EDITORIAL Fevereiro 2008
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sta edição, como todas as primeiras edições de cada semestre, possui algo de especial. Ela é o primeiro grande contato dos alunos novos com a atmosfera da GV, o primeiro contato com o que os alunos daqui pensam, com o que acontece nos bastidores da faculdade, e com o sentido de percorrer estes corredores todos os dias. Nesta revista, que logo fará dez anos de existência, há sempre um compromisso com a informação e com o contraditório que, ouso dizer, nenhum outro jornal universitário tem. Provas disso estão ao longo destas páginas, que esperamos agradar ao leitor. Aqui, tenta-se representar toda a pluralidade que existe na GV. Plurialidade esta, que talvez para quem vê de fora, ou para quem acabou de chegar, não seja tão grande como de fato é. Se encontrarão aqui artigos de professores (um deles comenta um artigo nosso da edição passada), dos nossos redatores fixos, das entidades formadas pelos alunos da FGV (as quais os alunos devem buscar participar), e de alunos, funcionários, que livremente desejaram expor seus pensamentos. A Gazeta Vargas passa por um período de transição e renovação, e por isso nos últimos meses ela esteve fora de circulação. Eu assumo o posto de editor-chefe (sucedendo Felipe Salto, o qual sou muito grato pela ajuda) apenas para a Gazeta #72, e logo me ausentarei, dando lugar ao novo editor-chefe, que será escolhido por nossa equipe. É frequente, no âmbito das organizações estudantis, esta necessidade de renovação, ainda mais que nas organizações em geral, pois os alunos terminam a graduação, ou decidem experimentar fazer outras coisas, dentro ou fora da
faculdade, o que demanda uma flexibilidade e criatividade muito grande da nossa parte. É por isso que fazemos o apelo para que os alunos interessados participem do nosso processo seletivo, em qualquer área que desejarem. Os membros antigos, alguns deles (como no caso do Noguchi, da coluna de Humor, o Manoel Junqueira, nosso diagramador, e João Marcos Bezerra, da coluna Olga Benário) fazendo sua despedida nesta edição, sempre nos disseram que a Gazeta tinha mais influência e alcance do que nós, membros atuais, imaginávamos. A razão do nossa dedicação e senso de responsabilidade é justamente essa consciência, que hoje, depois de um tempo na Gazeta, temos. Por fim, creio que esta edição trouxe, depois de um hiato de alguns meses, o melhor de nossa equipe e o melhor dos nossos valores: A matéria central se refere a um dos acontecimentos mais marcantes dos últimos anos, e leva consigo a usual postura crítica da Gazeta. As matérias dos redatores e colunistas, e o contraponto, estão muito boas, sempre revelando a capacidade de entender o mundo do aluno da GV, que é uma das coisas que mais deveríamos valorizar, isso sem falar na contribuição dos professores, que é fundamental para o desenvolvimento dos alunos neste espaço e nos próximos que deverão se expressar ao longo de suas vidas profissionais. Temos certeza de que o leitor fará bom proveito dessas idéias, e que assim se sinta motivado a contribuir também.
Diogo Bardal Editor-Chefe
GAZETA VARGAS Editor-Chefe Diogo Bardal (6º sem. AP) - diogobardal@hotmail.com Diretor de Redação Tiago Fontoura (6º sem. AE) - tiago.pfontoura@gmail.com Redatores Muriel Waksman (3º sem. Direito) - muri2628@hotmail.com Pedro Cunha (3º sem. Direito) - pedrohenriquerc@gmail.com Pedro Guerra (3º sem. Direito) - pedro_gguerra@hotmail.com Roberta Abdalla Corretores Felipe Braga Fabris (3º sem. AP) - felipefabris@uol.com.br Anna Elisa Daher (5º sem. AE) - annaedaher@hotmail.com Colunistas Felipe Salto (7º sem. Economia) - felipessalto@gmail.com João Marcos Bezerra (ex-aluno) - joaomanao@yahoo.com.br Marcio Noguchi (ex-aluno) - marcionoguchi@gvmail.br Pedro Fida (5º sem. Direito) - pedro.fida@uol.com.br Equipe de Arte Manoel Junqueira (8º sem. AE) - mfgjunqueira@hotmail.com Rafael Rossi Silveira (5º sem. AE) - ra_rossi@hotmail.com AGRADECIMENTOS Prof. Alexandre dos Santos Cunha, prof. Ramon García Fernandes, entidades: DAGV, ITCP, RH Júnior, EJ, Júnior Pública, Conexão Social., Atlética, CA Direito, AIESEC e todos que contribuiram ao espaço aberto.
Edição 72 * 10 de fevereiro de 2008
EXPEDIENTE INSTITUCIONAL Diretora Presidente Thaís Gasparian Moraes (5º sem. Direito) - thais-moraes@uol.com.br Diretor Executivo Rafael Rossi Silveira (5º sem. AE) - ra_rossi@hotmail.com Diretor Financeiro André Calábria (6º sem. AE) - andre.savastanoc@gmail.com DISCLAIMER A Gazeta Vargas não se responsabiliza por dados, informações e opiniões contidas em textos devidamente identificados e assinados por representantes de outras entidades estudantis, bem como nos textos publicados no Espaço Aberto submetidos e devidamente assinados por autor não presente no expediente desta edição. Todos os textos recebidos estão sujeitos a alterações de ordem léxico-gramatical e a sugestões de novos títulos. Por ser limitado o espaço de publicação, compete à Gazeta Vargas a escolha dos textos que melhor enquadram na sua linha editorial, sendo recusados os textos muitos destoantes acompanhados das devidas justificativas e eventuais solicitações de alterações. DIREITOS RESERVADOS A Gazeta Vargas não autoriza reprodução de parte ou de todo do conteúdo desta publicação. Capa Rafael Rossi Silveira Tiragem 3000 Exemplares
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CHAMADAS Contraponto – “Não reprimo as possibilidades da expressão humana. Chamo a atenção apenas para a democratização das formas de produção artística que, se por um lado, alijou boa parte do ar aristocrático que caracterizavam a pintura, a escultura e outras modalidades, por outro, tornou complexa a tarefa de distinção do que é lixo e o que é arte.” (Página 7)
carreira, ao menos nos últimos trinta anos, somente depois de elaborado processo administrativo, com participação de vários professores e não através da decisão unilateral e isolada de uma única pessoa”, incorporou esta prática ao contrato de trabalho, violando o direito do professor ao demiti-lo imotivadamente. (página 17)
Espaço Docente – “Tomemos o exemplo uma prova de boa qualidade, como é o caso do exame aplicado pela DireitoGV. Analisando os resultados desse certame, somos obrigados a concluir pura e simplesmente o seguinte: se você é branco, estudou em escola particular, tem menos de vinte anos e nunca trabalhou, morou no exterior, é filho de pais com pós-graduação e desfruta de uma renda familiar superior a cinqüenta salários mínimos, é meio caminho andado. Em outras palavras: se você teve a sorte de nascer em uma família de bom nível econômico, educacional e social, bingo! Você tem tudo para ser nosso aluno.” (Página 21)
Olga Benário – “A segunda é o ponto que está a marca FGV. Dia desses, meu avô veio falar que um amigo dele era o melhor aluno da classe dele na GV. Era uma GV em Santos, mas e para explicar para ele? Outra vez, em entrevista para trabalho de RH, entrevistando o Presidente de um Multinacional, ele afirmou que nunca mais mandaria um funcionário seu fazer curso na FGV, que o último que havia feito tinha sido perda de tempo e dinheiro.” (página 23)
Crônica – “Mas depois, andando sozinho de volta para casa, fez as contas: “perversidade da redistribuição de renda, controle de natalidade, pobreza como uma característica instrínseca das sociedades”. Exclamou assustado: “Sou Malthus!” (página 30) Matéria Central – Dessa forma, o juiz conclui que, tendo a FGV cultivado “o hábito de desligar professores de
Mini Editorial
Espaço Aberto – Façamos, do “ambiente GV”, o berço de um grupo que utilize a ciência, o conhecimento, o capital humano e os valores e laços que criamos, enquanto estudantes da mesma instituição, para construir um Brasil melhor, sem utopias, mas com atitudes concretas, propostas, debate e posicionamento. (página 25)
Errata: Na matéria Central da última edição, os autores dos textos eram Tiago Fontoura e André Savastano. Por uma falha nossa, os nomes dos redatores não foram publicados.
Esse é o momento por Diogo Bardal
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lém das matérias, com informações, críticas, pensamentos, esta edição também está ocupada por todas as entidades da FGV. É o momento dos alunos novos, e dos antigos também, procurarem saber mais sobre o que é feito na faculdade, e em como é possível se envolver e participar em muitas atividades interessantes. Durante o ano passado, as entidades começaram a construir toda uma agenda de eventos para o ano de 2008. Um planejamento que poucas vezes aconteceu desta maneira. O maior empenho das entidades é em conseguir a atenção do aluno, e de lutar por um espacinho em sua agenda, o que costuma ser bastante difícil. No entanto, há inúmeras vantagens em acompanhar cada apresentação das entidades e cada um de seus eventos, e a própria gazeta também realiza os dela, você verá. A Gazeta sempre primou por disponibilizar espaços às entidades, e ao longo das próximas edições, como é tradição, as organizações dos estudantes serão
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convidadas a produzir artigos, divulgar eventos, atividades, emitir opiniões sobre os assuntos da Escola. É bom, para nos mantermos informados e aproveitarmos ao máximo ao que elas têm a oferecer, além de ser nelas que os alunos de fato põe a mão na massa e têm experiências diferentes da sala de aula, que, obviamente, não deve deixar de ser prioridade. Observe atentamente qual o foco, e a área da atuação de cada entidade, mesmo daquelas que você não tem interesse em particular, porque em algum momento da sua vida acadêmica, você irá precisar de algum auxílio, ou informação, e elas estarão aí para isso. Também vale lembrar, que num futuro otimista, as entidades se tornarão bem mais importantes e integradas umas com as outras. Além disso, muitas outras estão surgindo e se consolidando, fruto do espírito empreendedor dos alunos, ou mesmo da necessidade de organizações com visões, focos diferenciados, para abordar outros problemas da nossa realidade.
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NOTAS Notas para que? Desde que entrei para a Gazeta, as notas estão lá. Seu objetivo é claro: serem respondidas/comentadas. E raras as vezes que as são. Algumas se entende o porquê, mas outras não. Será que podemos tirar essa página e colocar figuras para colorir que seriam mais úteis?
Fim das “Lendas” Haydee, Ariel, Belezinha, Leda, FBK, Seu Cláudio e Seu Renato, Rubão, Junior, Sal, Euro... É impressão minha ou as lendas da FGV estão acabando? Coitado dos bixos que não vão ter a oportunidade de conviver com essas figuras, independente da razão.
Férias Após um mandato marcante, o ex-Diretor Fernando Meirelles mal dá as caras na EAESP ainda. De suas duas grandes promessas de campanha, uma Reforma da Graduação - saiu (aos trancos e barrancos e bem alterada do original, mas saiu). Já o segundo Repensar a Governança - vai sair (não pelos meios imaginados, ou seja, imposta pelo Rio) em breve.
Rateio Com a mensalidade custando mais de 2000 reais, chegou a hora do DA sentar com o Diretor da EAESP e da DO para definir critério de rateio justos para a unidade. Aumentar sempre as mensalidades 25% em quatro anos alegando que a Graduação é deficitária ou que temos que aumentar os investimentos não dá.
A perda do PEC E finalmente a EAESP perdeu o controle do PEC. Se você perguntar para o professor Mazzucca, ele vai conseguir provar que não foi o maior dos males do mundo, pois não perdemos a parte do conteúdo e acadêmico, e ainda a EAESP não irá emitir diploma de cursos que não garante a qualidade. Muito bonito. Mas foge do ponto central: o que mais eles vão tirar da gente?
Cadê a Gozeta? Dois semestres atrás, alguns alunos empreendedores lançaram um periódico. A meu ver, não era concorrente da Gazeta; pelo contrário: era complementar. Contudo, eles adquiriram um dos piores vícios da Gazeta: a periodicidade. Estamos aguardando o próximo número. Aproveito para fazer o apelo: façam doações para que eles possam rodar o próximo número.
A força da EESP A Escola de Economia está tendo uma leve abertura. Após ter dito “A Governança sou eu”, o Diretor Yoshiaki Nakano está criando alguns órgãos colegiados na EESP. Mesmo os alunos tendo um papel subestimado por lá, já é um grande avanço. A única dúvida que fica é quanto a razão da criação: vontade do Diretor, insistência dos alunos ou pressão externa (MEC ou Rio)?
Pagamento de DP Semestre passado se formou a última turma que entrou na EAESP e não tem que pagar DP. Sim bixo, eles não pagavam DP. Muitos não sabem, outros sabem e não fazem (ou não fizeram) nada. Para piorar nunca foi apresentado um balanço do efeitos do pagamento de DP (financeiro e educacional). Daí dizem que bixo é burro e ninguém sabe porque...
Falando nisso Falando nisso, devemos esperar que o professor Nakano assuma um cargo caso o Alkimim vire prefeito de São Paulo? Quando era Secretário da Fazenda do Covas, dizem que era um dos mais fortes Secretários. Além de todas as atribuições esperadas, o Governador lhe incumbia de diversas outras atividades, inclusive a de ser porta-voz do próprio em caso de demissão de outro secretário. E na Palestra do Alkimim... O DA fez uma grande palestra com a presença do exGovernador e possível Prefeito Geraldo Alkimim. Na palestra uma demonstração de quão tucana estão as Escolas de São Paulo. Alkimim fez referência à alguns ex-secretários das gestões tucanas: de Nakano à Carmona, passando Fernando Dall'acqua e Dalmo Nigueira. Search Commite O Conselho Diretor da FGV pediu lista com seis nomes para escolher os dois membros da EAESP que participarão do SC. Para a eleição interna tivemos seis candidatos e o Conselho escolheu o primeiro e o último colocado nas eleições internas. Resultado mais emblemático impossível.
