAS
políticaInterna McGV barra Projeto de Doutorado Interinstitucional da FGV Rafael Rossi Silveira
Em atitude louvável, a Fundação buscou, no segundo semestre do ano passado, firmar uma parceria inédita com instituições de Ensino Superior renomadas no Pará, entre elas a UNAMA (privada) e a UFPA (pública), com intuito de estabelecer um Programa de Doutoramento Interinstitucional, ou DINTER. Este conceito inovador, incentivado pelo CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), tem como característica a participação de alunos e docentes de diversas instituições de Ensino Superior. Reúne o que cada instituição tem de melhor a oferecer e possibilita o avanço científico por criar oportunidades onde antes, individualmente, não haveria recursos (humanos ou de infra-estrutura) para a realização de um programa de Doutoramento. “Enfim”, diriam alguns alunos pouco contentes com a fama das recentes parceiras da FGV, “uma parceria da qual podemos nos gabar”. Além disso, impossível não notar como este programa se alinha bem com a missão da Fundação (bixo burro, favor dirigir-se ao sétimo andar e ler a dita cuja). As negociações iam bem quando o projeto esbarrou em outra estratégia de difusão do conhecimento adotada pela FGV: o GVManagement.
Edição 72* 28 de março de 2008
Após a publicação de uma nota de imprensa acerca das intenções da Fundação n'O Liberal, jornal de Belém, o Grupo Educacional Ideal, parceiro da FGV por recém completados 10 anos, manifestou-se fortemente contra o projeto, alegando a exclusividade do uso da marca em Belém. O fato de a UNAMA ser uma instituição privada de ensino engrossou as vistas do Grupo para a Fundação. É claro, muito se argumentou em defesa do projeto lembrando que outras Instituições de Ensino Superior estavam envolvidas, a importância que um programa desses teria na avaliação da Fundação pela CAPES, que o projeto tinha motivação acadêmica e não econômica e que o Grupo não estava preparado para receber um programa desses. Não obstante, projeto foi posto em espera. Parece que, por enquanto, no Pará, só teremos o mestrado GV segunda linha, sequer reconhecido pela CAPES. Até onde eu me lembrava, a estratégia vigente era suportar os geradores de caixa para promover os bens públicos, não o inverso. Claro que, com isso, não estou supondo que qualquer um na Fundação tenha ficado feliz com o ocorrido. Mas será que talvez tenhamos ido com tanta sede ao pote que cedemos tamanhas prerrogativas às McGVs? Parece que o sistema de divulgação de excelência via exportação da marca não foi um golpe apenas nas expectativas profissionais dos “receosos e elitistas” alunos da EAESP.
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políticaInterna
À espera de um milagre... A transição política que a EAESP vem passando tem ocorrido de maneira ríspida. Inflexibilidade, falta de diálogo e de comprometimento com os envolvidos (professores, funcionários e alunos) e sistemáticas demonstrações de força do Rio de Janeiro têm caracterizado este (longo) período de mudanças feitas pela mantenedora. Mas quais são os próximos passos da Fundação? No momento em que escrevo este texto ainda não houve, por parte da mantenedora, a outorgação da “Polaca”. Há, sim, uma Minuta de Regimento, distribuída covardemente no último Conselho Departamental. Mas quais as intenções de todas essas modificações? Essas transformações na estrutura e na cultura da EAESP tem uma finalidade clara: deixar uma estrutura de governança considerada “boa” (ao menos pelo Conselho Diretor da FGV, no Rio) para o próximo Diretor. A idéia parece sensata. Contudo, a maneira como está se tentando viabilizá-la é realmente questionável. Em conversa com o Presidente da FGV, professor Carlos Ivan Simonsen Leal, ouvi que para modificarmos uma empresa é necessário envolvermos aqueles que farão as mudanças necessárias à companhia. Mas como esperar, então, que as mudanças pretendidas para a EAESP sejam de fato exitosas se não há envolvimento direto dos interessados – refiro-me aos professores, funcionários e, claro, alunos? Um exemplo das possíveis conseqüências da falta de envolvimento da Casa nas questões estratégicas da EAESP é a escolha do novo Diretor. A decisão de indicar um novo Diretor a partir de um Comitê de Seleção e Indicação foi exclusivamente da mantenedora.
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No entanto, nada garante – apesar de todo o esforço por parte da mantenedora e da empresa contratada pela FGV para a seleção do perfil do novo Diretor – que haverá alguém indicado capacitado a lidar com todas as necessidades da Escola. Neste caso, a responsabilidade de um erro na escolha do novo Diretor é de um pequeno grupo distante (ao menos fisicamente) da Escola, e não mais de todo um grupo que vive intensamente o dia-adia da EAESP. Sendo assim, concluo o óbvio: encontramo-nos em um momento em que a Fundação não pode errar. A nomeação do próximo Diretor é – independentemente da legalidade e legitimidade da questão – um momento de incertezas para a EAESP. Definirá, positiva ou negativamente, questões como a relação da EAESP com o Rio de Janeiro, a qualidade acadêmica da Escola e, principalmente, pendências internas com professores, alunos e funcionários.
Fica a dúvida de quais serão as conseqüências do sistemático autoritarismo da Fundação à qualidade acadêmica da EAESP. Os rumos da EAESP são indefinidos. Fica a dúvida de quais serão as conseqüências do sistemático autoritarismo da Fundação à qualidade acadêmica da EAESP. Ao fazer essa reflexão, lembro-me da frase do atual Presidente da FGV, publicada na edição #63 da Gazeta Vargas: “Eu repito: eu não sou o Presidente desta entidade ou daquela entidade. Sou o Presidente de tudo.”. Que a EAESP necessita de mudanças é consenso. Mas é assim que se constrói a “nova EAESP” que todos imaginam? Tiago Tadeu Bezerra Presidente DAGV presidente@dagv.org.br Texto enviado dia 18 de Março de 2008.
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Entrevista com o Professor Norberto Torres Equipe Gazeta Vargas Professor, sua demissão tem sido um dos assuntos de maior impacto, nos últimos anos, na EAESP. Tendo sempre atuado de forma muito presente na Escola, como o senhor se sente? Respondo a esta pergunta com parte de uma carta que enviei a algumas pessoas mais diretamente a mim ligadas, logo após minha demissão. Você deve imaginar o que eu possa estar sentindo, a tristeza imensa e um vazio profundo por não poder estar no lugar onde vivi e ao qual dediquei 35 anos de minha vida, procurando sempre fazer o que de melhor eu podia, independentemente das circunstâncias, dos obstáculos e dos desânimos que muitas vezes enfrentamos. Como tantos na EAESP, minha vida foi dedicada a essa instituição independentemente de qualquer benefício em troca – quase todos nós a ela nos entregamos pelo que ela representava, como um organismo vivo criado por mentes, mãos e corações com as melhores intenções. A EAESP era uma instituição amiga e que nos cobria com um bem estar raro de se encontrar na maior parte das organizações. Estávamos em nosso pedaço de bom senso e boa convivência, e por ele eu lutei, como outros o fizeram. Por tão especial que era, conseguimos fazer nossa Escola se colocar entre as melhores do mundo, sem medir esforços; isto foi decorrência desse caminho que seguimos por muitos anos, inovando, com dignidade e respeito – o bem comum sempre era preponderante ao benefício pessoal. Os credenciamentos obtidos pela EAESP (AACBS, Equis e Association of MBAs) não são frutos somente de alguns poucos últimos anos, e sim de dezenas de anos de trabalho em excelente ambiente e convivência.
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Com esse fato brutal em minha vida, eu me questiono, agora, sobre o que é certo fazer; casos recentes mostraram que a dedicação à instituição, sem medir esforços, não foi fator importante considerado, como ocorreu com diversas das demissões, de funcionários e professores. Pessoas que sempre fizeram o bem para a instituição se vêem agora tendo que percorrer longos caminhos na justiça para tentar obter a justiça que o senso comum na EAESP evidencia o tempo todo. O que fizeram essas pessoas contra a instituição? O que ocorreu me traz um sofrimento que eu não esperava, difícil de descrever, sobre uma perda em muitas dimensões, especialmente a do relacionamento com pessoas queridas, a de estar em um lugar em que se cria o novo.