Cadê a Fantasia? A última edição da Giovanna Prima teve um diferencial: foi em branco. A festa foi muito boa e não ficou devendo nada, mas fica a pergunta: Por que a festa não foi à fantasia? Se for para mudar, tem que ter um sentido. Acabar com a tradição por acabar (mesmo que seja uma edição especial), não tem nenhum. P&G peca de novo Após o incidente do Mega Case com a EJ, um novo episódio envolvendo a P&G: o prêmio do TCC dado pela empresa para o melhor trabalho de conclusão de curso há alguns anos, foi colocado em prática. A locadora que ficava no primeiro andar. Coincidência ou não, ela fechou as portas. Seria a hora de mudar para Prêmio Unilever de TCC? Enem Precisou Esperar Nesta edição há uma resposta crítica, muito bem sustentada, por sinal, de um docente à matéria central da edição passada. Faltou argumentar porque a GV admite dois crítérios diferentes de entrada para um mesmo curso, e porque não ofereceu bolsas de estudos (sem endividamento) aos alunos admitidos pelo Enem, já que eles, por serem tãaaao diferentes dos alunos admitidos pelo vestibular tradicional, não teriam como pagar as mensalidades. Qual a diferença entre o elitismo e o elitismo velado?
Professores, funcionários e alunos, estas notas esperam suas respostas, colocações e ponderações que serão publicadas na próxima edição da GAZETA VARGAS. Envie objetivamente para gazetavargas@gvmail.br
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Processo Seletivo
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arabéns bixo! Você acaba de conquistar seu espaço em uma das instituições de ensino mais respeitadas do país: a FGV. Seu aprendizado aqui poderá ir muito além daquilo que lhe é ensinado em sala de aula. Basta você querer! A Gazeta Vargas é o veículo de comunicação desenvolvido pelos alunos das três Escolas da FGV. Inicialmente, a Gazeta era parte integrante do DAGV. Porém, com o tempo, fomos adquirindo independência e autonomia – características essas indispensáveis a qualquer entidade dessa natureza. Temos como alguns de nossos objetivos estimular o debate entre os alunos, desenvolver o senso crítico da comunidade GVniana e informa-la dos acontecimentos relevantes. Para isso, nos valemos de discussões envolvendo temas importantes nas esferas interna e externa da instituição. Fazer parte da Equipe Gazeta Vargas é, certamente, um meio de
EM ALTA Professores Pródigos: Readmissão do Zeitlin Quintais do ano passado (o que será dos desse ano?) Prévias Americanas (pegando fogo) Despesas do DAGV com o xerox
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refletir e discutir com a comunidade Gvniana sobre os problemas intrínsecos à vida em sociedade. Mas, você, bixo, deve estar com a famosa pergunta na cabeça: eu preciso escrever bem para entrar na Gazeta? NÃO! A Gazeta Vargas auxilia todos os seus redatores na construção de seus textos, visando uma contínua melhora de qualidade em suas edições. Assim, todos aqueles interessados em escrever são bemvindos! Temos na equipe também pessoas voltadas à correção dos textos produzidos, à captação de recursos e à realização de eventos. Além disso, contamos com uma habilidosa equipe de arte. Se alguma dessas áreas interessarlhe, não hesite em visitar a Gazeta – que se situa no 1º do prédio da EAESP, perto da Xerox – e pedir mais informações. Além disso, não deixe de prestar atenção nas datas do nosso processo seletivo. Nós, da Gazeta Vargas, desejamos a vocês, bixos, um ótimo primeiro semestre!
NA MESMA Acusações de elitismo vindas da própria elite Reforma do piano do DA*
EM BAIXA Perda da educação executiva por parte da EAESP
* Por causa da indignação de vozes provenientes do DA no momento em que leram isto nas edições passadas, esta passará a ser uma reivindicação fixa mesmo deste espaço. E a bandeira que empunhamos, pela viabilidade de música ambiente no DA, e da instalação de uma Jazz Band, como nos hotéis de Copacabana.
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Contra P nto
O CONCEITO DE ARTE TEM LIMITES ( A FAVOR )
Quando lixo vira arte por Pedro Giocondo Guerra
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ouve um debate que me chamou à atenção nos últimos dias do ano letivo de 2007, apesar de ter-me, também, cansado um bocado. Foi a discussão ensejada por um grupo da faculdade de direito sobre o valor artístico de algumas obras, os limites para sua produção – o que envolvia a defesa ou não da propriedade privada, consumismo e outras coisas que não entendi muito bem. Do caldeirão de idéias e questionamentos que permearam a discussão, apreendi uma em especial: o que é arte? Há um conceito dela? O momento me remeteu à crítica de Ferreira Gullar a uma exposição de São Paulo. No evento, uma artista plástica, cujo nome me foge, dispôs em um salão dezenas de maçãs que, com o tempo, perdiam a turgidez e, por fim, ficavam flácidas e podres, estiradas na grande sala. “O que representam?”, perguntaram à artista, “elas mostram a fugacidade da vida.” Mamma mia! Esta imagino ter sido a reação de um Gullar indisposto a elogiar o que tende ao clichê e que, resumindo, de fato foi. Dona Nice, que atualmente nos auxilia com a questão das fotocópias em seu estabelecimento em frente à faculdade de direito, passou a meu ver, por experiência semelhante à de Ferreira Gullar. Quando ainda participava ativamente do sindicato de bancários de São Paulo, resolveu, junto a seus colegas, organizar um evento em que seriam expostas algumas obras. Chegando ao local da exposição, Dona Nice espantou-se ao se deparar com dezenas de pênis de borracha multicoloridos, dispostos em fila indiana. Sua reação? “Ah, Pedro, se isso é arte, eu não sei mais o que é arte não”. Os tempos mudaram e qualquer coisa kitsch, mixuruca e insossa é grande arte. Aliás, há
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uma espécie de espectro artístico, como quando vemos as coisas mais repulsivas e dizemos “Ahnn..de certa forma, isto é arte”. Temos, portanto, arte, não arte e meia arte. Não porque achemos, necessariamente, isso, mas porque queremos respeitar católica-apostolicamente a arte do próximo, o refugo alheio colocado à mostra em tantas salas neste país e no resto do mundo. Não reprimo as possibilidades da expressão humana. Chamo a atenção apenas para a democratização das formas de produção artística que, se por um lado, alijou boa parte do ar aristocrático que caracterizavam a pintura, a escultura e outras modalidades, por outro, tornou complexa a tarefa de distinção do que é lixo e o que é arte. Na Universidade Estadual de Londrina, por exemplo, em meio à densa vegetação que cerca suas instalações, pairam no ar libélulas de sucata, com seus olhos cintilantes feitos com CD's e, no chão, aranhas feitas de bambu ficam prostradas para a contemplação dos universitários. Uma, inclusive, chamou a atenção de um colega. Ao vê-la pisoteada, sem qualquer característica que pudesse identificá-la enquanto este aracnídeo, questionou-se: o que é arte e o que é lixo? As libélulas, que ainda exibem traços que as permitem identificar enquanto tais, são muito diferentes da aranha de bambu em frangalhos? E eu agrego, são muito diferentes das maçãs e dos pênis multicoloridos? A democratização da arte tem, sim senhor, um custo. Mas não será possível construir alguma coisa, algum conceito, em meio à tendência permanente dos últimos anos de apenas destruí-los?
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Contra P nto
O CONCEITO DE ARTE TEM LIMITES ( CONTRA )
Arte em desdobramento por Pedro Cunha
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colega, e também amigo, Pedro no seu artigo "Quando lixo vira arte" reafirmou essa tendência conservadora que insiste em valer-se dos mesmos critérios que definem a "arte convencional" para a arte contemporânea. Equívoco este, já verificado por Marcelo Coelho, colunista da Folha de São Paulo, que entendeu na famosa crítica de Monteiro Lobato às obras de Anita Malfatti a utilização de um "método de julgar uma obra nova a partir de critérios já estabelecidos, anteriores e externos à própria obra". Antes de me aprofundar nesse tema, preciso me explicar quanto à questão de como conceitualizar arte convencional e arte contemporânea. Chamarei de arte convencional aquela que tem como características principais o fato de se encontrar presa num quadro e o esforço de representar uma realidade. Já no campo da arte contemporânea não tentarei estabilizar qualquer tipo de definição, mesmo porque não acho possível. Essa impossibilidade se dá pelo nosso contexto que não se reduz a um relativismo grosseiro, mas que já é ciente da dificuldade de se alcançar verdades duradouras e que faz uso dessa convicção para produzir arte. Não se trata aqui de se perguntar o que é ou não arte, nem como defini-la, mas sim de tentar identificar na obra não mais (somente) sua técnica, sua dificuldade ou seu sentido verdadeiro imposto pelo autor, e sim os efeitos que a obra gerará ao seu redor, ou ao seu interlocutor. É justamente no deslocamento da análise da causa para o efeito que se consegue obter respostas mais sólidas para eliminar de vez a necessidade da dúvida sobre o que é arte. Para simplificar o que estou dizendo recorro a um exemplo. Um grupo de pessoas (atores?) resolveram ter a brilhante idéia de se unirem e "causarem cenas" no espaço público (majoritariamente) de Nova York. O grupo, denominado ImprovEverywhere, atua da seguinte forma. Bolam um plano que vai de uma tentativa de um suicídio através de um pulo do meio fio,um fake-show do U2 em cima de um
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prédio até a entrada de cem pessoas numa loja Abercrombie & Fitch sem camisa. Todos esses eventos precisam de um alto contingente de participantes cientes do plano para agregar "veracidade" ao acontecimento. E os interlocutores, inevitavelmente, irão se deparar com os live-acts, pois trata-se de um espaço público. Os artistas, ao serem perguntados sobre o porquê de tais empreitadas respondem dizendo que querem "melhorar a vida das pessoas". Romper com o cotidiano prosaico de uma metropóle altamente ordenada em que tudo aparenta demasiadamente lógico. E claro, fazê-las participar dessa melhoria, porque sem elas (sem o interlocutor onde reside o efeito) de nada vale a mensagem (a obra em si). Não me esqueço de um artigo do Contardo Calligaris publicado na Folha que dizia que a importância da natureza-morta era saltar aos olhos do interlocutor as frutas artificiais em cima da mesa que ele nunca parou pra ver*. O que nos leva a concluir, por fim, que a arte acompanha a realidade em que ela está vinculada. Uma realidade que não cabem mais quadros dentro de museus, técnicas eruditas e ininteligíveis de criação artística, portanto, antidemocráticas, e que toda forma de expressão humana é, ao menos, potencialmente artística quando devidamente evidenciado seu efeito. Daí decorre a imperiosa necessidade de se revisar as convenções sobre a nossa noção do que é arte. Apreciação do belo? Representação fidedigna da realidade? Moldura? Museu? "Canônes" que já caíram por terra, mas que persistem para quem se vale de critérios antigos para julgar o que é novo, característica clara de conservadorismo, medo de mudança. E novo não no sentido de original, mas no sentido que tomo emprestado de Foucault quando disse que "o novo não está no que é dito, mas no acontecimento de sua volta".
Referência: http://www.improveverywhere.com * Conclusão do autor
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Espaço Aberto
A arte da ‘enrolação’
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uitas pessoas já vieram me perguntar como é que eu tinha adquirido uma 1 grande capacidade para 'enrolar' . Existem duas razões que me levaram a aprender esta bela habilidade. A primeira é que, a partir do momento em que você começa a experimentar a primeira 'enroladinha' e se dar bem, você não consegue parar mais. A segunda razão, entretanto, é bem simples: eu fui levado a isso. Vou me deter, neste texto, a explicar a minha segunda razão de ser um humilde 'enrolador' e de como eu fui levado a sê-lo. Todos nós gvenianos sabemos que nem todas as matérias da faculdade nos agradam. Muitas delas nem mesmo sabemos por que razão existem. Até aí tudo bem, isso pode até ser normal em várias universidades, se não em todas. Agora, quem de nós nunca passou por alguma aula – ou por algum professor – e não teve a 'leve' impressão de estar sendo enrolado? O pior de estar sendo enrolado em alguma aula é ter que fazer algum trabalhinho, checagem de leitura, provinhas surpresa, ou 'tarefinhas de colegial' dessas mesmas matérias que, cá entre nós, não são mais nada do que o puro senso comum. “Bom” – poderia você leitor dizer – “como não vai me agregar nada, me recuso a fazer, oras”. Ótimo. Estaríamos no paraíso, se assim fosse. Entretanto, temos que nos lembrar que aqui, meu caro, tudo se baseia na nossa média ponderada. Sim, você não é ninguém na GV sem a sua nota – e bem sabemos que isso traz algumas das mais temerosas conseqüências, como, por exemplo, uma competitividade absurdamente feroz, no mérito da qual não entraremos aqui. Mas calma, calma, nem tudo está perdido. Lembremos que este texto não traz à tona críticas, mas sim soluções. Sempre, na pior das piores hipóteses, existe a arte da enrolação. E é nela que iremos nos apoiar quando mais precisarmos... de notas! A primeira técnica, a que eu chamo de 'disposição sinonímica' (perceba que o nome, por si só, já é bem 'enrolativo'), consiste em nada mais do que prospectar e dispor sinônimos, ou palavras semelhantes, numa mesma frase, para aumentar sua Edição 72 * 10 de fevereiro de 2008
extensão ou tamanho. Note que o que está grifado são alguns exemplos desta técnica que, acredite, pode fazer com que seu trabalho semestral dobre de tamanho. Já a segunda técnica consiste no 'benchmarking'. Dar uma espiadela no trabalho do colega para sugar as principais idéias e depois moldá-las a seu gosto é também outra alternativa. Essa prática é útil tanto no caso de não se ter nenhuma idéia base para seu texto como no caso de você querer complementar seu texto com idéias alheias. Bom, e se nenhuma das duas for possível – no caso de uma prova ou avaliação –,não tenha medo de jogar no seu texto algumas 'sabedorias commonsense', as quais nos dão a impressão de que já nascemos sabendo. Sim, exatamente como você fazia nas provas de geografia ou de sociologia no colegial. Falando sério agora. Digo tudo isso porque incontáveis vezes já presenciei o absurdo de colegas, que tinham realmente conhecimento do que escreviam e que tentaram ser sucintos, ou concisos, se darem muito mal, ao mesmo tempo em que muitos 'enroladores' se davam bem – lembrando que o conceito 'se dar mal, ou se dar bem' aqui, resume-se exclusivamente a notas. Parece que para alguns avaliadores mais importa a quantidade do que a qualidade. A despeito de muitos comentários do tipo: “Administração é enrolação”, tenho a forte convicção de que isso não é verdade. O que a gente não pode deixar é que, por meio de algumas aulas, professores, ou pela própria metodologia de avaliação da GV, nós comecemos a utilizar a enrolação como filosofia de vida e que tais comentários sobre a nossa profissão comecem a se tornar verdadeiros. Até quando nós, enroladores, nos daremos bem aqui? Felipe Fabris
1. Tomemos aqui 'enrolar' como sinônimo de 'ser prolixo', com a sutil diferença de que enrolar é ser prolixo sem ninguém saber.
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Espaço Aberto
Lucidez
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ilêncio. Sempre o mesmo silêncio invade a minha alma quando faço a questão ingrata e sincera: “Será que é só isso?”. Envolvo-me no meu cobertor repleto de manchas e furos e penso. Penso! Mentira, não penso. O ato do pensar é o de deixar-se invadir pelo pulsante exterior e deixá-lo controlar seu interior. É abraçar a beleza do grande quadro e deixar que o nada seja apenas mais uma bela parte do sublime acordar que investimos sempre contra. Eu não estou pensando, eu estou retaliando. Estou lutando contra meus desejos e meus sonhos, buscando em livros velhos e ideologias que não são as minhas um motivo, uma razão. Lembro com certo desgosto do carro que eu terei em 5 anos, em 10, 15, 30, 50. Penso se serei feliz em meu apartamento Lindenberg, decorado com a paixão de outros em molduras ornadas, repleto de poltronas Philippe Stark e montes de tecnologia eternamente desgastada. Serei feliz? Você será? Em meio a tais feixes de luz insistindo em atravessar o cômodo de meus planos, vejo como a poeira que antes não existia agora se apresenta como partículas de sangue flutuando no ar. Sinto-me no fim da batalha, observando todos os castelos que construí com tanto afinco nas nuvens de meu pragmatismo ignorante ruírem e meu corpo afundar. Não existo. Sou uma pedra. O lirismo de minha alma foi roubado pelos gráficos da BM&F e pela promessa de velocidade. Foi por 600 cavalos que eu vendi o que havia de belo em meu respirar, o que havia de belo em meu andar. Mas não foi só por uma ilusão. Não! Tomei a decisão de vender meus sorrisos conscientemente, sabendo que nada poderia ter sentido. O sentido é uma ilusão de marujos tentando vencer mares tumultuosos. É assim
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que me enxergo agora, lutando contra o tridente que quer me destroçar, tentando agarrar o vento com um guardanapo de bar enquanto tudo o que eu almejava estava sendo jogado para fora do barco. O capitão grita: “Quanto menos peso melhor!”. “Tudo já se foi!”, eu respondo. Repleto de medo, vejo que este maremoto é tão mais belo que aquela calmaria, só espero que o guardanapo agüente. Só espero que minha alma não se rasgue, pois tudo o mais já foi envolto pelo redemoinho de onde corri aos gritos. No centro de tudo está o eu menino rindo e balançando suas mãos pelo ar. Desejo que algum dia eu possa ser, pois hoje não sou! Talvez jamais serei, pois neste baile existir é um luxo para lendas e ilusões. Me seguro no mastro com força e espero o tranco. Uma luz negra começa a cercar as proximidades do bote, vindo pela esquerda, buscando sem anseio o meu coração. Tudo se apaga... Me encho de uma dor que não consigo descrever enquanto tudo se torna claro. Toda a luta, toda a batalha e todo o sangue convergem para aquele quadro unindo-se em uma imensa sinfonia onde o maestro, as cordas e os sopros são entes inseparáveis, são parte do mesmo. A minha dor os alimenta. A minha cegueira é o véu que lhes permite seguir a partitura. A música, o papel, a letra, a dor, a morte, a comida, o ralo, o vento, o nada: tudo! Abraço o chão enquanto os jorros de ar passam a milhão pelo meu corpo. Durmo... Acordo com disposição e penso com meu botões sobre novos castelos. ”Eles são lindos, já posso tocá-los. Só espero que durem até a próxima noite “. Roberto Dib AE - 4º semestre
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Entidades
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que quer dizer essa sigla DAGV? É a sigla de Diretório Acadêmico Getúlio Vargas. É a entidade mais antiga da GV, que, em setembro, completou 52 anos. Sediado no 1º andar do prédio da Nove de Julho, desde a década de 60 (época em que a escola se mudou para a atual sede), o DA passou por várias mudanças. Era antes conhecido por “aquário”, mas hoje tem seu escritório logo após o Xerox. Inicialmente chamado de CAEAESP (Centro Acadêmico da Escola de Administração de Empresas de São Paulo), depois CAAE (Centro Acadêmico de Administração de Empresas), o nome “Diretório Acadêmico Getúlio Vargas” só se tornou definitivo em 1984. Atualmente, o DAGV é a entidade que representa os alunos de graduação de Administração e Economia perante a Direção das Escolas, às Coordenadorias de Graduação e à Presidência da Fundação. É a entidade r e s p o n s á ve l , p r i n c i p a l m e n t e , p a r a solucionar questões políticas e acadêmicas dos alunos, sempre batalhando pela alta
DAGV
qualidade do ensino. Historicamente, o DAGV demonstra passagens marcantes em que a luta pela eqüidade de relações entre o aluno ouvinte e o professor-aluno é muito mais ampla do que a sala de aula. Temos como vocação enxergar a realidade e discutila. Mas não é “SÓ” isso que o DAGV faz. Possui diversas frentes de trabalho: realização de palestras, eventos culturais (como Artéria, Baixa Bola, CineGV, etc), projetos sociais entre outros. Não se pode deixar de lado que as festas de maior destaque no meio universitário, Giovanna e Gioconda, são realizadas pelo DAGV, além das cervejadas periódicas. O DAGV procura sempre realizar a integração dos alunos, através de Quintais e o famoso churrasco no início do semestre, o “Churrasco dos Bixos”. O Diretório Acadêmico é um ótimo espaço para se engajar mais à faculdade, conhecer profundamente a Escola e saber melhor como ela funciona. É uma importante entidade na Escola e sempre estará de portas abertas a você, bixo!
JÚNIOR PÚBLICA Consultoria Júnior Pública FGV é uma associação sem fins lucrativos, formada e dirigida por alunos de graduação da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo. Desde 1994 realiza projetos de consultoria em gestão exclusivamente para a área pública e a social. A metodologia de trabalho consiste no entendimento dos problemas do cliente e elaboração de projetos que buscam atender às suas necessidades. Os projetos da Consultoria Júnior Pública FGV procuram gerar resultados sustentáveis para o cliente por meio do uso de ferramentas administrativas e um trabalho próximo ao cliente. Missão “Promover o desenvolvimento de entidades do Terceiro Setor e órgãos públicos com soluções efetivas de administração, bem como disseminar a cidadania e consciência social”.
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Entidades
AAAGV
ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA ACADÊMICA GETÚLIO VARGAS (AAAGV) Fundada em 1987, a Atlética GV é a entidade responsável por entre outras, fornecer a prática esportiva para todos os alunos das escolas de administração, direito e economia.Com treinos de atletismo, basquete, handebol, futebol, futsal, rugby, jiu-jitsu, tênis, tênis de mesa, natação, vôlei e judô, só não treina quem não quer... Com o Jacaré como mascote, animal símbolo do GVniano, forte e voraz, nos jogos universitários, principalmente nas Economíadas, não sobra para ninguém!!! Localizado na casinha do 7 andar, em frente à quadra, a AAAGV esta sempre de portas abertas. Procure saber mais...Jaca, Tatubola, Calouríadas, Inter-bixos, CPV Inter-classes, Campeonato Society, poker, cart, e MUITO MAIS!!!!!!
EMPRESA JÚNIOR
Quem somos A empresa júnior fgv é uma idéia inovadora que surgiu pela primeira vez no Brasil aqui na EAESP com o intuito de desenvolver o aluno. Ao dar a oportunidade de vivenciar na prática toda a teoria que aprendemos ao longo do curso, a EJ é o ambiente mais propício pra você aprender e se desenvolver realizando projetos de qualidade e com profissionalismo. Seleção Nesse início de semestre, a empresa júnior fgv realizará mais um processo seletivo para a entrada de novos membros. Duas palestras de apresentação serão realizadas para que você conheça maiores detalhes sobre a estrutura, o dia a dia e a seleção da EJ. Principais projetos Na EJ, você terá a chance de trabalhar em consultoria – tendo como público pequenas, médias e grandes empresas, em que se prestam serviços nas diversas áreas de administração: marketing, finanças, recursos humanos, entre outros. Todos os projetos contam com o auxílio e orientação de professores da própria FGV. Há ainda outras atividades a serem desenvolvidas na EJ, que têm como público alvo os alunos da faculdade, oferecendo palestras, concursos, seminários, simulados e cursos. O próximo evento a realizar-se será o “café & negócios”, em que especialistas conversam sobre um tema atual durante um jantar oferecido aos participantes.
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GAZETA VARGAS
CJE
Entidades Caros Calouros e Veteranos, são orientadas pela missão da empresa: Temos o orgulho de anunciar a criação da mais nova entidade da FGV-SP: A Consultoria Júnior de Economia – EESP/FGV. A Consultoria Júnior de Economia é fruto do desejo dos alunos da Escola de Economia em serem agentes de transformação e atuação na sociedade, utilizando os conhecimentos adquiridos no curso de economia, mas não restritos a ele. Vale ressaltar que a entidade não requer nenhum tipo de pré-qualificação de seus membros e por este motivo está aberta a todos os alunos de todos os cursos. Trata-se de uma oportunidade para os alunos de Economia aplicarem os conhecimentos aprendidos em sala de aula e para os de Administração e Direito aprenderem um pouco mais sobre o universo econômico. A Empresa atuará nos três setores, Governo, Terceiro Setor e Setor Privado, valendo-se de uma capacidade técnica diferenciada para oferecer ao cliente um produto único com alta qualidade e ao aluno uma oportunidade de desenvolvimento em suas habilidades profissionais e pessoais de tal modo que ele possa ganhar experiência e qualificação para sua futura atuação profissional. Todas as atividades
“Ser um centro de excelência na interação entre a Academia, a Sociedade e os Colaboradores buscando o aprendizado contínuo e agregando conhecimento através de projetos efetivos da área econômica” Atualmente, estamos estruturando a empresa para começarmos a operar. Isto significa uma oportunidade única de começar um sonho desde o seu começo. Há muita coisa a ser feita e em todas as áreas: estudos de portifólio, gerenciamento de projetos, captação de recursos, vendas e negociação com clientes, gestão financeira. Ainda existe muito a ser criado, discutido e, principalmente, implementado. Todos que fazem parte da empresa estão se dedicando e trabalhando ao máximo para tornar este sonho realidade. Esperamos que os calouros tenham uma grande estada na FGV, conheçam todas as entidades e oportunidades que oferecem. Nós, da Consultoria Júnior de Economia – EESP/FGV, estaremos à disposição para sanar qualquer dúvida a respeito do nosso trabalho.
A AIESEC é uma organização global, independente, sem fins lucrativos e totalmente dirigida por estudantes universitários e recém graduados. Seus membros são interessados em temas globais, liderança e gestão. Presente em mais de 1100 universidades de 100 países e territórios , somos a maior organização internacional formada por estudantes do mundo. A plataforma para que jovens descubram e desenvolvam seus potenciais de modo a ter um impacto positivo na sociedade Nesse sentido, realizamos mais de 350 conferências, promovemos 4000 estágios no exterior e oferecemos mais de 5.000 posições de liderança para os nossos membros a cada ano. Uma de nossas maiores forças é a habilidade de reunir jovens e parceiros em âmbito global *através de intercâmbios, conferências e ferramentas virtuais. A base de nossa rede é o envolvimento voluntário de aproximadamente 25.000 indivíduos no mundo todo. A AIESEC oferece a seus membros uma experiência de desenvolvimento integrada composta de oportunidades de liderança, intercâmbios internacionais e participação em um ambiente global de aprendizado.
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Entidades
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RH Júnior é uma empresa formada por estudantes de Administração da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas e por estudantes de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Seu objetivo é prestar serviços de qualidade na área de Recursos Humanos e proporcionar aprendizado e experiência para seus membros. A RH Júnior foi criada em 2004 com a intenção de promover o aprendizado e a experiência para os membros na área da gestão de pessoas; integrar estudantes de diferentes cursos e universidades com o intuito de favorecer a interdisciplinaridade; elaborar projetos ligados à área de RH com excelência e tornar o Recursos Humanos uma área de referência dentro da empresa, através de inovação e competência. A empresa possui a interdisciplinaridade como um de seus principais valores. A partir da troca de conhecimento de matérias da Administração e da Psicologia a empresa consegue criar e desenvolver
RH JÚNIOR seus projetos, que englobam as duas ciências, e conduzir a gestão interna. A principal característica da RH Júnior é a independência de qualquer instituição, inclusive das faculdades. Acreditamos que um aprendizado mais sólido é construído quando os alunos se expõem a um ambiente corporativo sem a proteção da universidade e à diversidade de idéias, comportamentos e opiniões proporcionadas pela multiuniversidade. Para conseguir gerar projetos com qualidade a empresa baseia-se nos conhecimentos adquiridos em sala de aula e em treinamentos fornecidos por empresas do mercado. Com apenas poucos anos de existência já desenvolvemos muitos projetos, atingimos bom fluxo financeiro e conquistamos o reconhecimento do nosso trabalho no mercado de recursos humanos. Venha fazer parte desta equipe e ajudar a desenvolver este que pode se tornar um novo conceito de empresa júnior.