O que me ocorreu me traz um sofrimento sobre uma perda em muitas dimensões, especialmente a de estar em um lugar em que se cria o novo. Professor, em que áreas da escola o senhor já atuou e que funções desempenhou recentemente? Ingressei na EAESP em setembro de 1972, recém-formado na Escola Politécnica da USP, ao mesmo tempo em que fazia lá meu mestrado e também lecionei de 1972 a 1974. Em 1974 prestei concurso para a carreira na EAESP, nela ingressando, atraído especialmente pelo ambiente de liberdade de expressão e de intenso desenvolvimento intelectual e humano existente. Já há muitos anos, atingi o nível de Professor Titular D, grau máximo da carreira na EAESP. Fui Chefe eleito, por quatro mandatos, o último em 11/2007, por aclamação, do DIMQ Departamento de Informática e Métodos Quantitativos. Fui, também, Coordenador eleito, por dois mandatos, do NATAD – Núcleo de Assessoria Técnica e Administrativa, que, posteriormente, passou a denominar-se GV Consult e, mais recentemente, foi integrado à FGV Projetos.
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matériaCentral Entre 1990-1991, desenvolvi projeto pioneiro de educação suportada por computador, creio que o primeiro de toda a Fundação Getulio Vargas, por meio do qual foram desenvolvidos dois cursos que possibilitavam a auto-aprendizagem. Esse projeto foi uma semente para o GV Net da EAESP (atualmente integrado ao FGV Online). Em 1994, por solicitação do então Diretor, Prof. Michael Zeitlin, desenvolvi o primeiro Plano Diretor de Tecnologia de Informação para a EAESP. Em decorrência dos bons resultados alcançados, fui convidado pela Mantenedora para desenvolver o Plano Diretor de Tecnologia de Informação para a Fundação Getulio Vargas como um todo. Criei, no final de 2005, e coordenei, desde então, o TecGov – Centro de Estudos em Tecnologia de Informação para Governo que, em pouco mais de dois anos, realizou mais de 60 eventos abertos importantes, um congresso internacional, patrocinou feiras internas na EAESP de Tecnologia de Informação com trabalhos de seus alunos; foi, certamente, um dos centros de estudos mais ativos da EAESP. Atuei em dezenas de projetos de consultoria, por meio da GV Consult, em organizações públicas e privadas. Dessa atuação resultou grande parte dos atestados de capacitação técnica que a FGV tinha na área de tecnologia de informação, quando da GV Consult me afastei, em 2003. Participei de muitos Conselhos e Comissões importantes na EAESP, destacando-se: Conselho da Consultoria Júnior Pública (deste ainda participo, até final de 2008, por convite que recebi, há alguns dias, em uma demonstração de solidariedade do Presidente e todos os integrantes da Júnior Pública), Comissão de Planejamento Estratégico, Comissão Consultiva do GV Consult, Comissão de Tecnologia de Informação, Comissão Propositora de Perpetuação da Memória do Professor Celso Augusto Daniel, Comissão do Projeto Repensar o Graduação, Comissões (2) de Governança, membro eleito do Conselho Deliberativo da FGV-PREVI (Sociedade Civil FGV de Previdência Privada); sou, também, membro do Conselho Deliberativo do Instituto (Associação) de Ex-Alunos da Fundação Getulio Vargas em São Paulo.
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Como pesquisador do GV Pesquisa, conduzi diversos projetos, tendo tido um novo projeto aprovado em dezembro de 2007, que se estenderia por todo o ano de 2008. Entre esses projetos, há um de grande destaque, realizado em 2007, que fez uma avaliação de nível de web-gov (eGov via web) de todos os Municípios do Estado de São Paulo. O resultado desse projeto está atualmente sediado no Portal do Governo do Estado de São Paulo, disponibilizado a todos os interessados, especialmente gestores municipais (http://www.gestaopublica.sp.gov.br Pesquisa Municípios.SP na WEB). Esse projeto teve ampla repercussão nacional; em 14/02/2008 apresentei-o na Conferência Mundial para o Desenvolvimento de Cidades; foi, também, apresentado em diversas outras conferências internacionais importantes. Fui autor ou co-autor de nove livros e dezenas de artigos e trabalhos apresentados em congressos e conferências internacionais e nacionais na área de tecnologia de informação aplicada. Tive dezenas de alunos orientados que concluíram o Mestrado e/ou o Doutorado com excelentes dissertações e teses. Fui, de forma geral, sempre bem avaliado pelos alunos, e, mais recentemente, com os critérios de destaque implantados na EAESP, estive entre os 5% e também entre 25% mais bem avaliados no curso de Graduação, em vários semestres. Também no sistema interno de avaliação de professores (DU – Documento Único), sempre obtive pontuação elevada, várias vezes acima de 80 pontos - o número base para ser alcançado, para professores de Carreira, era de 30 pontos. Esta situação toda está relacionada, de certa forma, a um projeto conduzido pelo senhor para o Estado de São Paulo. Como começou esta história? O motivo alegado para minha demissão, em 01/02/2008, foi um documento pessoal que encaminhei, protocolizado às 17h30min de 28/01/2008, ao Secretário de Estado de Transportes de São Paulo (SETSP), solicitando reunião para tratar assunto que há anos vinha se estendendo, sem solução nem transparência, pelo menos para mim e para a equipe que trabalhou em um importante projeto para essa Secretaria.
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matériaCentral Resumo uma longa história que está, de qualquer forma, completamente documentada em um “Dossiê do Projeto” e documentos complementares que, em diversas ocasiões (entre 2003 e 2007), encaminhei à GV Consult, FGV Projetos, Presidência da FGV e Secretaria de Estado de Transportes de São Paulo; alguns desses encaminhamentos foram por documentos pessoais registrados. Em nenhuma dessas ocasiões tive a atenção que eu julgava que a situação exigia; em várias delas nem mesmo uma resposta eu tive. O projeto foi contratado em meados de 2002, após mais de um ano de trabalhos preparatórios, na época da gestão do Prof. Michael P. Zeitlin na Secretaria; foi realizado e entregue, em abril de 2003, já na gestão de novo Secretário. Consistia em desenvolver e implantar sistemas e ferramentas para aperfeiçoar e tornar mais transparente a gestão na SETSP, e visava controlar, com muito rigor, contratos, obras e processos da SETSP e organismos diretamente a ela vinculados (DER, ARTESP, DERSA, Departamento de Hidrovias e Departamento de Aeroportos do Estado de São Paulo); estava, inclusive, em sintonia com outro trabalho anteriormente desenvolvido, com a minha participação, também pela FGV, para a Secretaria de Estado da Fazenda de São Paulo. Antes de ser contratado, o projeto foi apresentado à Assembléia Legislativa de São Paulo e ao CONEI - Conselho Estadual de Informática, tendo sido aprovado em ambas as instâncias. Além disto, também apresentei, na época, a proposta do projeto em um dos mais importantes fóruns e congressos mundiais sobre infra-estrutura (incluindo transportes, energia, etc.), a 5th International Conference on Technology Policy and Innovation, realizada na Holanda, em que o projeto foi considerado como bastante inovador. No entanto, foram muitos os obstáculos que enfrentamos para a realização do projeto, após a saída do Prof. Michael da SETSP, em setembro de 2002: reuniões difíceis de serem marcadas, falta de pagamentos, objeções ao projeto muito após a fase de especificação ter sido concluída e os sistemas já terem sido desenvolvidos, entre outros - uma grande equipe envolvida no projeto pode isto testemunhar.
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Mais, ainda que os produtos do projeto tivessem sido especificados e aprovados nas suas fases iniciais, após a entrega do projeto algumas áreas e organismos da SETSP passaram a solicitar novas demandas, que nos obrigaram a manter a equipe trabalhando até 2004, sempre com a promessa de que os pagamentos pendentes seriam feitos – tais pagamentos nunca ocorreram.
reuniões difíceis de serem marcadas, falta de pagamentos, objeções ao projeto muito após a fase de especificação ter sido concluída e os sistemas já terem sido desenvolvidos, entre outros - uma grande equipe envolvida no projeto pode isto testemunhar. Estranhamente, em fevereiro de 2004, surgiu uma notificação anônima junto ao Ministério Público de São Paulo, de que a FGV teria sido contratada para esse projeto sem licitação - vale lembrar que a FGV pode ser contratada com inexigibilidade de licitação, por notória especialização, e isto ocorre regularmente. Por que esse documento anônimo surge muito depois de os serviços terem sido entregues, e na fase mais intensa de nossa cobrança de uma posição da Secretaria de Transportes? Obviamente, não há como inferir o que quer que seja de um documento anônimo, mas certamente ele colocou ainda mais obstáculos para a solução das pendências existentes. Era fundamental, então, que a FGV, além de cobrar da SETSP os valores devidos, também empenhasse todos os esforços possíveis para esclarecer, ao máximo, quaisquer dúvidas que pudessem existir sobre o projeto; havia farta documentação sobre os trabalhos realizados, produtos entregues, dificuldades e obstáculos encontrados e cargas adicionais de trabalho exigidas; não haveria qualquer motivo para não empenhar todo esforço necessário para total clareza e transparência no processo.
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matériaCentral Em abril de 2007, ao solicitar, por carta pessoal, mais uma vez, reunião com a SETSP, para que a situação pudesse ser esclarecida, fui informado de que havia sido formalizado um Termo de Quitação entre as partes, em dezembro de 2006 - sem que ao menos eu tivesse sido informado. A carta por mim encaminhada, como pessoa física, em janeiro de 2008, apresentava, em linhas gerais, a mesma demanda da carta anterior, de abril de 2007. Meu objetivo, ao solicitar a reunião, era procurar esclarecer todas as questões relacionadas ao projeto e ao destino dado aos recursos originalmente empenhados para o mesmo. Creio que esse tipo de atitude, objetivando total transparência, deveria ser, antes de punido com uma demissão, desejável em qualquer organização. Por outro lado, a FGV não assumiu a responsabilidade que tinha pelo pagamento integral aos que do projeto participaram. Nem pagamentos, nem esclarecimentos internos, nem esclarecimentos ao Ministério Público eram fornecidos de forma completa, como eu julgava necessário. Fui duramente afetado, como pessoa física, em vários sentidos, incluindo enorme perda financeira em trabalho de anos; mas, muito mais importante que esta perda é o respeito que não tive, e que a situação, de meu ponto de vista, não teve.
o motivo real dessa demissão era conhecido: a minha clara posição em relação à governança da FGV, especialmente quanto à necessidade respeito ao Regimento. Quem demitiu o senhor? A EAESP ou a Fundação? A diretoria ou a presidência? Ou foi uma a mando da outra? Eu recebi a informação da demissão por meio da área de Recursos Humanos da FGV (fato inusitado em relação à dispensa de professores de carreira); o que me informaram foi que a demissão partiu diretamente da Presidência, coincidindo, também, com o que me foi relatado por colegas que estavam presentes em reunião com a Diretoria da EAESP, para informar a respeito dessa demissão.
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Se isto ocorreu, mais uma vez, regras, costumes e o regimento não foram considerados. O motivo alegado para a demissão foi “justa causa por insubordinação”. Qual foi a “insubordinação”? A única coisa que consigo imaginar é que se entendeu como insubordinação o meu encaminhamento, por carta protocolizada, de solicitação de reunião com o atual Secretário de Transportes do Estado de São Paulo, com cópias para o Governador do Estado (Casa Civil) e para o Ministério Público do Estado de São Paulo; eu lá estava como pessoa interessada em obter esclarecimentos a respeito de uma situação que para mim não estava clara, e para a qual eu julgava necessário o máximo de transparência; ressalte-se, ainda, que essa carta pessoal foi uma atitude limite, após inúmeras tentativas de boa vontade para entender o que ocorria, desde 2003, sem que nunca tivesse recebido a atenção necessária. Eu continuo a me perguntar: Qual foi o erro cometido? Querer transparência? Há mais de 30 pessoas que participaram do projeto que também merecem consideração e informação. Por que o projeto não foi implantado? Por que a SETSP não cancelou o contrato, se não o queria? Quais foram os destinos dados às verbas originalmente destinadas ao projeto, em 2003? Por que somente ao final de 2006, três anos e meio depois de entregue (mas não pago), o projeto é encerrado com um Termo de Quitação, sem qualquer informação ao seu coordenador? Pode ter havido a quitação, mas não os esclarecimentos necessários, que eu então buscava, pessoalmente, na medida em que da FGV não os tinha. Muitos estão certos de que sua demissão teve como real motivação sua intensa participação no processo de Governança da EAESP. O que o senhor acha disto? Muitos colegas comigo conversaram, após minha demissão, manifestando solidariedade, dizendo que eu já deveria esperar por isto, e que o motivo real dessa demissão era conhecido: a minha clara posição em relação à governança da FGV, especialmente quanto à necessidade respeito ao Regimento.
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matériaCentral Fui um dos principais envolvidos na produção de um dos mais substanciados documentos de propostas para a questão da governança da EAESP, em 2005; essas propostas foram trabalhadas na Comissão de Governança, da qual também fui dos integrantes mais ativos; as propostas finais dessa Comissão foram aprovadas pela Congregação em abril de 2007, mas, logo após, o retorno que tivemos foi a proibição de eleição para Diretoria da EAESP, que deveria ocorrer em junho de 2007. Creio que muitos dos que lêem esta entrevista devem ter sabido ou mesmo lido o discurso que fiz, em 5 de junho de 2007, na última Congregação que tivemos na EAESP, deixando muito clara minha posição com relação à necessidade de respeito ao Regimento e práticas na EAESP. Esse discurso está disponível no endereço: http://lutogv.blogspot.com/2007/06/discursoproferido-pelo-prof-norberto.html. Logo na abertura de apresentação do discurso os alunos que respondem pelo blog colocaram a seguinte observação: “Veja na íntegra o corajoso discurso do Prof. Norberto Torres. Esperamos que ele não seja demitido”. O respeito ao regimento é de fundamental importância – ele é a base sólida sobre a qual construímos uma organização em nível de excelência. O respeito ao regimento, mesmo que não se considerassem os aspectos legais, é um respeito à casa, que, por décadas, teve a contribuição desinteressada de tantos. Muitos não mais se manifestam, por medo (plenamente justificado) de perderem seus empregos e sua carreira, como comigo ocorreu, mas este sentimento de decepção e tristeza, que é de muitos, não vai se calar, ainda que suas vozes, por enquanto, se calem. Além disto, mantendo coerência com minha posição nas questões da governança, fui abertamente contrário à forma como se promoveu a demissão de professores em 2006, tendo sido, inclusive, testemunha de um desses professores em sua ação trabalhista; também mostrei, de forma clara, minha alegria ao receber de volta o Prof. Michael Zeitlin, quando de sua reintegração à EAESP.
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A marca FGV vem sofrendo uma depreciação paulatina, que vai da distribuição da marca a escolas sem a qualidade apropriada, criando McGVs em cada esquina, até a venda conjunta de cursos com assinaturas de jornal, como mostra a capa da edição 63 da Gazeta Vargas. O que o senhor acha disto? Provavelmente, fui um dos primeiros a comentar e propor, há mais de dez anos, em mais de um SAP (Seminário Anual de Planejamento), a possibilidade de parcerias da FGV com outras instituições, visando exatamente disseminar conhecimento de alto nível; mas a proposta era de que isto fosse feito com instituições renomadas, inclusive com um processo de intercâmbio de conhecimentos útil para todas as partes. Que a FGV possa promover, como parte de sua missão, a difusão de conhecimentos e excelência, não há qualquer dúvida, e o uso da marca (por todos nós construída, ao logo de décadas) seria plenamente entendido, se por meio de parcerias fortes com universidades e instituições de renome, em cada região. Como isso afeta os alunos, tanto na mensalidade, quanto na perspectiva profissional? Este é um assunto com o qual, além de tudo, tenho preocupação pessoal, pois tenho um filho que termina seu curso de graduação na EAESP neste primeiro semestre de 2008. Se não fosse por outros motivos, na medida em que haja muito mais profissionais carregando a marca FGV em seus currículos, por meio de cursos realizados em instituições conveniadas, devem ser esperados impactos sobre as remunerações futuras dos alunos da EAESP, ao longo de sua vida profissional. Certamente se instalou no mercado uma confusão de uso da marca FGV, que agora é associada tanto a alunos dos cursos regulares da FGV, e aqui focalizo os da EAESP, que percorreram processos de seleção e longos anos para sua formação, quanto a alunos das conveniadas. Além disto, as principais áreas geradoras de receitas mais flexíveis (consultoria e educação executiva, presencial e online), que estavam sob gestão direta da EAESP, não o estão mais.