CA DIREITO
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CA DIREITO GV, assim como a EDESP, é muito novo. Este começo é fundamental para o desenvolvimento e fortalecimento do CA. O caminho a ser percorrido é longo, mas a eleição para a gestão de 2008 já foi muito importante: além de ter sido a primeira eleição por chapas (antigamente a eleição era por cargos), contamos com a presença de 87% dos alunos (dos quais 2/3 votaram para a chapa ULTIMA RATIO). Nossa gestão pretende dar uma cara nova ao CA. Pretendemos criar um CA forte, sério, transparente e presente, não apenas na vida dos alunos, como também na discussão política atual. Esses objetivos pautaram a criação da chapa ULTIMA RATIO. Para atingi-los, o trabalho começou antes mesmo da posse: membros do CA estiveram presentes na reunião anual de planejamento de 2008, realizada em Campos do Jordão; a reforma do nosso espaço físico começou a ganhar corpo; a recepção dos calouros vai deixar de ser apenas o trote e terá debates e palestras promovidos pelo próprio CA; o site da instituição que há muito tempo havia sido registrado vai ser finalmente colocado no ar; o projeto de assistência jurídica na comunidade do bairro do
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Bixiga, em parceria com o núcleo de prática jurídica da EDESP, começa a sair do papel; iniciou-se uma discussão sobre qual a melhor maneira de estruturar uma verdadeira representação discente; e, finalmente, já estão sendo elaborados os primeiros informativos internos para melhorar a comunicação entre ao alunos e informar o que está acontecendo na EDESP. Além disso, diversas atividades e projetos estão sendo programados para acontecer ao longo do ano: saraus culturais, sessões de cinema, campeonatos internos, festas e churrascos. Nosso trabalho está apenas começando. A colaboração e participação dos alunos interessados são bem vindas e fundamentais para o crescimento do Centro Acadêmico. Por fim, o CA DIREITO GV gostaria de dar as boas vindas e os parabéns a todos os bixos e bixetes. Os membros do CA estarão à disposição para resolver quaisquer dúvidas e para ajudar no que for preciso.
CA DIREITO GV GESTÃO ULTIMA RATIO
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Entidades
CONEXÃO SOCIAL
Quem somos - O Conexão Social é uma entidade estudantil que tem como objetivo mostrar ao aluno da FGV que ele é capaz de melhorar a realidade a sua volta. É formado por estudantes da graduação da FGV-SP, aberto aos três cursos. Nossa missão - Mobilizar a comunidade FGV-SP a fim de formar lideranças socialmente responsáveis, proporcionando experiências vivenciais que complementem seu olhar sobre a realidade. O trecho do livro "O Banqueiro dos Pobres”, escrito por Muhammad Yunus, expressa a motivação pela qual o Conexão Social realiza seu trabalho: "Ao tentar oferecer aos estudantes uma espécie de visão panorâmica, as universidades tradicionais haviam criado uma enorme distância entre os alunos e a realidade da vida. Quando podemos segurar o mundo na palma da nossa mão, e o vemos panoramicamente, tendemos a nos tornar arrogantes - não percebemos que ao olhar as coisas de uma grande distância tudo fica borrado. O resultado é que acabamos por imaginar as coisas em vez de enxergá-las" O distanciamento promovido pela atual forma de ensino resulta em uma postura de isolamento dos alunos em relação à realidade observada. O Conexão Social trabalha com o intuito de minimizar essa barreira por meio de experiências vivenciais e atividades que desenvolvam e complementem um olhar crítico, que provoque sede de mudança, visando alcançar nosso objetivo. Vale lembrar que nos alinhamos ao objetivo da FGV que, em sua missão, enfatiza a formação de agentes transformadores da sociedade brasileira. Fazer parte da equipe do CS significa, antes de tudo, trabalhar em equipe e empreender diariamente. Entre as atividades que ocorrem, os membros facilitam grupos, organizam eventos, criam projetos, fazem parcerias com organizações, empresas e outras entidades. A entidade se propõe a criar espaço para o desenvolvimento de seus membros e compartilhar o conhecimento adquirido pelas experiências que aparecem ao longo do caminho. Para garantir que tais experiências de fato sejam transformadoras e interessantes, participamos de redes de organizações, implementando sempre a cultura de troca de aprendizados e experiências. Estamos abertos a conversas e troca de idéias e esperamos você em nossa palestra de apresentação! Aline Ferraz (diretora de relacionamento) - ferrazli.cs@gmail.com / conexão.social.gv@gmail.com
ITCP O que é a tal da ITCP? A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares? A ITCP-FGV é uma entidade acadêmica que compõe uma rede brasileira de 36 ITCP´s universitárias. Essa rede contribui para a construção de um novo modelo econômico centrado na valorização do ser humano, em detrimento do capital. Tal modelo procura retomar o conceito grego de economia que se perdeu em algum momento da História; Óikos (gestão) + Nomia (casa, morada) = administração e distribuição da riqueza da morada. A gestão que se faz da riqueza mundial atualmente é arcaica, fazendo-se necessário desenvolver um modelo mais abrangente, que passe a levar em conta aspectos não só financeiros, mas ambientais, sociais, culturais e éticos. Soma-se a esse diagnóstico um parecer acerca da cultura predominante; individualismo e competição exacerbada, culminando numa degradação social e moral. Para retomar a Oikosnomia numa perspectiva holística e integradora, a sociedade civil tem desenvolvido um novo modelo centrado na colaboração
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como eixo direcionador, ao invés da competição e lógica de mercado. Neste sistema holístico, pretende-se levar em conta as diversas dimensões (social, ambiental, etc) e impactos nas decisões, visando o desenvolvimento integrado no âmbito local – dos pequenos municípios – e global – através da disseminação da cultura da colaboração e democratização econômica. Trata-se da Economia Solidária; a gestão da morada através da solidez obtida por intermédio da cooperação. As incubadoras colaboram para esse sistema através da estruturação de empreendimentos econômico solidários (EES). A ITCP-FGV utiliza-se de sofisticadas ferramentas de finanças (finanças solidárias), comercialização (comércio justo e solidário, consumo consciente) e gestão (metodologia de incubação) para seu processo de estruturação dos EES. Juntamente à força das incubadoras, muitas organizações da sociedade civil militam pela construção do novo modelo econômico (ou socioeconômico, já que pretende ser multidimensional), bem como o Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Economia Solidária.
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por Rafael Rossi
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Opinião
A polêmica da salinha
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esde que o ITCP se mudou, expectativas começaram a rondar a salinha deixada vaga no primeiro andar, próxima à mesa de sinuca. Por um lado, o Conexão Social buscava um espaço próprio para conduzir suas atividades. Os motivos para isso eram: maior aproximação com o aluno, por se tratar de uma entidade nova e precisar de mais visibilidade junto aos alunos; maior aproximação com as entidades com as quais desenvolve projetos, como DA, Gazeta e ITCP; poder receber convidados, como representantes de ONGs parceiras, em local próprio; ter uma estrutura independente para conduzir suas atividades, manter computadores com arquivos comuns (cadastros, contatos , planilhas etc.) e estocar materiais. O DA tinha outros planos. Como já aguardava a disponibilidade da sala, seus colaboradores possuiam idéias variadas, entre elas a utilização do espaço por alguma empresa para captação de recursos e, ao mesmo tempo, fornecimento de serviços de interesse dos alunos. Também se iniciaram negociações com a Atlética, visando à mudança do local da salinha de troféus para lá e à reforma do local atual para aumentar o espaço e visibilidade do DA. O DA enfrenta
sérios problemas de espaço físico. Após o Conexão agendar uma reunião com o DA, fez suas reivindicações que, a princípio, foram negadas. O principal argumento do DA girava em torno de sua responsabilidade em decidir sobre o que é melhor para os alunos, e não só para o Conexão, e que esta decisão deveria ser tomada no planejamento, que ocorreu eventualmente em dezembro. Após meses de utilização da sala como depósito para o DA, que recusou a proposta do Conexão de utilização provisória do espaço, o novo destino reservado à sala foi a de sala de reuniões para todas as entidades interessadas. “Continuará, portanto, sendo do DAGV, mas com a excelente opção de as Entidades interessadas utilizarem quando necessário” nas palavras do atual presidente do DA, Tiago Tadeu. A presidente do Conexão Social Nina Valentini reafirma que conseguir um espaço na GV é sim um desafio, mas nos lembra que “Um desafio maior ainda, e que as entidades enfrentarão no próximo ano, principalmente com a nova graduação, é conseguir um espaço na agenda do aluno.”
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GV: Nota abaixo do esperado
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omo pode uma das mais conceituadas instituições de ensino falhar em algo tão fundamental quanto o processo de avaliação de seus próprios alunos? Já toquei no assunto no meu último artigo, mas aqui faço uma descrição mais detalhada buscando apelar ao dano ao aprendizado que este sistema atual pode causar. Não permitir o acesso à prova final a não ser que se peça revisão e, mesmo assim, só após o período de revisão não só é ilógico como gera uma série de problemas. Um deles é submeter o aluno, que se contentaria em apenas verificar o que errou, a todo importuno de ter que preencher o requerimento de revisão e esperar até três meses para ver uma avaliação. A meu ver, a pior conseqüência deste procedimento é o desestímulo ao aprendizado do aluno interessado em realmente aprender com seus erros. Para este, em grande parte das vezes, bastará verificar na correção qual o seu erro e estará satisfeito; mais raramente, será satisfeito apenas quando rediscutir o assunto com o professor e for convencido de seu erro. Pode até ser que insista em discordar e pode até estar correto em sua posição, mas se a correção for feita com cuidado e o assunto não permitir grandes divergências, esta alternativa é mais rara. Em todas as alternativas o aluno ganha consolidando o conhecimento adquirido. O aluno que está só um pouco preocupado em
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realmente compreender a matéria não se dará ao trabalho. O que acontece é que se institucionalizam a busca pelos 5.0 e pelo bom desempenho acadêmico como as regras do jogo, deixando “essa história de estudar a fundo as coisas” para o futuro, sempre para o futuro: para as férias, para a especialização, mestrado, doutorado, “quando eu estiver trabalhando” e assim vai. Quem se importa em saber se este ou aquele tópico da disciplina merece ser mais estudado? Se conseguir meu 5.0 nessa disciplina e compensar nas demais, eu me formo e ainda levo um bom desempenho acadêmico pra casa! É só se esforçar nas que tem mais créditos (o que corrobora o velho preconceito/tabu de que “menos créditos” é igual a “menor importância”). O que importa é a nota, não o quanto aprendemos, certo? Por que as coisas não são feitas da maneira lógica? É alguma manobra para evitar revisões? São limitações operacionais? Independente da razão, se estas instituições têm a preocupação de se consagrarem como instituições de ensino universitário e não como emissoras de diplomas ou centros de treinamento, buscar um procedimento coerente no acesso e revisão de avaliações deveria ser uma prioridade, e não algo a ser sacrificado em prol da conveniência de seja lá quem for. Este é meu apelo à representação dicente e a quem se interesse pelo estudo sério nos cursos de graduação.
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Especial Zeitlin de Volta por Diogo Bardal
Zeitlin de volta à FGV
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alvez um dos acontecimentos recentes mais marcantes na vida política da EAESP, a demissão de 16 professores, e, cerca de seis meses depois, a demissão do Professor Michael Paul Zeitlin, iniciou uma novela, que nós, aqui da Gazeta, temos procurado sempre acompanhar com muita atenção. As demissões, segundo a posição oficial, teriam ocorrido por questões administrativas ou de corte de gastos. O DA, a representação discente, e muitos professores da casa reprovaram fortemente essas demissões. Atesta-se que as demissões eram um ataque a excelência e à própria democracia dentro da faculdade, posto que, pela primeira vez desde a criação da FGV, professores estavam sendo demitidos sem a consulta de órgãos colegiados, e sem a execução dos outros procedimentos tradicionais da fundação para desligamento. Pior ainda seria a situação do professor Zeitlin, que foi demitido logo após ter criticado publicamente a demissão dos professores. Instalou-se uma atmosfera pesada na EAESP, de que talvez não se poderia mais criticar as decisões da diretoria, e nem haveria espaço para o contraditório. Entre os fatos e as versões favoráveis ou contrárias a esta posição, nos resta observar o que aconteceu depois disso, já que as demissões desencadearam uma série de outras ações que culminaram na extinção das eleições para diretor dentro da FGV. Eleições estas que seriam, pelo regimento, feitas na congregação. Nem aquele mais favorável às demissões defenderia que elas não foram produto de uma mudança nas relações de poder político dentro da faculdade. Tivemos muitos textos aqui publicados, em edições passadas defendendo a tese de que, essas ações esqueciam um aspecto fundamental de qualquer relação política, que era a legitimidade. Houve até um episódio, já clássico, com Cássio Puterman quando era presidente do Diretório Acadêmico, em que, ao contestar a legitimidade, na época do cancelamento das eleições da EAESP, fora insultado com o bordão “Ilegítimo é a p...”. Exemplo de uma certa truculência que nunca Edição 72 * 10 de fevereiro de 2008
poderemos deixar de lembrar. Voltamos a este assunto porque nos últimos meses o professor Zeitlin, que havia iniciado um processo judicial trabalhista, contestando sua demissão, recentemente ganhou o direito de se reintegrar à FGV. É um acontecimento de grande valor simbólico por duas razões: A primeira é que mostra que, ao contrário do que se diz nos manuais de reengenharia, ou nos casos de sucesso de diretores todo-poderosos, as demissões dificilmente podem ser imotivadas, e se houver motivos, esses motivos devem ser legítimos. Talvez paire uma idéia entre os estudantes de administração, de que nas organizações, quando há um sério conflito político, ou até imobilismo decisório por causa dele, a organização é capaz de solucionar esse problema apelando para uma espécie de estado de sítio organizacional, em que se pode fazer tudo pela 'saúde' da empresa (seja ela fundação ou não). A segunda razão é que a decisão favorável à causa do professor Zeitlin abre precedentes para que não mais a fundação ouse cometer as mesmas arbitrariedades, posto que, pela leitura que tivemos da decisão judicial, é bastante razoável concluir que a Fundação não estava agindo corretamente. O professor Zeitlin cedeu gentilmente a cópia das sentenças judiciais, que lemos cuidadosamente, (aliás, são públicas e disponíveis na Internet). Também conversou conosco, mas ressaltou que em razão do processo judicial ainda estar em andamento, ele não poderia falar tudo, porque poderia prejudicar a sua defesa. Neste artigo, portanto, relataremos a decisão judicial, que comprova algumas das teses levantadas acima, e exporemos qual a leitura da Gazeta sobre o caso. Em primeiro lugar, observamos que durante o processo a estratégia de defesa da Fundação foi a de negar a existência de estabilidade na carreira de professor. De fato, sem considerar mais nada, o professor não tem garantia de emprego no Brasil, e ele pode, teoricamente ser desligado sem grandes obstáculos.