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matériaCentral Todos sabem que manter cursos de alta qualidade, como os da EAESP, custa muito; as margens antigamente deixadas para gestão própria da EAESP pela consultoria e pela educação executiva possibilitavam, a meu ver, maior liberdade para estabelecer as mensalidades dos alunos; o trabalho de professores em projetos de consultoria e educação executiva subsidiava, de forma clara e transparente, os cursos regulares. A consultoria merece um parágrafo à parte: ainda que para muitos esta atividade, um pouco distante da academia pura, tenha menor relevância, em uma escola de administração de empresas ela é vital para garantir a conexão fundamental entre o desenvolvimento acadêmico e a “vida real, lá fora”. Aliás, a consultoria foi criada, ainda na década de 70, na EAESP, para atender a esta finalidade, e não como uma área de negócios independente. O que seria de uma escola de administração que tivesse em seus quadros somente professores que contassem as histórias dos outros? Recentemente, ouvi, de um destacado professor livre docente da USP, a seguinte brilhante frase: “é preciso ter construtores de idéias, realizadores dessas idéias e os contadores das correspondentes histórias”. A consultoria é uma das formas mais eficazes para atender às duas primeiras demandas. Creio que, quando GV Consult era ligada diretamente à EAESP, a distribuição das oportunidades de participação em projetos era mais democrática, possibilitando alcançar mais professores interessados nessa atividade complementar importante para sua profissão. O senhor tem algum comentário final a fazer? Há um ponto muito importante para mim, nisto tudo: em meio à imensa tristeza que estou vivendo, recebi muitas manifestações de apoio, que me ajudam muito em uma hora difícil como esta; cada parágrafo abaixo é trecho de alguma manifestação recebida - as origens não estão identificadas, no sentido de preservar esses amigos e colegas; pelo espaço exíguo, apenas algumas estão aqui apresentadas, mas a todos quero expressar minha profunda gratidão. São frases que, além do apoio pessoal, denotam o clima que muitos de nós vivemos.
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Trechos de manifestações de solidariedade recebidas · Eu, como outros, não tenho palavras para expressar a minha indignação com toda a situação. Na verdade, não consigo neste momento expressar todo o meu sentimento sobre o assunto. Não entro muito no mérito da questão com a Secretaria dos Transportes, pois como já foi dito, este fato não é o motivo, mas somente a desculpa para fazer o que fizeram. · É estarrecedor saber que é deste modo que são tratadas as pessoas, competência, dedicação pela instituição. Todos perdemos com isto, em especial a GV. · É com enorme espanto que recebo esta notícia. Você é certamente um dos melhores professores da FGV...não só no aspecto técnico, mas como pessoa. Com certeza, você é um modelo a ser seguido, e teve grande influência na minha decisão em ingressar no Mestrado, ainda nos idos de 2000. Como Coordenador do Depto., sei que estava desenvolvendo um ótimo trabalho, e só tenho a agradecer pelo apoio que recebi. Fico na expectativa de que este episódio seja superado e que o IMQ possa contar com seu brilhantismo em futuro breve! · A empresa que te demitiu, não foi aquela a que nós dedicamos a maior parte de nossas vidas! Aquela empresa começou a morrer exatamente em 2002, 2003. Desde essa época nós vínhamos nos sentindo tristes, abatidos por perdermos "a nossa Escola". · Fico muito triste ao tomar ciência do ocorrido. Certamente seu afastamento é fruto de sua postura frente a esta gestão atual da FGV. Quanto ao projeto com a Secretaria de Transporte eu estava no Conei quando você apresentou o projeto e certamente era muito importante para melhoria da gestão interna da Secretaria; não sabia dos desdobramentos todos, mas esta é apenas uma desculpa para afastá-lo da FGV. · Eu, como outros, não tenho palavras para expressar a minha indignação com toda a situação. Na verdade, não consigo neste momento expressar todo o meu sentimento sobre o assunto. Não entro muito no mérito da questão com a Secretaria dos Transportes, pois como já foi dito, este fato não é o motivo, mas somente a desculpa para fazer o que fizeram.
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matériaCentral · Eu, como outros, não tenho palavras para expressar a minha indignação com toda a situação. Na verdade, não consigo neste momento expressar todo o meu sentimento sobre o assunto. Não entro muito no mérito da questão com a Secretaria dos Transportes, pois como já foi dito, este fato não é o motivo, mas somente a desculpa para fazer o que fizeram. · Embora calejado por tantos episódios nesta Escola, ainda consigo ficar perplexo. Mais ainda, depois de tomar conhecimento dos motivos alegados para a sua saída. Creio que todos os seus colegas – amigos ou não – estão certos: seria apenas retaliação. Não sei o que dizer neste momento, além de assegurar o meu respeito ao senhor, como profissional e como pessoa. · Escrevo para transmitir minha solidariedade. É inadmissível tratar alguém com sua competência, dedicação e histórico na EAESP dessa maneira e por estes motivos. Não há nenhum argumento que justifique este atentado à sua dignidade, honradez pessoal e seriedade profissional, que, como aluno e orientando, sempre tive oportunidade de testemunhar. É muito triste ver nossa escola ser conduzida dessa forma. Como ex-aluno, fico revoltado; como docente, compreendo e fico indignado com o desrespeito à sua trajetória acadêmica na instituição. Receba minha mais forte solidariedade e conte com meu apoio no que for necessário. · Preparava-me para sair do escritório, onde ainda me encontro, e li, tanto estupefato quanto indignado. Não me restam dúvidas sobre a natureza política da injustiça perpetrada contra você, ...quando necessário, conte com meu testemunho de sua ilibada reputação, trabalho ético e inabalável espírito público sempre em defesa do bem da instituição e de seus valores.
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· Michael foi demitido e readmitido por decisão da Justiça ... Norberto foi demitido por justa causa (ouvida a Congregação?), Gustavo faleceu... E nós defendemos belos princípios! E agora José? Vamos aguardar o pneumotórax enquanto relaxamos em Pindorama? Ou não percebemos nada? · Quando fiquei sabendo da sua demissão por insubordinação, não acreditei. Não te conheço tão bem assim, mas o suficiente para constatar que há uma coerência muito grande nas suas falas, ações, nos ideais e princípios morais declarados e observados. Também é um homem muito inteligente para se permitir um ato de insubordinação. O que haveria acontecido? Agora está claro; mais uma vez a perseguição daquele que busca a verdade e a justiça! Eu não consigo sequer imaginar como você deve estar se sentindo, mas eu sei que nenhuma dor é para sempre e nunca é em vão.
· Lamento muito mesmo por isto! Sabemos como a FGV é importante para uma pessoa que dedicou a vida ao ensino, ao que há de melhor no conhecimento, e que ajudou a fazer da FGV o que ela representa hoje no mundo como instituição de ensino. · São estas atitudes brutais contra a inteligência e ao reconhecimento do esforço competente, que tornam este país cada vez mais pobre e menos nobre.
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Prof.Zeitlin Caro Norberto, agora que você foi demitido em circunstâncias absurdas desejo dar meu testemunho sobre sua atuação. Por ocasião de meu mandato de diretor da Eaesp, tornou-se claro para todos nós, que estávamos muito atrasados em instalações de informática para uma Escola que pretendia ser pioneira e competir com as melhores. Os membros da Diretoria passaram a ouvir colegas da área, com um departamento de Informática entre os departamentos acadêmicos, não faltaram sugestões e conselhos. Desde "chama a IBM que ela resolve", até quem achasse que não valia a pena muito esforço. Tendo ouvido todos que desejavam falar, chegamos a conclusão que sua proposta fazia muito sentido, tinha começo, meio e fim. Fiquei um pouco assustado quando voce disse que poderiamos preparar aulas em casa e enviar via correio eletrônico para a gráfica e apanhar o material no dia seguinte para poder dar aula! Era tão diferente de nossa realidade. O projeto foi implantado e a Escola pulou do grupo dos 10% piores para o grupo dos 10% melhores.
Quando anos depois à frente da Secretaria de Transportes decidimos que ao lado de um planejamento para os próximos 20 anos deveríamos implantar um sistema informatizado ocorreu-me que poderiamos repetir a boa experiencia da EAESP. Sabendo que estariamos incomodando muitas pessoas tomamos o cuidado de obter todas as autorizações necessárias, da Secretaria de Governo e Gestão Estratégica, que tinha a função de aprovar planos diretores de informática, utilizando a propria Prodesp, até informarmos a Comissão de Transportes da Assembléia Legislativa. Enquanto fui Secretário continuei dando apoio à implantação tendo feito reuniões publicas com todos funcionários prevenindo-os que as mudanças afetariam a todos e que o sistema de trabalho mudaria. Nesta ocasião eu já tinha me acostumado a sonhar e achava que chegariamos ao ponto de policiais terem "palm top". Fomos mais longe substituimos os policiais por radares, mais justos e com menor dose de subjetividade, sem falar de outras vantagens. Salvamos muitas vidas. Por toda esta sua colaboração sou-lhe muito grato! Tenha certeza, justiça será feita. Abraços do Michael
especialXEROX Para esta edição, preparamos uma entrevista informativa com o DAGV para prestar esclarecimentos acerca da situação atual da Xérox do primeiro andar. Porém, em cima do fechamento, fomos informados de que a entrevista não deveria ser publicada, pois temiam que alguma declaração pudesse vir a prejudicar a ação judicial que enfrentam. Como forma criativa de preencher o espaço destinado à entrevista e também como protesto pela falta de esclarecimentos públicos da situação, aqui vai uma receita de Arroz à Grega. Para mais esclarecimentos, procurem o DAGV.
INGREDIENTES: 3 xícaras de arroz - 6 xícaras de água - 1 caixa de passas Queijo Parmesão ralado - 5 colheres de ervilha Manteiga - Óleo - Pimentão, Cebola, Salsa, Cebolinha Verde e Cenoura - Sal
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MODO DE PREPARO: - Leve uma panela ao fogo com água, sal e um pouco de óleo. - Quando a água ferver, coloque o arroz lavado e escorrido. Mexa o suficiente, diminua o fogo e deixe a água secar. - Aí, então, retire o arroz do fogo, tampe bem e deixe por mais algum tempo até ficar completamente pronto. - À parte, leve uma caçarola ao fogo com a manteiga e aí frite as passas e as ervilhas. - Jogue, em seguida, em uma travessa grande. - Junte a cebolinha verde, a cenoura, o pimentão, a cebola - cortados em pequenos pedaços - a salsa e o parmesão. - Junte, por fim, o arroz cozido, misturando tudo cuidadosamente.
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especialXEROX Barrigando as fotocópias Pedro Guerra Ainda que se diga que a boa tese é como um porco, deve ter todas as suas partes aproveitadas, neste espaço, quero apenas chamar a atenção para um problema flagrante nesta faculdade, que se arrastou por muitos semestres até seu dramático desfecho nas primeiras semanas de aula: a questão das fotocópias. Diariamente, os alunos têm uma carga X de leitura para cumprir, sendo que esta forma de estímulo faz parte da proposta pedagógica da faculdade de fazer com que o aluno tenha contato prévio com o assunto que será tratado em sala de aula, o que lhe permitiria contribuir mais produtivamente para as discussões. As leituras prévias são indicadas pelos professores que, a fim de evitarem uma visão unilateral e tacanha de suas disciplinas, fazem uma seleção de trechos das obras de diversos autores sobre variados temas. Após o término do horário letivo, os alunos consultam o e-class ou algum colega mais informado sobre as leituras para o dia posterior e dão início ao ritual diário de fotocopiar os trechos das obras que foram selecionados. Alguns professores montam apostilas que ficam a venda no começo dos semestres, outros passam para o aluno o trabalho nada difícil de desrespeitar direitos autorais. Em outras palavras, alguns professores lavam suas mãos em relação ao que exigem como leitura prévia, incumbindo o aluno de desrespeitar a lei ou comprar livros caros para que se leia uma meia dúzia de páginas. Outros, assim como os alunos, desrespeitam os direitos autorais. Uma terceira categoria pede autorização para as editoras e para os autores, de modo que fazem uso do trabalho intelectual do autor dentro de limites normativos. Edição 72* 28 de março de 2008
Nas escolas de Administração e Economia estas atividades eram, até então, exercidas dentro da própria faculdade, sendo que os lucros auferidos com as fotocópias eram destinados (ao menos em parte, segundo nossas informações) ao Diretório Acadêmico. O D.A., que já havia passado por constrangimentos, atuava dentro de limites: podia fotocopiar X% das obras dos autores. Mas, devido às últimas inspeções com a pretensão de zelar pelos direitos autorais, o DA viu o cerco fechar para suas atividades. Na escola de direito, adotou-se medida mais simples: tirar fotocópias ficou terminantemente proibido em seu prédio, o que só não se tornou um problema de proporções colossais para os alunos em virtude de um estabelecimento vizinho cuja interpretação da lei é digamos “expansiva”. Quando questionada do porquê desta medida, a resposta dada pela coordenação foi a de que “a faculdade de direito da GV ainda não tem tradição”. Ou seja, como ainda não há tradição, não se pode burlar a lei. Outra justificativa foi a de que, como se trata de uma faculdade de direito, é dever da coordenação saber que é ilícito fotocopiar coisas sem respeitar os direitos autorais. As faculdades de economia e administração teriam, portanto, o álibi de serem faculdades que não estudam leis. Isto soa bem esquisitinho, sobretudo quando se ouve dos professores de direito que se parte do pressuposto que todos os cidadãos brasileiros têm conhecimento dos limites que as normas do ordenamento jurídico impõem a suas atividades. Parece não haver interesse em regulamentar esta atividade básica dos alunos, e isto surpreende, sobretudo em uma faculdade onde critérios de qualificação como eficiência e transparência são tão caros. Enquanto não houver medidas razoáveis e propostas consistentes para o problema, não só entidades como o DA continuarão a ser prejudicadas, mas todos os alunos da FGV-SP, sendo que os de direito ainda terão que continuar a ouvir despautérios de sua coordenação.
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utilidadePública
Bolsa de Valores sem Segredo Yordanna Colombo Já pensou ser sócio do Sr. Jorge Paulo Lehman? E do Sr. Jorge Gerdau? “Basta comprar ações da Ambev e da Gerdau”, sintetiza o Diretor da XP Educação – uma das maiores empresas de educação financeira do País – Gabriel Leal. “Uma ação representa uma fatia do capital acionário da empresa, logo, ao investir em ações estamos nos tornando sócios dos melhores gestores e das melhores empresas do País”, explica. A procura por este tipo de investimento aumenta a cada ano. Com a redução da taxa de juros, os investimentos em renda fixa passam a ser cada vez menos rentáveis ao contrário dos investimentos em renda variável, que passam a ser bem mais atrativos. O investimento em ações é uma excelente forma de diversificação. O investidor pode aplicar em siderúrgicas, bancos, empresas de petróleo ou educação de forma simples e segura. Além disso, ações, ao contrário de imóveis, é um investimento de grande liquidez, não há dificuldades em vender ações ou resgatar seus recursos de um fundo de investimento. Para Leal, é fundamental, para obter sucesso e boas rentabilidades no mercado acionário, buscar aprender sobre o assunto. “Investir em ações é sem dúvida a melhor aplicação para o longo prazo. Mas buscar aprimorar o conhecimento no assunto é a melhor maneira de começar seu investimento”, acrescenta. O Diretor da Área de Relação com os Investidores da Localiza, maior rede de aluguel de carros do Brasil em número de agências, Silvio Guerra, disse em uma palestra promovida pela XP Educação que as pessoas deveriam aprender sobre mercado financeiro para terem opções de decidir sobre seu futuro. No entanto, o assunto dinheiro parece que ainda não entrou nas rodas de ensino do Brasil. Como se fosse insano ou feio falar a palavra “dinheiro”. “O principal objetivo da XP Educação é desmistificar o mercado de ações através do conhecimento”, anuncia o diretor, Gabriel Leal.