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Especial Zeitlin de Volta
Então porque dissemos acima que as Julgo pertinente destacar que a reclamada (GV) não demissões dificilmente podem ser imotivadas, trouxe aos autos nenhum único exemplo de principalmente na FGV? Ora, porque falta professor de carreira que tenha sido demitido, considerarmos as práticas, os procedimentos de antes da gestão que demitiu o reclamante e os cada organização para desligar seus funcionários. dezesseis colegas que o precederam, sem a consulta Essas práticas serão incorporadas no contrato de de órgãos colegiados”. trabalho, ainda que não estejam previstas na CLT. A Dessa forma, o juiz conclui que, tendo a maioria das organizações sérias, até para manter FGV cultivado “o hábito de desligar professores de respeito aos seus funcionários e estimular a carreira, ao menos nos últimos trinta anos, somente cooperação e a convivência, criam processos de depois de elaborado processo administrativo, com desligamento mais brandos, dialogados, não participação de vários professores e não através da acontecem por uma decisão sumária e unilateral do decisão unilateral e isolada de uma única pessoa”, chefe. Estas são as práticas que se incorporou esta prática ao advogam em qualquer manual de Julgo pertinente destacar contrato de trabalho, violando o recursos humanos, e tem duas que a reclamada (GV) não direito do professor ao demiti-lo lógicas: uma instrumental, na imotivadamente. trouxe aos autos nenhum medida em que estimulam a É realmente interessante único exemplo de cooperação e o ganho de esta decisão. É o mesmo produtividade, e outra valorativa, professor de carreira que argumento que os alunos e pois é melhor, ou correto, tratar professores sempre utilizaram, e tenha sido demitido, um funcionário da forma mais aquele que parece mais razoável. antes da gestão que humana e respeitosa. Não é uma questão de tomar À medida que a FGV, de demitiu o reclamante e os p a r t i d o d e s t e o u d a q u e l e maneira sistemática, desde que dezesseis colegas que o professor, é uma questão de puro fora criada, desligava seus bom senso, poderíamos dizer. precederam, sem a professores somente mediante a Diante desse quadro, o juiz consulta de órgãos decisão por órgãos colegiados, e também discute se Zeitlin deveria colegiados. baseada em várias avaliações de ser indenizado por danos morais. desempenho, não se poderia Nesse caso também dá sentença sustentar que, de uma hora para outra, a praxe favorável ao professor, já que entende que, ao organizacional fosse mudada, como se esta manifestar-se publicamente contra as demissões organização simplesmente não tivesse um passado dos outros 16 professores, ele estava apenas ou memória. Assim entende não nós, da Gazeta, demonstrando um gesto de coragem ao defender nem o DA, ou algum professor, mas sim o juiz seus colegas de um ato que, segundo o juiz foi Paulo Sérgio Jakütis que ordenou a reintegração e o também ilegal. Além disso, é bastante procedente o pagamento de danos morais ao professor Zeitlin. A raciocínio de que, se a fundação tivesse que demitir sentença diz claramente que: “Como se sabe, o o professor Zeitlin por questões de ordem ordenamento (CLT) é uma garantia mínima de financeira teria feito este desligamento junto com direitos, sendo que não há lei que impeça o os demais professores, e não seis meses depois, empregador de comprometer-se a dar mais após a manifestação de seu dissenso. O salário do benefícios do que o mínimo legal (...) Poder-se-ia professor Zeitlin não poderia ter um impacto tão indagar se o costume (de dar mais benefícios) de significativo na estrutura de custos da Fundação. um determinado empregador poderia Por essas razões foi imposta a sua consubstanciar-se em uma espécie de reintegração. Hoje podemos vê-lo andar pelos compromisso dessa espécie. E aqui, também, não corredores, dar alguma ajuda em administração de tenho dúvida em responder afirmativamente. (...) operações, estatística. Vale lembrar também que a
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Especial Zeitlin de Volta Fundação tentou pedir uma medida cautelar, que impedisse o professor de ser reintegrado até o fim do processo (a reintegração teria de ser imediata), alegando que haveria grandes prejuízos na sua manutenção (resta saber que tipos de prejuízos seriam esses, pois se ele perdesse a ação, teria ganhado salário e em troca dado aulas, enquanto que, se ganhasse, o mesmo aconteceria). A tese foi completamente desconstruída, mais uma vez, por uma desembargadora, que advertiu a defesa da Fundação de ainda por cima estar tentando induzir o juiz ao erro, ao mencionar a questão da estabilidade sem este ser o eixo argumentativo da sentença. A decisão agora irá para Brasília, e receberá a sentença final. Não se pode saber o que acontecerá, mas até agora, parece que os alunos, que eram criticados por “estarem de passagem” na Fundação, ou não saberem exatamente o que acontecia, defenderam uma posição muitíssimo coerente com os valores e costumes da fundação e com a justiça em geral. Esperamos que a escola continue ainda nos educando dessa maneira, muito embora existam sintomas de que isto tenda a acabar. O grande desafio da democracia como conjunto de procedimentos, e um modo de distribuição de poder, não passa apenas pela garantia dos direitos políticos na esfera estrita do Estado, da lisura das eleições de representantes legislativos, executivos, da probidade dos juízes e administradores públicos. Uma sociedade pode prever democracia em suas constituições, em seus palácios e parlamentos e ainda assim ser antidemocrática. Uma melhor distribuição do poder deve ocorrer em todas as esferas, sejam privadas ou públicas, sejam empresas de prospecção de petróleo, ou universidades, de ONG's a bancos de investimento. Assim como o respeito à dignidade dos membros de uma organização, respeitar a democracia se justifica por dois aspectos: um instrumental e um valorativo. Sociedades com uma distribuição de poder mais horizontal e um grau maior de controle civil sobre as ações dos particulares tendem a garantir mais direitos individuais e de propriedade (posto que é um Edição 72 * 10 de fevereiro de 2008
benefício de todos), e, por sua vez, fomentar o desenvolvimento material, o crescimento econômico, e diminuir desigualdades de renda, conflitos armados, etc. Além disso, a democracia é um valor, pois é desejável que todos possam decidir sobre os rumos de todos, e de si mesmos, numa relação de autonomia e liberdade. Se estamos ampliando demais o que acontece no microcosmo da FGV, para os quatro cantos do Brasil, no universo de todas as organizações e das sociedades, isso se faz porque a FGV, com sua história, é um exemplo, e deveria ser a primeira a reconhecer a sua influência na sociedade brasileira. E não nos enganemos: tudo está interligado. A GV poderia transformar suas práticas atuais em máximas universais? Paralelas a esta discussão correm as constatações de que uma decisão por órgãos colegiados (ainda que não seja idealmente democrática) é mais difícil, ainda mais quando uma organização tem de cortar custos, executar mudanças rapidamente. Ora, o que teria trazido mais custos à FGV? Não só o professor Zeitlin, mas todos os outros 16 professores que entraram com ações trabalhistas contra a Fundação, tiveram ganho de causa. O valor das indenizações chega à casa dos milhões de reais, certamente dezenas de milhões. Teria a Fundação economizado 'algum', por ter recusado à sua prática de 30 anos, de consultar órgãos colegiados ao demitir professores? É uma pergunta a se fazer, também porque há custos intangíveis, de imagem e da educação que se dá aos alunos da FGV, este custo sim, incomensurável. Alguns alunos guardaram esta decepção como um sinal dos novos tempos que se afiguram. As ameaças ao projeto democrático se espalham rapidamente pelo mundo. O direito à crítica e ao dissenso são as únicas garantias de pluralismo em qualquer meio social, e no mundo moderno, não há democracia sem pluralismo. Continuaremos a acompanhar estes fatos, pois é nosso dever como alunos, e a sempre notar quando houver algo que contrarie aquilo que nos ensinaram, e que, esperamos, possa trazer algo de bom à nossa carreira e às organizações.
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ESPAÇO
DOCENTE
São os políticos o problema?
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diversos níveis do executivo)? Estamos numa economia e a sociedade brasileira têm ditadura na qual os legisladores nos são impostos, ou presenciado progressos, modestos porém estamos numa democracia na qual temos que assumir consistentes, nos últimos meses e anos. Os como adultos as conseqüências de nossas escolhas? dados sobre o aumento das matrículas em todos os Vendo as votações para o congresso aqui no Estado de níveis de educação e do número de empregos formais, São Paulo, nas quais sempre alguns candidatos bem como sobre a retomada dos investimentos folclóricos (os Cacarecos do século XXI) se encontram produtivos, justificariam um olhar otimista sobre o entre mais votados, diria que, ao contrário do que se futuro. Não é esse, porém, o estado de ânimo que eu sugere dos jornais às conversas de botequim, talvez o sinto nas conversas com meus colegas e alunos aqui congresso seja simplesmente aquilo que os votantes na FGVSP; em geral, a sensação é de pessimismo, de fizeram por merecer! que as coisas vão mal, de que se chegou a um fundo de Portanto, se o congresso é um reflexo mais ou poço moral, etc. A série de escândalos que começaram menos preciso da sociedade, só quando esta mudar no Mensalão e continuam no interminável “caso escolherá políticos melhores; se todos, do policial que Renan” não apenas sugeririam que a política extorque traficantes até o motorista que avança pelo brasileira é algo essencialmente sujo, mas também acostamento, passando pelo dão a sensação de que os políticos são um grupo diferente, alheio a nós e pior Se o congresso é um empresário que não paga seus impostos, usam (usamos) a desculpa do que nós. Mais ainda, a conclusão de que Renan isso ou o Mensalão reflexo mais ou que muitos tiram é que tais escândalos justificam que (alguns de) “nós cá em menos preciso da aquilo, fica difícil romper com o status quo. baixo” façamos coisas erradas porque sociedade, só Mas como ocorreria essa mudança “o clima de impunidade” em que ética? Isso nos remete novamente às vivem “eles lá em cima” autorizaria quando esta mudar boas novas do parágrafo inicial. Em uma espécie de vale tudo moral. escolherá políticos realidade, deixei para o final o que há Sugere-se que esses de melhor nessas notícias: elas melhores. problemas se solucionariam com a mostram não apenas que a economia reforma política, chavão no qual se cresceu, mas que isso está insiste há anos, sem perceber que o único vínculo que favorecendo mais os estratos de renda inferiores. mantém unidos seus proponentes não é o acordo em Com efeito, caiu o número de pobres e de miseráveis e torno a medidas específicas senão a oposição à seus rendimentos cresceram a ritmo maior que os dos situação atual (semelhanças com a reforma tributária ricos, diminuindo portanto a concentração de renda. não são mera coincidência). Sem entrar no mérito de Claro que as outras mudanças positivas também são cada uma das propostas sérias (sistema bipartidário importantes: p.ex., ter cidadãos mais educados e ou pluripartidário, voto distrital ou misto, fidelidade melhor informados é uma condição sine qua non para partidária, listas fechadas, etc.), todas elas, mesmo uma democracia próspera, mas isso não basta. quando contraditórias, se inspiram em países onde Nenhuma sociedade profundamente desigual pode esses mecanismos funcionam mais ou menos bem, o ser justa, e sem justiça não há ética que se sustente. que sugere que o problema do sistema de Tudo o mais, inclusive a qualidade dos políticos, representação no Brasil é algo mais profundo do que acaba sendo condicionado por este problema achar o design do sistema político ideal. fundamental, para cuja solução ocorreram modestos Sabendo que muitos políticos não são o avanços num caminho que infelizmente ainda é melhor exemplo para nossas crianças, me pergunto muito longo e que espero seja percorrido cada vez qual mágica levaria uma sociedade a escolher seus com maior velocidade. piores cidadãos para os cargos mais importantes. Ramón García Fernández Serão todos os eleitores inocentes quanto à EESP - FGV composição do congresso (vale também para os
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GAZETA VARGAS
ESPAÇO
DOCENTE
Bingo!