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A XP possui um extenso programa de educação financeira com o objetivo de ajudar as pessoas a entenderem o mercado de ações além de cursos básicos com módulos práticos e simuladores de bolsa. “Desenvolvemos também cursos avançados sobre análise técnica, derivativos e opções”, diz Leal. O que é uma ação? O que é a Bovespa? Qual é a importância da Bolsa para a economia? Por que as empresas abrem capital? Como o mercado funciona? Estas são algumas das questões que muitos brasileiros procuram respostas. A falta de alfabetização financeira vem contribuindo para o fracasso de milhões de pessoas na gestão das suas finanças, simplesmente, por não terem o conhecimento de como administrar seus rendimentos e, muito menos, saber onde, como e quando, investir seu dinheiro. O objetivo da educação financeira deve ser o de criar uma mentalidade adequada e saudável em relação ao dinheiro e possíveis investimentos. Para buscar melhores rentabilidades no mercado de renda variável, é necessário obter conhecimento prévio, caso contrário os prejuízos podem ser grandes. “Por isso, fazer cursos como os da XP Educação são fundamentais para se ter sucesso e boas rentabilidades no mercado acionário”, explica o diretor da empresa. A XP tem operações em todas as capitais do sul e sudeste e já treinou mais de 25 mil alunos. Para Leal, qualquer pessoa pode investir em ações. Não existe limite mínimo para começar e é muito mais simples do que parece. O mais importante é a pessoa buscar estudar o assunto antes, para não se tornar um aventureiro. O Técnico Florestal, Gilson Stein de 22 anos, conta que participou do curso Aprenda a Investir na Bolsa de Valores da XP Educação porque sabia que os investimentos em ações apresentam retornos superiores às aplicações em renda fixa no longo prazo. “Mesmo no Brasil, em que as taxas de juro desde o início do Plano Real (1994) mantiveram-se em patamares extremamente altos, as ações de muitas companhias bateram com folga o retorno do CDI (taxa de juro praticada entre os bancos e que serve de referência para aplicações em renda fixa)”, explicou. “Antes de conhecer sobre a bolsa de valores, tinha o plano de fazer um financiamento, para comprar um carro, pagar R$ 300,00, R$ 400,00, isto claro que iria pagar juros sobre este dinheiro, agora penso em investir esse dinheiro em ações, para depois comprar o carro à vista”, acrescenta.
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coluna
Não gorjeiam como cá Felipe Scudeler Salto 7º semestre - Economia Ex-editor-chefe Gazeta Vargas Os resultados políticos da República, no Brasil, relacionam-se com uma história de tentativas desenfreadas de articulação de falsos consensos. A partilha de cargos públicos, usada como único instrumento para governar, aliada à inexistência de ideais e de objetivos coletivos e partidários comuns (entre beneficiados e governo) acaba confirmando o Brasil sob o manto do “mandonismo”. “Política Brasileira” é a mistura do “Estado”, da “República”, do “Governo”, das “Vidas Particulares de Excelências Mascaradas (nem todas)” e dos vícios de “Partidos Burros e Mestres em Politicagem Barata”. Sérgio Buarque de Holanda mostra, em “Raízes do Brasil”, que o Estado brasileiro surgiu e consolidou-se à luz do “familismo” – extensão das relações familiares aos âmbitos burocráticos e políticos. O que somos, gostem ou não, esperneiem ou não, é algo semelhante a um país em construção, uma obra embargada, um desastre político – nada mais. Eis os argumentos: (i) a política nacional foi construída através do consenso e da adequação de interesses das elites político-econômicas; (ii) somos uma República inacabada, com poucos avanços no reconhecimento amplo por parte da sociedade; (iii) a democracia não é um valor tácito, ainda, para muitos de nós; (iv) as instituições democráticas não inspiram orgulho para os brasileiros. Estes pontos permitem concluir que não há unidade nacional e não há República Democrática, ainda, no Brasil, mas apenas estruturas “montadas de cima para baixo”, sem necessário reconhecimento por parte da sociedade. Em suma, somos um país que demanda diálogo e inclusão. Desde a dicotomia “liberais x conservadores”, que dominou o debate político do período imperial, contrapondo a descentralização do poder à centralização e exaltação do monarca como instituição essencial à unidade nacional, respectivamente, têm predominado as soluções consensuais. Estas eram adequadas a ambos os lados e conduziam a equilíbrios nem sempre favoráveis à nação, mas, sim, à elite econômica; eram os principais instrumentos de articulação do jogo político e que as instituições brasileiras conservam até hoje entre seus membros.
Edição 72* 28 de março de 2008
Ou a República foi um verdadeiro pacto, uma solução aceita e aclamada por todos, onde os militares foram “salvadores da pátria” e proporcionaram um avanço ao Brasil, ou apenas a solução mais óbvia para que se acalmassem os ânimos do debate “liberal x conservador”, já que a possibilidade de constituição de uma federação traria autonomia, sim, mas com controle, sem “a desgraça” da liberdade irrestrita. A República, desde o início, foi um acordo firmado para que a unidade nacional fosse garantida, mas, principalmente, para que a elite político-econômica se satisfizesse e fincasse seus pés nos meandros do poder. É disso que vivemos até hoje – do consenso forjado, a cada dia, pelos “brilhantes representantes do povo (que povo?)”, que não hesitam em articular obtenções de benefícios do Executivo. São profissionais mais que eficientes, que não medem esforços em ignorar a necessidade de consolidação de seus partidos como sustentadores de objetivos claros, de projetos de desenvolvimento para o país e de ampliação da legitimidade da democracia. Em 1988, um senador dizia que era preciso aprender a fazer política pelo contraditório e conscientizar-se de que o consenso nem sempre poderia ser costurado sem nenhum custo para a população. Seu nome: Fernando Henrique Cardoso. Claro, tal concepção ainda está longe de habitar o imaginário e as ações dos parlamentares. A democracia brasileira é um “acaso” que nos acometeu e que nos foi legado sem a devida preocupação, no que tange à participação real da sociedade e à conscientização de que há um sistema de representação. É preciso cultivar, entre as famílias, empresas, órgãos públicos e autarquias, nos âmbitos políticos municipais, estaduais e federal, o espírito republicano e democrático. Vive-se uma República – “a coisa pública” – que se difunde a passos lentos, que está distante de ser um valor aceito, compartilhado, identificado e defendido pela maioria da população. Estabelece-se, assim, um problema que não passa de falta de identidade nacional em sua faceta política (e possui outras?). Em “O motivo edênico no imaginário social brasileiro”, José Murilo de Carvalho mostra como o brasileiro não se ufana por nada que não esteja relacionado às belezas naturais do Brasil, à sua paisagem. O que pensamos? Quais as nossas referências e identidades? Não nos vemos refletidos em nada que tenha sofrido modificações ou construções – tanto instituições políticas, quanto quaisquer outras (como a literatura ou a medicina, etc.). Somos um país tropical e belo. Só. Somos únicos, singulares! Diferentes e saborosas jabuticabas aguardando a colheita, aves a gorjear, inigualavelmente, para os incansáveis vigias e protetores do ninho dos donos do poder: o “Ninho – Brasil”.
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políticaInterna (des)Respeitável Público Felipe Fabris “Que bobos, eles pensam que os jornalistas escrevem com as mãos.” Há muito tempo, por não ter medo de dizer a verdade, Antonio Maria, então jornalista da Última Hora, foi espancado por capangas e, principalmente, teve suas mãos pisoteadas para que não pudesse escrever. No dia seguinte, em sua coluna, ele cunhava essa frase. Quando entrou na FGV, em 2003, minha prima pagava R$1300,00 de mensalidade. As DP's não eram pagas. O GVconsult e o GVpec ainda faziam parte das grandes idéias aplicadas em combate ao déficit da EAESP. A diretoria ainda era conduzida por gestores eleitos, inclusive com votos de representantes dos alunos. A presidência, lá no Rio de Janeiro, não demitia qualquer professor que fosse contrário às suas decisões. A FGV não tinha, e continua não tendo, um informativo que apresente aos alunos e interessados o que acontece nos miolos da fundação – nós, da Gazeta Vargas, o fazemos de forma independente. Caso recente é o do prof. Norberto Torres, o máximo que eles informaram sobre sua demissão foi um impresso afixado no 5° andar dizendo quem seria o novo chefe do departamento IMQ. Os alunos ingressantes no 1°/2008 estão pagando, por mês, R$2100,00, 60% a mais do que há cinco anos, ainda com aquele sorriso de quem tem certeza de que entrou na melhor escola de administração do país. Sem dúvida que entraram, ao menos por enquanto. A escola deu pen-drive com o logo da GV, viagem de integração, entre outras regalias, como se quisesse comprar a confiança do calouro (e como se ele não estivesse pagando, e muito, por tudo isso).