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á há algum tempo venho sendo convidado por editores da Gazeta Vargas para ocupar o espaço docente deste prestigioso periódico estudantil. Em virtude das demandantes atividades acadêmicas cotidianas, ou da falta de um assunto que julgasse digno de acolhida pelos estudantes, vinha adiando a atenção a esses pedidos. Confesso que no dia de hoje senti-me verdadeiramente impelido a escrever. Embora uma velha máxima diga que nunca devemos escrever com o fígado, é exatamente isso o que estou fazendo. A matéria que tanto espanto me causou é justamente a chamada de capa da última edição da revista, denominada “Enem precisa fazer vestibular”. Por meio desse texto, buscam os representantes discentes da Fundação Getulio Vargas em São Paulo criticar uma iniciativa notável: a inclusão do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) entre os meios de seleção de novos alunos. Mais do que o desacerto da crítica, chocou-me o modo arrogante e torpe como a medida foi combatida. Explico-me melhor. A matéria em questão é arrogante, porque seus autores julgam-se claramente detentores de algum mérito extraordinário, que franquearia livre acesso a uma de nossas escolas, em detrimento de uma certa massa de desqualificados que aqui adentrariam por meio do ENEM. E é torpe porque pretende fundamentar a sua crítica no suposto baixo nível desse exame nacional, do qual faz exemplo mediante a apresentação de uma questão de múltipla escolha bastante simples, proposta em sua última edição. Ora, qualquer avaliador sabe que os grandes exames são compostos de questões de variável grau de dificuldade. Questões mais fáceis e outras mais difíceis em uma mesma prova são essenciais para produzir o que se denomina de índice de discriminação: evitar empates e segregar os alunos de pior e melhor desempenho. Do mesmo modo, são úteis para os planejadores do sistema educacional tomarem conhecimento dos diferentes níveis de habilidade que conseguem atingir distintos alunos de díspares origens, determinando onde e quando o sistema educacional vem errando ou acertando na formação dos estudantes. Por essa razão, retirar uma única questão do contexto mais amplo de um grande exame nacional, generalizando-o como um padrão, é algo torpe. No campo da arrogância, talvez fosse o caso de nossos estudantes pararem para refletir um pouco melhor sobre que espécie de mérito está em questão no vestibular. Tomemos o exemplo uma prova de boa qualidade, como é
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o caso do exame aplicado pela DireitoGV. Analisando os resultados desse certame, somos obrigados a concluir pura e simplesmente o seguinte: se você é branco, estudou em escola particular, tem menos de vinte anos e nunca trabalhou, morou no exterior, é filho de pais com pósgraduação e desfruta de uma renda familiar superior a cinqüenta salários mínimos, é meio caminho andado. Em outras palavras: se você teve a sorte de nascer em uma família de bom nível econômico, educacional e social, bingo! Você tem tudo para ser nosso aluno. E não adianta apontar exceções: elas apenas confirmam a regra. Pergunto-me o seguinte: desde quando sorte tornou-se mérito? Até que ponto a aprovação no vestibular de um aluno que não enfrentou preconceito, estudou em uma boa escola, é jovem e nunca precisou trabalhar, teve a oportunidade de morar no exterior e convive em um lar composto por pessoas bem educadas indica exclusivamente o mérito pessoal? Este aluno pode dizer que tem mais méritos do que outros que enfrentaram maiores vicissitudes na vida? Trocando em miúdos: vestibular mede mérito? Talvez fosse mais divertido de nossa parte trocarmos as inscrições para o vestibular pela venda de cartelas de bingo, promovendo uma grande tômbola festiva onde os alunos que não conseguissem completar nenhuma cartela seriam os admitidos em nossas escolas. Pelo menos, trocaríamos os sortudos pelos azarados. E contaríamos com um grupo de estudantes que dificilmente teria a empáfia de dizer-se mais meritório de um ensino superior de qualidade do que os alunos pobres de um grupo escolar público de Guaianazes, filhos de pais analfabetos, que trabalharam de dia para estudar à noite e nunca saíram do país. Pode-se contra-argumentar que a seleção pelo ENEM também não é completamente eficiente para quebrar a espiral de perpetuação das elites nacionais. Mas a adoção de meios menos excludentes de recrutamento requer, acima de tudo, a superação do paradigma do vestibular como único meio legítimo de ingresso. Nesse contexto, prestaríamos um serviço muito melhor para a Fundação Getulio Vargas e para o país se tivéssemos a coragem de nos despir de nossos velhos preconceitos e partíssemos para uma discussão aberta, ampla e sincera de nossos meios de seleção de novos alunos, visando à construção de um sistema que efetivamente premie o talento. E não vai ser louvando o vestibular e criticando o ENEM que atingiremos esses objetivos.
Alexandre dos Santos Cunha EDESP - FGV
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Coluna
BRASIL
Esta nova coluna visa suscitar o debate de questões nacionais, transmitir reflexões sobre as mazelas políticas, sociais e econômicas e, principalmente, recuperar as discussões, entre os estudantes da FGV, acerca do país em que (pasmem) vivemos – “Brasil, ainda que tardio.”
Brasil, ame-o ou deixe-o por Felipe Scudeler Salto Ex-editor-chefe Gazeta Vargas "Quero que me esqueçam" – Presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo – (1979-1985)
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oi com esta frase que Figueiredo cristalizou o fim do regime militar e o quadro insustentável que acabou por se instalar, tanto pela movimentação inédita de uma sociedade tomada pelo ímpeto democrático, quanto pelo esgotamento das benesses que a ditadura proporcionara. O fato é que José Sarney – caudilho do Maranhão – começa um ciclo democrático um tanto distorcido, sob a égide de instituições políticas constituídas para outros fins que não o bem comum. O argumento é este: abandonou-se o autoritarismo (graças a Deus), mas não se elegeu a democracia como o valor supremo para o estabelecimento de uma sociedade civilizada e justa. Figueiredo queria que o esquecessem e, com ele, todas as desgraças de um sistema político calcado na subjetividade, na falta de respeito pelos cidadãos, pela vida e pela dignidade humana. Se os militares saíram para nunca mais serem lembrados, os democratas assumiram para, sequer, serem notados? Nunca se deve propor a substituição da democracia pelo autoritarismo. Entretanto, há que se buscar um meio concreto para que a população se veja compelida a utilizar-se de seus direitos, junto aos governos, e, mais amplamente, junto ao Estado. Os representantes e seus conluios, suas trocas de favores e toda sorte de lama putrefata a que se submetem garantem algo para além do gordo recheio de seus próprios bolsos: a possibilidade (ainda que oculta) de, pela própria democracia, sustentar uma verdadeira República Federativa. É isto que os “indignados (não são poucos) de hoje” devem perceber, antes de ousar sugerir soluções ditatoriais para os problemas políticos do país. Não há contrato social sem democracia, não há direitos ou, ainda, possibilidade de punição aos coronéis mandatários do poder. Pode-se argumentar que nem mesmo a democracia garante a punição aos “desorganizadores” da nação, mas, previamente, registre-se que, minimamente, garante a possibilidade, desde que uma simples condição seja satisfeita, qual seja a conquista de uma sociedade, verdadeiramente, participativa e consciente do poder que dela emana. O direito de governar e decidir sobre as questões nacionais, em uma democracia, é de cada indivíduo participante e componente da nação brasileira. Apenas transferimos este poder aos representantes eleitos. A deficiência está em conscientizar a todos e pronto. Mas, quem se dispõe a isso? As grandes redes de televisão, os jornais, as
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revistas e toda diversidade de meios de comunicação, os governos, as elites intelectuais e financeiras, os artistas, os formadores de opinião, os acadêmicos e estudantes estão dispostos? “Encontrem seus papéis políticos e assumam sua posição, oh, pobres e iluminados donos do conhecimento! Implantem a revolução das idéias, da educação e da cobrança como único instrumento de apunhalar os saqueadores de plantão! Façam como a Fiesp e sejam contra alguma coisa! Contra este governo medíocre, contra a corrupção, contra a impunidade, contra a desordem geral da nação ou, que seja, contra a CPMF! Sejam, pelo menos uma vez, na triste história do Brasil, os responsáveis pela construção de algo positivo que ultrapasse seus impérios financeiros!” Os tijolos da morada democrática são os valores. Não há identidade nacional sem uma preocupação autêntica das escolas, educadores e famílias com relação à formação pessoal e à transmissão de ideais e princípios, que componham indivíduos mais fraternos, menos violentos e que almejem, sim, o sucesso pessoal, mas, também, o auxílio aos menos favorecidos. Precisa-se de humanidade e, principalmente, da capacidade de compadecer-se da miséria cotidiana. Não há Brasil sem brasileiros, não há pátria sem patriotas. O ufanismo, por si só, não conduz a nada. No entanto, é essencial para as nações que incentivem o sentimento de unidade, o reconhecimento de cada cidadão como participante e como construtor de sua realidade – a nação refletida na vida das pessoas. Cantar o hino e prestar homenagens aos símbolos nacionais não é suficiente para que crianças, jovens e adultos valorizem um país que continua mergulhado no desrespeito à vida. Não há bandeira que suprima as necessidades do povo, não existem “margens mais (placidamente) sórdidas” do que as margens da sociedade. Precisa-se de amor verdadeiro – eis o que todos, invariavelmente, querem. “Valha-me, Cecília Meireles”: “Amor é a coisa mais alegre amor é a coisa mais triste amor é coisa que mais quero.” “Brasil, ame-o ou deixe-o.” Este é o verdadeiro contexto em que esta expressão deveria ter sido cunhada – o democrático e plural. Esta é a expressão que, hoje, nós, livres de Médici e de seus “milagres”, deveríamos eleger como o slogan mais apropriado não para ludibriar, como outrora, mas para trazer, à superfície da sociedade, uma identidade perdida.
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Coluna
Olga Benário
Formatura: A Grande Conquista (ou: Servirá meu Diploma para embrulhar peixe na feira em 10 anos?) por João Marcos Bezerra Em reunião do Conselho Departamental, do qual sou Representante Discente, me desculpei por trazer um assunto desagradável à todos e que diminuiria o clima ameno que até então pairava sobre o ambiente. Após debate sobre o tema, o professor Mazzucca disse para eu não me preocupar em fazer o papel de chato porque, se não fosse eu, quem faria?
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nfim, vou me formar (adotando que eu passe das matérias que preciso). E hoje posso fazer uma avaliação da Escola muito mais completa. Após o “Momento bixo”, onde tudo é novidade e qualquer coisa que nos dizem acreditamos; após a “Decepção do 4° semestre”, quando nos perguntamos se era isso mesmo que queríamos; após o “Limite do saco-cheio no 7° semestre”, quando queremos fugir o mais rápido da GV para ir ao estágio e, quem sabe, sermos efetivados, chegou a Formatura. Mas me formo triste. Em jantar com o Presidente da Fundação, no começo do ano, apostei com ele que em 10 anos a Fundação será pior que é hoje. Mesmo querendo muito perder, acho que vou ganhar e tenho algumas razões para acreditar nisso. A primeira é o preço da mensalidade. Hoje o aluno da EAESP paga 2000 reais de mensalidade. Esse valor é fora dos padrões. Quando entrei na GV não havia prestado FEA, mas hoje, com esse valor de mensalidade, pensaria duas vezes. A segunda é o ponto que está a marca FGV. Dia desses, meu avô veio falar que um amigo dele era o melhor aluno da classe dele na GV. Era uma GV em Santos, mas e para explicar para ele? Outra vez, em entrevista para trabalho de RH, entrevistando o Presidente de um Multinacional, ele afirmou que nunca mais mandaria um funcionário seu fazer curso na FGV, que o último que havia feito tinha sido perda de tempo e dinheiro. A terceira, ponto polêmico, é o Enem. Sei que isso gera comentários como: “Elitista” e outros. Usarei um argumento diferente: Digamos que quem entra na EAESP só tira mais que 90% do Enem e quem tem essa nota consiga entrar na EAESP pelo vestibular. Ou seja, é irrelevante no quesito Avaliação do Candidato. O problema é a sinalização que isso passa. Quais as Faculdades que utilizam o modelo “Vá bem no Enem e nem faça Vestibular, seja aprovado direto”? Só as Uniqualquercoisa. Essa não é uma medida pioneira; estamos seguindo as piores faculdades do Brasil! Essa é a impressão que queremos passar para o mercado? O ponto que mais me preocupa é o aluno que
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estamos formando. Cada vez mais exigem raciocínio rápido, percepção analítica e capacidade de resolver problemas. Em outras palavras, querem formar engenheiros. Agora, as partes de relacionamento com pessoas, visão estratégica e, principalmente, pensar estão sendo esquecidas. A possibilidade de questionar, que é o principal meio de inovar, empreender, está diminuindo. O que se cria é uma estrutura muito rígida. Se o líder não errar nunca e essa estrutura não estiver em uma instituição de ensino, ela é muito boa. Então, só nos resta rezar pelos acertos do Presidente e no aumento da importância dos geradores de caixa. A impressão que eu tenho é que cada vez mais temos o esquema “Professores fingem que ensinam e alunos finge que aprendem” (generalizei). Os alunos estão cada vez mais despreocupados com sua formação e qualidade de aula. Os professores, notando esse desinteresse, cobram menos, ficam mais superficiais e, para piorar, o professor que tenta ir um pouco além do “limite” é odiado. Com a Reforma da Graduação não é hora de deixar metade da sala de DP? A pergunta que fica: podemos deixar a Escola na mão de terceiros? (Aqui não faço referência apenas à Mantenedora, mas também à necessidade de fortalecimento na Representação Discente, com mais cobrança por parte dos representados e participação mais ativa dos representantes). A Escola de Economia não tem uma estrutura com Órgãos Colegiados e não acredito que o modelo da EAESP seja o melhor para eles. Mas a ausência de prestação de contas formal e uma instituição onde os alunos possam reclamar se mostra um entrave muito grande. Com eles, todos têm que jogar limpo. Mas chegamos a um problema: a EAESP possui esses órgãos formais. E não são respeitados. A Congregação Ordinária deveria ocorrer nos primeiros 20 dias de Agosto. O Diretor da Escola, indicado pelo Presidente da Fundação, sabia, e nada fez. Ou seja, agiu contra o Regimento. Alguém fez alguma coisa? Afinal, quem tem que respeitar o Regimento? Na verdade minha maior preocupação é outra: o nível do ensino no País. Se a EAESP é a melhor escola de Administração no Brasil (e, mesmo com todos seus problemas, acredito que seja), imaginem as outras... Agradeço ao Diogo pela oportunidade de escrever as notas dessa edição. Havia esquecido como é divertido...
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Espaço Aberto
... é a melhor escola do Brasil!!
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aros GVnianos, deixem-me apresentar. Meu nome é Pedro e há 4 anos acompanho a movimentação da Escola. Isso porque tenho um irmão formado recentemente e outro no 4º AP, o que me leva a crer que por pelo menos mais 2 anos acompanharei as novidades. Quando digo “acompanho a movimentação da Escola” refiro-me a diversos fatos, como: à luta pelo direito de escolher o diretor, pois também não concordo com o ato da Mantenedora de escolher o “melhor” diretor; à interdição da Avenida 9 de Julho como forma de protesto à demissão do professor Zeitlin; à luta por um processo de reavaliação, pois a última turma isenta de pagamento de DP já se formou; entrevistas com professores, inclusive com o Presidente da Fundação, nesse Periódico e principalmente a venda da marca FGV a “escolas parceiras”, com o selo de qualidade FGV. Pode parecer estranho, mas mesmo tendo freqüentado diversas Giocondas, Giovanas, Jacas, Cervejadas e Quintais, minha primeira Economíadas foi no ano de 2007 em Taubaté. E é justamente sobre essa experiência que gostaria de comentar. A AAAGV, mesmo com diversos imprevistos, fez seu melhor possível para cumprir sua promessa de fazer um grande evento, como nunca fui a nenhuma outra Economíadas, não tenho com o que comparar, mas acho que eles cumpriram muito bem seus objetivos. Porém sempre há o que melhorar. A Tatu Bola realmente impressiona e mostra como as outras faculdades deixam a desejar nesse quesito. As festas GVnianas são invejadas e desejadas por todos, cerveja, som, café da manhã, tudo muito bom. E a torcida? O que é a torcida GVniana? É só festa, com gritos, empolgação, bandeiras, fumaça e lógico a Tatu Bola sempre presente! Mas será que o grito de que é a melhor escola do Brasil está correto? Melhor em que aspecto? Na qualidade de ensino? Dos professores? Na taxa de empregabilidade dos formandos? Na infraestrutura? Bom, nesses critérios acredito que sim, mas e os alunos? Para quem não sabe, o alojamento era uma escola municipal de ensino fundamental. E nós ficamos em salas de aulas que abrigam crianças ente 7 e 14 anos. Quando vemos uma escola pública, já imaginamos recursos limitados, professores que se esforçam para prover o melhor ensino possível e que lecionam mais por paixão do que por dinheiro, material didático contado e limitado, carteiras e mesas contadas, enfim nada
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parecido com o que a Fundação proporciona a seus alunos das 3 escolas. E qual a imagem que o aluno GVniano vende para os professores, alunos e pais da escola pública? Se formos levar em consideração o que aconteceu lá, seria melhor por um selo de qualidade FGV. Pichação nas paredes, carteiras quebradas, mesas destruídas, cartilhas rasgadas e jogadas no chão, cadeiras que cansaram de serem batidas nas paredes, o presépio de natal preparado pelas crianças não é mais o mesmo, ou seja, os GVnianos que são a elite financeira e intelectual do país, não passam de playboys vândalos. Contudo não foram todos que fizeram isso, e sim alguns. Mas o que você GVniano fez para impedir? Nada! E quem fica com essa fama? Você! Em um país em que sempre se fala que a educação é a base de tudo, como podemos aceitar que alunos da “melhor escola do Brasil” façam essas coisas? Vocês pagam mais de R$ 2.000,00 por mês, tiveram base nas melhores escolas do Brasil, tem vivência em outros países e depredam escolas de crianças que vão para a aula para ganhar merenda? E de quem é a culpa? Do álcool? Da maconha? Dos pais que não deram noção de cidadania? Da AAAGV que não pos seguranças para por limites? Minha que poderia ter feito mais? Sua que não deve ter feito nada? Saí da minha primeira Economíadas cansado, rouco, feliz por meu irmão e seus amigos formandos, pela sala que me acolheu bem durante os 4 dias, mas decepcionado e triste com esses fatos. Muitos podem alegar: “Tinha gente da PUC e da Poli também!”. Estavam lá porque alguém da GV convidou, o alojamento era da GV, a pulseira era da GV a imagem que venderam é a da GV. E para terminar algumas sugestões: AAAGV não forneça mais alojamento, porque quem paga uma mensalidade da GV pode pagar um quarto de hotel, e não quebrará nada, pois terão que pagar depois. Doe alguma coisa à escola em que estávamos, doe livros, computadores, material esportivo ou qualquer outra coisa que utilizem lá. Essa atitude não apagará a imagem, mas minimizará os comentários. Alunos: não adianta fazer um trote solidário uma vez por semestre. Ser cidadão não é só doar sangue ou dinheiro para o Criança Esperança e aprendam mais com a Mantenedora, ela cobra muito caro para vender o selo FGV de qualidade, vocês pagam para por o selo de qualidade de vocês.
Pedro Felipe Bezerra Pedrofelipebezerra@yahoo.com.br
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Espaço Aberto
Política na GV – Junte-se a nós! “Quem foram, então, os militares que conspiraram pela República e se dirigiram ao Campo de Santana na manhã do dia 15 de novembro de 1889 dispostos a derrubar o Império? Basicamente, um conjunto de oficiais de patentes inferiores do Exército (alferes-alunos, tenentes e capitães) que possuíam educação superior ou 'científica' obtida durante o curso da Escola Militar, então localizada na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Na linguagem da época, a 'mocidade militar'.” – Celso Castro em artigo no site da FGV/CPDOC. (Http://www.cpdoc.fgv.br/comum/htm/)
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oi a juventude esclarecida da Escola Militar que propôs, defendeu e proclamou o ideário republicano. Nada mais do que jovens atentos a uma única certeza, um pensamento unívoco, algo que os identificava enquanto brasileiros a convicção de que a República deveria emergir para que o país não sucumbisse. Será que somos conscientes do verdadeiro papel que nos cabe, qual seja de “(re)proclamar” nossa República e confirmá-la, finalmente, como democrática e plural? Da “mocidade militar”, poucos herdaram o sentimento de responsabilidade pelos rumos da própria nação. Jovens que busquem participação política, mudança social, diminuição da desigualdade, resolução dos problemas nacionais e quaisquer outras atividades ou ações que ultrapassem o contorno de seu mundo individual: eis o que precisamos ser. É nesse sentido que formamos um grupo, entre os alunos da FGV-SP, para pensar o Brasil e para compor uma liderança que seja capaz de se estabelecer no atual sistema político brasileiro. Assim como a República, para a “mocidade militar”, a democracia foi o ideal de estudantes identificados e unidos pela liberdade, contra a ditadura militar. Hoje, não mais ideal, mas fato concreto, valor amplamente aceito, característica irrevogável, pressuposto básico, garantia legítima, a democracia deve ser o instrumento para construção, desde já, de nosso espaço no âmbito político. “A arte da política, se for democrática, é a arte de libertar os indivíduos para capacitá-los a
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traçar, individualmente e coletivamente, seus próprios limites individuais e coletivos” (BAUMAN, 1999). Essa frase nos chama a praticar a política como liberdade, mesmo quando a insegurança, a incerteza e a falta de garantias nos forçam a nos distanciarmos do inerente conflito dos ambientes coletivos, fazendo-nos esquecer de que é somente com o trabalho coletivo que se alcança a liberdade individual. O que se questiona não é mais, em grande parte, o que deve ser feito, mas quem tem poder e decisão para fazer. Os espaços de participação existem e requerem indivíduos organizados, dispostos, na prática, a fazer um país melhor para todos, que queiram praticar a democracia, que entendam que a república é a fábrica do bem comum. Façamos, do “ambiente GV”, o berço de um grupo que utilize a ciência, o conhecimento, o capital humano e os valores e laços que criamos, enquanto estudantes da mesma instituição, para construir um Brasil melhor, sem utopias, mas com atitudes concretas, propostas, debate e posicionamento. O objetivo desse texto é convocar pessoas dispostas a transformar o Brasil através da política. Se você é uma delas, junte-se a nós, entre em Felipe Salto felipessalto@gmail.com Germano Souza Guimarães germanoguimaraes@yahoo.com.br José Emygdio de Carvalho Neto Jecneto@yahoo.com.br
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( MATÉRIA REFLEXIVA )
Matéria avixelfeR
A construção de muros invisíveis por Muriel Waksman
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urante o desenvolvimento da história do homem, muitas barreiras e muros foram criados: o de Berlin, o industrial, o tecnológico, entre muitos outros. O primeiro foi algo visível; uma visita à Alemanha, na época, era o bastante para enxergá-lo. Porém, o industrial era considerado “invisível”, pois existia entre a elite e os trabalhadores, que viviam em um embate eterno sobre quem comanda quem. O tecnológico, existente até hoje, separa o mundo “atrasado” do mundo “avançado” / “moderno”. Há outro muro, também invisível, mas muito presente: o da religião. Este, existente desde a criação de cada religião, segrega as pessoas em pequenos clãs, que deveriam se comunicar, e não se separar. As religiões foram criadas para dar ao ser humano uma escapatória aos problemas cotidianos, com ajuda da fé, e para ajudar as pessoas a conviverem melhor entre si. Porém, isso virou um muro ideológico entre as populações religiosas, que não aprendem a conviver, nem a se tolerar. No Velho Testamento, no Novo Testamento, e na maioria dos textos sagrados, a proposta de cada Deus sempre foi a união da raça humana, de alguma forma. Mas esta união passou a ser usada, com o passar dos anos, de forma completamente modificada e manipulada. Por exemplo, no colonialismo, a conquista da terra e a matança dos índios e dos nativos da América eram justificadas pela necessidade daqueles povos “inferiores” e “não-civilizados” de receberem a divina oportunidade de aprenderem os dogmas de religiões ocidentais (e não pergunte se a opinião dos nativos foi escutada; afinal, eles falavam outra língua!). Portanto, dentro de um determinado clã mais religioso, quem não pertence àquela fé, é discriminado. E isso é o motivo de muitas brigas e agressões. Muitas famílias destroem relacionamentos e amizades somente porque os indivíduos pertencem a credos diferentes. Esta diferença, em um mundo globalizado e “evoluído”, não deveria ser um impedimento, se as pessoas se respeitam e se relacionam de uma maneira saudável. Porém, muitos chegam até mesmo a negar um relacionamento ou amizade com outro de religião diferente, de forma cega aos seus próprios sentimentos, e somente enxergando a suposta fé que possui, ou que é obrigado a possuir. A hipocrisia dentro das entidades religiosas também é algo que cresce cada vez mais. As pessoas
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freqüentam as sinagogas, igrejas, e todos os centros religiosos, muitas vezes com o motivo social, ou seja, não para se dedicar a Deus, mas sim para exibir aos outros a sua suposta religiosidade. Por exemplo, muitas pessoas acham que, somente por freqüentar os centros religiosos dos quais fazem parte, serão perdoados por seus pecados. Mas, de acordo com alguns ensinamentos religiosos, quando se faz mal aos outros, deve-se pedir perdão para quem fez mal e para si mesmo, para depois, finalmente, pedir perdão a Deus. A religiosidade não é um problema, mas a forma como as pessoas não respeitam as religiões alheias e as diferentes formas de fé pode ser considerada um problema. Um dos fundamentos principais de muitas religiões e até mesmo de muitas Constituições é o da liberdade. Não deveríamos, então, respeitar a vontade dos outros, as suas escolhas religiosas e de vida, tolerando as diferenças? Aparentemente, não. O incentivo à conversão das pessoas para outras religiões é muito forte, e, muitas vezes, o fanatismo é tão exacerbado que as pessoas passam a se odiar. O que a religião construiu e deveria proteger é destruído pelo ser humano: aos pés do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, há os milhares de assassinatos dentro das favelas; perto do Muro das Lamentações, há a mutilação entre judeus e árabes; muitas mesquitas e centros religiosos são destruídos por razões muitas vezes nem um pouco convincentes, e por aí vai. A religião deveria, sempre, ser algo interno às pessoas. Isto é, deveria ser algo que cada um guarda para si. Não um motivo para fazer o social; fé é particular, de cada um, e não há a necessidade de dividir e exibi-la para mostrar aos outros. Ir a cultos religiosos e rezar é algo saudável, mas tentar mudar a concepção do outro e não respeitar as escolhas dentro da esfera de convivência e fora desta não é. A religião, nos ensinamentos mais diferentes, deveria ser usada para mobilizar e unir as pessoas, não para separá-las e criar ódio entre elas. Os seres humanos têm de se acostumar às diferentes concepções de vida e aos diferentes costumes, aprendendo a tolerar o que não gostam de modo respeitoso. A religião não deve ser um motivo para brigas e agressões, e sim um motivo para que cada um, individualmente, tenha a sua fé, para escapar da rotina cansativa e da tensão. E não ser outro motivo para outra Guerra e para a construção de outro muro, mesmo invisível.
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Matéria avixelfeR
( MATÉRIA REFLEXIVA )
A distância entre nós por Roberta Guerra Abdalla
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minuto. As relações se tornam relações de stava esperando para atravessar a rua. Ao meu custo/benefício, e ninguém arrisca acreditar. lado, uma mulher observava um homem do As informações chegam em maior volume, outro lado. Ele também olhava para ela. Pensei com maior velocidade, só que, em contrapartida, as que eles talvez se conhecessem, mas nem um nem competições ficam cada vez mais acirradas, o jogo outro acenou ou fez qualquer sinal de cada vez mais frio. Ninguém quer arriscar se reconhecimento. Não, eles não se conheciam, estavam comprometer. Ninguém quer ser responsável por apenas convidando um ao outro para se aproximar. nada. Afinal, por que alguém escolheria assumir Quando o sinal fechou, e eu e a mulher alguma responsabilidade, algum compromisso, desconhecida começamos a atravessar a rua, fiquei na quando a estratégia “racional” dominante é a do não expectativa, esperando que alguma coisa acontecesse. arriscar? Fomos nos aproximando do centro da rua e do homem E, não arriscando, nos mantemos afastados. desconhecido, que continuava olhando em nossa Nos mantemos a uma distância segura de todo o tipo direção. Eles passaram tão perto um do outro que, por de compromisso e dos riscos de nos expormos demais. um instante, pensei que pudesse ter perdido alguma Afastados, temos o controle. Ou achamos que temos. coisa. Não. Nenhum dos dois fez absolutamente nada. Deixar-se envolver é arriscado demais. É um Em silêncio, continuaram caminhando em direções compromisso, um voto de confiança opostas. no outro, porque o nosso “lucro” passa Eu parei quando alcancei a Ninguém quer a depender de colaboração, de calçada. A desconhecida me confiança. Essa abertura, arriscar se ultrapassou e fiquei observando as simplesmente, não vale a pena. suas costas enquanto ela partia. Virei comprometer. Batemos a porta na cara de quem tenta para ver se o desconhecido ainda invadir nosso “espaço seguro”. estava por ali. De novo, tudo o que Ninguém quer ser O casal de desconhecidos não quis pude ver foram suas costas enquanto ele se afastava. Porém, quando eu já responsável por arriscar. O que poderia ter acontecido? Talvez nada, mas eles nunca terão estava pronta para esquecer e certeza do que deixaram de ganhar. A nada. continuar o meu caminho, ele olhou racionalidade econômica que tomou para trás. E, com aquele último olhar, conta do mundo somada a uma lógica pareceu me pedir desculpas. Desculpas pela individualista, parece estar, para continuar na mesma decepção, desculpas pela sua falta de compromisso língua, destruindo mais valor do que gerando. Afinal, com o espetáculo, desculpas por ele não ter se a política do cada um por si acaba virando a política do arriscado. Desculpas pelo que ele tinha deixado de “pelo menos”. Para quê o trabalho, o esforço, o risco de fazer acontecer. tentar se podemos não fazer nada. Não fazer nada e Fiquei pensando no que tinha acontecido. Ou manter o “mínimo” satisfatório. Nos agarramos ao melhor, não acontecido. Pensei também que eu pequeno porque temos medo de acreditar que o poderia estar enlouquecendo, imaginando coisas. É grande existe. Pior, morremos de medo de sermos os possível, mas, naquele momento na calçada eu primeiros a arriscar acreditar. acreditei completamente na minha interpretação dos Eu tenho mais medo é dessa tendência a fatos. Logo, o que aconteceu, em algum grau, será desistir antes mesmo de tentar. Eu tenho mais medo sempre verdade para mim. desse não acreditar. Porém, do que eu mais tenho Dizem que o mundo vem diminuindo. medo mesmo é desse “quê” que ainda me faz querer Globalização. Palavra grande. Palavra gasta. Fria. Não virar as costas, sacudir os ombros, e ir embora. Esse sei. Tudo pode estar mais rápido, o mundo mais “quê” indefinido que resiste. Esse “quê” que me faz acelerado, mas o caminho a percorrer, os espaços querer manter minha distância segura e observar vazios, esses não diminuíram. Pelo contrário, eles vocês de onde vocês não possam me ver. parecem aumentar a cada dia, a cada hora, a cada
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Espaço Aberto
Adeus GV...