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Eu imagino como pode uma escola que ensina tanto sobre administração abolir os principais arrecadadores de caixa da faculdade, como o recém-rachado-ao-meio PEC e o há-temposabsorvido-pela-Mantenedora GVconsult. Imagino, ainda, por que abrir mão dessas garantias e aumentar a mensalidade dos alunos em seguida. Terá nosso dinheiro o mesmo fim? Seremos nós as novas garantias de caixa (leia-se dinheiro, grana, bufunfa, como quiserem) da faculdade? Vou além, ainda não sei a razão para baixar um novo regulamento na escola sem consultar a opinião dos alunos. Golpe baixo, senhores. Baixo como foi o golpe desferido ao professor Norberto. Baixo como será o valor dos nossos diplomas se aceitarmos calados tanta baixaria. Que tipo de estratégia é essa? Será que para a Mantenedora, como disse o professor Michael Zeitlin em entrevista à edição 66, “o apego ao cargo foi maior do que a vontade de acertar”? Será esse tipo de administração que eles querem ensinar aos gvnianos? Espero que não sejam eles os exemplos de líderes que a EAESP pretende formar. Se liguem, colegas, os ditadores mais ferrenhos também foram líderes. Quando ando pela faculdade, tenho a impressão de que o Big Boss da escola nos olha por cima e pensa “olha lá o palhaço, que gozado”. A GV, apesar da excelência em ensino prevista na própria missão da escola, parece ter certeza de que ninguém vê ou se importa com aquilo que se passa no backstage desse nosso picadeiro. Pelo menos é a impressão que dá ao se juntar todas as peças desse quebra-cabeça de alguns anos de bagunça que tem sido a administração da EAESP. Eles pensam que os alunos só aprendem assistindo aula. Que bobos. Mal sabem eles que o exemplo vem de casa. *Uma homenagem a todos os alunos que fazem da nossa profissão a de não aprender apenas assistindo aula.
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espaçoAberto
Jorginho neles Alfred Nobel(1833-1896), químico e inventor sueco, inventou o TNT (dinamite). Ao ver a sua obra prima sendo usada para fins militares, caiu em profundo desgosto, pois a ela estava sendo atribuído um uso deturpado da idéia inicial que seria a construção civil. Tentando amenizar o peso em sua consciência, Nobel exigiu, em seu testamento, que um prêmio anual em nome da Fundação Nobel fosse criado para premiar aqueles que contribuíssem para a paz mundial. Alberto Santos Dumont(1873-1932), imortal brasileiro e pai da aviação mundial, ao ver a sua invenção, o avião, sendo usado para atacar pessoas e arrasar campos de batalha, caiu em uma angústia tão profunda que decidiu dar fim à própria vida. A sua obra prima, assim como a de Nobel, havia caído em mãos erradas. Pois bem, Jorge Guinle(1916-2004), também conhecido como Jorginho Guinle foi o maior “playboy” da história brasileira. Herdeiro da milionária fortuna da Família Guinle, dono do Hotel Copacabana Palace, Jorginho decidiu jamais trabalhar em sua vida e se especializou em como gastar dinheiro. E, indiscutivelmente, se tornou brilhantemente genial em fazê-lo. Assim como Santos Dumont conquistou os ares, Nobel a Dinamite, Jorginho gabava-se de ter conquistado famosas atrizes de Hollywood como Marilyn Monroe, Marlene Dietrich ,Hedy Lamarr, Rita Hayworth, Romy Schneider, Kim Novak, Ava Gardner, Susan Hayward, Jayne Mansfield, e Janet Leigh. “Vivi o que quis,quando eu quis", frase em que ele mesmo se definiu em uma de suas ininterruptas festas luxuosas na suite do “Copa”. Opiniões à parte, tal frase jamais poderia ser dita por Nobel ou Dumont que dedicaram toda a sua vida aos estudos. Certa Vez, em meio a uma conversa com o amigo americano Bloomingdale, dono da gigante cadeia de lojas americanas, os dois Edição 72* 28 de março de 2008
Certa Vez, em meio a uma conversa com o amigo americano Bloomingdale, dono da gigante cadeia de lojas americanas, os dois falavam sobre dinheiro quando de repente tiveram uma idéia: por que não substituir o dinheiro em papel por algo como um cartão de plástico com uma identificação? Instantaneamente Bloomingdale convidou Jorginho para, em sociedade, entrar nesse negócio. O americano entendia como ninguém de comércio e o Playboy carioca como ninguém de gastar, seria o “know-how” perfeito para aquela gestão. Entretanto, Jorginho se recusou e não quis participar do negócio, achou que o tal “cartão de crédito” ,como tinham pensado, iria criar muita dor de cabeça para seus usuários. Com seu pensamento vanguardista o carioca não quis correr o risco a que Nobel e Dumont se submeteram. Os dois imortais inventores se auto-incriminaram ao verem suas respectivas obras primas caindo em mãos erradas. Já o Playboy, ao que tudo indica, conseguiu enxergar cinqüenta anos além de seu tempo, e previu o tipo de uso que políticos corruptos e pessoas mal-intencionadas fariam de seu cartão. Não quis correr o risco de ver a sua criação (o cartão de crédito) sendo usada para nossos representantes desviarem o dinheiro público, pagarem contas pessoais e, sem dúvida, ter o seu real foco desviado , o qual era somente tornar mais práticas as suas gastanças. A farra com os cartões corporativos passou dos limites e hoje, como se já não bastasse jogar nossos impostos “ralo abaixo”, somos obrigados a ver os tributos, pagos com trabalho, financiando compras no Free Shop e tapiocas em lanchonetes. Declaro aqui o meu total apoio à CPI dos Cartões. Porém desta vez a CPI não terá como Presidente o Delcídio Amaral. Sugiro como Presidente imortal/vitalício e honoris causis Jorginho Guinle, que mesmo perito em gastanças fica parecendo um amador perto da turma do Governo, a qual conseguiu gastar R$ 75 Milhões em apenas um ano.
Danilo Costa Filho 27
matériaReflexiva
SEXO EXPLÍCITO NA DIREITO GV O Comitê-Central da EDESP está em pânico e o CA sabe o porquê. O bicho Zero Um soltou a voz e já no primeiro dia de sua experiência acadêmica pediu para sair. Humilhado com o trote dado por seus companheiros advogados que colaram na prova de Direitos Humanos, Zero Um foi forçado a manter relações sexuais em plena via pública com o asfalto. Não agüentou. Soltou o bico. Essa notícia que acabo de descrever foinos contada em sala de aula por um alto dirigente do Partido que, meio constrangido, meio ríspido, pediu calmamente para nos lembrarmos de Nuremberg e não repetir o feito. Não colou. O que deveria ser recebido como um expurgo para a Sibéria surtiu o efeito de uma bomba de gás hilariante, pois essa brincadeira, normal para quem já passou por esse ritual de humilhação, é inédita aos olhos de um burocrata do ensino superior. O que me intriga, no entanto, é que os mesmos juristas que há uma semana estavam se deliciando com o show, hoje juram eterna fraternidade com os antigos objetos de seu deleite. Sugiro duas explicações para essa brincadeira estranha: a primeira chama-se “tudo pela unidade” e a segunda, covardia. A origem da idéia de mandar os outros se roçarem no asfalto é incerta, mas nada que a psicologia moderna não explique. É assim. Eu e uns veteranos estamos dispostos a gastar uma manhã para nos divertir com os calouros. Eis que um sugere algumas brincadeiras como, por exemplo, uma piscina de 1.000 L só para as “bichetes”. Boa. Mas o outro quer colocar a música do “Créu” no último volume e fazer um concurso de dança.