A
vida passa depressa... agora, esses 4 anos de faculdade passaram rápido demais. Em vários sentidos, quem consegue formar amizades tão sólidas quanto as dos tempos de colégio tem mesmo muita sorte. Para mim foram algumas, que guardo como família. Mas faculdade é diferente não só porque temos menos tempo para conhecer as pessoas com as quais vamos conviver, por vezes vindas de trajetórias completamente diferentes, mas porque nós estamos também diferentes dos tempos de colégio. Mais preocupados com o que vai ser a carreira, com quais contatos precisamos fazer para ampliar as chances de um ótimo emprego, com quais atividades devemos nos envolver para acrescentar mais linhas a um currículo que nos venda bem. A partir do final do segundo ano, já estão todos procurando estágio em Economia e Direito temos um ano a mais de 'convivência forçada'; o ritmo mais intenso de estudos, por outro lado, tenta evitar os bares, baladas e churrascos durante a semana... sinto que com mais sucesso na EDESP do que na EESP, mas queria ler na próxima edição o que um aluno do Direito pensa sobre isso... Enfim, acho que essa mentalidade que nos corrompe a inocência dos pequenos prazeres da vida não posso me conformar com alguém de 19 anos já trabalhando num ritmo tão intenso quanto vai ser o resto de sua vida, em detrimento de apreender nessa fase única o espírito das coisas que realmente valem a pena, pelas quais devemos realmente investir o nosso suor aliena muitos do que é de fato viver a faculdade. Não estou falando só de passar tempo no DA, se divertir com os amigos tomando cerveja no primeiro andar ou jogar o campeonato de pebolas. Mais especificamente, tenho em mente fazer alguma coisa significativa nesse microcosmos que é a GV, um esboço de mundo real. Há trabalhos maravilhosos como o Conexão Social, ou as viagens do Conexão Local, que proporcionam experiências maravilhosas para os que recebem os frutos dos esforços do projeto bem como para aqueles que são responsáveis por eles. Não tive oportunidade de tomar parte nesses universos... meus 'tempos de ouro' na GV tem mais a ver com Diretório Acadêmico e Gazeta Vargas. Foi nessas entidades que aprendi de verdade a amar a minha faculdade, tanto a
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ponto de fazer sacrifícios por ela, se arriscar, sentir a emoção de aguardar a estréia de um novo projeto ou a chegada de uma nova edição. Na Gazeta, principalmente, trabalhei para dar voz ao que muitas vezes se queria silenciado. Lutamos para que a GV melhorasse a infra-estrutura num contexto de corpo discente em expansão, para que os alunos das novas escolas pudessem participar em iguais condições das entidades estudantis, para que os alunos tivessem voz nas decisões sobre o curso que um dia vai constar em seu diploma na parede. Se de nem todos esses combates saímos ilesos, cada um valeu a pena. Foram nesses espaços que solidifiquei as amizades mais marcantes que colecionei nesse meu curto tempo na GV. Estávamos unidos por um ideal comum. Nos tempos de hoje, engajar-se, dedicar energias a causas como a liberdade, por exemplo, é muito menos trivial. Em momentos importantes durante a ditadura militar os protestos estavam nas ruas; havia o medo da repressão formal do Estado. Hoje a motivação é menos clara e o medo, mais sutilmente alimentado. Medo, sobretudo, de contrariar as convenções, mais ainda, as pressões para que você se forme logo, arranje um bom emprego, ganhe muito dinheiro, se aposente cedo e depois aproveite um pouco se conseguir se desvencilhar da ganância que a exposição prolongada a muito dinheiro incute. Mas você devia querer uma vida significativa. Fazemos muitas concessões para que no futuro possamos ter uma nesga de felicidade. Mas “a vida é o que acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos”, como dizia John Lennon. E você pode ser feliz agora: faça muitos amigos, passe tempo com eles eles vão te fazer falta -, dedique seu tempo a causas que valham a pena. Faça parte de alguma coisa. Detesto livros de auto-ajuda; te dizem para convencer-se estar contente ou sentir-se seguro mesmo se no seu interior está acontecendo algo radicalmente distinto. O que estou querendo dizer é um pouco diferente. E conselho de quem não se arrepende das coisas que fez, mas sente falta de ter feito um pouco mais. Guilherme Lichand Ex-aluno da Escola de Economia de São Paulo Ex-Editor-Chefe da Gazeta Vargas Glichand@gvmail.br
GAZETA VARGAS
DIVERSÃO: HUMOR
por Marcio Noguchi
Atenção: o conteúdo desta coluna é fraco. Assim como o Brasil, nossa inspiração só funciona depois do Carnaval.
Afundação Getulio Vargas Meus caros, Após quase 3 anos de participação na Gazeta Vargas e a formatura em vista (não à vista), minha participação nesta nãoengraçada e não-popular e não-crítica coluna chega ao fim. Foram milhares de cartas ao longo das colunas, com sugestões, currículums, fotos de biquíni, Anthrax e demais anexos. Ao final do primeiro ano, dado o gigantesco sucesso que a coluna alcançava, fomos proibidos de almoçar no Getulinho. Toda vez que lá comíamos, a receita do restaurante despencava 50%. E após a piada do PF, em uma das primeiras edições, não podíamos escolher esse prato que tem a cara da cidade de São Paulo. Ao final do segundo ano, meu fiel escudeiro Bozo descobriu que preferia as criancinhas e abandonou esta gloriosa coluna. Segundo Bozo, sua família e ele queriam viver novamente sem ameaças de morte. Ao final do terceiro ano, o Curíntia foi rebaixado e todas as demais piadas não se comparavam a esta pérola que havia acabado de acontecer. Ainda, as pessoas não se importavam com mais nada a não ser em imitar o Capitão Nascimento e a dar importância novamente ao funk. A grande vantagem de escrever uma coluna de humor é a praticidade. Os fatos mais bizarros são dados de mão beijada, coube a nós somente transcrevê-los para cá. Afinal, a vida é uma piada. É com essas palavras em tom de Filosofia I e Nostalgia VIII que chega ao fim esta coluna, para alegria geral da nação gvniana. E estamos comemorando a entrada de 2008!!!! Mas se depender de alguns professores, com as mesmas matérias de 2007. Não, não faremos mais piadas sobre um tal rebaixamento que ocorreu. Mostraremos somente, em primeira mão, as novas regras da Série B do Brasileiro. - As equipes que não possuem refletores em seus estádios deverão ter seus jogos realizados à tarde. - Os estádios com capacidade inferior a 1000 lugares deverão iniciar a venda dos ingressos 1 hora antes do início das partidas. - Cada equipe deverá apresentar os seus jogadores pelo menos com a camiseta da mesma cor, caso contrário o time da casa deverá tirar a camisa para não confundir o juiz. - Se um jogador for expulso, ele tem que esperar 15min ou até a outra equipe fazer um gol para entrar em campo. - Quando a bola sair do campo, o jogador que provocou a saída deverá ser o gandula pra buscar a bola. - Bola de capotão com remendo só será permitida se o remendo for feito com linha de náilon 0.60 do tipo utilizado para pesca de bagres e mandis. - Quando forem expulsos mais que 2 jogadores de cada time, o campo tem que ser reduzido fazendo goleirinhas com chinelo. - Se um time começar a ser pressionado e a equipe adversária chuta muito forte, seu goleiro pode botar havaianas nas mãos para não doer. - Se mais da metade do time estiver de pés descalços, os outros jogadores têm que tirar a chuteira ou o time pode pedir tempo para ir no supermercado comprar KICHUTE pros jogadores descalços. - Caso um time estiver jogando muito mal, um jogador da outra equipe poderá trocar de time para emparelhar a partida.
Frases de Defeito Diálogo com alguém da Atlética no Economíadas: “- Estamos sem tenda no Economíadas porque ela está alagada. - Mas nossa tenda é em um campo de futebol ABERTO. - Sim, mas a água está até o joelho. - Mas nossa tenda é em um campo de futebol ABERTO com GRADES pelos lados. - Sim, mas todas as outras faculdades estão alagadas também. - Entendi. E porque nosso alojas é uma m****?” Comentário 1: Fontes internas confiáveis nos disseram que a nossa tenda alagou, caiu na Dutra e foi só parar em São Paulo. Comentário 2: Alvará para que? E alojas bom dois anos seguidos para que? “Arerêêêê... o Neto vai narrar a série B.” Vocês sabiam porque o Viagra não é preto? Porque senão demoraria um ano para subir.
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Crônica
O estudante dividido por Diogo Bardal comentando o absurdo que eram esses programas paleativos, assistencialistas, que eram, de acordo com a lógica econômica, um desestímulo ao trabalho. Ficou mais uma vez indginado - Isto tinha aprendido bem, que não se podia ficar sem se indignar com as coisas. Lembrou da empregada de seu amigo, que depois que começou a receber o bolsa-família, passou a ir só às segundas, quartas e sextas trabalhar. Um outro problema que vira no programa, era que as famílias ganhavam um benefício adicional caso tivessem mais filhos. Pensou “outro absurdo!” “O governo está incentivando o aumento da natalidade”. “Uma família que siga a lógica econômica irá maximizar o número de filhos e assim maximizaria a sua renda. E a lógica econômica, é aluno não acreditava no que estava lendo. econômica, e justamente por isso Estava indignado. Virava não esconde uma pressuposição as páginas de “Principles Pensou naquele sobre a moral dos indivíduos. of Political Economy”, do bom e momento que os Pensou naquele momento que os velho Malthus. Pensava consigo: programas sociais, embora “Ora, mas o que garantiria que os programas sociais, tivessem um objetivo nobre, pobres fossem de fato trabalhar embora tivessem um produziam um efeito perverso. menos? Não é possível se fazer esse objetivo nobre, Mas depois, andando raciocínio sem a aplicação de um sozinho de volta para casa, fez as pressuposto acerca da moralidade produziam um efeito c o n t a s : “perversidade da do indivíduo.” Pensava dessa perverso. redistribuição de renda, controle maneira porque sabia que, de natalidade, pobreza como uma segundo Malthus, a pobreza característica instrínseca das sociedades”. Exclamou degenerava moralmente o indivíduo, e era também, assustado: “Sou Malthus!”. Mal sabia ele que isso não natural. Tinha, então, a sua disposição um arsenal era tão ruim. Malthus teve seus bons e maus teórico de vários anos estudados em escolas momentos. Malthus ora ganhava de Ricardo, ora construtivistas. Tivera lá seus professores marxistas, perdia. um pouco hippies. Tivera lá suas discussões com seus Confuso, voltou àquele trecho que lera já há amigos de “consciência social”, nos botecos na Vila algum tempo. Era um conflito profundo, seus Madalena. Poderia refutar a argumentação de pensamentos estavam dando um nó. Ali, naquele Malthus num piscar de olhos, apresentando a terrível livro do século XIX, o argumento lhe parecia ruim. situação da classe operária no século XIX, Mas o mesmo argumento, dito de outro modo lhe marginalizada, de músculos atrofiados pela falta de parecia até razoável. Será que os argumentos mudam, alimentação. Poderia até dizer que os aumentos de afinal, ou sempre foram os mesmos, assim como as salários reais, que ocorreram no século XX, não maneiras de refutá-los? fizeram os operários trabalhar menos. Saiu contente, A verdade era mais complicada do que tinha pois derrotara Malthus. imaginado, ou talvez ela nem existisse de fato. Era o Num outro dia, já na faculdade, participava peso da retórica. O ato de tomar partido vinha antes de uma aula, em que se discutia os mecanismos de do de se estruturar o conhecimento, mas o que se distribuição de renda: o imposto negativo, o bolsapoderia fazer contra isso? Estava dividido. família, bolsa-escola. Ouviu seu professor
“Suponhamos que, por uma concessão dos ricos, os dezoito pence que um homem ganha hoje fossem aumentados para cinco shillings. Poder-se-ia imaginar, talvez, que eles, então, poderiam viver com conforto e comer carne todos os dias, no jantar. Mas esta seria uma conclusão inteiramente falsa... O salário de cinco shillings por dia, em vez de dezoito pence, faria com que todos se julgassem relativamente ricos e capazes de passar muitas horas ou dias sem trabalhar. Isto se reflitiria de modo imediato e sensível na produção industrial e, em pouco tempo, não só a nação estaria mais pobre, como também as classes mais baixas estariam sofrendo muito mais do que quando não recebiam apenas dezoito pence por dia”
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