Sendo que eu quero é mesmo mandá-los fazer o elefantinho. Duas uma: ou o grupo se parte e cada um com sua brincadeira, o que seria bem menos divertido, ou alguém surge com uma idéia radical que unirá o grupo de novo. Pronto: tudo pela unidade. Vamos desenhar no chão e fazê-los gritar enquanto imitam Alexandre Frota. Essa teoria do comportamento foi feita por David Myers e descrita sucintamente na coluna do Contardo Calligaris na Folha de S. Paulo (2.1.2003). Nos seus dizeres: “Quando num pequeno grupo, existem opiniões diferentes, o grupo pode, é claro, quebrar (...). Mas, se o grupo não quebrar, se conseguir estabelecer um projeto comum, é bem provável que um acordo seja encontrado ao redor de uma posição mais extrema do que a posição de qualquer membro do grupo”. É o mesmo que pensar: se não temos nada para fazer e não conseguimos encontrar um consenso, vamos queimar um índio na rua, espancar uma prostituta, ou até mesmo formar uma banda cover do Nirvana. A covardia é algo mais simples de ser explicado. O indivíduo, quando ombro a ombro com a multidão, tende a descer inúmeros graus em suas reações mentais, o que nivela por baixo toda civilidade que ele, solitário, teria. Agora está livre porque é um grupo, pois o mal que o atingir irá também para os outros. O covarde se esconde entre seus semelhantes, tendo, assim, a liberdade com que sempre sonhou. Quando um grande número de pessoas decide algo em comum, poucos irão se opor, no entanto, quando se está sozinho é necessário manter a civilidade e tratar bem até os descartáveis bichos que hoje nos rodeiam. Mas não se preocupem, ano que vem, bicho Zero Um já será consagrado Capitão e ordenará com força: Vai bicho! Geme! Grita!
Guilherme Bandeira 28
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conexãoLocal Alguns de vocês já devem ter visto por aí um cartaz laranja com informações sobre o Programa de Iniciação à Pesquisa. Um dos projetos que ele apresenta é o tal de Conexão Local (Não, Bixo, não é o Conexão Social!). O Conexão Local, numa explanação bem rápida, introduz o aluno na discussão sobre desenvolvimento local, cidadania, gestão pública e outros temas relacionados, levando-os à imersão em uma experiência para pesquisá-la. O processo mais detalhado é assim: o aluno, acompanhado de outro colega da graduação, vai até o local onde se desenvolveu a experiência e fica durante boa parte do mês de Julho (com uma bolsa de pesquisa suficiente para cobrir os custos) e então volta e escreve com sua dupla um relatório do caso estudado e vivenciado. Certamente algo que vai agregar muito a qualquer interessado em estudos científicos. “Tá, e daí?” – alguns podem se perguntar – “O que significa isso para mim?”. Bom, para nós, ex-participantes do Conexão Local, significa muita coisa. Em primeiro lugar o aluno será levado a uma realidade bastante distinta do que está acostumado a vivenciar. O contato com o diferente traz ao pesquisador um notável amadurecimento, pois induz a uma reflexão mais profunda e a um aprimoramento da análise crítica. Parece muito “blá-blá-blá”? Pense deste modo: quando os milhões de brasileiros ligam a televisão ou abrem os jornais, o que vêem? Quase sempre políticos envolvidos em escândalos de corrupção, as péssimas estatísticas do país, as novas políticas macroeconômicas.... Quando vemos notícias sobre as políticas públicas bem sucedidas? O Conexão Local pode favorecer nosso conhecimento acerca de algumas estruturas e mecanismos de gestão pública que se desenvolvem bem, que trazem contribuições reais às comunidades. Sabe o que rola em cidades como Piraí, Tupandi, Recife ou Londrina? Já ouviu falar do Programa Saúde e Alegria ou do Banco Palmas? Sabe o que é Inclusão Digital? Microcrédito? Edição 72* 28 de março de 2008
*Interessados e interessadas, inscrevamse no GVpesquisa ate dias 31 de março.
Ao começar a aprender que o Brasil possui diversas realidades - ou diversos “Brasis” - ou que nem todos os políticos são corruptos, você certamente vai encarar diferente as próximas edições do Jornal Nacional.... Outro aprendizado proporcionado pelo Conexão Local, por exemplo, é a percepção não só dos resultados da experiência, mas principalmente dos mecanismos de desenvolvimento por que ela passou. Assim, não somente sua área de atuação é considerada, mas também seus processos intermediários e encadeados. E nessas considerações, é importante ressaltar a contribuição que determinada maneira de implementar uma tal política pode trazer a outras realidades. Ou seja, o que aconteceu em um lugar, pode ser aproveitado em outro. Um processo conjunto de construção de novas realidades brasileiras. Em algum devaneio, já parou pra pensar na relação entre democratização digital e desenvolvimento econômico? E em cultura e participação popular? Banco comunitário e empoderamento? Microcrédito e verdadeira emancipação política? Mas se o mercado se auto regula, se a taxa de juros determina o nível de investimento e este o nível de renda... se tudo o que é produzido é consumido e isso por sua vez gera mais empregos e renda, se a racionalidade e eficiência econômica é assim alcançada, se o conjunto uníssono – no máximo intercambiável - de homo oecomomicus aparece pra mostrar que todos têm as mesmas capacidades disposicionais ... então pra que mecanismos alternativos de geração de renda? Pra que sequer considerar que não existe um só contexto, uma só realidade? Talvez estejamos mesmo fragmentando a harmonia da sociedade, desconsiderando todos os esforços do mercado em melhor alocar seus recursos tão escassos.... Será então que nada daquilo que vimos e experimentamos existe? Onde ficam os Orçamentos Participativos, a comunidade que direciona o gasto de sua renda na perspectiva endógena ou a concessão assistida e orientada de Microcrédito produtivo? Onde ficam os vários Brasis que começamos a conhecer...?
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humor
O Noguchi foi embora mas eu garanto pra vocês que a qualidade das piadas desta coluna não vai melhorar. De modes algum.
Equipe Gazeta Vargas
Afundação Getulio Vargas E os convites da Giovanna acabaram tão rápido que deviam mudar o nome da festa pra Ágio-vanna... pra comprar convite só com pagamento por fora.
Depois da reforma dos banheiros do DA eu queria saber se a descarga do banheiro feminino também dá a impressão de que vai inundar o prédio inteiro.
E repararam o novo isolamento acústico no teto do DA? Parece que a diretoria tava reclamando do barulho da cerveja sendo aberta. Eles deram algumas opções pra gente: a) não pode mais sair do DA com cerveja (porque no quintal, quando o banheiro ainda não tava pronto, tinha que passar na porta da diretoria e deixava eles com mais vontade ainda) b) tem que isolar o DA pro barulho não chegar lá em cima c) O DA tem que dobrar o contingente de seguranças na porta (repararam no surreal?) d) A gin&cana deve acabar em menos de uma hora Por via das dúvidas, o DA colocou tudo em prática.
Frases Defeito “Os chineses inventaram a brússola” e essa ainda foi numa aula de macroecronomia “Meu nome é experiência” de um aluno confuso ao ser indagado sobre a sua alcunha pelo professor "vocês viram a matéria sobre o professor demitido na Gazeta Vargas? Nada a ver." Alguns minutos depois: "dêem uma lida; eu ainda não li" Numa aula de Direito. “Cerveja faz bem aos ossos e pizza evita câncer de estômago.” da Folha de S. Paulo. Nunca foi tão fácil cuidar da saúde, só faltar falar que TV faz bem pra vista! “Estou com você até o início” Gyselle do BBB, mandando mais uma pérola no horário nobre. “Mas a gente se liberta às vezes, né Marcelo?” Pedro Bial, no mesmo BBB, revelando toda sua libertinagem. “Tipo, parece bom... mas a gente tem m e s m o q u e c i t a r o B B B ? o n i ve l c a i em 1823%...” membro da Gazeta Vargas em observação acurada acerca da qualidade desta singela coluna. "O turismo é extensivo em mão-de-obra qualificada, e o máximo que o Brasil tem de turismo é turismo sexual" (Professor) "mas a mão-de-obra nem precisa ser tão qualificada" (Aluno confuso) "Vamos fazer isso passo-a-passo, como Jack o estripador" (Professor) ou por partes, como um andarilho...
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